TCC - Aline Rosa Versão Final
TCC - Aline Rosa Versão Final
TCC - Aline Rosa Versão Final
AVARÉ
2019
‘
ALINE ROSA LOPES MARQUES
AVARÉ
2019
Catalogação na fonte
Instituto Federal de São Paulo – Campus Avaré
Biblioteca Campus Avaré
Bibliotecária: Anna Karolina Gomes Dias - CRB-8/9563
663.1
O93p
Marques, Aline Rosa Lopes.
Motivação para aprender: como a motivação afeta a aprendizagem na escola./
Aline Rosa Lopes marques. – Avaré, 2019.
28 il..
C
ALINE ROSA LOPES MARQUES
COMISSÃO EXAMINADORA
Avaré, de de 2019.
Serei eternamente grata a Jesus Cristo por
toda a força que colocou no meu coração, me
ajudando a perseverar e concluir esta etapa
de minha vida.
Motivação é a arte de fazer as pessoas fazerem o que você
quer que elas façam porque elas o querem fazer.
(Dwight Eisenhower)
AGRADECIMENTOS
The absence of motivation is being considered as the main factor of school failure.Show
take teachers the importance of motivation, as well as identifying which factors that
contribute significantly to the motivational process, is essential for them to plan they
classes become in it more attractive, and also stimulating that the teachers use diferente
strategies that will provide better learning opportunities. Thus, in this research, we aimed
to identify the factors related to the motivation of students of na elementary school, located
in of Cerqueira César (SP-Brazil) and analyze how motivation affects the teaching and
learning relationships. The methodologie adopted in this work were qualitative and
quantitative, with application of a questionnaire with objective questions, aimeng to
identify the factors that interferes in the student motivation to learn. It was found that in
the present school most students are motivated to study by parents and also by the school
staff, however, the main motivation is the desire to do a graduation cause in the future.
The data revealed that affectivity is very important in the teacher / student / school
relationship, and a the positive mediation, of the teacher, can be decisive in the
relationship that student established with school contents, being able to bring them closer
or further away from them. The results of this work also showed the need for the use of
new and, more actives methodologies by teachers that arouse student interest in order to
promote their motivation. The importance of the social and political context is highlighted
in order to provide structural support to the teacher, through public policies that promote
processes of continuing education,to the profissional improvement of career
enhancement, working conditions and better structureg of the public schools, regarding
resources and spaces of learning.
4. OBJETIVOS
4.1 Objetivo Geral
Identificar quais os fatores que interferem na motivação dos alunos do ensino
fundamental II em uma escola da rede pública da cidade de Cerqueira César-SP.E
analisar como a motivação afeta as relações de ensino e de aprendizagem.
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O presente projeto teve uma abordagem quantitativa e qualitativa, utilizando
questionário impresso contendo 9 questões objetivas e dissertativas, abordando o que
motiva ou desmotiva os alunos durante seu processo de aprendizagem.
Foram avaliados 61 estudantes, sendo 23 do sexo masculino e 38 do sexo
feminino, na faixa etária entre 11 e 16 anos, alunos do 6º e 9º anos do ensino
fundamental, de uma escola da rede pública estadual localizada no município de
Cerqueira César-SP.
Os dados catalogados foram organizados com o auxílio do programa Microsoft
Excel em planilhas para melhor interpretação dos resultados. A análise dos dados foi
feita a partir da revisão da literatura e da sistematização dos dados levantados pelos
questionários.
25
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A seguir, são apresentados os dados com base nas respostas obtidas no questionário
aplicado aos discentes sobre motivação.
Você trabalha?
12% 8%
80%
A maior parte dos discentes não trabalha, provavelmente, pela faixa de idade dos que
responderam a pesquisa. Aos que trabalham foi feita a pergunta:
Se trabalha, acha que isso atrapalha seus estudos? Por quê? Obteve-se como resposta:
‘’Sim, porque cansa”
“Mais ou menos, porque às vezes cansa’’
‘’Sim, não tenho tempo de estudar em casa’’
‘’Não atrapalha’’
A carga horária da jornada de trabalho acrescida do período escolar podem ser
cansativos para os jovens, que passam a ter menos horas de sono e um menor tempo
para recreação e lazer (SILVA et al., 2013). Esses fatores podem prejudicar o seu
rendimento escolar e causar desmotivação, levando-os a abandonar os estudos e a se
dedicarem exclusivamente ao trabalho.
