Curso de Pedagogia Trabalho de Curso: "A Importância Da Música para O Desenvolvimento Infantil"

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CURSO DE PEDAGOGIA

TRABALHO DE CURSO

“A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA PARA O


DESENVOLVIMENTO INFANTIL”

Noemi Cardoso Freeman. RA 1929720


Rosangela Bomfim Santana. RA 1965437
Vanessa M. de Sousa do Nascimento. RA 1961899

PRAIA GRANDE – SP
2021
CURSO DE PEDAGOGIA
TRABALHO DE CURSO

“A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA PARA O


DESENVOLVIMENTO INFANTIL”

Noemi Cardoso Freeman. RA 1929720


Rosangela Bomfim Santana. RA 1965437
Vanessa Melgaço de Sousa do Nascimento. RA 1961899

Trabalho de Conclusão de Curso Como


parte do exigido para obtenção do título de
graduação em Pedagogia apresentado à
Universidade Paulista – UNIP.
Orientador: Fernando Henrique Cavalcante
de Oliveira.

PRAIA GRANDE – SP
2021
FICHA CATALOGRÁFICA
TRABALHO DE CURSO

“A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA PARA O


DESENVOLVIMENTO INFANTIL”

Aprovado em:

BANCA EXAMINDORA:

____________________________________________ ___/___/___
Profº
Universidade Paulista – UNIP

BANCA EXAMINDORA:

____________________________________________ ___/___/___
Profº
Universidade Paulista – UNIP

BANCA EXAMINDORA:

____________________________________________ ___/___/___
Profº
Universidade Paulista – UNIP
DEDICATÓRIA

Dedicamos o presente trabalho a todos os


professores do curso, ao Orientador do trabalho,
aos familiares, amigos e a todos aqueles que de
certa forma contribuíram para a realização deste
projeto.
AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus por ter nos dado a vida,


sabedoria, saúde e cumplicidade para realizar a faculdade, por ter nos dado
forças para continuar quando a vontade era desistir. Agradecemos aos
nossos colegas e amigos, por todo amor e carinho.
Em particular eu, aluna Noemi Cardoso Freeman, deixo meu
agradecimento especial ao meu esposo Matheus, por ter me dado todo
apoio nas horas mais difíceis, e nunca me deixar desistir dos estudos.
Igualmente e de forma muito carinhosa, deixo minha gratidão á minha sogra
e amiga intima Marcia Eloriaga, que em todo instante esteve ao meu lado
incentivando ao estudo, e nunca ter deixado faltar o ânimo para chegar a
esse momento tão esperado em receber o diploma. A Diretora Lucilda
Kundzin, que me oportunizou e acreditou no meu potencial e desejo em
exercer a pedagogia, me ensinando a observar, ouvir e executar com
paciência. Aos meus alunos que me ensinam a lecionar com amor e por eles
eu não vou parar, vou estar sempre em busca de mais conhecimentos.

A todos, muito obrigada!


EPÍGRAFE

“A música é o meio mais poderoso do que


qualquer outro porque o ritmo e a harmonia têm
sua sede na alma”. Ela enriquece esta última,
confere-lhe a graça e ilumina aquele que recebe
uma verdadeira educação.
PLATÃO.
SUMÁRIO

RESUMO................................................................................................ 9

ABSTRACT .......................................................................................... 10

INTRODUÇÃO ..................................................................................... 11

CAPÍTULO I – A MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL NO ASPECTO


TEÓRICO. ...................................................................................................... 13

CÁPITULO II – A MÚSICA COMO MEIO DE APRENDIZAGEM ......... 14

CAPÍTULO III - A MÚSICA COMO ELEMENTO EDUCATIVO. ........... 19

OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS .............................................. 24

CONTEXTUALIZAÇÃO E RELEVÂNCIA ............................................. 26

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................. 29

REFERÊNCIAS .................................................................................... 30
RESUMO

Este trabalho tem por finalidade mostrar a importância da música para


a educação infantil, numa concepção de conceber a música como
instrumento de auxilio no trabalho pedagógico e no desenvolvimento
cognitivo e social da criança de 3 a 5 anos.
O estudo apresentado visa buscar maneiras de aprimorar a educação
de nossas crianças onde é possível concluir que a música é um instrumento
valioso para o ensino aprendizagem na educação infantil. Analisando e
apresentando artigos que nos permitam atender aos objetivos propostos,
buscamos analisar e apresentar artigos ao tema abordado realizando
pesquisas nas bases de dados: Google Acadêmico, Scielo e alguns sites,
utilizando os seguintes descritores: música na educação, música no
aprendizado e música como proposta pedagógica, sobre artigos e outros
trabalhos acadêmicos.

Palavra- chave: Música. Aprendizagem. Criança.


ABSTRACT

This work aims to show the importance of music for early childhood
education, in a conception of conceiving music as a tool to aid in pedagogical
work and in the cognitive and social development of children aged 3 to 5
years.
The study presented aims to seek ways to improve the education of
our students where it is possible to conclude that music is a valuable
instrument for teaching learning in early childhood education. Analyzing and
presenting articles that allow us to meet the proposed objectives, we seek to
analyze and present articles on the topic addressed by conducting searches
in databases: Academic Google, Scielo and some websites, using the
following descriptors: music in education, music in learning and music as
pedagogical proposal, on articles and other academic works.

