Cartilha - 10 Anos Estatuto Da Juventude Versao Internet

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ES TATUTO DA

LEI Nº 12.852, DE 5 DE AGOSTO DE 2013


LEI Nº 12.852, DE 5 DE AGOSTO DE 2013
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Vice-Presidente da República
Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho
Ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República
Márcio Macedo
Secretária-Executiva da Secretaria-Geral da Presidência da República
Maria Fernanda Ramos Coelho
Secretário Nacional de Juventude
Ronald Luiz dos Santos
Secretária Nacional Adjunta
Jessy Dayane Silva Santos
Chefe de Gabinete
Layanne Karoline de Carvalho Santos

Diretor de Articulação e Fomento Conselho Nacional


de Programas e Projetos da Juventude da Juventude - CONJUVE
Guilherme Barbosa Rodrigues
Fonseca Naves
Mesa Diretora
Diretor de Políticas Públicas
Transversais da Juventudes Presidente
Nilson Florentino Junior Marcus Vinícius Barão Rocha
Coordenador-Geral de Articulação Vice-Presidenta
e Fomento de Programas e Projetos Jessy Dayane Silva Santos
da Juventude
Wesley Pereira da Costa Secretário Geral
Gustavo Henrique Lobo da Gama
Coordenadora-Geral de Articulação
Social das Juventudes Secretário-Executivo
Bruna Paola Castro Lima Matheus Diniz de Souza
Coordenador-Geral de Formulação
de Políticas Públicas da Juventude Conselheiros Nacionais
Neilson Amaral Marques da Juventude
Coordenador-Geral de Relações Guilherme Barbosa Rodrigues Fonseca Naves
Federativas e Relações Interministeriais Vinicius Machado Cursino
das Políticas Públicas da Juventude Eriwelton Ferreira de França
Miguel Arthur Monteiro Intra Carlos Eduardo da Cunha Oliveira
Secretário-Executivo do Conselho Lígia Toneto
Nacional da Juventude Yann Evanovick Leitão Furtado
Matheus Diniz de Souza Maria Carolina Pereira Alves
Assessor Sonia Isoyama Venâncio
Pedro Vellhinho Corso Duval Elisangela Lizardo de Oliveira
Coordenadora de Projeto Pedro Ivo Garcia de Sousa
Isabella Silva Ferreira Rafael de Lima
Carlos Henrique Ferreira Pontes
Coordenador de Projeto Pedro Henrique Silva Mendes dos Reis
Lucas Pretti Cypreste Valber Carvalho Braga Neto
Assessora Técnica Yasmin Antunes Oliveira Sousa
Verônica da Silva Vidal Thaís Falone Bernardes
Assessor Técnico Ana Beatriz Nascimento Cunha
Fabio Kobol Formazari Matheus Vinícius Souza Domingos
Ralf Henrique Frinzi Toenje
Assistente
Jamile Jorge Ramos Sarchis
Aulus Silva de Castro
Pedro Henrique dos Santos Alves
Assistente Maria Victoria Aun Castells
Bruna Silva Pilati Raphael Paganini Picanço
Assistente Rodrigo Reis
Tamires Alves Duarte Cristina Gonçalves Rezende
APRESENTAÇÃO

Em 2023, o Estatuto da Juventude completa 10 anos e esse período é marcado por


significativos avanços nas conquistas para a população jovem do Brasil. Menciona-
se, por exemplo, o direito à meia-entrada, à meia-passagem, a regulamentação do
Sistema Nacional da Juventude, programas de saúde específicos para as juventudes,
entre outros.

Ao celebrar os 10 anos do Estatuto da Juventude, pretende-se reconhecer as


conquistas, mas permanecer em atividade para ampliá-las, especialmente porque
o processo de construção e consolidação da política nacional de juventude e dos
direitos das juventudes no Brasil é recente. E foram essas lutas e amplos debates que
culminaram no reconhecimento dos jovens brasileiros como sujeitos de direitos.

Esse contexto é institucionalmente iniciado em 2005, quando da criação da Secretaria


Nacional da Juventude, o Conselho Nacional da Juventude e o Programa Nacional de
Inclusão de Jovens (PROJOVEM), frutos da participação social e da luta de milhares de
jovens e movimentos sociais.

Os avanços conquistados e a institucionalização da Política Nacional de Juventude


marcam um novo momento vivido pela população jovem do Brasil, consolidado com
o Estatuto da Juventude, Lei Nº 12.852 de 05 de agosto de 2013, um instrumento legal
que reúne os direitos e deveres da juventude brasileira.

O Estatuto estabelece o dever do Estado na garantia dos direitos para as pessoas


com idade entre 15 e 29 anos, distribuídos em 11 eixos: direito à participação social;
à educação; à profissionalização, trabalho e à renda; à diversidade e à igualdade; à
saúde; à cultura; à comunicação e liberdade de expressão; ao desporto e ao lazer;
ao território e à mobilidade; à sustentabilidade e ao meio ambiente; e à segurança
pública e acesso à justiça.

