Livro - Infraestrutura de Tecnologia Da Informação
Livro - Infraestrutura de Tecnologia Da Informação
Livro - Infraestrutura de Tecnologia Da Informação
TECNOLOGIADA
TECNOLOGIA DAINFORMAÇÃO
INFORMAÇÃO
THIAGO SCHAEDLER UHLMANN
Código Logístico
9 786558 210634
Infraestrutura
de tecnologia da
informação
Thiago Schaedler Uhlmann
IESDE BRASIL
2021
© 2021 – IESDE BRASIL S/A.
É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito do autor e
do detentor dos direitos autorais.
Projeto de capa: IESDE BRASIL S/A. Imagem da capa: ZinetroN/ Andrey Suslov/Shutterstock
2 Redes de computadores 37
2.1 Fundamentos de redes de computadores 38
2.2 Tipos de rede e meios de transmissão 44
2.3 Tecnologias de transmissão de dados em rede 47
2.4 Topologias de rede 50
2.5 Indústria 4.0 54
2.6 Serviços de computação na nuvem 57
3 Projetos de infraestrutura de TI 61
3.1 Requisitos da infraestrutura de TI 62
3.2 Escopo da infraestrutura de TI 67
3.3 Viabilizando a infraestrutura de TI 72
3.4 Implantando a infraestrutura de TI 77
3.5 Governança da TI 79
3.6 Manutenção da infraestrutura de TI 81
6 Gabarito 131
APRESENTAÇÃO
Vídeo Compreender as tecnologias da informação abrange muito mais do
que o mero estudo das questões relacionadas a software, como sistemas
operacionais, programação ou mesmo a execução de aplicativos. É algo que
envolve mais do que apenas acessar e buscar dados na internet.
As tecnologias da informação incluem uma série de elementos
necessários para o seu funcionamento. A iniciar pelo hardware, a parte
física responsável por coletar, processar, armazenar e exibir dados para o
usuário. Dentro do hardware, há o software, a parte lógica, sendo executada
para o cumprimento de diferentes finalidades – sistemas operacionais,
utilitários e aplicativos.
Os dados processados pelo software são armazenados em estruturas
de gestão de dados – no caso, bancos de dados. A estrutura de
telecomunicações é responsável pelo tráfego de dados entre um ponto e
outro da infraestrutura – entre um computador e outro em uma rede. Ou
seja, para funcionar, um projeto de infraestrutura de TI deve considerar
muito mais do que o funcionamento de sistemas.
Esta obra se encontra estruturada para, no primeiro capítulo, você
ter a compreensão inicial dos elementos básicos de infraestrutura de TI.
Com fundamento nessa compreensão, os capítulos seguintes tratam de
aspectos técnicos relacionados à infraestrutura de TI – redes e projetos de
infraestrutura de TI.
A obra finaliza com aspectos relacionados à viabilização técnica
da infraestrutura de TI, contemplando aspectos de configuração,
operacionalização e monitoramento.
Com o conteúdo teórico presente nesta obra, um conteúdo
complementar é apresentado para que você possa se aprofundar nos seus
estudos. Além disso, situações-problema são lançadas para que você possa
exercitar a identificação de causas e a proposta de soluções para diferentes
situações relacionadas à TI, tecnologias da informação, como dissemos, vão
muito além do software.
Bons estudos!
1
Introdução à
infraestrutura de TI
Antes de mais nada, pare um pouco e pense: você conseguiria ficar sem um
computador hoje? Sem um smartphone ou um tablet? Agora imagine se as em-
presas e os órgãos públicos resolvessem abandonar as tecnologias da informa-
ção atuais. Com certeza o resultado seria um caos social e econômico, não é
mesmo?
Quando você solicita um serviço de transporte por aplicativo, por exemplo,
a sua solicitação é enviada para um servidor, que a processa e envia para um
motorista que esteja disposto a atendê-la; quando esse mesmo motorista aceita
a solicitação, novamente esse servidor é contatado e efetua os procedimentos de
reserva da corrida e do pagamento do usuário por esta.
O mesmo acontece com a maior parte dos serviços cotidianos que utilizamos
atualmente. No supermercado, quando passamos uma compra de supermerca-
do no caixa por meio de um leitor de código de barras, o computador do caixa
interpreta a parte gráfica desse código, transformando-o em uma sequência nu-
mérica e informa esse código a um servidor. Esse servidor, de posse do código,
verifica em suas bases de dados a qual produto esse código se refere, retornan-
do ao computador do caixa essa informação para conferência do profissional do
caixa e do próprio consumidor. Ao mesmo tempo, o servidor acessa as bases de
dados relativas aos estoques do supermercado e, de posse desse mesmo código,
efetua a baixa de uma unidade do produto.
Esses simples exemplos são para mostrar a você um pouco da importância de
se ter uma infraestrutura de TI bem planejada, estruturada e em funcionamento.
Atualmente, os softwares, principalmente os aplicativos para dispositivos móveis,
estão deixando de ser meros produtos para se tornarem serviços dotados de
arquiteturas mais complexas, que dependem da configuração de servidores
(principalmente na nuvem – com a denominação de cloud computing ou com-
putação na nuvem), e não se restringem mais a smartphones, tablets ou mesmo
computadores.
A internet, hoje, já está presente nos mais variados objetos do nosso dia a
dia, como uma geladeira, uma TV, um sistema de automação residencial (que
aciona eletrodomésticos e luzes remotamente e grava imagens do interior da
residência) ou mesmo um veículo (para monitoramento e controle a distância).
E a gama de possíveis aparelhos conectados só tende a aumentar nos próximos
anos, podendo esses aparelhos serem controlados, inclusive, a distância. Essa
Introdução à infraestrutura de TI 9
tendência, denominada Internet das Coisas (em inglês, Internet of Things – IoT), é facilita-
da pelo advento de dispositivos computacionais cada vez mais compactos e dotados
de processadores com capacidade computacional cada vez mais compatíveis com os
dos computadores de mesa comuns.
Na indústria, a Internet das Coisas, quando combinada com a computação na
nuvem, a robótica, a inteligência artificial, a realidade aumentada, dentre outras tec-
nologias, resulta no paradigma da Indústria 4.0. Os processos produtivos, cada vez
mais conectados e inteligentes, transformam matérias-primas em produtos acabados,
combinando eficiência (ou seja, o aproveitamento inteligente dos recursos disponí-
veis) e eficácia (obtendo, ao final, produtos cada vez mais adequados às necessidades
dos seus consumidores). As linhas de produção das empresas têm se comunicado
entre si, com a empresa, com os fornecedores e com o mundo por meio da internet.
Dispositivos automatizados em uma linha de produção podem ser controlados a dis-
tância – basta que estejam conectados a um servidor com conexão à internet e que
forneçam uma interface confiável para uma pessoa operá-los.
De modo similar, cirurgias já podem ser realizadas remotamente, sem que haja a
necessidade da presença do cirurgião na sala – basta que o profissional possa contro-
lar, a distância e por meio de interfaces, dispositivos automatizados que efetuem as
operações necessárias enquanto ele visualiza o paciente por meio de câmeras insta-
ladas na sala. Processos de manutenção podem ser realizados por meio de realidade
aumentada – apontando-se a câmera de um tablet para o local onde se encontra
o defeito, um software de manutenção pode mostrar possíveis defeitos e orientar o
operador de manutenção a respeito da forma mais eficaz de corrigi-los.
Enfim, para viabilizar todas as facilidades tecnológicas descritas anteriormente, faz-se
necessário o estudo do funcionamento básico de um computador, abrangendo a sua
estrutura básica de funcionamento, os programas que ele executa e as diferentes ma-
neiras como é feito o relacionamento desses dispositivos em rede. Este capítulo tem o
objetivo de apresentar a você, de maneira didática, os principais elementos que com-
põem um computador para que você tenha os conhecimentos básicos necessários
para planejar e realizar projetos de infraestrutura de TI. O capítulo visa, ainda, apre-
sentar as principais modalidades de software utilizadas em um computador, assim
como os principais periféricos necessários para que o computador possa ser operado
adequadamente pelo usuário.
Esperamos que, ao final da leitura, você tenha a inspiração necessária para iniciar
os seus próprios projetos de infraestrutura de TI, seja para o local onde você trabalha
ou mesmo para a sua própria diversão.
Objetivos de aprendizagem
Com o estudo deste capítulo, você será capaz de:
• descrever o funcionamento dos elementos componentes da infraestru-
tura de TI, abrangendo hardware e software.
k
o cérebro, que, além das funções cognitivas, é responsável pelo r st
tte
hu
t/S
controle do funcionamento dos demais órgãos, pelo processamen- r t Vo
igh
Robe
to das informações que recebemos por meio dos órgãos sensoriais e
pelo nosso relacionamento com as demais pessoas e com o mundo.
Introdução à infraestrutura de TI 11
Livro Segundo Tannenbaum (2013), os processadores se dividem em duas arquitetu-
ras básicas: computador com conjunto reduzido de instruções (Reduced Instruction
Set Computer – RISC) e computador com conjunto complexo de instruções (Complex
Instruction Set Computer – CISC).
ns
mo
om
aC
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ikim
/W
ilieir
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Hie
ieil
icihia
Mii
Agora que você já sabe como funciona um processador, vamos ver como ele se
relaciona com as demais partes componentes de um computador.
Introdução à infraestrutura de TI 13
1.2 Memória e dispositivos de saída
Vídeo Nesta seção vamos analisar os componentes que se conectam à placa-mãe e ne-
cessitam dela, bem como de comandos passados pelo processador, para funcionar.
A memória RAM, por sua vez, é acessada pela CPU para o armazenamento tem-
porário de dados durante as operações de processamento, com a finalidade de que
sejam lidos de maneira não sequencial quando preciso. É utilizada, por exemplo,
para viabilizar de modo eficaz a abertura e o funcionamento de aplicativos, como
navegadores de internet e jogos, e o próprio sistema operacional. Normalmen-
te é disponibilizada por meio de placas, também denominadas pentes (Figura 2),
podendo ser cambiáveis conforme as especificações técnicas da placa-mãe. As
memórias atuais são classificadas com diferentes nomenclaturas, por exemplo, a
Double-Data-Rate (taxa dupla de transferência – DDR). As memórias com a classifica-
ção DDR permitem a transferência de dois dados por ciclo de processamento. Uma
memória DDR2 permite a transferência de quatro dados por ciclo; uma memória
DDR3, oito dados, e assim por diante.
Figura 2
Pentes de memória
Chutchawarn/Shutterstock
Introdução à infraestrutura de TI 15
Figura 3
Diferentes formatos de entradas USB
Saiba mais
A placa de prototipa-
gem Arduino pode ser
encontrada em lojas que
vendem artigos de eletrô-
nica. Maiores informações
a respeito da placa, bem
como o software utilizado
para a sua programação,
podem ser encontrados
s
on no website a seguir.
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diaC
me Disponível em: www.arduino.cc.
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s/W Acesso em: 11 maio 2021.