Keyword: Music. Learning. Kid.


INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo mostrar a importância da música no


cotidiano da criança. A música nos prende, nos encanta e muitas vezes nos
faz viajar sem sair do lugar, por este motivo a música é um instrumento
valioso para ajudar no trabalho do professor (a) da educação infantil, pois
através da música a relação entre o aluno e a escola pode ir muito além do
que podemos imaginar.

De acordo com os documentos do Referencial


Curricular para a Educação Infantil (RCNEI): A música é a
linguagem que se traduz em formas sonoras capazes de
expressar e comunicar sensações, sentimentos e
pensamentos, por meio da organização e relacionamento
expressivo entre o som e o silêncio. A música está presente
em todas as culturas, nas mais diversas situações: festas e
comemorações, rituais religiosos, manifestações cívicas e
políticas etc.,(Brasil,1998,p.45.)

A necessidade de trabalhar a música na educação infantil e o quanto


ela representa para a integração com o meio, nos possibilita desenvolver
habilidades, conceitos e hipóteses, contribuindo para formação integral da
criança. A música aumenta o poder de concentração e memória, estimula o
raciocínio lógico e potencializa o ritmo de aprendizado de idiomas. Isso é
possível porque ela, na qualidade de sequência temporal de sons
articulados, se relaciona diretamente com a linguagem.

Garantir a presença da música nos currículos dos cursos que formam


professores e, por conseguinte, assegurar a formação musical para o
docente, não é suficiente para introduzir a prática da musicalização no
contexto escolar, mas é o começo para a reconstrução da sua identidade
dentro das instituições de ensino. Uma linguagem tão importante quanto às
demais áreas do conhecimento e, portanto, fundamental para o processo de
ensino-aprendizagem.
Ao pesquisarmos sobre o tema nos perguntamos, porque trabalhar
sons na educação infantil? E observamos que explorando os sons,
as crianças se movimentam fazendo gestos, cantando e balançando o corpo.
São momentos de experiências concretas que favorecem a percepção
auditiva e o desenvolvimento psicomotor.

Há muito tempo já se percebia o fenômeno de gostar do que se


reconhece auditivamente, o que pensar então da atualidade em que
determinadas músicas nos são apresentada quase o dia todo? Seria a
questão do gostar, apreciar a obra que é bem pessoal ou a questão da
imposição social? Nogueira (2001) comenta que percebeu como professora
que os seus amigos de trabalho usavam em seus espaços docentes as
músicas que foram consagradas pelo mercado, participando assim do ouvido
coletivo e restringindo a educação musical somente a este tipo de produção,
contribuindo menos para fazer a diferença nas crianças que são
bombardeadas constantemente pelo meio de comunicação em massa.

Isso mostra que os professores acabam consumindo, na maioria das


vezes, o mesmo tipo de música que seus alunos. Porém quando conseguem
percorrer um espaço musical de melhor qualidade, utilizam este repertório
nas ações docentes dando possibilidade aos alunos de enriquecerem a
audição e de talvez ouvir uma obra, cuja oportunidade só poderia ser
proporcionada pela escola.

Neste modo, esse artigo pretende refletir e analisar, através de


pesquisas bibliográficas sobre as áreas que a música alcança no
desenvolvimento da criança que se encontra na educação infantil, nas
práticas pedagógicas baseado no Referencial Curricular Nacional para
Educação Infantil (1998), Brescia (2003) Brito (2003) entre outros
pesquisadores que contribuíram como experiências sobre o tema proposto.
CAPÍTULO I – A MÚSICA NA EDUCAÇÃO
INFANTIL NO ASPECTO TEÓRICO.

A música é uma linguagem universal, e deste modo, podemos


estudar e ver que participou da história da humanidade desde as primeiras
civilizações. A humanidade possui uma relação longa com a música, sendo
essa uma das formas de manifestação cultural mais antiga.
Existem muitas teorias que fundamentam o uso da música na
educação infantil.

Segundo CARVALHO (1997) A musicalização infantil desenvolve na


criança os campos: físico, mental, cognitivo e emocional. Na fase de
alfabetização, a criança manifesta espontaneamente seu sentido rítmico da
palavra e movimento. A música é capaz de imprimir no cérebro a
compreensão da melodia das próprias palavras. A música como linguagem
pode expressar ideias e sentimentos. A infância se caracteriza pela ação e
pelo ato concreto. Ao pensar ou expressar verbalmente uma ideia, a criança
se encontra num processo de representação.

A atividade musical e as demais artes unidas ao jogo recreativo


formam o alicerce sobre o qual se apoiam as escolas infantis. A prática e
utilização da música são oportuníssimas na passagem de um estágio para
outro do desenvolvimento do ser humano desde seu nascimento. A teoria de
Wallon diz que:

“O sujeito como pessoa completa e integrada, em


que os aspectos motor, afetivo e cognitivo se constituem
como conjuntos funcionais vinculados entre si, cujas
intenções estão em constante movimento. [...] Portanto, o
desenvolvimento da pessoa se dá pela maturidade biológica
e pela influência do meio em que vive.” (Wallon apud
Sugahara, 2006).
A música proporciona a vivência da linguagem musical como um
destes meios de representação, interage com o meio ambiente, incluindo os
sons, as canções e outras manifestações, é também um excelente meio no
desenvolvimento da aptidão criativa e lúdica, que é parte integrante da
infância. Tratando se do campo lógicos, as porções cerebrais, responsáveis
pela música e pela matemática estão próximas, no setor esquerdo do
cérebro, o que oferece uma percepção espacial e matemática adequada.

