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DM Amvm 1997

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UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA

INSTITUTO SUPERIOR DE ECONOMIA E GESTÃO

MESTRADO EM GESTÃO E ESTRATÉGIA INDUSTRIAL

ESTRUTURAS DE MERCADO. DIMENSÃO

DAS FIRMAS E INVESTIGAÇÃO &

DESENVOL VIMENTO

ANA MARGARIDA VIEIRA MOURAZ

ORIENTADOR: DOUTOR ANTÓNIO JOSÉ DE CASTRO GUERRA

CONSTITUIÇÃO DO JURÍ:
DOUTOR ANTÓNIO JOSÉ DE CASTRO GUERRA
DOUTORA ANA MARIA BARANANO MARTINEZ
DOUTOR MANUEL FERNANDO CILIA DE MIRA GODINHO

NOVEMBRO/97
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UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA

INSTITUTO SUPERIOR DE ECONOMIA E GESTÃO

ESTRUTURAS DE MERCADO. DIMENSÃO

DAS FIRMAS E INVESTIGAÇÃO &

DESENVOL VIMENTO

ORIENTADOR: DOUTOR ANTÓNIO JOSÉ DE CASTRO GUERRA

CONSTITUIÇÃO DO JURÍ:
DOUTOR ANTÓNIO JOSÉ DE CASTRO GUERRA
DOUTORA ANA MARIA BARANANO MARTINEZ
DOUTOR MANUEL FERNANDO CÍLIA DE MIRA GODINHO
C&T Ciência e Tecnologia

CAD/CAM Computer Aided Design/Computer Aided Manufacturing

CAE Classificação das Actividades Económicas

CIM Computer Integrated Manufacturing

FMS Flexible Manufacturing System

GE(s) Grande(s) Empresa(s)

I&D Investigação e Desenvolvimento

I&DT Investigação e Desenvolvimento Tecnológico

I,D&D Investigação, Desenvolvimento e Demonstração

PEDIP II Programa Estratégico de Dinamização e Modernização da


Indústria Portuguesa

PEDIP Programa Específico de Desenvolvimento da Indústria Portuguesa

PIB Produto Interno Bruto

PITIE Programa Integrado de Tecnologias de Informação e Electrónica

PME(s) Pequena(s) e Média(s) Empresa(s)

PRODIBE Programa para o Desenvolvimento das Indústrias de Bens


de Equipamento

SCT(s) Sistema(s) Científico(s) e Tecnológico(s)

SINPEDIP Sistema de Incentivos Financeiros do PEDIP

TI Tecnologias da Informação

TIE Tecnologias da Informação e Electrónica


ÍNDICE

0. Resumo 13

1. Introdução 15

11. Progresso tecnológico e Investigação e Desenvolvimento como


factores de competitividade 19

III. Progresso tecnológico, Investigação e Desenvolvimento e estruturas


de mercado

III.l. Impacto do desenvolvimento tecnológico sobre as cinco


forças competitivas 26

III.2. Estruturas de mercado e desenvolvimento tecnológico 36

IIL3. Progresso tecnológico e dimensão das firmas 48

III.4. Dimensão das empresas e a problemática relativa ao


financiamento da inovação tecnológica 67

IV. Análise e caracterização das empresas e dos projectos apoiados no


âmbito do Sistema de Incentivos Financeiros à Investigação e Desenvolvimento
Tecnológicos do PEDIP I (SINPEDIP, PITIE,
PRODIBE, Reestruturação do Sector da Fundição)

IV. 1. Enquadramento do estudo de empresas e caracterização da


metodologia de análise

IV.1.1. Objectivos do estudo 75

IV.1.2, Enquadramento das Medidas de Apoio à ID&T no


âmbito do PEDIP I 83

IV.1.3. Caracterização da metodologia 86

rV.1.4. Caracterização das vertentes e das variáveis


de análise 88

- 3 -
rV.2. Enquadramento e caracterização dos promotores e dos projectos no
âmbito do Sistema de Incentivos Financeiros à ID&T do PEDIP 93

IV.3. Vectores de análise; y\

U Ti
IV.3.1. Vertente Empresas
V/
rV.3.1.1. Dimensão 97

IV.3.1.2. Estrutura da propriedade/controlo do capital .. 100

rV.3.1.3. Localização geográfica 102

rV.3.1.4. Níveis de Autonomia Financeira 105

rV.3.1.5. Vocação exportadora 107

rV.3.2. Vertente Indústria

rV.3.2.1. Sectores de actividade (CAEs) 109

rV.3.3. Vertente Actividades de ID&T (projectos)

rV.3.3.1. Áreas tecnológicas dos projectos 112

rV.3.3.2. Entrosamento com entidades do Sistema


Científico e Tecnológico nacional 121

rV.3.3.3. Financiamento dos projectos 124

rV.3.3.4. Apoio tecnológico prestado por entidades


estrangeiras *. 127

IV.3.3.5. Caracterização geral dos investimentos 127

IV.4. Variáveis explicativas dos níveis de investimento das empresas


em ID&T no PEDIP I - Análise de correlações 127

V. Conclusões 130

VI. Bibliografia 131

VIL Anexos

VII.l. Questionário base e respectivas notas e observações 137

VIL2. Classificação das actividades económicas por ramos de


actividade (CAE) - Revisão 1 142

VIL3. Quadros 144


. 4 -
LISTA DE QUADROS

1. Gastos domésticos em I&D 145

2. Taxas de crescimento anuais dos gastos em I&D 145

3. Gastos em I&D "per capita" 146

4. Peso dos gastos em I&D no Produto Interno Bruto 146

5. Despesas nacionais das empresas em I&D 147

6. Peso da I&D desenvolvida por empresas nos gastos totais em I&D 147

7. Peso da I&D desenvolvida pelas Universidades nos gastos totais


em I&D 148

8. Peso da I&D desenvolvida pelo Estado nos gastos totais em I&D 148

9. Peso da I&D desenvolvida por Entidades Privadas Sem Fins


Lucrativos nos gastos totais em I&D 149

10. Taxas de crescimento anuais das despesas nacionais das empresas


em I&D 149

11. Peso das despesas nacionais das empresas em I&D no Produto .


Interno Bruto 150

12. Percentagem das despesas das empresas em actividades de I&D


financiadas pela indústria 150

13. índice de dependência tecnológica relativamente ao exterior 151

14. Percentagem das despesas das empresas em actividades de I&D


nas indústrias eléctrica e electrónica 151

15. Intensidade em I&D em diversas indústrias no ano de 1993 (peso dos


gastos em I&D nas Vendas) 152

16. Caracterização geral das candidaturas 153

- 5 -
17. Caracterização geral dos projectos concluídos no âmbito dos
diversos Programas de Apoio inseridos no Sistema de
Incentivos Financeiros à ID&T do PEDIP 154

18. Caracterização dos projectos concluídos no âmbito dos Programas


de Apoio inseridos no Sistema de Incentivos Financeiros à ID&T do
PEDIP de acordo com a dimensão e antiguidade dos promotores 155

19. Caracterização genérica das empresas promotoras de acordo com a


sua dimensão e tempo de vida 156

20. Distribuição do número de projectos de acordo com a dimensão das


empresas controlo do capital e dimensão dos projectos 157

21. Dimensão das empresas e sua distribuição geográfica 158

22. Caracterização das empresas de acordo com a sua dimensão,


controlo do capital e níveis de Autonomia Financeira 159

23. Internacionalização e dimensão das empresas 160

24. Dimensão das empresas, controlo do capital e distribuição


sectorial das suas actividades económicas 161

25. Distribuição sectorial das actividades económicas, dimensão das


empresas e dimensão dos projectos apoiados 164

26. Localização das empresas e sua distribuição sectorial 166

27. Distribuição sectorial das actividades económicas e origem do capital.... 169

28. Dimensão das empresas e áreas tecnológicas dos projectos 170

29. Dimensão das empresas, controlo do capital e áreas tecnológicas


dos projectos 171

30. Distribuição geográfica das empresas e áreas tecnológicas dos


projectos 172

31. Distribuição sectorial das actividades económicas das empresas


e áreas tecnológicas dos projectos 174

32. Areas tecnológicas dos projectos e controlo do capital das empresas 175

- 6 -
? ' ■»
33. Distribuição do número de projectos por áreas tecnológicas, v
dimensão das empresas e dimensão dos projectos 176

34. Dimensão das empresas, controlo do capital e nível de colaboração


com entidades do SCT nacional 177

35. Areas tecnológicas dos projectos e nível de colaboração com entidades


do SCT nacional 178

36. Distribuição geográfica das empresas e nível de colaboração com


entidades do SCT nacional 179

37. Distribuição sectorial das actividades económicas das empresas


e nível de colaboração com entidades do SCT nacional 180

38. Dimensão das empresas, controlo do capital e modo de financiamento


dos projectos 181

39. Caracterização da composição dos investimentos considerados na


análise das candidaturas 182

40. Tabela de correlações - Variáveis explicativas dos níveis de


investimento das empresas em ID&T no PEDIP I 183

_ 7 _
LISTA DE GRÁFICOS

1- Número total de inovações e número de inovações por milhões de


empregados nos Estados Unidos da América em 1992 53

2. Evolução dos gastos portugueses em I&D 76

3. Gastos em I&D yg

4. Taxas de crescimento anuais dos gastos em I&D 77

5. Gastos em I&D "per capita" 77

6. Peso dos gastos em I&D no Produto Interno Bruto 78

7. Distribuição dos gastos em I&D pelas diversas entidades promotoras .... 79

8. Peso da I&D desenvolvida por empresas nos gastos totais em I&D 79

9. Peso da I&D desenvolvida pelas Universidades nos gastos totais


em I&D qq

10. Peso da I&D desenvolvida pelo Estado nos gastos totais em I&D 80

11. Peso da I&D desenvolvida por Entidades Privadas Sem Fins


Lucrativos nos gastos totais em I&D 80

12. Peso das despesas das empresas em I&D no Produto Interno


Bruto gl

13. Peso das despesas das empresas em actividades de I&D financiadas


pela indústria 02

14. índice de dependência tecnológica relativamente ao exterior (patentes


registadas por não residentes / patentes registadas por residentes) 82

15. Caracterização dos projectos 94

16. Evolução anual da situação dos projectos 94

Q
17. Caracterização dos projectos apoiados por Programas de Apoio 95

18. Caracterização dos promotores apoiados e dos projectos


comparticipados de acordo com a dimensão das empresas 96

19. Caracterização dos promotores de acordo com a dimensão


das empresas 97

20. Distribuição do número de projectos de acordo com a dimensão


das empresas 98

21. Caracterização dos investimentos médios dos projectos por


dimensão e antiguidade das empresas 98

22. Caracterização dos investimentos médios por projecto e por


empresa de acordo com a sua dimensão 100

23. Distribuição do número de projectos por tipo de controlo do capital


das empresas 101

24. Caracterização do investimento de acordo com o tipo de controlo do


capital das empresas 101

25. Distribuição percentual das empresas por escalões de Autonomia


Financeira de acordo com a sua dimensão 106

26. Distribuição percentual das empresas por escalões de Autonomia


Financeira de acordo com a origem do controlo do seu capital 107

27. Caracterização das empresas de acordo com a sua dimensão e o seu


nível de exportações 108

28. Distribuição dos projectos de acordo com a dimensão e o nível de


exportações das empresas 108

29. Distribuição das empresas de acordo com as suas CAEs 110

30. Distribuição do investimento de acordo com as CAEs das empresas 111

31. Distribuição das empresas por áreas tecnológicas dos projectos 114

32. Distribuição dos projectos por áreas tecnológicas 114

33. Distribuição do investimento por áreas tecnológicas 115

34. Níveis de investimento médio por empresa e por projecto de


acordo com as diversas áreas tecnológicas dos projectos 113
35. Caracterização da área das Tecnologias de Informação no âmbito
dos apoios atribuídos à ID&T no PEDIP I 117

36. Número médio de projectos por empresa na área das Tecnologias


de Informação 117

37. Caracterização do nível médio de investimentos na área das


Tecnologias de Informação 118

38. Caracterização do investimento por áreas tecnológicas dos


projectos nas empresas detidas maioritariamente pelo exterior 118

39. Caracterização do investimento por áreas tecnológica dos projectos


nas empresas detidas maioritariamente por agentes
económicos nacionais 119

40. Caracterização do número de projectos por escalões de


investimento nas áreas tecnológicas avançadas 120

41. Caracterização do número de projectos por escalões de


investimento nas áreas tecnológicas não consideradas avançadas 120

42. Peso dos encargos com a colaboração de entidades do SCT


nacional nas diversas áreas tecnológicas 123

43. Custo médio por projecto dos encargos com a colaboração de


entidades do SCT nacional : 124

44. Caracterização do financiamento dos projectos de acordo com o


tipo de controlo do capital 125

45. Caracterização do financiamento dos projectos de acordo com a


dimensão das empresas 126

i r\
LISTA DE FIGURAS

1. Cadeia de valor 20

2. Modelo das 5 forças competitivas de Porter 27

3. O financiamento da inovação: gestão dos riscos industriais 72

4. Estádios genéricos do circuito de apuramento dos investimentos e


dos incentivos reais no PEDIP 87

5. Distribuição geográfica das empresas apoiadas 103

6. Distribuição geográfica dos investimentos efectuados 103


AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer ao Prof. Doutor António Castro Guerra e a

todos quantos me incentivaram e entusiasmaram no sentido de

concluir o presente trabalho.


RESUMO

Actualmente assiste-se a um grande enfoque sobre a problemática relativa à

competitividade das indústrias e à criação e sustentabilidade de vantagens

competitivas por parte das empresas, em que os denominados factores dinâmicos

(inovação, design, distribuição, I&D, etc.) se assumem determinantes.

Neste contexto, a I&DT assume especial relevo dado o seu poder reestruturante

sobre as indústrias e capacidade de influênciar a competitividade das empresas,

nomeadamente através da criação e manutenção de barreiras à entrada, à saida ou

simplesmente da sua erosão ou destruição.

Verificando-se actualmente a incidência de uma atenção crescente sobre os

mecanismos propulsores do progresso do conhecimento e sobre a sua cada vez mais

célere difusão, particularmente nas novas áreas tecnológicas, procura-se com o

presente trabalho analisar as reciprocidades existentes entre a inovação tecnológica

e a estrutura das indústrias, abordando mais profundamente as questões

suscitadas pela dimensão das empresas, e reflectir sobre a aptência do nosso tecido

empresarial para incorporar e dinamizar a procura de factores tecnológicos.

Consistindo o PEDIP no mais importante e abrangente instrumento da política

indústrial portuguesa dos últimos anos, torna-se imperioso reflectir sobre a sua

actuação no aprofundamento das valência tecnológicas das empresas e analisar

como estas recorreram a este Programa de Apoio para concretizarem as suas

estratégias de ID&T. Assim, no capítulo IV apresenta-se um estudo que visa

caracterizar e conhecer quais as empresas, os projectos e as indústrias apoiadas no

âmbito das Medidas de Apoio à I&DT do PEDIP, no qual será dado particular

destaque à dimensão das empresas promotoras.

Palavras-chave:
- Competitividade - Investigação & Desenvolvimento
- Inovação - Progresso
- Tecnologia
SUMMARY

Today there^ a great deal of concern about industries' competitivity and firms'

sustainable competitive advantages, in which the so called dynamic factors

(innovation, design, distribution channels, research and development, and

others) are assuming a determinant position. Thats why it is so important to

analyse competition and how industries are stuctured.

Technological research and development, in response to its influence on

industries' structure and on firms' competitivity, is becoming more important

in determining their success.

This work pretends to analyse the existing reciprocities between technological

innovation, investments in research and development and industrial structures,

focusing particularly on firms' dimension, and presenting an empirical study

about portuguese industry and its capacity to make use of advanced technologies.

PEDIP was the most important instrument of the recent portuguese industrial

policy. So, the present work pretends to analyse how firms looked forward to this

Program to financially support their research and development strategies. In

chapter IV we present an empirical study, and their conclusions, that

caracterizes those firms, in which will be given special attention to their

dimension.

Key-words

- Competitivity - Research and development

- Innovation - Progress

- Technology

- 14 -
I. INTRODUÇÃO

Face à globalização, ao dinamismo e à incerteza crescentes que caracterizam

actualmente o ambiente empresarial, a palavra-chave é cada vez mais

competitividade. Deste modo, a criação e sustentabilidade de vantagens

competitivas dinâmicas tornou-se no elemento determinante do sucesso, ou não,

de qualquer organização.

É neste contexto que se tem desenvolvido uma visão sistémica de empresa

passando esta a ser vista como um organismo que age e responde ao seu meio

envolvente, o qual é também por ela influenciado. Esta interacção permanente é

caracterizada actualmente por um dinamismo e por uma diversidade crescentes

que conduzem a que o sucesso das empresas esteja cada vez mais dependente da

adopção de estratégias pró-activas tendo em vista antecipar e preparar a tomada

de decisão face à diversidade e incerteza da sua envolvente. Assim, a

consciêncialização de que uma organização não é mais do que um organismo

vivo possibilita a identificação das seguintes três áreas de actuação empresarial

que cada vez mais se afiguram prioritárias para o seu sucesso:

Informação (no que respeita à recolha, tratamento e difusão da

informação);

Recursos humanos; e

- Inovação.

Estes novos desafios que se colocam à actividade empresarial constituem não só

constrangimentos mas principalmente oferecem novas oportunidades de

desenvolvimento.
A problemática relacionada com questões inerentes à integração da inovação na

orgânica da empresa foi desde muito cedo alvo do pensamento económico.

Contudo, estas matérias assumem actualmente especial acuidade e

abrangência e inovar passou a ser um termo com um significado muito lato.

Assim, pode-se inovar em termos de mercados, produtos, tecnologias, gestão de

recursos humanos, comercialização, design, processos de fabrico, informação,

canais de distribuição, etc. Por outro lado e dadas as características sistémicas

da actividade inovatória, inovar numa determinada área organizacional vai ter

reflexos mais ou menos intensos nas restantes. Deste modo, as questões

inerentes à gestão da inovação têm vindo a adquirir uma grande pertinência e

uma crescente complexidade.

A inovação tecnológica e, particularmente, a investigação e desenvolvimento

(I&D) de novos produtos ou processos produtivos tornaram-se preocupações não

só da empresa como também das nações e das novas regiões económicas, sendo

um dos pilares base da actual política industrial nacional e comunitária pois,

em virtude da globalização crescente das economias, têm vindo a assumir um

papel determinante na competitividade internacional com reflexos na criação de

riqueza e no desenvolvimento.

Diversos aspectos contribuiram para o actual recrudescimento do papel da I&D

como motor do crescimento e do desenvolvimento económico, sendo de salientar

os seguintes:

- Globalização dos mercados e dos diversos factores de produção;

- Aumento da incerteza e da diversidade na tomada de decisões;

- Ascenção de uma nova orientação estratégica virada para o cliente;

- Aumento da rivalidade entre empresas e do seu dinamismo;

- Aumento do rendimento "per capita" originando novos padrões de

consumo, os quais se apresentam cada vez mais exigentes, requerendo

uma oferta cada vez mais personalizada e de qualidade;


- Aumento da complexidade tecnológica incorporada nos processos/produtos,

com o consequente incremento dos custos da inovação.

- Criação de novos espaços económicos a nível internacional;

- Redução dos custos de transporte a nível nacional e internacional que

possibilitou o alargamento dos mercados, o qual foi impulsionado através

da maior fragilidade das fronteiras nacionais;

- Aumento dos custos de oportunidade pelo não acompanhamento dos

desenvolvimentos tecnológicos devido à crescente intensificação da

concorrência;

- Aumento da complexidade das estratégias das firmas;

- Redução do custo da informação e do seu tratamento e diminuição

acentuada do seu tempo de processamento;

- Difusão multi-sectorial das novas tecnologias de comunicação e electrónica

(TIE);

- Preocupações crescentes da opinião pública com questões sociais e

ambientais;

- Desenvolvimento de novas formas de organizar a produção e de novas

tecnologias de fabrico que possibilitam a obtenção de economias de gama,

ou seja, sem prejuízo de economias de escala;

- Esgotamento do antigo paradigma técnico-económico e aparecimento de

um outro assente nas novas tecnologias da informação, comunicação e

eléctrónica;

- Recrudescimento de problemas e preocupações à escala mundial ao nível

das questões ambientais, do nuclear, da problemática do

subdesenvolvimento, etc., e reforço da cooperação internacional em vários

domínios;

- Importância crescente da lógica da criação de valor em detrimento da

concorrência com base no preço (nova filosofia assente na procura em vez

da antiga baseada na oferta);

- Destaque crescente para a criação de indústrias concorrênciais à escala

mundial.
Sendo a competitividade determinada pelo comportamento das organizações,

importa analisar quais as estruturas das indústrias potencializadoras do

desenvolvimento da inovação e do progresso tecnológico, e ponderar sobre quais

as condicionantes internas e externas às empresas que conduzem ao seu maior

envolvimento em actividades de I&D.

Assim, assume especial acuidade analisar como se tem desenvolvido

actualmente o pensamento económico sobre os aspectos mais relevantes

associados à problemática que procura relacionar a estrutura das indústrias

com o progresso tecnológico e o empenhamento das empresas em actividades de

I&D, bem como identificar quais as potencialidades que o tecido industrial

nacional apresenta e tem desenvolvido nesta área que viabilizem a prossecução e

a implementação de uma política industrial potencializadora não só do desejado

crescimento económico mas principalmente do desenvolvimento sustentado da

economia e da sociedade portuguesa.

Por último, em virtude da emergência de um novo paradigma técnico-

económico, torna-se crucial o desenvolvimento de novas competências em áreas

novas e tecnologicamente avançadas e analisar como se está a processar a

internalização na actividade produtiva dos mais recentes avanços tecnológicos,

de modo a podermos acompanhar o ritmo acelerado de mudança, característico

da viragem para o século XXI nas economias mais desenvolvidas.


II. PROGRESSO TECNOLÓGICO E I&D COMO FACTORES
DE COMPETITIVIDADE

Os anos 80 caracterizam-se, antes de mais, pela percepção do grande impacto

que os fenómenos externos apresentam nas firmas e na estrutura e

atractibilidade das indústrias. Esta perspectiva sistémica e contingencial da

economia e da actividade dos diversos agentes económicos encontra-se bem

patente na Teoria do Caos segundo a qual as ondas de choque causadas pelo facto

de uma simples mosca a voar podem causar um grande acidente numa região

bastante distante. Se esta Teoria nos parece um pouco excessiva ela, contudo,

ilustra bem a incerteza que caracteriza actualmente o exercício de qualquer

actividade económica.

Assim, nos últimos anos desenvolveu-se uma nova abordagem do desempenho

das firmas que assenta basicamente na valorização da análise da sua envolvente

e na análise concorrencial. Deste modo, os aspectos ligados à análise dos

sectores, dos "clusters", das vantagens competitivas das firmas e da

identificação e descrição do comportamento dos intervenientes nas cinco forças

competitivas existentes numa indústria identificadas por Porter (1985)

(concorrentes actuais, concorrentes potenciais, compradores, fornecedores e a

existência de produtos substitutos) têm-se assumido actualmente determinantes

do sucesso das firmas e das indústrias e, consequentemente, da "performance"

de um país ou região.

Por outro lado, a actuação das empresas tem sido marcada por um rápido

aumento da concorrência, a qual se trava cada vez mais a nível internacional, e

deixou de fazer sentido encarar a gestão segundo uma óptica de produção.

Actualmente, uma empresa para ser competitiva não pode descurar o mercado,

não só porque este se tornou mais exigente e dinâmico como, também, devido ao
aumento da concorrência que cada vez mais se desenvolve a nível mundial. É o

mercado que selecciona e premeia os produtos/serviços e as empresas que são

bem sucedidas e, assim sendo, estas têm de procurar as suas oportunidades

estratégicas de desenvolvimento no próprio mercado através da identificação e

satisfação atempada das necessidades e requisitos da procura.

Por outro lado, é o mercado que, cada vez mais, serve de referência para

estabelecer os preços e determinar a posição competitiva das firmas a a

atractividade das indústrias (a qual se pode avaliar através do nível de

remuneração dos capitais investidos).

Fig. 1 - Cadeia de Valor

Infraestrutura da empresa
(financiamento, planeamento,...) H
a
g *
-d Gestão de Recursos Humanos
SB &
-d
Desenvolvimento Tecnológico e
H
Abastecimento/Compras

Logística Logística Marketing Serviço ft


Fabricação e Pós
externa Venda G
interna Vendas
6
n

Actividades primárias

Tecnologia Concepção Produção Marketing Distribuição Serviço

Fonte: Porter, Michael, "Competitive Advantage - Creating and Sustaining


Superior Performance" (1985), pp 46-47

Assim, a cadeia de valor de uma firma representa o valor total que é criado nas

diversas actividades desempenhadas acrescidas da margem da empresa. A

- 20 -
diferença entre o valor criado, o qual deverá ser necessariamente perceptível

pelos consumidores e corresponder às suas exigências, e os custos em que a

firma incorre determina o seu lucro e, deste modo, a sua rendibilidade e a dos

capitais investidos.

Segundo Porter (1985) as actividades que estão na origem da criação de valor

para os compradores dividem-se em actividades de suporte e primárias.

Enquanto que as últimas representam todas as actividades directamente

relacionadas com a criação dos produtos/serviços, as primeiras alimentam as

actividades primárias disponibilizando os diversos "inputs" necessários ao

processo global, ou seja, às actividades primárias e às restantes actividades de

suporte.

E de salientar que o modo como as diversas actividades são desenvolvidas e se

encontram interligadas condiciona e determina a forma como as firmas se

apresentam ao mercado e, deste modo, as vantagens competitivas de cada uma.

Assim, ao identificar qual a melhor estratégia a prosseguir, após inventariação

das oportunidades e ameaças da sua envolvente e identificação dos pontos fortes

e fracos da empresa, esta deverá organizar as diversas actividades da sua cadeia

de valor de modo a poder implementar eficazmente a estratégia delineada. Deste

modo, os factores críticos do sucesso de uma empresa, os quais estão na essência

das suas vantagens competitivas, dependem do modo como estas actividades são

desenvolvidas e interagem.

É neste contexto que sobressai a importância da tecnologia e do desenvolvimento

tecnológico pois, sendo uma das actividades de suporte da cadeia de valor de

uma firma, podem desempenhar um papel de superior relevo na

sustentabilidade de vantagens competitivas determinantes do seu sucesso e no

modo como a indústria se encontra estruturada, condicionando a

competitividade quer ao nível da empresa quer da indústria, e influenciando

decisivamente a atractividade dos mercados.


Importa, contudo, reflectir sobre o que se entende por tecnologia uma vez que

quotidianamente nos defrontamos com definições mais ou menos latas e

abrangentes. Deste modo e de uma forma relativamente sintética, o conceito de

tecnologia utilizado no âmbito do presente estudo refere-se ao conjunto de

conhecimentos de cariz científico aplicáveis na concepção, produção e melhoria

de produtos e serviços.

Em termos mais abrangentes a tecnologia está presente em todas as actividades

da cadeia de valor pois encontra-se incorporada nos equipamentos, nos

processos produtivos, nos meios de comercialização e transporte, no design dos

produtos ou dos locais de consumo dos serviços, nas técnicas de gestão e

aprovisionamento, etc.

Assim, a firma é o reflexo do vasto leque de tecnologias utilizadas desde a

aquisição dos "inputs", passando pela produção, até ao serviço pós-venda, as

quais podem ser pouco elaboradas e exigentes do ponto de vista dos

conhecimentos técnicos e científicos incorporados ou fazer recurso aprofundado

de uma ou de várias áreas do conhecimento. Assim, o importante é identificar

quais as melhores escolhas tecnológicas, ou seja, as que permitem obter

vantagens competitivas relevantes, independentemente do nível de

conhecimentos que integram ou que exigem uma vez que, em muitos casos,

modestos progressos da técnica conduzem a grandes oportunidades e benefícios

competitivos sem as firmas incorrerem em riscos ou suportarem investimentos

muito elevados.

Contudo, uma determinada tecnologia, bem como as suas interligações, quer

dentro da firma quer com os agentes económicos situados a montante e a

juzante, pode ser preponderante na cadeia de valor de uma empresa e

desempenhar uma função determinante na aquisição e manutenção de

vantagens competitivas.
No entanto, apesar das tecnologias existentes num dado momento se revelarem

poderosos propulsores e condicionadores do sucesso das firmas, a

sustentabilidade das vantagens competitivas que lhes estão associadas apenas

ocorrerá se o progresso tecnológico constituir uma aposta sistemática e

quotidiana das empresas, uma vez que a própria tecnologia serve para erodir e

destruir as vantagens das empresas concorrentes e os constantes

desenvolvimentos tecnológicos que se vão registando ao longo do tempo vão

conduzindo ao obsoletismo tecnológico dos agentes económicos que não se

actualizem.

Assim, o acomodamento ou a inércia das empresas relativamente ao

desenvolvimento de inovações de carácter tecnológico que lhes assegurem uma

posição privilegiada relativamente às restantes concorrentes, ou simplesmente o

não acompanhamento dos desenvolvimentos tecnológicos ocorridos ao nível da

sua envolvente externa que se poderão reflectir na competitividade da própria

firma (por exemplo os desenvolvimentos ao nível das Tecnologias da Informação

reílectem-se sobre todas as áreas do conhecimento e sobre todas as actividades

económicas), constituem um factor fundamental da perca de competitividade de

muitas empresas.

A análise das implicações no plano económico dos diversos desenvolvimentos

tecnológicos ocorridos desde a Revolução Industrial mostra claramente a

importância das suas repercussões. Assim, pode-se identificar a existência de

vários ciclos económicos de longa duração (Ciclos Kondratieff) cujas

características dominantes dependem das tecnologias predominantes e da fase

do ciclo de vida em que estas se encontrem, dando origem ao que Kuhn (1970)

designou de "progresso através das revoluções científicas" pois estas estão na

essência dos diversos ciclos económicos.


Caracostas (1994) refere Shumpeter o qual defendeu que o desenvolvimento

económico é condicionado pela ocorrência de grandes inovações com impacto ao

nível das diversas estruturas económicas as quais, através de um complexo

processo de adaptação, dão origem aos movimentos cíclicos de grande duração

acima referidos. De acordo com o autor, as grandes inovações apresentam duas

características fundamentais: tendem a concentrar-se em determinados

sectores e não aparecem de forma isolada mas organizam-se em "cachos de

inovações", os quais aparecem de forma descontínua.

Shumpeter identificou a existência de três grandes ciclos técnico-económicos: o

primeiro coincide com a Revolução Industrial (1789-1812), o segundo é

referenciado com o desenvolvimento dos caminhos de ferro e baseia-se na

metalurgia (1842-1894) e no último sobressaem os progressos registados ao nível

da electricidade, da química e dos motores de explosão (1898-1939).

Mais recentemente, as tecnologias de informação e eléctrónica têm vindo a

assumir uma grande preponderância, consistindo, para muitos autores, na

essência de um novo paradigma técnico-económico, o qual se encontra

actualmente, ainda, numa fase de desenvolvimento.

Apesar desta temática não se afigurar relevante no contexto da presente

dissertação importa, no entanto, assinalar a existência de uma certa saturação

das tecnologias fundamentais associadas ao paradigma técnico-económico

vigente (a qual se reflecte ao nível da rendibilidade, do emprego, do crescimento

económico das empresas e da cada vez maior escassez de novas oportunidades

de negócio em virtude de se ter atingido a fase de maturidade (ou declíneõ) das

tecnologias associadas ao paradigma existente cujas possibilidades se

encontram bastante exploradas, e a emergência de outro assente nas tecnologias

de informação, comunicação e electrónica as quais, segundo diversos autores,

ainda se encontram numa fase inicial do seu desenvolvimento.


Este novo impulso em termos económicos cujo impacto se fará sentir ao nível das

diversas indústrias, áreas do conhecimento e mesmo em termos sociais (por

exemplo através do teletrabalho e da exigência de novos perfis profissionais

detentores de outros tipos de conhecimentos/habilitações capazes de responder a

novas solicitações em termos de capacidades analíticas e lógicas, o que torna

cada vez mais premente a reformulação dos sistemas de educação e formação

profissional) suscita novas preocupações e apostas por parte dos poderes públicos

e das empresas e deter conhecimentos tecnológicos avançados nessas áreas

tomou-se um imperativo da competitividade.

E neste contexto de acelerada mudança que o desenvolvimento tecnológico, o qual

incorpora a Investigação e Desenvolvimento (I&D) de novos produtos ou

processos, desempenha um papel crucial quer no que respeita à vantagem

competitiva da firma, afectando qualquer actividade da sua cadeia de valor, quer

relativamente à competitividade e atractividade dessas indústrias, assunto que

será abordado no ponto seguinte.

Segundo Porter (1985) o desenvolvimento tecnológico só será um motor gerador

de novas oportunidades e ameaças se actuar sobre a alteração de uma ou várias

vantagens competitivas reflectindo-se ao nível do custo ou da diferenciação dos

produtos ou serviços, ou seja, se abrir novas oportunidades de desenvolvimento

da firma ao nível das estratégias genéricas identificadas pelo autor (baixo custo,

diferenciação e focalização).

