Tutorial Epanet - r4

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

Escola de Engenharia
HidroUFF – Laboratório de Hidráulica

Disciplina: HIDRÁULICA BÁSICA

Prof.: Gabriel Nascimento (TER – Depto. de Eng. Agrícola e Meio Ambiente)


Elson Nascimento (TEC – Depto. de Eng. Civil)

EPANET - TUTORIAL

Revisado em 17/12/2021
Sumário
1. INTRODUÇÃO 3
2. MODELAGEM NO EPANET 4
2.1. Ambiente de trabalho 4
2.2. Componentes 4
2.2.1. Físicos 4
2.2.2. Não físicos 5
2.3. Fórmula de perda de carga 5
2.4. Principais Unidades 6
3. ESCOAMENTO EM CONDUTOS FORÇADOS (EPANET) 7
3.1. 1ª Problema – Ligação entre dois reservatórios de nível constante 7
3.1.1. ENUNCIADO DO PROBLEMA 7
3.1.2. INSERÇÃO DOS OBJETOS (PRÉ-PROCESSAMENTO) 7
3.1.3. DADOS E CONFIGURAÇÕES (PRÉ-PROCESSAMENTO) 10
3.1.4. PROCESSAMENTO 12
3.1.5. PÓS-PROCESSAMENTO (RESULTADOS) 12
3.2. 2ª Problema – Rede malhada 13
3.2.1. ENUNCIADO DO PROBLEMA 13
3.2.2. INSERÇÃO DOS OBJETOS, DADOS E CONFIGURAÇÕES (PRÉ-PROCESSAMENTO) 14
3.2.3. PROCESSAMENTO 16
3.2.4. PÓS-PROCESSAMENTO (RESULTADOS) 16
3.3. 3ª Problema – Linha de adução com bomba 18
3.3.1. DADOS DO PROBLEMA 18
3.3.2. INSERÇÃO DOS OBJETOS, DADOS E CONFIGURAÇÕES (PRÉ-PROCESSAMENTO) 18
3.3.3. PROCESSAMENTO 20
3.3.4. PÓS-PROCESSAMENTO (RESULTADOS) 20
3.4. 4ª Problema – Escoamento quase-permanente (esvaziamento de reservatório) 21
3.4.1. DADOS DO PROBLEMA 21
3.4.2. INSERÇÃO DOS OBJETOS, DADOS E CONFIGURAÇÕES (PRÉ-PROCESSAMENTO) 21
3.4.3. PROCESSAMENTO 22
3.4.4. PÓS-PROCESSAMENTO (RESULTADOS) 22
3.4.5. CÁLCULO ANALÍTICO 22
4. BIBLIOGRAFIA 24
5. ANEXO A 25
1. INTRODUÇÃO

A utilização de métodos numéricos aplicados em ferramentas computacionais vem


transformando, nas últimas décadas, as práticas de cálculo de engenharia em, praticamente, todas as
áreas. No caso da Hidráulica, equações implícitas como a de Colebrooke-White e Manning
impossibilitam a solução analítica até de problemas mais simples, como a determinação da vazão de
equilíbrio na ligação entre dois reservatórios. Por isso, práticas tradicionais se baseavam em soluções
aproximadas, fórmulas empíricas restritas ou ábacos e tabelas.
Atualmente, através do uso de softwares, é possível calcular-se o escoamento forçado em
tubulações ou aberto em canais, tanto em regime permanente quanto transitório. Dessa forma, os
cálculos se tornaram mais precisos e mais rápidos, viabilizando análises mais completas de sistemas
hidráulicos e permitindo o dimensionamento de projetos mais eficientes.
Neste contexto, a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA – Environmental Protection
Agency) desenvolveu softwares de domínio público, que podem ser utilizados, livremente, tanto para
fins acadêmicos quanto comerciais. Nesta prática, será utilizado o EPANET. Sua versão original (em
inglês) pode ser baixada no site da EPA (www.epa.gov). Ambos são amplamente conhecidos e utilizados,
tanto pela academia quanto pela indústria em todo mundo. O Laboratório de Eficiência Energética e
Hidráulica em Saneamento (ENHS) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) desenvolveu uma versão
em português, inclusive com funções adicionais, que pode ser baixada no site do ENHS
(www.lenhs.ct.ufpb.br).
Esta aula prática tem o objetivo de prover aos alunos da disciplina Hidráulica Básica um primeiro
contato com essa ferramenta computacional, solucionando problemas relativamente simples, mas que
demandariam considerado esforço e tempo, sem esse recurso.
2. MODELAGEM NO EPANET

