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ADMINISTRAÇÃO DE TERAPÊUTICA

Medicamento

 Preventiva ou profilática – vacinas


 Diagnóstica – iodo radioativo
 Terapêutica
 curativa ou específica – antibiótico
 paliativa ou sintomática – analgésico
 substitutiva – insulina

Sistemas de distribuição de medicamentos

Dose unitária: quantidade de medicamentos prescritos pelo médico a serem


administrados em cada toma diária e a cada cliente

Clássico: requisição de medicamentos, de forma coletiva, ou seja, para todos os clientes.


Os serviços farmacêuticos fornecem a totalidade da medicação requisitada

Vantagens do sistema dose unitária

 Menor incidência de erros de administração


 Menor tempo da enfermagem com atividades relacionadas ao medicamento
 Menor stock nas unidades de serviço
 Grande adaptação a sistemas automatizados e computorizados

Desvantagens do sistema dose unitária

 Aumento das necessidades de recursos humanos e infraestruturas das farmácias


hospitalares
 Necessidades de aquisição de materiais e equipamentos específicos
 Dificuldades nas respostas face a novas prescrições e/ou alterações às mesmas,
em hospitais cujos serviços farmacêuticos não laborem nas 24 horas

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Vantagens do sistema clássico

 Maior disponibilidade de medicamentos na unidade


 Menor número de pedidos e devoluções de medicamentos à farmácia
 Menor número de funcionários na farmácia

Desvantagens do sistema clássico

 Maior incidência de erros na administração de medicamentos


 Mais tempo da enfermagem em atividades relacionadas com o medicamento
 Aumento de stock nas unidades de serviço

Armazenamento de medicamentos da dose unitária

 Gaveta individualizada com o nome do cliente


 Recipiente do medicamento – gaveta bem fechada e claramente rotulado

Armazenamento de medicamentos do método clássico

 Medicamentos por ordem alfabética separação dos medicamentos

Armazenamento de medicamentos que necessitam de armazenamento no


frigorífico

 Insulina

Armazenamento de estupefacientes e psicotrópicos

 Armário separado
 Fechados à chave
 Registo rigoroso de utilização
 Guardar as ampolas vazias
 Necessitam de prescrição especial

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Armazenamento com controlo periódico

 Prazos de validade e ver se os medicamentos foram alterados – cor, odor

Horário da terapêutica

 2 / 2 horas – 1, 3, 5, 7, 9, 11, 13, 15,17, 19, 21, 23


 4 / 4 horas – 1, 5, 9, 13, 17, 21
 6 / 6 horas – 1, 7, 13, 19
 8 / 8 horas ou 3 vezes ao dia – 7, 15, 23
 12 / 12 horas ou 2 vezes ao dia – 7, 19

Horário da terapêutica – casos especiais

 Diuréticos – 7 (em jejum)


 Anticoagulantes – 19 (ao jantar)
 Hipnóticos ou sedativos – 23 (ao deitar)
 Tuberculostáticos – 7 (em jejum)

As cinco certezas na administração terapêutica

 Doente certo
 Medicamento certo
 Dose certa
 Hora certa
 Via certa

Problemas / complicações

 Efeitos colaterais
 Efeitos tóxicos
 Reações alérgicas (prurido, edema da glote, choque anafilático)

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 Tolerância medicamentosa
 Interação medicamentosa – potenciação ou antagonismo

VIA PEROS

Fatores

 Esvaziamento gástrico
 Interação com alimentos
 Tempo de desintegração / dissolução do medicamento

Vantagens

 Autoadministração
 Possibilidade de remover o medicamento
 Confortável
 Indolor

Desvantagens

 Possibilidade de irritação da mucosa gástrica


 Clientes com disfagia
 Clientes inconscientes
 Casos de vómitos
 Diarreia persistentes
 Estar em jejum (exames complementares de diagnóstico e/ou cirurgia)
 Possibilidade de automedicação

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Princípios específicos de preparação / administração

 Assegurar a administração da dose certa, fracionando apenas os comprimidos


com ranhuras
 Manter os medicamentos dentro das embalagens em que se encontram, abrindo-
os, sem lhes tocar, só imediatamente antes da sua administração
 Descartar os medicamentos que se tenham sido contaminados, colocando-os
num contentor de material a incinerar
 Administrar o medicamento ao cliente com o tronco elevado, em alternativa
posicionar em decúbito lateral
 Administrar os medicamentos sólidos com 60 a 100 ml de líquidos, se possível
 Verificar se o cliente ingere a medicação
 Lavar a cavidade oral após a administração dos medicamentos

