3-Hemorragias Da 2 Metade Da Gravidez

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DEPARTAMENTO DE

GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
TEMA: PLACENTA PRÉVIA
HEMORRAGIA DA 2ª METADE DA
GRAVIDEZ

AULA 3

Docente ALZIRA CASSONGO MULANDA


Destinatários: Alunos do 5.º ano
de Medicina
27/02/2023 PAC/TE/FEV/2005 1
SUMÁRIO:
1. Definição
2. Frequência
3. Variedades Anatomoclínicas
4. Etiopatogenia
5. Anatomia Patológica
6. Clínica
7. Métodos complementares de diagnóstico
8. Diagnóstico diferencial
9. Prognóstico
10. Tratamento

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CONCEITO:

Inserção total ou parcial da


placenta no segmento inferior.

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FREQUÊNCIA

Está vinculada a paridade e oscila


entre 1/1500 partos em primíparas e
1/20 partos nas multíparas;
Placentas assintomáticas 25%;
Apresenta-se em multíparas 80%;
Frequente em primíparas idosas;
A recidiva em gravidezes posteriores
não é superior 1 - 3%.
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FREQUÊNCIA (Cont.)
Membranas na
placenta normo
inserida.

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FREQUÊNCIA (Cont.)
Membranas na
placenta prévia
(distância entre
bordo placentário
e zona de rotura
das membranas
inferior a 10 cm-
sinal de Barnes).

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VARIEDADES ANATÓMICAS

Grau I = inserção
baixa placentária.

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VARIEDADES ANATÓMICAS
(Cont.)

Grau II =
Placenta
marginal.

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VARIEDADES ANATÓMICAS
(Cont.)

Grau III =
Placenta oclusiva
parcial.

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VARIEDADES ANATÓMICAS
(Cont.)

Grau IV =
Placenta oclusiva
total.

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TRADUÇÃO CLÍNICA AO
TOQUE VAGINAL
Inserção baixa- não se toca a placenta
Placenta marginal- toca-se um bordo
placentar
Placenta parcial- toca-se estrutura em
meia lua
Placenta oclusiva- tocam-se cotilédones

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ETIOPATOGENIA
Não é de todo conhecida. Causas maternas
Causas ovulares  Condições intra-
 Atraso da actividade
uterinas inadequadas;
histolítica do
 Multíparidade;
trofoblasto;
 Nidação no segmento  Cicatrizes uterinas;
inferior;  Abortos de repetição;
 Desenvolvimento  Miomas submucosos.
anormal da placenta.

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CLÍNICA

Durante a Gravidez

 Toda a hemorragia do 3º trimestre


até prova em contrário é devida à
P.P.
 Aparece no 7º e 8º mês de gestação;
 Início brusco, inesperado, em
absoluto repouso;

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CLÍNICA (Cont.)

 Não se acompanha de dor;


 Sangue líquido, rutilante que pode ir
até aos 500 ml;
 Pode haver hemostase espontânea;
 A hemorragia é repetitiva e as perdas
subsequentes são cada vez mais
abundantes e as pausas tornam-se
mais curtas.

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CLÍNICA (Cont.)

Mecanismo da Hemorragia:
1. Por formação de segmento inferior a
placenta não segue o deslizamento das
camadas e desprende-se;
2. Causas adicionais:
a) Placentite
b) Diferenças de pressões no espaço
interviloso (parte superior e inferior).
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CLÍNICA (Cont.)

Sintomas Gerais :

 Hipotensão;

 Taquicardia;

 Palidez.

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CLÍNICA (Cont.)
Dados de exploração obstétrica:
 A P.P. impede o encravamento normal
da cabeça;
 Situações e apresentações anómalas
(transversas, oblíquas, nádegas -
15,30%);
 F.C.F. normal;
 Toque vaginal-proscrição;
 Exame especular = útil.

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CLÍNICA (Cont.)

Durante o Parto

 Gravidade para placenta oclusiva;


 Grau I e II possibilidade de parto
vaginal;
 Perigo de toque vaginal;

 Vantagem de R.A.M .

