Desenvolvimento Infantil - Atlas Da Saúde
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Pesquisa Avançada
Desenvolvimento Infantil
O desenvolvimento infantil é parte fundamental
do desenvolvimento humano, sendo que, é nos
primeiros anos de vida, que a arquitetura
cerebral é moldada, a partir da interação entre
herança genética e influências do meio
envolvente da criança. É um processo dinâmico
e único de cada criança, expresso por
continuidade e processos de mudanças nas
habilidades motoras, de linguagem, cognitivo e
socio-afetivo, com aquisições progressivamente mais complexas nas funções da vida diária e no
exercício do seu papel social. Sendo assim, pode-se afirmar que os primeiros anos de vida são
decisivos no processo de desenvolvimento. O alcance do potencial de cada criança depende do
cuidado responsivo às suas necessidades de desenvolvimento.
1. Desenvolvimento motor
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bem aos dois anos. Contudo, a idade para aquisição destas habilidades varia de criança para
criança, sem que tal seja patológico.
2. Desenvolvimento da linguagem
Não raramente aos dezoito meses as crianças podem ouvir e compreender a história que lhes
é lida. Aos cinco anos são capazes de recitar o alfabeto e reconhecer palavras simples
escritas. Todas estas habilidades são fundamentais para aprender a ler palavras e frases
simples. Dependendo da estimulação e exposição à presença de livros e habilidades naturais,
a maioria das crianças começa a ler entre os seis e os anos de idade. Sendo estes limites
muito variáveis.
3. Desenvolvimento cognitivo
O intelecto das crianças pequenas é avaliado pela observação das aptidões de linguagem,
curiosidade e habilidades para resolver dificuldades. Assim que a criança começa a verbalizar,
torna-se mais fácil avaliar a função intelectual utilizando ferramentas clínicas especializadas. A
partir do momento em que a criança começa a frequentar a escola, ela passa a ser
constantemente monitorizada no processo de desenvolvimento.
Geralmente, aos dois anos, as crianças entendem o conceito de tempo em termos amplos.
Acreditando que tudo o que aconteceu no passado aconteceu "ontem" e tudo o que acontecerá
no futuro acontecerá "amanhã". Possuem uma imaginação fértil e enorme dificuldade em
distinguir fantasia da realidade.
Aos quatro anos de idade, a maioria das crianças tem uma compreensão mais complicada do
tempo. Elas percebem que o dia é dividido em manhã, tarde e noite. E, podem até conseguir
apreciar a mudança das estações.
Já aos sete anos, as capacidades intelectuais das crianças tornam-se mais complexas. São
cada vez mais capazes de compreender vários aspetos de um evento ou situação ao mesmo
tempo. Por exemplo, crianças em idade escolar podem reconhecer que um frasco alto e
estreito pode armazenar a mesma quantidade de água do que um curto e largo. Conseguem
percecionar que um medicamento, mesmo apesar de ter um mau sabor pode trazer-lhes
benefícios ou que quando a mãe está nervosa com elas, não significa que não as ama. Nestas
idades, as crianças são cada vez mais capazes de entender a perspetiva do outro e assim
aprender o saber ser e o saber estar adquirindo a capacidade de saber esperar pela sua vez
durante uma conversa ou a realização de jogos, assim como a seguir as regras consensuais
durante esses jogos. Nesta idade também são cada vez mais capazes de raciocinar usando os
poderes da observação e múltiplos pontos de vista.
4. Desenvolvimento socio-afetivo
Esta é a área que envolve a maneira como a criança se socializa, além da forma como lida
com as próprias emoções, assente no temperamento. Cada criança tem um temperamento ou
humor próprio. Algumas crianças podem ser alegres e adaptáveis e desenvolver facilmente
rotinas regulares de dormir, acordar, comer e outras atividades diárias. Estas crianças tendem
a responder positivamente a novas situações. Outras crianças não são muito adaptáveis e
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podem ter grandes irregularidades nas suas rotinas. Estas crianças tendem a reagir
negativamente a novas situações.
a. Choro – é o principal meio de comunicação dos recém-nascidos. Choram quando têm fome
ou dor, estão sujos e por muitas outras razões mais ou menos evidentes. Por norma choram
cerca de três horas por dia nas primeiras seis semanas de idade, diminuindo este período de
choro com a idade. Ao choro os pais normalmente tentam responder com o intuito de
solucionar o “pedido” do recém-nascido. Alimentando-os, mudando a fralda, aliviando a fonte
de dor ou de desconforto. Quando estas respostas não solucionam o problema, por vezes
pegá-las ao colo ou andar com elas são a solução. Mas, por vezes, nada funciona.
