Lampião Da Esquina
Lampião Da Esquina
Lampião Da Esquina
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Décio Escobar,
Fred Feidman,
o Cupido de Ouro:
uma nova versão
(para estas mortes
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YUK10- vIISHIMA: VIOLÊNCIA E PAIXÃO
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Prof. Dr. Luiz Mott GRUPODIGNIDADE
OPINIAO
^ii,1JUXPIA0 Heterossexualidade:
Conselho Editorial: Adão
Acosta; Aguinaldo Silva,
perversão ou doença?
Anlõn:;; Cli rysôstomo, Clóvis A1,- . i ; r : :-;,'I ;iI; ,,& ' . ,. . • i ., ;,. .-,,..
nando Bastos. Regina Rito, , .. ;. i1iio-seIeço, certas OCUpaçes são as Como bern rc-rnior:rira a tnemtiu'mr, 'a re es. mas iamliimmnr urna u;ratuticacão sexual que lhes
iS lieterosses uais 1 rri maior i e i êr;cia a lui binoS e as surras ria ' 'esposa' ' a helenos Í- prout rui -ri pelos labLus do inces-to . . Au p1 cm tirar
Henrique Neiva, Leu a Miccolis nuuult'irit-u coroo pinrurmnr.;s srxoars, o hteru
;xr(:r'r Entre tis horriuris, essas ocupacões sPXLiuuliai i e mascuiumia pode mouras vezes se
(Rio): José Pires Barroso Filho. Ir Ciurfl .i rat)ORIJs a;Jrcssivos como os ie espress,'ur conner hosiulurar'e para com as sexual m;isr:i.ilino está seniro mniotirr;tr 'o pri -
Paulo Augusto, Carlos Alberto mão-( l e -oti ra OU 0e TflOi OfiSi a (O caminhão, mu l heres, ce tato, muitos assassinatos por fiei morrer 1c pelo rIrei o; meu 'o mão só r o tines-
Miranda (Niterói): Mania, CtlIE; apu 'aro a Liqüel rar ris arisie'ades resu 1 ar o rio M e 1, o Oco emita 1 são u 'e um holen 1)5- te riras t,inrrbem a peru-a ca relação maternal
i.IHIU$ do cesernpi.ii;ho ; Í & um papel, e vári as i bm : mariana sOiir'c) anhrrac-iu 4 a ira soi:ioi'ade
Edward MacRae (Campinas): &lru3l Por Seu lou SLiEil crriuiqe Por eia
l i r i clusive, reve ser dito, ,I;irSpc)fs5& a ir rpra n atureza, a CIIiOLIIO hetomossexuja ê uum pula presmicu de outros homens
Glauco Mattoso, Celso Cnn, '1 'riic;;;t, onde a possessão e o exercício ato aqnr:ssuvo. reltenaiso, cor-no o faz, a nas-
Edésio Mostaço (São Paulo): pcx'er sio a a1raÇo. As mulheres preterem jrflC0 simbólica t i a porte femlm,,nu,-u pis-,:ma A Ha prov;ir-m'lmnente um forte elemento' de
Aniylton Almeida (Vitória); Zé O(.;);lciÇ;S menos ativas como, por exemplo, ir-rui; licação l;im:iasuosa moro o genitor u'O
r1:pr)cir'ar-e em sexo é rama, e geralmente mrào
cc secret a ria eu vivais'elra Muitas mulheres, i:- SiO com bons olhos por oLilmos heiurros- mesmo sexo, e rumo r 1 useju re dr'otar esse
Alhurquerque (Recife); Guinar de %
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ESOUINA
das am brasa. A A ma,ônia foi fotografada por raha 1 hos. Não queriam que abrisse o bico. par:I
satélite e a seguir bicada: os projeto ,, petro- que não ai r;. pai hasse a concordância geral. M.i
qui iii icos das multinacionais começaram a des- Luti lei tal onda que o troço quase acabou ciii
truir rios e costas; quiseram acabar com as matas pancadaria. Só quando receberam ''ordens
do Espírito Santo para plantar palmito de expor- superiores'' é que as vaquinhas dc presépio Lia
tação. mataram os .jacarés e as capis aras do Mato mesa deixaram que ele subisse ao palco, E que 1
(;rtisso para vender o couro, pescam 365 dias por que disse Eu t/, enearapitado na tribuna como 11111
ano todas as baleias, lagostas e camarões do Nor- corvo, Óculos lia ponta do nariz? ''Os atuais
deste e jogam no mar o poluente industrial. E modelos dcsi,'nvolvimeiitistas são suicidas. Ru-
tudo isso porque o Brasil é o pais do futuro. Des- st.'iam-se na exploração <te rapina cm todos os
de que não venham nos incomodar no sagrado setores.'' Para o ecólogo gaúcho o Brasil de hoje
descanso do lar está tudo bem, Ai que preguiça! Ç está trabalhando contra as gerações futuras. Não
tão bom ficar se embalando na rede, coçando adianta conibater o pequeno predador se o gran-
bicho-de-pé e desfiando um rosário de lugares de fai o que quer. Os sítios arqueológicos estão
comuns. Que acabem logo com tudo - índios, sendo sistematicamente devastados. Um sam-
bichos, plantas. rios , só não atrapalhem nossos baqui de 1.aguna. Santa Catarina, com () metros
sonhos nem queiram discutir esses problemas no de altura e oito mil anos deidade. foi inteiramen-
horário das novelas da TV Globo. te destruído e vendido para usinas de concreto. As
Mas eis que surge um chato para estragar a terras do Nordeste, diz ele, só produzem açúcar, e
festa. Presidente de urna até então conhecida As- "este dá o dinheiro que (is senhores feudais s.to
sociação Gaúcha de Proteção ao Ambiente gastar bem longe dali . E Lutz remata com nula
Natural. José Luizcmbcrger. Luiz para os constatação que é o próprio cerne da questão: é o
1
amigos. apareceu na imprensa nacional quando antropocentrismo do pensamento cristão o res-
uma remota praia do Rio Grande do Sul, a de ponsítvel por toda a filosofia destruidora (1(1
Hermenegildo. Foi atacada por um ' misterioso" homem ocidental.
veneno que destruia tudo ao seu alcance. A O que mais incomoda em Lutzemberger é que
desolada figura, magra. alta e encurvada reco- ele não fala de problemas abstratos ou de teses in-
lhendo os animais mortos na praia ganhou os terplanetárias. Seu tema é o Brasil, o homem
noticiários da TV; o visual dele incomodava - brasileiro, o presente. "Miséria e alienação são maneç'am indiferentes ''ante as ileeis,'ses ui, ' s <'e 1e di lO!,' II p- mi, <'is !,'m li html 11-.,
parecia uma ave de rapina -, mas dizia coisas conseqüências do modelo de desenvolvimento, nocratas '' . A ecologia. Para José 1,utieuuulis'rcer,' .0 para o Iuiis'uis,, Il<It s ltsis i'si iótauut il p.Ir,litis'ns.'
tão terríveis que ninguém podia deixar de ouvir, onde a tecnologia é centralizada e a favor das assunto de tochos, a ser discutido lixrcnucnte. 1 '1 - que entrou á força
0 Ii,, Is'r, ' (;uu,oI- ;t liii ;issisulu -
Sua atuação foi tão decisiva nesse episódio que monoculturas", afirma. Como um bom qutxouii pci defender tal tipo de pensamento que seus aos tlt'htmv's.
tiveram de mandar correndo para o Sul o Minis- que é, ele pede a participação popular cm todos as de ('uniiha quiser,uuiu proibi' (o de i.ular,
tro da Saúde. Quando a atititritlade desembarcou lis zissiitllus da nação e que os luniens não per- classe utitda s',kpe lisa mentI' iuidt'uvui Francisco l3ittencouri
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da pararia da diversidade
REPORTAGEM:
sabia por iintic atidas a o pianista. Na terça-feira.
