II PPPSEducacao

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 28

As Políticas de Saúde e Educação no Brasil

Conteudista: Prof. Me. Adriano Del Duca


Revisão Textual: Laís Otero Fugaitti

Material Teórico

Material Complementar

Referências
1/3

Material Teórico

 Objetivos da Unidade:

Conhecer o histórico das políticas públicas de educação e saúde no Brasil;

Conhecer a legislação atual e a organização dos sistemas de saúde e


educação no Brasil contemporâneo.

Introdução
Nunca é demais relembrarmos que educação e saúde, por serem formas de organização
humanas, são culturais, histórica e socialmente construídas. Isso signi ca que não é possível
compreender as ideias e dinâmicas que envolvem esses direitos sociais sem contextualizá-los
historicamente. Nesta unidade veremos o percurso das políticas públicas em educação e saúde
no Brasil desde que foram assumidas pelo Estado brasileiro como compromisso público.

Em diálogo com conceitos trabalhados anteriormente, vamos observar as transformações do


Estado brasileiro desde o período monárquico, mas principalmente as transformações da
esfera pública no período republicano. Você se lembra das re exões sobre Estado e esferas
pública e privada que zemos? Vamos observar agora como a modernização tardia das
estruturas do Estado, as heranças patrimonialistas e as disputas entre interesses públicos e
privados conformaram ao longo do século XX transformações, rupturas e ajustes no
regramento e na oferta desses serviços fundamentais.

Observar o processo histórico e as diversas relações com os contextos políticos que os


gestaram é uma forma de compreender as dinâmicas que envolvem a elaboração e a execução
das políticas públicas e como as características da sociedade brasileira se re etem diretamente
em leis, instituições e sistemas de gestão da educação e da saúde.

Retome suas anotações e re exões, pois faremos associações entre os conceitos e os


acontecimentos históricos. Boa leitura!

Políticas públicas de educação e saúde: garantia de


execução de direitos sociais

Ao pensar sobre educação e saúde, pode-se tomar esses conceitos como direitos
fundamentais de qualquer cidadão. Mas desde quando existe a concepção atual de que
educação e saúde são direitos sociais fundamentais para a garantia de dignidade, liberdade e
igualdade? A construção dos direitos civis e sociais é uma construção histórica e, portanto,
muda ao longo do tempo, acompanhando as transformações sociais.

No passado, além de não haver obrigatoriedade da educação formal e da oferta de atendimento


médico, a sociedade sequer reconhecia a infância como um período especial de cuidados e
formação do indivíduo, ou que hospitais e vacinas eram formas de cuidado adequadas para a
saúde da população.

Essas concepções coincidem historicamente com o m do Absolutismo, o Renascimento


cultural europeu, a formulação do pensamento moderno e os ideais políticos de igualdade e
liberdade trazidos à tona pelas revoluções burguesas, que transformaram profundamente a
ordem política e social dos países em que ocorreram. O avanço do capitalismo e a ascensão da
burguesia ao poder transformaram as relações sociais e alteraram profundamente as relações
entre Estado e sociedade. As repúblicas democráticas europeias construídas a partir do século
XVIII inspiraram mudanças políticas em todo o mundo e in uenciaram também as decisões
políticas no Brasil do período colonial.

Os processos históricos de desenvolvimento do capitalismo no mundo, os con itos


internacionais e as reorganizações geopolíticas também impactaram o Estado Nacional
brasileiro e a conformação de leis e regimes políticos, bem como a organização da sociedade
civil. Para compreendermos a trajetória das políticas públicas no Estado brasileiro, é preciso
retomar os desdobramentos históricos que in uenciaram e construíram os direitos políticos,
sociais e humanos no país e no mundo.

Breve revisão histórica das políticas públicas de


educação e saúde no Brasil
Educação e saúde são dois pilares fundamentais na construção de uma sociedade. No caso
brasileiro, isso não é diferente e ao longo de toda a história do país podemos identi car
processos de interação entre a sociedade civil e o Poder Público no sentido de obter ou cobrar
por atendimento a esses direitos e a organização política para a oferta deles.

Sente-se com preparo para percorrermos juntos a história do Brasil, observando as relações
entre público e privado, Estado e cidadãos? Vamos conhecer as formas de educação e atenção
à saúde que se desenvolveram na terra brasilis, da colônia aos dias de hoje.

A educação no Brasil é uma questão de Estado?


A educação está presente na história do Brasil desde a chegada dos portugueses. Quando a
Companhia de Jesus desembarcou por aqui, com as intenções de catequizar e converter os
nativos à fé católica, trouxeram também metodologias pedagógicas para alfabetização. A
presença dos jesuítas é a primeira experiência de educação europeia realizada no território
brasileiro. Os nativos já tinham formas diversas de ensinar, socializar e cuidar das crianças,
mas a educação que se desenvolve no Brasil a partir de 1500 é a escolar, disciplinar, centrada
na transmissão de saberes e ideias da cultura latina e cristã. Para que a catequese dos nativos
fosse e caz na mudança de hábitos, crenças e costumes, a alfabetização do idioma do
colonizador era fundamental.
Figura 1 – O Pátio do Colégio, em São Paulo, construído em
1556, é um marco da presença dos jesuítas no Brasil
Fonte: Wikimedia Commons

Sob o comando do padre Manuel da Nóbrega, a Companhia de Jesus fundou algumas


iniciativas como as missões e os colégios de instrução elementar. Havia basicamente esses
dois modelos de instrução: as missões, com estruturas improvisadas junto às aldeias de povos
nativos, com foco em escrita, leitura, catecismo e operações matemáticas básicas; e os
colégios, voltados aos lhos dos colonos europeus, com maior atenção à cultura erudita, mas
também precários em sua estrutura.