Princípios específicos de preparação de medicamentos líquidos

 Agitar o frasco
 Colocar a tampa sobre a bancada – parte interna virada para cima
 Manter o copo graduado ao nível dos olhos
 Verter o líquido, com o rótulo do frasco para cima, num copo graduado

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VIA SUBLINGUAL

Vantagens

 Efeito terapêutico rápido


 Ideal para fármacos de emergência

Desvantagens

 Poucas drogas são adequadamente absorvidas


 Pequenas doses
 Sabor desagradável

Princípios específicos de preparação / administração

 Assegurar a administração da dose certa, fracionando apenas os comprimidos


com ranhuras
 Manter os medicamentos dentro das embalagens em que se encontram, abrindo-
os, sem lhes tocar, imediatamente antes da sua administração
 Descartar os medicamentos que se tenham sido contaminados, colocando-os
num contentor de material a incinerar
 Orientar o cliente no sentido de não deglutir o medicamento
 Indicar ao cliente que deve deixar dissolver o medicamento debaixo da língua
 Lavar a cavidade oral após a administração dos medicamentos

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VIA ENTÉRICA

Preparação

 Preparar cada medicamento separadamente


 Utilizar de preferências as fórmulas líquidas, diluídas em 10-20 ml água
 Caso não exista fórmula líquida assegurar que se pode alterar a forma
farmacêutica
 Triturar os comprimidos e dissolver em 10-20ml de água
 A maioria das cápsulas pode abrir-se e diluir-se em água para administração
 Não triturar os grânulos, pois os mesmos possuem proteção entérica
 Não triturar os comprimidos de libertação prolongada
 Não triturar revestimento entérico
 Não triturar comprimidos efervescentes
 Não triturar cápsulas gelatinosas que contêm líquidos

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VIA CUTÂNEA

Vantagens

 Via prática
 Indolor

Desvantagens

 Pode causar irritação na pele ou mucosas


 Poderá ser um estímulo à automedicação

Fatores

 Espessura
 Temperatura
 Grau de hidratação
 Limpeza da pele
 Grau de vascularização
 Grau de fluxo sanguíneo

Princípios específicos na aplicação

 Usar luvas e utilizar técnica limpa ou asséptica, no caso de existirem lesões


 Remover a medicação que tenha sido aplicada anteriormente
 Verificar se a pele está limpa e seca
 Aplicar diretamente sobre a pele
 pó e pomada (aplicar as pomadas, cremes e líquidos em camadas finas e
com suavidade, a fim de favorecer a sua absorção)
 loção, spray (1ºagitar antes de aplicar, 2ºproteger olhos e boca 3º15 cm
afastado da pele)
 Alterar os locais de aplicação, no caso de medicamentos de absorção
transdérmica

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VIA OCULAR

Princípios específicos na aplicação

 Solicitar ao cliente para colocar a cabeça em ligeira hiperextensão


 Solicitar para olhar para o teto
 Puxar a pálpebra inferior
 Instilar as gotas no saco conjuntival
 Não tocar com o frasco no olho do cliente
 Deixar cair o número de gotas ou pomada prescritos
 Pedir ao doente para fechar o olho e mover o globo ocular em círculo
 Providenciar uma embalagem para cada cliente
 Administrar os diferentes medicamentos com um intervalo mínimo de 5 minutos
 No caso de o medicamento necessitar de frigorifico, administrar à temperatura
ambiente
 Se o medicamento provocar alteração da acuidade visual, informar o cliente

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VIA NASAL

Vantagens

 Escassos efeitos adversos


 Absorção rápida para determinadas drogas

Desvantagem

 Irritação local e alergias

Princípios específicos na aplicação

 Colocar a cabeça do cliente em hiperextensão


 Aplicar medicamento
 Manter a posição da cabeça por 5 minutos
 Informar o cliente sobre o facto de sentir o sabor do medicamento
 Em caso de terapêutica prolongada com vasoconstritores, supervisionar a tensão
arterial
 Embalagem individual para cada cliente