No Brasil, existem leis que regulamentam a inserção do jovem no mercado de
trabalho. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) proíbe que jovens menores de
14 anos executem qualquer tipo de trabalho. A partir dessa idade, os jovens podem
começar a trabalhar no regime de aprendiz, regulamentado pelo Decreto nº 5598/2005
(Brasil, 2005). Esse decreto prevê, assim, uma formação técnico-profissional que seja
compatível com a vida escolar dos jovens, juntamente com uma carga horária reduzida
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que não interfira na vida escolar do mesmo.
GOSTA DE ESTUDAR?
33%
67%
Não Sim
Verificou-se que 44,26 % dos alunos pensam em cursar uma faculdade futuramente.
Assim, observa-se que a maior parte dos alunos gosta de estudar porque pensa em
continuar os estudos após o ensino médio. Segundo Boruchovitch (2001), os alunos
mostram que estão motivados pois o aluno motivado intrinsicamente e extrinsecamente
sente-se motivado pelo gosto em aprender, visando objetivos futuros. Percebe-se que
esses alunos veem o estudo como um meio garantidor para conseguir uma vaga na
universidade. Além disso, esse grande desejo pela continuidade aos estudos pode ter
relação com as políticas recentes de acesso ao ensino superior (SOUZA; VAZQUEZ,
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2015). Entre essas políticas,destacam-se as seguintes: o sistema de cotas,o Programa
Universidade para Todos (Prouni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
A maior porcentagem de alunos que deseja continuar estudando após o ensino médio
está de acordo com a finalidade da educação básica que, segundo a Lei de diretrizes e
bases da educação nacional (LDB, 1996), é, entre outras coisas, fornecer meios para o
aluno dar continuidade aos estudos no Ensino Superior.
Sabendo que a universidade é o principal objetivo que aumenta a motivação dos
alunos, é de extrema importância que essas políticas continuem crescendo para acolher
esses estudantes.
Entretanto, o que está ocorrendo é exatamente o contrário, com a atual crise
orçamentária do governo federal, a instabilidade que atinge o Ministério da Educação
(MEC) e os cortes de verbas que estão afetando consideravelmente a educação, o maior
prejudicado até o momento é o Fies. Desde o início de 2009, o MEC atrasou a concessão
e a renovação de cerca de um milhão de contratos do Fies. Das 100 mil vagas novas
oferecidas para o programa no primeiro semestre de 2019, 60% foram preenchidas, ou
seja, tiveram estudantes selecionados para ocupá-las. No entanto, apenas 1.758
conseguiram finalizar o contrato com o banco. Em 2017, o Fies registrou 170.905 novos
contratos de financiamento de cursos de graduação, o dado mais baixo em seis anos,
segundo o FNDE. A queda no total de contratos do Fies teve início após mudanças e
restrições pelo qual o programa passou desde 2015 (O declínio do Fies e a realidade
vivenciada pelas Universidades, 2019).
A previsão é que em 2020 o Ministério da Educação sofra ainda mais cortes do que
neste ano. Segundo a proposta orçamentária apresentada pelo Governo, o valor
repassado ao MEC será 18% menor do que em 2019 (ILHÉU, 2019).
Existe, portanto uma incerteza quanto à permanência da oferta do programa. Caso
os estudantes percam o apoio das políticas públicas do governo federal e as dificuldades
para ingressar em universidades aumentarem, acabará refletindo na vida escolar dos
alunos, pois eles perderão sua maior motivação.
33% dos estudantes assinalaram que não gostam de estudar, o que leva a inferir que
se mostram desmotivados, conforme afirma Silva et al. (2015), o aluno desmotivado é
aquele não encontra na escola estímulo para estudar; por algum fator desmotivou-se e
não possui vínculo afetivo e significativo com a escola e com o ato de estudar.