Podemos dizer que, durante os primeiros dois séculos da colonização, os jesuítas foram os
responsáveis pelas atividades educacionais desenvolvidas no Brasil. A Companhia de Jesus
orientava e padronizava as práticas pedagógicas dos jesuítas através do Ratio Studiorum,
documento escrito por Inácio de Loiola, e não se limitava a ensino das letras e catequese,
organizando os cursos de Letras e Filoso a, chamados de secundários, e o curso de Teologia e
Ciências Sagradas, de nível superior, para formação de sacerdotes.
Com a ascensão política do Marquês de Pombal em Portugal, os jesuítas foram expulsos do
território brasileiro, já que as ações pedagógicas praticadas pelos religiosos estavam em
desacordo com os interesses da Coroa portuguesa, preocupada em colocar a educação a
serviço do Estado, consolidando as relações coloniais sob controle português sem
interferências do clero. No entanto, a expulsão dos jesuítas reduziu a praticamente zero as
iniciativas educacionais existentes no Brasil.

Durante o período pombalino (1759-1822), as mudanças na sociedade colonial brasileira, bem


como as transformações na relação do Estado português com a colônia, trouxeram
modernizações na estrutura política e administrativa do território, impactando também a
educação, tendo espaço para as primeiras iniciativas da Coroa em relação à educação dos
indivíduos que habitavam a colônia. A chegada da família real portuguesa no Brasil, no ano de
1808, foi a mudança de nitiva na estrutura administrativa do território e o início de uma ação
mais direta na educação colonial. O início do século XIX foi marcado pelo surgimento de
escolas técnicas e de ensino superior, mas também pelo abandono da instrução básica à
população.

É com a independência política do Brasil em relação a Portugal, em 1822, que o Estado passa a
atuar de forma a abarcar os interesses da esfera pública brasileira. Juridicamente, só podemos
falar em um Estado brasileiro a partir da Independência, portanto, as ações estatais que
tratam a educação como uma instituição social só ocorrem após esse marco histórico. A
primeira Constituição brasileira, de 1824, delimita no seu artigo 179 que “a instrução primária
é gratuita para todos os cidadãos” (BRASIL, 1824). Em 1827, determina-se legalmente a
criação de escolas de primeiras letras “em todas vilas e lugares do Império”. Ainda no período
do Império, o Ato Adicional do Imperador, em 1834, transferiu aos estados a responsabilidade
de oferecer ensino primário e secundário, descentralizando a organização do ensino.
Figura 2 – Quinta Imperial da Boa Vista, no Rio de Janeiro
Fonte: brasilianafotogra ca.bn.gov

Apesar de um primeiro lampejo do Estado em oferecer ensino à sociedade civil, a rede escolar
atendia a pouco mais de 2.400 estudantes, não abarcando nem 1% da população de crianças da
época, fortalecendo ações da iniciativa privada com cursos secundários e superiores para as
elites e uma educação primária e pro ssional precária para as classes subalternas.

A Proclamação da República, a Constituição de 1891 e os processos graduais de modernização


do Estado brasileiro, levados a cabo de forma autoritária e patrimonial, mudaram o cenário
político e administrativo do país. No período da Primeira República (1890-1930), a educação
recebeu in uência do militarismo, e com as ideias positivistas de Auguste Comte realizam-se
algumas reformas, como as de Benjamin Constant e da Lei Orgânica Rivadávia Corrêa, porém
sem mudar substancialmente a lógica elitista da educação praticada no país.

Saiba Mais
Reformas educacionais Benjamin Constant (decreto 981/1890) e
Rivadávia Corrêa (decreto 8.659/1911)A Reforma Benjamin Constant
foi a primeira modi cação na educação após a Proclamação da
República. Com inspiração positivista, a reforma estabelecia diretrizes
educacionais que abarcariam todos os níveis de ensino, impactando
principalmente o secundário, já que alterou as regras para certi cação
nesse nível. A ação forçava as províncias a adequarem-se ao modelo
curricular do Ginásio Nacional como padrão do ensino secundário.
Também ampliou o aspecto enciclopédico do currículo, alterando a
estrutura do ensino clássico herdado dos jesuítas. As di culdades das
províncias em adequarem-se ao modelo sem os devidos investimentos
tornaram a lei ine caz e elitista.

Já a Reforma Rivadávia Corrêa foi instituída em 1911, durante o


governo de Hermes da Fonseca, e tratava da Lei Orgânica dos ensinos
superior e fundamental. Também inspirada nos ideais positivistas,
tendência política hegemônica entre os militares republicanos
brasileiros, a reforma acabava com a exclusividade do Estado em
oferecer e regular o ensino superior, e desobrigava os exames de
ingresso e presença acadêmica. Envolvido pela ortodoxia positivista e
liberal, o decreto fortaleceu o ensino privado e exibilizou a criação de
cursos e certi cação superior.