Deste modo, para a empresa não se dispersar e concentrar recursos no que é

realmente relevante, Porter (1985) defende que a firma só deverá desenvolver

tecnologias que permitam desenvolver ou consolidar as estratégias definidas, ou

seja, que contribuam para a obtenção de vantagens ao nível do custo ou da

diferenciação, concentrando-se, deste modo, em melhorar o seu desempenho

nas actividades da cadeia de valor que proporcionem maiores benefícios

competitivos.
IIL PROGRESSO TECNOLÓGICO, I&D E
ESTRUTURAS DE MERCADO

III. 1. Impacto do desenvolvimento tecnológico e da tecnologia sobre as

cinco forças competitivas

A tecnologia tornou-se numa variável fulcral para a competitividade das

empresas, sendo considerada em algumas indústrias, como por exemplo nas

áreas das tecnologias da informação e electrónica, biotecnologia e ciências da

vida, como o vector principal do seu desenvolvimento sustentado. Assim,

importa reflectir não só sobre como as empresas podem endogeneizar as

recentes transformações tecnológicas e sobre quais as culturas empresariais que

possibilitam tirar o maior partido do desenvolvimento tecnológico, mas também

sobre quais os efeitos que esse mesmo progresso tem sobre o modo como as

indústrias se encontram estruturadas, uma vez que a mudança tecnológica pode

constituir um importante motor da alteração das regras competitivas e da

atractividade das indústrias.

Nem todo o progresso tecnológico se afigura relevante na modificação da

estrutura da indústria. Assim, apenas importa considerar aquele que actua

sobre os factores competitivos podendo, deste modo, afectar a situação

competitiva de uma firma ou a atractividade de uma indústria melhorando-as

ou reduzindo-as.

O progresso tecnológico interfere sobre a estrutura da indústria de várias

formas, podendo alterar a posição competitiva das firmas ou conduzir ao

aparecimento/desaparecimento de algumas firmas ou indústrias, aumentando

ou reduzindo a dimensão média das firmas, favorecendo situações de

monopólio/oligopólio ou permitindo a multiplicação do número de empresas ou,


simplesmente, condicionando a rendibilidade de uma indústria ou alterando os

seus limites.

O Modelo das Cinco Forças Competitivas desenvolvido por Porter (1980)

apresenta-se como um instrumento muito útil na análise dos efeitos do

desenvolvimento tecnológico sobre a estrutura de uma indústria. Assim,

identifica cinco tipos de entidades externas à própria firma mas cujo

comportamento condiciona ou cria oportunidades de desenvolvimento da sua

actividade, contribuindo, deste modo, para a evolução e modificação das

indústrias: fornecedores, clientes, produtos substitutos, concorrentes potenciais

e actuais concorrentes.

Fig. 2 - Modelo das Cinco Forças Competitivas de Porter

Concorrentes potenciais
(ameaça de novos concorrentes)

Concorrentes actuais
Fornecedores Clientes
(poder negocial) (poder negocial)
Rivalidade/Nível Competitivo

Produtos substitutos
(ameaça de novos produtos)

Fonte: Porter, Michael, "Competitive Strategy - Techniques for Analyzing


Industries and Competitors"; 1980, pp 4

Novamente, subjacente a este Modelo encontra-se uma perspectiva sistémica,

uma vez que uma modificação no comportamento de uma firma pode implicar

ajustamentos ou alterações nas outras pertencentes não só à cadeia de valor da

indústria a que pertence como, também, em qualquer uma das cinco forças

competitivas identificadas. Assim, uma vez que o progresso tecnológico é um

poderoso veículo do desenvolvimento e da implementação da estratégia das

empresas, condicionando de forma decisiva o tipo e a intensidade das suas

- 27 -
vantagens competitivas, pode ser uma ferramenta determinante do modo como a

indústria se encontra estruturada e evolui. Esta situação decorre da influência

da sua actuação sobre cada uma das forças identificadas fazendo-a repercutir

nas restantes afectando, por exemplo, as economias de escala, a diferenciação de

produtos/serviços, possibilitando ou impedindo novas interligações entre os

diversos intervenientes, aumentando ou reduzindo as barreiras à entrada ou à

saida da indústria ou criando novas oportunidades e alterando as vantagens

competitivas consideradas relevantes.

Diversos aspectos actuantes sobre as cinco forças competitivas e inerentes ao

desenvolvimento tecnológico e à tecnologia apresentam-se determinantes da

maneira como a indústria se encontra estruturada:

Concorrentes potenciais

A entrada de novos concorrentes pode alterar a atractividade de uma indústria

e, consequentemente, a rendibilidade das firmas existentes não só porque o

mercado fica mais espartilhado, o que se pode reflectir ao nível do aumento da

concorrência, de uma maior pressão sobre os preços e de ser cada vez mais

difícil estabelecer acordos entre as empresas para garantir uma concorrência

saudável ou partilhar benefícios, como também porque o potencial entrante pode

reduzir as vantagens competitivas das firmas existentes através da inovação

tecnológica. Neste caso, o progresso tecnológico afigura-se como um mecanismo

eficaz para combater as dificuldades relativas ao facto de se entrar mais tarde

numa indústria, possibilitando a diferenciação e/ou reduzindo os benefícios

associados aos efeitos aprendizagem e escala, nomeadamente se afectar os

custos em proveito do entrante.

No caso das firmas estabelecidas numa indústria, a tecnologia pode ser um meio

de evitarem potenciais entrantes, quer potenciando uma reacção poderosa por

parte das firmas existentes no momento da entrada quer através da criação de


diversos tipos de barreiras à entrada. Assim, a tecnologia e o desenvolvimento

tecnológico podem aumentar (ou reduzir) as economias de escala em benefício

das firmas estabelecidas.

Quando uma dada tecnologia conduz a economias de escala significa que

aumentando as quantidades produzidas obtem-se sucessivamente custos

unitários mais baixos. Também se podem obter economias de escala (e de gama)

aproveitando conjuntamente recursos afectos a diversas funções ou negócios ou

racionalizando a utilização dos diversos factores produtivos (mão-de-obra,

equipamentos, instalações, etc.) ou, ainda, partilhando custos intangíveis como,

por exemplo, o conhecimento e a informação. Deste modo, as firmas

estabelecidas podem apresentar vantagens competitivas ao nível dos custos de

produção (os quais se podem reflectir em termos de preço) face aos novos

entrantes. Por outro lado, as economias de escala estão normalmente associadas

a grandes investimentos aumentando, desta forma, o risco do potencial

entrante. Esta questão encontra-se, por vezes, associada à dimensão das firmas,

matéria que será abordada nas partes III.2 e III.3 da presente dissertação.

A tecnologia também pode conduzir à obtenção de economias de gama através da

utilização conjunta de recursos (tangíveis e intangíveis) para obter produtos

diferenciados, possibilitando a partilha de custos e uma mais eficaz

segmentação dos mercados, obrigando o entrante a dispender avultados

recursos, quer financeiros quer em tempo, para quebrar os actuais hábitos de

consumo.

Os recentes desenvolvimentos registados ao nível das tecnologias da informação

e das comunicações (por exemplo o desenvolvimento do FMS e de ferramentas

CAD/CAM e GIM), o desenvolvimento de um novo padrão de gestão mais pró-

activa e a modificação dos hábitos de consumo, os quais se revelam actualmente

mais exigentes, solicitando produtos/serviços cada vez mais especializados ou

mesmo personalizados, possibilitaram que as economias de gama


proporcionadas pelas novas tecnologias se tornassem num instrumento

poderoso da estratégia de mercado das firmas.

Acs e Audretsch (1990) defendem que as denominadas tecnologias flexíveis,

através do seu progresso a nível tecnológico, podem potenciar a erosão de

barreiras à entrada se a firmas adoptarem estratégias de diferenciação

focalizadas em determinados nichos de mercado. Deste modo, as firmas de

menor dimensão têm possibilidades acrescidas de entrarem e serem viáveis

numa indústria, reduzindo a sua concentração e aumentando a competição no

mercado.

De acordo com Audretsch (1994), o aparecimento de novas firmas na indústria só

ocorrerá se estas perspectivarem a obtenção de um desempenho melhor que as

estabelecidas e identificou três funções fundamentais associadas à entrada

numa indústria:

1) A entrada visa a erosão dos lucros/margem proporcionados por uma


indústria através do aumento do seu "output";

2) Aumenta os custos inerentes ao estabelecimento de acordos colusivos e


reduz os seus benefícios; e

3) Actua como um agente da mudança.

Assim, enquanto que as duas primeiras funções conduzem novamente ao

equilíbrio no longo prazo em termos de lucro e preço, a terceira visa causar

desequilíbrios reestruturantes ao nível da função de produção, sendo, deste

modo, crucial o papel desempenhado pela mudança tecnológica na evolução e na

estrutura de uma indústria e a existência de indústrias pouco concentradas

pode constituir um motor do progresso tecnológico, assunto que será retomado

no capítulo III.2.

A tecnologia também pode actuar como barreira à entrada reduzindo o tempo de

resposta ao mercado (por exemplo através do FMS) ou aumentando a qualidade e


- 30 -
a normalização do "output" produtivo das empresas existentes na indústria, as

quais podem utilizar, por exemplo, tecnologias incorporadas em sistemas

automáticos de controlo de qualidade ou recorrer a sistemas integrados de visão

artificial.

Por outro lado, pode igualmente conduzir a barreiras à entrada se para ser

competitivo o entrante tem de fazer pesados investimentos em equipamentos,

instalações ou em recursos humanos e "know-how" como acontece com os

processos/produtos tecnologicamente intensivos. Ao dispender elevados

recursos financeiros, o entrante vai ver a rendibilidade do seu investimento

afectada pois torna-se necessário produzir e comercializar grandes quantidades

para atingir o "break even point", além de que vai aumentar o "pay-back period"

do investimento conduzindo, assim, a um risco superior para o entrante. Além

disso, em virtude da complexidade tecnológica pode necessitar da presença de

recursos especializados (físicos e humanos) e, no caso de sectores intensivos em

conhecimento e I&D, além de aumentar os custos pode dilatar o tempo

necessário para operacionalizar a produção ou mesmo impedir por si só a

entrada de concorrentes. Este último aspecto ocorre, nomeadamente, quando o

entrante é confrontado com conhecimentos patenteados, o que limita a sua

utilização por outras firmas durante o período de vigência da patente

conduzindo, por vezes, a situações de monopólio.

Associada a esta vertente encontramos o denominado efeito aprendizagem o

qual, em indústrias que registam sistemáticos progressos tecnológicos, pode

conduzir a importantes barreiras à entrada. Contudo, não só as economias de

escala e a acumulação de conhecimentos tecnológicos, mas também os regimes

de apropriação dos benefícios decorrentes de actividades de I&D, constituem

importantes barreiras à entrada que afectam decisivamente o nível de

rendibilidade da indústria. Estas variáveis constituem, inclusivamente, grandes

limitações à mobilidade das firmas no que respeita à entrada e saida da

indústria.

- 31 -
A tecnologia também pode limitar a entrada de novas firmas na indústria se as

escolhas tecnológicas das firmas existentes condicionarem as escolhas

tecnológicas dos seus fornecedores ou clientes e os custos de mudança forem

elevados, de modo que o potencial entrante tenha de oferecer um benefício que

supere estes custos.

As novas preocupações em termos de segurança e ambiente também podem

constituir barreiras tecnológicas à entrada através das novas exigências (quer

impostas legalmente quer resultantes de uma maior sensibilização das

populações) que se colocam, nomeadamente, em termos de preservação de

determinadas fontes energéticas e do controlo dos vários tipos de poluição.

Por fim, o desenvolvimento tecnológico pode aumentar ou reduzir a dependência

ou dificultar o acesso a determinados canais de distribuição.

Clientes

A tecnologia e o progresso tecnológico podem alterar a capacidade negocial da

firma face aos seus clientes actuais. Se a tecnologia utilizada produzir produtos

standardizados ou se é especializada nos requisitos solicitados " por um

determinado cliente ou grupo limitado de compradores, estes podem beneficiar

de poder negocial face ao seu fornecedor no que concerne ao preço e restantes

condições. Por outro lado, se a tecnologia permite uma produção flexível quer em

termos de variedade de produtos, de quantidades, de rapidez no lançamento de

novas ordens de fabrico ou mesmo em responder a diversos requisitos de

qualidade, pode conduzir à obtenção de vantagens competitivas e aumentar o

poder negocial da firma face aos seus clientes, bem como alargar o leque de

potenciais clientes. Assim, conclui-se que para assegurar a posição competitiva

de uma firma, reveste-se cada vez de maior importância acompanhar os

desenvolvimentos tecnológicos localizados a juzante (mas também a montante)

- 32 -
da cadeia de valor da firma, aspecto que se apresenta particularmente relevante

na indústria produtora de bens de equipamento.

Por outro lado, a tecnologia e o desenvolvimento de novas soluções tecnológicas

também podem influenciar e potenciar a integração a montante de um cliente

conferindo-lhe poder negocial. Esta situação coloca-se essencialmente se a firma

recorre a tecnologias standard e facilmente disponíveis no mercado, pouco

complexas e sobre as quais o comprador pode facilmente obter informações.

Assim, o desenvolvimento tecnológico, e particularmente a I&DT, pode actuar ao

nível da criação e do desenvolvimento de vantagens competitivas, quer

influenciando o custo quer a diferenciação dos produtos, evitando a integração a

montante de clientes uma vez que a firma, sendo detentora de conhecimentos

tecnológicos inovadores, nomeadamente se os mesmos forem patenteados, se

torna mais competitiva e reduz os proveitos potenciais dessa integração.

Fornecedores

A tecnologia utilizada pelos fornecedores pode conferir-lhes poder negocial

relevante, especialmente se limitar as escolhas das futuras aquisições das

firmas que actuam na indústria, aumentando a sua dependência relativamente

aos primeiros. Por outro lado, quando oferecem meios tecnológicos

indispensáveis ao processo (ou produtos) e sem substitutos próximos, ou face a

custos de mudança elevados, os fornecedores vêm o seu poder negocial

aumentado e podem elevar o preço sem sofrerem qualquer retaliação por parte

dos compradores, ou sem registarem reduções significativas ao nível do lucro.

A tecnologia e o desenvolvimento tecnológico também podem favorecer ou anular

vantagens inerentes à integração de fornecedores a juzante ao actuar sobre a

redução da acessibilidade da tecnologia e dos recursos necessários em termos de

"know how", investimento, recursos humanos, valor acrescentado do processo,

etc. No entanto, importa considerar não só as escolhas tecnológicas ao nível dos

- 33 -
fornecedores de matérias-primas mas, inclusivamente, dos fornecedores de

tecnologia e de bens de equipamento.

Assim, a existência de uma base nacional de indústrias fornecedoras de

tecnologia dotadas de grande dinamismo e capacidade de inovação permite a

obtenção por parte das restantes indústrias de importantes benefícios

concorrenciais sustentáveis no tempo, nomeadamente em termos

internacionais, e melhora a atractividade das indústrias pois possibilita o

ajustamento mais rápido e eficaz das estruturas produtivas às novas

necessidades e exigências do mercado.

A produção de bens de equipamento trata-se de uma indústria altamente

especializada em termos tecnológicos e de mercado pelo que, em regra, fabrica

produtos não standardizados os quais têm de ir ao encontro das necessidades

específicas de cada cliente (ou de um número muito restrito).

É de realçar a fraca competitividade das indústrias portuguesas, nomeadamente

as tradicionais e que recorrem a tecnologias maduras, que resulta, em parte, do

incipiente nível de desenvolvimento da indústria nacional de produção de bens

de equipamento, o que se reflecte ao nível da fraca produtividade, conteúdo

tecnológico e valor acrescentado incorporados nos produtos/serviços que

caracterizam grande parte do tecido industrial português.

No intuito de amenizar e colmatar esta desvantagem estrutural da economia

nacional foi implementado o PRODIBE no âmbito do anterior Quadro

Comunitário de Apoio, o qual será analisado no capítulo IV.

Produtos substitutos

Ao possibilitar a criação de novos produtos, utilidades ou desenvolvendo novos

processos, a tecnologia pode aumentar o leque de produtos substitutos reduzindo

o poder negocial das firmas estabelecidas ou aumentando o poder negocial dos

- 34 -
clientes. Por outro lado, ao baixar os custos pode influir positivamente na relação

custo/benefício e reduzir ou mesmo eliminar os custos de mudança entre os

produtos substitutos e os das firmas estabelecidas, afectando a atractividade da

indústria.

O desenvolvimento tecnológico também pode aumentar a qualidade ou as

potencialidades dos produtos substitutos tornando-os uma boa alternativa

relativamente aos produtos da indústria e, caso apresentem um preço mais

baixo, podem conduzir a uma redução da margem das firmas da indústria e a

uma degradação da sua posição competitiva.

Concorrentes actuais

A intensidade da rivalidade competitiva numa indústria é condicionada pelas

escolhas e estratégias tecnológicas das firmas, bem como pelos

desenvolvimentos tecnológicos que souberem transformar em inovações capazes

de lhes conferirem ou incrementarem uma ou várias vantagens competitivas.

Assim, as escolhas e os progressos tecnológicos das firmas existentes na

indústria podem alterar a sua estrutura de custos reduzindo-os e possibilitando,

deste modo, baixar o preço sem prejudicar a rentabilidade da empresa. Esta

estratégia, contudo, pode conduzir a uma guerra de preços uma vez que, com

produtos standardizados, as restantes empresas tenderão a reduzir o seu preço e

a atractividade da indústria pode ser prejudicada pois piora a sua rendibilidade.

Por outro lado, a tecnologia pode beneficiar uma ou algumas das actividades da

cadeia de valor de uma firma contribuindo para a diferenciação dos seus

produtos, melhorando, desta forma, a sua posição competitiva pois passa a estar

habilitada a responder mais eficazmente às necessidades de um dado mercado,

salvaguardando-a de uma guerra de preços sem prejudicar a rendibilidade da

indústria no seu todo. Nomeadamente, as possibilidades que as tecnologias

- 35 -
flexíveis oferecem actualmente podem proporcionar a obtenção de importantes

economias globais (de escala e de gama).

A tecnologia também pode estar na base da existência de custos de mudança por

parte dos clientes da indústria evitando, assim, uma mais intensa rivalidade

entre os seus concorrentes.

A existência e o impacto das barreiras à saida inerentes à tecnologia, caso

existam, vão aumentar a rivalidade na indústria uma vez que os concorrentes se

vão socorrer de todos os meios para sobreviverem. De entre as barreiras à saida

de maior relevo encontram-se as de cariz tecnológico que assentam em

equipamentos especializados e intensivos em capital ou que carecem de

determinados factores intangíveis dispendiosos e especializados como, por

exemplo, o recrutamento e a formação de mão-de-obra especializada, o registo de

patentes e o estabelecimento de redes de colaboração a nível tecnológico.

Igualmente, a I&DT pode constituir importantes barreiras à saida

determinadas, em parte, pelos elevados investimentos que, em regra, lhe são

inerentes e pela necessidade de afectação de um leque variado de activos

(humanos e físicos) altamente especializdos.

111.2. Estruturas de mercado e desenvolvimento tecnológico

A tecnologia e o progresso tecnológico são ferramentas determinantes do modo

como as indústrias se encontram estruturadas (actuando sobre o número de

firmas existentes, a sua dimensão e o nível de concentração da indústria) e,

nomeadamente na sua vertente máxima que é a I&DT, podem consistir em

factores chave do sucesso das firmas. Estas, face aos progressos do

conhecimento que se têm vindo a desenvolver, ao grande dinamismo dos factores

tecnológicos e às novas exigências do mercado, não podem descurar as suas

- 36 -
1
áreas técnicas e a I&D tornou-se um aspecto presente e preponderante

estratégias das firmas bem sucedidas. Assim, a I&D pode cimentar os alicerces
Vo V
de uma estratégia ofensiva, através da liderança tecnológica, podendo sérí^.

igualmente uma boa arma de retaliação face aos restantes concorrentes e forças

competitivas, assegurando o sucesso de uma posição defensiva.

Dado o papel decisivo que o progresso tecnológico apresenta como catalizador do

desenvolvimento económico, desde sempre têm sido desenvolvidas teorias

económicas que procuram explicar e descrever os fenómenos relacionados com a

invenção e a inovação tecnológicas, bem como relativamente à sua difusão.

A problemática que relaciona a propensão para a invenção e o nível de

concentração da indústria desde muito cedo foi alvo de diversas reflexões, as

quais procuram identificar qual a estrutura de mercado (particularmente nas

vertentes extremas de mercado perfeitamente competitivo e de monopólio) que

apresenta maiores incentivos para a actividade inventiva, sendo estes

identificados com os lucros potenciais obtidos com a sua comercialização, os

quais normalmente se apresentam sob a forma de "royalties".

De acordo com a alusão de Clarke (1985) à perspectiva defendida por Arrow em

1962, os inventores que actuam face a um mercado concorrencial têm maiores

incentivos para inventar e desenvolverem actividades de pesquisa e

desenvolvimento pois isso permitirá às firmas inovarem conduzindo, deste

modo, a uma redução dos seus custos relativamente aos concorrentes. Esta

situação possibilita à firma inovadora obter não só uma margem superior como,

também, possibilita-lhe reduzir o preço, ganhando a totalidade do mercado,

obrigando a que, para sobreviverem e se manterem competitivas, as restantes

firmas adoptem a inovação.

Sendo esta teoria particularmente aplicada em casos de inovações de processo

que conduzam ao progresso tecnológico com impacto positivo ao nível da redução

- 37 -
dos custos marginais (os quais igualam os custos unitários pois pressupõe a

existência de custos constantes à escala), ela advoga que a diminuição dos custos

se irá repercutir sobre o preço pois, para se manterem competitivas, todas as

firmas vão adoptar a invenção conferindo ao inventor poder de mercado e a

obtenção de receitas sob a forma de "royalties" fixando o seu preço como se de um

monopolista se tratasse (Preço = Custo Marginal = Receita Marginal).

Assim, o inventor só irá investir na invenção se os proveitos esperados dela

decorrentes foram superiores aos custos inerentes à pesquisa e desenvolvimento.

No intuito de analisar os reflexos esperados de invenções de cariz tecnológico que

conduzam a reduções ao nível dos custos, Arrow identificou duas situações

distintas: as que conduzem a uma acentuada redução dos custos e as cujo

impacto sobre os custos se afigura mais ligeiro.

Assim, defende que, independentemente da dimensão do impacto sobre os

custos, o inventor face a uma indústria competitiva apresenta incentivos

superiores para desenvolver a sua actividade relativamente aos que teria num

mercado monopolista, onde a única firma a actuar na indústria, e precisamente

por este facto, teria menores incentivos em dispender recursos para adoptar a

inovação e, deste modo, remunerar adequadamente a actividade inventiva.

Contudo, quanto menor for o impacto ao nível da redução dos custos, mais

atractivo será desenvolver actividades inventivas em mercados concorrenciais

face à situação de monopólio.

Assim, segundo Arrow, a transição de uma indústria monopolista para outra

concorrencial irá favorecer um aumento dos incentivos para o desenvolvimento

do processo inventivo, o que conduzirá a aumentos do "output" produtivo e a uma

redução do preço, bem como criará incentivos para o desenvolvimento de

determinados projectos de investigação que, caso contrário, não seriam

implementados.

- 38 -
No entanto, Clarke (1985) refere outros autores, citando, por exemplo, Demsetz,

que defendem que indústrias monopolistas oferecem iguais incentivos para o

desenvolvimento da actividade inventiva, sendo mesmo capazes de promoverem

o desenvolvimento técnico e a inovação de uma forma mais efectiva que

indústrias competitivas de igual dimensão.

Paralelamente à questão que visa identificar qual a estrutura de mercado que

mais incentivos oferece para a actividade inventiva, encontra-se a que se refere à

identificação de qual conduz efectivamente à inovação, ou seja, ao progresso

tecnológico visto se estar perante desenvolvimentos essencialmente ao nível do

processo.

Segundo Dosi (1984), a análise do impacto das estruturas de mercado sobre a

capacidade inovativa das firmas apresenta duas vertentes essenciais, as quais

procuram responder às seguintes questões:

1) Como é que a dimensão das firmas afecta as suas capacidades e

incentivos para inovar?

2) Qual o efeito da concentração industrial sobre a propensão das firmas

para inovarem?

Acs e Audretsch (1990) referem Schumpeter, o qual defendeu que quanto maior

for a dimensão da firma e o seu poder de monopólio, maior será a sua propensão

para inovar e promover o desenvolvimento do ponto de vista tecnológico. Assim,

estruturas de mercado competitivas iriam limitar o progresso da técnica pois,

segundo o autor, oferecem poucos incentivos para as firmas inovarem.

De acordo com diversos autores, nomeadamente Schumpeter, vários motivos

podem ser apontados para corroborar esta opinião, sendo de destacar os

- 39 -
seguintes:

1) As firmas nas indústrias concentradas (monopolistas ou oligopolistas) através

da obtenção de lucros (o que não acontece com as firmas em concorrência

perfeita) podem alocar mais facilmente fundos para o desenvolvimento de

projectos de I&D de modo a estimular a actividade inventiva e inovativa.

Estas actividades requerem, muitas vezes, pesados investimentos e a incerteza

quanto ao seu sucesso é frequentemente elevada, o que, inevitavelmente, se

traduz em grandes riscos cujos restantes agentes económicos e potenciais

financiadores (bancos, sociedades de capital de risco, investidores particulares,

etc.) não pretendem partilhar. Deste modo, o financiamento de actividades de

I&D conducentes à inovação, muitas vezes, não depende do mercado e da

envolvente da firma mas da sua capacidade interna em gerar os fundos

indispensáveis. Assim sendo, quem actua em mercados concentrados pode

disponibilizar mais facilmente os recursos financeiros necessários (canalizando

os lucros obtidos) como, também, o risco do insucesso de um projecto de I&D não

afecta tão seriamente a sobrevivência da firma pois a inexistência de

concorrentes assegura-lhes um determinado nível de procura. Deste modo,

excepto no caso de projectos de grande relevância em termos dos recursos a

afectar, o seu insucesso reflecte-se ao nível da rendibilidade da firma não pondo

em causa a sua existência e posição competitiva, ao contrário do que acontece

com firmas competitivas uma vez que estas não têm a "almofada" dos lucros e a

garantia de mercado para amortecerem os riscos e encargos associados ao

desenvolvimento de actividades de I&D.

2) Indústrias concentradas muitas vezes estão associadas a firmas de maior

dimensão e estas, não só dispondo de mais vastos recursos tecnológicos, como

também estando a I&D muitas vezes associada à existência de economias de

escala, apresentam condições mais vantajosas para desenvolverem actividades

de I&D numa escala mais eficiente relativamente a firmas competitivas de

- 40 -
menor dimensão. Estas, no entanto, podem ultrapassar esta limitação

associando-se ou estabelecendo redes de cooperação com outras empresas,

fabricantes dos mesmos produtos ou detentoras de valências tecnológicas

complementares e indispensáveis, ou com centros de saber. Por outro lado, as

firmas de grande dimensão podem repartir os custos da I&D por uma

quantidade mais eleva de "output", quer este seja medido através do número de

unidades produzidas quer pelo número de items fabricados, o que torna a firma

menos vulnerável aos riscos associados às actividades de I&D.

Este aspecto é particularmente relevante uma vez que empresas de maior

dimensão podem apresentar carteiras de negócio mais diversificadas de modo

que o risco de insucesso associado a actividades tecnologicamente inovadoras se

encontra mais partilhado e a alocação de recursos financeiros durante a fase

inicial, e muitas vezes longa, de desenvolvimento de uma nova tecnologia, em

que esta se revela muito exigente em recursos financeiros sem gerar os fundos

necessários à sua auto-sustentação (ou seja, não apresenta "cash-flows"

positivos em níveis considerados adequados), se apresenta facilitada.

Outros aspectos inerentes à relação existente entre a dimensão das firmas e o

desenvolvimento de actividades de I&D serão abordados no capítulo seguinte.

3) A dimensão das empresas está directamente associada à tecnologia utilizada,

ou seja, a dimensão óptima para operar com uma determinada tecnologia

condiciona a dimensão das empresas e limita o número de firmas a operarem

numa dada indústria.

Assim, a tecnologia e as respectivas inovações podem constituir importantes

barreiras à entrada uma vez que os potenciais entrantes têm de iniciar a sua

actividade com um "output" ao nível da dimensão óptima (pressupondo que as

escolhas tecnológicas são comuns), o que se revela, por vezes, dificil em virtude

- 41
do fraco conhecimento do mercado e do baixo "know how" tecnológica

apresentado por quem é novo na indústria.

4) As firmas em indústrias concentradas estão igualmente em melhores

condições quer para suportarem os encargos associados ao patentear das

invenções e das inovações por elas desenvolvidas quer para proporcionarem uma

eficaz proteção das suas patentes restringindo o seu uso por terceiros.

5) Por outro lado e como foi abordado anteriormente, o progresso tecnológico

constitui um importante meio para desenvolver barreiras à entrada e para deter

vantagens competitivas relevantes face aos restantes concorrentes. Assim, as

firmas que actuam em mercados concentrados têm maiores incentivos para

inovarem do que as que enfrentam mercados competitivos uma vez que a I&D

constitui um meio eficaz para defenderem a sua posição face a actuais

concorrentes e a potenciais entrantes, pois permite-lhes oferecer

sistematicamente um benefício superior, quer em termos de preço quer das

características dos produtos, assegurando, assim, a atractividade da indústria e

a sua própria rendibilidade.

Em mercados competitivos as firmas não têm interesse em afectar recursos

para erguerem barreiras à entrada uma vez que as várias firmas que existem

na indústria apresentam comportamentos competitivos e nenhuma apresenta

lucros anormais que importe defender.

6) Por fim, a existência de lucros nos mercados concentrados, ou seja, o facto de

praticarem um preço superior ao seu custo, faz com que desfrutem de uma

maior capacidade para reunirem os melhores recursos físicos e conseguirem

atrair os meios humanos necessários e mais qualificados para o

desenvolvimento da I&D contribuindo, deste modo, para o seu sucesso.

- 42 -
De acordo com Dosi (1984), as firmas que actuam em economias de mercado vão-

se empenhar em tarefas inovativas se, através dessas actividades, esperarem

obter algum benefício económico ou se o seu desenvolvimento for indispensável

para não perderem benefícios actuais.

Segundo o autor, os incentivos para as firmas inovarem dependem do modo

como a indústria se encontra estruturada e identificou três factores que

considerou determinantes ao nível do desempenho inovatório das firmas:

1) Acumulação do progresso tecnológico - o desenvolvimento mais ou

menos regular de actividades inovativas potencia a obtenção de futuras

melhorias e inovações tecnológicas;

2) Oportunidades tecnológicas - têm a ver, essencialmente, com as

possibilidades de desenvolvimento presentes em termos de paradigma

tecnológico;

3) Apropriação privada dos proveitos decorrentes da inovação tecnológica -

tem a ver, essencialmente, com a garantia de que a firma inovadora

poderá usufruir privilegiadamente dos benefícios decorrentes do seu

esforço de I&D.

Segundo Dosi (1984), estudos comparativos do desempenho de firmas

pertencentes a indústrias diferentes oferecem algumas limitações, uma vez que

cada indústria apresenta diferentes oportunidades e modos de apropriação

privada dos desenvolvimentos tecnológicos.

Ao actuarem ao nível dos incentivos da firma no desenvolvimento de soluções

inovadoras, estas variáveis vão influenciar e determinar a sua posição

competitiva e, deste modo, vão agir sobre a estrutura de mercado patente em

cada indústria. Assim, Dosi (1984), tal como outros autores, considera as

estruturas de mercado e a dimensão das firmas como factores endógenos, as

- 43 -
quais são condicionadas pelo tipo, intensidade e trajectórias do progresso

tecnológico.

Contudo, refere que indústrias que oferecem importantes oportunidades

técnológicas e onde vigoram regimes conducentes à apropriação privada dos

benefícios do desenvolvimento tecnológico (o que viabiliza a acumulação do

conhecimento pelas firmas inovadoras), propiciam a que as firmas inovadoras

evoluam no sentido de adquirirem poder de mercado, o que conduz à existência

de grandes empresas e a indústrias bastante concentradas.

Dosi (1984 e 1992) introduz, ainda, outra condicionante da estrutura da

indústria. Assim, o estádio de desenvolvimento dos paradigmas tecnológicos em

que as inovações e as indústrias se enquadram vão proporcionar diferentes

oportunidades para a entrada de novos concorrentes na indústria.

Neste sentido, Dosi (1984 e 1992) distingue dois momentos distintos: a

emergência de um novo paradigma tecnológico e o momento em que se

desenrolam progressos e desenvolvimentos de acordo com trajectórias

tecnológicas definidas. A primeira fase caracteriza-se por uma elevada taxa de

entrada e de saida da indústria de novas firmas de pequena dimensão que

usufruem de algum poder de mercado proporcionado por oligopólios

temporários decorrentes de inovações em determinados "clusters". O poder de

mercado das firmas encontra-se intrinsecamente relacionado com as suas

capacidades inovadoras, ou seja, não provem de barreiras à entrada mas

decorre do próprio dinamismo do progresso tecnológico. Numa segunda fase, as

três variáveis anteriormente mencionadas vão conduzir a oligopólios estáveis,

caracterizados pela existência de grandes firmas que encaram o progresso

tecnológico como uma arma competitiva. Assim, essas variáveis vão actuar

como incentivos à inovação e vão constituir uma importante fonte de barreiras à

entrada, das quais depende o poder de mercado das firmas.

- 44 -
Outros autores defendem que situações de mercados concentrados sàQ>N

contraproducentes no intuito de estimular a inovação. Como base de tal

argumento advogam que nestes mercados as firmas, em virtude do seu superior

poder de mercado, apresentam menos incentivos para inovar e procurar novas

oportunidades do que as firmas competitivas. Para estas, a inovação pode

consistir no mecanismo determinante para marcarem a diferença em relação

às restantes. Assim, a inovação tem maior impacto em indústrias

concorrenciais do que em estruturas de mercado concentradas, nas quais

apenas pode conduzir a proveitos superiores, pelo que a procura da mudança

pode ser refreada.

