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ESCOLA PROFISSIONAL FUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA DE


CARDIOLOGIA CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM

EMMANUELLE DA COSTA HELFENSTEIN

SAÚDE MENTAL INFANTIL


A IMPORTÂNCIA DA PARCERIA FAMÍLIA-ESCOLA PÓS PANDEMIA
DE COVID-19

Porto Alegre

2023
1

EMMANUELLE DA COSTA HELFENSTEIN

SAÚDE MENTAL INFANTIL

A IMPORTÂNCIA DA PARCERIA FAMÍLIA-ESCOLA PÓS PANDEMIA


DE COVID-19

Projeto apresentado ao Curso


Técnico de Enfermagem, como
requisito para elaboração de um artigo
para obtenção de aprovação em
componente curricular.

Orientador: Prof. Enfº. Vitor Martins

Porto Alegre
2023
2

SUMÁRIO

1 JUSTIFICATIVA....................................................................................................... 3
2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA............................................................................4
3 OBJETIVOS............................................................................................................. 5
3.1 GERAL...................................................................................................................5
3.2 ESPECÍFICOS.......................................................................................................5
4 MÉTODO.................................................................................................................. 6
4.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO............................................................................6
4.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA (SELEÇÃO DE
COLABORADORES/PARTICIPANTES).....................................................................7
4.3 ASPECTOS ÉTICOS.............................................................................................7
4.4 COLETA DE DADOS.............................................................................................8
4.5 ANÁLISE DOS DADOS.........................................................................................9
5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................................10
5.1 EDUCAÇÃO TRANSFORMADORA: ESTRATÉGIAS PARA A MELHORIA DA
EDUCAÇÃO BRASILEIRA........................................................................................10
5.2 BULLYING: REFLEXÕES TEÓRICAS SOBRE A RELAÇÃO ESCOLAR...........12
5.3 PANDEMIA: IMPACTOS DO ISOLAMENTO SOCIAL NO PSIQUÊ INFANTIL...13
6 RESULTADO......................................................................................................... 16
7 DISCUSSÃO.......................................................................................................... 16
8 CONCLUSÃO.........................................................................................................16
9 CRONOGRAMA.....................................................................................................17
10 ORÇAMENTO...................................................................................................... 18
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 19
APENDICE 1............................................................................................................. 22
ANEXO:.....................................................................................................................22
3

1 JUSTIFICATIVA

A saúde mental infantil é fundamental para o desenvolvimento e a qualidade


de vida das crianças, e a parceria entre família e escola pode desempenhar um
papel importante na promoção desse aspecto. No entanto, muitas vezes, essa
relação é desafiadora, marcada por divergências e dificuldades de diálogo. Nesse
sentido, é preciso investigar como a parceria entre família e escola pode ser
aprimorada para favorecer o bem-estar psicológico dessas crianças (SOARES,
2021).
Alguns artigos brasileiros recentes destacam a importância dessa parceria
para a saúde mental. Por exemplo, um artigo de 2018 realizado por duas
pesquisadoras da Universidade de São Marcos (FACSM) mostrou que a
colaboração entre família e escola está positivamente associada ao bem-estar
emocional e social das crianças. É essencial que os pais participem das
atividades escolares e acompanhem o desempenho dos filhos. Além disso, a
formação dos alunos também depende da união entre família e escola, que
devem ensinar valores éticos, morais e sociais. A autora destaca a importância
de unir esses dois pilares da educação para garantir que os alunos se
desenvolvam bem (ROSA; TEIXEIRA; 2018).
No entanto, outros estudos também apontam que a relação entre família e
escola pode ser difícil e marcada por conflitos. Um estudo realizado em 2017
pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) mostrou que a falta de
comunicação e o conflito entre pais e professores podem prejudicar a saúde
mental. Isso ocorre porque as expectativas e valores de ambas as partes podem
ser diferentes, o que leva a desentendimentos e divergências na forma como as
crianças devem ser educadas e orientadas. Além disso, a falta de comunicação
entre as partes pode agravar esses conflitos, tornando a relação ainda mais
tensa. No entanto, a autora destaca a importância da mediação de um
profissional psicopedagógico para auxiliar na construção de uma relação mais
saudável e produtiva entre família e escola (SOUSA, 2017).
4

2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

O tema da saúde mental infantil é muito importante e afeta o desenvolvimento


emocional e cognitivo das crianças. Para cuidar da saúde mental das crianças, é
essencial que a família e a escola trabalhem juntas. No entanto, muitas vezes, a
relação entre família e escola não é boa, o que pode dificultar a prevenção e
tratamento de problemas de saúde mental em crianças (FARIAS; CINTRA JUNIOR;
SANTOS, 2017).
Por isso, é importante entender como a família e a escola podem trabalhar
juntas para promover a saúde mental infantil. Por exemplo, podemos estudar como
os pais podem ajudar os filhos em casa, e como os professores podem contribuir
dentro da escola. Também podemos analisar os desafios enfrentados pelos pais e
professores na implementação dessa parceria, e como é possível superá-los. Ao
estudar essas questões, poderemos entender melhor como a parceria entre a família
e a escola pode ser uma ferramenta importante para promover a saúde mental
infantil (FARIAS; CINTRA JUNIOR; SANTOS, 2017).
Essas são algumas das questões que podemos pensar para ajudar a cuidar
da saúde mental das crianças e construir uma parceria mais forte entre família e
escola. Após a exposição dessas ideias, forma-se a seguinte pergunta norteadora:
Qual a importância da parceria entre família e escola na promoção da saúde mental
infantil pós pandemia de covid-
5

3 OBJETIVOS

3.1 GERAL

Analisar a influência da relação família/escola na saúde mental das crianças


em tempo pandêmico por Covid-19.

3.2 ESPECÍFICOS

Identificar as principais práticas de suporte à saúde mental utilizadas pelas


escolas e famílias.
Investigar os efeitos do bullying no bem-estar emocional de crianças.
6

4 MÉTODO

Realizo uma análise aprofundada sobre a importância da parceria entre


família e escola na promoção da saúde mental infantil. A partir desta análise,
identifico as principais práticas de suporte utilizadas pelas escolas e famílias,
bem como as principais dificuldades encontradas nessa relação. Com base
nessa compreensão, analiso as estratégias adotadas pelos profissionais para
fortalecer essa parceria e verificar sua eficácia, buscando garantir o bem-estar e
o desenvolvimento saudável das crianças (CID, et al.; 2019).

4.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Explico sobre um fenômeno utilizando uma abordagem qualitativa, um método


científico dedutivo. Estamos realizando um estudo explicativo com a utilização da
pesquisa participante como procedimento técnico, para obter informações diretas
dos participantes. A natureza da pesquisa é básica, com o intuito de aprofundar o
entendimento sobre o tema por meio da análise de dados coletados diretamente
com os participantes da pesquisa. O resultado fornece informações relevantes sobre
a relação entre os participantes e o fenômeno observado permitindo uma melhor
compreensão do assunto em questão (PRODANOV; FREITAS, 2013).
A pesquisa qualitativa nos ajuda a estudar temas que não podem ser
medidos com números, permitindo entender fatos sendo feita no local de coleta e
análise de dados. O método científico dedutivo testa ideias usando observações
e experimentos, começa com uma ideia geral e faz previsões específicas para
serem testadas. É usado em muitas áreas diferentes da ciência e é uma das
maneiras mais rigorosas de testar ideias científicas (PRODANOV; FREITAS,
2013).
7

4.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA (SELEÇÃO DE


COLABORADORES/PARTICIPANTES)

Para este projeto de pesquisa sobre saúde mental infantil, entrevistamos


uma seleção de educadores (diretores, psicólogos, professores, coordenadores,
Orientadores) a fim de coletar informações sobre as percepções sobre a saúde
mental infantil ao todo, e a implementação e os resultados do programa de saúde
mental infantil em que tal instituição desenvolve aos alunos, juntamente com uma
sociedade de caráter científico-cultural destinada ao estudo e promoção do
desenvolvimento e relacionamento humano, com base no psicodrama (técnica
que usa ação e dramatização para trabalhar questões pessoais e interpessoais,
permitindo a descoberta da riqueza humana e transformação social).
A pesquisa está sendo realizada com um total de 4 profissionais, a escolha
dos profissionais é feita por indicação do entrevistado. As entrevistas estão sendo
gravadas através de um aparelho de celular.
A instituição está localizada na cidade de Porto Alegre, no estado do Rio
Grande do Sul. Atende a um universo de aproximadamente 165 alunos
matriculados, 14 professores em seu corpo docente e iniciou o programa de
psicologia no ano de 2022. Além disso, a equipe da escola inclui cinco
profissionais em outras áreas, como uma orientadora, dois supervisores, um
vice-diretor e um diretor, bem como quatro funcionários responsáveis pela
merenda, monitoria e limpeza. A escola também recebe o apoio de seis
estagiários em psicologia, que trabalham juntamente com três psicólogos, que
não são funcionários da escola ou do estado.

4.3 ASPECTOS ÉTICOS

Os aspectos éticos são fundamentais em qualquer pesquisa, especialmente


quando se trata de temas sensíveis como a saúde mental infantil. No Brasil, a
pesquisa em saúde mental é regulamentada pela Resolução nº 466/12 do Conselho
Nacional de Saúde (CNS), que estabelece diretrizes para a realização de pesquisas
envolvendo seres humanos (BRASIL, 2021).
8

No caso específico da pesquisa sobre saúde mental infantil, estamos


considerando a sensibilidade do tema e o possível impacto que as informações
coletadas podem ter na vida dos participantes. Garantimos que a coleta de dados
seja feita de forma respeitosa e cuidadosa, evitando qualquer tipo de dano ou
constrangimento (BRASIL, 2021).
Os envolvidos nesta pesquisa têm total liberdade para desistir a qualquer
momento, sem acarretar nenhum tipo de prejuízo ou consequência negativa para
eles. Além disso, todas as informações e dados coletados estão sendo tratados com
total sigilo e confidencialidade, garantindo a privacidade e a proteção dos
participantes conforme a Lei Geral de Proteção de Dados n° 13.709/2018 (LGPD)
(BRASIL, 2018).
Todo o processo está sendo realizado conforme os preceitos éticos que
regem a pesquisa científica, visando garantir a segurança e o bem-estar dos
participantes e a qualidade dos resultados obtidos (BRASIL, 2018).

