Unidade II
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Unidade II
Direito Econômico
Material Teórico
Microeconomia
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Microeconomia
• Conceito de Economia;
• Divisão do Estudo da Economia;
• Introdução aos Problemas Econômicos;
• População;
• Necessidade de Escolha;
• Custo de Oportunidade;
• Curva de Possibilidade de Produção (CPP);
• Problemas Econômicos Fundamentais e Sistema Econômico;
• Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado;
• Teoria da Oferta;
• Determinação do Equilíbrio de Mercado.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Introdução aos princípios básicos da Economia: o problema econômico, objeto de
estudo da Economia, divisão do estudo econômico, problemas econômicos funda-
mentais, a necessidade de escolha, fronteira de possibilidade de produção, custos de
oportunidade e formação dos Sistemas Econômicos. Análise da Teoria da demanda,
Teoria da Oferta, Teoria do Equilíbrio Geral do Mercado. Estudo das Estruturas de
Mercado e Eficiência Econômica: Concorrência Perfeita, Monopólio, Oligopólio e
Concorrência Monopolística.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Microeconomia
Contextualização
Determinar o preço justo de um bem ou serviços não é uma tarefa fácil, porque
isto vai impactar diretamente sua demanda (procura).
Vários pensadores desenvolveram Teorias para determinar qual seria esse pre-
ço. Dessa forma, serão estudadas as Teorias de Adam Smith e de David Ricardo,
desenvolvidas no Século XVIII, mas que, ainda hoje, refletem perfeitamente o com-
portamento do consumidor e do produtor em relação aos níveis de preços.
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Conceito de Economia
O termo Economia está atrelado à palavra oikonomia (do grego oikos = casa,
nomos = lei). Era, em seu início, considerada uma Ciência que administrava a co-
munidade doméstica.
De acordo com Adam Smith, Economia pode ser definida como o estudo do
processo produtivo, da distribuição, da circulação e do consumo dos bens e serviços.
Atualmente, Economia pode ser conceituada como a Ciência que estuda a me-
lhor alocação dos recursos disponíveis, dado que os recursos são escassos (esgotá-
veis) e nossas necessidades ilimitadas (inesgotáveis).
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População
População ativa
Figura 1
Fonte: iStock/Getty Images
População inativa
População inativa é a parcela da população que somente consome. Por exem-
plo, aposentados, estudantes, incapacitados para trabalhar, donas de casa, pessoas
que não trabalham e não procuram Emprego.
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Figura 2
Fonte: iStock/Getty Images
Por essa razão, a todo momento, estamos fazendo escolhas. Esse problema não
é enfrentado apenas pelas famílias, mas também pelas Empresas e pelo Governo,
porque todos têm uma restrição orçamentária, isto é, um limite para os seus gastos.
Necessidade de Escolha
Como a renda disponível não é suficiente para adquirir tudo o que se deseja,
surge a necessidade natural de fazer escolhas. As famílias devem escolher, por
exemplo, entre roupas ou alimentos; o Governo escolhe entre Escolas e Hospitais,
e as Empresas, qual Tecnologia adotar.
Quando se opta por algo, deve-se abandonar outras possibilidades; não existem
Recursos Naturais, Capital e Trabalho suficientes para produzir tudo aquilo que se
deseja para satisfazer a necessidade humana.
A resposta para essa pergunta não é fácil, mas no link a seguir, há um dilema que pode
orientar com relação ao critério de à escolha ideal, que serve tanto para as famílias quanto
para Empresas e Governo. Disponível em: https://goo.gl/zWDqJ
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Custo de Oportunidade
O conceito de Custo de Oportu-
nidade também está associado à ne-
cessidade de escolha. Ao se optar por
algo, deve-se, necessariamente, abrir
mão de outras possibilidades. Em
Economia, a opção que se despreza
para produzir ou obter outra possibili-
dade se associa ao conceito de Custo
de Oportunidade. Pode-se dizer, por-
tanto, que o Custo de Oportunidade
de determinado produto ou serviço é
a quantidade de outros produtos ou
serviços a que foi necessário renun-
ciar para obter o escolhido.
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A Empresa atua no curto prazo, planeja em que posição quer estar nos próxi-
mos 10 anos, por exemplo, e faz investimentos para aumentar os fatores de pro-
dução disponíveis para atingir os objetivos fixados.
