Curso 225858 Aula 04 Fatos e Atos Jurid
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Autor:
Paulo H M Sousa
12 de Janeiro de 2023
Índice
1) Fato jurídico - Disposições gerais
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Falar em suporte fático é fazer referência a algo (evento ou conduta) que poderá ocorrer no mundo e que,
por ter sido considerado relevante, passa a integrar o mundo do direito. Suporte fático, como o nome diz, é
o suporte, a base, a sustentação do Direito.
Fático porque esse suporte vem dos fatos, da realidade, do mundo real, não se uma elucubração, da minha
mente. Ou seja, o Direito, para ser aplicado, precisa de um acontecimento – fato – que sirva de base –
suporte – para a norma.
Assim, quando eu chamo minha irmã para trabalhar comigo, no Estratégia, como minha assessora, temos
um fato. Esse fato é suficiente para servir de base para uma norma? Neste caso, não.
Agora, imagine que eu sou juiz, e coloco minha irmã como minha assessora na secretaria da vara na qual sou
juiz titular. Esse fato é suficiente para servir de base a uma norma. Sim, porque o art. 117, inc. VIII, da Lei
8.112/1990 (“Ao servidor é proibido manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança,
cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil”), proíbe essa conduta.
Se um fato serve de suporte fático ou não é uma questão de texto (ou seja, de existir uma norma jurídica) e
de contexto (as duas situações são idênticas, com a diferença de que no segundo caso eu sou um servidor
público). Ou seja, o Direito analisa apenas aquilo que lhe interessa.
Mas, é todo fato que interessa ao Direito? Na verdade, nem tudo que acontece no mundo interessa ao
Direito. Interessa ao Direito algumas das coisas que acontecem no mundo fático, apenas, que integram o
mundo jurídico.
É todo fato que não depende da conduta humana para que se tenha suporte fático. Cuidado! A conduta
humana pode estar presente, mas ela não interessa. Por exemplo, a frutificação de uma árvore, o
nascimento de uma criança, a maioridade e a morte.
Em qualquer caso, o ato humano não é elemento necessário à composição do suporte fático suficiente, daí
nominá-los de eventos, pois ocorrerão independentemente da vontade humana, naturalmente.
Cuidado! Geralmente se chamam esses fatos de naturais. Não confunda com atos da natureza, eles são
naturais porque são independentes da vontade humana.
Outros fatos dependem de conduta humana para que exista suporte fático, mas independem da vontade
humana.
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Nos fatos jurídicos em sentido estrito não existia conduta humana nenhuma. Aqui, existe conduta humana,
mas a vontade humana não é relevante, pelo que são considerados condutas avolitivas (sem vontade ou
com vontade irrelevante).
Há, por exemplo, a caça ou a pesca, a tomada de posse ou o descobrimento do tesouro. Precisa-se
de uma conduta humana, ou o peixe ou o pássaro não se tornarão propriedade de ninguém, mas a
vontade não interessa.
Se eu queria apenas retirar o peixe do rio, mas não o tomar como minha propriedade, isso não importa; se
eu pesquei, pesquei e adquiri propriedade.
Ato jurídico é o fato jurídico cujo suporte fático deve ser manifestado conscientemente por meio da vontade,
com um objetivo possível e lícito. Assim, caso a pessoa não exteriorize a vontade, não existe ato jurídico.
Por exemplo, tenho vontade de comprar um carro, mas não exteriorizo essa vontade a um vendedor de
carros, não contrato; tenho vontade de matar, mas não mato.
O suporte fático deve ser composto pela consciência quando essa vontade for manifestada. A pessoa deve
fazer a exteriorização com intuito de realizar aquela conduta relevante; se não há vontade de realizar
aquele ato, ele é inexistente.
Por exemplo, o aceno que eu fiz no leilão foi resultado de um espasmo muscular, porque tenho uma doença;
não houve sinal, pelo que não houve aceitação da compra.
Havendo tais elementos, o suporte fático se compõe, produzindo duas situações distintas, ou seja, os atos
jurídicos em sentido amplo se subdividem em dois:
No ato jurídico em sentido estrito, após a manifestação da vontade, o direito pré-determina os efeitos que
a conduta terá. O direito acolhe a manifestação de vontade e pré-determina os efeitos que ela terá. Tais
efeitos são inafastáveis e invariáveis.
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Por exemplo, o pagamento. Ele é um ato jurídico em sentido estrito; mas, por quê? Por que não há
necessidade de se declarar, nem é necessário que se queira constituir e nem se pode escolher efeitos outros
que não previstos em lei.
A manifestação da vontade é exercida dentro de certos limites, que produzem efeitos. São os chamados
efeitos voluntários.
Há, aqui, um poder de autorregulamentação, ou seja, eu mesmo posso escolher os efeitos jurídicos que eu
quero. Mas, as pessoas não podem escolher os efeitos que quiserem, simplesmente, mas apenas certos
efeitos possíveis e permitidos pelo Direito. ==b843b==
É fácil visualizar o que isso significa na prática. Você, na fila do Subway, pode escolher variados ingredientes
para colocar no seu sanduíche, incluindo o tamanho do sanduíche e do que ele é feito. Posso escolher salada,
mas não brigadeiro.
Apesar de poder autorregulamentar meu pão, há limites. O mesmo ocorre nos negócios jurídicos. Posso
escolher variadas categorias eficaciais, mas isso não significa que há liberdade plena de modulação.
Os negócios jurídicos podem ser unilaterais, que são os aqueles nos quais se exige apenas uma
manifestação de vontade para produção de efeitos. Isso ocorre, por exemplo, com a aceitação da herança
ou a instituição de uma fundação. Eu vou lá e aceito a herança de meu avô e a aceitação em si já gera efeitos
jurídicos.
Podem ser bilaterais os negócios jurídicos nos quais se exige a manifestação de vontade recíproca das
partes, a exemplo do contrato de compra e venda. Não é possível haver compra e venda pela vontade de
apenas uma das partes.
Plurilaterais são os negócios jurídicos que exigem uma pluralidade de manifestações de vontade. Por
exemplo, o contrato social de uma sociedade empresária, no qual se exige que os quatro sócios assinem o
contrato.
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Fatos jurídicos
3 – Requisitos de validade
Quando se fala na validade de um negócio jurídica, você vai analisar se os três elementos essenciais de
qualquer negócio jurídico estão presentes. São eles:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
Exemplificando, pense num contrato de compra e venda celebrado entre nós. Ele é válido? Depende do
cumprimento dos três requisitos acima:
Sujeito (agente capaz): você tem mais de 18 anos e não tem nenhuma restrição de
capacidade do art. 4º do Código Civil? Então você é capaz.
Forma (prescrita ou não defesa em lei): você me vendeu uma casa de R$ 300 mil. Fizemos
uma escritura pública? Sim, então vale. Não? Não vale, porque imóveis de valor acima de
30 salários mínimos exigem forma pública.
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A. Sujeito
A capacidade de agir é a aptidão a tutelar seus próprios interesses. O art. 105 do Código Civil
determina que a incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra
em benefício próprio. Igualmente, a incapacidade relativa de uma das partes não aproveita
aos cointeressados capazes, salvo se, nesse caso, for indivisível o objeto do direito ou a
obrigação comum.
O art. 112 do Código Civil prevê que nas declarações de vontade se deve atender mais à intenção nela
contida do que ao sentido literal da linguagem. De qualquer modo, a interpretação dos negócios jurídicos
sempre será feita conforme a boa-fé e os usos do luar de sua celebração (art. 113). Mas como, professor?
O §1º prevê que tal interpretação deve atribuir ao negócio jurídico dados sentidos, destacados nos incisos.
Há o sentido que for confirmado pelo comportamento das partes, o sentido que corresponda aos usos,
costumes e práticas do mercado relativas ao tipo de negócio em questão. Também o sentido
correspondente à boa-fé no negócio jurídico. Ademais, o sentido que corresponde à qual seria a razoável
negociação das partes sobre a questão discutida. Por fim, deve a interpretação seguir o sentido que for mais
benéfico à parte que não redigiu o dispositivo, se identificável no caso.
Claro que as partes podem livremente pactuar regras de interpretação, de preenchimento de lacunas e de
integração dos negócios jurídicos diversas daquelas previstas em lei (§2º do art. 113 do Código Civil).
B. Objeto
Lembre que o objeto precisa ser lícito, possível e determinado ou determinável. Veja as três situações.
Quanto à licitude, pode-se ter objeto ilícito tanto diretamente (por exemplo, um contrato para que
o contratado mate alguém), quanto indiretamente (eu doo dinheiro ao matador de aluguel). Tenha
cuidado na hora de analisar os atos em conjunto, pois isoladamente são lícitos, eventualmente.
I. Cognoscitiva: impossibilidade de conhecer o objeto (dar o que está dentro de um buraco negro).
II. Lógica: impossibilidade de cumprimento por contradição no negócio (doar e vender o objeto, ao mesmo
tempo).
III. Física: a impossibilidade deve ser analisada no momento da execução da prestação (construir uma
residência de férias na Lua).
IV. Jurídica: o objeto é fisicamente possível, mas não juridicamente, seja por lei ou por contrato (vender um
órgão do corpo).
Atente porque o art. 106 evidencia que a impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico
se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado.
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É o caso enviar uma mensagem instantaneamente sem fios; antes da internet, impossível. E se eu celebrei
com você um contrato em 1860 estabelecendo isso? Era ele inválido naquela época, ou seja, relativamente
inválido, porque hoje valeria.
Ademais, ainda quanto ao objeto, o art. 114 exige do intérprete que os negócios jurídicos
benéficos e a renúncia (também benéfica) sejam interpretados estritamente. Isso objetiva
preservar a vontade daquele que praticou o ato benévolo.
Por exemplo, se eu doo pra você meu carro. Eu e você somos pessoa com deficiência
(cadeirantes). O equipamento de adaptação veicular do carro que eu estou doando vai junto
ou não? Não vai, porque a interpretação do negócio tem que ser estrita.
Por fim, a determinabilidade. A indeterminação tem de ser absoluta, ou seja, não consigo determinar
a prestação, de modo algum.
É o caso, por exemplo, de um contrato de cessão de direitos econômicos de jogador de futebol. Qual é o
objeto desse contrato? O que ele abrange? Não é possível estabelecer com algum grau de precisão, pelo que
o objeto é indeterminado.
Ao contrário, porém, o contrato de cessão de direitos hereditários. Qual é o objeto? Os bens que você vai
receber de herança. Quais são eles, exatamente? Ainda não sei, mas é possível saber, por meio do inventário.
Ou seja, o objeto é indeterminado, ainda, mais determinável.
C. Forma
Acho que é evidente que a vontade tem que ser manifestada. Caso contrário, se for interna, não se fala em
declaração de vontade.
Como exemplo, há o caso de reserva mental, conforme estabelece o art. 110 do Código Civil. Nessa situação,
a manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que
manifestou.
Ou seja, não há defeito no negócio jurídico se uma pessoa manifesta a vontade de assumir determinada
obrigação quando na verdade não quer e se a outra parte desconhece essa sua
intenção.
Ao contrário, quem cala, consente? Mais ou menos. O art. 111 do Código Civil prevê
que o silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem,
e não for necessária a declaração de vontade expressa.
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É o caso de passar na catraca do ônibus. O cobrador fala que a passagem subiu. Você entrega o dinheiro.
Precisa dizer pra ele que concorda com o preço maior? Claro que não. E se você faz uma reserva mental de
não querer mais andar de ônibus. Totalmente irrelevante.
A lei pode exigir forma específica ou proibir outras. Em geral, estabelece o art. 107 do Código Civil, a
validade da declaração de vontade não depende de forma especial. Exceção ocorre quando a lei
expressamente a exigir.
No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público, este é da substância
do ato, determina o art. 109 do Código Civil. Sendo substância do ato, ele é elemento essencial do negócio
jurídico, que o torna nulo se não presente. Veja que mesmo se um dispositivo legal a respeito de um contrato
não estabelece a exigência de forma específica, como ocorre com a compra e venda em geral, nada impede
que as partes insiram nele uma cláusula que exige escritura pública.
Em regra, desnecessária será a escritura, mas como as partes estipularam isso, o instrumento público se
torna essencial ao ato, acarretando a nulidade, se ausente. Exige-se escritura pública apenas para os
negócios jurídicos que visem a constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre
imóveis de valor superior a 30 vezes o maior salário mínimo vigente, expõe o art. 108 do Código.
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FCC
1. (FCC - TJ-MA - Analista Judiciário – Direito – 2019) Em relação aos negócios jurídicos, é
correto afirmar:
a) Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar,
não se terá adquirido o direito, a que ele visa.
d) Em qualquer hipótese, a manifestação de vontade não subsiste se o seu autor houver feito a reserva
mental de não querer o que manifestou.
e) Como regra geral, o silêncio importa anuência, sendo ou não necessária a declaração de vontade
expressa.
Comentários:
A alternativa A está correta. A condição suspensiva gera a chamada expectativa de direito, que seria a
suspensão dos efeitos do negócio jurídico até que o evento condicione sua eficácia, tanto sua aquisição
ou início, quanto o exercício deste. O art. 125 do Código Civil trata sobre o tema, dizendo que:
"Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar,
não se terá adquirido o direito, a que ele visa.".
A alternativa B está incorreta. Os negócios jurídicos benéficos que são aqueles que não necessitam do
equilíbrio ou a proporcionalidade entre o beneficio e a prestação oposta, sendo apenas um lado
beneficiado pelo negócio, como exemplo podemos visualizar a doação, onde apenas um lado recebe todo
o benefício ou vantagem, enquanto o outro fica com a suas obrigações. Por outro lado temos a renúncia,
que é o ato de abandono de um direito em favor de outrem, como por exemplo, a renúncia de uma dívida.
Em ambos os casos o legislador optou, expressamente, pela interpretação restritiva, ou seja, com a
finalidade de evitar um desequilibro maior, que excederia o dispositivo, esse critério levaria em conta o
que foi estipulado de forma literal, rigorosa e estreitado. Assim dispõe o art. 114, versando que: "Os
negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.".
A alternativa C está incorreta. A representação (os exemplos mais comuns são as procurações) é uma
relação jurídica pela qual certa pessoa (representado) se obriga diretamente perante terceiro, por meio
de ato praticado em seu nome por um representante. O ato pode partir do próprio interessado, de
outrem ou por lei expressa, constituindo a legitimidade de um agir por conta de outro. Os fundamentos
legais são encontrados do art. 115 ao 120 do Código Civil.
A alternativa D está incorreta. Esta alterantiva refere-se a reserva mental, que é quando o agente omite,
propositalmente, sua vontade real em relação ao negócio celebrado. Pode-se dizer que é caracterizada
pelo distinção entre a vontade real (animus) e a declaração (exteriorização). Assim trata o art. 110 do
Código Civil que diz: "A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva
mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.".
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A alternativa E está incorreta. O silêncio pode ser considerado como exteriorização da vontade.
Normalmente o silêncio seria considerado como a ausência de manifestação de vontade, no entanto, em
situações extraordinárias, se as circunstâncias do negócio permitirem ou por expressão da lei, o silêncio
pode ser considerado como anuência, ou seja, a manifestação da vontade. Sendo assim, o erro da
assertiva está em dizer desnecessária a prova de que sem o silêncio o negócio jurídico não seria
celebrado, quando na verdade é necessária justamente essa prova, de um nexo causal (vínculo objetivo
entre os dois acontecimentos) entre o silêncio e a consolidação do negócio jurídico, para que o silêncio
importe como vontade, assim traz o art. 111 do Código Civil, versando que: "O silêncio importa anuência,
quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade
expressa.".
2. (FCC / MPE-PE – 2018) A validade do negócio jurídico requer, além de outros requisitos, a
celebração por agente capaz. A incapacidade relativa de uma das partes contratantes
a) Pode ser invocada pela outra em benefício próprio, desde que essa circunstância não fosse por esta
==b843b==
b) Pode ser invocada pela outra em benefício próprio, mesmo que essa circunstância já fosse por esta
conhecida por ocasião da contratação.
c) Não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, mas sempre aproveita aos cointeressados
capazes, ainda que divisível o objeto do direito ou da obrigação comum.
d) Não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, nem jamais aproveita aos cointeressados
capazes, mesmo se indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum.
e) Não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, nem aproveita aos cointeressados capazes,
salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum.
Comentários
A alternativa A está incorreta, visto que incapacidade relativa de uma das partes contratantes não pode
ser invocada pela outra em benefício próprio.