4.4 COLETA DE DADOS

Estão sendo realizadas entrevistas com educadores, incluindo professores,


diretores, coordenadores e psicólogos escolares, para coletar informações sobre o
bem-estar psicológico das crianças, a percepção da escola e da aprendizagem,
além de informações relevantes sobre serviços de saúde mental e tratamentos
oferecidos.
As entrevistas estão sendo realizadas dentro da instituição, em um lugar
calmo e confortável, sem interrupções. Os entrevistados escolheram o horário que é
mais adequado para eles, para não interferir muito em suas rotinas.
As entrevistas estão sendo conduzidas de forma semiestruturada (APÊNDICE
1), que consiste em algumas perguntas fechadas para fins de identificação, seguidas
de perguntas abertas para permitir que os entrevistados se aprofundem no assunto
em questão.
Essa abordagem também é conhecida como "entrevista narrativa", pois
envolve uma conversa com um propósito específico, sem limite de tempo e podendo
ocorrer em mais de uma ocasião. De acordo com (MINAYO, 2014), a entrevista
semiestruturada é uma forma de "conversa com finalidade".
9

4.5 ANÁLISE DOS DADOS

Para esse tipo de pesquisa qualitativa é ideal o uso de uma abordagem de


análise de conteúdo, com foco nas respostas das entrevistas com os educadores
sobre suas práticas de suporte à saúde mental e como eles percebem a
influência da relação família/escola na saúde mental das crianças, conforme
sugere (MINAYO, 2014).
Nessa abordagem, os dados coletados forão organizados e classificados
em categorias ou temas, permitindo identificar padrões e tendências no discurso
dos educadores e comportamento das crianças. Essa análise irá auxiliar na
compreensão das percepções dos sujeitos estudados sobre o bem-estar
psicológico das crianças, a percepção da escola e da aprendizagem, além de
informações relevantes sobre serviços de saúde mental e tratamentos
oferecidos. Dessa forma, a análise de conteúdo contribuirá para a obtenção de
informações mais objetivas e imparciais sobre as crianças e a escola (MINAYO,
2014).
Minayo (2014) afirma que a análise de dados qualitativos permite uma
compreensão mais profunda dos fenômenos estudados, possibilitando a
identificação de questões subjacentes e nuances das relações e experiências
vividas pelos sujeitos envolvidos.
Nesse sentido, a análise qualitativa pode ser uma ferramenta valiosa para
a compreensão da importância da parceria entre família e escola na promoção
da saúde mental infantil, bem como para o desenvolvimento de intervenções
eficazes que promovam a colaboração entre esses dois importantes atores na
identificação e tratamento de problemas de saúde mental em crianças.
10

5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

5.1 EDUCAÇÃO TRANSFORMADORA: ESTRATÉGIAS PARA A MELHORIA DA


EDUCAÇÃO BRASILEIRA

A educação transformadora é uma abordagem que busca promover uma


mudança significativa na sociedade por meio da educação. Essa abordagem
enfatiza a importância de formar cidadãos críticos e engajados, capazes de
transformar a realidade em que vivem. Nesse sentido, existem diversas estratégias
que podem ser adotadas para promover a educação transformadora no contexto
brasileiro (BRITO; PEREIRA; SILVA, 2021).
De acordo com da Silva Júnior (2018), capacitar os professores é essencial
para promover a educação transformadora, onde eles devem desenvolver
habilidades e competências críticas nos alunos. Para isso, programas de formação
continuada são uma importante ferramenta que pode contribuir para a vivência
dessa modalidade de educação.
Outra estratégia importante para a promoção da educação transformadora é a
formação cidadã. É fundamental criar oportunidades para que os estudantes
desenvolvam habilidades sociais e políticas na escola, a fim de formar cidadãos
críticos e engajados na transformação da sociedade (SOUZA; SANTOS, 2020).
Pinel e colaboradores (2018) sustentam que, o uso de tecnologias
educacionais pode ser uma estratégia eficaz para promover a educação
transformadora. As tecnologias educacionais podem ser uma ferramenta importante
para a promoção de habilidades críticas nos alunos, permitindo-lhes experimentar
situações que talvez não fossem possíveis em um contexto presencial.
Além disso, o desenvolvimento socioemocional é fundamental para que os
alunos possam se tornar agentes de mudança em suas comunidades. Oliveira et al.,
(2022) destacam:
Em relação às habilidades socioemocionais mais
importantes, foi detectado na maioria das falas que um trabalho
mais efetivo seria
11

voltado para o “eu” do aluno, pelo gerenciamento as suas


emoções pela autoestima, autoconhecimento, confiança e
autonomia também na sua forma de relacionar com o outro, por
meio da empatia.

Essas habilidades são essenciais para que os alunos possam desenvolver


uma visão crítica da realidade e se tornarem agentes de transformação social.
Por fim, a promoção da cidadania é outra estratégia importante para a
promoção da educação transformadora. Para isso, é necessário que a escola
incentive a participação ativa dos alunos na vida social e política, com o objetivo de
desenvolver valores como a solidariedade e a justiça social (COELHO, et al., 2019).
Além disso, o artigo enfatiza que é fundamental criar espaços de diálogo e
debate que permitam aos alunos discutir e refletir sobre questões globais, e que a
colaboração entre escolas, comunidades e governos locais é essencial para
alcançar a educação transformadora. Ao adotar essas estratégias e políticas
educacionais, é possível formar cidadãos críticos e engajados, capazes de promover
mudanças significativas na sociedade. Portanto, a promoção da cidadania é uma
estratégia importante para alcançar uma educação transformadora, capaz de formar
cidadãos conscientes e atuantes em questões globais (COELHO, et al., 2019).
Por fim, falamos sobre a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDBEN, Lei nº 9.394/96) é uma legislação fundamental que estabelece as bases da
educação no Brasil. Ela garante o direito à educação para todos, promovendo a
igualdade de acesso e permanência na escola. A lei prevê a obrigatoriedade do
ensino fundamental e médio, valoriza os profissionais da educação e incentiva a
participação da comunidade na gestão escolar. Além disso, a LDBEN busca a
autonomia das instituições de ensino, respeita a diversidade cultural e regional, e
busca a formação integral dos estudantes. Seu objetivo é construir uma sociedade
mais justa e igualitária por meio da educação (BRASIL, 1996).
12

5.2 BULLYING: REFLEXÕES TEÓRICAS SOBRE A RELAÇÃO ESCOLAR

O bullying é um problema que afeta crianças e adolescentes em todo o


mundo e pode ter graves consequências para sua saúde mental e bem-estar.
Santos e colaboradores (2017) realizaram uma revisão integrativa da literatura e
destacaram que o bullying também pode ocorrer na primeira infância e estar
relacionado a problemas de comportamento, dificuldades de aprendizagem, baixa
autoestima, ansiedade, depressão e outros problemas de saúde mental.
Para prevenir e intervir no bullying na primeira infância, é fundamental
promover uma cultura de respeito, empatia e tolerância desde a infância, além de
envolver os pais, professores e profissionais de saúde na identificação e tratamento
eficaz do problema. A prevenção do bullying na primeira infância é essencial para o
desenvolvimento socioemocional e cognitivo saudável das crianças e para que
possam se relacionar de forma positiva e feliz com os outros (SANTOS et al., 2017).
Um estudo importante, realizado por (SILVA; PAIVA, 2019), sugere o uso da
abordagem de justiça restaurativa como uma estratégia eficaz para lidar com o
problema do bullying no ambiente escolar. Essa abordagem baseia-se no diálogo e
na responsabilização dos envolvidos no conflito, com o propósito de restaurar o
dano causado e promover a reconciliação entre as partes. Essas práticas buscam
envolver todos, incluindo as vítimas, os agressores, os espectadores e a
comunidade escolar, para que possam juntos buscar soluções pacíficas e
satisfatórias.
Portanto, é essencial compreender os fatores que contribuem para o
surgimento do bullying e a adoção de estratégias eficazes de prevenção e
intervenção são fundamentais para promover um ambiente escolar seguro,
acolhedor e inclusivo (SILVA; PAIVA, 2019).
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é uma legislação brasileira
que busca garantir os direitos e a proteção integral de crianças e adolescentes. O
ECA estabelece princípios fundamentais, medidas de proteção e socioeducativas,
regras para adoção, punições para abusos e exploração, e promove a
participação ativa desses indivíduos na sociedade. Representando um marco na
promoção dos direitos infantojuvenis, o ECA visa assegurar o pleno
13

desenvolvimento e bem-estar das crianças e adolescentes, contribuindo para uma


sociedade mais justa e igualitária (BRASIL, 1990).

5.3 PANDEMIA: IMPACTOS DO ISOLAMENTO SOCIAL NO PSIQUÊ INFANTIL

A pandemia de COVID-19 e as medidas de isolamento social adotadas para


contê-la têm impactado profundamente a vida das pessoas, em especial das
crianças. De acordo com Pereira, Mendes e Costa (2021):

Acredita-se que ainda muitos estudos na área da


Psicologia serão necessários para avaliar os impactos
decorrentes da pandemia de Covid 19 na saúde mental infantil, a
curto, médio e longo prazo. Essas análises precisarão ainda,
serem realizadas em conjunto com creches, escolas, serviços de
saúde, assistência social e demais serviços relacionados, e ainda
considerando as variáveis geográficas e culturais.

O estudo "O impacto do cyberbullying na saúde mental de crianças e


adolescentes durante a pandemia de COVID-19", indica que além do isolamento
social, o aumento do tempo online durante a pandemia vem contribuído para o
acontecimento do cyberbullying, o que pode ter graves consequências na saúde
mental das vítimas. O cyberbullying pode levar a transtornos de ansiedade,
depressão e até mesmo ideação suicida, afetando a autoestima, autoconfiança e
qualidade de vida dos jovens. É importante que medidas sejam tomadas para
prevenir e combater o cyberbullying, bem como oferecer suporte e tratamento para
as vítimas (PERERIA et al., 2022).
Para lidar com os impactos psicológicos do isolamento social em crianças, é
importante que os pais e cuidadores busquem estratégias que ajudem a promover o
bem-estar emocional e o engajamento social. Algumas medidas que podem ser
adotadas são, estabelecer rotinas diárias, incentivar a prática de atividades físicas e
lúdicas, manter contato com amigos e familiares por meio de tecnologias, incentivar
a expressão emocional e o diálogo aberto sobre sentimentos e preocupações, e
buscar o auxílio de profissionais de saúde mental quando necessário. Também é de
suma importância que os pais e cuidadores ofereçam um ambiente seguro e
acolhedor, com suporte emocional e apoio para lidar com os desafios do isolamento
social (SILVA, 2021).
Silva (2021) destaca a importância da implementação de políticas públicas de
saúde mental e educação que contemplem medidas efetivas para prevenir e tratar
14

os impactos psicológicos da pandemia em crianças. É necessário a criação de


serviços de apoio psicológico para crianças e suas famílias, assim como a promoção
de estratégias de educação em saúde mental nas escolas e comunidades. É
importante que haja uma atenção especial para as crianças na primeira e segunda
infância, que podem ser mais vulneráveis às consequências do isolamento social. A
inclusão de medidas específicas para esse grupo pode ser crucial para garantir o
bem-estar emocional e o desenvolvimento saudável dessas crianças.
A saúde mental infantil refere-se ao bem-estar psicológico e emocional das
crianças. Envolve o desenvolvimento saudável da mente, emoções e
comportamentos das crianças, bem como sua capacidade de lidar com as
demandas e desafios do ambiente em que estão inseridas. A saúde mental infantil é
essencial para o crescimento saudável, a aprendizagem, o desenvolvimento de
relacionamentos saudáveis e a construção de uma base sólida para a vida adulta.
Ela engloba aspectos como a capacidade de expressar emoções de forma
adequada, estabelecer e manter relacionamentos saudáveis, desenvolver
habilidades sociais, lidar com o estresse e a adversidade, além de promover uma
autoestima positiva. A promoção da saúde mental infantil envolve um ambiente
familiar e social seguro, o apoio emocional e afetivo dos cuidadores, acesso a
cuidados de saúde adequados e a oportunidade de brincar, explorar e aprender. É
fundamental que a saúde mental infantil seja priorizada e que sejam oferecidos
recursos e intervenções adequadas para promover o bem- estar psicológico das
crianças (BRASIL, 2022).
15
16

