Saide Jalilo Abacar - Relatorio - Estagio - Profissionalizante - UCM - FCS - 2024

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Universidade Católica de Moçambique

Faculdade de Ciências de Saúde

Curso de Licenciatura em Farmácia

Saide Jalilo Abacar

Relatório de Estágio Profissionalizante

Beira

2024
Saide Jalilo Abacar

Relatório de Estágio Profissionalizante

Relatório apresentado à Coordenação do Curso de


Licenciatura em Farmácia da Universidade Católica de
Moçambique, Faculdade de Ciências de Saúde, como
requisito parcial de conclusão do Estágio
Profissionalizante.

Orientadores do Estágio:

dra Graziela Joaquim Mohilapa


dra Graça M. F. Mambonda
dra Albertina Stela Chico
Tec. Coutinho Pedro Sule
dr. Benedito da Paz
dr. Mateus Fernando Passe
dr. Elias Pedro Lucas
dr. Mário de Carvalho Cassete
dra. Edna Carlota Rambique
dra. Lucrécia Martins
dr. Jesus Tembo
dra. Milzam Ahomed

Supervisores do estágio:

MSc Paulino Alberto Franque


MSc Manuel Canivete
dr. Simone A. Chunguane

Período: 27 de Novembro de 2023 à 12 de Abril de 2024

Beira

2024
Relatório de Estágio Profissionalizante

Avaliado por:________________________________

Nota:____________________________ (________)

O Estagiário

___________________________

(Saide Jalilo Abacar)

Beira

2024
I

DECLARAÇÃO DE INTEGRIDADE

Eu, Saide Jalilo Abacar, estudante do curso de Licenciatura em Farmácia da Faculdade


de Ciências de Saúde da Universidade Católica de Moçambique, declaro ter actuado com
absoluta integridade na elaboração deste relatório.

Nesse sentido, confirmo que NÃO incorri em plágio (acto pelo qual alguém assume a
autoria de um trabalho intelectual específico, mesmo que não o faça). Declaro ainda que todas
as frases que extraí de trabalhos anteriores de outros autores foram referenciadas ou redigidas
com novas palavras, além de incluir a citação da fonte.

Assinatura

______________________________________

Saide Jalilo Abacar


II

AGRADECIMENTOS

Finalmente chegou a hora de abrir as asas e começar a voar deixando o manto e aquela
que foi minha residência por quatro anos. Quatro anos de incerteza, ansiedade e preocupação.
Por outro lado, foram quatro anos cheios de alegria, aprendizado e progresso.

Hoje estou partindo em direcção a um futuro incerto, mas seguro. Assim, tenho certeza
de que tenho as habilidades e conhecimentos necessários para ser um excelente profissional
de saúde. Ainda tenho muito que aprender, mas não me preocupo porque tenho pessoas ao
meu lado que sempre me ajudaram e estão disponíveis para me ajudar quando necessário.
Quero expressar minha gratidão a essas pessoas por me ajudarem a ser o melhor profissional
possível, sempre mantendo meu lado humanitário em mente.

Á Allah pela dádiva, saúde, foco e determinação que concedeu-me durante o tempo
todo.

À todas as equipes da Central de Medicamentos e Artigos Médicos (CMAM), Centro


de Saúde de Nhaconjo, Hospital Central da Beira (HCB), Departamento de Logística e
Assistência Farmacêutica (DLAF) e da Medis Farmacêutica Lda que abriram-me as portas,
guiaram-me, ensinaram e auxiliaram durante todo o período de estágio. Quero expressar
minha gratidão por todos os ensinamentos que recebi, que certamente levarei em consideração
durante o resto da minha vida profissional e não só.

Aos supervisores do estágio, especialmente ao MSc Paulino Alberto Franque, que


me forneceu assistência imediata durante esta etapa.

Aos meus pais, que estão sempre comigo, independentemente de qualquer decisão que
eu tome na vida, para me proteger e me ajudar a voar mais alto. Eles são responsáveis pela
minha identidade actual. Além disso, sou profundamente grato por todo o carinho, cuidado,
coragem e confiança que sempre me transmitiram. Obrigado por serem meu refúgio, minha
casa e um lugar para o qual quero sempre voltar.

Aos pais que a academia deu-me, Evaristo e Olga, expresso a minha maior gratidão
pelo acolhimento, paciência e carinho que sempre me transmitiram. Vocês mostraram que
sim, é possível cuidar de um filho alheio.
III

Aos meus amigos e colegas de curso, tanto aos que começaram comigo quanto aos que
conheci ao longo desta jornada, agradeço pelo seu companheirismo. Desejo a todos um futuro
brilhante.

Aos meus irmãos, tios, primos, meu muito obrigado, por todo o apoio que me foi
dado durante todos estes anos.

A si, que a conheci pelo percurso acadêmico, e para sempre minha mana, Dra Anita
João Morgado, quero expressar minha gratidão pelas mãos de vaca e cabeças de vaca que
tanto recebia para me alimentar e assim suprir minha fome nos dias tempestivos.

À minha esposa, as palavras são poucas para descrever o quanto estou agradecido.
Pelo apoio incondicional, pela ajuda em "tudo", pelas nossas filhas Mayza, Alyne e
Kyara...O meu muito obrigado, Melice!

À Faculdade de Ciências de Saúde, por me dar não só um futuro, mas sobretudo pelo
passado, que jamais esquecerei.

Agradeço a todos os que me apoiaram de alma e coração, e peço desculpas se de


alguém me esqueci. Obrigado a todos, e digo-vos, que quem traça o nosso destino somos
apenas nós próprios!
IV

EPÍGRAFE

“O único sítio onde o sucesso vem antes de trabalho, é no dicionário”

Vince Lombardi
V

LISTA DE ABREVIATURAS

AC-Beira Armazém Central da Beira


CMAM Central de Medicamentos e Artigos Médicos
CQ Controle de Qualidade
DLAF Departamento de Logística e Assistência Farmacêutica
EPF Estágio Profissionalizante em Farmácia
FN Ficha de Notificações
FV Farmacovigiância
HCB Hospital Central da Beira
MEDIMOC Medicamentos de Moçambique
MMC Material Médico Cirúrgico
NSIMAM Novo Sistema de Informação de Medicamentos e Artigos Médicos
PEPS Primeiro a Expirar, Primeiro a Sair
RAM Reacção Adversa de Medicamentos
SIMAM Sistema de Informação de Medicamentos e Artigos Médicos
SNS Serviço Nacional de Saúde
VI

RESUMO

A elaboração do Relatório de Estágio é um requisito obrigatório no oitavo semestre do curso de Licenciatura em


Farmácia previsto no plano curricular, na Faculdade de Ciências de Saúde da Universidade Católica de
Moçambique. Este traduz a experiência que se adquiriu nas 680h, impostas pelo curso. Ao longo dos últimos 4
anos de Licenciatura em Farmácia adquiri enúmeras proficiências teóricas, indispensáveis ao exercício da
profissão do farmacêutico. No entanto, faltava-me ainda adquirir experiencia prática na área, o que só foi
possível através do estágio curricular, pois foi possível conectar os conhecimentos adquiridos no curso ao
mercado de trabalho. Neste relatório de estágio, descrevi as actividades realizadas no decorrer do estágio, sob a
orientação de vários tutores. O estágio foi de 4 meses e 1 semana, tempo este de muita aprendizagem e
crescimento pessoal e profissional. No entanto, creio que, aquilo que consegui alcançar durante este período, me
permitiu compreender o real valor do farmacêutico e o seu papel na sociedade. O mesmo, ajudou-me a saber
pensar, estar, agir, ser profissional motivado pela minha área de actuação na melhria de saúde da populaçao. De
facto, aproximou-me ás situações vividas no ambiente de trabalho da profissão farmacêutica, aplicando os
fundamentos teóricos/práticos adquiridos na faculdade através do ensino, pesquisa e extensão.
VII

ABSTRACT

The preparation of the Internship Report is a mandatory requirement in the eighth semester of the Pharmacy
Degree course provided for in the curriculum, at the Faculty of Health Sciences of the Catholic University of
Mozambique. This reflects the experience gained in the 680 hours imposed by the course. Over the last 4 years
of my Pharmacy Degree, I have acquired numerous theoretical skills, essential to the exercise of the profession
of pharmacist. However, I still needed to acquire practical experience in the area, which was only possible
through the curricular internship, as it was possible to connect the knowledge acquired in the course to the job
market. In this internship report, I described the activities carried out during the internship, under the guidance of
several tutors. The internship lasted 4 months and 1 week, a time of lots of learning and personal and
professional growth. However, I believe that what I managed to achieve during this period allowed me to
understand the real value of the pharmacist and his role in society. The same helped me to know how to think,
be, act, be a professional motivated by my area of activity in improving the population's health. In fact, it
brought me closer to situations experienced in the pharmaceutical profession's work environment, applying the
theoretical/practical foundations acquired at college through teaching, research and extension.
VIII

Índice

DECLARAÇÃO DE INTEGRIDADE .......................................................................................I

AGRADECIMENTOS .............................................................................................................. II

EPÍGRAFE ............................................................................................................................... IV

LISTA DE ABREVIATURAS.................................................................................................. V

RESUMO ................................................................................................................................. VI

ABSTRACT ........................................................................................................................... VII

ÍNDICE DE FIGURAS ............................................................................................................ IV

ÍNDICE DE TABELAS ............................................................................................................ V

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO.................................................................................................. 1

1.1 Introdução ............................................................................................................. 1