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VIA AURICULAR

Princípios específicos na aplicação

 As soluções devem estar à temperatura ambiente


 Posicionar o cliente ou assisti-lo a posicionar em decúbito lateral, expondo o
ouvido a ser tratado
 Aplicar as gotas em direção à parede do canal auditivo
 No caso de aplicação bilateral, aplicar com um intervalo de 3 minutos, entre
cada ouvido
 Providenciar uma embalagem para cada cliente

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VIA VAGINAL

Princípios específicos na aplicação

 Atender à privacidade da cliente


 Usar luvas e utilizar técnica limpa ou asséptica, no caso de existirem lesões
 Manter decúbito dorsal durante 10 após aplicação do medicamento
 Providenciar uma embalagem para cada cliente
 Evitar o uso de tampões, pois podem irritar a mucosa, absorver o medicamento e
dificultar a drenagem
 Evitar fazer irrigações vaginais após a administração de um medicamento
 Manter os óvulos à temperatura indicada pelo fabricante

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VIA RETAL

Vantagens

 Rápida absorção
 Via alternativa para crianças, idosos e clientes com disfagia

Desvantagens

 Pode causar irritabilidade da mucosa anal


 Pode desencadear o reflexo de defecar
 Pode ser desconfortável e causar constrangimento

Princípios específicos na aplicação

 Técnica limpa
 Usar luvas
 Verificar a existência de massa fecal
 Realizar enema, no caso de a massa fecal comprometer a absorção do
medicamento

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VIA PARENTÉRICA

Vantagens

 Administração de medicamentos a clientes inconscientes, com distúrbios


gastrointestinais e/ou impossibilitados de deglutir
 Quando se espera uma ação mais rápida da droga
 Na administração de medicamentos que se tornam ineficientes em contato com
os sucos gástricos
 Absorção mais rápida e completa
 Maior precisão em determinar a dose desejada
 Obtenção de resultados mais seguros

Desvantagens

 Dor, geralmente causada pela picada da agulha ou pela introdução / irritação da


droga
 Em casos de engano pode provocar lesão considerável
 Devido à perfuração da pele, pode ocorrer o risco de infeção
 Uma vez administrada a droga é impossível retirá-la

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VIA INTRADÉRMICA

 Volumes - pequenos volumes (0,1 a 0,5 mililitros)


 Angulo – 15º

Técnica de administração

 Lavar as mãos, explicar o procedimento e expor a região


 Local mais apropriado: face anterior do antebraço, porque é pobre em pelos,
possui pouca pigmentação, possui pouca vascularização e tem fácil acesso a
leitura
 Na injeção intradérmica geralmente não se utiliza produtos antissépticos para
não interferir na reação da droga
 Firmar a pele com o dedo polegar e indicador da mão não dominante
 Com a mão dominante, segurar a seringa quase paralela à superfície da pele
(15º)
 Introduzir, na pele, apenas o bisel da agulha (apenas 2 mm) voltada para cima, o
mais superficial possível, ficando a seringa paralela ao antebraço
 Injetar levemente a solução
 Observar a presença de pápula característica da injeção intradérmica
 Retirar a agulha com movimento rápido e único
 Lavar as mãos e observar reações

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VIA SUBCUTÂNEA

 Volume não deve exceder 1 ml


 Angulo – 45º

Local: teoricamente, todo o tecido subcutâneo

 Parede abdominal – não injetar na zona umbilical (5 cm de distância)


 Faces antero-lateral da coxa
 Face externa do braço
 Região escapular
 Região glútea

Técnicas de administração

 Fazer prega com a mão não dominante


 Introduzir agulha com ângulo apropriado
 Aspirar
 Nas heparinas previamente preparadas, não retirar o ar
 Após a administração comprimir o local sem massajar para não aumentar a
velocidade de absorção

Complicações

 Infecções inespecíficas
 Abscesso
 Formação de tecido fibrótico
 Úlceras ou necrose de tecidos
 Hematomas - por lesão de vasos

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VIA INTRAMUSCULAR

 Ângulo – 90º

Regiões indicadas, para administração intramuscular

 Músculo ventro-glúteo – até 4 ml


 Músculo deltoide – até 1 ml
 Músculo da face antero-lateral da coxa – até 4 ml
 Músculo dorso-glúteo – até 4 ml
 Músculo vasto lateral – até 4 ml

