A União Ibérica e As Invasões Holandesas

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A União Ibérica e as Invasões

Holandesas
Em 1578, com a morte do rei D. Sebastião numa
batalha no Marrocos abriu-se uma grande crise
na sucessão do trono português. Por não deixar
sucessor, o trono português ficou sob o controle
do Rei Felipe II da Espanha, que passou a ter o
título de Felipe I em Portugal. Com isso, todos os
territórios portugueses fundiram-se aos
territórios espanhóis no período que ficou
conhecido como União Ibérica (1580-1640)
Com a União Ibérica, o Tratado de
Tordesilhas perdeu seus efeitos, o que
facilitou o avanço das bandeiras luso-
brasileiras para o interior da América
do Sul e a construção de fortificações e
de missões jesuíticas ao longo das
margens do rio Amazonas para
proteger o território de ataques
estrangeiros.
Missões Jesuítas e Fortificações no Amazonas
Na rota dos Jesuítas e dos Bandeirantes
Os Holandeses
Com a União Ibérica, a Holanda não
reconheceu o poder espanhol sobre os
antigos territórios portugueses. Como
eram inimigos da Espanha, passaram a
atacar as terras que anteriormente
pertenciam a Portugal tanto na América
quanto na África, tendo por objetivo
controlar tanto a produção de açúcar
quanto o fornecimento de mão-de-obra
escrava.
Para garantir o controle comercial do açúcar
e financiar as invasões, o holandeses
contaram com o apoio da Companhia das
Índias Ocidentais. Esta empresa tinha o
apoio do governo Holandês e tinha como
principal administrador o Conde Maurício
de Nassau, que chegou em Pernambuco em
1637 e promoveu uma série de reformas
urbanas e a vinda de artistas para
representar pela primeira vez a paisagem da
região.
A Companhia das Índias Ocidentais e os motivos para a invasão
No Brasil, o nordeste foi o alvo dos ataques
holandeses, já que era a região que
concentrava a produção de açúcar.
Primeiro houve a tentativa de invadir
Salvador.
Posteriormente, conseguiram se instalar
em Pernambuco (1630), Itamaracá (1632),
Rio Grande do Norte (1633), Paraíba
(1634), Maranhão (1641), Luanda, em
Angola (1641).
Mapa da Nova Holanda.
Tentativa de invasão de Salvador, 1624.
Palácio de Maurício de Nassau, em Recife.
Século XVII
Após choques iniciais, o Holandeses
garantiram a liberdade de culto tanto a
católicos luso-brasileiros quanto aos judeus
holandeses de origem portuguesa que viviam
em Amsterdã. Esta medida facilitou o apoio
dos produtores de açúcar luso-brasileiros que
passaram a apoiar o governo de Maurício de
Nassau.
Em recompensa, os senhores de engenho
receberam generosos empréstimos para
garantir o fornecimento de açúcar aos
holandeses.
Nassau e as artes
Além dos lucros com o comércio do
açúcar, Maurício de Nassau mandou
trazer da Holanda artistas como Franz
Post e Albert Eckhout. Além disso,
Recife sofreu diversas transformações
urbanas, como construção de pontos,
alargamento de ruas e a instalação de
um Jardim Botânico.
Obras de Albert Eckhout do Nationalmuseet de
Compenhague, Dinamarca.
Dança dos Tapuia, SD. Óleo Sobre Tela.
D. Miguel de Castro,
Embaixador do Rei do
Congo. S/D. Óleo Sobre Tela
Homem Mestiço, S/D.
Óleo Sobre Tela
Mulher Tupi, S/D.
Óleo Sobre Tela
Mulher Tapuia.
Os índios no Brasil colonial eram
classificados pelos colonizadores
entre Tupis (índios mansos) e Tapuias
(índios bravos).
Mandioca, S/D.
Óleo Sobre Tela
Obras de Frans Post
Carro de Bois, 1638. Óleo Sobre Tela. Museu do Louvre.
Engenho de Açúcar, S/D. Óleo Sobre Tela. National Gallery,
Irlanda.
Vista da Ilha de Itamaracá, 1637. Óleo Sobre Tela.
Rijksmuseum, Amsterdam.
Produção de açúcar no Brasil holedês
A Restauração Portuguesa e a Insurreição
Pernambucana
Em 1640, uma revolução em Portugal
conseguiu restaurar a coroa portuguesa em
nome de D. João Duque de Bragança, que foi
coroado com o título de D. João IV. Desde
então, Portugal tentou recuperar seus
territórios invadidos pelos holandeses pela
via diplomática. Como não conseguiram,
passaram a incentivar levantes contra os
holandeses no Brasil e na África.
Em 1644, com a volta de Maurício de
Nassau para a Holanda, os senhores de
engenho revoltaram-se contra a brusca
diminuição do preço do açúcar e do
pagamento dos juros das dívidas que
acumularam junto à Companhia das Índias
Ocidentais. Em 1645, iniciou-se conflitos
generalizados que ficaram conhecidos
como Insurreição Pernambucana.
Senhores de Engenho e suas tropas, índios
potiguares e negros forros ou mesmo
escravizados lutaram contra os holandeses e os
derrotaram em 1654 na Batalha dos Guararapes
que possibilitou a tomada de Olinda e Recife,
garantindo a expulsão definitiva dos holandeses
do Brasil.
Em 1648, uma esquadra que partiu do Rio de
Janeiro, liderada por Salvador Correa de Sá
partiu para Angola e conseguiu conquistar
Luanda do domínio holandês.
Batalha dos Guararapes: utilizada como evento para o
nacionalismo brasileiro no século XIX e XX. Ex-voto, século XVII.
Em 1661, Portugal e Holanda assinam um tratado de
paz, em que a Holanda reconhece a perda dos
territórios e garante uma indenização de 4 milhões de
cruzados.
Embora a União Ibérica tenha representado a
submissão de Portugal à Espanha, para a América
portuguesa representou a extinção do Tratado de
Tordesilhas e a expansão da presença luso-brasileira
pelo interior da América do Sul. Tal território foi
reconhecido pela Espanha a partir do Tratado de
Madri, que garantiu a Portugal grande parte dos
territórios ocupados devido ao princípio do direito
romano do Utti Possedis, isto é, quem usa de fato, usa
de direito.

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