Introdução

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Responsabilidade por Dano Ambiental.

Nome do Estudante: Tito José Carlos


Código de estudante: 708237044

Nampula, Abril de 2024


UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Responsabilidade por Dano Ambiental.

Nome do Estudante: Tito José Carlos

Código de estudante: 708237044

Curso: Licenciatura em Gestão Ambiental

Cadeira: Noções de Direito Ambiental

Ano de Frequência: 2º Ano

Turma: C

Tutor: Msc. Gércio Rui Alberto

Nampula, Abril de 2024


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(indicação clara do
problema)

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Conteúdo objectivos

 Metodologia 2.0
adequada ao objecto
do trabalho

 Articulação do
domínio do discurso
académico 2.0
(expressão escrita
Análise de cuidada, coerência/
discussão coesão textual)

 Revisão bibliográfica
nacional e 2.0
internacional
relevante na área do
estudo

 Exploração de 2.0
estudos

Conclusão Contributos teóricos práticos 2.0


Aspectos Formatação Paginação e tipo de tamanho
Gerais de letras, parágrafos 1.0
espaçamento entre linhas
Referências Normas APA Rigor e coerência das
bibliográfica 6 edição em citações/referências
a
4.0
s cotação e bibliográficas
bibliográfica
Recomendações de melhorias
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Índice
1. Introdução......................................................................................................................6
1.1. Objectivos...................................................................................................................6

1.1.1. Objectivo Geral.......................................................................................................6

1.1.2. Objectivos Específicos............................................................................................6

1.2. Metodologias..............................................................................................................6

2. Direito administrativo ambiental...................................................................................7

2.1. Conceitos....................................................................................................................7

2.2. Importância do direito civil na protecção do ambiente..............................................9

2.3. Responsabilidade civil ambiental (Moçambique)....................................................10

2.3.1. Actuação da administração pública na observância dos princípios de precaução e


prevenção.........................................................................................................................10

2.4. Direito penal do ambiente........................................................................................12

2.4.1. Tipos penais abertos..............................................................................................13

2.4.3. Responsabilidade Penal da Pessoa Jurídica...........................................................13

2.4.4. Os tipos legais de crimes ambientais na legislação penal / protecção criminal do


meio ambiente.................................................................................................................14

3. Conclusão....................................................................................................................15

4. Referências bibliográficas...........................................................................................16
1. Introdução
O Direito Ambiental surgiu como ramo do Direito Administrativo, posto que, no
enfoque ambiental o Direito Administrativo actuou como regulador das actividades
exercidas pelo administrado, verificando sua legalidade, enquanto o Direito Ambiental
passa a dar ênfase ao resultado dessa actividade. Diante da constante adaptação da regra
de protecção e da escala de importância do bem jurídico (meio ambiente), a matéria
ambiental afastou-se assim, do Direito Administrativo, compondo matéria própria.

O Direito Administrativo é o conjunto dos princípios que regulam a actividade jurídica


do Estado, excreto a judiciária, e a instituição dos meios e órgãos de sua acção geral".
Direito Administrativo e Direito Ambiental - O direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado é fruto da evolução dos direitos e seu conteúdo o identifica
como um direito fundamental da pessoa. o Princípio da Precaução aparece como
condição para a implementação das políticas ambientais, o que significa dizer que a
Administração Pública deve priorizar medidas de precaução perante uma actividade
potencialmente causadora de danos ao meio ambiente

1.1. Objectivos

1.1.1. Objectivo Geral


 Descrever Responsabilidade por Dano Ambiental.

1.1.2. Objectivos Específicos


 Definir o conceito de Direito Administrativo do Ambiente
 Compreender o Direito Civil do Ambiente
 Explicar o Direito Penal do Ambiente

1.2. Metodologias
A metodologia usada para a realização do trabalho em estudo, foi o método de pesquisa
bibliográfica, cingida através da leitura de livros, Módulos e artigos científicos, e o
estudo foi feito de forma qualitativa através de consulta em autores que abordam os
conteúdos relacionados com o tema.
2. Direito administrativo ambiental

2.1. Conceitos
Para podermos tratar de Processo Administrativo Ambiental é fundamental que se tenha
como norte o Direito Administrativo, para através deste, buscar argumentos que possam
assim fundamentá-lo e compreendê-lo, principalmente no que se refere à defesa do meio
ambiente.