Nessa primeira década de existência, o Estatuto tem sido a principal fonte para a defesa
dos direitos das juventudes do Brasil, além de servir de subsídio para elaboração e
implementação de políticas públicas para as juventudes, a exemplo do ID Jovem, que
possibilita acesso aos benefícios de meia-entrada em eventos artístico-culturais e
esportivos e também a vagas gratuitas ou com desconto no sistema de transporte
coletivo interestadual.

Previsto no Estatuto, o Sistema Nacional da Juventude (Sinajuve) é outra importante


contribuição para a institucionalização da política nacional de juventude, pois é o
instrumento que constitui formas de articulação e organização da União, dos Estados,
do Distrito Federal, dos Municípios e da sociedade civil para a promoção de políticas
públicas de juventude.

Apesar dos avanços, muitos outros desafios se fazem presentes. Por isso, garantir mais
desenvolvimento, direitos, participação e bem viver para a juventude é prioridade do
Estado Brasileiro. E esse compromisso se traduz na retomada do caráter transversal da
Secretaria Nacional da Juventude, devolvendo sua capacidade de articular e executar
as políticas públicas de juventude.

Por essa razão, apresentamos nesta cartilha um exemplar do Estatuto da Juventude


e esperamos que este material seja aproveitado de forma satisfatória, de tal modo
que possibilite o maior enraizamento da política de juventude no Brasil, expandindo
o conhecimento acerca dos direitos das juventudes e ampliando o acesso dos jovens
aos seus direitos.

Secretaria Nacional da Juventude


LEI Nº 12.852, DE 5 DE AGOSTO DE 2013.
Institui o Estatuto da Juventude e dispõe sobre os direitos dos jovens,
os princípios e diretrizes das políticas públicas de juventude
e o Sistema Nacional da Juventude - SINAJUVE.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
DOS DIREITOS E DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE JUVENTUDE

CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE JUVENTUDE

Art. 1º Esta Lei institui o Estatuto da Juven- § 2º Aos adolescentes com idade entre 15
tude e dispõe sobre os direitos dos jovens, (quinze) e 18 (dezoito) anos aplica-se a Lei
os princípios e diretrizes das políticas públi- nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatu-
cas de juventude e o Sistema Nacional da to da Criança e do Adolescente, e, excep-
Juventude - SINAJUVE. cionalmente, este Estatuto, quando não
conflitar com as normas de proteção inte-
§ 1º Para os efeitos desta Lei, são considera- gral do adolescente.
das jovens as pessoas com idade entre 15
(quinze) e 29 (vinte e nove) anos de idade.

Seção I V - promoção do bem-estar, da experimen-


tação e do desenvolvimento integral do
Dos Princípios jovem;
Art. 2º O disposto nesta Lei e as políticas
VI - respeito à identidade e à diversidade in-
públicas de juventude são regidos pelos
dividual e coletiva da juventude;
seguintes princípios:
VII - promoção da vida segura, da cultura
I - promoção da autonomia e emancipação
da paz, da solidariedade e da não discrimi-
dos jovens;
nação; e
II - valorização e promoção da participação
VIII - valorização do diálogo e convívio do
social e política, de forma direta e por meio
jovem com as demais gerações.
de suas representações;
Parágrafo único. A emancipação dos jovens
III - promoção da criatividade e da partici-
a que se refere o inciso I do caput refere-se
pação no desenvolvimento do País;
à trajetória de inclusão, liberdade e partici-
IV - reconhecimento do jovem como sujeito pação do jovem na vida em sociedade, e
de direitos universais, geracionais e singu- não ao instituto da emancipação disciplina-
lares; do pela Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de
2002 - Código Civil.
Seção I VI - promover o território como espaço de
integração;
Diretrizes Gerais
VII - fortalecer as relações institucionais com
Art. 3º Os agentes públicos ou privados en-
os entes federados e as redes de órgãos,
volvidos com políticas públicas de juven-
gestores e conselhos de juventude;
tude devem observar as seguintes diretriz-
es:
VIII - estabelecer mecanismos que ampli-
em a gestão de informação e produção de
I - desenvolver a intersetorialidade das
conhecimento sobre juventude;
políticas estruturais, programas e ações;
IX - promover a integração internacional en-
II - incentivar a ampla participação juvenil
tre os jovens, preferencialmente no âmbito
em sua formulação, implementação e aval-
da América Latina e da África, e a cooper-
iação;
ação internacional;
III - ampliar as alternativas de inserção so-
X - garantir a integração das políticas de ju-
cial do jovem, promovendo programas que
ventude com os Poderes Legislativo e Ju-
priorizem o seu desenvolvimento integral e
diciário, com o Ministério Público e com a
participação ativa nos espaços decisórios;
Defensoria Pública; e
IV - proporcionar atendimento de acor-
XI - zelar pelos direitos dos jovens com
do com suas especificidades perante os
idade entre 18 (dezoito) e 29 (vinte e nove)
órgãos públicos e privados prestadores de
anos privados de liberdade e egressos do
serviços à população, visando ao gozo de
sistema prisional, formulando políticas de
direitos simultaneamente nos campos da
educação e trabalho, incluindo estímulos à
saúde, educacional, político, econômico,
sua reinserção social e laboral, bem como
social, cultural e ambiental;
criando e estimulando oportunidades de
V - garantir meios e equipamentos públicos estudo e trabalho que favoreçam o cumpri-
que promovam o acesso à produção cultur- mento do regime semiaberto.
al, à prática esportiva, à mobilidade territori-
al e à fruição do tempo livre;