CAPÍTULO II: IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO ......... 3

2.1 Identificação do 1º local e sector de estágio ......................................................... 3

2.2 Identificação do 2º local e sector de estágio ......................................................... 3

2.3 Identificação do 3º local e sector de estágio ......................................................... 4

2.4 Identificação do 4º local e sector de estágio ......................................................... 5

2.5 Identificação do 5º local e sector de estágio ......................................................... 5

2.6 Central de Medicamentos e Artigos Médicos ....................................................... 6

2.6.1 Breve histórico da CMAM-Beira .................................................................. 6

2.6.1.1 Infra-estruturas da CMAM-Beira ........................................................... 8


IX

2.6.1.2 Recursos humanos da CMAM-Beira ...................................................... 8

2.7 Centro de Saúde de Nhaconjo ............................................................................... 9

2.7.1 Infra-estruturas ............................................................................................... 9

2.8 Hospital Central da Beira (HCB) ........................................................................ 10

2.8.1 Breve histórico do HCB ............................................................................... 10

2.8.2 Infra-estruturas do Depósito de Farmácia do HCB ..................................... 11

2.8.3 Recursos humanos do Depósito de farmácia do HCB ................................. 11

2.9 Departamento de Logística e Assistência Farmacêutica (DLAF) ..................... 12

2.9.1 Breve histórico do DLAF ............................................................................ 12

2.9.2 Infra-estruturas do DLAF ............................................................................ 12

2.9.3 Recursos humanos da RPF .......................................................................... 12

2.10 Medis Farmacêutica, Lda .................................................................................. 13

2.10.1 Breve histórico da Medis Farmacêutica, Lda ............................................ 13

2.10.2 Infra-estruturas da Medis Farmacêutica, Lda ............................................ 13

2.10.3 Recursos humanos da Medis Farmacêutica, Lda ....................................... 13

2.11 Principais actividades desenvolvidas no CMAM, C. S. Nhaconjo, HCB e RPF


.............................................................................................................................................. 14

2.11.1 CMAM-Beira ............................................................................................. 14

2.11.1.1 Sector de entradas ............................................................................... 14

2.11.1.2 Sector de Inventário e aviamento........................................................ 14

2.11.1.3 Sector de saídas ................................................................................... 14


X

2.11.1.4 Outras actividades ............................................................................... 14

2.11.2 C. S. Nhaconjo ........................................................................................... 14

2.11.3 HCB ........................................................................................................... 15

2.11.4 Departamento de Logística e Assistência Farmacêutica............................ 15

. 2.11.4.1 Sector da Farmacovigilância ............................................................. 15

2.11.4.2 Sector de Licenciamento e Inspenção ................................................. 16

2.11.4.3 Sector de Controle de Qualidade ........................................................ 16

2.11.4.4 Sector de Administração ..................................................................... 16

2.11.5 Medis Farmacêutica, Lda ........................................................................... 16

CAPÍTULO III: DESCRIÇÃO DAS PRINCIPAIS ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS ... 17

3.1 Actividades conjuntas desenvolvidas na CMAM, CS de Nhaconjo e HCB ...... 17

3.1.1 Assépsia ....................................................................................................... 17

3.1.2 Preenchimento de Fichas de Stock (excepto CMAM)................................ 17

3.1.3 Recepção de Medicamentos e Artigos Médicos .......................................... 18

3.1.4 Preenchimento de Livro de Registo de Psicotrópicos e Estupefacientes..... 20

3.1.5 Abastecimento de Medicamentos e Artigos Médicos para os Sectores


Dependentes...................................................................................................................... 20

3.1.6 Arrumação e conservação de produtos ........................................................ 21

3.1.7 Inventário de produtos ................................................................................. 23

3.2 Actividades conjuntas desenvolvidas no CS de Nhaconjo e HCB .................... 23

3.2.1 Pré-empacotamento de medicamentos......................................................... 23


XI

3.2.2 Dispensa de Medicamentos ao público ........................................................ 24

3.2.3 Abertura de novas Fichas de Stock .............................................................. 24

3.2.4 Gestão de expirados para inutilização ......................................................... 24

3.3 Actividades exclusivas desenvolvidas na CMAM.............................................. 25

3.3.1 Cintagem dos produtos ................................................................................ 25

3.3.2 Criação de Labels......................................................................................... 25

3.3.3 Elaboração de guia de remessa/entrada ....................................................... 26

3.4 Actividades exclusivas desenvolvidas no CS de Nhaconjo ................................ 26

3.4.1 Lançamento de receitas TARV no Livro de Registo Diário de


Medicamentos anti-retrovirais (MARVs) ......................................................................... 26

3.4.2 Fechamento de Caixa (Guiché).................................................................... 27

3.5 Actividades exclusivas desenvolvidas no DLAF................................................ 27

3.5.1 Sector da Farmacovigilância ........................................................................ 27

3.5.1.1 Segregação das FNRAMs por distrito, Unidade Sanitária, medicamento


e Categoria. ................................................................................................................... 28

3.5.1.2 Lançamento de Fichas de Notificações de RAMS (FNRAMs) no livro


de “Entrada de Correspondência”................................................................................. 28

3.5.1.3 Inserção de FNRAMs no Sistema VigiFlow ........................................ 28

3.5.1.4 Busca activa de RAMs no HCB ........................................................... 28

3.5.2 Sector de Licenciamento e Inspenção .......................................................... 29

3.5.2.1 Análise de Mapa de Psicotrópicos e Estupefacientes ........................... 29


XII

3.5.2.2 Actualização de base de dados dos profissionais de farmácia em


exercício........................................................................................................................ 30

3.5.2.3 Elaboração de pedidos de cadernetas.................................................... 30

3.5.2.3 Averbamento de cadernetas dos profissionais ...................................... 30

3.5.2.4 Licenciamento de entidades .................................................................. 30

3.5.3 Sector de Controle de Qualidade ............................................................. 31

3.5.3.1 Execução do ensaio visual .................................................................... 31

3.5.3.2 Execução de ensaio de desintegração ................................................... 32

3.5.3.3 Execução do ensaio cromatográfico ..................................................... 33

3.6 Actividades desenvolvidas na Medis Farmacêutica, Lda ................................... 35

3.6.1 Emissão de Guia de Picking ........................................................................ 35

3.6.2 Etiquetagem de produtos ............................................................................. 35

3.6.3 Emissão de facturas ..................................................................................... 36

3.6.4 Emissão de manifesto de carga .................................................................... 36

3.6.5 Entrada de produtos a tramitar ..................................................................... 36

3.6.6 Recepção de produtos .................................................................................. 36

CAPÍTULO IV: ........................................................................................................................ 37

4. 1 Conclusão .......................................................................................................................... 37

5 Referências bibliográficas ..................................................................................................... 38

6. Anexos .................................................................................................................................. 39
IV

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Ficha de Stock ......................................................................................................... 18

Figura 2: Guia de Remessa...................................................................................................... 19

Figura 4: Requisição/Balancete ............................................................................................... 21

Figura 5: Armazenamento de Medicamentos na CMAM ....................................................... 22

Figura 6: Label ........................................................................................................................ 26


V

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1: Recursos humanos dos principais sectores da CMAM ............................................ 8

Tabela 2: Recursos Humanos do CS-Nhaconjo ........................................................................ 9

Tabela 3: Recursos humanos do Depósito de Farmácia do HCB ............................................ 11

Table 4: Recursos humanos da RPF ........................................................................................ 12


CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

1.1 Introdução

O presente relatório por mim feito, visa essencialmente descrever de forma sucinta e
clara todas as actividades feitas durante o Estágio Profissionalizante em Farmácia (EPF). O
mesmo é integrado no plano curricular do 4º ano, II semestre do curso de Licenciatura em
Farmácia da Universidade Católica de Moçambique, teve a duração de quatro (04) meses e
uma (1) semana tendo sido realizado de 27 de Novembro de 2023 á 12 de Abril de 2024.

O estágio profissionalizante teve como finalidade a consolidação dos conhecimentos


teóricos adquiridos nas diversas cadeiras durante o curso. É durante este estágio que se aplica
todo o conhecimento académico adquirido ao longo do curso, e é também aqui que ocorre o
primeiro contacto com a realidade profissional e as várias áreas de intervenção farmacêutica.
Esta nova fase de formação profissional proporciona uma oportunidade de preparação técnica
e deontológica para um futuro desempenho, competente e responsável, da profissão
farmacêutica.

Ademais, o estágio profissionalizante em Farmácia fornece aos estudantes a formação


necessária para o trabalho farmacêutico. Para muitos, o estágio é o primeiro contacto com a
realidade profissional e a oportunidade de colocar em prática todo o conhecimento teórico que
aprenderam. O estudante terá que desenvolver aspectos práticos além de adquirir as
competências técnicas e as exigências deontológicas implícitas a esta profissão para que o
exercício desta profissão seja desenvolvido de forma competente e responsável.

O estágio foi rotativo tendo estagiado em cinco (5) sectores distintos, porém, ressaltar
que o estágio decorreu na sua íntegra na província de Sofala, concretamente no distrito de
Beira.

Estive na CMAM (Central de Medicamentos e Artigos Médicos) de 27 de Novembro á


22 de Dezembro de 2023, sob tutela da dra Graziela Joaquim Mohilapa e dra Graça Mostola
Fernando Mambonda.

De 26 de Dezembro de 2023 á 19 de Janeiro de 2024, estive no Centro de Saúde de


Nhaconjo, sob orientação da dra Albertina Stela Chico.
1
De 22 de Janeiro á 16 de Fevereiro de 2024, estive no HCB (Hospital Central da
Beira) sob orientação de dr. Benedito da Paz, dr. Elias Pedro Lucas e dr Mateus Fernando
Passe.

De 19 de Fevereiro á 15 de Março de 2024, estive estagiando no DLAF (Departamento


de Logística e Assistência Farmacêutica) sob orientação da dra. Edna Carlota Rambique, dra.
Lucrécia Martins e dr Jesus Tembo.

E por fim, de 08 á 12 de Abril de 2024 conclui o meu estágio na Medis Farmacêutica,


Lda. sob tutela da dra Milzam Ahomed.

O estágio decorria nos dias normais de expediente das 7h:30min-15h:30min,


perfazendo um total de 680 horas.

O relatório encontra-se dividido em quatro (4) capítulos. O primeiro é referente a


introdução, o segundo versa sobre a identificação e apresentação do campo de estágio, o
terceiro descreve as actividades desenvolvidas durante o estágio e por fim o último capítulo
engloba as conclusões e as sugestões bem como as referências bibliográficas.