Assim a música desenvolve na educação um papel importante, tendo


em vista que muitas crianças ainda não dominam a fala, mas quando
trabalhamos a música dentro dos conteúdos, ela a associa ao que for
apresentado em sala e entendendo que as crianças se encontram em um
ambiente afetivo no qual o professor esta atendendo a suas necessidades,
falando, cantando e brincando com e para elas, adquirem a capacidade de
atenção, tornando-se capazes de ouvir os sons do entorno. Podem aprender
com facilidade as músicas mesmo que sua reprodução não seja perfeita.

Desta forma observa-se a necessidade de se trabalhar e introduzir a


música no contexto escolar.

CÁPITULO II – A MÚSICA COMO MEIO


DE APRENDIZAGEM

A aprendizagem é o processo pelo qual o individuo adquiri


informações, habilidades, atitudes, valores etc e a partir de seu contato com a
realidade, o meio ambiente, as pessoas. (OLIVEIRA, 1997).

A música como forma de aprendizagem tende no meio educacional


formar individuo questionador e explorador de seus valores e costumes e
para que isso ocorra é necessário começar esse trabalho desde bem cedo,
pois a criança necessita de uma aprendizagem diferenciada e alegre. O
professor é o mediador nesse processo de aprendizagem e cabe a ele saber
trabalhar e desenvolver atividades com música.

“Por isso é que, na formação permanente dos


professores, o momento fundamental é da reflexão crítica
sobre a prática. É pensando criticamente a prática de hoje
ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática”.
(FREIRE, 2002, p.39)

Sendo assim, crianças que recebem estímulos musicais adequados,


aprendem a ler e a escrever com mais facilidade, percebe-se também que a
música ajuda no processo de alfabetização, na concentração e percepção.

A música muitas vezes é vista apenas como forma de brincar, mas


brincando também se aprende. A música é riquíssima, quando se coloca a
música certa para o conteúdo adequado, os dois geram uma
aprendizagem para o aluno, pois é u m meio gostoso de aprender.

Ao trabalhar com a educação infantil se obtém uma boa experiência, a


utilização de diversos tipos de músicas infantis pode ajudar na aplicação dos
conteúdos, crianças de 3 e 4 anos, que mal sabiam falar, mas cantavam e
isso, eles aprendiam com alegria pois eram músicas da Xuxa, Patati e Patatá
entre outras relacionadas ao cotidiano das crianças.

O trabalho lúdico através da utilização da música vem aprimorar não


só o conhecimento musical, mas o crescimento da leitura e da escrita.
“Lúdico, segundo o dicionário Aurélio Júnior, é um termo apresentado como
relativos a jogos, brinquedos e divertimentos” (AURELIO, 2005, P.553). Ou
seja, o trabalho com a música através do lúdico deve ser de maneira
divertida, atrativa para a criança, buscando através da música o aprendizado.

Segundo psicopedagogo, educador de arte e mestre em educação


João Beauclair (2004): afirma que a música não é só uma questão de
interferência na educação da criança, é uma necessidade, que deve ter
espaço consagrado rotineiro, por possibilitar a melhoria da sensibilidade,
beneficiar os processos de aquisição da leitura e da escrita e auxiliar na
melhoria da capacidade de memorização e de raciocínio”

FARIA (2001), define que a música é um importante fator na


aprendizagem, pois a criança desde pequena já ouve música, a qual muitas
vezes é cantada pela mãe ao dormir, conhecida como “cantiga de ninar”. Na
aprendizagem a música é muito importante, pois o aluno convive com ela
desde muito pequeno.

A música quando bem trabalhada desenvolve o raciocínio, criatividade


e outros dons e aptidões, por isso, deve-se aproveitar esta tão rica atividade
educacional dentro das salas de aula.

Vários quesitos passam pelos pensamentos do professor na


construção de um plano de aula que decida utilizar a música. A maneira pela
qual a temática é mostrada aos educandos pode, de certa forma, aproximar
ou distanciar o mesmo para o conhecimento proposto. A música nesta
situação pode ser utilizada como uma ponte que motiva professor e aluno.
A música pode exibir como o cidadão vê a sociedade em que vive, e é
a partir do diagnóstico da expressão corporal e argumentação crítica que
aluno pode demonstrar o que se subtende ser a visão que o mesmo tem do
mundo e dos valores humanos. A música também pode ser o ponto de
partida para a busca de várias informações e valorização da cultura de um
povo.
“A música pode nos remeter a lembranças, cheiros, sabores, e
imagens; pois ela pertence, em grande parte, ao mundo dos sonhos”
(BEAINE apud ARTEN; ZANCHETA; LOURO, 2007).

A Música é parte do dia a dia infantil, em todas as atividades


desenvolvidas para as crianças se fazem presentes dando assistência para a
aprendizagem, ensinando valores éticos e morais entre outras diferentes
funções relacionadas com a música, tendo em vista as rotinas desenvolvidas
nas creches e outras instituições infantis.
O trabalho com a música deve considerar, portanto,
que ela é um meio de expressão e forma de entendimento
acessível às crianças. A linguagem musical é excelente
meio para o desenvolvimento da expressão, do equilíbrio,
da autoestima e autoconhecimento, além de poderoso meio
de integração social (BRASIL, 1998, p. 49).

