Residuos Solidos Gerados Pela Construcao

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29 e 30 de outubro de 2019

RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS PELA CONSTRUÇÃO URBANA

Rafael Alves Pereira Varoto1; Ronan Yuzo Takeda Violin2; Karolyne Martins de Lima13;
Guilherme Henrique Bertacchini4
1
Acadêmico do Curso de Engenharia Civil, UNICESUMAR, Maringá-PR. Bolsista do PIBIC-UniCesumar
2
Orientador, Mestre, Professor da UNICESUMAR, Maringá-PR
3
Acadêmico do Curso de Engenharia civil, UNICESUMAR, Maringá-PR. Bolsista do PIBIC/CNPq-UniCesumar
4
Acadêmico do Curso de Engenharia Civil, UNICESUMAR, Maringá-PR

RESUMO
A destinação correta de resíduos sólidos da construção civil vem se firmando como uma prática importante e
necessária para a sustentabilidade, pois não podemos ignorar como era feito antigamente por que os
problemas são reais e afetam a todos sendo o mais prejudicado o meio ambiente, por isso ações seja
mitigando os impactos ambientais causados pelo setor da construção, criando alternativas ou reduzindo
custos devem ser prioridades para cada gerador com o seu resíduo e principalmente geradores de grande
escala como indústrias e construções . Com esse pensamento, esse projeto fez uma análise dos resíduos
(RCC’s resíduos da construção civil e RCD’s resíduos de construção e demolição) identificando e
classificando seus tipos e descartes conforme a norma estabelecida, seus impactos no meio ambiente, área
urbana e proximidades, suas diferentes formas de reciclagem, reutilização, descarte seguro e correto, também
trazendo uma forma diferenciada de reciclagem e nova para os resíduos que se enquadrarem pelo método
da compostagem com o intuito de mostrar a importância desse tema e de seu gerenciamento correto para o
planeta. Além do que já foi dito, também foi levantado a situação em que se encontram os locais de descarte
e suas proximidades. Para tal objetivo, foi feito uma pesquisa aprofundada em sites fornecedores de dados e
estatísticas, teses, artigos científicos sobre o assunto e também entrevistas com profissionais da área .

PALAVRAS-CHAVE: resíduos da construção, meio ambiente, reciclagem.

1 INTRODUÇÃO

Com o avanço da tecnologia, principalmente desde a revolução industrial, passou-


se ao invés de produção agrícola e manual a utilizar-se máquinas no auxílio das ações
humanas e ampliando, dessa forma, a produção e os mercados, mas da mesma forma que
a industrialização crescia, também a degradação ambiental.
Consequentemente a Revolução Industrial levou à urbanização, que, por sua vez,
provocou problemas relacionados à geração de resíduos e com isso as consequências
dessa geração levam ao acúmulo em margens de rios, terrenos baldios e outros locais
inapropriados. Esta geração de resíduos afeta inclusive a saúde pública, porque há a
presença de material orgânico, químico e tóxicos. Além de acumular água e favorecer a
proliferação de insetos e doenças.
Esse assunto já vem sendo discutido em países mais desenvolvidos com políticas
ambientais mais consolidadas, mas agora também está se falando por aqui.
E quando se fala dos resíduos decorrentes da construção civil, a realidade é
alarmante, pois 75% dos resíduos gerados pela construção nos municípios provêm de
obras informais (obras de construção, reformas e demolições, geralmente realizadas pelos
próprios usuários dos imóveis), o que acarreta disposições irregulares por toda a cidade
(GUERRA, 2009).
É possível estimar que a cada metro quadrado construído 150 quilos de resíduos
sejam gerados, fazendo com que qualquer construção de 250 m2 acarrete a remoção de
dez caçambas metálicas (contêineres). E devido a esse problema gerou-se a necessidade
de fazer algo com esses entulhos diferente de se apenas descartar, logo, teve-se a
reciclagem que consiste na reintrodução dos resíduos no processo de produção.
Entretanto, ainda se tem barreiras para sua viabilidade em maior escala, pois torna-se cara
e muitas vezes sem o retorno financeiro os investidores e donos da obra não se interessam
por isso e acabam deixando de lado.