2
CAPÍTULO II: IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO

2.1 Identificação do 1º local e sector de estágio

Nome: Central de Medicamentos e Artigos Médicos (CMAM)

Rua: 1.558, Quarteirão: 1

Bairro: Pioneiros

Endereço: Av Rua General Vieira da Rocha

Telefone: 23326003

Cidade/Província: Beira-Sofala

Data de início: 27 de Novembro de 2023

Data de término: 22 de Dezembro de 2024

Carga horária semanal: 40 horas

Carga horária total: 160horas

Orientadores no sector de estágio: dra Graziela Joaquim Mohilapa e dra Graça Mostola
Fernando Mambonda

Supervisor de estágio da UCM: MSc Manuel Canivete

2.2 Identificação do 2º local e sector de estágio

Nome: CS de Nhaconjo

Bairro: Pioneiros

Endereço: Av Rua General Vieira da Rocha

Telefone: +258845928464

3
Cidade/Província: Beira-Sofala

Data de início: 27 de Novembro de 2023

Data de término: 22 de Janeiro de 2024

Carga horária semanal: 40 horas

Carga horária total: 160horas

Orientadores no sector de estágio: dra Albertina Stela Chico e Téc. Coutinho pedro Sule

Supervisor de estágio da UCM: MSc Manuel Canivete

2.3 Identificação do 3º local e sector de estágio

Nome: Hospital Central da Beira (HCB)

Bairro: Macuti

Endereço: Av Mártires Revolução

Telefone: +2588223312071

Cidade/Província: Beira-Sofala

Data de início: 22 de Janeiro de 2024

Data de término: 16 de Fevereiro de 2024

Carga horária semanal: 40 horas

Carga horária total: 160horas

Orientadores no sector de estágio: dr. Benedito da Paz, dr. Elias Pedro Lucas e dr Mateus
Fernando Passe.

Supervisor de estágio da UCM: dr.Paulino Alberto Franque


4
2.4 Identificação do 4º local e sector de estágio

Nome: Departamento de Logística e Assistência Farmacêutica (DLAF)

Bairro: Macuti

Endereço: Av Mártires Revolução

Telefone:

Cidade/Província: Beira-Sofala

Data de início: 19 de Fevereiro de 2024

Data de término: 15 de Março de 2024

Carga horária semanal: 40 horas

Carga horária total: 160horas

Orientadores no sector de estágio: dra. Edna Carlota Rambique, dra. Lucrécia Martins e dr
Jesus Tembo.

Supervisor de estágio da UCM: MSc Manuel Canivete

2.5 Identificação do 5º local e sector de estágio

Nome: Medis Farmacêutica, Lda

Bairro: Chaimite

Endereço: Rua António Enes Nº 426 R/C Beira/ Moçambique

Telefone: 844908853

Cidade/Província: Beira-Sofala

E-mail: www.medis.co.mz
5
Data de início: 27 de Novembro de 2023

Data de término: 22 de Dezembro de 2024

Carga horária semanal: 40 horas

Carga horária total: 160horas

Orientadores no sector de estágio: dra Milzam Ahomed

Supervisor de estágio da UCM: MSc Manuel Canivete

2.6 Central de Medicamentos e Artigos Médicos

2.6.1 Breve histórico da CMAM-Beira

Por Decreto N° 13/75, de 6 de Setembro, foi criada a Central de Medicamentos e


Artigos Médicos (CMAM). Está instituição subordinada ao Ministério da Saúde tem
competências para administrar, coordenar e executar as funções relativas à aquisição,
armazenagem, conservação, e distribuição de medicamentos e artigos médicos.

A fim de garantir a distribuição equitativa dos medicamentos aos diferentes níveis do


Serviço Nacional de Saúde, a CMAM emite ordens de fornecimento de acordo com a
disponibilidade dos armazéns centrais após receber requisições.

A distribuição de medicamentos e artigos médicos do nível central para os depósitos


provinciais de medicamentos, Hospitais Centrais e Gerais no país é realizada por esta
entidade.

Esta organização tem como objectivo estratégico garantir que medicamentos e


produtos de saúde de qualidade aprovada, seguros e eficazes estejam disponíveis em
quantidades suficientes e em boas condições no momento e na quantidade necessária para
prevenir, diagnosticar ou tratar os problemas de saúde prioritários da população, ao menor
custo possível para o paciente e sua comunidade.

6
De acordo com algumas fontes embora sejam orais, ditam que outrora, as actividades
que são actualmente desempenhadas pela CMAM eram executadas por um órgão chamado
Assistência Farmacêutica.

Segundo o chefe do AC-Beira, por um período indeterminado, as instalações que


agora pertencem ao AC-Beira foram ocupadas pela MEDIMOC, uma empresa que realizava
as mesmas actividades da CMAM. No entanto, foi o Dr. Ivo Garrido, enquanto Ministro de
Saúde, que determinou a extinção da MEDIMOC e as actividades relacionadas à aquisição,
armazenamento, conservação e distribuição de medicamentos e artigos médicos passaram a
ser desempenhadas pela CMAM. O líder do AC-Beira afirmou que a gestão de medicamentos
era extremamente desafiadora devido à falta de recursos tecnológicos disponíveis naquela
época, o que contribuía para a perda de medicamentos e artigos médicos. Não apenas isso,
mas também contribuiu para uma gestão ineficiente devido à falta de profissionais
qualificados. No entanto, quando o sistema (MAC'S) foi estabelecido em 2012, esses
problemas foram amenizados.

O AC-Beira é essencialmente constituído por 4 sectores a destacar:

 Administrativo: responsável por todas as tarefas administrativas. Uma das


actividades mais importantes é a emissão de credenciais, um documento
individualizado que permite que o transportador circule livremente, e a entrega de
selos, que garantem que a carga está corretamente embalada.
 Entradas: responsável pela recepção e distribuição dos produtos no armazém. Este
sector recebe produtos de várias fontes, como compra directa do MISAU, doação,
transferência ou devolução. Os produtos são fornecidos com uma guia de remessa, ou,
caso não tenha, uma nota de entrega.
 Inventário e aviamento: responsável pela quantidade de produtos (stock) disponíveis
no armazém; monitorar todas as entradas e saídas; e aviar os produtos com base na
lista de aviamento.
 Saídas: sector que é responsável por retirar os itens do armazém. A
contagem/confirmação final é feita usando a lista de embalagem. A lista de embalagem
agrega os aviamentos sem separar vários lotes do mesmo produto que estão localizados
em diferentes partes do armazém. Isso justifica o uso da lista.
7
2.6.1.1 Infra-estruturas da CMAM-Beira

Esta central contém três edifícios no que diz respeito à infra-estrutura.

O primeiro é o principal e tem um piso. Tem uma sala de espera perto da entrada, um
banheiro para deficientes e uma porta eléctrica que leva ao armazém geral onde ficam os
medicamentos e outros artigos médicos. Uma sala de psicotrópicos e estupefacientes, uma
sala de quarentena, uma sala de expirados, um laboratório de controle de qualidade de
medicamentos e duas casas de banho feminina e masculina podem ser encontradas neste
edifício. O piso tem um gabinete do chefe do armazém, um gabinete do adjunto-chefe do
armazém, um gabinete da administração, uma sala de reuniões, uma sala técnica (onde
funcionam os três departamentos principais: entradas, inventário e saídas), uma copa e duas
casas-de-banho.

O primeiro edifício serve como armazém geral interligado ao segundo edifício.


Existem duas secções no segundo. A primeira é o armazém geral, chamado de "A", que é um
armazém grande com doze filas de prateleiras organizadas por ordem alfabética de A a Z com
os respectivos códigos. A segunda é o armazém climatizado/de pequenos volumes, chamado
de "B" e tem uma organização semelhante à do armazém "A".

O terceiro prédio, que é distinto do resto, é usado para armazenar substâncias tóxicas e
corrosivas como álcool e cloro.

2.6.1.2 Recursos humanos da CMAM-Beira

Tabela 1: Recursos humanos dos principais sectores da CMAM

SECTOR OCUPAÇÃO/CATEGORIA NOME

Gestor principal Farmacêutico Nelson Mbota

Gestor adjunto Farmacêutico João Fortuna

Farmacêutica Graziela Joaquim Mohilapa

Técnica Administrativa Dorca

Farmacêutica Graça M. F. Mambonda

8
Inventários e Farmacêutica Rabia
Aviamentos
Farmacêutico Joaquim Madeira
Farmacêutico Manuel Mabuleia
Entradas
Auxiliar Administrativo Pascoal

Técnico Administrativa Alberto Mandava


Saídas
Técnico Administrativo Cassamo

Técnico Administrativo Nelo

2.7 Centro de Saúde de Nhaconjo

O Centro de Saúde de Nhaconjo situa-se no bairro 14, Rua 19, no Alto da Manga-
Nhaconjo, Beira. Atende três bairros, nomeadamente o Alto da Manga, O Décimo Terceiro e
o Décimo Quarto.

2.7.1 Infra-estruturas

O Centro de Saúde está sobre a responsabilidade das Franciscanas Missionárias de


Maria, e tem os seguintes serviços: “Serviço Materno Infantil” (Consulta Pré-Natal,
Planeamento Familiar, consultas, consulta de crianças em Risco); Farmácia; Consultas
(triagem de adultos, triagem de crianças e o serviço de urgências); Laboratório; "Programa
Nacional contra a Tuberculose e Lepra”; Estomatologia; vacinação; Espaço para o tratamento
anti-retrovirais; Gabinete psicossocial- HIV Oftalmologia; Centro Nutricional Maria da
Paixão; Centro Social (espaço de venda de pequenas refeições e/ou alimentos aos
funcionários e utentes; Outros serviços (distribuição diária de cloro para a desinfecção da
água) e Maternidade.

Tabela 2: Recursos Humanos do CS-Nhaconjo

SECTOR OCUPAÇÃO CATEGORIA NOME

Depósito de Centro de Saúde Resp. Farmacêutica Albertina Stela


Depósito Chico
Resp. Técnico de Farmácia Coutinho Pedro
Farmácia Sulé

9
Técnica Superior N1 Bernardo Furede

Farmacêutica Elsa Sandramo

Farmacêutica Fariana Sebastião

Farmacêutico Aristides P.A.


