A Neuropsicopedagogia e A Aprendizagem

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FACULDADE DOM ALBERTO

ANA PAULA DA SILVA FAGUNDES

A NEUROPSICOPEDAGOGIA E A APRENDIZAGEM

São Leopoldo - RS
2022
FACULDADE DOM ALBERTO

ANA PAULA DA SILVA FAGUNDES

A NEUROPSICOPEDAGOGIA E A APRENDIZAGEM

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito
parcial à obtenção do título
especialista em EDUCAÇÃO
ESPECIAL E INCLUSIVA E
NEUROPSICOPEGAGOGIA
INSTITUCIONAL E CLÍNICA

São Leopoldo - RS
2022
A NEUROPSICOPEDAGOGIA E A APRENDIZAGEM

Ana Paula da Silva Fagundes 1,

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo
foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).

RESUMO- O presente artigo apresenta as contribuições da neuropsicopedagogia para a aprendizagem.


O objetivo geral do trabalho é conhecer os recursos do cérebro e da neuropsicopedagogia que tanto tem
a agregar aos problemas de aprendizagem e ao trabalho do professor. O professor é o responsável por
elaborar esquemas e ações que busquem preparar os alunos para desenvolver as habilidades e
capacidades necessárias para a construção do conhecimento. E quando aparece qualquer intercorrência,
ele é o primeiro a perceber isso e muitas vezes vai pedir ajuda, encaminhando o aluno aos cuidados de
outro profissional. Ele, ao fazer isso precocemente, é peça fundamental para a aprendizagem do aluno.
Os resultados alcançados mostram que a investigação do cérebro humano é uma das tarefas que exige a
contribuição dos saberes em diversas áreas. As pesquisas educacionais fornecem materiais para o
desenvolvimento necessário do ser humano. E essas áreas têm muito a acrescentar aos problemas de
aprendizagem que podem ocorrer na escola. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica.

PALAVRAS-CHAVE: Neurociência. Educação. Neuropsicopedagogia. Aprendizagem.

1 INTRODUÇÃO

Aprender é direcionar caminhos que possam estabelecer novas formas de


entendimento sobre o conteúdo escolar e sobre si mesmo no seu ambiente. O sujeito
pode alcançar resultados diversos com outros recursos, sendo capaz de ser atuante em
sua construção de aprendizado.

A neuropsicopedagogia vem trazendo ganhos para várias áreas, principalmente


na educação, contribuindo para descobrir novas práticas pedagógicas e reconhecendo
a relevância do estudo do cérebro, órgão importante e essencial para a aprendizagem.
O profissional precisa olhar para o aluno de forma que o aprendizado seja uma

1
E-mail do autor [email protected]
importante ferramenta de desenvolvimento para o sujeito estar constantemente
atualizado com o universo que o envolve. Aprender é condição necessária humana e
um processo de interação ao meio.

Como hipótese é possível apontar que a neuropsicopedagogia pode contribuir


para a aprendizagem. Diante dessas considerações, as perguntas orientadoras do
estudo podem ser assim contextualizadas: De que forma a neuropsicopedagogia pode
contribuir para a escola e a aprendizagem do aluno?

O objetivo geral do trabalho é conhecer os recursos do cérebro e da


neuropsicopedagogia que tanto tem a agregar à aprendizagem e ao trabalho do
professor. Os objetivos específicos são: conhecer aspectos sobre a aprendizagem do
aluno; entender o papel do cérebro na aprendizagem do aluno, apresentar o trabalho do
neuropsicopedagogo.

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica embasada em diversos autores que


versam sobre o assunto a fim de construir um referencial teórico que apresenta o tema,
seus teóricos e alguns conceitos relevantes e indispensáveis para a elaboração do
trabalho.

Desta forma permitiu utilizar se de fontes de dados, podendo assim direcionar


conhecimento e informações sobre a temática. No processo de execução e produção
dos conteúdos a forma metodológica utilizada no processo de execução do projeto
abrangera processos históricos e atuais que remetem estudos sobre a temática
descrita.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 A aprendizagem

Durante muito tempo confundiu-se “ensinar” com “transmitir”, o aluno era agente
passivo da aprendizagem e o professor um transmissor ausente as necessidades de
aluno. Acreditava-se que a aprendizagem ocorria pela repetição e os alunos que não
aprendiam eram responsáveis por essa deficiência e, por isso, merecedores do castigo
da reprovação. Não pode existir ensino sem que haja a aprendizagem. (ANTUNES,
2015, p.54).