Assim, Clark (1985) refere Arrow, o qual demonstrou que as firmas em

mercados concentrados apresentam menos incentivos para inovar uma vez que

a mudança apenas irá proporcionar "mais algum" lucro extra. Assim, apenas

irão fomentar inovações de pequeno impacto sobre a estrutura da indústria que

visem assegurar a sua posição competitiva, ao invés de desenvolverem inovações

radicais, com impacto reestruturante sobre a organização industrial, ou que

representem importantes avanços do conhecimento, procurando evitar incorrer

em custos e riscos elevados associados, nomeadamente, à rápida obsolescência

dos recursos produtivos (equipamentos, processos produtivos, formação, etc.) em

virtude do lucro suplementar resultante da inovação poder não se revelar

compensatório.

Face ao exposto, muitos autores defendem que a estrutura de mercado que se

afigura mais interessante para a promoção da inovação e, consequentemente, do

progresso técnico deve ser uma que combine os incentivos para inovar patentes

em mercados competitivos com os benefícios proporcionados pelas indústrias

concentradas. Ou seja, um nível moderado de concentração favorece mais a

prática de actividades inovativas do que estruturas perfeitamente competitivas

ou muito concentradas.

- 45 -
A problemática sobre as questões que relacionam a estrutura de mercado com a

difusão da inovação tecnológ-ica foi alvo de análise por diversos autores. Contudo,

não só as teorias que defendem como também o resultado de análises empíricas

que realizaram permite-lhes chegar a conclusões contraditórias.

Assim, Clarke (1985) refere dois estudos realizados por Davies (1979) e por Romeo

(1977). Os resultados do estudo empírico conduzido por Davies indicam que

mercados competitivos exercem maiores pressões sobre as firmas no sentido de

as levarem a adoptar a inovação tecnológica mais rapidamente, acelerando,

deste modo, a taxa de difusão da inovação. Contudo, a existência de um elevado

número de firmas dificulta a comunicação e a informação, sobre cada uma

delas e sobre os progressos tecnológicos que cada uma desenvolve, a qual se

toma mais difusa e menos precisa.

Sendo a informação o principal instrumento de difusão da inovação pois veicula

elementos relativos ao próprio conhecimento e aos avanços tecnológicos que estão

na base da própria inovação e ao seu sucesso técnico e de mercado, baseados nos

quais os potenciais adoptantes vão fundamentar as suas decisões de

investimento, a existência de muitas firmas pode retrair e atrasar a difusão da

inovação.

Deste modo, segundo Davies, a existência de poucas firmas e de firmas

relativamente homogéneas no que respeita à sua dimensão também favorece a

difusão da inovação.

Por outro lado, estudos desenvolvidos por Romeu e referidos por Clarke (1985)

permitiram-lhe concluir que a existência de um grande número de firmas tinha

uma correlação positiva com a difusão da inovação.

Clark (1985), também, refere Mansfield, o qual defende que indústrias

competitivas favorecem uma mais rápida difusão das inovações tecnológicas que

- 46 -
actuem ao nível da redução dos custos das firmas pois as que a adoptarem vão

poder praticar preços mais baixos ganhando, assim, quota de mercado. As

restantes, para não ficarem à margem, tenderão a adoptar a inovação

tecnológica o mais rapidamente possível por forma a não prejudicarem a sua

posição no mercado.

Segundo o autor, em indústrias concentradas uma firma que não adopte a

inovação pode prejudicar a sua rendibilidade relativamente às que inovarem

sem, contudo, perder quota de mercado, ou esta não ser significativa, em virtude

da existência de diversos factores como sejam a fixação de preços ou a colusão

para defenderem a atractividade da indústria, ou simplesmente, se a capacidade

produtiva das firmas inovadoras não for suficiente para responder às

necessidades do mercado.

Vários autores referem Scherer o qual defende que as firmas existentes em

mercados pouco concentrados e constituídos por muitas empresas têm mais

incentivos para inovarem pois podem ganhar quota de mercado se tornarem o

seu processo produtivo mais eficiente, ao contrário do que sucede com indústrias

concentradas.

De acordo com Audretsch (1994), em virtude do progresso tecnológico actuar

como um agente da mudança na indústria introduzindo e acelerando a sua

dinâmica evolutiva, a existência de um baixo nível de concentração pode

favorecer o desenvolvimento da tecnologia.

Neste contexto, a I&D não só se afigura como estando na essência de inúmeras

inovações, como também pode constituir uma arma poderosa para as firmas

consolidarem a sua posição no mercado, nomeadamente através da elevação de

barreiras à entrada através das economias de escala ao nível do processo

produtivo e da acumulação de patentes e "know how" pelas firmas estabelecidas.

- 47 -
Por último, afigura-se pertinente assinalar que a utilização de indicadores

baseados nos níveis de I&D (intensidade dos gastos em I&D, número de patentes,

número de pessoas/investigadores afectos, etc.) apresenta duas grandes

fragilidades assinaladas por Dosi (1984):

1) Por vezes, utilizam-se indicadores de "inputs" do processo inovatório para

representar o seu resultado, o que obscurece a existência de diferentes

níveis de eficiência e eficácia entre as firmas e as indústrias, além de

ignorarem as diferentes oportunidades tecnológicas que se colocam a

firmas provenientes de indústrias diversas; e

2) Ignora o efeito aprendizagem e os diversos aspectos relacionados com os

benefícios proporcionados pela acumulação do conhecimento tecnológico.

III.3. Progresso tecnológico e dimensão das firmas

A propensão para inovar e a rapidez com que novas firmas adoptam os últimos

desenvolvimentos tecnológicos apresenta grandes assimetrias entre as diversas

indústrias. No entanto, sendo as firmas não só responsáveis por uma fatia

importante dos gastos em I&D como, também, sendo elas o principal alvo e

beneficiárias do progresso tecnológico, importa reflectir sobre como as suas

particulariedades podem influir não só nas suas escolhas tecnológicas mas

principalmente sobre qual a sua atitude face à inovação de cariz tecnológico.

Deste modo, afigura-se imperativo analisar mais profundamente como uma das

principais características da estrutura da indústria, a dimensão das firmas,

pode condicionar ou incentivar o desenvolvimento tecnológico e a propensão para

a adopção de novas tecnologias.

Estudos e trabalhos empíricos conduzidos por diversos autores permitem

concluir que, regra geral, até à cerca de três décadas as grandes firmas

apresentavam uma posição privilegiada no que concerne ao progresso

tecnológico, uma vez que este requer importantes investimentos em I&D e as


empresas de maior dimensão estariam em melhores condições para o fazer,

principalmente em virtude do seu superior poder de mercado e da obtenção de

economias de escala ao nível da actividade inovativa. Este último aspecto

assumia grande relevo em função da internacionalização crescente das

economias e, consequentemente, das respectivas firmas.

De acordo com Audretsch (1994) e Audretsch e Vivarelli (1994), esta visão foi

partilhada por diversos autores destacando-se os trabalhos de Galbraith e

Schumpeter, o qual, em 1950, defendeu que "What we have got to accept is that

the large scale establisment has come to be the most powerful engine of

progress", dando origem à denominada "Hipótese Schumpeteriana", segundo a

qual as economias tenderiam a evoluir no sentido de serem dominadas por

poucas mas poderosas firmas de grandes dimensões, detentoras de uma

superior eficiência produtiva e propolsoras do progresso tecnológico e da

inovação. Deste modo, as indústrias convergiriam no sentido de serem cada vez

mais concentradas e constituídas por firmas de grande dimensão, aspecto

referido no capítulo III.2.

Esta "Hipótese" assenta no facto da disponibilidade e da propensão para a

afectação de elevados recursos a actividades de I&D (físicos, financeiros e

humanos) ser superior nas empresas de maior dimensão. Contudo, encerra

uma grande deficiência que consiste em considerar simplesmente os "inputs"

da actividade inovativa ignorando o seu "output", ou seja, a inovação.

De acordo com as obras estudadas, é referido que, para Schumpeter, as grandes

firmas apresentam mais incentivos e encontram-se mais aptas a desenvolverem

actividades de I&D uma vez que:

- possuem maiores recursos financeiros e inovar pressupõe normalmente

grandes investimentos;
- "inovar exige tempo" e as PMEs têm mais dificuldade em alocar, mesmo

que temporariamente, os seus recursos a actividades que não se revelem

auto-sustentáveis a curto ou médio prazo;

- devido à existência de economias de escala ao nível da I&D e da inovação,

potenciadas a partir de uma determinada escala;

- derivado do elevado risco de inovações com altas taxas de insucesso e do seu

dispendioso desenvolvimento comercial que as grandes firmas conseguem

abarcar mais facilmente, como foi referido no capítulo III.2;

- estão associadas a estruturas de mercado mais concentradas, aspecto

indispensável para usufruirem de determinadas vantagens e incentivos,

igualmente referido no capítulo IIL2.

Estudos empíricos desenvolvidos por Mansfield, e citados por Acs e Audretsch

(1994), permitiram-lhe concluir que as grandes firmas são mais capazes de

aproveitarem eficazmente as diversas oportunidades inerentes ao

desenvolvimento tecnológico, bem como dispõem não só de mais e melhores

recursos (físicos, humanos, financeiros e know-how), como também são menos

vulneráveis aos riscos decorrentes da actividade inovativa.

É o caso das tecnologias denominadas horizontais como, por exemplo, as

relacionadas com o tratamento electrónico da informação e as comunicações em

que as grandes firmas podem aproveitar melhor os desenvolvimentos

tecnológicos registados nestas áreas para entrarem em novos mercados/canais

de distribuição, oferecerem novos produtos, segmentarem os mercados (por

exemplo, podem obter um maior controlo sobre as especificações de um produto e

sobre a sua qualidade recorrendo à visão artificial) ou simplesmente para

melhorarem o processo produtivo, aumentarem a produtividade e reduzirem os

custos (por exemplo, recorrendo ao CIM e à flexibilização da produção).

As grandes empresas diversificadas também se encontram mais aptas a

explorar sinergias a nível tecnológico entre diversas actividades e áreas de


41
fA
V '
negócio, reduzindo o risco associado à inovação e ao progresso tecnológico e

partilhando custos conjuntos de I&D, beneficiando, deste modo, de econoníi^s ^

globais ao nível do seu potencial tecnológico.

Diversos estudos vieram, igualmente, provar a existência de uma relação

positiva entre a dimensão das firmas e o investimento em I&D, tendo sido

assinalado em 1991 por Scherer (ver Picory, 1994) que cerca de 90% do

investimento privado em I&D registado nos E.U.A. tinha sido efectuado por

apenas 400 firmas de grande dimensão.

Segundo o mesmo autor, a evidência também sugere que as grandes firmas não

são só as mais inovadoras em valores absolutos, como também são as que

investem maiores recursos em actividades e laboratórios de I&D.

Assim, sendo a I&D o "input" mais relevante do processo inovatório, ou pelo

menos o que pode conduzir a mudanças mais profundas na estrutura das

indústrias através da obtenção de desenvolvimentos tecnológicos mais

acentuados, e estando, muitas vezes, associada a grandes economias de escala

só possíveis a partir de determinada dimensão, torna-se evidente que as GEs

desfrutam não só de condições mais favoráveis para inovar como também para

rentabilizar comercialmente os investimentos efectuados ao nível do

desenvolvimento tecnológico.

Contudo, ao invés dos trabalhos e dos autores anteriormente mencionados que se

referem aos "inputs" do processo de inovação tecnológica, muitos estudos que

atentam aos seus "outputs", os quais podem ser analisados através do número

de patentes e do desenvolvimento de novos produtos ou processos, oferecem

conclusões que contradizem as anteriormente assinaladas. Assim, Acs e

Audretsch (1994) referem um estudo conduzido por Bound sobre 2852 firmas

americanas responsáveis por 4553 patentes, o qual demonstrou que as firmas de

pequena dimensão eram responsáveis por 4,3% das vendas totais das presentes
na amostra e por 5,7% das patentes registadas contradizendo, assim, a

"Hipótese" defendida por Schumpeter.

Acs e Audretsch (1990) constataram que a tendência preponderante até meados

da década de 70, a qual apontava para o maior protagonismo das firmas de

maior dimensão como actores principais da inovação tecnológica, se tem vindo a

inverter não só no sector terciário mas, inclusivamente e com maior

intensidade, também na indústria. Para explicar esta evolução apontam as

seguintes tendências:

1) Implementação crescente de tecnologias flexíveis;

2) Crescente globalização dos mercados;

3) Alterações na composição da força de trabalho;

4) Maior relevo para a procura de produtos personalizados e diferenciados;

5) Desregulamentação de vários mercados;

6) Período de "destruição criativa" de acordo com a definição de Schumpeter.

Assim, tem-se vindo a assistir a um substancial aumento do número de

pequenas firmas (inclui todas as firmas que empregam menos de 500

trabalhadores) cujas entradas nos mercados assentam, essencialmente, na sua

capacidade inovativa no sentido de procurarem novas soluções tecnológicas quer

para "romper" barreiras quer para ultrapassar a sua desvantagem de custo.

Neste sentido, Acs e Audretsch (1990) advogam que as firmas de menor

dimensão têm demonstrado uma grande capacidade inovadora, a qual pode ser

medida através do número de inovações por número de empregados, por

exemplo.

Idêntica conclusão retira Dodgson (ver Acs e Audretsch, 1990) ao referir um

estudo conduzido por Pavitt na Grã-Bretanha, o qual apurou que firmas com

menos de 1000 empregados eram responsáveis por apenas 3% dos gastos em

I&D, contudo, resgistavam 30% das inovações desenvolvidas. Por outro lado, em
áreas intensivas em I&D (construção de máquinas, instrumentação e

laboratórios de I&D), estas firmas eram responsáveis por 45% das inovações.

Gráf. 1 - Número total de inovações e número de inovações por milhões de


empregados nos E.LLA, em 1982

3000 -r 2608
2500 - -
1923
2000 -- H N- inovações
1500--
□ N9 inovações por milhões
1000 -- de empregados

225
0
PEs GEs

Fonte: Acs e Audretsch, "The Economics of Small Firms - a European Challange" (1990)

No entanto, Acs e Audretsch (1990) referem, igualmente, dois estudos

conduzidos por Romeu em 1971 que apuraram que a taxa de difusão de

máquinas de controlo numérico estava positivamente relacionada com a

dimensão das firmas. Neste sentido, três justificações são apontadas:

1) Em virtude de incorporarem pesados e variados investimentos em

equipamentos, para fazerem face à sua depreciação as grandes firmas

tendem a introduzir mais cedo as inovações tecnológicas;

2) As firmas de maior dimensão produzem linhas e gamas de produtos mais

variadas pelo que algumas delas facilmente se adaptam às novas

tecnologias;

3) As disporem de recursos financeiros mais vastos, as grandes firmas

podem financiar mais facilmente investimentos inovatórios e incorrer em

menores riscos.

Scherer (ver Audretsch, 1994) justifica que as pequenas firmas apresentam mais

incentivos para inovarem pois o reflexo de uma possível redução dos custos ao

nível do preço praticado permite-lhes desfrutar de acentuados aumentos das

suas quotas de mercado, enquanto que numa indústria caracterizada pela


existência de firmas de grande dimensão a adopção de técnicas inovadoras pode

conduzir a um aumento da rivalidade entre as firmas estabelecidas,

particularmente ao nível dos preços, com a consequente redução da

rendibilidade da indústria na sua globalidade e da sua atractividade. Assim,

segundo o autor, indústrias caracterizadas pela presença de grandes firmas

apresentam menos incentivos para desenvolverem actividades de I&D e a

difusão tecnológica é mais lenta, além de, em virtude da sua grande dimensão,

estas apresentarem uma organização mais burocrática, a qual se revela

ineficiente e rígida face às exigências requeridas pelo desenvolvimento de

actividades de I&D, e mais resistente ao risco associado a novos projectos de

I&D.

O autor defende que nas pequenas firmas a decisão de inovar é tomada por

menos pessoas as quais, muitas vezes, são mais propensas à assunção de riscos.

Nestas firmas a motivação para apostarem em actividades de I&D e na inovação

é superior à partilhada nas de maior dimensão uma vez que, enquanto nestas os

investigadores bem sucedidos são, muitas vezes, promovidos para áreas de

gestão, as de menor dimensão encaram a inovação como um factor crítico do seu

sucesso e promovem os seus investigadores dentro das próprias áreas de

inovação.

Como foi anteriormente referido, diversos autores estudados salientam que nas

duas últimas décadas se tem vindo a assistir nas economias ocidentais a um

recrudescimento da importância das firmas de pequena e média dimensão em

detrimento das grandes firmas, o que se reflecte, nomeadamente ao nível das

vendas e do emprego, além de se registar um processo de descentralização e

uma inversão da concentração de muitas indústrias.

Audretsch (1994), citando a revista "The Economist" de 21 de Janeiro de 1989,

assinala o aumento do número de pequenas firmas e o seu peso crescente no que

concerne ao volume global de emprego, salientando que esta evolução recente da


economia americana, a qual se caracteriza pelo protagonismo crescente das

firmas de pequena e média dimensão, não é previlégio apenas dos E.U.A., mas

trata-se de uma tendência patente em diversas economias ocidentais.

Segundo o autor, muitas vezes o aumento do número de pequenas firmas é

atribuído ao peso crescente do sector terciário em detrimento do secundário.

Contudo, tal como Acs e Audretsch (1990), ele próprio constata que a redução da

dimensão média das firmas tem sido mais pronunciada precisamente na

indústria.

Audretsch (1994) refere que, apesar da existência de economias de escala e de

barreiras à entrada associadas à I&D, em indústrias fortemente intensivas em

I&D como a das tecnologias de informação, electrónica e biotecnologias, as

pequenas firmas, além de predominarem em número, ainda se revelam as mais

inovadoras. Citando um estudo desenvolvido por Acs e Audretsch, o autor

concluí que na indústria dos computadores as pequenas firmas são responsáveis

por mais 50% das inovações do que as de maior dimensão, o que contradiz as

ideias defendidas por Schumpeter.

No entanto, Audretsch e Vivarelli (1994) referindo, igualmente, estudos

desenvolvidos por Acs e Audretsch em 1988 e 1990 que apontavam para o facto

das pequenas firmas (empresas com menos de 500 empregados) apresentarem

2,38 vezes mais inovações que as de maior dimensão, salientam que as

vantagens para conduzir actividades inovativas dependentes da dimensão das

empresas se encontra associada, essencialmente, a determinadas

características da indústria.

Este estudo conduziu à identificação de quatro motivos explicativos dos diferentes

níveis de inovação nas pequenas e grandes firmas. Assim, os autores defendem

que a importância da actividade inovativa nestas firmas varia de indústria para

indústria de acordo com:


a) a intensidade capitalística;

b) o nível de concentração;

c) o nível de actividade inovativa patente na indústria; e

d) o número de pequenas firmas existentes na indústria.

Assim, as grandes firmas evidenciam desfrutar de maiores vantagens em

termos da actividade inovativa em indústrias intensivas em capital e

publicidade, concentradas e onde a actividade sindical apresente grande poder

interventivo. Por outro lado, as pequenas firmas detêm vantagens superiores em

indústrias intensivas em inovação onde se registe uma importante presença de

firmas de grande dimensão.

Por outro lado, Acs e Audretsch (1994) referindo estudos elaborados por Jaff

entre 1986 e 1989, salientam que, apesar das grandes firmas investirem mais

intensamente em I&D e deterem capacidades de I&D superiores, as de menor

dimensão beneficiam do "spill over" dos desenvolvimentos produzidos pelas

primeiras e pelas Universidades.

Esta hipótese desmistifica a contradição existente entre esforços superiores em

I&D por parte das grandes firmas e a produção de um maior "output" inovatório

por parte das mais pequenas pois defende que, enquanto que as primeiras

procuram desenvolver o conhecimento internamente, as últimas assentam a

sua vantagem competitiva principalmente na capacidade de explorarem os

conhecimentos desenvolvidos externamente, nomeadamente pelas diversas

entidades constituintes dos Sistemas Científicos e Tecnológicos (Universidades,

Infraestruturas Tecnológicas, etc.), mas também pelas grandes firmas e pelas

restantes empresas.

Assim, as principais vantagens das firmas de pequena dimensão residem na

sua capacidade de aproveitamento das oportunidades tecnológicas

- 56
proporcionadas principalmente pelo exterior e pelas trajectórias tecnológicas de

algumas indústrias/empresas.

Deste modo, a interacção entre a pesquisa realizada pelas entidades dos SCT e a

inovação tecnológica das firmas de pequena dimensão tem fomentado a

cooperação e a colaboração mútua no que respeita ao desenvolvimento

tecnológico.

Por outro lado, segundo os autores, muitos projectos novos de menor dimensão

podem perspectivar benefícios desinteressantes ou modestos para empresas de

maior dimensão ou as suas estruturas organizacionais, mais rígidas e

complexas, podem não favorecer o desenvolvimento deste tipo de projectos. Ao

contrário, firmas mais pequenas, que procuram rentabilizar os seus recursos e

não apenas obter o lucro em termos absolutos, podem encarar estes pequenos

projectos com interesse uma vez que, sendo menos burocráticas, a sua inserção

na estrutura organizativa é facilitada e a velocidade de desenvolvimento torna-se

mais acelerada em virtude da comunicação interna ser mais fluída e eficaz,

como também se torna mais fácil manter o entusiasmo e empenho dos

participantes.

Assim, Acs e Audretsch (1994) advogam que as vantagens associadas às

pequenas firmas no que respeita à inovação conduzem à existência de uma

divisão na actividade inovativa entre estas e as de maior dimensão, na qual a

actuação das primeiras seria determinante nas fases iniciais do ciclo industrial

(de vida da inovação), enquanto que as segundas dominam nas fases seguintes.

Segundo Picory (1994) existe, igualmente, uma divisão da actividade inovativa na

qual as grandes firmas se debruçam sobre a pesquisa de base e as de pequena ou

média dimensão procuram inovar aproveitando os resultados obtidos por

entidades externas.

- 57 -
Por outro lado, as firmas de pequena ou média dimensão apresentam uma

organização menos formalizada e uma menor especialização, de modo que se

tomam mais adaptáveis aos recentes desenvolvimentos tecnológicos.

Seguidamente procurar-se-á sumarizar quais os principais argumentos a favor

das grandes firmas como detentoras de maiores vantagens no desenvolvimento

de actividades inovativas:

- As grandes firmas são detentoras de maiores recursos financeiros, os

quais se afiguram necessários ao desenvolvimento de actividades de I&D e

à inovação, além de poderem obter melhores condições de financiamento

no seu exterior. Este aspecto assume particular pertinência uma vez que

estas actividades se caracterizam, essencialmente, pelo seu elevado risco e

incerteza.

- A existência de barreiras tecnológicas à entrada prejudica as firmas de

pequena ou média dimensão, uma vez que se torna dificil reunir todos os

recursos (em número e em qualidade) para concorrerem em igualdade

com firmas de maior dimensão.

- Existem economias de escala relacionadas com as actividades de I&D,

nomeadamente as associadas ao conhecimento e à dimensão dos

laboratórios de pesquisa e ensaios e respectivos equipamentos e, deste

modo, as grandes firmas encontram-se mais bem colocadas para tirarem

o melhor partido dos recursos.

- As firmas de maior dimensão apresentam maior capacidade de

angariação dos meios necessários ao processo inovativo, quer em

quantidade quer em qualidade (físicos, humanos e financeiros), bem como

dispõem de melhores condições remuneratórias e de carreira para os seus

técnicos.

- 58 -
- As grandes firmas apresentam uma eficácia produtiva superior que

priveligia a inovação e o progresso tecnológico.

Também se podem indicar várias desvantagens associadas às grandes firmas

como veículos do progresso tecnológico:

- A elevada rotina e burocracia associadas a estruturas de maior dimensão

acarretam elevados custos e uma menor rapidez de resposta e de

circulação da informação, a qual se reflecte numa menor eficácia na

produção e implementação de soluções inovatórias. Esta faceta é

particularmente importante pois cada vez mais o sucesso comercial das

inovações tecnológicas (quer ao nível dos produtos quer dos processos

produtivos) carece da participação e colaboração de um amplo conjunto de

actividades complementares (engenharia, marketing, design, etc.) as

quais, apesar de muitas vezes apenas se encontrarem ao alcance de

empresas de grande dimensão, são precisamente as que apresentam

superiores dificuldades de coordenação das diversas especialidades

envolvidas.

- Maior rigidez.

- Existência de limites no que respeita ao tratamento da informação.

- Em virtude da sua grande dimensão e dos investimentos que esta

normalmente acarreta, as grandes empresas em presença de mudanças

tecnológicas de fundo (por exemplo as associadas ao denominado novo

paradigma técnico-económico relativas às tecnologias da informação e

electrónica) procuram desenvolver recursos inovadores sem, contudo,

abandonarem totalmente os meios e processos antigos e menos produtivos,

ou simplesmente evitam mudar integralmente a sua estratégia e as

tecnologias utilizadas. Estas incompatibilidades podem gerar certas

- 59 -
ineficiências e ineficácias uma vez que, face aos desenvolvimentos

tecnológicos e para que estes sejam potenciadores de novas oportunidades,

pode-se tornar necessária uma mudança mais ou menos radical e

integrada nos recursos, processos e procedimentos.

- Existência de deseconomias de escala.

Em virtude a sua maior capacidade de adaptação a novas tecnologias, da

existência de uma estrutura organizacional menos rígida, do aumento da

produtividade, da existência de recursos técnicos qualificados, do melhor

aproveitamento das oportunidades de mercado e da melhor aceitação do risco

como restrição da actividade empresarial, as tecnologias associadas à produção

flexível encontram actualmente nas firmas de pequena e média dimensão um

palco privilegiado pois proporcionam-lhes importantes oportunidades de

desenvolvimento e de resposta ao mercado, quer em termos de tempo necessário

para executar as encomendas, quer relativamente a uma maior adequação das

características dos produtos às necessidades ou especificações de um número

variável (elevado ou restrito de clientes), ao invés da padronização, possibilitando

a exploração de economias de gama.

Por outro lado, a segmentação crescente dos mercados nos paises mais

desenvolvidos abre novas oportunidades às PMEs pois estas podem desfrutar de

uma dinâmica organizacional mais intensa permitindo-lhes, assim,

adaptarem-se mais eficazmente às exigências de um mercado cada vez mais

diferenciado e personalizado e acompanharem a sua evolução.

É neste contexto que as novas tecnologias da informação, comunicação e

electrónica encontram nas PMEs uma maior receptividade não só porque a sua

estrutura mais orgânica e adaptativa facilita e acelera a sua introdução, como

também derivado das múltiplas oportunidades proporcionadas por esta área

tecnológica com características horizontais, a qual pode contribuir de forma

- 60 -
determinante para o sucesso e competitividade das firmas de menor dimensão

onde a sua introdução, além de mais célere, pode ser mais eficazmente

optimizada.

Julien e Carriere (1994) apresentam um estudo realizado em 1992 no Canadá

com base numa amostra de 408 PMEs. Neste trabalho procurou analisar o nível

de penetração das denominadas novas tecnologias nas PMEs separando-as em

dois grupos:

- tecnologias genéricas (muitas vezes apelidadas de horizontais pois os seus

desenvolvimentos têm aplicação em diversas indústrias) tais como o

CAD/CAM, controlo numérico, stockagem automática, robótica, FMS,

CIM, etc.;

- tecnologias relacionadas com a gestão da qualidade total e tecnologias

específicas de uma determinada indústria.

Os autores concluram que as PMEs canadianas registaram uma forte e rápida

penetração das novas tecnologias (genéricas e específicas) nas suas estruturas

de produção e dispõem actualmente de uma grande capacidade de

aprendizagem. Identificaram, igualmente, a existência de uma correlação

positiva entre a introdução de novas tecnologias nas PMEs e a dimensão das

firmas, a sua estrutura, o tratamento da informação, prática corrente de I&D, a

existência de controlo de qualidade da produção e o nível de formação dos

empregados.

Do mesmo modo, Acs e Audretsch (1990) defendem que o "motor" da

importância crescente das firmas de menor dimensão (menos de 500

trabalhadores) reside precisamente no progresso e na mudança tecnológica,

sendo de destacar a maior adaptabilidade destas empresas, em virtude dos

diversos factores inerentes à sua dimensão que vão potencializar a utilização de

- 61 -
tecnologias flexíveis garantes da sua viabilidade, gerando-se, assim, um ciclo

virtuoso de crescimento e desenvolvimento.

Segundo eles, a principal vantagem associada à produção em massa, a redução

de custos através da standardização e do aproveitamento de economias de escala

produzindo ao nível do mínimo custo médio, é ultrapassada na produção de

pequenas quantidades através do recurso a tecnologias flexíveis, uma vez que

estas apresentam diferentes curvas de custo médio.

Neste sentido, Acs, Audretsch e Carlsson (1990) referem um estudo que

realizaram nos Estados Unidos da América, com dados relativos aos anos de

1972 a 1982, o qual lhes permitiu concluir que, não só se tem registado um

decréscimo da dimensão média das empresas, como é precisamente nas

indústrias com uma maior penetração de tecnologias flexíveis, nomeadamente

através de robots e de máquinas de controlo numérico, que a dimensão média

das fábricas mais decresceu.

Assim, procuraram encontrar evidências empíricas de que a introdução de

tecnologias produtivas flexíveis conduzia a reduções na dimensão das firmas,

estimando o seguinte modelo:

CPS = Bo + BiNC + B2PR + B3MP + B4ST +B5AA + BeK/L + B7RD/S -fBsSKILL + ^

em que:

CPS = Variação da dimensão média das fábricas ocorrida entre 1972 e 1982

NC = Percentagem de máquinas com controlo numérico

PR = Percentagem de máquinas/robots programáveis

MP = Percentagem de prensas mecânicas no total de máquinas

ST = Percentagem de máquinas relacionadas com "estações produtivas"

AA = Percentagem de máquinas em linhas automáticas de montagem

K/L = Intensidade capitalística (stock de capital/valor do emprego em dólares)

- 62 -
RD/S = Peso dos encargos em I&D nas Vendas

SKILL = Percentagem de empregos não produtivos/total de postos de trabalho

Por CPS procuraram representar as mudanças registadas ao nível da dimensão

média das fábricas entre 1972 e 1982. As primeiras cinco variáveis representam

vertentes relacionadas com tecnologias de produção: as duas primeiras relativas

a tecnologias flexíveis e as três restantes favoráveis à produção em massa.

Em virtude dos autores considerarem que as economias derivadas da tecnologia

predominarem, o modelo contempla economias de escala ao nível da tecnologia,

ignorando efeitos semelhantes (ou deseconomias de escala) provenientes das

áreas financeiras, do marketing e da gestão.

Como seria de prever, os coeficientes estimados das variáveis representativas

das tecnologias flexíveis apresentam-se negativos, concluíndo-se que

condicionam a dimensão média das fábricas no sentido da sua redução.

Por outro lado, confirma-se que a intensidade capitalística e os equipamentos

associados a linhas de montagem e a estações produtivas conduzem ao aumento

da dimensão média das fábricas.

No entanto, os resultados da estimação relativa à variável representativa do

esforço de I&D permite concluir que indústrias intensivas em I&D conduzem a

reduções na dimensão média das fábricas o que, à primeira vista, contradiz

outro estudo publicado em 1988 por Acs e Audretsch, que permitiu demonstrar

que o esforço em I&D conduz à elevação da dimensão média das firmas.

Segundo Acs, Audretsch e Carlsson (1990), esta aparente contradição encontra

explicação no facto das tecnologias flexíveis utilizadas ao nível da fábrica

conduzirem a reduções do número de trabalhadores, o que se reflecte ao nível da

sua dimensão quando esta é medida através do número de empregados que lhes

- 63 -
está afecto. Contudo, esta situação não implica necessariamente a redução do

efeito escala associado à produção em grandes quantidades.

Assim, a evidência permite concluir que a utilização de tecnologias flexíveis

serve para compensar as desvantagens inerentes à dimensão por parte de

pequenas firmas, nomeadamente as economias de escala, possibilitando-lhes

não só entrarem como, inclusivamente, manterem-se competitivas em

determinadas indústrias.

Importa, no entanto, verificar qual o contexto mais favorável à entrada de

pequenas firmas numa indústria, em especial no que respeita ao esforço de I&D.

Neste sentido, Acs e Audretsch (1990) elaboraram um estudo sobre a indústria

Norte Americana entre 1978 e 1980, o qual lhes permitiu concluir que a

intensidade em I&D da indústria, medida através do rácio dos gastos em I&D

relativamente às Vendas, não se apresenta favorável à entrada de firmas de

menor dimensão (apresentam menos de 500 empregados) constituindo, deste

modo, uma barreira determinate à entrada de pequenas firmas numa indústria.

Com base em elementos de 1982 referentes ao número de inovações, Acs e

Audretsch (1987) afirmam que mais importante que procurar saber .quais as

firmas mais inovadoras (pequenas ou grandes) importa identificar quais as

características de uma indústria mais conducentes à inovação por parte de

grandes e pequenas empresas, uma vez que não era evidente que uma

determinada dimensão das firmas fosse igualmente vantajosa e incentivadora

da inovação em todas as indústrias.

Este estudo deu origem à estimação de ura modelo empírico, o qual demonstrou

que as grandes firmas se mostraram mais inovativas em indústrias intensivas

em capital nas quais as de menor dimensão encontram grandes desvantagens.

- 64 -
Idêntica situação ocorre em indústrias intensivas em publicidade, concentradas

e fortemente sindicalizadas, presumidamente devido à diferenciação dos

produtos e às economias de escala atribuídas à publicidade, e ao maior poder de

mercado, os quais possibilitam um melhor aproveitamento dos benefícios

decorrentes da inovação por firmas de grande dimensão, contrariamente ao que

acontece com firmas mais pequenas. Contudo, como foi anteriormente referido,

o estudo também prova que as firmas mais pequenas existentes encontram mais

vantagens para inovarem em indústrias que registam poucas firmas sendo

estas de dimensão semelhante. Além disso, apuraram que as vantagens para

estas firmas inovarem encontram-se positivamente relacionadas com a taxa de

inovação da indústria. Assim, em indústrias muito inovadoras as pequenas

firmas encontram um palco" privilegiado para a inovação.

