Sismologia
Sismologia
Sismos
• Resultam da libertação súbita de energia no interior
da Terra.
• Origem antrópica ou artificial: explosões,
enchimento de albufeiras, etc.
• Origem natural: abatimento (colapso) de cavidades
ou grutas; vulcânicos (associados ao movimento de
magma a ascender) e tectónicos (movimentos ao
longo de falhas).
Um sismo …
Quanto à magnitude
podemos considerar dois tipos
de sismos:
MICROSSISMOS MACROSSISMO
- Pequena quantidade de - Grandes quantidades de
energia energia
- Pequenos movimentos - Movimentos vibratórios
vibratórios bruscos
- Impercetíveis à população. - Percetíveis à população.
Sismologia
• A maioria dos sismos tem origem tectónica.
• A sua origem pode ser explicada pela teoria
do ressalto elástico.
As rochas acumulam tensões/energia e
sofrem deformação elástica.
Quanto atingem o limite de elasticidade
ocorre uma rutura, com movimento dos
blocos e libertação de energia.
• Os sismos que antecedem o sismo principal
são os abalos premonitórios e os que
ocorrem posteriormente são as réplicas.
Sismos tectónicos
Sismologia
• Hipocentro ou foco (1): local do interior da
Terra onde se gera o sismo. 3
• Epicentro (2): local à superfície mais perto do 2
hipocentro.
• Ondas sísmicas (3): propagam-se em todas
as direções e separam os materiais que estão
a sofrer deformação dos materiais não
deformados. 1
• Raio sísmico corresponde a qualquer
trajetória perpendicular à frente de onda.
• Frente de onda corresponde à separação
entre as partículas que estão a vibrar e as
partículas que ainda não entraram em
agitação.
Propagação das ondas sísmicas
Ondas na água
Atendendo à profundidade do hipocentro, o sismo pode ser considerado:
superficial (< 70 Km);
intermédio (entre 70 e 300 Km);
profundo (entre 300 e 700 km).
Sismologia
• Quando os sismos se geram
no fundo marinho, em
resultado de movimentos que
alteram o relevo submarino
(deslocamentos verticais de
blocos rochosos), podem
gerar-se tsunamis.
• Estas ondas gigantes
apresentam elevado poder
destruidor devido à elevada
velocidade e amplitude das
suas ondas.
Atividade pág. 128
Caraterização das ondas sísmicas
As ondas sísmicas são classificadas de acordo com o modo como as partículas do solo
oscilam em relação à direção de propagação do raio sísmico.
Sismologia
Tipos de ondas
Ondas P (longitudinais ou primarias)
• Ondas de volume;
• Primeiras a serem registadas, uma vez
que são as mais rápidas;
• Provocam a compressão e a distensão
dos materiais, paralelamente à direção
de propagação;
Direção das
• Propagam-se nos meios sólidos, líquidos ondas sísmicas
e gasosos; Vibração das
partículas do solo
• A sua velocidade aumenta com a rigidez.
Ondas P, Primárias ou longitudinais
• As partículas deslocam-se no sentido de propagação da
onda (paralelamente à direção de propagação).
• A propagação efetua-se através de um conjunto
alternado de compressões e distensões, o que altera o
volume das rochas.
• São as primeiras ondas a serem registadas pelos
sismógrafos (maior velocidade = 6,5 Km/s *).
• Propagam-se em todos os estados físicos da matéria
(sólidos, líquidos e gasosos)
• Alguma energia transmitida pelas ondas P pode ser
transmitida para a atmosfera, sob a forma de ondas
sonoras, provocando um ruído que pode ser detetado
pelos humanos e outros animais.
* A velocidade de propagação das ondas P diminui progressivamente na passagem de meios sólidos para líquidos, e
destes para meios gasosos. A velocidade de uma onda P num granito é de 5,5 km/s, enquanto que na água é de 1,5
km/s.
Sismologia
Ondas S (transversais ou secundárias)
• Ondas de volume;
• Segundas a serem registadas;
• Provocam a vibração das partículas
perpendicularmente à direção de
propagação;
• Só se propagam em meios sólidos;
• A sua velocidade aumenta com Direção das
ondas sísmicas
a rigidez.
Vibração das
partículas do solo
Ondas S, secundárias ou transversais
• As partículas deslocam-se num plano
perpendicular ao deslocamento da frente de
onda, pelo que são chamadas de ondas
transversais.