Conforme Piaget (2003, p. 97), o que existe de específico na pré-escola é o


recorte que se faz do conhecimento a ser ensinado, atendendo as possibilidades reais
e potenciais de cada criança. O professor planeja, dirige e controla o processo de
ensino, com o objetivo único de estimular a atividade própria dos alunos – a
aprendizagem. Mas não são apenas os alunos que aprendem.

De acordo com os estudos de muitos teóricos como Piaget (1896-1980) e


Vygotsky (1896-1934), a aprendizagem é característica dos seres humanos. Isso quer
dizer que qualquer pessoa aprende e não apenas na escola. Vygotsky (2001, p.476),
diz a esse respeito:

Em essência a escola nunca começa no vazio. Toda aprendizagem com que a


criança depara na escola tem sempre uma pré-história. Por exemplo, a criança
começa a estudar aritmética na escola. Entretanto, muito antes de ingressar na
escola ela já tem experiência no que se refere a quantidade: já teve
oportunidade de realizar essa ou aquela operação, de dividir, de determinar a
grandeza, de somar e diminuir... a aprendizagem escolar nunca começa no
vazio, mas sempre se baseia em determinado estágio de desenvolvimento,
percorrido pela criança antes de ingressar na escola. (VYGOTSKY, 2001, p.
476).

Os próprios alunos vão percebendo seus pontos fracos e fortes em relação ao


conhecimento. É dessa maneira que alunos e professores conseguem constatar que o
processo de formação de conceitos não é espontâneo. De acordo com Vygotsky
(2001), exige uma série de funções superiores, como atenção voluntária, memória
lógica, abstrações, comparações e diferenciações. Gasparin (2015, p. 60), destaca:

Os conceitos do professor não se transmitem de forma mecânica e direta ao


aluno; não são passados, automaticamente, de uma cabeça para outra. O
caminho vai desde o primeiro contato da criança com o novo conceito até o
momento em que a palavra se torna propriedade sua, como conceito científico,
é um complicado processo psíquico interno e envolve a compreensão da nova
palavra, seu uso e assimilação real (GASPARIN, 2013, p. 60).

Para atuar no ensino o professor precisa conhecer e “diagnosticar” a fase de


desenvolvimento em que se encontra o aluno em relação ao que está sendo ensinado.
Vygotsky (2001, p. 244) estabeleceu três níveis de desenvolvimento de ensino. De
acordo com Dorot e Parot (2018, p.76):

Aprendizagem é a mudança no comportamento de um organismo, que resulta


de uma interação com o meio e se traduz em um aumento de seu repertório. A
aprendizagem se distingue das mudanças comportamentais que ocorrem após
a maturação do organismo, que constituem, elas também, enriquecimento do
repertório, mas sem que a experiência, ou a interação com o meio, tenha
desempenhado um papel significativo (DOROT, PAROT, 2018, p.76).

A aprendizagem é um processo complexo que se manifesta por meio do


desenvolvimento cognitivo e muitas vezes esta acompanhada de várias dificuldades
que levam ao fracasso escolar. Entende-se o fracasso escolar como algo que impede a
capacidade de aprender efetivamente. Para a compreensão desse processo, torna-se
necessário conhecer a origem desses. Esse cresce cada vez mais e é uma questão
que precisa ser discutida e solucionada.

Alguns problemas envolvem fatores: neurológicos, psicológicos, socioculturais,


sensoriais, socioeconômicos, educacionais, dentre outros. O professor é o primeiro que
observa algo errado com o aluno. Passa pelo seu olhar interpretações ligadas ao
aprendizado, como a falta de adaptação e a indisciplina do aluno. O processo de
aprendizagem é cheio de mudanças, conhecimento e comportamento obtidos a partir
de vivências a partir de fatores emocionais, neurológicos, relacionais e ambientais.

Para Relvas (2014, p.104), “a aprendizagem é um ‘mix’ de memória, atenção,


concentração, interesses, desejos, estímulos intrínsecos (neurotransmissores/
hormônios) e extrínsecos (informações externas) que tomam conta do cérebro
humano”. Tornar agradáveis os espaços educativos é fundamental para promover laços
sólidos, de segurança, confiança e afeto. As deficiências e faltas deverão ser resolvidas
nos ambientes educacionais.