ele soliou à galeria. subiu e bateu à porta do
apartamento. Um policial que lã eslava o pre'n-
deu, e ele confessou o crime. (Para o repórier.
unia celia nesq uecis ei: no dia 12 de ti' o einh ri de
l°'i, no apartamento do pianista. Anisal recuos
Iltuni ii crime, com o auxilio do detetive França.
que lei papel (te F rvd Feldmin -I crm tnad
recunsi ii tiçào. sorrindo. ele apertou a m ão d is
foi i'g ri lis. uni por o m . E. aos repórteres. de
ciarou: ''Lii sou uni hoiiienu nuuriutai . sempre lis e
il:Iuiu ' r,t(!a. Bicha iciii mais,,
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VI
da parada da diversidade
REPORTAGEM
Em junho de 1976, Guaratinguetá, Lorena. ''entre os homiiosscxiiais passivos", coma dizia uni
Pindannhangaha e outras cidades do Vale do jafliLil, dai resultando o(%) nsorta (s). Nas víscera
Parait'a foram abaladas pelo noticiário de alguns
crimes qtie se misturaram a boatos. protestos,
sensacionalismo e cartas anõnunas circulando iii-
diserimintsdamcn%e à cata das bruxas-bichas:
No Vale do Paraíba, de Wanderley não se constatou qualquer vesligic
de tóxicos.
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Btxordia-::-:::-:: A hora e
Florianópolis e o vampiro art-decô a vez dos
Um não muito jovem pintor de marcha lenta. Acelerado, o pintor çes, com o vampiro rodando a capa,
Florianópolis estava outra noite no
bar Lananeide envergando sobran-
art-decô dá adeusinhos e aceninhos
aos guardas, num alegre convite a
cheio de uis e ais. Disso tudo ficou
uma lição para o grupo carioca que
Travohas
ceiro sua enorme capa de veludo um drinque. Marcha à ré da pa- acompanhava o indigitado homem Está havendo o maior ouriço, todos
preto (que na verdade é um poncho) trulhinha: "O que o senhor dese- do art-decô: em Florianópolis, mes- os dias, na porta do 266 West, por
e revirando os olhos. Passa uma ja?", quer saber um dos policiais. mo em noites de sufoco, não convém causa do anunciado concurso Dancing
patrulhinha da PM catarinense em Resultado: meia-hora de explica- ficar dando adeuzinho a policiais. Gays. Muita gente querendo se ins-
crever, para alegria do-Amadeu, mas
faltava um regulamento, que a gente
A festa corria solta, suas telas em vez de pintá- publica só agora. Atenção, Travoltas
E por falar em MPE (Lecy Brandão) - a de todos os sexos
(Música Popular Enten- própria; Outra Vez (Isol- batait son piem, como las, acorre solícito: "Deixa
dida, vide a entrevista de da) - Roberto Carlos; dizia Proust. De repente, que eu costuro!". O ato é 1 - Poderá concorrer qualquer
Lecy Brandão neste nú- Romina uma criatura mais exci- público e emocionante: an par, sem qualquer tipo de discrimi-
mero), um leitor muito e Juliano (Tai- tada com o ambiente artís- artist at work. Terminados
guara) - nação (homem com mulher, homem
atento, Carlos Santos, do Moç Taiguara; As tico do festim deixa cair os trabalhos de corte e cos- com homem, mulher com mulher e
Rio, resolveu pesquisar Moças (Paulin ho. Soa- um canapé plom! - tura, o artista levanta-se demais variações possíveis); apenas,
por conta própria e nos res/Paulo César Pinheiro) (som de canapé caindo). de sua heróica posição de por uma questão de ordem, proibe-se a
mandou de presente um - Beth Carvalho,- Da Ao abaixar-se para re- presença de animais domésticos na
roteiro de músicas que ser- Maior Importância colher o acepipe, eis que cócoras. "Pronto!", ex- pista. 2 — A inscrição só será possível
viriam para compor uma (Caetano Veloso) - Gal apertados fundilhos da clama, feliz. "Não esquece mediante a apresentação do cupom-
espécie de paradão - Costa,- Sombra Amiga calça da criatura ex},lo- de assinar a obra, que- que publicamos abaixo, e o pagamento
LAMPJÁO'S Power Dis- (Sueli Costa/Tite de dem. O dono da casa, pin- ridinho!", grita um mal- da taxa de inscrição: míseros Cr$
cotheque, ou coisa que tal Lemos) - Sueli Costa; Pai tor conhecido por costurar doso do fundo da sala. 200,00; 3 — Os candidatos serão sor-
- especializado. Uma e Mãe (Gilberto Gil ) - teados em grupos de dez pares para
Serviço de Utilidade Pública Um dos mldnight cowboy,
sugestão: procurem gravar Gil; Conflito (Petrú cio de LAMPIÃO: atençio frequen- mais temidos da Cinelândia participar das eliminatórias; estas serão
essas músicas numa fita, e Maia/Climário) - Fag- tadores da Clnelândia, Central do atualmente é conhecido pela in- tantas quanto o número de pares ins-
curtam, uma após outra, ner; As Pessoas e Eles Brasil e adjacências. Cuidado sólita alcunha de Jorge Mala. critos divididos por dez; 4 - A primeira
estas jóias do cancioneiro (Lecy Brandão) - Lecy; com um rapaz chamado Jorge Fria; dos muitos suadouros que eliminatória será na primeira quarta-
praticou sabe-se de um engra-
entendido. Jura Secreta Não Tem Solução (Dorival Luis Pereira (é o seu verdadeiro
nome, que ia apresenta como çadissimo. quando ele, após
feira após o dia 15 de novembro; 5 -
(Sueli Costa/A bel Silva) - Caymmi/Carlos Gu mIe) cabo-fuzileiro (embora nio o seja, deixar pelado o rapaz com quem, De cada eliminatória sairão dois pares
Simone,' Ombro Amigo - Taiguara. às vezes anda até lardadol e minutos antes, $rtilhara um para a Semifinal; desta sairão os dez
morador em Bangu. Bancando o leite no I'iostal Palace, olhou para - finalistas, 6 — Os classificados para a
bom-moço, ele conquista as pes- os pés do infeliz e lhe disse: "vá
semifinal ganharão discos Odeon,
soas, passa a frequentar suas tirando o tênis, que eu tou
Vinte e sete pessoas que nos mandaram pedir pelo reembolso postal casas e, após algum tempo de precisando de um par". Resposta Warner e CBS; 7 — Os finalistas
os livros de ('aio Fernando Abreu agora mios mandam cartas desafo- "eterna amizade", desaparece salvadora do rapaz, após olhar os ganharão assinaturas de LAMPIÃO,
rudas porque tido receberam a encomenda. Mil perd,3es, senhores, mas com tudo o que encontra pela sapatos de Jorge: "mas os seus es- além de brindes que já estão começan-
cometemos, em relação àquele escritor. um terrível engano ao incluí-li frente. O rapaz é iadrio pé-de- tão mais novos que os meus!" do a pintar; 8 - Na final, o par con-
ira lista de escritores estranhos; a estranheza de Cai,é diferente da chinelo, leva loisinhas de pouco Mala-Fria, após um exame
nossa, ele vende mais para o outro lado da sida, o lado pop (atenção, apurado, constatou que o rapaz
siderado vencedor receberá Cr$
valor: rádio portátil, isqueiro,