2.1. Ambiente de trabalho

menu
barra de ferramentas

navegador
para
janela para desenho da rede
componentes
da rede

configurações coordenadas
No menu, é possível abrir e salvar arquivos, escolher uma imagem de fundo (ex.: mapa de um bairro),
definir as configurações da simulação, gerar relatórios com resultados, entre outros. Quando terminar
um exercício, para começar outro diferente, recomenda-se clicar em “Novo”.

A barra de tarefas é a maneira mais prática de inserir novos componentes físicos (últimos botões).
Na janela, é visualizado a topologia da rede, que pode ser em escala (ex.: coordenadas obtidas através
de um mapa de fundo) ou não, ou seja, apenas um esquemático.
No navegador, é possível criar e editar componentes em listas por categorias (ex.: nós, trechos, bombas
etc.).

2.2. Componentes

2.2.1. Físicos

• Nós: Utilizados para união de trechos. Os seus principais parâmetros são a cota, que influencia o
cálculo da pressão a partir da piezométrica, e o consumo base, que é a vazão que sai da rede
pelo nó (ex.: ponto de consumo em uma rede malhada). Os nós também podem representar
dispositivos do tipo orifício, cujo consumo nodal (vazão que sai pelo nó) é função da pressão (ex.:
aspersores, sprinklers e torneiras). A rede deve possuir, no mínimo, um nó para que a simulação
seja executada.
• RNF (Reservatórios de nível fixo): Condição de contorno da rede que possui um N.A. constante.
• RNV (Reservatórios de nível variado): Condição de contorno da rede que possui um N.A. variável,
de acordo com a geometria (curva de volume), condição limite e inicial.
• Trechos: Componentes que representam as tubulações, definidos entre nós ou entre um nó e
um outro componente (ex.: reservatório). Os seus principais parâmetros são o comprimento, o
diâmetro e a rugosidade. Esse último, depende da fórmula adotada (menu Projeto → Opções de
simulação).
• Bombas: Tem como principal parâmetro a curva da bomba, que deve ser indicada de acordo com
o componente não físico “Curva”. O sentido do escoamento deve estar de acordo com o símbolo
= →.
• Válvulas: Permite uma configuração automática de abertura e fechamento de acordo com
outros parâmetros da rede (ex.: fechar quando a pressão num determinado ponto à jusante
ultrapassa um valor limite).

2.2.2. Não físicos

• Curvas: bomba (carga), rendimento (eficiência), volume (RNV) e perdas (para válvulas
configuradas como genéricas – GPV).
• Padrões temporais: fatores que podem variar ao longo do tempo, multiplicando uma
determinada grandeza (ex.: consumo nodal).
• Controle: instruções com código próprio do EPANET que permite especificar o comportamento
operacional da rede.

2.3. Fórmula de perda de carga

Menu Projeto → Opções de simulação:


• H-W: Hazen-Williams
• D-W: Darcy-Weisbach
• C-M: Chezy-Manning

Atenção! A fórmula configurada implicará no significado do parâmetro “Rugosidade” dos trechos (ex.:
se H-W, o parâmetro será o coeficiente C; se D-W, será 𝜀).
No caso da equação D-W, o fator de atrito 𝑓 (denominado no programa por “fator de resistência”) é
calculado:
• se 𝑅𝑒 < 2000 (laminar), pela equação 𝑓 = 64⁄𝑅𝑒;
• se 𝑅𝑒 > 4000 (turbulento), pela equação de Swamee-Jain (aproximação de Colebroke-White); e
• se 2000 < 𝑅𝑒 < 4000 (transição), é feita uma interpolação cúbica do diagrama (ábaco) de
Moody entre a reta laminar e as curvas do regime turbulento.