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O segundo problema, além de ser um problema econômico, envolve também a
base tecnológica. Deve-se determinar quais os métodos, as técnicas e a Tecnologia
que serão adotados no Processo Produtivo, bem como os recursos de produção
utilizados, e a perfeita alocação dos recursos produtivos, com o intuito de obter efi-
ciência produtiva, plena utilização dos fatores de produção, maximizar a produção
e alcançar a Fronteira de Possibilidade de Produção.
https://youtu.be/vf3TL66y53Y
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Vários fatores podem alterar tanto a oferta quanto a demanda, e com isso deslo-
car o equilíbrio de Mercado. Para facilitar a análise, usa-se a condição coeteris pa-
ribus, expressão latina que significa “todo o resto constante”. Dessa forma, quando
analisarmos, por exemplo, a renda, estabelece-se que todos os outros fatores não
sofrem alteração, para que uma variável não anule ou impacte a outra.
Explor
aumentará, mas se a pessoa não gosta (preferência) de manteiga, nem mesmo o aumento
da renda fará com que aumente a demanda por manteiga. Nesse caso, a variável preferência
anula a variável renda. Assim, consideramos a expressão coeteris paribus para analisarmos
isoladamente cada variável e para que uma não impacte a outra.
Veja o link: https://youtu.be/ihQ20dkPlxA
Teoria da Demanda
Com o advento da Revolução Industrial, várias Teorias foram desenvolvidas para
estabelecer qual deveria ser o preço justo para os produtos. Dentre as várias desenvolvi-
das, destacam-se a Teoria Subjetiva ou da Utilidade, de William Stanley Jevons (1835-
‑1882), e a Teoria Objetiva ou do Valor Trabalho, de David Ricardo (1772-1823).
O paradoxo da água e do diamante: O que vale mais, um copo d’água ou um diamante? Veja
Explor
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A sustentação da Teoria da Demanda e de todas as suas variações é alicerçada
pela Teoria da Utilidade. Demanda dirigida a determinado bem ou serviço pode ser
conceituada como as várias quantidades que os consumidores estão propensos a
adquirir em função dos diversos níveis de preços.
A reação dos consumidores em relação aos níveis de preços pode ser explicada
por três fatores:
• Fator renda: se o preço representa um óbice ao consumidor, quanto menor
for o preço em relação à renda desse consumidor, maiores quantidades pode-
rão ser adquiridas;
• Fator substituição: se o preço de um bem aumenta, o consumidor, em função
do seu caráter racional, buscará um produto similar, com preço mais baixo;
• Fator subjetivo ou utilidade marginal: à medida que se adquire uma unidade
adicional de determinado bem ou serviço, a percepção de satisfação vai dimi-
nuindo, até chegar à saciedade.
P
R$ 3,00
R$ 2,00
R$ 1,00
10 15 20 Q
Figura 4 – Curva de demanda por refrigerante
Isso significa que para que ocorra variação da quantidade, deve-se necessaria-
mente variar o preço. Pode-se afirmar, assim, que a quantidade demandada vária
exclusivamente em função dos níveis de preço.
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P P
Q Q
Figura 5
Note que a Curva se deslocou como um todo, para a direita, quando houve au-
mento da renda; e para a esquerda, quando houve diminuição da renda.
Esse mesmo raciocínio pode ser desenvolvido para todos os outros fatores que
alteram a demanda, isto é, deslocam a Curva como um todo.
A demanda varia em função de outros fatores que não estão relacionados aos
níveis de preço (renda, expectativa sobre o futuro e preferência). Os desloca-
mentos promovidos pela alteração da renda, por exemplo, deslocam a Curva de
Demanda como um todo, positiva (se a renda aumenta) ou negativamente (se a
renda diminui), conforme demonstrada a seguir.
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Mudança na Quantidade Demandada: Mudança na Demanda: a curva inteira
move-se ao longo da curva de demanda se desloca para a esquerda ou direita.
quando há mudança de preço.
P P
Q Q
Figura 6
Teoria da Oferta
Se a Teoria Subjetiva alicerça a Teoria da Demanda, a Teoria do Valor do Traba-
lho substancia a Teoria da Oferta e todas as suas variações. Ela explica que o preço
de um determinado bem ou serviço deve ser de acordo com o trabalho empregado
para obtê-lo; logo, sua determinação está no campo da oferta.
Oferta pode ser definida como as várias quantidades que os produtores estão dispos-
tos e aptos a oferecer no Mercado em função dos níveis de preços, coeteris paribus.