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Introdução à infraestrutura de TI 17
Livro A plataforma Arduino tem uma série de componentes que possibilitam o seu
adequado funcionamento. O principal componente é o microcontrolador – o dis-
positivo que controla a placa como um todo, conforme algoritmos instalados pelo
usuário. O microcontrolador recebe e transmite informações por meio de pinos de
entrada e saída – os pinos recebem sinais elétricos de dispositivos físicos –, como
sensores, outros microcontroladores etc. E, a partir desses sinais, o microcontrola-
dor, também por meio de pinos, transmite comandos que podem ser dados (por
meio de pinos de comunicação serial), ou ainda sinais elétricos a outros dispositi-
vos, podendo controlá-los. O Arduino necessita de alimentação elétrica para o seu
funcionamento – tal alimentação pode ser realizada por meio da conexão de um
O livro 30 projetos com cabo USB diretamente a um computador ou por meio da alimentação a um pino de
Arduino apresenta, de
maneira didática, projetos entrada específico para tal.
que podem ser realiza-
dos com a plataforma de
Configurar uma infraestrutura de TI, como podemos perceber, começa com a
prototipagem eletrônica escolha de uma configuração adequada de hardware, abrangendo aspectos como
Arduino, utilizada para a
viabilização de projetos de
processador, memória, disco rígido, periféricos e outros. É muito importante o
Internet das Coisas. entendimento de como funcionam tais tecnologias para que o projeto dessa in-
MONK, S. Porto Alegre: Bookman, fraestrutura seja eficiente (ou seja, realize o melhor aproveitamento possível dos
2014.
recursos disponíveis, inclusive financeiros) e eficaz (ou seja, que proporcione o me-
lhor resultado possível, seja para o gerenciamento das atividades empresariais ou
a hospedagem de um website na internet, dentre outras possíveis atribuições).
Porém, não podemos esquecer: por melhor que seja a arquitetura de hardware
montada, nada vai funcionar sem a presença do software. Um software consiste na
estrutura lógica de um computador e é responsável pelo processamento dos dados
e pelo gerenciamento das instruções dadas ao computador, seja por meio de uma
interface de entrada do usuário (por exemplo, um teclado ou um mouse) ou por
meio de comandos dados por outro computador conectado em uma mesma rede.
Componentes
Camada da interface
do usuário
Camada de
aplicação
Camada de
utilitários
Camada
central
Introdução à infraestrutura de TI 19
técnico e processamento de imagens). Já sistemas operacionais baseados no kernel
Linux (como o Ubuntu, o Debian e o OpenSUSE), bem como o sistema Android, são
utilizados para propósito geral (por exemplo, configuração de computadores e dis-
positivos móveis de baixo custo) e para a construção de servidores.
Os aplicativos, por sua vez, são executados na camada de aplicativos, mais pró-
xima do usuário. Podemos citar vários exemplos, abrangendo desde softwares
de produtividade, como editores de texto, planilhas eletrônicas, softwares de ge-
renciamento de banco de dados, editores de imagem, som e vídeo e navegadores
de internet, até aplicativos criados para finalidades de entretenimento, como jo-
gos eletrônicos, aplicativos de streaming de vídeo e ferramentas de comunicação
(como chats). Diferentemente dos softwares utilitários, nos quais, em muitos casos,
a instalação se torna obrigatória para suprir necessidades básicas como seguran-
ça e desempenho, a instalação de aplicativos deve ser realizada respeitando as
finalidades às quais o computador se destina, pois ocupam espaço em disco e na
memória.
Introdução à infraestrutura de TI 21
hardware. A figura a seguir ilustra a posição do kernel em relação aos demais com-
ponentes de hardware e software.
Figura 6
Camadas de hardware e software
UTILITÁRIOS E APLICATIVOS
KERNEL
Livro
HARDWARE/PERIFÉRICOS
4
Na etapa de construção, a partir da esquematização, o
software é construído (codificado).
rsto
ck sária a utilização de uma notação específica para tal finalidade
tte
Shu
s ia_g
/ – no caso, uma linguagem de modelagem. A linguagem de mo-
ole
delagem mais famosa é a Unified Modeling Language (UML), que
consiste em uma série de diagramas contemplando desde as pos-
síveis situações de uso de um software por parte de um usuário
até a modelagem estrutural desse software e aspectos
de implantação contemplando arqui-
teturas de h
ardware (GUEDES,
2011).
Já para a programação
do software são necessárias
as linguagens de programa-
ção, que podem ser de dife-
rentes tipos. Há linguagens
Introdução à infraestrutura de TI 23
de caráter geral, destinadas à programação de funcionalidades do software, bem
como linguagens para finalidades específicas, como a criação e a manipulação de
bancos de dados e a criação de páginas web. Uma das mais populares linguagens
de programação possui mais de 40 anos de idade e é utilizada atualmente, sendo
muito empregada para dispositivos embarcados. Trata-se da linguagem C, geral-
mente a “porta de entrada” para muitos programadores, e de propósito geral – ou
seja, é adequada para a programação de softwares para diferentes finalidades e de
paradigma estruturado (ou seja, o código é realizado em sequência, com tomadas
de decisão e iterações ou repetições).
Todo programa, uma vez construído, deve ser compilado e/ou interpretado an-
tes de ser executado. No processo de interpretação o código é executado com base
na interpretação deste por parte de um software interpretador. Um exemplo de
um software interpretado são os programas em Javascript presentes nas páginas
de internet, cuja interpretação se dá pelo software navegador. Já no processo de
compilação o software é transformado em outro constituído de um código de má-
quina (ou seja, binário). Os softwares comerciais são, em sua essência, programas
compilados – executados, portanto, diretamente no sistema operacional.
Introdução à infraestrutura de TI 25
veis GPIO disponíveis no aparelho ou mesmo por comunicação sem fio (o Raspberry
Pi 4 possui antenas de Wi-fi e bluetooth incorporadas).
Dispositivo
loT 1
Dispositivos
Servidor
com MQTT
(computadores,
broker tablets e
smartphones)
Dispositivo
loT 2
Introdução à infraestrutura de TI 27
lado. Já a configuração de um computador voltado para trabalhos gráficos (para
arquitetos, designers, engenheiros etc.) necessita de alta capacidade de proces-
samento e memória, bem como uma placa de vídeo que suporte a alta demanda
de processamento exigida pelos softwares, assim como de periféricos especiais,
como um monitor de largura estendida, prancheta eletrônica e outros elementos.
Em dispositivos portáteis, como notebooks, tablets e smartphones, a maior parte
(senão a totalidade) dos periféricos se encontra embutida no próprio dispositivo.
Um exemplo é a tela sensível ao toque (touchscreen), que ocupa significativa parte
desses dispositivos, sendo utilizada como principal forma de interação do usuário
com esses aparelhos. Para citar um exemplo, a tela sensível ao toque pode ser uma
configuração ideal para um totem de autoatendimento (desses localizados em sho-
pping centers, rodoviárias, aeroportos e para informações turísticas em algumas ci-
dades). A seguir, abordaremos os principais critérios para a escolha de periféricos.
A aquisição de uma placa de vídeo externa (offboard), por sua vez, deve ser feita
quando é necessária uma maior capacidade de processamento gráfico ou quando
os componentes da placa de vídeo onboard apresentam defeitos (nesse caso, não
podendo ser trocados por estarem integrados à placa-mãe).
Uma placa de vídeo onboard compartilha recursos da
ck
placa-mãe, como processamento e memória, e não
ttersto
v/Shu possui desempenho suficiente para atividades gráfi-
-B urako
Anton
cas de maior demanda, como o processamento de
imagens em 3D (em jogos, por exemplo). Dessa for-
ma, torna-se necessária a aquisição de uma placa de
vídeo offboard. Porém, as placas offboard necessitam ser
instaladas na placa-mãe em encaixes específicos (slots), por isso
tal aquisição depende da compatibilidade entre essas placas e a
placa-mãe quanto a tais encaixes. Deve-se considerar, também, o
fator velocidade – há placas-mãe que não suportam a velocidade de
determinadas placas de vídeo. Ainda, o custo dessas placas de vídeo
tende a ser maior, sendo que as placas de vídeo onboard já possuem seu
custo incorporado ao da placa-mãe.
Introdução à infraestrutura de TI 29
nector mais comumente utilizado é o VGA (Video Graphics Array), presente original-
mente nos monitores de tubo e ainda adotados em monitores de LCD encontrados.
VGA
DVI
HDMI
Introdução à infraestrutura de TI 31
As unidades de disco rígido Solid State Drive (SSD) representam uma importan-
te evolução das unidades HD. Ao contrário dos discos rígidos comuns, o SSD não
possui partes móveis, como disco, motor, braços etc., sendo composto de chips
dispostos de maneira organizada em uma placa de processamento. Além da por-
tabilidade, o SSD possui peso menor – essa modalidade de disco rígido apresenta
eficácia maior do que o HD –, maior resistência ao calor, maior rapidez nos pro-
cessos de leitura e gravação e consome menos energia. Porém, ainda é mais caro
que o HD e sua capacidade de armazenamento também é menor. Ainda assim, o
SSD representa uma opção viável para computadores que necessitam de veloci-
dade e desempenho na realização das suas tarefas. Os SSD também podem fazer
uso da interface SATA, desde que a placa-mãe possua esses conectores.
Hurst Photo/Shutterstock
Uma vez que o sinal já está convertido, para que ele seja transmitido para dois
ou mais dispositivos, faz-se necessário outro dispositivo: o roteador. O roteador
efetua a divisão dos sinais digitais de internet para os dispositivos que se encon-
tram conectados a ele, seja por cabo ou por conexão sem fio. Há dispositivos que
efetuam ambas as funções – de modem e roteador. A configuração básica de um
roteador contempla desde elementos básicos, como a definição de login e senha
(para conexão sem fio), até a definição de acessos para computadores conecta-
dos a esse roteador por meio da abertura de portas de acesso. Um endereço IP
é atribuído para cada dispositivo conectado em um roteador, podendo este, caso
possua um servidor instalado (por exemplo, um Raspberry Pi 4 com um servidor
Apache), ser acessado por outros computadores conectados a um mesmo rotea-
dor, desde que se digite no navegador o endereço do IP interno desse computador.
Da mesma forma, pode-se configurar o computador para que ele seja acessado
externamente, desde que se conheça o endereço de IP externo do modem e sejam
configuradas no roteador as portas externas de acesso. Tal prática, entretanto, re-
quer cuidados, tendo em vista a possibilidade de que pessoas mal-intencionadas
invadam a rede onde o modem e o roteador se encontram localizados.
IrynaL/Shutterstock
Introdução à infraestrutura de TI 33
Antes de se pensar na escolha de computadores, software e periféricos, deve-se
estudar as atividades a serem executadas no local, os resultados a serem obtidos
por meio delas e a disponibilidade de recursos para a instalação da infraestrutura
(por exemplo, a disponibilidade de recursos financeiros e de computadores já com-
prados pela empresa que podem ser alocados no setor). É necessário, dessa forma,
conhecer o processo de negócio para o qual se deseja a instalação da infraestrutura
de TI. Um processo de negócio “é o conjunto de atividades que converte entradas e
saídas” (TURBAN et al., 2010, p. 628). Em outras palavras, é o conjunto de atividades
que transforma recursos ou matérias-primas em produtos e/ou serviços. Segundo
Turban et al. (2010), várias podem ser as motivações para melhorar um processo
de negócio, e a TI pode ser uma ferramenta útil para a melhoria da qualidade e da
produtividade nesses processos.
