Aula Periodo Regecial
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PERIODO REGENCIAL
Prof. Matias
O Período Regencial (1831- 1840) foi a época em que o Brasil foi governado por
regências, pois o herdeiro do trono era menor de idade.
Este período é caracterizado por momentos de grande conturbação no Brasil com
várias revoltas civis.
Termina com o Golpe da Maioridade que levou ao trono D. Pedro II aos catorze anos
de idade.
Dom Pedro I enfrentava vários problemas internos como falta de apoio das elites
econômicas e externos, como a derrota na Guerra da Cisplatina.
Além disso, com a morte de Dom João VI, em Portugal, ele havia sido aclamado D.
Pedro IV de Portugal.
Abre-se uma época de grande disputa de poder e instabilidade política que dão origem
a uma série conflitos:
As Regências
Em 1831 foi criada a Guarda Nacional para contrabalançar o poder que o Exército tinha
no governo. Este corpo armado seria integrado por cidadãos que tivessem direito a
voto ou seja, a elite brasileira. desempenharia um importante papel na política
brasileira.
Também foi determinado que regência seria exercida por uma só pessoa e não três. O
primeiro regente foi o padre Antônio Feijó.
A ideia é levada à votação na Câmara, mas não é aprovada. Desta maneira, os políticos
tramam o Golpe da Maioridade, declarando D. Pedro II maior de idade aos 14 anos.
Um ano depois, D. Pedro começa a governar o Brasil e tem início o Segundo Reinado.
CABANAGEM
A Cabanagem ou a Guerra dos Cabanos foi uma revolta popular extremamente
violenta, ocorrida de 1835 a 1840, na província do Grão-Pará.
Dom Pedro I havia abdicado em favor do seu filho que tinha apenas cinco anos. Por
isso, foi instituída a regência para governar o país.
Contudo, várias províncias não estavam satisfeitas com o poder centralizado e
desejavam ter mais autonomia. Algumas, inclusive, queriam separar-se do Império do
Brasil.
Província do Grão-Pará
Mapa mostrando a
província do Grão-Pará, em vermelho
A província do Grão-Pará compreende os atuais estados de Amazonas, Pará, Amapá,
Roraima e Rondônia.
O Grão-Pará tinha mais contato com Lisboa do que com o Rio de Janeiro. Por isso, foi
uma das últimas a aceitar a independência, só fazendo parte do Império brasileiro em
1823.
Vale citar que, sobre isso, as referidas elites tomaram proveito da insatisfação popular
para sublevar as populações contra o governo regencial.
Além disso, sofriam com a repressão do Governador Bernardo Lobo de Sousa desde
1833, que ordenou deportações e prisões arbitrárias para quem se opusesse a ele.
Assim, em 1836, enviado pelo regente Feijó, o Brigadeiro Francisco José de Sousa
Soares de Andréa, comandante mor das forças regenciais do Grão-Pará, autoriza a
guerra total aos cabanos. Ele ordena o bombardeio à Belém e aos assentamentos da
cabanagem.
Por fim, em 1840, a maioria dos revoltosos já havia se dispersado ou tinham sido
presos e mortos, devido às perseguições, que seguiram mesmo após 1836.
Félix Malcher foi inicialmente um dos líderes da revolta e chegou a ser presidente da
Província do Grão-Pará após a tomada de Belém. Sua gestão, contudo, foi breve e
marcada por divergências internas, levando à sua deposição e posterior execução
pelos próprios cabanos.
Francisco Vinagre, outro líder cabano, assumiu o controle após Malcher, mas sua
liderança também foi curta devido a conflitos internos e descontentamentos.
Por fim, Eduardo Angelim, talvez o mais conhecido dos líderes cabanos, destacou-se
por sua persistência e resistência, mesmo frente às adversidades e à intensa repressão
imperial.
Consequências da Cabanagem
Embora a perseguição tenha sido violenta, alguns revolucionários conseguiram escapar
e fugiram para a floresta, o que permitiu a sobrevivência dos ideais da cabanagem
mesmo após sua derrota.
A Cabanagem deixou uma carnificina de mais de trinta mil mortos, quase 30 a 40% de
uma população da província. Dizimou populações ribeirinhas, quilombolas, indígenas,
bem como membros da elite local.
Curiosidades
As mulheres foram fundamentais na Cabanagem, pois eram elas que levavam
informações e comida para o bando revoltado.
A Cabanagem foi uma das poucas revoltas do período regencial que congregou
várias classes sociais.
Em Belém existe o Memorial da Cabanagem que abriga os restos mortais dos
líderes da revolta.
Em 2016, a Cabanagem inspirou um musical, escrito por Valdecir Manuel
Affonso Palhares e com música de Luiz Pardal e Jacinto Kahwage.
A Guerra dos Farrapos ou Revolução Farroupilha foi a mais longa rebelião do período
regencial do Brasil.
Ocorreu no Rio Grande do Sul e durou dez anos, de 1835 até 1845, época que
compreende a regência de Feijó e o Segundo Reinado. O termo “farrapo” se referia aos
trajes maltrapilhos que o exército rebelde usava.
