Resumo Cap. 2 Do Birrento 2008

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 7

Resumo Birrento 2008 – capítulo 2 (87 – 118)

Paulo Roberto Azevedo Santana Filho

Em sumo, o capítulo 2 vem mostrar todos os componentes que contém


num sistema de transmissão, sendo todos os elementos que produz potência
para o veículo, como o motor, seja os elementos que vão transmitir a potência
do motor para a roda, englobando elementos como tipos diferentes de
engrenagens, polias, correntes, pinhões, e juntas, sendo que esses elementos
estão inseridos na transmissão de modo a compor o motor no seu eixo de
transmissão, caixa de velocidades, diferencial, semieixos e direção do veículo.

Engrenagens
As Engrenagens são componentes de máquinas que servem para a
transmissão de movimento quando entram em contato de uma com a outra,
seja por meio de dentes, polias ou outros elementos. As vantagens de usar
engrenagens é que ela abrange uma volatilidade no que diz respeito a
velocidades, sendo úteis na maioria das aplicações práticas, seja em baixas ou
em altas velocidades. Outras vantagens é seu rendimento muito elevado e uma
longa duração em relação ao desgaste, tem baixo desgaste em relação aos
seus materiais utilizados, geralmente ligas metálicas.
Alguns materiais são mais utilizados nas fabricações de engrenagens
por possuírem características que agreguem ao propósito da engrenagem
sendo ela, alto rendimento e durabilidade do material perante ao ambiente e
perante ao desgaste de utilização. O ferro fundido é um material bastante
visado por seu custo baixo de produção da engrenagem, e sua rigidez
mecânica, além de menos ruídos do que outros materiais como aço inox.
Outros materiais que são utilizados com o aço inox, formam ligas metálicas aço
e níquel, ou aço e crómio ou aço e Molibdénio. A vantagem de utilizar o níquel
é que aumenta resistência a tração e a fadiga, sem reduzir a plasticidade e
resiliência do material. O crómio facilita a execução da têmpera, um processo
metalúrgico na produção da peça para aumento de dureza e resistência
mecânica, porém lhe dá mais fragilidade. Já o molibdénio traz uma textura fina
para a engrenagem aumentando a dureza e mantendo a plasticidade. Há
utilização de materiais plásticos para a produção de engrenagens também,
como o Nylon que traz resistência ao desgaste, tem um baixo coeficiente de
atrito, trazendo uma redução de ruídos durante o funcionamento da
engrenagem e para pequenas cargas não necessitam de lubrificação.
Trazendo alguns tipos de engrenagens, temos a Engrenagem cilíndrica
de dentes retos, são as mais comuns e mais simples, ela transmite o
movimento entre dois eixos paralelos e tem seus dentes paralelos ao eixo de
rotação. Atingem velocidades de 200 m/s. temos a engrenagem cilíndrica de
dentes helicoidais, os dentes são inclinados em relação ao eixo de rotação,
produzem menos ruídos e podem transmitir movimentos entre eixos paralelos
ou não, só ajustar a inclinação da engrenagem. Engrenagens cônicas de
dentes retos são engrenagens de eixos que intersectam entre si e a
engrenagem é colocada no ponto de intersecção. E por último temos a
engrenagem parafuso sem fim, onde a engrenagem é substituída por uma
rosca parafuso e a outra engrenagem é dentada especialmente para encaixar
com a rosca parafuso para a transmissão do movimento. São utilizados para
eixos que não são paralelos e nem se intersectam.

Elementos Flexíveis
Os elementos flexíveis são utilizados quando existe uma distância
relativamente grande entre as polias, a polia motora e a polia que receberá o
movimento. Esses elementos flexíveis podem ser correias, correntes ou cabos
para transmissão. A aplicação desses elementos além de redução de custo por
estarem substituindo engrenagens e semieixos, é também a elasticidade do
material que é utilizada para absorção de vibrações.
A transmissão por correia é utilizada geralmente entre dois eixos
paralelos distanciados por um valor mínimo calculado onde compensa a
eficiência em utilizar a correia do que engrenagens ou outros elementos
flexíveis também e tem diversas aplicações na indústria em geral, uma delas é
na indústria automobilística. Suas características principais é que elas:

• Funcionam pelo atrito estático entre a correia e a polia.

• A deformação das correias pode alterar a velocidade angular

• Utilizando a correia em V (polias com diâmetros diferentes), tem


variação das razões das velocidades angulares, sendo usado o diâmetro
na função da tensão da correia.