A falta de motivação traz muitos prejuízos à trajetória escolar dos estudantes, ela
causa uma queda de investimento pessoal de qualidade nas tarefas de aprendizagem,
além de que alunos desmotivados estudam muito pouco ou nada e, consequentemente,
aprendem muito pouco (BZUNECK, 2009).
É uma questão preocupante já que o desinteresse pelos estudos contribui para o
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fracasso da aprendizagem escolar e, em alguns casos, pode acabar levando à evasão
(MORALES, 2016).
Pergunta n° 3 -Já aconteceu de você chegar desmotivado na aula e algo mudar sua
motivação? O que aconteceu?
Nessa questão as respostas mais obtidas são: ‘’Um amigo me motivou’’, e ‘’Uma aula
diferente me motivou’’ (por exemplo aulas na sala de computação ou assistir filme).
As emoções e os afetos sempre foram abordadas nas teorias psicológicas, nas
últimas duas décadas a afetividade e sua ligação com o ensino passou a ser objeto de
estudo de diversos pesquisadores.
Sérgio Leite, um influente pesquisador da afetividade nas práticas de ensino, em um
artigo sobre a afetividade, traz importantes considerações sobre o assunto. Ele pontua que
durante séculos predominou a chamada concepção dualista, segundo a qual o homem é
entendido como um ser dividido entre razão e emoção, que ora pensa, ora sente, não
havendo vínculos entre essas duas esferas. A razão era vista como uma dimensão superior,
e a emoção como o lado sombrio da natureza humana, responsável por grande parte de
seus defeitos (LEITE, 2012).
Ele mostra que até hoje a concepção dualista exerce influência nas práticas das
instituições educacionais, segundo a qual o trabalho educacional deve ser dirigido,
essencialmente, para o desenvolvimento dos aspectos cognitivos, centrados na razão,
sendo que a afetividade não deve estar envolvida nesse processo. Com o desenvolvimento
da ciência e da pesquisa, em quase todas as áreas do conhecimento, ganhou destaque um
modelo teórico em que estas dimensões são equalizadas nas relações de ensino-
aprendizagem, mostrando que razão e emoção são indissociáveis e coexistem no indivíduo,
em todos os momentos (LEITE, 2012).
As respostas dos alunos mostra a importância da afetividade e que o papel do ‘outro’
é crucial para os envolver com os conteúdos escolares, por meio da mediação, com
estratégias diversas.
Leite (2012) afirma que as relações afetivas influenciam a interação entre as pessoas,
assim como influenciam na relação de ensino-aprendizagem e que é impossível separar
afeto de cognição, mesmo nos momentos de transmissão e produção de conhecimento.
Leite (2012) conclui que as atividades de ensino concentram grande parte da
afetividade em sala de aula; ela está presente nas relações interpessoais entre professores
e alunos e também entre os alunos, está expressa em conteúdos verbais, posturas, contatos,
proximidade, formas de acolhimento, correções e diversas outras maneiras. Tais aspectos
implicam em um enorme poder de impacto afetivo no aluno, positivo ou negativo,
dependendo da forma como essas interações são vivenciadas.
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Pergunta n° 4- Qual a matéria que você gosta mais?
8,20% 9,84%
4,92% 4,92% 3,28%
34,43%
19,67%
11,48%
9,84%
8,20% 8,20%
3,28% 3,28%
1,64%
O gráfico 4 mostra que a disciplina matemática é a mais detestada pelos alunos, eles
justificam que o professor não explica bem, seguido de ‘’a matéria é difícil e por não gostar
do professor”.
A dificuldade de aprender Matemática começa desde o ensino fundamental e segue
o aluno muitas vezes até o ensino superior. Um número elevado de alunos sente rejeição e
se sentem desmotivados com as disciplinas que exigem reflexão e raciocínio lógico-
matemático.
Tatto e Scapin (2004) concluem que as causas da rejeição à Matemática estão
relacionadas à ideia pré-concebida de que a Matemática é difícil pelas experiências
negativas passadas, à falta de interesse e a uma autoimagem negativa que o aluno tem de
si próprio; também cita a falta de incentivos de alguns professores e a falta de motivação
devido aos conteúdos não terem uma aplicação prática em suas vidas.