• Deslocam-se com velocidade inferior (3,2
Km/s) à das ondas P, pelo que chegam
atrasadas às estações sismográficas em relação
a estas.
• Provocam mudanças de forma do material.
• Propagam-se apenas em materiais sólidos.
Sismologia
Ondas L (superficiais)
• Propagam-se apenas na
superfície da Terra;
• São as mais lentas e as últimas
a serem registadas;
Direção das
• Provocam deformação intensa
ondas sísmicas
dos materiais, devido à sua
Vibração das
elevada amplitude, sendo as partículas do solo
mais destrutivas.
Ondas sísmicas superficiais ou longas (L) -
Ondas L (Love)
• As ondas de Love envolvem deslocações laterais das partículas, resultando
interferências entre as ondas S.
• As partículas vibram horizontalmente, fazendo a direção de vibração um
ângulo reto com a direção de propagação.
• A sua velocidade média é de 3 Km/s
• Deslocam-se à superfície da Terra, apenas em materiais sólidos.
Ondas R (Rayleigh)
• As ondas de Rayleigh provocam deslocamento das partículas do solo,
semelhante às vagas do mar, seguindo uma trajetória elítica, e move-se em
sentido contrário ao dos ponteiros do relógio.
• Resultam de interferências entre as ondas P e as ondas S.
• São as ondas mais lentas (2,7 Km/s), mas as mais destruidoras.
• Deslocam-se à superfície da Terra, em meios sólidos e líquidos.
As ondas L e R são ondas de grande amplitude e, por isso, as mais destrutivas.
Sismologia
Registo sísmico
• Sismógrafo: instrumento que regista os movimentos da superfície terrestre.
Suporte Mola Suporte Mola
Cilindro
Estilete Cilindro
Peso Peso
Estilete
Sismologia
• Sismograma: registo efetuado
pelo sismógrafo.
Atividade pág. 131
Sismologia
• Sismograma:
Permite determinar o desfasamento de chegada das ondas P e S (intervalo S-P).
Sismologia
Com base no desfasamento, é possível determinar a distância epicentral. Usando três estações
sísmicas, consegue-se determinar graficamente o epicentro.
A localização do epicentro pode ser
determinada baseando-nos na diferença de
tempo de chegada das ondas “P” e as
ondas “S” .
Esta diferença será necessária para
a determinação da distância epicentral
Tabela para calcular a distância epicentral através de tabelas.
Chegada da ondas P – 7,4 min.
Chegada das ondas S – 13,7 min.
D.E. = 4000 Km.
Quanto mais distante do epicentro se
encontrar a estação, maior é o intervalo
de tempo entre a chegada dessas
ondas.
Determinação do epicentro de um sismo
• Confrontando diferentes sismogramas de, pelo menos, três estações
sismográficas (distanciadas entre si pelo menos 100 Km), é possível
determinar o local correspondente ao epicentro.
Localização de um sismo nos Açores
Análise do sismograma
• Quanto maior é a distância epicentral, maior é a diferença entre a chegada das
ondas P e das ondas S;
• A velocidade das ondas L mantêm-se constante.
Atividade pág. 133
Distância epicentral
Por exemplo, se a diferença de tempo (S-P) for 7 minutos, então a
distância epicentral será 6000 quilómetros:
D.E. = (7-1) x 1000 = 6x1000 = 6000 Km
Ficha de trabalho
Escalas sísmicas
Magnitude sísmica: mede a energia libertada num sismo. Cada abalo só possui um valor de
magnitude. Pode ser medida na Escala de Richter.
• Representa a energia libertada no foco - grandeza calculada
matematicamente.
• Só 20-30% da energia libertada é propagada sob a forma de ondas sísmicas,
sendo a restante dissipada sob a forma de calor.
Charles Francis Richter
(26/04/1900 – 20/04/1985)
• A magnitude pode ser obtida pelo sismograma.
Escala de Richter - Magnitude de um sismo
• Trata-se de uma escala logarítmica, o que
significa que os números na escala
medem fatores de 10.
• Um sismo de magnitude 4 na escala
Richter é 10 vezes maior de um que
mede 3.
• É uma escala quantitativa e ilimitada
(aberta).
O acréscimo unitário de um valor da
magnitude corresponde uma quantidade
de energia libertada 32 vezes superior.
