Lepidus, 26 - Caracterização Microestrutural de Revestimentos
Lepidus, 26 - Caracterização Microestrutural de Revestimentos
Lepidus, 26 - Caracterização Microestrutural de Revestimentos
Resumo
1
Aluna do 3º ano de Engenharia Mecânica. Bolsista do Programa de Apoio à Iniciação Científica (PAIC
2012-2013). E-mail: [email protected].
2
Doutora em Materiais (USP). Professora de Engenharia da Universidade Federal Tecnológica do Paraná.
E-mail: [email protected].
Ao longo dos anos, a indústria está cada vez mais exigente quanto à eficiência
dos equipamentos e processos, bem como busca a redução de custo, tornando-se uma
alternativa mais rentável. Assim, vários estudos vêm sendo desenvolvidos, visando o
desenvolvimento e aprimoramento de novos materiais que possam prolongar a vida
útil dos equipamentos.
O processo corrosivo de oxidação é um dos grandes problemas enfrentados pelos
equipamentos de conversão de energia em sistemas avançados. Esses equipamentos
apresentam como característica o trabalho em altas temperaturas, essa temperatura
acelera o processo de oxidação. Para minimizar os problemas quanto à oxidação, novas
ligas e composições vêm sendo desenvolvidas, dentre elas as superligas de níquel,
incluindo o uso de compostos intermetálicos.
Baseada nessa necessidade, foi desenvolvida a liga NiCrAlC, composta por níquel,
cromo, alumínio, carbono e pequenas adições de boro. Essa família de ligas fundidas
busca combinar algumas propriedades das ligas a base de Níquel e dos ferros fundidos
brancos, juntamente com a característica do comportamento mecânico dos alumineto
de níquel (BOZZA; BENEGRA, 2012).
As superligas de níquel são complexas, sendo constituídas por muitas fases
como carbetos, boretos, nitretos, γ’, nódulos eutéticos γ” e, talvez, algumas fases do
tipo topologicamente compactas na matriz austenítica. As ligas de NiCrAl possuem
maior resistência mecânica endurecidas pela formação de precipitados e da fase γ’
(INFOMET, 2013).
O processo PTA fundamenta-se no uso de um arco de plasma de alta densidade
de energia como fonte de energia para fundir o material de aporte, permite à aplicação
de ligas metálicas, superligas e materiais compostos sobre um metal base, conferindo à
superfície excelentes propriedades de resistência à corrosão, erosão e desgaste, inclusive
em temperaturas elevadas (CANGUE, 2005).
1 ALUMINETOS DE NÍQUEL
2 LIGA NiCrAlC
Uma nova família composta por uma matriz intermetálica Ni3Al foi desenvolvida
por Yoshimura e Goldenstein (1996), uma liga à base de níquel chamada Ni-Cr-Al-C,
esse desenvolvimento tinha como objetivo a união de algumas propriedades, como
a dispersão de carbonetos de cromo pró-eutéticos, juntamente com o aumento da
resistência mecânica em altas temperaturas. Essa liga é uma alternativa econômica às
ligas da família dos Stellites, sendo constituída de uma dispersão de carbetos de cromo
em uma matriz intermetálica de Ni3Al (γ’) (SILVA et al., 2012).
Silva (2006), por meio de ensaios de compressão, confirmou que a liga Ni-Cr-Al-C
possui propriedades mecânicas elevadas como: aumento da dureza, resistência ao
escoamento e temperatura. A resistência mecânica a altas temperaturas seria proveniente
da matriz intermetálica, enquanto a dispersão de carbonetos seria responsável pela
resistência à abrasão (BENEGRA, 2010). Quanto ao aspecto microestrutural que
apresentou a matriz γ’, somente a distribuição e tamanho dos carbonetos variam
conforme a velocidade de solidificação (BENEGRA, 2010).
Benegra (2010) desenvolveu revestimentos de NiCrAlC depositadas por plasma
com arco transferido (PTA). A deposição por plasma por arco transferido (PTA) tem sido
reconhecida pelo processamento de depósitos homogêneos e densos, utilizando material
de adição na forma de pó (BOND; BECKER; D’OLIVEIRA, 2006).