Além disso, pode-se assumir que a maneira como o processo de mediação ocorre é
um fator determinante para a qualidade da relação que vai se estabelecer entre o sujeito e
os objetos do conhecimento. Desta forma,a atividade escolar pode se tornar uma prática
indesejável e desmotivadora para o aluno, produzindo, geralmente, efeitos desastrosos que
diminuem as possíveis relações afetivas entre o aluno e os conteúdos abordados (LEITE,
2012).
Na escola, o principal agente mediador entre aluno e o conteúdo escolar é, sem
dúvida, o professor, na medida em que todas as práticas pedagógicas dependem de seu
planejamento. Portanto, o tipo de relação afetiva (aproximação ou de afastamento) que vai
se estabelecer entre o aluno e um determinado conteúdo escolar, vai depender das práticas
de mediação pedagógica planejadas e desenvolvidas em sala de aula (LEITE, 2012).
A relação de afastamento com o conteúdo se coloca quando o aluno não identifica a
relevância dos objetivos propostos, para sua vida, para a sociedade em que vive, ou para o
seu futuro profissional (LEITE, 2012).
A mediação pedagógica ocorre em meio a práticas e situações concretas, o que
32
significa que elas podem ser planejadas de forma a aumentar as chances da aprendizagem
com sucesso pelo aluno (LEITE, 2005).
Então, é de extrema importância que a escola selecione objetivos, estratégias e
conteúdos de modo que os alunos reconheçam a relevância dos mesmos, o que aumenta
as possibilidades de se estabelecer vínculos afetivos positivos entre os alunos e os
objetivos/conteúdos abordados. Atividades bem escolhidas e adequadamente
desenvolvidas, sem dúvida, aumentam as chances do aprendizado e a consequente relação
afetiva de aproximação entre o aluno e os conteúdos escolares (LEITE, 2012).
Não responderam
Sim; meus pais entendem minhas dificuldades em algumas matérias e buscam solucionar meus
problemas diante a escola
Não; meus pais não entendem minhas dificuldades em algumas matérias e não buscam soluciona-
las
Não; meus pais não ligam se vou bem ou mal na escola
Sim; meus pais querem que eu chegue a uma universidade e tenha um futuro brilhante
65,57%
9,84% 8,20%
6,56% 4,92% 4,92%
A B C D E F
Sim; quando meu rendimento na escola não vai bem, a escola chama meus responsáveis para solucionar este tipo de
problema
Não; a escola não se importa com nosso rendimento e nem procura solucionar nossos problemas
Não; a escola e toda sua equipe não me motivam a estudar, nem os professores mostram a importância dos estudos
na minha vida
Sim; a escola e toda sua equipe nos motiva a estudar e, além disso, os professores mostram a importância de estudar
Gráfico 6 – A escola com toda sua equipe inclusive professores tem motivado voce no estudo?
Fonte – Pesquisa de campo.
O que você acha que seus professores podem fazer para melhorar sua
34,43% motivação ?
27,87%
19,67%
9,84%
6,56%
1,64%
A B C D E F
Professor (a) precisa dar uma atenção especial nas minhas dúvidas
Professor (a) deve ser aberto (a) para debater com os alunos assuntos
relacionados com a sua matéria e ser um (a) professor (a) criativo (a
Professor (a) deve respeitar nossas opiniões
Professor (a) deve nos mostrar na prática o que ele ensina dentro da sala de aula,tipo: aula em campo,
laboratório, viagens educativas entre outros.
Gráfico 7 – O que acha que seus professores podem fazer para melhorar sua motivação?
Fonte – Pesquisa de campo.
A maior parte dos discentes (34,43%) diz que o professor(a) deve mostrar na prática
o que ele ensina dentro da sala de aula e que deveria haver mais aulas em campo,
laboratório, viagens educativas entre outros; outra resposta muito assinalada (27,87%) foi a
que o professor(a) deve proporcionar novas maneiras de ensinar.
Ao analisarmos essas respostas podemos concluir que as aulas no estilo tradicional
despertam menos interesse nos alunos, essa nova geração precisa de novos estímulos para
manter-se motivada.