A responsabilidade civil ambiental é um mecanismo processual para fins de


responsabilização por dano ambiental. No Direito Brasileiro se caracteriza por ser de
carácter objectivo, solidário e independentemente de antijuridicidade.

Isso significa que, para fins de responsabilização por dano ambiental, não se afere a
existência de culpa (imprudência, negligência ou imperícia). Todos os responsáveis,
directa ou indirectamente, pelo dano ambiental poderão ser chamados; e mesmo sem o
cometimento de ato ilícito, é cabível a reparação por dano ambiental, não se admitindo
excludentes de responsabilidade.

Freitas (2002) escreve que "A matéria desenvolve-se a partir da Revolução Francesa.
Dela não se cogitava no Império Romano, onde se dava ênfase ao Direito Privado".
Após este relato, pode-se concluir que o Direito Administrativo surgiu na prática, com a
Revolução Francesa, onde pôde se desenvolver, tendo como características a relação
entre o Estado e o cidadão. Tal relação se deu na busca da democratização do poder
pelo poder.

Na verdade, dano é um elemento essencial à pretensão de uma indenização, pois sem


este elemento não há como articular uma obrigação de reparar. (Costa, 1994, p. 495).60
Assim, o dano (Casillo, 1994, p. 50) deve ser visto como pressuposto necessário da
obrigação de reparar e, por conseguinte, elemento imprescindível para estabelecer a
responsabilidade civil.

Devido a esta dificuldade em identificar a concepção de dano ambiental, far-se-á uma


classificação do mesmo, levando em conta a amplitude do bem protegido, quanto à
reparabilidade e aos interesses jurídicos envolvidos, quanto à sua extensão e ao interesse
objectivado.
No que diz respeito à amplitude do bem protegido, a doutrina vem desenhando várias
significações, considerando o conceito de meio ambiente (Leitão, 1997, p. 37) que se
adopta e que se passa a mencionar:

a) Dano ecológico puro. Conforme já salientado, o meio ambiente pode ter uma
conceituação restrita, ou seja, relacionada aos componentes naturais do
ecossistema e não ao património cultural ou artificial.
b) Em maior amplitude, o dano ambiental, lato senso, ou seja, concernente aos
interesses difusos da colectividade, abrangeria todos os componentes do meio
ambiente, inclusive o património cultural. Assim, estariam sendo protegidos o
meio ambiente e todos os seus componentes, em uma concepção unitária.
c) Dano individual ambiental. ou reflexo, conectado ao meio ambiente que é, de
fato, um dano individual, pois o objectivo primordial não é a tutela dos valores
ambientais, mas sim dos interesses próprios do lesado, relativo ao microbem
ambiental.

O conceito de Direito Administrativo para Machado (2001), "o Direito Administrativo é


o conjunto dos princípios que regulam a actividade jurídica do Estado, excreto a
judiciária, e a instituição dos meios e órgãos de sua acção geral". Direito Administrativo
e Direito Ambiental - O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado é fruto da
evolução dos direitos e seu conteúdo o identifica como um direito fundamental da
pessoa.

O Direito Ambiental surgiu como ramo do Direito Administrativo, posto que, no


enfoque ambiental o Direito Administrativo actuou como regulador das actividades
exercidas pelo administrado, verificando sua legalidade, enquanto o Direito Ambiental
passa a dar ênfase ao resultado dessa actividade. Diante da constante adaptação da regra
de protecção e da escala de importância do bem jurídico (meio ambiente), a matéria
ambiental afastou-se assim, do Direito Administrativo, compondo matéria própria.