• Utilizando a correia, são necessárias ferramentas para reajuste da


tensão da mesma, utilizando tensores das correias ou regulagens na
distância entre os eixos, pois a tensão tem relação direta com o
rendimento da transmissão.

• Polias cônicas são bastante úteis para redução de custo quando se


precisa de alterações de velocidades.

• Não necessitam de lubrificação apresentando resistências a condições


externas do ambiente como poeira, mas ficam mais vulneráveis a
mudanças de temperaturas

• Não apresenta ruídos.


Correias:
As correias planas são feitas de matérias que são chamados
geralmente de borracha, tem características elásticas e transmitem
potência em velocidades moderadas por um longo período de tempo e
podem sofrer estiramento ou contrações a depender do material e suas
condições de exposição ao ambiente, alguns fatores que analisa para a
produção da correia é a fiabilidade desejada e o tamanho das polias.
Essas correias apresentam limites superiores e inferiores de velocidade
pois sofre efeitos físicos de força centrífuga ao chegar na velocidade
máxima de 90 m/s, onde apresentam déficits na eficiência e em
velocidades menores a 5 m/s apresentam escorregamento entre a polia
e a correia, perdendo a sua transmissão de potência. As potências
máximas suportadas pelas correias são de 1600 kW e a transmissão do
movimento não consegue inverter o sentido de rotação. As transmissões
de correia são mais econômicas do que os outros tipos de transmissão,
apesar da sua vida útil baixa, na medida de mais ou menos 40 mil horas.

As correias trapezoidais são feitas do mesmo material que a


correia plana, mas a diferença é que elas podem operar com polias
menores e podem ser usadas com distâncias menores entre os eixos,
além de poder usar múltiplas correias dessa no mesmo eixo, utilizando
como mecanismos de acionamento múltiplo. Existe também a
trapezoidal acoplada que é composta por grandes números de elos
feitos pelo material da correia e grampos metálicos específicos para
junção dos materiais, assim podendo ajustar tamanho da correia
retirando pedaços da correia e simplificando como colocar a correia na
polia, facilitando a montagem e retirada para a manutenção da correia.
Essas correias trapezoidais apresentam velocidade que variam de
5 m/s à 25 m/s, com potências máximas de aproximadamente 1100 kW,
ficam limitados a transmissão de movimentos no plano horizontal e
também não invertem o sentido de rotação, adaptam-se melhor a
pequenas distâncias por necessitarem de polias com diâmetros
relativamente pequenos e possuem vidas úteis de 8 mil a 10 mil horas.
As correias dentadas são correias que possuem dentes e são
utilizadas com polias que contém lacunas para encaixar esses dentes
para melhor aderência e tração no movimento. A principal vantagem é
que não precisam de tensão inicial não sendo necessário a regulagem
de distância entre os eixos e elimina restrições de velocidade como as
outras correias já vista. Algumas características são: a velocidade
angular máxima de 30 mil r.p.m., potência máxima transmitida de 300
kW, não necessitam lubrificação e tem 98% de eficiência.
Correntes:
Existe vários tipos de corrente que são utilizadas, como Correntes de
Rolos, Correntes de buchas, Corrente de Elos Livres, Corrente de dentes
Corrente Comum. As mais usadas na prática são as correntes de rolo. As
características mais marcantes da utilização de corrente é a constância na
razão de transmissão, já que não escorrega nem alonga e serve para aplicação
de múltiplas ligações de vários eixos, a partir de uma única fonte de potência.
Outras características é que as velocidades lineares são limitadas a 17 m/s e a
velocidade angular é a 6 mil r.p.m, com potência máxima de 3700 kW. Exige
alinhamento rigoroso entre as polias pois a corrente não tem flexibilidade
lateral, contém um custo médio, manutenção fácil (apenas lubrificação) e
contém um funcionamento ruidoso, montagem bastante fácil e rendimento
elevado entre 97 e 98%.
As correntes de rolos são as mais famosas. Utilizada em bicicletas,
motos, possui uma montagem de pinos e buchas onde ligam as placas, são
utilizadas com polias de pinhão para aderência da corrente com a polia e a
ocorrer a transmissão do movimento.
A correntes dentadas são mais resistentes e conseguem atingir
velocidades superiores a correntes de rolo. Possui talas que ficam dispostas
uma do lado da outra, mesmo com o desgaste o passo fica igual.
As correntes de elos livres são utilizadas principalmente para
transportadores, possui grande facilidade de retirar qualquer elo.
A corrente comum possui cadeia de elos de formato oval, é usado em
talas manuais e em mais uma infinidade de aplicações práticas.
As correntes de blocos são formadas por par de rolos forma um bloco
sólido, é muito utilizado nos transportadores e os blocos formam bases para
apoiar dispositivos usados para transporte.