A incapacidade relativa se dá quando o agente apresenta as seguintes características:
I- Menor de 18 anos e maior de 16;
II- Ébrios eventuais e viciados em tóxicos;
III-Aqueles que por causa transitória ou permanente não puderem exprimir sua vontade
IV-Os pródigos
A ausência do assistente gera a anulabilidade dos atos praticados pelo relativamente incapaz. Isto é, eles
se convalidam se ninguém arguir a validade do negócio. De modo geral, é importante afirmar que a
incapacidade relativa se aplica, sim, aos maiores de Idade. Ocorre que, como a capacidade é a regra,
presumida até que se prove o contrário, a incapacidade relativa deve ser decretada pelo juiz.
A alternativa B está incorreta, dado que pelos mesmo motivos mencionados na alternativa A, visto que
incapacidade relativa de uma das partes contratantes não pode ser invocada pela outra em benefício
próprio.
I-A incapacidade relativa se dá quando o agente apresenta as seguinte características:
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3. (FCC / TRT - 15ª REGIÃO – 2018) De acordo com o Código Civil, os negócios jurídicos devem
ser interpretados
a) Somente de acordo com a lei, defeso que os usos e princípios sejam utilizados para esse fim.
c) De acordo com a moral e os bons costumes, além da lei, vedado que os usos sejam considerados, uma
vez que nosso ordenamento jurídico não é consuetudinário.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois de acordo com o Art. 113 do Código civil, os negócios jurídicos
devem ser interpretados conforme a boa- fé e os usos do lugar de sua celebração
A interpretação do negócio jurídico busca identificar o exato conteúdo e a intenção de uma proposição
negociada. Consideram-se a vontade como fator subjetivo e a boa-fé como fator objetivo, e restringem-
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4. (FCC / TRF - 5ª REGIÃO – 2017) A incapacidade relativa de uma das partes de um negócio
jurídico
b) Pode ser invocada pela outra em benefício próprio, por constituir matéria de ordem pública.
c) Aproveita aos cointeressados capazes, salvo se for indivisível o objeto do direito ou da obrigação
comum.
d) Não aproveita aos cointeressados capazes, mesmo que indivisível o objeto do direito ou da obrigação
comum.
Comentários
A alternativa A está correta, pois a incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela
outra em benefício próprio, a não ser que seja indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum,
como expresso no Art. 105 do Código Civil:
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Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício
próprio, nem aproveita aos co-interessados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do
direito ou da obrigação comum.
A alternativa B está incorreta, pois ninguém pode se beneficiar da própria torpeza, o que significa que
nenhuma pessoa pode fazer algo incorreto, praticar um ato ilícito, ou descumprir uma regra de conduta,
imposta pelas normas legais, e depois alegar tal conduta em proveito próprio, como aconteceria caso a
incapacidade de outrem fosse utilizada em benefício próprio.
Neste caso, aplica-se o princípio Nemo auditur propriam turpitudinem allegans, que significa: ninguém
pode se beneficiar da própria torpeza (indignidade, ou no caso, incapacidade)
A alternativa C está incorreta, pois de acordo com o artigo 105 do Código Civil, nem aproveita aos
cointeressados capazes, salvo se o objeto do direito ou da obrigação comum for indivisível.
Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício
próprio, nem aproveita aos co-interessados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do
direito ou da obrigação comum
A alternativa D está incorreta, dado que não aproveita aos cointeressados capazes, salvo se for
indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum, de acordo com o Art. 105:
Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício
próprio, nem aproveita aos co-interessados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do
direito ou da obrigação comum
A alternativa E está incorreta, dado que a regra geral é que os cointeressados não aproveitam da
incapacidade relativa, salvo se o objeto do direito ou da obrigação comum for indivisível, como rege o
Art. 105:
Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício
próprio, nem dela se aproveitam os co-interessados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto
do direito ou da obrigação comum.
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FCC
1. (FCC - TJ-MA - Analista Judiciário – Direito – 2019) Em relação aos negócios jurídicos, é
correto afirmar:
a) Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar,
não se terá adquirido o direito, a que ele visa.
d) Em qualquer hipótese, a manifestação de vontade não subsiste se o seu autor houver feito a reserva
mental de não querer o que manifestou.
e) Como regra geral, o silêncio importa anuência, sendo ou não necessária a declaração de vontade
expressa.
2. (FCC / MPE-PE – 2018) A validade do negócio jurídico requer, além de outros requisitos, a
celebração por agente capaz. A incapacidade relativa de uma das partes contratantes
a) Pode ser invocada pela outra em benefício próprio, desde que essa circunstância não fosse por esta
conhecida por ocasião da contratação.
b) Pode ser invocada pela outra em benefício próprio, mesmo que essa circunstância já fosse por esta
conhecida por ocasião da contratação.
c) Não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, mas sempre aproveita aos cointeressados
capazes, ainda que divisível o objeto do direito ou da obrigação comum.
d) Não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, nem jamais aproveita aos cointeressados
capazes, mesmo se indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum.
e) Não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, nem aproveita aos cointeressados capazes,
salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum.
3. (FCC / TRT - 15ª REGIÃO – 2018) De acordo com o Código Civil, os negócios jurídicos devem
ser interpretados
a) Somente de acordo com a lei, defeso que os usos e princípios sejam utilizados para esse fim.
c) De acordo com a moral e os bons costumes, além da lei, vedado que os usos sejam considerados, uma
vez que nosso ordenamento jurídico não é consuetudinário.
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4. (FCC / TRF - 5ª REGIÃO – 2017) A incapacidade relativa de uma das partes de um negócio
jurídico
b) Pode ser invocada pela outra em benefício próprio, por constituir matéria de ordem pública.
c) Aproveita aos cointeressados capazes, salvo se for indivisível o objeto do direito ou da obrigação
comum.
==b843b==
d) Não aproveita aos cointeressados capazes, mesmo que indivisível o objeto do direito ou da obrigação
comum.
GABARITO
1. TJ-MA A
2. MPE-PE E
3. TRT - 15ª REGIÃO B
4. TRF - 5ª REGIÃO A
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Capítulo II – Representação
Código Civil traz extensa regulação a respeito da representação. Evidente que os poderes do representante
só podem ser conferidos por lei ou pelo interessado, esclarece o art. 115.
Assim, eu, por lei, represento meus filhos. Por contrato, represento o meu cliente, no Poder Judiciário.
Mas, como terceiros saberão que aquela pessoa que se apresenta como representante de outrem
efetivamente o é? O art. 118 prevê que o representante é obrigado a provar às pessoas com quem tratar,
em nome do representado, a qualidade de representante e a extensão de seus poderes. Se não o fizer,
responde pelos atos que a eles excederem.
A manifestação de vontade emitida pelo representante, nos limites de seus poderes, produz efeitos em relação
ao representado. A regra do art. 116 estabelece que, assim, o representado é obrigado a cumprir aquilo que
o representante fixou, desde que nos limites dos poderes.
Agora, imagine que eu tenha uma procuração sua para vender seu imóvel. Posso eu mesmo comprar esse
imóvel, representando você? Se o contrato permitir, posso.
Por isso, o art. 117 prevê que salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico que o
representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo. Ou seja, esse negócio tem
cheiro de maracutaia, pelo que pode ser anulado.
E se eu (representante) celebro um negócio em conflito de interesses com você (representado), esse negócio é
anulável. Sempre? Não, apenas se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem comigo contratou (art.
119).
OK, mas você pode anular esse negócio que traz prejuízo a você a qualquer tempo? Não. O parágrafo único
prevê que é de 180 dias, a contar da conclusão do negócio ou da cessação da incapacidade, o prazo
decadencial para se pleitear essa anulação.
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1 – Condição
Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o
efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
No entanto, não é qualquer condição que pode ser estipulada pelas partes. Ao contrário, o art.
122 estabelece que a condição não pode violar a lei, a ordem pública e os bons costumes. Ainda,
são proibidas as condições que privem de todo efeito o negócio jurídico, ou que o sujeitem ao
puro arbítrio de uma das partes.
A doutrina aponta que a condição potestativa (em sentido amplo) é aquela imposta pelo arbítrio
das partes. Distinguem-se, então, as condições potestativas inseridas num negócio jurídico em condições
simplesmente potestativas e condições puramente potestativas.
As condições simplesmente potestativas – ou meramente potestativas – são lícitas, já que exigem da parte
um certo esforço, ou determinado trabalho. Vale dizer, a eficácia do negócio jurídico depende da
manifestação de vontade de apenas uma das partes, mas também a um evento outro. Já as condições
puramente potestativas, por deixarem a eficácia do negócio jurídico ao arbítrio puro de uma das partes
invalidam, tornam nulo, o negócio.
Há ainda as condições mistas, que dependem tanto de um ao humano volitivo quanto de um evento alheio
à conduta humana. Exemplo é a situação na qual “se estiver chovendo enquanto você é aplaudido
cantando...”.
O art. 123, por sua vez, estabelece que invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados:
A condição será resolutiva quando por fim ao negócio, extingui-lo. Assim, por exemplo, doarei mensalmente
a você uma quantia em dinheiro enquanto você estiver na faculdade. No momento em que você sai da
faculdade, resolve-se o negócio. A condição suspensiva, por sua vez, subordina a eficácia do negócio. Assim,
por exemplo, doarei uma quantia em dinheiro a você se você passar na prova.
Se a condição for suspensiva, se adquire o direito apenas quando de seu implemento, conforme regra do
art. 125. Se for resolutiva, o direito já se adquiriu, vigorando até sua resolução, de acordo com o art. 127.
Por isso, segundo o art. 128:
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Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os efeitos, o direito a que ela se opõe; mas, se aposta
a um negócio de execução continuada ou periódica, a sua realização, salvo disposição em contrário, não tem
eficácia quanto aos atos já praticados, desde que compatíveis com a natureza da condição pendente e conforme
aos ditames de boa-fé.
2 – Termo
O termo, por sua vez, é aquilo que chamamos de “prazo” (na verdade, o prazo é o espaço de tempo entre o
termo inicial – dies a quo – e o termo final – dies ad quem). É, portanto, um evento futuro e certo. Pode o
termo ser inicial (“início do prazo”) ou final (“fim do prazo”). Como se trata de evento certo, o termo inicial
suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.
Aqui há uma semelhança e uma diferença importantes entre a condição e o termo. Por isso, segundo o art.
135, ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber, as disposições relativas à condição suspensiva e
resolutiva. ==b843b==
O tempo pode ser visto ainda a partir de sua essencialidade. Termo essencial é a cláusula acessória inserida
no negócio jurídico em que não se permite o seu cumprimento fora do advento do termo fixado, por não
mais interessar (juridicamente) ao credor. Será o termo essencial relevante, por exemplo, nas questões que
envolvem o inadimplemento das obrigações.
O termo pode ser fixado pelas próprias partes, termo convencional, ou mesmo previsto em lei, termo legal.
Há termo convencional na regra que limita a prestação de serviços a quatro anos, por exemplo.
O CC/2002, além de regular o termo, também regula os prazos. Segundo o art. 132, salvo disposição em
contrário, computam-se os prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento:
§ 1o Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o prazo até o seguinte dia útil.
§ 2o Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia.
§ 3o Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato, se faltar exata
correspondência.
§ 4o Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto.
Caso não esteja previsto prazo, os negócios jurídicos entre vivos devem ser executados logo, exceto se a
execução tiver de ser feita em lugar diverso ou depender de tempo (art. 134).
3 – Encargo
O encargo, ou modo, fardo, ônus, por sua vez, impõe ao beneficiário de uma liberalidade uma dada
obrigação. Por exemplo, eu doarei meu apartamento a você, desde que você cuide do cachorro da família
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até sua morte; ou eu doarei um terreno para você para que seja edificado um museu; ou eu doarei meu
patrimônio a você com a obrigação de que você não derrube a casa de meus pais.
Por isso, o encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, por força do art. 136
do CC/2002. No entanto, há exceção: quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo
disponente, como condição suspensiva. Aí, na realidade, a situação mais parecerá uma condição
do que um encargo propriamente dito.
Caso se estabeleça encargo ilícito ou impossível, ele será simplesmente considerado não
escrito. A exceção fica para o caso de o encargo ilícito ou impossível constituir o motivo
determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico (art. 137).
Por isso, se estabeleço que doarei um carro a você SE você for aprovado na prova, sua
aprovação é uma condição para o negócio jurídico. Se estabeleço que doarei meu carro
a você QUANDO você fizer 18 anos, seu aniversário é um termo para o negócio jurídico.
Se estabeleço que doarei o carro a você DESDE QUE você o mantenha original, a
manutenção da originalidade constitui um encargo do negócio jurídico.
Encargo (DESDE
Condição (SE) Termo (QUANDO)
QUE)
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FCC
Comentários:
A alternativa A está incorreta. A condição resolutiva pode ser descrita quando o evento condicionante
dá fim aos efeitos do negócio jurídico. Por exemplo, digamos que um tio condiciona uma cláusula ao
sobrinho após passar na faculdade de medicina, sendo que o tio deixe-o morar no apartamento até o
sobrinho formar-se na faculdade. Neste exemplo, o negócio benéfico seria a moradia do apartamento, e
a condição resolutiva, que daria fim aos efeitos do negócio, seria a formação do sobrinho. Essa condição
é tratada na redação do art. 127 do Código Civil, que traz: "Se for resolutiva a condição, enquanto esta
se não realizar, vigorará o negócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por
ele estabelecido.".
A alternativa C está incorreta. O modo ou condição causal não parecem expressos diretamente no
Código Civil, mas trata-se, quando se fala de modo, de um condicionante futuro para o negócio ou das
prestações que se fará a negociação, já se tratando de condição causal, é mais diretamente retratado
como eventos futuros incertos que não dependem da vontade humana, sendo relacionado a eventos de
força maior ou da natureza. Seguindo o exemplo anterior, seria como se o tio negocia-se que caso chova
amanhã ele doará o apartamento para o sobrinho. Essa condição é validada indiretamente pelo art. 122
do Código Civil, que diz: "São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública
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ou aos bons costumes; entre as condições defesas se incluem as que privarem de todo efeito o negócio
jurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes.".
A alternativa D está incorreta. O termo é um evento de futuro certo que condiciona os efeitos do
negócio jurídico. O temo se divide em dois, pode ser termo certo: quando se tem estipulado certo quanto
ao fato e a duração; e o termo incerto: quando o termo estipula certo o fato, mas é incerto acerca do
tempo de duração. E ainda, o termo pode se resolutivo, dando fim aos efeitos, ou suspensivo, quanto o
exercício mas não a suspensão, como traz a redação do art. 131, do Código Civil, que traz: "O termo
inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.".
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. O encargo é uma cláusula acessória, ou seja, faz
parte de um negócio jurídico certo, que estipula um compromisso para o beneficiário do negócio,
podendo inclusive ser posto como condição suspensiva para que ato seja válido, como trata o art. 132
do Código Civil, que diz: "O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando
expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva.". Também
pode ser feito unilateralmente, como por exemplo, nos casos de recompensa. Usualmente o encargo
pode ser visto nas doações a municípios ou entidades, com obrigação de usar o dinheiro para educação,
ou afins.
2. (FCC / TRT - 11ª REGIÃO – 2017) Rafael vendeu uma fazenda para Valdir, estabelecendo que
o comprador só entrará na posse do imóvel quando tiver construído uma igreja para os
colonos. Tal negócio está sujeito
a) A termo final.
b) A termo inicial.
c) À Condição resolutiva.
d) À Condição suspensiva.
e) A encargo.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois não é “termo”, sendo o termo um evento futuro e certo. O termo
“futuro” é utilizado no sentido de não saber quando irá ocorrer, mas sabe-se que irá, e “certo” confirma
a certeza de que o evento é algo que vai ocorrer, mas no caso da questão, não se sabe se de fato a pessoa
irá construir uma igreja para colonos, que é a requisição imposta por Rafael (vendedor) sob Valdir
(comprador) para que entre na posse do terreno.
Art. 131, CC. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.
A alternativa B está incorreta, dado que não é “termo” a definição a ser utilizada pois não é certeza que
Valdir, mesmo sob a imposição de Rafael, irá construir a igreja para colonos, citada como requisição
para que entre na posse do terreno adquirido.
A alternativa C está incorreta, dado que tal acontecimento não é uma condição resolutiva, pois ainda
não ocorreu a finalização da validez do negócio.