Assim, atenção e memória exercem um papel fundamental na aquisição da


aprendizagem. Articulado a esses princípios, temos o respaldo de Pantano e Zorzi
(2017) que indicam os vários aspectos cognitivo-emocionais que influenciam na
capacidade de aprender: motivação, interesse, auto-estima, autoconhecimento,
imaginação e criatividade. (PANTANO e ZORZI, 2017, p. 180).
A fase escolar é considerada a mais propícia e também a mais fácil para um
diagnóstico eficaz, o distúrbio de aprendizagem pode ser identificado precocemente,
por meio de um trabalho multidisciplinar, para que se possa trabalhar nos objetivos.

2.2 O cérebro versus a aprendizagem

A aprendizagem escolar é natural e é resultado de uma complexa atividade


mental. O pensamento, a percepção, as emoções, a memória, a motricidade e os
conhecimentos prévios estão envolvidos e onde a criança deve sentir o prazer em
aprender (FONSECA, 2008, p. 13).

A aprendizagem é uma função do cérebro. Não há uma região específica do


cérebro que seja responsável pela aprendizagem. O cérebro é no seu todo
funcional e estrutural responsável pela aprendizagem, que é uma resultante de
complexas operações neurofisiológicas. Tais operações associam, combinam e
organizam estímulos com respostas, assimilações com acomodações,
situações com ações, etc. (FONSECA, 2008, p.128)

Para Fonseca (2008) a Neuropsicopedagogia promove a reintegração pessoal,


social e educacional a partir da identificação, do diagnóstico, da reabilitação e da
prevenção de dificuldades e problemas na aprendizagem. O autor ainda afirma que
compreender a relação entre cérebro e aprendizagem, é importante conhecer um
campo de extrema complexidade e fascínio: o cérebro humano, que é a parte mais
importante do Sistema Nervoso.

Ele é responsável por todo o funcionamento das atividades voluntárias e


involuntárias, ou seja, é responsável por coordenar todas as ações do nosso corpo. É
através do seu funcionamento que aprendemos e modificamos o nosso
comportamento, assim os processos mentais são consequências do funcionamento
cerebral.

Esse processo ocorre mediante os circuitos nervosos, formado por bilhões de


células – os neurônios (unidade funcional básica do Sistema Nervoso Central). Eles,
segundo LURIA (2014, p. 67), são constituídos por ramificações que são chamadas de
dendritos. Cada um deles transmite informações que percorrem o corpo todo e o
cérebro através dos axônios. Sua principal característica refere-se à comunicação
intercelular.

O cérebro é composto por bilhões de células nervosas, interligadas e


responsáveis pelo controle das funções mentais. Além dos neurônios, o cérebro
contém outras células como as da glia (células de sustentação), os vasos
sanguíneos e órgãos secretores (LURIA, 2014, p.67).

Para compreensão do funcionamento cerebral em relação a aprendizagem, é


imprescindível conhecermos, mesmo que basicamente, como a informação circula por
ele. Pantano e Zorzi (2017, p. 171), ainda afirmam que

O cérebro aprende através do exercício das habilidades, das necessidades, da


motivação, da curiosidade, do interesse, da repetição e das fases inerentes ao
desenvolvimento neuro-cognitivo. O cérebro aprende desde sempre
(PANTANO, ZORZI, 2017, `p. 171).

A Neuroplasticidade, segundo Pantano e Zorzi (2017), é a capacidade que o


encéfalo possui em se reorganizar ou readaptar frente a novos estímulos, sejam eles
positivos ou negativos. É um termo utilizado para a capacidade do cérebro de se
transformar. A neuroplasticidade permite a reorganização da estrutura do encéfalo e
constitui a fundamentação neuro-científica do processo de aprendizagem.

A grande plasticidade no fazer e no desfazer as associações existentes entre as


células nervosas é a base da aprendizagem e permanece, felizmente, ao longo
de toda a vida. Ela apenas diminui com o passar dos anos, exigindo mais tempo
para ocorrer e demandando um esforço maior para que o aprendizado ocorra
de fato. (COSENZA; GUERRA. 2011. p.36).

“Aprendizagem é reorganizar, eliminar, construir e otimizar”, para Pantano e


Zorzi (2017. p. 172). Dessa forma, para entender e otimizar o aprendizado de modo
geral, é essencial que haja a estimulação das sinapses tão cedo e variável quanto
possível. O aprendizado consiste em uma transformação da informação e modificação
do conhecimento, hábitos e atitudes, ou seja, uma mudança de comportamento
decorrente da experiência. A aprendizagem depende de condições estruturais e
funcionais do sistema nervoso central conforme aponta Ciasca (2015).