Da mesma forma, de nada adianta optar por uma CPU de alta potência se os
periféricos forem inapropriados para a finalidade do computador. Na escolha de
uma infraestrutura de TI adequada, deve-se, portanto, pensar na combinação ade-
quada entre eficiência (o máximo aproveitamento dos recursos existentes) e eficá-
cia (a obtenção dos melhores resultados). Pensar em configurações de hardware e
software requer tanto conhecimento técnico como conhecimento das tendências
do mercado, de modo que a infraestrutura de TI, uma vez implantada, resulte em
ganhos operacionais e financeiros para o cliente.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Implantar um projeto de infraestrutura de TI é mais do que simplesmente comprar
um computador e instalá-lo em um ambiente de operações. Envolve, em primeiro lu-
gar, considerar as atividades que serão realizadas nesse ambiente, a disponibilidade de
recursos por parte da organização e o estudo das tecnologias de hardware e software
existentes que podem prover as soluções necessárias para as pessoas desempenha-
rem suas atividades de maneira satisfatória.
Assim, quando o assunto é infraestrutura de TI, não existe um projeto perfeito ou
uma configuração ideal de componentes, e sim a combinação ideal de componentes
de hardware, software e periféricos que atende a uma necessidade específica. Seja em
uma configuração simples, como a de um setor administrativo, seja em uma configura-
ção mais complexa, como a de um processo produtivo industrial que faz o uso de au-
tomação, o profissional de infraestrutura de TI deve estudar em detalhes o processo,
as tarefas executadas pelas pessoas e os resultados a serem alcançados para prover
a esse processo a infraestrutura mais adequada.
Por isso, o profissional que pretende atuar com projetos de infraestrutura de TI
deve estudar o funcionamento das mais diferentes arquiteturas de hardware, bem
como saber o funcionamento de cada componente básico de um computador. Pre-
cisa, também, conhecer o funcionamento dos mais diferentes sistemas operacionais
para escolher o mais adequado e abrigar os softwares necessários para a execução
ou automação do processo. Deve, ainda, saber escolher os periféricos necessários
para possibilitar a interação do usuário com o computador, assim como a forma mais
adequada de o computador se conectar em rede com os demais para a realização
conjunta das tarefas do processo.
Introdução à infraestrutura de TI 35
Estudar infraestrutura de TI não é uma atividade tão complicada como parece; re-
quer esforço e dedicação. Você pode iniciar seus primeiros projetos de infraestrutura
de TI com elementos baratos, como um microcomputador (por exemplo, o Raspberry
Pi), um sistema operacional baseado em Linux, periféricos simples e um projeto em
mente. Que tal você construir uma estação meteorológica na sua casa com o uso
de sensores e microcontroladores? Existem exemplos na internet de como fazer isso
usando componentes acessíveis. Basta começar!
ATIVIDADES
Vídeo 1. Quais são os principais modelos de processadores existentes no mercado? Escolha
um deles e descreva as suas configurações e aplicações.
2. Cite três sistemas operacionais e pelo menos uma vantagem dos sistemas de
código aberto e dos proprietários.
REFERÊNCIAS
GUEDES, G. T. A. UML 2: uma abordagem prática. São Paulo: Novatec, 2011.
PRESSMAN, R. S.; MAXIM, B. R. Engenharia de software: uma abordagem professional. Porto Alegre:
Bookman, 2016.
TANNENBAUM, A. Organização estruturada de computadores. São Paulo: Pearson, 2013.
TURBAN, E. et al. Tecnologia da informação para gestão: transformando os negócios na economia digital.
Porto Alegre: Bookman, 2010.
Redes de computadores 37
de conexão à internet em detalhes, abrangendo itens como endereços IP, roteamento
etc. Destacaremos um paradigma cada vez mais atual na comunicação pela internet: a
computação na nuvem, que consiste no uso de armazenamento de dados e processa-
mento de servidores terceirizados externos ao usuário.
Este capítulo objetiva tratar da estrutura e do funcionamento de redes de com-
putadores, de modo que você possa viabilizar projetos de infraestrutura de TI com
computadores e outros dispositivos conectados em rede. Esses conhecimentos são
essenciais para a implantação desses projetos em ambientes como escritórios,
linhas de produção e organizações como um todo. Vamos estudar não somente a
estrutura de uma rede de computadores, mas também os principais processos de
transmissão de dados.
Objetivos de aprendizagem
Com o estudo deste capítulo, você será capaz de:
• explicar o funcionamento básico das redes de computadores, abran-
gendo hardware e software.
1940
• Os primeiros computadores datam dessa
década, como máquinas de calcular de gran-
Skymax/Shutterstock
de porte, que ocupavam salas inteiras (com 1960
aproximadamente 25 metros de compri-
mento por 5,5 metros de altura), e operados • Somente a partir dessa década, quando os primeiros
por meio do uso de válvulas eletrônicas que microcomputadores foram desenvolvidos, é que foram
atingiam elevadas temperaturas. desenvolvidas as primeiras tecnologias para conexão
em rede. A comunicação se realizava por via telefônica e
os computadores ainda armazenavam dados por meio
de cartões perfurados.
• A história segue ainda na década de 1960, com a cria-
ção, nos EUA, do projeto Arpanet, resultado do trabalho
conjunto dos pesquisadores do Massachussets Institu-
te of Technology (MIT), do Rand Institute e do National
1970 Physical Laboratory. A Arpanet foi uma das primeiras
redes de computadores desenvolvidas e precursora
• Nessa década, a Arpanet, que no início interligava da atual internet. Inicialmente, possuía apenas quatro
apenas quatro instituições, já interligava mais de nós (ou pontos de conexão), e 50 kbps de velocidade
30, chegando, ao final dessa década, a 200 com- de conexão, o que era considerado alto para a épo-
putadores conectados – principalmente, computa- ca. Nessa época, as válvulas nos computadores foram
dores de instituições militares para comunicação substituídas por transístores e circuitos impressos, o
durante a Guerra Fria. Em 1984, foi desenvolvido que resultou em maior capacidade de processamento
o protocolo TCP/IP (Transmission Control Protocol/ e na diminuição do tamanho dessas máquinas.
Internet Protocol), com o intuito de padronizar a
forma como a comunicação em rede é realizada.
Ainda em 1973 foram realizados os primeiros
testes de comunicação de dados com o uso do
padrão Ethernet. Os computadores dessa época
já eram constituídos por circuitos integrados que
permitiam a comunicação com múltiplos hardwa- 1980
res e com dispositivos de saída mais próximos aos • Nessa década, o protocolo TCP/IP foi padroniza-
atuais, como discos e fitas. do, surgindo nesse período, também, a tecnolo-
gia DNS (Domain Name System), que permite
transformar endereços de rede em sequências
de caracteres (como os endereços que digitamos
no navegador para acessar websites na internet).
O padrão Ethernet se desenvolveu – a taxa de
transmissão original, de 2,94 megabits, passou
para aproximadamente 10 megabits. Nessa época,
1990 computadores como o Apple I, os processadores
• Foi nessa década, com a abertura da rede mundial Intel e o primeiro sistema operacional da Microsoft
de computadores para a população em geral, que – o MS-DOS – foram criados. O sistema operacio-
os acessos começaram a crescer. Primeiramente, nal Microsoft Windows, em sua primeira versão, foi
o acesso à internet era feito de maneira discada desenvolvido em 1985.
para a maior parte das pessoas, mas logo come-
çaram a se popularizar outras formas de conexão,
como a internet por cabo (Ethernet/LAN) e, a partir
da década de 2000, a internet por rede móvel.
O acesso à internet e aos computadores, de modo geral, foi facilitado com novas
versões do sistema operacional Microsoft Windows e com a popularização do uso
dos sistemas operacionais com base em Linux, como o Ubuntu e o Linux Mint.
O surgimento e a popularização de smartphones e tablets, sendo a Apple uma das
Redes de computadores 39
protagonistas, popularizou o uso de redes móveis e aplicativos para as
mais diferentes finalidades.
Redes de computadores 41
Uma vez os dados convertidos para transmissão, faz-se necessária a comunica-
ção entre o computador do usuário e o do destinatário – no exemplo em questão, a
comunicação é entre o computador do comprador do produto e o servidor no qual
se encontra hospedado o website da loja virtual. Essa comunicação é realizada pela
camada de sessão. Primeiro, a modalidade de conexão é selecionada. Em seguida,
marcações são realizadas nos dados de modo que, caso a conexão seja interrompi-
da, seja possível retomá-la a partir da última marcação efetuada.
A camada física, por sua vez, é a primeira e a mais básica de todas as camadas.
É composta de instalações físicas dos dispositivos, contemplando os diferentes
meios de transmissão, como cabos, fibras óticas, ondas eletromagnéticas (Wi-fi e
bluetooth). Contempla também aspectos como roteadores, hubs, modems, adap-
tadores de rede, bem como interfaces de transmissão de dados para as camadas
superiores. É pela camada física que os dados são, finalmente, transmitidos de um
computador a outro, seja por energia elétrica (por exemplo, cabos LAN), seja por
ondas eletromagnéticas, como fibra ótica e Wi-fi. No exemplo em questão, os da-
dos da seleção do produto são finalmente transmitidos de um computador a outro.
Redes de computadores 43
2.2 Tipos de rede e meios de transmissão
Vídeo A comunicação entre dois ou mais computadores em rede não depende de dis-
positivos físicos, como cabos, antenas, modems e roteadores. Para que a transferên-
cia de dados seja eficaz, é necessário observar o uso de protocolos e configurações
contemplando as diferentes camadas de transmissão de dados. Devemos atentar a
questões como formatação, integridade, sequenciamento e segurança desses da-
dos. Também devemos atentar à estruturação das redes internas – no caso, quais
computadores têm acesso a outros computadores e dispositivos e como esse acesso
é gerenciado. Essas questões são de suma relevância, principalmente no caso de
se configurar redes de computadores que demandem maior atenção, por exemplo,
redes de organizações públicas e privadas, cujos serviços e processos cada vez mais
se encontram disponibilizados, acessados e processados em rede.
As redes PAN (Personal Area Network ou rede de área pessoal) viabilizam a co-
municação entre dispositivos em distâncias curtas. As tecnologias possíveis, nesse
caso, são várias, como a irDA (comunicação por infravermelho), a bluetooth e a
kirill_makarov/ Shutterstock
ZigBee – ambas as tecnologias com comunicação sem fio.
As redes LAN (Local Area Network ou rede de área local) se encontram entre
as mais conhecidas popularmente, estando presentes nas residências e organiza-
ções. Conectam computadores em um mesmo espaço físico, possibilitando, assim,
o rápido tráfego de informações entre esses dispositivos – por exemplo, entre
computadores de um setor empresarial e um servidor, ou mesmo entre esses com-
putadores e a internet, por meio do roteador e do modem. Similarmente à rede
LAN, a rede WLAN (Wireless Local Area Network ou rede de área local sem fio) apre-
senta o mesmo princípio de funcionamento, porém a transmissão de dados, em
vez de ser feita por meio de cabos, é feita por tecnologias de comunicação sem fio,
como a Wi-fi.
As redes WAN (Wide Area Network ou rede de longa distância) têm abrangência
maior do que as redes MAN, podendo cobrir estados, países ou continentes. Ser-
vem para a transmissão de dados em longa distância, apresentando, dessa forma,
uma infraestrutura de transmissão mais robusta. A variante sem fio dessa rede, a
WWAN (Wireless Wide Area Network ou rede de longa distância sem fio), atinge al-
cance ainda maior, possibilitando a conexão entre redes de vários continentes, ou
mesmo da internet em escala mundial.