6 RESULTADO
7 DISCUSSÃO
8 CONCLUSÃO
17

9 CRONOGRAMA

A seguir, apresenta-se o plano de execução das atividades:

ETAPAS 2023 2023 2023 2023 2023 2023 2023 2023 2023
/Fev /Mar /Abr /Mai /Ago /Set /Out /Nov /Dez
Elaboração do projeto X X X X
de pesquisa

Revisão de literatura X X X X X X X X X
Revisão ortográfica X X
Coleta de dados X X
Análise e interpretação X X
de dados
Apresentação do X
projeto de pesquisa
Apresentação dos X
resultados da pesquisa
18

10 ORÇAMENTO

A seguir, apresenta-se a previsão orçamentária para execução do


estudo:
ORÇAMENTO DETALHADO
ITEM VALOR TOTAL R$
Transporte R$ 55,00
Formatação R$ 40,00
Impressão do material R$ 50,00
Encadernação R$ 45,00
Alimentação R$ 80,00
Materiais de escritório e internet R$ 180,00
Gastos gerais R$ 110,00
TOTAL R$ 560,00

Os custos descritos ficarão sob a


responsabilidade da pesquisadora Emmanuelle Helfenstein.
19

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) Lei nº 9.394, de


20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm> Acesso em:
25 mai. 2023.

BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança


e do Adolescente (ECA). Disponível em
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm> Acesso em 25 mai. 2023.

BRITO, ISADORA MARIA DE; SILVA, ALINE CRISTINA FLÁVIO DA; PEREIRA,
PABLO HENRIQUE. Educação transformadora: possibilidades para a
ressignificação do espaço escolar. SCIAS. Direitos Humanos E Educação, 2021.
Disponível em
<https://revista.uemg.br/index.php/sciasdireitoshumanoseducacao/article/view/6
015> Acesso em 08 mai. 2023.

CID, M. F. B.; SQUASSONI, C. E.; GASPARINI, D. A.; FERNANDES, L. H. De


Saúde mental infantile contexto escolar: as percepções
dos educadores. Proposições, Campinas, SP, 2019.
Disponível em:
<https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/proposic/article/view/8656529>
Acesso em 08 mai. 2023.

COELHO, LA SALETE; RAPOSO, ALBERTINA; PIEDADE, ANA; MARQUES,


HUGO; TEIXEIRA, LEONOR; UVA, MARTA; FERNANDES, SANDRA;
GONÇALVES, TERESA; SILVEIRA, MARGARIDA; MARTINS, CRISTINA;
BERGANO, SOFIA. Escolas transformadoras: colaboração, transformação e
políticas educativas em educação para a cidadania global. Sinergias: Diálogos
educativos para a transformação social, 2020. Disponível em:
<https://repositorio.ipbeja.pt/handle/20.500.12207/5581> Acesso em: 21 abr. 2023.

DA SILVA JÚNIOR, JOÃO ALVES; DE SOUZA SILVA, RAFAEL MANOEL;


FRANCISCO DA SILVA, MÁDSON. A formação continuada de professores para a
vivência da educação transformadora. Anais do Congresso Nacional de Educação
(CONEDU), 2018. Disponível:
<https://www.editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2018/TRABALHO_EV
117_MD1_SA1_ID1879_10092018175954.pdf> Acesso em: 06 abr. 2023.

FARIAS, RUTH RAQUEL SOARES; CINTRA JUNIOR, DORINALDO DE


FREITAS; SANTOS, KATIANA RODRIGUES DOS. Saúde mental na infância: os
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Disponível:
<http://www4.unifsa.com.br/revista/index.php/fsa/article/view/1481> Acesso em 10
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INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO HUMANO. Psicodrama. 2019.


20

Disponível em <http://idh.com.br/psicodrama> Acesso em 12 abr. 2023.


MINAYO, MARIA CECÍLIA DE SOUZA. O desafio do conhecimento: pesquisa
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MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO E ASSISTÊNCIA SOCIAL, FAMÍLIA E


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Disponível em <https://www.gov.br/cidadania/pt-br/acesso-a- informacao/lgpd>
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ROBERTA LOPES; LOPES, TIAGO MORENO. A Contribuição Das Competências
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PEREIRA, RUTH FERNANDES; MENDES, MARLI DE FREITAS; COSTA,


CRISTIANE. Os impactos na saúde mental das crianças durante a pandemia de
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PEREIRA, ISABELA FERNANDES DE MELO; TISSIANI, AMANDA APOLORI;


MENDONÇA, GILBERTO JOSÉ GÓES DE; DEININGER, LAYZA DE SOUZA
CHAVES; RAMOS, ANDRÉ LUÍS BELMIRO MOREIRA; OLIVEIRA, MÁRCYA
CÂNDIDA CASIMIRO DE; SOUSA, ANA LUIZA DIAS ARRUDA DA SILVA;
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SOUSA, KATARINA NEVES FERREIRA DE. Relação família/escola e ação


psicopedagógica. TCC (Graduação em Psicopedagogia) - Universidade Federal da
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22

APENDICE 1

(PERGUNTAS DE IDENTIFICAÇÃO)
1. Qual é a sua profissão?
2. Há quanto tempo você trabalha ou convive com crianças e adolescentes?

(PERGUNTAS DE COLETA)
1. Como voce acredita que a escola e as familias podem trabalha juntas para
promover a saude mental infantil dentro e fra das esclas?
2. Quais foram os principais desafios enfrentados pela escola e pela família
para manter uma boa comunicação e colaboração durante a pandemia?
3. Como a escola lida com casos de bullying e outros comportamentos
prejudiciais à saúde mental dos alunos?
4. Qual a sua opinião sobre o papel dos professores e orientadores na
identificação de problemas de saúde mental dos alunos?

ANEXO:

(GRAVAÇÕES DAS ENTREVISTAS TRANSCRITOS).

ARQUIVO DE ÁUDIO
WhatsApp-Audio-2023-07-26-at-19.51.02.mp3 ILDO
EMMA
Bom, começando as perguntas, então tá, qual a sua profissão?
ENTREVISTADO 1
Professor.
EMMA
E a quanto tempo você trabalha? Ou convive com criança?
ENTREVISTADO 1
Muito tempo. A minha formação foi na Universidade de Brasília de 1980 á
1985 e eu comecei a trabalhar em 1983, Já com adolescentes e com crianças do
fundamental. E tive uma experiência também em Brasília, fora de escolas públicas e
de escolas particulares, que foi com pré-escola. Eu fazia oficina de música com
crianças na década de 80, numa escola chamada casa do Sol, em Brasília, e depois
23

sempre mantive o contato. Tive um tempo fora da educação mas trabalhando em


áreas correlatas né?! E eu voltei para a profissão de professor em 2005, 5 com PRO
JOVEM, depois, em 2009 eu entrei no estado, concurso, e exerci durante... de 2009
até 2015 o exercício como professor de filosofia de história em escolas diferentes.
Depois fui diretor de uma escola de ensino médio durante 3 anos, (2016, 2017,2018)
e voltei para a sala de aula em 2019, mas já caí aqui no Victor como vice-diretor,
que eu tenho 2 matrículas, né? Nos 2 concursos no estado e aí eu me dividia dando
aula de história à noite e aqui no Victor como vice-diretor. Depois eu trouxe as 2
matrículas para cá e me tornei diretor da escola, estou assim desde a pandemia, no
meio da pandemia. Uns meses antes, a diretora se aposentou e eu fiquei sozinho na
escola, literalmente sozinho. Escola naquela época estava com muito problema. Não
tinha orientação, não tinha supervisão e aí não tinha mais a diretora. Eu passei a
gerir a escola sozinho com 20 horas, né? Até que eu consegui trazer tudo pra cá e
em julho de 2020, em plena pandemia, eu me tornei diretora aqui do Victor. Depois
tínhamos eleição, né? Em 2021 e a gente está no segundo ano de gestão.
EMMA
E como que você acredita que a escola e as famílias podem trabalhar juntas
para promover a saúde mental infantil, dentro e fora das escolas?
ENTREVISTADO 1
Essa parceria escola e família é muito importante. Ela é uma Pedra angular,
né? Eu incorporaria e mais alguns atores, como uns professores, né? Não apenas a
direção. Mas a família é fundamental, né? A gente encontra nas escolas, não só.
Aqui no Vítor? Muitas vezes as famílias muito arredias à escola, porque tem uma
visão que, de certa forma circula, né? E a gente não pode dizer que ela está
totalmente errada, de que tem muita escola que não faz o trabalho que deveria
fazer, né? E muitas vezes algum professor também. Então há muita desconfiança
em relação ao professor aqui, particularmente no Vitor. A gente tem uma
comunidade que ela já esteve muito próxima da escola muitos anos atrás, pelas
notícias que eu tive de ex-diretoras e tudo, e que se afastou da escola e por volta de
2016, 2017. Foi muito difícil recuperar essa comunidade na minha chegada. E no
início a gente lidava com muita desconfiança e com aquela posição clássica assim.
né de que.... É, a gente vê isso até hoje no. Primeiro ano principal. As mães chegam
muito assim medrosas, do que que vai ser a relação do filho com a escola e o que
que acontece geralmente, desconfiam muito do professor, geralmente é... Protegem
24

