A Literatura Colonial No Enem - Prof. Jorge Alessandro
A Literatura Colonial No Enem - Prof. Jorge Alessandro
A Literatura Colonial No Enem - Prof. Jorge Alessandro
·
Bento Teixeira
(Prosopopeia) Expressão ideológica da Contra-Reforma Católica
Barroco Dualismo - Conflito entre corpo / razão e alma / fé
Séc XVII Gregório de Matos Pessimismo - Temática do desengano e agonia
(Seiscentismo) (Poesia lírica e satírica) Eu-lírico homem humilhado e pecador que se dirige a
___________________________ Deus, fonte de remissão.
___________________________ Ênfase na noção de mundo efêmero, vão
___________________________ Linguagem complexa e labiríntica
Linguagem Cultista: jogo de palavras
Pe. Antônio Vieira (Ornamentação)
(Sermões)
Linguagem Conceptista: jogo de ideias (Argumentação)
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Os primeiros escritos da nossa vida documentam precisamente a instauração do processo [...]. Enquanto informação, não
pertencem à categoria do literário, mas à pura crônica histórica e, por isso, há quem as omita por escrúpulo estético [...]. No
entanto, a pré-história das nossas letras interessa como reflexo da visão de mundo e da linguagem que nos legaram os primeiros
observadores do país. (BOSI, Alfredo. História Concisa da Literatura Brasileira, Cultrix, 1977, p. 15.)
02. Quanto à Literatura de Informação no Brasil, da qual discorre o autor, NÃO é correto afirmar que
(A) compreende as manifestações literárias produzidas no Brasil à época de seu descobrimento, durante o século XVI.
(B) é representada por cartas, documentos e relatórios acerca da flora, da fauna e dos habitantes da nova terra.
(C) se caracteriza como um movimento paralelo ao Renascimento português, que vivia o seu auge na Europa.
(D) descreve as expansões marítimas e as conquistas material e espiritual das novas terras conquistadas.
(E) tem suas obras caracterizadas pela presença de adjetivos empregados para exaltar a terra exuberante e exótica
03. NÃO é correto afirmar que as peças teatrais de José de Anchieta
(A) eram caracterizadas pela ausência de unidade de espaço e de tempo.
(B) eram encenadas à beira-mar, por jesuítas, colonos, índios e índias.
(C) tinham a participação da plateia e o espetáculo era montado com coro e dança.
(D) eram redigidas em versos e terminavam com a vitória do Bem sobre o Mal.
(E) mesclavam a moral religiosa católica aos costumes indígenas locais.
Leia a estrofe abaixo e faça o que se pede:
Dos vícios já desligados
nos pajés não crendo mais,
nem suas danças rituais,
nem seus mágicos cuidados.
(ANCHIETA, José de. O auto de São Lourenço
04. Assinale a afirmativa verdadeira, considerando a estrofe acima, pronunciada pelos meninos índios em procissão:
a) Os meninos índios representam o processo de aculturação em sua concretude mais visível, como produto final de todo um
empreendimento do qual participaram com igual empenho a Coroa Portuguesa e a Companhia de Jesus.
b) A presença dos meninos índios representa uma síntese perfeita e acabada daquilo que se convencionou chamar de literatura
informativa.
c) Os meninos índios estão afirmando os valores de sua própria cultura, ao mencionar as danças rituais e as magias praticadas
pelos pajés.
d) Os meninos índios são figura alegóricas cuja construção como personagens atende a todos os requintes da dramaturgia
renascentista.
e) Os meninos índios representam a revolta dos nativos contra a catequese trazida pelos jesuítas, de quem querem libertar-se tão
logo seja possível.
“Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal, ou ferro; nem lha vimos.
Contudo a terra em si é de muito bons ares frescos e temperados como os de Entre Douro e Minho, porque neste tempo d’agora
assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas; infinitas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-
á nela tudo; por causa das águas que tem!”.
05.Este é um trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha sobre o “achamento” das terras do Brasil. Das alternativas abaixo
sobre a Carta, só é CORRETO afirmar:
a) Cronologicamente a Carta de Pero Vaz de Caminha insere-se no Barroco brasileiro.
b) O estilo ufanista e emotivo prenuncia características do Romantismo brasileiro.
c)Entre outros textos do século XVI em forma de diários, tratados e crônicas, a Carta de Pero Vaz de Caminha é tida como
literatura de informação.
d) Escrita em versos, a Carta de Pero Vaz de Caminha é considerada o primeiro poema épico da literatura brasileira.
e)Não se pode dizer que foi por cumprimento do dever do cargo de escrivão que Pero Vaz de Caminha escreveu a Carta.
Texto 1
“De ponta a ponta, é tudo praia... muito chã e muito formosa. Nela, até agora, não podemos saber que haja ouro nem prata...
porém a terra em si é de muitos bons ares, assim frios e temperados... Águas são muitas; infindas.”
Texto 2
“Então estiraram-se de costas na alcatifa, a dormir, sem buscarem maneira de encobrir suas vergonhas.”