Deste modo, de acordo com estudos conduzidos por Acs e Audretsch (1990)que

procuraram identificar o número de inovações desenvolvidas por grandes e

pequenas firmas nas indústrias que apresentam uma dinâmica inovadora mais

acentuada, conclui-se que nas indústrias mais tecnologia intensivas,

nomeadamente as associadas ao novo paradigma técnico-económico, sobressai a

importância das firmas de menor dimensão.

Assim, estas industrias caracterizam-se pelo predomínio de empresas de

pequena dimensão (apresentam em média 11,3 empregados, de acordo com um

estudo desenvolvido por Mustar (1994) e desempenham um papel determinante

ao nível do desenvolvimento tecnológico, da criação global de emprego e da sua

competitividade.

Esta evidência empírica, que contradiz a "Hipótese" desenvolvida por

Schumpeter, apresenta como factor crítico do sucesso das firmas a sua

capacidade de I&D e a capacidade inovadora e criadora dos seus fundadores os

quais, de acordo com o mesmo autor são maioritariamente investigadores

- 65 -
provenientes de laboratórios de pesquisa universitários ou de outras entidades

dedicadas à I&D, de escolas de engenharia ou de grandes grupos industriais.

Na maioria dos casos os investigadores assumem a responsabilidade pela

gestão da empresas, apesar de muitas vezes procurarem colaboradores não

relacionados com a I&D, ou seja, conhecedores de outras áreas do saber,

conferindo à empresa uma maior polivalência em termos de "know how".

De acordo com o mesmo autor, a actividade destas pequenas empresas de base

tecnológica assenta nos conhecimentos e nas competências desenvolvidas

anteriormente pelos investigadores nos grandes laboratórios, razão pela qual os

investimentos em I&D são, em regra, elevados e críticos do seu sucesso

competitivo. Ao longo da vida destas empresas a ligação dos seus quadros aos

laboratórios onde desenvolveram a sua formação continua a ser muito intensa

tornando-se estes, muitas vezes, os seus primeiros e principais clientes,

passando a colaborar em projectos conjuntos.

Por outro lado, Mustar (1994) salienta que se assiste nas pequenas empresas de

base tecnológica a uma grande circulação de meios físicos (equipamentos,

documentos, produtos, etc.) e humanos uma vez que os seus membros

participam com certa assiduidade em iniciativas de carácter científico

promovidas externamente, onde podem trocar experiências e conhecimentos

com técnicos ligados à investigação (professores, estagiários, investigadores,

etc), fomentando a cooperação e a colaboração em projectos, proporcionando o

desenvolvimento da investigação, nomeadamente a aplicada, e acelerando a

transferência de tecnologia. Assim, a grande dinâmica e a procura sistemática

da obtenção dos conhecimentos que caracterizam o "estado da arte" em cada

momento, faz com que estas PEs se tornem particularmente inovadoras e

responsáveis por uma fatia crescente da I&D realizada pela indústria.

- 66 -
Por outro lado, uma vez que o "output" produtivo destas empresas é intensivo em

conhecimentos especializados, o seu sucesso comercial passa pela capacidade de

entenderem e satisfazerem as necessidades específicas de cada um dos seus

clientes. Assim, de acordo com o autor, encontram-se fortemente concentradas

em poucos clientes (cerca de 2 ou 3) dos quais depende a sua sobrevivência e o seu

sucesso é determinado pela intensidade da sua interacção e integração.

Neste sentido, assiste-se actualmente à promoção e à dinamização de redes de

cooperação tecnológica (quer entre empresas quer entre estas e centros de saber),

as quais permitem melhorar o entrosamento das diversas entidades envolvidas

na inovação e na I&D do qual depende o sucesso destas empresas.

Deste modo, as pequenas empresas de base tecnológica actuam como poderosos

catalizadores da cooperação entre diversas entidades e organizações,

potenciando o desenvolvimento de importantes alianças e redes tecnológicas.

Assim, as PEs de base tecnológica, dada a abrangência que caracteriza a sua

actividade, apresentam-se determinantes na inovação de todo o tecido industrial

e na dinamização dos mercados e do emprego (mesmo não sendo grandes

empregadores isoladamente), podendo-se revelar cruciais para o

desenvolvimento das restantes indústrias, contribuindo de forma decisiva para a

sua competitividade sustentada.

III.4. Dimensão das empresas e a problemática relativa ao

financiamento da inovação tecnológica

A inovação e a tentativa de produção de conhecimento, tal como qualquer outra

decisão de investimento, tem subjacente uma opção de financiamento. Contudo,

em virtude das particularidades associadas a este tipo de actividades

(essencialmente o elevado risco e incerteza, a inapropriabilidade, a

-67-
indivisibilidade e a necessidade de mobilizar elevados meios financeiros com

retorno apenas a longo prazo), a análise e a selecção do tipo de financiamento

mais adequado reveste-se de especial importância, condicionando de forma

determinante o sucesso da inovação, não só durante o decorrer dos

desenvolvimentos laboratoriais iniciais como, inclusivamente, até à produção de

protótipos e pré-séries que evidenciem viabilidade comercial (ID&D).

Assim, cada tipo de inovação apresenta problemas particulares e, em virtude

das suas especificidades, requerem diferentes soluções de financiamento.*

Por outro lado, quando se analisam projectos inovatórios há que questionar se o

objectivo reside apenas na produção de novos conhecimentos (é o caso de alguma

investigação fundamental realizada essencialmente em laboratórios do Estado e

em Universidades) ou se se procura desenvolver novas soluções tecnológicas

comercialmente viáveis (em regra corresponde a uma parcela substancial da

I&D aplicada desenvolvida pelas empresas). Neste último caso, importa

considerar não só os custos associados à I&D como também os restantes

encargos inerentes à inovação visando a criação e transferência de alguma mais

valia para o consumidor. Estes investimentos referem-se às adaptações

necessárias nos processos, procedimentos, modificações na linha de fabrico, à

definição de novos circuitos produtivos, formação profissional, novas exigências

em termos organizacionais, redefinição de regras e estabelecimento de novos

contactos com fornecedores/clientes, definição de novos canais e circuitos de

distribuição ou reforço dos existentes, etc.

* Guinet (1995) apresentou a seguinte tipologia para classificar as inovações:

I Radical
I Incremental

I Baseada directamente cm conhecimentos científicos novos


I Combinação de soluções tecnológicas existentes

I Resultado da pesquisa sistemática em grande escala


I Ao alcance de pequenas empresas
-68-
A crescente globalização das economias conduziu a uma desregulamentação dos

mercados financeiros e os agentes promotores da inovação têm actualmente ao

seu dispor não só opções de financiamento mais diversificadas, como também

podem desfrutar das diferentes novidades registadas nos vários sistemas

financeiros e de uma maior acessibilidade e celeridade na decisão.

Na essência do sistema financeiro encontra-se a gestão do risco (de recuperação

e de adequada remuneração dos seus créditos), ou seja, a probabilidade de

ocorrer um cenário desfavorável. Este sistema encontra-se particularmente

habilitado a lidar com situações de risco diferenciado penalizando-as de acordo

com a probabilidade e a gravidade da ocorrência de factores desfavoráveis.

Contudo, a actividade inovatória não se caracteriza apenas pelo risco mas

também pela incerteza, ou seja, a incapacidade de descrever quais os cenários

possíveis. Porém, esta o sistema financeiro tradicional dificilmente pode

enquadrar nas suas análises e decisões, além de que, nomeadamente na criação

de novos conhecimentos científicos, a incerteza relativa aos proveitos futuros da

inovação ou ao tempo de recuperação dos investimentos é elevada, subsistindo

igualmente incertezas relativas à inapropriabilidade futura da inovação pelo

investidor.

Ein virtude do sistema financeiro se revelar imperfeito para analisar e financiar

adequadamente projectos de I&DT e sendo estes a essência do crescimento e do

desenvolvimento económico, muitas vezes os poderes públicos intervêm através

de mecanismos correctores, os quais podem assumir diversas formas tais como

o custeio do desenvolvimento e do trabalho de pesquisa de universidades e

laboratórios ou concedendo subsídios e isenções fiscais às diversas entidades

promotoras.

Guinet (1995) identificou três tipos de intervenção do Estado as quais, segundo o

autor, perdem a sua validade pois não reflectem as evoluções ocorridas ao nível

do sistema financeiro:

-69-
Medidas conducentes a melhorar a capacidade de autofinanciamento das

empresas e a aumentar os investimentos em inovação concedendo

benefícios financeiros e isenções fiscais à I&D;

- Medidas facilitadoras do acesso ao financiamento externo, nomeadamente

através de empréstimos a taxas de juro bonificadas; e

- Por último, a criação de mecanismos eficazes de proteção da propriedade

intelectual, nomeadamente através da proteção de patentes.

No caso português é de salientar a intervenção institucional decorrente do

PEDIP, a qual se pauta pelo apoio aos agentes económicos através dos três tipos

de intervenções enunciados.

Face ao risco e à incerteza que caracterizam as decisões de inovar, Guinet

defende três formas privilegiadas de financiamento, de acordo com as

características do processo inovatório:

Os investimentos em inovações com um grau elevado de incerteza quanto à

sua viabilidade económica, nomeadamente projectos de investigação

fundamental ou uma parcela importante da investigação pré-competitiva,

devem assentar essencialmente no financiamento público;

- Os investimentos em inovações com impacto directo sobre a rendibilidade

das empresas mas onde esta é difícil de ser estimada por entidades

externas, nomeadamente a I&D de novos produtos e processos com uma

componente importante de desenvolvimento tecnológico, deve privilegiar o

autofinanciamento por parte das empresas;

-70-
- O financiamento externo proveniente do mercado financeiro,

nomeadamente através de empréstimos bancários pode ser privilegiado

caso os critérios de avaliação das instituições financeiras sejam

susceptíveis de serem aplicados.

A globalização tornou possível a liberalização dos mercados financeiros, ou seja,

conduziu a uma diversificação das fontes de financiamento, promovendo a

flexibilidade, a eficácia e a redução dos respectivos custos facilitando, deste

modo, o acesso ao financiamento privado de projectos inovatórios. Contudo, estes

benefícios atingem diferentemente os vários tipos e áreas de investimento e

níveis variáveis de risco e incerteza. Nomeadamente, os investidores

institucionais muitas vezes privilegiam aplicações de curto prazo com elevada

liquidez e facilmente transacionáveis nos mercados financeiros, em detrimento

de outras com prazos mais dilatados e com maior carácter reestruturante

relativamente à organização das empresa.

Este problema coloca-se com especial acuidade em sociedades, tais como os

E.U.A., onde existe uma grande separação entre quem exerce o controlo da

gestão das empresas e a sua propriedade, sendo de destacar os fundos de

pensões/investimento, e em que as seguradoras são os grandes financiadores da

actividade empresarial. Para Drucker (1992) esta é uma questão fulcral

condicionante da competitividade sustentada das empresas americanas e da sua

capacidade de inovar e de contribuírem de forma decisiva para o progresso do

conhecimento científico e tecnológico que está na essência de todo o

desenvolvimento económico.

Guinet denominou estes sistemas de "baseados no mercado" distinguindo-os dos

"assentes no crédito" no qual o papel dos bancos como financiadores externos

das empresas é fundamental (Japão e Europa).

-71-
Características inerentes Condições gerais
Operações de mercado
ao projecto

firma actividade produtos do trabalho económicas regulamentares

-erros de -imaturidade -concorrên- -choques -volatilidade -instabilidade


gestão tecnológica cia destru- salariais das taxas do quadro
-vulnerabi- -complexida- tiva -falta de de juro e regulamentar
lidade de do -práticas qualificação de câmbio -risco de
financeira projecto predatórias da mão-de- -ciclos de restrições de
-volatilidade -inovação do -entradas -obra procura acesso ao
do conhe- projecto agressivas -inflação mercado
cimento
-conflitos
sociais

í
Factor multiplicador
Horizonte temporal do investimento
c J

i
Condições de Preço e disponibilidade Conhecimento industrial
oferta/procura dos entrantes e tecnológico

Riscos de mercado Riscos de custo Riscos produtivos

Riscos industriais

Riscos financeiros

Fonte: Guinet (em "Le financement de Vinnovation", 1995)

Para o autor, apesar da liberalização crescente registada ao nível dos diferentes

sistemas financeiros, ainda persistem especificidades importantes relativas ao

peso do financiamento público/privado, à estrutura de financiamento das

empresas, à intensidade e formas de incentivos públicos ao investimento

privado, à relação existente entre estruturas de financiamento e propriedade do

capital e controlo de gestão, e o nível de desenvolvimento dos mercados

especializados na gestão dos riscos associados à inovação, nomeadamente à que

-72-
visa prosseguir importantes desenvolvimentos tecnológicos e contribuir para

alargar a fronteira do saber técnico-científico.

Assim, a problemática associada ao financiamento da inovação, nomeadamente

a que se reveste de alguma profundidade relativamente ao desenvolvimento de

novos conhecimentos, é particularmente importante nas economias onde o

capital de risco, o qual constituí ele próprio uma importante inovação do sistema

financeiro, não se encontra suficientemente desenvolvido e quando a

rendibilidade prevista dos investimentos é baixa mas existe interesse social no

seu desenvolvimento.

Guinet identificou quatro grandes problemas relativos ao financiamento da

inovação que dificultam a intervenção dos mecanismos de mercado: a

reestruturação das relações entre pesquisa aplicada e pesquisa fundamental, a

incerteza crescente face às condições de apropriabilidade dos proveitos da

inovação, o aumento dos custos com a I&D e a redução do ciclo de vida dos

produtos.

Uma vez que os mercados financeiros procuram rentabilizar as suas aplicações

de curto prazo privilegiando a liquidez, os investimentos de longo prazo, como é o

caso dos que concernem a uma parcela relevante da produção de conhecimentos

científicos e tecnológicos, são negligenciados em função do seu elevado risco e do

facto dos recursos financeiros aplicados ficarem muitas vezes imobilizados por

longos períodos de tempo.

Assim, para Guinet (1994) as PMEs são muitas vezes confrontadas com

dificuldades financeiras que as penalizam e impedem de prosseguir e

desenvolver actividades inovatórias, particularmente as que têm por base

projectos de I&DT.

Neste sentido, identificou quatro condicionantes do progresso tecnológico de

ordem financeira: a ausência ou insuficiência de capitais próprios, o

endividamento a curto prazo, o peso excessivo do crédito inter-empresas e as

-73-
dificuldades penalizantes para as empresas de menor dimensão relativas ao

custo do capital alheio (taxa de juro do financiamento externo).

Para olvidar a estes constrangimentos as PMEs podem apostar no

"partneriado", na criação e aprofundamento de redes de cooperação inter-

empresas ou com instituições de saber ou na abertura do seu capital ao exterior.

Contudo, esta última alternativa muitas vezes é afastada em resultado de

diversos factores sendo o principal inerente à estrutura da propriedade do

capital e controlo da gestão das empresas. Estas muitas vezes são empresas

familiares ou bastante dependentes do carisma ou dos conhecimentos dos seus

accionistas, os quais não só são detentores do capital com também intervêm e são

responsáveis pela sua gestão e, ao abrirem o capital ao exterior, vêm limitado o

seu poder de controlo e de intervenção.

Assim, revela-se necessário implementar instrumentos financeiros adequados

ao desenvolvimento de projectos de I&DT conducentes à promoção da inovação,

vocacionados especialmente para suprir as dificuldades com que se deparam as

PMEs mais inovadoras e nas com recursos financeiros limitados.

A política comunitária no que respeita ao financiameto da inovação elegeu o

capital de risco como instrumento de relevo. Contudo, este ainda se apresenta

pouco difundido e a sua aplicação no financiamento da actividade inovatória

apresenta-se, ainda, bastante limitado, especialmente em economias menos

desenvolvidas como é o caso português.

Por último, de acordo com o trabalho desenvolvido por Bernard e Quéré (1994)

afigura-se curioso salientar o facto das PMEs beneficiarem de uma percentagem

de financiamento público muito baixa mas crescente (3% em 1978 e 7,9% em

1990) enquanto que as suas despesas internas em I&D têm vindo a crescer a

taxas superiores (8,9% em 1978 e 16,9% em 1990).

-74-
IV. ANALISE E CARACTERIZAÇÃO DOS PROJECTOS E DAS
EMPRESAS APOIADAS NO ÂMBITO DO SISTEMAS DE
INCENTIVOS FINANCEIROS À I&DT DO PEDIPI (SINPEDIP,
PITTE, PRODIBE e Reestruturação do Sector da Fundição)

IV. 1. Enquadramento do estudo de empresas e caracterização da

metodologia de análise

IV. 1.1. Objectivos do estudo

No seguimento do enquadramento teórico desenvolvido anteriormente em que se

procurou perspectivar os aspectos mais relevantes da problemática subjacente à

inovação tecnológica, à I&D e às suas relações com a indústria e as estruturas

de mercado, pretende-se agora desenvolver um estudo empírico que constitua

uma abordagem à realidade actual portuguesa.

Em virtude da importância estratégica dos desenvolvimentos inovatórios para a

competitividade das empresas e das regiões económicas, a caracterização do

'status quo" no que concerne a estes assuntos, bem como o constante

acompanhamento da sua evolução, revela-se determinante para estabelecer

objectivos e delinear acções que visem olvidar carências e problemas e permitam

colocar o tecido empresarial português na rota do progresso e do

desenvolvimento económico.

Deste modo, pretende-se com o presente estudo conhecer a realidade das

empresas portuguesas, procurando identificar e descrever o relacionamento da

indústria com o desenvolvimento tecnológico e, particularmente, analisar como

o sector secundário tem vindo a inlernalisar o conhecimento e a transformar os

desenvolvimentos científicos e tecnológicos, bem como as invenções, em

inovações economicamente viáveis e competitivas.

-75-
Este diagnóstico assume particular relevância se atentarmos à realidade

portuguesa relativamente ao empenho das empresas em actividades de I&D em

comparação com outros paises, nomeadamente com os restantes membros da

Comunidade Europeia e paises desenvolvidos.

Seguidamente, apresenta-se um conjunto de representações gráficas

ilucidativas do esforço de I&D, quer nacional quer estabelecendo comparações

internacionais.

Grᣠ2 - Evolução dos gastos portugueses em I&D

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1 600 --
•3
-aV 400--
1 200--

1988 1990 1992


Anos
Fonte: OECD - Main Science and Technology Indicators - 1995/2

Gráf. 3 - Gastos em I&D

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Fonte: OECD - Main Science and Technology Indicators - 1995/2

-76-
Destes gráficos transparece o facto de, apesar de se assistir a um aumento,

sistemático e bastante superior à maioria dos restantes paises representados, do

investimento nacional em I&D (gráfico 4), este ainda se revela extremamente

incipiente quando se estabelecem comparações internacionais quer em termos

absolutos, através da sua expressão em valores monetários (gráficoS), quer

considerando o investimento em I&D "per capita" ou o seu peso no Produto

Interno Bruto (PIB) (ver gráficos 5 e 6).

Gráf. 4 - Taxas de crescimento anuais dos gastos em I&D

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Fonte: OECD - Main Science and Technology Indicators - 1995/2

Gráf. 5 - Gastos em I&D '"per capita"

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Fonte: OECD - Main Science and Technology Indicators - 1995/2

-77-
Gráf. 6 - Peso dos gastos em I&D no Produto Interno Bruto

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Fonte: OECD - Main Science and Technology Indicators - 1995/2

Assim, dos diversos paises ou regiões económicas patentes nos gráficos, apenas

a Grécia apresenta uma situação mais desfavorável que Portugal, apesar de em

1993 apresentar uma taxa de crescimento dos gastos em I&D bastante superior à

registada em Portugal no ano anterior.

Uma interrogação que se revela pertinente colocar, e que está na essência da

componente prática da presente dissertação, diz respeito à identificação de quem


%
faz I&D em Portugal e como esta é financiada.

A participação e o empenhamento das empresas no desenvolvimento de

actividades de I&D constitui um indicador importante do estádio de

desenvolvimento de uma região, uma vez que reflecte o nível de envolvimento dos

agentes económicos na inovação e traduz o seu entrosamento com a dinâmica

competitiva global, além de constituir uma das mais importantes "armas de

ataque e de defesa" contra as restantes forças competitivas, através da qual se

podem obter vantagens competitivas determinantes e sustentáveis no tempo.

Relativamente aos investimentos em I&D realizados pelo sector empresarial, as

ilações retiradas anteriormente mantêm-se, ou seja, o tecido empresarial

português ainda não encara estes assuntos como um factor crítico do seu

-78-
sucesso, muitas vezes delegando a sua realização noutras entidades

(Universidades, Laboratórios de investigação e outras Infraestruturas de canz

tecnológico) .

Grᣠ7 - Distribuição dos gastos em I&D pelas diversas entidades promotoras

Em Portugal

50
40
30
20
10

Empresas Universidades Estado ISFL


Na Europa

80
60
% 40
20
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Empresas Universidades Estado ISFL

1988 □ 1990 H 1992

Fonte: OECD - Main Science and Technology Indicators - 1995/2

Esta situação pode ocorrer não só porque estas actividades ainda não constituem

uma aposta competitiva nacional como, também, porque o pensamento

estratégico vigente subjacente à gestão da inovação ainda não representa um

requisito partilhado pela maioria das empresas (gráficos 7 e 8).

Gráfl 8 - Peso da I&D desenvolvida por empresas nos gastos totais em I&D

80 -r

SSV-
60
1992
% 40 -|:
□ 1993

20 -

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Fonte: OECD - Main Science and Technology Indicators - 1995/2
-79-
Gráf. 9 - Peso da I&D desenvolvida pelas Universidades nos gastos totais em I&D

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40 --

30 -- ® 1992
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Fonte; OECD - Main Science and Technology Indicators - 1995/2

Grᣠ10 -Peso da I&D desenvolvida pelo Estado nos gastos totais em I&D

40

30 --
1992
20 --
□ 1993

10 -

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Fonte: OECD - Main Science and Technology Indicators - 1995/2

Gráf. 11 - Peso da I&D desenvolvida por Instituições Privadas Sem Fins


Lucrativos nos gastos totais em I&D

16
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12 --
1992
8 --
□ 1993
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Fonte: OECD - Main Science and Technology Indicators - 1995/2

-80-
Contudo, independentemente da razão por detrás da baixa participação do sector

empresarial nacional no desenvolvimento de actividades inovatórias, importa

promover a mudança da cultura empresarial dominante.

Um aspecto curioso a salientar reside no facto dos anos patentes nos gráficos e

quadros (ver em anexo) apresentados coincidirem com o período de

implementação do PEDIP (bem como de outros Programas de Apoio

comunitários mas de menor impacto reestruturante sobre o tecido empresarial

português), o que poderá ter contribuído para a taxa de crescimento anual das

despesas em I&D das empresas (e restantes entidades) apresentar um saldo

positivo, se bem que ainda insuficiente quando comparada com padrões

comunitários ou com países e regiões consideradas desenvolvidas (gráfico 12).

Gráf. 12 - Peso das despesas das empresas em I&D no Produto Interno Bruto

2,5 j

2 --

1,5 m 1992

1 4- □ 1993

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Fonte: OECD - Main Science and Technology Indicators - 1995/2

É de salientar que uma importante parcela da I&D desenvolvida pelo tecido

empresarial provem de actividades industriais sendo este sector responsável por

80,5% do financiamento da I&D promovida pelas empresas portuguesas em

1992, valor este que acompanha de perto o respectivo indicador na América do

Norte e Europa (79% e 80,4%, respectivamente).

-81-
Gráf. 13 - Peso das despesas das empresas em actividades de I&D financiadas
pela indústria

100 T
1
80 -- m- - PSl
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Fonte: OECD - Main Science and Technology Indicators - 1995/2

Muitos autores advogam que os diversos recursos utilizados na I&D, tais como

meios humanos (número de técnicos, número de investigadores, e seus

respectivos níveis de habilitações, etc.), técnicos e financeiros, não são uma

medida correcta da importância destas actividades pois constituem "inputs" do

processo e não reflectem a eficácia e a eficiência deste.

Contudo, se atentarmos ao "output" do processo inovatório, o qual pode ser

medido através do número ou da taxa de crescimento do registo de patentes, por

exemplo, constatamos que as conclusões retiradas anteriormente relativas a

Portugal continuam válidas.

Grᣠ14 - índice de dependência tecnológica relativamente ao exterior


(patentes registadas por não residentes/patentes registadas por residentes)

400 T

300 --
E 1992
200 --
□ 1993
100

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Fonte: OECD - Main Science and Technology Indicators - 1995/2


-82-
Esta situação encontra-se evidenciada no índice de Dependência tecnológica face

ao exterior, o qual no caso português apresenta valores que suscitam alguma

apreensão (183,58 o que contrasta com um nível de 1,16 e de 3,98 na América do

Norte e na Europa em 1992, respectivamente).

Ressalvando a importância da indústria no tecido empresarial relativamente ao

desenvolvimento de actividades de I&D e o impacto da dinâmica inovadora

suscitada pela capacidade reestruturadora do PEDIP, procurar-se-á através do

presente estudo responder e analisar as seguintes questões:

1) Quem faz I&DT na indústria?

2) Quais as características predominantes das empresas, nomeadamente as

industriais, que fazem I&DT?

3) Qual o seu nível de investimento em I&DT?

4) Como é que estas actividades são financiadas?

5) Quais as áreas tecnológicas de maior incidência?

6) Qual a principal origem do controlo do capital nas empresas que

realizaram actividades de I&DT apoiadas pelo PEDIP?

7) Qual o nível de entrosamento das empresas com as diversas entidades do

SCT nacional tendo em vista a realização de projectos de I&DT? (esta

questão tem subjacente a decisão de comprar ou desenvolver

internamente estas actividades ou optar por cooperar com outras

organizações)

IV.1.2. Enquadramento das Medidas de Apoio à I&DT no âmbito do

PEDIP I (SINPEDIP, PITIE, PRODIBE e Reestruturação do

Sector da Fundição)

Sobre a importância do anterior PEDIP e o seu impacto reestruturante sobre o

tecido industrial português pouco haverá a dizer que não seja sobejamente

conhecido ou que não tenha sido alvo de discussão e análise pública.

-83-
Importa, contudo, fazer uma breve abordagem sobre o enquadramento das

Medidas de Apoio à I&DT no âmbito deste Programa de Apoio.

Como foi referido anteriormente, a inovação de cariz tecnológico é cada vez mais

um factor dinâmico determinante e condicionador do sucesso competitivo das

indústrias e constitue, desde há muito, uma das desvantagens concorrenciais

mais limitativas do desenvolvimento económico nacional.

Contudo, quer relativamente à política industrial a prosseguir quer aos

instrumentos escolhidos para a implementar (entre os quais se destaca o

PEDIP), os "aspectos intangíveis, por vezes denominados factores dinâmicos da

competitividade - factores não preço - tais como a capacidade para inovar,

desenvolver e incorporar novas tecnologias, para produzir produtos baseados na

qualidade, no design e imagem de marca, para melhorar os sistemas de gestão

de produção e de gestão empresarial ..." (em "PEDIP - Objectivos, estrutura e

enquadramento no regulamento comunitário e na política industrial

portuguesa", 1989), assumiram em finais da década de 80, e continuarão a

assumir-se cada vez mais, estrategicamente preponderantes nas preocupações e

objectivos da nossa política industrial.

Neste contexto, a inovação tecnologia, e mais especificamente a I&DT, têm uma

presença reforçada nos diversos Programa Operacionais constituintes do PEDIP

I (e actualmente no PEDIP II), quer orientados para a indústria quer nos

dirigidos à criação e desenvolvimento de diversas entidades do SCT nacional,

nomeadamente diversas Infraestruturas Tecnológicas.

O anterior PEDIP encontrava-se estruturado no seguinte conjunto de Programas

Operacionais:

Prog. 1 - Infraestruturas de base e tecnológicas

Prog. 2- Formação profissional

-84-
Prog. 3 - Incentivos ao investimento produtivo

Prog. 4 - Engenharia financeira

Prog. 5 - Missões de produtividade

Prog. 6 - Missões de qualidade e design industrial

Prog. 7 - Divulgação, implementação e controlo

O Programa 3 - Incentivos ao Investimento Produtivo apresentava os seguintes

Sub-programas:

3.1 - Sistema de incentivos financeiros do PEDIP (SINPEDIP)

3.2 - Financiamento de operações específicas do SIURE

3.3 - Regime de apoio à reestruturação e à modernização sectorial

3.4 - Apoio a produções industriais específicas

O universo de análise do presente estudo é constituído pelos projectos concluídos

ao abrigo das Medidas de Apoio à I&DT incluídas nos Subprogramas 3.1

(SINPEDIP) e 3.4 (o qual engloba o PITIE - Programa Integrado de Tecnologias

de Informação e Electrónica e o PRODIBE - Programa para o Desenvolvimento

das Indústrias de Bens de Equipamento) e no Subprograma 3.3.2 relativo à

reestruturação da indústria de fundição.

O apoio do PEDIP à I&DT desenvolvida pela indústria visou "estimular a

introdução nas empresas industriais portuguesas de produtos e processos novos

em Portugal, com o objectivo de ganhar vantagens comparativas dinâmicas em

relação à concorrência, .... Tal introdução deverá ser feita através do

desenvolvimento na própria empresa dos novos produtos e processos ou através

de um contrato de desenvolvimento industrial feito pela empresa com um centro

de investigação.

Trata-se, pois, de financiar quer a fase de desenvolvimento exprimental de um

novo produto ou processo de fabrico, quer a fase pré-competitiva de construção de

protótipos ou pré-séries. Este sistema visa incentivar a investigação

-85-
industrialmente orientada nas empresas portuguesas, contribuindo para a

diversificação e modernização da estrutura industrial nacional" (em "PEDIP -

Objectivos, estrutura e enquadramento no regulamento comunitário e na

política industrial portuguesa", 1989).

Assim, de acordo com o estipulado no Art9 49 do Decreto-Lei n9 483-D/88, de 29 de

Dezembro, eram susceptíveis de serem apoiados os seguintes tipos de projectos

de aquisição e desenvolvimento de tecnologia:

- Actividades de I&DT industrialmente orientadas nas empresas ou em

colaboração com centros de investigação;

- Desenvolvimento de novos produtos ou processos, incluindo a construção

de protótipos e de instalações exprimentais;

- Desenvolvimento de produtos ou processos de tecnologia avançada,

incluindo a construção de protótipos e de instalações exprimentais;

- Fabrico de pré-séries e a construção de instalações piloto necessárias ao

teste produtivo e de mercado de novos produtos e processos.

IV. 1.3. Caracterização da metodologia

O presente estudo empírico visou analisar e procurar identificar quais as

características preponderantes nas empresas, nomeadamente as industriais,

que desenvolveram projectos de I&DT apoiados no âmbito do Sistema de

Incentivos Financeiros à I&DT do PEDIP (SINPEDIP, PITIE, PRODIBE e

Reestruturação do Sector da Fundição).

Assim, foram recolhidos, tratados e analisados elementos relativos a um

universo constituído por 106 empresas e 170 projectos.

Procurando não repetir os esclarecimentos e as observações relativas à recolha

dos elementos patentes nas notas ao questionário que se encontram em anexo,

importa salientar três aspectos essenciais.

-86-
O primeiro tem a ver com o facto do universo de análise ser constituído pelos

projectos (e respectivos promotores) que foram encerrados, ou seja, apenas

foram considerados os projectos concluídos cujo desenvolvimento e

acompanhamento respeitou integralmente as regras do Programa de Apoio e

dos respectivos Sistemas de Incentivos.

O segundo aspecto refere-se ao facto de, em virtude de ao longo dos diversos

estádios de análise e acompanhamento dos projectos se poderem verificar

ajustamentos ao que estava previsto inicialmente (nomeadamente o seu início,

duração, entidades subcontratadas, investimento, aplicações relevantes e

incentivo aprovado), muitas vezes existem discrepâncias relativamente aos

valores reais (figura 4). Deste modo, e salvo excepções devidamente assinaladas,

para ultrapassar este constrangimento estes elementos foram recolhidos tendo

por base os relatórios de acompanhamento financeiro, uma vez que só uma

análise pós-projecto pode perspectivar fielmente os meios necessários e as

condicionantes decorrentes do seu desenvolvimento.

Figura 4 - Estádios genéricos do circuito de apuramento dos investimentos e dos


incentivos reais no PEDEP

C
\ Candidatura V
Ficha de análise ^
^Ficha
y ~ / ►Acompanhamento^
V financeiro J
< )
Avaliação Comissão de selecção Dados finais/reais
Homologação ministerial
(Assinatura do contrato)

Por último, o universo dos projectos apoiados inclui um que, dado o seu

desenvolvimento ter sido considerado particularmente estratégico para o país,

ter mobilizado investimentos especialmente elevados e de ter sido alvo de uma

comparticipação no âmbito do SINPEDIP bastante mais elevada que as restantes

projectos apoiados, não foi considerado na análise, salvo excepções devidamente

assinaladas, uma vez que o objectivo último do presente trabalho não consiste em

analisar o PEDIP, mas em estudar as empresas por ele apoiadas e a sua

inclusão poderia conduzir a distorções.


-87-
Relativamente à metodologia utilizada, este estudo desenvolveu-se ao longo das

quatro fases seguintes:

1* fase - Elaboração da base de dados

Identificação e delimitação do universo de empresas e projectos;

Determinação das vertentes e das variáveis de análise;

Elaboração de um questionário base para o levantamento da

informação e construção de regras de preenchimento tendo em

vista a sua uniformização;

Recolha dos dados nos dossiers de candidatura, fichas de análise e

relatórios de acompanhamento; e

Execução de pequenos ajustamentos ao questionário que se

revelaram pertinentes após um primeiro contacto com a

informação disponível.