Derani, (1997), definiu Direito Ambiental, como sendo "Um sistema de normas
jurídicas que, estabelecendo limitações ao direito de propriedade e ao direito de
exploração económica dos recursos da natureza, objectivam a preservação do meio
ambiente com vistas à melhor qualidade da vida humana".
A ligação do Direito Ambiental e o Direito Administrativo, principalmente no que
concerne a protecção do meio ambiental, é explícita, pois o Direito Administrativo
possui relevância ímpar. A Constituição da República ao dispor sobre ao assunto, atribui
ao Poder Público e à colectividade o dever de defender o meio ambiente ecologicamente
equilibrado, o que se desejou foi chamar a responsabilidade não só do Estado, como
também dos cidadãos. Se é verdade que o ideal é que a colectividade tenha noção de seu
relevante papel em tal actividade, verdade é também que nem todos possuem
consciência da importância da questão. Mais uma vez ressaltasse a importância do
Direito Administrativo na defesa do meio ambiente. Cabendo atentarmos para os
instrumentos do Poder Público na defesa do meio ambiente, tanto na esfera penal, civil e
administrativa, tendo este, grande ênfase através do Processo Administrativo Ambiental.

Os tipos legais de crimes ambientais na legislação penal / protecção criminal do meio


ambiente

A repressão criminal das condutas lesivas ao meio ambiente faz parte da política
ambiental estabelecida na Carta Magna e se integra ao sistema nacional de protecção ao
meio ambiente. As condutas e actividades consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infractores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

2.2. Importância do direito civil na protecção do ambiente


Sua importância é tão significativa que torna possível por um lado, um direito, e por
outro, um dever, seja ele do cidadão, da sociedade ou do próprio Estado. Na verdade, é
um fenómeno ao mesmo tempo preocupante, em razão da questão ambiental ser muito
complexa, pois muitas vezes, envolve o poder económico e político. Entretanto, é
dinâmico e transformador que se proporcione uma reflexão a preservação não só para a
geração actual, mas também, às gerações futuras (Milaré, 2000).

Assim, levando-se em consideração a importância de se preservar o meio ambiente, seja


ele natural, ou aquele que o homem interveio, propõe-se a análise do instituto, cuja
dimensão se revela inequívoca, na medida em que, o crescimento desordenado, a
inoperância dos órgãos públicos, com carência de recursos humanos, ou a falta de
equipamentos para fiscalização, como também, a falta de consciência ecológica
agregada a um desenvolvimento perverso, ainda, sem um planeamento fundamentado
no desenvolvimento sustentável; entre outras questões sociais, faz-se necessária a
reflexão sobre um notável instrumento jurídico como este. Edis Milaré afirma: O meio
ambiente pertence a todos e a ninguém em particular; sua protecção a todos, aproveita, e
sua postergação a todos em conjunto prejudica, sendo uma verdadeira coisa comum de
todos (MILARÉ, 2004, p. 417). De fato, é fundamental o envolvimento do cidadão no
equacionamento e implementação da política ambiental, esperando-se que com o
sucesso desta supõe que todas as categorias da população e todas as forças sociais,
conscientes de suas responsabilidades, contribuam à protecção e melhoria do ambiente,
que, afinal, é bem e direito de todos.

2.3. Responsabilidade civil ambiental (Moçambique)


Depois de apontar algumas medidas para prevenir o dano, a Lei do Ambiente,
assumindo que muitas vezes este dano ocorre e que carece de ser salvaguardada a sua
reparação no âmbito do princípio da responsabilização e do poluidor-pagador, aponta
algumas directrizes de actuação ao falar da necessidade de um seguro de
responsabilidade civil e da opção pela responsabilidade objectiva. Assim, nos termos
do disposto no seu art.º 25.º “ todas as pessoas que exerçam actividades que envolvam
elevado risco de degradação do ambiente e assim classificadas pela legislação sobre a
avaliação do impacto ambiental, devem segurar a sua responsabilidade ci

2.3.1. Actuação da administração pública na observância dos princípios de


precaução e prevenção
DERANI (2002) afirma que: [...] O desenvolvimento de práticas privadas deve estar
fundado na orientação de práticas públicas, as quais teriam a vocação de efectivamente
realizar os objectivos básicos previstos no capítulo do meio ambiente, tendo presente os
demais princípios norteadores da sociedade pela orientação do comportamento
colectivo, garante-se uma prática privada gratificante ao investidor e a sociedade.