Antes de executar a simulação, verifique a configuração definida para fórmula da perda de carga!
2.4. Principais Unidades

As unidades consideradas pelo EPANET ficam atreladas ao sistema de unidades adotado (EUA ou SI),
com base na unidade de vazão escolhida no menu Projeto → Opções de simulação.

A Tabela 1 lista um resumo das principais unidades, necessárias para modelagem dos exercícios contidos
neste tutorial. A tabela completa de unidades encontra-se no ANEXO A.

Tabela 1 – Unidades das principais grandezas do EPANET

Parâmetro EUA SI
Vazão (𝑄) CFS – ft³/s LPS - L/s
GPM - US gal/min LPM - L/min
(a unidade escolhida para esta grandeza MGD - US Mgal/dia MLD - ML/dia
definirá o sistema de unidade referente às IMGD - Imp Mgal/dia CMH – m³/hora
demais, EUA ou SI) AFD - ac-ft/dia CMD – m³/dia
Coeficiente das Fórmulas de Perda de Carga 10 pés (Darcy-Weisbach), milímetros (Darcy-Weisbach),
(𝜀 ou 𝐶) adimensional (outras) adimensional (outras)
Fator de Resistência (𝑓) adimensional
Coeficiente de Perda de Carga Localizada (𝐾) adimensional
Diâmetro (Tubulações) “ (in) mm
Perda de Carga (unitária) ft/kft m/km
Carga hidráulica (𝐻)
Comprimento (𝐿)
ft m
Cota (𝑧)
Diâmetro (RNV)
Consumo (𝑄) (mesma que vazão)
Potência hp (cv) kW
Pressão (altura piezométrica) psi metro
Rendimento %
Velocidade ft/s m/s
Volume ft³ m³
3. ESCOAMENTO EM CONDUTOS FORÇADOS (EPANET)

3.1. 1ª Problema – Ligação entre dois reservatórios de nível constante

3.1.1. ENUNCIADO DO PROBLEMA

A ligação entre dois reservatórios abertos, cujos níveis d’água diferem de uma altura Δz = 10 m é feita
através de uma tubulação de 6” de diâmetro em aço soldado liso ( = 0,10 mm). O comprimento
retilíneo da tubulação é 𝐿 = 410 m, existindo as seguintes singularidades:

• entrada na tubulação em aresta viva Ke = 0,40


• dois cotovelos 90° raio curto, Kc = 0,80 (cada)
• entrada no reservatório inferior, Ks = 1,0

Determine a vazão transportada em regime permanente.

Em seguida, serão instruídos os passos necessários para inserir o modelo no programa EPANET.

3.1.2. INSERÇÃO DOS OBJETOS (PRÉ-PROCESSAMENTO)

Clique no botão RNF (Reservatório de Nível Fixo).


Em seguida, clique no mapa para inserir os dois reservatórios do problema.

Devido ao método de cálculo do programa, é necessário que haja, ao menos, um nó. Para isso, clique no
botão de adicionar nó (barra de ferramentas) e insira um nó próximo ao primeiro reservatório
Dos objetos necessários, resta apenas inserir os trechos de tubulação. Para isso, clique no botão
“Adicionar Trecho” (barra de ferramentas).

Então, de um clique no reservatório mais


elevado e o segundo clique no nó, inserindo
assim o primeiro trecho.

Repita o procedimento clicando no nó e, em


seguida, no reservatório inferior, para inserir o
segundo reservatório.
3.1.3. DADOS E CONFIGURAÇÕES (PRÉ-PROCESSAMENTO)

Caso já esteja trabalhando em outra rede, clique no botão Novo da barra de ferramentas.

No menu Projeto → Opções de simulação... e defina :

• Unidades de Vazão = LPS (L/s), pressionando enter após a seleção;


• Fórmula de Perda de Carga = D-W (Darcy-Weisbach), pressionando enter após a seleção.

Feche a janela de opções.

A unidade de vazão pode ser verificada no canto inferior esquerdo da janela (figura abaixo).