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VANTAGEM DO R.A.M NA
PLACENTA PRÉVIA
Apressa um parto já iniciado (método
oxitócico)
Favorece a descida da apresentação e
consequentemente a compressão da
placenta
É método hemostático porque uma vez
rotas as membranas cessa a
hemorragia
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MÉTODOS COMPLEMENTARES
DE DIAGNÓSTICO

1. Ecografia;

2. Ressonância Nuclear Magnética (Custo


elevado).

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DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

DPPNI;

Rotura de vasa prévia;

Rotura uterina.

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MÉTODOS COMPLEMENTARES
DE DIAGNÓSTICO

Prognóstico
 Materno:
 Morbilidade 60 - 65%;
 Infecção 30 - 35 %;
 Acidentes tromboembólicos 4 - 6%;
 Mortalidade materna < 2%;

 Fetal:
 Bom, se a conduta for adequada.

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TRATAMENTO

Existem actualmente apenas duas


possibilidades de tratamento:
Via abdominal;
Via vaginal;

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TRATAMENTO (Cont.)

O tratamento depende do facto de a


mulher estar ou não em trabalho de
parto.
Temos considerado útil a abordagem da
placenta prévia, segundo o esquema do
Prof. Mário Mendes da
Universidade de Coimbra:

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CONDUTA PERANTE
PLACENTA PRÉVIA
Menor de 36 semanas Maior de 36 semanas

Tratamento conservador T. vaginal c/ cautela

Se a hemorragia pára Se a hemorragia Se palpar só placenta Se palpar membranas


não pára

prosseguir até à ma- Cesariana Amniorrexe


turidade fetal Cesariana

Se a hemorragia pára Se a Hemorragia

não pára

Párto Vaginal Feto vivo

Cesariana

Feto morto

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DEPARTAMENTO DE
GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA

TEMA: DESPRENDIMENTO
PREMATURO DA PLACENTA
NORMALMENTE INSERIDA.

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SUMÁRIO:
Conceito e Sinonímia
Frequência
Etiologia;
Anatomia Patológica
Clínica
Complicações
Diagnóstico diferencial
Prognóstico
Tratamento.

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CONCEITO
D.P.P.N.I./H.R.P: é a separação
da placenta implantada no corpo do
útero, antes do nascimento do feto
em gestação de 20 semanas
completas ou mais (OMS 1976)

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SINONIMIA
Desprendimento precoce da placenta
Abruptio Placentae (De Lee)
Ablatío Placentae (Holmes)
Acidente de Baudelocque/ Apoplexia
uteroplacentária/doença de Couvellaire
(Couvellaire).
Eclâmpsia hemorragípara (Resende)
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FREQUÊNCIA:

1 em cada 120 partos


Incidência variável de estudo para
estudo:
Frequência 3 vezes superior em
multíparas que em primigestas
(Pritchard, 1973)

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FREQUÊNCIA (Cont.):

Abruptio placentae uma vez,


predispõe 30 vezes mais do que a
população obstétrica geral.

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ETIOLOGIA

Não se conhece com exactidão a causa


do DPPNI
As múltiplas hipóteses etiológicas
podem ser válidas:

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ETIOLOGIA (Cont.)
Hipertensão crónica e/ou pre-eclâmpsia
e eclâmpsia
Traumatismos externos
Cordão umbilical curto
Descompressão brusca do útero
Malformações ou tumores uterinos
Compressão da veia cava inferior
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ETIOLOGIA (Cont.)

Alterações das artérias espirais


uterinas
Hipoplasia dos vasos venosos
uteroplacentários
Paridade elevada
Antecedentes de DPPNI
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ETIOLOGIA (Cont.)

Iatrogénica
Tabaco, Cocaína
Escasso aumento ponderal na
gravidez
Hipofibrinogenemia congénita

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CLASSIFICAÇÃO
Grau 0 (Assintomático)- diagnostica-se somente
no pós- parto
Grau I (Leve)- há descolamento de cerca de 25%,
hemorragia escassa ligeira hipertonia e pouca
repercussão fetal
Grau II (Moderado)- há descolamento de 30- 50%,
não há choque materno nem transtornos da
coagulação, mas há tetania e morte fetal
Grau III (Grave)- descolamento de 100%, há
choque materno, tetania e transtornos da
coagulação e morte fetal
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ANATOMIA PATOLÓGICA

Exame da placenta depois da dequitadura;


Existência de depressão na face materna;
DPPNI com hemorragia externa 80%;
DPPNI com hemorragia oculta 20% (dos
casos);
DPPNI com hemorragia mista;

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ANATOMIA PATOLÓGICA

DPPNI com
hemorragia
externa 80%

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ANATOMIA PATOLÓGICA

DPPNI com
hemorragia oculta
20% dos casos.