2- fase - Síntese e tratamento da informação

- Escolha das variáveis a tratar e a confrontar;

- Elaboração de mapas e gráficos; e

- Estabelecimento de correlações entre possíveis variáveis

explicativas do nível de investimento efectuado por cada empresa.

3? fase - Análise dos elementos

4e fase - Conclusões

IV. 1.4. Caracterização das vertentes e das variáveis de análise

No enquadramento teórico procurou-se reflectir e conceptualizar sobre a

importância da tecnologia como factor crítico do sucesso das organizações e

foram abordados os principais aspectos inerentes à estrutura da indústria que

-88-
podem promover, impedir ou simplesmente introduzir elementos indutores de

alguma dissonância no reconhecimento das potencialidades da inovação

tecnológica e da I&D nas empresas, bem como o modo como estas, através da

tecnologia, podem constituir factores de perturbação ou de mudança estrutural

na indústria.

Nomeadamente, a análise incidiu preferencialmente sobre os aspectos

dinâmicos relacionados com a tecnologia, ou seja, abordou-se mais

profundamente as questões relacionadas com a inovação e o progresso

tecnológico.

Através da elaboração de um estudo empírico tendo por base as empresas e os

projectos apoiados no âmbito do Sistema de Incentivos Financeiros à I&DT do

PEDIP pretende-se analisar como estes aspectos se encontram interligados no

caso português.

Assim, foram identificadas diversas variáveis/vectores de análise que se podem

agrupar em três vertentes:

- Empresas

- Indústria

- Actividades de I&DT

Relativamente às empresas foram identificadas as seguintes variáveis de

análise:

- Pimen^âQ

As empresas foram classificadas em pequenas e médias (PMEs) e em

grandes empresas (GEs).

A dimensão das empresas e a sua relação com o nível de investimento

efectuado em actividades de I&DT no âmbito do PEDIP foi, igualmente, alvo

-89-
de análise através do calculo de correlações ponderando cada um destes

critérios isoladamente.

- Localização geográfica

As empresas foram classificadas de acordo com o distrito onde se

encontram sediadas, o que permite identificar a existência de assimetrias

regionais e a sua gravidade. Esta classificação pode, contudo, esconder

situações em que as instalações fabris e o conjunto das áreas funcionais

mais relevantes das empresas se localizem em distritos distintos da sede,

- Estrutura da propriedade/controlo do capital

O tratamento dos dados visou identificar se o controlo do capital era

maioritariamente exercido por agentes económicos nacionais (públicos ou

privados) ou estrangeiros.

- Nível de emprego e sua distribuição por áreas funcionais

Esta variável mede o número total de trabalhadores e apenas foi

introduzida na análise correlacionai.

- Vocação exportadora

Esta variável mede o peso das exportações e a importância do mercado

interno nas vendas dos seus produtos, ou seja, identifica quais os

principais mercados clientes (interno ou externo), os quais são medidos

através do seu peso no volume de vendas de cada empresa.

- Rendibilidade do Activo

Mede a capacidade dos meios ao dispor da empresa patentes no seu Activo

gerarem resultados (lucro).

-90-
- Rendibilidade dos Capitais Próprios

Reflecte a capacidade das empresas para remunerarem os seus Capitais

Próprios. Este identifica-se como a origem de fundos de baixa

rotatividadede e de maior permanência nas empresas e, ao contrário dos

empréstimos bancários os quais são remunerados pelos juros, a sua única

remuneração é a sua rendibilidade.

- Nível de Autonomia Financeira

Este vector de análise evidencia o modo como a empresa financia a sua

actividade recorrendo a Capitais Próprios ou Alheios e reflecte o seu nível

de endividamento.

- Tempo de vida

Esta variável classifica as empresas em existentes, caso tivessem sido

constituídas e apresentassem actividade relevante há mais de um ano

antes da apresentação da candidatura, ou em novas, caso ambas as

condições não se verifiquem.

- Intensidade capitalística

Mede o peso do factor humano relativamente aos restantes recursos da

empresa, e é calculada através do segunte rácio: Activo / Emprego.

Relativamente à indústria foram recolhidas informações sobre:

- Sectores de actividade

Esta variável evidencia o número de empresas apoiadas em cada sector de

actividade os quais são identificados através do CAE (a 2 dígitos).

No que respeita às actividades de I&DT, ou seja, aos projectos apoiados, os

vectores de análise considerados referem-se à:

-91-
- Duração (meses)

Refere-se ao número de meses de desenvolvimento do projecto.

- Áreas tecnológicas

Afigura-se particularmente relevante analisar qual a importância do

desenvolvimento de projectos na área das tecnologias da informação e

electrónica devido não só a estas serem consideradas por muitos autores

(nomeadamente Kuhn) como a essência de um novo paradigma técnico-

económico que se encontra ainda emergente, mas também por estar à data

em curso um Programa de Apoio Específico (PITIE) e esta área ser das

mais intensivas em I&D (ver quadro 15 em anexo) e representar uma

parcela importante e crescente (a uma taxa bastante acima dos restantes

paises apresentados no gráfico seguinte de acordo com o mapa 14, em

anexo) dos investimentos das empresas nacionais em I&DT.

- Nível de entrosamento com entidades do SCT nacional

Procurou-se medir não só a parcela dos investimentos que corresponde a

encargos incorridos com a colaboração destas entidades nos projectos,

como também o seu peso no investimento total e identificar quais as

entidades mais solicitadas (Centros Tecnológicos, Institutos Públicos,

Universidades, Institutos de Novas Tecnologias, Centros de Transferência

de Tecnologia e outras entidades).

- Encargos com assistência científica e tecnológica

Esta variável traduz o envolvimento de entidades externas (subcontratadas)

no desenvolvimento dos projectos.

- Investimento realizado

- Aplicações relevantes efectivas

-92-
- Coipparticipação financeira atribuída

- Encargos com subcontratação/consultadoria ao estrangeiro

- Distribuição do investimento entre imobilizado corpóreo e incorpóreo

- Financiamento dos projectos

Envidencia os recursos financeiros que as empresas, à data da assinatura

do contrato, se propunham mobilizar para desenvolverem os projectos,

nomeadamente indica se previam recorrer a Capital Próprio,

Autofinanciamento, empréstimos bancários ou a outros meios.

Para um melhor esclarecimento sobre a definição das variáveis a analisar, ver

no anexo VII. 1 as notas explicativas e observações à construção da base de

dados.

IV.2. Enquadramento e caracterização dos promotores e dos projectos

candidatos ao Sistema de Incentivos Financeiros à I&DT do

PEDEPI

Durante o período de vigência do anterior PEDIP foram apresentadas 263

candidaturas de projectos de I&DT dos quais 187 foram aprovados. Os restantes

ou foram considerados não elegíveis, nomeadamente por não serem

enquadráveis nos Programas de Apoio a que concorreram ou porque não

cumpriam as condições de acesso requeridas, ou registou-se a desistência por

parte dos promotores.

Contudo, apenas 170 projectos cumpriram os requisitos necessários, relativos

quer aos projectos quer aos promotores, para serem apoiados.

- 93 -
Gráf. 15 - Caracterização dos projectos

300
263
250

200 187
170
2
N 150 --
106
100

50

Projectos Projectos Projectos Promotores


apresentados aprovados apoiados apoiados

É de salientar o facto de se ter registado uma maior incidência na apresentação

de candidaturas em 1991, ano que curiosamente apresenta a maior taxa de

aprovações (n9 de projectos aprovados/n9 de projectos apresentados), ou seja,

cerca de 79%.

Gráf. 16 - Evolução anual da situação dos projectos


90
90
9
80 73 71
70 62
57
60
50 -- 46 43 43
39
40 -- 34 31 31
30
20 --
10 --

1989 1990 1991 1992

■ Projectos □ Projectos aprovados Hl Projectos apoiados


apresentados

No total foram apoiadas 106 empresas (80 PMEs e 26 GEs) das quais 17, para

efeitos do presente estudo, foram consideradas de constituição recente (registada

há menos de um ano antes da apresentação da candidatura ou se até essa data

não apresentavam qualquer actividade económica relevante).

O investimento total realizado pelas empresas promotoras de projectos

aprovados ascendeu a 11.764.093 contos, o qual corresponde a 10.618.764 contos de

Aplicações Relevantes, as quais, de acordo com a legislação que regulamenta o

- 94 -
SINPEDIP (Art2 62 do Decreto Lei n9 483-D/88, de 28 de Dezembro), consideram

as seguintes despesas desde que estas se afigurem indispensáveis à realização

dos projectos:

Pessoal;

Despesas correntes relativas a materiais e a fornecimentos e serviços

de terceiros;

Subcontratação;

Instrumentos, equipamentos e edifícios afectos à I&D (são

consideradas as respectivas amortizações no caso de terem utilização

produtiva no período pós-projecto);

Consultadoria e outros serviços análogos;

Registo de patentes e sua manutenção no país e no estrangeiro até ao

início da sua exploração industrial e por um período máximo de dois

anos.

Relativamente à distribuição dos projectos por Programas de Apoio é de referir a

importância do SINPEDIP, ao abrigo do qual foram apoiadas 80 empresas,

correspondendo a 120 projectos comparticipados (cerca de 71% da totalidade dos

projectos apoiados) e a investimentos e incentivos totais nos montantes de

9.005.124 contos e de 4.711.740 contos, respectivamente.

Gráf. 17 - Caracterização dos projectos apoiados por Programas de Apoio

Incentivo
I

Investimento
i a

N9 projectos
I

N9 promotores
i

0% 20% 40% 60% 80% 100%

■ SINPEDIP □ PITIE 13 PRODIBE S R.S. Fundiçã(

Em contrapartida, no âmbito do Programa de Apoio à Reestruturação do Sector


- 95 -
da Fundição apenas um projecto foi apoiado, o qual envolvia um investimento de

79.663 contos, sendo-lhe atribuído um incentivo de 55.764 contos.

Dos 170 projectos apoiados 59% foram realizados com a colaboração de entidades

do SCT nacional, envolvendo encargos com assistência técnica e científica que

ascendem a 1.231.419 contos, os quais correspondem a cerca de 10% do

investimento total realizado.

Relativamente à dimensão das empresas promotoras, os gráficos abaixo

representados evidenciam o maior protagonismo das PMEs.

Gráf. 18 - Caracterização dos promotores apoiados e dos projectos


comparticipados de acordo com a dimensão das empresas

Incentivo
i 1

Investimento
I i □ PMEs
-
GEs
N9 projectos

N9 promotores

1 1 1 1
0% 20% 40% 60% 80% 100%

Contudo, a dimensão média medida através do investimento realizado dos

projectos apresentados por GEs (94.564 contos) é francamente superior ao

registado pelas PMEs (58.330 contos), bem como o investimento médio por

promotor se apresenta em valor bastante superior nas primeiras (185.491 contos)

relativamente às empresas de menor dimensão (86.767 contos).

Por último, importa salientar que os elementos até aqui abordados referem-se à

totalidade dos projectos apoiados, ou seja, incluem o projecto de grandes

dimensões referido anteriormente, o qual irá ser, a partir de agora, ignorado

para evitar distorções na análise.

- 96 -
IV. 3. Vectores de análise

Nesta fase da análise em que se procura encontrar resposta para as questões

anteriormente anunciadas, passamos a lidar com a realidade dos projectos

PEDIP de apoio à I&DT pelo que, salvo excepções devidamente assinaladas,

quando se falar de empresas, projectos ou incentivos estamos a referir-nos a

entidades efectivamente apoiadas, de projectos concluídos e comparticipados e

do apoio financeiro que lhes foi atribuído, e não da totalidade das candidaturas

apresentadas ou aprovadas.

IV.3.1. Vertente empresas

IV.3.1.1. Dimensão

Como foi referido anteriormente, as PMEs apresentam um maior envolvimento

nas actividades de I&DT apoiadas pelo PEDIP comparativamente com as

empresas de maior dimensão. Assim, foram apoiadas iniciativas de I&DT de 80

PMEs e de apenas 26 GEs representando cerca de 75% e de 25% das empresas

envolvidas, respectivamente.

Gráf. 19 - Caracterização dos promotores de acordo com a dimensão dag


empresas

■ GEs

□ PMEs

Relativamente aos projectos apoiados, 119 foram apresentados por PMEs e 50 por

GEs representando cerca de 70% e de 30% do número total de projectos

comparticipados, respectivamente.
Grá£20 - Distribuição do número de projectos de acordo com a dimensão das empresas

30%

GEs

UPMEs

70%

Como seria de esperar a incidência do aparecimento de empresas de constituição

recente (17) é bastante superior nas PMEs (16 empresas) uma vez que se trata da

evolução normal do desenvolvimento e da consolidação de uma empresa.

Apesar de ser significativo o número de novas empresas (cerca de 16% do total), o

investimento que realizam revela-se comparativamente menos relevante (cerca

de 8% do total). Assim, o investiments médio por projecto apresentado por novas

empresas (49.518 contos) fica bastante aquém dos registados quer por PMEs

(58.330 contos) quer pelas GEs (79.225 contos), na sua globalidade. Igual conclusão

se pode retirar do calculo dos investimentos médios por empresa, em que as de

constituição recente apresentam valores francamente inferiores (49.518 contos)

aos registados pelas PMEs (86.767 contos) e GEs (152.355 contos) no seu conjunto.

Gráf. 21 - Caracterização dos investimentos médios dos projectos por dimensão e


antiguidade das empresas

120000 n-

80713 79 225
80000 I Existentes
59 280 58330 ::
3
c 52 219 □ Novas
o
O • S-, ,
40000 •■■■■■ ' ■ Hl Totais
NS - S V s N-\ s Ss s-.
: ^
6300
.... V';-

PMEs GEs

Associado ao menor nível de investimento, constatamos não só que os projectos

- 98 -
apresentados por novas empresas revelam uma duração média igualmente

inferior ^5 meses) e, particularmente no caso das novas PMEs de cerca de 14

meses, como também o facto de cada nova empresa ter apenas um projecto

apoiado.

Esta situação traduz a existência de estruturas ainda pouco maduras e

desenvolvidas, as quais se revelam insuficientes para a realização de projectos

de maior envergadura.

Contudo, o facto de empresas muito jovens (de base tecnológica ou não)

apostarem à partida na I&D e na inovação tecnológica revela uma nova filosofia

de gestão revigorante face às estratégias passivas (ou simplesmente à sua

inexistência) que têm caracterizado muitas empresas portuguesas. Deste modo,

muitas empresas recentes que ainda se encontram num estádio inicial do seu

ciclo de vida, poderão no futuro se assumir como meios indutores da necessária

renovação do tecido industrial português.

Assim, afigurar-se-á curioso analisar futuramente (nomeadamente no âmbito

do PEDIP II) como as empresas que apostaram na I&DT criaram e

desenvolveram competências válidas em termos de mercado e identificar os

factores determinantes da sua estratégia, bem como acompanhar a sua evolução

e comportamento face à inovação (analisar se esta continua a ser determinante

ou se outros factores e estratégias se tornaram preponderantes).

Relativamente à dimensão das empresas, apesar das PMEs se terem

candidatado em maior número, é de salientar que quer o investimento médio por

projecto (58.330 contos e 59.280 contos com a inclusão e sem a inclusão das novas

empresas, respectivamente) quer a duração média dos projectos (16 meses) se

revelam bastante inferiores às registadas pelas GEs, as quais apresentam um

nível de investimento médio por projecto de 79.225 contos e uma duração média

dos seus projectos de 21 meses.


Grᣠ22 - Caracterização dos investimentos médios por projecto e por empresa
de acordo com a sua dimensão

160 000 152355

120 000
Ui
o 86 767 ■ GEs
79 225
c
o 80000
58330 □ PMEs
40 000

Investimento Investimento
médio por médio por
projecto promotor

Paralelamente, é de salientar que o número médio de projectos apresentados

pelas empresas de maior dimensão (1,92) é igualmente superior ao registado

pelas PMEs (1,49) e, como foi referido anteriormente, o investimento médio por

empresa apresenta-se nas GEs superior em cerca de 1/3 ao registado nas

empresas de menor dimensão.

Assim, conclui-se que as iniciativas de I&DT das PMEs foram em número mais

apoiadas pelo PEDIP (até porque estas existem em maior número e os apoio que

lhes eram concedidos eram mais atraentes). Contudo, a dimensão dos projectos

que desenvolveram, medida através do número médio de projectos apresentados,

do seu investimento médio e da sua duração, apresenta-se menor.

Relativamente aos incentivos financeiros, as PMEs receberam cerca de 66% dos

apoios atribuídos, sendo responsáveis por 64% dos investimentos realizados.

IV. 3.1.2. Estrutura de propriedade/controlo do capital

Relativamente ao controlo do capital, há a referir que apenas 6 empresas eram

detidas maioritariamente por entidades estrangeiras e regista-se uma maior

incidência de empresas controladas pelo exterior nas GEs (12%) em comparação

100 -
com as PMEs (4%), apresentando cada uma 3 empresas controladas pelo

exterior.

Gráf. 23 - Distribuição do número de projectos por tipo de controlo do capital das


empresas

9%

■ Naciona

D Estrangeire

O
91%

Grᣠ24 - Caracterização do investimento de acordo com o tipo de controlo do


capital das empresas

7%

M Naciona

C] Estrangeire

©
93%

Sendo que, enquanto que as empresas maioritariamente controladas pelo

exterior apresentaram um número médio de projectos superior (2,5

relativamente a 1,54 das detidas maioritariamente por agentes económicos

nacionais), o investimento médio por projecto das empresas controladas por

nacionais é superior (65.866 contos relativamente a 50.610 contos das controladas

pelo exterior).

Contudo, o investimento médio por empresa é superior nas controladas pelo

exterior (126.525 contos contra 101.434 contos nas empresas detidas por

nacionais).

. mi .
Assim, podemos concluir que as empresas controladas pelo exterior investem,

proporcionalmente à sua participação nos Programas de Apoio considerados,

mais do que as empresas controladas por agentes económicos nacionais (quer

em número médio de projectos apresentados quer no investimento médio

efectuado por empresa). Contudo, apresentam um custo médio por projecto

inferior.

Em virtude de serem poucas as empresas de capital maioritariamente

estrangeiro (6), nada podemos aferir sobre se esta situação se deve a potenciais

economias de escala dada a sua dimensão média ser maior e registarem um

relacionamento mais estreito com outras empresas e mercados (pois tratam-se

de filiais de multinacionais ou são detidas por elas).

IV.3.1.3. Localização geográfica

Relativamente aos locais de implantação das empresas, constata-se uma elevada

concentração num número reduzido de distritos de incidência do PEDIP. Assim,

foram apoiados projectos de empresas sediadas nos distritos de Aveiro, Beja,

Braga, Coimbra, Évora, Leiria, Lisboa, Porto, Santarém, Setúbal e Viana do

Castelo.

As grandes assimetrias regionais, registadas em termos do número de

empresas e de projectos apoiados e dos investimentos efectuados, salientam o

maior enfoque dos distritos mais industrializados do Litoral Norte e Centro do

país em detrimento dos restantes.

Nomeadamente, destacam-se claramente os distritos de Lisboa e Porto,

apresentando cada um deles 31 empresas apoiadas e 49 e 50 projectos

comparticipados, respectivamente.
apoiadas
Fig. 5 - Distribuição geográfica do número de empresas

tf. REAL BRAGANÇA

VISEU GUARDA

COIMRRA
C. BRANCO

LORIA
SANTARJEH /J PORTALEGRE

ÉVORA
Legenda: VsetOBAL

Mais de 30 empreras apoiadas


■H De 10 a 29 «tmprcSBS apoiadas
FARO
De 5 a 9 «impresís apoiadas
I—J Alé 4 empresas apoiadas
□ Nenhuma empresa apoiada

Fig. C ■ Distribuição geográfica dos investimentos efectuados

BRAGANÇA
BRAÇAL REAL

VISEU guarda

BRANCO

PORTALEGRE
CANTAREM

ÉVORA

Legenda:
BEJA
Superior a 3 000 10-* comos
De 1 000 a 2 999 103 comos
FARO
Dc 100 conios a 999 IO3 contos
Alé 99 conios
□ Não registaram quaisquer projccios apoiados

- VC'5-
Se fizermos uma análise conjunta destes dois distritos relativamente aos

restantes, constatamos que são responsáveis por cerca de 58% e 59% das

empresas e dos projectos apoiados, respectivamente, e por cerca de 61% dos

investimentos realizados.

Em termos gerais os projectos mais exigentes em termos de financeiros

concentraram-se maioritariamente nestes distritos e cerca de 61% dos incentivos

atribuídos foram-lhes, igualmente, destinados.

No entanto, se procurarmos comparar os distritos de Lisboa, Porto e Aveiro com

o resto do país, as assimetrias assinaladas ainda são mais profundas, o que

traduz a fraca capacidade do PEDIP para mobilizar os agentes económicos das

restantes regiões, particularmente as menos industrializadas, para a

problemática da inovação e da I&D tecnológicas.

Relativamente à dimensão das empresas, constata-se que 69% das GEs se

encontram sediadas nos distritos de Lisboa e Porto. Relembrando que são

precisamente estas empresas que apresentam um investimento médio por

projecto superior, como seria de esperar, confirma-se o elevado valor deste

indicador apresentado pelas GEs nesses distritos, ou seja, 82.440 contos e 89.138

contos, respectivamente. Em contrapartida, apenas 55% das PMEs apoiadas se

encontram sediadas em Lisboa e Porto.

Assim, conclui-se pela existência de dois tipos de dualidades. A primeira regista

as assimetrias entre os distritos de Lisboa e Porto (e também Aveiro) e o resto do

país e a segunda traduz a maior incidência de empresas de maior dimensão

precisamente nesses distritos.

Por último, relativamente ao controlo do capital, é de referir que as poucas

empresas detidas maioritariamente pelo exterior (6) encontram-se sediadas

precisamente nos distritos de maior incidência, ou seja, em Lisboa (3), Porto (1) e

Aveiro (2).
IV.3.1.4. Níveis de Autonomia Financeira

Para um melhor entendimento do estudo que se vai efectuar importa salientar

que as empresas de constituição recente ou sem terem exercido até à data de

entrada das candidaturas qualquer actividade económica relevante, bem como

duas empresas sobre as quais não foi possível reunir os elementos necessários,

não foram consideradas para efeito de análise da sua situação económica e

financeira, em virtude de não se dispor de elementos respeitantes a muitas delas

ou derivado ao seu nível incipiente de actividade. Assim, uma vez que não é

susceptível de se introduzir factores de correção, a sua inclusão podia conduzir a

sérias distorções na análise.

Convém, igualmente, advertir para a simplicidade dos indicadores utilizados

(ver no Anexo VII. 1 a sua construção) uma vez que, em virtude de estarmos

perante uma grande diversidade de realidades empresariais, não se afigura

possível considerar as especificidades de cada organização pelo que se optou pela

maior universalidade na construção dos indicadores.

E de salientar que a não existência de níveis de Autonomia Financeira muito

baixos se prende com o facto de estar estipulado como condição de acesso um

valor mínimo para este indicador, além do promotor ter de apresentar uma

situação financeira equilibrada.

Em termos financeiros, as PMEs que investiram em actividades de I&DT no

âmbito do PEDIP apresentam um nível de financiamento do seu Activo por

Capitais Próprios mais baixo comparativamente com as GEs, recorrendo

frequentemente ao Capital Alheio como principal origem de fundos, o que traduz

uma grande dependência do exterior para financiar as suas actividades.


Gráf. 25 - Distribuição percentual das empresas por escalões de Autonomia
Financeira de acordo com a sua dimensão

80% y

60% --

GEs
40% --
□ PMEs

20% --

0% --
10%=<A.F.<20% 20%=<A.F.<30% 30%=<A.F.<40% X>=40%

Assim, 19 PMEs apresentaram um nível de Autonomia Financeira abaixo de

30% e 34 abaixo de 40% (representando 42,5% das PMEs). Apenas 30 PMEs (cerca

de 37,5% das empresas com esta classificação) apresentavam uma Autonomia

Financeira acima de 40%, sendo de salientar que estas empresas (PMEs com

Autonomia Financeira superior a 40%), à excepção das cujo nível de Autonomia

Financeira era inferior a 20%, são as que registam investimentos médios por

promotor inferiores (73.552 contos), contra 126.778 contos e 111.528 contos das

empresas em que este indicador se situa nos intervalos de 30% a 40% e de 20% a

30%, respectivamente.

Assim, conclui-se que a existência de uma estrutura equilibrada em termos

financeiros não é condição justificativa do nível de investimento em actividades

de I&DT (note-se que a presente análise se limitou ao indicador de Autonomia

Financeira não se ponderando o nível de permanência dos Activos nas

empresas, ou seja, não se apurou a verificação, ou não, da regra do equilíbrio

financeiro nem se recorreu a quaisquer outros indicadores financeiros).

Relativamente à GEs é de salientar que o nível médio de Autonomia Financeira

se apresenta francamente mais elevado comparativamente com as de menor

dimensão. Assim, apenas 5 empresas registaram um indicador abaixo de 40%.

Contudo, o seu investimento nas actividades de I&DT apoiadas pelo PEDIP (em
média 341.996 contos por empresa) é bastante superior ao patente nas GEs com

melhor nível de Autonomia Financeira (em média 109.252 contos por empresa).

Assim, conclui-se que, quer nas PMEs quer nas GEs, um bom nível de

financiamento do seu Activo por Capitais Próprios não é condição necessária

para o desenvolvimento de actividades de I&DT.

Relativamente ao controlo do capital, as empresas detidas maioritariamente por

nacionais apresentam uma maior amplitude do intervalo de variação dos seus

níveis de Autonomia Financeira e o investimento médio por empresa é inferior

nas que registam um melhor nível de Autonomia Financeira (exceptuando-se as

que apresentam niveis de Autonomia Financeira inferiores a 20%), enquanto

que as controladas pelo exterior evidenciam uma estrutura financeira mais

sólida, em que os Capitais Próprios se apresentam como um meio de

financiamento privilegiado.

Gráf. 26 - Distribuição percentual das empresas por escalões de Autonomia


Financeira de acordo com a origem do controlo do seu capital

80% -r

60% --

I Naciona
40% --
D Estrangeire

20% --

10%=<A.F.<20% 20%=<A.F.<30% 30%=<A.F.<40% X>=40%

IV.3.1.5. Vocação exportadora

Relativamente aos níveis de exportações das empresas constata-se a existência

de uma importante dicotomia. Por um lado, as PMEs concentram o seu mercado


maioritariamente em território nacional (cerca de 53% das PMEs realiza vendas

exclusivamente no mercado interno e cerca de 68% apresenta exportação

inferiores - ou nulas - a 10% da sua produção).

Por outro lado, as GEs apresentam uma vocação essencialmente exportadora.

Assim, 50% das GEs exportam metade ou mais da produção e para 69% delas o

mercado externo representa mais de 30% das suas vendas (dado não evidenciado

no gráfico).

Gráf. 27 - Caracterização das empresas de acordo com a sua dimensão e o seu


nível de exportações

WWW-
PMEs
E Mtffi i

GEs 1
J •, •••'.w.'-" x;,-.'.'- . s SN < s ■ SN ,, NSSSSSSS
1 1 1 i
0% 20% 40% 60% 80% 1100%

■ EXP. = 0 □ EXP. < 10% U 10%=< ^ EXP. >= 50%


EXP.<50%

Gráf. 28 - Distribuição dos projectos de acordo com a dimensão e o nível de


exportações das empresas

PMEs »»»»»:•>>»»

GEs

20% 40% 60% 80% 100%

EXP. = 0 □ EXP. < 10% 1 10%=< EXP.<50% 0 EXP. >= 50%

Contudo, relativamente às PMEs, as que apresentam um maior empenho no

desenvolvimento de actividades de I&DT (em média 1,69 projectos por promotor)


são as que, apesar de concentrarem a sua actividade no mercado interno,

exportam entre 10% a 50% da suas vendas.

Em virtude da fraca aptência ou capacidade competitiva das empresas de menor

dimensão no mercado externo, a inovação de cariz tecnológico pode constituir

um meio para fortalecerem e desenvolverem capacidades conducentes a uma

menor dependência ou a um alargamento de certos mercados.

Outro aspecto a realçar é que as empresas posicionadas nos extremos da escala

relativamente à sua taxa de exportações (ou nula ou acima de 50%) são as que

(em termos agregados contemplando PMEs e GEs) apresentam um menor

índice de projectos por promotor (1,39 no caso de empresas que actuam

exclusivamente no mercado interno e 1,58 relativamente às que exportam 50%

ou mais das suas vendas).

IV.3.2. Vertente Indústria (CAEs)

IV.3.2.1. Sectores de actividades (CAEs)

Relativamente à distribuição sectorial das actividades económicas principais

exercidas pelas empresas promotoras de projectos de I&DT apoiados pelo PEDIP

I é de salientar a preponderância da CAE 38 - Fabricação de produtos metálicos e

de máquinas, equipamento e material de transporte - (cerca de 56% do número

total de empresas apoiadas) quer analisando as empresas quanto à sua

dimensão quer relativamente ao controlo do capital. Assim, (nas GEs o número

de empresas de CAE 38 iguala o da CAE 32 - Indústrias têxteis, do vestuário e do

couro - (7 empresas) e nas empresas controladas pelo exterior a CAE 38

apresenta o mesmo número de empresas que a CAE 35 - Indústrias químicas,

dos derivados do petróleo e do carvão e dos produtos de borracha e de plástico - (3

empresas), facto este que por certo não será alheio à inclusão na CAE 38 de

muitas das empresas apoiadas no âmbito do PITIE e do PRODIBE.


Gráf. 29 - Distribuição das empresas de acordo com as suas CAEs

60 -r

50 --

40 -- ■ GEs
N s30 -- □ PMEs

20 -- H Total

10 --

0 —rmijM mi pa nTi|M MjJ l ELjM éí ) rm j i nrm^


20 21 29 31 32 33 34 35 36 37 38 39 61 81
CAEs

Bastante distantes aparecem as empresas com CAEs 35 (10%), 32 ( 8%) e 31 -

Indústrias da alimentação, bebidas e tabaco (7%), sendo oportuno assinalar

algumas particularidades.

Assim, na CAE 35 encontra-se uma certa incidência de GEs (3 empresas que

correspondem a 12% do total) e de PMEs de dimensões consideráveis, sendo que

duas das GEs com CAE 35 são detidas maioritariamente pelo exterior e foram

apoiadas, em média, por 3,5 projectos a que corresponde um investimento médio

por empresa de 180.862 contos, bastante acima dos valores médios globais.

Relativamente à CAE 32 é de referir que se trata de um sector tradicional no

tecido industrial nacional e se atentarmos ao número de projectos e ao

investimento total concluímos que as empresas de maior dimensão e de controlo

nacional dominam. Contudo, tratam-se na sua maioria de empresas que

actuam na área da cordoaria e da transformação do polietileno e não no

vestuário como seria de esperar dada a importância deste sector no panorama

industrial português.0

^Noia:
Ver no Anexo VII.2 a correspondência do número das CAEs com a denominação das
respectivas actividades económicas.
110 -
Gráf. 30 - Distribuição do investimento de acordo com as CAEs das empresas

7500000

6000 000
I
■ GEs
g 4500 000
co □ PMEs
" 3 000000
I 11 Total
1500 000

0
20 21 29 31 32 33 34 35 36 37 38 39 61 81
CAEs

É de salientar que a CAE 38 engloba uma gama muito variada de projectos de

acordo com os seus requisitos em termos financeiros. Assim, 24% apresentam

investimentos inferiores a 20.000 contos e entre 20.000 e 50.000 contos, 31% entre

50.000 e 100.000 contos, 19% entre 100.000 e 200.000 contos, sendo de registar

apenas a ocorrência de dois projectos com investimentos acima de 200.000 contos

que representam 2% das empresas com CAE 38.

Contudo, a concentração dos esforços de I&DT num número limitado de

indústrias não deverá surpreender, em virtude do expostos previamente no

enquadramento teórico.

No que respeita à incidência da localização, é de referir que, relativamente à

CAE 38, o distrito do Porto aloja cerca de 31% dessas empresas e Lisboa 27%.

Contudo, enquanto que no Porto os investimentos realizados representam cerca

de 32% do total registado na CAE 38, em Lisboa apenas corresponde a 23%.

Em virtude do número médio de projectos apresentados por promotor e dos

respectivos investimentos serem comparativamente mais elevados no distrito de

Setúbal, este apresenta um investimento médio por promotor na CAE 38 (224.338

contos) bastante superior ao patente no resto do país (98.456 contos).

111
Deste modo, conclui-se por uma aposta mais intensa em actividades de I&DT

efectuados por empresas com CAE 38 sediadas no distrito de Setúbal as quais,

apesar de apenas representarem 10% das empresas com a CAE referida, são

responsáveis por cerca de 21% dos investimentos totais efectuados nese sector de

actividade.

Por último, importa referir a importância da indústria transformadora, a qual

abarca cerca de 93% das empresas e dos projectos envolvidos e responde por 95%

do investimento total.

IV.3.3. Vertente actividades de I&DT (projectos)

IV.3.3.1. Áreas tecnológicas dos projectos

Uma questão fundamental associada à estrutura das indústrias consiste em

saber para onde e como se estão a desenvolver. Nomeadamente, indentificar

para que áreas tecnológicas e de mercado estão a evoluir e desenvolver novas

apostas e competências.

Actualmente, em virtude da difusão da informação e do conhecimento se

processarem a velocidades cada vez mais aceleradas, as empresas são

confrontadas com a necessidade de permanentemente adquirirem e

desenvolverem novas valências no campo tecnológico e de mercado. Deste modo,

a posse do conhecimento e a sua rápida implementação em termos práticos (a

inovação) cada vez mais ergue barreiras determinantes para o sucesso das

empresas inovadoras e, mais especificamente, das que actuam nos sectores

mais dinâmicos no que respeita à inovação.