Texto I
A partida de Belém, como Vossa Alteza sabe, foi segunda-feira, 9 de março. [...] E domingo, 22 do dito mês, às dez horas, pouco
mais ou menos, houvemos vista das ilhas de Cabo Verde, ou melhor, da ilha de S. Nicolau [...]. E assim seguimos nosso caminho
por este mar de longo, até que, terça-feira das Oitavas de Páscoa, que foram vinte e um dias de abril, estando da dita ilha obra de
660 léguas, segundo os pilotos diziam, topamos alguns sinais de terra, os quais eram muita quantidade de ervas compridas, a que
os mareantes chamam Botelho [...]. E quarta-feira seguinte, pela manhã, topamos aves a que chamam fura-buxos. Neste dia, a
horas de véspera, houvemos vista de terra! Primeiramente dum grande monte, mui alto e redondo [...]; ao monte alto o capitão pôs
o nome de O Monte Pascoal, e à terra, A Terra de Vera Cruz.
Carta de Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal
Texto II
A descoberta
Seguimos nosso caminho por este mar de longo
Até a oitava Páscoa
Topamos aves
E houvemos vista de terra
Oswald de Andrade, “Pero Vaz Caminha”
Excerto II
“Ora sabereis que a sua riqueza de expressão intelectual é tão prodigiosa, que falam numa língua e escrevem noutra. (...) Nas
conversas utilizam-se os paulistanos dum linguajar bárbaro e multifário, crasso de feição e impuro no vernáculo, mas não deixa de
ter o seu sabor e força nas apóstrofes, e também nas vozes do brincar. (...) Mas se de tal desprezível língua se utilizam na
conversação os naturais desta terra, logo que tomam da pena, se despojam de tanta asperidade, e surge o Homem Latino, de
Lineu exprimindo-se numa outra linguagem (...), que, com imperecível galhardia, se intitula: língua de Camões!”
(Mário de Andrade. Macunaíma, cap. IX – “Carta pras Icamiabas”, 1928)
a) O comentário do cronista sobre a língua e a cultura indígena contém uma ironia carregada de preconceito. Ao contrário disso,
não há ironia cultural, só lingüística, no que Macunaíma diz da língua portuguesa.
b) O cronista colonial observa a ausência de três letras na língua indígena, F, L e R, para concluir daí, sem nenhuma ironia, o
estado de desordem em que viviam os aborígines. Também não há ironia no que Macunaíma diz da língua portuguesa.
c) A visão do colonizador português, contida no excerto I, é idêntica à do colonizado, expressa no excerto II. Ambos se igualam na
compreensão que revelam das diferenças lingüísticas e culturais.
d) A ironia do colonizador (excerto I) desmerece a língua e a cultura indígena. A ironia do índio Macunaíma (excerto II) ridiculariza
a colonização cultural dos brasileiros, quando escrevem numa suposta “língua de Camões”, latinizada e pomposa, que o próprio
Macunaíma parodia em sua carta.
e) O texto de Gândavo mostra uma compreensão da cultura indígena incomum para a sua época, ao tratá-la com respeito e
seriedade, sem nenhum traço de ironia. O mesmo não se pode dizer do texto de Macunaíma: carregada de humor e de deboche,
sua carta não permite nenhum conhecimento acerca da cultura brasileira.
Poética de Anchieta
Anchieta escrevia na areia,
E a maré levava...
Anchieta escrevia na areia,
E a maré levava...
O bom jesuíta havia assim criado
uma espécie de antecipação
do computador ...
Zuca Sardanga
Viu, um deles, umas contas de rosário, brancas, e acenou que lhas dessem; folgou muito com elas e lançou-as ao pescoço;
depois tirou-as e enrolou-as no braço e acenava para a terra e então para as contas e para o colar do Capitão, como [a dizer] que
dariam ouro por aquilo. Isso entendíamos nós, por assim desejarmos; mas se ele queria dizer que levaria as contas e mais o colar,
isto não queríamos nós entender porque não havíamos de dar.
Extraído de: Pero Vaz de Caminha, Carta ao Rei D. Manuel, do século XVI.
12. Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações sobre esses fragmentos.
( ) O eu-lírico do poema de Bopp denuncia a forma violenta como se deu a colonização do Brasil, o que pode ser evidenciado
nas duas ocorrências da palavra "sangue".
( ) O fragmento da carta de Caminha expõe a intenção dos portugueses de trocar colares por metais preciosos existentes na
nova terra.
( ) O texto de Bopp, ao referir que começou "um Brasil sem-história-certa", exemplifica a perspectiva modernista de releitura
crítica do passado nacional.
( ) Ambos os fragmentos, embora pertencentes a épocas distintas, reafirmam a supremacia do interesse religioso da conquista
ao referirem, respectivamente, "contas do rosário" e "missa".
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
(A) V - V - V - F. (D) F - V - F - V. (B) F - F - V - V. (E) V - F - F - F. (C) V - F - V - F.