Na organização federativa da República brasileira, o modelo educacional mantinha a antiga


dualidade em que o ensino secundário e superior, em geral voltados às elites, eram
responsabilidade da União, enquanto o ensino primário, sob a responsabilidade dos estados,
permaneceu estagnado, principalmente nos estados mais pobres. Os estados da região
Sudeste desenvolveram o ensino primário, enquanto em regiões pouco desenvolvidas
economicamente houve total abandono, aprofundando o analfabetismo e, consequentemente,
as desigualdades regionais.

Havia uma preocupação nos primeiros governos republicanos em ampliar o acesso à


educação, mas ainda com iniciativas pautadas em concepções antiquadas que não atendiam à
maioria da população, essencialmente rural. Aos desa os do período somou-se o m da
escravidão. A mudança nas relações de trabalho servil para o assalariado empurrou para as
cidades grandes quantidades de indivíduos agora libertos da relação escravista, gerando novas
demandas de planejamento para o Estado. A educação e a saúde, problemas antigos no Brasil,
ganharam ainda mais relevância política, já que a precariedade da execução desses serviços
agravava as péssimas condições de vida dos trabalhadores e pressionava o Poder Público.

Crise econômica, desorganização social no campo e nas cidades, epidemias e recomposição de


campos políticos com o novo cenário desenhado pela República. Eram muitas as mazelas a
serem equacionadas pelo Poder Público. Após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), abriu-
se um ciclo de industrialização no país, e a ampliação do operariado urbano ressaltou a
necessidade de políticas que ampliassem o acesso à instrução básica.

Foi a partir do governo provisório de Getúlio Vargas, em 1930, que a educação como
instituição social ganhou relevância política, marcando o que podemos classi car como o
início das políticas públicas educacionais no Brasil. Nesse ano foi criado o Ministério da
Educação e Saúde Pública (MESP) como uma das primeiras ações do governo provisório. Em
1931, o decreto 19.850 instituiu o Conselho Nacional de Educação, para atuar no MESP nos
assuntos relativos ao ensino.

A Constituição de 1934 consolidou a educação como um direito de todos os cidadãos e dever


do Estado e da família. Muito in uenciada pelas discussões e elaborações do Movimento dos
Pioneiros da Educação Nova, a Constituição buscava organizar a educação no Brasil e continha
um capítulo exclusivamente voltado ao tema. Tópicos como ensino público laico, gratuito e
obrigatório pautaram as mudanças trazidas pela nova Constituição. No entanto, as conquistas
do movimento renovador da educação foram enfraquecidas ou até mesmo suprimidas pelas
mudanças da Constituição de 1937, que instaurou a ditadura do Estado Novo.

Com ações do Poder Público para implementar um parque industrial sólido no país e ampliar a
oferta de mão de obra quali cada para a indústria, o governo implementou programas de
educação técnica e pro ssionalizante que marcaram a construção de um sistema de ensino no
Brasil. O Estado Novo, por meio da Constituição de 1937, desobrigou-se da educação pública,
tornando-se apenas um subsidiário do sistema. Nesse contexto, as populações mais pobres
tiveram acesso prioritariamente ao ensino pro ssionalizante, enquanto a educação básica e
superior, sem investimentos e regulação estatal direta, concentrava-se na iniciativa privada,
fortalecendo a lógica elitista da educação no Brasil.

Com o m do Estado Novo, no período democrático marcado pelo desenvolvimentismo


(1946-1964) ocorrem mudanças na estrutura burocrática e administrativa da educação. As
ampliações da estrutura escolar e as campanhas contra o analfabetismo que marcaram o
governo de Juscelino Kubitschek podem ser entendidas como um aprofundamento das
políticas públicas em educação, mas, de forma geral, o período desenvolvimentista é de
continuidade das políticas consolidadas por Vargas.

A Constituição de 1946, em seus artigos 166 e 167, aponta a obrigatoriedade da oferta da


educação pública pelo Estado, retomando os avanços de 1934 que haviam sido anulados pelo
Estado Novo, mas, apesar da nova lei e da mudança de regime político, o aparato político-
administrativo educacional do período varguista vigora até 1961, quando foi aprovada a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), a grande conquista educacional do período
democrático vivido entre a ditadura do Estado Novo (1937-1945) e a ditadura militar (1964-
1986).
Figura 3 – Juscelino Kubitschek e o arquiteto Lucio Costa
durante as obras de Brasília; foto de Francisco Aragão
Fonte: enciclopedia.itaucultural.org

O documento preconizava, pela primeira vez no Brasil, a educação como um direito social
universal, apoiado nas concepções da Declaração Universal dos Direitos Humanos, editada
pela Organização das Nações Unidas (ONU) após o m da Segunda Guerra Mundial. Aspectos
como liberdade do ensino, nanciamento e gestão estatal por meio do Ministério da Educação
e Cultura, e criação do Conselho Federal de Educação com estrutura democrática e
representativa dos estados da federação são as principais mudanças impulsionadas pela nova
legislação. Apesar de manter a dualidade entre educação pública e privada, a LDBEN de 1961
indicava a preocupação com a ampliação e a organização dos sistemas de ensino públicos no
Brasil.

