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Gnosiologia

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SEMINÁRIO ARQUIEPISCOPAL DE LUANDA

SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS


Rua João Paulo II, nº 12, c.p. 6634
Tel. 326969, email: [email protected]

CURSO SUPERIOR DE FILOSOFIA

GNOSIOLOGIA

RESUMO DA OBRA TEETETO DE PLATÃO

Tema: A Natureza do Conhecimento

Nome: Carlos Piedoso Luciano


Turma: II-ano de filosofia
Congregação: OFM Cap

Docente
______________________
Pe. Jorge

Luanda, Abril 2024


Introdução
Depois de termos lido, a obra Teeteto de Platão, estamos capacitados para
fazermos um resumo sobre a mesma. Para melhor compreensão, preferimos atribuir um
tema ao nosso resumo.

Visto que a obra Teeteto de Platão, trata sobre o conhecimento, atribuímos como
tema do nosso resumo “A Natureza do conhecimento”, procuraremos trazer a visão de
conhecimento segundo Teeteto.

Teeteto é uma obra de Platão que trata sobre o conhecimento, escrita em forma
de diálogo que começa com Terpsião e Euclides, os dois têm uma pequena conversa a
cerca de Teeteto, Euclides conta ao seu amigo o que Sócrates fizera a cerca de Teeteto.
Euclides convida o amigo a entrar em casa e a desfrutar da leitura do livro onde tratará
do encontro de Sócrates e Teeteto. (Platão p.1)

O diálogo recomeça com Sócrates Teodoro e Teeteto, na qual procuram a


natureza do conhecimento.

Tal como a parteira ajuda a mulher grávida a dar a luz, Sócrates com a maiêutica
ajuda Teeteto a dar a luz a novos conhecimentos (Platão p.8-11)

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Conhecimento
Quando falamos de conhecimento pensamos em diferentes áreas do saber.
Sócrates questionando Teeteto sobre o que é o conhecimento, Teeteto numa primeira
resposta aponta o conhecimento como tudo aquilo que se aprende com Teodoro como a
geometria. (Platão p. 4-5)

Ao procuramos definir o conhecimento, não é correcto apontarmos as diferentes


artes como a geometria e a sapataria. Ao definirmos a arte do sapateiro, diríamos que é o
conhecimento de confeccionar sapatos, percebemos então que a palavra conhecimento
aparece na definição de cada arte, cada arte é um tipo de conhecimento e não o
conhecimento em si (Platão p. 5-7)

Então o que é o conhecimento? Essa é a pergunta que Teeteto procura responder


no desenrolar do diálogo.

Teeteto ao decorrer do diálogo, encontra três definições para o conhecimento.

1-Conhecimento como percepção

2-Conhecimento como opinião verdadeira

3-Conhecimento como opinião verdadeira mais a opinião racional.

Conhecimento como percepção


Teeteto percebendo que a definição de conhecimento não podia estar nas
disciplinas aprendida com Teodoro, cada disciplina é um tipo de conhecimento e não o
conhecimento em si.

Na sua segunda tentativa, Teeteto define o conhecimento como percepção, pois


quem conhece alguma coisa sente que conhece. Sócrates assemelha a definição de
Teeteto a ideia de Protágoras: homem é a medida de todas as coisas; das coisas que
são, enquanto são, das que não são, enquanto não são. Com isso Protágoras queria dizer
que as coisas são para nós do jeito que nos parecem, conhecimento é igual a parecer
(Platão p.11)

Sócrates observa que os sentidos de pessoas diferentes são


diferentemente afectados: a mesma rajada de vento pode ser sentida por uma
pessoa como quente e por outra como fria. Neste caso não se pode afirmar que o vento

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seja quente ou frio, mas sim é quente para quem o sentiu quente e fria para quem o
sentiu fria. (Platão p.11-12)

Sócrates assemelha a teoria de Protágoras a de Heráclito sobre o devir, nada é,


tudo está em constante mudança. A resposta de Teeteto de que conhecimento é
percepção, nasce dessas duas teorias. (Platão p.12-17)

Sócrates como uma parteira, pronta a ajudar Teeteto a dar a luz, não começa a
refutar logo a sua ideia, mas procura lhe levar a entender refutando primeiro as ideias de
Protágoras e Heráclito.