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Embora a redução na geração de resíduo seja sempre uma ação necessária, ela é
limitada, uma vez que existem impurezas na matéria-prima, envolve custos e patamares de
desenvolvimento tecnológico (SOUZA et al., 1999; JOHN, 2000). Desta forma, a reciclagem
na construção civil pode gerar inúmeros benefícios citados abaixo:
I. Redução no consumo de recursos naturais não-renováveis, quando substituídos por
resíduos reciclados (JOHN, 2000).
II. Redução de áreas necessárias para aterro, pela minimização de volume de resíduos
pela reciclagem. Destaca-se aqui a necessidade da própria
reciclagem dos resíduos de construção e demolição, que representam mais de
50% da massa dos resíduos sólidos urbanos (PINTO, 1999).
III. Redução do consumo de energia durante o processo de produção. Destaca-se a
indústria do cimento, que usa resíduos de bom poder calorífico para a
obtenção de sua matéria-prima (co-incineração) ou utilizando a escória de alto-forno,
resíduo com composição semelhante ao cimento (JOHN, 2000).
IV. Redução da poluição; por exemplo para a indústria de cimento, que reduz a emissão
de gás carbônico utilizando escória de alto forno em substituição ao
cimento Portland (JOHN, 1999).
Por esse e tantos outros motivos que uma das grandes preocupações das empresas,
atualmente, é estar de acordo com a legislação ambiental. Um fator de grande importância
entre os aspectos ambientais são seus resíduos - os tipos gerados, quantidade,
armazenamento e o principal: sua destinação final e os custos decorrentes de tudo isso.
Existem muitas dúvidas e discussões acerca do tratamento dos resíduos, tanto sólidos
quanto líquidos.

1.1 RESÍDUOS

1.1.1 Definições

− RSU – Resíduos Sólidos Urbanos da Coleta Convencional;


− Domiciliar: constituído de restos de refeições, restos de preparo de alimentos, de
lavagem de vasilhames, papel, vidro, plástico, papelão, invólucros diversos,
folhagens, ciscos e outros;
− Comercial: constituído por papéis, papelão, caixas, embalagens e outros;
− Industrial: Aparas, restos de limpeza e outros;
− Serviços de saúde: constituídos por resíduos de salas cirúrgicas, medicamentos,
papel, embalagens, restos de laboratório, biotério, restos de alimentos, entre
outros;
− Varrição: Resíduos coletados em áreas públicas (folhas, papéis, ciscos, limpeza
de bocas-de-lobo), varrição de final de feiras livres e recolhimento de animais
mortos;
− RCD – Resíduos de Construção e Demolição: Constituídos por materiais
provenientes da construção, reforma e demolição de obras civis.
− RSV – Resíduos Sólidos Volumosos: mobiliários, sucatas de carros
abandonados e outros não coletados pela coleta regular.

1.1.2 Classificação

1.1.2.1 segundo sua Classe

O lixo pode ser classificado como “seco” ou “úmido”. O lixo “seco” é composto por
materiais potencialmente recicláveis (papel, vidro, lata, plástico etc.). Entretanto, alguns

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materiais não são reciclados por falta de mercado, como é o caso de vidros planos etc. O
lixo “úmido” corresponde à parte orgânica dos resíduos, como as sobras de alimentos,
cascas de frutas, restos de poda etc., que pode ser usada para compostagem. Essa
classificação é muito usada nos programas de coleta seletiva, por ser facilmente
compreendida pela população.
O lixo também pode ser classificado e caracterizado por seus riscos e classes
segundo a NBR 10004 em que se utiliza o critério abaixo exemplificado pela figura 1.