querisii)s. caprichem na prsm úncia.' o som deve ser igual ao que faz uma bolsa vazia, barbeador elétrico] falava a verdade, e foi embora, 6.000,00; o segundo colocado, Cr$
bola de s,jhdo que exp! sds' e se esvai no ur).l etc... Mas, com seu gesto ingrato, deixando-o nu. mas de sapatos. 2.500,00, e o terceiro, Cr$ 1,500,00; 9
Já deixou dilacerados muitos — O júri terá uma composição di-
A bicha estava há horas no banheiro dos homens. Quieta, muda. corações. ferente em cada eliminatória, mas
Quando o primeiro homem entrou, eia agarrou uma vassoura e co- sempre formado por personalidades do
meçou a varrer. Era a deixa para o seu lindo texto, devidamente re-
mundo fonográfico, artistas e jornalis-
citado, em tom suspiroso: "Meu amorzinho, espera um pouco que es-
tou acabando de varrer o nosso lar eja-já serei sua!", ao que o bote, es- tas; 10 - As inscrições podem ser
Por falar em bicha, recebemos o seguinte bilhetinho:
pantado, deu no pé. feitas com Amadeu, na boate 266
LAMPIÃO, Está ficando cada vez melhor! (Até ai, pelo que nos
toca, estamos emocionadas, queridiilnha!). Para coletivo da West, no horário das 22 às 24 horas
Aconteceu num prédio da'. Laranjeiras, no Rio, O rapaz dono do
apartamento saiu para trabalhar e sua vizinha flagrou seu fiel acom-
palavra bicha, que tal BIXIJRME, obviamente oriundo de (Avenida N.S. de Copacabana, 266,
- bicha + cardume? assinado do leitor assíduo. BIXUTA. galeria); 11 — O traje para os-candi-
panhante quando este, minutos depois, entrava em casa acompanhado
de uma vistosa senhorita- A vizinha telefonou para o dono do apar- isso: bixuta já se manifestou, E os (as) outros (as) não se ma- datos, na noite de apresentação, é dts-
tamento. este veio correndo e deu o flagra. Tremendo escarcéu. O fiel nifestam? Até parece que nosso povo não acredita na força do
coletivo de bicha! Ou não? O concurso está de pé: vaie uma as-
cotheque, ou seja: zorra. (Adão
acompanhante do rapaz traído foi devidamente expulso do lar-doce-
sinatura anual de LAMPIÃO para quem inventar o melhor Acosta)
lar, e teve toda a sua bagagem atirada no corredor. Em pânico, ele
coletivo para a classe.
pediu ajuda, logo a quem? À ciosa vizinha que o denunciara, a qual,
pnali,,ada, resolveu abrigá-lo -- provisoriamente" em seu lar. Pergunta
que o dono do apartamento, enroscado eip sua solidão, no hesitaria
cli: responder: quem traiu quem nessa história toda? •
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gueiagora
vende, d à
bom lucro""
I.)e trés silos para ca, atem de indis.utísel
substância artística, a compositora Leci Brandão
ganhou também a fama de ser um dos porta-vozes
musicais daquilo que ela mesma chama de "povo
guei brasileiro. No LP "Coisas do Meu Pessoal",
a música ligada ao tema era 'Ombro Amigo"; no
seguinte "Questão de Gosto" os homossexuais
foram homenageados com "As Pessoas e Eles".
Em seu novo disco, a sair em breve, intitulado
L,'i'
t•iIfU
lJrjidão, com duas ucumpunhlanh(',s, na hora da i'c'rdudt'. José Fernando segura o ino'nfom'. ('hri'aos,omo es-
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queira ch*mar, é pIMônko ou participante? animal mais forte, o homem primbiso. O pro-
Leci - Platônico e participante.
('11ryss1úrno - Em que sentido?
— Quero continuar cantando blemas mesmo é a preservação da espécie. Tá na
cuca de todo mundo, da bicha mais doida. Só
Leci - Quer r? Por exemplo, o lato (k eu ser quero ver agora, com o bebê de proveta como é
hmossexital é uma coisa que no rue incortitida,
rilo flL apavora, porque cLI não devo nada a nin-
todas as minhas preferências que vai ficar.
Mauricio - Bebé di, proveta não sem ao caso.
guém. coisas todr que u Iii ioi com muito José Fernando - Por falar em bebê de proveta, o
sacrifício. tLI(l() que tLi cnsegui veio atrtsés de Nélson Ned disse no programa Flissio Cavalcante
uma h4talha de muito tempo, ictiko digiiil1e que o artista, para fazer sucesso no Brasil, tens de
ltUT)CI fui venal, nunca pag ne 1 a ninguém para ser esquerdista, homossexual ou toxicómano. O
lotar meu S' discos tias rádios. Esçe é o meu lado que você acha disso? 1 locti ' muuido ri)
p Lr i& i1)11 te . Se sou peito ahert o corn os oul ro icei - ICara de espanto, olho arregalado 1 Eu
parque io vou ser comigo mesma ? E platCniea nunca coas ersei com o Nélson Ned. Que coisa!
C11 SOU. prq Lii., desde o I11Ofl)efll(1 em que cinheei Será que ele disse nii-smri isso'.'
o b tio CLI ei . orihec Is) ;tra 1 1 hnsa' . que José Fernando —Disse, disse! Foi na TV. Eu vi. E
tu(. aniam Lufl1tl eu smi. tatO por CLl't de fama. tem mais: acho que se ele afirmou uma coisa
essas bobagens. A geni e coner't . a gente é fra a - dessas é porque muita gente pensa assim. O
co tini com 1, outro. rit(, precis.i ct.Lr cieturpaiidt, anãoiinho foi a voz da t'liansada maioria silen-
nu ariiiaudo jolgadas, fl4lI Llio. E por i!OO que
eti 1ranii o ITtt_• ti (1 lioniossesual.
ChrvsL\suno - Sem problemas?
ki ciosa.
Chrvst'istouii - A mesma maioria que o Nixon
dizia que falava por ele nos Estados Unidos?
teci - A g ente jii i ata rgiiial ,ado . de cara, pela Leci -- Eu acho quu- as pessoces atacam gente
Sl)lCt1aLk [ , mão a (cai L SC UflC SI' junta, clii as conhecida porque elas iêtn um recalque incrível,
mãos. 1 tini LIflI a o ou (ro sem medo iie ai precon- elas qute estão nu,
II
urna Frutsiriçàc' de não serem elas
i'd!
ceitos. 11111 iiiegõcio muras LI husLi, que eu estou lc,, tia ides isão, e'scres codo, assinando co-
cuirunului de CLLhCÇa, realmente. í o iliais pro- hliil,L - 155t 5 di' i 515.
duliso mergulho qtte tu ia dei em mim ntc'silia e
au 1 José Fcriiuiido - Vai ver você tem razão. Já pen-
(A platéia queda, estuporada, por segundos. lia. sou o Nélson Ned de travesti? Ou escrevendo pan-
fhialnmenie. um rumor de frase., mie perguntas Iletos contra o governo ou doido de fumo por ai?
airascs.somlns no ar.i Let'i - (Engasga de rir. Desengasga e cominua 1
j ri5L' 1 criutiirl,t - Você aceitaria algum titulo des- E realniett;c tini ,il)surchi'. Eu. por exemplo, nua-
ses que tecia por ai, de Rainha do Povo (;l, por usei toxico rara eoivt alguma, muito menos
exemplo? -ai cc compor ou cantar. lonuo umas biritas de vez
icei - . Cli não aceitaria esse 1 1 lI ' C 'ri x - eh,, (lucinclo, tinieonttctqtie,iiiho Para clarear a
p1 içar )irq LiC RI i tilt a LIC cotei ia l)Jsl a ser uma ti Agora não lenho nada com a vida dos outros.