Finalmente, as redes VPN (Virtual Private Network ou rede privada virtual) con-
sistem em uma modalidade de conexão segura da qual somente os computadores
que têm as credenciais necessárias podem fazer parte. Os dispositivos, quando co-
nectados, trocam dados entre si, sendo estes protegidos e criptografados. As VPN
são muito utilizadas por corporações para a configuração de suas redes internas
para a troca de dados sensíveis e sigilosos. Também, são utilizadas por usuários de
internet de países onde a rede mundial é censurada, para que possam ter acesso
a conteúdo externo.
A arquitetura ponto a ponto (P2P) é a mais básica de redes, onde cada pon-
to de rede, ou nó, tem duplo papel – o de cliente e o de servidor. Os dados são
compartilhados de maneira facilitada entre os computadores de cada nó, possibi-
Redes de computadores 45
litando, dessa forma, maior liberdade para a troca de dados. Esse tipo de rede é
utilizado, por exemplo, para jogos e compartilhamento de mídias – músicas, filmes,
entre outras. A figura a seguir ilustra a arquitetura cliente-servidor.
Figura 2
Arquitetura ponto a ponto
Studio_G/Shutterstock
2 3
4
Fonte: Elaborada pelo autor.
Figura 3
Arquitetura cliente-servidor
Studio_G/Shutterstock
SERVIDOR
1 2 3
COMPUTADORES CLIENTES
Fonte: Elaborada pelo autor.
Os cabos de par trançado adotam fios de cobre entrelaçados para barrar in-
terferências eletromagnéticas. São os cabos mais popularmente utilizados atual-
mente para a conexão de redes de computadores, sendo classificados conforme
diferentes categorias, variando de 1 a 7. Os cabos das categorias 1 a 4 não são mais
utilizados, sendo substituídos pelos de categoria 5 (até 125 MHz de frequência de
transmissão de dados) e 6 (até 250 MHz de frequência). Os cabos de categoria 7
ainda se encontram em desenvolvimento, permitindo desempenho ainda maior.
jeffhobrath/Shutterstock
Os cabos coaxiais têm esse nome por apresentar todos os seus componentes
(condutores, isoladores e cobertura) dispostos de maneira concêntrica, com o fio
condutor compondo o elemento central. São largamente utilizados para diferentes
tipos de conexões, como antenas de áudio e TV, além de redes de computadores.
Todavia, são mais caros que os de par trançado e mais difíceis de serem manipula-
dos e segmentados.
jeffhobrath/Shutterstock
Já os cabos de fibra ótica são elaborados com uma fina película de vidro reves-
tida por plástico. A película de vidro forma um duto central na espessura de um fio
de cabelo humano, por meio do qual a luz passa trazendo consigo dados. A passa-
gem da luz se faz por meio da reflexão desta nas paredes do duto em um ângulo
mínimo de incidência, para que possa trafegar adequadamente pelo interior desse
duto. As velocidades de transmissão de dados nessa modalidade podem passar de
10 gigabits por segundo, conforme a configuração e a infraestrutura da rede.
Redes de computadores 47
jeffhobrath/Shutterstock
Os meios de transmissão por via aérea apresentam diferentes padrões e for-
matos, variando desde os de transmissão local até os de transmissão de longa
distância. Entre os formatos de curto alcance, temos como principais o bluetooth
e o Wi-fi.
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ti a processo de transmissão de dados sem fio é do roteador. Co-
ges
Ima
Virrag
e nectado a uma rede de cabos, distribui o sinal proveniente
desses cabos em ondas – geralmente de rádio, por meio de
antenas, ou infravermelhas, por meio de dispositivo apro-
priado. A comunicação Wi-fi cada vez tem sido mais utilizada
em ambientes públicos, como aeroportos, e mesmo empre-
sas, para possibilitar a conexão de múltiplos dispositivos
móveis, sem ter que depender de cabos ou da limitação
de portas existentes em um roteador.
4G e 5G.
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Nasky/Shutterstock
Foi a primeira tecnologia (ou geração) utilizada para a telefonia celular.
Essa tecnologia era baseada na transmissão de voz por meio analógico –
como ocorre nos telefones com fio, só que com o uso de ondas de rádio.
A transmissão era realizada por ondas de modulação em frequência (FM)
e ondas da faixa UHF.
Tecnologia 2G
O livro Comunicação móvel
O GSM (Global System for Mobile), ou tecnologia 2G, foi o primeiro padrão celular se destina ao apro-
de comunicação digital desenvolvido, que possibilitou avanços na tele- fundamento a respeito das
fonia celular como a troca de mensagens de texto por SMS. Já o GPRS tecnologias de comuni-
(General Packet Radio Service ou tecnologia 2,5G) representa uma evolu- cação móvel, de 1G a 5G.
ção da tecnologia GSM, desenvolvida para melhorar o acesso à internet por Aborda desde assuntos
dispositivos móveis. introdutórios (como funda-
mentos de propagação de
ondas) até aspectos como
processos de transmissão,
Tecnologia 3G antenas e simulação com-
putacional.
Tecnologia 4G
Tecnologia 5G
Vídeo
Em estágio de desenvolvimento, representa a quinta geração das redes
móveis. Atingindo velocidades de até 10 gbps (gigabits por segundo), será O vídeo O que é o 5G e
empregada para aplicações relacionadas à Internet das Coisas (como como ele pode mudar as nos-
eletrodomésticos, automação industrial, dentre outros), tanto pelo desem- sas vidas ilustra, de maneira
didática e simples, o que
penho como pela economia de energia (podendo chegar a até 90% menos
é a tecnologia 5G e como
de energia do que as redes 4G). A latência das conexões 5G (ou seja, o
ela vai impactar o nosso
tempo de resposta na transmissão de dados) poderá ser reduzida para cotidiano e os sistemas
menos de 1 milissegundo. produtivos das organiza-
ções. Explicação essen-
cial para que possamos
compreender os benefícios
As tecnologias de transmissão devem ser consideradas nos projetos de infraes-
da tecnologia e planejar o
trutura de TI em conjunto com as demais configurações necessárias, como os tipos melhor uso, como profissio-
nais de TI, para processos e
de rede (LAN, WAN e outras) e as arquiteturas (ponto a ponto ou cliente-servidor).
produtos.
Escolher o meio de transmissão adequado – se por cabo ou sem fio – impacta direta-
Disponível em: https://www.youtube.
mente o desempenho e os custos de implantação da infraestrutura de rede, além de com/watch?v=ft7SPMIbSos. Acesso
influenciar a definição das topologias de rede, conforme descrito na seção a seguir. em: 20 maio 2021.
Redes de computadores 49
2.4 Topologias de rede
Vídeo As topologias consistem nas diferentes formas como os computadores se co-
nectam a uma rede e trocam informações entre si. Existem diferentes formas de se
interligar computadores em uma rede, seja esta ponto a ponto, seja com a presen-
ça de um servidor. Cada uma dessas formas apresenta vantagens e desvantagens.
Forouzan (2010) destaca algumas dessas topologias.
Figura 4
Topologia em barramento
Studio_G/Shutterstock
1 2 3
4 5 6
1 2
Studio_G/Shutterstock
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5 4
Fonte: Elaborada pelo autor.
Figura 6
Topologia em estrela
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Studio_G/Shutterstock
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Redes de computadores 51
Figura 7
Topologia em árvore
Studio_G/Shutterstock
2 3
4 5 6 7
As redes em malha, como o próprio nome sugere, têm seus nós e ligações estru-
turados no formato de uma malha, sendo que, para acessar essa rede, é necessário
se conectar a pontos de acesso ou AP (Access Points). Cada nó é encarregado de
repetir o sinal para os demais nós. Por não haver um nó que seja especificamente
centralizador ou pelo qual a informação deve necessariamente trafegar, no caso de
um nó falhar a rede permanece em funcionamento. Além disso, somente um nó ne-
cessita estar conectado à internet para que os demais tenham acesso à rede mun-
dial. São largamente utilizadas em ambientes corporativos e industriais. Todavia, a
implantação dessas redes tem alto custo, por necessitar de equipamentos especiais
para garantir a funcionalidade do sistema. A figura a seguir ilustra essa topologia.
Figura 8
Topologia em malha
Studio_G/Shutterstock
1 2
3 4
5 6
A tipologia híbrida, por sua vez, combina uma ou mais topologias de modo a
estruturar uma configuração de rede ideal conforme determinada situação opera-
cional ou financeira. Por exemplo, uma organização pode adotar uma topologia em
árvore como formatação geral da rede e, nas ramificações equivalentes a cada setor
da empresa, adotar o formato de barramento para conectar os computadores. Essa
O acesso a um computador em uma rede pode ser feito por meio de softwares
que fazem o uso de protocolos, como o SSH (Secure Socket Shell), que permite ao
usuário acessar, remotamente, um servidor (ou qualquer nó de rede configurado
como tal) e controlá-lo. Por meio do SSH, a troca de dados acontece entre os com-
putadores de maneira criptografada, dificultando a interceptação desses dados por
terceiros. Para que essa conexão e troca de dados seja possível, é necessário que
ambos os computadores estejam configurados para efetuar e receber a conexão –
especialmente com relação à segurança (login e senha para acesso, por exemplo).
Outro protocolo, o Telnet, emula um terminal virtual que permite a execução de
comandos escritos no servidor. Entretanto, diferentemente do SSH, os dados são
transmitidos em seu formato puro, sem a realização de criptografia.
Redes de computadores 53
2.5 Indústria 4.0
Vídeo As redes de computadores são essenciais para a oferta de processos e serviços
relacionados às tecnologias da informação. Sistemas empresariais e de automa-
ção, bem como serviços on-line (bancos, comércio eletrônico, serviços públicos etc.)
apenas são possíveis por meio da conexão de computadores em rede.
Redes de computadores 55
O termo Indústria 4.0 foi criado para definir o que podemos denominar como
Quarta Revolução Industrial, surgida com a adoção da internet como ferramenta de
apoio ao desenvolvimento e gestão de atividades industriais. No caso, fazer com
que a tecnologia (principalmente a internet) possibilite a comunicação entre equi-
pamentos industriais e seres humanos (SACOMANO; SATYRO, 2018b).
Por sua vez, a Terceira Revolução Industrial foi caracterizada pelo surgimento
de controladores lógicos programáveis (década de 1960), utilizados para a auto-
mação industrial, além do uso das tecnologias da informação. Desenvolveu-se o
Sistema Toyota de Produção, também conhecido como produção enxuta ou lean
manufacturing. Esse sistema é caracterizado pela preocupação com a redução de
desperdícios e perdas, pela redução de estoques, pela produção conforme a de-
manda (produção puxada) e pela comunicação ou parceria entre fornecedores e
produtores (SACOMANO; SATYRO, 2018b).
Dessa forma, é cada vez mais difícil imaginarmos nossas vidas sem a internet.
Serviços que antes eram realizados presencialmente (inclusive públicos), estão sen-
do cada vez mais oferecidos exclusivamente por meio virtual. É preciso, portanto,
que conheçamos como essa rede funciona.