Por meio da música é possível exercitar toda a estrutura da educação


infantil, além de ser lúdico e prazeroso as crianças se manifestam através
das canções, das cantigas de roda, das danças, teatro etc. As atividades
musicais na escola podem ter objetivos preventivo, nos seguintes aspectos:
Físico: oferecendo atividades capazes de promover o alívio de
tensões devidas à instabilidade emocional e fadiga;
Psíquico: promovendo processos de expressão, comunicação e
descarga emocional através do estímulo musical e sonoro;
Mental: proporcionando situações que possam contribuir para
estimular e desenvolver o sentido da ordem, harmonia, organização e
compreensão.

O educar e o cuidar que direcionam as relações contínuas entre as


crianças e os educadores nas instituições de educação infantil diariamente
torna-se mais fácil e acessível por meio da musicalidade, pois sabemos que,
a música une culturas e gerações, estreitam as relações interpessoais e abre
um leque de oportunidades para o desenvolvimento cognitivo e ajuda na
conquista e aprimoramento do conhecimento.
As atividades que envolvem a musicalização permite que a criança
conheça melhor a si mesma e ao próximo, desenvolvendo sua definição de
esquema corporal, e também oportuniza a comunicação com o outro. Weigel
(1988) e Barreto (2000) apud Garcia e Santos (2012), afirmam que atividades
podem auxiliar de maneira durável como reforço no desenvolvimento sócio
afetivo, cognitivo/ linguístico e psicomotor da criança, da seguinte forma:

Desenvolvimento sócio afetivo: a criança aos poucos vai formando


sua própria identidade, percebendo-se diferente dos outros e ao mesmo
tempo buscando integrar-se com os demais. Por meio do desenvolvimento
da autoestima ela aprende a aceitar-se, com suas limitações e capacidades.
As atividades musicais em grupo melhoram o desenvolvimento da
socialização, a compreensão, a participação e estimulando cooperação.
Dessa forma a criança vai fortalecendo o conceito de respeito ao próximo.
Além disso, ao expressar-se musicalmente em atividades que lhe geram
prazer, ela libera seus sentimentos, expressa suas emoções, desenvolvendo
um sentimento de segurança e realização pessoal.

Desenvolvimento cognitivo/ linguístico: a origem de conhecimento


da criança são as vivencias que ela já traz consigo para a escola. Nesse
sentido, as experiências musicais vividas por ela em casa farão com que
facilite uma participação ativa favorecendo o desenvolvimento dos sentidos
das crianças. Ao trabalhar com os sons ela desenvolve sua capacidade de
ouvir melhor e com detalhamento de ritmos e sentimentos musicais; ao
acompanhar com gestos ou danças ela está trabalhando a coordenação
motora e sua atenção e concentração; ao cantar ou imitar sons ela está
descobrindo suas capacidades e se relacionando com o ambiente em que
vive.

Desenvolvimento psicomotor: as atividades musicais oferecem


diversas oportunidades para que a criança aperfeiçoe suas habilidades
motoras, aprende a controlar seus músculos e movimentar seu corpo com
desenvoltura. O ritmo tem um papel muito importante na formação e
equilíbrio do sistema nervoso. Isto porque toda expressão musical ativa age
sobre a mente da criança, favorecendo um impacto emocional a mente e
aliviando as tensões. Atividades como cantar fazendo gestos, dançar, bater
palmas e pés, são experiências importantes para a criança, pois elas
permitem que se desenvolva o senso rítmico, a coordenação motora, fatores
importantes também para o processo do desenvolvimento da escrita e leitura.

Gaio e Meneghetti (2004, p. 98) nos mostram que é na sala de aula


que o aluno revela suas especialidades, mostrando suas desilusões internas
ou sua genialidade até então desconhecida. É nesse espaço que o educando
é obrigado a conviver com outras crianças, tendo eles pensamentos distintos.
O aluno traz para sala de aula uma bagagem de atitudes naturais praticadas
em sua casa e em seu cotidiano, não conseguindo deixar de lado a sua fonte
histórica.

CAPÍTULO III - A MÚSICA COMO


ELEMENTO EDUCATIVO.

O que é a música? Defini-la com precisão é uma tarefa das mais


difíceis. Wisnik (1999 apud CAVALCANTE, 2001), em entrevista concedida à
revista Super Interessante, explica que enquanto o som é resultado físico da
vibração dos corpos se propagando no ar, a música é o entrelaçamento
intencional dessas ondas sonoras em determinados intervalos, produzindo
ritmo, harmonia. Além disso, ainda segundo informações desta mesma
revista, a música é um fenômeno artístico e cultural, pois através dela
podemos contar histórias, lendas e folclores. Este fenômeno deve ter no
mínimo 52.000 anos, pois foram encontradas, na Eslovênia, flautas feitas de
ossos perfurados que datam desta época. Como destaca Gohn,

A música está em todos os lugares, seja como


atração principal de um concerto ou pano de fundo de uma
peça teatral. Pode estar dentro de um carro, na sala de
jantar no som dos talheres à mesa, na casa ao lado, ou
mesmo no cantar sofrido de algum transeunte. Talvez ela se
faça presente apenas no pensamento, evocando
lembranças e sensações distantes do passado. A música
tem poderes para acalmar ou exaltar, alegrar ou entristecer,
diminuir a dor ou trazê-la de volta, fazer lembrar ou fazer
esquecer. (GOHN, 2009)