Durante a ditadura militar ocorreram mudanças radicais no Estado brasileiro. Sem direitos
democráticos e com a limitação das liberdades individuais, as mudanças na estrutura legal da
educação, bem como as ampliações do sistema de ensino básico e superior, enfrentaram as
contradições de uma modernização conservadora, autoritária, privatizante e com poucos
investimentos do Estado na área. Em 1964, o Brasil assinou os acordos conhecidos como
MEC-USAID, pavimentando os caminhos para uma educação tecnicista com in uência e
colaboração da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID, na
sigla em inglês) para elaboração de políticas públicas.

Em 1968, por meio da lei 5.540, o governo militar promoveu sua primeira grande
reestruturação na educação, realizando uma reforma universitária que instituiu o vestibular
classi catório, implementou modelo de gestão empresarial das universidades e criou campi
universitários afastados das áreas urbanas, isolando espacialmente a universidade da vida
pública das cidades. Além disso, a nova legislação abria espaço para a expansão da oferta de
ensino superior privado, fortalecendo o setor empresarial da educação.

No âmbito da educação básica, a reformulação operada pelos militares ocorreu em 1971 e foi
implementada pela lei 5.692. Esta foi elaborada, aprovada e sancionada durante um dos
períodos mais restritivos da ditadura, quando vigorou o Ato Institucional 5, que cassou
deputados e senadores, além de demitir professores nas universidades, entre outras medidas
antidemocráticas. Ela alterou o 1º e 2º graus, uni cando primário e ginasial no 1º grau, em
oito anos, e estabelecendo que o 2º grau, antigo colegial, deveria ser pro ssionalizante em
três ou quatro anos. Apesar do aumento da carga horária e do número de disciplinas, a nova
lei signi cou a tecnicização do ensino público e o fortalecimento da rede de educação privada,
que manteve currículos com conteúdos acadêmicos e preparação para o ingresso nas
universidades.

Também são políticas educacionais marcantes do período militar o Movimento Brasileiro de


Alfabetização (Mobral), criado em 1967 para reduzir os índices de analfabetismo entre adultos;
a uni cação das disciplinas de História e Geogra a em “Estudos sociais”; a extinção das
escolas normais e das disciplinas de Filoso a e Latim das grades curriculares de 1º e 2º graus;
e a inclusão da obrigatoriedade da língua inglesa no currículo escolar.
A redemocratização gradual do sistema político, que culminou na Assembleia Constituinte de
1988, permitiu a retomada dos debates públicos e das re exões sobre os sentidos da educação
no país. A Constituição de 1988 reconheceu pela primeira vez a educação como um direito
social básico que deve ser universal a todos cidadãos e ser garantido pelo Estado. Além de
ampliar as redes de ensino, a Constituição Cidadã previu a criação de leis especí cas para
regulamentação, nanciamento e gestão da educação no país. A Lei de Diretrizes e Bases da
Educação, promulgada em 1996, é fruto desse momento de fomento de um debate público
acerca da importância da educação para o desenvolvimento econômico e social do país, e sua
elaboração moldou as políticas públicas implementadas nos últimos vinte anos.

O Brasil tem saúde?


Assim como a educação, as práticas de saúde e cuidados com o corpo já existiam entre os
povos nativos do território brasileiro. Indígenas das mais diversas etnias dispunham de vasto
conhecimento sobre uso de plantas e outros recursos naturais para lidar com enfermidades.
Podemos dizer que as comunidades nativas possuíam, a seu modo, um conjunto de práticas de
saúde individual (medicinas naturais, técnicas corporais, rituais) e práticas de saúde coletiva
(cuidado com o meio ambiente, práticas coletivas de higiene, coletivização da alimentação).

O período colonial foi marcado por inúmeras enfermidades que acometiam a população, desde
doenças tropicais – como febre amarela e malária, que eram desconhecidas da ciência médica
europeia – até moléstias como peste bubônica, cólera e varíola, trazidas para a América pelos
colonos. Além disso, a exploração dos povos africanos escravizados, submetidos a condições
de trabalho e vida indignas, também produzia moléstias que acometiam principalmente as
camadas subalternas da sociedade.

As técnicas de saúde utilizadas pela população na colônia abrangiam desde os conhecimentos


dos povos locais, curandeiros e saberes da cultura tradicional africana, até práticas médicas
trazidas pelos colonizadores, mas o abismo entre as classes sociais e o patrimonialismo
presente na cultura colonial limitavam às elites o acesso a tratamentos médicos,
aprofundando a desigualdade. Indígenas e escravizados tinham acesso aos saberes
tradicionais de suas culturas, como feitiços e plantas medicinais utilizadas por pajés e
curandeiros, enquanto os brancos, principalmente das camadas mais ricas, tinham acesso a
pro ssionais liberais como barbeiros ou práticos, com algum conhecimento de uso de
medicamentos e técnicas rudimentares como sangrias, em troca de pagamentos.

