DecretoN 7.508 28 Junho 2011
DecretoN 7.508 28 Junho 2011
DecretoN 7.508 28 Junho 2011
A Presidenta da República, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da
Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei nº 8.080, 19 de setembro de 1990,
Decreta:
CAPÍTULO I
Art. 1º. Este Decreto regulamenta aLei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a
organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a
articulação interfederativa.
VIII - Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica - documento que estabelece: critérios para o
diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os medicamentos e
demais produtos apropriados, quando couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de
controle clínico; e
CAPÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO DO SUS
Art. 3º. O SUS é constituído pela conjugação das ações e serviços de promoção, proteção e
recuperação da saúde executados pelos entes federativos, de forma direta ou indireta, mediante a
participação complementar da iniciativa privada, sendo organizado de forma regionalizada e
hierarquizada.
Seção I
Art. 4º. As Regiões de Saúde serão instituídas pelo Estado, em articulação com os Municípios,
respeitadas as diretrizes gerais pactuadas na Comissão Intergestores Tripartite - CIT a que se refere
o inciso I do art. 30.
I - atenção primária;
II - urgência e emergência;
V - vigilância em saúde.
Parágrafo único. A instituição das Regiões de Saúde observará cronograma pactuado nas
Comissões Intergestores.
Art. 6º. As Regiões de Saúde serão referência para as transferências de recursos entre os entes
federativos.
Art. 7º. As Redes de Atenção à Saúde estarão compreendidas no âmbito de uma Região de Saúde,
ou de várias delas, em consonância com diretrizes pactuadas nas Comissões Intergestores.
Seção II
Da Hierarquização
Art. 8º. O acesso universal, igualitário e ordenado às ações e serviços de saúde se inicia pelas
Portas de Entrada do SUS e se completa na rede regionalizada e hierarquizada, de acordo com a
complexidade do serviço.
Art. 9º. São Portas de Entrada às ações e aos serviços de saúde nas Redes de Atenção à Saúde os
serviços:
I - de atenção primária;
Parágrafo único. Mediante justificativa técnica e de acordo com o pactuado nas Comissões
Intergestores, os entes federativos poderão criar novas Portas de Entrada às ações e serviços de
saúde, considerando as características da Região de Saúde.
Art. 11º. O acesso universal e igualitário às ações e aos serviços de saúde será ordenado pela
atenção primária e deve ser fundado na avaliação da gravidade do risco individual e coletivo e no
critério cronológico, observadas as especificidades previstas para pessoas com proteção especial,
conforme legislação vigente.
Art. 13º. Para assegurar ao usuário o acesso universal, igualitário e ordenado às ações e serviços de
saúde do SUS, caberá aos entes federativos, além de outras atribuições que venham a ser pactuadas
pelas Comissões Intergestores:
Art. 14º. O Ministério da Saúde disporá sobre critérios, diretrizes, procedimentos e demais medidas
que auxiliem os entes federativos no cumprimento das atribuições previstas no art. 13.
CAPÍTULO III
DO PLANEJAMENTO DA SAÚDE
Art. 15º. O processo de planejamento da saúde será ascendente e integrado, do nível local até o
federal, ouvidos os respectivos Conselhos de Saúde, compatibilizando-se as necessidades das
políticas de saúde com a disponibilidade de recursos financeiros.
§ 2º A compatibilização de que trata o caput será efetuada no âmbito dos planos de saúde, os
quais serão resultado do planejamento integrado dos entes federativos, e deverão conter metas de
saúde.
Art. 16º. No planejamento devem ser considerados os serviços e as ações prestados pela iniciativa
privada, de forma complementar ou não ao SUS, os quais deverão compor os Mapas da Saúde
regional, estadual e nacional.
Art. 17º. O Mapa da Saúde será utilizado na identificação das necessidades de saúde e orientará o
planejamento integrado dos entes federativos, contribuindo para o estabelecimento de metas de
saúde.
Art. 18º. O planejamento da saúde em âmbito estadual deve ser realizado de maneira regionalizada,
a partir das necessidades dos Municípios, considerando o estabelecimento de metas de saúde.
Art. 19º. Compete à Comissão Intergestores Bipartite – CIB de que trata o inciso II do art. 30
pactuar as etapas do processo e os prazos do planejamento municipal em consonância com os
planejamentos estadual e nacional.
CAPÍTULO IV
DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE
Seção I
Art. 21º. A Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde - RENASES compreende todas
as ações e serviços que o SUS oferece ao usuário para atendimento da integralidade da assistência à
saúde.
Art. 22º. O Ministério da Saúde disporá sobre a RENASES em âmbito nacional, observadas
as diretrizes pactuadas pela CIT.
Art. 23º. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios pactuarão nas respectivas
Comissões Intergestores as suas responsabilidades em relação ao rol de ações e serviços constantes
da RENASES.
Art. 24º. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão adotar relações específicas
e complementares de ações e serviços de saúde, em consonância com a RENASES, respeitadas as
responsabilidades dos entes pelo seu financiamento, de acordo com o pactuado nas Comissões
Intergestores.
Seção II
Art. 26º. O Ministério da Saúde é o órgão competente para dispor sobre a RENAME e os
Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas em âmbito nacional, observadas as diretrizes
pactuadas pela CIT.
Art. 27º. O Estado, o Distrito Federal e o Município poderão adotar relações específicas e
complementares de medicamentos, em consonância com a RENAME, respeitadas as
responsabilidades dos entes pelo financiamento de medicamentos, de acordo com o pactuado nas
Comissões Intergestores.
II - ter o medicamento sido prescrito por profissional de saúde, no exercício regular de suas
funções no SUS;
CAPÍTULO V
DA ARTICULAÇÃO INTERFEDERATIVA
Seção I
II - dos critérios para o planejamento integrado das ações e serviços de saúde da Região de
Saúde, em razão do compartilhamento da gestão; e
III - das diretrizes nacionais, do financiamento e das questões operacionais das Regiões de
Saúde situadas em fronteiras com outros países, respeitadas, em todos os casos, as normas que
regem as relações internacionais.
Seção II
Art. 33º. O acordo de colaboração entre os entes federativos para a organização da rede
interfederativa de atenção à saúde será firmado por meio de Contrato Organizativo da Ação Pública
da Saúde.
VII - adequação das ações e dos serviços dos entes federativos em relação às atualizações
realizadas na RENASES;
IX - recursos financeiros que serão disponibilizados por cada um dos partícipes para sua
execução.
III - publicidade dos direitos e deveres do usuário na saúde em todas as unidades de saúde
do SUS, inclusive nas unidades privadas que dele participem de forma complementar.
Art. 40º. O Sistema Nacional de Auditoria e Avaliação do SUS, por meio de serviço
especializado, fará o controle e a fiscalização do Contrato Organizativo de Ação Pública da Saúde.
Art. 41º. Aos partícipes caberá monitorar e avaliar a execução do Contrato Organizativo de
Ação Pública de Saúde, em relação ao cumprimento das metas estabelecidas, ao seu desempenho e
à aplicação dos recursos disponibilizados.
CAPÍTULO VI
Art. 42º. Sem prejuízo das outras providências legais, o Ministério da Saúde informará aos
órgãos de controle interno e externo:
Art. 43º. A primeira RENASES é a somatória de todas as ações e serviços de saúde que na
data da publicação deste Decreto são ofertados pelo SUS à população, por meio dos entes
federados, de forma direta ou indireta.
Art. 44º. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretrizes de que trata o § 3º do art.
15 no prazo de cento e oitenta dias a partir da publicação deste Decreto.
DILMA ROUSSEFF