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Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio jurídico, podendo
exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido.
Art. 128: Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os efeitos, o direito a que ela se opõe;
mas, se aposta a um negócio de execução continuada ou periódica, a sua realização, salvo disposição em
contrário, não tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde que compatíveis com a natureza da
condição pendente e conforme aos ditames de boa-fé.
A condição resolutiva ocasiona a extinção do contrato quando verifica-se sua ocorrência. De acordo com
o artigo 127, "se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio jurídico,
podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido", porém, assim que sobrevier
a condição, extinguirá o direito a que ela se opõe. Caso a condição resolutiva seja aposta em um negócio
jurídico cuja execução seja periódica, ocorrida a condição os negócios anteriores somente serão válidos
se compatíveis com a condição e se as partes agiram com boa-fé.
A alternativa D está correta, dado que este negócio tem uma condição suspensiva. A condição
suspensiva ocorre quando as partes protelam a eficácia do negócio jurídico. Este só terá sua eficácia
após o implemento de uma condição, um acontecimento futuro e incerto.
Não se adquire o direito enquanto nos se verificar a condição, de acordo com o art. 125.
A condição suspensiva é a condição que suspende os efeitos do ato jurídico durante o período de tempo
em que determinado evento não ocorre. Prevê o artigo 125, do Código Civil, que "subordinando-se a
eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido
o direito, a que ele visa".
A condição de "construir uma igreja para colonos" é evento futuro e incerto e está suspendendo a
eficácia do negócio, isto é, enquanto não se realizar, não haverá a aquisição do direito, que no caso é
entrar na posse do imóvel.
Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não
verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.
A alternativa E está incorreta, pois o encargo ou modo é o elemento acidental do negócio jurídico que
traz um ônus relacionado com uma liberalidade. Geralmente, o encargo ou modo ocorre na doação,
testamento e legado (quais são gratuitos, contrário ao enunciado da questão, onde se falou em venda).
Assim, de acordo com o art. 136 do atual CC, “o encargo não suspende a aquisição nem o exercício do
direito, salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição
suspensiva.” Desse modo, no exemplo apontado, o donatário já recebe o terreno. Caso não seja feita a
construção em prazo fixado pelo doador, caberá revogação do contrato.
Declara-se, desta forma, que o encargo é diferente da condição suspensiva justamente porque não
suspende a aquisição nem o exercício do direito.
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a) Termo convencional.
b) Termo legal.
c) Condição suspensiva.
d) Condição resolutiva.
e) Encargo.
Comentários
A alternativa A está correta, o termo é referente à um evento futuro e certo que implica no início dos
efeitos do negócio jurídico. Quando a questão traz a sentença “estabelecido pelas partes” observamos a
aproximação com o termo ‘convencional’.
A alternativa B está incorreta, o termo legal é referido por determinação da lei, o que não condiz com
a questão, já que se parte do princípio que é de vontade das partes.
==b843b==
A alternativa C está incorreta, o termo ‘condição’ reflete um evento futuro e incerto que, nesse caso
impossibilita a produção dos efeitos até que o evento futuro e incerto seja realizado. Previsto pelo Art.
125 do CC: "subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não
verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa".
A alternativa D está incorreta, o termo ‘condição’ reflete um evento futuro e incerto que, nesse caso,
acarreta a extinção do contrato quando é verificado determinado fato e segue o Art. 127 do Código Civil:
“se for resolutiva a condição, enquanto está se não realizar, vigorará o negócio jurídico, podendo
exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido”.
A alternativa E está incorreta, este é a cláusula acessória à liberalidade e não impede a aquisição bem
como o exercício do direito, gerando direito adquirido.
4. (FCC / TJ-PI – 2015) Quando o testamento foi aberto, Rubião quase caiu para trás. Advinhas
por quê. Era nomeado herdeiro universal do testador. Não cinco, nem dez, nem vinte contos,
mas tudo, o capital inteiro, especificados os bens, casa na Corte, uma em Barbacena, escravos,
apólices, ações do Banco do Brasil e de outras instituições, joias, dinheiro amoedado, livros −
tudo finalmente passava às mãos do Rubião, sem desvios, sem deixas a nenhuma pessoa, nem
esmolas, nem dívidas. Uma só condição havia no testamento, a de guardar o herdeiro consigo
o seu pobre cachorro Quincas Borba, nome que lhe deu por motivo da grande afeição que lhe
tinha. Exigia do dito Rubião que o tratasse como se fosse a ele próprio testador, nada
poupando em seu benefício, resguardando-o de moléstias, de fugas, de roubo ou de morte
que lhe quisessem dar por maldade; cuidar finalmente como se cão não fosse, mas pessoa
humana. Item, impunha-lhe a condição, quando morresse o cachorro, de lhe dar sepultura
decente, em terreno próprio, que cobriria de flores e plantas cheirosas; e mais desenterraria
os ossos do dito cachorro, quando fosse tempo idôneo, e os recolheria a uma urna de madeira
preciosa para depositá-los no lugar mais honrado da casa. (Assis, Machado de. Quincas Borba.
p. 25. Saraiva, 2011). As exigências feitas a Rubião consubstanciam
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a) termo final.
b) condição resolutiva.
c) condição suspensiva.
d) termo inicial.
e) encargo.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois o citado “termo final” é a cláusula que subordina a eficácia do
negócio jurídico a um evento futuro e certo que quando verificado põe fim aos efeitos do negócio
jurídico, não sendo o que ocorreu no caso concreto.
A alternativa B está incorreta, pois a “condição resolutiva” é referente à uma cláusula que subordina a
eficácia do negócio jurídico à um evento futuro e incerto, após ocorrida a resolução da condição,
acarretando o fim do negócio jurídico.
A alternativa C está incorreta pois “condição suspensiva” é a concepção de uma cláusula que subordina
a eficácia do negócio jurídico à um evento futuro e incerto, sendo submetida ao início dos efeitos a um
evento futuro e incerto, suspendendo o negócio jurídico até que a condição oposta ocorra.
A alternativa D está incorreta, pois o “termo inicial” é a cláusula que subordina a eficácia do negócio
jurídico a um evento futuro e certo, esse dá início aos efeitos do negócio jurídico e gera direito adquirido.
A alternativa E está correta, pois o “encargo” é a prática de uma liberalidade submetida a um ônus. O
encargo deve ser cumprido, e caso não ocorra o cumprimento, o praticante da doação poderá revogar o
ato ou exigir o cumprimento do encargo.
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FCC
prestações sucessivas.
d) Termo, que, por vontade das partes, subordina os efeitos do ato negocial a um evento futuro e incerto,
podendo ser inicial ou final.
e) Encargo, que, enquanto não realizado, suspende o exercício ou aquisição do direito objeto do negócio
jurídico, não podendo ser desproporcional ou desarrazoado.
2. (FCC / TRT - 11ª REGIÃO – 2017) Rafael vendeu uma fazenda para Valdir, estabelecendo que
o comprador só entrará na posse do imóvel quando tiver construído uma igreja para os
colonos. Tal negócio está sujeito
a) A termo final.
b) A termo inicial.
c) À Condição resolutiva.
d) À Condição suspensiva.
e) A encargo.
4. (FCC / TJ-PI – 2015) Quando o testamento foi aberto, Rubião quase caiu para trás. Advinhas
por quê. Era nomeado herdeiro universal do testador. Não cinco, nem dez, nem vinte contos,
mas tudo, o capital inteiro, especificados os bens, casa na Corte, uma em Barbacena, escravos,
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apólices, ações do Banco do Brasil e de outras instituições, joias, dinheiro amoedado, livros −
tudo finalmente passava às mãos do Rubião, sem desvios, sem deixas a nenhuma pessoa, nem
esmolas, nem dívidas. Uma só condição havia no testamento, a de guardar o herdeiro consigo
o seu pobre cachorro Quincas Borba, nome que lhe deu por motivo da grande afeição que lhe
tinha. Exigia do dito Rubião que o tratasse como se fosse a ele próprio testador, nada
poupando em seu benefício, resguardando-o de moléstias, de fugas, de roubo ou de morte
que lhe quisessem dar por maldade; cuidar finalmente como se cão não fosse, mas pessoa
humana. Item, impunha-lhe a condição, quando morresse o cachorro, de lhe dar sepultura
decente, em terreno próprio, que cobriria de flores e plantas cheirosas; e mais desenterraria
os ossos do dito cachorro, quando fosse tempo idôneo, e os recolheria a uma urna de madeira
preciosa para depositá-los no lugar mais honrado da casa. (Assis, Machado de. Quincas Borba.
p. 25. Saraiva, 2011). As exigências feitas a Rubião consubstanciam
a) termo final.
b) condição resolutiva.
c) condição suspensiva.
d) termo inicial.
e) encargo.
GABARITO
1. ARTESP E
2. TRT - 11ª REGIÃO D
3. PREF. DE TERESINA-PI A
4. TJ-PI E
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Se a vontade é exteriorizada defeituosamente, será inválida, segundo o art. 171, inc. II, do Código Civil.
Quais são os casos de anulação do ato por imperfeição de manifestação? São os chamados vícios de vontade,
ou seja, os casos nos quais a manifestação de vontade está contaminada, viciada.
São vários os casos regulados pelo Código Civil: erro, dolo, coação, estado de perigo e lesão. O estado de
perigo e a lesão são novidades do legislador de 2002, não estando esses dois vícios previstos no Código Civil
de 1916, apenas no de 2002.
Além disso, o Código Civil ainda trata de um vício que não se vincula à vontade defeituosa, mas a um vício
social: a fraude contra credores. Analiso, agora, esses defeitos do negócio jurídico:
Seção 1 – Erro
O erro, ou ignorância, nada mais é do que “a falsa representação psicológica da realidade”, da situação em
face da qual a pessoa se encontra. Há, portanto, uma distorção da vontade relativamente ao mundo
exterior.
O ato será anulável quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser
percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio. O erro pode se dar de
variados modos, afirma Marcos Bernardes de Mello.
Mas, quando se verificará o erro, de acordo com o CC/2002? Primeiro, há de se lembrar que o erro precisa
ser substancial, exige o art. 138. Quando há erro substancial? Estabelece o art. 139 do Código Civil que o
erro é substancial quando:
I - interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele
essenciais;
II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde
que tenha influído nesta de modo relevante;
III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico.
O art. 140 do Código Civil ainda adiciona mais uma situação de erro. Segundo esse dispositivo, haverá erro
quando o motivo, falseado, for razão determinante do negócio. Inversamente, mesmo que falso, o motivo
não viciará o ato quando não for razão determinante do negócio jurídico. Mesmo que a transmissão
errônea da vontade não se dê por declaração direta, mas por meios interpostos, o ato é anulável, esclarece
o art. 141 do Código Civil.
Igualmente, o erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de vontade, mas não comporta
anulação.
Sempre que constatado o erro, o outro deverá indenizar. Pode-se, em qualquer caso, afastar a anulação do
ato se o outro consentir em cumprir o ato em conformidade com a vontade daquele que havia feito a
declaração, conforme estabelece o art. 144 do Código Civil.
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Seção 2 – Dolo
O dolo, em negócio jurídico, significa engano, embuste, traição, trapaça. Nada tem a ver com o dolo
caracterizado como espécie de culpa em sentido amplo da responsabilidade civil ou do Direito Penal.
É a ação ou omissão em induzir, fortalecer ou manter o outro na falsa representação da realidade para
beneficiar a si ou a outrem, de modo que o negócio não se realizaria se não fosse por essa atitude. Ou seja,
o dolo nada mais é do que induzir alguém em erro, resumidamente.
Veja que o dolo deve ser a causa eficiente do negócio, conforme estabelece o art. 145 do Código Civil. Só
fechei o negócio porque o outro me induziu em erro, me enganou.
No dolo, portanto, não se exige qualquer sofisticação, basta ajudar o erro alheio que já se configura o dolo.
Há linha tênue entre a propaganda enganosa e a exaltação das qualidades do produto, de forma que o
espalhafato e o exagero não são dolo. ==b843b==
Porém, conforme o art. 147 do Código Civil, nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma
das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa,
provando-se que sem ela o negócio não se teria celebrado. Também há dolo no caso de colaboração de
terceiros, como expõe o art. 148 do Código Civil.
De qualquer forma, se o negócio se realizaria mesmo que eu soubesse que o produto era mera réplica, mas
não por aquele preço, há dolo incidental/acidental. Nesse caso, não se anula o negócio, apenas se indeniza
o negociante prejudicado pelas perdas e danos, consoante regra do art. 146 do Código Civil.
Assim, se ambos sabiam do defeito, não é dolo invalidante, mas se caracteriza o dolo recíproco (bilateral),
conforme o art. 150 do Código Civil, pelo que ninguém pode reclamar do negócio.
Seção 3 – Coação
Existe coação quando a vontade é viciada por medo de dano a si, à família, a outrem ou aos bens, a partir
de uma pressão física ou moral, segundo o art. 151 do Código Civil. O parágrafo único desse artigo diz que
se a coação for contra terceiro, não pertencente à família do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias,
decidirá se houve coação.
Há algumas situações que não caracterizam coação, ainda que pareçam, conforme estabelece o art. 153
do Código Civil: a ameaça do exercício normal de um direito e o simples temor reverencial.
Tal qual no dolo, o coator pode ser terceiro, mas a parte beneficiada, para indenizar, deveria saber ou teria
o dever de saber do temor. Se não soubesse, o terceiro coator é quem indeniza, mas o negócio continua
válido.
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Tal qual a coação, o parágrafo único diz que pode haver estado de perigo a uma pessoa que
não seja de sua família. Nesse caso, o juiz decidirá segundo as circunstâncias do caso.
Diferentemente da coação, porém, o estado de perigo não se vincula a bens. Coação pode tem um bem,
estado de perigo não. Ou seja, o bandido pode dizer que vai atear fogo na minha casa se eu não fizer tal coisa
(coação), mas atear fogo na minha casa nunca vai ser estado de perigo.
1. Dano: deve ser pessoal, não patrimonial, por mais importante que seja, ao contrário da
coação
2. Urgência e gravidade do dano/risco: que gera fundado temor, numa avaliação subjetiva
(elemento subjetivo), já que a ignorância e o desespero geralmente ocasionam temor
exagerado, como, p.ex., a mãe que vê o filho com muito sangue no rosto, mas são apenas
machucados na região do supercílio, que habitualmente sangra bastante
3. Relação de causa e efeito entre o perigo e o negócio: fiz o negócio para evitar o perigo
4. Dolo da contraparte: o outro tem que saber que eu farei o negócio a qualquer custo
Seção 5 – Lesão
No Código Civil, a lesão está prevista no art. 157 e tem dois pressupostos:
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Veja que a apreciação da desproporção das prestações se dá segundo os valores vigentes ao tempo em que
foi celebrado o negócio jurídico. Assim, se é verificada desproporção de valores durante a execução do
contrato, por exemplo, não há que se falar em lesão. Pode haver onerosidade excessiva, mas não lesão.
A lesão é facilmente confundida com o estado de perigo. Você deve atentar para as diferenças! Primeiro,
na lesão ocorrida por inexperiência, o lesado às vezes sequer sabe que está sendo lesado.
Não será anulado o negócio jurídico, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida
concordar com a redução do proveito, segundo o art. 157, §2º, do Código Civil.
Assim como a simulação, a fraude contra credores é classificada como um vício social. A fraude contra
credores é um defeito do negócio jurídico que ocorre quando o devedor maliciosamente aliena (diminui) seu
patrimônio para não pagar o credor (ou credores).
O art. 158 do Código Civil deixa claro que ocorre fraude mesmo quando o próprio devedor não sabe que o
ato vai gerar sua insolvência, que vai ficar quebrado.
Assim, eu devo pra você e doo uma casa a meu tio, achando que tinha ainda muito dinheiro. Não
tinha. Quando você me cobra, não tenho dinheiro e não pago. A doação é um ato fraudatório, mesmo
que eu mesmo não soubesse disso.
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Como desfazer o negócio fraudulento? Por meio da ação anulatória, também chamada de ação revocatória
ou ação pauliana. Sim, eu tenho uma ação processual com o MEU NOME! E é a única ação no Direito Civil
com um nome =)
Ou seja, o credor vai ajuizar uma ação com o objetivo de anular esses atos fraudulentos e maliciosos
cometidos pelo devedor. Veja também que essa ação se restringe aos credores quirografários lesados. 1
Ou seja, se o credor tiver garantia real, não se fala em anulação do ato por fraude contra credores (por
exemplo uma hipoteca sobre um apartamento).
