Romantismo S

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Literatura – Romantismo (capítulos 1 à 4)

1. (Enem)
Soneto

Já da morte o palor me cobre o rosto,


Nos lábios meus o alento desfalece,
Surda agonia o coração fenece,
E devora meu ser mortal desgosto!

Do leito embalde no macio encosto


Tento o sono reter!... já esmorece
O corpo exausto que o repouso esquece...
Eis o estado em que a mágoa me tem posto!

O adeus, o teu adeus, minha saudade,


Fazem que insano do viver me prive
E tenha os olhos meus na escuridade.

Dá-me a esperança com que o ser mantive!


Volve ao amante os olhos por piedade,
Olhos por quem viveu quem já não vive!

AZEVEDO, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000.

O núcleo temático do soneto citado é típico da segunda geração romântica, porém configura um lirismo que o projeta
para além desse momento específico. O fundamento desse lirismo é

a) a angústia alimentada pela constatação da irreversibilidade da morte.


b) a melancolia que frustra a possibilidade de reação diante da perda.
c) o descontrole das emoções provocado pela autopiedade.
d) o desejo de morrer como alívio para a desilusão amorosa.
e) o gosto pela escuridão como solução para o sofrimento.

2. (Enem)
No trecho abaixo, o narrador, ao descrever a personagem, critica sutilmente um outro estilo de época: o Romantismo.

“Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça, e, com
certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque
isto não é romance, em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também não digo
que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele
feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação.”
ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Jackson,1957.

A frase do texto em que se percebe a crítica do narrador ao romantismo está transcrita na alternativa:

a) “… o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas …”


b) “… era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça …”
c) “Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, …”
d) “Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos … “
e) “… o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação.”

3. (Mackenzie)
A natureza, nessa estrofe:

“Do tamarindo a flor abriu-se, há pouco,


Já solta o bogari mais doce aroma!
Como prece de amor, como estas preces,
No silêncio da noite o bosque exala.”

Gonçalves Dias

Obs.:

tamarindo = árvore frutífera; o fruto dessa mesma planta


bogari = arbusto de flores brancas

a) é concebida como uma força indomável que submete o eu lírico a uma experiência erótica instintiva.
b) expressa sentimentos amorosos.
c) é representada por divindade mítica da tradição clássica.
d) funciona apenas como quadro cenográfico para o idílio amoroso.
e) é recriada objetivamente, com base em elementos da fauna e da flora nacionais.

4. (Enem)
TEXTO A

Canção do exílio

Minha terra tem palmeiras,


Onde canta o Sabiá,
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,


Nossas várzeas tem mais flores,
Nossos bosques tem mais vida,
Nossa vida mais amores.

[...]

Minha terra tem primores,


Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite -
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,


Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras
Onde canta o Sabiá.

DIAS, G. Poesia e prosa completas. Rio de Janeiro: Aguilar, 1998.

TEXTO B

Canto de regresso à Pátria

Minha terra tem palmares


Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá

Minha terra tem mais rosas


E quase tem mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra

Ouro terra amor e rosas


Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá

Não permita Deus que eu morra


Sem que volte pra São Paulo
Sem que eu veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo

ANDRADE, O. Cadernos de poesia do aluno Oswald. São Paulo: Círculo do Livro. s/d.

Os textos A e B, escritos em contextos históricos e culturais diversos, enfocam o mesmo motivo poético: a paisagem
brasileira entrevista a distância. Analisando-os, conclui-se que:

a) o ufanismo, atitude de quem se orgulha excessivamente do país em que nasceu, e o tom de que se revestem os dois
textos.
b) a exaltação da natureza é a principal característica do texto B, que valoriza a paisagem tropical realçada no texto A.
c) o texto B aborda o tema da nação, como o texto A, mas sem perder a visão crítica da realidade brasileira.
d) o texto B, em oposição ao texto A, revela distanciamento geográfico do poeta em relação à pátria.
e) ambos os textos apresentam ironicamente a paisagem brasileira.