Figura 1: Caracterização e classificação de resíduos


Fonte: NBR 10004 (2004)

I. Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como:


a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras
obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem;
b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes
cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e
concreto;
c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em
concreto (blocos, tubos, meio-fio os etc.) produzidas nos canteiros de obras;
II. Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos,
papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros;

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III. Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou
aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação,
tais como os produtos oriundos do gesso;
IV. Classe D: são resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como
tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde
oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações
industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham
amianto ou outros produtos nocivos à saúde

1.1.2.2 Destinação para cada Classe

I. Classe A: deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados, ou


encaminhados a áreas de aterro de resíduos da construção civil, sendo dispostos de
modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura;
II. Classe B: deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de
armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou
reciclagem;
III. Classe C: deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade
com as normas técnicas específicas.
IV. Classe D: deverão ser armazenados, transportados, reutilizados e destinados em
conformidade com as normas técnicas específicas.

1.1.2.3 Segundo a Fonte Geradora

− Domiciliar: são os resíduos provenientes das residências. É muito diversificado, mas


contém principalmente restos de alimentos, produtos deteriorados, embalagens em
geral, retalhos, jornais e revistas, papel higiênico, fraldas descartáveis etc.
− Comercial: são os resíduos originados nos diversos estabelecimentos comerciais e de
serviços, tais como supermercados, bancos, lojas, bares, restaurantes etc.
− Público: são aqueles originados nos serviços de limpeza urbana, como restos de poda
e produtos da varrição das áreas públicas, limpeza de praias e galerias pluviais,
resíduos das feiras livres e outros.
− De serviços de saúde: resíduos provenientes de hospitais, clínicas médicas ou
odontológicas, laboratórios, farmácias etc. É potencialmente perigoso, pois pode
conter materiais contaminados com agentes biológicos ou perigosos, produtos
químicos e quimioterápicos, agulhas, seringas, lâminas, ampolas de vidro, brocas etc.
− Industrial: são os resíduos resultantes dos processos industriais. O tipo de lixo varia
de acordo com o ramo de atividade da indústria. Nessa categoria está a maior parte
dos materiais considerados perigosos ou tóxicos;
− Agrícola: resulta das atividades de agricultura e pecuária. É constituído por
embalagens de agrotóxicos, rações, adubos, restos de colheita, dejetos da criação de
animais etc.
− Entulho: restos da construção civil, reformas, demolições, solos de escavações etc. No
Brasil, a geração de lixo per capita varia de acordo com o porte populacional do
município. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB),
elaborada pelo IBGE em 2000, a geração per capita de resíduos no Brasil varia entre
450 e 700 gramas para os municípios com população inferior a 200 mil habitantes e
entre 700 e 1.200 gramas em municípios com população superior a 200 mil habitantes.
A figura abaixo traz de uma forma simplificada a logistica dos resíduos com sua
produçao, responsavel e destino.

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Figura 2: Caracterização e classificação de resíduos


Fonte: JACOBI, Pedro Roberto. BESEN, Gina Rizpah (2011)

1.2 SITUAÇÃO DOS RESIDUOS

O Brasil gera anualmente 84 milhões de metros cúbicos de resíduos de construção


e demolição. No último ano, as 310 usinas reciclaram cerca de 17 milhões de metros
cúbicos. O restante seguiu para aterros sanitários ou tiveram outra destinação. De acordo
com a ABRECON – Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção
Civil e Demolição, 50% dos municípios brasileiros ainda destinam os resíduos para lixões
ou locais irregulares, ao invés de reciclar e utilizá-lo em obras, de forma sustentável e com
baixo custo, em aplicações não estruturais como aterros, pavimentação, fabricação de
blocos de vedação, artefatos de concreto entre outros. A maioria dos resíduos gerados
numa obra é de alvenaria ou concreto, que se enquadram como Classe A (resolução do
CONAMA nº 307/2002), passível de ser reciclado para utilização na própria obra onde é
gerado, ou então encaminhado para uma usina de reciclagem, transformando-se em
agregado reciclado, reforçando a ideia que tais ações não são colocadas em prática apenas