Para Sócrates, a teoria de Protágoras contradiz a si mesma. Se ela considera todas


as opiniões igualmente verdadeiras, ela deve admitir a verdade da opinião de que a
própria teoria é falsa (Platão p.28-32)

Existem casos, em que, as coisas são, para o indivíduo, como lhe parecem. Em
outros casos, o homem não necessariamente tem o critério em si mesmo; uma opinião
pode ser verdadeira e outra falsa, e um homem sábio e outro não (Platão 37-39)

Sócrates refuta a ideia de Heráclito, se fosse verdade que tudo está em constante
mudança, seria impossível dizer ou pensar qualquer coisa, portanto a teoria em si seria
impossível (Platão p.39-43)

Sócrates leva Teeteto a entender que a percepção depende dos órgãos sensíveis e
cada sentido é confinado aos seus objectos próprios. Mas algumas propriedades, como a
identidade e a diferença, são comuns aos objectos de todos os sentidos. Estas devem ser
consideradas pela alma, funcionando por si mesma, sem ajuda de nenhum instrumento
especial. Essas propriedades, como o ser e a verdade, são o que devemos saber para ter
conhecimento. Como essas propriedades não são conhecidas pelos sentidos.
conhecimento não é percepção (Platão p.43-46)

Conhecimento como opinião verdadeira


Teeteto, reconhecendo que conhecimento não é ou não pode ser sensação, define
então o conhecimento como opinião verdadeira. (Platão p.48)

Opinião, é aquilo em que a alma em si e por si se ocupa das coisas que são, pode
ser verdadeira ou falsa. A opinião verdadeira é conhecimento. Mas o que é opinião
falsa?

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Parece impossível entender como podem haver opiniões falsas se tudo é ou algo
que sabemos ou algo que não sabemos, ou se ter uma opinião falsa é afirmar coisas que
não são; ou se a opinião falsa é pensar que uma coisa seja outra. (Platão p.48-52)

Para isso Sócrates propõe como solução encarar a alma como um bloco de cera.
Mas esta solução não serve, pois sempre associa o erro a casos que envolvem
percepção; e erros também podem ocorrer em casos em que a percepção não está
envolvida. (Platão p.52-57)

Sócrates propõe uma segunda solução, a alma enquanto aviário; esta solução
também não ser, pois considera que a falsa opinião é possível quando não aplicamos o
conhecimento que temos, mas não considera os casos em que
consideramos conhecimento algo que não é. (Platão p.57-61)

O Conhecimento não pode ser opinião verdadeira, porque um bom orador pode
persuadir um júri a julgar correctamente sobre coisas que apenas uma testemunha
saberia. (Platão p.64-65)

Conhecimento como opinião verdadeira acompanhada de explicação


Teeteto vendo que conhecimento não é opinião verdadeira, adopta a definição
de alguém que dizia que o conhecimento é opinião verdadeira acompanhada de
explicação racional. (Platão p.65)

Existem elementos que não podem ser conhecidos, apenas nomeados, e


compostos que podem ser conhecidos se os nomes de seus elementos forem unidos em
uma explicação. O entrelaçamento dos nomes é a explicação. (Platão p.65)

Sócrates para refutar essa teoria usa os mesmos elementos usados pelo o autor da
teoria, esse elemento que são as sílabas e as letras.

Essa teoria significaria, então, que uma sílaba pode ser conhecida, mas não suas letras?
Se a sílaba é as letras, e a sílaba é conhecida, as letras também devem ser. Mas se a sílaba
não é as letras, mas uma forma resultante da combinação das letras, então ela mesma
deveria ser tão incognoscível quanto as letras. Além disso, é da experiência comum que
elementos são mais cognoscíveis do que compostos. (Platão p.66-73)

Para Sócrates a explicação não pode ser a expressão de um pensamento em


palavras, porque aí qualquer um que expressasse uma opinião em palavras teria
conhecimento. Não pode ser uma lista de elementos que compõem a coisa sobre a qual
se tem uma opinião, pois alguém poderia dar essa lista e ainda assim cometer erros sobre

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estes elementos. Não pode ser um entendimento da diferença entre uma coisa e outra,
pois mesmo sem esse entendimento não haveria opinião verdadeira. O conhecimento é
opinião verdadeira acompanhada da explicação (Platão p.72-76)

Conclusão
Depois de nos desfrutarmos da obra Teeteto de Platão, podemos concluir que essa
é uma obra que trata sobre a natureza do conhecimento.

Nenhuma das três respostas apresentada pelo Teeteto, serviu como definição de
conhecimento.

Sócrates, com a maiêutica, ajudou Teeteto a conceber respostas, tal como a


parteira ajuda a mulher grávida a dar a luz.

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Bibliografia

Platão. Teeteto. Ed. Créditos da digitalização Membros do grupo de discussão Acrópolis


(Filosofia). Trad. Carlos Alberto Nunes. s.d. versão eletrônica do diálogo platônico .

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