Deltóide

 Vantagem
 Fácil acesso
 Desvantagem
 Massa muscular de reduzidas dimensões

Dorso glúteo

 Vantagem
 Suporta grandes quantidades de líquido
 Desvantagens
 Tecido subcutâneo espesso
 Risco de infeções – abcessos
 Risco de Punção nervo ciático causando paralisia do membro inferior

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Ventro glúteo

 Vantagens
 Suporta grandes quantidades de líquido
 Isenta de vasos sanguíneos importantes de grande calibre
 Isenta de nervos
 Menos doloroso
 Indicada para adultos e crianças
 Camada mais fina de tecido subcutâneo
 Desvantagem
 Ansiedade por desconhecimento da técnica

Vasto lateral

 Vantagens
 Indicada para adultos e crianças
 Músculo grande e bem desenvolvido
 Boa acessibilidade
 Facilidade de auto-administração
 Desvantagem
 Risco de lesão da artéria femoral

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INFEÇÕES ASSOCIADAS AOS CUIDADOS DE SAÚDE

É uma infeção que ocorre num utente, durante a prestação de cuidados no hospital, ou
em qualquer outra instituição prestadora de cuidados de saúde, a qual não estava
presente ou em incubação no momento da admissão. Sendo que podem só manifestar-se
após a alta e afeta não só os utentes, as infeções adquiridas pelos profissionais,
relacionadas com a prestação de cuidados

Transmissão das IACS

 Contato direto
 Contato indireto - através de dispositivos médicos
 Gotículas / salpicos - ocorre em contato próximo com o doente, vão para o chão
e não permanecem no ar e podem atingir até 1 metro de distância
 Gotículas consideradas grandes (> 5 microns) são eliminadas pela fala, tosse,
espirros e mesmo pela respiração
 Veículo comum – objetos como: telefones, corrimão
 Via aérea - transmissão tipo aerossol / eliminado pela respiração, tosse, espirros,
fala / podem ficar suspensas no ar / podem atingir quartos diferentes devido a
correntes de ar

Fatores que contribuem para o desenvolvimento das IACS

 Falha de sistemas e processos na prestação de cuidados de saúde


 Sobrelotação das unidades de saúde
 Não afetação de profissionais exclusivos para cuidar dos doentes infetados e
colonizados
 Transferências frequentes de doentes de uma enfermaria para outra
 Aglomeração de doentes imunodeprimidos em unidades específicas (unidades de
cuidados intensivos e intermédios)

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 Práticas dos profissionais não adequadas

Prevenção das IACS

 Higiene das mãos


 Uso de EPI’s
 Segura manipulação e reprocessamento de dispositivos médicos
 Adoção de boas práticas nos procedimentos invasivos
 Administração segura de injetáveis
 Descontaminação do ambiente após a alta do cliente
 Boas práticas na utilização e eliminação de materiais cortantes ou perfurantes
 Uso racional de antimicrobianos
 Higiene respiratória / etiqueta da tosse
 Adequado isolamento e colocação dos doentes colonizados / infetados
 Partir do princípio de que todo e qualquer cliente pode ser um potencial foco de
infeção
 Derrames removidos logo que possível
 Ambiente livre de objetos desnecessários
 Mobiliário limpo, seco e em bom estado de conservação
 A limpeza precede sempre a desinfeção
 Recolha segura dos resíduos
 Formação

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Colocar EPI’S

1- Bata (fechada atrás)


2- Máscara, para ver se está bem colocada
 inspirar fortemente e verificar se há pressão negativa (mascara junta-se à
face)
 a seguir expirar fortemente a ver se há pressão positiva (máscara tipo
balão), se sentir fugas voltar a ajustar
3- Óculos / viseira
4- Luvas (antecedido de higiene das mãos, e por cima das mangas da bata)

Retirar EPI’S

1- Luvas
2- Bata (retirar de trás e enrolar à frente, para parte contaminada ficar no interior)
3- Óculos / viseira (não pegar à frente dos mesmos (zona mais contaminada) e
pegar assim atrás
4- Máscara
5- Lavagem e fricção antisséptica

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RESÍDUOS HOSPITALARES

Resíduos resultantes de atividades médicas desenvolvidas em unidades de prestação de


cuidados de saúde, em atividades de prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e
investigação, relacionadas com seres humanos ou animais, em farmácias, em atividades
médico legais, de ensino e em quaisquer outras que envolvam procedimentos invasivos

Classificação dos resíduos hospitalares:

Grupo I – resíduos equiparados a urbanos (saco preto)