Patrícia M.Gray (2001 apud CAVALCANTE, 2001, p.71), da Academia


Nacional de Ciências dos Estados Unidos, comenta na revista Super
Interessante que pesquisas com baleias e com outros animais têm levado
cientistas a acreditar que a inclinação humana para a música pode ter mais a
ver com uma programação biológica do que com os padrões culturais
exclusivos da nossa espécie. Uma base biológica que existe não somente
em nós seres humanos, que apreciamos e criamos música, mas em todos os
seres vivos. Fazendo uma analogia, é como se existisse um "software"
embutido em nosso cérebro que faz com que possamos nos se sensibilizar
com o som ouvido.

Sabe-se que a mudança na frequência de ritmo de uma música tem a


capacidade de ajudar na recuperação de doentes através do estímulo que
ela provoca no comportamento humano. O responsável por este estímulo é o
ritmo do próprio corpo humano. Como afirma Wisnik (1999), na mesma
reportagem citada, “os movimentos dos músculos, o andar e a respiração
funcionam como uma espécie de base para o tempo musical". (WISNIK,
1999 apud CAVALCANTE, 2001, p.71).

No campo da teoria musical, Willems (1970) ressalta que muitos erros


são cometidos no ensino-aprendizagem da música, havendo um grande
desconhecimento da natureza de elementos fundamentais como o som, o
ritmo, o ouvido musical, a melodia, a harmonia e a inspiração, assim como da
ignorância da natureza das associações que estes elementos provocam no
estudo e na prática musical.

A educação não é apenas uma preparação para a


vida; ela própria é uma manifestação permanente e
harmoniosa da vida. Assim deveria ser com todos os
estudos artísticos e, particularmente, com a educação
musical, que recorre à maioria das principais faculdades do
ser humano. A música favorece o impulso da vida interior e
apela para as principais faculdades humanas: vontade,
sensibilidade, amor, inteligência e imaginação criadora. É
uma das tarefas da pedagogia nova a de unir
judiciosamente os aspectos artísticos e científicos à música,
e de harmonizar o saber, a sensibilidade e a ação.
(WILLEMS, 1970, p. 10- 11)

Ao falar da natureza da música, Willems destaca que pensamos


primeiro nos três elementos fundamentais da música: ritmo, melodia e
harmonia, que estabelecem paralelos comprovativos com a natureza humana
nos seus momentos característicos da vida fisiológica, afetiva e mental. É a
partir do nascimento que a criança começa a ter contato com a música, pois
é dentro de casa e com a mãe, cantando cantigas de ninar e de roda que a
criança tem as primeiras noções auditivas e rítmicas e é capaz de aprender a
cantar desde cedo, muitas vezes antes de aprender a falar, mesmo a mãe
não tendo nenhuma noção ou prática de ensino ou mesmo pedagógica. Na
prática de ensino da música, o autor destaca, ainda, que o ritmo é o
fenômeno do som que será o ponto de partida dos esforços pedagógicos. O
som pode ser associado a um movimento do corpo e assim estarão unidos
no canto. O ouvido musical e a imaginação sonora se integram diretamente
formando a melodia e devem constituir os elementos de base, o centro do
desenvolvimento musical. O ritmo é número, movimento, ordem,
organização, proporção, vida, forma, inteligência, instinto, força, repetição,
alternância, simetria, duração, intensidade, medida, repouso, vontade; e a
lista não acaba aqui!

O verdadeiro ritmo é inato e está, de fato, presente


em todo o ser humano normal. O andar, a respiração, as
pulsações, os movimentos mais sutis provocados por
reações emotivas, por pensamentos, todos estes
movimentos são instintos; e é a esses movimentos que o
educador deve recorrer a fim de obter da criança, do aluno,
do virtuoso, o verdadeiro ritmo vivo, interior, criador,
mostrando o verdadeiro sentido da palavra seja onde for.
(Willems, p.32-33)

