TCC - Aline Rosa Versão Final

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E

TECNOLOGIA DE SÃO PAULO


CAMPUS AVARÉ
CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

ALINE ROSA LOPES MARQUES

MOTIVAÇÃO PARA APRENDER: COMO A MOTIVAÇÃO


AFETA A APRENDIZAGEM NA ESCOLA

AVARÉ
2019

ALINE ROSA LOPES MARQUES

MOTIVAÇÃO PARA APRENDER: COMO A MOTIVAÇÃO


AFETA A APRENDIZAGEM NA ESCOLA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Graduação em
Ciências Biológicas do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de São
Paulo - Campus Avaré, como requisito
parcial à obtenção do título de licenciado
em Ciências Biológicas.

Orientador(a): Prof(a).Dr(a). Tamyris


Bonilha

AVARÉ
2019
Catalogação na fonte
Instituto Federal de São Paulo – Campus Avaré
Biblioteca Campus Avaré
Bibliotecária: Anna Karolina Gomes Dias - CRB-8/9563
663.1
O93p
Marques, Aline Rosa Lopes.
Motivação para aprender: como a motivação afeta a aprendizagem na escola./
Aline Rosa Lopes marques. – Avaré, 2019.
28 il..

Orientadora: Profª. Drª Tamyris Bonilha.

Monografia (Graduação – Licenciatura em Ciências Biológicas) – Instituto


Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo – Campus Avaré, Avaré,
2019.

1. Motivação. 2. Aprendizagem. 3. Educação. 4. Escola Pública.


I. Bonilha,Tamyris. II. Título.

C
ALINE ROSA LOPES MARQUES

MOTIVAÇÃO PARA APRENDER: COMO A MOTIVAÇÃO


AFETA A APRENDIZAGEM NA ESCOLA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Graduação em Ciências
Biológicas do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia de São Paulo - Campus
Avaré, como requisito parcial a obtenção do
título de licenciado em Ciências Biológicas.

COMISSÃO EXAMINADORA

Profª. Drª Tarsila Ferraz Frezza


Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo – Campus Avaré.

Profª. Drª Maria Cristina Marques


Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo – Campus Avaré.

Profª. Drª Tamyris Proença Bonilha


Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo – Campus Avaré.

Avaré, de de 2019.
Serei eternamente grata a Jesus Cristo por
toda a força que colocou no meu coração, me
ajudando a perseverar e concluir esta etapa
de minha vida.
Motivação é a arte de fazer as pessoas fazerem o que você
quer que elas façam porque elas o querem fazer.
(Dwight Eisenhower)
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à Deus, que me abençoou desde o começo dessa jornada


me mostrando que eu era capaz mesmo quando as circunstâncias me faziam acreditar
que não.
Ao meu amado filho Emanuel, meu presente de Deus. Filho você é a luz da minha
vida!
Sou grata aos meus pais, Luiz Lopes e Nair Rosa Lopes, pelo incentivo e apoio em
todos momentos.
Agradeço de maneira muito especial ao meu esposo Esdras Marques, por ser o meu
maior incentivador, e pelas palavras de apoio nos momentos em que mais precisei.
Às minhas amigas de curso Ariani Zaratini e Liliam Outi, por todos os momentos
compartilhados nessa graduação, saiba que levarei vocês em meu coração para sempre.
À minha amiga Liliam Marimoto, por ser uma pessoa especial. Saiba que suas
palavras de incentivo e o seu otimismo me ajudaram nessa jornada.
À minha querida Orientadora prof.ª Dr.ª Tamyres Bonilha, pela confiança,
paciência, ajuda e dedicação voltados à elaboração deste trabalho.
Ao Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de São Paulo - Campus Avaré, pela
elevada qualidade do ensino oferecido.
Em especial aos meus professores do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas,
por todas as oportunidades e ensinamentos concedidos ao longo desta caminhada, e
pelo enriquecimento que causaram em meu ser.
RESUMO

A ausência da motivação está sendo considerada como o principal fator do fracasso


escolar. O esclarecimento dos professores em relação à importância da motivação, bem
como a identificação de quais são os fatores que contribuem, de maneira significativa,
para o processo motivacional, é essencial para que possam planejar e estruturar suas
aulas de forma a tornarem-se mais atrativas e estimulantes, ao mesmo tempo, em que
poderão utilizar mecanismos que oportunizem melhor aprendizado. Assim, nesta
pesquisa, buscou-se identificar os fatores relacionados à motivação dos alunos do
ensino fundamental II, a partir de um estudo realizado em uma escola situada na cidade
de Cerqueira César-SP e analisar como a motivação afeta as relações de ensino e de
aprendizagem dos mesmos. As metodologias adotadas na pesquisa foram de natureza
qualitativa e quantitativa, com aplicação de questionário com perguntas objetivas,
buscando identificar os fatores que interferem na motivação para aprender. Verificou-
se que na escola pesquisada a maior parte dos alunos é motivada a estudar pelos pais
e também pela equipe escolar, contudo, a principal motivação reside no desejo de
ingressar em um curso superior, futuramente. Os dados revelaram que a afetividade é
muito importante na relação professor/aluno/conteúdos escolares, e que a mediação
positiva, por parte do professor, pode ser decisiva na relação que estabelecem com os
conteúdos, podendo aproximá-los ou afastá-los de determinada área do conhecimento.
Os resultados mostraram ainda a necessidade do uso de novas metodologias, mais
participativas e que despertem o interesse dos alunos, de modo a promover sua
motivação. Destaca-se a importância do contexto social e político a fim de conferir apoio
estrutural ao professor, por meio de políticas públicas que promovam processos de
formação continuada, valorização da carreira, melhorias das condições de trabalho e
melhor estruturação das escolas quanto a recursos e espaços de aprendizagem.

Palavras-chave: Motivação; Aprendizagem; Educação; Escola Pública.


ABSTRACT

The absence of motivation is being considered as the main factor of school failure.Show
take teachers the importance of motivation, as well as identifying which factors that
contribute significantly to the motivational process, is essential for them to plan they
classes become in it more attractive, and also stimulating that the teachers use diferente
strategies that will provide better learning opportunities. Thus, in this research, we aimed
to identify the factors related to the motivation of students of na elementary school, located
in of Cerqueira César (SP-Brazil) and analyze how motivation affects the teaching and
learning relationships. The methodologie adopted in this work were qualitative and
quantitative, with application of a questionnaire with objective questions, aimeng to
identify the factors that interferes in the student motivation to learn. It was found that in
the present school most students are motivated to study by parents and also by the school
staff, however, the main motivation is the desire to do a graduation cause in the future.
The data revealed that affectivity is very important in the teacher / student / school
relationship, and a the positive mediation, of the teacher, can be decisive in the
relationship that student established with school contents, being able to bring them closer
or further away from them. The results of this work also showed the need for the use of
new and, more actives methodologies by teachers that arouse student interest in order to
promote their motivation. The importance of the social and political context is highlighted
in order to provide structural support to the teacher, through public policies that promote
processes of continuing education,to the profissional improvement of career
enhancement, working conditions and better structureg of the public schools, regarding
resources and spaces of learning.

Key-words: Motivation; Learning; Education; Public school.


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Motivos para gostar da disciplina Português............................................29


Tabela 2 – Motivos para não gostar da disciplina Matemática...................................31
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 1 – Você trabalha?.............................................................................25


Gráfico 2 – Gosta de estudar?....................................................................... 26
Gráfico 3 – Qual matéria você gosta mais?................................................... 29
Gráfico 4 – Qual matéria você menos gosta?................................................ 30
Gráfico 5- Em casa seus pais ou responsáveis te motivam a estudar?..........32
Gráfico 6- A escola com toda sua equipe inclusive professores tem motivado
voce no estudo?...............................................................................................34
Gráfico 7- O que acha que seus professores podem fazer para melhorar sua
motivação?...................................................................................................... 35
Gráfico 8- O que falta na sua escola para melhorar sua motivação?..............37
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ECA Estatuto da Criança e do Adolescente