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por não ter vontade e pela fiscalização e aplicações de multas serem rasas, pois com a
fiscalização e punições adequadas para o descumprimento da lei a situação poderia ser
muito diferente.
Segundo relatório da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e
Resíduos Especiais (ABRELPE), o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2016 mostra
que 3.326 municípios brasileiros destinam seus resíduos sólidos para locais impróprios,
isso equivale a 59,7% dos municípios (ABRELPE, 2016). O mesmo documento registra que
76,5 milhões de pessoas sofrem os impactos negativos causados pela destinação
inadequada dos resíduos. No Brasil, somamos cerca de 7 milhões de toneladas de
Resíduos Sólidos por ano que não são coletados ou têm destinação inadequada. Esse
cenário resulta em um avassalador prejuízo a saúde de mais de 96 milhões de pessoas em
todas as regiões do país (ABRELPE, 2016).
Segundo a PNRS, a disposição final consiste em distribuir ordenadamente os rejeitos
em aterros, observando as normas operacionais específicas que evitem danos ou riscos à
saúde e à segurança pública, minimizando os impactos ambientais adversos.
Entende-se por rejeitos, os resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as
possibilidades de tratamento e recuperação de acordo com as tecnologias disponíveis e
economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade além da disposição final,
sendo esta a última alternativa a ser adotada pelo gerador, que é a pessoa física ou jurídica
geradora de resíduo por meio de suas atividades.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 MÉTODOS DE GERENCIAMENTO DE RESIDUOS

Para ser feita a melhor gestão possível é preciso se tornar um hábito, que se tornará
rotina e se integrará a vida as pessoas como algo comum, para isso adota-se medidas de
gerenciamento do resíduo, as mais utilizadas serão listadas abaixo em ordem de opção
mais favorável para menos favorável:
− Não geração
− Redução
− Reutilização
− Reciclagem
− Tratamento dos resíduos sólidos
− Disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos

2.1.2 Não Geração e Redução

A diminuição e da geração de resíduos passa por vários processos que devem ser
adotados com disciplina e controle, o que variará para cada tipo de resíduo.
Para medidas de redução na geração podem ser realizadas modificações de
processo, substituição de matérias-primas e maquinários mais eficientes. Além disso,
protocolos constantes que visem quantificar, controlar, gerenciar e inspecionar a geração
de resíduos também colaboram para a redução. O método 3R’s da sustentabilidade
(reduzir, reutilizar e reciclar) podem ter grande impacto, pois visa economizar de todas as
formas possíveis, sendo uma boa escolha devido à grande porcentagem que pode ser
reciclada principalmente em resíduos domiciliares.
Sendo muito eficiente em hábitos simples, porém controlados e organizados pode-
se diminuir a geração e muito o que gera economia direta e indireta, sendo a primeira
financeiramente, de tempo, trabalho, e a indireta com a qualidade de vida e
sustentabilidade.

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2.1.2.1. Alguns pontos que colaboram para a redução:

− Conscientização da população por mudança de hábitos, como a não utilização de


produtos descartáveis (copos, garrafas pets).
− Avanço tecnológico, tendo a mudança de métodos construtivos, materiais
empregados na produção, tornando possível também a não extração de alguma
matéria prima assim degradando menos o planeta e analogamente reduzindo os
resíduos de demolição, uso de explosivos entre outros métodos que prejudicam o
planeta;
− Penalidades mais rígidas aos geradores responsáveis;
2.1.2.2 Vantagens
− Redução no custo de coleta, transporte e destinação em local apropriado.
− Reutilizar ou reciclar seus resíduos pode gerar receita no mercado de compra e
venda de resíduos
− Não sofrer penalidades pela legislação vigente, em decorrência de não
conformidades da destinação de resíduos em local apropriado.
2.1.3 Reciclagem e reutilização
Segundo a Conama reciclagem é o processo de reaproveitamento do resíduo após
sua transformação o qual é alterado suas propriedades tornando-o um produto ou insumo.
Na atualidade onde se tem a produção em massa das industrias, centros com altos
edifícios, e grandes obras a reciclagem vem com umas das melhores opções para os
resíduos devendo ser ao máximo sempre que possível aderida.
A primeira e mais visível das contribuições ambientais da reciclagem é a preservação
dos recursos naturais, os quais são substituídos por resíduos, prolongando a vida útil das
reservas naturais e reduzindo a destruição da paisagem, fauna e flora (JOHN, 2000). Para
conseguir o feito assim dito substitui-se um produto do processo pelo resíduo reciclado
servindo como fonte de energia, aglomerante gerando muita economia e como
consequência ajudando o planeta.
A reciclagem não traz somente benefícios para o meio ambiente, mas também para
o País e sua economia, pois se bem utilizado o resíduo permite melhorar as propriedades
do produto como acontece no caso do cimento com as adições de pozolana e escória de
alto forno (JOHN, 1999). Analogamente, também gera empregos, pois, é uma área ainda
não muito explorada fazendo com que a região onde está ocorrendo o processo esteja
movimentada pelo trabalho ali realizado.
Porém deve-se sempre lembrar que a melhor alternativa é, por definição aquele com
menor impacto ambiental global (TUKKER; GIELDEN, 1994), pois mesmo que reduza o
volume dos resíduos pode resultar em um impacto ambiental maior que o benefício. Por
exemplo, ALLEN e ROSSELOT (1994) afirmaram que muitas vezes técnicas de reciclagem
requerem um volume mínimo de resíduo disponível em determinada região e uma
concentração mínima da fase a ser reciclada no resíduo total. Nesta situação, pode ser
desejável um aumento na produção do resíduo ou da concentração da fase a ser reciclada
de maneira a tornar economicamente viável a sua reciclagem e assim evitar a deposição
do resíduo em aterro.
Em muitos casos é mais viável adotar o fim do resíduo por meio da incineração
evitando a ida do mesmo para aterros, pois os gastos, energia, tempo, gestão, distancia de
transporte e tecnologia envolvida inviabilizam a reciclagem.
A distância de transporte, a energia necessária para limpeza e classificação de um
resíduo de forma a viabilizar a reciclagem e até mesmo a tecnologia envolvida na

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reciclagem podem torna-la ambientalmente indesejável, sendo necessário adotar outro


meio.
A reciclagem tem muitas vantagens que tem influência direta:
I. Reduz o impacto ambiental da reciclagem de resíduos na produção de materiais
II. Contribui para a geração de empregos
III. Aumenta a competitividade
IV. Melhora em determinados produtos sua composição e propriedades
V. Diminui a necessidade de importação de matérias-primas reciclada
2.1.4 Compostagem
É um tipo de destinação, que ocorre por meio de um processo controlado de
decomposição microbiana que transforma matéria orgânica em adubo ou ainda ração
animal, reduzindo o envio de resíduos para aterros. Muito utilizado quando os resíduos são
compostos por grande quantidade de matéria orgânica, como por exemplo, restos de
alimentos.
2.1.5 Incineração como destruição e recuperação de energia
É outra das tecnologias utilizadas para tratamento dos resíduos sólidos, tanto
urbanos como industriais, para o tratamento dos resíduos hospitalares perigosos para a
saúde e certos resíduos industriais perigosos é, porventura um dos métodos mais seguros.
A incineração faz parte juntamente com o aterramento e aos programas de reciclagem,
conhecidos como 3 R's (Reduzir na fonte, Reutilizar e Reciclar), porém depende do tipo de
resíduo, poluição gerada, custos e benefícios para ser escolhida para o tratamento. No
processo os resíduos são empregados a altas temperaturas de fornos para queimar
correntes, que entram em combustão completa. Isso garante o tratamento sanitário e a
destruição de componentes orgânicos e minimiza a presença de resíduos combustíveis nas
cinzas resultantes.
Esse método tem vantagens na redução dos volumes a depositar em aterros, que
pode chegar a 90 %, na eliminação de resíduos patogénicos e tóxicos e na produção de
energia sob a forma de eletricidade ou de vapor de água. Porém tem alto custo de
montagem e manutenção o qual muitas vezes não é escolhida como solução, além dos
gases emitidos com a combustão principalmente dos resíduos perigosos (TAVARES, 2003,
p.14).
A incineração pode ser ambientalmente correta e aliada da proteção do meio
ambiente, desde que estes sejam operadas por equipes qualificadas e treinadas; sejam
dotadas de equipamento eficazes quanto ao controle de poluição, bem como, de técnicas
adequadas de disposição final dos resíduos gerados; e sejam monitoradas e
acompanhadas pela comunidade e pelos agentes ambientais, públicos e privados
(MORGADO, FERREIRA, 2006, p.4,).
2.2 DISPOSIÇÃO FINAL