5 (Enem)
O sertão e o sertanejo

Ali começa o sertão chamado bruto. Nesses campos, tão diversos pelo matiz das cores, o capim crescido e ressecado
pelo ardor do sol transforma-se em vicejante tapete de relva, quando lavra o incêndio que algum tropeiro, por acaso ou
mero desenfado, ateia com uma faúlha do seu isqueiro. Minando surda na touceira, queda a vida centelha. Corra daí a
instantes qualquer aragem, por débil que seja, e levanta-se a língua de fogo esguia e trêmula, como que a contemplar
medrosa e vacilante os espaços imensos que se alongam diante dela. O fogo, detido em pontos, aqui, ali, a consumir
com mais lentidão algum estorvo, vai aos poucos morrendo até se extinguir de todo, deixando como sinal da
avassaladora passagem o alvacento lençol, que lhe foi seguindo os velozes passos. Por toda a parte melancolia; de todos
os lados éticas perspectivas. É cair, porém, daí a dias copiosa chuva, e parece que uma varinha de fada andou por
aqueles sombrios recantos a traçar às pressas jardins encantados e nunca vistos. Entra tudo num trabalho íntimo de
espantosa atividade. Transborda a vida.

TAUNAY, A. Inocência. São Paulo: Ática, 1999 (adaptado).


O romance romântico teve fundamental importância na formação da ideia de nação. Considerando o trecho acima, é
possível reconhecer que uma das principais e permanentes contribuições do Romantismo para construção da identidade
da nação é a:

a) possibilidade de apresentar uma dimensão desconhecida da natureza nacional, marcada pelo subdesenvolvimento e
pela falta de perspectiva de renovação.

b) consciência da exploração da terra pelos colonizadores e pela classe dominante local, o que coibiu a exploração
desenfreada das riquezas naturais do país.

c) construção, em linguagem simples, realista e documental, sem fantasia ou exaltação, de uma imagem da terra que
revelou o quanto é grandiosa a natureza brasileira.

d) expansão dos limites geográficos da terra, que promoveu o sentimento de unidade do território nacional e deu a
conhecer os lugares mais distantes do Brasil aos brasileiros.

e) valorização da vida urbana e do progresso, em detrimento do interior do Brasil, formulando um conceito de nação
centrado nos modelos da nascente burguesia brasileira.

6.(Fuvest) Entre as obras mais comentadas do Visconde de Taunay estão: O Encilhamento, A Retirada da Laguna e,
principalmente, o romance:
a) A Moreninha.
b) Inocência.
c) Clarissa.
d) Rosa.
e) A Escrava Isaura.

7. (FCC) A palavra de Castro Alves seria, no contexto em que se inseriu, uma palavra aberta à realidade da nação,
indignando-se o poeta com o problema do escravo e entusiasmando-se com o progresso e a técnica que já atingiam o
meio rural. Esse último aspecto permite afirmar que Castro Alves
a) identifica-se aos poetas da segunda geração romântica no que se refere à concepção da natureza como refúgio.
b) afasta-se, nesse sentido, de outros poetas, como Fagundes Varela, que consideram o campo um antídoto para os
males da cidade.
c) trata a natureza da mesma forma que o poeta árcade que o antecedeu.
d) antecipa o comportamento do poeta parnasiano que se entusiasma com a realidade exterior.
e) idealiza a natureza da pátria, buscando preservar a sua simplicidade e pureza, tal como Gonçalves Dias.

8. (UEL) Assinale a alternativa que completa adequadamente a asserção:


O Romantismo, graças à ideologia dominante e a um complexo conteúdo artístico, social e político, caracteriza-se como
uma época propícia ao aparecimento de naturezas humanas marcadas por

a) teocentrismo, hipersensibilidade, alegria, otimismo e crença.


b) etnocentrismo, insensibilidade, descontração, otimismo e crença na sociedade.
c) egocentrismo, hipersensibilidade, melancolia, pessimismo, angústia e desespero.
d) teocentrismo, insensibilidade, descontração, angústia e desesperança.
e) egocentrismo, hipersensibilidade, alegria, descontração e crença no futuro.