CAPÍTULO II
DO DIREITO DOS JOVENS

Seção I ponsável e digna de ocupar uma posição


central nos processos políticos e sociais;
Do Direito à Cidadania,
à Participação Social e Política II - o envolvimento ativo dos jovens em
e à Representação Juvenil ações de políticas públicas que tenham por
objetivo o próprio benefício, o de suas co-
Art. 4º O jovem tem direito à participação munidades, cidades e regiões e o do País;
social e política e na formulação, execução
e avaliação das políticas públicas de juven- III - a participação individual e coletiva do
tude. jovem em ações que contemplem a defesa
dos direitos da juventude ou de temas afe-
Parágrafo único. Entende-se por partici- tos aos jovens; e
pação juvenil:
IV - a efetiva inclusão dos jovens nos es-
I - a inclusão do jovem nos espaços pú- paços públicos de decisão com direito a
blicos e comunitários a partir da sua con- voz e voto.
cepção como pessoa ativa, livre, res-
Art. 5º A interlocução da juventude com o II - o incentivo à criação de conselhos de ju-
poder público pode realizar-se por inter- ventude em todos os entes da Federação.
médio de associações, redes, movimentos e
organizações juvenis. Parágrafo único. Sem prejuízo das atri-
buições do órgão governamental específico
Parágrafo único. É dever do poder público para a gestão das políticas públicas de ju-
incentivar a livre associação dos jovens. ventude e dos conselhos de juventude com
relação aos direitos previstos neste Estatu-
Art. 6º São diretrizes da interlocução ins- to, cabe ao órgão governamental de gestão
titucional juvenil: e aos conselhos dos direitos da criança e
do adolescente a interlocução institucional
I - a definição de órgão governamental es- com adolescentes de idade entre 15 (quin-
pecífico para a gestão das políticas públicas ze) e 18 (dezoito) anos.
de juventude;

Seção II de educação para os jovens do campo, em


todos os níveis e modalidades educacio-
Do Direito à Educação nais.
Art. 7º O jovem tem direito à educação de
Art. 8º O jovem tem direito à educação su-
qualidade, com a garantia de educação
perior, em instituições públicas ou privadas,
básica, obrigatória e gratuita, inclusive para
com variados graus de abrangência do
os que a ela não tiveram acesso na idade
saber ou especialização do conhecimento,
adequada.
observadas as regras de acesso de cada
§ 1º A educação básica será ministrada instituição.
em língua portuguesa, assegurada aos
§ 1º É assegurado aos jovens negros, indí-
jovens indígenas e de povos e comuni-
genas e alunos oriundos da escola pública
dades tradicionais a utilização de suas lín-
o acesso ao ensino superior nas instituições
guas maternas e de processos próprios de
públicas por meio de políticas afirmativas,
aprendizagem.
nos termos da lei.
§ 2º É dever do Estado oferecer aos jovens
§ 2º O poder público promoverá programas
que não concluíram a educação básica pro-
de expansão da oferta de educação superi-
gramas na modalidade da educação de jov-
or nas instituições públicas, de financiamen-
ens e adultos, adaptados às necessidades
to estudantil e de bolsas de estudos nas
e especificidades da juventude, inclusive
instituições privadas, em especial para
no período noturno, ressalvada a legislação
jovens com deficiência, negros, indígenas e
educacional específica.
alunos oriundos da escola pública.
§ 3º São assegurados aos jovens com sur-
Art. 9º O jovem tem direito à educação
dez o uso e o ensino da Língua Brasileira
profissional e tecnológica, articulada com
de Sinais - LIBRAS, em todas as etapas e
os diferentes níveis e modalidades de edu-
modalidades educacionais.
cação, ao trabalho, à ciência e à tecnologia,
§ 4º É assegurada aos jovens com deficiên- observada a legislação vigente.
cia a inclusão no ensino regular em todos
Art. 10. É dever do Estado assegurar ao
os níveis e modalidades educacionais, in-
jovem com deficiência o atendimento edu-
cluindo o atendimento educacional espe-
cacional especializado gratuito, preferen-
cializado, observada a acessibilidade a ed-
cialmente, na rede regular de ensino.
ificações, transportes, espaços, mobiliários,
equipamentos, sistemas e meios de comu-
Art. 11. O direito ao programa suplemen-
nicação e assegurados os recursos de tecn-
tar de transporte escolar de que trata o art.
ologia assistiva e adaptações necessárias a
4º da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de
cada pessoa.
1996, será progressivamente estendido ao
jovem estudante do ensino fundamental,
§ 5º A Política Nacional de Educação no
do ensino médio e da educação superior, no
Campo contemplará a ampliação da oferta
campo e na cidade. Art. 13. As escolas e as universidades de-
verão formular e implantar medidas de
Art. 12. É garantida a participação efetiva do democratização do acesso e permanência,
segmento juvenil, respeitada sua liberdade inclusive programas de assistência estu-
de organização, nos conselhos e instâncias dantil, ação afirmativa e inclusão social para
deliberativas de gestão democrática das os jovens estudantes.
escolas e universidades.