Determinação da magnitude a partir do método gráfico
• Achar o intervalo de tempo que decorreu entre a chegada das ondas P e S (s-p).
• Assinalar esse valor na escala A.
• Achar o valor da amplitude máxima registada no sismograma.
• Assinalar esse valor na escala C.
• Traçar uma linha que una os dois pontos assinalados nas escalas A e C, de
modo a intercetar a escala B.
Escalas sísmicas
• Intensidade sísmica: mede os efeitos de um sismo nas infraestruturas. O mesmo sismo possui várias intensidades.
Depende da energia libertada, do tipo de substrato e de ocupação antrópica. Tende a ser maior na região epicentral.
Pode ser medida na Escala de Mercalli Modificada (1956) ou Escala Macrossísmica Europeia (1998).
• Esta escala possui 12 graus (I a XII) baseados em perceções (testemunhos das pessoas) e acontecimentos qualitativos -
inventário dos danos.
Intensidade
I I a II III a IV IV a VI VI a VII VIII a X X ou superior
1,0 – 1,9 2,0 – 2,9 3,0 – 3,9 4,0 – 4,9 5,0 – 5,9 6,0 – 6,9 7,0 – 7,9 8,0 – 8,9 9,0 e superior
Magnitude
Escala Macrossísmica Europeia
Revista pela última vez em 1998, a Escala de Mercalli é, atualmente, a escala Macrossísmica Europeia e
constitui um padrão europeu para avaliar a intensidade de um sismo.
Carta de isossistas
• A determinação da intensidade de um sismo, nos vários locais à superfície da
Terra onde ele foi sentido e a localização do seu epicentro permite traçar uma
Carta de Isossistas.
• Linhas que unem pontos de igual
intensidade sísmica, permitindo uma melhor
visualização da área afetada pelo sismo.
• Para o mesmo sismo existem várias
intensidades.
• Não são traçadas isossistas nos oceanos dado
que não se observa topografia nem existem
construções.
Carta de Isossistas
Sismo de Benavente 1909
Carta de isossistas
• As cartas de isossistas mostram a
variação da intensidade sísmica ao
longo de uma região.
Porque razão as isossistas não são
circunferências concêntricas?
O material atravessado tem diferentes
propriedades, a propagação das ondas é
influenciada e por isso as isossistas têm
formas irregulares.
Carta de isossistas
Sismo de 1 novembro 1755
Intensidade de um sismo depende:
• Da profundidade do foco e da distância ao epicentro
- A capacidade vibratória das ondas diminui à medida que se afastam do foco;
• Das características do subsolo – Constituição geológica
- A resposta das rochas à passagem das ondas sísmicas;
• Da quantidade de energia libertada no foco (magnitude)
- O sismo é mais intenso quanto maior for a quantidade de energia libertada no foco;
• Da forma como cada pessoa percecionou o sismo;
• Do tipo de construções e da sua estabilidade.
• Da densidade populacional da zona atingida
Um sismo pode ser avaliado
pela intensidade ou pela magnitude
Intensidade Magnitude
Pode ser avaliada através da Escala de Pode ser avaliada através da escala de
Mercalli Modificada: Richter:
- Escala qualitativa - Escala quantitativa - energia
libertada no foco
- Fechada - XII graus
- Aberta (>magnitude - 9,5).
- Baseada na reação das pessoas e no
grau de destruição (é subjectiva); - Independente da intensidade do sismo
(é objectiva);
- As cartas de isossistas delimitam áreas
de igual intensidade sísmica.
• Intensidade: Quando o
substrato é formado por
sedimentos soltos, em especial
os saturados em água, pode
ocorrer a liquefação dos
materiais, aumentando a
destruição associada ao sismos.
Atividade pág. 137
• Sismos com maior magnitude
1. Magnitude 9,5: Bio-Bio,
Chile, 1960
2. Magnitude 9,2: Sul do
Alasca, 1964
3. Magnitude 9,1: Ilha de
Sumatra, Indonésia, 2004
4. Magnitude 9,1: Japão, 2011
5. Magnitude 9,0: Kameatka,
Rússia, 1952
Sismologia
Sismos e tectónica de placas
• Sismos intraplaca: ocorrem no interior da
placa e não estão associados aos limites
tectónicos.