Para unidade de vazão selecionada (L/s), as unidades das grandezas físicas mais relevantes serão:
Tabela 2 - Unidades
Grandeza Unidade
Carga hidráulica m
Pressão m.c.a.
Perda de carga (unitária) m/km
Rugosidade () mm
Comprimento m
Cota m
Diâmetro de tubulação mm
Diâmetro de reservatório cilíndrico m
Energia kWh
Potência kW
Velocidade m/s
Volume m³
Rendimento %
Clique no botão Selecionar Objeto (barra de ferramentas).

Depois, dê um duplo clique no reservatório inferior.

Certifique-se de que o Nível de Água definido é zero. Isso


significa que o referencial adotado para as cotas coincide
com o N.A. do reservatório inferior.

Repita o mesmo procedimento para o reservatório


superior, porém, definindo o Nível de Água como Δ𝑧 = 10
m (conforme o enunciado do problema).

Dê um duplo clique no primeiro trecho.

Esse trecho só se fez necessário porque o programa exige


que haja, ao menos, um nó. Portanto, será definido um
comprimento desprezível. Entre com os dados abaixo.

Sempre pressione enter após definir um valor ou opção.

Utilize ponto (.) como separador decimal.

• Comprimento (m) = 0.001 (valor desprezível)


• Diâmetro (mm) = 152.4 (6”)
• Rugosidade (mm) = 0.1 (enunciado)

Repita o procedimento anterior para o segundo trecho, porém com os seguintes valores:

• Comprimento (m) = 𝐿 = 410 (enunciado)


• Diâmetro (mm) = 152.4 (6”)
• Rugosidade (mm) = 0.1 (enunciado)
• Coef. Perda de Carga Singular = 3 (soma dos Ks fornecidos pelo enunciado)
3.1.4. PROCESSAMENTO

Clique no botão Executar Simulação.

Caso algum erro ou advertência seja reportada, volte e verifique os dados de cada componente e as
configurações do projeto.

Caso todos os passos tenham sido executados corretamente, a seguinte janela aparecerá.

Clique em OK.

3.1.5. PÓS-PROCESSAMENTO (RESULTADOS)

Dê um duplo clique no segundo trecho para exibir a janela


de configuração desse componente. Alternativamente,
você pode, através da janela Navegador, aba Dados,
selecionar na lista exibida (botão ) a opção Trechos e dar
um clique duplo no identificador do trecho (“2”), que
aparecerá abaixo.

Descendo a barra de rolagens da janela que aparecerá


(figura ao lado), é possível analisar os resultados:

• Vazão: vazão calculada em L/s (unidade selecionada)


• Velocidade: velocidade calculada, em m/s
• Perda de Carga: perda de carga unitária (em m/km)
• Fator de Resistência: fator de atrito 𝑓

Compare com os resultados obtidos pelo cálculo manual do problema, feito na aula teórica (aula sobre
Perda de Carga Localizada).
3.2. 2ª Problema – Rede malhada

3.2.1. ENUNCIADO DO PROBLEMA

100m Bomba 400m 40L/s 700m 20L/s


R
10” 10” A 8” B
100 L/s
800m 800m
6” 6”

30L/s D 700m C 10L/s


6”

Dados:

– C = 130
– bomba = 72%
– pmín = 10,0 m.c.a.

Nó R A B C D
Cota (m) 415 400 405 420 410

Calcule:
a) Vazões nos trechos.
b) Potência da bomba.

Para resolver esse problema no EPANET, primeiramente, será simulada a rede sem bomba.

Essa abordagem não influenciará as vazões, pois são condicionadas apenas às demandas nodais,
diâmetros e comprimentos dos trechos.

Dessa forma, será possível calcular as pressões nessa situação (sem bomba) e, consequentemente, a
carga da bomba ℎ𝑏 necessária para elevar a pressão do ponto de menor pressão ao valor mínimo
aceitável.
3.2.2. INSERÇÃO DOS OBJETOS, DADOS E CONFIGURAÇÕES (PRÉ-PROCESSAMENTO)

Caso já esteja trabalhando em outra rede, clique no botão Novo da barra de ferramentas.