A exceção fica por conta do §1º do art. 158 do Código Civil, que permite aos credores com garantias o apelo
à fraude contra credores quando suas garantias se tornarem insuficientes.
A anterioridade do crédito exigida pelo art. 158, §2º, do Código Civil, é determinada pela causa que lhe dá
origem, independentemente de seu reconhecimento por decisão judicial.
Imagine que Pedro presta um serviço para João. Cobra o valor de R$ 10.000,00 para isso e não é pago. Pedro
se torna credor de João na quantia de R$ 10.000,00. Com o objetivo de não pagar a dívida, João doa seu
único imóvel para seu filho menor de idade, a fim de diminuir seu patrimônio de maneira fraudulenta. Então,
para anular essa doação maliciosa, Pedro (que não possui garantia real) ajuíza uma ação pauliana para que
o imóvel retorne ao patrimônio de João e satisfaça seu crédito.
Além disso, segundo o art. 163 do Código Civil, presumem-se fraudulentas dos direitos dos outros credores
as garantias de dívidas que o devedor insolvente tiver dado a algum credor.
Ou seja, devo para três pessoas e a uma delas dou em garantia minha casa. Essa pessoa deixa de ser credor
quirografário, passando a receber antes das duas outras. Isso é fraudatório.
1Credor quirografário, em resumo, é aquele que não tem nenhuma garantia especial. É você que empresta R$50ão por seu amigo. Se ele quebrar,
você vai ser um dos últimos a receber o pagamento, porque é um credor quirografário.
Quiro: mão; grafário, de grafia, escrito. Ou seja, o credor cuja única garantia é a escrita da mão, a assinatura do devedor.
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FCC
1. (FCC - SANASA Campinas - Analista Administrativo - Serviços Jurídicos- 2019) É nulo o ato
jurídico: I. Quando praticado por pessoa relativamente incapaz. II. Quando for ilícito seu
objeto. III. Quando não revestir a forma prescrita em lei. IV. Por vício resultante de coação.
Está correto o que consta APENAS de
a) I e IV.
b) I e II.
c) III e IV.
d) II e III.
e) I, II e III.
Comentários:
A afirmativa I está incorreta. O art. 171 traz um rol hipóteses em que é anulável o negócio jurídico além
dos expressos no código, dentre essas o Inciso I que diz: "por incapacidade relativa do agente;". Sendo
assim, devemos lembrar que a única hipótese de incapacidade absoluta é a do menor de 16 anos, que se
tratando de negócio jurídico provocaria a nulidade deste.
A afirmativa II está correta. . Como trata o art. 166, Inc. II Do Código Civil: "É nulo o negócio jurídico
quando: II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto";
A afirmativa III está correta. Como trata o art. 166, Inc. IV Do Código Civil: "É nulo o negócio jurídico
quando: IV - não revestir a forma prescrita em lei.".
A afirmativa IV está incorreta. Conforme o art. 171 do Código Civil: "Além dos casos expressamente
declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de
perigo, lesão ou fraude contra credores.".
2. (FCC - TRF - 3ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Judiciária- 2019) Na celebração de contrato
de compra e venda, vendedor e comprador procederam com dolo, que foi a causa do negócio.
Nesse caso, de acordo com o Código Civil,
a) qualquer das partes poderá invocar o dolo da outra para anular o negócio, mas nenhuma delas poderá
reclamar indenização.
b) qualquer das partes poderá invocar o dolo da outra para anular o negócio, ou reclamar indenização.
c) nenhuma das partes poderá invocar o dolo da outra para anular o negócio, ou reclamar indenização.
d) qualquer das partes poderá invocar o dolo da outra para reclamar indenização, mas não para anular
o negócio.
e) somente a parte mais prejudicada poderá invocar o dolo da outra para anular o negócio, ou reclamar
indenização.
Comentários:
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Trata-se, no caso em questão, de dolo recíproco,
no qual ambas as partes agem com a intenção de prejudicar a outra. Conforme podemos observar no
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art. 150 do Código Civil: “Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular
o negócio, ou reclamar indenização.”.
3. (FCC - DPE-AM - Analista Jurídico de Defensoria - Ciências Jurídicas- 2019) Lucas contraiu
diversas dívidas e, na iminência de tornar-se insolvente, passou a dispor do patrimônio que
lhe restava. Os negócios passíveis de anulação, em razão do reconhecimento da fraude contra
credores, pressupõem
a) que os atos de disposição do patrimônio do devedor insolvente tenham sido realizados a título
gratuito, tais como a doação sem encargo e a remissão de dívidas, não se aplicando tal anulabilidade
para atos onerosos de disposição ou transferência de bens.
b) a existência da dívida anterior à disposição ou transmissão do bem, a existência de atos gratuitos ou
onerosos que tenham a aptidão de tornar insolvente o devedor, e, somente no caso de atos onerosos,
exige-se a prova do consilium fraudis.
c) somente a existência de atos gratuitos ou onerosos que venham a tornar o devedor insolvente, sendo
irrelevante se a constituição da dívida foi anterior ou posterior ao ato, bem como a prova do consilium
fraudis.
d) somente a existência de consilium fraudis, independente de ser o ato gratuito ou oneroso, anterior
ou posterior à constituição do crédito.
e) a existência da dívida anterior à disposição, a existência de atos gratuitos ou onerosos que venham
tornar o devedor insolvente, e, em qualquer caso, a prova do consilium fraudis.
Comentários:
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. De forma esquematizada podemos assumir que
a fraude contra credores pode ser analisada com base em três requisitos:
- Anterioridade da dívida;
- Eventus damni (prejuízo aos credores);
- Consilium fraudis (intenção de prejudicar credores ou conluio, má fé).
No caso de disposição gratuita de bens ou remissão de dívida, a fraude contra credores é presumida.
Nesse caso, basta ao afetado comprovar o evento danoso aos credores, dispensando-se a comprovação
de consilium fraudis (má-fé).
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violação da lei, da ordem pública, dos bons costumes ou em contradição à forma legal, como citado no
Art. 166: “é nulo o negócio jurídico quando:
V-for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;
VII- a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção;”
Enquanto a anulabilidade do ato é um defeito de menor gravidade, dizendo respeito aos atos que, de
acordo com o art. 171:
II- por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
A alternativa B está incorreta, uma vez que o dolo acidental não causa o vício no negócio. O dolo, como
expresso no Art. 146, “é acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro
modo”, ou seja, diz respeito às condições do negócio jurídico, portanto, não causa o vício. Porém, ainda
de acordo com o Art. 146: “só obriga a satisfação das perdas e danos”, sendo o direito à indenização
pelas perdas e danos decorrentes do negócio válido e existente.
A alternativa C está correta, dado que o negócio é anulado quando contiver erro de cunho in persona,
in corpore ou in negotio. O erro, de acordo com Carlos R. Gonçalves, é uma falsa representação da
realidade, podendo haver o vício de consentimento, no qual o agente se engana sozinho, ou o erro
doloso, no qual o erro é induzido pelo outro contratante ou por um terceiro. Para que o erro cause a
anulação do negócio, é necessário que seja substancial, podendo ser quanto à pessoa (error in persona),
quanto ao objeto (error in corpore) ou quanto o negócio jurídico (error in negotio).
De acordo com o Art. 138: “São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade
emararem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das
circunstâncias do negócio”. Portanto, o erro pode ser escusável se cometido por uma pessoa leiga, e não
escusável se cometido por um advogado, por exemplo.
A alternativa D está incorreta, pois a coação é causa de anulação do negócio jurídico, e não de nulidade,
como expresso no Art. 171:
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II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
A anulação do negócio é um defeito de menor gravidade, sendo ocasionado pelo dolo principal, podendo
ser, além dos casos declarados por lei, causado pela incapacidade relativa do agente e por vício
resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores, enquanto o ato nulo
é aquele que, mesmo com todos os elementos necessários para sua existência, foi praticado com violação
da lei, da ordem pública, dos bons costumes ou com incoerência relativa à forma legal.
A alternativa E está incorreta, pois a lesão é o prejuízo resultante de uma desproporção entre as
prestações de um contrato, no momento da sua celebração, ocasionando uma ruptura do equilíbrio
contratual na fase de formação do negócio.
Como disposto no Art. 157: “Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por
inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
§1º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi
celebrado o negócio jurídico.”
Desta forma, a lesão é expressa enquanto o negócio está em formação, não podendo ser avaliada
posteriormente à celebração do negócio.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, porque não há lógica em permitir a anulação do negócio, mas impedir
que produza efeitos patrimoniais de, justamente, reclamar indenização.
A alternativa B está incorreta. Como está adiante transcrito, o art. 150 do Código Civil traz regra
exatamente oposta, ou seja, não é possível nem anular o negócio, nem reclamar indenização.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Trata-se de típico caso de dolo recíproco, no qual
ambas as partes agem com a intenção de prejudicar a outra. Como diz o ditado, “ladrão que rouba ladrão
tem cem anos de perdão”. Em linguagem jurídica, o ditado popular corresponder ao art. 150 do Código
Civil: “Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o negócio, ou
reclamar indenização”. Em resumo, ambas as partes pretendiam prejudicar a outra, a sanção a esse
comportamento ilícito é precisamente as obrigar a manter o negócio, sem sequer poder exigir
indenização.
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A alternativa D está incorreta e está logicamente inadequada, pelo raciocínio inverso que se fez na
assertiva A.
A alternativa E está incorreta, já que, apesar de trazer certo exercício salomônico, é inadequada do
ponto de vista da aplicação prática.
6. (FCC / SEAD-AP – 2018) Antenor e Amélia, pai e filha, adquiriram um imóvel para nele juntos
residirem. Em razão de dificuldades financeiras, Antenor e Amélia, por preço justo,
venderam-no a Pedro. Embora fosse contrária à venda, Amélia aceitou participar de sua
realização apenas pelo receio de desapontar Antenor, a quem respeitava profundamente. Em
tal cenário, agiu Amélia sob
a) Estado de perigo, sendo nulo o negócio jurídico.
b) Coação, sendo anulável o negócio jurídico. ==b843b==
A alternativa A está incorreta, dado que estado de perigo é, de acordo com o Art. 156, quando alguém
premido de forte necessidade de livrar-se de grave dano, realiza negócio Jurídico com outrem. Sabendo
dessa necessidade, em condições excessivamente onerosas. Tal estado não corresponde com o narrado
na questão por isso a alternativa está errada.
Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a
pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente
onerosa.
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá segundo
as circunstâncias
Da simples leitura do artigo, é possível definir que, sobretudo, a concepção de estado de perigo é
fundamentada na noção de necessidade. O necessitado assume a obrigação excessivamente onerosa
como forma de evitar um dano.
A alternativa B está incorreta, em virtude de que a coação é a ameaça ou pressão exercida sobre um
indivíduo para força-lo, contra sua vontade, a praticar um ato ou realizar um negócio, como disposto no
Art. 151 do Código Civil: “Coação é um dos vícios do consentimentos nos negócios jurídicos, caracteriza-
se pelo constrangimento físico ou moral para alguém fazer algum ato sob o fundado temor de dano
iminente e considerável à sua pessoa, à sua família ou a seus bens”. Desta forma, a coação não ocorreu
no caso, pois Amélia não foi influenciada por ameaças ou uma pressão direta do pai, mas sim por um
fator próprio, no caso, o medo de desapontar.
A alternativa C está incorreta, pois não ocorreu um erro no negócio, dado o erro ser um engano fático,
uma falsa noção de realidade, no qual o agente é levado a praticar o ato ou realizar um negócio que não
celebraria caso estivesse totalmente ciente dos termos e consequências.
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No caso de Amélia, o que ocorreu foi o temor reverencial, sendo este o receio de desagradar a certa
pessoa de quem se é psicológica, social ou economicamente dependente.
A alternativa D está incorreta, pois a lesão, de acordo com o Art. 157, é o vício no negócio jurídico que
se caracteriza pela obtenção de um lucro exagerado por se valer uma das partes da inexperiência ou
necessidade econômica da outra. Esse vício não ocorreu no caso, pois Amélia aceitou participar pelo
receio de desapontar o pai.
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga
a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
§ 1º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi
celebrado o negócio jurídico.
Pode-se dizer que para ocorrer a lesão basta a celebração de um negócio ocorrer sob premente
necessidade ou por inexperiência, e que as prestações assumidas sejam desproporcionais.
A alternativa E está correta, uma vez que o caso descrito no enunciado da questão não apresenta
qualquer vício, sendo caso apenas de temor reverencial, previsto no art. 153 do Código Civil
Art. 153 Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor
reverencial.
O temor reverencial consiste no receio de desagradar à certa pessoa de quem se é psicológica, social ou
economicamente dependente, não se caracterizando como vício pois não encontra-se uma ameaça
ilícita.
7. (FCC / PREFEITURA DE CARUARU-PE – 2018) No tocante aos defeitos dos negócios jurídicos,
a) A fraude contra credores acarreta a nulidade dos contratos, onerosos ou gratuitos, podendo a
ação Pauliana ser proposta somente pelos credores quirografários.
b) Tanto o dolo essencial ou principal, como o dolo acidental, anulam o que foi contratado pelas
partes.
c) O temor reverencial equipara-se à coação quanto aos efeitos jurídicos decorrentes de sua
caracterização.
d) A lesão sempre conduzirá à anulação da avença, por se tratar de situação jurídica que não admite
sua convalidação.
e) São anuláveis quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser
percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio.
Comentários
A alternativa A está incorreta, vide Art. 178, uma vez que a fraude contra credores não acarreta
nulidade, mas sim anulação. A ação, nos caso do art. 158, poderá ser intentada contra o devedor
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insolvente, a pessoa que com ele celebrou a estipulação considerada fraudulenta, ou terceiros
adquirentes que hajam procedido de má-fé.
A alternativa B está incorreta, uma vez que o dolo acidental não anula o que foi contratado pelas partes,
ele só obriga à satisfação das perdas e danos. O dolo acidental não causa o vício no negócio.
O dolo, como expresso no Art. 146, “é acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora
por outro modo”, ou seja, diz respeito às condições do negócio jurídico, portanto, não causa o vício.
Porém, ainda de acordo com o Art. 146: “só obriga a satisfação das perdas e danos”, sendo o direito à
indenização pelas perdas e danos decorrentes do negócio válido e existente.
Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu despeito,
o negócio seria realizado, embora por outro modo.
A alternativa C está incorreta, pois o temor reverencial não se compara a coação, como dispõe o Código
Civil Art. 153: “Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples
temor reverencial”.
O temor reverencial consiste no receio de desagradar certa pessoa de quem se é psicológica, social ou
economicamente dependente, não se caracterizando como vício pois não encontra-se uma ameaça
ilícita.
Alternativa D está incorreta, pois afirma que a lesão sempre resultará na anulação do negócio, porém o
parágrafo segundo do art.157 dispõe uma exceção em que não se decretará a anulação do negócio: se
for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito.
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga
a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
§ 2º. Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte
favorecida concordar com a redução do proveito.
Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro
substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do
negócio.
Um erro substancial é o erro que ocorre no conteúdo do negócio, e o Código estabelece que seja um erro
substancial que “poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do
negócio”, considerando-se, perante esta sentença, uma forma de abertura interpretativa, pois o juiz
pode decretar que um erro na substancia é escusável se foi dirigido por uma pessoa leiga, mas não
considerar desta forma se o erro foi cometido por um advogado, por exemplo.
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8. (FCC / ALESE – 2018) Temendo a desaprovação moral de seu pai, por quem nutre profundo
respeito, Pedro matriculou-se no curso superior de Direito, mesmo não sendo esta sua
vontade verdadeira. De acordo com o Código Civil, tal ato é
a) Anulável, pois foi praticado mediante coação, que pode ser física ou moral.
b) Nulo, pois foi praticado mediante coação, que pode ser física ou moral.
c) Insuscetível de anulação, pois o mero temor reverencial não vicia a declaração da vontade.
d) Nulo, pois o temor reverencial, embora não configure coação, também constitui vício do negócio
jurídico.
e) Anulável, pois o temor reverencial, embora não configure coação, também constitui vício do
negócio jurídico.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois Pedro não sofreu coação, o que ocorreu foi o temor reverencial por
medo da desaprovação moral por parte do pai.
Segundo o artigo 151 do Código Civil: “A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que
incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos
seus bens”.