O tráfego de dados na Indústria 4.0 pode ser definido por meio dos modelos
OSI e TCP/IP, anteriormente estudados. Os dados são gerados na camada de apli-
cação do computador de origem e convertidos em um formato que possibilita a sua
efetiva transmissão. A conexão é feita entre o computador de origem e o destina-
tário; e o protocolo de transmissão (TCP, UDP ou outro) é definido pela camada de
transporte. Os dados, finalmente, são transmitidos por meio analógico (cabo ou via
aérea) até o computador destinatário, que realiza o processo inverso – transforma
os dados analógicos no formato digital e os exibe no computador do usuário.
Esses serviços são utilizados tanto por pessoas físicas quanto por empresas.
Um exemplo de provedor de serviços na nuvem é o Google – aplicativos como o
Google Drive, Google Maps e o próprio buscador da empresa são exemplos de
serviços na nuvem oferecidos para os mais diferentes públicos para finalidades
pessoais e profissionais.
São oferecidos sob os mais diferentes formatos – desde serviços de banco de dados,
hospedagem de páginas de internet, armazenamento de arquivos, até aplicativos on-line.
Redes de computadores 57
Consistem em infraestruturas que, originalmente, seriam fisicamente presentes em
uma organização, mas agora são migradas e gerenciadas na nuvem.
Isso significa migrar servidores físicos do ambiente interno de uma organização, por
IaaS exemplo, para um ambiente externo, sendo tais servidores gerenciados por um provedor
de serviços em nuvem.
Uma forma possível de estruturar esse tipo de arquitetura é por meio da dispo-
nibilização de um computador conectado à internet, com um software de
servidor instalado e uma conexão com IP fixo tendo roteador configu-
rado para redirecionamento de portas (ou seja, quando o endereço
IP é digitado com a porta, esta redireciona a conexão para o com-
putador). Assim, pessoas podem acessar os serviços oferecidos
por esse servidor bastando apenas conectarem-se à internet e
o acessarem.
O uso da computação na nuvem é uma prática que tem sido cada vez mais
adotada pelas organizações para o gerenciamento dos seus dados, dispensando a
necessidade da instalação e manutenção de servidores físicos. Para indústria, co-
mércio ou prestação de serviços, a computação na nuvem pode ser adaptada para
as mais diferentes finalidades.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Configurar uma rede de computadores vai além do cabeamento – aspectos como
topologia, camadas, protocolos, configuração de sistemas operacionais, entre outros,
são essenciais para que os computadores, além de conectados, enviem e recebam
dados de modo íntegro e seguro.
Tendo em vista as múltiplas possibilidades de configuração para redes de compu-
tadores, podemos afirmar que não existe uma configuração de rede ideal que abranja
a maior parte, ou todos os tipos de infraestrutura de TI. Configurar redes depende de
aspectos como quantidade de pontos (ou nós), finalidade da infraestrutura de TI (se pri-
vada, pública ou organizacional), configurações dos computadores conectados e, prin-
cipalmente, aspectos financeiros (considerando que as tecnologias têm um custo para
serem implantadas). Dessa forma, o planejamento de uma infraestrutura de rede requer
um estudo prévio a respeito dos itens de hardware e software a serem utilizados.
O planejamento da infraestrutura de redes de computadores também deve consi-
derar os avanços tecnológicos, principalmente os que serão realidade nos próximos
anos. Conforme os avanços se tornam realidade, a infraestrutura deve, na medida do
possível, ser atualizada para se encontrar em consonância com as tecnologias atuais
e fazer o melhor uso possível dos seus benefícios. No caso de redes organizacionais,
Redes de computadores 59
cabe ao profissional de TI se encontrar por dentro dessas tecnologias para sempre
proporcionar a melhor solução possível para os seus clientes.
ATIVIDADES
Vídeo 1. Para entendermos o funcionamento do processo de comunicação em rede, é
necessário compreendermos o processo de transmissão de dados, desde o
comando de envio até o recebimento pelo destinatário. Segundo o modelo de
referência OSI, o processo de transmissão de dados em rede passa por sete
camadas: aplicação, enlace de dados, rede, transporte, sessão, apresentação
e aplicação. Considere o processo de transmissão de um arquivo compactado
e descreva o passo a passo desse processo, tendo em mente as camadas
anteriormente descritas.
REFERÊNCIAS
FOROUZAN, B. A. Comunicação de dados e redes de computadores. Porto Alegre: AMGH, 2010.
PRESSMAN, R. S.; MAXIM, B. R. Engenharia de software: uma abordagem profissional. Porto Alegre: AMGH, 2016.
SACOMANO, J. B.; SATYRO, W. C. Indústria 4.0: conceitos e elementos transformadores. In: SACOMANO, J.
B. et al. (org.). Indústria 4.0: conceitos e fundamentos. São Paulo: Blucher, 2018a.
SACOMANO, J. B.; SATYRO, W. C. Introdução. In: SACOMANO, J. B. et al. (org.). Indústria 4.0: conceitos e
fundamentos. São Paulo: Blucher, 2018b.
TANENBAUM, A. S.; WETHERALL, D. Redes de computadores. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.
Projetos de infraestrutura de TI 61
dutos e serviços, às necessidades da organização. Também é preciso que as pessoas
sejam capacitadas para a operação e a manutenção dessa infraestrutura.
Uma vez implantada a infraestrutura de TI, o passo seguinte é adotar as ações
de governança necessárias para que essa infraestrutura, além de desempenhar suas
funções adequadamente, proporcione à organização os resultados esperados. Esses
resultados devem ser obtidos de acordo com os princípios legais, éticos, culturais,
estratégicos, táticos e operacionais da organização.
Finalmente, deve-se considerar questões relativas à manutenção da infraestrutura
de TI, que se inicia com a capacitação de profissionais para a realização das atividades,
contemplando todos os elementos da infraestrutura de TI – h
ardware, software, tele-
comunicações, gestão de dados e infraestrutura.
Objetivos de aprendizagem
Projetos de infraestrutura de TI 63
contrapartida, optar por adquirir um software que também atenda a essas de-
mandas, dimensionando (adequando, melhorando, eliminando elementos) esse
software ao modelo de informações levantado.
Visual Generation/Shutterstock
Requisitos Declaração Entregas
Concepção
A primeira etapa consiste nas atividades preparativas para o levantamento dos requisitos,
considerando-se que, para que eles sejam levantados, é preciso primeiramente definir
para qual sistema de informação esses requisitos serão aplicados.
Logo, nesta etapa, efetua-se primeiro a identificação das partes interessadas – definem-
-se as características e necessidades de fornecedores, colaboradores, lideranças, alta
direção e demais partes interessadas pertinentes.
Levantamento de requisitos
(Continua)
Projetos de infraestrutura de TI 65
Outra técnica consiste na entrevista – isto é, perguntas abertas e fechadas que podem ser
realizadas com as partes interessadas –, abrangendo os diferentes aspectos da infraes-
trutura, quais são as necessidades a serem atendidas, qual é a disponibilidade de verba
para o projeto, quais são os setores a serem atendidos, dentre outras questões.
Também é possível utilizar a etnografia, que consiste na observação das atividades de-
sempenhadas no local onde a infraestrutura de TI será instalada, considerando as ativi-
dades desempenhadas pelos colaboradores, a disponibilidade de local para cabos e a
instalação de estações de trabalho, dentre outras questões.
Elaboração
Uma vez que os requisitos foram coletados com o uso de uma ou mais técnicas anterior-
mente citadas, o próximo passo da definição dos requisitos é a elaboração, que consiste
na transformação das informações levantadas pelas técnicas anteriores nos requisitos
(que podem ser funcionais ou não funcionais) do projeto de infraestrutura de TI.
Nesta etapa, define-se, portanto, uma lista de requisitos a ser apresentada para as partes
interessadas do projeto, em especial aos clientes (patrocinadores) e à própria equipe de
desenvolvimento, para discussão.
Negociação
Para que isso seja possível, é necessário, em primeiro lugar, que os patrocinadores do
projeto tenham o conhecimento sobre a lista preliminar de requisitos. Assim, é possível
negociar essa lista com a adição de novos requisitos (se necessário), a retirada de requisi-
tos pouco úteis ou redundantes, ou mesmo a fusão de dois ou mais requisitos em um só.
(Continua)
Documentação de requisitos
Livro
Uma vez que os requisitos são negociados e aprovados, a próxima etapa consiste na sua
documentação.
Esta é uma etapa importante para que os requisitos, uma vez documentados e formaliza- No livro Engenharia de re-
dos, possam ser utilizados como base para a definição do próprio escopo do projeto, bem quisitos: software orientado
como das atividades a serem desempenhadas; e dos prazos e custos dessas atividades, ao negócio, os autores
apresentam o processo
além de aspectos de qualidade (por exemplo, validar que determinado requisito foi cum-
de engenharia de
prido com sucesso e, por consequência, uma atividade ou etapa específica do projeto). requisitos contemplando
o papel das tecnologias
da informação como
essenciais para o apoio
A definição dos requisitos para a infraestrutura de TI é de grande importân- e a adequada condução
das atividades organi-
cia para que as demais etapas da implantação da infraestrutura de TI sejam zacionais. Uma leitura
bem-sucedidas. A definição dos requisitos é essencial para que a infraestrutura recomendada para quem
deseja se aprofundar nos
de TI seja adequadamente definida quanto ao seu escopo, atendendo, dessa for- processos e atividades
ma, às necessidades das partes interessadas. O dimensionamento adequado da relacionados à engenha-
ria de requisitos.
infraestrutura de TI – resultado da etapa de definição dos requisitos – possibilitará
VAZQUEZ, C. E.; SIMÕES, G. S. Rio de
a definição dos critérios necessários para estabelecer a quantidade adequada de Janeiro: Brasport, 2016.
recursos, tanto humanos como materiais, tecnológicos e, inclusive, financeiros.
Projetos de infraestrutura de TI 67
A organização também precisa, antes de di-
mensionar a sua infraestrutura de TI, conhecer
os processos que serão contemplados por esse
dimensionamento. Os processos organizacio-
nais devem ser mapeados quanto à sua com-
plexidade, bem como quanto às suas atividades
(e o sequenciamento delas), e às pessoas que as
desempenham (com relação à sua quantidade e às
suas atribuições). Esse procedimento de conhecimen-
to e mapeamento é necessário, inclusive, antes de se
tomar qualquer decisão relativa às tecnologias a se-
rem utilizadas, como hardware e software.
PCH.Vector/Shutterstock
Uma vez que os processos estão mapeados, o mo-
delo de informações definido e os requisitos levanta-
dos e aprovados pelo cliente, será possível dimensionar a infraestrutura de TI.
Inicialmente, será possível a realização do planejamento, da modelagem e do
desenvolvimento dos sistemas de informação que serão utilizados para a gestão
dos dados e das informações levantados pelo modelo de informações, sendo que
esses aspectos processados serão adequados para serem aplicados na execução
dos processos organizacionais mapeados. O sistema de informação (software) de-
verá ser desenvolvido de maneira que seja compatível com os demais elementos
da infraestrutura de TI – hardware, telecomunicações, gestão de dados e infraes-
trutura – e, também, adequado às competências das pessoas que executam os
processos contemplados por esse sistema.
Outra decisão importante a ser tomada é relativa ao hardware a ser adquirido
e utilizado. Primeiramente, é preciso considerar a disponibilidade atual de equipa-
mentos nos setores onde a infraestrutura de TI deverá ser implantada. O hardware
deve ser dimensionado com relação a elementos básicos como processamento,
memória, capacidade de disco, compatibilidade com sistemas operacionais e apli-
cativos, periféricos necessários.