 Resíduos provenientes de serviços gerais (gabinetes, salas de reunião, salas de


convívio, instalações sanitárias, vestiários)
 Resíduos provenientes de serviços de apoio (oficinas, jardins, armazéns)
 Embalagens e invólucros comuns (papel, cartão, mangas mistas e outros de
natureza idêntica)
 Resíduos provenientes da hotelaria resultantes da confeção e restos de alimentos
servidos a doentes

Grupo I – Tipo de tratamento final

 Deposição em aterro sanitário


 Reciclagem e compostagem

Grupo II – resíduos hospitalares não perigosos – aqueles que não estão sujeitos a
tratamentos específicos, podendo ser equiparados a urbanos

 Talas, gessos e ligaduras gessadas não contaminados e sem vestígios de sangue


 Fraldas e resguardos descartáveis não contaminados e sem vestígios de sangue

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 Material de proteção individual utilizado nos serviços gerais e de apoio, com
exceção do utilizado na recolha de resíduos
 Embalagens vazias de medicamentos ou de outros produtos de uso
clínico/comum, com exceção dos incluídos nos Grupos III e IV
 Frascos de soros não contaminados

Grupo II – Tipo de tratamento final

 Deposição em aterro sanitário


 Reciclagem e compostagem

Grupo III – resíduos hospitalares de risco biológico – resíduos contaminados ou


suspeitos de contaminação, ou com vestígios de sangue ou pus

 Resíduos provenientes de quartos ou enfermarias de doentes infeciosos ou


suspeitos
 Resíduos que resultam da administração de sangue e derivados
 Sacos coletores de fluidos orgânicos e respetivos sistemas
 Material de penso usado
 Fraldas e resguardos descartáveis contaminados ou com vestígios de sangue
 Material de proteção individual utilizado em cuidados de saúde e serviços de
apoio geral em que haja contacto com produtos contaminados (luvas, máscaras,
aventais)
 Peças anatómicas não identificáveis
 Sistemas utilizados na administração de soros e medicamentos
 Material ortopédico: talas, gessos e ligaduras gessadas contaminadas ou com
vestígios de sangue
 Material ortopédico: material de prótese retirado a doentes

Grupo III – Tipo de tratamento final

 Autoclavagem
 Desinfeção química
 Incineração

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Grupo IV – resíduos hospitalares específicos

 Peças anatómicas identificáveis, fetos e placentas, até publicação de legislação


específica
 Materiais cortantes e perfurantes: agulhas, catéteres e todo o material invasivo
 Produtos químicos e fármacos rejeitados
 Citostáticos e todo o material utilizado na sua manipulação e administração

Grupo IV – Tipo de tratamento final

 Incineração

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LIMPEZA, DESINFEÇÃO E ESTERILIZAÇÃO

Contaminação - sujidade ou poluição de objetos inanimados com material nocivo,


potencialmente infecioso ou outro material indesejado

Dispositivo contaminado - qualquer instrumento, aparelho, equipamento, material ou


artigo que tenha sido utilizado num processo de tratamento ou que tenha sido exposto a
uma situação clínica

Colonização - proliferação de microrganismos no hospedeiro sem: resposta imunitária


detetável, dano celular e expressão clínica

Infeção - Presença e multiplicação de microrganismos nos tecidos e fluídos orgânicos


do hospedeiro, provocando manifestações clínicas

Flora residente - microrganismos que se multiplicam nas camadas profundas da pele,


desempenham papel protetor, não se transferem facilmente para pessoas / superfícies e
não são removidas com água e sabão

Flora transitória - microrganismos que não se multiplicam em camadas profundas da


pele, mas que se encontram na pele em consequência do contato, facilmente
transferíveis para pessoas / superfícies, sendo a sua remoção essencial na prevenção de
IACS

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Limpeza - é o processo pelo qual se processa a remoção a sujidade (matéria orgânica)
por ação mecânica, geralmente com a ajuda de um detergente. Reduz em mais de 80%
os microrganismos existentes nos materiais e superfícies

Desinfeção - é um processo físico ou químico pelo qual se reduz ou elimina os


microrganismos viáveis, presentes em superfícies inertes, mas não as formas
esporuladas