Cabos de aço:
Os cabos de aço são utilizados com polias especiais para eles, com
ranhuras múltiplas para melhor atrito e eficiência contra escorregamentos e em
situações específicas são economicamente mais viáveis na transmissão de
movimento em longas distâncias e com grande potência. Não tem necessidade
de grandes alinhamentos das polias como as correntes e correias já que elas
possuem ranhuras e a velocidade do cabo deve ser bastante elevada.

Diferencial
O diferencial é responsável por receber a potência vinda da caixa de redução
de marchas e distribuir para a roda pelos semieixos, distribuindo também
separadamente o torque para cada semieixo de cada roda durante uma curva
para compensar a diferença de velocidade e distância percorrida diferente de
cada roda.
O diferencial não se aplica somente as rodas dianteiras, mas também na
diferença de velocidade do grupo de rodas dianteiras para o grupo das rodas
traseiras, isso é para veículos de tração integral, seja permanente ou
temporária. Existem alguns tipos de diferenciais que contém suas
características específicas, porém mantendo a mesma ideia central da função
designada para o diferencial. Temos os diferenciais abertos, limitadores de
escorregamento, o blocante, diferenciais com acoplamento viscoso e o
diferencial torsen.
O diferencial aberto ou livre é um dos mais utilizados nos carros
populares e aplicam o mesmo torque em ambas as rodas. O seu principal
problema é quando uma das rodas perde aderência e tração, isso tende que a
roda que está deslizando sem produzir movimento efetivo para o carro continue
a girar mais ainda, enquanto a que está com tração tende a ficar parada.
O diferencial autoblocante ele tem a mesma base de funcionamento do
diferencial aberto, a diferença é que ele tem limitador de escorregamento, ou
seja, quando uma das rodas desliza, em vez dela receber mais torque, a roda
que está parada receberá mais torque, assim tirando o carro de um possível
“atolamento”. O custo do diferencial autoblocante é mais elevado que o
diferencial simples.
Com o mesmo princípio do diferencial autoblocante, o diferencial
blocante ele também trava a distribuição de torque nas rodas quando somente
uma está a deslizar, mas não faz isso de maneira mecânica e natural, é
forçada por sistemas pneumáticos, hidráulicos ou elétricos. Geralmente são
utilizados esses diferenciais em carros que enfrentam diversos terrenos, como
caminhonetes 4x4 e carros off-road. Esse sistema é acionado manualmente
pelo motorista.
O diferencial de acoplamento viscoso tem a mesma funcionalidade de
um diferencial autoblocante, mas o mecanismo é por conta de discos fixados
intercalados com discos móveis, onde contém um fluido viscoso intercalado
entre os discos, onde o atrito viscoso é que vai travar o diferencial e impedir
que somente uma das rodas gire. Geralmente é utilizado em veículos de tração
integral impedindo que apenas um grupo de rodas gire, transferindo o torque
para o outro grupo de rodas. As vantagens de utilizar ele é que são baratos e
requer pouca manutenção. As desvantagens de do diferencial de acoplamento
viscoso é um atraso no bloqueio induzido por conta do tempo necessário para
aumentar a viscosidade do fluido e que a viscosidade do fluido sofre
interferências com o aumento de temperatura, diminuindo a eficácia do
bloqueio quando necessário.
O Layout Ferguson (4WD), conhecido popularmente como 4x4 no Brasil
é o sistema de 3 diferenciais, onde o diferencial central e das rodas traseiras
são diferenciais livres com acoplamento viscoso.
O diferencial Torsen tem características de funcionamento igual ao
aberto, até verificar uma perca de aderência de uma das rodas, ele funciona
sem sistemas pneumáticos, elétricos ou com fluidos viscosos e consegue
fornecer torque numa relação até de 5:1, uma roda consegue receber até 5x
mais potência que outra quando ela é a que tem melhor aderência. São mais
eficazes que os outros diferenciais, pois ele transmite torque antes de ocorrer o
deslizamento de uma das rodas. As vantagens dela é ser um sistema
compacto, tem menos desgastes, tem resposta instantânea, tem um bloqueio
progressivo na diferença de velocidades. As desvantagens dele é que ele é
muito caro, dissipa muita potência e isso é um problema além da geração de
grandes quantidades de calor, se uma roda perde a tração, funcionará igual um
diferencial aberto e sua montagem é extremamente difícil por só ter uma
possibilidade de montagem.
O QUAIFE tem seu maior diferencial competitivo em relação aos outros
é sua distribuição de potência entre as rodas, algo que os outros diferenciais
não conseguem entregar. Ele distribui as potências sem perder a tração de
uma das rodas, oferecendo uma melhor dirigibilidade. Os diferenciais QUIAFE
são bastante confiáveis, duradouros, não precisam tanto de manutenção pois
não tem placas, discos de embreagem ou outros materiais que sofrem
desgaste rápido. Todos os diferenciais QUAIFE ATB possuem garantia
vitalícia.