Com o aparecimento de novas áreas do conhecimento e em virtude dos

importantes saltos qualitativos que se processaram em determinadas áreas

- 112 -
denominadas de avançadas, tais como as áreas das Tecnologias da Informação,

dos Materiais e da Biotecnologia, bem como a emergência de novas preocupações

sociais e a proliferação de novas doenças, conduziram a um maior enfoque sobre

as ciências da vida, nas quais quotidianamente se registam progressos ao nível

de novos conhecimentos.

No PEDIP I os projectos de I&DT foram classificados de acordo com a(s)

respectiva(s) área(s) tecnológica(s), nomeadamente distinguindo os que

procuravam aprofundar conhecimentos em áreas tecnológicas "tradicionais" ou

demonstrar a viabilidade de determinadas soluções tecnológicas (horizontais ou

verticais) em áreas consideradas avançadas, as quais foram previamente

identificadas.

Assim, o "apoio à produção de tecnologias avançadas adaptadas às necessidades

de modernização e reconversão da nossa base industrial quer do avanço para

áreas"..."em que se dispõe de tecnologia própria e arranque de novas indústrias"

sendo "crucial o desenvolvimento em Portugal da produção de bens de

equipamento" constituiu uma prioridade do PEDIP (em "PEDIP - Objectivos,

estrutura e enquadramento no regulamento comunitário e na política industrial

portuguesa", 1989).

Assim, de encontro às prioridades da política industrial foram identificadas

várias áreas tecnológicas consideradas avançadas as quais, visando uma maior

acessibilidade no tratamento dos dados e uma vez que a sua maioria se pode

agregar, de acordo com uma concepção mais lata e abrangente, nas

denominadas Tecnologias da Informação, foram tratadas de acordo com a

seguinte classificação:

- Tecnologias da Informação;

- Tecnologias dos Materiais; e

- Biotecnologia e Química Fina.

113 -
Os projectos que não se incluíam nestas áreas consideradas avançadas, foram

classificados em "outras áreas".

É de salientar o elevado número de empresas que apresentaram projectos na

área das Tecnologias da Informação (TI) (42 empresas que correspondem a

cerca de 40% do número total de promotores).

Grᣠ31 - Distribuição das empresas por áreas tecnológicas dos projectos

1
BTecn. da Informação

II □ Tecn. dos Materiais

ÍU Biotecn./Química Fina
m-.
vS ^ Outras
:
lii

Se considerarmos o número de projectos apoiados, esta percentagem iguala a

anterior, o que faz ressaltar a importância atribuída a esta área tecnológica.

Gráf. 32 - Distribuição dos projectos por áreas tecnológicas

HTecn. da Informação

□ Tecn. dos Materiais


IS
□ Biotecn./Química Fina
i:
H Outras

Se atentarmos ao investimento efectuado na área das TI, verificamos que este

ascende a 4.772.981 contos (cerca de 44% do total), o que significa que o

investimento médio por projecto (71.239 contos) foi superior ao investimento

médio total das diversas áreas tecnológicas (64.512 contos), apesar de ser inferior
- 114 -
ao registado nas restantes áreas consideradas avançadas (77.226 contos nas

Tecnologias dos Materiais e 75.991 contos na área da Biotecnologia e Química

Fina).

Assim se conclui que, em média, os projectos envolvendo desenvolvimentos em

áreas tecnológicas tradicionais registam um investimento médio bastante

inferior às restantes (55.759 contos).

Gráf. 33 - Distribuição do investimento por áreas tecnológicas

■ tecn. INFORMAÇÃ(

41% 44% □ tecn. materiai;

H BIOTECN./QUÍMICA
FINA

^ OUTRAS

5% 10%

Relativamente aos incentivos atribuídos, constata-se que o peso da TI (49%) é

superior relativamente às restantes áreas tecnológicas, apresentando-se

inclusivamente mais elevado do que o peso desta área no investimento realizado

(44%).

Inversamente, apesar das áreas tecnológicas não consideradas avançadas

representarem um envolvimento de cerca de 62% das empresas apoiadas e de

48% dos projectos desenvolvidos, os respectivos investimentos efectuados, quer

em valores absolutos (4.516.476 contos) quer em termos médios por projecto

(55.759 contos) ou por promotor (69.484 contos), apresentam-se francamente

abaixo dos registados nas TI (e mesmo nas restantes áreas consideradas

avançadas. Esta situação aponta para um maior dinamismo relativamente ao

progresso tecnológico nas novas áreas do conhecimento, as quais apresentam

-115-
maiores oportunidades para inovar comparativamente com as áreas

"tradicionais".

Gráf. 34 - Níveis de investimento médio por empresa e por projecto de acordo com
as diversas áreas tecnológicas

120 000 T 113 642


108 116

100 000
88 656

80 000 77 226 75 991


71 239 69 484

60 000 55 759

40 000 --

20000 --

TECN. TECN. BIOTECN^QUIM. OUTRAS


INFORMAÇÃO MATERIAIS FINA

Investimento médio por promotor □ Investimento médio por projecto

Relativamente à dimensão das empresas conclui-se não só que as PMEs

concorreram mais (até porque são em maior número comparativamente com as

GEs), como também que a sua participação na formação do investimento

registado nesta área é superior, bem como o peso dos projectos de TI nos

investimentos totais das PMEs (49%) afigura-se bastante superior ao- registado

nas restantes áreas tecnológicas e ao patente nas GEs (34%).

Este facto vem confirmar, para o caso português, as conclusões do estudo

empírico conduzido por Acs e Audretsch (1990) nos E.U.A., o qual demonstrou a

aptência das empresas de menor dimensão pelas novas áreas tecnológicas.

Contudo, a dimensão dos projectos de TI apresentados pelas PMEs afigura-se

inferior ao registado pelas GEs. Assim, o investimento médio por promotor e po:

projecto ascendem a 107.246 contos e a 67.291 contos, respectivamente

comparativamente com 134.112 contos e 83.820 contos das GEs. Por outro lado, j

-116-
duração média dos projectos de TI apresentados por PMEs, também, é inferior

(cerca e 16 meses relativamente a 21 meses registados nas GEs).

Esta situação, bem como o grande relevo atribuído ao desenvolvimento de

projectos na área das TI, por certo decorre não só das especificidades desta área

tecnológica, nomeadamente do seu carácter horizontal e do facto de estar ainda

numa fase inicial do seu ciclo de vida no qual, derivado do rápido crescimento,

muitas empresas apostam nesta área e no desenvolvimento de actividades

conexas muitas vezes pouco exigentes no que concerne à sua intensidade em

capital, como também do facto do PEDIP englobar um Programa Específico

orientado para esta área tecnológica (o PITIE).

Gráf. 35 - Caracterização da área das Tecnologias da Informação no âmbito dos


apoios atribuídos à I&DT no PEDIP I

Investimentos

□ PMEs
Projectos
GEs

Empresas

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Contudo, apesar do número médio de projectos por promotor na área das TI ser

semelhante nas PMEs e nas GEs (cerca de 1,6), a dimensão média dos projectos

apresentados pelas GEs afigura-se superior ao apresentado pelas empresas de

menor dimensão, quer medido através do do investimento médio por projecto, do

investimento médio por empresa ou da duração dos projectos.

Gráf. 36 - N2 médio de projectos por empresa na área das Tecnologias da Informação


1,60
1,60
í, ■ .sv
1,60 -- vNSSSSNSVS-.
\ \ s N NS*» > NS >N>.SNSNNSNSNSSSNVSNS-. \**NSx
S> > S > > S > > > > 5 SN>SSSNSSSSNNNNNNSNNNSS
S
.SSNNNNNSNSSSSS .SNSSSSSNNSNSNSNNSSNSVNNNSNNNN*
1,60 --
1,59 í. A.A','^,
1,59 -- \ 1Ss -

1,59 -- . Sc < % «x ■; sSx \\' >N^\\SS-.\-<.'%.\\SS\sN


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••SSNSNNSNNN ■:;v< r
\\\N>\NN\V*SN>Ss v\N >> SSN\N\.\*.NNNNNvVNN\SS><<<* S»N •> », > ^ ,W > > » » > V ^ V W ■
N vN N

1,59
PMEs GEs
-117-
Gráf. 37 - Caracterização do valor médio de investimento na área das
Tecnologias da Informação

160 000 -r
134 112
120000 107 246
H Investimento médio por
83 820 promotor
80000 67 291
U □ Investimento médio por
40 000 projecto

PMEs GEs

Contudo, a dimensão média dos projectos apresentados por GEs também se

afigura superior nas áreas tecnológicas não classificadas como avançadas.

Assim, conclui-se que a dimensão média dos projectos de GEs é superior

independentemente de se tratar ou não de áreas tecnológicas avançadas (excepto

na biotecnologia e química fina). Contudo, são as áreas avançadas que nas

PMEs apresentam uma importância superior relativamente às restantes

actividades.

Se atentarmos ao tipo de controlo do capital, constatamos que os investimentos

em áreas tecnológicas não consideradas avançadas apresentam um maior peso

nas empresas controladas maioritariamente por agentes económicos

estrangeiros (representam respectivamente 53% e 49% dos projectos e dos

investimentos realizados) e nas PMEs (47% e 41%, respectivamente),

comparativamente a cada uma das áreas tecnológicas avançadas.

Gráf. 38 - Caracterização dos investimentos por áreas tecnológicas dos projectos


nas empresas detidas maioritariamente pelo exterior

21%

H Tecn. da Informaçà

[UTecn. dos Materiaii


49%
0 Biotecn./Química Fin
18%
0 Outras

12%

-118-
Graf. 39 - Caracterização dos investimentos por áreas tecnológicas nas empresas
detidas maioritariamente por agentes económicos nacionais

H Tecn. da Informaçà
41%
D 46% □ Tecn. dos Materiaií

M Biotecn./Química Fin

H Outras

No que respeita à distribuição sectorial das actividades económicas principais

das entidades promotoras, há a registar o facto das CAEs de maior incidência de

projectos e de investimentos, nomeadamente as CAEs 38, 35 e 32, apresentaram

uma maior intensidade de projectos e de investimentos em áreas de tecnologias

avançadas relativamente aos valores globais das restantes áreas.

Por outro lado, o peso dos investimentos realizados nas áreas tecnológicas

convencionais nas empresas incluídas nestas CAEs apresenta-se sempre abaixo

da importância que lhes é atribuída no que respeita ao número de projectos

deduzindo-se, deste modo, a sua menor dimensão (44% dos projectos e apenas

36% do investimento nas CAEs 32, 35 e 38).

Deste modo, as indústrias que mais investiram na I&DT no âmbito do"PEDIP I

(delimitadas pelas respectivas CAEs) apostam mais em áreas consideradas de

tecnologias avançadas, quer em número de projectos quer em termos dos

investimentos efectuados, comparativamente com os restantes sectores de

actividade.

Relativamente à distribuição do número de projectos por escalões de

investimento, constata-se que as GEs investem mais em projectos que envolvem

custos mais elevados (cerca de 62% dos seus projectos apresenta um nível de

investimento superior a 50.000 contos e 28% acima de 100.000 contos), enquanto

que as PMEs apostam essencialmente em projectos de menor exigência em

-119-
termos financeiros (cerca de 50% dos projectos apresentam investimentos abaixo

de 50.000 contos e 84% inferiores a 100.000 contos).

Se considerarmos apenas os projectos em áreas avançadas constatamos que

estas percentagens se situam em cerca de 76%, 32%, 38% e 80%,

respectivamente, o que acentua ainda mais a difereça entre a dimensão dos

projectos apresentados por GEs e por PMEs. Ou seja, os projectos em áreas

avançadas desenvolvidos por GEs e PMEs apresentam uma dimensão média

superior quando comparados com a totalidade das suas inciativas. Contudo,

enquanto que os projectos das PMEs em áreas avançadas apresentam uma

dimensão média inferior quando comparados quer com os das GEs.

Grᣠ40 - Caracterização do número de projectos por escalões de investimento


nas áreas tecnológicas avançadas

45%
40% - ■
35% --
30%
PMEs
25% --
20% - - □ GEs

15% --
10% - -
5% --
0%
INV. < 20 20=<INV.<50 50=<INV.<100 100=<INV.<200 INV. >= 200

Gráf. 41 - Caracterização do número de projectos por escalões de investimento


nas áreas tecnológicas não consideradas avançadas

40% -r
35% ■ -
30% - -
25% - - PMEs
20% - -
□ GEs
15% - -
10% - ■
5% --
0% Lh
INV. <20 20=<INV.<50 50=<INV.<100 100=<INV.<200 INV. >= 200

Assim, relativamente ao esforço em termos de investimento para realizar os

- 190 .
projectos, constata-se que, independentemente de serem áreas consideradas

avançadas ou não, em geral as GEs concorrem com projectos com projectos

mais exigentes em termos financeiros.

Contudo, os projectos apresentados no âmbito das tecnologias avançadas são

bastante mais dispendiosos do que os que recorrem a tecnologias convencionais e

a sua distribuição por escalões de investimento pouco difere quer se trate de

PMEs ou de GEs, apresentando as primeiras iniciativas menos dispendiosas (no

caso das tecnologias tradicionais este diferencial, apesar de não ser muito

acentuado, revela-se superior ao patente nas áreas tecnológicas avançadas).

IV.3.3.3. Entrosamento com entidades do Sistema Científico e

Tecnológico nacional

Os custos globais com subcontratação de entidades do Sistema Científico e

Tecnológico nacional ascendem a 1.231.419 contos. A estas entidades recorreram

cerca de 66% das empresas promotoras e cerca de 59% dos projectos aprovados

envolveram a colaboração destas entidades.

Os encargos com a sua subcontratação representam um peso médio no

investimento total das diversas iniciativas apoiadas pouco significativo (cerca de

11% se considerarmos a totalidade dos projectos).

É curioso observar que são as empresas detidas maioritariamente pelo exterior

cujo peso destes encargos no investimento total se afigura superior (cerca de

16%). Contudo, são simultaneamente as que apresentam encargos com

entidades do SCT nacional médias nos projectos em que intervêm inferiores

(11.835 contos).

-121-
Daqui se conclui que nas empresas controladas maioritariamente por agentes

económicos estrangeiros a colaboração destas entidades se revela menos

relevante na formação dos custos dos projectos.

Relativamente à dimensão das empresas, cerca de 63% dos projectos

apresentados por PMEs recorrem à colaboração destas entidades enquanto que

nas GEs esta taxa desce para 50%. esta situação decorre, como seria de supor, do

facto das PMEs recorrem mais intensamente a entidades externas detentoras de

valências tecnológicas especializadas que estas empresas têm mais dificuldade

em dominar pois muitas vezes não apresentam a dimensão crítica suficiente

para o seu desenvolvimento interno. No entanto, no que respeita ao peso dos

encargos nos respectivos investimentos, são nas GEs que estas entidades

apresentam uma participação mais relevante, a qual se confirma medindo esta

relação através do nível de encargos médios por projecto em que participam

(17.630 contos), o qual se revela bastante superior ao registado pelas PMEs (10.542

contos).

Importa, ainda, referir que o peso dos gastos com entidades do SCT nacional é

mais relevante nas PMEs controladas por entidades estrangeiras, enquanto que

nas GEs esta situação acontece com empresas de controlo nacional.

Ponderando a distribuição geográfica dos projectos que recorreram a estas

entidades, pode-se observar o facto dos distritos de Lisboa, Porto e Aveiro se

destacarem, o que está relacionado não só com a maior incidência de projectos

apoiados de empresas sediadas nesses distritos, como provavelmente devido a se

localizarem nestas zonas a maioria das entidades do SCT nacional

(Universidades, Laboratórios do Estado e restantes Infraestruturas

Tecnológicas).

E de salientar que muitas destas entidades se desenvolveram recentemente e,

em particular, a maioria das Infraestruturas Tecnológicas foram criadas

-122-
/
apenas durante a vigência do anterior PEDIP, ou seja, durante o período/^-

temporal a que os projectos analisados se reportam. Assim, à data os serviços \&


%
que prestavam ainda eram pouco diversificados e o conhecimento público das

suas competências limitado pois estas eram pouco divulgadas. Este facto

contribui para justificar a sua baixa solicitação, sendo esta substituída por uma

maior intervenção dos Laboratórios do Estado.

Os quadros patentes em Anexo evidenciam a colaboração na realização dos

projectos de entidades do Sistema Científico e Tecnológico nacional em

praticamente todos os sectores da actividade económica que evidenciavam

projectos de I&DT apresentados ao PEDIP, à excepção das CAEs 29 e 81, as quais

apenas registaram a apresentação de um projectos cada uma.

Relativamente às áreas tecnológicas dos projectos, é de assinalar que o peso dos

encargos com a subcontratação de entidades do Sistema Científico e Tecnológico

nacional no investimento é superior ao nível das Tecnologias da Informação e

dos Materiais (15% e 14% do investimento total, respectivamente), enquanto que

nas áreas consideradas não avançadas o seu peso é inferior (cerca de 8%).

Gráf. 42 - Peso dos encargos com a colaboração de entidades do SCT nacional no


investimento nas diversas áreas tecnológicas
15%
15% -r 14%

12% - - 1

i
6%

3% -- 2%
il % 77777777777,

TECN. DA TECN. BIOTECyQUIMICA OUTRAS


INFORMAÇÃO MATERIAIS FINA

Este facto não pode ser dissociados do nível de investimento médio por projecto e

do número de projectos que envolvem a participação destas entidades

relativamente à totalidade de projectos apresentados.

-123-
Gráf. 43 - Custo médio por projecto dos encargos com a colaboração de entidades
do SCT nacional

24 000

18 000

c
o 12000

6000

0
TECN. DA TECN. MATERIAIS BIOTECN./QUÍMICA OUTRAS
INFORMAÇÃO FINA

rV.3.3.4. Financiamento dos projectos

Como foi anteriormente referido no enquadramento teórico desenvolvido no

capítulo III, o financiamento dos projectos de I&D reveste-se de particular

importância dadas as suas particularidades.

Assim, importa analisar com antes da realização destes projectos as empresas

tencionavam financia-los.

Antes de iniciar a análise do financiamento dos projectos convém ressalvar que,

apesar do Autofinanciamento constituir uma parcela dos Capitais Próprios,

para uma melhor compreensão da sua importância foi tratado isoladamente.

Relativamente às empresas controladas maioritariamente pelo estrangeiro é de

salientar que recorrem exclusivamente a Capitais Próprios (com inclusão do

Autofinanciamento). Nomeadamente, o Autofinanciamento representa cerca de

82% do financiamento dos projectos desenvolvidos por GEs controladas pelo

estrangeiro,deduzindo-se que reflecte que estas apresentam uma situação

económica e financeira equilibrada.

-124-
Por outro lado, os Capitais Alheios apresentam-se em montantes significativos

nas empresas controladas por agentes económicos nacionais (representam

cerca de 44% das origens de fundos dos respectivos projectos).

Gráf. 44 - Caracterização do financiamento dos projectos de acordo com o tipo de


controlo do capital

Estrangeiro

Naciona

20% 40% 60% 80% 100%

Capital Próprio □ Autofinanciair M Emp. bancários E3 Outros recursos

Por outro lado, é de salientar que as empresas de maior dimensão se

apresentam mais capazes de financiar actividades de I&DT internamente (em

cerca de 59% das origens de fundos), nomeadamente através de

Autofinanciamento (cerca de 50%), ou seja, apresentam uma capacidade

superior de através da sua actividade gerarem meios financeiros capazes de

financiarem a I&DT de modo a actualizarem e a reporem os desenvolvimentos e

os conhecimentos tecnológicos cujas potencialidades competititvas se vão

erodindo ao longo do tempo.

Assim se conclui que a dimensão pode conduzir a uma diluição dos encargos

com I&D, quer no que respeita ao Balanço das empresas quer relativamente às

suas contas de exploração, o que permite a sua mais fácil absorção por

Resultados Líquidos, Amortizações e Provisões.

-125-
Grᣠ45 - Caracterização do financiamento dos projectos de acordo com a
dimensão das empresas

PMEs

y
GEs
■ ■ ■■■' ■■ ■ ■■■
X».v. vS^/ss.-ss//.''r /A- s.-Ss • •
' ' - -. C ' ■: .

—h— —t—
20% 40% 60% 80% 100%

■ Capital Próprio □ Autofinanciair E Emp. bancários H Outros recursos

Em contrapartida, as PMEs financiam as actividades de I&DT desenvolvidas no

âmbito do PEDIP I em cerca de 57% por Capitais Próprios (incluindo o

Autofinanciamento). Contudo, o Autofínanciamento apenas representa cerca de

30% da origens de fundos, sendo o aumento das restantes rubricas dos Capitais

Próprios responsáveis por 27% do financiamento dos projectos, bastante acima

do registado pelas GEs (9%).

A presente análise do financiamento dos projectos está a ser elaborada com base

nos mapas de financiamento patentes nas respectivas Fichas de Análise, as

quais apresentam muitas vezes correcções relativamente ao proposto

inicialmente pelos promotores, procurando evitar que o desenvolvimentos dos

projectos conduza ou acentue a existência de sérias debilidades financeiras na

estrutura patrimonial das empresas, razão pela qual quer a legislação relativa

ao PEDIP quer a análise casuística das candidaturas pode condicionar a sua

aprovação ao reforço dos Capitais Próprios nos montantes considerados

desejáveis.

rV.3.3.6. Apoio tecnológico prestado por entidades estrangeiras

Relativamente ao apoio tecnológico prestado por entidades estrangeiras às

empresas tendo em vista a realização de projectos de I&DT no âmbito do PEDIP,

-126-
é de referir que este se revela insignificante quer no que respeita ao número de

solicitações quer relativamente aos montantes envolvidos.

IV.3.3.7. Caracterização geral dos investimentos

No que concerne à caracterização dos investimentos, nomeadamente no que

concerne à sua distribuição por imobilizações corpóreas e incorpóreas, é de

salientar que, enquanto que as PMEs previam investimentos essencialmente em

imobilizações incorpóreas (cerca de 72% dos investimentos totais), as GEs

concentram os seus investimentos em imobilizado corpóreo (cerca de 65% do

total).

IV.4. Variáveis explicativas do nível de investimento em I&DT no

PEDEP I - Análise de correlações

Por último, importa reflectir sobre a relação existente entre o nível de

investimento efectuado por empresa e a sua dimensão e desempenho em termos

económicos antes da apresentação das candidaturas.

Relativamente à dimensão das empresas procurou-se apurar se o valor dos seus

investimento em I&DT no âmbito do PEDIP variou de acordo com a sua

classificação como PME ou GE, com o número de trabalhadores e os valores dos

Activos, Capitais Próprios e Vendas.

No que respeita ao desempenho das empresas em termos económicos foram

analisadas as Rendibilidades do Activo e dos Capitais Próprios e a taxa de

exportações (Exportações/Vendas).

Procurou-se, igualmente, analisar a existência de possíveis dependências entre

o nível de investimento por empresa e a importância dos Capitais Próprios no

-127-
financiamento das empresas (Autonomia Financeira), e o seu nível de

intensidade capitalística.

Tendo em conta que a maioria destes elementos apenas se encontravam

disponíveis para as empresas com algum histórico, apenas foram contempladas

na presente análise as que não foram consideradas de constituição recente.

Uma vez que várias empresas foram apoiadas através de diversos projectos os

quais se realizaram em momentos temporais distintos e no intuito de evitar

distorções causadas pela múltipla contagem de empresas apoiadas, foram

apurados os valores dos investimentos totais efectuados por cada empresa

através da agregação dos montantes de investimento dos diversos projectos

apoiados e, relativamente aos elementos económicos e financeiros, foi calculado

o seu valor médio tendo por base os montantes constantes à data das diversas

candidaturas aprovadas. Esta situação decorre da existência de elementos

disponíveis relativos a diversos exercícios económicos e, apesar de se ignorar a

sua evolução, o seu tratamento em termos médios permite postular mais

correctamente as condições em que as empresas foram apoiadas.

0 tratamento destas variáveis através do calculo dos respectivos coeficientes de

correlação linear com o valor do investimento realizado por empresa (os

resultados das correlações encontram-se patentes em anexo no quadro 41)

permite concluir pela existência de uma relação fraca entre estas variáveis e o

valor do investimento realizado por empresa.

Contudo, as ilações retiradas anteriormente relativas à dimensão das empresas

apoiadas parecem confirmar-se (note-se que se trata aqui das empresas com

actividade relevante há mais de um ano antes da apresentação da candidatura).

Assim, se atentarmos à classificação como GE, ao número de trabalhadores e ao

volume de Vendas verificamos que estas se encontram positivamente

correlacionadas com o nível de investimento registado por empresa.

-128-
Relativamente ao seu desempenho em termos económicos, os valores das

correlações (apesar de positivos) não permitem concluir pela existência de uma

relação relevante com o valor dos investimentos por empresa.

A existência de um deficiente financiamento das actividades das empresas que

mais apostam na I&DT encontra-se evidente na existência de valores negativos

relativamente ao coeficiente de correlação entre o nível de Autonomia

Financeira das empresas apoiadas e o respectivo valor do investimento

realizado.

-129-
V. CONCLUSÕES

Da análise efectuada facilmente se depreende que um conjunto muito variado de

factores pode conduzir a disparidades acentuadas sobre o modo como as

empresas encaram e realizam actividades de I&D de cariz tecnológico. Entre

eles, destaca-se a dimensão das empresas cuja influência se repercute quer na

própria empresa, nomeadamente ao nível da capacidade financeira para

suportar os encargos inerentes à I&D, quer nas características genéricas dos

seus projectos (dimensão, áreas tecnológicas, colaboração com "centros de

saber" e no modo como são financiados).

Assim, constatou-se que, comparativamente com as PMEs, nas empresas de

maior dimensão, se bem que estas tenham acorrido em menor número ao

Sistema de Incentivos Financeiros à ID&T do PEDIP I, o investimento médio por

projecto e por entidade promotora revela-se mais elevado e a sua duração

apresenta-se mais dilatada .

Deste modo, conclui-se que as GEs não só detêm os meios (humanos, físicos e

financeiros) mais adequados ao desenvolvimento de actividades de ID&T de

maior envergadura e abrangência como, inclusivamente, demonstram possuir

interesse em não descurarem a inovação tecnológica.

Outra grande ilação que se pode retirar do presente estudo consiste na aposta

entusiástica que as empresas têm demonstrado nas áreas tecnológicas

avançadas. Nomeadamente, as Tecnologias da Informação assumem um papel

de destaque e grande abrangência, o qual se estende horizontalmente por várias

indústrias, como se pode constatar através de uma breve análise das CAE a 3 ou

4 dígitos.

Por último, o estudo evidencia a existência de acentuadas disparidades ao nível

da ID&T desenvolvida pelas empresas que se reflectem principalmente a nível

geográfico e sectorial.
-130-
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Rufo, Giovanni, Le défi Technologique de la Turquie, L observateur de


L'OCDEy n9 198, pp. 41-43

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Revue dEconomie Industrielle , n9 67, pp. 255-280

135 -
vii.

ANEXOS

-136-
VIL1. QUESTIONÁRIO BASE
E RESPECTIVAS NOTAS E OBSERVAÇÕES

-137-
SISTEMA DE INCENTIVOS FINANCEIROS À l&DT DO PEDIP I
(elementos à data da candidatura)
1. Caracterização da empresa
l.A. Idcatiflcação
Nome:
Localização:
Ano de inicio do actividade: CAE: OE/PME(1):
Capital Social (contos): CAE:
Composição do Capital Social (X):
Nacional: Estatuto Jurídico:
Estrangeiro:
l.B. Caracterização doi rccurtoi kumanoi
Número de trabalhadores:
Distribuição funcional doo postos da trabalho:
Dirigentes e técnicos: Pessoal administrativo:
Pes.produção qualificado: Pessoal de vendas:
Pes.produção não qualif.: Outro pessoal indiferenciado:

l.C. Posicionamento no mercado


Composição das vendas:
Vendas de produtos: X Prestações serviços: X
Mercados de destino das vendas:
Mercado Interno: X Exportações: X

l.D. Caracterização da empresa cm termos económicos c financeiros


Activo: Autonomia Financeira: X
Capital Próprio: Rendib. Capital Próprio: X
Vendas: Rend. Activo: X
Resultados Líquidos:

2. Caracterização do projecto
2.A. Identificação
Número do processo: Ano de inicio: Duração (meses):
Tipo de programa: N* proj. encerrados na Medida 3.1:
Tipo de projecto: Código da área tecnológica:
2.C. Anilisc do projecto
Investimento real: Encargos assist. tãcnica/cient:
Despesas apoiadas: Peso da consultoria (%):
Comparticipação financeira: Peso da subcontratação (X):
Assisl. tãcn • cientifica prestada por entidades do SCT nacional:
Centros Tecnológicos: Universidades: Institutos Públicos:
Inst. Novas Tecnol.: Centros Trans.Tecn.: Outras:
Taxa de compart. do Investimento: % Taxa de compart. das apllc. rei.:
Encargos com subcontratação/consultoria ao estrangeiro no investimento:
Peso da subcontratação/consultoria ao estrangeiro no investmento:
Distribuição do Investimento:
Imobilizado corpóreo: *
Imobilizado incorpóreo: *
Caracterização do financiamento do projecto:
Capital próprio: ^ Empréstimos bancários:
Autoflnsnciamento: « Outros:

- i3B -
NOTAS E OBSERVAÇÕES
À CONSTRUÇÃO DA BASE DE DADOS

Visando uma maior exactidão na leitura e análise dos elementos tratados na

base de dados, apresenta-se seguidamente as observações e os comentários que

se afiguram pertinentes, bem como os critérios utilizados na sua elaboração:

(1) Para classificar os dados referentes à dimensão das empresas (PME/GE)

utilizou-se uma variável dummy" que assume os seguintes valores:

"0" - caso se trate de uma GE;

"1" - se estivermos perante uma PME.

(2) Apesar das limitações que envolvem a escolha dos Sectores da Actividade

Económica (através do CAE) para delimitar as diversas indústrias, foi este

o único critério susceptível de ser utilizado em virtude da informação que se

encontrava disponível. N entanto, apesar de ter sido compilada informação

sobre os CAEs das empresas "a quatro dígitos", esta apenas foi trabalhada

a dois dígitos.

(3) Salvo casos excepcionais em virtude de não haver informação disponível, os

diversos elementos relativos aos promotores, nomeadamente os de carácter

económico e financeiros, referem-se ao exercício económico imediatamente

anterior ao de entrada da candidatura no PEDIP.

(4) Procurando que a base de dados reflicta o mais fielmente possível a

realidade subjacente à realização de projectos de ID&T (e não apenas as

intenções e previsões que transparecem da candidatura e respectiva

-139 -
análise), salvo excepções devidamente assinaladas, os elementos referentes

ao seu início, duração, investimento, aplicações relevantes,

comparticipação financeira, encargos com assistência técnica e científica e

custos com a subcontratação e consultadoria ao estrangeiro foram

recolhidos nos respectivos relatórios de acompanhamento.

Os restantes dados foram retirados dos dossiers de candidatura e das

fichas de análise e encontram-se devidamente assinalados.

Relativamente às áreas tecnológicas dos projectos, estas foram agrupadas

da seguinte forma:

Áreas de tecnologia avançada:

Código 1 - Tecnologias da informação - incluem a automação,

robótica, microelectrónica, tecnologias de

informação, comunicação e electrónica, domótica e

optoelectrónica;

Código 2 - Tecnologias dos materiais

Código 3 - Biotecnologia e química fina

Restantes áreas tecnológicas - Código 4

O ano de início refere-se ao ano em que o projecto começou (e não ao ano em

que a candidatura foi apresentada).

Os elementos recolhidos referem-se apenas aos projectos apoiados que

foram encerrados, ou seja, salvo excepções devidamente assinaladas, não

foram consideradas as candidaturas com parecer desfavorável, as

desistências e os projectos que não se encontravam a cumprir os requesitos

necessários no âmbito do PEDIP e, deste modo, não foram alvo do respectivo

apoio financeiro.

-140-
(9) A localização refere-se ao distrito em que a empresa se encontra sediada, o

qual pode ser diferente do local de realização ou de implementação do

projecto.

(10) Em virtude de estarmos perante uma base de dados que carece ser concisa

e enquadrável nas diversas realidades empresariais, os indicadores

económicos e financeiros tratados foram calculados por forma a serem

consensualmente generalizáveis, de acordo com as seguintes fórmulas de

calculo:

- Autonomia financeira = Capital Próprio/Activo

- Rendibilidade do Capital Próprio = Resultados Líquidos/Capital Próprio

- Rendibilidade do Activo = Resultados Líquidos/Activo

(11) O Capital Próprio referido na caracterização do financiamento do projecto

não inclui o autofinanciamento uma vez que, em virtude deste reflectir a

capacidade da empresa gerar internamente meios para financiar a sua

actividade, o seu estudo individualizado revela uma certa pertinência.