Seção III a) estímulo à produção e à diversificação de


produtos;
Do Direito à Profissionalização,
ao Trabalho e à Renda b) fomento à produção sustentável baseada
na agroecologia, nas agroindústrias familia-
Art. 14. O jovem tem direito à profissionali- res, na integração entre lavoura, pecuária e
zação, ao trabalho e à renda, exercido em floresta e no extrativismo sustentável;
condições de liberdade, equidade e segu-
rança, adequadamente remunerado e com c) investimento em pesquisa de tecnologias
proteção social. apropriadas à agricultura familiar e aos em-
preendimentos familiares rurais;
Art. 15. A ação do poder público na efeti-
vação do direito do jovem à profissiona- d) estímulo à comercialização direta da pro-
lização, ao trabalho e à renda contempla a dução da agricultura familiar, aos empreen-
adoção das seguintes medidas: dimentos familiares rurais e à formação de
cooperativas;
I - promoção de formas coletivas de
organização para o trabalho, de redes de e) garantia de projetos de infraestrutura
economia solidária e da livre associação; básica de acesso e escoamento de pro-
dução, priorizando a melhoria das estradas
II - oferta de condições especiais de jornada e do transporte;
de trabalho por meio de:
f) promoção de programas que favoreçam
a) compatibilização entre os horários de tra- o acesso ao crédito, à terra e à assistência
balho e de estudo; técnica rural;
b) oferta dos níveis, formas e modalidades VII - apoio ao jovem trabalhador com defi-
de ensino em horários que permitam a com- ciência, por meio das seguintes ações:
patibilização da frequência escolar com o
trabalho regular; a) estímulo à formação e à qualificação
profissional em ambiente inclusivo;
III - criação de linha de crédito especial des-
tinada aos jovens empreendedores; b) oferta de condições especiais de jornada
de trabalho;
IV - atuação estatal preventiva e repressiva
quanto à exploração e precarização do tra- c) estímulo à inserção no mercado de tra-
balho juvenil; balho por meio da condição de aprendiz.
V - adoção de políticas públicas voltadas Art. 16. O direito à profissionalização e à pro-
para a promoção do estágio, aprendizagem teção no trabalho dos adolescentes com
e trabalho para a juventude; idade entre 15 (quinze) e 18 (dezoito) anos
de idade será regido pelo disposto na Lei
VI - apoio ao jovem trabalhador rural na or- nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto
ganização da produção da agricultura fa- da Criança e do Adolescente, e em leis es-
miliar e dos empreendimentos familiares pecíficas, não se aplicando o previsto nesta
rurais, por meio das seguintes ações: Seção.
Seção IV ao acesso à justiça;
Do Direito à Diversidade II - capacitação dos professores dos ensinos
e à Igualdade fundamental e médio para a aplicação das
diretrizes curriculares nacionais no que se
Art. 17. O jovem tem direito à diversidade e à refere ao enfrentamento de todas as formas
igualdade de direitos e de oportunidades e de discriminação;
não será discriminado por motivo de:
III - inclusão de temas sobre questões ét-
I - etnia, raça, cor da pele, cultura, origem, nicas, raciais, de deficiência, de orientação
idade e sexo; sexual, de gênero e de violência doméstica
e sexual praticada contra a mulher na for-
II - orientação sexual, idioma ou religião; mação dos profissionais de educação, de
saúde e de segurança pública e dos opera-
III - opinião, deficiência e condição social ou dores do direito;
econômica.
IV - observância das diretrizes curriculares
Art. 18. A ação do poder público na efeti- para a educação indígena como forma de
vação do direito do jovem à diversidade e à preservação dessa cultura;
igualdade contempla a adoção das seguin-
tes medidas: V - inclusão, nos conteúdos curriculares, de
informações sobre a discriminação na so-
I - adoção, nos âmbitos federal, estadual, ciedade brasileira e sobre o direito de todos
municipal e do Distrito Federal, de progra- os grupos e indivíduos a tratamento iguali-
mas governamentais destinados a assegu- tário perante a lei; e
rar a igualdade de direitos aos jovens de to-
das as raças e etnias, independentemente VI - inclusão, nos conteúdos curriculares, de
de sua origem, relativamente à educação, temas relacionados à sexualidade, respei-
à profissionalização, ao trabalho e renda, à tando a diversidade de valores e crenças.
cultura, à saúde, à segurança, à cidadania e

Seção V com vistas à prevenção de agravos;