Esterilização - processo de destruição ou eliminação total de todos os microrganismos


na forma vegetativa ou esporulada através de agentes físicos ou químicos

Antissepsia - consiste na utilização de produtos sobre a pele ou mucosa com o objetivo


de reduzir os micro-organismos na sua superfície

Antissépticos - agentes químicos que destroem ou inibem o crescimento microbiano nos


tecidos vivos, pele e mucosas

 Produtos utilizados
 álcoois
 clorohexidina
 iodopovidona

Assepsia cirúrgica - técnica estéril que inclui os procedimentos utilizados para não
contaminar com microrganismos numa determinada área. Consiste no procedimento e
no manuseio do material, de modo a evitar o contato do cliente com qualquer organismo
vivo. Na assepsia cirúrgica, o material deverá ser esterilizado, ou seja, deverá haver a
destruição de todas as formas de microrganismos

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CLASSIFICAÇÃO DE SPAULDING

 Desinfeção de baixo nível - hipoclorito de sódio a 0,2%

 Desinfeção de nível intermediário: processo físico ou químico que destrói


microrganismos patogénicos, micobactérias, maioria dos vírus e fungos, de
objetos inanimados e superfícies (álcool 70%, hipoclorito de sódio 1%)

 Desinfeção de alto nível: processo físico ou químico que destrói todos os


microrganismos de artigos semicríticos, exceto um número elevado de esporos
bacterianos (glutaraldeído 2%, ácido peracético)

27
Funções do Serviço de Esterilização

1- Recolha e transporte

2- Lavagem e Desinfeção

3- Inspeção, Preparação e Embalagem

4- Esterilização

5- Armazenamento

6- Transporte e distribuição

Monitorização de esterilização

 Física – fitas adesivas; indicadores de processo


 Química – teste de Bowie e Dick; indicador multiparamétrico
 Biológica – indicadores biológicos

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HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

Os 5 momentos para a higienização das mãos

1- Antes do contato com o cliente


 Quando: antes do contato com o cliente
 Porquê: para proteger o cliente de microrganismos que transportamos nas
nossas mãos
2- Antes do contatos limpos ou asséticos
 Quando: antes de qualquer tarefa envolvendo o contato direto ou indireto
com mucosas, pele com soluções de continuidade, ou dispositivo médico
como cateter ou sonda
 Porquê: para proteger o cliente de microrganismos que transportamos nas
nossas mãos e dos da sua própria flora
3- Após risco de exposição a fluídos orgânicos
 Quando: após qualquer procedimento, que potencialmente envolva a
exposição das mãos a um fluído orgânico, independentemente de se
usarem luvas ou não
 Porquê: para proteger o profissional de saúde e o ambiente da
disseminação de microrganismos do cliente
4- Após contato com o cliente
 Quando: imediatamente após contato com o cliente
 Porquê: para proteger o profissional de saúde e o ambiente da
disseminação de microrganismos do cliente
5- Após contato com o ambiente envolvente do cliente
 Quando: ocorre quando o profissional abandona o ambiente envolvente
do cliente
 Porquê: para proteger o profissional de saúde e o ambiente da
disseminação de microrganismos do cliente

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Princípios gerais

 Realizar a higiene das mãos no local e momento da prestação de cuidados de


saúde
 Retirar joias e adornos das mãos e antebraços antes de iniciar o dia ou turno de
trabalho
 Manter as unhas limpas, curtas, sem verniz, não usar unhas artificiais na
prestação de cuidados
 Aplicar corretamente o produto a usar
 Higienizar as mãos respeitando a técnica
 Usar mangas curtas
 Uso de luvas obriga à higienização das mãos antes
 Cortes e feridas do enfermeiro devem estar protegidas
 Ter atenção especial aos espaços interdigitais, polpas dos dedos, dedo polegar e
punho
 Secar/deixar secar bem as mãos

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Práticas de Higiene das Mãos

Lavagem - higiene das mãos com água e sabão (comum ou com antimicrobiano). O
procedimento demora cerca de 60 segundos

Procedimento:

1. Abrir a torneira e molhar as mãos, evitando encostar-se à pia


2. Aplicar na palma da mão quantidade suficiente de sabão líquido para cobrir
todas as superfícies das mãos
3. Ensaboar as palmas das mãos friccionando-as entre si
4. Esfregar a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda entrelaçando os
dedos e vice-versa
5. Entrelaçar os dedos e friccionar os espaços interdigitais
6. Esfregar o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando
os dedos e com movimentos de vai e vem e vice-versa
7. Esfregar o polegar esquerdo com o auxílio da palma da mão direita, utilizando-
se movimentos circulares e vice-versa
8. Friccionar as polpas digitais e unhas da mão direita contra a palma da mão
esquerda fechada em concha, fazendo movimentos circulares e vice-versa
9. Esfregar o punho esquerdo com o auxílio da palma da mão direita utilizando
movimentos circulares e vice-versa
10. Enxaguar as mãos, retirando os resíduos de sabão no sentido dos dedos para os
punhos. Evitar contato direto das mãos ensaboadas com a torneira
11. Secar as mãos com papel toalha descartável, iniciando pelas mãos e seguindo
para os punhos. Desprezar o papel toalha no lixo de resíduos comuns
12. Utilize o papel toalha descartável para fechar a torneira se for manual

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Fricção antisséptica

 O procedimento demora entre 20-30 segundos

Procedimento

1. Aplicar o produto numa mão em forma de concha para cobrir todas as


superfícies
2. Esfregue as palmas das mãos uma na outra
3. Palma direita sobre o dorso esquerdo com os dedos entrelaçados e vice-versa
4. As palmas das mãos com os dedos entrelaçados
5. Parte de trás dos dedos nas palmas opostas com os dedos entrelaçados
6. Esfregue o polegar esquerdo em sentido rotativo, entrelaçado na palma direta e
vice-versa
7. Esfregue rotativamente para trás e para a frente os dedos da mão direita na
palma da mão esquerda e vice-versa
8. Uma vez secas, as suas mãos estão seguras

Cirúrgica

 Preparação pré-cirúrgica das mãos


 Consiste na preparação das mãos da equipa cirúrgica no bloco
operatório, com o objetivo de eliminar a flora transitória e de reduzir
significativamente a flora residente
 Os antissépticos a utilizar devem ter uma atividade antimicrobiana com
ação residual

 Antes de intervenções cirúrgicas

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 Utilizar sabão líquido com antisséptico. Aplicar o produto, cobrir as
mãos, punhos e antebraços e friccionar, durante pelo menos 3 a 5
minutos
 Enxaguar e repetir os procedimentos
 Secar com toalhete estéril
 Não voltar a tocar nas torneiras (torneiras de pé)

PLANEAMENTO EM SAÚDE

O planeamento da saúde é entendido como a racionalização do uso de recursos com


vista a atingir os objetivos fixados, em ordem à redução dos problemas de saúde
considerados como prioritários, e implicando a coordenação de esforços provenientes
dos vários setores socioeconómicos

Tipos de planeamento

1. Nível estrutural
 Normativo: aborda a orientação geral de um organismo, sendo elaborado
ao mais alto nível do mesmo
 Estratégico: determina finalidades, decide prioridades, formula
alternativas estratégicas, longo prazo (5 a 10 anos)
 Tático: Determina objetivos gerais e específicos, estrutura e programa
atividades e recursos, médio prazo (3 a 5 anos)
 Operacional: Determina objetivos operacionais, otimiza e maximiza os
resultados, curto prazo (1 ano)
2. Perspetiva organizacional ou populacional
 Perspetiva organizacional: organização no centro do processo de
planeamento. Os projetos são elaborados para uma população alvo, mas
em função da dinâmica organizacional
 Perspetiva populacional: população no centro do planeamento, é o ponto
de partida, e a organização deverá ajustar-se-lhe. Apelativa da
participação comunitária
3. Abordagem racional ou pragmática
 Abordagem racional: fundamentalmente técnico, utiliza métodos
quantitativos. O plano é o ideal, sem ter em conta os constrangimentos

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 Abordagem pragmática: fundamentalmente participativo, utiliza métodos
qualitativos. O plano realizado é o possível, tendo em conta os
constrangimentos

Etapas planeamento em saúde

1. Diagnóstico de situação
2. Determinação de prioridades
3. Fixação de objetivos
4. Seleção de estratégias / etapas
5. Elaboração de programas / projetos
6. Execução
7. Avaliação

Etapas do diagnóstico de situação

 Exploratória (colher dados)


 Descritiva
 Explicativa: tentará relacionar os fatores causais com o nível de saúde o que
indicará as possibilidades de mudança da situação
 Prognóstica: Integra-se o estudo das tendências e projeções dos problemas