Neves
Farmacêutico (ECHO) Jorge Sandy

Técnico de Farmácia Natália

Técnico de Farmácia Albertina

Técnico de Farmácia Regina


Farmácia de atendimento ao Técnico de Farmácia Noé
público
Farmacêutico Piter
Voluntários
Técnico de Farmácia Sócrates

Técnica de Farmácia Stela

Técnica de Farmácia Augusta

Técnica de Farmácia Elisa

Farmacêutica Paulina

2.8 Hospital Central da Beira (HCB)

2.8.1 Breve histórico do HCB

Desde o início até a década de 1950, a cidade da Beira estava dividida em duas áreas:
a região de elite e a região indígena. A primeira correspondia aos bairros de Ponta-Gêa,
Palmeiras e Macuti, enquanto os bairros restantes pertenciam à população indígena.
O governo moçambicano nacionalizou a medicina um mês depois da independência para
acabar com a venda ilegal e o uso desordenado de medicamentos.

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) foi criado pela Lei N° 25/91 de 31 de Dezembro.
É administrado pelo Ministério da Saúde e é composto por Unidades Sanitárias em quatro
níveis diferentes de atenção médica. A caracterização das Unidades Sanitárias foi modificada
pelopelo Diploma Ministerial N° 127/2002, de 31 de Julho.
10
O HCB é do nível quaternário, recebe medicamentos da CMAM, oferece o nível mais
diferenciado de cuidados de saúde com funcionamento mais complexo, presta contas
diretamente ao MISAU e cobre a região centro (cidade da Beira), província de Sofala,
Manica, Tete e Zambézia.

Como resultado, o HCB é um componente importante de um sistema de saúde


coordenado e tem a responsabilidade de fornecer à comunidade cuidados de saúde curativos e
preventivos, como cuidados de família em domicílio. Ao mesmo tempo, o HCB serve como
um centro de formação para estudantes e profissionais de saúde e pesquisas bio-sociais.

2.8.2 Infra-estruturas do Depósito de Farmácia do HCB

Este sector tem nove (9) compartimentos de infra-estrutura, incluindo um (1) armazém
de medicamentos orais, um (1) armazém de medicamentos injectáveis, um (1) armazém de
material de penso, um (1) armazém de material médico cirúrgico (MMC), uma (1) sala
técnica, quarentena, laboratório, copa e uma casa-de-banho compartilhada. No entanto, é
importante destacar que existem dois (2) armazéns que foram designados por anexos e
abrigam uma variedade de produtos, principalmente material médico cirúrgico.

2.8.3 Recursos humanos do Depósito de farmácia do HCB

Tabela 3: Recursos humanos do Depósito de Farmácia do HCB

SECTOR OCUPAÇÃO CATEGORIA NOME


Serviços Resp. Dos Serviços Farmacêutico Benedito da Paz
Framacêuticos Farmacêuticos
Chefe do depósito Técnico de Farmácia Elias P. Lucas
Fiel do armazém Técnico de Farmácia Mateus F. Passe
Depósito da Ponto Focal de Técnica de Farmácia Marta Raja
farmácia medicamentos do
programa
Responsável do MMC Técnico de Farmácia Lauirito Américo
Responsável de Material Técnica de Farmácia Marta Jemusse
de Penso
Responsável pelos Técnica de Farmácia Januário Morais
injectáveis

11
2.9 Departamento de Logística e Assistência Farmacêutica (DLAF)

2.9.1 Breve histórico do DLAF

De acordo com algumas fontes orais as instalações da Repartição Provincial da


Farmácia funcionavam numa empresa designada por Emofar, centrada no fabrico de SRO
(Sais de Rehidratação Oral). Este local também já funcionou como DPM.

Esta Repartição tem basicamente duas áreas relacionadas ao fluxograma. A Unidade


de Licenciamento e Inspeção, a Unidade de Farmacovigilância e o Mini Laboratório de
Controle de Qualidade de Medicamentos fazem parte da primeira área, Assistência
Farmacêutica. A segunda área é da logística, que inclui a Área Administrativa e o Depósito
Provincial de Medicamentos.

2.9.2 Infra-estruturas do DLAF

Esta dispõe de um gabinete da chefe da repartição e um gabinete onde funcionam


quase todas as actividades deste departamento. Não menos importante referir que o MiniLab
encontra-se localizado no DDM da Ponta-Gêa.

2.9.3 Recursos humanos da RPF

Table 4: Recursos humanos da RPF

SECTOR CATEGORIA NOME


Responsável do DLAF Farmacêutica Edna C. Rambique
Inspecção Farmacêutica Farmacêutica Lucrécia S. V. Martins
Farmacêutica Amélia Mandiquece
Cotrolo de Qualidade Farmacêutico Lucas P. Chavele
Farmacêutico Domingos Alice Jr
Farmacovigilância Farmacêutica Florência Jaunde
Jesus Tembo
Administração Tec Prof. Adm. Púb. Joaquina Isabel António

12
2.10 Medis Farmacêutica, Lda

2.10.1 Breve histórico da Medis Farmacêutica, Lda

A Medis Farmacêutica, Lda está presente em Moçambique desde 1997 contribuindo


com empenho, rigor e segurança para mais e melhor saúde em todo o território moçambicano.
A Medis Farmacêutica, faz parte do grupo Azevedos, um dos mais sólidos e experientes
grupos farmacêuticos portugueses, com presença em Portugal e Moçambique e exportações
para mais de 95 países dos cinco continentes. Recebe medicamentos de mais de 30
laboratórios sendo indianos e europeus como, Azevedos (o maior fornecedor e parceiro da
Medis), DAFRA, Adcock, MILAN, Medinfar, Gestafarma, etc.

Em termos de implantação territorial a Medis possui actualmente um Centro Logístico


localizado na cidade de Maputo desde 1997 que fornece as filiais como, Medis Beira (opera
desde 2016 com 179 clientes), Medis Nampula (opera desde 2013 com 206 clientes) e Medis
Tete (opera desde 2023 com 49 clientes) assim como fornece os clientes das províncias de
Maputo, Gaza e Inhambane. É missão desta entidade desenvolver o sector farmacêutico em
Moçambique, servir o país com maís e melhor saúde, promovendo a qualidade de vida da
população e o desenvolvimento harmonioso no plano social económico. Esta entidada possuí
delegados comerciais composto por farmacêuticos com o objectivo de difundir ou divulgar
aos médicos sobre as formulações disponíveis nos armazéns.

2.10.2 Infra-estruturas da Medis Farmacêutica, Lda

Em termos de infra-estruturas esta entidade dispõe de uma sala de espera, uma sala de
SAC (serviço de Atendimento ao Cliente), um gabinete do director técnico, uma sala de
amostras, copa, 3 armazéns de medicamentos, uma sala onde funciona a recepção de entrada,
conferência de entrada e armazenamento de produtos recebidos, uma sala de conferência de
produtos aviados, uma sala de expedição e por fim duas casas-de-banho, masculino e
feminino.

2.10.3 Recursos humanos da Medis Farmacêutica, Lda

OCUPAÇÃO CATEGORIA NOME


Responsavel da Medis Farmacêutica Milzan Ahomed
Chefe do armazém Técnico de Farmácia Joaquim Jone

13
Operadora do armazém Técnica de Farmácia Anifa
Isaura Hussene
SAC Técnico de Farmácia Moisés

2.11 Principais actividades desenvolvidas no CMAM, C. S. Nhaconjo, HCB e RPF

2.11.1 CMAM-Beira

2.11.1.1 Sector de entradas

 Recepção de produtos;
 Conferência de produtos;
 Cintagem dos produtos;
 Criação de Labels;
 Arrumação e conservação de produtos.

2.11.1.2 Sector de Inventário e aviamento

 Aviamento dos produtos;


 Inventário dos produtos.

2.11.1.3 Sector de saídas

 Conferência dos produtos;


 Saída de produtos para sectores dependentes;
 Elaboração de guia de remessa/entrada.

2.11.1.4 Outras actividades

 Preenchimento de Livro de Registo de Psicotrópicos e Estupefacientes;

2.11.2 C. S. Nhaconjo

 Assepsia;
 Pré-empacotamento de medicamentos;
 Preenchimento de Ficha de Stock;
 Dispensa de Medicamentos ao público;
 Inventário dos produtos;

14
 Lançamentos de receitas TARV no Livro de Registo Diário de Medicamentos Anti-
retrovirais (MARVs);
 Fechamento de Caixa (Guiché);
 Recepção de Medicamentos e Artigos Médicos do Depósito Fornecedor;
 Gestão de expirados para inutilização;
 Abastecimento de produtos para sectores dependentes;
 Preenchimento de Livro de Registo de Psicotrópicos e Estupefacientes;
 Abertura de novas Fichas de Stock;
 Arrumação e conservação de produtos.

2.11.3 HCB

 Assépsia;
 Recepção de medicamentos e artigos médicos do depósito fornecedor;
 Inventário dos produtos;
 Abastecimento de produtos para sectores dependentes
 Preenchimento de Livro de Registo de Psicotrópicos e Estupefacientes;
 Preenchimento de Fichas de Stock;
 Abertura de novas Fichas de Stock;
 Dispensa de medicamentos ao público;
 Pré-empacotamento de medicamentos;
 Arrumação e conservação de produtos;
 Gestão de expirados para inutilização

2.11.4 Departamento de Logística e Assistência Farmacêutica

. 2.11.4.1 Sector da Farmacovigilância

 Segregação das FNRAMs por distrito, Unidade Sanitária, medicamento e Categoria.