Do Direito à Saúde IV - garantia da inclusão de temas relativos ao
consumo de álcool, tabaco e outras drogas, à
Art. 19. O jovem tem direito à saúde e à quali-
saúde sexual e reprodutiva, com enfoque de
dade de vida, considerando suas especifici-
gênero e dos direitos sexuais e reprodutivos
dades na dimensão da prevenção, promoção,
nos projetos pedagógicos dos diversos níveis
proteção e recuperação da saúde de forma
de ensino;
integral.
V - reconhecimento do impacto da gravidez
Art. 20. A política pública de atenção à saúde
planejada ou não, sob os aspectos médico,
do jovem será desenvolvida em consonância
psicológico, social e econômico;
com as seguintes diretrizes:
VI - capacitação dos profissionais de saúde,
I - acesso universal e gratuito ao Sistema Úni-
em uma perspectiva multiprofissional, para
co de Saúde - SUS e a serviços de saúde hu-
lidar com temas relativos à saúde sexual e
manizados e de qualidade, que respeitem as
reprodutiva dos jovens, inclusive com defi-
especificidades do jovem;
ciência, e ao abuso de álcool, tabaco e outras
II - atenção integral à saúde, com especial ên- drogas pelos jovens;
fase ao atendimento e à prevenção dos agra-
VII - habilitação dos professores e profissio-
vos mais prevalentes nos jovens;
nais de saúde e de assistência social para a
III - desenvolvimento de ações articuladas identificação dos problemas relacionados ao
entre os serviços de saúde e os estabele- uso abusivo e à dependência de álcool, taba-
cimentos de ensino, a sociedade e a família, co e outras drogas e o devido encaminha-
mento aos serviços assistenciais e de saúde;
VIII - valorização das parcerias com institu- X - veiculação de campanhas educativas
ições da sociedade civil na abordagem das relativas ao álcool, ao tabaco e a outras dro-
questões de prevenção, tratamento e re- gas como causadores de dependência; e
inserção social dos usuários e dependentes
de álcool, tabaco e outras drogas; XI - articulação das instâncias de saúde e
justiça na prevenção do uso e abuso de ál-
IX - proibição de propagandas de bebidas cool, tabaco e outras drogas, inclusive es-
contendo qualquer teor alcoólico com a teróides anabolizantes e, especialmente,
participação de pessoa com menos de 18 crack .
(dezoito) anos de idade;

Seção VI e VIII do caput deve observar a legislação es-


pecífica sobre o direito à profissionalização e à
Do Direito à Cultura proteção no trabalho dos adolescentes.
Art. 21. O jovem tem direito à cultura, in-
Art. 23. É assegurado aos jovens de até 29
cluindo a livre criação, o acesso aos bens e
(vinte e nove) anos pertencentes a famílias
serviços culturais e a participação nas de-
de baixa renda e aos estudantes, na forma
cisões de política cultural, à identidade e di-
do regulamento, o acesso a salas de cinema,
versidade cultural e à memória social.
cineclubes, teatros, espetáculos musicais e
Art. 22. Na consecução dos direitos culturais circenses, eventos educativos, esportivos, de
da juventude, compete ao poder público: lazer e entretenimento, em todo o território
nacional, promovidos por quaisquer enti-
I - garantir ao jovem a participação no proces- dades e realizados em estabelecimentos pú-
so de produção, reelaboração e fruição dos blicos ou particulares, mediante pagamento
bens culturais; da metade do preço do ingresso cobrado do
II - propiciar ao jovem o acesso aos locais e público em geral.
eventos culturais, mediante preços reduzidos, § 1º Terão direito ao benefício previsto no
em âmbito nacional; caput os estudantes regularmente matricu-
III - incentivar os movimentos de jovens a lados nos níveis e modalidades de educação
desenvolver atividades artístico-culturais e e ensino previstos no Título V da Lei nº 9.394,
ações voltadas à preservação do patrimônio de 20 de dezembro de 1996 - Lei de Diretriz-
histórico; es e Bases da Educação Nacional, que com-
provem sua condição de discente, mediante
IV - valorizar a capacidade criativa do jovem, apresentação, no momento da aquisição do
mediante o desenvolvimento de programas e ingresso e na portaria do local de realização
projetos culturais; do evento, da Carteira de Identificação Estu-
dantil - CIE.
V - propiciar ao jovem o conhecimento da di-
versidade cultural, regional e étnica do País; § 2º A CIE será expedida preferencialmente
pela Associação Nacional de Pós-Graduan-
VI - promover programas educativos e cul- dos, pela União Nacional dos Estudantes, pela
turais voltados para a problemática do jovem União Brasileira dos Estudantes Secunda-
nas emissoras de rádio e televisão e nos de- ristas e por entidades estudantis estaduais e
mais meios de comunicação de massa; municipais a elas filiadas.
VII - promover a inclusão digital dos jovens, § 3º É garantida a gratuidade na expedição da
por meio do acesso às novas tecnologias da CIE para estudantes pertencentes a famílias
informação e comunicação; de baixa renda, nos termos do regulamento.
VIII - assegurar ao jovem do campo o direito § 4º As entidades mencionadas no § 2º deste
à produção e à fruição cultural e aos equi- artigo deverão tornar disponível, para even-
pamentos públicos que valorizem a cultura tuais consultas pelo poder público e pelos
camponesa; e estabelecimentos referidos no caput , banco
IX - garantir ao jovem com deficiência acessi- de dados com o nome e o número de regis-
bilidade e adaptações razoáveis. tro dos estudantes portadores da Carteira de
Identificação Estudantil, expedida nos termos
Parágrafo único. A aplicação dos incisos I, III do § 3º deste artigo.
§ 5º A CIE terá validade até o dia 31 de § 10. A concessão do benefício da meia-en-
março do ano subsequente à data de sua trada de que trata o caput é limitada a 40%
expedição. (quarenta por cento) do total de ingressos
disponíveis para cada evento.
§ 6º As entidades mencionadas no § 2º
deste artigo são obrigadas a manter o docu- Art. 24. O poder público destinará, no âmbi-
mento comprobatório do vínculo do aluno to dos respectivos orçamentos, recursos fi-
com o estabelecimento escolar, pelo mes- nanceiros para o fomento dos projetos cul-
mo prazo de validade da respectiva Carteira turais destinados aos jovens e por eles pro-
de Identificação Estudantil. duzidos.
§ 7º Caberá aos órgãos públicos compe- Art. 25. Na destinação dos recursos do Fun-
tentes federais, estaduais, municipais e do Nacional da Cultura - FNC, de que trata
do Distrito Federal a fiscalização do cum- a Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991,
primento do disposto neste artigo e a apli- serão consideradas as necessidades es-
cação das sanções cabíveis, nos termos do pecíficas dos jovens em relação à ampli-
regulamento. ação do acesso à cultura e à melhoria das
condições para o exercício do protagonis-
§ 8º Os benefícios previstos neste artigo não mo no campo da produção cultural.
incidirão sobre os eventos esportivos de
que tratam as Leis nºs 12.663, de 5 de junho Parágrafo único. As pessoas físicas ou ju-
de 2012, e 12.780, de 9 de janeiro de 2013. rídicas poderão optar pela aplicação de
parcelas do imposto sobre a renda a título
§ 9º Considera-se de baixa renda, para os de doações ou patrocínios, de que trata a
fins do disposto no caput , a família inscrita Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991, no
no Cadastro Único para Programas Sociais apoio a projetos culturais apresentados por
do Governo Federal - CadÚnico cuja renda entidades juvenis legalmente constituídas
mensal seja de até 2 (dois) salários mínimos. há, pelo menos, 1 (um) ano.