-141-
vn.2.
CLASSIFICAÇÃO DAS ACHVIDADES ECONÓMICAS
POR RAMOS DE ACTIVIDADE (CAE) - REVISÃO I

-142-
CLASSIFICAÇÃO DAS ACTIVIDADES ECONÓMICAS POR
RAMOS DE ACTIVIDADE (CAE) - REVISÃO 1

Divisão 1 Agricultura, silvicultura, caça e pesca

Divisão 2 Indústrias extractivas

Divisão 3 Indústrias transformadoras


31 - Indústrias da alimentação, bebidas e tabaco
32- Indústrias têxteis, do vestuário e do couro
33- Indústrias da madeira e da cortiça
34- Indústrias do papel; Artes gráficas e edição de
publicações
35- Indústrias químicas dos derivados do petróleo e do
carvão e dos produtos de borracha e de plástico
36- Indústrias dos produtos minerais não metálicos com
excepção dos derivados do petróleo bruto e do carvão
37- Indústrias metalúrgicas de base
38- Fabricação de produtos metálicos e de máquinas,
equipamento e material de transporte
39- Outras indústrias transformadoras

Divisão 4 Electricidade, gás e água

Divisão 5 Construção e obras públicas

Divisão 6 Comércio por grosso e a retalho, restaurantes e hotéis


61 - Comércio por grosso

Divisão 7 - Transportes, armazenagem e comunicações

Divisão 8 - Bancos e outras instituições financeiras. Seguros, operações


sobre imóveis e serviços prestados às empresas
81- Bancos e outras instituições monetárias e financeiras

Divisão 9- Serviços prestados à colectividade, serviços sociais e serviços


pessoais

Divisão 0 - Actividades mal definidas

-143-
Vn.3. QUADROS

- 144-
QUADRO 1 - GASTOS DOMÉSTICOS EM I&D

(Un: Milhões de ddUáres)


. vsjA. v" ' ' 's
1988 1990 1991 1992 1993 1994

Canadá 6305 7 406 7 812 8106 8376 8704


França 19 402 23 762 24 962 26 659 26 431 26 721
Alemanha 27 913 32 031 35 470 37386 37 149 36300
Grécia 245 368 545
Itália 9 824 11964 12 862 13 615 13 214 12815
Japão 52110 66 965 71585 74 621 74382
Holanda 4 471 4 827 4 737 4 968 5 084
Portugal 334 502 703
Espanha 2 776 3 889 4 327 4 752 4 565 4402
Suécia 4143 4 787
Reino Unido 17 801 20319 19 467 21294 21577
Estados Unidos da América 135 506 154 619 160 750 164 919 166 299 168 967
América do Norte 141810 162 025 170017 174 820 176635
Europa 93078 109 643 115384 123441 123 673
Paises Nórdicos 8 647 9990
Fonte: OECD - Main Science and Technology Indicators - 1995/2

QUADRO 2 ■ TAXAS DE CRESCIMENTO ANUAIS DOS GASTOS EM I&D

(Preços constantes)
1988 1990 1991 1992 1993 1994

Canadá 1,6 6,0 1.9 0,8 1.3 2.3


França 4.4 6.1 0,5 1.6 0.3 -0,4
Alemanha 3,2 1.5 -1.0 -1,6
Grécia 6,8 0,7 14.7
Itália 6,5 6,7 3.2 -0.3 -0,6 -0.5
Japão 7.6 8,3 3.3 -0.5 -2,2
Holanda o.o -0,6 -3,3 -1,3 1.6
Portugal 10,6 17,6 9.2 ■. ' •
Espanha 18,1 16,9 5.1 -5,3 -2.4
Suécia -1.4 4,7
Reino Unido 2,8 1.9 -4,8 0,3 2.5
Estados Unidos da América 2,0 3.2 0,2 -1.1 -0,5
América do Norte 2.0 3,3 O.2
-0,9
Europa 4.1 3,7 0.3
Paises Nórdicos 1.0 3,8 --
Fonte: OECD - Main Science and Technology Indicators - 1995/2

- 145-
QUADRO 3 - GASTOS EM I&D 'PER CAPITA,,

(Un: Dólares)
s
" V .s ''' ^ s
* x x-v-'"' x- 1988 1990 1991 1992 1993 1994

Canadá 243,1 278,3 289,3 285,0 291,3


França 345,7 418,8 437,5 464.7 458,3
Alemanha 454,2 506,4 444,0 463,9 457,6
Grécia 24,5 36,1 52,6
Itália 171,0 210,9 226,6 239,5 235,5
Japão 425,0 542,1 577,7 600,2 596,6
Holanda 302,9 322.8 314,3 327,2 332,3
Portugal 33,5 50,8 71,2
Espanha 71,5 99,8 111,2 121,8 116,8
Suécia 480,8 549,0
Reino Unido 311,9 353,9 336,8 367,1 370,8
Estados Unidos da América 550,1 618,7 637,6 646,5 644,8
América do Norte 520,9 585,9 463,3 468.6 467,4
Europa 269,7 315,2 315,5 335,8 335,8
Países Nórdicos 370,8 424,3
Fonte: OECD - Main Science and Technology Indicators - 1995/2

QUADRO 4 - PESO DOS GASTOS EM I&D NO PRODUTO INTERNO BRUTO

(Em percentagem)
1988 1990 1991 1992 1993 1994

Canadá 1,38 1,46 1,51 1,51 1,50 1.47


França 2,28 2,41 2,41 2,42 2,45 2,38
Alemanha 2,86 2,76 2,61 2,49 2,48 2,37
Grécia 0,36 0,46 0,60
Itália 1,22 1,30 1,32 1,31 1,31 1,21
Japão 2,86 3,08 3,05 3,00 2,94
Holanda 2,22 2,02 1,91 1,87 1,89
Portugal 0,43 0,54 0,63
Espanha 0,72 0,85 0,87 0,92 0,88 0,84
Suécia 2,86 3,26
Reino Unido 2,18 2,23 2,16 2,18 2,19
Estados Unidos da América 2,79 2,82 2,84 2,78 2,66 2,54
América do Norte 2,67 2,70 2,57 2,49 2,39
Europa 1,96 2,00 1,97 1,96 1,97
Países Nórdicos 2,23 2,42
Fonte: OECD - Main Science and Technology Indicators - 1995/2

-146-
QUADRO 5 - DESPESAS NACIONAIS DAS EMPRESAS EM I&D
(Un: Milhões de dólares)
1988 1989 1990 1991 1992 1993 í

3 526,9 3 669,8 4 024,6 4 210,4 4 377,6 4 557,4


Canadá
11537,2 12 973,4 14 356,8 15 347,1 16 657,5 16 397,0
França
21 857,6 22 988,5 24 597,3 25 566,9 24 847,0
Alemanha 20 197,3
75,4 96,0 146,1
Grécia 69,0
6 324,3 6 977,0 7 520,6 8 061,2 7 661,6
Itália 5 680,3
35 398,3 41368,0 47 450,0 50 645,0 51291,0 49 122,5
Japão
2 683,7 2 757,4 2 712,7 2 518,7 2 581,7 2 693,5
Holanda
82,0 131,0 152,5
Portugal
1576,7 1 798,0 2 248,8 2 422,7 2 400,2 2 220,6
Espanha
2 655,5 2 824,4 3 402,5
Suécia
12 973,0 13 810,4 12 765,2 13 925,0 14 2292
Reino Unido 12 048,6
97 015,0 102 055,0 109 727,0 116 952,0 119 110,0 118 334,0
Estados Unidos da América
100 541.9 105 724,8 113 751,6 121216,3 123 559,5 123 048,6
América do Norte
60 470,5 65 919,9 70 947,2 73 349,8 78 122,7 77 472,8
Europa
4 897,9 5 364,4 6 3372
Paises Nórdicos
Fonte: OECD - Main Science and Technology Indicators - 1995/2

QUADRO 6 - PESO DA I&D DESENVOLVIDA POR EMPRESAS NOS GASTOS TOTAIS


EMI&D

(Em percentagem)
1989 1990 1991 1992 1993
1988

54,7 54,3 53,9 . 54,0 54,4


Canadá 55,9
60,3 60,4 61,5 62,5 61,7
França 59,5
72,4 72,2 71,8 69,3 68,4 66,9
Alemanha
22,3 26,1 26,8
Grécia 28,3
58,8 58,3 58,5 592 58,0
Itália 57,8
69,7 70,9 70,7 68,7 66,0
Japão 67,9
562 532 52,0 53,0
Holanda 60,0 592
24,6 26,1 21,7
Portugal
56,3 57,8 56,0 50,5 48,6
Espanha 56,8
65,4 682 71,1
Suécia
67,8 68,0 65,6 65,4 65,9
Reino Unido 67,7
71,6 71,0 71,0 72,8 722 712
Estados Unidos da América
702 71,3 70,7 69,7
América do Norte 70,9 702
64,9 64,7 63,6 632 62,6
Europa 65,0
61,5 62,0 63,4
Paises Nórdicos .

-147-
QUADRO 7 - PESO DA I&D DESENVOLVIDA POR UNIVERSIDADES NOS GASTOS
TOTAIS EM I&D

(Em percentagem)
1988 1989 1990 1991 1992 1993

Canadá 24,2 25,0 25,4 26,4 26,6 26,4

França 14,8 14,9 14,6 15,1 15,3 15,7

14,6 14,4 14,7 16,3 17,0 18,1


Alemanha
24,2 35,3 33,8 40,7 ■
Grécia
20,3 19,8 20,7 20,1 20,3 20,5
Itália
19,0 18,0 17,6 17,5 18,5 20,1
Japão
20,7 21,4 23,5 24,7 25,7 24,9
Holanda
Portugal 34,0 36,0 43,0

19,2 20,4 20,4 22,2 28,9 29,9 ;


Espanha
30,6 27,6 24,7
Suécia
15,4 15,0 15,3 16,3 16,4 16,5
Reino Unido
15,0 15,4 15,4 14,1 14,6 15,2
Estados Unidos da América
15,4 15,9 15,9 14,9 15,4 16,0
América do Norte
17,2 17,3 17,5 18,3 18,9 19,4
Europa
26,7 25,6 24,1
Paises Nórdicos
Fonte: OECD - Main Science and Technology Indicators - 1995/2

QUADRO 8 - PESO DA I&D DESENVOLVIDA PELO ESTADO NOS GASTOS TOTAIS


EM I&D

(Em percentagem)
19S8 1989 1990 1991 1992 1993

18,9 19,2 19,2 18,7 - 18,2 17,9


Canadá
24,9 23,9 24,2 22,7 20,9 21,2
França
12,5 12,9 13,1 13,9 14,4 14,8
Alemanha
47,6 42,4 40,1 32,0
Grécia
21,8 21,5 20,9 21,5 20,5 21,5
Itália
8,8 8.1 7.5 7.6 8.3 9,3
Japão
17,2 17,3 18,1 19,6 19,6 19,4
Holanda
Portugal 33,1 25,4 22,1

23,3 22,7 21,3 21,3 20,0 20,8


Espanha
3.9 4,1 4.0
Suécia
13,3 13,6 12,8 14.2 14.2 13,8
Reino Unido
10,8 10,7 10,6 9.9 9,8 10,2
Estados Unidos da América
América do Norte 11,1 11,1 n.o 10,7 10,6 11,0

16,5 16,5 16,5 16,8 16,4 16,6


Europa
Paises Nórdicos 11,3 11,8 11,9

Fonte: OECD - Main Science and Technology Indicators - 1995/2


-148-
QUADRO 9 - PESO DA I&D DESENVOLVIDA POR ENTIDADES PRIVADAS SEM
FINS LUCRATIVOS NOS GASTOS TOTAIS EM I&D
(Em percentagem)
1988 1989 1990 1991 1992 1993
v

Canadá 1,0 1,0 1.1 1,1 1.2 U


França 0,9 0,9 0,8 0.8 1,3 1.4

Alemanha 0,5 0,5 0.4 0,4 0,3 0.3

Grécia 0,6

Itália
Japão 4.3 4.2 4.1 4.2 4.4 4.5

Holanda 2,1 2.1 2.2 2,5 2.8 2,7

Portugal . 8,4 12.4 13,1

Espanha 0.8 0,5 0.5 0.5 0.6 0,6

Suécia 0.1 0,1 0,2

Reino Unido 3.6 3,7 3,9 4,0 4,0 3,8

Estados Unidos da América 2,7 2,9 3.0 3,3 3,4 3,5

América do Norte 2,6 2,8 2.9 3.1 3,3 3,3

Europa 1,3 1.3 1,3 1.2 1,4 U3

Paises Nórdicos 0,5 0,6 o.e


Fonte: OECD - Main Science and Technology Indicators - 1995/2

'
QUADRO 10 - TAXAS DE CRESCIMENTO ANUAL DAS DESPESAS NACIONAIS DAS
EMPRESAS EM I&D
(Em percentagem)
1988 1989 1990 1991 1992 1993

Canadá 1.7 -0.3 5,3 1.1 1.0 2.1

França 5.4 7.7 6,2 2.2 -1,0

Alemanha 3,4 3.7 0.9 -3.2

Grécia 5,9 4,8 8,9 163

Itália 7,6 6.7 5.9 3,4 1,0 -2,7

Japão 10,8 12,0 10,1 3.1 -3.3 -6,1

Holanda 1,5 -1,6 -5,6 -8.5 -3.6 3,6

Portugal 7.0 21,2 -0.4

Espanha 22,0 9,3 20,0 1.8 -4.8 -8.8

Suécia 0,6 0.7 7.0

Reino Unido 3,0 3.2 2,2 -8.2 0.0 3,4

Estados Unidos da América 1.4 0,8 3,2 3,0 -0,6 -2.6

América do Norte 1,4 0.7 3,3 -0,5 ■2.3

Europa 4,5 4.4 3.3 -0.7

Paises Nórdicos 2,1 1.5 5.1


Fonte: OECD - Main Science and Technology Indicators - 1995/2

-149-
QUADRO 11 - PESO DAS DESPESAS NACIONAIS DAS EMPRESAS EM I&D NO
PRODUTO INTERNO BRUTO
(Un; Milhões de dólares)
1989 1990 1991 1992 : 1993
1988

0,75 0,79 0,81 0,82 0,82


Canadá 0,77
1,35 1,41 1,46 1,48 1,51 1,51
França
2,07 2,07 1,98 1.81 1,70 1,66
Alemanha
0,10 0,12 0,16
Grécia 0,10
0,73 0,76 0,77 0,77 0,76
Itália 0,70
2,08 2,18 2,16 2,06 1,94
Japão 1,94
1,25 1,14 1,02 0,97 1,00
Holanda 1,33
0,14 0,14
Portugal 0,11
0,42 0,49 0,49 0,46 0,43
Espanha 0,41
1,93 1,95 2,32
Suécia
1,49 1,51 1.42 1.43 1,44
Reino Unido 1.47
1,96 2,00 2,07 2,01 1,89
Estados Unidos da América 2,00
1,86 1,90 1,83 1,76 1,67
América do Norte 1,89
1,29 1,29 1,25 1,24 1,23
Europa 1.28
1,34 1,38 1,54
Paises Nórdicos
Fonte: OECD - Main Science and Technology Indicators - 1995/2

EM ACTIVIDADES
QUADRO 12 - PERCENTAGEM DAS DESPESAS DAS EMPRESAS
DE I&D FINANCIADAS PELA INDUSTRIA

1989 1990 1991 1992 1993


1988

70,9 73,2 73,3 72,2


Canadá
69,8 69,1 66,2 69,6 72,0
França 69,9
86,0 86,3 87,1 87,2 87,7
Alemanha 86,3
75,3 74,0 67,7
Grécia 79,4
77,2 73,4 79,6 84,7 83,8
Itália 74,5
98,6 98,5 98,4 98,7 98,3
Japão 98,3
85,1 85,2 89,6 89,1 82,6
Holanda 83,7
95,5 83,8 80,5
Portugal
80,7 80,3 77,5 80,4 80,5
Espanha
85,4 87,8 86,9
Suécia
69,5 67,8 69,4 71,2 72,1
Reino Unido 71,0
72,0 74,4 77,5 79,2 80,7
Estados Unidos da América 68,7
72,1 74.3 77,3 79,0 80,4
América do Norte 68,8
78,8 77,9 79,0 80,4 80,8
Europa 79,1
85,9 87,0 85,9
Paises Nórdicos

-150-
QUADRO 13 - ÍNDICE DE PEPENDÊNCIA TECNOLÓGICA
RELATIVAMENTE AO EXTERIOR
(Patentes registadas por não residentes / patentes registadas por residentes)
■.. v. . - .. . v ...... 1988 1989 1990 1991 1992 1993

Canadá 10,4 10,6 13,8 16.1 14,2 11,9

França 4.2 4,7 5,2 5.0 5.2 5,2

Alemanha 1,6 1,8 2,1 1,9 1.9 1,8

Grécia 35,6 37,5 47,2 97,2 99,8

Itália 7,2 7.3

Japão 0,1 0.1 0.1 0,1 0.1 0.1

14,2 15,2 17,9 26,4 25,6 26,5


Holanda
44,6 38,5 35,1 33,9 183,6 396,9
Portugal
13,3 13,5 19,7 19,9 22,3 21,8
Espanha
Suécia 10,3 11.9 13,5 12,8 12,9 11,5

Reino Unido 2,9 3.3 3.7 3.5 3.7 3,8

1.0 1.0 0.9 1.0 1.0 0,9


Estados Unidos da América
América do Norte U 1.1 1,1 1,1 1.2 1,0

Europa 2,6 3,0 3,7 3.7 4,0 4,3 |

7,4 8,3 i 12,5 12,5 13,3 12,5


Paises Nórdicos
Fonte: OECD - Main Science and Technology Indicators - 1995/2

QUADRO 14 - PERCENTAGEM DAS DESPESAS DAS EMPRESAS COM


ACTIVIDADES DE I&D NA INDÚSTRIA ELÉCTRICA E ELECTRONICA
(Em percentagem)
1988 1989 1990 1991 1992 1993

24,6 24,3 23,2 22,9 22,8 22,5


Canadá
25,9 25,7 252. 25,2 13,1 13,8
França
Alemanha 26,6 24,6

6.9 6.6 4.1 7.7


Grécia
20,5 20,2 20,3 19,9 19,8 20,2
Itália
34,0 34,1 34,0 34,7 33,7 33,4
Japão
Holanda
Portugal 21,7 . 28,0 34,0

Espanha 16,3 17,2 17,5 17.4 15,0

Suécia 24,4 30,6 25,9

26,1 13,4 14,3 13,0 13,3 13,6


Reino Unido
Estados Unidos da América 16,7 13,0 12,2

América do Norte 16,9 16,9 17.2 17.1

Europa 26,2 24,9 24,3 23,3 7.4 7.7

Paises Nórdicos 20,4 24,5


Fonte: OECD - Main Science and Technology Indicators - 1995/2

-151-
QUADRO 15 - INTENSIDADE DA I&D EM DIVERSAS INDÚSTRIAS EM 1993
(Peso dos gastos em I&D nas Vendas)

(Em percentagem)
Total da indústria 3,7% 1

Software e serviços 13,2%


Medicamentos e pesquisa 11,5% j
Computadores relacionados com comunicações 11,5% j
Desenho dos sistemas 10,4% j
Semicondutores 9,4% |
Computadores 8,8% j
Produtos/serviços médicos 6,7%
"Disk and tape drives" 6,5% j
Tratamento de informação 6,1% |
Electrónica 5,8% |
Produtos relacionados como lazer 5,7% |
Instrumentação 5,4% |
Periféricos e outros 5,3% |
Aeroespacial 4,4% |
Química 4,3% j
Carros e camiões 4,2% |

Produção geral 3,3% 1


Máquinas especiais 3,1% |
Telecomunicações 3,1% j
Serviços relativos ao petróleo 2,9% 1
Produtos eléctricos 2,8% |
Pneus e borracha 2,6% 1
Aglomerados 2,6% 1
Máquinas/serviços de escritório 2,6% j
Produtosde cuidados pessoais 2,5% 1
Partes e equipamentos 2,4% |
Máquinas e ferramentas 2,0% j
Electrodomésticos/mobiliário 1,9% |
Construção 1,8% (
Alumínio 1,4% 1
Papel e floresta 1,1% 1
Texteis 1,0% 1
Embalagem 0,9% 1
Outros metais 0,9% 1
Aço 0,8% 1
Outros produtos de consumo 0,7% |
Alimentação 0,7% j
Serviços industriais 0,7% 1
Petróleo, gás e carvão 0,6% |
Fonte: Wheelen, Thomas L. e Hunger, J. David, "Strategic Management and Business
Policy", pp 343

152 -
QUADRO 16 - CARACTERIZAÇÃO GERAL DAS CANDIDATURAS (♦)

N? PROJECTOS APRESENTADOS
263

N5 PROJECTOS APROVADOS
187

Np PROJECTOS APOIADOS (♦)


170

Ns PROMOTORES APOIADOS (»)


106

N? NOVAS EMPRESAS APOIADAS


17

INVESTIMENTO REALIZADO (contos) (•;


U 764 093

INCENTIVO ATRIBUÍDO (contos) (*)


6 355 563

TAXA MÉDIA DE COMPARTICIPAÇÃO


54%

NOTAS:

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AVEIRO CE 1 5% 1 3% 19 232 1% 19 232 13 463 2% 13 463
TOTAL 19 100% 29 100% 1 633 570 100% 56 330 765 001 100% 28 379
PMX 0% 0% 0% 0%
BEJA OE 1 100% 1 100% 31 948 100% 31 948 17 165 100% 17 165
TOTAL 1 100% 1 100% 31948 100% 31 948 17 165 100% 17 166
PMX 2 40% 2 33% 193 621 50% 96 811 117 483 50% 58 742
BRAGA GE 3 60% 4 67% 197 130 50% 49 283 115 883 50% 28 971
TOTAL 5 100% 6 100% 390 751 100% 65 125 233 366 100% 38 894
PME
BRAGANÇA GE
TOTAL
PME
CASTELO CE
BRANCO TOTAL
PME 2 50% 2 50% 81 034 34% 40 517 49 736 36% 24 868
COIMBRA GE 2 50% 2 50% 154 314 66% 77 157 89 736 64% 44 868
TOTAL 4 100% 4 100% 235 348 100% 58 837 139 472 100% 34 868
PME 2 100% 3 100% 47 269 100% 15 756 30 246 100% 10 082
ÉVORA GE 0% 0% 0% 0%
TOTAL 2 100% 3 100% 47 269 100% 15 756 30 246 100% 10 082
PME
j FARO CE
TOTAL
PME
GUARDA GE
TOTAL
PME 2 100% 3 100% 202 518 100% 67 506 104 690 100% 34 897
LEIRIA CE 0% 0% 0% 0%
TOTAL 2 100% 3 100% 202 518 100% 67 506 104 690 100% 34 897
PME 24 77% 32 65% 1813 478 56% 56 671 1 067 046 63% 33 345
US BOA CE 7 23% 17 35% 1 401 480 44% 82 440 634 073 37% 37 298
TOTAL 31 100% 49 100% 3 214 958 100% 65 611 l 701 119 100% 34 717
PME
PORTALEGRE CE
TOTAL
PME 20 65% 28 56% 1 512 549 44% 54 020 877 714 48% 31 347
PORTO CE 11 35% 22 44% 1 961 030 56% 89 138 956 852 52% 43 493
TOTAL 31 100% 50 100% 3 473 579 100% 69 472 1 834 566 100% 36 691
PME 2 100% 2 100% 66 130 100% 33 065 45 851 100% 22 926
SANTARÉM CE 0% 0% 0% 0%
TOTAL 2 100% 2 100% 66 130 100% 33 065 45 851 100% 22 926
PME 8 100% 19 100% l 410 391 100% 74 231 763 217 100% 40 169
SETÚBAL CE 0% 0% 0% 0%
TOTAL 8 100% 19 100% 1410 391 100% 74 231 763 217 100% 40 169
VIANA PME 0% 0% 0% 0%
DO CE 1 100% 3 100% 196 096 100% 65 365 120 870 100% 40 290
CASTELO TOTAL 1 100% 3 100% 196 096 100% 65 365 120 870 100% 40 290
PME
VILA REAL CE
TOTAL
PME
VISEU CE
TOTAL
PME 80 75% 119 70% 6 94 1 328 64% 58 330 3 807 52 66% 31 996
TOTAL CE 26 25% 50 30% 3 961 230 36% 79 225 1 9-18 04 34% 38 961
TOTAL 106 100% 169 100% 10 902 55 100% 64 512 5 755 56,3 100% 34 057
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QUADRO 24 - DIMENSÃO DAS EMPREAS, CONTROLO DO CAPITAL E DISTRIBUIÇÃO SECTORIAL
DAS SUAS ACTIVIDADES ECONÓMICAS (•)

TIPOLOGIA PROMC)tores PROJECTOS INVESTIMENTO INCENTIVO


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32 2 3% 4 4% 234 597 4% 135519 4%
33 2 3% 2 2% 324 059 5% 51 112 1%
34 0% 0% 0% 0%
NACIONAL 35 7 9% 8 7% 545 859 8% 294 226 8%
36 6 8% 7 6% 295 464 4% 152 117 4%
37 2 3% 2 2% 83 801 1% 58 247 2% j
38 50 64% 79 71% 4 390 746 66% 2 462 602 69%
39 1 1% 1 1% 95 179 1% 66 625 2% |
61 3 4% 4 4% 311 510 5% 196 029 5% |
81 1 1% 1 1% 144 569 2% 73 184 2%
TOTAL 78 100% 112 100% 6 612 907 100% 3 586 981 100%
20 0% 0% 0% 0%
21 0% 0% 0% 0% |
29 0% 0% 0% 0%
31 0% 0% 0% 0%
32 0% 0% 0% 0%
33 0% 0% 0% 0%
34 0% 0% 0% 0% i
PME ESTRANGEIRO 35 1 33% 1 14% 40 873 12% 28 609 13%
36 0% 0% 0% 0%
37 0% 0% 0% 0%
38 2 67% 6 86% 287 5-18 88% 191 931 87%
39 0% 0% 0% 0%
61 0% 0% 0% 0%
81 0% 0% 0% • 0%
TOTAL 3 100% 7 100% 328 421 100% 220 540 100%
20 1 1% 1 1% 37 661 1% 12 557 0% j
21 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
29 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
31 3 4% 3 3% 149 462 2% 84 763 2%
32 2 2% 4 3% 234 597 3% 135 519 4%
33 2 2% 2 2% 324 059 5% 51 112 1%
34 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
TOTAL 35 8 10% 9 8% 586 732 8% 322 835 8%
36 6 7% 7 6% 295 464 4% 152 117 4%
37 2 2% 2 2% 83 801 1% 58 247 2%
38 52 64% 85 71% 4 678 294 67% 2 654 533 70%
39 I 1% 1 1% 95 179 1% 66 625 2%
61 3 4% 4 3% 311 510 4% 196 029 5%
81 1 1% 1 1% 144 569 2% 73 184 2%
TOTAL (1) 81 100% 119 100% 6 941 328 100% 3 807 521 100%
(1) Difere numa unidade do número lolal de empresas consideradas no esludo em virtude de um promotor ler concorrido inicialmente com a CAE 61 e
posteriormente a sua actividade foi classificada na CAE 35.
QUADRO 24 - DIMENSÃO DAS EMPREAS, CONTROLO DO CAPITAL E DISTRIBUIÇÃO SECTORIAL
DAS SUAS ACTIVIDADES ECONÓMICAS (•) - Cont.
TIPOLOGIA PROMOTORES PROJECTOS INVESTIMENTO INCENTIVO [
DAS CAJETs N* « S* % VALOR % VALOR , *.
| EMPRESAS (CONTOS) (CONTOS)
20 0% 0% 0% 0%
21 1 4% 1 2% 19 232 1% 13 463 1%
29 1 4% 1 2% 31 948 1% 17 165 1%
31 4 17% 6 14% 394 897 11% 223 154 13%
32 7 30% 9 21% 536 620 15% 262 271 16%
33 1 4% 1 2% 17 975 1% 10 785 1%
34 1 4% 2 5% 118 709 3% 66 262 4%
NACIONAL 35 1 4% 3 7% 496 415 14% 145 011 9%
36 1 4% 1 2% 97 798 3% 50 174 3%
37 0% 0% 0% 0%
38 6 26% 18 43% 1 816 905 51% 893 524 53%
39 0% 0% 0% 0%
61 0% 0% 0% 0%
81 0% 0% 0% 0%
TOTAL 23 100% 42 100% 3 530 499 100% 1 681 809 100%
20 0% 0% 0% 0%
21 0% 0% 0% 0%
29 0% 0% 0% 0% j
31 0% 0% 0% 0%
32 0% 0% 0% 0%
33 0% 0% 0% 0%
34 0% 0% 0% 0%
CE ESTRANGEIRO 35 2 67% 7 88% 361 723 84% 218 929 82%
36 0% 0% 0% 0%
37 0% 0% 0% 0%
38 1 33% 1 13% 69 008 16% 47 304 18%
39 0% 0% 0% 0%
61 0% 0% 0% 0%
81 0% 0% 0% 0%
TOTAL 3 100% 8 100% 430 731 100% 266 233 100%
20 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
21 1 4% 1 2% 19 232 0% 13 463 1%
29 1 4% 1 2% 31 948 1% 17 165 1%
31 4 15% 6 12% 394 897 10% 223 154 11%
32 7 27% 9 18% 536 620 14% 262 271 13%
33 l 4% 1 2% 17 975 0% 10 785 1%
34 1 4% 2 4% 118 709 3% 66 262 3%
TOTAL 35 3 12% 10 20% 858 138 22% 363 940 19%
36 1 4% 1 2% 97 798 2% 50 174 3% j
37 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
38 7 27% 19 38% l 885 913 48% 940 828 48%
39 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
61 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
81 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
TOTAL 26 100% 50 100% 3 961 230 100% 1 948 042 100%
s
QUADRO 24 ■ DIMENSÃO DAS EMPREAS, CONTROLO DO CAPITAL E DISTRIBUIÇÃO SECTORIAL
DAS SUAS ACTIVIDADES ECONÓMICAS (•) - Cont.
| TIPOLOGIA PROMOTORES PROJECTOS INVESTIMENTO INCENTIVO
DAS CAE1» N" % N* % VALOR % VALOR *
EMPRESAS (CONTOS) tcwroÉD
20 1 1% 1 1% 37 661 0% 12 557 0%
21 1 1% l 1* 19 232 0% 13 463 0%
29 1 1% 1 1% 31 948 0% 17 166 0%
31 7 7% 9 6% 544 359 5% 307 917 6%
32 9 9% 13 8% 771 217 8% 397 790 8%
33 3 3% 3 2% 342 034 3% 61 897 1%
34 1 1% 2 1% 118 709 1% 66 262 1%
NACIONAL 35 8 8% 11 7% 1 042 274 10% 439 237 8%
36 7 7% 8 5% 393 262 4% 202 291 4%
37 2 2% 2 1% 83 801 1% 58 247 1%
: 3S 56 55% 97 63% 6 207 651 61% 3 356 126 64%
: 39 1 \% 1 1% 95 179 1% 66 625 1%
: 61 3 3% 4 3% 311 510 3% 196 029 4%
: 81 1 \% l 1% 144 569 1% 73 184 1% j
: TOTAL 101 100<* 154 100% 10 143 406 100% 5 268 790 100%
i 20 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
: 21 0 O**, 0 0% 0 0% 0 0%
: 29 0 0^ 0 0% 0 0% 0 0%
31 0 0% 0 0% 0
: 0% 0 0%
| 32 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
33 0 0% 0 0%
! 0 0% 0 0%
: 34 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
TOTAL ESTRANGEIRO 35 3 50% 8 53% 402 596 53% 247 538 51%
j 36 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
: 37 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
: 38 3 50% 7 47% 356 556 47% 239 235 49%
: 39 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
: 61 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
: 61 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
: TOTAL 6 100% 15 100% 759 152 100% 486 773 100%
; 20 1 1% l 1% 37 661 0% * 12 557 0% \
i 21 1 1% 1 1% 19 232 0% 13 463 0%
I 29 l 1% 1 1% 31 948 0% 17 165 0%
3
: > 7 7% 9 5% 544 359 5% 307 917 5%
: 32 9 8% 13 8% 771 217 7% 397 790 7%
| 33 3 3% 3 2% 342 034 3% 61 897 1%
: 3* 1 1% 2 1% 118 709 1% 66 262 1%
TOTAL 35 11 10% 19 11% l 444 870 13% 686 775 12%
: 36 7 7% 8 5% 393 262 4% 202 291 4%
• 37 2 2% 2 1% 83 801 1% 58 247 1%
•38 59 55% 104 62% 6 564 207 60% 3 595 361 62%
: 39 1 1% 1 1% 95 179 1% 66 625 1%
: 61 3 3% 4 2% 311 510 3% 196 029 3%
: 81 1 1% 1 1% 144 569 1% 73 184 1%
■ TOTAL" 107 j 100% 169 100% 10 902 558 100% 5 755 563 100% j
NOTAS:
(*) Projectos encerrados
(•*) Difere numa unidade do ndmero total de empresas consideradas no estudo em virtude de um promotor ter concorrido inicialmente com a CAE 61 e
posteriormente a sua actividade foi classificada na CAE 35.
(N <N

7}
u

8 8 8

O
O "
8

I <N <N

5 5
§ i

S
QUADRO 26 - LOCALIZAÇÃO DAS EMPRESAS E SUA DISTRIBUIÇÃO SECTORIAL (*)
PROMOTORES PROJECTOS INVESTIMENTO INCENTIVO

DISTRITOS CAE*« N* N* VALOR VALOR


(C0NT08> (CONTOS)
20 0% 0% 0% 0%
21 5% 3% 19 232 1% 13 463 2%
29 0% 0% 0% 0%
31 0% 0% 0% 0%
32 11% 14% 234 597 14% 135 519 18%
33 11% 7% 324 059 20% 51 112 7%
34 0% 0% 0%
AVEIRO 35 5% 3% 40 873 3% 28 609 4%
11% 7% 106 663 7% 41704 5%
37 0% 0% 0%
38 11 58% 19 66% 908 146 56% 494 594 65%
39 0% 0% 0%
61 0% 0% 0%
81 0% 0%
TOTAL 19 100% 29 100% 633 570 100% 765 001 100%
20 0% 0% 0%
21 0% 0% 0%
29 100% 100% 31 948 100% 17 165 100%
31 0% 0% 0% 0%
32 0% 0% 0% 0%
33 0% 0% 0% 0%
34 0% 0% 0% 0%
BEJA 35 0% 0% 0% 0%
36 0% 0% 0% 0%
37 0% 0% 0% 0%
38 0% 0% 0% 0%
39 0% 0%
61 0% 0% 0% 0%
81 0% 0% 0% 0%
TOTAL 100% 100% 31948 100% 17 165 100%
20 0% 0% 0%
21 0% 0% 0%
29 0% 0% 0%
31 0% 0% 0% 0%
32 40% 50% 113 343 29% 66 493 28%
33 0% 0% 0%
34 0% 0% 0% 0%
BRAGA 35 0% 0% 0%
0% 0% 0%
37 0% 0% 0% 0%
38 60% 50% 277 408 71% 166 873 72%
39 0% 0% 0%
61 0% 0% 0% 0%
81 0% 0% 0% 0%
TOTAL 100% 100% 390 751 100% 233 366 100%
20 0% 0% 0% 0%
21 0% 0% 0%
29 0% 0% 0% 0%
31 25% 25% 56 516 24% 39 562 28%
32 0% 0%
33 0% 0% 0% 0%
34 0% 0% 0%
COIMBRA 35 0% 0% 0% 0%
36 75% 75% 178 832 76% 99 910 72%
37 0% 0% 0% 0%
38 0% 0% 0% 0%
39 0% 0% 0% 0%
61 0% 0% 0% 0%
81 0% 0% 0% 0%
TOTAL 100% 100% 235 348 100% 139 472 100%
p

QUADRO 26 - LOCALIZAÇÃO DAS EMPRESAS E SUA DISTRIBUIÇÃO SECTORIAL C) ■ Cont.