 Lançamento de Fichas de Notificações de RAMS (FNRAMs) no livro de “Entrada de
Correspondência”;
 Inserção de FNRAMs no Sistema VigiFlow;
 Busca activa de RAMs;

15
2.11.4.2 Sector de Licenciamento e Inspenção

 Análise de Mapa de Psicotrópicos e Estupefacientes;


 Actualização de base de dados dos profissionais de farmácia em exercício;
 Elaboração de pedidos de cadernetas;
 Averbamento de cadernetas dos profissionais;
 Licenciamento de entidades;

2.11.4.3 Sector de Controle de Qualidade

 Assépsia;
 Execução do ensaio visual;
 Execução de ensaio de desintegração;
 Execução do ensaio cromatográfico.

2.11.4.4 Sector de Administração

 Recepção de documentos;
 Protocolagem de documentos.

2.11.5 Medis Farmacêutica, Lda

 Emissão de Guia de Picking;


 Emissão de facturas;
 Recepção de produtos;
 Entrada de produtos a tramitar;
 Etiquetagem de produtos;
 Emissão de manifesto de carga.

16
CAPÍTULO III: DESCRIÇÃO DAS PRINCIPAIS ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS

Nesta etapa importa referir que devido a uniformidade de certas actividades em alguns
campos de estágio, serão descritas de forma única as actividades conjuntas. Entretanto,
actividades exclusivas, serão menciondos os sectores no subtítulo e a sua respectiva descrição
evitando deste modo ser redundante.

3.1 Actividades conjuntas desenvolvidas na CMAM, CS de Nhaconjo e HCB

3.1.1 Assépsia

Segundo Morya e Módena (2008), assépsia é o conjunto de medidas que usamos para
evitar que microorganismos entrem em locais que normalmente não os têm, portanto, um
ambiente asséptico é livre de infecções.

Fiz esta actividade com o propósito de manter o ambiente isento de microrganismos


que podem eventualmente causar doenças. Efectuei a assépsia em todos os locais necessários
todos os dias usando uma tira de algodão ou gaze hidrófilo, recorrendo ao uso de álcool a
70%. Fazer esta actividade ajuda a manter o ambiente livre de micorganismos que podem
causar doenças e não só, como também, descobri que a assépsia é uma técnica necessária para
eliminar todos os patógenos que podem contaminar o ambiente de trabalho e a saúde dos
funcionários.

3.1.2 Preenchimento de Fichas de Stock (excepto CMAM)

De acordo com Mussoquia (2021), a ficha de stock é um instrumento para o controlo


de stock existente e dos movimentos realizados localmente em uma unidade sanitária, ou seja,
é um documento específico criado para o controle de stocks de determinado produto de modo
a garantir uma gestão transparente e alertar situções específicas.

Realizei esta actividade com a finalidade de registar todos os movimentos efectuados


com os medicamentos e artigos médicos. Aprendi que é funadamental a existência de uma
Ficha de Stock para cada produto para o registo de todos os movimentos incluindo os kits e os
modelos de registos e qualquer que seja o movimento efectuado deve ser imediatamente
registado na respectiva Ficha de Stock. Ademais, aprendi também que as Fichas de Stock
devem ser colocadas nas pratileiras junto dos respectivos produtos.
17
E ainda, utiliza-se uma Ficha de Stock para: registo das entradas, saídas, inventário,
ajustes positivos e negativos, controlo de prazo de validade, recolha de dados para
quantificação, etc.

Figura 1: Ficha de Stock

Fonte: Manual de Procedimentos, (2008)

3.1.3 Recepção de Medicamentos e Artigos Médicos

Blatt et al. (2013), afirmaram que é o acto de conferência em que se verifica a


compatibilidade dos produtos solicitados e recebidos, ou seja, se os medicamentos entregues
estão em conformidade com as condições pré-estabelecidas.

Um exame minucioso e comparativo entre o que foi solicitado e o que foi recebido é
uma das etapas mais importantes do armazenamento, referiu Monteiro, (2014).

Os medicamentos ou artigos médicos ao serem recebidos devem ser acompanhados


pela GUIA DE REMESSA/ENTRADA e/ou nota de entrega devidamente preenchida pelo
fornecedor (Manual de Procedimentos, 2008).

18
Esta acção foi realizada para reabastecer os estoques e garantir que medicamentos e
itens médicos estivessem disponíveis para os dependentes. Com esta actividade aprendi que
os medicamentos só deverão ser recebidos acompanhados de uma documentação que os
sustenta e em casos de forem detectadas falhas na quantificação ou violações, deverão ser
anotadas todas as situações e elaborado um relatório de ocorrências que o mesmo deve ser
assinado pela comissão de recepção e o transportador. Ademais, aprendi que é necessária a
devolução de uma parte da guia de remessa e/ou nota de entrega para o fornecedor
devidamente assinada.

Numa primeira etapa que é a entrada dos produtos no armazém efectuei junto a equipe
de recepção e na presença do transportador a verificação da integridade física das embalagens,
ou seja, se estas não foram violadas assim como se o número de volumes correspondia a
quantidade indicada na guia de remessa/entrada e/ou nota de entrega.

Figura 2: Guia de Remessa

Fonte: Manual de Procedimentos, (2008)

19
3.1.4 Preenchimento de Livro de Registo de Psicotrópicos e Estupefacientes

É um modelo estabelecido para o registo de todos os movimentos relacionados aos


psicotrópicos e estupefacientes com as mesmas características de uma Ficha de Stock, porém,
o este possuí termo de abertura e encerramneto efectuado pela Inspecção do Exercício
Farmacêutico.

Registar os movimentos no que concerne a entradas, saídas, inventários, inutilizações,


etc, foi a finalidade desta actividade e aprendi com a mesma que, tratando-se de
medicamentos de controlo rigoroso, possuem dois modelos de gestão, o livro e ficha de stock
manual com informações semalhantes. Assim, garante-se maior transparência na gestão
desses medicamentos.

3.1.5 Abastecimento de Medicamentos e Artigos Médicos para os Sectores Dependentes

De acordo com Mussoquia (2021), compreende-se como sendo uma actividade que
tem como finalidade a reposição de stock nos diferentes níveis de atenção de saúde
assegurando assim a disponibilidade contínua de medicamentos e artigos médicos.

De modo a suprir as necessidades dos seus dependentes e assim facultar o


medicamento ao consumidor final, foi o intuito desta nobre actividade.

Capacitei-me com esta actividade a descriminar as requisições feitas pelos


dependentes e deste modo abastecer de acordo com a disponiblidade existente. Assim como
aprendi que para o abastecimento dependendo da situação existem três (3) vias. A primeira é a
clássica normal (método de fornecimento de hospitais, depósitos distritais, provinciais e
serviços de internamento, não só, é usado como um complemento para reforçar as unidades
sanitárias abastecidas por kits mediante a elaboração de uma requisição). A segunda é a
clássica especial (utilizado quando um medicamento está em eminência de ruptura de stock e
é necessário um reforço ou quando se preve situações anómalas). E a terceira é o
abastecimento programago de Kits ( que tem como objectivo garantir a existência regular dos
medicamentos essenciais nas USs de nível primário, melhorar a utilização do medicamento e
as condições de armazenagem e distribuição de medicamentos neste nível e, desta maneira,
melhorar o abastecimento de medicamentos à população).

20
Assimilei também que para o aviamento dos produtos, os sectores dependentes dos
Centros de Saúde, requisitam na base da Requisição Interna/Balancete de 7 em 7 dias ou
quinzenalmente, isto é, de 15 em 15 dias. Importa referir que o fluxo da informação começa
da Unidade Sanitária (US) até ao nível central e deste, para a Unidade Sanitária.

Figura 3: Requisição/Balancete

Fonte: Manual de Procedimentos, (2008)

3.1.6 Arrumação e conservação de produtos

A arrumação é a actividade que consiste na disposição racional e criteriosa dos


materiais nos dispositivos ou nos locais próprios do armazém (Veludo, 2004).

Sabe-se que a estabilidade dos medicamentos está diretamente ligada à sua eficácia.
Por outro lado, esta depende de condições de armazenamento, transporte e manuseio
adequadas desde a fabricação até a distribuição, mantendo assim sua qualidade, eficiência e
segurança.

A conservação consiste na preservação da qualidade dos materiais armazenados,


assegurando que ao serem utilizados estão em perfeitas condições, mantendo intactos todos os
21
seus atributos, como as características físico-químicas, as formas e as dimensões (Veludo,
2004). É objectivo central desta actividade, manter correctamente arrumados e consrvados
todos os produtos recebidos, pois vários são os factores que podem levar a alteração das
propriedades dos mesmos como calor, luz, humidade, ratos e insectos. Com recurso a várias
formas desde a refrigeração, paletes, pratileiras, ACs, ventilação, fui efectuando a arrumação
e conservaçao destes produtos.

Com esta actividade aprendi que os medicamentos devem estar devidamente


conservados e armazenados para evitar possíveis alterações, o que afectaria a sua qualidade e
eficácia uma vez que para cada medicamento existe uma temperatura óptima de conservação
de acordo com as especificações do fabricante. Antes de arrumar qualquer produto ou
medicamento deve-se verificar o prazo de validade, aplicando a norma PEPS (Primeiro a
Expirar Primeiro a Sair). Os produtos com prazo de validade mais longo devem ficar por trás,
sob risco de gerir ou ter no depósito produtos expirados. À frente os de prazo mais curto. Por
outro lado deve-se prestar atenção e colocar os de prazo mais longo embaixo e os de prazo
mais curto em cima. Aprendi também a necessidade de evitar a entropia de medicamentos,
agrupando na medida do possível, os mesmos produtos num único lugar, pois assim facilita a
localização e erros durante o inventário.

Figura 4: Armazenamento de Medicamentos na CMAM

Fonte: Autor (2024)

22
3.1.7 Inventário de produtos

O Inventário é o stock existente num determinado momento. Inventariar é a contagem


física de todos os produtos existentes discriminados por N° de lote e prazo de validade
(Manual de Procedimentos, 2008). O objectivo desta actividade é verificar as diferenças
existentes entre todos os produtos comparando o que existe fisicamente com o teórico.

Aproveitei uma folha A4 para criar um formulário com todas as designações dos
produtos e, em seguida parti para contagem. Para garantir a precisão dos resultados, realizei
duas contagens. A CMAM e o HCB têm um inventário trimestral entre os vários tipos de
inventário, no entanto, um inventário extra-ordinário pode ser feito se for necessário.