Nesta perspectiva, o Princípio da Precaução aparece como condição para a


implementação das políticas ambientais, o que significa dizer que a Administração
Pública deve priorizar medidas de precaução perante uma actividade potencialmente
causadora de danos ao meio ambiente. As políticas públicas urgem como uma
necessidade no combate aos efeitos da devastação do meio ambiente e, sobretudo, como
forma de implementar as normas que regulamentam o direito ambiental, fundamentadas
no Princípio da Precaução. Princípio da Precaução - O direito ambiental, sob o prisma
de uma ciência dotada de autonomia científica, em que pese seu carácter
interdisciplinar, observa na aplicação de suas normas, princípios específicos de
protecção ao meio ambiente.

Neste sentido, os princípios que informam o direito ambiental orientam a interpretação e


aplicação da legislação e também da política ambiental. Salienta-se, no que concerne à
importância dos princípios, a lição de CANOTILHO (1993), ao destacar que a utilidade
dos mesmos reside:

1) Em serem um padrão que permite aferir a validade das leis, tornando


inconstitucionais ou ilegais as disposições legais ou regulamentares ou actos
que o contrariem;
2) No seu potencial como auxiliares da interpretação de outras normas jurídicas;
3) Na sua capacidade de integração de lacunas.

Desta forma, é pacífico entre os doutrinadores que o Princípio da Precaução se constitui


no principal orientador das políticas ambientais, além de ser o princípio estruturante do
direito ambiental. Nesta linha de pensamento, MACHADO (2000) aponta que: A
precaução age no presente para não se ter que chorar e lastimar o futuro. A precaução
não só deve estar presente para impedir o prejuízo ambiental, mesmo incerto, que possa
resultar das acções ou omissões humanas, como deve actuar para a prevenção oportuna
desse prejuízo. Evita-se o dano ambiental através da prevenção no tempo certo.

A política ambiental preventiva não se limita à eliminação dos efeitos lesivos ao meio
ambiente, antes de tudo, ela deve se antecipar e prevenir a ocorrência de uma actividade
potencialmente danosa, isto é, previne já uma suspeição de perigo. A precaução implica
numa acção antecipatória, sugerindo cautela para que uma ação não resulte em efeitos
negativos para a protecção ambiental.

Assim, conforme MACHADO (2000):

No Princípio da Prevenção previne-se porque se sabe quais as consequências de se


iniciar determinado ato, prosseguir com ele ou suprimi-lo. O nexo causal é
cientificamente comprovado, é certo, decorre muitas vezes até da lógica. No Princípio
da Precaução previne-se porque não se pode saber quais as consequências que
determinado ato, ou empreendimento, ou aplicação científica causarão ao meio
ambiente no espaço e/ou no tempo, quais os reflexos ou consequências. Há incerteza
científica não dirimida.

O termo prevenção nos remete à frase do senso comum “mais vale prevenir do que
remediar”, ou seja, o dano ao meio ambiente deve ser evitado antes de sua
concretização, porque se conhece a consequência que surgirá em decorrência de uma
determinada actividade. Já a precaução é prioritariamente aplicada quando há o risco
de degradação do meio ambiente, mesmo que o nexo causal não tenha sido ainda
estabelecido, porque (via de regra) os danos ambientais são de difícil reparação.