As pessoas nascidas de 1990 a 2010 são denominadas geração Z; “Z” vem de
“zapear”, ou seja, trocar os canais da TV de maneira rápida e constante, em busca de algo
que seja interessante ou ainda, por hábito. “Zap”, do inglês, significa “fazer algo muito
rapidamente” e também “energia” ou ”entusiasmo” (TOLEDO, 2012).
Jovens da geração Z, em sua maioria, tiveram acesso à tecnologia desde a infância,
e sua maneira de pensar foi influenciada, desde o nascimento, pelo mundo da tecnologia .
Diferentemente de seus pais, sentem-se à vontade quando ligam ao mesmo tempo a
televisão,o telefone, música e internet (FREIRE, 2008).
Diante disso, a metodologia tradicional tem que ser revisada, levando-se em conta
que cada geração tem características diferentes e visa necessidades diferentes (GALENI,
2012).
Como visto, surge a necessidade de os professores buscarem novos caminhos e
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novas metodologias de ensino que foquem a interação entre os sujeitos (professor/aluno,
aluno/aluno), o protagonismo e a postura crítica e autônoma dos estudantes, a fim de
promover efetivamente aprendizagens significativas (DIESEL, 2017).
Com base nesse entendimento, o método ativo é um dos mais indicados pois visa
estimular a autoaprendizagem e a curiosidade do estudante para pesquisar, refletir e
analisar possíveis situações para tomada de decisão, sendo o professor mediador deste
processo (BERBEL, 2011).
De acordo com Paiva et al. (2016), existe ao menos seis benefícios principais das
metodologias ativas: o rompimento com o modelo tradicional; o desenvolvimento da
autonomia do aluno; o exercício do trabalho em equipe; a integração entre teoria e prática;
o desenvolvimento de visão crítica da realidade; e o uso de avaliação formativa.
Há muitas possibilidades para desenvolver metodologias ativas de ensino-
aprendizagem, algumas delas são: a estratégia da problematização; a aprendizagem
baseada em problemas; a aprendizagem baseada em equipe; o círculo de cultura, além de
outros procedimentos que podem constituir metodologias ativas de ensino-aprendizagem,
como: seminários; trabalho em pequenos grupos; socialização; mesas-redondas; debates
temáticos; oficinas; leitura comentada; apresentação de filmes, entre outras (PAIVA et al.,
2016).
Observa-se que todas as alternativas de metodologias ativas colocam o aluno diante
de problemas que estimulam o seu potencial intelectual, enquanto estuda para compreendê-
los e resolvê-los.
Assim sendo, a forma como os professores planejam suas aulas e as suas estratégias
de ensino, se munido de intencionalidade, poderão favorecer o rompimento de uma
sequência didática mecânica, em que os alunos permanecem em posição passiva na maior
parte do tempo, atitude esta, característica do método tradicional (DIESEL, 2017).
37
Pergunta n° 9 - O que falta na sua escola para melhorar sua motivação?
A B C D E F
Grande parte dos alunos (39,34%) diz que se sentiriam mais motivados se na escola
houvesse mais aulas de informática, seguido de ter alimentação de qualidade (21,31%) e
aulas de reforço para alunos com rendimento escolar baixo (19,67%).
Observando a rapidez como a informática foi introduzida na sociedade fica claro que
a escola não pode ficar alheia, devendo inserir-se na atualidade lançando mão desse novo
recurso, que deve ser utilizado como um grande aliado na construção de conhecimento,
tornando a aprendizagem significativa (MORONI, 2010).
A informática deve ser usada para habilitar e oportunizar ao aluno a aquisição de
novos conhecimentos, facilitando o processo de ensino - aprendizagem, enfim, deve ser um
complemento dos conteúdos curriculares.
A deficiência da infraestrutura nas escolas afeta diretamente a qualidade da
educação. Prédios e instalações inadequadas, e a inexistência de bibliotecas, espaços
esportivos e laboratórios, são problemas que influenciam diretamente no desempenho dos
alunos (SATYRO; SOARES, 2007).
A escola investigada nessa pesquisa possui laboratório de informática, mas, segundo
os alunos, este espaço raramente é utilizado. As razões podem ser o medo do professor de
perder o controle dos alunos em um ambiente fora da sala, o que atrapalharia o
planejamento da sua aula.