Dessa vez, selecione a equação de Hazen-Williams (H-W), no menu Projeto → Opções de Simulação...

Clique no botão Adicionar Nó e insira os 4 nós da malha (A, B, C e D).

Clique no botão Selecionar Objeto e, depois, dê um duplo clique em cada nó, digitando os seguintes
parâmetros na janela de dados:

• Identificador = nome do nó (A, B, C ou D)


• Cota = cota, conforme tabela do enunciado
• Consumo-base = consumo informado na figura do enunciado

Clique no botão Adicionar Trecho e interligue os nós com as quatro tubulações necessárias.

Clique no botão Selecionar Objeto e, em seguida, de um duplo clique em cada um dos trechos,
digitando os seguintes parâmetros na janela de dados:

• Identificador = nome do trecho (AB, BC, CD e DA)


• Comprimento = conforme figura do enunciado
• Diâmetro = conforme figura do enunciado (em mm)
• Rugosidade = 130 (conforme enunciado)
Clique no botão Adicionar RNF (Reservatório de Nível Fixo) e clique no mapa para inserir o reservatório.

Clique no botão Selecionar Objeto e, em seguida, de um duplo clique no reservatório, definindo,


conforme o enunciado:

• Identificador do Nó = R;
• N.A. = 415 m.

Como a vazão já é conhecida (soma das demandas em todos os nós), não há necessidade de inserir um
objeto para bomba para determinar as vazões na malha. Portanto, basta colocar um trecho
correspondente à ligação entre o reservatório e o ponto A.

Clique no botão Selecionar Objeto e, em seguida, de um duplo clique nesse trecho (RA), digitando os
seguintes parâmetros na janela de dados:

• Identificador = RA
• Comprimento (m) = 100 + 400 (conforme figura do enunciado)
• Diâmetro (mm) = 254 (conforme figura do enunciado)
• Rugosidade = 130 (conforme enunciado)

Clique com o botão direito do mouse em qualquer lugar do espaço em branco do mapa e selecione
Opções. Em Notação, habilite as opções Mostrar Identificador dos Nós, Mostrar Valores nos Nós e
Mostrar Valores nos Trechos. Clique em Ok.
Na janela Navegador, aba Mapa, selecione o campo Trechos como Comprimento. Verifique se os
valores exibidos no mapa correspondem aos dados do problema. Repita o procedimento, selecionando
o campo Trechos como Diâmetro, Rugosidade e o campo Nós como Consumo-Base.

3.2.3. PROCESSAMENTO

Clique no botão Executar Simulação ( ).

Um aviso de advertência irá aparecer.

Clicando em OK, uma janela de relatório será exibida.

A advertência significa que, de fato, há necessidade de uma bomba, para que a pressão mínima esteja
dentro do estabelecido por norma (≥ 10 m.c.a.).

3.2.4. PÓS-PROCESSAMENTO (RESULTADOS)

No menu Visualizar → Opções... → Setas de Escoamento, defina o Estilo de Seta como Aberto. Clique
em Ok.

Na janela Navegador → Mapa, selecione o campo Trechos como Vazão. Analise os resultados obtidos.
Clique no menu Relatório → Tabela, selecione a opção Trechos da Rede e clique em OK.

Uma tabela será exibida com as vazões calculadas em cada trecho. Compare com aquelas obtidas pelo
método de Hardy Cross, feito na aula teórica.

Clique no menu Relatório → Tabela, selecione a opção Nós da Rede e clique em OK. Uma tabela será
exibida com resultados de pressão em cada nó. Identifique o nó de menor pressão e seu valor. O valor
da carga da bomba (ℎ𝑏 ) será aquele que elevará a pressão calculada anteriormente (𝑝𝑐𝑎𝑙𝑐 ) até o valor
mínimo necessário (𝑝𝑚𝑖𝑛 ), ou seja:
𝑝𝑚𝑖𝑛 𝑝𝑐𝑎𝑙𝑐
ℎ𝑏 = − .
𝛾 𝛾

Calcule a potência da bomba, conforme a fórmula apresentada na aula sobre bombas (Sistemas
Elevatórios)

𝜌𝑔𝑄ℎ𝑏
𝑊̇ =
𝜂

, considerando uma eficiência de 100%, ou seja, a potência fornecida pela bomba para o fluido.
Ressalta-se que a potência inserida no software é a de operação (vazão e carga de operação), enquanto
o valor de potência informado nos catálogos se referem ao ponto de máxima eficiência (vazão e carga
no ponto máximo da curva de rendimento).