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EXECUÇÃO DO PENSO SIMPLES

Material

 Luvas
 Pinça de Kocker
 Pinça de dissecção
 Compressas esterilizadas
 Adesivo / ligadura / rede tubular
 Resguardo
 Cloreto de sódio isotónico
 Solutos / pomadas
 Tesoura

Execução

 Consultar o processo clínico (avaliação/caraterísticas da ferida)


 Boa iluminação
 Explicar o procedimento ao cliente
 Proporcionar privacidade
 Escolher os materiais tendo em conta a informação recolhida
 Observar o cliente (expressão facial, postura)
 Colocar o cliente na posição adequada
 Expor o local de intervenção
 Calçar luvas de proteção
 Remover o penso
 Avaliação penso retirado
 Avaliação / caraterísticas da ferida, comparando com os registos
 Higienização das mãos

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 Calçar luvas
 Limpar a ferida com a solução prescrita
 Limpar de cima para baixo
 Limpar do centro para a periferia
 Mudar a compressa após cada passagem
 Aplicar o produto prescrito
 Cobrir com compressas
 Fixar o penso (adesivo, ligadura, rede tubular)
 Verificar se o utente fica confortável
 Recolher o equipamento usado
 Higienização das mãos
 Refazer o penso sempre que o mesmo se encontre molhado, repassado, sujo ou
deslocado

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FERIDAS

 Interrupção da integridade cutâneo mucosa


 Solução de continuidade cutâneo mucosa

Avaliação da ferida

 Tempo de Cicatrização
 Localização
 Dimensão
 Presença ou não de locas, fistulas / trajetos fistulosos
 Presença ou não de exsudado
 Odor
 Dor
 Tipo de tecido / leito da ferida
 Bordos da ferida e pele peri-lesional
 Sinais de colonização critica / infeção
 Cicatrização da ferida

Feridas agudas

 Ferida que persiste até 14 dias depois de intervenção cirúrgica ou trauma


 Feita no momento
 Cicatrizam mais facilmente

Feridas cirúrgicas (intencionais)

 Efetuadas em condições assépticas com instrumentos cortantes

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 Tem bordos regulares que podem ser facilmente unidos
 Em geral cicatriza de uma forma relativamente rápida
 Cicatrizes pequenas
 Relativamente poucas complicações

Feridas agudas traumáticas

 São geralmente acidentais: escoriações, cortantes, perfurantes, esmagamentos,


mordeduras de animais e queimaduras
 Podem apresentar bordos irregulares
 Ocorrem em situações não assépticas
 Podem infetar mais facilmente
 Maior dificuldade em cicatrizar
 Por vezes ficam cicatrizes significativas

Feridas crónicas / de difícil cicatrização

 Ferida que continua a necessitar de tratamento depois de seis semanas do seu


aparecimento cuja cicatrização se prolonga e por vezes não se atinge
 Sem tendência para a cura espontânea
Exemplo: úlceras de perna (arteriais, venosas), úlceras de pressão e feridas
neoplásicas

Sinais de colonização crítica / infeção

 Aumento da quantidade de exsudado e alterações das suas características


 Odor
 Dor
 Alterações de coloração do tipo de tecido / leito da ferida
 Eritema, rubor
 Aumento da temperatura local/ corporal
 Atraso / estagnação do processo de cicatrização

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Cicatrização da ferida

1º Intenção

 Ocorre quando há união imediata das bordas da ferida e evolução asséptica e


cicatriz linear
 Evolui em 4 a 10 dias

2º Intenção

 As bordas da ferida não contatam entre si, por perda tecidual excessiva
 O espaço é preenchido por tecido de granulação cuja superfície posteriormente
irá reepitalizar
 Pode durar dias a meses

3º Intenção

 Ferida deixada aberta para evoluir com a cicatrização de 2º intenção (ex: dreno)
 Pode haver processo de limpeza / desbridamento de tecido
 Posteriormente é realizada uma sutura para que a ferida evolua com cicatrização
de 1º intenção

Fatores locais:

 Corpo estranho, sujidade, material de sutura, implantes


 Tecido necrosado ou isquémico
 Infeção
 Temperatura
 Áreas de tensão, movimento

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 Tempo decorrido entre o trauma e o tratamento

Fatores sistêmicos

 Uso de corticosteroides
 Radioterapia, quimioterapia
 Idade
 Diabetes descompensada
 Hipoproteinemia
 Choque hipovolémico

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