A inexistência de um Estado que organizasse o espaço público, em um contexto no qual


apenas nobres e colonos brancos eram considerados cidadãos pela Coroa, impossibilitava a
implementação de um sistema de cuidado para o meio social como um todo. Além disso, a
escravidão dos africanos e subalternização dos povos nativos tomava-os como mercadorias e,
portanto, o cuidado desses indivíduos era responsabilidade de seus proprietários, constituindo
mais uma camada na lógica privada que precarizava o acesso a cuidados da ampla população
que formava a colônia. Em verdade, nos três primeiros séculos de sociedade colonial quase
nada foi feito em relação à saúde pública, já que a lógica do projeto colonial privilegiava as
soluções na esfera privada, ignorando a necessidade de soluções coletivas que atendessem à
esfera pública.

A Santa Casa de Misericórdia, instituição religiosa de responsabilidade da Igreja Católica, era a


alternativa institucionalizada mais acessível à maior parte da população. Essa instituição foi
por séculos a referência de saúde e cuidado da maioria da população em inúmeras localidades
do território brasileiro. Custeadas pela caridade e pela Igreja, as Santas Casas viviam à míngua
e lotadas de enfermos. Os cuidados muitas vezes se limitavam à assistência social, oferecendo
leitos, alimentação, alguns remédios e repouso. Também foram responsáveis pela
administração de cemitérios em algumas localidades, como o Rio de Janeiro.
Figura 4 – Hospital Geral da Santa Casa de Misericórdia,
no Rio de Janeiro
Fonte: Reprodução

Com a chegada da família real portuguesa em 1808, surgiram algumas iniciativas na saúde
pública com o objetivo de manter a saúde da mão de obra que interessava aos negócios da
nobreza. A criação da Faculdade de Medicina e da Escola Médico-Cirúrgica em Salvador e a
regulamentação do ensino de práticas médicas e da atuação dos pro ssionais de saúde
resultaram em gradativo controle das práticas populares, substituição de religiosos nas
direções de hospitais e constituição de hospitais públicos voltados ao atendimento de doenças
mentais, tuberculose e hanseníase, consideradas nocivas à coletividade.

No período imperial, após a Independência, a Constituição de um Estado-Nação autônomo


politicamente à Coroa portuguesa permitiu também mudanças na relação com o cuidado da
população. A Constituição de 1824 criou algumas medidas para viabilizar uma saúde pública no
país, criando faculdades e cursos de Medicina, assim como órgãos para vistoriar e
implementar medidas de higiene pública, além de delimitar funções para os pro ssionais
liberais que praticavam a Medicina, entre outras medidas. Mas, na prática, os poucos recursos
investidos e a própria lógica colonial vigente na sociedade não alteraram muito o cenário de
precariedade e privilégios. No nal do século XIX, o país atravessou inúmeras epidemias e
surtos de doenças fruto de problemas do saneamento público e péssimas condições de
moradia e higiene da população, aspectos da desigualdade social que se re etiam na saúde.

Segundo Tatiana Baptista (2007), no período colonial o interesse pela saúde esteve
relacionado ao interesse do Estado e das elites em garantir a produção das riquezas e,
portanto, o controle da mão de obra e das mercadorias, compreendendo ações coletivas para o
controle das doenças e o saneamento das cidades, principalmente nas zonas portuárias
responsáveis pelo armazenamento e comercialização de produtos de exportação, permeando
as principais ações de saúde pública. “A preocupação maior era a saúde da cidade e do
produto; a assistência ao trabalhador era uma consequência dessa política” (BAPTISTA, 2007,
p. 32).

A partir de 1889, com a Proclamação da República e o m do trabalho escravo, ocorreram


importantes mudanças na política de Estado em relação à saúde. A consolidação econômica da
burguesia cafeeira, a urbanização, o trabalho assalariado e a industrialização impuseram ao
Estado republicano a necessidade de ampliar sua ação por meio de políticas de sanitarismo e
saúde coletiva. Havia um entendimento no mercado internacional de que as más condições
sanitárias inviabilizavam a exportação de alguns produtos, e as epidemias que se alastravam
entre trabalhadores prejudicavam a produção e o crescimento econômico, motivos centrais da
pressão das elites para ações sanitaristas do Estado.

A criação da Diretoria Geral de Saúde Pública (DGSP), em 1897, e dos institutos de pesquisa,
como o Instituto Soroterápico Federal, em 1900, são as principais medidas da Primeira
República. Durante a presidência de Rodrigues Alves ocorreram as mais importantes
mudanças no sentido de implementação de políticas sanitaristas e de combate a doenças
epidêmicas. As reformas urbanas no Rio de Janeiro (em conjunto com o prefeito Pereira
Passos), a reforma na saúde em 1903 e o código sanitário de 1904, ambos implementados sob
o comando de Oswaldo Cruz, instituíram a desinfecção de domicílios, a demolição de imóveis
considerados nocivos, o controle de doenças (como febre amarela, varíola e peste bubônica) e
a campanha de vacinação obrigatória, tudo controlado pelo Estado. As ações de Oswaldo Cruz
geraram controvérsias entre políticos, população e opinião pública, culminando na Revolta da
Vacina.
Figura 5 – Fundação Oswaldo Cruz, em Manguinhos, Rio
de Janeiro
Fonte: Wikimedia Commons