PROUNI Programa Universidade para Todos
FIES Fundo de Financiamento Estudantil
LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
FNDE Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
PPP Projeto Político Pedagógico
HTPC Horário de trabalho pedagógico coletivo
MEC Ministério da Educação
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 14
2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................. 16
2.1. Motivação Extrínsica e Intrínsica ................................................................ 16
2.2. A motivação no processo de aprendizagem escolar ................................ 17
3. TEORIAS MOTIVACIONAIS ......................................................................... 20
3.1. Teoria comportamentalista .......................................................................... 20
3.2. Teoria da autodeterminação ........................................................................ 22
4. OBJETIVOS ................................................................................................... 24
4.1. Objetivo geral................................................................................................ 24
4.2. Objetivos específicos .................................................................................. 24
5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS........................................................24
6. ANÁLISE DOS RESULTADOS ..................................................................... 25
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 39
REFERÊNCIAS........................................................................................................... 42
14
1. INTRODUÇÃO
A palavra motivar significa: dar motivo a, causar, expor motivo; vem da palavra
motivo mais o sufixo ação, que quer dizer movimento, atuação ou manifestação de uma
força ou uma energia. A motivação influencia o comportamento em diversos contextos
da vida humana e em múltiplas atividades, desde as mais básicas às mais complexas
(GOMES; MITCHEL, 2007).
É considerada a força e o impulso que move e direciona o comportamento em
busca da satisfação de uma determinada necessidade (CARVALHO; MARTINI, 2006).
A motivação ou ausência desta, é um tema que tem sido estudado e abordado
em diversas áreas de conhecimento como na Psicologia, Esporte ,Trabalho dentre outras
(NOGARO; ECCO; RIGO 2014).
No contexto educacional, a motivação é um problema assíduo que afeta
diretamente os envolvidos no processo de ensino e de aprendizagem, é um importante
desafio a ser confrontado pois sua ausência está sendo considerada como o principal
fator do fracasso escolar (MARCHESI, 2006) citado por (NOGARO; ECCO; RIGO, 2014).
A relação entre a aprendizagem e a motivação vai além de um pré requisito para
aprender, é possível observar uma correlação, pois a motivação pode interferir na
aprendizagem e no desempenho, bem como a aprendizagem pode produzir um efeito na
motivação (MITCHELL, 1992) citado por (LOURENCO; ALMEIDA, 2010).
A aprendizagem significativa é mais que uma acumulação de fatos, é um ato que
provoca modificação no comportamento do indivíduo, nos seus interesses futuros, na sua
personalidade e em suas atitudes. Ela não se limita a um aumento de conhecimento, mas
afeta o indivíduo profundamente em sua existência (ROGERS, 2001).
A motivação do aluno é uma variável essencial no processo de
ensino/aprendizagem, já que o rendimento escolar não pode ser explicado unicamente
por conceitos como inteligência, contexto familiar e condição socioeconômica.
A partir destas considerações, visa-se responder as seguintes perguntas: O que
queremos dizer quando falamos em motivar alguém? O que motiva o aluno em sala de
aula? Quais estratégias utilizar? Quem deve ser responsabilizado pela desmotivação do
estudante? Quais fatores interferem na motivação dos alunos?
Desta forma, o trabalho é importante pois o esclarecimento dos professores em
relação à importância da motivação, bem como a identificação de quais são os fatores
que contribuem, de maneira significativa ou não, para com o processo motivacional, é
essencial para que possam planejar e estruturar suas aulas de forma a tornarem-se mais
atrativas e estimulantes, ao mesmo tempo, em que poderão utilizar mecanismos que
oportunizem melhor aprendizado.
A pesquisa foi realizada com alunos do 6º e 9º ano do Ensino Fundamental, cujos
15
estudantes se encontram na faixa etária entre 11 e 16 anos, os quais foram sondados
através de questionário de fácil compreensão, constituído como instrumento para coletar
os dados.
Os resultados foram apresentados em percentuais interpretados e comentados,
de forma que se identifique a resposta sobre o que ou quem os motiva a estudar e, ao
mesmo tempo, verificar-se o grau de motivação destes em relação ao seu dia a dia em
sala de aula.
Este estudo está organizado em seis capítulos sendo o 1º a introdução. O capítulo
2 descreve o que é motivação intrínseca e extrínseca e neste capítulo entenderemos
também como a motivação está ligada a aprendizagem escolar. No capítulo 3
discorreremos sobre as teorias motivacionais comportamentalista e da
autodeterminação. No capítulo 4 e 5 entenderemos os objetivos e os procedimentos
metodológicos utilizados. Nos últimos capítulos 6 e 7 estão os resultados e a conclusão
da pesquisa.
16
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. Motivação intrínseca e extrínseca
Existem dois tipos de motivação, inicialmente identificados por Deci (1972,
tradução nossa) e posteriormente estudados por outros autores: a intrínseca e a
extrínseca. A motivação intrínseca é primordial para o desenvolvimento humano e é
estudada por psicólogos e educadores, especialmente pelo seu papel na aprendizagem
escolar (GALANAKI, 2009, tradução nossa).
Para Martinelli e Genari (2009), existe uma clara relação entre a motivação
intrínseca e o desempenho escolar, ou seja, quanto maior o desempenho, maior a
motivação intrínseca e vice-versa.
Sendo um tipo de motivação natural, ela garante o envolvimento do indivíduo em
uma atividade por sua própria vontade, pelo prazer que esta pode proporcionar (PAIVA,
GUIMARÃES, 2004) sem a necessidade de incentivos externos, prêmios ou recompensa,
o desejo de realizar a atividade tem origem nos sentimentos de competência e
autonomia, presentes no indivíduo (MARTINELLI; GENARI, 2009).
No contexto educacional, a motivação intrínseca é apontada como aquela que
garante o envolvimento dos estudantes com as tarefas de aprendizagem (GUIMARÃES,
2004).
Um indivíduo com orientação motivacional intrínseca está mais impulsionado a
estudar, a iniciar uma atividade e permanecer nela até o fim (MARTINELLI; GENARI,
2009).
Já a motivação extrínseca tem sua origem em incentivos tais como elogios,
prêmios, reconhecimento, aprovação do professor, dentre outros (GUIMARÃES,2004).
Embora pareçam ser contraditórias, existem situações em que o interesse
intrínseco e recompensa extrínseca podem colaborar para motivar a aprendizagem, por
exemplo, um mesmo indivíduo pode ser curioso e gostar de atividades desafiantes, mas
também vê na aprovação do professor um incentivo para estudar (GUIMARÃES, 2004).
A diferença essencial entre os dois tipos de motivação reside na fonte que
impulsiona e move o comportamento (REEVE, 2009).
17
2.2 A motivação no processo de aprendizagem escolar
Atualmente, pesquisadores sobre aprendizagem e ensino estão interessados em
encontrar respostas para perguntas básicas sobre como, e por que alguns alunos
parecem aprender e prosperar em contextos escolares, enquanto outros estudantes
parecem ter dificuldades para desenvolver o conhecimento. A pesquisa sobre motivação
dos alunos está no centro dessa questão que aponta que para ser bem sucedido
academicamente deve-se considerar o papel da motivação (PINTRICH, 2003, tradução
nossa).
Segundo Gutiérrez (1986) citado por Ribeiro (2011), a motivação escolar constitui,
atualmente, uma área de investigação que permite, com alguma relevância, explicar,
prever e orientar a conduta do aluno em contexto escolar.
No ambiente escolar, a motivação tem se mostrado um dos fatores que favorecem
o aprendizado e sua falta deixa espaço para a passividade, para a indisciplina, e
desconcentração (BORUCHOVITCH, 2010).
O aluno motivado procura novos conhecimentos e oportunidades, demonstrando
envolvimento com o processo de aprendizagem, ele participa com entusiasmo nas
tarefas e revela disposição para novos desafios (ALCARÁ, 2007).
Porém, a motivação não é apenas uma característica essencial aos alunos, Fita
(1999) Citado por Silva (2012) explica que, muitas vezes, para o aluno ter motivação em
aula é importante ter um bom professor, que conduza os alunos para que estes
encontrem razões para aprender.
Segundo Bzuneck (2009), o papel do professor em classe é o de prevenir a
ocorrência de condições negativas, como o tédio, a apatia ou ansiedade exagerada e,
além disso, desenvolver e manter a motivação da classe. Deste modo, é importante que
os professores tenham consciência de que a motivação dos alunos é influenciada pelas
suas atitudes perante eles.
A desmotivação docente no exercício profissional, estabelece uma problemática
com efeitos no desempenho das suas funções, trazendo consequências negativas ao
processo de ensino e de aprendizagem, e em sua relação com os alunos (CORREIA,
2012).
Cunha (1999) destaca três pontos para a desmotivação docente, sendo eles: a
desvalorização da profissão, relacionada com a questão salarial; a estrutura do ensino,
determinada pelo modelo de escola da legislação contemporânea e as condições de
trabalho, como espaços físicos e materiais didáticos, que impossibilitam um ensino de
melhor qualidade.
A profissão docente, passa por uma carência de investimentos e de valorização,
historicamente tornou-se desvalorizada e de pouco prestígio social. Alguns fatores
18
políticos, sociais, organizacionais, tornam-se responsáveis pela precarização da
profissão docente, pois levam o profissional a responder pelas exigências além da sua
formação ou função, causando ao professor um sentimento de desqualificação e de
desvalorização (OLIVEIRA, 2004).
Lima (2013) afirma que isso ocorre devido a alguns problemas que fazem parte
do cotidiano docente, entre eles estão a intensificação do ritmo de trabalho (antes a
função que se esperava do professor era apenas de ensinar disciplinas, agora assume
outras funções) como assessoramento psicológico, além da falta de autonomia,
infraestrutura defasada no ambiente escolar, a indisciplina, a baixa remuneração,
desqualificação social e psicológica dos docentes. Isso acaba gerando um desgaste na
profissão, causando mal-estar docente e pouca qualidade de vida.
A síndrome de Burnout é uma das doenças que está interferindo na qualidade de
vida dos docentes, é um problema que vem preocupando os estudiosos nas últimas
décadas, chegando a ser considerado um problema de saúde pública nesse segmento
ocupacional (LEITE, 2007).
Burnout é uma palavra inglesa que pode ser traduzida como “queima após
desgaste”. Refere-se a algo que deixou de funcionar por exaustão. O termo passou a ser
usado como metáfora, para explicar o sofrimento do homem em seu ambiente de
trabalho, associado a uma perda de motivação e alto grau de insatisfação decorrentes
dessa exaustão (LIMA, 2007).
No caso dos professores, Reinhold (2002) observou fases da síndrome de
Burnout, essas fases são: idealismo; realismo; estagnação/quase-burnout; apatia e
burnout total. A fase do idealismo, é descrita como o momento de grande entusiasmo e
energia onde o trabalho preenche a vida do professor. A fase do realismo, é quando o
professor percebe que suas aspirações e ideais não correspondem à realidade, ele
começa a sentir frustrado, intensifica seu trabalho, em busca de realização, mas, vem o
cansaço e a desilusão, acabando o professor por se questionar quanto a sua
competência. Quando o entusiasmo inicial dá lugar à fadiga crônica, é o momento da
estagnação e frustração, ou quase-burnout; nessa fase aparecem sintomas como
irritabilidade, atrasos e faltas. A seguir, vem a apatia e o burnout total, momento no qual
o professor já experimenta desespero, autoestima corroída e até depressão. Ele perde a
motivação no trabalho e até na vida.
Reinhold (2002), ainda pontua os fatores relacionados ao ambiente de trabalho,