Neste mundo é mais rico, o que mais rapa: A flor baixa se inculca por tulipa;
Quem mais limpo se faz, tem mais carepa1; Bengala hoje na mão, ontem garlopa3:
Com sua língua ao nobre o vil decepa: Mais isento se mostra, o que mais chupa.
O velhaco maior sempre tem capa.
Para a tropa do trapo vazo a tripa,
Mostra o patife da nobreza o mapa:
E mais não digo, porque a musa topa
Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa;
Em apa, epa, ipa, opa, upa.
Quem menos falar pode, mais increpa2:
Quem dinheiro tiver, pode ser Papa.
19. Considere as seguintes afirmações sobre o soneto lido.
I. De acordo com o primeiro quarteto, quem se pretende mais limpo tem maior sujeira, mas quem é nobre trata de decepar as
pretensões de quem é vil.
II. No segundo quarteto, há uma receita de ascensão social, em que, por exemplo quem tem menos autoridade mais acusa e
quem tem riqueza obtém importância e prestigio.
III. No ultimo terceto, o poeta refere as rimas usadas ao longo do soneto e, do ponto de vista formal, abandona o decassílabo
para lançar mão de versos de oito silabas.
Quais estão corretas?
(A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas I e III. (D) Apenas II e III. (E) I, II e III.
20. A literatura produzida no Brasil no século XVIII possui como temática recorrente o ambiente bucólico e pastoril. A
maioria dos autores desse período Árcade dedicou-se a obras que tinham como enfoque o espaço de Minas Gerais.
Com base na leitura do poema abaixo, assinale a alternativa que corresponde ao fazer poético desses escritores:
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, Eu vi o meu semblante numa fonte,
Que viva de guardar alheio gado; Dos anos inda não está cortado:
De tosco trato, d’ expressões grosseiro, Os pastores, que habitam este monte,
Dos frios gelos, e dos sóis queimado. Com tal destreza toco a sanfoninha,
Tenho próprio casal, e nele assisto; Que inveja até me tem o próprio Alceste:
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite; Ao som dela concerto a voz celeste;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite, Nem canto letra, que não seja minha,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças, Marília bela, Graças à minha Estrela!
Graças à minha Estrela! GONZAGA, Tomás Antonio. Marília de Dirceu.
(A) O “eu lírico” do poema corresponde à realidade de Tomás Antônio Gonzaga, pois este vivia na realidade bucólica, detestando
a cidade, que era vista como espaço “grosseiro”.
(B) A intenção do “eu lírico” é mostrar, por meio do poema, sua preferência pelo campo, pois nesse lugar possui uma maneira de
se sustentar, como vaqueiro, o que lhe dá garantias de sobreviver.
(C) O “eu lírico” tem o objetivo de conquistar Marília tecendo elogios à vida pastoril, mesclados com comentários a respeito de sua
vida no campo, com todas as vantagens que uma vida simples pode trazer.
(D) O “eu lírico” se afirma como poeta, pois mostra que os versos que recita são seus, não dependendo da ajuda de outros
escritores. Isto é corroborado por suas colocações a respeito do ambiente pastoril, que o influencia e inspira.
(E) O “eu lírico” do poema reflete a alegria de se viver no ambiente bucólico, longe da realidade da cidade. Essa alegria se reflete
no amor que sente pela mulher amada, Marília, que inspira a escrita do poema, e suas afirmações servem quase como uma
profissão de fé do autor.
Sou pastor; não te nego; os meus montados
São esses, que aí vês; vivo contente
Ao trazer entre a relva florescente
A doce companhia dos meus gados;
21. Nos versos anteriores, de Cláudio Manuel da Costa, exemplifica-se o seguinte traço da lírica arcádica :
( ) valorização das circunstancias biográficas do poeta. ( ) representação da natureza amena e do sentimento bucólico.
( ) imaginação delirante de paisagens exóticas. ( ) representação da natureza como espelho das fortes paixões
( ) valorização das classes humildes, opostas às aristocráticas.
22. Leia os textos seguintes, compare-os e assinale a opção correta sobre eles:
“Por morto, Marília “Se penso que posso
Aqui me reputo: Perder o gozar-te,
Mil vezes escuto E a glória de dar-te
O som do arrastado, Abraços honestos,
E duro grilhão E beijos na mão.
Mas ah! que não treme, Marília, já treme,
Não treme de susto já treme de susto
O meu coração. O meu coração.”’
(Tomás Antônio Gonzaga)
a) o primeiro corresponde a uma situação trágica presente, e o segundo aos sucessos do passado.
b) O poeta e Marília são personagens de um idílio, distantes de um do outro por fatores de saúde.
c) O medo é um elemento comum nas duas estrofes, sendo a causa do desespero do poeta.
d) a Segunda estrofe é a fundamental porque identifica a amada do poeta.
e) o poeta não teme a violência, mas, sim, a possibilidade de ficar privado do amor.