Coisa mcii' lscluli t iva, unia coisa Luri sIlca vista ii Nélson Ned queima fumei é problema dele e
de Itiru para dentro. Ai eu ii es ci ria usartido o meu iiirr meu. Ah. não vou falar serio sobre isso não.
lati[, g iie i para ate prumos e r e não estou ci tini cliv- Si' sei que artista, jornalista, esse pessoa! todo
si,. 1 ti t rat'a 1 ho. componho, sou às rádios, tudo it.ilalham muito. Nós mesmos estamos aqui, às
pr'ha'ilmcntc VOU a tudo qltaitto é dei Lia noite. fazendo esta entres ista. i rah'alhan-
show ik tras esli. Amo travesti Mas sciiiiirv num
respeito por mim mesma e pelos outros, flutuo
grande, extremo. Minha lransaçu com meus
Iguais é de pessoa para pessoa. E até engraçado.
JJ
*5i
-'si' Feritindir Ah, outra coisa. O que voei
acha dessa história de artista bicha posando para
reportagem tia reviste "Amiga" com noiva em-
Conio é que eu ia poder reinar sobre os meus prestada do lado?
se ate lii ci ri i icei - uni problema de insegurança. A pessoa
j ,is Iritiiiio
'tr -- Mas você comparece a testas que se garante não vai se Preocupar de mostrar
gueis publicas, em sua homenagem... ai hilL. noivo, sem lá o que.
Lcd— Quando icai muita badalação ás vezes eu José Fernando - Você posaria com um noivo
evito ir. Eu quero que as pessoas enxerguem esse arranjado pra capa de uma revista?
meu Lado huuiiessexual como cinta coisa séria, que L.eei - Claro que não, porque seria ridículo.
licita respeito . Icinto que dentro da boate Gai- [)c'pot'. eu não ia ter nem coragem de ,ite olhar no
vota. iii' tIl a de setL'mhio do ano passado, quan- L'"lrr.'lhio.
do linuNk , tinia honten ci cin Ii pelo lançamento do
meu disco "Coisas elo Meu Pessoal'', cheguei no Mauricio - Isso não é porque mocê vende bem
microfone e disse "lama cuidado ó com tis foras- sendo como mi?
teiros. minha gente!'' Porque n s temos de ter icei - E no principio, quando não vendia nada,
cuidado com os — curiosos — entre aspas, porque qcLaiicto comecei? Teria arrumado um noivo pra
eles estão sabendo que a questão homossexual dar entrevista do lado, não é'?
vende revista, disco, jornal. O sistema descobriu espécie de porta-voz guri; aceita esse papei? do para tender disco. Mas como eu estou fazendo Maurício - Mas você é uma pessoa Forte.
que guei lá dá lucro. Todo mundo vai ler, com- Lcd. Por que não? Desde que se encare o guei serclacic dessas ;rês condições, achei que fica tudo
prar: todo atando quer descobrir endereço de cunho tiniu pessoa, um estilo de vida '.ão digno e bem. Assumo minha cor e minha condição fe- Lcd - E o que co estou dizendo! Ninguém
hocite entendida. Depois essas pessoas chegam sério como outro qualquer, posso ser porta-voz da minina porque nasci assim e nunca usei isso como pisrLsi tapa' o sol coni a peneira pra fazer sucesso.
nas boates, pegam o homossexual, que está lá às situação lo meu pessoal. Mas olha lá. Nada de argumento, como "me ajuda que sou preta. Esses rapazes, essas bichas que nós conhecemos
rezes enecicadissimo, num tini de caso, usam e guei tratado ou agindo como coisa jocosa. que mulher e fraca": para pedir favor aos outros. Que tão bem, dentro do meio, fazem papel ridículo
abusam ela figura. 'Iransa, entress(a etc., e não se dá ao respeito. Aquele estilo do aaauii, nada! Por ser preta e mulher é que trabalho por insegurança. Fala-se muito nos atores da
depois cai fora. Mas cai fora porque a euca do cheguei! Só serve a quem é contra nós, de forma niuito, desde pequena. Agora assumo também a Globo que fingem machismo para conquistar as
''curioso " não está preparada para um lance declarada ou disfarçada. minha condição de gostar de outra mulher. Isso fâs. Mas o Tom Ferreira.
Ferreira, por exemplo, que
daqueles, de verdade verdadeira. por isso que José lernatudo - Qual seria o comportamento pintou na minha vida porque tinha que pintar. conheço bem, já puxou para alguma capa de
um nuunLc de gente por ai está fu e mal paga-. por- certo? Ninguém obrigou, induziu, nada disso. Como eu resista com namoradinha do lado? Não, porque
que se meteu com a pessoa errada, cota um desses Lcd - O negócio e bem diferente. Por exemplo. estou fazendo tudo de verdade, de cabeça, não ele se preza. tem respeito por ele mesmo.
turistas do homossexualismo. jornalistas de nome se unem e fazem um jornal tenho medo do preconceito das pessoas. Quaiido (' hrvsóstomo - Esse pessoal não seria vitimado
José Fernando —E, gente. Agora estou entenden- como o LAMPIÃO, a que se pode dar crédito. alguém tem consciência do que faz só tem a tal Sistema de que tanto se fala?
do porque a Lcd Brandão Foi tão votada no con- Artistas se unem e fazem um espetáculo guei, de ganhar. Quando você acredita em você - e sabe
curso de Guei do Ano do 'Correio de Copaca- consistência. De minha parte faço minha música porque está acreditando - não existe motivo Icei - Espera aí, ó Chr y sóxtonuo. Esse negócio
bana." A Giorinh. Pereira lançou o tal concurso, e meu canto. Quero continuar cantando livre- para medo nenhum. d imagem, de consumo. não dá, sabe? Eu falei
que recebeu, em três meses, um total de quase mente todas as minhas preferências, inclusive as t ,_sii prir senhor Roberto Livi (N.R. - Atual em-
sete mil votos. E Lcd ficou na quarta colocação, sexuais. Sempre falando e cantando de uma for- Maurício - Você não acha que a imprensa tam- presário e produtor dos discos e da imagem de
com una oitocentos votos, acima de cantoras que ma nova, bonita. A gente pode falar de cama e bém é culpada por isso, pelo preconceito contra Sidney Magal), dentro da sala dele. nu Phono.
estão na batalha há multo mais tempo, como G.l sexo de uma forma limpa e criativa, pois o sexo os homossexuais? linicio de tumulto. Lcd res- grani. Ele quis se meter no meu disco do ano pas-
Cosia, Maria Bethania. Ganhou ate da Simone, também pode ser limpo e criativo. Uma coisa de ponde, alheia ao barulho dos litigantes) sado, dizendo que não tinha entendido esse
novo idolo guei da praça. classe. negócio de "Ombro Amigo". "Vamos ao Tea-
Chrysôsi,'niti - Quem lançou iii candidaturas? Chr y sistomo - Classe? igual no EBOPE., Lcd - Não sei não. Pode ser que a imprensa tro", não tinha entendido nada, né' Ele era coor-
Foi voto direto? classe A.LC? - tenha uma parte pequena de responsabilidade, denador da Pol y dor e me disse com aquele so-
José Fernando - Foi voto direto. Ninguém taque. "Mas vo queru, que ustcd venda 4(X) mil
apresentou candidatura de ninguém. Cada leitor Lcd - Acontece, por exemplo, que eu tenho Maurício - Pequena como, com essa mania de discos!" Eu disse: "Bicho, mas eu não estou
ou eleitor votou em quem quis. Teve gente que minha mãe. Leci Conceição Brandão, uma turistizar o sapatão e a bicha? preocupada em vender quatrocentos mil discos.
não entendeu a idéia de Personalidade Guel e mulher que nasceu em 1922. tem um padrão de Você é argentino, um cara que tiAo teiii com-
votou em Fernanda Montenegro, Tênis Carreto, vida completamente diferente, tem outra cabeça, Leci - A mania não é só da imprensa, não é? petência para discutir sobre o meu trabalho,
por aí. mas é uma pessoa que eu respeito - não tenho Prefiro vender três mil, mas três mil honestos,
1. lirvsosionti, - Se Foi voto direto sou a Favor. pai há muitos anos -, e sei que ela não aceita Chirysóstonuo - Como jornalista gostaria de es- dando o' meu recado''.