2.2.1 Aterro comum ou lixão


É uma forma de disposição final INADEQUADA dos resíduos sólidos, visto que se
caracteriza pela disposição de resíduos sobre o solo, sem medidas de proteção ao meio
ambiente ou à saúde pública. Apesar de ainda existirem muitos lixões em todo país, esta
forma de dispor não é recomendada, e não atende aos requisitos da norma ISO 14001.
2.2.2 Aterro controlado

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É o aterro comum, porém com pequenas adaptações, o solo não é protegido contra
a decomposição dos resíduos e não há controle dos gases, faz-se apenas um recobrimento
dos resíduos com material inerte diariamente. Esta forma de disposição final também é
considerada inadequada.

2.2.3 Aterro Sanitário

É a principal forma de disposição final adequada existente hoje, visto que é uma
técnica que não causa danos ou riscos à saúde pública e à segurança. É uma solução
economicamente viável e que causa menos impactos ao meio ambiente, porém possui vida
útil de curta duração, exige grandes extensões de terra e controle e manutenção
constantes.
Os aterros sanitários recebem resíduos de classe II A e II B, não inertes e inertes,
respectivamente. Os resíduos perigosos, classe I, são encaminhados para aterros
industriais, que possuem formas de disposição final mais específicas devido as
características dessa classe de resíduos.
3 IMPACTOS
Os impactos são gerados por diversos fatores, segundo Angelis Neto (1999) o
problema de gestão por não se prevenir o problema conhecido se tem a situação de hoje,
as quais abaixo estão citados alguns problemas e seus impactos de maior visibilidade:
I. Ausência de cobertura com material inerte das camadas diárias de resíduos e ausência
de sistema de drenagem de gases gerados. Causando espalhamento de materiais
particulados (poeiras) e de materiais leves pelo vento, liberação de gases e odores
decorrentes de decomposição biológica anaeróbica da matéria orgânica, desprendimento
de fumaça e emanação de gases e poluição visual.
II. Ausência de sistema de drenagem e coleta de águas pluviais e líquidos percolados.
Causando poluição das águas superficiais pela percolação do chorume, poluição das
águas superficiais pela circulação das águas pluviais e córregos e/ou nascentes que se
situam próximo ao lixão.
III. Ausência de sistema de impermeabilização no contato resíduo/solo e adjacências.
Causando poluição do solo pela infiltração de líquidos percolados e degradação superficial
do solo.
IV. Utilização de técnicas inadequadas de disposição dos resíduos sólidos. Causando
poluição visual, alteração da paisagem (topografia, vegetação, escoamento superficial).
V.Ausência de estudo criterioso para escolha do local de disposição. Causando
desvalorização de áreas do entorno e do próprio local de disposição, e desencadeamento
de processo do meio físico.
4 ANALISE DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS NO BRASIL

Os dados levantados mostram que anualmente a geração se aumenta e continuará


aumentando, portanto, o foco será mais em reciclar, destruir ou reutilizar do que reduzir
pois a quantidade massiva tende a aumentar todos os anos devido ao aumento
populacional, hábitos consumistas, e diferença de renda a qual quanto maior tende de
gerar-se mais. Segundo Abrelpe (2017), gerou-se 78,4 milhões de toneladas no país, 71,6
milhões coletados pela cobertura de 91,2% do país, tendo 6,9 milhões não coletados e
depositados de forma irregular, 59,1% para aterros sanitários e 40,9% de forma incorreta
como aterros controlados e lixões sendo 29 milhões de toneladas. Em comparação a 2016
um aumento de 1% e se comparado a 2000 tem-se um aumento de 30,21%.

