DEMOCRACIA - Trabalho Individual

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Faculdade de Gestão de Recursos Florestais e Faunísticos

Licenciatura em Gestão de Recursos Florestais e Faunísticos, 2º ano

Trabalho Individual 2ºSemestre

Cadeira: Fundamentos De Teologia Católica

Tema: Democracia, ambiente ideal para o desenvolvimento integral da


pessoa.

Discente:

Dércio da Michaela Mahando-711220055

Docente:

Pe. Agostinho Rosário

Lichinga, Agosto de 2023


Tema: Democracia, ambiente ideal para o desenvolvimento integral da pessoa.

Estudante: Dércio da Michaela Mahando

Trabalho de caracter avaliativo a ser apresentado ao


departamento de Gestão de recurso florestais e
faunísticos na Faculdade de Gestão de recursos
florestais e faunísticos da Universidade Católica de
Moçambique na cadeira de Fundamentos de Teologia
Católica. Orientado por Pe. Agostinho Rosário

Lichinga, Agosto de 2023

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Índice
Introdução.......................................................................................................................4

Objectivos...................................................................................................................................4

Metodologia............................................................................................................................4

DEMOCRACIA..........................................................................................................................5

Origens....................................................................................................................................5

O conceito de democracia e sua efectiva expansão....................................................................5

A democracia segundo os pais do pensamento político: Platão e Aristóteles............................5

O conceito de democracia nos fundadores da democracia moderna: John Locke e Jean-


Jacques Rousseau;.......................................................................................................................6

A democracia no atual contexto da globalização........................................................................7

Os desafios à democracia........................................................................................................8

Conclusão....................................................................................................................................9

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1. Introdução

O presente trabalho de Fundamentos da Teólogia Católica trata de assuntos relacionados à


discussão sobre o tema a Democracia, ambiente ideal para o desenvolvimento integral da
pessoa.

Marx (XVIII Brumário,1977). afirma que “Não existe um conceito universal para a palavra
Democracia”. Entendemos que ela depende do ponto de vista ou do interesse de cada classe.

Compreender em sua totalidade o conceito de democracia na atualidade é uma tarefa bastante


complexa, haja vista, as dimensões e variação das sociedades políticas. Revisitar o
pensamento teórico dos antigos pode ser um exercício interessante para de forma comparativa
examinar em quê e como o pensamento aristotélico está presente na conceção moderna de
democracia.

1.1. Objetivos

Objectivo Geral:

 Abordar sobre a democracia.

Objetivos específicos:

 O sentido original da democracia e seu desenvolvimento no tempo;


 O Conceito de democracia e sua efectiva expansão;
 A democracia segundo os pais do pensamento político: Platão e Aristóteles;
 O Conceito de democracia nos fundadores da democracia moderna: John Locke e
Jean-Jacques Rousseau;
 A democracia no actual contexto da globalização;
 Os desafios à democracia.

1.2. Metodologia
Na elaboração do presente trabalho foi realizado um enorme exercicio de consulta e
análise de informações em bibliotecas fisicas e bases de dados virtuais, para garantir a
fiabilidade das mesmas encontram se citadas no trabalho.

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2. DEMOCRACIA
2.1. Origens
O conceito de democracia ficou conhecido com a experiência de autogoverno dos cidadãos
atenienses durante o período de Péricles, no século V a C, embora já fosse usado antes. A
palavra democracia é formada por dois vocábulos gregos que, juntos, implicam uma
concepção singular de relações entre governados e governantes: “demos” significa povo ou
muitos, enquanto “kracia” quer dizer governo ou autoridade; assim, em contraposição à prática
política adotada até então, ou seja, o governo de um sobre todos (monarquia) ou de poucos
sobre muitos (oligarquia), o conceito de democracia passou a conotar, como tanto Aristóteles
como Platão observaram, a idéia de uma forma de governo exercido por muitos; mas é um
equívoco considerar isso uma democracia direta, pois mesmo sendo um governo para muitos e
exercido por muitos, não o era por todos, já que estavam excluídos da cidadania mulheres,
escravos e trabalhadores braçais (Wilson 2006).
No sistema político da Atenas Clássica, por exemplo, a cidadania democrática abrangia
apenas homens, filhos de pai e mãe atenienses, livres e maiores de 21 anos, enquanto
estrangeiros, escravos e mulheres eram grupos excluídos da participação política. Em
praticamente todos os governos democráticos em toda a história antiga e moderna, a cidadania
democrática valia apenas para uma elite de pessoas, até que a emancipação completa foi
conquistada para todos os cidadãos adultos na maioria das democracias modernas através de
movimentos por sufrágio universal durante os séculos XIX e XX.