que contribuem para a ocorrência deste mal, sendo eles: os conflitos, o excesso de
tarefas que sobrecarregam o professor, a jornada excessiva de trabalho dentro e fora da
escola, o excesso de burocracia, o acúmulo de atividades principalmente nos finais de
bimestres, o número excessivo de alunos, as elevadas expectativas de diretores, pais e
19
comunidades em relação ao seu trabalho, as políticas inadequadas de avaliação de
desempenho do professor, a falta de autonomia na articulação de seu trabalho e o baixo
status da profissão de professor.
De acordo com a pesquisa de Leite (2007), 15,7% num universo de oito mil
professores entrevistados apresentam a síndrome de Burnout. Caso o índice seja o
mesmo em todo o país, por exemplo, então mais de 300 mil professores brasileiros
convivem com a síndrome, isso somente no ensino básico. Entre outras consequências,
tal cenário levaria a um sério comprometimento na educação de milhões de alunos.
Não só a situação dos professores pode ocasionar a desmotivação dos alunos,
para Hersey e Blanchard (1986), a desmotivação pode ocorrer por vários motivos entre
eles: os motivos sociais e as necessidades fisiológicas como de moradia apropriada,
alimentação, roupas, ou seja, as necessidades básicas para uma vida psicológica e
fisiológica adequada.
Ainda precisa-se pontuar a importância da participação da família no processo de
ensino pois essa participação, incentivada pela escola, permite ao aluno a integração ao
ambiente escolar, possibilitando um melhor aproveitamento nos estudos. Com o
relacionamento escola e família, se adquire maiores informações a respeito de quem são
os alunos, suas famílias, sua cultura, sua vida cotidiana, o que favorece a organização
do trabalho do professor que será desenvolvido com o objetivo de beneficiar seus alunos
(LIMA, 2009).
Para Bartholo (2001) citado por Nascimento e Oliveira (2017) a parceria família e
escola é fundamental para que ocorram os processos de aprendizagem, uma vez que a
aprendizagem não está restrita apenas à conteúdos escolares.
Lima (2009) ainda conclui que a educação é um processo de mudança do qual, a
família precisa fazer parte, e esta participação deve acontecer por meio do apoio e da
motivação no processo de estudo, buscando complementar os objetivos da escola.
20
3. Teorias motivacionais: o olhar da psicologia sobre a temática
3.1 Teoria comportamentalista ou behaviorismo
O Behaviorismo é uma corrente da psicologia que define o comportamento
humano como resultado das influências dos estímulos do meio. Sendo assim, o
comportamento pode ser moldado de acordo com estímulos e respostas. Os principais
representantes do behaviorismo são: Ivan Pavlov e Burrhus Frederic Skinner (LA ROSA,
2003).
A princípio, as teorias de Pavlov e Skinner eram aplicadas na Biologia para
condicionar as ações dos animais. Futuramente, tais experiências levaram à construção
de conceitos aplicáveis ao comportamento humano.
Pavlov desenvolveu a teoria dos reflexos condicionados, a partir dos seus
experimentos com cães, onde observou que quando oferecia um prato de carne
(estimulo não condicionado) o cão respondia a esse estímulo não condicionado ou
natural (a carne) salivando. O fluxo de saliva é reflexo, ou seja, é uma reação inata ou
não aprendida das glândulas salivares à presença de alimentos na boca.
Depois de associar por diversas vezes o som de uma campainha ao ofertar o prato
da carne, verificou-se que apenas o estímulo neutro (o som da campainha) era suficiente
para produzir a resposta de salivação, sem ser necessária a presença do prato de carne.
Logo, a salivação era resultante de aprendizagem, ou seja de condicionamento, o
cão ao ouvir o som da campainha sabia que a carne viria logo depois.
Todo o organismo do animal reagia como se a carne já estivesse presente,
produzindo secreção digestiva, e salivação. O experimento mostrou que um estímulo que
nada tem a ver com a alimentação, meramente sonoro, passa a ser capaz de provocar o
estimulo da digestão (RIBAS, 1999).
Skinner é o principal representante do behaviorismo, pois foi ele quem levou os
princípios empiristas para o estudo da aprendizagem.O experimento que norteou a sua
teoria consistiu em colocar um rato privado de alimento, dentro de uma caixa fechada
que continha uma barra, que o animal podia pressionar ou manipular de modo a obter
alimentos ou água como um tipo de reforço. O rato utilizado no experimento emitia vários
comportamentos aleatórios na caixa e quando ele se aproximava da barra perto da
parede, uma gota d’água era inserida na caixa através de um mecanismo e o rato a bebia.
Depois de algum tempo o rato estava pressionando a barra dezenas de vezes até saciar
completamente sua sede (FALCÃO, 1996) Citado por Silva (2014).
Foi observado que os comportamentos do rato que eram seguidos de um estímulo
reforçador (a água) aumentavam de frequência.Com isto concluiu-se que o estimulo que
se segue imediatamente após a resposta é o mais importante (FALCÃO, 1996) Citado
por Silva (2014).
21
Transferindo para o comportamento humano, Skinner acreditava que na escola o
comportamento dos alunos poderia ser modificado, pelo oferecimento de recompensas;
as recompensas seriam o reforço que aumentaria a probabilidade de resposta. O reforço
é positivo quando fortalece o comportamento e negativo quando o afastamento do
mesmo fortalece o comportamento (MOREIRA, 1994).
Assim, um reforço positivo consiste em adicionar algo ao ambiente do aluno como
alimento, água ou um elogio do professor, e o reforço negativo retira algo indesejável da
situação, como um barulho muito alto ou um gesto de desaprovação do professor (SILVA,
2014).
Na escola, a teoria comportamentalista pode ser uma grande aliada para
recuperar a motivação dos alunos, as recompensas podem ser usadas em sala de aula
de maneira efetiva para incentivar os alunos a atingirem um bom desempenho em
atividades que exigem exercício e prática (por exemplo: cálculos aritméticos, e
ortografia). Neste caso, elas servem, talvez, como a mais importante estratégia para
sustentar os esforços dos estudantes quando estes se encontram com tarefas que não
despertam qualquer interesse ou motivação (SILVA, 2014).
Muitos estudos indicam que os efeitos das recompensas dependem,
principalmente, de como e quando são oferecidas, isto é, de condições para sua
efetividade. E nesse caso é fundamental a postura do professor que deve observar os
seus alunos e administrar as ações de incentivo a motivação de forma direta e positiva
(SILVA, 2014).
O Behaviorismo, mais especificamente as concepções comportamentalistas de
Pavlov e Skinner, são objeto de análises críticas para o processo de aprendizagem e
para o processo de ensino que se deseja dentro da educação escolar.
22
3.2 Teoria da autodeterminação
Deci e Ryan, (2000, tradução nossa) afirmam que, para serem intrinsecamente
motivadas, as pessoas necessitariam se sentir competentes e autodeterminadas. Em sua
argumentação, contrapôs as afirmações de Skinner (1998) acerca da ligação funcional
entre comportamento e reforçamento, afirmando que os comportamentos
intrinsecamente motivados seriam independentes de consequências operacionalmente
separadas porque, nesse caso, a realização da atividade seria a própria recompensa.
Além disso, nesse trabalho apresentou o conceito de necessidades psicológicas
básicas, apontadas como determinantes do comportamento intrinsecamente motivado,
indo contra ideias anteriores de que todo comportamento seria em função da satisfação
de necessidades fisiológicas (GUIMARÃES, 2004).
A partir dessas afirmarções, centenas de estudos foram desenvolvidos, buscando
comparar motivação intrínseca e motivação extrínseca. Os resultados dessas
investigações indicavam que as recompensas materiais prejudicariam a motivação
intrínseca, reduzindo o envolvimento na atividade para níveis menores do que os
apresentados antes da introdução das recompensas (DECI; RYAN, 2000, tradução
nossa).
As explicações para o problema, era que as pessoas deixavam de perceber suas
ações como internamente guiadas para se sentirem externamente comandadas. Com o
acréscimo de diversos trabalhos empíricos, voltados para a compreensão do fenômeno
e o aprofundamento teórico atingido, Deci e colaboradores (DECI e RYAN, 1985; RYAN,
CONNELL e DECI, 1985) desenvolveram a Teoria da Autodeterminação, abordando a
personalidade e a motivação humana, para estabelecer uma psicologia com
responsabilidade social e política, com foco em saúde e bem estar psicológicos (SILVA;
WENDT; ARGIMON, 2010).
De acordo com essa abordagem, a análise da motivação de um indivíduo pode ser
classificada em três grupos: desmotivação, motivação extrínseca e motivação intrínseca.
A desmotivação, como o próprio nome diz, é caracterizada pela ausência de motivação,
ou seja, a pessoa não apresenta intenção nem comportamento proativo (GUIMARÃES;
BZUNECK, 2008).
O segundo grupo, motivação extrínseca, é dividido em quatro tipos de regulação
comportamental: a) regulação externa: é a forma menos autônoma de motivação, pois,
nesse caso, a pessoa age para obter recompensas ou evitar punições. b) regulação
introjetada: a pessoa administra as consequências externas mediante o resultado de
pressões internas como culpa e ansiedade. c) regulação identificada: é mais autônoma
do que as anteriores, pois, nesse caso, já há alguma interiorização, mesmo que a razão
para fazer alguma coisa seja de origem externa existe uma identificação com os
23
objetivos. d) regulação integrada: há coerência entre o comportamento, os objetivos e
valores do indivíduo, é a forma de motivação extrínseca mais autônoma, embora o foco
ainda esteja nos benefícios pessoais advindos da realização da atividade. Finalmente,
em relação à motivação intrínseca, o indivíduo tem interesse e prazer na realização da
tarefa, sendo a atividade vista como um fim em si mesma (LEAL; MIRANDA; CARMO,
2012).
Do ponto de vista da Teoria da autodeterminação, existe três necessidades
psicológicas básicas a de autonomia, a de competência e a de relacionamento, que são
definidas como nutrientes psicológicos inatos essenciais para o crescimento psicológico,
a integridade e o bem estar contínuos (DECI; RYAN, 2000, tradução nossa).
A necessidade de autonomia refere-se à experiência do comportamento como
livremente escolhido, em vez de pressionado e coagido por fontes externas, por exemplo
as pessoas seriam naturalmente propensas a realizar uma atividade por acreditarem que
o fazem por vontade própria, e não por fatores externos (CUNHA, 2014).
A necessidade de competência refere-se por sua vez, à adaptação ao ambiente e
à aprendizagem de um modo geral e também ao desenvolvimento cognitivo(SILVA;
WENDT; ARGIMON, 2010).
E a necessidade de relacionamento refere-se à experiência de apoio mútuo,
cuidado e preocupação com outras pessoas importantes, em vez de desconexão e
alienação, é a necessidade de pertencer ou de se sentir parte de um contexto
(BAUMEISTER, 1995, tradução nossa).
Aplicada ao contexto educacional, a Teoria da Autodeterminação focaliza a
promoção do interesse dos estudantes pela aprendizagem, a valorização da educação e
a confiança nas próprias capacidades e atributos (GUIMARÃES, 2004).
Reeve (2006, tradução nossa) sugeriu que os alunos tem suas necessidades
psicológicas básicas atendidas quando os professores aplicam atividades de
aprendizagem consistentes com seus recursos motivacionais internos, como interesses,
valores e preferências.
Guimarães e Bzuneck (2008) destacam que diversas pesquisas têm descoberto
associações entre os tipos de motivação e resultados positivos de aprendizagem .
Além disso, os autores sugerem que é possível aumentar a motivação dos alunos
através de estratégias que aumentem sua autonomia, demonstrem a utilidade dos
conhecimentos acadêmicos, apoiem os interesses dos alunos e promovam um sentido
de grupo. Esta não é uma tarefa de fácil realização, mas depende do esforço em se criar
interações promotoras de autonomia e menos controladoras, por exemplo, dando
oportunidades de escolha e tornando os alunos responsáveis pelas consequências de
suas opções, compartilhando as tomadas de decisões, ouvindo e questionando os
24
argumentos dos estudantes, entre outras estratégias (LEAL; MIRANDA; CARMO, 2012).