9. (FEI) Numere a coluna da esquerda, de acordo com a coluna da direita, tendo em vista a poesia romântica brasileira:

1. primeira geração
2. segunda geração
3. terceira geração

( ) abolicionismo
( ) condoreirismo
( ) autocomiseração exacerbada
( ) obsessão pela morte
( ) indianismo
( ) nacionalismo

Agora, escolha a alternativa que apresenta a sequência correta dos numerais:

a) 2 - 3 - 2 - 1 - 2 - 1.
b) 1 - 3 - 2 - 1 - 2 - 3.
c) 3 - 2 - 2 - 1- 2 - 2.
d) 2 - 1 - 2 - 2 - 1 - 1.
e) 3 - 3 - 2 - 2 - 1 - 1.

10. (UFPR) Alguns dos maiores expoente da estética romântica em Portugal no século XIX foram:
a) Castro Alves, Almeida Garret e Alexandre Herculano
b) Cesário Verde, Álvares de Azevedo e Castro Alves.
c) Eça de Queiroz, Camilo Castelo Branco e Vitor Hugo.
d) Stendhal, Antero de Quental e Fagundes Varela.
e) Almeida Garret, Alexandre Herculano e Camilo Castelo Branco.

11. (Fuvest) Poderíamos sintetizar uma das características do Romantismo pela seguinte aproximação de opostos:
a) Aparentemente idealista, foi, na realidade, o primeiro momento do Naturalismo Literário.
b) Cultivando o passado, procurou formas de compreender e explicar o presente.
c) Pregando a liberdade formal, manteve-se preso aos modelos legados pelos clássicos.
d) Embora marcado por tendências liberais, opôs-se ao nacionalismo político.
e) Voltado para temas nacionalistas, desinteressou-se do elemento exótico, incompatível com a exaltação da pátria.

Questão 12 (UCP-PR)
O desejo de morrer e a sentimentalidade doentia são características da poesia do autor de Lira dos vinte anos. Trata-se
de:

a) Gonçalves Dias.
b) Castro Alves.
c) Gonçalves de Magalhães.
d) Casimiro de Abreu.
e) Álvares de Azevedo.

Questão 13 (UFV) Assinale a alternativa falsa:

a) Romantismo, como estilo, não é modelado pela individualidade do autor; a forma predomina sempre sobre o
conteúdo.

b) Romantismo é um movimento de expressão universal, inspirado nos modelos medievais e unificado pela prevalência
de características comuns a todos os escritores da época.

c) Romantismo, como estilo de época, consistiu basicamente num fenômeno estético-literário desenvolvido em
oposição ao intelectualismo e à tradição racionalista e clássica do século XVIII.

d) Romantismo, ou melhor, o espírito romântico, pode ser sintetizado numa única qualidade: a imaginação. Pode-se
creditar à imaginação a capacidade extraordinária dos românticos de criarem mundos imaginários.

e) Romantismo caracterizou-se por um complexo de características, como o subjetivismo, o ilogismo, o senso de


mistério, o exagero, o culto da natureza e o escapismo.

14 (PUC-Campinas)
“Cantor das selvas, entre bravas matas
Áspero tronco da palmeira escolho,
Unido a ele soltarei meu canto,
Enquanto o vento nos palmares zune,
Rugindo os longos, encontrados leques.”

Os versos acima, de Os Timbiras, de Gonçalves Dias, apresentam características da primeira geração romântica:

a) apego ao equilíbrio na forma de expressão; presença do nacionalismo, pela temática indianista e pela valorização da
natureza brasileira.

b) resistência aos exageros sentimentais e à forma de expressão subordinada às emoções; visão da poesia a serviço de
causas sociais, como a escravidão.

c) expressão preocupada com o senso de medida; “mal do século”; natureza como amiga e confidente.

d) transbordamento na forma de expressão; valorização do índio como típico homem nacional; apresentação da natureza
como refúgio dos males do coração.

e) expressão a serviço da manifestação dos estados de espírito mais exagerados; sentimento profundo de solidão.

15 (PUC-PR) Assinale a alternativa correta.


A poesia brasileira do Romantismo do século XIX pode ser dividida em:

a) três fases: a poesia da natureza e indianista, a poesia individualista e subjetiva, e a poesia liberal e social.
b) duas fases: a histórica e indianista, e a fase subjetiva e individualista.
c) três fases: a subjetiva, a nacionalista e a experimental.
d) quatro fases: a histórica, a de crítica nacionalista, a experimental e a subjetiva.
e) duas fases: a amorosa e sentimental e a fase nacionalista.

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