3. O conceito de democracia e sua efectiva expansão

Democracia é um regime político em que todos os cidadãos elegíveis participam igualmente


diretamente ou através de representantes eleitos na proposta, no desenvolvimento e na criação
de leis, exercendo o poder da governação através do sufrágio universal. Ela abrange as
condições sociais, econômicas e culturais que permitem o exercício livre e igual da
autodeterminação política.

“O conceito de democracia não é algo perfeito, estático, ao contrário, é algo dinâmico, em


constante aperfeiçoamento, sendo válido dizer que nunca foi plenamente alcançado”
(Benavides 2002), visto sua construção e aprimoramento decorrerem dos acontecimentos
históricos, como um “processo de continuidade transpessoal, irredutível a qualquer vinculação
do processo político a determinadas pessoas.

4. A democracia segundo os pais do pensamento político: Platão e Aristóteles


Platão e Aristóteles refletiram sobre as principais questões políticas de sua época e redigiram
algumas obras onde aparece de forma clara suas ideias em torno da política grega e ateninense
e, com base na análise das sociedades e suas respectivas relações sócias políticas, procuraram

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dividi-las naquilo que eles próprios denominaram de as formas justas e degeneradas do
Estado.

Partindo do princípio de que o fim do Estado é facilitar o alcance do bem comum, tanto Platão
quanto Aristóteles dividem as constituições possíveis (ou seja, as possíveis formas de governo)
em duas categorias: justas e injustas. Afirmam que ocorrem três formas de constituições justas e
outras tantas injustas. Constituições justas são aquelas que servem ao bem comum e não só aos
interesses dos governantes. Estas são a monarquia, isto é, o comando de um só que cuida do bem
de todos; a aristocracia, isto é, o comando dos virtuosos, dos melhores, que cuidam do bem de
todos sem se atribuir nenhum privilégio; a república ou politia (Mondin, 1980, p. 121)
O governo popular que cuida do bem de toda a cidade. Ao contrário, constituições injustas são aquelas
que servem aos interesses dos governantes e não ao bem comum. São elas: a tirania, ou seja, o
comando de um só chefe que persegue o próprio interesse; a oligarquia, ou seja, o comando dos ricos
que procuram o bem econômico pessoal; a toda a diferença social em nome da igualdade

Em suas obras, tal como A república, Platão define a democracia como o estado no qual reina
a liberdade e descreve uma sociedade utópica dirigida pelos filósofos, únicos conhecedores da
autêntica realidade, que ocupariam o lugar dos reis, tiranos e oligarcas. Mas o filósofo ficou
desiludido com a forma como a política era direcionada naquela época, sobretudo depois de
algumas experiências frustradas no campo da política. “Outrora na minha juventude – escreve
Platão quando tinha então 70 anos – experimentei o que tantos jovens experimentam.

Aristóteles, discípulo de Platão e mestre de Alexandre o Grande, deixou a obra política mais
influente na antiguidade clássica e na Idade Média. Em A Política, o primeiro tratado
conhecido sobre a natureza, funções e divisão do estado e as várias formas de governo
defendeu, como Platão, equilíbrio e moderação na prática do poder, apesar de considerar
impraticáveis muitos dos conceitos de seu mestre. Para Aristóteles, a pólis é o ambiente
adequado ao desenvolvimento das aptidões humanas e, como o homem é, por natureza, um
animal político, a associação é natural e não convencional.

De modo geral, Platão e Aristóteles acreditam que o Estado, para que ele possa cumprir sua
função essencial de garantir a paz, a justiça e o bem-estar para todos, é necessário dispor de
um governo sábio e justo.

5. O conceito de democracia nos fundadores da democracia moderna: John Locke e


Jean-Jacques Rousseau;
John Locke e Jean Jacques Rousseau são dois dos pensadores mais representativos da Teoria
Política Moderna. Locke destaca-se por defender as liberdades negativas e a representação
político-parlamentar, a democracia representativa, enquanto Rousseau se notabiliza por ser
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contrário à representação política e propor a democracia participativa, direta. Ambos fazem
parte da vertente contratualista da Teoria Política Moderna, pela qual a passagem do estado de
natureza para o estado civil ocorre mediante a celebração de um pacto social entre os
integrantes da sociedade, com a finalidade de solucionar conflitos e minimizar os
inconvenientes e a insegurança presentes no estado de natureza.

Locke, caracterizando o poder Legislativo, define a democracia representativa vinculada ao


poder dos representantes eleitos pelo povo:

"Se o legislativo ou qualquer parte dele compõe-se de representantes escolhidos pelo povo para
esse período, os quais voltam depois para o estado ordinário de súditos e só podendo tomar parte
no legislativo mediante nova escolha, este poder de escolher também será exercido pelo povo..."
(Locke, 1973, p.101).
Rousseau (1995), por outro lado, defende a democracia participativa, direta, afirmando que
"Na verdade, as leis são as condições da associação civil. O povo submetido às leis deve ser o
seu autor, só aos que se associam cabe reger as condições da sociedade" (p.99).