No caso concreto é evidente que esse vício não ocorreu, dado que Pedro agiu apenas temendo a
desaprovação moral de seu pai.
O temor reverencial não se compara a coação, como dispõe o Código Civil Art. 153: “Não se considera
coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial”.
O temor reverencial consiste no receio de desagradar certa pessoa de quem se é psicológica, social ou
economicamente dependente, não se caracterizando como vício pois não encontra-se uma ameaça
ilícita.
A alternativa B está incorreta, pois, além de não se figurar uma coação, a alternativa também está
incorreta ao expressar que com a coação tal ato é nulo, uma vez que se tivesse acontecido o ato seria
anulável, e não nulo. Como dispõe o Código Civil:
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na
substância e na forma.
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O ato nulo possui invalidade ex tunc, ou seja, para o ordenamento jurídico nunca existiu, nunca foi
considerado válido. O ato anulável, por outro lado, tendo um efeito ex nunc, pode ser confirmado pelas
partes quando não houver prejuízo a direito de terceiros, voltando a ser válido como se o defeito nunca
tivesse existido, tal possibilidade não existe para os atos nulos.
A alternativa C está correta, pois, é verídico afirmar que de acordo com o Código Civil tal ato é
insuscetível de anulação pois o mero temor reverencial não vicia a declaração da vontade.
Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor
reverencial.
Por ameaça do exercício normal de um direito, ou seja, fazer uso das prerrogativas conferidas por lei.
Se a ameaça é amparada por lei, não é coação.
O temor reverencial também não se compara a coação, como dispõe o Código Civil art 153. Tal temor
reverencial consiste no receio de desagradar certa pessoa de quem se é psicológica, social ou
economicamente dependente, não se caracterizando como vício pois não encontra-se uma ameaça
ilícita.
A alternativa D está incorreta, porque o temor reverencial não configura um vício e mesmo se
configurasse o correto seria dizer que o ato é anulável não nulo.
O ato nulo possui invalidade ex tunc, ou seja, para o ordenamento jurídico nunca existiu, nunca foi
considerado válido. O ato anulável, por outro lado, tendo um efeito ex nunc, pode ser confirmado pelas
partes quando não houver prejuízo a direito de terceiros, voltando a ser válido como se o defeito nunca
tivesse existido, tal possibilidade não existe para os atos nulos.
A Alternativa E está incorreta, pois o temor reverencial não constitui um vício do negócio jurídico, não
é um caso declarado por lei como anulável, nem está presente no rol do artigo 171, como pode-se ver:
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
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Tal temor reverencial consiste no receio de desagradar certa pessoa de quem se é psicológica, social ou
economicamente dependente, não se caracterizando como vício pois não encontra-se uma ameaça
ilícita.
9. (FCC / DPE-AP – 2018) Mário adquiriu um pequeno sítio em área próxima ao Município de
Água Branca do Amapari, onde pretendia realizar cultivo agrícola para o sustento de sua
família. Entretanto, após a conclusão do negócio, veio a descobrir que o imóvel se encontra
em uma área de reserva permanente, de modo que não poderá utilizar o imóvel da maneira
como deseja. Neste caso, existem elementos para afirmar que o negócio pode ser anulado por
a) Lesão.
b) Erro acidental.
c) Erro essencial.
d) Estado de perigo.
e) Onerosidade excessiva.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou
por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
Não ocorreu tal vício, dado que somente após a conclusão do negócio Mário veio a descobrir que não
poderá utilizar o imóvel da maneira como deseja. A lesão é o prejuízo resultante de uma desporporção
entre as prestações de um contrato, no momento da sua celebração, ocasionando uma ruptura do
equilibrio contratual na fase de formação do negócio.
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga
a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
§1º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi
celebrado o negócio jurídico.”
Desta forma, a lesão é expressa enquanto o negócio está em formação, não podendo ser avaliada
posteriormente à celebração do negócio.
A alternativa B está incorreta, visto que o erro trata-se de um vício de consentimento, onde não há dolo
pois o agente se engana sozinho. O erro acidental expressa aspectos secundários, ou seja, ainda que
conhecido, haveria negócio.
Não é o que acontece no caso de Mário, dado que se este soubesse que o imóvel se encontra em uma
área de reserva permanente, não podendo assim utilizar da maneira como deseja, certamente não
celebraria o negócio.
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O erro acidental não gera anulabilidade do negócio, pode gerar apenas o abatimento no preço. Para que
o erro cause a anulação do negócio, é necessário que seja substancial, podendo ser quanto à pessoa
(error in persona), quanto ao objeto (error in corpore) ou quanto o negócio jurídico (error in negotio).
A alternativa C está correta, pois nesse caso existem elementos, como os Art. 138 e 139, para afirmar
que o negócio jurídico pode ser anulado por erro essencial.
CC. "Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro
substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do
negócio".
I - interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele
essenciais;"
O negócio é anulável, desde que o erro seja essencial (que é o caso), ou substancial.
a) O erro interessa à natureza do negócio, ou o erro incide sobre o objeto principal da declaração, ou
ainda se há erro quanto às qualidades essenciais.
b) O erro disser respeito à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração
de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante.
c) Erro de direito, e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio
jurídico.
Em tese, ninguém pode se escusar de cumprir a lei, alegando que não a conhece. No entanto, o erro de
direito pode justificar a anulação do negócio quando ele for o motivo para a prática daquele negócio.
A alternativa D está incorreta, porque o caso pode ser anulado por erro essencial, não estado de perigo
que é, de acordo com o Art. 156, quando alguém premido de forte necessidade de livrar-se de grave
dano, realiza negócio Jurídico com outrem. Sabendo dessa necessidade, em condições excessivamente
onerosas. Tal estado não corresponde com o narrado na questão por isso a alternativa está errada.
Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a
pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente
onerosa.
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá segundo
as circunstâncias
Da simples leitura do artigo, é possível definir que, sobretudo, a concepção de estado de perigo é
fundamentada na noção de necessidade. O necessitado assume a obrigação excessivamente onerosa
como forma de evitar um dano
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A alternativa E está incorreta, visto que o problema foi o imóvel se encontrar em uma área de reserva
permanente, não onerosidade excessiva.
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar
excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos
extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença
que a decretar retroagirão à data da citação.
10. (FCC - ARTESP - Especialista em Regulação de Transporte III - Direito- 2017) Fernando,
empresário individual, ciente de seu estado de insolvência, vendeu parte de seus estoques e,
na esperança de retomar o curso regular de seus negócios, decidiu pagar um de seus
fornecedores, cuja dívida ainda não estava vencida, em função do desconto oferecido e a
promessa de uma nova entrega com maior prazo para pagamento. A situação descrita
caracteriza
a) simulação, podendo ser anulada por terceiros prejudicados, tanto credores como os demais
fornecedores, se comprovada a intenção de frustrar direito alheio.
b) ato doloso, caracterizando, mais especificamente, o denominado dolus malus, que enseja a nulidade
do ato por presunção de sua lesividade.
c) erro substancial, não escusável, acarretando a anulabilidade do ato mediante ação judicial intentada
por eventuais prejudicados.
d) ato atentatório a direito de credores, somente sendo escusável se comprovada boa-fé objetiva.
e) fraude contra credores, podendo ser anulado judicialmente em ação intentada por aquele que
detenha crédito anterior ao quitado e tenha sido prejudicado pelo ato.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. O negócio jurídico simulado ocorre quando ambas as partes fingem,
aparentam realizar um negócio jurídico, quando na verdade este não existe. Neste ato, as partes
conscientemente manifestam a vontade de realizar o negócio jurídico, mas seus efeitos não são
desejados, mas existem apenas para encobrir ou disfarçar a sua verdadeira finalidade. Os quesitos, ou
elementos da simulação podem ser caracterizados como: a divergência premeditada da declaração e da
real intenção; o acordo simulado, ou seja, de conhecimento de ambas as partes que o negócio jurídico
não os vinculará verdadeiramente, mas somente para simulação diante a sociedade; e o objetivo de
enganar aqueles que não têm conhecimento da real intenção das partes, com este negócio jurídico
simulado (falso).
Por conta destas características adotou-se a nulidade desse negócio no Código Civil de 2002, que
anteriormente considerava-se anulável apenas o negócio simulado que tivesse intenção de prejudicar
ou lesar à terceiros, sendo que hoje o ato constitutivo desse negócio, por tratar-se de mera simulação,
nasce com um vício, impedindo de produzir efeitos. Assim trata o art. 167 do Código Civil à cerca do
tema: "É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância
e na forma.".
A alternativa B está incorreta. O dolo é caracterizado como um vício de consentimento, onde o agente
é induzido, propositalmente, a uma falsa ou distorcida percepção da realidade, bem como induzido ao
erro. Quanto a este, há duas distinções, o dolus bonus e o dolus malus. O último, refere-se a intenção de
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enganar viciando o consentimento, infligindo na vontade, a este ato que refere-se o art. 145 do Código
Civil, provendo-lhes a anulação do ato, ao dizer que: "São os negócios jurídicos anuláveis por dolo,
quando este for a sua causa.".
A alternativa C está incorreta. O erro é um vício de consentimento contido na manifestação da vontade,
caracterizado pela noção errônea ou imperfeita sobre uma pessoa, alguma coisa ou circunstância, sendo
a distinção entre a percepção de um negócio que a pessoa pensa ser de sua vontade e o real negócio que
não condiz com essa expectativa. O negócio é anulável, se provado o erro por inexperiência ou
ignorância, aos moldes do art. 138 do Código Civil, dizendo que: "São anuláveis os negócios jurídicos,
quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa
de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio.". Importante dizer que o erro deve partir
do indivíduo, enganando-se sozinho. Ainda, o erro pode ser substancial, que invalida o ato, devendo ser
de tamanha importância que sem ele o ato não seria celebrado; e o erro acidental, que pode ser
resolvido, não invalidando o ato.
A alternativa D está incorreta. O erro desta alternativa está em tratar como somente seria escusável
tratando-se de boa-fé, quando se trata de caso anulável, ou seja, deve ser reivindicada a anulação pela
parte lesada. Sendo assim, podemos ver ao que trata da boa-fé neste sentido o texto do art. 164 do
Código Civil, que diz: “Presumem-se, porém, de boa-fé e valem os negócios ordinários indispensáveis à
manutenção de estabelecimento mercantil, rural ou industrial, ou à subsistência do devedor e de sua
família".
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. É anulável o negócio jurídico fruto de fraude
contra credores, ou seja, diferentemente da nulidade absoluta, que caracteriza-se pela falta de elemento
substancial, é irreparável e imprescritível, a anulação deve ser pleiteada pela parte prejudicada, pode
ser convalidado e é prescritível, trazendo o código prazo certo para sua alegação. Assim trata o art. 158
do Código Civil, trazendo que: "Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se
os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão
ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.". Além disso traz o § 2° do
mesmo artigo que: “ Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação
deles.”.
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FCC
1. (FCC - SANASA Campinas - Analista Administrativo - Serviços Jurídicos- 2019) É nulo o ato
jurídico: I. Quando praticado por pessoa relativamente incapaz. II. Quando for ilícito seu
objeto. III. Quando não revestir a forma prescrita em lei. IV. Por vício resultante de coação.
Está correto o que consta APENAS de
a) I e IV.
b) I e II.
c) III e IV.
d) II e III.
e) I, II e III.
2. (FCC - TRF - 3ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Judiciária- 2019) Na celebração de contrato
de compra e venda, vendedor e comprador procederam com dolo, que foi a causa do negócio.
Nesse caso, de acordo com o Código Civil,
a) qualquer das partes poderá invocar o dolo da outra para anular o negócio, mas nenhuma delas poderá
reclamar indenização.
b) qualquer das partes poderá invocar o dolo da outra para anular o negócio, ou reclamar indenização.
c) nenhuma das partes poderá invocar o dolo da outra para anular o negócio, ou reclamar indenização.
d) qualquer das partes poderá invocar o dolo da outra para reclamar indenização, mas não para anular
o negócio.
e) somente a parte mais prejudicada poderá invocar o dolo da outra para anular o negócio, ou reclamar
indenização.
3. (FCC - DPE-AM - Analista Jurídico de Defensoria - Ciências Jurídicas- 2019) Lucas contraiu
diversas dívidas e, na iminência de tornar-se insolvente, passou a dispor do patrimônio que
lhe restava. Os negócios passíveis de anulação, em razão do reconhecimento da fraude contra
credores, pressupõem
a) que os atos de disposição do patrimônio do devedor insolvente tenham sido realizados a título
gratuito, tais como a doação sem encargo e a remissão de dívidas, não se aplicando tal anulabilidade
para atos onerosos de disposição ou transferência de bens.
b) a existência da dívida anterior à disposição ou transmissão do bem, a existência de atos gratuitos ou
onerosos que tenham a aptidão de tornar insolvente o devedor, e, somente no caso de atos onerosos,
exige-se a prova do consilium fraudis.
c) somente a existência de atos gratuitos ou onerosos que venham a tornar o devedor insolvente, sendo
irrelevante se a constituição da dívida foi anterior ou posterior ao ato, bem como a prova do consilium
fraudis.
d) somente a existência de consilium fraudis, independente de ser o ato gratuito ou oneroso, anterior
ou posterior à constituição do crédito.
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e) a existência da dívida anterior à disposição, a existência de atos gratuitos ou onerosos que venham
tornar o devedor insolvente, e, em qualquer caso, a prova do consilium fraudis.
6. (FCC / SEAD-AP – 2018) Antenor e Amélia, pai e filha, adquiriram um imóvel para nele juntos
residirem. Em razão de dificuldades financeiras, Antenor e Amélia, por preço justo,
venderam-no a Pedro. Embora fosse contrária à venda, Amélia aceitou participar de sua
realização apenas pelo receio de desapontar Antenor, a quem respeitava profundamente. Em
tal cenário, agiu Amélia sob
a) Estado de perigo, sendo nulo o negócio jurídico.
b) Coação, sendo anulável o negócio jurídico.
c) Erro, sendo válido o negócio jurídico.
d) Lesão, sendo anulável o negócio jurídico.
e) Temor reverenciai, sendo válido o negócio jurídico.
7. (FCC / PREFEITURA DE CARUARU-PE – 2018) No tocante aos defeitos dos negócios jurídicos,
a) A fraude contra credores acarreta a nulidade dos contratos, onerosos ou gratuitos, podendo a
ação Pauliana ser proposta somente pelos credores quirografários.
b) Tanto o dolo essencial ou principal, como o dolo acidental, anulam o que foi contratado pelas
partes.
c) O temor reverencial equipara-se à coação quanto aos efeitos jurídicos decorrentes de sua
caracterização.
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d) A lesão sempre conduzirá à anulação da avença, por se tratar de situação jurídica que não admite
sua convalidação.
e) São anuláveis quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser
percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio.
8. (FCC / ALESE – 2018) Temendo a desaprovação moral de seu pai, por quem nutre profundo
respeito, Pedro matriculou-se no curso superior de Direito, mesmo não sendo esta sua
vontade verdadeira. De acordo com o Código Civil, tal ato é
a) Anulável, pois foi praticado mediante coação, que pode ser física ou moral.
b) Nulo, pois foi praticado mediante coação, que pode ser física ou moral.
c) Insuscetível de anulação, pois o mero temor reverencial não vicia a declaração da vontade.
d) Nulo, pois o temor reverencial, embora não configure coação, também constitui vício do negócio
jurídico. ==b843b==
e) Anulável, pois o temor reverencial, embora não configure coação, também constitui vício do
negócio jurídico.
9. (FCC / DPE-AP – 2018) Mário adquiriu um pequeno sítio em área próxima ao Município de
Água Branca do Amapari, onde pretendia realizar cultivo agrícola para o sustento de sua
família. Entretanto, após a conclusão do negócio, veio a descobrir que o imóvel se encontra
em uma área de reserva permanente, de modo que não poderá utilizar o imóvel da maneira
como deseja. Neste caso, existem elementos para afirmar que o negócio pode ser anulado por
a) Lesão.
b) Erro acidental.
c) Erro essencial.
d) Estado de perigo.
e) Onerosidade excessiva.