Vários tipos de processos podem ser usados para a fusão das superligas de
níquel. As propriedades dessas ligas são afetadas por todas as fases dos processos de
fabricação. Atualmente, os pós de superligas de níquel são produzidos por atomização,
pelo processo de eletrodo rotativo (PER), pela mistura de pós elementares de ligas-mães
(mistura mecânica) e pela precipitação da solução aquosa. As duas primeiras técnicas
mencionadas representam o maior volume de produção de pós de superligas, enquanto
as duas últimas são usadas essencialmente para a produção de ligas endurecidas por
dispersão (BROOKS, 1982).
Para o revestimento de NiCrAlC desenvolvido por Benegra (2010), foi utilizado
material em forma de pó para alimentação do precessão de deposição, o que permite
a deposição de diversas ligas, como as NiCrAlC. Tem vantagem sobre a deposição a
laser por apresentar taxas de resfriamento menores, o que faz com que os precipitados
sejam mais estáveis (BAZZI; OLIVEIRA, 2006).
Quando o processo de soldagem utiliza pó como material de adição, o processo é,
usualmente, chamado de PTA (Plasma Transferred Arc) (DÍAZ; DUTRA; OLIVEIRA, 2010);
envolve um arco elétrico estabelecido entre um eletrodo de tungstênio não consumível
e a peça. A baixa distorção, pequena zona afetada pelo calor e microestrutura refinada
também são destaques desta técnica (DÍAZ, DUTRA, D’OLIVEIRA, 2010).
A deposição de materiais por PTA é um processo no qual o pó de uma liga é
introduzido no jato plasma para formar uma poça fundida sobre a peça. O depósito
resultante é denso e homogêneo, com excelente ligação metalúrgica ao metal de base,
como ocorre em soldagem convencional (SANTOS, 2003).
A intensidade de corrente é a principal variável quando se considera o aporte
de calor ao substrato. No processo PTA, a corrente contínua constante com polaridade
direta (CC-) é utilizada pelo maior aquecimento do metal de base e menor desgaste do
eletrodo (SANTOS, 2003).
4 FASES INTERMETÁLICAS
5 DILUIÇÃO
6 METODOLOGIA
TABELA 1 – Carga em massa (%) utilizada para fabricação dos revestimentos NiCrAlC
Elemento (% massa) NiCrAlC A NiCrAlC B NiCrAlC C NiCrAlC D
Cromo 10 10 10 10
Alumínio 15 15 20 20
Carboneto de Cromo 5 8 5 8
Ferro Boro 0,1 0,1 0,1 0,1
Níquel Bal. Bal. Bal. Bal.
FONTE: Benegra (2010)
GRÁFICO 1 – Gráfico de diluição obtido pelos métodos das áreas e da % Ferro com a variação
da intensidade de corrente. a) deposição 100A; b) deposição 130A.
60
50
% Diluição
40
área
30
% Fe
20
10
0
NiCrAlC A NiCrAlC B NiCrAlC C NiCrAlC D
a)
60
50
% Diluição
40 área
30
% Fe
20
10
0
NiCrAlC A NiCrAlC B NiCrAlC C NiCrAlC D
b)
FONTE: Benegra (2010)
FIGURA 1 – Microestruturas dos revestimentos NiCrAlC composição D 100ª- 600°C -1h, obtidas
por microscopia eletrônica de varredura
FIGURA 3 – Microestruturas dos revestimentos NiCrAlC composição D 100ª- 600°C - 24h, obtidas
por microscopia eletrônica de varredura e análises químicas nos pontos destacados
A B C
A B C
A B C
A B C Al 17.054 4.601 1.585
Si 0.626 0.656 0.246
Mo 0.860 1.359 3.338
Cr 6.817 16.964 59.152
Mn 0.933 1.601 4.206
Fe 20.006 34.980 18.479
Ni 53.704 39.839 12.994
FONTE: Os autores (2013)
100A-800°C-72h
130A-1000°C-24h
8 DUREZA
900
800
700
600
Dureza (HV)
500 100 A
130 A
400
300
200
100
0
Inicial 1 6 24 72 1 6 24 72 1 6 24 72 1 6 24
600 C
O
800 C
O
1000 CO
1200 CO
Tempo (h)
CONCLUSÃO