PROMOTORES PROJECTOS INVESTIMENTO
DISTRITOS CAE' N* VALOR VALOR
N* (CONTOS)
(CONTOS)
0% 0% 0% 0%
20
21 0% 0% 0% 0%
29 0% 0% 0%
31 0% 0% 0% 0%
32 0% 0% 0% 0%
33 0% 0% 0% 0%
34 0% 0% 0%
ÉVORA 35 0% 0% 0% 0%
36 0% 0% 0% 0%
37 0% 0% 0% 0%
38 100% 100% 47 269 100% 30 246 100%
39 0% 0% 0% 0%
61 0% 0% 0% 0%
81 0% 0% 0% 0%
TOTAL 100% 100% 47 269 100% 30 246 100%
20 0% 0% 0% 0%
21 0% 0% 0% 0%
29 0% 0% 0%
31 0% 0% 0% 0%
32 0% 0% 0% 0%
33 0% 0% 0% 0%
34 0% 0% 0% 0%
LEIRIA 35 0% 0% 0% 0%
36 50% 67% 84 112 42% 50 690 48%
37 0% 0% 0% 0%
38 50% 33% 118 406 58% 54 000 52%
39 0% 0% 0% 0%
61 0% 0% 0% 0%
81 0% 0% 0% 0%
TOTAL 100% 100% 202 518 100% 104 690 100%
20 3% 2% 37 661 1% 12 557 1%
21 0% 0% 0% 0%
29 0% 0% 0% 0%
31 3% 2% 61 099 2% 30 550 2%
32 0% 0% 0% 0%
33 3% 2% 17 975 1% 10 785 1%
34 3% 4% 118 709 4% 66 262 4%
35 26% 16 33% 1230 811 38% 563 504 33%
LISBOA
36 3% 2% 23 655 1% 9 987 1%
37 0% 0% 0% 0%
38 16 52% 25 51% 1 521 576 47% 902 918 53%
39 0% 0% 0% 0%
61 3% 2% 58 903 2% 31372 2%
81 3% 2% 144 569 4% 73 184 4%
TOTAL 31 100% 49 100% 3 214 958 100% 1701 119 100%
20 0% 0% 0% 0%
21 0% 0% 0% 0%
29 0% 0% 0%
31 13% 12% 387 207 11% 210 131 11%
32 16% 12% 423 277 12% 195 778 11%
33 0% 0% 0%
34 0% 0% 0% 0%
PORTO 35 6% 4% 173 186 5% 94 662 5%
36 0% 0% 0% 0%
37 3% 2% 79 663 2% 55 764 3%
38 18 56% 32 64% 2 087 285 60% 1 061 844 58%
39 3% 2% 95 179 3% 66 625 4%
61 3% 4% 227 782 7% 149 762 8%
81 0% 0% 0% 0%
TOTAL 32 100% 50 100% 3 473 579 100% 1 834 566 100%
QUADRO 26 - LOCALIZAÇÃO DAS EMPRESAS E SUA DISTRIBUIÇÃO SECTORIAL (•) - ConL p

PROMOTORES PROJECTOS investimento INCE] vrrvo


DISTRITOS CAE'» N» % N* % VALOR % VALOR * '
(CONTOS) (CONTOS)
20 0% 0% 0% 0%
21 0% 0% 0% 0%
29 0% 0% 0% 0%
31 0% 0% 0% 0% j
32 0% 0% 0% 0%
33 0% 0% 0% 0%
34 0% 0% 0% 0%
SANTARÉM 35 0% 0% 0% 0%
36 0% 0% 0% 0%
37 1 50% 1 50% 4 138 6% 2 483 5% j
38 1 50% 1 50% 61 992 94% 43 368 95%
39 0% 0% 0% 0%
61 0% 0% 0% 0%
81 0% 0% 0% 0%
TOTAL 2 100% 2 100% 66 130 100% 45 851 100%
20 0% 0% 0% 0%
21 0% 0% 0% 0% [
29 0% 0% 0% 0%
31 1 13% 1 5% 39 537 3% 27 674 4%
32 0% 0% 0% 0%
33 0% 0% 0% 0%
34 0% 0% 0% o% i
SETÚBAL 35 0% 0% | 0% 0%
36 0% 0% 0% 0%
37 0% 0% 0% 0%
38 6 75% 17 89% 1 346 029 95% 720 648 94% ||
39 0% 0% 0% 0%
61 I 13% 1 5% 24 825 2% 14 895 2%
81 0% 0% 0% 0%
TOTAL 8 100% 19 100% 1410 391 100% 763 217 100%
20 0% 0% 0% 0% 1
21 0% 0% 0% 0%
29 0% 0% 0% 0%
31 0% 0% 0% 0%
32 0% 0% 0% 0%
33 0% 0% 0% 0%
VIANA 34 0% 0% 0% 0%
DO 35 0% 0% 0% 0%
CASTELO 36 0% 0% 0% 0%
37 0% 0% 0% 0%
38 1 100% 3 100% 196 096 100% 120 870 100%
39 0% 0% 0% 0%
61 0% 0% 0% 0%
81 0% 0% 0% 0% ||
TOTAL 1 100% 3 100% 196 096 100% 120 870 100%
20 1 1% 1 1% 37 661 0% 12 557 0%
21 1 1% 1 1% 19 232 0% 13 463 0%
29 1 1% 1 1% 31 948 0% 17 165 0% I
31 7 7% 9 5% 544 359 5% 307 917 5% 1
32 9 8% 13 8% 771217 7% 397 790 7%
33 3 3% 3 2% 342 034 3% 61897 1%
34 1 1% 2 1% 118 709 1% 66 262 1%
TOTAL 35 11 10% 19 11% 1 444 870 13% 686 775 12%
36 7 7% 8 5% 393 262 4% 202 291 4%
37 2 2% 2 1% 83 801 1% 58 247 1% j
38 59 55% ! 104 62% 6 564 207 60% 3 595 361 62%
39 1 1% 1 1% 95 179 1% 66 625 1%
61 3 3% 4 2% 311510 3% 196 029 3%
81 1 1% 1 1% 144 569 1% 73 184 1%
TOTAL" 107 100% 169 100% 10 902 558 100% 5 755 563 100%
NOTAS:
(*) Projectos encerrados
( ) Difere numa unidade do número total de empresas consideradas no estudo em virtude de um promotor ter concomdo inicialmente com a CAE
posteriormente a sua actividade foi classificada na CAE 35.
QUADRO 27 - DISTRIBUIÇÃO SECTORIAL DAS ACTTVIDADADES ECONÓMICAS E ORIGEM DO CAPITAL (•)

PROJECTOS investimento • LNCENTIVO


ORIGEM | PROMOTORES
CAE*. DO N4 N* * VALOR * MÔTHOPOR VALOR * MÉDIO POR
(CONTOS) PROJECTO (CONTO® PROJECTO
CAPITAL
NACIONAL 1 100% 1 100% 37 661 100% 37 661 12 557 100% 12 557
ESTRANGEIRO 0% 0% 0% 0%
ao
TOTAL 1 100% 1 100% 37 661 100% 37 661 | 12 557 100% 12 567
NACIONAL 1 100% 1 100% 19 232 100% 19 232 | 13 463 100% 13 463
21 ESTRANGEIRO 0% 0% 0% 0%
TOTAL 1 100% 1 100% 19 232 100% 19 232 | 13 463 100% 13 463
NACIONAL 1 100% l 100% 31 948 100% 3 1 948 | 17 165 100% 17 165
29 ESTRANGEIRO 0% 0% 0% 0%
TOTAL 1 100% 1 100% 31 948 100% 3 1 948 ( 17 165 100% 17 165
NACIONAL 7 100% 9 100% 544 359 100% 60 484 | 307 917 100% 34 213
31 ESTRANGEIRO 0% 0% 0% 0%
TOTAL 7 100% 9 100% 544 359 100% 60 484 | 307 917 100% 34 213
NACIONAL 9 100% 13 100% 771 217 100% 59 324 | 397 790 100% 30 599
32 ESTRANGEIRO 0% 0% 0% 0%
TOTAL 9 100% 13 100% 771 217 100% 59 324 | 397 790 100% 30 599
NACIONAL 3 100% 3 100% 342 034 100% 114011 | 61 897 100% 20 632
33 ESTRANGEIRO 0% 0% 0% 0%
TOTAL 3 100% 3 100% 342 034 100% 114011 | 61 897 100% 20 632
NACIONAL 1 100% 2 100% 118 709 100% 59 355 1 66 262 100% 33 131
34 ESTRANGEIRO 0% 0% 0% 0%
TOTAL 1 100% 2 100% 118 709 100% 59 355 | 66 262 100% 33 131
NACIONAL 8 73% 11 58% 1 042 274 72% 94 752 | 439 237 64% 39 931
ESTRANGEIRO 3 27% 8 42% 402 596 28% 50 325 | 247 538 36% 30 942
35
TOTAL 11 100% 19 100% 1 444 870 100% 76 046 | 68 6 775 100% 36 146
NACIONAL 7 100% 8 100% 393 262 100% 49 158 | 202 291 100% 25 286
36 ESTRANGEIRO 0% 0% 0% 0%
TOTAL 7 100% 8 100% 393 262 100% 49 158 202 291 100% 25 286
NACIONAL 2 100% 2 100% 83 801 100% 41 901 58 247 100% 29 124
37 ESTRANGEIRO 0% 0% 0% 0%
TOTAL 2 100% 2 100% 83 801 100% 41901 | 58 247 100% 29 124
NACIONAL 56 95% 97 93% 6 207 651 95% 63 996 1 3 356 126 dDIV/O! 34 599
38 ESTRANGEIRO 3 5% 7 7% 356 556 5% 50 937 1 239 235 #DIV/0! 34 176
TOTAL 59 100% 104 100% 6 564 207 100% 63 117 «DIV/0! 0
NACIONAL 1 100% 1 100% 95 179 100% 95 179 1 66 625 100% 66 625
39 ESTRANGEIRO 0% 0% 0% 0%
TOTAL 1 100% 1 100% 95 179 100% 95 179 1 66 625 100% 66 625
NACIONAL 3 100% 4 100% 311 510 100% 77 878 | 196 029 100% 49 007
61 ESTRANGEIRO 0% 0% 0% 0%
TOTAL 3 100% 4 100% 311510 100% 77 878 | 196 029 100% 49 007
NACIONAL 1 100% 1 100% 144 569 100% 144 569 j 73 184 100% 73 184
81 ESTRANGEIRO 0% 0% 0% 0%
TOTAL 1 100% 1 100% 144 569 100% 144 569 j 73 184 100% 73 184
NACIONAL 101 154 91% 10 143 40 S 93% 65 866 | 5 268 79(D 92% 34 213
94%
TOTAL ESTRANGEIRO 6 6% 9% 759 152 7% 50 610 486 773 8% 32 452
15
TOTAL" 64 512 | 5 755 56 3 100% 34 057
107 100% 169 100% 10 902 55 8 100%
(•) Projeclot encerrado#
(••) Difere numa unidade do ndmero lolal de empreRa# connidorudas no oludo cm virtude de um promotor ler concorrido inicialmente com a CAE 61 o
poUcriormenle a sua actividade foi classificada na CAE 35.
á
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o 00
o.

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QUADRO 29 - DIMENSÃO DAS EMPRESAS, CONTROLO DO CAPITAL E ÁREAS TECNOLÓGICAS DOS PROJECTOS (•)

TIPOLOGIA ÁREAS PROMOTORES PROJECTO» INVESTIMENTO INCENTIVO OUMAÇÁO


DAS TECNOLÓGICA ! N* % N* % VALOR MÉDIO POÍ VALOR SCÉDIOPOR UÊDUntOL
EMPRESAS (com-osv PROJECTO (CONTOS^ PROJECTO (MVmCM)
; TECN DA INFORMAÇÃO 30 36% 49 44% 3 340 430 51% 68 172 2 019 721 56% 41 219 16
TECN. MATERIAIS 4 5% 5 4% 237 003 4% 47 401 140 174 4% 28 035 20
NACIONAL BIOTECNAJUTMICA FINA 4 5% 5 4% 380 619 6% 76 124 228 879 6% 45 776 17
OUTRAS 45 54% 53 47% 2 654 855 40% 50 092 1 198 207 33% 22 608 14
TOTAL 100% 112 100% 6 612 907 100% 59 044 3 586 981 100% 32 027 15
TECN. DA INFORMAÇÃO 2 33% 2 29% 91 434 28% 45 717 62 342 28% 31 171 19
TECN. MATERIAIS 1 17% 2 29% 56 524 17% 28 262 32 388 15% 16 194 13
PME ESTRANGEIRO BIOTECN./QUÍMICA FINA 0% 0% 0% #DIV/0! 0% #DIV/0!
OUTRAS 3 50% 3 43% 180 4 63 55% 60 154 125 810 57% 41 937 18
TOTAL 100% 7 100% 328 421 100% 46 917 220 540 100% 31 506 17
TECN. DA INFORMAÇÃO 32 36% 51 43% 3 431 864 49% 67 291 2 082 063 55% 40 825 16
TECN. MATERIAIS 5 6% 7 6% 293 527 4% 41 932 172 562 5% 24 652 18
TOTAL BIOTECNyQUIMICA FINA 4 4% 5 4% 380 619 5% 76 124 228 879 6% 45 776 17
OUTRAS 48 54% 56 47% 2 835 318 41% 50 631 1 324 017 35% 23 643 14
TOTAL 100% 119 100% 6 94 1 328 100% 58 330 3 807 521 100% 31 996 16
TECN. DA INFORMAÇÃO 9 31% 15 36% 1 272 109 36% 61 807 671 882 40% 44 792 22
TECN. MATERIAIS 4 14% 6 14% 709 459 20% 118 243 278 380 17% 46 397 23
NACIONAL BI0TECNVQUIM1CA FINA l 3% 1 2% 61 209 2% 61 209 31452 2% 31452 24
OUTRAS 15 52% 20 48% 1 487 722 42% 74 386 700 095 42% 35 005 21
TOTAL 100% 42 100% 3 530 499 100% 61 060 1 681 809 100% 40 043 22
TECN. DA INFORMAÇÃO l 20% 1 13% 69 008 16% 69 008 47 304 18% 47 304 9
TECN. MATERIAIS l 20% 1 13% 78 178 18% 78 178 46 907 18% 46 907 27
CE ESTRANGEIRO BIOTECNVQUtMlCA FINA 1 20% 1 13% 90 109 21% 90 109 51 112 19% 51 112 36
OUTRAS 2 40% 5 63% 193 136 45% 38 687 120 910 •15% 2-1 182 14
TOTAL 100% 8 100% 430 731 100% 53 841 266 233 100% 33 279 18
TECN. DA INFORMAÇÃO 10 29% 16 32% 13-11 117 3-1% 83 820 719 186 37% •14 949 21
TECN. MATERIAIS 5 15% 7 14% 787 637 20% 112 520 325 287 17% 46 470 23
TOTAL BIOTECNYQUIMICA FINA 2 6% 2 4% 131 318 4% 75 659 82 564 4% 41282 30
OUTRAS 17 50% 25 50% l 681 158 42% 67 246 821005 42% 32 840 20
TOTAL 100% 50 100% 3 96 1 230 100% 79 225 1 948 042 100% 38 961 21
TECN. DA INFORMAÇÃO 39 35% 64 42% 4 612 539 45% 72 071 2 691 603 51% 42 056 18
TECN. MATERIAIS 8 7% 11 7% 94 6 4 62 9% 86 042 418 554 8% 38 050 21
NACIONAL BIOTECNYQUIMICA FINA 5 4% 6 4% 441 828 4% 73 638 260 331 5% 43 389 18
OUTRAS 60 54% 73 47% 4 142 577 41% 56 748 1 898 302 36% 26 004 16
TOTAL 100% 154 100% 10 143 406 100% 65 866 5 268 790 100% 34 213 17
TECN. DA INFORMAÇÃO 3 27% 3 20% 160 442 21% 53481 109 646 23% 36 549 15
TECN. MATERIAIS 2 18% 3 20% 134 7 02 18% 44 901 79 295 16% 26 432 17
TOTAL ESTRANGEIRO BIOTECNYQUIMICA FINA 1 9% 1 7% 90 109 12% 90 109 51 112 11% 51 112 36
OUTRAS 5 45% 8 53% 373 899 49% 46 737 246 720 51% 30 840 16
TOTAL 100% 15 100% 759 152 100% 50 610 486 773 100% 32 452 17
TECN. DA INFORMAÇÃO 42 3-1% 67 40% 4 772 981 44% 71 239 2 801 249 49% 41 810 18
TECN. MATERIAIS 10 8% 14 8% 1 081 161 10% 77 226 497 619 9% 35 561 21
TOTAL BIOTECNYQUIMICA FINA 6 5% 7 4% 531 937 5% 75 991 311443 5% 44 492 21
OUTRAS 65 53% 81 48% •1 516-176 41% 55 759 2 145 022 37% 26 482 16
TOTAL 100% 169 100% 10 902 558 100% 61 512 5 755 563 100% 34 057 17
C) Projeciúa encerrado*
o

QUADRO 30 - DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS EMPRESAS E ÁREAS TECNOLÓGICAS DOS PROJECTOS (•)

PROMOTORES PROJECTOS | INVESTEMENTO 1 INCENTTVO


DISTRTTOB ÁREA N* * N» * [ VALO» * i VALO» %
TECNOLÓGICA (CONTOei (CONTOSV
TECN. DA INFORMAÇÃO 9 41% 13 45% | 634 074 39% j 420 179 55%
TECN. MATERIAIS 2 9% 3 10% | 75 756 5% | 45 851 6%
AVEIRO BIOTECNTQLTMICA FINA 0% 0% | 0% | 0%
OUTRAS 11 50% 13 45% 1 923 740 57% j 298 971 39%
TOTAL 100% 29 100% | 1 633 570 100% | 765 001 100%
TECN. DA INFORMAÇÃO 0% 0% [ 0% 1 0%
TECN. MATERIAIS 0% 0% 1 0% 0%
BEJA BIOTECNVQUIMICA FINA 0% 0% | 0% | 0%
OUTRAS 1 100% 1 100% j 31 948 100% | 17 165 100%
TOTAL 100% 1 100% | 31 948 100% j 17 165 100%
TECN. DA INFORMAÇÃO 3 60% 3 50% | 255 816 65% | 154 800 66%
TECN. MATERIAIS 0% 0% 1 0% 1 0%
BRAGA BIOTECN7QUIMICA FINA 0% 0% | 0% 1 0%
OUTRAS 2 40% 3 50% 1 134 935 35% 78 566 34%
TOTAL 100% 6 100% I 390 751 100% j 233 366 100%
TECN. DA INFORMAÇÃO
TECN. MATERIAIS
BRAGANÇA DIOTECNJQUTMICA FINA 1
OUTRAS 1
TOTAL 0% 0 0% 1 0 0% | 0 0% |
TECN. DA INFORMAÇÃO 1
CASTELO TECN. MATERIAIS 1
BRANCO BIOTECN./QLTMICA FINA 1
OUTRAS 1
TOTAL 0% 0 0% ! 0 0% 1 0 0% |
TECN. DA INFORMAÇÃO 0% 0% 0% 0% 1
TECN. MATERIAIS 0% 0% 0% 0% |
COIMBRA BIOTECNVQUIMICA FINA 0% 0% 0% 0% 1
OUTRAS 4 100% 4 100% 235 348 100% 139 472 100% |
TOTAL 100% 4 100% 1 235 348 100% 1 139 472 100% 1
TECN. DA INFORMAÇÃO 0% 0% 0% 0% 1
TECN. MATERIAIS 0% 0% 0% 0% |
ÉVORA BIOTECNVQUIMICA FINA 0% 0% 0% 0% |
OUTRAS 2 100% 3 100% j 47 269 100% 1 30 246 100% |
TOTAL 100% 3 100% 1 47 269 100% 30 246 100% |
TECN. DA INFORMAÇÃO 1
TECN. MATERIAIS 1
PARO BIOTECNVQUIMICA FINA 1
OUTRAS 1
TOTAL 0% 0 0% 0 0% 1 0 0% 1
!
TECN. DA INFORMAÇÃO
TECN. MATERIAIS 1
GUARDA BIOTECNVQUIMICA FINA
OUTRAS 1
TOTAL 0% 0 0% 0 0% 1 0 0% |
1
Q
QUADRO 30 - DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS EMPRESAS E ÁREAS TECNOLÓGICAS DOS PROJECTOS (")

PROMOTORES PROJECTOS INVESTIMENTO INCENTIVO


DtaTRITOO ÁREA w» % ; w % VALOS % VALOS %
TECNOLÓGICA (CONTOS) (CONTOS)
TECN. DA INFORMAÇÃO 1 50% 1 33% 118 406 58% 54 000 52%
TECN. MATERIAIS l 50% 2 67% 84 112 42% 50 690 48%
LEIRIA BIOTECNVQUTMICA FINA 0% 0% 0% 0%
OUTRAS 0% 0% 0% 0%
TOTAL 100% 3 100% 202 518 100% 104 690 100%
TECN. DA INFORMAÇÃO 11 30% 17 35% l 113 675 35% 700 505 41%
TECN. MATERIAIS 4 11% 6 12% 670 098 21% 244 640 14%
LISBOA BIOTECNVQUIMICA FINA 4 11% 5 10% 368 897 11% 210 111 12%
OUTRAS 18 49% 21 43% 1 062 288 33% 545 863 32%
TOTAL 100% 49 100% 3 214 958 100% 1 701 119 100%
TECN. DA INFORMAÇÃO
TECN. MATERIAIS
PORTALEGRE BIOTECN./QUÍMICA FINA
OUTRAS
TOTAL 0% 0 0% 0 0% 0 0%
TECN. DA INFORMAÇÃO 13 36% 20 40% 1 461 915 42% 806 239 44%
TECN. MATERIAIS 3 8% 3 6% 251 198 7% 156 668 9%
PORTO BIOTECNVQUIMICA FINA 2 6% 2 4% 163 040 5% 101 332 6%
OUTRAS 18 50% 25 50% 1 597 426 46% 770 327 42%
TOTAL 100% 50 100% 3 473 579 100% 1 834 566 100%
TECN. DA INFORMAÇÃO 0% 0% 0% 0%
TECN. MATERIAIS 0% 0% 0% 0%
SANTARÉM DIOTECN./QUIMICA FINA 0% 0% 0% 0%
OUTRAS 2 100% 2 100% 66 130 100% 45 851 100%
TOTAL 100% 2 100% 66 130 100% 45 851 100%
TECN. DA INFORMAÇÃO 4 40% 11 58% l 074 985 76% 585 649 77%
TECN. MATERIAIS 0% 0% 0% 0%
SETÚBAL BIOTECNVQUIMICA FINA 0% 0% 0% 0%
OUTRAS 6 60% 8 42% 335 406 24% 177 568 23%
TOTAL 100% 19 100% l 410 391 100% 763 217 100%
TECN. DA INFORMAÇÃO 1 50% 2 67% 114 110 58% 79 877 66%
VIANA DO TECN. MATERIAIS 0% 0% 0% 0%
CASTELO BIOTECNVQUIMICA FINA 0% 0% 0% 0%
OUTRAS 1 50% 1 33% 81 986 42% 40 993 34%
TOTAL 100% 3 100% 196 096 100% 120 870 100%
TECN. DA INFORMAÇÃO
TECN. MATERIAIS
VILA REAL BIOTECN./QUIMICA FINA
OUTRAS
TOTAL 0% 0 0% 0 0% 0 0%
TECN. DA INFORMAÇÃO
TECN. MATERIAIS
VISEU BIOTECN./QUIMICA FINA
OUTRAS
TOTAL 0% 0 0% 0 0% 0 0%
TECN. DA INFORMAÇÃO 42 34% 67 40% 4 772 981 44% 2 801 249 49%
TECN. MATERIAIS 10 8% 14 8% 1 081 164 10% 497 849 9%
TOTAL BIOTECN./QUIMICA FINA 6 5% 7 4% 531 937 5% 311 443 5%
OUTRAS 65 53% 81 48% 4 516 476 41% 2 145 022 37%
TOTAL 100% 169 100% 10 902 558 100% 5 755 563 100%
(•) Projecto* ancerrado*
QUADRO 31 - DISTRIBUIÇÃO SECTORIAL DAS ACTIVIDADES ECONÓMICAS DAS EMPRESAS
E ÁREAS TECNOLÓGICAS DOS PROJECTOS C)
PKO MOTORES PROJECTOS INCKyrrvo |
ÁHSA tf * N» % VALO* * VAJLOR % I
CAK> fCQNTO»
TECNOJJÓOICA tcowToeo
0% 0% 0% 1
• TKCN DA rNTORMAÇAO 37 661 100% 12 557 100% I
* TECN MATERIAIS I 100% 1 100%
biotecn/oltmica fina 0% 0% 0% 0% |
OUTRAS 0% 0% 0% 0% |
TOTAL 100% 1 100% 37 661 100% 12 557 100% i
| : TECN DA INFORMAÇÃO 0% 0% 0% 0% |
TECN, MATERIAIS I 100% 1 100% 19 232 100% 13 463 100% S
21 ! BIOTECNVQUIMICA FINA 0% 0% 0% 0% i
: OUTRAS 0% 0% 0% 0% J
| • TOTAL 100% 1 100% 19 232 100% 13 463 100% 1
í TECN DA INFORMAÇÃO 0% 0% 0% 0% 1
I TECN. MATERIAIS 0% 0% 0% 0% j
2B BIOTECN X5UIMICA FINA 0% 0% 0% 0% i
OUTRAS 1 100% 1 100% 31 948 100% 17 165 100% i
j : TOTAL 100% 1 100% 31 948 100% 17 165 100% 1
| : TECN DA INFORMAÇÃO L l 13% 1 11% 87 921 16% 50 745 16% j
TECN MATERIAIS 0% 0% 0% 0% S
SI BIOTECN/QUÍMICA FINA 1 13% 1 11% 48 826 9% 26 539 9% j
P" OUTRAS 6 75% 7 78% 407 612 75% 230 633 75% 1
• TOTAL 100% 9 100% 544 359 100% 307 917 100% 1
i TECN DA INFORMAÇÃO 5 56% 7 54% 591457 77% 312 991 79% 1
: TECN. MATERIAIS 0% 0% 0% 0% 3
32 BIOTECNVQUT MICA FINA 0% 0% 0% 0% j
: OUTRAS 4 44% 6 46% 179 760 23% 84 799 2!% i
j ; TOTAL 100% 13 100% 771217 100% 397 790 100% j
: TECN DA INFORMAÇÃO 0% 0% 0% 0% I
: TECN. MATERIAIS 0% 0% 0% 0% j
33 BIOTECN QUÍMICA FINA 0% 0% 0% o% j
: OUTRAS 3 100% 3 100% 34 2 034 100% 61 897 100% |
; TOTAL 100% 3 100% 342 034 100% 61 897 100% i
i TECN DA INFORMAÇÃO 1 50% l 50% 57 500 48% 34 810 53% S
: TECN. MATERIAIS 0% 0% 0% 0% 1
34 BIOTKCN QUÍMICA FINA l 50% 1 50% 61 209 52% 31 452 47% i
OUTRAS 0% 0% 0% 0% i
í TOTAL 100% 2 100% 118 709 100% 66 262 100% i
: TECN. DA INFORMAÇÃO 0% 0% 0% 0% j
• TECN MATERIAIS 4 31% 6 32% 689 823 48% 268 845 39% 1
38 BIOTECN QUÍMICA FINA 3 23% 4 21% 307 688 21% 178 659 26% |
OUTRAS 6 46% 9 47% 447 359 31% 239 271 35% i
• TOTAL 100% 19 100% l 444 870 10O% 686 775 100% |
i TECN. DA INFORMAÇÃO 0% 0% 0% 0% |
: TECN MATERIAIS 1 14% 2 25% 8-1 112 21% 50 690 25% 1
38 BIOTECN QUÍMICA FINA 0% 0% 0% 0% |
; OUTRAS 6 86% 6 75% 309 150 79% 151601 75% |
\ TOTAL 100% 8 100% 393 262 100% 202 291 100% I
: TECN. DA INFORMAÇÃO l 50% 1 50% 79 663 95% 55 764 96% 1
: TECN MATERIAIS 0% 0% 0% 0% i
37 : BIOTECN QUÍMICA FINA 0% 0% 0% 0% 1
: OUTRAS 1 50% l 50% 4 138 5% 2 483 4% 1
2 TOTAL 100% 2 100% 83 801 100% 58 247 100% |
; TECN. DA INFORMAÇÃO 32 45% 55 53% 3 716 692 57% 2 207 130 61% |
: TECN MATERIAIS 3 4% 4 4% 250 336 4% 152 294 4% 1
38 BIOTFXN QUÍMICA FINA 0% 0% 0% 0% |
2 OUTRAS 36 51% 45 43% 2 597 179 40% 1 235 937 34% |
TOTAL 100% 104 100% 6 56*1 207 100% 3 595 361 100% |
: TECN DA INFORMAÇÃO l 100% l 100% 95 179 100% 66 625 100% |
2 TECN. MATERIAIS 0% 0% 0% 0% I
30 BIOTECN.QUÍMICA FINA 0% 0% 0% 0% i
OUTRAS 0% 0% 0% 0% |
2 TOTAL 100% 1 100% 95 179 100% 66 625 100% |
1 : TECN DA INFORMAÇÃO 0% 0% 0% 0% |
TECN MATERIAIS 0% 0% 0% 0% 1
•1 BIOTECN QUÍMICA FINA 1 25% l 25% 114 214 37% 74 793 38% 1
2 OUTRAS 3 75% 3 75% 197 296 63% 121236 62% |
TOTAL 100% 4 100% 311510 100% 196 029 100% |
• TECN DA INFORMAÇÃO l 100% 1 100% 144 569 100% 73 184 100% 1
TECN. MATERIAIS 0% 0% 0% 0% j
•1 BIOTECN QUÍMICA FINA 0% 0% 0% 0% |
2 OUTRAS 0% 0% 0% 0% |
TOTAL 100% 1 100% 144 569 100% 73 184 100% 1
: TECN DA INFORMAÇÃO 42 34% 67 40% 4 772 981 44% 2 801 24Í 49% i
TECN. MATERIAIS 10 8% 14 8% 1 081 164 10% 497 849 9% 1
TOTAL i BIOTECN QUÍMICA FINA 6 5% 7 4% 53 1 937 5% 311443 5% 1
f • OUTRAS 66 53% 81 48% 4 516 476 41% 2 145 02"2 37% |
TOTAL 100% 169 100% 10 902 55 8 100% 5 755 563 100% 1
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QUADRO 36 - DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS EMPRESAS E NÍVEL DE COLABORAÇÃO COM
ENTIDADES DO SCT NACIONAL (•) (••)

PROMOTORES PROJECTOS CUSTOS SUBCONTRATAÇÃO SCT NACIONAL 1


DISTHITOS PP * VALOR * MÉDIO POR PCSOÍNVK3T.J
(CONTOS) PROJECTO TOTAL (*) j

AVEIRO 13 0 19 0 205 150 17% 10 797 13%


1
BEJA 0 0 0%

BRAGA 1 0 1 0 33 520 3% 33 520 9% 1

| BRAGANÇA 0 0 0%

CASTELO BRANCO 0 0 0%

COIMBRA 3 0 3 0 46 377 4% 15 459 20% 1

ÉVORA 2 0 3 0 7 526 1% 2 509 16% 1

FARO 0 0 0%

GUARDA 0 0 0% l
LEIRIA 2 0 2 0 29 500 2% 14 750 15% 1

11 LISBOA 18 0 26 0 371 657 30% 14 295 12% 1

PORTALEGRE 0 0 0% j
PORTO 23 0 34 0 340 046 28% 10 001 10% 1

SANTARÉM 1 0 1 0 9 575 1% 9 575 14% 1

SETÚBAL 6 0 8 0 82 797 7% 10 350 6% 1

VIANA DO CASTELO 1 0 3 0 105 271 9% 35 090 54% 1

VILA REAL 0 0 0% |
VISEU 0 0 0%

TOTAL 70 1 100 1 1 231 419 100% 12 314 1!% J

(•) Projectos encerrados


(**) Apenas se encontram assinalados os promotores e os projectos com participação de entidades do SCT nacional.
1
CUSTOS SUBCONTRATAÇÃO SCT NACIONAL

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