b. Medo da separação dos pais – por volta dos oito meses de idade, os recém-nascidos
normalmente tornam-se mais ansiosos em relação a separarem-se dos pais. Assim, o deitar o
ir para a creche podem ser momentos difíceis e marcadas por acessos de raiva. Este
comportamento pode persistir por muitos meses. Crianças um pouco mais velhas, estas
dificuldades podem ser solucionadas por um objeto de estimação, que pode atuar como
símbolo dos pais ausentes (peluche, brinquedo, fralda ou outro).
c. Ataques de raiva – entre os dois e três anos, as crianças começam a testar os seus limites
e a fazer o que até então estavam impedidas de o fazer, pelo simples “prazer” de saber o que
vai acontecer. Os "nãos" frequentes que as crianças ouvem dos pais refletem a luta pela
independência nessa idade. Os ataques de raiva, apesar de serem momentos angustiantes
para pais e filhos, não são mais que acontecimentos normais no desenvolvimento da criança,
pois ajudam-na a expressar a sua frustração num momento em que não são capazes de
verbalizar os seus sentimentos. Estes ataques de raiva podem ser diminuídos pelos pais,
desde que estes entendam os padrões de comportamentos dos filhos, evitando assim
situações que possam induzir esses momentos, como o cansaço extremo ou a frustração.
Contudo, algumas crianças têm particular dificuldade em controlar os seus impulsos e
precisam que os pais estabeleçam limites mais restritos em torno dos quais pode haver alguma
segurança e regularidade no seu mundo.
Entre os dois e os três anos de idade, as crianças começam a brincar de maneira mais
interativa com outras crianças. Embora ainda possam ser possessivas em relação aos
brinquedos, elas podem começar a compartilhar e até mesmo se revezar nas brincadeiras.
Afirmar a posse dos brinquedos dizendo que "isso é meu" ajuda a estabelecer o sentido do eu.
Embora crianças nessa idade lutem por independência, elas ainda precisam dos pais por perto
para se sentirem seguras e apoiadas. Por exemplo, elas são capazes de se afastar dos pais
quando se sentem curiosas e seguras e logo depois esconderem-se atrás deles quando estão
com medo.
Dos três aos cinco anos, muitas crianças interessam-se por brincadeiras envolvendo fantasia e
amigos imaginários. Estas brincadeiras permitem às crianças exprimir com segurança
diferentes papéis e sentimentos intensos de maneiras aceitáveis, ajudando-as a crescer
socialmente. Aprendem assim a resolver conflitos com os pais e outras crianças e capacidades
para desabafar frustrações e manter a autoestima. Também nesse momento, aparecem os
medos, normais, típicos da infância como "o monstro no armário".
Dos sete aos doze anos, as crianças superam inúmeros desafios. Como o autoconceito, a
base para o que é estabelecido pela competência em sala de aula; relacionamentos com
colegas, que são determinados pela capacidade de socialização e adaptação; e
relacionamentos familiares, que são determinados em parte pela aprovação que as crianças
obtêm dos pais e irmãos. Embora muitas crianças pareçam dar muita importância a grupos de
colegas, elas continuam procurando os pais como o suporte e orientação de que necessitam.
Irmãos podem servir como modelos de vida e como suportes valiosos e críticos em relação ao
que pode ou não ser feito. Nesse momento na vida, as crianças são muito ativas, envolvem-se
em muitas atividades e estão ansiosas para explorar novas atividades. São aprendizes
ansiosos e muitas vezes respondem bem a conselhos sobre segurança, estilos de vida
saudáveis e prevenção de comportamentos de alto risco.
Marcos de desenvolvimento
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Segue-se marcos de desenvolvimento, onde a criança deve conseguir “atingir” determinadas
habilidades. Contudo, como referido, estes marcos são meramente indicativos e não “a priori” sinal
de patologia, sendo que sempre que existirem dúvidas, os pais devem procurar ajudas de
profissionais.
Referências bibliográficas:
Brant, J; Jerusalinsky, A e Zannom, C (2000). Área da saúde da criança. Lisboa: Ministério da Saúde.
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Autor: Mário Oliveira - Enfermeiro Especialista em Saúde Infantil e Pediátrica (UCSP Vagos 1)
Etapas de Desenvolvimento Saúde Infantil
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