A revolta foi mobilizada pelos grandes proprietários de terra do Rio Grande do Sul,
insatisfeitos com os altos impostos cobrados pelo governo imperial sobre seus
produtos. Por isso, constataram que a separação e a república seriam uma forma de
obter liberdade comercial e política.
A Guerra dos Farrapos foi promovida pela classe dominante gaúcha. Constituída de
estanceiros que eram os donos de grandes propriedades rurais, gado e negros
escravizados. Indignados com os elevados impostos territoriais, além de altas taxas
sobre as exportações de charque, couro e sebos.
Os Conflitos Farroupilhas
No dia 20 de setembro de 1835, uma revolta armada, com pouco mais de 200
cavaleiros se estabeleceu nos arredores da capital, Porto Alegre. Uma pequena força
armada enviada para dispersar os rebeldes foi repelida e obrigada a regressar.
Fernandes Braga fugiu para a vila de Rio Grande, instalando aí seu governo. No dia
seguinte, o comandante da Guarda Nacional local, Bento Gonçalves, um dos líderes do
movimento, entrava em Porto Alegre e, com o apoio da Assembleia Provincial, em
1836, proclamou a República do Piratini.
Carga da Cavalaria (1893), de Guilherme Litran, retratando a Revolução Farroupilha
Diante desta situação, o regente Feijó nomeou novo presidente para a província, José
de Araújo Ribeiro, futuro visconde do Rio Grande. A guerra continuou e os legalistas
conseguiram prender vários chefes rebeldes, entre eles Bento Gonçalves, que foi
mandado para o Forte do Mar (BA), de onde fugiu nadando.
Enquanto isso, devido a disputas políticas, Feijó foi obrigado a renunciar. Iniciou-se a
regência de Araújo Lima, apoiado pelos conservadores.
Em 1840, com a maioridade antecipada de dom Pedro II, foi concedida anistia a todos
os revoltosos políticos do período regencial.
Então, o novo presidente do Rio Grande do Sul, Álvaro Machado, nomeado pelo
governo imperial, tentou convencer os rebeldes a terminar a guerra e aceitar a anistia,
mas nada conseguiu.
O Massacre de Porongos e o fim do conflito
Em 1842, para terminar com o conflito, Luís Alves de Lima e Silva, o futuro Duque de
Caxias, foi nomeado presidente do Rio Grande do Sul e comandante das armas. O
objetivo era acabar com a luta e pacificar a província.
O governo imperial não aceitava a libertação e, por outro lado, alguns líderes
farroupilhas concordaram em devolvê-los para seus antigos proprietários. No entanto,
isso seria uma traição e poderia acabar em uma rebelião.
anistia;
incorporação dos oficiais farroupilhas ao exército imperial;
libertação dos escravos que haviam lutado ao lado dos farroupilhas;
devolução das terras que haviam sido tomadas dos rebeldes;
diminuição dos impostos naquela província e
fortalecimento da Assembleia Provincial.
A Guerra dos Farrapos representou uma vitória militar das tropas do Império, mas uma
vitória política do lado dos farrapos.
Ela foi uma rápida rebelião organizada pelos escravos de origem islâmica (sobretudo
das etnias hauçá e nagô). Eles buscavam principalmente a liberdade religiosa e o fim
dos castigos físicos.
Com esses adereços, eles acreditavam estar protegidos contra os ataques dos
adversários.
Vale destacar que os Malês, homens guerreiros, ousados e instruídos, tinham como
principais objetivos:
Ademais, muitos deles sabiam ler e escrever, qualidade rara naquele momento, em
que somente os brancos tinham acesso ao conhecimento.
O fracasso do movimento
Liderados por Pacífico Licutan, Manuel Calafate e Luis Sanim, ela ocorreu no centro de
Salvador, iniciada pelo ataque dos malês ao Exército, que pretendiam libertar os
escravizados dos engenhos e tomar o poder.
Um dos fatores determinantes para o fracasso da revolta foram as armas usadas pelos
escravizados. Enquanto ele utilizavam espadas, lanças, facas, porretes, dentre outros
objetos cortantes, a polícia estava munida de armas de fogo.
Embora tenha sido reprimida rapidamente, após a Revolta dos Malês o receio do
Império e dos fazendeiros donos dos escravizados, aumentou consideravelmente.
Por conta disso, algumas medidas foram tomadas, desde a proibição de praticar seus
cultos religiosos que não sejam católicos, bem como andar nas ruas durante a noite.
do trabalho forçado;
das humilhações, torturas e violências físicas e psicológicas;
das péssimas condições de vida, dos abusos sexuais
e, consequentemente, almejavam o fim da escravidão no país.
Curiosidades
A data em que ocorreu o Levante dos Malês, foi escolhida pelos líderes, de
forma que representava o período mais importante para os muçulmanos
denominado “Ramadã”, em que ocorrem muitas preces e jejuns. Assim, a
revolta aconteceu exatamente dia 25 de janeiro, no final do mês de jejum.
Mala Abubaker, é o escravo que escreveu o plano de ataque da Revolta dos
Malês.