Assim, atenção e memória exercem um papel fundamental na aquisição da


aprendizagem. Articulado a esses princípios, temos o respaldo de Pantano e Zorzi
(2017), que indicam os vários aspectos cognitivo-emocionais que influenciam na
capacidade de aprender: motivação, interesse, autoestima, autoconhecimento,
imaginação e criatividade:

A aprendizagem necessariamente envolve compreensão, assimilação


(memória), atribuição de significado e estabelecimento de relações entre o
conteúdo a ser apreendido e os conteúdos a ele relacionados e já
armazenados. Nessa visão cognitiva, a aprendizagem é um processamento
resultante de processos cognitivos que envolvem sensação, percepção,
atenção e memórias (operacional e de longo prazo (PANTANO; ZORZI, 2009,
p. 24).

O conhecimento e o entendimento de como o cérebro aprende possibilita aos


educadores a utilização de recursos e estratégias pedagógicas adequadas para atender
as necessidades relacionadas ao processo de aprender.

a aplicação da neuroaprendizagem nos meios educativos contribui na avaliação


das causas dos bloqueios, resistências e dos mecanismos de defesa muito
presentes nas situações de dificuldades e transtornos do aprender. (PIMENTA,
2004, p. 11).

O cérebro juntamente com a educação, segundo Pimenta (2014), configura o


eixo central da Neuroeducação, a qual possui como objetivo central compreender os
mecanismos cerebrais decorrentes à aprendizagem e como eles podem potencializar
as práticas educacionais.Em destaque a isso estão os ensinamentos feitos de Arroyo
(2014, p.364) que diz:

Não se pode deixar de reconhecer e estar atentos à diversidade de contextos de


aprendizagem, estar atentos às trajetórias humanas, sociais de cada educando e de
cada coletivo racial, social, porém não interpretaremos essa diversidade como alunos-
problema, como lentos, burrinhos, ignorantes, menos-capazes de aprendizagem e de
formação.

O tema da aprendizagem envolve a pessoa em sua totalidade, em sua realidade


bio-psico-social e espiritual. A partir dessa realidade, segundo Bossa (2012), o
aprendizado é construído em um referencial que considera os aspectos subjetivos,
cognitivos, sociais e orgânicos em um relacionamento dinâmico. Aprendizagem envolve
a dinâmica de estruturas inconscientes.
2.3 A neuropsicopedagogia e a aprendizagem

É na escola que a criança passa muito tempo da sua vida. Auxilia a criança no
seu desenvolvimento, interligando a construção do conhecimento e o seu crescimento.
A escola não deve ser vista como algo que zela somente pelos cuidados das crianças,
mas centraliza suas preocupações com suas aprendizagens cognitivas, pois acreditam
que essas crianças podem aprender, crescer e desenvolver suas habilidades.

O tema da aprendizagem envolve a pessoa como um todo, em sua realidade bio-


psico-social e espiritual. A partir dessa realidade, a aprendizagem é construída em um
referencial que considera os aspectos subjetivos, cognitivos, sociais e orgânicos em um
relacionamento dinâmico. Aprendizagem envolve a dinâmica de um sistema de
estruturas inconscientes.

O aluno passa por vários estágios de desenvolvimento e que precisa ser


ensinado para poder se desenvolver melhor. Há também certas tolerâncias, pois o
cuidado, a paciência com essas crianças surge muito daqueles em que elas depositam
sua confiança. Daí a necessidade de desenvolver habilidades, conhecimentos e
competências que proporcionem a sua relação como o outro, para que se desenvolva
cognitivamente, afetivamente, socialmente e biologicamente.

O adulto precisa ensinar e estimular a criança para desenvolver seus aspectos


emocionais, cognitivos, psicomotor e emocional. Caso essa criança não tiver uma boa
qualidade de vida ela apresentará dificuldades tanto na sua infância quanto na vida
adulta. Diante disto, Bassedas, Huguet e Sole (2015, p. 45) ressaltam:

As experiências que as crianças vivenciam no decorrer dos anos, em todos os


contextos (família, escola, entre amigos e amigas) fazem com que elas
interiorizem uma imagem e um conhecimento de si mesmas [...] ao mesmo
tempo, adquirem uma valorização do próprio conceito que é transmitido por
pessoas significativas em sua relação diária (BASSEDAS, HUGUET, SOLE,
2015, p. 45).

