Apostila História Primeiro Bimestre 2 Ano

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O MERCANTILISMO

CONCEITO: Política econômica do Estado Moderno baseada no


acúmulo de capitais.
A acumulação de capitais dá-se pela atividade comercial, daí o
mercantilismo apresentar uma série de práticas para o desenvolvimento
das práticas comerciais.

OBJETIVOS: A intervenção do estado nos assuntos econômicos


visava o fortalecimento do Estado e o Enriquecimento da burguesia.

PRÁTICAS MERCANTILISTAS

Para conseguir o acúmulo de capitais, a política mercantilista


apresentará os seguintes elementos:

Balança comercial favorável: medida que visava a evasão


monetária. A exportação maior que a importação auxiliava a manter as
reservas de ouro.
Metalismo (bulionismo): necessidade de acumular metais
preciosos (ouro e prata ).
Intervencionismo estatal: forte intervenção do Estado na
economia, com o intuito de desenvolver a produção agrícola, comercial e
industrial. O Estado passa a adotar medidas de caráter protecionista -
estimular a exportação e inibir a importação, impondo pesadas tarifas
alfandegárias.

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Monopólios: elemento essencial do protecionismo econômico. O
Estado garante o exclusivismo comercial sobre um determinado produto
e/ou uma determinada área.

TIPOS DE MERCANTILISMO

Cada Estado Moderno buscará a acumulação de capitais


obedecendo suas próprias especificidades.

PORTUGAL - Mercantilismo agrário, o acúmulo de capitais virá da


atividade agrícola na colônia ( Brasil ).

ESPANHA - Metalismo, em razão da grande quantidade de ouro e


prata da América. O grande afluxo de metais trouxe uma alta dos preços
das mercadorias e desencadeou uma enorme inflação. Este processo é
conhecido como revolução dos preços.

FRANÇA: Produção de artigos de luxo para a exportação. Também


conhecido como colbertismo, por causa do ministro Jean Colbert.

INGLATERRA: Num primeiro momento, a Inglaterra consegue


acúmulo de capitais através do comércio, principalmente após o Ato de
Navegação de 1651. O grande desenvolvimento comercial vai
impulsionar a indústria. Esta última se tornará na atividade principal
para a Inglaterra conseguir o acúmulo de capitais.

HOLANDA: desenvolve o mercantilismo misto, ou seja, comercial e


industrial.

MERCANTILISMO E FORMAÇÃO DO SISTEMA COLONIAL

A principal dificuldade do mercantilismo residia na necessidade


que todos os países tinham de manter uma balança comercial favorável,
ou seja, todos queriam exportar, porém nenhum gostava de importar.
Para solucionar este problema e que será montado o Sistema
Colonial. As áreas coloniais, mediante o denominado pacto colonial,
auxiliava a Europa no processo de acumulação de capitais ao vender - a

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preços muito baixos - matéria-prima e comprar - a preços elevados, os
produtos manufaturados.

CONSEQÜÊNCIAS

O processo de acúmulo de capitais, impulsionado o capitalismo;


A formação do Sistema Colonial Tradicional ( séculos XVI/XVIII);
O desenvolvimento do escravismo moderno, onde o escravo é
visto como mão-de-obra e mercadoria.

Aula 07

Expansão Marítima Européia.

A expansão marítima européia, processo histórico ocorrido entre


os séculos XV e XVII, contribuiu para que a Europa superasse a crise
dos séculos XIV e XV.
Através das Grandes Navegações há uma expansão das atividades
comerciais, contribuindo para o processo de acumulação de capitais na
Europa.
O contato comercial entre todas as partes do mundo ( Europa,
Ásia, África e América ) torna possível uma história em escala mundial,
favorecendo uma ampliação dos conhecimento geográficos e o contato
entre culturas diferentes.

Fatores para a Expansão Marítima.

A expansão marítima teve um nítido caráter comercial, daí definir


este processo como uma empresa comercial de navegação, ou como
grandes empreendimentos marítimos. Para o sucesso desta atividade

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comercial o fator essencial foi a formação do Estado Nacional.

Formação do Estado Nacional e a centralização política- as


Grandes Navegações só foram possíveis com a centralização do poder
político, pois fazia-se necessário uma complexa estrutura material de
navios, armas, homens, recursos financeiros. A aliança rei-burguesia
possibilitou o alcance destes objetivos tornando viável a expansão
marítima.

Avanços técnicos na arte náutica- o aprimoramento dos


conhecimentos geográficos, graças ao desenvolvimento da cartografia; o
desenvolvimento de instrumentos náuticos- bússola , astrolábio,
sextante - e a construção de embarcações capazes de realizar viagens a
longa distância, como as naus e as caravelas.

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Interesses econômicos- a necessidade de ampliar a produção de
alimentos, em virtude da retomada do crescimento demográfico; a
necessidade de metais preciosos para suprir a escassez de moedas;
romper o monopólio exercido pelas cidades italianas no Mediterrâneo -
que contribuía para o encarecimento das mercadorias vindas do Oriente;
tomada de Constantinopla, pelo turcos otomanos, encarecendo ainda
mais os produtos do Oriente.