muito as crianças, e a relação ela é marcada nesse início aí do primeiro ano de


alguma desconfiança, até que a gente consegue é mostrar que tem um trabalho
Sério, né, e que é vital essa relação. Eu digo sempre para os Pais, o seguinte, que a
gente é não pode deixar que entre famílias e direção de uma escola, professores,
né, haja um distanciamento, né? E é fácil haver esse distanciamento, porque O
Mecanismo normal é um pai Conversa com outro das suas insatisfações que às
vezes procedem, às vezes não e aquilo vai gerando uma espécie de contaminação.
Daqui a pouco chama os pais, Todos os arredios, vendo a escola como inimiga e
não trazem a situação concreta para a direção da escola. Então eu tenho
trabalhado. No sentido de mostrar que é possível que você encaminhe o problema
que está acontecendo para a direção, a direção vai olhar com atenção para isso,
né? Seja qualquer a dimensão desse problema, se ele é pedagógico, se ele é
dificuldade, quanto da criança com a professora, se ele é dificuldade da criança com
os colegas e, nesse sentido, buscar que todo mundo pegue junto, porque não faz
sentido as famílias é conversarem sobre os problemas e não trazerem e
aumentarem esse abismo, né, que passa a existir. Vai só crescendo, né? Na relação
de famílias e escola, acho que é fundamental. Uma não trabalha sem a outra. Tem
aquela máxima assim, né? A escola hoje está se, a gente ouve muito dos nossos
professores da escola, hoje está tendo que ensinar para as crianças aquilo que eles
não aprenderam em casa, né? As Boas Maneiras e, na verdade sempre foi assim,
né? Na verdade, é escola, é uma continuidade da casa e a casa da escola. Se
quando a gente enxerga isso de uma forma separada, não que a gente não possa
estar vivendo um momento mais difícil, mas quando a gente separa, isso é função
da família. Se a função da escola, a tendência é, é acusações recíprocas. Quando a
gente sabe que nenhuma família é perfeita, nenhuma escola é perfeita e a gente
precisa mais é de sintonia para que as coisas possam acontecer.
EMMA
Perfeito, então há. E quais foram os principais desafios enfrentados pela
escola e pela família para manter uma boa comunicação e colaboração durante a
pandemia do COVID-19?
ENTREVISTADO 1
É a pandemia. Foi um momento muito especial e difícil para todo mundo, né?
Digamos assim, o que que se esperava da escola, que a escola produzisse aulas
através do aplicativo Google classroom. E que as famílias do lado de lá é
25

colocassem seus filhos para assistir. Isso no mundo ideal. O que que a gente
encontra, na verdade, de um lado, professores que não são preparados para darem
aula online não é, então, muita dificuldade para poder dar aula para ninguém, para
uma, para uma Câmera, né? É complicado, mesmo sem a interação, muitas vezes,
já que nem sempre essa aula seria síncrona, né? Às vezes ela seria gravada. Não
é? É, e a dificuldade de lidar com as tecnologias... Que ninguém estava
acostumado, né? e nem todo professor tem uma internet em casa. E do lado das
famílias, a situação ainda mais grave, a aqui na escola, por exemplo, a grande
maioria das famílias não tinham internet em casa e se quer um aparelho de celular
adequado, que a criança pudesse assistir as aulas. Então nós tivemos que, além de
fazer esse planejamento e preparar esse material para disponibilizar no Google
Classroom para ninguém assistir raros assistiam, nós tivemos que fazer o
equivalente em material impresso que as famílias viriam aqui buscar e assim com
um grupo de professores, foi a época que eu estava sozinho. Um grupo de
professores, em um certo momento, uma orientadora voltou de licença e pode ajudar
também. A gente atendia, em plantões, os pais que retiravam. A gente anotava ali
que retirou, daqui a pouco, uma semana depois, vinham trazer e levar mais. E a
pandemia foi transcorrida dessa forma, né? É dificuldades totais, nem toda família
veio buscar, nem toda família devolvia. Tinha a criança que devolvia em branco a
orientação do professor não existia, porque se não existe um canal eficiente de
comunicação ainda que é, digamos, com uma aula gravada, que pudesse passar
informação melhor, que pudesse tirar uma dúvida, né? Não, não existia. Era só a
folhinha. Então é como se assim, de um momento para o outro, a figura do professor
desaparecesse e a criança passasse a contar com papéis, né? Crianças em
processo de alfabetização, crianças com alfabetização ainda não concluída e até o
nono ano também foi assim, então foi uma dificuldade absurda. O rescaldo da
pandemia também não foi fácil. Eu diria que ele foi até talvez pior, porque é quando
a criança, o adolescente, chega na escola e aí a gente vai se deparar com a
defasagem real e aí a defasagem. Ela vem no conhecimento que não foi.. não houve
avanço, né? A criança ficou estacionada, né? As folhinhas não resolveram, não
existiu o papel do professor como mediador efetivamente, e aí então tu tem uma
criança aqui, por exemplo, está no sexto ano, mas ela não estava alfabetizada. 2
anos de pandemia ela ainda teria ali, um quarto ano ou no quinto, e assim, ó, casos
muito graves de crianças não alfabetizadas por aí, sexto ano, né? E pensa também
26

às vezes, o processo de alfabetização não é fácil para uma criança ela às vezes
chega no quinto, no sexto ano, sem pandemia, com muitas dificuldades, então
imagina que tiveram alguns adolescentes. Que chegaram lá no, no sétimo, no
oitavo, lendo, mas não entendendo o que que Liam.
EMMA
E nessa questão, assim, da saúde mental em si, como que foi assim no pós-
pandemia?
ENTREVISTADO 1
Bem difícil também, o que a gente enxergou mais foi a saúde mental dos
professores. Né? porque a gente lidava que com os professores relatando a um
processo quase que de enlouquecimento dentro de 4 paredes, tentando se virar nos
30 sozinho para aprender a usar um aplicativo é e para poder se comunicar com
aluno, né? E essa angústia toda de não saber quando todo mundo viveu angústia,
né isso não foi só o professor, de quando é que vai acabar né? mas a sensação de
que a gente estava numa, numa suspensão, uma coisa que suspenso por um
tempo, que ninguém sabia qual seria esse a gente já sair vivo dela, né? Então a
saúde mental foi ficou bastante abalada. As famílias todas, tanto professores como a
das crianças e adolescentes, é restringindo o acesso das relações ao núcleo
familiar. Então, houve um adoecimento desse núcleo familiar por excesso, né.. muito
tempo juntos, sem lazer, sem nada, né? E os professores não foram também muito
diferentes disso. Então, assim a gente percebeu olhando para o professor, num
primeiro momento, durante a pandemia, que o professor estava adoecendo, o
professor não estava bem, que estava angustiado e quando ele retorna para a sala
de aula, tu percebes isso, né? Aí a inquietação dele é, tá voltei, mas como é que eu
consigo resgatar esse aluno? Como é que que, como é que eu vou recuperar o
tempo perdido.. E uma coisa que foi a pressão que a gente sofreu da Seduc, né, por
conta de ter que se virar nos 30. Isso também foi um peso emocional muito grande,
né? E no retorno a mesma coisa, tu tem que correr atrás, tem que se reinventar,
Agora, com um professor que sobreviveu à pandemia e tem que criar formas de
resgatar esse aluno. Então, mais trabalho pro professor.. Teve um ano, inclusive,
que a gente fez o processo de recuperação todo, que chegou em dezembro, tivemos
a notícia que as aulas não iriam terminar e que a gente ia ter o mês de janeiro inteiro
ainda de recuperação, isso depois de 1 ano remando, né? E a recuperação foi lá em
fevereiro. Se não me engano, isso foi em 2021. E as crianças aí na chegada a gente
27

começa a perceber também, então muitos casos de violência as crianças de


primeiro e segundo ano que estavam no terceiro, né, digamos assim O ano passado
a gente teve uma turma de terceiro ano em que as meninas brigavam muito de
tapas, de xingamento e não tinha condição da aula acontecer, processo muito difícil.
E o que que a gente observou, essas crianças no terceiro ano, elas tiveram é,
digamos, 3 meses de aula no final de 2021, no regresso da pandemia com é..
Turmas separadas, porque tinha um distanciamento ainda incompleto. A gente não
podia juntar todo mundo, o distanciamento ainda prevalecia, mas de uma forma
diferente, era metade da turma. assista aula uma semana e outra ficava em casa, e
depois reveza.. e no primeiro aninho delas, elas tiveram um mês de aula só, e
começou a pandemia 2020. Então elas chegaram no terceiro ano sem o processo de
socialização e pior, né, com o represamento dessa demanda porque ficaram em
casa.. Então, assim, daria para a gente pensar sem, sem forçar muito a barra que as
crianças, elas viveram uma espécie de individualismo forçado, né? Ou pelo menos
um excesso de vivência no núcleo familiar sem possibilidade de relação com outras
crianças, né? A não ser que fosse uma família grande, que tivesse uma convivência
e tal, que não é geralmente o caso, né? E isso impacta até hoje, né? Eu, eu quando
cheguei aqui a escola, acho que até era mais, digamos assim, tinha mais situações
de violência, mas entre os grandes, né? E acho que isso, em certa medida, a gente
conseguiu contornar muito também com as ações que a escola foi propondo ao
longo dos Anos e hoje a gente percebe que as situações de violência estão mais é
tão mais direcionada e Localizada nas turmas mais de início, primeiro, segundo,
terceiro ano, né? E eu acho que isso tem sim, digamos, a contribuição da pandemia.
EMMA
Perfeito e como que a escola lida com casos de bullying e outros
comportamentos prejudiciais à saúde mental dos alunos?
ENTREVISTADO 1
É a gente procura lidar, é de 2 formas, acho que Até de 3. Né? A forma que
eu considero a ideal é a prevenção, né? Então, sempre que a gente pode uma fala
em sala de aula, é até pouco tempo atrás. Tínhamos ali no corredor um cartaz que é
nem violência, nem revide, diálogo!! E a gente vai o tempo inteiro batendo nessa
tecla, não revida, busca um adulto, busca um mediador e vamos pelo diálogo. É,
então eu acho que é a prevenção. Ela é a forma melhor de lidar com o bullying, mas
também o que o que a gente pode fazer no momento que ocorre, não deixar passar
28

