Cap 1 Zé Paulo

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Ditadura e Serviço Social

Uma análise do Serviço Social no Brasil pós-64

Ciências Humanas e suas Tecnologias


Cap 1 - A autocracia burguesa e o “mundo da cultura”

SOCIOLOGIA
Profª Vanessa Costa
3ª série, Ensino Médio
Disciplina: Fundamentos do Serviço Social II
A Sociologia no Cotidiano
1.1- A significação do golpe de abril / 64

Pano de Fundo
•Alteração na divisão internacional do trabalho.
•Hegemonia norte-americana (Imperialismo nos anos
60) - CONTRA-REVOLUCÃO PREVENTIVA para
combater os movimentos de libertação nacional e
social no 3º mundo.
3 finalidades da Contra-Revolução
Preventiva
• Adequar os padrões e desenvolvimento nacionais e de grupos
de países ao novo quadro do inter-relacionamento econômico
capitalista.
• Golpear e imobilizar os protagonistas sociopolíticos habilitados
a resistir a esta reinserção mais subalterna no sistema
capitalista.
• Dinamizar em todos os aspectos as tendências que podiam ser
catalizadas contra a revolução e o socialismo.
Resultados da Contra-Revolução
Preventiva
• A afirmação de um padrão de desenvolvimento
econômico associado subalternamente aos interesses
capitalistas.
• A articulação de estruturas políticas garantidoras da
exclusão de protagonistas comprometidos com projetos
nacional - populares e democráticos.
• Um discurso oficial zoologicamente anti-comunista
(prática policial - militar)
3 fenômenos no processo de
formação do Brasil moderno
• Um traço econômico e social;
• Exclusão das forças populares dos processos de decisão
política;
• O espaço / papel do Estado como regulador dos
interesses do grande capital junto a sociedade civil.
Os desafios do golpe de abril/64

• A solução política que a força impôs - ação coercitiva


• Um padrão articulado de dominação burguesa
SEU SIGNIFICADO POLÍTICO E ECONÔMICO FOI: a
derrota das forças nacionais e populares.
1.2 - A autocracia burguesa: o “modelo” dos
monopólios
• Período de1961 à 1964 - crise na forma de dominação burguesa no Brasil
entre a industrialização pesada e o sistema de poder político.
• Após o golpe de 1964, o Estado concretiza o pacto contrarrevolucionário
para assegurar o esquema de acumulação dos monopólios imperialistas.
• A função do Estado é assegurar a reprodução do desenvolvimento
dependente e associado, sendo um repassador de renda para os
monopólios - FUNCIONALIDADE ECONÔMICA E POLÍTICA.
Dupla funcionalidade do Estado após 1964
• Antinacional - defesa dos interesses internacionais.
• Antidemocrático - privar os mecanismos de mobilização,
organização e representação popular.

O pacto contra-revolucionário do Estado


• Operar para a criação, no espaço nacional, das condições
ótimas para a consolidação e concentração de capital.
Perfil e estrutura do modelo econômico na concretização da
modernização conservadora do Estado:

• Internalização e a territorialização do Imperialismo


• Concentração da propriedade e da renda que engendrou a oligarquia financeira
• Um padrão de industrialização na retaguarda tecnológica e vocacionada para
atender às demandas elitizadas
• Um estrutura de classe fortemente polarizada
• Um processo de pauperização relativa
• Concentração geopolíticas das riquezas sociais, aprofundando a desigualdade
1.3 - O processo da Autocracia Burguesa
O CICLO DA AUTOCRACIA BURGUESA – abril de 1964 à
março de 1979

• A constituição – o golpe que depôs o João Goulart


• A crise – O governo do General Figueiredo, a incapacidade
da ditadura reproduzir-se como tal, devido o acúmulo de forças de
resistência democrática e ampla vitalização do movimento popular
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3 momentos da evolução da Autocracia
Burguesa
1º - Abril de 1964 à dezembro de 1968 (cobrindo o Governo Castelo