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ANATOMIA PATOLÓGICA

DPPNI com
hemorragia mista.

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CLÍNICA

Formas assintomáticas
Formas atenuadas
Formas graves.

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CLÍNICA (C0nt.)
Formas graves (
útero de
Couvellaire).

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CLÍNICA (C0nt.)

DESCRIÇÃO DE CASO TÍPICO:


 Gestante no 3.º trimestre
 Inicia quadro de dor abdominal
acompanhada de hemorragia genital
 Sangue escasso, escuro, vinhoso

 Dor espontânea ou à pressão no local do


desprendimento

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CLÍNICA (C0nt.)
 Há hemorragia oculta, externa ou mista
 Apresenta um estado de anemia aguda e shock
(palidez, sudação fria, taquicárdia, hipotensão
arterial, oligúria, alteração da consciência, etc.)
 O estado geral não compatível com o sangue
perdido
 Hipertonia uterina/útero de consistência lenhosa
(sinal característico)

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CLÍNICA (C0nt.)

F.C.F geralmente ausente


O líquido amniótico pode ser hemático
Pode haver sinais de pre-eclâmpsia
(59% dos casos)
T. Vaginal  tensão do polo inferior
do ovo

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COMPLICAÇÕES
Transtorno de coagulação sanguínea
(10%);
Insuficiência renal aguda;
Apoplexia útero placentária (útero de
Couvelaire);
Hemorragia pós parto;
Embolia do líquido amniótico;
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DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

Placenta prévia
Rotura uterina
Vasa prévia

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PROGNÓSTICO

Depende de vários factores:


 Intensidadedo desprendimento
 Quantidade de hemorragia

 Presença de complicações

 Rapidez na instauração do
tratamento

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PROGNÓSTICO (Cont.)

Existência de pre-eclâmpsia
Mortalidade materna < 1%
Mortalidade fetal 50% a 100%

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TRATAMENTO

Deve ser imediato;


As complicações surgem quando o
intervalo entre o desprendimento e
o parto é de 6 horas.

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TRATAMENTO (Cont.)

Medidas terapêuticas gerais:


 Assegurar via de entrada de líquidos
(para manter o hematócrito e a
diurese);
 Controlo estrito dos sinais vitais;
 Estudo da coagulabilidade
sanguínea.

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TRATAMENTO (Cont.)

Conduta obstétrica:
 Evacuação rápida do útero;
 Escolher a via mais segura:
 Se feto vivo = Cesariana;
 Se feto morto = Induzir o parto
(amniotomia, oxitócico);

27/02/2023 PAC/TE/FEV/2005 52
TRATAMENTO (Cont.)
 Se
feto morto e não há condições
vaginais ou o T.P. se prolonga acima
de 6 horas = Cesariana.
Tratamento hemoterapéutico.

27/02/2023 PAC/TE/FEV/2005 53
VANTAGENS DA
AMNIOTOMIA

Reduz a invasão sanguínea para o


miométrio.
Reduz a libertação de tromboplastina para a
circulação materna.
Estimula o trabalho de parto.

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DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ENTRE
PLACENTA PRÉVIA E D.P.P.N.I:
Placenta Prévia D.P.P.N.I
1- Instalação insidiosa, gravidade progressiva Começo tempestuoso, instalação rápida

2- Hemorragia indolor, excepto durante o T.P Dor forte no sítio placentário

3- Hemorragia externa sangue vermelho- rutilante Hemorragia inicial/interna, depois exteriorizada, sangue escuro

4- A 1ª hemorragia geralmente é moderada Hemorragia habitualmente grave

5- Hemorragia de repetição Hemorragia única (por via de regra)


6- Hemorragia de surgimento inesperado, (sem causa aparente) Comum/, hemorragia vinculada à toxénia ou traumatismo

7- Sinais de anemia–proporcionais às perdas sanguíneas externas Os sinais de anemia não mantêm relação com as perdas externas

8- A hemorragia cessa após amniotomia e aumenta com as A hemorragia continua após amniotomia
contracções
9- Útero mole (Tônus normal) Útero hipertónico, lenhoso

10- Contorno uterino conservado durante o T.P Contorno uterino aumentado, dependendo do grau de hemorragia
oculta retroplacentária
11- Apresentação não insinuada A altura de apresentação não tem significado; no q.c

12- B.C.F geralmente inalterados B.C.F irregulares ou ausentes.