Sociais- o enfraquecimento da nobreza feudal e o fortalecimento


da burguesia mercantil.

Religiosos- a possibilidade de conversão dos pagãos ao


cristianismo mediante a ação missionária da Igreja Católica.

Expansão marítima portuguesa


Portugal foi a primeira nação a realizar a expansão marítima. Além
da posição geográfica, de uma situação de paz interna e da presença de
uma forte burguesia mercantil; o pioneirismo português é explicado pela
sua centralização política que, como vimos, era condição primordial para
as Grandes Navegações.
A formação do Estado Nacional portugês está relacionada à Guerra
de Reconquista - luta entre cristãos e muçulmanos na península Ibérica.
A primeira dinastia portuguesa foi a Dinastia de Borgonha ( a
partir de 1143 ) caracterizada pelo processo de expansão territorial
interna.
Entre os anos de 1383 e 1385 o Reino de Portugal conhece um
movimento político denominado Revolução de Avis - movimento que
realiza a centralização do poder político: aliança entre a burguesia
mercantil lusitana com o mestre da Ordem de Avis, D. João. A Dinastia
de Avis é caracterizada pela expansão externa de Portugal: a expansão
marítima.

Etapas da expansão

A expansão marítima portuguesa interessava à Monarquia, que


buscava seu fortalecimento; à nobreza, interessada em conquista de
terras; à Igreja Católica e a possibilidade de cristianizar outros povos e
a burguesia mercantil, desejosa de ampliar seus lucros.

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A seguir, as principais etapas da expansão de Portugal:

1415 - tomada de Ceuta, importante entreposto comercial no


norte da África;
1420 - ocupação das ilhas da Madeira e Açores no Atlântico;
1434 - chegada ao Cabo Bojador;
1445 - chegada ao Cabo Verde;
1487 - Bartolomeu Dias e a transposição do Cabo das
Tormentas;
1498 - Vasco da Gama atinge as Índias ( Calicute );
1499 - viagem de Pedro Álvares Cabral ao Brasil.

Expansão marítima espanhola

A Espanha será um Estado Nacional somente em 1469, com o


casamento de Isabel de Castela e Fernando de Aragão. Dois importantes
reinos cristãos que enfrentaram os mouros na Guerra de Reconquista.
No ano de 1492 o último reduto mouro - Granada - foi
conquistado pelos cristãos; neste mesmo ano, Cristovão Colombo
ofereceu seus serviços aos reis da Espanha.
Colombo acreditava que, navegando para oeste, atingiria o
Oriente. O navegante recebeu três navios e, sem saber chegou a um
novo continente: a América.

A seguir a principais etapas da expansão espanhola:

1492 - chegada de Colombo a um novo continente, a América;


1504 - Américo Vespúcio afirma que a terra descoberta por
Colombo era um novo continente;
1519 a 1522 - Fernão de Magalhães realizou a primeira viagem de
circunavegação do globo.

As rivalidades Ibérica

Portugal e Espanha, buscando evitar conflitos sobre os territórios


descobertos ou a descobrir, resolveram assinar um acordo - proposto
pelo papa Alexandre VI - em 1493: um meridiano passando 100 léguas
a oeste das ilhas de Cabo Verde, dividindo as terras entre Portugal e

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Espanha. Portugal não aceitou o acordo e no ano de 1494 foi assinado o
Tratado de Tordesilhas.
O tratado de Tordesilhas não foi reconhecido pelas demais nações
européias.

Navegações Tardias

Inglaterra, França e Holanda.

O atraso na centralização política justifica o atraso destas nações


na expansão marítima:
A Inglaterra e França envolveram-se na Guerra dos Cem
Anos(1337-1453) e, após este longo conflito, a inglaterra passa por uma
guerra civil - a Guerra das Duas Rosas ( 1455-1485 ); já a França, no
final do conflito com a Inglaterra enfrenta um período de lutas no
reinado de Luís XI ( 1461-1483).
Somente após estes conflitos internos é que ingleses, durante o
reinado de Elizabeth I ( 1558-1603 ); e franceses, durante o reinado de
Francisco I iniciaram a expansão marítima.
A Holanda tem seu processo de centralização política atrasado por
ser um feudo espanhol. Somente com o enfraquecimento da Espanha e
com o processo de sua independência é que os holandeses iniciarão a
expansão marítima.

CONSEQÜÊNCIAS

As Grandes navegações contribuíram para uma radical


transformação da visão da história da humanidade. Houve uma
ampliação do conhecimento humano sobre a geografia da Terra e uma
verdadeira Revolução Comercial, a partir da unificação dos mercados
europeus, asiáticos, africanos e americanos.
A seguir algumas das principais mudanças:
A decadência das cidades italianas; a mudança do eixo
econômico- do mar Mediterrâneo para o oceano Atlântico; a formação
do Sistema Colonial; enorme afluxo de metais para a Europa
proveniente da América; o retorno do escravismo em moldes
capitalistas; o eurocentrismo, ou a hegemonia européia sobre o
mundo; e o processo

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de acumulação primitiva de capitais resultado na organização da
formação social do capitalismo.

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