4. OBJETIVOS
4.1 Objetivo Geral
Identificar quais os fatores que interferem na motivação dos alunos do ensino
fundamental II em uma escola da rede pública da cidade de Cerqueira César-SP.E
analisar como a motivação afeta as relações de ensino e de aprendizagem.

4.2 Objetivos Específicos


• Identificar os fatores que interferem na motivação do aluno;
• Investigar os impactos nas relações de ensino e de aprendizagem, decorrentes da
desmotivação;
• Relacionar os fatores motivação/desmotivação aos problemas de aprendizagem.

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O presente projeto teve uma abordagem quantitativa e qualitativa, utilizando
questionário impresso contendo 9 questões objetivas e dissertativas, abordando o que
motiva ou desmotiva os alunos durante seu processo de aprendizagem.
Foram avaliados 61 estudantes, sendo 23 do sexo masculino e 38 do sexo
feminino, na faixa etária entre 11 e 16 anos, alunos do 6º e 9º anos do ensino
fundamental, de uma escola da rede pública estadual localizada no município de
Cerqueira César-SP.
Os dados catalogados foram organizados com o auxílio do programa Microsoft
Excel em planilhas para melhor interpretação dos resultados. A análise dos dados foi
feita a partir da revisão da literatura e da sistematização dos dados levantados pelos
questionários.
25
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A seguir, são apresentados os dados com base nas respostas obtidas no questionário
aplicado aos discentes sobre motivação.

Pergunta nº 01- Você trabalha?


• 80% responderam que não trabalham;
• 12% não responderam a questão;
• 8% responderam que trabalham.

Você trabalha?

12% 8%

80%

SIM NÃO NULO

Gráfico 1 – Você trabalha?


Fonte: Pesquisa de campo.

A maior parte dos discentes não trabalha, provavelmente, pela faixa de idade dos que
responderam a pesquisa. Aos que trabalham foi feita a pergunta:
Se trabalha, acha que isso atrapalha seus estudos? Por quê? Obteve-se como resposta:
‘’Sim, porque cansa”
“Mais ou menos, porque às vezes cansa’’
‘’Sim, não tenho tempo de estudar em casa’’
‘’Não atrapalha’’
A carga horária da jornada de trabalho acrescida do período escolar podem ser
cansativos para os jovens, que passam a ter menos horas de sono e um menor tempo
para recreação e lazer (SILVA et al., 2013). Esses fatores podem prejudicar o seu
rendimento escolar e causar desmotivação, levando-os a abandonar os estudos e a se
dedicarem exclusivamente ao trabalho.
No Brasil, existem leis que regulamentam a inserção do jovem no mercado de
trabalho. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) proíbe que jovens menores de
14 anos executem qualquer tipo de trabalho. A partir dessa idade, os jovens podem
começar a trabalhar no regime de aprendiz, regulamentado pelo Decreto nº 5598/2005
(Brasil, 2005). Esse decreto prevê, assim, uma formação técnico-profissional que seja
compatível com a vida escolar dos jovens, juntamente com uma carga horária reduzida
26
que não interfira na vida escolar do mesmo.

