Como Ter Sucesso No Cultivo Do Feijao Carioca
Como Ter Sucesso No Cultivo Do Feijao Carioca
Como Ter Sucesso No Cultivo Do Feijao Carioca
Ministério da Agricultura,
r,.ecuária e Abastecimento
Amazônia Oriental
A cultivar carioca, desenvolvida pelo Instituto Agronômico de Campinas, ao ser testada
através dos ensaios regionais de feijão em cqmparação com outras cultivares, produziu cerca de
três vezes mais que a média do Pará registrada nos últimos anos, que é de cerca de 500 kg/ha.
Devido as suas qualidades e por se desenvolver bem nas condições de clima e de solo do estado,
foi imediatamente incorporada aos sistemas de produção e recomendada para utilização pelos
agricultores do Estado do Pará. Esta cultivar apresenta ótimas qualidades culinárias, cozimento
bastante rápido e tem caldo claro e denso. Sua produtividade tem se mostrado muito boa,
principalmente no Município de Alenquer, podendo alcançar um rendimento médio superior a
1.500 kg/ha. As sementes têm um teor de proteína ao redorde 21%.
1.Espaçamento
Recomenda-se na semeadura manual o espaçamento de 0,50 m entre linhas e 0,30 m
entre covas, deixando-se três plantas por cova, e no plantio em sulco 0,50 m entre fileiras e
densidade de 15 sementes por metro, ficando o consumo de sementes em torno de 54 kg e 78 kg
por hectares, respectivamente .
2. Preparo do solo
Efetuar o preparo de acordo com as condições em que se apresente a área a ser
plantada. Porém, devem ser seguidas as práticas conservacionistas preconizadas para a região,
evitando-se ao máximo as queimadas. Em pequenas áreas de capoeira, inicia-se o preparo, na
época mais seca do ano, com a broca, que consiste no corte e rebaixamento de pequenas árvores,
arbustos, cipós e qualquer vegetação que possa dificultar a derrubada e a derrubada onde são
cortadas e desgalhadas as árvores maiores.
'Nos solos de baixa fertilidade, torna-se necessária a adubação, que também deve seguir
as recomendações feitas pela análisé do solo, O total do fósforo e do potássio e um terço do
nitrogênio devem ser aplicados por ocasião da semeadura, Os dois terços restantes do nitrogênio
aplicam-se em cobertura, cerca de 3 semanas após a germinação. O nitrogênio, elemento mais
requerido pelo feijoeiro, favorece a formação de vagens e grãos, enquanto que o potássio e o
fósforo são importantes durante todo o desenvolvimento vegetal, auxiliando na formação das
raízes, flores, vagens e grãos, e proporcionando, também, maior resistência a doenças e pragas.
4. Sementes
Deve-se fazer uso de sementes certificadas ou fiscalizadas, que é uma das tecnologias de
mais baixo custo para o produtor. Para que se tenha garantia de uma boa semente, deve-se
consultar os órgãos de fomento do município.
5. Época de plantio
Recomenda-se que a semeadura seja feita no final da época chuvosa, quando as chuvas
começam a escassear, porém levando-se em consideração as características de clima de cada
região produtora.
6. Rotação de culturas
O plantio de feijão de forma sucessiva, na mesma área, pode favorecer a ocorrência de
patógenos prejudiciais à cultura. É importante que sejam incluídas gramíneas no processo de
rotação.
7. Plantas daninhas
É preciso manter a cultura livre das plantas daninhas, principalmente nos primeiros 30
dias após a emergência, quando é maior a competição por nutrientes, luz e água. Normalmente,
duas capinas são suficientes. A primeira quando a cultura atingir o estádio de quatro folhas, e a
segunda, antes da floração. O cultivador de tração animal ou mecânica constitui uma outra opção
para áreas de médio porte.
8. Pragas
Quando as pragas alcançam níveis prejudiciais, recorre-se ao controle químico. É preciso
levar em consideração o período de carência, o efeito residual do produto e sua economicidade. É
importante, portanto, que haja orientação técnica e que sejam seguidas as especificações dos
frabricantes.
As pragas mais comuns do feijoeiro que podem ocorrer no Pará são: a cigarrinha verde
(Empoasca sp.), as vaquinhas (Díabrotíca specíosa e Cerotoma arcuata), as lagartas das vagens
(Maruca sp. e Tecla jebus) e as lagartas das folhas (Hedílepta índícata e
Urbanus proteus).
No controle químico das pragas do feijoeiro, devem ser empregados produtos registrados
no Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento.
9. Doenças
A principal doença do feijoeiro no Pará é a meia (Thanatephorus cucumeris (Frank}
Donk). O controle é feito através do tratamento químico das sementes com fungicidas à base de
benomil (Benlate), rotação de culturas com gramíneas, plantio em período de menor pluviosidade,
espaçamento de 0,50 m x 0,40 m ou 0,60 m x 0,40 m, utilização de cobertura morta (casca ou palha
de arroz, plantio direto, etc. ) e pulverização aos 15, 30, 45 e 60 dias após a emergência das plantas,
também com fungicidas à base de benomil (Benlate ), na dosagem de 250 a 300 g/ha do ingrediente
ativo (i.a. ).
Aristóteles Fernando Ferreira de Oliveira
Luiz Sebastião Poltronieri
João Roberto Viana Corrêa
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