R$ 3,00
R$ 2,00
R$ 1,00
10 15 20 Q
Figura 7 – Curva de Oferta de refrigerante
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P P
Q Q
Figura 8 – Preço dos quantidade disponível de insumos
Note que a Curva se deslocou como um todo para a esquerda, quando houve
diminuição dos insumos, e para a direita, quando houve aumento dos insumos.
Esse mesmo raciocínio pode ser desenvolvido para todos os outros fatores que
alteram a oferta, isto é, deslocam a curva como um todo.
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Diferença entre Oferta e Quantidade Ofertada
O mesmo raciocínio desenvolvido para analisar a diferença entre demanda e
quantidade demanda pode ser utilizado para analisar a oferta e s quantidade ofertada.
A oferta varia em função de outros fatores, que não estão relacionados aos ní-
veis de preço (fatores de produção, expectativa sobre a demanda, Tecnologia
e número de Empresa).
P P
Q Q
Figura 9
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Curva de oferta
R$ 3,00
R$ 1,00
Curva de demanda
10 15 20
Q
Figura 10 – Curva de Equilíbrio do refrigerante
Estruturas de Mercado
As estruturas de Mercado estabelecem como os Mercados se organizam para
desenvolver atividade produtiva e podem variar muito de acordo com seus compo-
nentes e forma de atuação, bem como em relação à existência ou não de compe-
tidores imediatos.
Em muitos desses Mercados existem Empresas que exercem fortes pressões so-
bre os níveis de preços, ou até determinam o preço final do produto e, em outros,
o próprio Mercado, por meio das Teorias de Demanda e de Oferta, é que define o
preço de Mercado.
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Quadro 1 – Estruturas de Mercado – A Classificação de Stackelberg
Oferta Pequeno n°
Um só vendedor Grande n° vendedores
Demanda vendedores
Monopólio
Um só comprador Bilateral
Quase Monopsônio Monopsônio
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Para atenuar essa situação, em alguns casos, o Governo regula o Setor, como o
que ocorre com a energia elétrica. O Governo concede o serviço à iniciativa privada
e estabelece mecanismos de regulação para tentar controlar o preço do produto.
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Como os investimentos iniciais são altos, o Governo assume a concepção do
Projeto, e depois concede à iniciativa privada, que faz os investimentos necessários
para garantir o bom funcionamento do Setor.
Se o governo não tomar para si a construção das estradas, não haverá forma
de locomoção nesses lugares. Assim, mesmo não sendo economicamente viável,
o Governo realiza o projeto, em virtude da necessidade da população que habita
esses locais.
O Governo, no entanto, busca instrumentos para que não sejam formados no-
vos Monopólios, ao menos no que diz respeito às barreiras econômicas, como a
criação do CADE (Conselho Administrativo da Ordem Econômica), de acordo com
Lei n° 4.137/62, com a finalidade de conter o abuso econômico que pode ser
facilitado em Mercados monopolizados.
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Já foram dados alguns exemplos em relação a essa estrutura, mas para evidenciar
o poder de Monopólio e o poder Concorrencial, podemos citar o caso da Coca-Cola
– nenhuma outra Empresa pode produzir o produto, pois sua marca é registrada,
impedindo que outros a explorem; porém não existe empecilho legal que restrinja a
colocação no Mercado de outro refrigerante sabor cola, com outra marca.
Logo, a Coca-Cola detém o poder do Monopólio (sua marca), mas como exis-
tem outras Empresas atuando no Mercado, existem forças concorrenciais capazes
de influenciar a oferta do produto sabor cola no Mercado.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Economia e Gestão
OLIVEIRA, Adalberto. Economia e Gestão. São Paulo: Pearson, 2014;
Vídeos
Oferta e Demanda – Princípios Básicos
https://youtu.be/gdAkCrzyZsY
Externalidades
https://youtu.be/Sqdqloe9-EQ
Leitura
Microeconomia reducionista e microeconomia sistêmica
https://goo.gl/dBStUC
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Referências
Constituição Federal. Disponível em: <www.planalto.gov.br /ccivil_03/Consti-
tuição/Constituição.htm>. Acesso em: 14 jan. 2018.
SMITH, Adam. A Riqueza das Nações. Investigação sobre sua natureza e suas
causas. São Paulo: Abril Cultural, 1983.
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