Pergunta nº 2 – Gosta de estudar?


• 67% responderam que sim;
• 33% responderam que não.

GOSTA DE ESTUDAR?

33%

67%

Não Sim

Gráfico 2 – Gosta de estudar.


Fonte: Pesquisa de campo.

Ao serem questionados pelo motivo:


• 1,64% responderam não; ‘Eu trabalho e não tenho tempo de estudar’
• 4,92% responderam não; ‘Os professores ou alguns professores não me motivam
para aprender e não me compreendem’;
• 11,48% responderam sim; ‘Os professores ou alguns professores me
compreendem e me motivam a estudar’;
• 6,56% responderam não; ‘Eu não entendo o que o professor explica’;
• 9,84% responderam não; ‘Tenho preguiça de ir à escola’;
• 9,84 responderam não; ‘Vou à escola somente porque meus pais obrigam’;
• 44,26% responderam sim; ‘Penso em cursar uma faculdade futuramente’;
• 9,84% responderam sim; ‘Tenho curiosidade por novos conhecimentos’;
• 1,64% Não responderam à questão.

Verificou-se que 44,26 % dos alunos pensam em cursar uma faculdade futuramente.
Assim, observa-se que a maior parte dos alunos gosta de estudar porque pensa em
continuar os estudos após o ensino médio. Segundo Boruchovitch (2001), os alunos
mostram que estão motivados pois o aluno motivado intrinsicamente e extrinsecamente
sente-se motivado pelo gosto em aprender, visando objetivos futuros. Percebe-se que
esses alunos veem o estudo como um meio garantidor para conseguir uma vaga na
universidade. Além disso, esse grande desejo pela continuidade aos estudos pode ter
relação com as políticas recentes de acesso ao ensino superior (SOUZA; VAZQUEZ,
27
2015). Entre essas políticas,destacam-se as seguintes: o sistema de cotas,o Programa
Universidade para Todos (Prouni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
A maior porcentagem de alunos que deseja continuar estudando após o ensino médio
está de acordo com a finalidade da educação básica que, segundo a Lei de diretrizes e
bases da educação nacional (LDB, 1996), é, entre outras coisas, fornecer meios para o
aluno dar continuidade aos estudos no Ensino Superior.
Sabendo que a universidade é o principal objetivo que aumenta a motivação dos
alunos, é de extrema importância que essas políticas continuem crescendo para acolher
esses estudantes.
Entretanto, o que está ocorrendo é exatamente o contrário, com a atual crise
orçamentária do governo federal, a instabilidade que atinge o Ministério da Educação
(MEC) e os cortes de verbas que estão afetando consideravelmente a educação, o maior
prejudicado até o momento é o Fies. Desde o início de 2009, o MEC atrasou a concessão
e a renovação de cerca de um milhão de contratos do Fies. Das 100 mil vagas novas
oferecidas para o programa no primeiro semestre de 2019, 60% foram preenchidas, ou
seja, tiveram estudantes selecionados para ocupá-las. No entanto, apenas 1.758
conseguiram finalizar o contrato com o banco. Em 2017, o Fies registrou 170.905 novos
contratos de financiamento de cursos de graduação, o dado mais baixo em seis anos,
segundo o FNDE. A queda no total de contratos do Fies teve início após mudanças e
restrições pelo qual o programa passou desde 2015 (O declínio do Fies e a realidade
vivenciada pelas Universidades, 2019).
A previsão é que em 2020 o Ministério da Educação sofra ainda mais cortes do que
neste ano. Segundo a proposta orçamentária apresentada pelo Governo, o valor
repassado ao MEC será 18% menor do que em 2019 (ILHÉU, 2019).
Existe, portanto uma incerteza quanto à permanência da oferta do programa. Caso
os estudantes percam o apoio das políticas públicas do governo federal e as dificuldades
para ingressar em universidades aumentarem, acabará refletindo na vida escolar dos
alunos, pois eles perderão sua maior motivação.
33% dos estudantes assinalaram que não gostam de estudar, o que leva a inferir que
se mostram desmotivados, conforme afirma Silva et al. (2015), o aluno desmotivado é
aquele não encontra na escola estímulo para estudar; por algum fator desmotivou-se e
não possui vínculo afetivo e significativo com a escola e com o ato de estudar.
A falta de motivação traz muitos prejuízos à trajetória escolar dos estudantes, ela
causa uma queda de investimento pessoal de qualidade nas tarefas de aprendizagem,
além de que alunos desmotivados estudam muito pouco ou nada e, consequentemente,
aprendem muito pouco (BZUNECK, 2009).
É uma questão preocupante já que o desinteresse pelos estudos contribui para o
28
fracasso da aprendizagem escolar e, em alguns casos, pode acabar levando à evasão
(MORALES, 2016).

Pergunta n° 3 -Já aconteceu de você chegar desmotivado na aula e algo mudar sua
motivação? O que aconteceu?
Nessa questão as respostas mais obtidas são: ‘’Um amigo me motivou’’, e ‘’Uma aula
diferente me motivou’’ (por exemplo aulas na sala de computação ou assistir filme).
As emoções e os afetos sempre foram abordadas nas teorias psicológicas, nas
últimas duas décadas a afetividade e sua ligação com o ensino passou a ser objeto de
estudo de diversos pesquisadores.
Sérgio Leite, um influente pesquisador da afetividade nas práticas de ensino, em um
artigo sobre a afetividade, traz importantes considerações sobre o assunto. Ele pontua que
durante séculos predominou a chamada concepção dualista, segundo a qual o homem é
entendido como um ser dividido entre razão e emoção, que ora pensa, ora sente, não
havendo vínculos entre essas duas esferas. A razão era vista como uma dimensão superior,
e a emoção como o lado sombrio da natureza humana, responsável por grande parte de
seus defeitos (LEITE, 2012).
Ele mostra que até hoje a concepção dualista exerce influência nas práticas das
instituições educacionais, segundo a qual o trabalho educacional deve ser dirigido,
essencialmente, para o desenvolvimento dos aspectos cognitivos, centrados na razão,
sendo que a afetividade não deve estar envolvida nesse processo. Com o desenvolvimento
da ciência e da pesquisa, em quase todas as áreas do conhecimento, ganhou destaque um
modelo teórico em que estas dimensões são equalizadas nas relações de ensino-
aprendizagem, mostrando que razão e emoção são indissociáveis e coexistem no indivíduo,
em todos os momentos (LEITE, 2012).
As respostas dos alunos mostra a importância da afetividade e que o papel do ‘outro’
é crucial para os envolver com os conteúdos escolares, por meio da mediação, com
estratégias diversas.
Leite (2012) afirma que as relações afetivas influenciam a interação entre as pessoas,
assim como influenciam na relação de ensino-aprendizagem e que é impossível separar
afeto de cognição, mesmo nos momentos de transmissão e produção de conhecimento.
Leite (2012) conclui que as atividades de ensino concentram grande parte da
afetividade em sala de aula; ela está presente nas relações interpessoais entre professores
e alunos e também entre os alunos, está expressa em conteúdos verbais, posturas, contatos,
proximidade, formas de acolhimento, correções e diversas outras maneiras. Tais aspectos
implicam em um enorme poder de impacto afetivo no aluno, positivo ou negativo,
dependendo da forma como essas interações são vivenciadas.
29
Pergunta n° 4- Qual a matéria que você gosta mais?

QUAL MATÉRIA VOCÊ GOSTA MAIS?


29,51%
21,31%
18,03%

8,20% 9,84%
4,92% 4,92% 3,28%

Gráfico 3 – Qual matéria você gosta mais?


Fonte: Pesquisa de campo.

MOTIVOS PARA GOSTAR DA DISCIPLINA PORTUGUÊS 29,51%


Gosto dessa matéria porque o/a professor (a) me incentiva 1,64%
durante as aulas
Gosto dessa matéria porque é de fácil entendimento 1,64%
Gosto dessa matéria porque tiro notas boas 1,64%
Gosto dessa matéria porque gosto do professor 8,20%
Gosto dessa matéria porque vou precisar para uma futura 1,64%
faculdade
Gosto dessa matéria porque o/a professor (a) explica bem 14,75%
Tabela 1- Motivos para gostar da disciplina Português
Fonte: Pesquisa de campo.