10. (FCC - ARTESP - Especialista em Regulação de Transporte III - Direito- 2017) Fernando,
empresário individual, ciente de seu estado de insolvência, vendeu parte de seus estoques e,
na esperança de retomar o curso regular de seus negócios, decidiu pagar um de seus
fornecedores, cuja dívida ainda não estava vencida, em função do desconto oferecido e a
promessa de uma nova entrega com maior prazo para pagamento. A situação descrita
caracteriza
a) simulação, podendo ser anulada por terceiros prejudicados, tanto credores como os demais
fornecedores, se comprovada a intenção de frustrar direito alheio.
b) ato doloso, caracterizando, mais especificamente, o denominado dolus malus, que enseja a nulidade
do ato por presunção de sua lesividade.
c) erro substancial, não escusável, acarretando a anulabilidade do ato mediante ação judicial intentada
por eventuais prejudicados.
d) ato atentatório a direito de credores, somente sendo escusável se comprovada boa-fé objetiva.
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e) fraude contra credores, podendo ser anulado judicialmente em ação intentada por aquele que
detenha crédito anterior ao quitado e tenha sido prejudicado pelo ato.
GABARITO
1. SANASA Campinas D 6. SEAD-AP E
2. TRF - 3ª REGIÃO C 7. PREFEITURA DE CARUARU-PE E
3. DPE-AM B 8. ALESE C
4. DPE-SP C 9. DPE-AP C
5. TRF-3 C 10. ARTESP E
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Se os elementos de existência estão presentes (uma pessoa assina um contrato e a outra, após assinar,
promete cumprir certa obrigação), é necessário verificar se eles estão aperfeiçoados. Se sim, o ato é válido;
se não, se há um déficit, o ato é inválido.
Dizer que um negócio é válido, significa dizer que o negócio jurídico é perfeito, portanto.
Assim, a invalidade (nulidade ou anulabilidade) é uma sanção àquele que infringe as normas jurídicas, no
plano privado. O Direito trabalha com sanções e, aqui, a sanção é dizer que o negócio jurídico, apesar de
existente, não vale.
Esse não vale pode ser muito sério. Tão sério que eu digo que ele nunca valeu nem nunca poderá valer
(chamo isso de nulidade). Menos sério, digo que ele valia, apesar de agora não valer, e que poderia vir a
valer, se cumpridos alguns requisitos (chamo isso de anulabilidade).
As invalidades, portanto, tratam da intensidade da sanção. É como quando alguém faz alguma coisa que
deixa você chateado. Pode ser que seja algo muito sério, humilhante, ou pode ser apenas uma brincadeira
de mau gosto que passou dos seus limites.
No primeiro caso, você simplesmente ignora o que a pessoa fez? E no segundo caso, vai sair xingando e
brigando? Claro que não. A sanção que você vai imputar à pessoa depende da intensidade do ato da pessoa.
Isso depende de pessoa pra pessoa, mas no Direito não posso ter essa abertura. O Direito Civil, por isso,
estabelece algumas regras para saber se vai sair da porrada ou se vai apenas ficar #xatiado com o ato inválido
que você praticou.
Falo, agora, da validade nos atos jurídicos em sentido amplo. Dividem-se em duas categorias, os atos nulos
e os atos anuláveis, segundo os arts. 166 e 171, respectivamente do Código Civil.
2 – Nulidades
As nulidades são as invalidades mais graves vinculadas aos negócios jurídicos. A ação para nulificação de um
ato jurídico é uma ação declaratória, ou seja, o ato já é nulo, mas é necessária uma declaração judicial a
respeito.
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Como regra, as nulidades podem ser alegadas por qualquer interessado, ou pelo Ministério Público,
quando lhe couber intervir, segundo dicção do art. 168 do Código Civil. Por isso, segundo o parágrafo único
desse mesmo artigo, as nulidades devem ser pronunciadas de ofício pelo juiz, quando conhecer do negócio
jurídico.
Nem o juiz, nem as partes podem suprir, assim, uma nulidade. Isso impede, também, que o negócio jurídico
nulo seja confirmado pelas partes (Ah, eu sei que é nulo, mas confirmo o negócio mesmo assim!).
Igualmente, não se permite que o negócio nulo convalesça pelo decurso do tempo (prescrição ou
decadência), segundo o art. 169 do Código Civil. Assim, não há prazo para reclamar das nulidades, mesmo
que se tenha passado já muito tempo do negócio jurídico viciado.
Por isso, a eficácia da declaração de nulidade retroage à data do ato e faz com que as partes retornem à
situação anterior. É como se o negócio nunca tivesse valido, como se fosse viciado desde sempre.
NULIDADES
No entanto, o art. 170 do Código Civil traz uma peculiaridade, a chamada conversão substancial do negócio
jurídico nulo.
Se um negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, válido, subsiste o válido quando o fim a que
visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade. É o caso de um
contrato de compra e venda de um bem de valor superior a 30 salários mínimos.
Qual é a forma dele? Pública, por causa do valor. E se eu não seguir a forma pública e fizer um contrato
particular? Ele é nulo.
Tem como salvar? Tem, convertendo esse contrato de compra e venda em um compromisso de compra e
venda, que não exige forma pública, por força do art. 462 (“O contrato preliminar, exceto quanto à forma,
deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado”).
As nulidades se encontram nos arts. 166 e 167 do Código Civil, sendo que são imprescritíveis (incaducáveis).
Quais são as hipóteses de nulidade?
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B. Objeto: quando tiver objeto (i) ilícito, (ii) impossível ou (ii) indeterminável
C. Causa: (i) o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito, ou (ii) tiver por
objetivo fraudar lei imperativa, ou (iii) for simulado
D. Forma: (i) não revestir a forma prescrita em lei ou (ii) for preterida alguma solenidade
que a lei considere essencial para a sua validade
E. Virtual: a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção)
A) Sujeito
Realizar um negócio jurídico com indivíduo absolutamente incapaz (menores de dezesseis anos, segundo o
art. 3º do Código Civil), tem como consequência, prevista no art. 166, inc. I, a nulidade de atos.
Por razões biológicas e históricas, até os 16 anos é a pessoa incapaz, não podendo praticar qualquer ato
jurídico. A realização desses atos se dá pelo representante. Cuidado! Sua prova pode questionar se todos
os atos praticados pelo absolutamente incapaz são nulos. Se você ler o art. 166, inc. I, sem o devido
cuidado, pode dizer que sim.
Vale dizer que o ato praticado pelos absolutamente incapazes, caso seja de pequena monta, é
válido, ou os absolutamente incapazes não poderiam celebrar qualquer tipo de negócio. É só
imaginar uma pessoa com 13 anos. Quer dizer que a entrada de cinema que ela comprou é nula? Ou
a roupa pela qual pagou no shopping? Obviamente que não.
B) Objeto
C) Causa
O motivo, é a razão, o porquê do negócio. Em regra, o motivo é irrelevante, pois relevante é a causa, o fim
do negócio (o para quê).
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Assim, se eu adquiro seu carro para ir ao trabalho, para curtir o fim de semana, para usar como carro de fuga
num assalto a banco, para transportar tóxicos ilícitos pela fronteira terrestre brasileira ou para atropelar um
desafeto e simular um acidente, isso é completamente irrelevante para o negócio jurídico entabulado,
normalmente.
Porém, a razão, o motivo, pode ser relevante, quando o motivo declarado for ilícito. Se o
motivo for ilícito, é nulo, conforme determina o art. 166, inc. III do Código Civil.
O motivo determinante ilícito tem que ser comum aos contraentes. Ou seja, se um sabia
e o outro não, o motivo determinante não é ilícito, como nos exemplos que eu dei acima;
se eu comprei o carro para sequestrar pessoas, a compra e venda é válida, já que você
não sabia disso.
Igualmente, se o objetivo é fraudar lei imperativa, o negócio jurídico é ilícito. É o caso em que eu faço um
contrato no qual eu e você loteamos as licitações que participaremos e deixaremos de participar, de modo
a obter da Administração Pública preços melhores. O Objetivo claramente é o de fraudar a Lei de Licitações.
Por fim, a simulação. A simulação está contida no art. 167 do Código Civil que prevê a nulidade do negócio
jurídico simulado, mas estabelece que o negócio dissimulado subsiste, se válido for na substância e na
forma. Mas, quando haverá simulação? O § 1º do artigo traz, nos incisos, as situações de simulação, de
maneira exemplificativa:
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou
transmitem (compra e venda de imóvel por “laranja”);
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira (compra e venda de um imóvel
gratuitamente para o adúltero);
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados (faço um recibo pós-datado, para usar
como prova, ou pagar menos tributos).
A simulação absoluta ocorre quando ato algum é realizado, ao passo que que na relativa há um ato, que
simula outro, dissimulado.
Se faço a doação de um valor que jamais saiu do meu patrimônio temos uma simulação absoluta. Fiz essa
doação apenas para poder argumentar na Receita Federal ou numa execução movida pelos credores que
estou sem dinheiro, que não tenho patrimônio. Eu, na realidade, escondo esse dinheiro, mas ficticiamente
ele saiu do meu patrimônio.
Agora, se um homem simular a venda de seu imóvel para sua amante, quando na verdade o deu, a simulação
é relativa. O objetivo dele era evitar que a esposa e os filhos tentassem retomar o bem doado (art. 555 do
Código Civil), fingindo ter feito uma venda.
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Mas, houve um negócio? Sim, a doação, encoberta, dissimulada por uma compra e venda falsa, simulada.
Nesses casos, o ato jurídico dissimulado subsiste, mas o negócio jurídico simulado é nulo. De qualquer
sorte, em regra, os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico simulado
são preservados, na dicção do art. 167, §2º.
D) Forma
Todo ato tem forma, já que a forma é, nos atos jurídicos, o modo de manifestação da vontade. O próprio
silêncio, em certas situações, é uma forma de manifestar a vontade, quando as circunstâncias ou os usos o
autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa, elucida o art. 111
Pode haver mesmo um negócio jurídico celebrado sem qualquer verbalização, como ocorre na compra e
venda de um refrigerante numa máquina. A forma desse negócio jurídico é o comportamento concludente
(o apertar o botão conclui a compra e venda).
==b843b==
O art. 107 evidencia isso ao dispor que a validade da declaração de vontade não depende de forma especial,
exceto quando a lei expressamente a exigir.
E) Virtual
As nulidades virtuais são complexas, mas estão presentes não na Parte Geral do Código Civil, pelo que você
pode se tranquilizar. Basta saber que se houver um artigo do Código Civil dizendo não pode fazer isso, sem
dizer qual é a consequência, a consequência é a nulidade.
São muitos os exemplos que podem ser extraídos do Código Civil. Por exemplo, o art. 487 (“É lícito às partes
fixar o preço em função de índices ou parâmetros, desde que suscetíveis de objetiva determinação”) proíbe
que se faça uma compra e venda cujo preço se fixe por parâmetro subjetivo.
É o caso de eu comprar o seu carro e o valor que pagarei se vincula ao índice de bom humor dos seus filhos.
Esse é um parâmetro subjetivo. E se fizermos esse contrato? Nulo.
Veja que o art. 487 do Código Civil não estabelece qual é a sanção para quem coloca um índice de bom humor
dos filhos no contrato. Caso típico de nulidade virtual.
Não se pode renunciar antecipadamente o direito de revogar a liberalidade por ingratidão do donatário.
Colocou no contrato de doação uma cláusula dizendo não poderei revogar a doação por ingratidão do
donatário, em qualquer hipótese? A cláusula é nula, por aplicação do art. 556 do Código Civil, que se vale da
regra do art. 167, inc. VII, do mesmo Código.
Como saber que se está diante de uma nulidade virtual? A parte final do art. 167, inc. VII, do
Código Civil, esclarece que é nulo o negócio jurídico quando a lei lhe proibir a prática, sem
cominar sanção. Assim, se determinado ato for proibido, mas não houver sanção por sua
prática, entende-se que ele é nulo.
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3 – Anulabilidades
As anulabilidades são as invalidades menos graves vinculadas aos negócios jurídicos. A ação para anulação
de um ato jurídico é uma ação anulatória, ou seja, o ato é válido, mas pode ser invalidado por uma decisão
judicial.
O rol geral das anulabilidades está no art. 171 do Código Civil. No entanto, existem N hipóteses de
anulabilidade previstas ao longo de todo o Código.
Ao contrário das nulidades, as anulabilidades podem ser alegadas somente pelos interessados, segundo o
art. 177 do Código Civil. Por isso, segundo esse mesmo dispositivo, as anulabilidades não podem ser
pronunciadas de ofício pelo juiz, quando conhecer do negócio jurídico.
Assim, se compro o carro porque você dolosamente mentiu para mim sobre uma característica dele, posso
anular esse negócio e receber meu dinheiro de volta. Se eu e minha esposa compramos, a anulação
aproveita a ele, porque o carro é um objeto indivisível (se fosse um objeto divisível, como um bolo, só se
poderia anular metade do negócio, porque o objeto seria divisível).
Daí o negócio anulável poder ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiros, segundo regra do art.
172. Para isso, claro, a confirmação precisa ser incisiva, com vontade expressa de mantê-lo (sei que o carro
não tem as características que você tinha, mas confirmo).
Essa confirmação nem precisa ser expressa, quando o negócio já foi cumprido em parte pelo devedor, ciente
do vício que o inquinava, nos termos do art. 174. Estou lá pagando o carro a prazo, descubro o seu dolo e
continuo pagando até o fim, por exemplo.
Com a confirmação extinguem-se todas as ações, ou exceções, de que contra ele dispusesse o devedor, a
rigor, pelo teor do art. 175 do Código Civil. Ou seja, mesmo sabendo do vício as partes decidem o fazer e o
confirmam.
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ANULABILIDADES
Por isso, as anulabilidades caducam. O art. 178 do Código Civil estabelece 4 anos de prazo de decadência
para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado:
Quando, porém, a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a
anulação, será o prazo de 2 anos, a contar da data da conclusão do ato, segundo o art. 179 do Código Civil.
Quando for anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao estado em que antes dele se achavam.
É o caso do art. 496 do Código Civil (“É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros
descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido”). Qual é o prazo para anular
essa doação?
O art. 496 não diz, mas ao art. 179 do Código Civil diz. No silêncio, o prazo é de 2 anos.
Por fim, em harmonia com o princípio da conservação dos negócios jurídicos, o art. 184 do Código Civil
estabelece que:
Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida,
se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas não
induz a da obrigação principal.
Primeiro. Eu comprei vários produtos seus, por meio de um único contrato de compra e venda. Somente em
um deles você agiu com dolo, me enganando.
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Dá pra separar a parte boa da parte bichada? Dá, separa e salva o que presta e joga fora a parte estragada.
É tipo aquele pão que está com um bolor esverdeado e você corta ele fora e come o restante (crianças, não
tentem reproduzir isso em casa, o experimento foi feito por um profissional habilitado).
Segundo. Tem uma parte principal e uma parte acessória. Se a parte principal é anulável, a acessória
também. Imagine que você me vende um carro, com dolo, e eu assino um contrato no qual você também
prestará a manutenção dele. Anulada a compra e venda, anula-se também a prestação de serviços.
É só imaginar você e suas roupas. O que acontece quando você fica debaixo da chuva? Suas roupas (que são
seus acessórios) ficam todas molhadas também.
Terceiro. Tem uma parte principal e uma parte acessória. Se a parte acessória é anulável, a principal não se
anula. Imagine que você me vende um carro, sem dolo, e eu assino um contrato no qual você também
prestará a manutenção dele, este doloso. Anulada prestação de serviços, subsiste a compra e venda.
Ao contrário, imagine que você deixou suas roupas no varal, e chove. Elas ficam molhadas, mas você, dentro
de casa, continua seco.
As anulabilidades se encontram no art. 171 do Código Civil, sendo que se sujeitam a diferentes prazos de
decadência, como visto. Quais são as hipóteses de anulabilidade?
B. Defeitos do negócio jurídico: por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de
perigo, lesão ou fraude contra credores
A) Sujeito
Prevista no art. 171, inc. I, do Código Civil, a falta de assentimento trata da incapacidade relativa. O
assentimento tem o sentido de aprovação, autorização.
O correto não é dizer que a incapacidade relativa traz a anulabilidade, mas a falta de assentimento do
responsável. Quando isso ocorrerá? Nas situações do art. 4º:
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Lembro que o ato praticado pela pessoa com deficiência é válido, não nulo nem anulável. Quem pratica o
ato é sempre a própria pessoa reputada incapaz. Porém, os pais, tutores ou curadores devem assentir, seja
no mesmo ato ou posteriormente, segundo dispõe o art. 176 do Código Civil.
Ao contrário, no caso de absolutamente incapaz, os atos são praticados pelo representante legal, em nome
dele. Nesse caso não é a própria pessoa que pratica o ato. Por isso, o ato praticado pelo absolutamente
incapaz, pessoalmente, é nulo.
