Reflexão Da Liturgia Da Palavr1

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REFLEXÃO DA LITURGIA DA PALAVRA

Quinta-feira da IV Semana da Páscoa

Queridos irmãos e irmãs,

a liturgia de hoje nos coloca diante de duas realidades bem caras para
a vivência da fé: o seguimento à Cristo e o testemunho de sua ressureição.
Na primeira leitura vemos Paulo dando continuidade as suas viagens
missionárias. Por onde passava, dava seu testemunho, formava lideranças,
discípulos e comunidades.

No texto de hoje, ele está em Antioquia e entra numa sinagoga em


dia de sábado, dia sagrado para os judeus. Ele recebe a palavra e faz uma
exposição apaixonada, resgatando os elementos importantes da história de
Israel até chegar à pessoa de Jesus. Este é o primeiro exemplo que
possuímos da catequese de Paulo. O cristianismo não é uma ideologia, nem
uma doutrina; é uma história de salvação, que tem em Jesus seu
cumprimento. Por isso, os acontecimentos do passado serão lidos como
algo que compromete o presente, por que também nós nos tornamos
protagonistas. Quando se fala de Abraão, Moisés, Samuel e Davi, na
realidade se fala de cada um de nós. Sua fé é nossa fé, sua história se
entrelaça com a nossa vida.

Como sabemos, nos versículos seguintes deste capítulo, muitos irão


aderir à Boa-Nova, mediante o testemunho do apóstolo. Assim, a Palavra
de Deus vai se expandindo pelas nações. Com o exemplo de Paulo,
percebemos que o anúncio e o testemunho da fé se pautam na coerência de
vida e na humildade. Uma Igreja que se coloca a serviço, não está acima,
mas ao lado dos seus fiéis, sendo solidária na luta e na vivência cristã.
No evangelho de hoje, Jesus, após lavar os pés de seus discípulos,
dando um dos exemplos mais marcantes do serviço feito com humildade,
exorta-os a viverem nesta perspectiva. A Igreja, na pessoa de seus
membros, deve ser aquela que está disposta a servir com humildade. Quem
vive na Igreja, mas não se abre ao serviço, não compreendeu o que Cristo
viveu e ensinou.

Jesus deixou claro que “o servo não está acima do seu senhor e o
mensageiro não é maior do que aquele que o enviou” (Jo 13, 16). Desse
modo, não podemos achar que somos melhores porque servimos os outros
ou porque temos algum cargo ou função na comunidade. Pelo contrário,
quanto mais responsabilidade tivermos, mais deveremos exercê-las com
humildade. Agindo desse modo, seremos felizes.

Jesus escolheu e chamou seus discípulos. Não estamos na Igreja por


acaso. Ele também nos chamou e conhece cada um de nós. Sabe das nossas
capacidades e das nossas fraquezas. Muitas vezes, comemos o pão com ele,
isto é, o comungamos, mas o traímos com nossas palavras e atitudes, com
nossas incoerências e maus procedimentos. De fato, se não fizermos da
nossa vida um prolongamento do que celebramos, reconhecendo a presença
de Jesus nos irmãos, nos pobres, nos oprimidos e nos marginalizados, não
entenderemos o que significa a eucaristia.

O evangelho de hoje encerra pedindo que recebamos os enviados de


Jesus, seus discípulos-missionários. A acolhida é o nosso primeiro
testemunho de fé, portanto, nos esforcemos em enxergar, na presença dos
irmãos, o próprio Senhor que vem ao nosso encontro. Que possamos,
guiados pelo Espírito Santo, abrir sempre nossos corações para a humildade
e o serviço aos mais necessitados. Desse modo, faremos das palavras do
salmo as nossas: “Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor”. (Sl 88,
2).

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