Entre 1910 e 1920, Oswaldo Cruz e outros sanitaristas, como Emílio Ribas, Carlos Chagas,
Clementino Fraga e Belisário Pena, dedicaram-se a conhecer a realidade da saúde nas áreas
rurais para o controle de endemias de ancilostomíase, malária e mal de Chagas. A maior parte
da população brasileira vivia no campo e as expedições pelo território nacional davam uma
dimensão da necessidade de políticas estatais de saúde especí cas para essas regiões. Em
1920 foi criada a Diretoria Nacional de Saúde Pública (DNSP), consolidando a atuação do
movimento sanitarista para colocar a saúde como uma questão política e social, contribuindo
para a formação de uma burocracia em saúde pública e a expansão da presença do Estado no
atendimento a questões sanitárias.
Em 1923, em meio aos con itos de diversas ordens políticas entre trabalhadores assalariados,
patrões e governos locais, foi aprovada a lei proposta em 1917 por Eloy Chaves, que
regulamentaria o que cou conhecido como as Caixas de Aposentadoria e Pensão (Caps).
Empresas, em acordo com seus funcionários, organizavam fundos para cumprir o papel de
seguridade social – oferecendo atendimento médico, remédios, aposentadorias e pensões aos
segurados. Ao Estado cabia apenas a regulamentação dessas organizações, que seriam
nanciadas e administradas pela associação entre patrões e empregados.

Foi somente após a revolução de 1930, durante o governo provisório de Getúlio Vargas, que o
Estado assumiu diretamente seu papel de agente público na organização, nanciamento e
administração de um sistema de atenção à saúde mais amplo. O projeto econômico de
industrialização do país e a consolidação de uma política trabalhista oriunda do Estado
impulsionam ações de ampliação dos direitos sociais básicos, e a saúde se tornou um campo
de intervenção ativa do Estado. A criação do MESP e do Ministério do Trabalho, Indústria e
Comércio (MTIC) marcou a fase ativa do Estado em relação à proteção à saúde dos
trabalhadores.

Também durante o período Vargas foram criados os Institutos de Aposentadorias e Pensões


(IAPS), constituindo a primeira iniciativa direta do Estado na administração e no
nanciamento de um sistema de proteção social brasileiro. Ainda restritos a algumas
categorias pro ssionais que contribuíssem por meio do vínculo empregatício, era mais amplo
que as Caps, restritas a empresas especí cas, mas excluíam uma ampla camada de
pro ssionais liberais e trabalhadores rurais.

Na década de 1950, a sociedade brasileira passou por intensas mudanças, oriundas da


modernização e da acelerada industrialização do contexto pós-guerra. Os grandes centros
urbanos industrializados passaram a ser o eixo principal da economia, antes assentada
especialmente na produção agrícola. A expansão das cidades foi acompanhada pelo aumento
da oferta de serviços de saúde, dando espaço para grandes hospitais, convênios privados de
saúde e a progressiva especialização médica, tendência mundial dada pelos conhecimentos
adquiridos pela ciência médica no pós-guerra.
Saiba Mais
Sanitarismo desenvolvimentista: o contexto político-social
desenvolvimentista entendia como fundamental a ação do Estado para
promover melhorias à saúde da população, como uma condição para o
desenvolvimento econômico. O “sanitarismo desenvolvimentista”
contribuiu para que a saúde e a proteção social fossem de nitivamente
tratadas como políticas públicas pelo Estado brasileiro, in uenciando
a criação do Ministério da Saúde em 1953, consolidando a ação estatal
na saúde como um campo de atenção especí co na administração
pública, considerando os enormes recursos humanos e materiais que
passou a mobilizar para sua efetivação em todo o território nacional.

Com o golpe militar de 1964, a saúde atravessou um período de aumento da assistência


médica, mas através do crescimento do setor de saúde privada e da ampliação do sistema
previdenciário. Em 1966, foi criado o Instituto Nacional da Previdência Social (INPS), por meio
da uni cação dos IAPS, o que gerou insatisfação dos assegurados de categorias pro ssionais
mais bem remuneradas, que sofreram a precarização dos serviços de institutos mais
organizados; estes, por sua vez, se tornaram insu cientes diante da ampliação da oferta. Essa
situação levou inúmeras faixas de trabalhadores a migrarem para serviços médicos de
convênios privados, fortalecendo o setor.

Durante a década de 1970, o atendimento do INPS foi ampliado a categorias pro ssionais de
trabalhadores rurais, empregadas domésticas e autônomos, grupos sociais numerosos que
elevaram drasticamente a demanda por serviços e os gastos públicos em saúde. Essa situação
levou o Estado a regulamentar a contratação de serviços privados para o atendimento ao
público, atuação combinada entre Estado e Mercado que direcionava recursos públicos para
agentes privados.

A virada dos anos 1970 para os anos 1980, período de replanejamento estatal e abertura
política, foi um momento de retomada das discussões sanitaristas, apoiadas nas principais
instituições de pesquisa em saúde pública do país. Os debates realizados por pesquisadores e a
divulgação cientí ca sobre as condições de saúde da população pressionavam o Estado a
realizar mudanças na forma da assistência à saúde. Colocou-se em debate a necessidade de
entendimento da saúde como um direito social de todo cidadão, e não apenas dos
contribuintes, assim como a necessidade de uma atenção à saúde integral, a consolidação de
um sistema único com administração e ações descentralizadas entre os membros da
federação, mas que fossem organizadas e nanciadas pelo Estado brasileiro.