E se o representante legal do absolutamente incapaz, mais tarde, autorizar o ato? Ele continua sendo nulo.
E se os assistentes do relativamente incapazes assentirem mais tarde? O art. 176 do Código Civil diz que o
ato será, então, validado.
De toda forma, ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anulada, pagou a um incapaz, se não
provar que reverteu em proveito dele a importância paga, determina o art. 181 do Código Civil. Ademais,
excepcionam a regra as situações previstas no art. 180 do Código:
O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de uma obrigação, invocar a sua idade se
dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior.
No caso dos defeitos dos negócios jurídicos (arts. 138 a 165), o negócio daí resultante é anulável. Assim, em
havendo erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores, anula-se o ato.
Erro é a falsa representação psicológica da realidade. Dolo é induzir alguém em erro. Coação ocorre
quando há uma pressão que gera medo. Estado de perigo se vê quando existe medo de não se salvar.
Lesão é a galinha morta. Fraude contra credores existe quando oculto meu patrimônio, fraudulentamente.
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FCC
A alternativa A está incorreta, pois afirma que o juiz pode suprir as nulidades do negócio se houver
pedido expresso das partes, porém o Art. 168 dispõe que não é permitido ao juiz suprir tais nulidades,
ainda que haja requerimento das partes.
Art. 168. Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio
jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a
requerimento das partes.
A alternativa B está correta, pois expressa que serão nulos os negócios jurídicos simulados, mas
subsistirão os dissimulados, se válidos forem na substância e na forma, estando de acordo com o art.
167, que dispõe que é nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou.
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na
substância e na forma.
A nulidade do negócio ocorre quando o ato, mesmo com todos os elementos necessários para a
existência do negócio, foi praticado com violação da lei, da ordem pública, dos bons costumes ou com
incoerência relativa à forma legal.
A forma é o meio pelo qual se exterioriza a manifestação de vontade nos negócios jurídicos, para que
possam produzir efeitos jurídicos. Sendo que se forem exteriorizados de forma ou substância
(conteúdo) diversas da prevista em lei, quando há essa previsão, o negócio jurídico não terá validade,
uma vez que não preencheu os requisitos da forma e substância.
A alternativa C está incorreta, pois os negócios jurídicos considerados nulos, de acordo com o Art. 169,
não são suscetíveis de confirmação, nem convalescem, ou seja, não se reestabelecem pelo decurso do
tempo.
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Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do
tempo.
A alternativa D está incorreta, uma vez que se a anulabilidade do ato resultar da falta de autorização
de terceiro, poderá retomar à normalidade caso haja a autorização posterior, de acordo com o Art. 176:
Art. 176. Quando a anulabilidade do ato resultar da falta de autorização de terceiro, será validado se
este a der posteriormente.
A alternativa E está incorreta, pois o prazo de decadência do pleito não é de dois anos, mas sim de
quatro anos, de acordo com o Art. 178:
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico,
contado:
2. (FCC / ALESE – 2018) Nicolas, agindo com dolo, induziu Erick a lhe vender um veículo por
valor muito menor que o de mercado. Erick, ao descobrir que havia sido induzido em erro,
ratificou expressamente o ato, permanecendo com o veículo. Passado um ano e meio, Erick
a) Não poderá ajuizar ação de anulação, pois a confirmação expressa do ato anulável implica
extinção de todas as ações, ou exceções, de que o credor dispusesse contra o devedor.
b) Poderá ajuizar ação declaratória de nulidade, pois o dolo gera a nulidade do ato, não sendo
passível de confirmação, ainda que expressa, nem convalesce com o passar do tempo.
c) Poderá ajuizar ação anulatória, pois o ato anulável não é passível de confirmação.
d) Não poderá ajuizar ação declaratória de nulidade, pois, depois de um ano da celebração do
contrato, operou-se a decadência.
e) Não poderá ajuizar ação de anulação, pois, depois de um ano da celebração do contrato, operou-
se a prescrição.
Comentários
A alternativa A está correta, pois após um ano e meio Erick não poderá ajuizar ação de anulação sob o
negócio por já ter ocorrido a confirmação expressa ou a execução voluntária do negócio, conforme
dispõe o Art. 175 do Código Civil:
Art. 175. A confirmação expressa, ou a execução voluntária de negócio anulável, nos termos dos Arts.
172 a 174, importa a extinção de todas as ações, ou exceções, de que contra ele dispusesse o devedor.
Ou seja, após, voluntariamente, firmar um negócio anulável, o credor perde os direitos de impor sob o
credor qualquer tipo de ação ou exceção que pudesse haver, sendo assim, o negócio perde a
possibilidade de ser anulado.
A alternativa B está incorreta, uma vez que o dolo gera a anulabilidade, e não a nulidade, conforme
aponta a questão. Vide Art. 145:” São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua
causa”.
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É considerado nulo todo ato que, mesmo contendo os elementos necessários, foi exercido mediante a
violação da lei, da ordem pública, dos bons costumes ou em contradição à forma legal, como citado no
Art. 166: é nulo o negócio jurídico quando:
III-for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;
Enquanto a anulabilidade do ato é um defeito de menor gravidade, dizendo respeito aos atos que, de
acordo com o art. 171:
II-por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. 395
A alternativa C está incorreta, visto que o ato anulável é passível de confirmação, de acordo com o Art.
172:
Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro.
A confirmação do negócio jurídico não cria um novo negócio, apenas ocasiona o aperfeiçoamento de um
negócio defeituoso já existente.
Quando confirmado o negócio jurídico anulável, extinguem-se todas as ações fundadas nessa causa de
anulação, de acordo com o Art. 175, tornando-se perfeito como se nenhum erro tivesse existido, salvo
por eventuais direitos de terceiros que possam vir a ser prejudicados.
A alternativa D está incorreta, ao afirmar que depois de um ano da celebração do contrato se opera a
decadência, pois há ainda a possibilidade de ajuizar a ação, considerando que o prazo de decadência do
pleito é de quatro anos, de acordo com o Art. 178:
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico,
contado:
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o
negócio jurídico;
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No caso, o problema não está na decadência, mas sim por já ter ocorrido a confirmação expressa ou a
execução voluntária do negócio, conforme dispõe o Art. 175 do Código Civil:
Art. 175. A confirmação expressa, ou a execução voluntária de negócio anulável, nos termos dos Arts.
172 a 174, importa a extinção de todas as ações, ou exceções, de que contra ele dispusesse o devedor.
A alternativa E está incorreta, ao utilizar o termo “prescrição” para definir, porque não se opera a
prescrição, mas sim a decadência. Entretanto, no caso concreto, a decadência também não ocorreu, o
que houve foi a convalidação do negócio, conforme exposto na alternativa A: após um ano e meio Erick
não poderá ajuizar ação de anulação sob o negócio por já ter ocorrido a confirmação expressa ou a
execução voluntária do negócio, conforme dispõe o Art. 175 do Código Civil.
Desta forma, se não tivesse ocorrido a convalidação do negócio, o termo a se utilizar seria “decadência”
e seria necessário um período de quatro anos, conforme o art. 178:
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico,
contado:
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o
negócio jurídico;
3. (FCC / ALESE – 2018) Com o objetivo de doar um veículo de alto valor para sua concubina,
Paulo simulou uma compra e venda. O ato simulado é
a) Anulável e sua invalidação poderá ser requerida por qualquer interessado ou pelo Ministério
Público, quando lhe couber intervir, não convalescendo pelo decurso do tempo.
b) Nulo e sua invalidação poderá ser requerida, no prazo decadencial de 4 anos, pela parte que
houver sido prejudicada ou pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir.
c) Anulável e sua invalidação poderá ser requerida apenas pela parte que houver sido prejudicada,
no prazo prescricional de 4 anos.
d) Nulo e sua invalidação poderá ser requerida por qualquer interessado ou pelo Ministério Público,
quando lhe couber intervir, não convalescendo pelo decurso do tempo.
e) Nulo, mas subsiste o que se dissimulou, ainda que contenha forma diversa da prescrita em lei.
Comentários
A alternativa A está incorreta, o ato não é anulável, ele é nulo. Como dispõe o Código Civil:
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na
substância e na forma.
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O ato nulo possui invalidade ex tunc, ou seja, para o ordenamento jurídico nunca existiu, nunca foi
considerado válido. O ato anulável, por outro lado, pode ser confirmado pelas partes quando não houver
prejuízo a direito de terceiros, voltando a ser válido como se o defeito nunca tivesse existido, tal
possibilidade não existe para os atos nulos.
A alternativa B está incorreta, pois não existe prazo de decadência para um negócio nulo, pois este
possui invalidade ex tunc, ou seja, perante o ordenamento jurídico ele nunca existiu, nunca foi válido,
se comprovada sua nulidade. De acordo com o art. 169: “O negócio jurídico nulo não é suscetível de
confirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo”
Porém, a segunda afirmação da alternativa está correta, pois está expresso no Art. 168 que qualquer
parte interessada ou o Ministério Público pode executar a alegação de nulidade do ato ou do negócio.
Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado, ou pelo
Ministério Público, quando lhe couber intervir.
A Alternativa C está incorreta, pois o negócio simulado não é anulável, é nulo. O negócio nulo,
diferentemente do negócio anulável que pode ser confirmado pelas partes, tem efeito ex tunc, ou seja,
nunca foi válido perante ao ordenamento.
A segunda afirmação da alternativa também está incorreta, pois o pedido de nulidade pode ser feito por
qualquer interessado ou Ministério Público (quando lhe couber intervir) e não há prazo de decadência
pois o ato nulo não convalesce pelo decurso de tempo
A alternativa D está correta, sendo o negócio é nulo, podendo a nulidade ser apontada por qualquer
interessado ou pelo Ministério Público, e não convalescendo pelo decurso do tempo, ou seja, não já um
prazo de decadência para o apontamento da nulidade do ato ou do negócio, conforme expresso nos
artigos 167, 168 e 169.
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na
substância e na forma.
Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado, ou pelo
Ministério Público, quando lhe couber intervir.
Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do
tempo.
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A alternativa E está incorreta, pois o negócio é nulo, mas subsistirá o que se dissimulou, se for válido
na substancia e na forma de acordo com a lei, ao contrário do que está disposto na alternativa.
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na
substância e na forma.
A forma é o meio pelo qual se exterioriza a manifestação de vontade nos negócios jurídicos, para que
possam produzir efeitos jurídicos. Sendo que se forem exteriorizados de forma ou substância
(conteúdo) diversas da prevista em lei, quando há essa previsão, o negócio jurídico não terá validade,
uma vez que não preencheu os requisitos da forma e substância.
Ou seja, não pode o conteúdo dissimulado estar de forma diversa ao que está prescrito em lei.
Comentários
A alternativa A está incorreta, visto que quando o negócio apresenta um objeto, ou, como dito na
alternativa, o motivo determinante, comum entre ambas as partes for ilícito, o negócio é nulo, e não
anulável, como expresso no Art. 166.
O negócio ou ato nulo viola normas de interesses públicos, podendo ser alegado por qualquer
interessado, incluindo o Ministério Público, não há possibilidade de convalidação e não se sujeita a
decadência ou prescrição. Em contrapartida, os atos anuláveis são apontados apenas pela parte
diretamente prejudicada, pode ser confirmado caso haja defeito, tornando-se um negócio valido, como
se o defeito nunca tivesse existido, e se submete a um prazo de decadência disposto por lei.
A alternativa B está correta, pois sua redação está em perfeita sintonia com a redação do art. 177 do
Código Civil:
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Art. 177. A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença, nem se pronuncia de ofício; só
os interessados a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de
solidariedade ou indivisibilidade.
A alternativa C está incorreta, visto que a afirmativa dispõe que o negócio jurídico nulo pode ser
confirmado e ratificado, contudo o negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação.
Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do
tempo.
O negócio jurídico passível de confirmação é o negócio anulável, pois o defeito pode vir a ser reparado,
e desta forma o negócio volta a surtir efeitos perfeitamente como se o defeito nunca tivesse existido,
enquanto o negócio nulo, por ter efeito ex tunc, após a declaração de nulidade, adere um estado de
inexistência perante ao ordenamento jurídico.
A alternativa D está incorreta, uma vez que o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do
negócio jurídico é de quatro anos, não de dois, de acordo com o Art. 178:
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico,
contado:
II- no erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio
jurídico;
A alternativa E está incorreta, dado que é nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se
dissimulou, se for válido na substância e na forma, em conformidade com a lei, como expresso no art.
167:
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na
substância e na forma.
A forma é o meio pelo qual se exterioriza a manifestação de vontade nos negócios jurídicos, para que
possam produzir efeitos jurídicos. Sendo que se forem exteriorizados de forma ou substância
(conteúdo) diversas da prevista em lei, quando há essa previsão, o negócio jurídico não terá validade,
uma vez que não preencheu os requisitos da forma e substância.
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c) São anuláveis os negócios jurídicos quando não revestirem a forma prescrita em lei.
d) O negócio jurídico nulo não é passível de retificação, mas convalesce pelo decurso do tempo.
e) Nulo o negócio jurídico decorrente de lesão, estado de perigo, dolo ou fraude contra credores.
Comentários
A alternativa A está correta, uma vez que sua redação corresponde com o artigo 167 do CC:
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na
substância e na forma.
A forma é o meio pelo qual se exterioriza a manifestação de vontade nos negócios jurídicos, para que
possam produzir efeitos jurídicos. Sendo que se forem exteriorizados de forma ou substância
(conteúdo) diversas da prevista em lei, quando há essa previsão, o negócio jurídico não terá validade,
uma vez que não preencheu os requisitos da forma e substância.
A alternativa B está incorreta, pois as nulidades de um negócio podem ser alegadas por qualquer
interessado, ou pelo Ministério Público (quando lhe couber intervir), enquanto a alternativa expressa
que só podem ser alegadas pelas partes que dele participem ou pelo Ministério Público quando se tratar
de matéria de sua atribuição.
Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado, ou pelo
Ministério Público, quando lhe couber intervir.
Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio jurídico
ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a
requerimento das partes.
O erro está na afirmação de que apenas participantes do negócio podem apontar a nulidade, quando na
verdade esta pode ser apontada por qualquer interessado, e pelo Ministério Público sempre quando
couber sua intervenção.
A alternativa C está incorreta, pois o negócio jurídico, quando não revestir a forma prescrita em lei, é
nulo, e não anulável, de acordo com o Art. 166:
O negócio ou ato nulo viola normas de interesses públicos, podendo ser alegado por qualquer
interessado, incluindo o Ministério Público, não há possibilidade de convalidação e não se sujeita a
decadência ou prescrição. Em contrapartida, os atos anuláveis são apontados apenas pela parte
diretamente prejudicada, pode ser confirmado caso haja defeito, tornando-se um negócio valido, como
se o defeito nunca tivesse existido, e se submete a um prazo de decadência disposto por lei.
A forma é o meio pelo qual se exterioriza a manifestação de vontade nos negócios jurídicos, para que
possam produzir efeitos jurídicos. Sendo que se forem exteriorizados de forma ou substância
(conteúdo) diversas da prevista em lei, quando há essa previsão, o negócio jurídico não terá validade,
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uma vez que não preencheu os requisitos da forma e substância. Está diretamente ligada com a vontade,
da maneira que ela é exteriorizada. Para que possa haver eficácia no negócio jurídico, a vontade deve
ser manifestada através de um meio determinado pela norma jurídica ou pelos próprios interessados,
essa vontade deve ser querida, voluntaria, não podendo haver nenhum tipo de vicio ou coação, pois é
neste momento da exteriorização da vontade que ocorre a efetiva criação do fenômeno jurídico
almejado pelo seu agente. Uma vez que o contrato é firmado, a possibilidade de anulação é extinta.
A alternativa D está incorreta, visto que o negócio jurídico nulo não convalesce pelo decurso do tempo,
o Art. 169 dispõe: O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso
do tempo.
O negócio ou ato nulo viola normas de interesses públicos, podendo ser alegado por qualquer
interessado, incluindo o Ministério Público, não há possibilidade de convalidação e não se sujeita a
decadência ou prescrição, sendo nulos os negócios, de acordo com o Art. 166: “quando celebrado por
pessoa absolutamente incapaz; for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; o motivo
determinante, comum a ambas as partes, for ilícito; não revestir a forma prescrita em lei; for preterida
alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade; tiver por objetivo fraudar lei
imperativa; a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção”.