Deve-se considerar a necessidade de implantação de infraestrutura de rede,
incluindo questões como cabeamento de rede, topologia, modems, roteadores,
comunicação sem fio etc. Esse projeto deve considerar questões como a estrutura
física (edificação) onde a organização desempenha suas atividades, a disponibilida-
de de provedores de conexão à internet e telefonia, barreiras físicas para a passa-
gem de cabos e a necessidade de pontos de rede para a instalação de estações de
trabalho.
A definição e a instalação de servidores para a gestão de dados dependem das
decisões anteriormente definidas. Um servidor necessita de um ponto de rede,
de cabeamento e, assim como os demais computadores, de software instalado.
Precisa, também, estar protegido contra invasões tanto físicas (uma pessoa inva-
dindo o local onde o servidor se encontra, por exemplo) quanto virtuais (como um
hacker quebrando as barreiras de segurança), bem como contra aspectos ambien-
tais (umidade, calor, variações na rede elétrica, dentre outros fatores).
Deve-se considerar na definição do escopo de uma infraestrutura de TI, ainda, a
necessidade de capacitar pessoas para a operação e a manutenção dessa infraes-
Projetos de infraestrutura de TI 69
Esse equipamento, mais o CLP, poderá estar ligado a uma estação de trabalho
dotada de periféricos (monitor, teclado, mouse etc.), por meio da qual um opera-
dor poderá determinar os parâmetros utilizados no processo de transformação.
Da mesma forma que as estações de trabalho no setor administrativo, as do setor
produtivo estariam conectadas à rede da empresa e aos servidores desta por meio
de cabos de rede ligados a um roteador ou switch. Por meio dessas conexões, os
equipamentos industriais possuirão acesso, também, aos bancos de dados da or-
ganização, que poderão alimentá-los com dados a respeito do desempenho do sis-
tema produtivo como um todo. Para a automação de processos, é possível utilizar,
ainda, paradigmas como a Internet das Coisas (por exemplo, microcontroladores
ligados a equipamentos), computação na nuvem (como controle dos equipamen-
tos industriais a distância), dentre outros.
naum/Shutterstock
A definição do escopo de um projeto de infraestrutura de TI, portanto, precisa
considerar, além dos requisitos definidos pelo cliente, a abrangência das soluções
que serão oferecidas e como será efetuada a entrega de cada solução desenvolvi-
da. As entregas deverão estar organizadas por custos e tempo e ser controladas
quanto à adequação às necessidades do projeto. Essa adequação pode ser feita
conforme os princípios de utilidade e garantia (FREITAS, 2013).
Projetos de infraestrutura de TI 71
Uma vez definido o escopo para a infraestrutura de TI, ele deverá ser apresentado
às partes interessadas do projeto para aprovação – no caso, os patrocinadores do
projeto (clientes e alta direção). Recomenda-se que esse escopo seja também dis-
cutido com usuários e fornecedores. Os usuários podem contribuir com o projeto,
por exemplo, sugerindo melhorias, tendo em vista que eles diariamente desempe-
nham as suas atividades nos setores onde a infraestrutura de TI será implantada.
Os fornecedores, por sua vez, podem contribuir com o escopo oferecendo soluções
em computadores, equipamentos e software adequadas para as necessidades e os
requisitos do projeto – incluindo suporte técnico pós-implantação.
O sexto e último passo é o controle do cronograma. Essa etapa consiste em, uma
vez que o cronograma está aprovado, controlá-lo de maneira que os prazos pro-
postos para cada atividade no projeto sejam respeitados para que as entregas
propostas sejam realizadas conforme combinado com o cliente. Porém, para que
um cronograma seja adequadamente gerenciável, é necessário que seja definido
de modo que os prazos para a realização das atividades possam, com a disponibi-
lidade de recursos e profissionais, ser devidamente respeitados.
Projetos de infraestrutura de TI 73
Figura 3
Modelo de gráfico de Gantt
Petr Vaclavek/Shutterstock
CRONOGRAMA DO PROJETO JAN-JUN 2021
Atividade 1
Atividade 2
Atividade 3
Atividade 4
Atividade 5
Atividade 6
Atividade 7
Nesses projetos, custos abrangem itens como mão de obra (direta e indireta),
encargos, equipamentos, materiais, transporte, taxas etc. Existem diferentes ma-
neiras possíveis de se estimarem os custos para esses projetos (POSSI, 2005), con-
forme disposto a seguir.
Projetos de infraestrutura de TI 75
como também cada um deles será cumprido de modo que os clientes e o usuário
estejam satisfeitos ao final do processo de implantação da infraestrutura de TI.
Por exemplo, consideremos uma organização industrial, que realiza tanto pro-
cessos produtivos quanto administrativos, que está iniciando suas atividades em
um espaço físico novo e, portanto, necessita da implantação de uma infraestrutura
de TI em sua integridade.
Artem Kovalenco/Shutterstock
Primeiramente, será necessária a realização de um levantamento
com relação aos processos que serão executados nos setores da
organização, assim como aos requisitos do cliente que deverão ser
considerados para a viabilização da infraestrutura. Questões
como dimensionamento dos postos de trabalho, elementos
físicos automatizados no sistema produtivo (máquinas, es-
teiras, dentre outros) e disponibilidade de infraestrutura
de rede externa (no caso, serviços prestados por prove-
dores de acesso à internet) são essenciais para deter-
minar como será formatada a infraestrutura de TI. Além
disso, deve-se atentar à necessidade da presença de ser-
viços externos para o sucesso dessa infraestrutura – servi-
ços de telecomunicações, de manutenção, de software ou
Projetos de infraestrutura de TI 77
plataforma por assinatura (se for o caso). Todos esses itens devem ser também
dimensionados e custeados. É necessário, também, considerar com o cliente ques-
tões como tempo e qualidade do processo, conforme tratado anteriormente.
Macrovector/Shutterstock
redes internas e internet deverão ser resolvidas antes da instalação de computado-
res e softwares. Caso a organização possua um servidor central, por meio do qual
acessará as bases de dados e os programas hospedados nele, ele deverá
também ser prioritariamente configurado. Questões como pontos de rede,
móveis, cadeiras e conexões entre computadores e máquinas ou equipa-
mentos industriais devem ser dimensionadas, adquiridas e instaladas.
3.5 Governança da TI
Vídeo Nesta seção abordaremos o papel da governança na manutenção da infraes-
trutura de TI. Primeiramente, deve-se considerar que, para a infraestrutura de TI
ser governada com sucesso, ela já deve existir na organização. Desse modo, não
basta apenas instalar cabos, hardware ou mesmo softwares se esses elementos
não estiverem adequados às necessidades das pessoas que atuam nas diferentes
atividades e tarefas da organização.
Projetos de infraestrutura de TI 79
cada colaborador em termos de software e hardware, qual é seu nível de acesso
nos sistemas e bancos de dados da organização e como esse profissional pode
contribuir para a implantação e, futuramente, a manutenção do sistema. É preciso
considerar, principalmente, se o profissional não necessita de capacitação prévia
para a utilização da infraestrutura de TI e como prover essa capacitação.
O COBIT 5.0 também prevê que a organização deve buscar, nas atividades de TI
– inclusive as relacionadas à infraestrutura – a aplicação de um modelo único inte-
grado. Isto é, todas as boas práticas de TI, incluindo outros modelos de referência,
como o ITIL, o CMMI, o MPS/BR, as normas ISO 9001, ISO/IEC 20000 e ISO/IEC 27000 e
Iconic Bestiary/Shutterstock
quadamente projetada, dimensionada e implantada. Em caso negativo, as práticas FERNANDES, A. A.; ABREU, V. F. Rio
de Janeiro: Brasport, 2014.
de governança não surtirão o efeito desejado.
Projetos de infraestrutura de TI 81
a essa infraestrutura. Considerando-se que uma infraestrutura de TI se encontra
diretamente relacionada a uma organização e suas atividades, os riscos oferecidos
por uma infraestrutura de TI, se concretizados, podem resultar em prejuízos ou
mesmo paradas nessas atividades.
alexdndz/Shutterstock
Projetos de infraestrutura de TI 83
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
A infraestrutura de TI é um importante elemento de apoio para as atividades pro-
dutivas e administrativas de uma organização. Sendo assim, a implantação dessa
infraestrutura não pode ser realizada de maneira improvisada ou sem considerar as-
pectos relativos a escopo, tempo, custos e qualidade.
As atividades desempenhadas pelos diferentes setores de uma organização devem,
portanto, ser estudadas e dimensionadas considerando-se as competências – conhe-
cimentos, habilidades e atitudes – dos usuários. Os componentes da infraestrutura
de TI – hardware, software, telecomunicações, gestão de dados e infraestrutura física
– devem ser definidos racionalmente, levando em conta tanto questões de viabilidade
operacional e tecnológica como limitações operacionais e financeiras da organização.
Dessa forma, antes de implantada, a infraestrutura de TI deve ser planejada com
cuidado. Os requisitos dessa infraestrutura, considerando aspectos funcionais, de
desempenho, de segurança, dentre outros, devem ser levantados com a participação
do cliente. Com base nesses requisitos e no dimensionamento dos setores, a infraes-
trutura deve também ser dimensionada para ser implantada apenas quando for apro-
vada pelo cliente e os recursos e profissionais, disponibilizados para tal.
Uma vez implantada, a infraestrutura de TI deve ser adequadamente governada e
mantida, sendo atualizada conforme as mudanças operacionais e administrativas da
própria organização.
Assim, conclui-se que o projeto da infraestrutura de TI é uma atividade que demanda
cuidado e muita atenção aos detalhes de caráter técnico. Dessa forma, a implantação da
infraestrutura de TI demanda profissionais capacitados em diferentes áreas do conheci-
mento, que devem agir com engajamento por meio do mútuo relacionamento entre si,
com a presença de lideranças que contribuam para a viabilização do projeto. O projeto
da infraestrutura de TI, além de uma atividade técnica, é uma atividade humana.
ATIVIDADES
1. Defina cinco possíveis requisitos para uma infraestrutura de TI hipotética, ou seja,
Vídeo
o que ela deverá possuir ou como deverá funcionar, e pelo menos uma definição
de cada item (hardware, software, telecomunicações, gestão de dados e pessoas).
Projetos de infraestrutura de TI 85
4
Gerenciamento de
configuração e mudança
Toda infraestrutura de TI, para funcionar adequadamente, necessita ser configura-
da. Tal configuração deve estar constantemente atualizada, para que o desempenho
dessa infraestrutura esteja sempre conforme os requisitos determinados, ou seja, os
requisitos que a organização espera com relação à funcionalidade e ao desempenho.
Configurar algo significa ajustar, sintonizar, harmonizar e combinar. Significa, com
base em um padrão preestabelecido, fazer com que um determinado item ajuste suas
características e comportamentos a tal padrão. No caso da infraestrutura de TI, a con-
figuração contempla uma série de ajustes necessários para que um sistema funcione
adequadamente e gere, em suas saídas, a satisfação dos requisitos esperados.
Configurar a infraestrutura de TI significa adequar as tecnologias para uso em pro-
cessos, por pessoas, para finalidades de caráter estratégico, gerencial e operacional.
