Como Ter Sucesso No Cultivo Do Feijao Carioca

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Ministério da Agricultura,
r,.ecuária e Abastecimento

Amazônia Oriental
A cultivar carioca, desenvolvida pelo Instituto Agronômico de Campinas, ao ser testada
através dos ensaios regionais de feijão em cqmparação com outras cultivares, produziu cerca de
três vezes mais que a média do Pará registrada nos últimos anos, que é de cerca de 500 kg/ha.
Devido as suas qualidades e por se desenvolver bem nas condições de clima e de solo do estado,
foi imediatamente incorporada aos sistemas de produção e recomendada para utilização pelos
agricultores do Estado do Pará. Esta cultivar apresenta ótimas qualidades culinárias, cozimento
bastante rápido e tem caldo claro e denso. Sua produtividade tem se mostrado muito boa,
principalmente no Município de Alenquer, podendo alcançar um rendimento médio superior a
1.500 kg/ha. As sementes têm um teor de proteína ao redorde 21%.

Plantas com hábito de crescimento indeterminado, de porte semi-prostrado e de ciclo


vegetativo ao redor de 85 dias. As flores são brancas e as sementes de tamanho médio, bicolores
de fundo castanho-claras, com estrias de coloração havana. O peso de cem sementes está em
torno de 26 gramas. A cor da vagem na colheita é amarelo-palha.

Além do potencial genético da cultivar, há fatores de produção relacionados com o


manejo adequado da cultura que podem influenciar na produtividade de grãos, sendo importante
atender as seguintes recomendações:

1.Espaçamento
Recomenda-se na semeadura manual o espaçamento de 0,50 m entre linhas e 0,30 m
entre covas, deixando-se três plantas por cova, e no plantio em sulco 0,50 m entre fileiras e
densidade de 15 sementes por metro, ficando o consumo de sementes em torno de 54 kg e 78 kg
por hectares, respectivamente .

2. Preparo do solo
Efetuar o preparo de acordo com as condições em que se apresente a área a ser
plantada. Porém, devem ser seguidas as práticas conservacionistas preconizadas para a região,
evitando-se ao máximo as queimadas. Em pequenas áreas de capoeira, inicia-se o preparo, na
época mais seca do ano, com a broca, que consiste no corte e rebaixamento de pequenas árvores,
arbustos, cipós e qualquer vegetação que possa dificultar a derrubada e a derrubada onde são
cortadas e desgalhadas as árvores maiores.

Uma das alternativas para evitar as queimadas encontra-se na utilização do cultivo


mínimo do solo, utilizando-se a cobertura morta, através do aproveitamento do material vegetal
resultante da limpeza da área, como galhos e folhas. Na Região Amazônica é comum a semeadura
do feijão em plantio direto logo após a colheita do milho ou do arroz, utilizando-se a palhada dessas
gramíneas como um tipo de cobertura morta que beneficia, sobremaneira, o desenvolvimento do
feijão, mantendo a umidade do solo, controlando o aparecimento de plantas invasoras e evitando a
erosão do solo. Além disso, a cobertura morta serve como proteção inicial contra os efeitos
prejudiciais da meia.
3. Calagem e adubação
É necessário efetuar a análise química do solo, cujos resultados indicarão as
recomendações de calagem e de adubação para aquele determinado tipo de solo. A calagem deve
ser feita sempre que o pH (solo: água = 1 : 2,5) for inferior a 5,5 e em quantidades que dependem do
poder relativo de neutralização total (PRNT) do calcário. Recomenda-se a utilização de calcário
com alto grau de finura e com 80% de PRNT, devendo ser aplicado antes do período chuvoso dois
a três meses antes da semeadura, a uma profundidade de 20 cm. A correção mais utilizada no
Brasil baseia-se nas concentrações de alumínio indicadas nos resultados da análise do solo.
Calcula-se a quantidade a ser aplicada por meio da fórmula:

QC (quantidade de calcário) = 2 xAr3 + {3,0 (Ca+2+ Mg+2)}(considerando-se PRNT = 100)

'Nos solos de baixa fertilidade, torna-se necessária a adubação, que também deve seguir
as recomendações feitas pela análisé do solo, O total do fósforo e do potássio e um terço do
nitrogênio devem ser aplicados por ocasião da semeadura, Os dois terços restantes do nitrogênio
aplicam-se em cobertura, cerca de 3 semanas após a germinação. O nitrogênio, elemento mais
requerido pelo feijoeiro, favorece a formação de vagens e grãos, enquanto que o potássio e o
fósforo são importantes durante todo o desenvolvimento vegetal, auxiliando na formação das
raízes, flores, vagens e grãos, e proporcionando, também, maior resistência a doenças e pragas.
4. Sementes
Deve-se fazer uso de sementes certificadas ou fiscalizadas, que é uma das tecnologias de
mais baixo custo para o produtor. Para que se tenha garantia de uma boa semente, deve-se
consultar os órgãos de fomento do município.
5. Época de plantio
Recomenda-se que a semeadura seja feita no final da época chuvosa, quando as chuvas
começam a escassear, porém levando-se em consideração as características de clima de cada
região produtora.
6. Rotação de culturas
O plantio de feijão de forma sucessiva, na mesma área, pode favorecer a ocorrência de
patógenos prejudiciais à cultura. É importante que sejam incluídas gramíneas no processo de
rotação.
7. Plantas daninhas
É preciso manter a cultura livre das plantas daninhas, principalmente nos primeiros 30
dias após a emergência, quando é maior a competição por nutrientes, luz e água. Normalmente,
duas capinas são suficientes. A primeira quando a cultura atingir o estádio de quatro folhas, e a
segunda, antes da floração. O cultivador de tração animal ou mecânica constitui uma outra opção
para áreas de médio porte.
8. Pragas
Quando as pragas alcançam níveis prejudiciais, recorre-se ao controle químico. É preciso
levar em consideração o período de carência, o efeito residual do produto e sua economicidade. É
importante, portanto, que haja orientação técnica e que sejam seguidas as especificações dos
frabricantes.

As pragas mais comuns do feijoeiro que podem ocorrer no Pará são: a cigarrinha verde
(Empoasca sp.), as vaquinhas (Díabrotíca specíosa e Cerotoma arcuata), as lagartas das vagens
(Maruca sp. e Tecla jebus) e as lagartas das folhas (Hedílepta índícata e
Urbanus proteus).

No controle químico das pragas do feijoeiro, devem ser empregados produtos registrados
no Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento.
9. Doenças
A principal doença do feijoeiro no Pará é a meia (Thanatephorus cucumeris (Frank}
Donk). O controle é feito através do tratamento químico das sementes com fungicidas à base de
benomil (Benlate), rotação de culturas com gramíneas, plantio em período de menor pluviosidade,
espaçamento de 0,50 m x 0,40 m ou 0,60 m x 0,40 m, utilização de cobertura morta (casca ou palha
de arroz, plantio direto, etc. ) e pulverização aos 15, 30, 45 e 60 dias após a emergência das plantas,
também com fungicidas à base de benomil (Benlate ), na dosagem de 250 a 300 g/ha do ingrediente
ativo (i.a. ).
Aristóteles Fernando Ferreira de Oliveira
Luiz Sebastião Poltronieri
João Roberto Viana Corrêa

Aristáteles Fernando Ferreira de Oliveira

Euclides P. dos Santos Filho

Tiragem: 1.000 exemplares


Belém, PA, 2001

Amazônia Oriental
Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento
Trav. Dr. Enéas Pinheiro s/n, Caixa Postal 48,
Fax (91) 276-9845, Fone: (91) 299-4500
CEP 66095-100, e-mail: cpatu@cpatu. embrapa.br

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