A alternativa E está incorreta, pois nos casos mencionados o negócio ou ato é anulável, e não nulo, de
acordo com o Art. 171:
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
O ato anulável tem um defeito de menor gravidade, quando comparado ao ato nulo. O efeito produzido
pelo ato nulo é o ex tunc, ou seja, seus efeitos são todos anulados, como se nunca tivesse existido,
enquanto o ato anulável cessa seus efeitos quando a anulabilidade é decretada, pelo efeito ex nunc, e
para de produzir efeitos, mas se o negócio for confirmado e o defeito for sanado, volta à normalidade
como se o defeito nunca tivesse existido.
6. (FCC / TRT - 2ª REGIÃO – 2018) No que concerne à invalidade do negócio jurídico, nos termos
preconizados pelo Código Civil, é correto afirmar:
a) Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará
na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a das obrigações
acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal.
b) Exigida a confirmação expressa de negócio anulável, mesmo quando o negócio já foi cumprido
em parte pelo devedor, ciente do vício que o inquinava.
c) Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a
anulação, será este de até um ano, a contar da data da conclusão do ato.
d) É nulo o negócio jurídico simulado, e também não subsistirá o que se dissimulou, ainda se válido
for na substância e na forma.
e) É de três anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio por vício resultante
de coação, contado, neste caso, do dia em que ela cessar.
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A alternativa A está correta, pois sua redação está em concordância com o Art. 184 do Código Civil:
Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará
na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a das obrigações
acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal.
A alternativa B está incorreta, pois a confirmação expressa do negócio é dispensada quando o devedor
já cumpriu parte do negócio.
Art. 174. É escusada a confirmação expressa, quando o negócio já foi cumprido em parte pelo devedor,
ciente do vício que o inquinava.
A confirmação é feita em negócios nos quais a anulação ocorreu, e após a confirmação o defeito é
restaurado e o negócio volta a surtir efeitos como se o defeito nunca tivesse existido, pois os negócios
anuláveis tem efeito ex nunc.
A alternativa C está incorreta, pois quando a lei expressa que determinado ato é anulável, sem
estabelecer prazo para o pleito da anulação, será este de dois anos, como prevê o Art. 179, e não de um
ano:
Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se
a anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato.
A alternativa D está incorreta, pois em um negócio jurídico simulado subsistirá o que se dissimulou,
conforme prevê o Art.167 do Código Civil.
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na
substância e na forma.
A forma e a substância são o meio pelo qual se exterioriza a manifestação de vontade nos negócios
jurídicos, para que possam produzir efeitos. Sendo que se forem exteriorizados de forma ou substância
(conteúdo) diversas da prevista em lei, quando há essa previsão, o negócio jurídico não terá validade,
uma vez que não preencheu os requisitos da forma e substância. Está diretamente ligada com a vontade,
da maneira que ela é exteriorizada. No caso, se a parte do negócio que se dissimulou está de acordo com
a forma e a substância, não havendo nenhum tipo de vicio, irá subsistir.
A alternativa E está incorreta, pois o prazo de decadência para o pleito de anulação de um negócio é
quatro anos, como estabelece o Art. 178:
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico,
contado:
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o
negócio jurídico;
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7. (FCC / TRT - 24ª REGIÃO – 2017) À luz do Código Civil, NÃO é nulo o negócio jurídico celebrado
entre duas partes quando
a) For preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade.
b) O motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito.
c) Tiver por objetivo fraudar lei imperativa.
d) For indeterminável o seu objeto.
e) Houver vício resultante de coação.
Comentários
A alternativa A está incorreta, visto que o negócio jurídico celebrado por duas partes quando for
preferida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade é um caso de nulidade
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;
A alternativa B está incorreta, pois o negócio jurídico celebrado entre duas partes, quando o motivo
determinante comum para ambas as partes for ilícito é causa de nulidade, de acordo com o art. 166,
inciso III:
É considerado nulo todo ato que, mesmo contendo os elementos necessários, foi exercido mediante a
violação da lei, da ordem pública, dos bons costumes ou em contradição à forma legal, como citado no
Art. 166.
A alternativa C está incorreta, dado que quando o negócio jurídico tiver por objeto fraudar a lei
imperativa, é nulo, de acordo com o art. 166, inciso VI:
A nulidade do negócio ocorre quando o ato, mesmo com todos os elementos necessários para a
existência do negócio, foi praticado com violação da lei, da ordem pública, dos bons costumes ou com
incoerência relativa à forma legal.
A alternativa D está incorreta, pois é nulo o negócio jurídico quando for indeterminável seu objeto, de
acordo com o Art. 166, inciso II:
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É considerado nulo todo ato que, mesmo contendo os elementos necessários, foi exercido mediante a
violação da lei, da ordem pública, dos bons costumes ou em contradição à forma legal, como citado no
Art. 166
A alternativa E está correta, pois é causa de anulabilidade se no negócio jurídico houver vício resultante
de coação.
art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado
temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com base nas
circunstâncias, decidirá se houve coação.
A coação, portanto, é o ato ou efeito de coagir. Ascendência de vontade de uma pessoa sobre outra a fim
de determinar o comportamento desta. Manifesta-se através de violência física ou grave ameaça (coação
moral).
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
8. (FCC / TRE-SP – 2017) Para se furtar à legislação eleitoral, Paulo transferiu para si
patrimônio da empresa na qual é sócio. Na sequência, simulou doar o dinheiro a candidato,
pela pessoa física. Na verdade, porém, foi a empresa quem realizou, de fato, a doação. O
negócio simulado é
a) Válido, se atender à forma prescrita em lei e não prejudicar direito de terceiros.
b) Nulo, matéria cognoscível de ofício, não se sujeitando a declaração de nulidade a prazo de
decadência ou de prescrição.
c) Anulável, dependendo, a sua invalidação, de provocação da parte, sujeita a prazo decadencial de
quatro anos.
d) Anulável, matéria cognoscível de ofício e não sujeita a prazo de decadência ou de prescrição.
e) Nulo, dependendo a sua invalidação de provocação da parte, sujeita a prazo decadencial de
quatro anos.
Comentários
A alternativa B está correta, dado que o negócio jurídico da questão fui simulado, sendo assim:
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Art. 167: É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na
substância e na forma.
Art. 169: O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do
tempo.
Art. 168, parágrafo único: As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio
jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a
requerimento das partes.
É considerado nulo todo ato que, mesmo contendo os elementos necessários, foi exercido mediante a
violação da lei, da ordem pública, dos bons costumes ou em contradição à forma legal, como citado no
Art. 166: “é nulo o negócio jurídico quando:
V- for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;
VII- a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção;”
Enquanto a anulabilidade do ato é um defeito de menor gravidade, dizendo respeito aos atos que, de
acordo com o art. 171:
II- por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
A nulidade do negócio ocorre quando o ato, mesmo com todos os elementos necessários para a
existência do negócio, foi praticado com violação da lei, da ordem pública, dos bons costumes ou com
incoerência relativa à forma legal.
O ato nulo possui invalidade ex tunc, ou seja, para o ordenamento jurídico nunca existiu, nunca foi
considerado válido, não havendo contagem de tempo decadencial.
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Em suma, o negócio jurídico simulado é causa de nulidade, podendo esta ser alegada de ofício pelo Juiz,
e a nulidade não é suscetível de confirmação e nem é corrigida com o passar do tempo, não se sujeitando
aos prazos de decadência ou prescrição.
Comentários
A alternativa A está incorreta, o ato jurídico irá produzir todos os efeitos até o seu julgamento por
sentença por motivo de não haver efeitos não retroativos, o que é contrário ao ato nulo que irá retroagir
até a prática do ato
A alternativa B está incorreta, pois necessita ser a causa determinante, conforme Art. 151 do CC: “A
coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano
iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens”
A alternativa C está correta, como realça o Art. 177 do Código Civil: “A anulabilidade não tem efeito
antes de julgada por sentença, nem se pronuncia de ofício; só os interessados a podem alegar, e
aproveita exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de solidariedade ou indivisibilidade”.
A alternativa D está incorreta, pelo fato da coação ser um ato anulável, não pode ser reconhecido de
ofício pelo juiz.
A alternativa E está incorreta, a anulação do ato é permitida, conforme Art. 171 do CC: “Além dos casos
expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
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Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for sua causa.
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I - por incapacidade relativa do agente;
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
A anulação do negócio é um defeito de menor gravidade, sendo ocasionado pelo dolo principal, podendo
ser, além dos casos declarados por lei, causado pela incapacidade relativa do agente e por vício
resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores, enquanto o ato nulo
é aquele que, mesmo com todos os elementos necessários para sua existência, foi praticado com violação
da lei, da ordem pública, dos bons costumes ou com incoerência relativa à forma legal.
A alternativa B incorreta, não ocorre a nulidade do ato, e sim a anulação. E a anulação também não se
dá em quaisquer circunstâncias, os tipos de dolo que anulam o negócio jurídico são:
O dolo substancial, de acordo com o Art. 145: “São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este
for a sua causa.” ==b843b==
O dolo negativo, de acordo com o Art. 147: “Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional e
uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa,
provando-se que sem ela o negócio não teria sido celebrado.
A alternativa C está incorreta, pois não ocorre a nulidade do ato, e sim a anulação:
É considerado nulo todo ato que, mesmo contendo os elementos necessários, foi exercido mediante a
violação da lei, da ordem pública, dos bons costumes ou em contradição à forma legal, como citado no
Art. 166: “é nulo o negócio jurídico quando:
I-celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II-for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
III-o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
IV-não revestir a forma prescrita em lei;
V-for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;
VI-tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII-a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção;”
Enquanto a anulabilidade do ato é um defeito de menor gravidade, dizendo respeito aos atos que, de
acordo com o art. 171:
I-expressem uma incapacidade relativa do agente;
II-por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
A nulidade do negócio ocorre quando o ato, mesmo com todos os elementos necessários para a
existência do negócio, foi praticado com violação da lei, da ordem pública, dos bons costumes ou com
incoerência relativa à forma legal.
A anulação do negócio é um defeito de menor gravidade, sendo ocasionado pelo dolo principal, podendo
ser, além dos casos declarados por lei, causado pela incapacidade relativa do agente e por vício
resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores, enquanto o ato nulo
é aquele que, mesmo com todos os elementos necessários para sua existência, foi praticado com violação
da lei, da ordem pública, dos bons costumes ou com incoerência relativa à forma legal.
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O ato nulo possui invalidade ex tunc, ou seja, para o ordenamento jurídico nunca existiu, nunca foi
considerado válido. O ato anulável, por outro lado, tendo um efeito ex nunc, pode ser confirmado pelas
partes quando não houver prejuízo a direito de terceiros, voltando a ser válido como se o defeito nunca
tivesse existido, tal possibilidade não existe para os atos nulos.
A alternativa D está incorreta, a anulabilidade do ato é produzida pelo dolo somente quando este for a
causa, não em qualquer circunstância, assim expresso no Art. 145 do Código Civil: “São os negócios
jurídicos anuláveis por dolo, quando este for sua causa.”.
A alternativa E está incorreta, pois quando há a comprovação do dolo, de acordo com a definição do
Art. 145, para anulação do ato, não se pode afirmar a inexistência do ato, devendo haver o decreto de
anulação.
Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for sua causa.
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FCC
2. (FCC / ALESE – 2018) Nicolas, agindo com dolo, induziu Erick a lhe vender um veículo por
valor muito menor que o de mercado. Erick, ao descobrir que havia sido induzido em erro,
ratificou expressamente o ato, permanecendo com o veículo. Passado um ano e meio, Erick
a) Não poderá ajuizar ação de anulação, pois a confirmação expressa do ato anulável implica
extinção de todas as ações, ou exceções, de que o credor dispusesse contra o devedor.
b) Poderá ajuizar ação declaratória de nulidade, pois o dolo gera a nulidade do ato, não sendo
passível de confirmação, ainda que expressa, nem convalesce com o passar do tempo.
c) Poderá ajuizar ação anulatória, pois o ato anulável não é passível de confirmação.
d) Não poderá ajuizar ação declaratória de nulidade, pois, depois de um ano da celebração do
contrato, operou-se a decadência.
e) Não poderá ajuizar ação de anulação, pois, depois de um ano da celebração do contrato, operou-
se a prescrição.
3. (FCC / ALESE – 2018) Com o objetivo de doar um veículo de alto valor para sua concubina,
Paulo simulou uma compra e venda. O ato simulado é
a) Anulável e sua invalidação poderá ser requerida por qualquer interessado ou pelo Ministério
Público, quando lhe couber intervir, não convalescendo pelo decurso do tempo.
b) Nulo e sua invalidação poderá ser requerida, no prazo decadencial de 4 anos, pela parte que
houver sido prejudicada ou pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir.
c) Anulável e sua invalidação poderá ser requerida apenas pela parte que houver sido prejudicada,
no prazo prescricional de 4 anos.
d) Nulo e sua invalidação poderá ser requerida por qualquer interessado ou pelo Ministério Público,
quando lhe couber intervir, não convalescendo pelo decurso do tempo.
e) Nulo, mas subsiste o que se dissimulou, ainda que contenha forma diversa da prescrita em lei.
4. (FCC / SEFAZ-GO – 2018) Em relação à invalidade do negócio jurídico,
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a) Anulável o negócio jurídico quando o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito.
b) A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença, nem se pronuncia de ofício; só os
interessados a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de
solidariedade ou indivisibilidade.
c) O negócio jurídico nulo pode ser confirmado e ratificado, embora não convalesça pelo decurso
do tempo.
d) De dois anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado da
prática do ato pelo causador da anulabilidade.
e) Nulo o negócio jurídico simulado e meramente anulável o negócio dissimulado, se válido for na
substância e na forma.
a) Nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância
e na forma.
b) As nulidades dos negócios jurídicos só podem ser alegadas pelas partes que deles participem, ou
pelo ministério público quando se tratar de matéria de sua atribuição.
c) São anuláveis os negócios jurídicos quando não revestirem a forma prescrita em lei.
d) O negócio jurídico nulo não é passível de retificação, mas convalesce pelo decurso do tempo.
e) Nulo o negócio jurídico decorrente de lesão, estado de perigo, dolo ou fraude contra credores.
6. (FCC / TRT - 2ª REGIÃO – 2018) No que concerne à invalidade do negócio jurídico, nos termos
preconizados pelo Código Civil, é correto afirmar:
a) Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará
na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a das obrigações
acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal.
b) Exigida a confirmação expressa de negócio anulável, mesmo quando o negócio já foi cumprido
em parte pelo devedor, ciente do vício que o inquinava.
c) Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a
anulação, será este de até um ano, a contar da data da conclusão do ato.
d) É nulo o negócio jurídico simulado, e também não subsistirá o que se dissimulou, ainda se válido
for na substância e na forma.
e) É de três anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio por vício resultante
de coação, contado, neste caso, do dia em que ela cessar.
7. (FCC / TRT - 24ª REGIÃO – 2017) À luz do Código Civil, NÃO é nulo o negócio jurídico celebrado
entre duas partes quando
a) For preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade.
b) O motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito.
c) Tiver por objetivo fraudar lei imperativa.
d) For indeterminável o seu objeto.
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8. (FCC / TRE-SP – 2017) Para se furtar à legislação eleitoral, Paulo transferiu para si
patrimônio da empresa na qual é sócio. Na sequência, simulou doar o dinheiro a candidato,
pela pessoa física. Na verdade, porém, foi a empresa quem realizou, de fato, a doação. O
negócio simulado é
a) Válido, se atender à forma prescrita em lei e não prejudicar direito de terceiros.
b) Nulo, matéria cognoscível de ofício, não se sujeitando a declaração de nulidade a prazo de
decadência ou de prescrição.
c) Anulável, dependendo, a sua invalidação, de provocação da parte, sujeita a prazo decadencial de
quatro anos.
d) Anulável, matéria cognoscível de ofício e não sujeita a prazo de decadência ou de prescrição.
e) Nulo, dependendo a sua invalidação de provocação da parte, sujeita a prazo decadencial de
quatro anos.
GABARITO
1. AFAP B 6. TRT - 2ª REGIÃO A
2. ALESE A 7. TRT - 24ª REGIÃO E
3. ALESE D 8. TRE-SP B
4. SEFAZ-GO B 9. PREF. DE TERESINA-PI C
5. PREF. DE SÃO LUÍS-MA A 10. PREF. DE TERESINA-PI A
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