Sistema de Eixos
O sistema de eixos é composto por semieixos e juntas para transmitir
torque do diferencial para a roda, tendo a transmissão do movimento mesmo
com relações angulares fixas ou até variáveis, acompanhando o movimento de
uma suspensão por exemplo.
O semieixo fará essa ligação importante entre o diferencial e a roda,
normalmente é utilizado uma ou mais juntas de tipos diferentes para sanar
alguns problemas de desalinhamentos causados pela mobilidade do sistema,
temos o desalinhamento paralelo, angular, axial e o torcional.
As juntas são projetadas para ligar um semieixo no outro para diferentes
aplicações, facilita a retirada dos semieixos para manutenção dos mesmos,
minimiza vibrações e choques transmitidos por conta de sua flexibilidade
mecânica, que é o mesmo motivo que compensa desalinhamentos entre os
semieixos.
Entre os tipos de juntas, temos a junta rígida que não contém
flexibilidade lateral, angular, axial ou torcional. Isso exige alinhamento perfeito
entre os semieixos, mas transmite bastante potência de forma bem direta.
Dentre as juntas móveis temos a junta por engrenagem ou correntes que
permitem dentro de uma extensão limitada desalinhamentos entre os
semieixos, tem mais dificuldade com desalinhamentos torcionais, permitindo
uma margem menor do que outros tipos de desalinhamentos.
As juntas Oldham permitem desalinhamentos torcionais pequenos e
desalinhamentos paralelos e axiais consideráveis. Serve bem para pequenas
potências e precisa de lubrificação, pode ser trocado quando desgastado.
As juntas universais conhecidas como cardan se utilizam em máquinas
que é pré-definido um desalinhamento angular estipulado e que seja elevado.
Uma junta só não tem tanta flexibilidade torcional e não permite
desalinhamentos paralelos, por isso utilizam-se duas juntas para sistemas que
tenham muita distorção paralela. A união mais comum é a Hooke’s que é
constituída por um parafuso em formato de cruz onde encaixará cada semieixo
em seus pares paralelos desse parafuso com 4 lados.
As juntas elásticas contêm uma flexibilidade maior por conta dos seus
constituintes elásticos, permitindo alguns desalinhamentos angulares e laterais,
além de amortecimento de ondas de choque. Eles dispensam lubrificação e
tem uma boa flexibilidade torcional, ainda mais quando a borracha é mais
endurecida que o comum.
As juntas de segurança são utilizadas no motor para proteger ele mesmo
contra um torque elevado onde possa tirar a integridade do mesmo. Temos a
juntas de atrito de disco ou de multidiscos, além das juntas de Cavilhas.
As juntas hidráulicas proporcionam arranques mais suaves mesmo em
um sistema com a resistência inercial muito alta, serve bastante para amortecer
ondas de choque e funcionam como embreagem progressiva para motores que
aumentam o torque ao longo do tempo. A quantidade de óleo interfere na
quantidade de torque que chegará do diferencial para as rodas.
As juntas do tipo lobro é especificamente ideal para uma faixa exata de
desalinhamento angular e longitudinal, entre 11º e 58º, apresentando seu
máximo de desempenho.
Por fim, as juntas Tripod, é ideal para desalinhamentos com ângulos
menores que 11º, apresentando aí o seu máximo de desempenho.

Você também pode gostar