Aprendi durante o estágio o quão é fundamental a realização do inventário. Está


actividade, geralmente, antecede a elaboração de requisição de medicamentos sendo mensal
para os Centros de Saúde, HCB e anual para a CMAM. Assim como durante o inventário não
se deve realizar qualquer movimento de mercadoria sendo o depósito considerado como
fechado. É necessário seleccionar um horário para realizar o inventário, que deverá ser fora do
período de atendimento aos dependentes.

3.2 Actividades conjuntas desenvolvidas no CS de Nhaconjo e HCB

3.2.1 Pré-empacotamento de medicamentos

Pré-empacotamento é um empacotamento prévio de medicamentos de maior


rotatividade em embalagens para posterior dispensa aos pacientes.

Maior flexibilidade, ganho de tempo e atendimento de maior número de pacientes de


modo a evitar longas filas e maior tempo de espera, é a finalidade desta actividade. Recorreu-
se ao uso de embalagens de medicametos ou na falta destas, cartuchos (embalagens feitas de
cartolina) para acondicionar os medicamentos. Habilidades como o conhecimento de
medicamentos de maior rotatividade, doses geralmente fixas, quantidades usualmente aceites,
foi o que o assimilei com esta actividade.

23
3.2.2 Dispensa de Medicamentos ao público

Dispensa é o acto farmacêutico de distribuir um ou mais medicamentos a um paciente


em resposta a uma prescrição elaborada por um profissional autorizado. Trata-se de uma
oportunidade para o farmacêutico contribuir para o uso racional de medicamentos, pois na
interação com o paciente é possível identificar a necessidade do mesmo e orientar tanto sobre
o medicamento quanto sobre educação em saúde, atuando desta forma como um agente de
saúde (Galato et al., 2008).

Garantir a correcta utilização da medicação, considerando a qualidade da prescrição, a


embalagem, a rotulagem, as condições de dispensa e de conservação e o cumprimento da
terapêutica pelo paciente, é a finalidade desta actividade. Mediante a apresentação das receitas
médicas fui efectuando a dispensa dos medicamentos. Habilidades para interpretar, aviar, e
dispensar uma receita médica, foi o ganho com esta actividade.

3.2.3 Abertura de novas Fichas de Stock

Com recurso a novas Fichas de Stock, fui efectuando a abertura de novas fichas. É
uma das recomendações emanadas no processo de gestão que cada ano civil, deve-se efectuar
a abertura de novas fichas, porém, as antigas devem ser guardadas para eventuais casos.
Assimilei que é necessário no momento de abertura efectuar o transporte das quantidades
patentes nas fichas anteriores, ou seja, toda a descrição inerente ao último movimento, deve
estar na nova ficha.

3.2.4 Gestão de expirados para inutilização

Inutilização é o conjunto das actividades que permitem a destruição de produtos


farmacêuticos que não estão em condições para serem consumidos. Esta destruição pode ser
por incineração, por aterro ou esmagamento em lugares apropriados (Manual de
Procedimentos, 2008).

Uma vez que são produtos impróprios para consumo esta actividade tem como
propósito destruí-los seja por incineração, por aterro ou esmagamento. Com recurso a uma
lista de inutilizaos, ficha de stock e guia de remessa, fui arrolando todos os produtos que
reuniam requisitos para a inutilização.
24
Aprendi que produtos com prazo de validade expirado; Considerados impróprios para
o consumo pelo Laboratório Nacional de Controlo de Qualidade dos Medicamentos
(LNCQM) mediante o certificado de análises, declarados pelo pessoal técnico competente
(Farmacêutico e outros profissionais de Farmácia) como: Deteriorados devido a condições
climatéricas adversas ou quebras; Com características organolépticas alteradas (mudança de
cor, cheiro, presença de partículas estranhas e turvação em solutos, etc.); Com embalagens
danificadas (enferrujadas, amolgadas, sem rótulos ou rótulo pouco legível) devem ser
intilizados.

3.3 Actividades exclusivas desenvolvidas na CMAM

3.3.1 Cintagem dos produtos

Cintagem de rodutos: compreende-se como sendo uma actividade que tem por fim
cintar as caixas dispostas no palete. Actividade levada a cabo com o intuito de facilitar a
alocação das caixas pois as mesmas estavam soltas. Fui fazendo a cintagem das caixas soltas
com uma fita para garantir a segurança delas. Em um armazém onde a alocação é feita por
máquinas, compreendi que é muito importante cintar as caixas soltas nos paletes porque só
assim as mesmas podem ser alocadas nas prateleiras.

3.3.2 Criação de Labels

Uma label, também conhecida como etiqueta, é um termo utilizado no contexto da


indústria de embalagens para se referir a um rótulo ou identificação que é aplicado a um
produto ou embalagem. Essa etiqueta pode conter informações importantes sobre o produto,
como nome, marca, ingredientes, instruções de uso, entre outros. Com a ideia de arrolar toda
informação relativa ao produto, tem sido a finalidade desta actividade.

Com recurso ao sistema MACs, criei vários Labels para produtos recebidos. Aprendi
que num armazém como a CMAM organizado em fileiras e usando o sistema MACs é vital a
criação de Labels pois dentre outras funçõoes esta facilita a arrumação assim como a sua
identificação no momento de aviamento.

25
Figura 5: Label

Fonte: Autor, (2024)

3.3.3 Elaboração de guia de remessa/entrada

A guia de remessa é o documento que deve ser emitido para enviar ou transportar
mercadorias. Actividade por mim feita com o objectivo de garantir que os medicamentos
saíssem do armazém e/ou depósito para as unidades dependentes. Com recurso ao sistema
informatizado MAC'S mediante a lista de aviamento, efectuei a emissão das guias de
remessa/entrada para as unidades dependentes.

Assimilei com esta actividade que a guia de remessa/entrada é um documento crucial


na gestão de medicamentos e artigos médicos, pois é um documento que acompanha os
produtos e deve ser emitida como suporte de saída dos produtos. Do mesmo modo, aprendi
que a guia de remessa/entrada não é só emitida para casos de saídas de produtos do armazém
ou depósito, mas também em outras situações como por exempo, a retirada de produtos para a
quarentena e a gestão de expirados.

3.4 Actividades exclusivas desenvolvidas no CS de Nhaconjo

3.4.1 Lançamento de receitas TARV no Livro de Registo Diário de Medicamentos anti-


retrovirais (MARVs)

Livro de Registo Diário de Medicamentos ARVs: trata-se de um modelo


diferenciado de saúde, desenvolvido com a finalidade de registar todos os aspectos
26
relacionados com os medicamentos anti-retrovirais. A garantia de uma boa gestão de
MARVs, foi a finalidade da actividade supracitada. Com recurso a Ficha de Stock e o livro
efectuei o preencimento do mesmo desde o NID, Medicamento, Linha terapêutica, Tipo de
doente, Meses dispensados e a faixa etária. Torna-se necessário o preenchimento diário e
efectivo deste modelo, pois o seu preenchimento correcto é um passo dado para a correcta
quantificação e efectivação no preenchimento do Mapa Mensal de Informação dos ARVs
(MMIA).

3.4.2 Fechamento de Caixa (Guiché)

Fechamento de Caixa: processo pelo qual é feito o resumo no final do dia no que diz
respeito a receitas médicas atendidas discriminadas em todas vertentes.

Efectuei essa actividade com o intuito de saber qual era o valor cobrado e subsidiado
do dia mediante as receitas médicas atendidas. Para a sua efectivação, efectuei a separação
das receitas médicas cobradas na totalidade e subsidiadas conforme a categoria de doentes
com desconto como versa o Fundo Social de Medicamentos (FSM).

Ganhei com essa actividade a habilidade de efectuar cobranças (sistema que permite
exigir aos utentes o pagamento dos medicamentos prescritos na Receita Médica e aviados nas
farmácias do ambulatório pelos medicamentos aviados), preenchimento do Mapa Resumo
Mensal de Caixa (MRMC) onde o mesmo deve ser preenchido diariamente. Ademais, aprendi
também como funciona o fluxo de recuperação de custos (conjunto de actividades que
permitem o encaminhamento dos valores cobrados e da informação relativa à cobrança para
os órgãos centrais, de modo a poder fazer-se a análise e avaliação do custo do medicamento
no funcionamento do Serviço Nacional de Saúde).

3.5 Actividades exclusivas desenvolvidas no DLAF

3.5.1 Sector da Farmacovigilância

Farmacovigilância é a ciência e actividades relacionadas com a detecção, avaliação,


compreensão e prevenção das reacções adversas ou qualquer outro problema relacionado com
medicamentos, vacinas e produtos biológicos (Decreto 16-2023).

27
3.5.1.1 Segregação das FNRAMs por distrito, Unidade Sanitária, medicamento e
Categoria.

Actividade por mim feita com o objectivo de quantificação, pois por meio de
separação das fichas de notificações de reacções adversas foi possível apurar quantos distritos
reportaram, qual é a unidade sanitária que mais reportou e que medicamento foi mais
reportado. Aprendi que a partir dessa informação medidas podem ser tomadas pela equipe de
farmacovigilância. Assim como a partir desses dados já é possível elaborar um relatório para
posterior envio ao nível central.

3.5.1.2 Lançamento de Fichas de Notificações de RAMS (FNRAMs) no livro de


“Entrada de Correspondência”

Aprendi com esta actividade que após a recepção das fichas de notificações, é
necessário dar entrada no livro de correspondência e assim gera-se um código de identificação
da ficha de acordo com a unidade sanitária correspondente. E ainda, o mesmo código servirá
para o lançamento da ficha no sistema VigiFlow.

3.5.1.3 Inserção de FNRAMs no Sistema VigiFlow

VigiFlow é um sistema online de gerenciamento de relatórios RAM/ESAVI que


permite a colecta, processamento e análise de relatórios. Ele oferece opções aprimoradas para
capturar dados de relatórios e apresenta terminologia médica padronizada. Também permite a
entrada de relatórios diretamente através do eReporting para facilitar a notificação de
pacientes e profissionais de saúde (Velas, 2021).