Tal adequação inicia na compra da tecnologia mais apropriada e abrange a instalação
e o ajuste corretos, tendo continuidade no uso apropriado da tecnologia conforme os
procedimentos corretos.
A configuração de uma infraestrutura de TI não é um processo que deve ser reali-
zado somente quando um novo item de configuração é implantado nessa infraestru-
tura. É um processo que deve ser feito com intervalos planejados, tendo como critério
de realização a necessidade de mudanças e atualizações nesse sistema, de modo que
o item configurado contribua de maneira ativa para o adequado desempenho desse
sistema.
Assim, os procedimentos de configuração da infraestrutura de TI devem ser prée-
via e sistematicamente definidos, além de planejados, realizados e controlados. Cada
item de configuração, quando ajustado, reflete o seu desempenho nos demais itens
conectados a ele, logo não basta somente ajustar esse item sem considerar os possíveis
impactos de tal ajuste no sistema como um todo.
Dessa forma, é importante que os ajustes nos itens de configuração de uma infraes-
trutura de TI sejam feitos por profissionais devidamente capacitados e preparados para
tais procedimentos. Cada item de configuração requer conhecimentos específicos para
sua instalação e ajuste. Itens de software, por exemplo, requerem conhecimentos espe-
cíficos em engenharia de software, ao passo que itens de hardware requerem conhe-
cimentos em engenharia de computação. Itens de telecomunicações e de gestão de
dados requerem conhecimentos específicos também para essa área. Logo, recomenda-
-se, para a realização de ações de configuração, a contratação de especialistas sempre
que possível.
Neste capítulo serão discutidos assuntos relacionados ao gerenciamento da confi-
guração e da mudança na infraestrutura de TI, considerando que tais questões fazem
Objetivos de aprendizagem
Ainda, de acordo com Paula Filho (2019), uma série de erros devem ser evitados
durante esse processo de configuração.
Artos/Shutterstock
Os erros relativos ao produto dizem respeito às configurações do produto em
si, como excessos de requisitos, inserção de características dispensáveis,
dentre outros.
Os erros relativos a pessoas, por sua vez, abrangem questões como patrocínio
inadequado, desentendimentos entre desenvolvedores, ambientes de trabalho
insalubres, dentre outros.
(Continua)
Os ANS, uma vez definidos, devem ser viabilizados por meio de outros acordos
relevantes para a organização, como os Acordos de Nível Operacional (ANO) e os
Contratos de Apoio (CA).
Artos/Shutterstock
RECRUTAMENTO
E SELEÇÃO
PROCESSO PROCESSO
INTERNO EXTERNO
k
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ter
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Exemplos de nobreak ou fonte de
hut
t/S
alimentação ininterrupta (Uninterruptible
nR
Power Supply – UPS).
osu
Pa
Com relação ao software, é necessário pensar, principalmente, aspectos relati-
vos à instalação e à configuração de parâmetros e os adicionais (plug-ins) necessá-
rios para a adequada operação por parte do usuário. Em primeiro lugar, deve-se
considerar a escolha do sistema operacional adequado para os propósitos da sua
infraestrutura de TI. Embora haja sistemas operacionais proprietários acessíveis
no mercado, tais sistemas podem apresentar limitações ou proibições para a rea-
lização de atividades específicas, como a configuração de servidores, bancos de
dados e conexão de rede ponto a ponto. Dessa forma, sistemas operacionais de
código aberto, como os baseados no kernel Linux, podem ser mais adequados,
quando configurados corretamente. As imagens (arquivos de instalação) desses
sistemas se encontram na internet para serem baixadas gratuitamente, e a insta-
lação geralmente segue tutoriais em que as opções mais adequadas geralmente
são oferecidas aos usuários. O funcionamento desses sistemas ocorre de modo
similar ao dos sistemas proprietários, com a diferença de que existem aplicativos
que somente são desenvolvidos para os sistemas proprietários – nesse caso, é ne-
cessário pesquisar por aplicativos similares na internet para serem usados nesses
sistemas operacionais.
Ashalatha/Shutterstock
SSH cliente conectando-se ao servidor SSH na nuvem por meio de um firewall seguro.
Alless/Shutterstock
• Indicador que mede o quanto um determinado item
de configuração é confiável, ou seja, quanto tempo
Medium Time Between pode operar sem a necessidade da realização de
Shutdowns (MTBS – tempo paradas para manutenção preventiva.
médio entre paradas) • É útil para medir, principalmente, itens
automatizados que operam de modo constante (por
exemplo, robôs e máquinas).
A eficiência deve ser buscada por meio do aproveitamento, sempre que possí-
vel, dos recursos humanos, materiais, financeiros e tecnológicos disponíveis para o
funcionamento da infraestrutura de TI. Nesse caso, a eficiência significa adotar um
plano de manutenção preventiva eficiente, com a estruturação de um cronogra-
ma de manutenções preventivas contemplando os principais itens de manutenção,
como componentes, periféricos, fontes, ventoinhas, dentre outros. Também deve
Mudanças podem acontecer com qualquer item de configuração, seja ele rela-
cionado ou não à infraestrutura de TI. As mudanças possuem várias motivações,
No caso dos itens da infraestrutura de TI, alguns exemplos de riscos e não con-
formidades podem ser observados, por exemplo:
Kuliperko/Shutterstock
Mau funcionamento de computadores; corrupção de memórias
HARDWARE secundárias; processador com capacidade insuficiente para as ativi-
dades demandadas pelo processo; defeitos ocasionados por picos e
quedas de energia elétrica; mau funcionamento de periféricos conec-
tados ao hardware; dentre outros.
Kuliperko/Shutterstock
Procedimentos mal estruturados (desatualizados ou não condizentes
PROCESSOS com o que realmente é executado); indicadores mal elaborados (não
mensuram o desempenho da organização de fato); controles de qualidade
ineficientes; falta de identificação e rastreabilidade dos recursos utiliza-
dos no processo de fabricação ou prestação de serviços; dentre outros.
Emergencial
No caso de uma infraestrutura de TI, melhorias podem ser feitas tanto de modo
incremental como de modo radical, conforme a necessidade a ser satisfeita. As
melhorias podem contemplar a substituição de uma tecnologia por outra, a substi-
tuição de um equipamento por outro, a atualização de um software para uma nova
versão, a adoção de um processo – sequência ordenada de atividades – mais efi-
ciente ou mais eficaz, a realização de treinamentos para melhorar a capacitação
das pessoas que operam a infraestrutura de TI, dentre outras ações.
Primeiramente é necessá-
rio identificar erros, defeitos
ou oportunidades de melhoria
na infraestrutura de TI atual.
UA
R
O
LH
operacionais e, a partir desse ME
Após isso, deve-se analisar os riscos para o processo ou para o negócio de cada
erro, defeito ou oportunidade de melhoria. Tal análise deve contemplar elementos
como as possibilidades de melhoria, a verificação da viabilidade operacional e fi-
nanceira de cada possibilidade de melhoria, testes realizados com a mudança em
ambiente operacional, questões relacionadas a tempo e custos, aspectos de segu-
rança da informação (acessos e permissões necessárias), necessidades de ajustes e
manutenções em equipamentos, além de treinamento necessário para as pessoas
se adaptarem e gerirem a mudança.
Em seguida, deve-se planejar a melhoria de modo que ela possa ser implemen-
tada conforme as condições operacionais e financeiras da organização. Nesse caso,
as melhorias relacionadas à infraestrutura devem ser implementadas atentando
a aspectos como a necessidade de paradas na produção ou nas atividades admi-
nistrativas para a implantação de elementos de infraestrutura (por exemplo, har-
dware e redes), a capacitação das pessoas para atuar com os novos elementos
componentes da melhoria, indicadores de desempenho, cronograma de implanta-
ção, custos a serem considerados, dentre outros aspectos.
As não conformidades primeiramente devem ser tratadas por meio das corre-
ções. Uma correção consiste em uma ação para se eliminar a não conformidade
(CARPINETTI; GEROLAMO, 2016), devendo ser feita o mais rápido possível assim
que a não conformidade é detectada, para que esta não continue prejudicando o
desempenho do processo. No caso da infraestrutura de TI, por exemplo, um siste-
ma mal configurado deve ser configurado o mais rápido possível, assim como uma
brecha de segurança em uma rede deve ser eliminada o Rawpixel.com/Shutterstock
Além de uma parte do sistema no exemplo anterior estar mal configurada, outras
partes também podem estar. Sendo assim, logo que uma não conformidade é des-
coberta, não somente o elemento em não conformidade deve ser tratado, mas tam-
bém as causas dessa não conformidade, para que ela não volte mais a ocorrer. Assim
que se detectar que uma pessoa não consegue operar um sistema, por exemplo,
recomenda-se capacitar aquela pessoa, assim como outras que porventura pos-
Gestão da Qualidade ISO
sam necessitar usar esse sistema. O mesmo se aplica a uma determinada brecha
9001:2015: requisitos de segurança no nó de uma rede, além disso outros nós podem estar com brechas
e integração com a ISO
14001:2015 apresenta, de
também, devendo ser verificados e, se cabível, tratados. Esse processo de ação com
maneira didática, os prin- relação às causas da não conformidade é denominado ação corretiva.
cípios básicos da Gestão
da Qualidade, tendo como Recomenda-se que as ações corretivas sejam estruturadas por meio de planos
base a norma internacional
ISO 9001:2015. O livro
de ação, a fim de determinar papéis, responsabilidades e autoridades para os en-
aborda, também, questões volvidos e afetados pela não conformidade. Como qualquer iniciativa de melhoria,
relacionadas à gestão de
melhorias, não conformida-
essas ações também devem abranger atividades a serem realizadas, cronograma,
des e ações corretivas. orçamentação etc. Os resultados das ações devem ser registrados, e a efetivida-
CARPINETTI, L. C. R.; GEROLAMO, M. C. de delas atestada, para que, no caso de não conformidades de natureza similar,
São Paulo: Atlas, 2016.
tais ações possam ser repetidas para agilizar a eliminação das causas das não
conformidades.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
A configuração da infraestrutura de TI inicia com a compreensão das características
do processo para o qual essa infraestrutura será configurada. É necessário estudar as-
pectos como procedimentos, riscos, pessoas envolvidas, disponibilidade de recursos,
dentre outros.
Neste capítulo, estudamos os principais aspectos relativos à configuração efeti-
va de uma infraestrutura de TI, abrangendo elementos como configuração básica de
hardware, instalação e configuração de software, aspectos de telecomunicações e re-
des (portas, IPs etc.), gestão de dados (configuração de softwares SGBD, dimensiona-
mento de bancos de dados, quantidade de servidores etc.).
Gerenciar a configuração de uma infraestrutura de TI requer conduzir mudanças
e melhorias de modo que a infraestrutura esteja sempre atualizada conforme as ne-
cessidades e requisitos do processo para o qual se encontra instalada. Por isso, antes
de efetuar quaisquer mudanças ou melhorias em termos de configuração, torna-se
necessário, em primeiro lugar, estudar e analisar tanto o processo como a própria
infraestrutura, em busca de necessidades de mudança e oportunidades de melhoria.
Após isso, tais mudanças e melhorias devem ser adequadamente planejadas e imple-
mentadas, para que os resultados a serem obtidos sejam efetivos.