Insira um nó entre R e A. Na janela de propriedades do novo nó:


• Identificação = E;
• Cota = mesma do ponto A.

Na janela de propriedades do trecho RA:


• Altere o Nó Inicial para E
• Altere o Identificador para EA.

Clique no botão Adicionar bomba, na barra de ferramentas, e insira uma bomba entre o reservatório R
e o nó E (atenção ao sentido). Nas suas propriedades:
• Identificação = B;
• Potência = valor calculado anteriormente (verifique a unidade adotada pelo EPANET - Tabela 1).
Este campo se refere à potência fornecida pela bomba para o fluido.

Execute, novamente, a simulação.

No menu Relatório → Tabela, clique em Ok e verifique se as novas pressões calculadas atendem à


exigência da norma.
3.3. 3ª Problema – Linha de adução com bomba

3.3.1. DADOS DO PROBLEMA

Um sistema elevatório recalca água do reservatório R1 para o R2, conforme figura abaixo.

Dados: 832,0
• PVC com 𝜀 = 0,06 mm;
• comprimento de recalque, 𝐿𝑅 = 800 m; R2
• diâmetro de recalque a ser dimensionado;
• perdas na sucção desprezíveis;
812,0 B
• cotas dos reservatórios na figura.

R1

3.3.2. INSERÇÃO DOS OBJETOS, DADOS E CONFIGURAÇÕES (PRÉ-PROCESSAMENTO)

Caso já esteja trabalhando em outra rede, clique no botão Novo da barra de ferramentas.

Insira no mapa o reservatório inferior e superior, pelo procedimento simular ao feito no 1ª Problema
(item 3.1). Inclua, também, um nó próximo ao primeiro reservatório.

Defina as cotas do reservatório, conforme dados do enunciado do problema.

Insira o trecho que liga o nó ao reservatório superior.


Defina o comprimento e rugosidade, conforme o enunciado do problema. Verifique se a fórmula de
perda de carga configurada no EPANET está de acordo com o parâmetro informado.

Para o diâmetro, numa primeira tentativa, escolha um valor comercialmente disponível (100, 150, 200,
250, 300, 350, 400, 450 ou 500 mm). Vale ressaltar, neste momento, que o diâmetro a ser digitado deve
ser o interno. No entanto, por questões práticas, vamos considerar os valores nominais.

(a) (b)
Na janela Navegador, escolha a opção Curvas.

a) Clique no botão adicionar (canto inferior


esquerdo da janela Navegador)

• No campo “Identificador”, insira C1.


• No campo “Tipo de Curva”, escolha
BOMBA.
• No campo “Descrição”, insira o modelo da
bomba, conforme descrição abaixo.
• Para os valores da tabela Carga X
Vazão, siga as instruções abaixo.

Acesse o catálogo de bombas disponível no link abaixo:


https://schneidermotobombas.blob.core.windows.net/media/264085/schneider_catalogo_fit_monoblo
co_06-2020_web.pdf

Localize os valores da curva característica nas “Tabelas de Seleção” para o modelo de bomba “100-065-
125 F/R” de 15 cv. A indicação “F/R” significa que esse modelo de bomba (XXX-XXX-XXX) está disponível
para bocais com conexão flangeada e rosqueada, portanto, pode ser desconsiderado na análise
hidráulica. Identifique as unidades da tabela!

Retorne ao EPANET e entre com os pontos da curva (𝑄 e 𝐻) obtidos do catálogo. Atenção: entre em
ordem crescente de vazão! Dica: configure o EPANET para a mesma unidade de vazão indicada no
catálogo (menu Projeto → Opções de Simulação), evitando a conversão de unidade.
Clique no botão Adicionar Bomba, na barra de ferramentas.

