Escatologia e Missao
Escatologia e Missao
Escatologia e Missao
Escatologia e Missão
Profa. Regina Fernandes
Escatologia e Esperança
resultaram em linhas
escatológicas divergentes e
que representam uma
abordagem conservadora
da escatologia, como: pré-
milenismo (histórico e
dispensacionalista), pós-
milenismo, amilenismo e
seus desdobramentos. No
entanto, tais teorias, já tem
sido postas em revisão na
atualidade, principalmente
pelas teologias chamadas de contemporâneas. São esforços humanos de compreensão
e pré-visão do futuro, portanto, sempre sujeitas a falhas e revisões críticas. É em vista
disso e da exaustão desse modelo de escatologia, que não nos ocuparemos dela.
Partimos da compreensão que essa história aguarda seu desfecho em um
momento que vai além dela mesma, onde a criação encontrará seu sentido final e sua
realização plena na conformidade com o Reino de Deus, e se concretizará o que foi
anunciado em I Cor. 15.28: “E, quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então o
próprio Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja
tudo em todos.”
Juan Stam adverte sobre o perigo de se tratar da escatologia à parte da teologia
em geral, e o comprometimento do seu sentido histórico e missionário:
Quando a Escatologia (a “profecia”) se separa do resto da teologia, da história
da salvação e da missão da Igreja, de fato perde seu sentido ou assume um
sentido errado. Em vez de serem a consequente culminância de um longo
processo de fé e missão, os “eventos do futuro” se reduzem a espetáculos
sensacionalistas, sem o sentido profundo de que se revestem na Palavra de
Deus. (STAM, 2003, p. 09.)
Ele ainda chama a atenção para as tendências de espetacularização do conteúdo
escatológico e como isso não corresponde ao conteúdo bíblico.
... os grandes acontecimentos do futuro, que a Bíblia anuncia, não são meros
fenômenos espetaculares nem ocorrências exóticas e inoportunas à lógica do
processo histórico. Ao contrário, são a mais profunda revelação do sentido da
história e da lógica da salvação. (STAM, 2003, p. 14).
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Conheça mais:
Leia mais sobre Escatologia Latino-americana no Blog de Juan Stam
todas as forças (espirituais e não espirituais), à parte de Deus, que imperam no mundo
e promovem a morte.
Paulo encerra sua reflexão em I Cor. 15 mostrando que se não há esperança não
há sentido para o sofrimento da exposição a perigos, à perseguição na luta pelo
evangelho e pelos irmãos. Se a ressurreição e a vida eterna não são verdadeiras, resta-
nos viver de qualquer forma a vida e, ao final, nos entregar nos braços da morte eterna.
Mas, ele admoesta “voltem à sobriedade”, pois as coisas não são assim e, então, nos
chama à esperança: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre
atuantes na obra do Senhor, sabendo que nele o vosso trabalho não é inútil.” (I Cor.
15.58)
... o Reino é o poder dinâmico de Deus que se torna visível por meio de sinais
concretos que mostram que Jesus é o Messias. É uma nova realidade que
entrou no centro da história e que afeta a vida humana não somente moral e
espiritualmente, mas também física e psicologicamente, material e
socialmente. Em antecipação da consumação escatológica do final dos
tempos, ele foi inaugurado na pessoa e obra de Cristo... A consumação do
propósito de Deus se realizará no futuro, mas aqui e agora é possível
vislumbrar a realidade presente do Reino. (PADILLA, 1992, p. 199).
Ainda de acordo com Padilla, o Reino de Deus atua no mundo através do Espírito
Santo, o mesmo Espírito que faz existir a Igreja e que impulsiona sua missão no mundo.
No entanto, como sinal concreto do Reino ela deve demonstrar os sinais desse reino.
Isto significa a denúncia do mal, onde quer que ele se manifeste; a prática da justiça
não como opção, mas como aspecto da sua própria natureza; a manifestação no mundo
como comunidade querigmática, adoradora e terapêutica, enfim, a comunidade do
reino.
Quanto à celebração da nova criação como desfecho da história da salvação, é
muito bem comentada por Juan Stam, com o qual encerramos este estudo:
... especialmente na adoração vivemos a esperança da nova criação. O tema
da criação é central em todo o Apocalipse e é expresso de forma suprema no
culto celestial de Ap. 4-5... O trono de Deus está sob o signo do arco-íris (Gn
12-17). Os quatro “seres viventes” são os mais próximos do trono divino, e
os 24 anciãos (dignitários) louvam aquele que está sentado por ter criado
todas as coisas (Ap. 4.10). O culto culmina com a adoração a Deus e ao
Cordeiro por toda a criação no céu, sobre a terra e debaixo da terra (Ap. 5.13).
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Bibliografia
CARRIKER, Timóteo. Missão Integral - Uma Teologia Bíblica. São Paulo: Sepal,
1992.
NÚÑEZ, A. Emílio. Hacia Una Misionología Evangélica Latinoamericana. Miami,
EEUU: Editorial Unilit, 1997.
PADILLA, René. Missão integral: ensaios sobre o Reino e a Igreja. São Paulo: FTL
– Temática, 1992.
PADILLA, René; DEL PINO, Carlos. Reino, Igreja e Missão. Goiânia: Seminário
Presbiteriano Brasil Central, 1998.
STAM, Juan. Profecia Bíblica e Missão da Igreja. São Leopoldo: Sinodal, 2003.