Nesta perspectiva, o canto desempenha o papel mais importante na


educação musical dos principiantes, reunindo de forma sintética a melodia, o
ritmo e a harmonia. Canções simples podem ser uma ajuda preciosa para o
início da prática instrumental, onde o sentido do ritmo e o ouvido musical
deveriam sempre ter o seu lugar. Já o som e o ritmo são elementos pré-
musicais e, ampliando o sentido do termo, podemos chamar de "música" a
todo fenômeno sonoro. As três qualidades mais marcantes do som são: a
intensidade, a altura e o timbre. A duração depende do tempo que decorre
entre o princípio e o fim da vibração. A intensidade é revelada pela amplitude
da onda. A altura depende da frequência, do número de vibrações por
segundo. Sintetizando as considerações de Willems (1970 p. 71-72), é
importante ressaltar que a educação musical propriamente dita situa-se para
lá de toda a aplicação instrumental e refere-se aos elementos fundamentais
da música: sentido rítmico, ouvido musical, sentido melódico, nomes das
notas, graus da escala, improvisação, conhecimentos harmônicos.
Ela pode começar desde a idade de três ou quatro anos, se o
educador dispõe de um material auditivo numeroso e variado, além deste
material, contribuem também para a aprendizagem as canções infantis, os
exercícios e os ritmos corporais. Toda prática auditiva e rítmica pode
preceder à teoria musical e assegurar as bases sensoriais, físicas e afetivas
da educação musical. Estas bases respeitam particularmente ao aspecto
"arte" da música, que nós opomos aqui ao aspecto "ciência"; em outros
termos: a educação oposta à instrução, distinção que tem uma grande
importância do ponto de vista pedagógico.
De acordo com Loureiro (2002 p.43), em entrevista concedida à
revista Presença Pedagógica, efetivamente, as práticas pedagógico-musicais
não estão ao alcance de todos e, o que é pior, restringe-se apenas àqueles
que dispõem de formação apropriada para a sua apreensão. Isso significa
que a escola prioriza aqueles alunos que já possuem uma educação cultural
e socialmente diferenciada, vindos de uma classe social mais culta, para a
qual se direciona um ensino elitista.
Segundo a autora (Ibid. p. 43), outro fator que tem contribuído para o
afastamento do aluno das aulas de música diz respeito ao professor, ou à
escola, que insiste em trabalhar com um repertório que está em desarmonia
com a música que os alunos ouvem e apreciam fora da sala de aula. Não é
possível ignorar que crianças e jovens estão em contato permanente com um
tipo de música que, de maneira desenfreada e sem qualquer critério, é
veiculado pela mídia, e que os professores e que a própria escola têm
dificuldades em integrar ao seu cotidiano. Sendo assim, Loureiro acredita
que,
(...) da mesma forma que não se pode ignorar o
gosto musical dos alunos, não se pode negar-lhes a
possibilidade de ampliar o campo de conhecimento musical.
Professor e aluno devem buscar um consenso ao selecionar
um repertório, ou mesmo um tema a ser abordado em sala
de aula, tornando possível a todos o acesso ao saber, à
cultura e à arte. Isso não acontece com as escolas que
praticam a música organizando corais e bandas e que
estão, de certa forma, adotando uma prática ainda
excludente, visto que, para a sua organização, é preciso
selecionar uma pequena parte dos alunos considerados
talentosos.(LOUREIRO, 2001, p. 164-165)
Santos (1993, apud LOUREIRO, 2004) defende que a educação
musical deve procurar não rejeitar ou tornar inferior a cultura musical dos
alunos, diferindo da cultura do professor. Sendo assim, ele deve procurar
entender e enxergar o que há de positivo no universo cultural do aluno. A
predominância do uso da música popular nas práticas educativas musicais
no contexto escolar vem contribuir para a hegemonia social e cultural das
classes médias intelectualizadas e que somente a nova sociologia da
educação pode auxiliar no entendimento do motivo por que a música popular
é ignorada pelos professores, privando culturalmente seus alunos e
privilegiando somente a música "séria". Atualmente existe um repertório
muito amplo de músicas que falam da vida do jovem, este é outro fator
importante que poderia fazer com que o aluno pudesse se beneficiar com a
educação musical na escola, oportunidade de se aproximar mais, de explorar
criticamente a realidade deles.

Tourinho (1995) faz crítica a pouca importância que a educação


musical faz da música popular, entendida como música que o aluno costuma
ouvir e gosta. Para a autora, inserir a música que o aluno aprecia na
educação musical é uma forma de motivar o processo de ensino-
aprendizagem. Isso significa que na prática educativa deve-se procurar,
através dos conteúdos e dos métodos, respeitar os interesses dos alunos e
da comunidade onde vivem e constroem suas experiências. Também
ressalta que os programas escolares de educação musical são planejados,
menosprezando os interesses dos alunos, o aspecto cognitivo e o afetivo.
Nessa prática, deixam de existir a inter-relação entre o contexto educativo, os
programas didáticos e a realidade deles. Esquecemos, em geral, que o gosto
musical dos alunos deve ser tomado como ponto de partida do processo de
ensino aprendizagem, uma vez que estes se sentirão mais motivados a
aprender a interagir com a música, quando esta está relacionada ao seu
estilo de vida, à sua visão de mundo e ao contexto social e cultural no qual
se inclui. (TOURINHO, 1995 apud LOUREIRO, 2004) Loureiro (2002 b)
acrescenta que evitar o tendencionismo em relação a determinados idiomas
musicais e compreender o modo como os jovens se relacionam com a
música, seus gostos e estilos, significa uma abertura ao diálogo permanente
com a realidade sociocultural na qual estão engajados os mais diferentes
grupos sociais, inclusive o do aluno e do professor.
Na mesma reportagem da revista Presença Pedagógica, Loureiro
finaliza dizendo que o diálogo torna-se fundamental para entender que os
alunos são o resultado de contextos socioculturais diversos e que trazem
para dentro do contexto escolar uma identidade, um indivíduo em construção
e com vivências e experiências musicais que, é bem verdade, não são as
que a escola lhes transmitirá.

Segundo Penna,
Os problemas de certas metodologias do ensino
tradicional de música (...) residem no fato de que tais
metodologias pressupõem uma familiarização prévia com a
linguagem musical, sendo por isso, muitas vezes
ineficientes. Como poderão, então, ser adequadas a
clientelas ainda mais carentes – comparando-se o aluno
que tem condições de acesso a uma escola especializada
com aquele de uma escola pública de 1º grau? (1994, p.23)

Sabemos que fora da escola existe também grande manifestação


cultural dos jovens, envolvendo as pessoas das periferias das cidades que,
sem opção para um futuro melhor, tentam encontrar na música uma saída
para o sucesso.

OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS

A criança está em constante desenvolvimento e perceptível a tudo o


que ocorre ao seu redor. Seu aprendizado se inicia com a família e as
pessoas que compõem as suas relações sociais. Tudo ao seu redor desperta
a sua atenção e o seu interesse, desde um simples rótulo de um objeto até
as imagens e sons transmitidos pelos diversos aparelhos tecnológicos
disponíveis na sociedade.
A infância é considerada a fase mais importante na vida do ser
humano. Tudo o que a criança vivencia e aprende, servirão como
influenciadores para o seu desenvolvimento social, portanto, esta é a melhor
fase para aprender, onde o sensório passa a experimentar muitas das
primeiras sensações da vida e que remeterão ao aprendizado, podendo este
ser significativo ou não.

A integração entre os aspectos sensíveis, afetivos,


estéticos e cognitivos, assim como a promoção de interação
e comunicação social, conferem caráter significativo à
linguagem musical. É uma das formas importantes de
expressão humana, o que por si só justifica sua presença no
contexto da educação, de um modo geral, e na educação
infantil, particularmente. (BRASIL, 1998, p.45).

Desta maneira, a Educação Infantil é muito importante para a criança.


Através dela a criança é inserida no processo de ensino e aprendizagem,
mas observando-se e respeitando todas as particularidades inerentes da
infância, ou seja, a criança aprende, mas sem deixar de vivenciar momentos
fundamentais para o seu desenvolvimento como o brincar. Assim,
metodologias e práticas pedagógicas que valorizem essas características
são essenciais para respeitar o momento da criança para o aprendizado.

A música entra como uma ferramenta dinâmica e lúdica, atrativa e, em


simultâneo, motivadora. Possui uma gama de opções que podem ser
trabalhadas em sala de aula, desde cantigas de rodas, cantigas folclóricas
até músicas da atualidade. Possui repertório para agradar a todos os gostos
musicais, contudo, para o trabalho com crianças pequenas, tão fáceis de
serem influenciadas, é necessário que o professor esteja atento ao conteúdo
para não influenciar negativamente na construção do seu saber.

É fato que o Brasil é um país multicultural e, portanto, muitas destas


culturas contribuem para a formação da nossa identidade sociocultural,
portanto a escola deve ser um espaço multicultural democrático, mas sem,
contudo perder a noção de que está formando alunos para serem bons
cidadãos. Desta forma, todos os ensinamentos, mesmo os musicais, devem
ensinar o respeito, a tolerância, a igualdade e fraternidade. Assim, a escolha
dos métodos e do repertório musical para as aulas de música ou atividades
que envolvam a música, deve ser analisada sempre em benefício da
aprendizagem da criança, mas também da construção da sua cidadania.
Infelizmente, conforme mencionado por alguns autores, a inclusão da
música na grade curricular do ensino brasileiro, caminha a passos lentos,
mesmo com a obrigatoriedade estabelecida em lei. Cabe às autoridades
governamentais incentivar a formação de profissionais nesta área,
oferecendo bolsas de estudos e, ainda, fornecendo condições estruturais e
materiais para que as escolas possam instituir a música em seu cotidiano.

CONTEXTUALIZAÇÃO E RELEVÂNCIA

Diferentes tipos de música despertam diferentes emoções e evocam


lembranças, provocando uma série de respostas no corpo humano já no
inicio da vida dentro do ventre materno. Assim, escutar música não é apenas
lazer: a música pode ter efeitos terapêuticos e ser parte das estratégias de
estímulo de áreas do cérebro que despertam os potenciais de aprendizagem
já no inicio da vida.
Em artigo da revista Literartes Mauro Muszkat traz as contribuições
da neurologia para o desenvolvimento na educação musical e aborda a
relação entre música e desenvolvimento neurológico. Ele mostra que a
música atua, inclusive, como fator de melhora em doenças como depressão
ou Alzheimer. Deste modo, o autor convoca arte-educadora, músicos e
educadores para observar a criança e/ou participar com ela do “processo de
construção de linguagem, de maneira a encontrar respostas para as
dificuldades e para a inclusão dessa criança, seja pedagógica ou social“.
De um lado está a neurociência, que trata da objetividade dos dados
e dos sinais que mapeiam o funcionamento cerebral. De outro, está a
música, “que não pode ser entendida sem levarmos em conta a
subjetividade, o envolvimento lúdico e a transitividade que caracterizam a
arte“, explica Muszkat. Quando escutamos música, nosso batimento
cardíaco, nossa frequência respiratória e nossos ritmos elétricos cerebrais
mudam conforme o ritmo e a melodia, em outras palavras, “dançam
conforme a música“. Ela não apenas é processada no cérebro, mas afeta seu
funcionamento. E os benefícios em potencial da mais emocional das artes
não param aí: a música intensifica também as capacidades linguísticas.
O pesquisador da Unifesp explica que as crianças normalmente se
expressam melhor pelo som e pela música do que pelas palavras,
verificando-se que aquela pode ser uma ferramenta única para crianças com
déficit de atenção, dislexia, autismo, depressão, esquizofrenia e outras
disfunções cerebrais. Mas transtornos como a demência, por exemplo, não
afetam os talentos musicais, e até contribuem para suavizar o problema. A
música pode, também, “facilitar a intimidade e a aproximação física dos
indivíduos com seus cuidadores, com maior engajamento em tarefas e
melhor modulação positiva do humor“, comenta o neurologista. A proposta do
autor é sugerir, para os cuidadores, um trabalho que apresente “sentimentos
compartilhados e convergentes a partir de uma experiência emocional,
estética e artística”.