2.4. Direito penal do ambiente


A Carta Magna erigiu a protecção ao meio ambiente à condição de objecto jurídico-
penal, afastando qualquer eventual dúvida quanto à desnecessidade de uma protecção
penal do meio ambiente, reconhecendo-se a existência e a relevância do mesmo para o
homem e sua autonomia como bem jurídico. Diante disso, coube ao legislador ordinário
precisar quando uma conduta deve ser considerada lesiva ao meio ambiente. Podem ser
destacadas três formas de tratar o Direito Penal Ambiental.

A primeira é de forma dispersa em variado número de leis, tal como se faz na Itália. A
segunda, por seu turno, é trazer as condutas ameaçadoras ao meio ambiente no bojo do
Código Penal. E a terceira, por fim, através de uma codificação concentrada. No Brasil,
a legislação penal ambiental era muito dispersa, necessitando-se de uma legislação
especial que viesse compilá-la e aperfeiçoá-la. Diante disso, levantaram-se vozes em
favor de um Código Ecológico ou, ainda, de uma lei básica especial que pudesse passar
por actualização periódica, a fim de que se atendesse devidamente a política criminal
nessa área de tamanha relevância.

A Lei n. 9.605/1998 é um grande exemplo da reacção do legislador que, percebendo a


seriedade da temática ambiental e preocupado em dar uma resposta eficaz a degradação
ambiental, dotou o Direito Penal Ambiental de instrumentos que representam avanços
verdadeiros nessa área, garantindo a defesa da natureza. A lei ora em análise
esquematizou de forma acertada a defesa ambiental em tópicos, quais sejam:

a) Crimes contra a fauna;


b) Crimes contra a flora;
c) Crimes de poluição;
d) Crimes contra a administração ambiental;
e) Outros Crimes Ambientais.

É verdade que uma boa legislação penal é de extrema importância para uma efectiva
protecção do meio ambiente. No entanto, é imprescindível que se dê uma boa infra-
estrutura aos órgãos administrativos e ao Poder Judiciário.

2.4.1. Tipos penais abertos


Alguns consideram como falha, outros como acerto, a questão da Lei de Crimes
Ambientais trazer a grande maioria dos crimes como de tipo penal aberto, que nada
mais são do que normas que contêm preceito incompleto. Consoante ensina
MIRANDA, (1994), “há casos em que o tipo não individualiza totalmente a conduta
proibida, exigindo que o juiz o faça, para o que deverá recorrer a normas ou regras
gerais, que estão fora do tipo penal” A inserção dos tipos penais abertos atendem a uma
tendência de criminalização moderna, que alguns doutrinadores costumam chamar de
“sociedade do risco”. Isso porque, a técnica estabelecida pelos tipos abertos possui
como objecto mediático o estabelecimento dos crimes de conduta, através dos quais se
busca patamares de segurança baseados na observância de ordenamentos extra penais,
especialmente nas disposições de Direito Administrativo. Como se vê, são os objectivos
do risco que situam a intervenção penal na garantia da segurança do sistema, momento
que precede a concretização do dano.

2.4.3. Responsabilidade Penal da Pessoa Jurídica


A responsabilidade penal da pessoa jurídica vem expressamente prevista na
Constituição e na Lei de Crimes Ambientais, sendo, em verdade, o atendimento a uma
tendência moderna que busca superar a responsabilização individual do dano ambiental.
A partir da introdução de tal instituto no ordenamento jurídico pátrio, buscou-se deixar
de penalizar apenas os pequenos poluidores, passando-se a punir também os grandes
conglomerados empresariais, de molde que o ‘intento do legislador, como se vê, foi
punir o criminoso certo e não apenas o mais humilde. Porém, como todo novel instituto,
existem doutrinadores que entendem que o artigo da Lei de Crimes Ambientais que
versa sobre a responsabilidade da pessoa jurídica é de inconstitucionalidade. A uma,
porque se trata de um claro exemplo de responsabilidade penal objectiva; a duas, porque
a pessoa jurídica seria incapaz de realizar acções, uma vez que consciência e vontade
são atributos típicos da pessoa natural, que não se confunde com a abstracção da pessoa
jurídica. Para uma correcta responsabilização da pessoa jurídica, faz-se mister a
existência dos seguintes requisitos:

a) Existência de infracção penal;


b) cometida por decisão do representante legal ou contratual da pessoa jurídica, ou
de seu órgão colegiado;
c) no interesse ou benefício da sua entidade.”