Vimos, também, que as configurações e o desempenho dos serviços relacionados
à TI podem ser gerenciados por meio dos denominados ANS, que possibilitam a forne-
cedores e a tomadores de serviços relacionados à TI um documento em comum que
estabelece os padrões de configuração e prestação de serviços desejados.
ATIVIDADES
Vídeo 1. O ANS é um documento que planeja e organiza o desempenho da infraestrutura
de TI em uma organização. Cite os principais componentes de um ANS e como esse
documento pode ser adequadamente estruturado em uma organização.
REFERÊNCIAS
ALBERTIN, A. L.; SANCHEZ, O. P. Outsourcing de TI: impactos, dilemas, discussões e casos reais. Rio de
Janeiro: Editora FGV, 2008.
CARPINETTI, L. C. R.; GEROLAMO, M. C. Gestão da qualidade ISO 9001:2015. São Paulo: Atlas, 2016.
CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas: o novo papel da gestão do talento humano. São Paulo: Atlas, 2020.
MAGALHÃES, I. L.; PINHEIRO, W. B. Gerenciamento de serviços de TI na prática: uma abordagem com base
da ITIL. São Paulo: Novatec, 2007.
PAULA FILHO, W. P. Engenharia de software: projetos e processos. Rio de Janeiro: LTC, 2019.
Objetivos de aprendizagem
fizkes
compreender o funcionamento da parte lógica dessa in-
/Shutt
fraestrutura (software e SGBD), uma vez que ela será insta-
erstoc
lada nessa infraestrutura física, devendo apresentar
k
compatibilidade com esta.
whiteMocca/Shutterstock
Assim, a parte lógica de uma infraestrutura de TI deve levar em conta tudo
o que envolve as operações de processamento de dados, de modo que seja
possível a inserção adequada deles no sistema, bem como o seu processamento
de maneira lógica e conforme o roteiro esperado pelos sistemas de informação
instalados, e que as saídas sejam as esperadas pelo próprio sistema para serem
utilizadas para as finalidades específicas desse sistema.
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Shuttersto
ck
Entre as atividades cabíveis para a gestão da parte lógica
Alis
de uma infraestrutura de TI, encontramos a inserção, a
transformação e a saída dos dados necessários para
o funcionamento do programa. Um operador, em
um computador, atua para que os dados proces-
sados por determinado programa sejam úteis
para a tomada de decisões relativa às atividades
desempenhadas por esse programa.
Assim, existe uma série de itens que devem ser monitorados de modo estático
em um computador, os quais precisam ser contemplados no computador como
máquina funcionando de maneira isolada, sem relacionamento com outras máqui-
nas ou redes de computadores.
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Memória
Os processos de leitura/
fala/audição aplicam-se no
momento em que o usuário
escolhe, dentre esses, qual
o que melhor se aplica para Leitura/fala/
Finalmente, os processos
se adquirir informações. audição de resolução de problemas
e tomada de decisões são
adotados pelo usuário por
meio dos demais elementos
cognitivos anteriormente
Resolução de citados.
problemas
Uma vez que os dados chegam ao computador, por exemplo, devem ser
processados de maneira adequada pelos softwares e bancos de dados instalados
nesse computador, gerando as saídas necessárias para os demais computadores.
em ambos os pontos da rede, de modo que as mensagens transmitidas de um pon- Disponível em: http://speedtest.net.
Acesso em: 3 ago. 2021.
to a outro obedeçam às configurações adequadas. Assim, mensagens e protocolos
devem ser transmitidos de um ponto a outro na rede, e vice-versa, garantindo o
funcionamento adequado dos pontos.
Kachka/Shutterstock
lada, possa ser operada de acordo com essas
configurações. A configuração dos proces-
sos deve contemplar, em primeiro lugar,
a análise da viabilidade de aplicação dos
recursos humanos, materiais, financeiros
e tecnológicos para, em seguida, aplicar
efetivamente esses recursos para o
adequado desempenho do processo.
Uma vez aplicados, devemos nos aten-
tar para a utilização adequada das
tecnologias da informação para que
esses processos sejam atendidos por
essas tecnologias.
Esse método pode ser executado sempre que os profissionais que atuam na
gestão da infraestrutura de TI detectem alguma necessidade de melhoria no to-
cante a algum item de tecnologia da informação, em especial, necessidades rela-
cionadas a itens críticos, que possam resultar em algum dano parcial ou total para
a infraestrutura. Aconselhamos que os passos desse método sejam aplicados de
modo consecutivo, ou seja, um a um, até que, ao final do processo, assegure-se que
a infraestrutura de TI se encontra com sua manutenção em dia.
Esse método inicia-se pela análise dos recursos, processos e pessoas que
atuam na organização. Isso deve ser feito de maneira que a organização tenha um
panorama a respeito dos recursos que podem ser utilizados, efetivamente, para
transformar insumos e informações em valor a clientes e consumidores por meio
de produtos e serviços. Dessa forma, a organização deverá estudar seus processos
tanto relacionados quanto não relacionados às tecnologias da informação. Nesses
estudos, a organização deverá considerar, principalmente, como cada tecnologia
da informação é útil para a realização de determinado processo, assim como os
resultados gerados por meio do uso de cada tecnologia.
elenabsl/Shutterstock
erstock
en/Shutt
RossHel
Kuliperko/Shutterstock
Em primeiro lugar, a organização pode reduzir os custos para a aquisição
1
REDUÇÃO DE ou para o desenvolvimento de novos itens de infraestrutura de TI. Por
CUSTOS exemplo, reduz-se custos para o desenvolvimento de um novo software
(se já existem softwares adequados para atender às demandas apresenta-
das pela organização), para a aquisição de hardware (se a organização já
possui o hardware adequado conforme cada infraestrutura) e para atender
às questões de infraestrutura (se o cabeamento e o roteamento já se en-
contram adequadamente instalados).
Alless/Shutterstock
O primeiro passo a ser considerado consiste na denominada
reengenharia de informações.
• A estrutura da infraestrutura de TI como um todo (hardware, software,
telecomunicações, gestão de dados e infraestrutura física) é estudada
para possibilitar um mapeamento preciso e que viabilize, aos profissionais,
as ações necessárias para a melhoria da infraestrutura.
• No caso, ela é estudada em sua totalidade, abrangendo não somente a
instalação e o uso de software, mas também, de maneira balanceada,
o funcionamento dele em relação ao hardware usado, aos SGBDs e
aos itens de telecomunicações, ou seja, se os módulos do software
conectam-se adequadamente.
(Continua)
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Este capítulo contemplou, essencialmente, os aspectos a serem considerados no
gerenciamento de recursos humanos, materiais, financeiros e tecnológicos relaciona-
dos à operacionalização da infraestrutura de TI.
Uma vez a infraestrutura de TI implantada e em operação, devemos considerar,
primordialmente, se a sua configuração encontra-se adequada em termos de configu-
ração. Conforme estudamos, precisamos, em primeiro lugar, observar se tanto a parte
estática quanto a parte dinâmica da infraestrutura encontram-se em conformidade
com os processos e as pessoas que a operarão.
No caso da parte estática, devemos levar em conta, como elementos componen-
tes, os que fazem a infraestrutura funcionar sem, necessariamente, a troca de dados
entre dois ou mais dispositivos. Como exemplos, podemos citar computadores ou dis-
positivos configurados individualmente em determinada rede, os quais deverão estar
prontos para o seu pleno funcionamento quando um operador necessitar deles.
No caso da parte dinâmica, os elementos de infraestrutura devem ser pensados
não mais individualmente, mas como parte de uma estrutura maior, em que dados
e informações são intercambiados entre dispositivos, os quais devem se encontrar
mutuamente configurados para que esse intercâmbio aconteça. Assim, a comunica-
ção de dados deve considerar o que está sendo comunicado e por que está sendo
comunicado.
Além dos aspectos relacionados ao monitoramento da infraestrutura de TI, a ope-
ração dela deve cogitar os relacionados aos seus elementos físicos e lógicos, os quais
deverão ser abrangidos de modo que a conformidade seja assegurada aos elementos
ATIVIDADES
Vídeo 1. Imagine que você irá instalar e operacionalizar uma infraestrutura de TI para um
cliente. Cite, pelo menos, três aspectos físicos e três lógicos que você consideraria
na operacionalização dessa infraestrutura.
REFERÊNCIAS
EQUIPE DIGERATI. Guia técnico de montagem e manutenção de computadores. São Paulo: Digerati books,
2009.
PREECE, J.; ROGERS, Y.; SHARP, H. Design de interação: além da relação humano-computador. Porto Alegre:
Bookman, 2005.
PRESSMAN, R. S.; MAXIM, B. R. Engenharia de software: teoria e prática. Porto Alegre: AMGH, 2016.
SOMMERVILLE, I. Engenharia de software. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.
2. Cite três sistemas operacionais e pelo menos uma vantagem dos sistemas
de código aberto e dos proprietários.
Alguns sistemas operacionais disponíveis no mercado são proprietários (como o
Microsoft Windows e o macOS) e outros, de código aberto, como o Android e os
sistemas baseados no kernel Linux (Ubuntu, Debian, OpenSUSE, dentre outros).
Não existe um sistema operacional que possa ser considerado melhor do que
o outro, pois cada um apresentará vantagens e desvantagens de acordo com o
dispositivo onde é instalado e a sua aplicação prática. A vantagem dos sistemas
operacionais de código aberto é o fato de serem gratuitos (a maior parte destes),
poderem ser configurados mais facilmente para finalidades específicas (como
a configuração de servidores) e oferecerem, de maneira nativa, ambientes de
programação para diferentes linguagens, como C/C++, Java e Python. A vantagem
dos sistemas operacionais proprietários, de modo geral, é a compatibilidade com
os principais softwares existentes no mercado, como softwares de processamento
de imagens e jogos.
3 Projetos de infraestrutura de TI
1. Defina cinco possíveis requisitos para uma infraestrutura de TI hipotética –
ou seja, o que ela deverá possuir ou como deverá funcionar – e pelo menos
uma definição de cada item (hardware, software, telecomunicações,
gestão de dados e pessoas).
Uma abordagem possível diz respeito aos conceitos de utilidade e garantia
propostos pela ITIL. Quanto à utilidade, recomenda-se observar o que o sistema
deve possuir, principalmente com relação a funcionalidades, para cada setor. Por
exemplo, para um setor de armazenagem de insumos, o sistema deve possibilitar
o fornecimento de dados sobre os estoques, a temperatura dos insumos, sua
classificação (por exemplo, se são perecíveis ou não perecíveis), a data de validade,
dentre outros. Com relação à capacidade, deve-se atentar à capacidade da
infraestrutura para atender às demandas de cada setor e para o processamento
dos dados. Dessa forma, deve-se considerar uma quantidade adequada de
computadores, roteadores, modem, servidores, dentre outros equipamentos,
conforme a quantidade de estações de trabalho necessárias. Também é necessário
levar em conta questões relacionadas à disponibilidade. Em uma indústria, por
exemplo, o sistema deverá estar disponível em pelo menos duas ou três faixas de
horários, representando os turnos de trabalho para a produção dos alimentos.
Finalmente, no que se refere à segurança, deve-se pensar questões como a forma
que será utilizada para a proteção de dados (por exemplo, criptografia), o SGBD
utilizado, as proteções para o acesso em roteadores etc.
Código Logístico
9 786558 210634