Cada um tem a eleição que marece. certas coisas. Como ela merece respeito, penso clarecer que uma parte da imprensa, a imprensa Chrvsóstonio - Quanto você vende afinal?
Lcd ri e também se declara a favor de eleições duas vezes antes de tomar qualquer atitude.Clas- machista, tem responsabilidade sobre esse icei - Cada LI' nica chega às 20 mil cópias, por
diretas) se é isso. Fazer as coisas sem violentar os outros. problema sim. Mas me admiro você Mauricio, ai. Quero assim, que as vendas aumentem
Mauirieu' Quem foram os outros eleitos? repórter Fotográfico, colocar o problema de Jeito gradatis'anientc, ou que venda pouco, mas só à
José Fernando - Em primeiro lugar o Toni Chrvsóstonio - Apesar de Já levar certa san- tão simplista. Virou moda, moda perigosa, medida que as pessoas forem conhecendo e
Ferreira, seguido na ordem de votação pelo Ne) tagem, por ser famosa, você é negra, homossexual alienante, culpar a imprensa por tudo o que aceitando o meu trabalho conto ele realmente é.
Lirtorraca. Ney Matogrosso e Leci Brandão. E e mulher. Todos nós sabemos que negro, homos. acontece. Não foi a Imprensa que inventou a Nada de imagem mentirosa, noivo do lado,
quinto ficou o João Paulo Adour. sexual e mulher são algumas das espécies mais bicha nem o sapatão. Tudo vai depender do jor- bugigangas e poses para enganar o público. Sc
('lirvséistcsiiiii - Ué. Ney Latorraca e João Paulo discriminadas. Você não tem medo de se expor, nalista ou do veículo que publicar a matéria. tem artista que gosta de se emperequetar, melhor
Adour são personalidades gueis? Pensei que eram de enfrentar a barra dos preconceitos? pra ele. Eu não faço essa linha. Eu acho que seria
atores mie novelas da Globo. laci - E muito isso. Mas o preconceito existe, muito ruim pra mim, Lcd Brandão da Silva,
Jose lcrrtuiicio - O que mesurpreeendeu mesmo Lci - Perai. Você falou como? Chr y sóstoato - O machão que redige uma nota mulata brasileira, chegada a um saniba, a um
foi a primeira colocação do Toni Ferreira e a mal escrita, toda deformada, sobre uma bicha as- bolero, a uma verdade muito minha, vender unia
quarta da Lcd. Os dois, Samos usar a palavrinha Chrvsóst,iiii,i - Você não tem. mêdo das pessoas sassinada por um michê, apenas reflete o pro- quantidade entontie de discos. Já Pensuili? Gravar
chata. são assumidos. Então nesse jogo de escon- te olharem diferente porque mi negra, mulher e blema de formação. Ele já tinha o preconceito é — uma musiquinha qualquer, o público comprar só
de-esconde da maioria dos artistas, era pra eles homossexual declarada? mais antigo. Presumilvemente existe desde a porque é comercial e aiiiatthã. depois de ter al-
não serem nem lembrados. Idade da Pedra Lascada, quando o homem cançado o primeiro lugar tias paradas. ninguém
Chrvsóstomo - Surprise! A verdade rende solo! icei - Eu teria medo dos outros se não fosse matava o mais fraco, quem sabe o afreacalhado mais se lembrar cio nicu nome. do mcut trabalho?
Isso contrisrra todas as regras dejogo. Você ë uma nada disso e estivesse fazendo uni trabalho supér- da época, porque o cata representava uma A qualidade. pra mim, é mais iniporlauiuc do que
fluo. alguma coisa simulada, se estivesse mentia- ameaça à procriação, à ocupação física do mundo a quantidade.
LA MPIÃO da Esquina Página li
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da pircitia da diversidade
*1•.
Prof. Dr. Luiz Mott GRUPODIGNIDADE
LITERATURA
O poema Hino a PA, que publicamos nesta edição, Glauco Mattoso, autor de With a little help mate, forma na
numa incrível tradução do poeta português Fernando Pes- linha de frente dos lampiânicos paulistas e, como poeta, Já
soa, é assinado por Mestre Therion, na verdade um dos
nomes mágicos de Afester Crowley, "mago, aventureiro e
participou de várias antologias (é também contista). O
poema de Olney Kruae foi escrito logo após a morte de in
H o P_^ã
Pasolini, e é uma homenagem ao grande escritor Italiano, VIBRA DO CIO subtil da luz,
charlatão Inglês", que manteve com Pessoa longa corres-
pondência e chegou Ir a Lisboa, em 1930, para conhecê-lo. assassinado em circustânclas - até hoje - flAO Inteira-
mente esclarecidas. (Gasparino Damata) Meu homem e afã
Vem turbulento da noite aflux
De Pá! IôPá!
Bilhete ao meu Melhor amigo Iô Pá! Iô Pá! Do mar de além
Vem da Sicília e da Arcádia vem!
(Á Pier Paolo Pasolin4 in memorian) Vem como Baco, com fauno efera
E ninfa e sátiro à tua beira,
ontem tu gritaste meu nome Num asno lácteo, domar sem fim,
os passos da covardia feriram tua beleza A mim, a mim!
correram atrás de teu corpo e teu corpo por teus orificios verteu Vem com Apoio, nupcial na brisa
e um grito sem eco correu pela água doce água salgada água suada (Pegureira e Pitonisa),
noite Vem com Artémis, leve e estranha,
tu gritaste meu nome E coxa branca, Deus lindo, banha
tua voz não foi ouvida eu dormia Ao luar do bosque, em mármores monte,
eu dormia tu gritaste meu nome eu cansado fazia Manhã malhada da âmbrea fonte!
no leito a pausa forçada Mergulha o roxo da prece ardente
ontem meu amigo No ádito rubro, no laço quente,
os gestos da violência estenda-me tua mão A alma que aterra em olhos de azul
agarraram tua alma estou desperto O ver errar teu capricho exul
tua sensibilidade vamos juntos e sós No bosque enredo, nos nós que espalma
quiseram tirar da tua pureza um galho apunhalar a escuridão A árvore viva que é espírito e alma
folha talvez cuspir na violência E corpo e mente -do mar sem fim
para o enxerto de que careciam perguntar por que a noite é escura e esconde o (ló Pá! Iô Pá!)
mal Diabo ou deus, vem a mim, a mim!
quiseram roubar o maior do grande que existe vamos jogar no rosto dos covardes o excremen- Meu homem e afã!
em ti to decomposto Vem com trombeta estridente efina
ontem que um cão esqueceu na rua Pela colina!
debaixo de minha janela Olney Krüse Vem com tambor a rufar à beira
Da Primavera
Wjith a littie Com frau tas e avenas vem sem conto!