é chama a criança, explica, o adolescente, né? Tivemos muitas situações a que


poderiam ter virado bullying. Eu, eu, eu posso te dizer assim, ó, não é que a gente
não tenha casos isolados de uma criança que falam alguma coisa essa semana, na
outra, repete, mas geralmente também eles estão super sabendo, né? Que o melhor
caminho é procurar a equipe, procurar orientação, procurar direção, procurar
professora. Então a gente, tem condição de agir logo, porque eles trazem... nada
tem crescido assim de tu descobrir daqui a 2 meses, daqui a um ano. Né? muito raro
acontecer uma coisa que a pessoa guardou por tanto tempo. Então, no momento em
que a gente localiza, a gente chama, conversa e vai monitorando. né? Se a.. muitas
vezes a gente consegue resolver aqui dentro só com as crianças, às vezes os pais
nem ficam sabendo. Uma fala racista é uma fala gordofóbica, né? Qualquer...
homofóbico, a gente chama conversa aqui e vai mostrando e vai mostrando, né?
Essa, essa geralmente é a ação que eu diria que que nos envolve mais e que
ela é do cotidiano. Ela é pequena no cotidiano, né? Sempre... quase todo dia a
gente está atendendo alguém aqui que se estranhou, que falou um palavrão, que
chamou o outro de alguma coisa, né? Mas a conversa, geralmente ela resolve,
quando não resolve, a gente chama as famílias e começa a trabalhar com as
famílias, faz uma pactuação com a criança junto, né? É às vezes entre si, tem 2
crianças em litígio por conta de bullying. É a gente ali faz um acordo, não é? EE
assim vamos, né? E claro, assim tem também alguns artifícios que a gente vai
usando. É um filmezinho. É uma palestra que também ajudam, né? Entradas
constantes em sala de aula para falar sobre alguma situação, né? É, eu diria que
assim bullying mesmo é. É muito difícil que proliferem dentro da escola. O que que a
gente tem hoje são situações de conflito que não passam pelo bullying, que passam.
Me parece má. Mas por uma situação do daqui, do que que a criança está trazendo,
da pandemia das relações familiares, né? De angústia, que ela está sofrendo, de
inseguranças que pipocam é não em forma de bullying. Assim, hã, eu vou chamar.
Ele, vou botar um apelido, A turma vai ver e vai rir.. é são. São coisas mais, eu te
diria assim. Eu tenho um exemplo que é. É, às vezes tu vai observar as crianças
jogando um futebol qualquer idade assim você pode pegar alguém ali do quinto ano,
eles vão jogar futebol. Eles são amigos. Tá tudo ótimo entre eles, mas de repente,
não é dividida de bola, alguém entra mais forte, né? E eles têm argumentos para
isso, á, mas o corpo pode. O corpo pode no futebol lá fora, aqui dentro, se não dá
um corpo no outro e joga Na Quadra, nossa Quadra, uma Quadra que não tem o
29

piso adequada, ela machuca. Então isso é explicado para eles também, né? Mas o
futebol é a grande, digamos assim. A grande arena de problemas e conflitos, mas
não é, é o típico bullying que assim aquela coisa sistemática que um pega no pé do
outro e vai, vai aí, tem um grupo que pega que vai é um humilhando e isso a gente
não tem. É muito raro aparecer.
EMMA
Na pandemia também não teve o cyberbullying, algo do gênero?
ENTREVISTADO 1
tivemos, mas também muito, muito assim. Episódico, né? Quer ver o que que
nós tivemos na Pandemia... uma reunião com pais e crianças praticamente andar de
pré-adolescentes, tinha gente do sétimo ano. Em que houve, é primeiro. Uma coisa
que eu considero. Até normal, que era uma menina especial que. Falou uma coisa
para outra, assim chamou outra de burra na frente de todos os pais por uma
bobagem, uma era especial e a outra também. Não dá nem para considerar... mas a
gente teve alguém que entrou nas nossas reuniões anonimamente e começou ali no
bate-papo a fazer insultos pra quem estava ali, para professores, a postar
pornografia e aí, assim como eu estava nesse momento, eu estava falando, eu não
vi o orientador que viu e ele falou, a gente bloqueou, né? Essa foi uma situação e
tivemos uma situação com professores. Alguém, por conta de o professor ter
disponibilizado celular, WhatsApp né? Alguém pegou o telefone e começou a ligar,
ligar não, a mandar mensagem dizendo que era a mãe de uma aluna e que queria
muito que o telefone dela fosse inserido no grupo da turma que a professora estava,
e aí a professora me chamou desconfiada e olha eu não conheço essa aluna, ela
está dizendo que é mãe de fulano. A gente tinha tido no ano anterior uma aluna com
esse nome. E aí, é eu falei, não, eu estou aqui com ela e vou continuar dando corda
e me chamou em paralelo para saber até onde vai daqui a um pouquinho. A pessoa
disse que achava ela era muito bonita, era uma mulher falando com a professora,
né? E que queria conhecer ela pessoalmente. Não sei o quê e a conversa Ela Foi
deixando, né? Para poder ver até onde IA chegar, até que chegou no naquilo, que é,
no me manda, vamos trocar nudes? Que eram provavelmente um golpe. Né? Aí se
alguém cai nisso depois é chantageado. A isso a gente fez uma denúncia porque
não foi só essa professora. Simultaneamente ali naqueles dias, né? Uns 3,4 dias,
outras professoras foram também contactados, né? Foram essas as Situações
assim, mais graves e tivemos uma situação, não na pandemia, mas já aqui no
30

regresso da pandemia com o nosso na época oitavo ano. Em que eles criaram um
grupo para se comunicar naquele afã de ar agora voltamos as aulas, vão ter um
grupo, vamos relacionar bem com essa, eles começaram a se atacar em 2 toques, e
essa situação foi grave porque foram ofensas bem pesadas e as mães tomaram
partido e eu tive que separar 2 mães aqui dentro. Que quer que queriam se pegar.
Mas mais grave ainda, eram 2 mães queriam se pegar e outras 2 queriam bater
numa adolescente. E aí eu tive que chamar aqui né, disse assim, ó, tudo errado. E
esse é também um trabalho de base que a gente tem feito com os pais, não é?
Quando lá atrás, eu falei do terceiro ano, no ano passado. Que as meninas se
batiam muito. A gente descobriu que tinha a seguinte fala dos pais, se te
provocarem Tu não se mete, tu se afasta. Agora, se te baterem não, não deixa
assim tu bate de volta. Então, o que que a gente percebeu que ao pé da letra, as
crianças estavam agindo assim... Ó, tu Olha Pra Mim, me encara, eu te xingo, se eu
te xiguei, tu me ameaça, ah se tu me ameaçou, eu te bato, aí eu te bati, Tu chama a
tua mãe, Aí a tua mãe vem e ameaça a minha.... E assim a coisa IA numa Escalada
e a gente chamava as mães para conversar e elas diziam que a frase era essa. -Eu
não ensino meu filho a bater ou a minha filha, né? Naquele caso, mas se
encostarem a mão nela é Ela está sendo instruído a revidar E se não bastar, eu vou
entrar e vou acertar as contas. Não dizia que IA bater, vou. Acertar as contas com
ela e com a mãe Dela, né? E Tivemos um Caso para não dizer que não tivemos
nenhum, de 2 mães que se estranharam, né? Foi a 2 crianças aqui que se
desentenderam no portão, na saída pós é final de turno. E a mãe estava perto. É,
digamos que o filho dela foi ameaçado. Assim, pequenos também eles eram do
quinto ano, o Filho da mãe que estava ali, teve a mão do outro colocada no pescoço
dele. Como se fosse apertar e ela não sei se só, digamos no, afã de separar, ela
segurou firme demais e arranhou o braço do outro. A mãe do outro ficou sabendo já
quando ele subiu, esperou lá em cima, e bateu feio nela, bateu, bateu, bateu e bateu
de tal forma que menos de uma semana depois, essa mãe se mudou do moro ali em
cima. Então é isso também foi importante trazer para os pais como aprendizado, ó
vamos, vamos resolver as coisas dentro das escolas são crianças, né? Às vezes
uma criança se desentende com a outra e a gente tem que ter a paciência para
resolver. E não deixar que uma mãe entre na história achando que ela pode é coibir
ou falar alguma coisa pro outro, porque daqui a um pouquinho né? A gente tem
primeiro um adulto se dirigindo a uma criança e depois a mãe desse adulto
31

insatisfeito, tirando é satisfações e aí a coisa pode descambar, né? Então a escola é


isso É assim, ó, é é, eu diria que é um cobertor curto, teve inteira, tem que estar
olhando todos os lados. É famílias, estudantes, professores, funcionários. É bem
complexo.
EMMA
Ur um, perfeito. Vamos para a próxima, então. E qual a sua opinião sobre o
papel dos professores e orientadores na identificação de problemas de saúde mental
dos alunos?
ENTREVISTADO 1
O professor é a linha de frente, né? O professor é, é ele que está ali, é ele
que vai pela primeira vez, notar alguma coisa que ele possa achar diferente, chamar
atenção, uma dificuldade na aprendizagem é algum comportamento assim, mais é
agitado, né? Então, professor, é a linha de frente em todos os sentidos. O professor
é tão importante que ele muitas vezes também identifica a violência familiar, o
professor vê o vergão na criança, né? A criança se abre com o professor e conta
histórias, né? Então, é. É o professor é, é, digamos assim, é. É o radar, né? Não que
ele esteja ali para isso, mas é ele é que. Capta primeiro, A orientação do meu ponto
de vista é, quem acolhe a criança ou adolescente é pensando no seguinte. Todo
mundo que está dentro de uma escola é principalmente o pensando nos estudantes.
É ele chega na escola, mas A vida dele não fica lá fora. Ela vem com Ele então ele
entra aqui dentro se ele brigou com o pai, se ele brigou com a mãe, se ele está com
uma tristeza, se ele está com uma raiva, ele está vindo com aquilo. E muitas vezes
isso é se desdobra dentro da escola em alguma coisa que faz com que ele esteja
desatento, faz com que ele é, esteja com a, com a emoção à flor da pele e que fale
alguma coisa para o professor. E muitas vezes ele vem parar aqui na orientação,
não porque ele quis mostrar isso, mas porque aconteceu alguma coisa, um conflito,
uma tristeza que foi localizada e o professor pediu para ele descer aqui. E esse
vínculo do orientador, da orientadora e muitas vezes até eu faço muito esse papel,
né? De de estar na linha de frente também, junto com o orientador e orientadora.
Esse vínculo que a gente constrói com a criança de acolhimento e de escuta, ele é
muito importante, ele é afetivo, né? Muito afetivo. E nesse sentido, assim é. É. Há
uma possibilidade da criança se abrir do adolescente se abrir e a gente começar a
construir com ele um, digamos, um território de suporte, mesmo que não é o ideal. O
território de esporte ideal é um psicólogo, né? Existe lei que diz que a gente tem que
32