Dê um clique no reservatório inferior e outro no nó, inserindo assim o objeto bomba.

Clique no botão Selecionar Objeto e dê um duplo clique na bomba:

• No item “Identificador do Bomba”, insira B1.


• No item Curva da Bomba, digite o mesmo identificador utilizado quando os pontos da curva
foram digitados, ou seja, C1.

3.3.3. PROCESSAMENTO

Clique no botão Executar Simulação ( ).

Caso seja advertido que o número máximo de iterações foi alcançado, significa que a vazão de equilíbrio
tende a estar além dos limites da curva de bomba (maior que o máximo ou menor que o mínimo). A
solução para isso será discutida no próximo item.

3.3.4. PÓS-PROCESSAMENTO (RESULTADOS)

Dê um duplo clique no objeto da bomba, desça a barra de rolagem e verifique o resultado do ponto de
operação da bomba (vazão e carga). Obs.: a carga da bomba será apresentada como uma perda de carga
negativa.

O ponto de eficiência máxima de uma bomba se localiza na região central da sua curva. Portanto, avalie
a necessidade de alterar o diâmetro da tubulação e, caso necessário, simule novamente para um
diâmetro mais apropriado. Repita o procedimento até encontrar a melhor opção.

Sugestão: compare com o resultado obtido sem uso do EPANET, conforme viste na aula teórica
(Sistemas Elevatórios).
3.4. 4ª Problema – Escoamento quase-permanente (esvaziamento de reservatório)

3.4.1. DADOS DO PROBLEMA

O reservatório R1 de uma rede de


abastecimento é ligado por uma
tubulação de aço ao reservatório R2, R1 h=10 m
despejando a água por cima (cota de
saída constante), conforme figura ao 7m
lado.
5m

Calcule o tempo para que R1 esvazie


até o volume mínimo (morto), se
R2
inicialmente está completamente
cheio.

3.4.2. INSERÇÃO DOS OBJETOS, DADOS E CONFIGURAÇÕES (PRÉ-PROCESSAMENTO)

Caso já esteja trabalhando em outra rede,


clique no botão Novo da barra de ferramentas.

Insira um RNV, um nó e um trecho entre eles,


conforme figura ao lado.

Lembre-se de, após digitar um valor ou escolher


uma opção, sempre pressionar enter.

Consulte a Tabela 1 para unidades consideradas


pelo EPANET.

Nas propriedades do RNV:


• Identificador do nó = R1
• Cota = 7 m (cota do fundo)
• Altura de Água inicial = 3 m (referente ao fundo)
• Altura de Água mínima = 0 m
• Altura de Água máxima = 3 m (inicialmente cheio)
• Diâmetro = 5 m (dimensão do reservatório)

Nas propriedades do Trecho:


• Comprimento = 400 m
• Diâmetro = 200 mm
• Rugosidade = 0.045 mm (aço novo)
• Perda de carga singular = 0.8 (entrada em tubulação)

Nas propriedades do Nó:


• Cota = 0 m
• Coef. do Emissor = 1000 (um valor muito elevado representa uma extremidade aberta)
Verifique se a fórmula de perda de carga configurada é compatível com o parâmetro (rugosidade)
considerado.

Na janela Navegador, aba Dados, clique na seta para baixo ( ) e selecione Opções. De um duplo clique
em Tempos e configure:
• Duração Total = 00:20 (h:min, estimando-se que o tempo de esvaziamento será inferior a 20 min)
• Intervalo de Cálculo Hidráulico = 00:00:10 (passo de tempo para cálculo numérico de 10 s)
• Intervalo de Tempo do Relatório = 00:00:10 (intervalo para armazenamento dos resultados)

3.4.3. PROCESSAMENTO

Clique no botão Executar Simulação ( ). Se algum erro ou advertência for reportado, verifique as
propriedades e ligações dos componentes.

3.4.4. PÓS-PROCESSAMENTO (RESULTADOS)

No menu Relatório → Gráfico, selecione o Tipo de Objeto como Trechos, clique no trecho (mapa), volte
à janela Seleção do Tipo de Gráfico e clique em Adicionar. Na mesma janela, selecione o Parâmetro
como Vazão e clique em Ok.