Outro pressuposto de extrema importância é o concurso entre uma pessoa física e a


pessoa jurídica. Desse modo, há de se pressupor que sempre exista uma vontade
humana, sem a qual não se pode falar em responsabilização da pessoal jurídica. Isso
representa o sistema ou teoria da dupla imputação, que significa que não se pode
compreender a responsabilização do ente moral dissociada da actuação de uma pessoa
física.

Um ponto relevante que diz respeito ao direito ambiental é a aceitação, em grande parte
dos delitos ambientais, devido às penas infringidas serem pequenas, da aplicação dos
institutos penais de transacção penal, suspensão do processo e suspensão condicional da
pena. Por outro lado, ao possibilitar, na grande maioria das infracções penais, a
aplicação de punições restritivas de direitos, o novo Diploma concorre para a
consecução de outra finalidade da pena, qual seja a de recuperar o dano ambiental. Com
efeito, além de abrir oportunidade à transacção e à suspensão do processo.

2.4.4. Os tipos legais de crimes ambientais na legislação penal / protecção criminal


do meio ambiente
A repressão criminal das condutas lesivas ao meio ambiente faz parte da política
ambiental estabelecida na Carta Magna e se integra ao sistema nacional de protecção ao
meio ambiente. As condutas e actividades consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infractores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

Sistema penal ambiental - E foi com o fito de cumprir expressa previsão


constitucional ( Brasil), que em 30 de Março de 1998, entrou em vigor a Lei Ambiental
Penal, a qual criminalizou inúmeras condutas causadoras de dano efectivo ou potencial
ao meio ambiente.
3. Conclusão
A ligação do Direito Ambiental e o Direito Administrativo, principalmente no que
concerne a protecção do meio ambiental, é explícita, pois o Direito Administrativo
possui relevância ímpar. A Constituição da República ao dispor sobre ao assunto, atribui
ao Poder Público e à colectividade o dever de defender o meio ambiente ecologicamente
equilibrado, o que se desejou foi chamar a responsabilidade não só do Estado, como
também dos cidadãos. Se é verdade que o ideal é que a colectividade tenha noção de seu
relevante papel em tal actividade, verdade é também que nem todos possuem
consciência da importância da questão. Mais uma vez ressaltasse a importância do
Direito Administrativo na defesa do meio ambiente. Cabendo atentarmos para os
instrumentos do Poder Público na defesa do meio ambiente, tanto na esfera penal, civil e
administrativa, tendo este, grande ênfase através do Processo Administrativo Ambiental.
4. Referências bibliográficas
CANOTILHO, J. J. G & MOREIRA, V. (1993). Constituição da República Portuguesa
Anotada. (8 ed). Coimbra: Coimbra Editora

Casillo, J. (1994). Dano à pessoa e sua indenização. (2. ed). São Paulo: Revista dos
Tribunais.

Costa Mário j. A. (1994). Direito das obrigações. (6.ª ed). rev. actual. Coimbra: Livraria
Almeidina.

Derani, C.(1997). Direito ambiental económico. Max Limonad. São Paulo

Freitas, W. P de (2002). Direito ambiental em evolução. Curitiba: Juruá. Curitiba

LEITÃO, J. M. (1997). Instrumentos de direito privado param protecção do ambiente.


Revista Jurídica do Urbanismo e do Ambiente, Coimbra, vol. 7, p. 37,jun..

Machado, P. L. (2001). Direito ambiental brasileiro. Malheiros. São Paulo

Milaré, E. (2000). Direito do ambiente: doutrina, jurisprudência, prática, glossário.


São Paulo

Miranda, J. (1994). A Constituição e o Direito do Ambiente, Direito do Ambiente, INA.

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