A formação do professor no Brasil ainda padece de bases críticas contundentes de
forma a otimizar a adoção da metodologia ativa. Muitos educadores se apegaram as
metodologias tradicionais, talvez por receio de experimentar novas metodologias ou até
mesmo por falta de conhecimento de tais métodos que apresentam melhores resultados no
processo ensino-aprendizagem (LOBATO, 2017).
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Por esse motivo, deve-se ampliar a discussão sobre a importância das metodologias
ativas, para que os professores tomem conhecimento e saiam de sua zona de conforto
baseada nas metodologias tradicionais e comece a adotar metodologias mais participativas
em suas aulas.
19,67% dos alunos que dizem que se houvesse aulas de reforço se sentiriam mais
motivados, o que demostra que eles tem dificuldades que não são resolvidas pelo professor,
e com as dificuldades na matéria vem a desmotivação.
O reforço escolar é uma abordagem complementar e não somente a repetição do
conteúdo que não foi aprendido na aula, tampouco das mesmas estratégias, deve-se
oferecer ao aluno a oportunidade de combater as próprias deficiências potencializando sua
aprendizagem.
Os alunos que participam do reforço escolar têm maior chance de apresentar avanços
em sua aprendizagem, pois obtiveram a atenção necessária para desenvolver-se. Muitas
vezes o professor não se preocupa com os alunos com nível de aprendizagem baixa e
seguem ministrando suas aulas como se eles fossem invisíveis, o que piora a situação, pois
as dificuldades são acumuladas e os alunos passam a se ver como incapazes (SILVA, 2009).
O reforço escolar é capaz de resgatar no aluno ,esse que antes não conseguia
acompanhar o conteúdo,o desejo de aprender. Cabe a escola, disponibilizar essa
oportunidade para os alunos que necessitam.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante da importância que o tema assume para a educação, esta pesquisa teve
como objetivo Identificar os fatores relacionados à motivação dos alunos do ensino
fundamental II de uma escola pública na cidade de Cerqueira César-SP, e analisar como
esta afeta as relações de ensino e de aprendizagem.
Os resultados revelados por este estudo mostram que a motivação afeta
diretamente o desempenho escolar.
De acordo com as análises, grande parte dos alunos da escola, gostam de estudar
e a motivação que sentem é devido a intenção de ingressar em uma faculdade
futuramente.
Antes do fomento de políticas públicas de incentivo à Educação Superior, os
jovens de classe média/baixa não tinham perpesctivas de continuarem os estudos após
o ensino médio. Após o incentivo estatal, este quadro se alterou e, praticamente, todos
os alunos ganharam a esperança de ingressar na universidade, formar-se em um curso
superior e ter uma profissão, dependendo apenas da sua dedicação aos estudos.
Isso nos mostra que, juntamente com a expansão do acesso ao ensino superior,
houve um aumento da motivação dos jovens para estudar. Dessa forma salienta-se a
importância das políticas educacionais continuarem acolhendo esses jovens, para que
não haja um impacto negativo em sua motivação.Os dados apontaram também que os
pais motivam aos estudos, cumprindo com sua responsabilidade, que é incentivar,
acompanhar e participar do aprendizado escolar dos filhos. A equipe escolar e os
professores da escola pesquisada também motivam os alunos, o que está de acordo com
a ideia-força da escola significativa, que diz que o dever da escola também é o de suprir
a necessidade emocional, e se responsabilizar pelo desenvimento completo do indivíduo
(VILLELA, 2013).
Os dados revelam, de forma contundente, que a afetividade e a mediação são as
principais conexões que mobilizam a motivação dos alunos.
O professor é fundamental na construção do conhecimento, mas ele não pode ser
visto como o detentor de todo o saber. Seu papel é o de mediar as situações de
aprendizagem, de forma a provocar reflexões, despertar o desejo de aprender e contribuir
para a construção autônoma do conhecimento. É muito importante que a afetividade
esteja presente na relação entre professor e aluno, pois a mediação positiva no contexto
escolar é dependente da afetividade, uma mediação negativa além de desmotivar o aluno
em determinada área do conhecimento, ainda pode fazer com que se sinta incapaz para
aprender e prejudicá-lo ao longo de sua vida.