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Sobre os resíduos de construção e demolição os dados mostram que coletaram


cerca de 45 milhões de toneladas de RCD em 2017, o que configura uma diminuição de
0,1% em relação a 2016
De acordo com dados do Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), apesar de
30% de todo o lixo produzido no Brasil ter potencial de reciclagem, apenas 3% de fato é
reaproveitado. Esses números revelam que há um grande desperdício tanto do ponto de
vista ambiental quanto econômico e social, uma vez que a reciclagem é uma fonte de renda
para milhares de famílias. Os dados mostram que 98% das pessoas enxergam a reciclagem
como algo importante para o futuro do país e 94% concordam que a forma
correta de descartar os resíduos é separando materiais que podem ser reciclados. Por outro
lado, essa percepção não se repete no comportamento: 75% revelaram não separar seus
resíduos em casa, e uma das possíveis razões que levam a isso é a falta de informação, já
que 66% dos entrevistados afirmaram saber pouco ou nada a respeito de coleta seletiva
(Abrelpe, 2017).
No caso dos resíduos de construção e demolição essa situação muda um pouco de
cenário para pior, apesar da reutilização de resíduos estar ganhando cada vez mais
força diariamente são geradas no País 290,5 mil toneladas de resíduos de
construção e demolição, sendo apenas 0,6% reaproveitado desse total. Abaixo é
possível ver o aumento na geração anualmente.

Sistematização dos dados – Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2000-2014


Anos Geração de RSU Coleta de RSU Geração de RSU Coleta de RSU
(t/dia) (t/dia) (t/ano) (t/ano)
2000 149.904 54.715,059
2001 152.542 55.677,870
2002 154.862 56.524,667
2003 157.776 57.588,211
2004 162.232 59.214,691
2005 173.524 164.774 63.336,260 60.142,510
2006
2007 168.653 140.911 61.558,345 51.432,515
2008 169.659 149.199 52.933,296 46.550,088
2009 182.728 161.084 57.011,136 50.258,208
2010 195.090 173.583 60.868,080 54.157,896
2011 198.514 177.995 61.730,096 55.534,440
2012 201.058 181.288 62.730,096 56.561,856
2013 209.280 189.219 76.387,200 69.064,935
2014 215.297 195.233 78.583,405 71.260,045

Tabela 1: Caracterização e classificação de resíduos


Fonte: FRANCESCHI, F, SANTIAGO, C, LIMA, T, PUGLIESI, E (2016)

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A temática sustentável vem se consolidando como referência a orientar todas as


outras atividades pela sua importância obrigando mudanças em todos os aspectos. Dentre
os fins para os resíduos de diversos tipos a reciclagem é uma das condições que se
aumenta a sustentabilidade, aquece a economia gerando muitos empregos, beneficiando
o pais, pois as vantagens são muitas como preservação de recursos naturais pela utilização
do material reciclado como matéria prima, economia de energia, redução do volume de
aterros, redução da poluição, custo de controle ambiental, aumento da durabilidade.
Na área da construção civil a qual é a maior geradora e com maior impacto ambiental
demanda muita atenção. Não somente, e também com os outros tipos deve-se ter a
caracterização mais completa possível, da composição química, micro estrutural e seu
impacto no meio ambiente, assim permitindo a melhor alternativa para seu fim.

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29 e 30 de outubro de 2019

Contudo, com essa pesquisa foi identificado os principais fatores de geração e visto
que nunca irá acabar deve-se principalmente focar na coleta, caracterização e se possível
reciclagem e incineração, como exemplo de países pioneiros nesse sistema como Estados
Unidos, Alemanha e Japão, que utilizam as usinas de incineração destruindo os resíduos
e gerando energia para a própria cidade, também com forte educação ambiental, coleta
seletiva eficiente e reciclagem são os caminhos que darão bons resultados principalmente
no longo prazo. Em nosso país temos a geração kg/hab/dia menor que em países mais
desenvolvidos devido a relação per capita da geração e ainda temos muito a crescer nesse
setor, porém com investimento, educação ambiental, divulgação para que todos conheçam
e entendam o problema, melhora na legislação do assunto, maior fiscalização e mão de
obra especializada é possível avanços nesse setor.

REFERÊNCIAS

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