ter psicólogo, lei da secretária de educação, Raquel Teixeira, que não é


implementado, deveria ter aqui ó, um psicólogo, numa, numa sala como essa o
tempo inteiro. Quanta coisa a gente teria já resolvido se a gente tivesse, não é não
que o psicólogo seja mágico, mas ele vai escutar 1,2,3 e ele é a escuta
especializada, o orientador, ele não tem a formação de um psicólogo, né? Ele tem
uma formação voltada para o ambiente escolar, mas vai até ali, né? É quase como a
gente pensa, o. Pai e a. Mãe também, né? Na prática, se formam como
orientadores. Eles orientam as crianças, mas ele não é um psicólogo Né? E ele está
diretamente envolvido na situação, Muitas vezes, o orientador, não Ele está
distanciado, mas a formação dele é outra. Então, uma escola para ela acolher, ela
deveria ter psicólogos também, não é? Aqui, a gente conseguiu trazer estagiários
que, com a supervisão de um psicólogo e acima dele, mais uma supervisão de uma
de uma outra psicóloga e de um seminário que eles fazem semanalmente no IDH
gente conseguiu apoio, mas não é a escuta clínica e nenhuma escuta ativa são, é,
digamos, enfoques que vão privilegiar a turma e não o indivíduo. São enfoques
socioeducacionais. Né? Então não é exatamente o que a escola precisa, mas é se
aproxima, né? É o que a gente tem neste momento, né? Isso é uma parceria que
veio pelo EESCOLA MELHOR SOCIEDADE MELHOR, ou seja, onde formaliza
parceria, mas foi trazida pela pelo meu contato com IDH já desde o padre réus que
eu fui diretor, que eu tinha lá, a parceria dos estagiários e trouxe para cá também,
né? E eu acho que toda escola tinha que ter não só essa equipe de psicólogos
trabalhando com uma turma semanalmente propondo, é hoje se fala muito das
habilidades e competências socioemocionais, né? Elas estão andando praticamente
Juntos com a produção do Conhecimento se a criança não está bem nessas
habilidades, ela vai ter dificuldades também na aprendizagem, quase certo, então é
importante que se trabalhe isso. O professor não tem formação para isso. Gostaria
de ser um grupo como do IDH, trazendo propostas. E né, mas ainda é pouco.
Precisamos do psicólogo, né? Que fizesse aqui na escola, que atenda, que faça a
escuta de um por vez, né? Seria muito importante.
EMMA
Perfeito, então, as perguntas foram essas. quer acrescentar alguma coisa em
relação à saúde mental infantil, dos alunos, das crianças em si. Ou é isso?
ENTREVISTADO 1
33

Então acrescento sim, que eu sou um otimista no sentido de apostar sempre


assim, a Criança, ela é, digamos assim, a centelha divina, ela é O gênio em
potencial, ela é o que a gente tem de melhor, e as crianças estão machucadas pelo
porquê todos nós passamos por machucados. Na vida eu passei, tu passou, né? E
as crianças, elas precisam ser olhadas com este olhar assim, de que a gente precisa
cuidar delas. A gente precisa preservá-las, né? A gente precisa de dar o apoio
possível. E sem isso, a escola não funciona.
EMMA
Tá certo, então, muito obrigada. Ahn. Eu me chamo Emanuelle, sou estudante
do cardiologia. Hoje é dia 12 do mês 7.

ARQUIVO DE ÁUDIO
WhatsApp-Audio-2023-07-26-at-19.51.02-_1_ 1.mp3
00:00:01 EMMA
Bom, então vamos à início às perguntas, certo, qual é A sua profissão?
00:00:07 ENTREVISTADO 2
Eu sou professora de história desde 2008, início 2009 e tenho formação
também em orientação educacional e supervisão escolar desde 2017 (hoje).
Atualmente eu atuo em 3 instituições de ensino, uma da rede privada, que eu sou
professor de história em sala de aula. E 2 instituições públicas do estado que eu
sou supervisor e orientador.
00:00:36 EMMA
Perfeito a primeira pergunta, então, como você acredita que a escola e as
famílias podem trabalhar juntas para promover a saúde mental infantil dentro e fora
das escolas?
00:00:49 ENTREVISTADO 2
Eu penso que é através de parceria, né? Através de parceria, onde a escola e
família, elas devem ser parceiras, porque são elas que vão estar acompanhando as
crianças, no caso os estudantes. Quando a gente pensa na escola e os filhos e
filhas, quando a gente pensa No pai, na mãe, né? Então eu acho que essa
proximidade de família, escola, escola e família ela é fundamental, por quê São as 2
instituições, digamos assim, que tem uma proximidade bastante significativa com
esses estudantes e são eles que conseguem, hã, detectar alguma dificuldade, algum
34

sintoma, alguma necessidade que essas crianças tenham, algum comportamento


diferente que elas apresentem e, a partir disso, deve-se estabelecer os canais de
comunicação, né? A escola não pode agir sozinha. Toda a instituição escolar tem
uma série de limites nisso. Ela pode agir para em parceria com a família, né? E a
família também. Ela necessita da escola porque é o ambiente onde a essa criança,
esse indivíduo, essa pessoa vai passar grande parte do seu tempo ali. Então a
escola tem um papel muito importante nisso e sempre que na escola, no ambiente
escolar, for identificado algo diferente, digamos assim, comunica-se a família, né? E
aí a gente traz a família, a gente faz de tudo para trazer a família para a próximo até
pra gente encaminhar uma situação de melhora, então esse é o é o sentido. Eu
resumiria essa relação de família, escola numa relação de parceria (tem) eles
precisam. Elas precisam ser parceiras, porque se elas não forem parceiras não
serão encaminhados nada de uma forma propositiva. E quem sofre no final das
contas, vai ser a criança, né?
00:02:50 EMMA
Um perfeito. Hã? E quais foram os principais desafios enfrentados pela escola
e pela família para manter uma boa comunicação e colaboração durante a pandemia
do COVID-19?
00:03:03 ENTREVISTADO 2
É o distanciamento, não é? Eu acho que o distanciamento ele foi muito ruim
naquele momento. Ele foi ruim, mas ele foi necessário, né? A gente também tem
que ter esse pensamento, naquele momento não tinha como A escola está cheia,
escola está sendo frequentada porque era uma Medida de saúde né, então era
muito sério aquilo e óbvio que nós, enquanto educadores, a gente tinha essa
percepção de que o Horizonte da educação, no pós pandemia, ele seria diferente.
Ele traria para nós uma série de dificuldades e uma série de oportunidades também,
né? Porque a pandemia para a escola, Ela Foi quase que uma quebra de
paradigmas. A gente tentou, a gente tentou e a gente teve que se readaptar, né...
uma coisa, é A escola no presencial, sala de aula cheia, professor trabalhando
diretamente com os alunos. Outra coisa é a escola fechada. Os professores, às
vezes em sala de aula, ou muitas vezes durante um tempo em casa, trabalhando
com os estudantes. Às vezes, os estudantes estavam ali de interlocutores, mas
muitas vezes teve professor que não viu o rosto do seu aluno, do seu estudante ali.
Por quê? Porque ele estava em casa. E muitos estudantes não tinham acesso à
35

internet, então não tinha como eles acompanhar em algo que eu descobri o nome
disso, que era uma aula síncrona, como a pandemia antes, eu não sabia que esse
era o termo que que se dava, né? Então, para os professores também foi um
aprendizado muito grande. E a escola se reinventou, ela teve que se reinventar, né?
Então, assim, foi bom no aspecto da aprendizagem, das readaptações que
aconteceram, mas o resquício disso, do ponto de vista da aprendizagem, a questão
pedagógica, ela gerou um prejuízo muito grande nos estudantes, e isso é perceptível
hoje, quando a gente conversa com eles, a gente vê que eles têm uma lacuna, né
significativa e que infelizmente vai atrapalhar eles por um tempo. Então, isso
também gera uma necessidade na escola, de buscar estratégias para tentar
recuperar aquilo que eles deveriam ter tido ali durante a pandemia que eles não
tiveram. Então há um... não há uma sincronia hoje ... tu tem às vezes tu tem uma
turma com 20 estudantes e tu vê que o desnível entre eles assim é grande e uma
parte disso está diretamente ligada ao contexto da pandemia, né? E após pandemia,
o que, o que que acontece a gente enquanto escola Precisamos desenvolver
estratégias nesse sentido de tentar repor para os estudantes aquilo que eles
ficaram, ficou a desejar para eles lá e, claro, um trabalho que não, não, ele não é
bem-feito, não é bem conduzido. Se a gente não tiver proximidade com a família de
Novo, né? Eu acho que essas 2 estruturas escola e família elas têm que estar muito
próximas nesse sentido, né? Porque às vezes a questão pedagógica, ela dá um
trabalho muito, muito sério assim para a escola, né não, às vezes, o professor de
sala de aula, muitas vezes ele não consegue encaminhar aquelas situações
específicas apresentadas por determinados estudantes. Então, ele precisa
encaminhar com uma sala de atendimento para uma orientação, para uma
supervisão. Então há, na verdade, é uma cadeia de funcionamento onde um setor
depende do outro, né? E claro que a gente tem essa percepção, a gente caminha de
várias formas, que às vezes as pessoas pensam que na que é na escola se trabalha
pouco, não é? Isso é uma, é uma inverdade muito grande, por que o que a gente
quer? E isso nós falamos para os estudantes, foi quando a gente conversa com ele,
tudo o que a gente quer é O sucesso deles, né? Tudo o que a gente quer é que eles
consigam atingir os objetivos deles. Às vezes a gente tem conversas mais rígidas,
mais duras, mas sempre dizendo para eles que o que está por trás disso é uma
postura de sentimento também porque a gente quer o bem deles, se a gente cobra
eles, é porque a gente acredita neles, porque a gente gosta deles e porque a gente
36