As pressões do movimento sanitarista impulsionaram algumas importantes mudanças ainda


durante a ditadura. Entre 1974 e 1977, foram criados o Fundo de Apoio ao Desenvolvimento
Social (FAS), o Plano de Pronta Ação (PPA), o Sistema Nacional de Saúde (SNS), o Programa
de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento (Piass), o Sistema Nacional de Previdência
e Assistência Social (Sinpas) e o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência
Social (Inamps). Todas essas medidas respondiam às demandas apresentadas pelos
pesquisadores no sentido de universalização do acesso à atenção à saúde, abrindo espaço para
as reformas que ocorreriam durante a década de 1980 e a redemocratização do país. Contudo,
elas também representaram um fortalecimento do setor médico-empresarial, com repasses de
montantes de recursos do FAS para o setor hospitalar privado (CORDEIRO, 1984).

Durante a década de 1980, ações do Ministério da Saúde e de outros órgãos estatais, junto ao
movimento sanitarista, identi caram inúmeros vícios do sistema de saúde brasileiro e
propuseram um movimento reformista amplo que pudesse oferecer serviços adequados à
realidade local e integrar os prestadores de serviços, dinamizando e racionalizando os
recursos, assim como coibindo desvios e imprevisibilidade de custos do sistema. Em 1982 foi
criado o Programa de Ações Integradas de Saúde (Pais), visando integrar as diferentes ações
de saúde das diversas esferas de governo. O Pais previa a descentralização da administração
dos recursos entre outras mudanças que visavam racionalizar o sistema de saúde pública
gerido pelo Estado.
A abertura democrática e a elaboração de uma nova Constituição para o contexto político que
se iniciava foram fundamentais para desenvolver uma concepção de saúde como direito
universal e dever do Estado, o que levaria à consolidação de um sistema público de saúde,
integrado e descentralizado, característica do Sistema Único de Saúde (SUS), que corresponde
à situação contemporânea da saúde pública brasileira.

Políticas públicas de educação e saúde no Brasil


contemporâneo (1988-2021)
Após a redemocratização, a sociedade brasileira passou por intensas mudanças sociais,
oriundas da nova ordem política, mas principalmente do impacto da nova ordem econômica
mundial, caracterizada por neoliberalismo e a globalização. Se as mudanças políticas
permitiram a ampliação do debate das políticas de educação e saúde na esfera pública, as
mudanças no campo econômico global impuseram restrições e impasses aos ideais de
sistemas de educação e saúde preconizados pela legislação aprovada na Constituinte de 1988.

Ao re etirmos sobre o contexto social da educação e da saúde no Brasil contemporâneo, é


inevitável a sensação de desajuste entre os sistemas legais, ou seja, aqueles concebidos e
preconizados nas legislações, e a realidade dos recursos materiais e humanos disponíveis para
a implementação dos projetos político-pedagógicos e de saúde pública. Resumindo, é comum
pensarmos “muito bonito como está na Lei, mas na realidade social, as condições da saúde e
educação públicas são precárias”.

Além dos impactos da realidade econômica e política, as mudanças tecnológicas e culturais,


impulsionadas principalmente pelo advento da internet e das tecnologias digitais, mudam
profundamente os paradigmas que norteavam alguns direitos civis e sociais, sobretudo no que
se refere ao acesso e à produção de cultura e educação. As mudanças de ordem tecnológica
abrem novos territórios para a expansão educacional e corroboram, também na área da saúde,
a tendência da especialização de funções e da prevalência do sistema tecnológico hospitalar
como foco da atenção à saúde.

A Constituição atual já vigora no Brasil há mais de trinta anos, o que indica uma importante
conquista para o sistema político brasileiro. Essa legislação tem seções especí cas para tratar
da oferta de direitos sociais, entre eles a educação e a saúde. Dela derivam outras leis
especí cas que embasam a estruturação, o nanciamento, o controle e a regulação de
sistemas de saúde e educação, ou seja, políticas públicas que buscam implementar ações que
transformem a ideia dos direitos em realidade material para a população.

A saúde atualmente é regida pela Constituição Federal, na seção II – Saúde, e pelas leis
8.080/1990 e 8.142/1990. A Constituição Federal criou o SUS e deu o escopo de princípios para
a formulação de suas leis orgânicas, formas de nanciamento e gestão. Além disso, o
Ministério da Saúde e suas subsecretarias emitem normatizações operacionais que
conformam as ações públicas na saúde, estruturando o sistema público e regulando o sistema
privado. A estrutura republicana do Estado condiciona a mudança da estrutura e das formas de
gestão do SUS, por meio de emendas e alterações nessas leis, o que cria controles jurídicos
para a ação dos governos, evitando desvios e abusos oriundos de projetos temporários ou
incertos.