Conforme exposto no gráfico 3, a disciplina de Português destaca-se como sendo a


preferida pelos alunos. A maior parte dos discentes justificaram que gostam da matéria
porque o professor explica bem ,seguido de que gostam da matéria porque gostam do
professor.
Isso mostra que o professor passa seus conteúdos de forma simples, e de fácil
entendimento , causando assim um impacto na motivação dos alunos que se interessam
mais no conteúdo dessa matéria.
O processo de ensino-aprendizagem, não envolve somente questões cognitivas.
Partindo desse pressuposto, assume-se que, no processo de aprendizagem, o outro possui
grande importância, mediando a relação sujeito conhecimento, os quais ganham significado
e sentido. Dessa forma, a qualidade da mediação do professor pode gerar diferentes tipos
de sentimentos na relação sujeito-conhecimento (LEITE, 2005).
O professor e pesquisador Sérgio Leite, produziu uma pesquisa intitulada “Professor
Inesquecível” que teve como objetivo através de entrevistas com ex-alunos de um
determinado professor denominado ‘’M’’ descrever as práticas pedagógicas do mesmo
desenvolvidas em sala de aula, identificando as possíveis consequências afetivas na
relação que se estabeleceu entre seus ex-alunos e os conteúdos da disciplina que
ministrava.
30
Em sua pesquisa leite pontua algumas práticas pedagógicas que tornaram ”M’’ um
professor inesquecível para os seus alunos.
Ele cita a forma que o professor utilizava a avaliação para ajudar na aprendizagem
ao invés de só cobrar nota; outra prática que ‘’M’’ utilizava era a interdisciplinaridade, ele
costumava relacionar vários assuntos com a sua disciplina e pedia que os alunos
discutissem temas diversos(como violência, sexualidade, drogas, questões políticas e
econômicas), causando neles um impacto positivo pelas reflexões propostas.
Outra atitude elogiada pelos ex-alunos era o fato de ‘’M’’ sempre exigir que os alunos
produzissem redações sobre temas diversos, o que os alunos pontuam que foi de extrema
importância para seu sucesso no vestibular. Os sujeitos ainda pontuam o fato de o prof. ‘’M’’
ser atencioso e sempre procurar solucionar as suas dúvidas e também a forma de estimular
a participação de todos os alunos durante as aulas, sem que isso fosse uma obrigação.
Os ex-alunos responsabilizam ‘’M’’ pelo sucesso no vestibular e por não
apresentarem dificuldades com a Língua Portuguesa e pelo seu gosto pela leitura.
Outra marca positiva da mediação de M foi o relato que os seus alunos sempre
tentaram seguir o modelo de comportamento do professor, o que indica que foi estabelecida
uma relação afetiva positiva entre professor-aluno.
Leite (2005) conclui que os dados desta pesquisa revelaram a importância das
práticas pedagógicas desenvolvidas pelo professor em sala de aula, assim como que a
qualidade da mediação feita e a forma como são apresentados os conteúdos escolares
interferem na relação aluno-objeto de conhecimento, não só no momento da aula mas para
o resto da vida dos alunos.

Pergunta n° 5 – Qual matéria você menos gosta?

QUAL MATÉRIA VOCÊ MENOS GOSTA?

34,43%

19,67%

11,48%
9,84%
8,20% 8,20%
3,28% 3,28%
1,64%

Gráfico 4 – Qual matéria você menos gosta?


Fonte – Pesquisa de campo.
31
MOTIVOS PARA NÃO GOSTAR DA 34,43%
DISCIPLINA MATEMÁTICA
Porque não tiro notas boas 4,92%
Porque não vou precisar futuramente 1,64%
O professor (a) não explica bem 8,20%
Porque ela é difícil 6,56%
Porque não gosto do professor (a) 6,56%
Porque não tem novidade e a aula é 1,64%
parada
Porque o professor não gosta de mim 4,92%

Tabela 2 – Motivos para não gostar da disciplina matemática


Fonte – Pesquisa de campo.

O gráfico 4 mostra que a disciplina matemática é a mais detestada pelos alunos, eles
justificam que o professor não explica bem, seguido de ‘’a matéria é difícil e por não gostar
do professor”.
A dificuldade de aprender Matemática começa desde o ensino fundamental e segue
o aluno muitas vezes até o ensino superior. Um número elevado de alunos sente rejeição e
se sentem desmotivados com as disciplinas que exigem reflexão e raciocínio lógico-
matemático.
Tatto e Scapin (2004) concluem que as causas da rejeição à Matemática estão
relacionadas à ideia pré-concebida de que a Matemática é difícil pelas experiências
negativas passadas, à falta de interesse e a uma autoimagem negativa que o aluno tem de
si próprio; também cita a falta de incentivos de alguns professores e a falta de motivação
devido aos conteúdos não terem uma aplicação prática em suas vidas.
Além disso, pode-se assumir que a maneira como o processo de mediação ocorre é
um fator determinante para a qualidade da relação que vai se estabelecer entre o sujeito e
os objetos do conhecimento. Desta forma,a atividade escolar pode se tornar uma prática
indesejável e desmotivadora para o aluno, produzindo, geralmente, efeitos desastrosos que
diminuem as possíveis relações afetivas entre o aluno e os conteúdos abordados (LEITE,
2012).
Na escola, o principal agente mediador entre aluno e o conteúdo escolar é, sem
dúvida, o professor, na medida em que todas as práticas pedagógicas dependem de seu
planejamento. Portanto, o tipo de relação afetiva (aproximação ou de afastamento) que vai
se estabelecer entre o aluno e um determinado conteúdo escolar, vai depender das práticas
de mediação pedagógica planejadas e desenvolvidas em sala de aula (LEITE, 2012).
A relação de afastamento com o conteúdo se coloca quando o aluno não identifica a
relevância dos objetivos propostos, para sua vida, para a sociedade em que vive, ou para o
seu futuro profissional (LEITE, 2012).
A mediação pedagógica ocorre em meio a práticas e situações concretas, o que
32
significa que elas podem ser planejadas de forma a aumentar as chances da aprendizagem
com sucesso pelo aluno (LEITE, 2005).
Então, é de extrema importância que a escola selecione objetivos, estratégias e
conteúdos de modo que os alunos reconheçam a relevância dos mesmos, o que aumenta
as possibilidades de se estabelecer vínculos afetivos positivos entre os alunos e os
objetivos/conteúdos abordados. Atividades bem escolhidas e adequadamente
desenvolvidas, sem dúvida, aumentam as chances do aprendizado e a consequente relação
afetiva de aproximação entre o aluno e os conteúdos escolares (LEITE, 2012).

Pergunta n° 6 - Em casa seus pais ou responsáveis te motivam a estudar?

Não responderam

Sim; meus pais entendem minhas dificuldades em algumas matérias e buscam solucionar meus
problemas diante a escola
Não; meus pais não entendem minhas dificuldades em algumas matérias e não buscam soluciona-
las
Não; meus pais não ligam se vou bem ou mal na escola

Não; meus pais não tem tempo de me incentivar

Sim; meus pais dão exemplos dentro de casa da importância do estudo

Sim; meus pais querem que eu chegue a uma universidade e tenha um futuro brilhante

Gráfico 5 – Em casa seus pais ou responsáveis te motivam a estudar?


Fonte – Pesquisa de campo.