Não estou eu pronto?
helpmate Eu, que espero e me esforço e luto
Com ar sem ramos onde não nutro
noite alta Meu corpo, lasso do abraço em vão,
Asp ide aguda, forte leão -
no ponto mais baixo
e acidentado Vem, está vazia
da topografia urbana Minha carne, fria
vou meembrenharnum beco Do cio sozinho da demonia.
me embebedar num boteco À espada corta tudo o que ata e dói
tropeçar num teco-teco Ó Tudo-Cria, Tudo-Destrói!
puxar papo co piloto Dá-me o sinal do Olho Aberto,
e sem brevê e sem pára-queda • da coxa áspera o toque erecto,
o cara me convida pra bordo • a palavra do Louco e do Secreto,
pra fugir da cerração O Pá! Iô Pá!
um vôo sem plano 15 Pá! lô Pã! Pã! Pã! Pã,
um ar do campo Seu homem e afã:
um cheiro de mato Faze o teu querer sem vontade vã
me traz a jato
Deus grande! Meu Pá!
me faz a cuca ló Pá! Iô Pá! Despertei na dobra
e a cabeça Do aperto da cobra.
noite alta A águia rasga com garra efauce;
no prédio mais alto Os deuses vão-se;
e deteriorado As feras vêm, Iô Pá! A matado,
da hipertrofia urbana Vou no corno levado
vou me esticar num velho leito Do Unicornado.
Pá
me amamentar num novo peito Sou Pá! Iô Pá! Iô Pá Pã!
rememorar um preconceito Sou teu, teu homem e teu afã,
apalpar o anfitrião Cabra das tuas, ouro, deus, clara
e sem pudor e sem etiqueta Carne em teu osso, flor na tua vara.
o cara me convida pra dentro Com patos de aço os rochedos roço
um beijo de macho Desolstício severo a equinócio
uma fome de bicho E ruivo, e rasgo, e roussando/remo,
me deixa oco
Semiiterno, mundo sem termo,
me põe louco
Homem, homincu1o, ménade, afã,
me abre a boca
Na força de Pá.
Iô Pá! Iô Pá! Pá! Pá! Iô Fã!
me faz a cuca
e a cabeça Mestre Therion
Glauco Mattoso (Tradução de Fernando .Pessoa)
Página 12 LAMPIÃO da Esquina
*1
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da liarada tia divridadt
Prof. Dr. Luiz Mott
YÁ :
GRUPODUGNIDADE
TENDENC IAS
o show
1,1114 i, 's:i It,1i:hiir i, i IUIl! it',41ir
ll.oriaria c i;i'ua [rorurSora IlOS (-Ar.
tiff ii,' brasirs 1 i ' tiS.'C1i O )I ('SOn lOS ciO I)akO
Axacy Cortes, a eterna 'as ca Rua co (:amnre ou rmuO utdartiririo na
a i's Artist a s n m' ;l ia. dizei-i, bist I . n coLm a
rd151 ii: OCOS ris oiJlm'iis l'iõspis's
rn 9/0. bu'u,r'a ocr '-límrriiinio Bela ''e
'o T pato' Dufi na, Rio, num showde apenas a a fazer i_)s Ara ' (,ri44'' », 5' qrm'r'., iii 'oir:iia r;I:r' 4,4 c. ir va lho, lOvO a votra rner pcm0 a, no eso-
urna noite Comemorava-se os 58 anos de chamados números de platéia, quando a es- ignorãnu:ia . de menino nascido nos anos 40 no tà',cilo do teatro li,)\Pfl "Rosa cc Ouro", QflC'e
at i v ii iai ies artislicas da qrande Aracy Cortes. trota eesce do palco. co ny,er sa — e no seu infí'ririr brabo (e Minas Gerais, POUCO tinha atuou -. e brigou corri Ciemerrtiria de
Coroo Nunca OUVIU t;iir Pois o leitor (¼' caso, izem, briqava - com os expectaoores ouvido falar. Jesus. Paulinho da Viota e Eiron Me'eiios,
savisa'ri. se não corince Aracy Cortes das primeiras filas O feito brasileiro ce cantar, de'il'e outras De lá para cá continuou a ores
- U 1.a uL315 1 LiliflitiS e xngatrios ('ivt'rSOS corp i l viique, malícia e duplo sentido lesse Mas se Carmnerrr Miranda teve a veraci ma. No palco co Diii ' ind, por exemplo, usou
'c,',n p ai'ns alia c)É.S 'a abra — não saL'c o que recurso que o artista nacional nem siclo to mamle aeequada de fala r de Aracy, o mesmo leio o Sa(;rOdiito circulo de irrOVf(1€iri(.1a .4
SI i p45reptu 4 o Mui a a clara e bem servii 'a de obrigado a usar, através dos tem pos) nasceu no i)cO'reu - e até hoje raranionle ocorre — que !inrhi iuiití, Sou diretor, J. Maia, ouviu
arires, eia brida qua , li l o Subiu ao palco pela com cIa, apesar de creditaco por alguns pes- (;Om os registradores profissionais da história muitas e bons. ''ia cena aberta, por estar o
Prin'iirira eta,, 1 9210, rio musical SecosB quisat'r)res a uma de suas seguidoras confes- da MPB O fato é que ela, ao mesmo tempo palro cheio CiO lm(45 (51 microfones — e nutras
Miffoe'õs no :'.ilrn ihojc (,uerna tão faiaco) sas, a igualmente gloriosa Caí mcm Miranda que prostrava p latéias com seu destempero baboseiras csse tipo de que eu não preciso
So José. 'a Praça TraieriteS As fatos (ia rasgado de mulher do povo, também cole para cantar, porque canto mesmo é no go
ii Ji ( 1 11(1 tiiSlí'tfluriho da puarica fisir;a cia Para esses pesquisa(-ores, fica o registro: cinnava inimigos a grarrei, POt r'ilO obedecet gó" Sei. por uxpetiencia rcróoria, ser peri-
lia década
0e 20. rapazinho, reçém-cheqa ri o ao Rio, consegui, às regras do estabelecido. Mestiça, destratou gosissirno declarar a idade (¼' Ar y em ar-
Mas — e ai vem o X cc Ar,icy — em que no final cos anos 50, me aproximar de Car- poderosos mais interessados em seus taten tigos para jornais e revistas, Por prudência,
,rnpr.rqoo eia o seu abundante material fisico, rnem Miranda, ria sua única volta ao Brasil, coco dizemos que, entre os sessenta e tantos.