Com esta actividade aprendi que é fundamental o lançamento dessa informação para o
seu devido monitoramento pela ANARME, não só, uma vez lançada a informação é do
conhecimento ao nível mundial, pois após o lançamento, gera-se um código único no mundo.

3.5.1.4 Busca activa de RAMs no HCB

Busca activa é uma estratégia que tem como finalidade detectar, avaliar e prevenir
Reações Adversas a Medicamentos (RAMs) em pacientes internados ou não, que fazem o uso
de medicamentos.

28
Reacção adversa: é uma resposta que seja nociva e não desejada e que ocorre em
doses normalmente usadas na prática clínica (Decreto 16-2023).

Para a sua efectivação, foi necessário manter um contacto directo com os pacientes
internados no HCB. Com esta actividade aprendi que por este caminho é mais efectivo
detectar RAMs pois existe aqui, uma interacção directa com o paciente.

3.5.2 Sector de Licenciamento e Inspenção

3.5.2.1 Análise de Mapa de Psicotrópicos e Estupefacientes

Estudos de Leiria (2018), apontaram que Psicotrópicos e estupefacientes são


medicamentos com forte acção sobre o Sistema Nervoso Central e que desencadeiam
alterações a nível da perceção e estímulo. Têm um papel importante a nível medicinal pelas
suas propriedades terapêuticas. Devido aos seus efeitos nocivos, como a tolerância e
dependência são por vezes utilizados de forma ilegal o que determinou que fossem sujeitos a
medidas de controlo especial.

Verificar e analisar minuciosamnete o preenchimento correcto do mapa quando


comparado com o mapa do trimestre anterior antes da sua homologação ou envio para o nível
central, foi a finalidade desta actividade. Tal como aprendi que para o devido preenchimento
deste mapa temos dois modelos fundamentais como a Ficha de Stock e Livro de Registo de
Psicotrópicos e estupefacientes. Os inventários, baseiam-se com o mapa anterior. Após a
verificação os mapas são homologados e de seguida são emitidas as notas de envio.

Assimilei também que as homologações dos mapas acontecem em dois níveis. O nível
provincial que no sector público homologa: Mapas de Centros de Saúde, Hospitais Distritais,
Hospitais Rurais e Depósitos Distritais de Medicamentos e no sector privado homologa:
Mapas de Farmácias Privadas e Postos de Saúde. O nível central que no sector público
homologa: Mapas de Hospitais Centrais (HC), Depósitos Provinciais de Medicamentos
(DPM) e Armazéns Centrais e no sector privado homologa: Mapas de Clínicas Privadas e
Importadoras de Medicamentos.

E qanto ao número de modelos a serem enviados, aprendi que os homologados ao


nível provincial são recebidos em duplicado e ao nível central em triplicado, pois é também
29
tarefa deste sector fazer uma pré-verificação destes mapas antes de serem enviados para o
nível mais alto e em razão disso, deverá ficar com uma cópia.

3.5.2.2 Actualização de base de dados dos profissionais de farmácia em exercício

Trata-se de uma base criada com o intuito de facilitar o registo de todos os


profissionais em exercício na província. Actualizar a base sempre que ingressem novos
funcionários ou sejam retirados do Sistema Nacional de Saúde ou mobilidade destes de uma
farmácia para outra, foi o que aprendi com esta actividade.

3.5.2.3 Elaboração de pedidos de cadernetas

Para exercer a actividade farmacêutica é necessário que o profissional tenha Caderneta


de Práticas Farmacêuticas onde consta o seu número de inscrição e para isso aprendi que os
seguintes são os requisitos para a sua aquisição: atestado de aptidão física, duas fotografias
tipo passe, fotocopia autenticada de BI, fotocopia autenticada do certificado do curso, talão de
depósito no valor de 2500mts, cópia de NUIT e requerimento autenticado dirigido a Senhora
Presidente do Conselho de Administração da ANARME, IP.

3.5.2.3 Averbamento de cadernetas dos profissionais

É uma actividade que tem como finalidade classificar os profissionais de farmácia em


exercício mediante o preenchimento das suas cadernetas e Nota de Práticas Farmacêuticas.

Cultivei com esta actividade que é feita o averbamento das cadernetas neste sector
tanto dos profissionais do Sector Privado assim como Público. Quanto ao fluxo de
classificação importa referir que no Sector Público, os responsáveis dos DDMs classificam os
colegas sob sua tutela ao passo que os do DPM, classificam tanto os colegas sob sua tutela
assim como classificam os responsáveis dos DDMs. No sector privado, os Directores
Técnicos são classificados neste sector e o averbamento (assinatura) final, fica ao encargo da
Responsável do DLAF.

3.5.2.4 Licenciamento de entidades

É uma actividade feita com o propósito de dar acompanhamento a todos os processoas


de pedidos para abertura de estabelecimentos farmacêuticos.
30
Com esta actividade, aprendi que o requerente deve dirigir-se ao DLAF para
comunicar o seu interesse em abrir uma farmácia privada. Após isso, a equipe de
licenciamento consultará a base de dados das farmácias do bairro onde se pretende instalar e
calculará o número de pessoas, com uma estimativa de 7000 pessoas. Depois disso, a equipe
inspecionará o terreno para garantir que o local esteja em conformidade com os termos legais.
Se tiver uma US no bairro, ela não deve estar a menos de 150 m 2 do local onde se pretende
instalar. Caso exista outra farmácia privada no bairro, ela também não deve estar a menos de
400 m2.

Caso o espaço seja aprovado, é da inteira responsabilidade de quem responde pela área
de licenciamento de entidades, elaborar argumentativamente por meio de um documento
designado “auto-previstória” seguido do parecer e relatório.

Ademais, como documentação o requerente deve entregar: Fotocópia do bilhete de


identidade do requerente ou documento de identificação de residência, se o requerente for um
cidadão estrangeiro; Termo de responsabilidade e Certidão do Enginheiro; Memória
descritiva (descrição de tudo o que o requerente deseja em termos teóricos para a sua
farmácia, é mais subjectivo) e Planta (desenho da farmácia).

Aprendi também que o requerente tem dois anos para instalar a farmácia e solicitar a
vistoria após receber a licença (autorização). Uma vez concluídas as obras, o requerente deve
solicitar a equipe de vistoria para garantir que a instalação esteja em conformidade com as
leis. Se a instalação não estiver em condições, a licença pode ser revogada imediatamente ou
pode ser concedido um prazo aceitável apenas por mais um ano para corrigir as deficiências
detectadas. Após a aprovação do estabelecimento, o requerente receberá o alvará após o
cumprimento de certos requisitos.

3.5.3 Sector de Controle de Qualidade

3.5.3.1 Execução do ensaio visual

De acordo com Gil (2010), no que diz respeito a medicamento, a análise visual é um
ensaio de qualidade cuja finalidade principal é avaliar integridade física e estética do produto.
As análises organolépticas são provas analíticas básicas necessárias para o início da

31
identificação de um fármaco, ou excipiente, mas não são conclusivas, sendo necessários
outros testes concomitantemente.

Fiz esse teste com o objectivo de verificar a forma (oval, circular, lados planos,
outros), a uniformidade da forma (uniforme e não uniforme), a uniformidade da cor (uniforme
e não uniforme), danos físicos (rachas, quebras, abrasão, melado, erosão) e outros aspectos
sobretudo análise organoléptica (marcas sujas, contaminantes, involucros inadequados para
cápsulas).

Aprendi que é um teste inicial e fundamental pois facilmente pode-se notar a alteração
de características organolépticas sobretudo a cor.

3.5.3.2 Execução de ensaio de desintegração

Este ensaio é aplicado tanto a formas sólidas como cápsulas, comprimidos e drágeas,
como também plásticas (supositórios e óvulos) e relaciona-se à biodisponibilidade da forma
farmacêutica (Gil, 2010).

Fiz esse ensaio com a finalidade de verificar se os comprimidos se desintegravam


dentro do limite de tempo especificado embasando-se com a temperatura dos sistemas
biológicos sendo de 0 a 30 minutos para comprimidos não revestidos e 0 a 40 minutos para os
revestidos.

Para a sua efectivação, seguem os procedimentos efectuados:

Materiais: 3 Viais de 100ml, 1 Vial de 500ml, 1 funil, 1 termômetro, cronômetro, 1 pinça, 1


suporte e 1 copo graduado.

Reagentes: Soluto: Ciprofloxacina 500mg comp e Solvente: água a 37ºC

 Aqueceu-se água com recurso ao fogão eléctrico até a uma dada temperatura;
 Com ajuda do copo graduado, retirou-se a água e foi adicionada no vial de 500ml.
Com recurso ao termômetro foi-se medindo a temperatura desta, instilando-se água
fria até a temperatura desejada de 37ºC;

32
 De seguida com recurso a um funil foi adicionada água a 37ºC nos três viais de 100ml,
usando-se uma pinça para retirar as amostras das embalagens e sua adição nos viais
por ordem sendo o primeiro a ser adicionado a amostra, resgistado como tempo 1 e
assim sucessivamente;
 Acionou-se o cronômetro agitando-se a cada 10 ou 15 segundos os viais (comparado
com os movimentos peristálticos) e obteve-se os seguintes resultados.

Resultados: Tempo 1=21 min e 18s; Tempo 2= 15 min e 50s Tempo 3=16min e 04s

Aprendi com esta actividade que é fundamental a realização do ensaio de


desintegração uma vez que afecta directamente os processos de dissolução/absorção e a
biodisponibilidade do fármaco no organismo. Conclui que a amostra passou no teste de
desintegração, uma vez que não excedeu o tempo limite.

3.5.3.3 Execução do ensaio cromatográfico

Cromatografia: é uma técnica utilizada para a separação dos componentes de uma


mistura. A separação cromatográfica é baseada na distribuição dos componentes entre uma
fase estacionária e uma fase móvel. Esta separação resulta das diferenças de velocidade dos
componentes arrastados pela fase móvel devido às diferentes interações com a fase
estacionária (Peres, 2002).