• Sismos interplaca: ocorrem associados
aos limites tectónicos. São os mais comuns.
Sismos superficiais (0-70 km)
Sismos intermédios (70-300 km)
Sismos profundos (> 300 km)
Sismologia
• Sismos interplaca
Placa Eurasiática
Placa Norte-Americana
Placa das Placa Africana
Caraíbas Placa das
Filipinas
Placa do Pacífico
Placa
Sul-Americana Placa Indo-Australiana
Placa Antártica
Cintura Circumpacífica Cintura Afroasiática
Cintura Eurasiática Limites das placas tectónicas
Zonas de maior sismicidade correspondem:
Zonas de fronteiras convergentes:
Zona circumpacífica
Zona da cintura mediterrânico-asiática
o Há grandes fossas, onde se dá subducção de placas;
o Tensões enormes que provocam falhas responsáveis
por elevada intensidade sísmica;
o Sismos profundos.
Zonas de fronteiras divergentes:
Dorsais médio-oceânicas e riftes continentais
o Sismos pouco profundos, geralmente de menor magnitude
que nos limites convergentes;
o Origem em falhas paralelas ao rifte.
Zonas fronteiras conservativas:
(associados aos riftes)
Falhas transformantes
o sismos pouco profundos.
Sismicidade em Portugal
• Os sismos que ocorrem nos Açores estão associados a limites divergentes (sismos interplaca). Na região sul
de Portugal Continental, os sismos podem estar associados ao limite entre a placa Africana e a Eurasiática.
• Os sismos que ocorrem em Portugal Continental e na região do arquipélago da Madeira são intraplaca.
O sismo de 1755, pode ter sido originado num limite tectónico A ocorrência de diversos tsunamis em Portugal demonstra que
e causou intensa destruição em Lisboa, Alentejo e Algarve. a nossa costa é muito vulnerável, existindo planos de evacuação
em alguns concelhos.
Previsão do risco sísmico
• Depende da monitorização em tempo real da atividade sísmica, em especial a atividade associada às falhas
mais ativas, perto de regiões densamente habitadas e capazes de gerar os sismos mais destrutivos.
A falha de San Andreas atravessa zonas urbanas com milhões de pessoas,
sendo das mais estudas a nível global.
• Estudo dos sismos históricos,
de forma a elaborar cartas de
isossistas de intensidade
máxima.
Carta de isossistas de intensidade
máxima de Portugal continental. Estudo dos efeitos do sismo de 1906
gerado na falha de San Andreas.
Prevenção do risco sísmico
• Determinação do risco sísmico (localização, em termos tectónicos; vulnerabilidade; litologia da região).
• Elaboração de planos para atuação em situações de emergência;
• Ordenamento do território tendo em conta o risco sísmico e a construção recorrendo a técnicas antissísmicas;
Estrutura convencional Estrutura com isolamento sísmico
Abalo forte Deslizamento horizontal suave
As construções em alvenaria
foram responsáveis pela
elevada destruição do sismo
de Aquila (Itália).
• Educação das populações para atuarem de forma adequada perante um sismo ou um tsunami.
Ondas sísmicas e o estudo do interior da Terra
Zona de sombra
• O registo das ondas sísmicas das ondas P
permite inferir que o interior
da Terra não é homogéneo. Hipocentro
Núcleo
Manto
Descontinuidade
de Gutenberg
• Ao passarem para meios com diferentes propriedades físico-químicas, as ondas sofrem reflexões e refrações.
Atividade pág. 145
Descontinuidade de Mohorovicic (Moho)
• Separa a crusta do manto;
Manto
• Foi descoberta por Mohorovicic, quando constatou superior
que as estações sísmicas mais afastadas do
epicentro recebiam dois conjuntos de ondas P e S.
• O primeiro conjunto mais rápido atravessava o
manto e aumentava a sua velocidade; o segundo
conjunto propagava-se apenas na crusta, a
Descontinuidade
velocidades menores. de Moho
• As rochas do manto possuem maior rigidez que as Crusta
da crusta, em resultado das elevadas pressões a
que estão sujeitas e à sua composição peridotítica.
(23/03/1857 – 18/12/1936)
Meteorologista, sismologista e geofísico
croata.
Em 1909 Andrija Mohorovicic
verificou que numa determinada
estação sismográfica registaram-se
dois conjuntos distintos de ondas P
e S.