Seção VII comunicação de massa;


Do Direito à Comunicação II - promover a inclusão digital dos jovens,
e à Liberdade de Expressão por meio do acesso às novas tecnologias de
informação e comunicação;
Art. 26. O jovem tem direito à comunicação
e à livre expressão, à produção de conteúdo, III - promover as redes e plataformas de co-
individual e colaborativo, e ao acesso às tec- municação dos jovens, considerando a aces-
nologias de informação e comunicação. sibilidade para os jovens com deficiência;
Art. 27. A ação do poder público na efeti- IV - incentivar a criação e manutenção de
vação do direito do jovem à comunicação e à equipamentos públicos voltados para a pro-
liberdade de expressão contempla a adoção moção do direito do jovem à comunicação; e
das seguintes medidas:
V - garantir a acessibilidade à comuni-
I - incentivar programas educativos e cul- cação por meio de tecnologias assistivas e
turais voltados para os jovens nas emissoras adaptações razoáveis para os jovens com
de rádio e televisão e nos demais meios de deficiência.

Seção VIII sua condição peculiar de pessoa em desen-


volvimento.
Do Direito ao Desporto e ao Lazer
Art. 29. A política pública de desporto e
Art. 28. O jovem tem direito à prática
lazer destinada ao jovem deverá considerar:
desportiva destinada a seu pleno desen-
volvimento, com prioridade para o desporto
I - a realização de diagnóstico e estudos es-
de participação.
tatísticos oficiais acerca da educação física
e dos desportos e dos equipamentos de
Parágrafo único. O direito à prática despor-
lazer no Brasil;
tiva dos adolescentes deverá considerar
II - a adoção de lei de incentivo fiscal para que permitam a prática desportiva, cultural
o esporte, com critérios que priorizem a ju- e de lazer.
ventude e promovam a equidade;
Art. 30. Todas as escolas deverão buscar
III - a valorização do desporto e do pa- pelo menos um local apropriado para a
radesporto educacional; prática de atividades poliesportivas.

IV - a oferta de equipamentos comunitários

Seção IX II - a reserva de 2 (duas) vagas por veículo


com desconto de 50% (cinquenta por cen-
Do Direito ao Território to), no mínimo, no valor das passagens, para
e à Mobilidade os jovens de baixa renda, a serem utilizadas
após esgotadas as vagas previstas no inciso I.
Art. 31. O jovem tem direito ao território e à
mobilidade, incluindo a promoção de políti- Parágrafo único. Os procedimentos e os
cas públicas de moradia, circulação e equi- critérios para o exercício dos direitos previs-
pamentos públicos, no campo e na cidade. tos nos incisos I e II serão definidos em reg-
ulamento.
Parágrafo único. Ao jovem com deficiência
devem ser garantidas a acessibilidade e as Art. 33. A União envidará esforços, em ar-
adaptações necessárias. ticulação com os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios, para promover a oferta de
Art. 32. No sistema de transporte coletivo transporte público subsidiado para os jov-
interestadual, observar-se-á, nos termos da ens, com prioridade para os jovens em sit-
legislação específica: uação de pobreza e vulnerabilidade, na for-
ma do regulamento.
I - a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por
veículo para jovens de baixa renda;