Ao perguntar se os pais ou responsáveis dos alunos os motivam aos estudo 60,66%


disseram que seus pais ou responsáveis os motivam aos estudos e querem que seus filhos
façam uma faculdade e tenham um futuro brilhante.
Pode-se concluir que os pais compreendem a importância do estudo e se preocupam
com o futuro dos seus filhos, e os motivam a ingressar na faculdade futuramente,e assim
terem a chance de alcançar uma carreira de sucesso.
A família é considerada a primeira referência educacional do ser humano e é
responsável, principalmente, pela forma com que o sujeito se relaciona com o mundo, a
partir de sua localização na estrutura social (OLIVEIRA, 2010).
Muitos pesquisadores acreditam que a educação bem sucedida da criança no
33
ambiente familiar exerce influência significativa no desenvolvimento moral dos individuos.
Porém, se família não tiver condições adequadas para promover o desenvolvimento
emocional da criança ,cabe à escola se responsabilizar para suprir as necessidades de seu
aluno (VILLELA, 2013).
Por anos grande parte das horas o aluno passa nos domínios da escola , dessa
forma a instituição não pode se abster de promover seu desenvolvimento moral, emocional
e psicológico durante todo esse período. Enquanto a atividade intelectual acontece, os
aspectos emocionais e psicológicos não ficam em suspensão, dessa forma o conceito de
que cabe ao professor apenas ensinar é um equívoco grave, pois retira do aluno parte de
suas oportunidades de desenvolvimento (VILLELA, 2013).
É comum ouvir no discurso pedagógico atual a afirmação de que a escola visa
promover o desenvolvimento integral da criança e do adolescente, em todos os seus
aspectos e conjunto de suas capacidades e potencialidades. Essa ideia entra em
contradição com a tese de responsabilidade exclusivamente relacionada ao ensinar que
muitos professores defendem (VILLELA, 2013).
A escola é a grande responsável em relação ao aprendizado da criança, sendo que
a responsabilidade da familia nesse domínio é complementar, em relação a praticamente
todos os outros domínios relativos ao desenvolvimento, deve-se admitir uma
responsabilidade compartilhada entre escola e família. Cada uma das partes que
compartilham a tarefa pode ser cobrada pela falha em sua realização. A falha de uma das
duas partes responsáveis pela educação da criança (familia e escola) não deve servir de
desculpa ou de justificativa para a omissão da outra parte.Essa é uma das principais ideias
da concepçao da escola significativa (VILLELA, 2013).
O desenvolvimento amplo do aluno só se completa se a instituição tomar para si a
responsabilidade pelo desenvolvimento do estudantes, principalmente se este não tiver
experimentado em sua família um ambiente favorável para se desenvolver. Esse tipo de
atitute da escola causa um grande marco na vida de uma criança ou de um jovem, que pode
fazer da educação escolar uma de suas mais importantes experiências (VILLELA, 2013).
34
Pergunta n° 7 - A escola com toda sua equipe inclusive professores, têm motivado
você no estudo?
A escola com toda sua equipe inclusive professores, têm motivado você no
estudo?

65,57%

9,84% 8,20%
6,56% 4,92% 4,92%

A B C D E F

Sim; quando meu rendimento na escola não vai bem, a escola chama meus responsáveis para solucionar este tipo de
problema

Não; a escola não se importa com nosso rendimento e nem procura solucionar nossos problemas

Sim;a escola procura solucionar o decaimento do rendimento dos alunos,para que


possa motiva- los a superar seus problemas e assim manter sua permanência na
escola
Não; os professores não têm interesse em fazer atividades extras para melhorar nosso rendimento, nem nos trazem
conteúdos interessantes

Não; a escola e toda sua equipe não me motivam a estudar, nem os professores mostram a importância dos estudos
na minha vida

Sim; a escola e toda sua equipe nos motiva a estudar e, além disso, os professores mostram a importância de estudar

Gráfico 6 – A escola com toda sua equipe inclusive professores tem motivado voce no estudo?
Fonte – Pesquisa de campo.

Quando foi perguntado ao aluno se a escola, equipe e professores os motivam ao


estudo, 65,57% afirmaram que a escola os motiva a estudar e os professores mostram a
importância dos estudos.
Os alunos declaram que a escola, equipe e professores cumprem com seu papel no
compromisso de motivar seus alunos.
De acordo com o que Bzuneck (2001), um fator crucial para o êxito na aprendizagem,
é o envolvimento da escola, como um todo. Isto é, necessita-se que todos na escola
incluindo professores, a direção e a equipe de apoio pedagógico atuem juntos, na mesma
direção (BZUNECK, 2001).
35
Pergunta n° 8 - O que você acha que seus professores podem fazer para melhorar sua
motivação?

O que você acha que seus professores podem fazer para melhorar sua
34,43% motivação ?
27,87%
19,67%
9,84%
6,56%
1,64%

A B C D E F

Professor deve ter mais paciência com os alunos

Professor (a) precisa dar uma atenção especial nas minhas dúvidas

Professor (a) deve ser aberto (a) para debater com os alunos assuntos
relacionados com a sua matéria e ser um (a) professor (a) criativo (a
Professor (a) deve respeitar nossas opiniões

Professor (a) deve proporcionar novas maneiras de ensinar

Professor (a) deve nos mostrar na prática o que ele ensina dentro da sala de aula,tipo: aula em campo,
laboratório, viagens educativas entre outros.

Gráfico 7 – O que acha que seus professores podem fazer para melhorar sua motivação?
Fonte – Pesquisa de campo.

A maior parte dos discentes (34,43%) diz que o professor(a) deve mostrar na prática
o que ele ensina dentro da sala de aula e que deveria haver mais aulas em campo,
laboratório, viagens educativas entre outros; outra resposta muito assinalada (27,87%) foi a
que o professor(a) deve proporcionar novas maneiras de ensinar.
Ao analisarmos essas respostas podemos concluir que as aulas no estilo tradicional
despertam menos interesse nos alunos, essa nova geração precisa de novos estímulos para
manter-se motivada.
As pessoas nascidas de 1990 a 2010 são denominadas geração Z; “Z” vem de
“zapear”, ou seja, trocar os canais da TV de maneira rápida e constante, em busca de algo
que seja interessante ou ainda, por hábito. “Zap”, do inglês, significa “fazer algo muito
rapidamente” e também “energia” ou ”entusiasmo” (TOLEDO, 2012).
Jovens da geração Z, em sua maioria, tiveram acesso à tecnologia desde a infância,
e sua maneira de pensar foi influenciada, desde o nascimento, pelo mundo da tecnologia .
Diferentemente de seus pais, sentem-se à vontade quando ligam ao mesmo tempo a
televisão,o telefone, música e internet (FREIRE, 2008).
Diante disso, a metodologia tradicional tem que ser revisada, levando-se em conta
que cada geração tem características diferentes e visa necessidades diferentes (GALENI,
2012).
Como visto, surge a necessidade de os professores buscarem novos caminhos e
36
novas metodologias de ensino que foquem a interação entre os sujeitos (professor/aluno,
aluno/aluno), o protagonismo e a postura crítica e autônoma dos estudantes, a fim de
promover efetivamente aprendizagens significativas (DIESEL, 2017).
Com base nesse entendimento, o método ativo é um dos mais indicados pois visa
estimular a autoaprendizagem e a curiosidade do estudante para pesquisar, refletir e
analisar possíveis situações para tomada de decisão, sendo o professor mediador deste
processo (BERBEL, 2011).
De acordo com Paiva et al. (2016), existe ao menos seis benefícios principais das
metodologias ativas: o rompimento com o modelo tradicional; o desenvolvimento da
autonomia do aluno; o exercício do trabalho em equipe; a integração entre teoria e prática;
o desenvolvimento de visão crítica da realidade; e o uso de avaliação formativa.
Há muitas possibilidades para desenvolver metodologias ativas de ensino-
aprendizagem, algumas delas são: a estratégia da problematização; a aprendizagem
baseada em problemas; a aprendizagem baseada em equipe; o círculo de cultura, além de
outros procedimentos que podem constituir metodologias ativas de ensino-aprendizagem,
como: seminários; trabalho em pequenos grupos; socialização; mesas-redondas; debates
temáticos; oficinas; leitura comentada; apresentação de filmes, entre outras (PAIVA et al.,
2016).
Observa-se que todas as alternativas de metodologias ativas colocam o aluno diante
de problemas que estimulam o seu potencial intelectual, enquanto estuda para compreendê-
los e resolvê-los.
Assim sendo, a forma como os professores planejam suas aulas e as suas estratégias
de ensino, se munido de intencionalidade, poderão favorecer o rompimento de uma
sequência didática mecânica, em que os alunos permanecem em posição passiva na maior
parte do tempo, atitude esta, característica do método tradicional (DIESEL, 2017).
37
Pergunta n° 9 - O que falta na sua escola para melhorar sua motivação?

O que falta na sua escola para melhorar sua


motivação?
39,34%
21,31%
19,67% 14,75%
3,28% 1,64%

A B C D E F

Ter uma quadra de jogos equipada


Ter uma biblioteca com livros atualizados
Ter um laboratório equipado
Aula de reforço para alunos com rendimento baixo
Ter alimentação de qualidade
Ter aula de informática

Gráfico 8 - O que falta na sua escola para melhorar sua motivação?