Branco e parte do governo Costa e Silva)– sistema político-institucional

2º - Dezembro de 1968 à 1974 (envolvendo o fim do governo Costa e

Silva, o pequeno trecho da junta militar e todo governo de Médici) –

coesão da força tutelar do novo poder , a corporação armada)

3º - 1974 à 1979 (período Geisel) – momento derradeiro da ditadura,

centralizado pelo aprofundamento da crise do “milagre econômico”11


1.4 – A autocracia burguesa e o
“mundo da cultura”
Os principais 15 anos vigentes da autocracia burguesa desenvolveu
um conjunto de procedimentos com objetivo de: CONTROLAR A
VIDA CULTURAL NO PAÍS.

Trata-se de inserir a política cultural (e a cultura) no tecido social e


político vivo – o requerimento de colocar as especificidades da
questão cultural simultaneamente ao equacionamento de problemas
da vida social com o conjunto das políticas sociais de que ela faz
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parte.
O Estado não produz cultura e sim na intervenção imediata se dá na
difusão dos produtos culturais, tais como:
• Repressão;
• Censura;
• Programas de apoio econômico;
• Subsídios e convênios diversos.

A política cultural da ditadura teria de laborar em duas frentes:


1ª - reprimir as vertentes que, no “mundo da cultura”, apontassem para a
ultrapassagem da tara elitista, estimulando aquelas que contribuem para a
cristalização
2ª - induzir e promover a emergência de tendências culturais funcionais13ao
projeto “modernizador”
1.5 – O enquadramento do sistema
educacional
Há pelo menos 2 momentos no enfrentamento da ditadura
com a educação, são eles:
1º - Entre 1964 e 1968, caracterizado especialmente pelo
esforço para erradicar as experiência democratizantes que
vinham se desenvolvendo;
2º - a partir de 1968 – 1969, marcado pela intervenção
direcionada para modelar, pela política educacional, o sistema
institucional de ensino conforme exigências imediatas 14 e
estratégicas do projeto “modernizador”.
O saldo mais significativo da política educacional da
ditadura foi a acentuada degradação a rede pública,
paralela a uma inédita escalada privatizante, através
da:
• Redução do acesso e da permanência na escola dos
estudantes oriundos e/ou situados nos níveis
socioeconômicos inferiores, desenhando, para todo o
sistema de ensino, uma figura que nada tem a ver
com a “clássica” pirâmide escolar.
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1.6 – A política cultural da ditadura
3 fenômenos :
1.Diz respeito ao avanço das tendências que, no seio da
cultura brasileira, direcionavam-se para a superação da já
referida tara elitista (exemplo, Centro Popular de Cultura da
UNE)
2.É um raio de abrangência sociopolítica
3.Está conectada às próprias condições do golpe e da
consolidação inicial do domínio da coalizão vencedora em
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abril
Um balanço do que se produziu e
divulgou no circuito cultural significativo
brasileiro, revela a extrema riqueza, a
intensa polêmica, a enorme criatividade,
simultaneamente, a atenção dada à
realidade do país e do mundo.
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1.7 – O Legado da ditadura e a
tradição marxista
Observações sobre o sistema de ensino institucional:
• 52% da população tem menos de 2 anos de escolaridade
• 33% das crianças entre 7 e 14 anos estão excluídas da escola
• 27,6% das crianças entre 7 e 14 anos estão defasadas em
ralação a série que deveriam estar frequentando
O quadro tende a se agravar já que 49,6% da população
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brasileira tem menos de 20 anos de idade.


No ensino universitário – uma entidade burocratizada,
disfuncional e sem identidade.

2 pontos de destaque do legado da ditadura:


1 – a face de um novo irracionalismo
2 – o novo pensamento social de oposição de esquerda e
a tradição marxista emergente no pré-64.

O PCB que inaugura no Brasil a vertente do socialismo


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revolucionário que se reclama apoiado em Marx.

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