tos, digamos, de faia palco Ostentou o
ii ai, seu ir ii uit 4 ivo senso de uso da filmo e antes da morte. Pernas bambas, vontade seu poder de estrela co populacho através cio setenta e poucos anos, ela ainda é capaz de
1 , 14 empo ria crIna ? Numa época em que as s'ibit a i e fazer xixi, cheguei peno da Mi rari da uso, por sua conta e risco, cru lodos os luxos conclu i r, diriqinr'o'se ao pc'ih!im:o, qurs —muitas
estrelas falavam com sotaque português rnes- imaginem 1 em c1rmie e osso, à minha frente, - carrões, palacetes etc. — que o seu clm' VOtOS O meu lar (?Sli!'-'C de luto, enquanto o mie
nin quarico riascii'as no Ceará, ela partiu, urna vas r.nmpçincntes, juntanlente coni Car- nheiu) lhe podia dar Quando quis casar es- vocês estava em festa, por minha causa",
tOlo!, paia o entiro de si mesma. (e ririi1e mcm Costa e Dalva de Oliveira, 0a santissima colheu o marsio, , um bailarino que só lhe numa referência direta aos Seus cifremos
a brejeirke e o desabuso face a qual- tri,i, 4 ace ee írenhas admirações infanto- proporcionou desgostos (se é que me faço profiss:onis adquiridos ao iongo de 58 anos
(1 141(4 pai er. inclusiva ,'i nlatéia, com quem juvenis!) Pedi urna entrevista para o Diário de enten( l er) Mais, muito mais: entornou o seu cc teatro, de música, de trabalho duro. Do al-
si'rp Iri mar iii 'Vnj urna r i'l iÇZo 0o ódio e amor, Pocos de Caldas, onde comecei esse batucar riquíssimo vocabulário de porta de botequim to ('e sua ql6nma cc abie- atas da arfe brasileira,
( l e ma US Iran's mil rlcu os a qualquer ai 'mi- infinito de teclas de máquinas de escrever. .sobre, niretores de gravadoras, empresários, Aracy Cortes não pede - deriara os seus
ra,'nr mais rrifflui'O a besta'', corno reco- Foc;a, lá pelas tantas enfiei a pergunta me- 101 105 os que não se comportaram à altura do direitos. Haverá lição mais proveitosa para
nihi 41.1 ser co Ii!i 1 estilo até hoje S ohrtaturlo. vitável sobre "quais firmam as suas influências seu personalissimno critério cio valores Fio t' rs n'-, ,lrI',i .-is ou çrs j rr»r.I,'riro.s, que
Aiai y fali II o, 4 .in(rici em hrasIe,ro já em musicais Carrr'i 'r), : n seril':O important í s- troca foi punida severarTmerrte, O OOnIii
4: ' ' ;. ri 'cm bem! A simo oro p04 em i 'i /i..'iasirJ iO rTie ce corpo durante lir-''ia'L lriii', m r i-r ;l i .ié q ! Ç4i i',r'i l.-ii.ii
4 4. IJ pn(S4mnh4? Surpresa: a única apontada foi enguani . ' n'ai 4a'.:i 4. 1r:i','',1i'4 (''4'L.')1' Antônio Chrysóstomo
o disco, a peça
Música para o povo guei Ziembinski: agora, o mito
1
.1 pol as -ro ,i,',', ii,,,,!, 11,1, - / iili/'i( ,I,i 1
i,'Ui'i, ,lI,l'i'Il' s, r ir' ' ' ,,I, ,'r,iiil.
i/lZiI'(lS', ii''' 1 Siiil/'l' 1 itii/ici e ,li'ie'rmmiin,,,l.,s
'11,1, ii A gente sabia que Zkmblnskl estasa multo e do afeto com que ele acompanhava o progresso
I',i,i,i / sii'q..'ii s. S.' i.)t',i.i /'ri,,li',iti- loura s i., doente, mas, no funde, todos que o conheciam profissional dos antigos alunos.
,'.IliJl'ii iIiiil'l l,'ii,/i'?, s i 1/141' .1.1 lI,Im,i,I55,'.l iilIiS esper av am que sua vitalidade triunfasse outra vez Com 20 anos de atraso. Ziemhinski trouxe ao
r4'i'isril s. roupas. c'hui'i'ir' ii. - Zimbi, às vezes, dava a Impressão que scrfr Brasil a experiência do teatro expressionista. Mas
p, ','/s. reis, e iit. i!l'ti 'r,i,,,iad, is apc,rt'//l. par,, , eterno. A noticia de sua morte nos chegou em agora ele leva consigo, quase 100 anos depois que
f'i-,t:,'r s,',m,,u/. l)i',ritr.i 4/is ii' p1'. i'4'.s5 1. quí , já 4.11,4 meio ao fechamento desta edição e - trliteza de eia desapareceu dos palcos do mundo, a magia do
si ' ii. 's,'mir'. 1/Iran,, uniu,.' riqr,do, •l Brasil eu, boi','
Indo — Foi preciso noticIa-la com o devido pesar. grande ator selvagem do teatro romântico, que ele
ira '011 ir 110 ii)I'slii,l l'Sijlit'iIi,l. !/,it,i dar uma Recolhemos da Imprensa duna este artigo de ainda encarnava como ninguém. A magia da-
YIn Michaliki, crítico de teatro do Jornal dm'
4115 irJ?li '.5 iii' .iii/iciilij fIliimi'i/.iul?iSI'flti' mas
'iludia ./,i R:ri i/e J,mn,',r,, e de Si;,) Pai,!,,, Ver'
^Ç
^ Brasil, cuja emoção transbordante nos tocou. E,
quele personagem moribundo de Chevk-up, de
Paulo Pontes, que se levantava do seu leito de
mi, nu mures iui'a,I,'ui aS l,rcit,',s. e seus com a autorize 'ia & autor, decidimos publici-
hospital e gritava a um ilunsinador imaginário
Fulurui',, 'lIS, 1,5 i''.i,I, i ll'm.%'U?iiI 1 ?iltiit4i4 /145.1. ias ,', na (-osuue('ur. cl,' fim: u m',u ri 'te,','mi, ia especial' Esta to, sem maiores "considerandos", que Zlmba no
que lhe acendesse, um por um, todos os refle-
.111 ii,,çn.. Ii,ia,n,','ir,i. gruus ao gui'i, '4 c'anças' é dedicada à 0manizaçao ?i'fundiai de os apreciava. Com a palavra Ysn Mkhalakl:
tores, que lhe inundasse o palco de lux.
iii. ..!.i iam/am já faz pamnt' (1,1.1 mi,,,%,'a,,ç mi'rt'ad,,s, Saúde, é uma canção médica que se preocupa
Desde que me entendo por gente em teatro, Há nada menos de 27 anos atrás, Décio de Al-
O.s ,'/iai','u',,,s i,,sud,,,s Foru do h,,l,s,, IÕ,I curtidos com uma doença que é classificada, de acordo ouço dizer que ele era o pai do moderno teatro meida Prado já escrevia: "Seriamos injustos se
loo #s ir ,4/,,S. ,'u.',.5 e ii,,, g uem. l,i-l'ra,fl ..rigI'$?i pes os com o registro Internacional das doenças, com o
brasileiro. Tipo de rótulo que em geral representa víssemos em Ziemhinski apenas o homem, e não o
1.1 ii,!. '5 U p uid,ms. chegando até n,'us nuat pt'qi,-t,., numero 302.0 (cod:'g) para determinar as pi" um lugar-comum sen'fnaior significado. Agora mito que já se vai formando— . Com a morte do
e ifl.i( ii li' Ií'IPI/i i 1, 51,0.5 que pi mSslri'nF o ' 'di'ugn. is rico de h.im,,sse'
que ele morreu, sei que todos nós nos sentiremos homem, fica apenas o mito — um dos mitos mais
.S'urgi' agi ira 11,11 ,'ImjU?lr.i i,ig1ts Tom Robinso jor ,suai's ''1, Nu di',', ,rr,'r do música eri'mri.í encontrar um pouco árfãos. Não só por causa da inestimável verdadeiros que o teatro brasileiro terá para cul-
Rand, cb., agira /4, mrque ri seu ndtmmo dt,si',; será, várias passagens gozatil'us; ,'mctre É-/as mima meu-
influência que nos trouxe, e que pesou, decisiva, tivar de hoje em diante.