Durante a Revolta dos Malês, somente na cidade de Salvador, existiam
aproximadamente 27.500 escravos, ou seja, cerca de 42% da população.
No levante dos Malês, alguns escravos utilizaram técnicas de luta da capoeira.
SABINADA
A Sabinada foi um levante armado ocorrido na província da Bahia, entre novembro de
1837 e março de 1838, tendo como palco principal a cidade de Salvador.
O nome do movimento se deve a seu líder, Francisco Sabino Álvares da Rocha Vieira,
republicano, médico, jornalista e revolucionário federalista.
Principais Causas
Francisco Sabino, líder da revolta que acabou sendo conhecida com o seu nome
A Sabinada foi mais uma rebelião do período regencial, junto à Balaiada no Maranhão,
a Cabanagem no Pará e a Farroupilha no Rio Grande do Sul. Porém, ela se diferencia
dos movimentos acima porque não tinha intenção separatista.
A intenção dos revoltosos era apenas constituir uma “República Bahiense” até D.
Pedro II alcançar a maioridade. Portanto, sua insatisfação foi estritamente dirigida ao
governo regencial.
Além disso, é preciso notar que a Sabinada não pretendia romper com a escravidão,
pois desejava o apoio das elites escravocratas, o que não ocorreu.
Entretanto, isso afastou a população escrava, a qual não foi convencida pela promessa
de concessão de liberdade aos que lutassem e apoiassem o governo republicano.
Desta maneira, o levante contou com a adesão das camadas médias urbanas,
principalmente oficiais militares, funcionários públicos, profissionais liberais,
comerciantes, artesãos e uma parcela das camadas mais pobres da população.
A Revolta
Por sua vez, a primeira força legalista enviada para debandar os amotinados acabou se
juntando a eles, engrossando ainda mais suas fileiras.
Assim, com a Câmara Municipal ocupada, Sabino foi nomeado secretário de governo
da “República Bahiana”.
Em seguida, nomeia dois lideres para seu governo: Daniel Gomes de Freitas, como
Ministro da Guerra e Manoel Pedro de Freitas Guimarães, como Ministro da Marinha.
Consequências
BALAIADA
A Balaiada foi uma luta popular que sucedeu na província do Maranhão durante os
anos de 1838 e 1841.
A revolta surgiu como um levante social por melhores condições de vida e contou com
a participação de vaqueiros, escravos e outros desfavorecidos.
O nome dessa luta popular provém dos "balaios", nome dos cestos fabricados na
região.
Principais Causas
Apesar desta situação, os ruralistas instituíram a “Lei dos Prefeitos”. Ela permitia a
nomeação de prefeitos pelo governador da província e causaram vários focos de
revolta, dando início à Balaiada.
A Revolta
Já sabemos que a Balaiada careceu de uma firme liderança. Contudo, algumas figuras
se destacaram no levante, especialmente pela capacidade de empreender estratégias
de guerrilha contra as forças imperiais.
Um dos líderes de maior destaque foi também aquele que ascendeu o estopim da
revolta da balaiada.
Ao ter o irmão detido em Vila da Manga, o vaqueiro Raimundo Gomes e seus amigos
atacaram a cadeia pública da vila. Libertaram todos os prisioneiros no dia 13 de
dezembro de 1838, se apossando de um número considerável de armas e munições.
Paralelamente, o artesão e fabricante de balaios Manoel dos Anjos Ferreira, resolve
fazer justiça com as próprias mãos após um soldado desonrar suas filhas.
Furioso e determinado, ele monta um bando armado e ataca diversas vilas e fazendas
no Maranhão. Em seguida, estes líderes se agrupam e se unem a um terceiro
comandante: o negro Cosme Bento de Chagas, quilombola e chefe militar de
aproximadamente 3 mil negros.
Em 1839, após um período de vitórias, nas quais foram capturadas algumas vilas
importantes, como Vila de Caxias e Vargem Grande, os revoltosos estabeleceram uma
Junta Provisória.
Batalha Final
A situação dos revoltosos piorou ainda mais quando o experiente militar, Coronel Luís
Alves de Lima e Silva (futuro Duque de Caxias) assume o comando de todas as tropas
do Maranhão, Piauí e Ceará. As tropas eram composta de mais de 8 mil homens bem
armados no dia 7 de fevereiro de 1840.
Não sem esforço, o Coronel derrota Raimundo Gomes, o qual, cercado e isolado, se
rende e entrega a Vila de Caxias às tropas oficiais. É o inicio do fim.
Em 1840, o recém coroado imperador Dom Pedro II, resolve anistiar os rebeldes que se
entregarem. Imediatamente, mais de 2.500 balaios se rendem.
Com isso, Luís Alves de Lima e Silva esmaga definitivamente aqueles que continuavam
lutando em 1841. Neste mesmo ano, Cosme Bento é capturado e enforcado. Por sua
vez, o vaqueiro Raimundo Gomes é expulso da província e morre no caminho para São
Paulo.
Ao retornar vitorioso à capital, o Coronel Luís Alves de Lima e Silva recebeu o título de
Barão de Caxias, por ter sufocado esta revolta social.