Entretanto, em alguns trechos de sua obra, ele considera a democracia inviável, quando, por
exemplo, afirma que "Se existisse um povo de Deuses, ele se governaria democraticamente.
Um Governo tão perfeito não convém aos homens"(Ibidem p.125).

O estudo comparativo das principais categorias do pensamento político de Locke e Rousseau é


interessante, na medida em que, conforme os trechos transcritos, cada um enfatiza um aspecto
distinto do processo político: enquanto o inglês ressalta a representação, o suíço destaca a
participação. Ou por outra, "Há, apesar de tudo, entre Locke e Rousseau, uma diferença
essencial na maneira de conceber o poder legislativo: para Locke, este deve ser exercido por
representantes, enquanto para Rousseau deve ser assumido diretamente pelos cidadãos"
(Bobbio 1998, p.322).
6. A democracia no atual contexto da globalização
As estruturas gerais do Estado Moderno têm se modificado fortemente diante do processo de
globalização, assim também o conceito de soberania. A globalização, explicável em três
vertentes: a internacionalização do capital, a integração política e a sociedade global; tem
produzido diversas assimetrias nas relações internacionais e nas condições da vida humana ao
redor do planeta. Para adequar o Estado às novas estruturas políticas proponho o
desenvolvimento da democracia estendida como fator de legitimação da nova ordem estatal
que garanta o progresso das sociedades sem perda de identidade cultural.

O conceito de globalização, de origem anglo-saxónica, forjado nas escolas de gestão


americanas e sinónimo, em França, de mundialização, serviu para traduzir o extraordinário
desenvolvimento das relações económicas em nível mundial, a partir dos anos 80 –
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inicialmente, a palavra teve apenas uma feição económica, designando, na expressão de
Levitt, “a convergência de mercados do mundo inteiro”, “um movimento complexo de
abertura de fronteiras económicas e de desregulamentação, que permitiu às actividades
económicas capitalistas estender o seu campo de acção ao conjunto do planeta”.

7. Os desafios à democracia
Os desafios à construção democrática após o final da Guerra Fria e num período de crescente
globalização são inúmeros.

Atravessando fronteiras, cruzando ideologias e ultrapassando particularismos, a


democratização contém amplas potencialidades, mesmo defrontando-se com inúmeras
limitações. Diz respeito a uma multiplicidade de aspectos, incluindo, verticalmente, os vários
níveis de organização social e política, desde as autoridades nacionais, locais e regionais até à
sociedade civil, e horizontalmente abrangendo aspetos político ideológicos, económicos,
sociais e culturais.

Alguns dos desafios são:

 A prática;
 O enfrentamento dos impasses;
 O universal e o particular…

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8. Conclusão
Para concluir importa salientar que a democracia é um regime de governo em que todas as
importantes decisões políticas estão com o povo, que elegem seus representantes por meio do
voto.
Uma das principais funções da democracia é a proteção dos direitos humanos fundamentais,
como as liberdades de expressão, de religião, a proteção legal, e as oportunidades de
participação na vida política, econômica e cultural da sociedade. Os cidadãos têm os direitos
expressos e os deveres de participarem no sistema político que vai proteger seus direitos e sua
liberdade.

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9. Referências bibliográficas

Wilson, N. G. (2006). Encyclopedia of ancient Greece. New York: Routledge.

Barker, E. (1906). The Political Thought of Plato and Aristotle. Chapter VII, Section 2:
G. P. Putnam's Sons.
Bonavides, P. (2002). Ciência e política. 10ª ed., São Paulo: Malheiros.

Bobbio, N. (1998). Dicionário de Política. Brasília: Editora UnB.

Heródoto (1942). The Persian Wars by Herodotus (tradução para o ingles de George
Rawlinson), Bruce J. Butterfield;
Locke, J. 1973). Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril.

Marx, K. XVIII B. (1977). Edição original 1869. Editora Paz e Terra, São Paulo, SP,
Brasil
Mondin, B. (1980). Introdução à Filosofia: problemas, sistemas, autores, obras. Tradução
de J. Renard. São Paulo: Paulus.
Rousseau, J. (1995). Discurso sobre a economia política e do contrato social. Petrópolis:
Vozes.
Schumpeter, J. A. (1975). Capitalism, Socialism and Democracy, New York: Harper
Torchbooks.
Dahl, R. (2000). On Democracy, New Haven e Londres: Yale University Press.

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