13- T.V: identifica a placenta no O.C.I membranas rugosas T.U não há placenta, membranas são lisas e tensas

14- Exame da urina- negativo Exame da urina: Albuminúria, cilindrúria


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DEPARTAMENTO DE
GINECOLOGIA OBSTETRÍCIA
TEMA : ROTURA UTERINA

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SUMÁRIO:

Introdução
Definição
Incidência
Classificação
Rotura Uterina durante a gravidez
Rotura do útero durante o trabalho de parto
Etiopatogenia
Sintomatologia
Prognóstico
Tratamento
27/02/2023 PAC/TE/FEV/2005 57
INTRODUÇÃO
A rotura do útero é uma das maiores
catástrofes vistas na prática obstétrica
(Golan e David 1984);
A R.U. é dos mais dramáticos acidentes
obstétricos (Rezende 1995);
A R.U.é um problema agudo e temeroso
(Letsky 1989);

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INTRODUÇÃO (Cont.)
Patologia da pobreza;
Frequência inversamente proporcional
à qualidade da assistência pré-natal;
Varia de:
 1 : 415 (MENON, 1962)
 1 : 2.500 partos (DONALD, 1979)

Muito frequente nos países em vias de


desenvolvimento.
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DEFINIÇÃO
Solução de continuidade patológica do
músculo uterino que se manifesta pela
presença de uma abertura situada com maior
frequência no segmento inferior
Há consenso dos autores em confinar o
Sindrome Clínico de R.U à gravidez de 28 ou
mais semanas (Shreve e Russo 1988); A R.U.
é falta séria na assistência obstétrica.

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CLASSIFICAÇÃO
1. Quanto a época de 2. Quanto ao
ocorrência: determinismo:
a) Espontâneas;
a) Durante a b) Traumáticas;
gravidez; c) Deiscência de cicatriz
de histerorrafia;
b) Durante o parto.
d) Provocadas (uso
abusivo de
ocitócicos).
27/02/2023 PAC/TE/FEV/2005 61
CLASSIFICAÇÃO (Cont.)
3. Roturas podem 4. As roturas ainda
ser: podem ser:
 Completas;  Do corpo;

 Incompletas;  Do segmento;

 complexas;.  Do colo.

27/02/2023 PAC/TE/FEV/2005 62
Tipo, localização e extensão da
rotura

27/02/2023 PAC/TE/FEV/2005 63
ROTURA UTERINA
DURANTE A GRAVIDEZ
São extremamente raras:
Traumáticas (Quedas, acidente de tráfego,
ferimentos por arma branca, curetagem,
manobras obstétricas);
Perfurações (entidade distinta);
Espontâneas (no final da gravidez, por
deiscência de cicatrizes, infecções,
necroses do miométrio).

27/02/2023 PAC/TE/FEV/2005 64
ROTURA UTERINA DURANTE O
TRABALHO DE PARTO

 Causas:
 Parto obstruído (Vícios pélvicos, tumores
prévios);
 Espontânea;

 Manipulações obstétricas (ventosa e fórceps);

 Manipulações intra uterinas (versão interna,


remoção manual da placenta etc.);

27/02/2023 PAC/TE/FEV/2005 65
ROTURA UTERINA DURANTE O
TRABALHO DE PARTO (Cont.)

 Dilatação forçada do colo;


 Uso abusivo de drogas ocitócicas;

 Debilidade da cicatriz de cesariana


anterior;
 Multiparidade.

27/02/2023 PAC/TE/FEV/2005 66
ETIOPATOGENIA
 Trabalho de parto
obstruído:
 Trabalho de parto
prolongado;
 Segmento inferior é
submetido a forças
contrapostas (de tracção e
fixação), tornando-se
hiperdistendido e fino;
 Útero atinge limite
perigoso
 Estabelece-se o síndrome
de distensão segmentária
27/02/2023 PAC/TE/FEV/2005 67
ETIOPATOGENIA

Rotura de Cicatriz:
 Debilidade da parede uterina
 Cura imperfeita da cicatriz devido a
infecção puerperal;
 Hiperdistensão do útero (gémeos);

 Má técnica operatória.