Teste feito com a finalidade de identicar, separar e quantificar o princípio activo.

Para a sua efectivação, seguem os procedimentos efectuados:

Materiais: Viais de 500, 100 e 10 ml; Pipetas graduadas de 25 e 5ml; Pinça; Pistilo; Papel de
Alumínio, Placa, Lanterna e Pêra.

Reagentes: Soluto: Ciprofloxacina 500mg comprimido (tanto da amostra assim como do


padrão); Soventes: Água destilada; metanol, acetona, tolueno e amonia.

Procedimentos:

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 Preparou-se uma solução padrão pela adição de 50ml (recorrendo-se a uma pipeta
graduada de 25 mL) de água destilada e o padrão de referência previamente tirturado
com recurso ao papel de Alumínio e pistilo, num vial de 100ml;
 Com recurso a um vial de 100ml, preparou-se a solução da amostra pela adição neste
de 100ml de água destilada e a amostra previamente tirturada com recurso ao papel de
Alumínio e pistilo. Importa referir que para a extração dos 100 mL de água destilada,
recorreu-se a uma pipeta graduada de 25 mL.
 Recorrendo a uma pipeta graduada de 5 mL, pipetou-se 2 mL de solução padrão. De
seguida adicionou-se 1 mL para cada vial de 10 mL da mesma solução. Importa ainda
referir que os dois viais, um era de PA a 100% e o outro de 80%.
 Adicionou-se num vial de 10 mL, com recurso a uma pipeta graduada de 5 mL, 1 mL
de solução da amostra.
 7 mL de Metanol, foram adicionados no vial de PA a 100% ao passo que 9 mL foram
adicionados no vial com PA a 80% e 7 mL no vial que continha a amostra.
 Seguiu-se a fase móvel que é a fase em que os componentes a serem isolados "correm"
por um solvente fluido, que pode ser líquido ou gasoso com recurso a um eluente (um
tipo de solvente que vai interagir com as amostras e promover a separação dos
componentes). Para a preparação da fase móvel, adicionou-se num vial de 500ml: 10
mL de Metanol, 5 mL de Acetona, 2.5 mL de Tolueno e 5 mL de Amonia.
 Desenhou-se a placa (vide a figura abaixo) onde foram depositadas as amostras (de PA
a 100%, 80% e de amostra) com recurso a micropipetas para o seu depósito na placa e
para a sua certificação recorreu-se ao uso de lanterna. Aguardou-se para a sua secagem
e de seguida emergiu-se na fase móvel.
 Passado algum tempo e com a placa totalmente saturada, retirou-se da fase móvel e
deixou-se a secar. De seguida fez-se a leitura da mesma com recurso a uma lanterna.

Finalmente, foram efectuados os cálculos de factores de retenção tanto da amostra


assim como do padrão de referência e o erro relativo como mostra-se abaixo.

𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑙𝑜 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜 5.2


𝑅𝑓𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜 = = = 0.65
𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑙𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑣𝑒𝑛𝑡𝑒 7.9

34
𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑙𝑎 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 5.1
𝑅𝑓𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 = = = 0.64
𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑙𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑣𝑒𝑛𝑡𝑒 7.9

𝑅𝑓 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜 − 𝑅𝑓 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎
𝐷𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎çã𝑜 𝑑𝑜 𝑒𝑟𝑟𝑜 𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 % 𝑒𝑟𝑟𝑜 = × 100
𝑅𝑓 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜
0.65 − 0.64
= × 100 = 1.53%
0.65

Com esta actividade adquiri habilidades para a realização deste ensaio e da amostra
testada, foi possível verificar as manchas na placa e a intensidade das mesmas esteve entre 80-
100% considerado aceitável, pois se fosse abaixo de 80% este medicamento não teria a
eficácia terapêutica desejada e acima de 100% produziria efeitos tóxicos nos sistemas
biológicos. O erro relativo (que mede a precisão) foi de 1.53% estando deste modo, dentro
dos parâmetros considerados aceitáveis, pois este varia de -5 a 5%.

3.6 Actividades desenvolvidas na Medis Farmacêutica, Lda

3.6.1 Emissão de Guia de Picking

Guia de Picking é um documento informatizado onde são arrolados todos produtos


emitido mediante os pedidos dos clientes.

Com esta actividade aprendi que para o aviamento de medicamentos e/ou produtos de
saúde nesta importadora torna-se necessário a existência desta guia que descrimina as
quantidades, lotes e localização destes produtos. Ademais, aprendi que para a requisição de
produtos, os clientes devem estar previamente cadastrados e os pedidos são feitos via telefone,
e-mail, WhatsApp, de forma presencial ou mesmo através dos vendedores e seguir-se-à então
deste modo, a impressão da Guia de Picking.

Importa referir que durante a emissão desta guia, deve se ter em conta a validade mais
baixa, ou seja, havendo, são aviados os produtos com prazo de validade mais curto.

3.6.2 Etiquetagem de produtos

Nesta importadora, a etiquetagem é o processo de colocação de etiquetas de preços nos


medicamentos e/ou produtos de saúde ora aviados. Aprendi que é fundamental a colocação

35
das etiquetas de preços uma vez que trata-se de um elemento informativo para o consumidor
ou comprador. Assim como pela presença de código de barras que as detém, as etiquetas
facilitam a conferência dos produtos pelo sistema PRIMAVERA para sua expedição. É um
elemento fundamental em todo comércio devido ao seu carácter informativo.

3.6.3 Emissão de facturas

Uma factura é um documento que deve ser emitido sempre que se adquire um bem ou
serviço sujeito a IVA, mesmo que esta não seja solicitada pelo cliente. Na Medis
Farmacêutica, após a etiquetagem efectuei a eleboração da factura no Serviço de Atendimento
ao Cliente (SAC), com o intuito de abordar e elucidar ao cliente os valores de IVA.

3.6.4 Emissão de manifesto de carga

Trata-se de um documento detalhado emitido no sector da expedição que registra a


quantidade, peso, origem, características, instruções de armazenagem e outros detalhes relevantes
sobre os produtos que estão sendo transportados. O mesmo não só fornece informações cruciais
para a fiscalização, mas também ajuda a manter estes itens seguros durante o trânsito. Aprendi
que é fundamental que se tenha o manifesto durante o transporte de medicamentos de modo a
facilitar a fiscalização dos produtos nas estradas. Importa referir que este documento só é válido
dentro da urbi, sendo que para fora da localidade, é emitida carta de porte.

3.6.5 Entrada de produtos a tramitar

De modo a flexibilizar as acitividasdes inerentes a recepção e entrada de produtos erm


trânsito dei entrada antecipada designada (entrada de produtos a tramitar), porém, sem validar
pois só serão validados após a recepção fisica dos produtos. Actividade feita mediante nota de
encomenda.

3.6.6 Recepção de produtos

Actividade feita com finalidade de reconstituição do stock. Para a sua efectivação foi
necessário conferir se a carga correspondia com a nota de entrega assim como a integridade
da mesma. Uma vez certificada, efectuei o descarregamento e o acondicionamento de
produtos especiais, sendo que os produtos de frio nesta importadora são conservados a uma
temperatura de 2-8ºC e os psicotrópicos em um cofre com acesso limitado.
36
CAPÍTULO IV:

4. 1 Conclusão

Chegado ao fim, considero que o estágio foi estrategicamente organizado porque as


cargas horárias foram divididas de acordo com a complexidade das rotinas e foi suficiente
para me familiarizar com o funcionamento de cada sector para o qual fui designado. A relação
interpessoal com todos os funcionários foi bastante agradável e respeitosa, o que permitiu o
desenvolvimento pessoal e profissional.

O balanço que faço dos quatro meses e uma semana é positivo, pois fui ganhando mais
experiência e habilidades técnicas que serão úteis na carreira farmacêutica. Além disso, com a
ajuda de uma equipe organizada e competente, pude consolidar e aplicar os conceitos que já
aprendera.

Enalteço a Faculdade com ênfase especial à Coordenação do Curso de Farmácia por


ter contemplado mais um campo de estágio a Medis Farmacêutica, Lda que por sinal, trata-se
de uma inovação. Isso contribuiu para aquisição de mais competências e conhecimentos das
actividades levadas a cabo nas Importadoras de Medicamentos e Artigos Médicos. E que seja
apenas o início, propondo deste modo que mais campos comunitários sejam inclusos para as
proximas gerações.

Contudo, acredito ter estabelecido uma base sólida em termos de conhecimento


técnico e científico, bem como capacidade de adaptação e comunicação. Sem dúvida, foi uma
experiência valiosa, enriquecedora e fundamental que me forneceu as habilidades que preciso
para ser farmacêutico responsável.

Finalizo parabenizando à Faculdade com vénias à Coordenação do Curso de Farmácia


que apesar das dificuldades encontrdas para o arranque do estágio, não mediu esforços para
que se efectivasse.

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5 Referências bibliográficas

Blatt, C. R., Campos, M. C. Teixeira de., & Becker, I. R. T. (2013). Armazenamento e


Distribuição de Medicamentos.
https://ares.unasus.gov.br/acervo/bitstream/ARES/3526/1/E2_Mod4_Un3_final.pdf

Decreto n.º 16/2023 de 25 de Abril. Regulamento do Exercício da Actividade Farmacêutica.


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Galato, D., Alano, G. M., Trauthman, S. C., & Vieira, A. C. (2008). A dispensação de
medicamentos: uma reflexão sobre o processo para prevenção, identificação e
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https://sapientia.ualg.pt/handle/10400.1/12355

Manual de Procedimentos dos Centros de Saúde, (2008), (3a ed.) Maputo, Moçambique

Manual de Procedimentos dos Depósitos Distritais de Medicamentos, (2008), (3a ed.)


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Moriya, T., & Módena, J. L. P. (2008). Assepsia e antissepsia: técnicas de


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amento_e_gestao_de_stocks_formando.pdf
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6. Anexos

Anexo 1: Nota de entrega

Anexo 2: Lista de aviamento

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