quer o bem Deles, então Isso gerou um contexto onde nós tivemos que nos
aproximar bastante deles Justamente pra isso, né? Para tentar atender as
demandas deles, que sempre tem uma ou outra, a gente convive com isso
diariamente, hã? Com esse objetivo, né? De tentar repor para eles aquilo que faltou
lá atrás e penso que a gente tem até um certo sucesso, né? Não é fácil, é uma
caminhada assim, bem difícil. Mas é uma caminhada que a Gente precisa fazer, né?
Porque esse É o nosso trabalho enquanto educador, que a Gente é então a gente
arregaça as mangas e a gente corre atras.
00:08:02 EMMA
Perfeito e como que a escola lida com casos de bullying e outros
comportamentos prejudiciais à saúde mental dos alunos?
00:08:11 ENTREVISTADO 2
Nós temos aqui na escola algumas estratégias pra gente trabalhar com isso,
né? Na nossa equipe, ela é muito do diálogo, a gente muito da conversa... Então eu
acho que isso é um princípio, se tenta conduzir essas situações dialogando, né? se
conversa se chama, estabelece acordos e quando esses acordos, eles não surtem
um efeito Propositivo, dentro do ambiente escolar. A gente busca outras estratégias,
né? De novo, eu volto à questão da importância do vínculo escola e família. Porque
tem algumas situações que nós enquanto escola, a gente tem os limites para
encaminhar, né? Então a gente vai chamar a mãe, vai chamar o pai, vai chamar os
responsáveis pra gente conversar, mas a gente tem postura, enquanto escola, que é
de ser sempre buscar fazer aquilo que a gente entende como possível para atender,
né? Essas situações, nós, enquanto instituição, a gente condena essas atitudes ou
práticas de bullying, brincadeiras que muitas vezes os estudantes pensam que é
uma brincadeira e na verdade, acaba não sendo a brincadeira. Então a gente
conversa muito com eles, a gente conscientiza eles.. porque o ambiente de escola
ele tem que ser um ambiente harmônico, ele tem que ser um ambiente de amizade,
Ele tem que ser um ambiente de socialização.. Ele é um Ambiente por excelência de
aprendizagem e eu acho que essa é um ponto que a gente conversa muito com
eles, né? Que é a questão da aprendizagem. Claro que a aprendizagem ela não se
resume só a questão do conteúdo em si, né? A gente trabalha com pessoas ..Mas
então a gente tem um papel de humanização muito grande no sentido e a gente
Busca o tempo todo colocar isso na cabeça deles, né? Eles vêm para a escola, eles
vão brincar, eles vão brincar, eles vão conversar, eles vão trocar ideia, eles vão, eles
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vão jogar futebol, eles vão, mas tem um momento, eles vão se socializar, eles vão,
mas tem um momento que é o momento sagradinho ali do, do estudar, né, do estar
focado. Porque senão, as coisas ficam mais difíceis agora em relação a questão
central do bullying, a gente faz todo um trabalho de conscientização e quando a
gente percebe ou a gente é notificado por algum estudante, algum professor que
está ocorrendo alguma situação, a gente corre lá porque o nosso Objetivo é resolver
isso. E A gente Não, não tolera, a gente não deixa passar. Então, se ocorre uma
vez, ocorre 2 vezes. Enquanto a gente sentir que o ambiente da escola ele é
propício pra gente encaminhar uma situação de resolução, a gente aposta nisso.
Quando a gente vê que esses canais se esgotaram, aí a gente Busca as famílias.
00:11:06 EMMA
Aham, perfeito. Então, e a última, qual é a sua opinião sobre o papel dos
professores e orientadores na identificação de problemas de saúde mental dos
alunos?
00:11:18 ENTREVISTADO 2
Hã, eles têm um papel muito importante...Eles têm um papel, eu não vou
colocar no patamar do, da família, mas Eles tem um papel muito significativo, porque
ele eu estou usando no singular, mas envolve mais de eles porque o contato deles
com as crianças, com os estudantes, é muito , e cotidiano, né? É tu? Ontem eu tava
falando com os pais aqui, atendendo em relação a Aos estudantes. E eu dizia para
eles que o professor, ele como ele, acompanha cotidianamente os estudantes.
Muitas vezes eles conseguem detectar algumas coisas que o setor ele não
consegue, porque ele não acompanha o tempo todo. Então o professor muitas vezes
ele está mais próximo do estudante, a muitas vezes do que o pai ou a mãe está
porque pela jornada de trabalho que o pai e a mãe têm um envolvimento que eles
têm fora de casa, então o professor por ele passar de 4, 4 horas e meia na Escolas
junto acompanhando o estudante, ele consegue detectar muita coisa, então o
professor de sala de aula eu diria que ele tem um papel fundamental nesse processo
e aqui na escola a gente conversa com os professores Nesse sentido, eles têm
trânsito muito tranquilo, livre para trazer esse tipo de informação quando eles
detectam no ambiente da sala de Aula ou em qualquer outro Espaço pode ser no
pátio da escola, em qualquer outro lugar, Se eles detectarem alguma coisa diferente,
a gente pede Pra Ele, sabe? Vocês analisem também, não vão sair correndo, que
nem doido por qualquer coisinha. Mas Vamos acompanhar os comportamentos. Se
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esses comportamentos diferentes eles passam a ser cotidianos, passam, vão


deixando de ser diferentes e passam a ser normais. Bom, aí a gente precisa dar
uma conversada, preciso dar uma verificada mais próxima. A escola tem uma sala
de atendimento a alunos especiais. Não é que a professora Ione faz esse trabalho,
então ela também atende alguns estudantes. Eu como orientadores, supervisor faço
esse trabalho também. A direção da escola também é muito, é muito preocupada
com essas situações. Então, sempre que a gente tem alguma coisa nesse Sentido a
gente se movimenta, a gente se movimenta.. Para gente é realmente ver se existe
algo ali que a gente possa encaminhar de uma forma diferente. Ou então a gente
sinalizar para a família, né? Porque é o primeiro passo. A gente também não, não
alardeia, não assusta não. A gente encaminha de uma situação de uma situação
tranquila, mas que é uma situação que precisa ser verificada, né? Pra ver se
realmente não tem nada de errado.
00:13:59 EMMA
Perfeito. Bom, as perguntas foram essas, tá?. Caso queira acrescentar
alguma coisa em relação à saúde mental das crianças em si e em geral, né? Ou se
tem alguma particularidade que gostaria de acrescentar.
00:14:16 ENTREVISTADO 2
Não, eu acho que é. Eu acho que é isso. Assim, Emanuelle, o que o que a
gente tem assim é de um contexto de estudantes extremamente agitados de
estudantes que são, hã. Hiperativos assim, que eles não param, que eles parecem
que estão ligados na luz, não é? Eu a eu era professor. Antes da pandemia e
continuo sendo. E a impressão que eu tenho é que a Gente, teve uma mudança
nesse sentido também, né? Não, não estou dizendo que era melhor lá, mas eu estou
dizendo que me parece que havia uma diferença assim, né? A gente parece que
não. Tinha esse contexto mais, digamos assim, mais. Dinâmico, né? Então hoje a
gente tem um contexto escolar, assim que ele demanda, hã? Professor orientador,
equipe diretiva, estarem muito atentos aos estudantes, justamente para que quando
se note algo que se considere diferente. E esse diferente não é assim de forma
pejorativa. É um diferente, diferente. A gente tentar investigar. Pode não ser nada
que não, que não seja nada, né? Mas a investigação, ela é importante justamente
porque uma percepção dessa que inicialmente a gente pode pensar que não é
importante, na verdade, pode ser um passo fundamental para te resolver um
problema que poderia vir ali na frente, né? De formas mais significativas. Então é
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isso. Eu acho que nós temos todos que estar atento, sim. Como os nossos
estudantes, com os nossos filhos, né? Para que a gente consiga se em algum
momento tiver necessidade de a gente conseguir acolher eles e tentar encaminhar
as situações da melhor forma possível.
00:16:00 EMMA
Tá certo. Então, muito obrigada. Viu? Me chamo Emanuelle. Eu sou aluna da
cardiologia, hoje é dia 12 do 7 de 2023

Arquivo de áudio
WhatsApp-Audio-2023-07-26-at-19.51.02-_2_.mp3 IONE
00:00:00 EMMA
Bom, então assim eu vou começar fazendo. As perguntas são, ao todo, 6
perguntas, tá bom, tá aí que a gente vai se comunicando no. No meio delas.
Primeiro. Então, qual é A sua profissão?
00:00:12 ENTREVISTADA 3
Eu sou pedagogo de educação especial.
00:00:14 EMMA
Perfeito. E há quanto tempo você trabalha ou convive com crianças?
00:00:19 ENTREVISTADA 3
É eu, a minha área é com deficiência mental, né? Eu trabalhei 20 anos na
Apai, né? Com alunos com deficiência intelectual. É, já estou 15 anos com de
inclusão em escola regular, então são alunos que tem... com deficiência intelectual
que têm condições de frequentar, de estar inserido na escola regular. Já são... Então
eu tenho um total de 35 anos na área de educação especial.
00:00:49 EMMA
é bastante certo, e como que você acredita que a escola e as famílias podem
trabalhar juntas para promover a saúde mental infantil, dentro e fora das escolas?
00:01:02 ENTREVISTADA 3
É, é aquilo que a gente sempre procura fazer é a intermediação, escola,
família e a área da saúde, né? Por um momento que onde houver a falha de uma
dessas áreas, vai dar conflitos e a gente sempre procura estar, né? Saber O que
que o Aluno, que que essa criança precisa para a gente estar podendo preencher,
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acolhendo esse aluno, né? Então é isso que é importante, a gente ter essa ligação,
família, escola e o aluno.

00:01:36 EMMA
O run perfeito. E quais foram os principais desafios enfrentados pela escola e
pela família para manter uma boa comunicação e colaboração durante a pandemia
do COVID-19 e após?
00:01:52 ENTREVISTADA 3
É bem bem difícil que que eu posso dizer, foi um desafio, um desafio para nós
profissionais. Desafio para a família. Acho que pra sociedade, pra todo mundo poder
se adaptar, acolher e dar condições da gente manter, né? O trabalho, que não foi
nada fácil, porque nem todo mundo tinha né? A condição de poder proporcionar
esse aluno, essa criança na escola, de fazer atividade online, né? Isso foi bem, foi
um trabalho desafiador. Para nós, assim quanto à escola, família E sociedade, assim
foi bem, bem difícil, né? Mas.
00:02:40 EMMA
E na sua questão, não pode falar, não, não na questão da saúde mental
dessas crianças, né? Qual foi o os maiores desafios nessa questão toda? Por conta
de estarem, né? Recluso, de não ter o contato.
00:02:40 ENTREVISTADA 3
Sim, sim, sim. O que que foi que a gente observou muito no retorno?
Eles voltaram muito Agressivos, desamparados. Hã? Como é que eu vou te
explicar? A carência, até mesmo a carência afetiva, muitas vezes até a fome. Isso aí
a gente percebeu bastante. Foi um desafio para a gente poder resgatar todos esses
alunos... bom tu sabe, né, bem difícil.
00:03:32 EMMA
Perfeito, então. E como que a escola lida com casos de bullying e outros
comportamentos prejudiciais a saúde mental dos alunos?
00:03:45 ENTREVISTADA 3
Essa não é muito minha parte...
00:03:46 EMMA
Mas dentro do que tu participa...
00:03:47 ENTREVISTADA 3
Tudo que bem é.
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É, vamos falar do que eu participo, tentasse buscar um diálogo nela,