1.i 11(111/11 l'flt hrl'i4' p ela gétivudora Ode,m ita, ,nis,i,, sug.',ui aos prI/ucuuis hr,timi u-.a que mim cc',,i dczi'ad., sobre pelo menos duas décadas da arte cênica no
merc-ud.u, O Lp Tom Robinson B,and — Rising que os mesmi, invadem os Pub.s ingleses, sem
Brasil. Mas também porque a sua figura patriar-
Fresse 4 dIlI-.. de R.;k (paul.'iru como c'os' mi chama razá,, plausíu'e/, Agridem as pessoas,
ti,,,,,, dizer a ,n.'ada de Ipanema), e deverá revistam as casas e os chamam,, de bichas. E
ironicamente ele diz que Pião acredito que este
cal era uma imagem de cuja autoridade, no bom
sentido, todos os que com ele um dia trabalharam LAMPIÃO:
atingir e p.'etalm.'nte ri púhlii'. i gui',. Ele é de' nunca se conseguiam libertar. E quem é que um
!ii 'ii,!, i , ',.s i,,iu,orias e dá ?nal. ir .,.fase aos homos' tipo de atitude crista nu inglaterra. Nu final
dia não trabalhou com Ziemhinski? o seu jornal
si'i,un /r.d.i mi. lira a crer que este grupo de sugere que t . 4o mintam pura os seus colegas de
Não acompanhei pessoalmente a primeira
Tem Rohin.s..n uiàri 11512 a d'limeO-ialiZuçâ.i pru- trabalho) e pura os parentes. ri'mlunI'u-u, à., bichas
revolução ziemhimsskiana, no tempo dos ame-
,ii,'iu, p u'mii' lo., mi numa forma de encher .,s hIJ/SO,I e ,táçunc piadas s obre as bichas, que a Inheruçàu
diantes; mas algumas das suas direções a atg~
cl,' di ' i/i. 'ir,, ,i,'u,I se preocupar e, .mPt o e' mteüd, do gor é ridícula, que é preciso ,'ir dessas situações.
dos teus desempenhos no TBC. no inicio dos anos
,mba/h,,. Tini e sua Banda ,rat., hcsmosseivais agora R is sodomitas são legais, o que mais eles
50, foram decisivos para criarem mim o fascínio
ri , mudos e utra és do ,'u iru/u/ho /iflii'iirwtt querem? Esta última situação tem relação com
pelo teatro. Mas a lembrança mais forte que me
,li,onar a .::.'nçã.m das minorias esquecidas. Suas determinados grupos de brasileiros que com as
ficou foi a de Ziemhinski professor, de quem fui
??li.5?('4I.S sãO primri'sio.ç feitas com muita ias eligtn' mesmas palavras e atitudes aderem ao sistema,
aluno na Fundação Brasileira de Teatro, de Dul-
.4,1 4' ir.?;, tiniu inciso, e iene?,,, necessárias mioS dizendo que não há repressão contra os homos-
ema de Moraes. Lembrança de aulas que eram
dias de hoje. Proc'ura,n mostrar que a repressão sexuais. É claro, se torna cômodo não querer
longas e fantásticas elocubrações sobre a vida
1-SISO' d,'ni,'., da Inglaterra, e, a., mesmo tempo, olhar para dentro de si e paro o mundo que os
pregressa dos personagens de cada peça que dis
di'srrirsmiJscar a idéia ,m'x:siemur de total liberdade cerca,' a alienação se torna uma forma de não
cutíamos, enquanto a mão do mestre, ao mesmo
h,,,r, issexual daquele país, 'fado isv,, pode-se crescer (internamente) sem se dar conta do que se
tempo em que ele divagava, rabiscava num pe-
.a'mU,r d4'mun, da música Sing sj You're Glad to Be passa era volta. daço de papel projetos de espaços ideais dentro
Gat'. Mas o disco não se limita a másica,, para o Enfim. o disco vem ai com icmda a força pos- dos quais ele um dia faria o cenário ideal para a
gui'. ele abrange .,utra., áreas, mostrando sível e até acompanhado de um símbolo,' mão peça em questão. Lembrança de conselhos que ele
um trabalho de integração fechada e levantada com os dedos para fora.i nos dava para que, uma vez formados, não fizés-
l)entr.I deste aspetoa enc-ontramo.s a semelhante ao moimento negro americano, mas semos concessões e vivêssemos o teatro quase
músico 1 Shali Be Rekaçed, de Bob Dvlan, já COM uma diferença; a mão dos negros americanos
como uma religião - que era como ele o vivia.
gravada por muitos cantores, e neste disco lom tem os dedos virados para demoro. Auard,',n e Lemhrança.a inibição que tive, mais tarde, ao
Ruhinson
velmenteconsegue
bem mostrar urna nova ver s ão in- curtam este bom trabalho da Tom Robimtson Br,n- ter de discutir criticamente o trabalho daquele
cri sucedida. d em Ijsimig Free.t
Mas a Jirçp de,ti,' Lp é Sim dúvida Sin,ç If que ainda conservava, como conservaria até o
Adio Acosta fim, a imagem do mestre. Lembrança do orgulhe
You'rr Glad Ti, Be Ga, ', de Robinson. Para
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LAMPIÃO da Esquina
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Centro de Documentação
APPAD Prof. Dr. Luiz Mott
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Depilação definitiva
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Prof. Dr. Luiz Mott
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('armem Miranda 1 - Você não é Car- "Meu sacrifício ficará para sempre.
mcm Miranda. nem chega a ser uma CV Carmem. hoje você canta para ('armem Miranda urna glória nacio- e Sua alma e seu sangue serão o preço
imitação. os gráficos e os metal urgicos. nal bis do meu resgate. Dei-vos a minha vida:
Carmem Miranda 11 - mas eu tenho agora. ofereço minha morte. Nada
CM - E também para os têxteis, es- Carmem Miranda sambista sem rival
muito mais charme que você tivadores e os comerciários. Fez do nosso samba uma bandei- receio. serenamente, dou o primeiro
passo no caminho da eternidade e saio
Carmem Miranda 1 - você é apenas ra/Embaixatriz da arte tropical! da vida para entrar na História".
As categorias profissionais todas.
uma dublagem e um destaque de cola Subiu desde logo na carreira/Foi es-
The Voice of Anicnica fala em es-
de saniba CV - Meu bem, como você está bem. trela universal.
peranto para as regiões. Apenas as lín-
No camarim. CM 1 retocava a ma- guas neolatinas derivam de uni mesmo
quilagem e dizia frases estranhas em O que é que a Carmeni tem?/O que é
Depois de Carmem Miranda no Museu. tronco (e árvore genealógica) e ances-
ingks que a Carniem tem?
da Imagem e do Som; Fiz o que pude tral comum. Quando da descida do Es-
Palavras de ordem do fã clube: para representar bem o Brasil e me- Tem o feitiço brasileiro/Tem a cadên- pírito (em línguas de fogo) os apóstolos
é a maior, é a maior, é a maior - e as lhorar nossa imagem no exterior. E cia no gingado/Temo falaram em tiiuitos idiomas. E cada
sim por diante. pena que meu museu não tenha sido or- requebro bem ligeiro/Um gosto de bom pessoa recebia a mensagem em sua
ganizado. bocado. própria lingua.
FLASH BACK Titibum tititibum, titibum, tititibum.
Carmem Miranda percorria os SAMBA ENREDO do Grêmio Re- Carmem Miranda uma glória nacio- Nota do autor: comparar com Babel é
corredores do Catete envolta numa creativo Escola de Samba Unidos de nal bis antiético, e por conseguinte dialético.
toalha de banho e desmunhecando bas- Kennedy para o carnaval de 1975 Carmem Miranda sem rival No hit parade da Voz da América as
tante. Enquanto. No salão de despa- Afilhada do Senhor do Bonfim/Na- músicas de Carmem Miranda nas trans-
chos Getúlio posava com a faixa Tendo nascido em Portugal/ Brasileira moradinha do nosso Brasil/ missões em português para o BRAZIL.
presidencial. Discurso sobre as con- de coração/Aquela Traz uma figa de guiné e um quindim-
quistas operárias, discussão sobre o sambista sem igual/Elevou bem alto o Idolatrada e adorada entre
quantum do mínimo legal. nome da nação. outras mil Carmem Miranda é a musa do PTB.
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Prof. Dr. Luiz Mott GRU PODIGN IDADE