27/02/2023 PAC/TE/FEV/2005 68
SINTOMATOLOGIA
Sintomas e Sinais:
 Antes da rotura (Iminência da
R.U.)
 Na tentativa de superar o
obstáculo
 Surgem contracções mais
potentes;
 Exagero da dinâmica;
 Distensão de segmento inferior;
 Limite perigoso.
 Síndrome de BANDL-
FROMMEL;

27/02/2023 PAC/TE/FEV/2005 69
SINTOMATOLOGIA
(Cont).
Depois da rotura
(Rotura consumada):
Sinais e sintomas
característicos:
 Dor: Súbita, violenta no
baixo ventre;
 Paralisação do trabalho de
parto (útero roto não
trabalha) cessação das
contracções;
 Calma aparente.

27/02/2023 PAC/TE/FEV/2005 70
SINTOMATOLOGIA (Cont.)

 Sinais de choque (degradação dos sinais


vitais)
 Hemorragia: (discreta, ou profusa ,visível ou
oculta);
 Passagem do feto e placenta para a cavidade
abdominal.

27/02/2023 PAC/TE/FEV/2005 71
SINTOMATOLOGIA (Cont.)

 Inspecção Abdominal:
 2 Saliências:

útero vazio contraído e;

feto em situação indiferente.

27/02/2023 PAC/TE/FEV/2005 72
SINTOMATOLOGIA (Cont.)

Palpação:
 Crepitação devido a passagem de ar para o
peritoneu (sinal de Clark);
 Palpação das partes fetais por trás das cobertas
abdominais;
 Macicez variável dos flancos
(hemoperitoneu);
Auscultação:
 F.C.F. Negativa.
27/02/2023 PAC/TE/FEV/2005 73
PROGNÓSTICO
Fetal muito grave, desanimador;
Mortalidade perinatal 16.7% e 58.3%;
Materno - letalidade 0% até 58,3%
A vida da paciente depende da rapidez e
eficiência com que se corrige a
hipovolémia e se domina a hemorragia.

27/02/2023 PAC/TE/FEV/2005 74
PROGNÓSTICO (cont).
O prognóstico depende essencialmente dos seguintes
factores:
Diagnóstico precoce e tratamento imediato.
Curto intervalo entre a rotura e a cirurgia.
Do volume da hemorragia e da disponibilidade de
sangue.
Extensão das lesões.
Existência ou não de infecção.
Do tipo de rotura ou local da rotura.

27/02/2023 PAC/TE/FEV/2005 75
TRATAMENTO
Profilaxia (fundamental):
Vigilância de todas as pacientes de risco:
 Detectar as pacientes com factores predisponentes
(vícios pélvicos, fetos macrossómicos, cesarianas
anteriores, apresentações anómalas, multiparidade,
tumores prévios, e outras situações que podem
dificultar o curso normal de parto).
Exames cuidadosos (Histeroscopia, HSG- 6 meses
após a cirurgia
Internamento de todas as pacientes de risco sem
excepção, as 36 semanas de gestação.
27/02/2023 PAC/TE/FEV/2005 76
Tumor prévio e cicatrizes
uterinas

27/02/2023 PAC/TE/FEV/2005 77
TRATAMENTO (Cont.)
Tratamento da iminência de RU-
cesariana
Tratamento rotura consumada:
 Laparotomia urgente;
 Perfusão de fluídos cristalóides e
electrólitos para correcção da
hipovolémia
 Hemotransfusão;
 Histerorrafia.
27/02/2023 PAC/TE/FEV/2005 78
TRATAMENTO (Cont.)
Histerectomia parcial ou total;
Libertação do abdómen de todo o sangue e
líquido amniótico;
Inspecção cuidadosa de todos os órgãos
vizinhos;
Antibioterapia de largo espectro I.V.

27/02/2023 PAC/TE/FEV/2005 79
FIM DA
APRESENTAÇÃO

OBRIGADA!

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