Introdução Ao Direito Falimentar Por Luyanda Dlamini
Introdução Ao Direito Falimentar Por Luyanda Dlamini
Introdução Ao Direito Falimentar Por Luyanda Dlamini
Falimentar
by Luyanda Dlamini
Princípios do Direito Falimentar
O Direito Falimentar é regido por diversos princípios fundamentais que orientam sua aplicação e
interpretação. Alguns dos principais princípios incluem:
Esses princípios são fundamentais para orientar a aplicação do Direito Falimentar, buscando
equilíbrio entre os interesses dos diversos atores envolvidos, como a empresa, os credores e a
sociedade em geral.
Tipos de Falência
No direito falimentar brasileiro, existem diferentes tipos de falência que podem ser decretados, cada
um com suas próprias características e implicações. A falência pode ser classificada de acordo com
a causa da insolvência, a natureza da atividade da empresa ou o modo como o procedimento foi
instaurado.
1. Falência Empresarial: Este é o tipo mais comum de falência, onde uma empresa comercial ou
industrial se torna insolvente e incapaz de honrar seus compromissos financeiros. Nestes casos, a
falência é decretada com o objetivo de liquidar os bens da empresa e satisfazer os credores.
2. Falência Civil: Esse tipo de falência ocorre quando uma pessoa física, que não exerce atividade
empresarial, se torna insolvente. Aqui, o objetivo é a liquidação do patrimônio do devedor para
pagamento dos credores.
Para que a falência de uma empresa seja decretada, existem alguns requisitos legais que devem ser
atendidos. Em primeiro lugar, é necessário que a empresa esteja em situação de insolvência, ou seja,
que não tenha condições de pagar suas dívidas. Isso pode ser comprovado por meio de diversos
atos, como o não pagamento de obrigações tributárias, a emissão de cheques sem fundos, o
protesto de títulos ou a declaração de insolvência pela própria empresa.
Outro requisito importante é a existência de um credor legítimo que ajuizará a ação de falência. Esse
credor deve ter um crédito líquido, certo e exigível, ou seja, um crédito que possa ser facilmente
comprovado e cobrado judicialmente. Além disso, o valor mínimo do crédito para ajuizar a ação de
falência é de 40 salários mínimos.
Também é necessário que a empresa tenha cessado suas atividades por mais de 30 dias
consecutivos ou que tenha sido declarada a sua insolvência civil. Esses requisitos têm o objetivo de
garantir que a falência seja decretada apenas em casos de real impossibilidade de recuperação da
empresa, preservando-se os interesses dos credores e da coletividade.
Efeitos da Decretação da Falência
Quando uma empresa é declarada falida pelo poder judiciário, uma série de efeitos legais e práticos
se desencadeiam. Primeiro, a empresa perde imediatamente a capacidade de gerir seus próprios
negócios, passando a ser administrada por um administrador judicial nomeado pelo juiz. Todos os
bens e ativos da empresa passam a compor a "massa falida", que será utilizada para quitar as dívidas
da empresa com seus credores.
1. Pedido de Falência: O processo de falência pode ser iniciado por um credor, pelo próprio
devedor ou pelo Ministério Público, por meio da apresentação de um pedido de falência perante
o juízo competente.
2. Decretação da Falência: Após a apresentação do pedido, o juiz irá analisar os requisitos legais
para a decretação da falência, como a impontualidade no pagamento de obrigações e a prática
de atos de falência. Se os requisitos forem atendidos, o juiz decretará a falência do devedor.
3. Nomeação do Administrador Judicial: Com a decretação da falência, o juiz nomeará um
administrador judicial para realizar a gestão do processo, com a função de arrecadar e administrar
os bens do falido, bem como dar início ao processo de liquidação do patrimônio.
4. Realização do Ativo: O administrador judicial deverá proceder à arrecadação, identificação,
avaliação e posterior alienação dos bens do falido, por meio de leilões ou outros meios
adequados, a fim de gerar recursos para a satisfação dos créditos.
5. Habilitação de Créditos: Os credores do falido deverão habilitar seus créditos perante o juízo da
falência, apresentando documentos comprobatórios de suas pretensões, para que seus créditos
sejam reconhecidos e classificados.
2. Realizar a venda dos bens da massa falida, buscando obter o melhor preço possível para
satisfazer os créditos dos credores.
4. Elaborar o plano de distribuição dos valores arrecadados entre os credores, respeitando a ordem
de preferência estabelecida em lei.
5. Prestar contas de sua administração ao juiz, periodicamente, e ao final do processo falimentar.
Na falência, a habilitação de créditos é um processo fundamental para que os credores possam ter
seus direitos reconhecidos e satisfeitos. Os credores devem apresentar suas reclamações e
documentos comprobatórios perante o administrador judicial, dentro do prazo estabelecido pela lei.
Esse processo permite a identificação de todos os créditos existentes contra a massa falida e
garante a distribuição equitativa dos ativos disponíveis entre os credores habilitados.
A habilitação de créditos segue uma ordem de preferência legal, com prioridade para créditos
trabalhistas, tributários, com garantia real e quirografários. Cada crédito é analisado e classificado,
podendo haver contestações e impugnações por parte do administrador judicial, do falido ou de
outros credores. Essa fase é crucial para assegurar a transparência e a justiça no processo falimentar,
evitando fraudes e privilégios indevidos.
O encerramento da falência marca o fim do processo judicial que se inicia com a decretação da
falência de uma empresa. Nesta etapa final, todos os ativos da massa falida são liquidados, os
créditos dos credores são pagos na medida do possível, e a empresa é oficialmente retirada do
registro comercial. É um momento crucial, que representa o término de um longo e muitas vezes
complexo processo jurídico e financeiro.
Alguns dos principais passos para o encerramento da falência incluem: a realização do inventário final
dos bens, direitos e obrigações da massa falida; a venda dos ativos remanescentes; a última
prestação de contas do administrador judicial; a distribuição final do que restar aos credores; e a
extinção da personalidade jurídica da empresa falida. Tudo isso é supervisionado de perto pelo juiz
responsável pela falência, que zela para que o encerramento ocorra de forma ordenada e em
conformidade com as leis aplicáveis.