É de extrema importância que os profissionais da educação obtenham um maior
conhecimento acerca da relação entre o afeto e a mediação, para que se tornem
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profissionais conscientes de que não existe uma aprendizagem meramente cognitiva ou
racional, pois os alunos não deixam os aspectos afetivos que compõem sua
personalidade do lado de fora da sala de aula, quando estão aprendendo os conteúdos
escolares.
De modo geral, os alunos demonstraram uma insatifação muito grande com as
metodologias de ensino utilizadas nas relações de ensino-aprendizagem e destacam que
para se sentirem mais motivados seria necessário uma mudança nesse aspecto.
A desmotivação ocorre, dentre as razões, quando o aluno não identifica a
relevância dos objetivos propostos e grande parte dos objetivos de ensino da escola
tradicional tem sido apontada como irrelevante, do ponto de vista do aluno, o que,
certamente, colabora para sua desmotivação.
Uma das formas de minimizar essa desmotivação seria a adoção de metodologias
ativas, mas justamente nelas se encontra grande parte da dificuldade do trabalho do
professor que, muitas vezes, não tem as condições de trabalho adequadas tampouco
disponibilidade de recursos materiais como data show, laboratórios e salas de informática
oferecidos pela escola.
A falta de conhecimento sobre metodologias atualizadas também impede o
professor de testar as mesmas, isso poderia ser resolvido oferecendo aos professores
cursos de formação continuada, onde eles possam ter a oportunidade de conhecer novas
metodologias educacionais e refletir, coletivamente, sobre o efeito destas nas relações
de ensino-aprendizagem.
Azevedo (2015) aponta para a importancia da formação continuada,ele diz que a
formação continuada deve ser parte do processo de formação ao longo da carreira, pois
acompanhar pesquisas, produções teóricas, realizar novos cursos, inovar práticas
pedagógicas, constituem procedimentos que complementam a formação inicial, e que
esta deveria estar presentes,para suprir distanciamentos teórico/práticos/metodológicos,
decorrente da produção de novos conhecimentos nas mais diversas áreas, em resposta
às demandas econômica, social, tecnológica e cultural da humanidade (MAGALHÃES,
2015).
É fato que as políticas educacionais mais recentes estão submetendo a profissão
docente à sua precarização e desvalorização, em decorrência dos baixos salários,
condições de trabalho, desmotivação e desprestígio social (OLIVEIRA, 2004). Dessa
forma, para que o professor exerça devidamente a sua função e favoreça a motivação
de seus alunos, ele deve ter apoio estrutural e pedagógico por parte dos gestores
públicos, além de políticas educacionais que, assim, apoiem-no.
Além disso, para que o ambiente escolar esteja comprometido com o sucesso do
aprendizado do aluno é necessário que haja uma reflexão coletiva do corpo docente, e
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de todos que estão envolvidos direta ou indiretamente no contexto escolar, o que só
poderá se concretizar por meio de um projeto político pedagógico (PPP) bem planejado
e construído com a efetiva participação da comunidade escolar, para tanto, são
necessárias estratégias e iniciativas que viabilizem espaços coletivos, pois o processo
de elaboração do PPP tem, em sua essência, a práxis e o diálogo.
Diante disso, é necessário utilizar espaços como o do conselho de Classe,
conselho escolar e o Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo (HTPC) como um espaço
onde os docentes tenham liberdade e possam exercer o princípio da autonomia, em que
reflitam e organizem o processo educativo baseado nas necessidades da escola, como
também sejam ouvidos e acolhidos, como parte integrante dos processos decisórios.
Destarte, com o esforço de todos os envolvidos, torna-se mais provável a construção de
uma escola significativa.
Conforme os resultados revelam, a motivação para aprender é um desafio a ser
enfrentado nas relações escolares e, de modo mais amplo, pela sociedade, na figura do
Estado, tendo em vista que esta não pode ser ensinada e nem treinada, mas sim
provocada, ou seja, descobrir maneiras de motivar os alunos, torna-se uma exigência
para o campo educacional.
42
6. REFERÊNCIAS
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