Um gráfico será exibido com a curva de vazão no tempo (figura abaixo).

Obs.: O valor obtido, provavelmente, será diferente do exibido na figura, dependendo dos parâmetros
adotados.

O instante em que a vazão se anula indica o esvaziamento completo do reservatório.

3.4.5. CÁLCULO ANALÍTICO


Calcule o tempo de esvaziamento pela fórmula analítica desenvolvida na aula teórica (Escoamento não
permanente). Dica: considere escoamento totalmente rugoso para cálculo de 𝑓.

Compare os resultados obtidos pelo EPANET e pela fórmula.


4. BIBLIOGRAFIA

AZEVEDO NETTO, J. M. Fernandez y Fernandez, M. Araújo, R. de Ito, Acácio Eiji. Manual de


Hidráulica. SP: Ed. Edgard Blucher Ltda. 1998.

EPA. EPANET 2 User’s Manual. Setembro, 2000.

PORTO, Rodrigo de Melo. Hidráulica básica. 4ª ed. São Carlos: EESC-USP, 2006.

WHITE, Frank. M. Mecânica dos Fluidos. 6ª ed. McGraw-Hill, 2010.


5. ANEXO A

UNIDADES
Parâmetro Unidade do Sistema Americano (EUA) Unidade no sistema Internacional (SI)
Carga hidráulica ft (pé) m (metro)
CFS – ft³/s (pés cúbicos por segundo); LPS - L/s (litro por segundo);
GPM - US gal/min (galão americano por
LPM - L/min (litro por minuto);
minuto);
MGD - US Mgal/dia (mega-galão americano
Vazão MLD - ML/dia (mega-litro por dia);
por dia);
IMGD - Imp Mgal/dia (mega-galão imperial
CMH – m³/hora (metro cúbico por hora);
por dia);
AFD - ac-ft / dia (acre-pé por dia). CMD – m³/dia (metro cúbico por dia).
Coef. de Reação mg/ft³/dia (ordem 0) mg/m³/dia (ordem 0)
(Escoamento) /dia (ordem 1) /dia (ordem 1)
Coef. de Reação mg/ft²/dia (ordem 0) mg/m²/dia (ordem 0)
(Parede) ft/dia (ordem 1) m/dia (ordem 1)
Coeficiente das
10 pés (Darcy-Weisbach), milímetros (Darcy-Weisbach),
Fórmulas de Perda
adimensional nas fórmulas restantes adimensional nas fórmulas restantes
de Carga
Coeficiente de
Perda de Carga Adimensional Adimensional
Localizada
Coeficiente de
Vazão do unidades de vazão/(psi )1/2 unidades de vazão/(metro)1/2
Dispositivo Emissor
Comprimento ft (pé) m (metro)
mg/L ou μg/L (miligrama por litro ou mg/L ou μg/L (miligrama por litro ou
Concentração
micrograma por litro) micrograma por litro)
Consumo (ver unidades da vazão) (ver unidades da vazão)
Cota ft (pé) m (metro)
Diâmetro (RNV) ft (pé) m (metro)
Diâmetro
in (polegada) mm (milímetro)
(Tubulações)
Energia kWh (quilowatt hora) kWh (quilowatt hora)
Fator de
adimensional adimensional
Resistência
Idade da Água h (hora) h (hora)
Perda de Carga
ft/kft (pé por 1000 pés) m/km (metro por quilômetro)
Unitária
Potência hp (horse power) kW (quilowatt)
Pressão (altura psi (equivalente à libra por polegada
metro (coluna de água equivalente)
piezométrica) quadrada - lb/in²)
Reforço de Massa
kg/min. (massa por minuto) kg/min. (massa por minuto)
na Origem
Rendimento % (porcentagem) % (porcentagem)
Taxa de Reação
mg/ft ³/dia mg/m³/dia
Instantânea
Velocidade ft/s (pé por segundo) m/s (metro por segundo)
Volume ft ³ (pé cúbico) (m³) metro cúbico

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