Segundo Muszkat, os tratamentos realizados tendo como instrumento


principal a música são conhecidos e utilizados já há séculos. O estímulo ao
cérebro musical aumenta a flexibilidade mental e a coesão social, e, para
isso, são utilizados recursos como a dança e jogos musicais,
potencializando-se as técnicas de restabelecimento físico e cognitivo. A
inteligência musical é um traço compartilhado e mutável que pode estar
presente em grau até acentuado, mesmo em crianças com deficiência
intelectual.
Não são só as crianças que se beneficiam com a música; os
adolescentes também, atuando, essa arte, como fator de auxílio ao jovem na
difícil fase de transição, em que ele se depara “com mudanças não apenas
hormonais, mas neurobiológicas e mudanças na impulsividade, agilidade
motora e períodos de humor oscilante e de tédio”. A música é ainda mais
fundamental na era atual, em que os adolescentes tendem a se relacionar
boa parte das vezes virtualmente, sem estabelecer contatos reais e relações
que propiciem experiências de compartilhamento, de vivências com o outro
para dividir questões que melhor se resolvem quando há vínculo afetivo.
Por fim, o pesquisador propõe um trabalho multidisciplinar em que
músicos, neurologistas e professores possam levar em conta a importância
da música no desenvolvimento cerebral e mental, trazendo para os alunos e
pacientes, atividades e possibilidades sensíveis, criativas e terapêuticas que
a música nos oferece.

Vários são os fatores que impedem a formação de uma sociedade


musicalmente educada. Ressalta-s o fato do ensino da música não ser
obrigatório nas escolas, sendo que apenas algumas escolas, em geral as
particulares, mantêm professores especializados. Os profissionais da área
têm sentido a necessidade de uma maior estruturação curricular que possa
sistematizar a efetividade de uma maior estruturação musical coerente.
Todas as escolas de educação infantil e primária deveriam ser
especializadas em música e canto, dando importância à educação através da
música. O exercício musical ativo e a participação em atividades musicais
contribuem para o desenvolvimento na criança, estabelecendo nela bases de
uma cultura artística influindo também, em suas aptidões intelectuais e
dísicas.
É durante a primeira infância que o homem tem seus primeiros
contatos com a comunidade e é nos berçários que acontecem as suas
primeiras relações com outras crianças da mesma idade e também com o
seu primeiro cuidador ou professor. A melhor maneira de superar essa
estranha e por muitas vezes confusas experiências, é por meio da música,
através da canção e dos jogos musicais. Segundo MIGNONE (1961) com a
recreação musical damos á criança um motivo para a sua auto expressão,
para exteriorizar os seus sentimentos encontrando satisfação e equilíbrio
emocional, tão valioso para a educação integral.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este presente trabalho objetivou contribuir para o desvelamento da


visão para os educadores na fase inicial da vida, e na contribuição para o
desenvolvimento em diversas áreas da construção intelectual, sentimental,
motor, físico e tantos outros mencionados.
É visível e notória, a relevância que se da ao interagir com a criança
através da música.
Sabendo usar a música com a letra e melodia adequada para cada
momento do dia, ou da atividade proposta, trás resultados imediatos e
satisfatórios.
Pode-se atestar que através da música as distintas áreas do
conhecimento podem ser incitadas. Temos na musicalização um apetrecho
para amparar os educandos a desenvolverem o espaço que une expressão
de sentimentos, valores culturais, ideias e facilita a comunicação própria do
indivíduo. Portanto cabe a nós buscarmos a maior variedade de informações
e inserirmos o conhecimento no nosso convívio no dia a dia para que assim
interfiramos positivamente e provoquemos nos alunos a verdadeira
motivação.
A educação musical necessita considerar que o ensino e a
aprendizagem de música não ocorrem apenas na sala de aula, mas em
circunstancias mais ampla. Por isso, o professor não deve discutir a música
na escola, mas refletir sobre em que a educação musical pode ajudar no dia
a dia dos alunos, interesses e dificuldades, buscando sempre decifrar a
realidade em que vivem e atuam e quais formas de conhecer e aprender.
O ato musical no espaço escolar ajuda no processo de aprendizagem
despertando e estimulando a área afetiva, cognitiva e linguística das
crianças. As regalias que a música proporciona nesta fase, seja pela
expressão de emoções, seja pelo raciocínio, sociabilidade, concentração,
comunicação, é de grande aproveitamento para a vida.
Diante da realidade que nos deparamos nas instituições de ensino, a
música é desenvolvida de maneira resumida, por meio de repetição e
imitação, algo quase mecânico, sem um discernimento. Podendo realizar um
trabalho significativo com material reciclável para a confecção de
instrumentos para exploração de sons e outras atividades que poderia
contribuir para o desenvolvimento da inteligência musical, fazendo assim
com que a música seja mais um suporte para a melhoria da educação das
nossas crianças, tornando-as pessoas com senso crítico e cidadãos com
mais aceitação e participação cultural.

REFERÊNCIAS
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Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para educação
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