As políticas públicas educacionais atuais estão embasadas no Capítulo III, seção I, da


Constituição Federal e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996. Baseada no
princípio constitucional do direito universal à educação, a LDB tem como principais
características o ensino fundamental obrigatório e gratuito, a gestão democrática do ensino
público e a progressiva autonomia pedagógica e administrativa das unidades escolares. Há
ainda o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que estabelece algumas prerrogativas e
princípios em relação aos direitos da criança e dos jovens que irão in uenciar alguns tópicos
de políticas públicas educacionais.

A ampliação do acesso e do nanciamento à educação vivida durante as décadas de 1990 e


2000 é fruto direto dessa legislação. Além disso, as emendas na LDB, a ampliação do ensino
superior e os decretos que reformaram a estrutura universitária federal entre 2007 e 2012,
com projetos como o Programa Universidade para Todos (Prouni) e Fundo de Financiamento
ao Estudante do Ensino Superior (Fies), entre outras mudanças nas políticas públicas
educacionais, foram consequências da consolidação do Ministério da Educação e dessas
legislações que subsidiam jurídica e politicamente os sistemas de ensino no país.

O percurso histórico das conquistas sociais da educação e da saúde é um marco teórico


importante para nortear as re exões da situação concreta dessas áreas nos portões do século
XXI. Futuramente vamos aprofundar nossas investigações sobre essas leis e instituições que
compõem as políticas públicas em educação e saúde. Como elas estruturam e regulam o SUS?
Qual é a estrutura administrativa dos ministérios? Como as políticas públicas “descem” até as
secretarias estaduais e municipais, realizando a descentralização e a autonomia dos sistemas?
Quais são as prerrogativas para o nanciamento e controle dessas políticas públicas?

Vamos re etir juntos sobre essas questões!


2/3

Material Complementar

Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados


nesta Unidade:

Site
Revista de História da Educação (RHE)
Revista acadêmica digital da Associação Sul-Rio-Grandense de Pesquisadores em História da
Educação (ASPHE) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
A revista está hospedada no portal de revistas da UFRGS e tem como missão a publicação
permanente de artigos voltados à História da Educação e à História da Educação no Brasil.
Além de ser uma excelente fonte de pesquisa sobre Educação, é também um canal para
publicação de artigos acadêmicos, recebendo periodicamente textos de pesquisadores que
abordam temas ligados à História da Educação.
Revista História da Educação
A revista História da Educação é uma publicação da Associação Sul-Rio-
Grandense de Pesquisadores em História da Educação - Asphe, mantida desde
1997. Tem como nalidade disseminar conhecimentos relacionados à área de
História e Historiogra a da Educação. Recebe apoio nanceiro do CNPq/Capes
e apoio institucional de diferentes Universidades do Rio Grande do Sul.
LEIA MAIS UFRGS 

Filmes

Sonhos Tropicais
Direção de André Sturm, cção, 2001.
O lme narra a trajetória de uma jovem polonesa que chega ao Brasil no início do século XX
em busca de oportunidades e acaba forçada a se prostituir. A história dos protagonistas se
cruza com os acontecimentos políticos do Brasil no início do século XX. Campanhas
sanitaristas de Oswaldo Cruz, epidemias de peste bubônica e varíola e Revolta da Vacina são o
pano de fundo dos acontecimentos. Uma excelente contextualização das condições político-
sociais no Brasil da Primeira República.

Paulo Freire Contemporâneo


Direção de Toni Venturi, documentário, 2007.

Documentário didático e biográ co sobre a trajetória pessoal e acadêmica do patrono da


educação brasileira, o educador Paulo Freire. A história de Freire se confunde com as lutas
educacionais no Brasil do século XX. O lme traça um interessante paralelo entre as
experiências do educador e suas ações políticas no campo educacional.

̙ Paulo Freire Contemporâneo - Documentário

Políticas de Saúde no Brasil


Direção de Renato Tapajós, documentário, 2020.
Documentário digital realizado para ser veiculado pela internet, o lme de Tapajós faz um
panorama do desenvolvimento das políticas públicas em saúde no Brasil, da colônia até os
dias de hoje. Em uma linguagem didática, a produção lança mão da estética dos noticiários
radiofônicos para remontar os acontecimentos políticos e seus re exos na saúde pública.

̙ Políticas de Saúde no Brasil – Documentário de Renato Tapajós


3/3

Referências

BAPTISTA, T. W. F. História das políticas de saúde no Brasil: a trajetória do direito à saúde. In:
MATTA, G. C.; PONTES, A. L. M. (org.). Políticas de saúde: organização e operacionalização do
Sistema Único de Saúde. Rio de Janeiro: EPSJV/Fiocruz, 2007. p. 29-60.

BRASIL. Constituição Política do Império do Brasil, de 25 de março de 1824. Constituição


Política do Império do Brasil, elaborada por um Conselho de Estado e outorgada pelo
Imperador D. Pedro I, em 25.03.1824. Coleção das Leis do Império do Brasil de 1824, Rio de
Janeiro, p. 7, 25 mar. 1824. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao24.htm>. Acesso em:
19/10/2021.

BRUEL, A. L. O. Políticas e legislação da educação básica no Brasil. Curitiba: IBPEX, 2010.

CORDEIRO, H. As empresas médicas. Rio de Janeiro: Graal, 1984

Você também pode gostar