Fonte – Pesquisa de campo

Grande parte dos alunos (39,34%) diz que se sentiriam mais motivados se na escola
houvesse mais aulas de informática, seguido de ter alimentação de qualidade (21,31%) e
aulas de reforço para alunos com rendimento escolar baixo (19,67%).
Observando a rapidez como a informática foi introduzida na sociedade fica claro que
a escola não pode ficar alheia, devendo inserir-se na atualidade lançando mão desse novo
recurso, que deve ser utilizado como um grande aliado na construção de conhecimento,
tornando a aprendizagem significativa (MORONI, 2010).
A informática deve ser usada para habilitar e oportunizar ao aluno a aquisição de
novos conhecimentos, facilitando o processo de ensino - aprendizagem, enfim, deve ser um
complemento dos conteúdos curriculares.
A deficiência da infraestrutura nas escolas afeta diretamente a qualidade da
educação. Prédios e instalações inadequadas, e a inexistência de bibliotecas, espaços
esportivos e laboratórios, são problemas que influenciam diretamente no desempenho dos
alunos (SATYRO; SOARES, 2007).
A escola investigada nessa pesquisa possui laboratório de informática, mas, segundo
os alunos, este espaço raramente é utilizado. As razões podem ser o medo do professor de
perder o controle dos alunos em um ambiente fora da sala, o que atrapalharia o
planejamento da sua aula.
A formação do professor no Brasil ainda padece de bases críticas contundentes de
forma a otimizar a adoção da metodologia ativa. Muitos educadores se apegaram as
metodologias tradicionais, talvez por receio de experimentar novas metodologias ou até
mesmo por falta de conhecimento de tais métodos que apresentam melhores resultados no
processo ensino-aprendizagem (LOBATO, 2017).
38
Por esse motivo, deve-se ampliar a discussão sobre a importância das metodologias
ativas, para que os professores tomem conhecimento e saiam de sua zona de conforto
baseada nas metodologias tradicionais e comece a adotar metodologias mais participativas
em suas aulas.
19,67% dos alunos que dizem que se houvesse aulas de reforço se sentiriam mais
motivados, o que demostra que eles tem dificuldades que não são resolvidas pelo professor,
e com as dificuldades na matéria vem a desmotivação.
O reforço escolar é uma abordagem complementar e não somente a repetição do
conteúdo que não foi aprendido na aula, tampouco das mesmas estratégias, deve-se
oferecer ao aluno a oportunidade de combater as próprias deficiências potencializando sua
aprendizagem.
Os alunos que participam do reforço escolar têm maior chance de apresentar avanços
em sua aprendizagem, pois obtiveram a atenção necessária para desenvolver-se. Muitas
vezes o professor não se preocupa com os alunos com nível de aprendizagem baixa e
seguem ministrando suas aulas como se eles fossem invisíveis, o que piora a situação, pois
as dificuldades são acumuladas e os alunos passam a se ver como incapazes (SILVA, 2009).
O reforço escolar é capaz de resgatar no aluno ,esse que antes não conseguia
acompanhar o conteúdo,o desejo de aprender. Cabe a escola, disponibilizar essa
oportunidade para os alunos que necessitam.
39
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante da importância que o tema assume para a educação, esta pesquisa teve
como objetivo Identificar os fatores relacionados à motivação dos alunos do ensino
fundamental II de uma escola pública na cidade de Cerqueira César-SP, e analisar como
esta afeta as relações de ensino e de aprendizagem.
Os resultados revelados por este estudo mostram que a motivação afeta
diretamente o desempenho escolar.
De acordo com as análises, grande parte dos alunos da escola, gostam de estudar
e a motivação que sentem é devido a intenção de ingressar em uma faculdade
futuramente.
Antes do fomento de políticas públicas de incentivo à Educação Superior, os
jovens de classe média/baixa não tinham perpesctivas de continuarem os estudos após
o ensino médio. Após o incentivo estatal, este quadro se alterou e, praticamente, todos
os alunos ganharam a esperança de ingressar na universidade, formar-se em um curso
superior e ter uma profissão, dependendo apenas da sua dedicação aos estudos.
Isso nos mostra que, juntamente com a expansão do acesso ao ensino superior,
houve um aumento da motivação dos jovens para estudar. Dessa forma salienta-se a
importância das políticas educacionais continuarem acolhendo esses jovens, para que
não haja um impacto negativo em sua motivação.Os dados apontaram também que os
pais motivam aos estudos, cumprindo com sua responsabilidade, que é incentivar,
acompanhar e participar do aprendizado escolar dos filhos. A equipe escolar e os
professores da escola pesquisada também motivam os alunos, o que está de acordo com
a ideia-força da escola significativa, que diz que o dever da escola também é o de suprir
a necessidade emocional, e se responsabilizar pelo desenvimento completo do indivíduo
(VILLELA, 2013).
Os dados revelam, de forma contundente, que a afetividade e a mediação são as
principais conexões que mobilizam a motivação dos alunos.
O professor é fundamental na construção do conhecimento, mas ele não pode ser
visto como o detentor de todo o saber. Seu papel é o de mediar as situações de
aprendizagem, de forma a provocar reflexões, despertar o desejo de aprender e contribuir
para a construção autônoma do conhecimento. É muito importante que a afetividade
esteja presente na relação entre professor e aluno, pois a mediação positiva no contexto
escolar é dependente da afetividade, uma mediação negativa além de desmotivar o aluno
em determinada área do conhecimento, ainda pode fazer com que se sinta incapaz para
aprender e prejudicá-lo ao longo de sua vida.
É de extrema importância que os profissionais da educação obtenham um maior
conhecimento acerca da relação entre o afeto e a mediação, para que se tornem
40
profissionais conscientes de que não existe uma aprendizagem meramente cognitiva ou
racional, pois os alunos não deixam os aspectos afetivos que compõem sua
personalidade do lado de fora da sala de aula, quando estão aprendendo os conteúdos
escolares.
De modo geral, os alunos demonstraram uma insatifação muito grande com as
metodologias de ensino utilizadas nas relações de ensino-aprendizagem e destacam que
para se sentirem mais motivados seria necessário uma mudança nesse aspecto.
A desmotivação ocorre, dentre as razões, quando o aluno não identifica a
relevância dos objetivos propostos e grande parte dos objetivos de ensino da escola
tradicional tem sido apontada como irrelevante, do ponto de vista do aluno, o que,
certamente, colabora para sua desmotivação.
Uma das formas de minimizar essa desmotivação seria a adoção de metodologias
ativas, mas justamente nelas se encontra grande parte da dificuldade do trabalho do
professor que, muitas vezes, não tem as condições de trabalho adequadas tampouco
disponibilidade de recursos materiais como data show, laboratórios e salas de informática
oferecidos pela escola.
A falta de conhecimento sobre metodologias atualizadas também impede o
professor de testar as mesmas, isso poderia ser resolvido oferecendo aos professores
cursos de formação continuada, onde eles possam ter a oportunidade de conhecer novas
metodologias educacionais e refletir, coletivamente, sobre o efeito destas nas relações
de ensino-aprendizagem.
Azevedo (2015) aponta para a importancia da formação continuada,ele diz que a
formação continuada deve ser parte do processo de formação ao longo da carreira, pois
acompanhar pesquisas, produções teóricas, realizar novos cursos, inovar práticas
pedagógicas, constituem procedimentos que complementam a formação inicial, e que
esta deveria estar presentes,para suprir distanciamentos teórico/práticos/metodológicos,
decorrente da produção de novos conhecimentos nas mais diversas áreas, em resposta
às demandas econômica, social, tecnológica e cultural da humanidade (MAGALHÃES,
2015).
É fato que as políticas educacionais mais recentes estão submetendo a profissão
docente à sua precarização e desvalorização, em decorrência dos baixos salários,
condições de trabalho, desmotivação e desprestígio social (OLIVEIRA, 2004). Dessa
forma, para que o professor exerça devidamente a sua função e favoreça a motivação
de seus alunos, ele deve ter apoio estrutural e pedagógico por parte dos gestores
públicos, além de políticas educacionais que, assim, apoiem-no.
Além disso, para que o ambiente escolar esteja comprometido com o sucesso do
aprendizado do aluno é necessário que haja uma reflexão coletiva do corpo docente, e
41
de todos que estão envolvidos direta ou indiretamente no contexto escolar, o que só
poderá se concretizar por meio de um projeto político pedagógico (PPP) bem planejado
e construído com a efetiva participação da comunidade escolar, para tanto, são
necessárias estratégias e iniciativas que viabilizem espaços coletivos, pois o processo
de elaboração do PPP tem, em sua essência, a práxis e o diálogo.
Diante disso, é necessário utilizar espaços como o do conselho de Classe,
conselho escolar e o Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo (HTPC) como um espaço
onde os docentes tenham liberdade e possam exercer o princípio da autonomia, em que
reflitam e organizem o processo educativo baseado nas necessidades da escola, como
também sejam ouvidos e acolhidos, como parte integrante dos processos decisórios.
Destarte, com o esforço de todos os envolvidos, torna-se mais provável a construção de
uma escola significativa.
Conforme os resultados revelam, a motivação para aprender é um desafio a ser
enfrentado nas relações escolares e, de modo mais amplo, pela sociedade, na figura do
Estado, tendo em vista que esta não pode ser ensinada e nem treinada, mas sim
provocada, ou seja, descobrir maneiras de motivar os alunos, torna-se uma exigência
para o campo educacional.
42
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