O aluno passa por vários estágios de desenvolvimento e que precisa ser


ensinado para poder se desenvolver melhor. Tem uma forma singular de se relacionar
com seus familiares, amigos e seus brinquedos.

Há também certas tolerâncias, pois o cuidado, a paciência com essas crianças


surge muito daqueles em que elas depositam sua confiança. Daí a necessidade de
desenvolver habilidades, conhecimentos e competências que proporcionem a sua
relação como o outro, para que se desenvolva cognitivamente, afetivamente,
socialmente e biologicamente.

O processo de aprendizagem é cheio de mudanças, conhecimento e


comportamento obtidos a partir de vivências a partir de fatores emocionais,
neurológicos, relacionais e ambientais. A neurociência tem ajudado a compreender
como o cérebro funciona, mostrando as possibilidades de se modificar a partir do seu
relacionamento com o ambiente e com os estímulos gerados pelo meio no decorrer da
vida.

É importante entender como os estímulos emocionais podem afetar a


aprendizagem, pois contribui para um trabalho preventivo em sala. E de que forma
esses estímulos influenciam o aprendizado. O cérebro, a aprendizagem e a
neurociência estão ligados no processo de aprendizagem e o cérebro é um mediador
do conhecimento entre a família e os educadores.

É preciso reconhecer que a emoção é a centelha da vida, o estímulo


desencadeia e fixa a informação na memória. A emoção selecionada pelo
cérebro é transformada em uma aprendizagem significativa. Um professor
‘emocionado’ demanda novas emoções e isto gera dúvidas, experimentações e
aprendizagens. É o cérebro em plasticidade para aprender e criar
competências. (LENT, 2001).

A neurociência sozinha não responde a demanda da aprendizagem. Precisa do


olhar do educador, que reconhece os potenciais, as dificuldades e as necessidades dos
alunos. A interação entre neurociência cognitiva, pedagogia e prática docente dará
novo foco nos problemas, tentando minimizar dificuldades e acompanhando resultados.

Para isto ocorrer deve-se pensar um pouco sobre o que é atenção, pois ela faz
toda a diferença dentro do processo da aprendizagem como uma ferramenta utilizada e
aprendida pelo aluno. O conhecimento, por parte do educador, dentro dos princípios
neurodesenvolvidos, permite a utilização das teorias e das práticas pedagógicas, que,
com base dos mecanismos neurofuncionais, otimizam a aprendizagem do aluno.
3 CONCLUSÃO

Ler, escrever e pesquisar sobre a neurociência e a caminhada da sua evolução


em meio a escolarização possibilita um olhar para abrangente sobre o cérebro humano,
órgão este responsável pelas operações e ações das mais simples as mais complexas.

No âmbito acadêmico, entende-se que as atividades de aprendizagem que a


criança pratica influenciam em sua formação e desenvolvimento. A escola é um local
que serve como espaço para estimular e desenvolver integralmente o ser humano.
Diante deste propósito, torna-se indispensável refletir sobre a importância do bom
desempenho do aluno, que é mediado pelo professor o qual em num sentido amplo,
estimula o desenvolvimento de habilidades e aprendizagens da criança e efetiva o
apontamento de dificuldades de aprendizagem que ela possa ter.

Muitos alunos apresentam diversos problemas que possuem múltiplas causas,


as vezes possuindo estreita relação com o ambiente familiar, com profundos impactos
na vida escolar. Mas muitas vezes são dificuldades inerentes à condição da vida
externa do aluno, tratando-se, realmente de um problema neurológico, ou de um
transtorno que a criança apresenta, sendo necessário um acompanhamento e um
tratamento mais específico para que não traga déficits à aprendizagem.

Para dar conta dessa tarefa, é preciso criar um conjunto de condições


metodológicas e práticas que orientam as atividades escolares. E contar com o apoio e
com o trabalho de profissionais que podem apoiar a escola, aptos a lidar com os
problemas que envolvem o não aprendizado do aluno, tomando as devidas
providências para sanar ou controlar o que causa o déficit. Nos últimos séculos,
surgiram vários teóricos que se dispuseram a pensar a relação desenvolvimento e
aprendizagem, pesquisando, principalmente sobre aspectos ligados às dificuldades de
aprendizagem.

4 REFERÊNCIAS

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mestres. Petrópolis: Vozes, 2014.
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Petrópolis: Vozes, 2015.

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