Seção X I - o estímulo e o fortalecimento de organi-


zações, movimentos, redes e outros cole-
Do Direito à Sustentabilidade tivos de juventude que atuem no âmbito
e ao Meio Ambiente das questões ambientais e em prol do de-
senvolvimento sustentável;
Art. 34. O jovem tem direito à sustentabili-
dade e ao meio ambiente ecologicamente II - o incentivo à participação dos jovens na
equilibrado, bem de uso comum do povo, elaboração das políticas públicas de meio
essencial à sadia qualidade de vida, e o de- ambiente;
ver de defendê-lo e preservá-lo para a pre-
sente e as futuras gerações. III - a criação de programas de educação
ambiental destinados aos jovens; e
Art. 35. O Estado promoverá, em todos os
níveis de ensino, a educação ambiental IV - o incentivo à participação dos jovens
voltada para a preservação do meio ambi- em projetos de geração de trabalho e renda
ente e a sustentabilidade, de acordo com a que visem ao desenvolvimento sustentável
Política Nacional do Meio Ambiente . nos âmbitos rural e urbano.
Art. 36. Na elaboração, na execução e na Parágrafo único. A aplicação do disposto
avaliação de políticas públicas que incor- no inciso IV do caput deve observar a legis-
porem a dimensão ambiental, o poder pú- lação específica sobre o direito à profissio-
blico deverá considerar: nalização e à proteção no trabalho dos
adolescentes.
Seção XI III - a promoção de estudos e pesquisas e a
obtenção de estatísticas e informações rele-
Do Direito à Segurança vantes para subsidiar as ações de segurança
Pública e ao Acesso à Justiça pública e permitir a avaliação periódica dos
impactos das políticas públicas quanto às
Art. 37. Todos os jovens têm direito de viver causas, às consequências e à frequência da
em um ambiente seguro, sem violência, com violência contra os jovens;
garantia da sua incolumidade física e men-
tal, sendo-lhes asseguradas a igualdade de IV - a priorização de ações voltadas para os
oportunidades e facilidades para seu aper- jovens em situação de risco, vulnerabilidade
feiçoamento intelectual, cultural e social. social e egressos do sistema penitenciário na-
cional;
Art. 38. As políticas de segurança pública
voltadas para os jovens deverão articular V - a promoção do acesso efetivo dos jovens à
ações da União, dos Estados, do Distrito Fede- Defensoria Pública, considerando as especifi-
ral e dos Municípios e ações não governa- cidades da condição juvenil; e
mentais, tendo por diretrizes:
VI - a promoção do efetivo acesso dos jovens
I - a integração com as demais políticas volta- com deficiência à justiça em igualdade de
das à juventude; condições com as demais pessoas, inclusive
mediante a provisão de adaptações proces-
II - a prevenção e enfrentamento da violência; suais adequadas a sua idade.

TÍTULO II
DO SISTEMA NACIONAL DA JUVENTUDE

CAPÍTULO I
DO SISTEMA NACIONAL DA JUVENTUDE - SINAJUVE

Art. 39. É instituído o Sistema Nacional da Art. 40. O financiamento das ações e ativi-
Juventude - SINAJUVE, cujos composição, dades realizadas no âmbito do Sinajuve
organização, competência e funcionamento será definido em regulamento.
serão definidos em regulamento.

CAPÍTULO II
DAS COMPETÊNCIAS

Art. 41. Compete à União: VI - prestar assistência técnica e suplemen-


tação financeira aos Estados, ao Distrito Feder-
I - formular e coordenar a execução da Política al e aos Municípios para o desenvolvimento de
Nacional de Juventude; seus sistemas de juventude;