conversar e explicar, tentar fazer com que esses alunos que fazem um bullying, hã,
fazer uma transferência, se colocar no lugar do outro, daquele que está sofrendo
bullying. Acho que o diálogo é muito importante para termos força, trabalhar essa
questão do bullying, né? Que ta bem complicado, mas a.. pelo que eu percebo que a
gente tenta fazer através do diálogo, né? Esse trabalho com os alunos.
00:04:25 EMMA
Rump perfeito e a última pergunta, então é, qual a sua opinião sobre o papel
dos professores e orientadores na identificação de problemas de saúde mental dos
alunos?
00:04:38 ENTREVISTADA 3
Só repete, era no qual a.
00:04:41 EMMA
Qual a sua opinião sobre o papel dos professores e orientadores na
identificação de problemas de saúde mental dos alunos?
00:04:50 ENTREVISTADA 3
O que O que que eu percebo a gente tá indo além da Nossa capacidade, se
hoje eu sou professora, eu não sou só professora, eu sou professora, eu sou
orientadora, eu sou psicólogo, assistente socia E muitas vezes, eu tenho sido mãe.
Porque tu tem que fazer aquele papel de poder, hã? Amparar aquele aluno daquele
conforto que o aluno precisa, então é isso que que eu vejo que nós, como
profissionais da educação, nós estamos indo além do papel do professor, e sim de
vários outros. Além do ser? É, e como mais ou menos que eu te falei, não sei se foi
bem claro, mas. Mas eu vejo aí uma coisa, uma Das coisas que eu comentei no
nosso retorno da Apai, não se isto vai, né? Que a gente está, nós voltamos, né, Da
pandemia isso pós pandemia, antes tu chegava na sala de aula que eu chegava ali e
fazia o teu Trabalho, né? Dava a tua aulinha e ia para casa. Okay, agora não, tu tem
que ser um, tu tem que atender, tu tem Que acolher a Família, tu tem que acolher o
aluno, Tem que acolher o colega, o outro professor Né? É todo um Amparo. Nós
estamos em até às vezes, muitas vezes assistente social. A gente tem que fazer o
trabalho foi muito bem a minha área assim abrange assim toda essa questão, só se
tu mesmo viu, né? Eu participo de reunião com profissionais da área da psicologia
da área social, muitas vezes de enfermagem, às vezes, e necessário ir ali no posto,
então a gente não fica só exclusivo na nossa né.. a gente tem que conhecer e
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interagir também com outros profissionais da área da saúde pra gente poder atender
esses alunos que estão sofrendo com bastante sofrimento de saúde mental, Assim,
que está bem, assim acentuado, assim está vindo muita demanda de alunos...não
digo só...As crianças com problemas de saúde mental, assim, é o transtorno, essa
Doença, doença mental Assim... que a sociedade está, meio que a gente está
vivendo tudo isso também, ta nos levando a ampliar mais o nosso conhecimento
dessa... e a busca de soluções na área da saúde também...
00:07:16 EMMA
Perfeito, então são essas, claro, com certeza, são essas perguntas. Eu dou
sempre, nenhuma, uma. Abro um momento, se quer acrescentar alguma coisa mais,
assim em relação à saúde mental infantil, se tem algum, algum ponto específico que
queira comentar.
00:07:33 ENTREVISTADA 3
É isso que eu te falei, né? A gente agora sente a demanda, está muito
grande, né? Porque antes, né? Quando eu trabalhava na apai, eu trabalhei 20 anos
na apai... Eu chegava ali. Eu só tinha um trabalho assim, né? Tinha reunião porque
o aquele aluno chegava primeiro ir no neurologista. O neurologista passava pela
psicóloga. Da psicóloga ia para a T.O,né... e a gente no final, fazer uma avaliação
com o Pedagogo, no final A gente fazia Uma reunião, um estudo de caso se esse
aluno é pra estar na turma tal. E aí a gente? Faz a nossa parte. Só que agora está
muito difícil. Está difícil por quê, E o mais agravante, assim, ó. Para onde eu vou
encaminhar esse aluno? Um está com problemas emocionais? Aonde que a gente
vai pedir Socorro? Para onde que A escola vai encaminhar. Entendeu? Às vezes a
gente fica perdida. Às vezes tu quer tentar, solucionar, tu quer sanar a situação de
um determinada situação, mas tu não tem aquele Amparo, né? Meu caso alunos de
inclusão, se for ver a gente está sozinho. Você não tem onde recorrer, né? A então
tá... olha a situação da turma do ***, vai encaminhar para onde?? Onde está o
psicólogo, onde é que está um profissional? Há? Não, mas a gente encaminha via
posto. Mas ele...Não, mas tem que esperar até ser chamado, mas até tu ser
chamado...Aí fica perdida porque eu, a minha área é essa. Eu atendo até ali, mas e
depois, quem é que vai dar o suporte? Como é que vai? No caso da turma, né?
Quem é que vai dar esse suporte? Tudo? além de nós, porque às vezes foge da
nossa alçada. E aí, quem é que vai nos socorrer? Essa situação que eu vejo que eu
43

sinto que às vezes a gente está... não tem Aquele Amparo que nós deveríamos ter.
Eu acho que tem que ter muito profissional.
Muito profissional, acho que para poder acolher todas as as... Essa grande
demanda, que está muito grande essa demanda da decisão.
00:10:02 EMMA
Tu acha que aumentou essa demanda após pós pandemia?
00:10:05 ENTREVISTADA 3
Com certeza, muito. Talvez antes não Era tanto, mas agora também pós
pandemia foi bastante...Agora, esse de fica dentro de casa, não tem Liberdade,
imagina 2 anos. O ***, como é que foi o *** ficar os 2 anos, que ele tinha uma
Liberdade de brincar, dia que ele teve que ficar dentro de casa? O ** ta no segundo
ano né? No primeiro, ele tinha que assistir aula pelo computador.
Não, não chegou a.
Não, minto. Desculpa, ele não pegou isso, entendeu?
00:10:40 EMMA
Mas ele fez a creche pelo computador.
00:10:43 ENTREVISTADA 3
Tu imagina se ficar 4 horas pelo computador? Ele conseguiu ficar sentado?
Então isso tudo foi um desafio para nós, profissional, para pais... E para a
criança..
Mas estamos aí.
00:10:57 EMMA
Tá certo, então, okay.
00:11:00 EMMA
eu me chamo Emanuelle, sou aluna do cardiologia do curso técnico de
enfermagem e hoje é dia 12 do mês 7 de 2023.

Arquivo de áudio
WhatsApp-Audio-2023-07-26-at-19.51.02-_3_.mp3 FREDDI
00:00:01 ENTREVISTADA 4
Então vou responder aqui, desculpa horário, né? Tô conseguindo parar agora
vou. Espero que as respostas sejam satisfatórias. Mas lembrando também em
algumas das respostas, eu comento ali nessa questão que eu estou na escola há
pouco tempo, né?
44

Estou somente há 6 meses lá e acabo passando só um turno da semana,


então as minhas informações também são bem enviesadas por esse, por esse olhar,
né?
De quem está lá para fazer um trabalho focal, objetivo e que acaba não tendo
como ter um acompanhamento mais global e geral da instituição, dos alunos,
professores e equipe.
Pedagógica, tá?
Então, respondendo ali as perguntas de identificação.
Meu nome é Fred, eu sou psicóloga e sócio psicodramatista e trabalho com
crianças já fazem 6 anos desde que quando eu comecei a atuar nos diferentes
locais de estágio, lá na minha graduação.
Então, as perguntas de coleta.
A como Eu Acredito que a escola e as famílias podem trabalhar juntas para
promover a saúde mental dentro e fora das escolas. Acredito que através de uma
relação transparente frente às vivências das crianças Na escola, além de uma
comunicação Clara e assertiva das dificuldades relacionais e de aprendizagem das
crianças, além de ter um alinhamento entre escola e família, de valores e de
estratégias de enfrentamento sobre a resolução de conflitos e das dificuldades que
possam ir aparecendo durante as relações entre as crianças, entre elas mesmas,
das crianças com as professoras, as professoras, com a equipe pedagógica das
crianças, com a equipe pedagógica, enfim, de todos esses sub grupos que
aparecem No contexto escolar.
A quais foram os principais desafios enfrentados pela escola e pela família
durante a pandemia para manter uma boa comunicação, não posso responder, né?
Voltando ao que eu comentei antes, não posso responder pela escola, pois eu
entrei fazia em somente 6 meses, né?
Em março, na verdade, porque eu não a acompanhei durante a pandemia,
mas Eu Acredito que o ideal não sei se foi o que a escola fez, seja ter trocas
constantes sobre o desenvolvimento psicossocial das crianças.
Como a escola lida com casos de bullying e outros comportamentos
prejudiciais a saúde mental dos alunos? Por estar somente um turno na escola e
tem um trabalho focal com somente com algumas turmas, eu não tenho propriedade
para dizer como que a escola lida com as conflitivas de um de um jeito mais geral,
né?
45

No dia a dia, mas eu sei que é ofertado um espaço de acolhimento e escuta


para as crianças quando elas necessitam de um espaço para compartilhar as dores
e dificuldades que elas enfrentam nas relações.
Qual minha opinião sobre o papel dos professores e orientadores na
identificação de problemas de saúde mental dos alunos? bom acredito que tem uma
comunicação Clara e assertiva que nem foi dito anteriormente nas mais diversas
esferas e subsistemas da instituição.
Os professores são os que mais passam tempo com os alunos, portanto, eles
podem oferecer informações importantes sobre seus comportamentos e atitudes na
sala de aula, porém, é importante entender que essa perspectiva é um recorte dessa
desse ser dessas crianças e é importante entender de forma sistêmica essas
questões que surgem no cotidiano para que não haja uma patologização de certos
comportamentos sem um olhar para o todo, né?
Então uma importância de olhar para toda essa questão que se forma todo
esse complexo que tem que entender que dentro da sala de aula até mesmo fora, é
um recorte dessas crianças, adolescentes e dessas pessoas que estão dentro dessa
instituição, né? Então, acho, acho muito importante isso para que não haja uma
coisa educionista não é a sintomas reducionista. A patologia, transtornos, mas que
possam entender de uma forma mais global, tanto as relações como
desenvolvimento neuronal, neuro, desenvolvimento de aprendizagem, cognição e
também relacional. E vincular, né? Então, espero que as respostas possam te
ajudar, tá? Desculpa de novo a hora, mas é quando eu estou. Quando eu tive um
tempinho aqui para responder e no mais estou aqui, tá bom?
Um beijo, Emma, boa noite

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