II - coordenar e manter o Sinajuve; VII - contribuir para a qualificação e ação


em rede do Sinajuve em todos os entes da
III - estabelecer diretrizes sobre a organização e Federação;
o funcionamento do Sinajuve;
VIII - financiar, com os demais entes federados,
IV - elaborar o Plano Nacional de Políticas de Ju- a execução das políticas públicas de juventude;
ventude, em parceria com os Estados, o Distrito
Federal, os Municípios e a sociedade, em espe- IX - estabelecer formas de colaboração com os
cial a juventude; Estados, o Distrito Federal e os Municípios para a
execução das políticas públicas de juventude; e
V - convocar e realizar, em conjunto com o Con-
selho Nacional de Juventude, as Conferências X - garantir a publicidade de informações
Nacionais de Juventude, com intervalo máximo sobre repasses de recursos para financia-
de 4 (quatro) anos; mento das políticas públicas de juventude
aos conselhos e gestores estaduais, do Dis- II - elaborar os respectivos planos municipais
trito Federal e municipais. de juventude, em conformidade com os res-
pectivos Planos Nacional e Estadual, com a
Art. 42. Compete aos Estados: participação da sociedade, em especial da
juventude;
I - coordenar, em âmbito estadual, o Sinajuve;
III - criar, desenvolver e manter programas,
II - elaborar os respectivos planos estaduais ações e projetos para a execução das políti-
de juventude, em conformidade com o Plano cas públicas de juventude;
Nacional, com a participação da sociedade,
em especial da juventude; IV - convocar e realizar, em conjunto com o
Conselho Municipal de Juventude, as Con-
III - criar, desenvolver e manter programas, ferências Municipais de Juventude, com in-
ações e projetos para a execução das políti- tervalo máximo de 4 (quatro) anos;
cas públicas de juventude;
V - editar normas complementares para a or-
IV - convocar e realizar, em conjunto com o ganização e funcionamento do Sinajuve, em
Conselho Estadual da Juventude, as Con- âmbito municipal;
ferências Estaduais da Juventude, com inter-
valo máximo de 4 (quatro) anos; VI - cofinanciar, com os demais entes federa-
dos, a execução de programas, ações e pro-
V - editar normas complementares para a jetos das políticas públicas de juventude; e
organização e o funcionamento do Sinajuve,
em âmbito estadual e municipal; VII - estabelecer mecanismos de cooper-
ação com os Estados e a União para a exe-
VI - estabelecer com a União e os Municípios cução das políticas públicas de juventude.
formas de colaboração para a execução das
políticas públicas de juventude; e Parágrafo único. Para garantir a articulação
federativa com vistas ao efetivo cumpri-
VII - cofinanciar, com os demais entes fede- mento das políticas públicas de juventude,
rados, a execução de programas, ações e os Municípios podem instituir os consórcios
projetos das políticas públicas de juventude. de que trata a Lei nº 11.107, de 6 de abril de
2005, ou qualquer outro instrumento jurídico
Parágrafo único. Serão incluídos nos censos adequado, como forma de compartilhar res-
demográficos dados relativos à população ponsabilidades.
jovem do País.
Art. 44. As competências dos Estados e Mu-
Art. 43. Compete aos Municípios: nicípios são atribuídas, cumulativamente, ao
Distrito Federal.
I - coordenar, em âmbito municipal, o Sinajuve;

CAPÍTULO III
DOS CONSELHOS DE JUVENTUDE

Art. 45. Os conselhos de juventude são órgãos II - utilizar instrumentos de forma a buscar
permanentes e autônomos, não jurisdicionais, que o Estado garanta aos jovens o exercício
encarregados de tratar das políticas públicas dos seus direitos;
de juventude e da garantia do exercício dos
direitos do jovem, com os seguintes objetivos: III - colaborar com os órgãos da adminis-
tração no planejamento e na implemen-
I - auxiliar na elaboração de políticas públicas tação das políticas de juventude;
de juventude que promovam o amplo exer-
cício dos direitos dos jovens estabelecidos IV - estudar, analisar, elaborar, discutir e pro-
nesta Lei; por a celebração de instrumentos de coop-
eração, visando à elaboração de programas, Art. 46. São atribuições dos conselhos de
projetos e ações voltados para a juventude; juventude:

V - promover a realização de estudos rela- I - encaminhar ao Ministério Público notícia


tivos à juventude, objetivando subsidiar o de fato que constitua infração administrati-
planejamento das políticas públicas de ju- va ou penal contra os direitos do jovem ga-
ventude; rantidos na legislação;

VI - estudar, analisar, elaborar, discutir e II - encaminhar à autoridade judiciária os ca-


propor políticas públicas que permitam e sos de sua competência;
garantam a integração e a participação do
jovem nos processos social, econômico, III - expedir notificações;
político e cultural no respectivo ente federado;
IV - solicitar informações das autoridades
VII - propor a criação de formas de partici- públicas;
pação da juventude nos órgãos da adminis-
tração pública; V - assessorar o Poder Executivo local na
elaboração dos planos, programas, pro-
VIII - promover e participar de seminários, jetos, ações e proposta orçamentária das
cursos, congressos e eventos correlatos políticas públicas de juventude.
para o debate de temas relativos à juven-
tude; Art. 47. Sem prejuízo das atribuições dos
conselhos de juventude com relação aos
IX - desenvolver outras atividades relacio- direitos previstos neste Estatuto, cabe aos
nadas às políticas públicas de juventude. conselhos de direitos da criança e do ado-
lescente deliberar e controlar as ações em
Parágrafo Único. A lei, em âmbito federal, todos os níveis relativas aos adolescentes
estadual, do Distrito Federal e municipal, com idade entre 15 (quinze) e 18 (dezoito)
disporá sobre a organização, o funciona- anos.
mento e a composição dos conselhos de
juventude, observada a participação da so- Art. 48. Esta Lei entra em vigor após decor-
ciedade civil mediante critério, no mínimo, ridos 180 (cento e oitenta) dias de sua publi-
paritário com os representantes do poder cação oficial.
público.

Brasília, 5 de agosto de 2013; 192º da Independência e 125º da República.

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