Estações A, B e C, encontram‐se a diferentes
distâncias do epicentro de um mesmo sismo.
Descontinuidade de Mohorovicic
No inicio do século XX, Mohorovicic, geofísico da Croácia, estudava os
sismogramas relativamente a um epicentro a sul de Zagreb.
Verificou também que em
alguns casos as ondas eram
registadas primeiro na
estação C.
Mohorovicic admitiu que:
• ao atingirem determinada profundidade as ondas encontram uma superfície de
descontinuidade (passagem do meio I para o meio II);
• Nesta superfície são refratadas, o que desviava a sua trajetória;
• No novo meio a velocidade das ondas aumenta abruptamente e percorrem em menos tempo
um espaço maior.
A descontinuidade de Mohorovicic estabelece o limite entre a crusta e o manto.
Exercícios pág. 146
Variação da velocidade das Ondas Sísmicas no interior da Terra
Velocidade das Ondas Sísmicas
Fórmulas geofísicas:
(resistência à deformação).
Quanto maior for a rigidez - maior a velocidade das ondas;
Quanto maior for a densidade - menor a velocidade das ondas.
Zona de baixa velocidade
Sismologia
Descontinuidade
Núcleo
de Gutenberg
externo
Manto
Descontinuidade de Gutenberg inferior
• Separa o manto do núcleo externo.
Descontinuidade de Gutenberg
• Separa o manto do núcleo externo. Zona de sombra
das ondas P
• Foi descoberta por Gutenberg, ao identificar as
zonas de sombra sísmica originadas pelo facto
Hipocentro
de o núcleo externo se encontrar liquido.
• As ondas S deixam de se propagar abaixo dos 2900
km, com uma zona de sombra sísmica dos 102 ° aos
180 ° de distância epicentral). Núcleo
• As ondas P sofrem reflexões e refrações, originando
Manto
uma zona de sombra sísmica entre os 102 ° e os 142 °
de distância epicentral. Descontinuidade
de Gutenberg
Zona de Sombra
Beno Gutenberg
(4 de junho de 1889 — 25 de janeiro 1960)
Foi um sismólogo alemão, um dos
criadores da Escala Richter.
Em 1912, Beno Gutenberg verificou
que para cada sismo, existe uma zona
da superfície terrestre onde não são
registadas ondas sísmicas diretas.
Comportamento das Ondas Sísmicas a partir dos 2900 Km
Zona de Sombra
• Parte da superfície do globo terrestre que não recebe
ondas P e S diretas provenientes do foco do sismo.
• Qualquer que seja a sua origem, a zona sombra das onda P
situa-se entre 103°e 143°, ou seja, a uma distância
compreendida entre 11500 km e 14500 km.
• As ondas S deixam de se propagar abaixo dos 2900 km,
com uma zona de sombra sísmica dos 103° aos 180° de
distância epicentral.
A zona de sombra está diretamente relacionada com as propriedades
elásticas dos materiais que estas atravessam: densidade,
incompressibilidade (resistência à deformação) e rigidez.
Descontinuidade de Gutenberg
(2900 km)
Limite abaixo do qual as ondas S não se propagam e as ondas P
diminuem de velocidade.
Evidencia uma alteração das propriedades dos materiais que constituem
o interior da Terra.
Descontinuidade de Gutenberg
o Superfície que separa a base do manto inferior do núcleo externo.
o Está situada a 2900 km de profundidade.
o Corresponde a uma mudança na composição química e no estado físico:
Manto – constituído por materiais rochosos sólidos e com densidades
compreendidas entre 4,5 e 6.
As ondas P e S atravessam esta região.
Núcleo Externo – constituído por materiais metálicos (ferro e níquel) no estado líquido.
Densidades compreendidas entre 9,8 e 12.
Somente as ondas P o atravessam.
Exercícios pág. 147
Núcleo
interno
Núcleo Descontinuidade
externo de Lehmann
Descontinuidade de Lehmann
• Separa o núcleo externo do núcleo interno.
• Descoberta pela cientista Lehmann, ao verificar
que ondas P eram refletidas ao passarem para o
núcleo interno e que a sua velocidade aumentava.
Comportamento das ondas sísmicas a partir dos 5100 Km
Inge Lehmann
(1888 – 1993)
Sismóloga dinamarquesa
• Lehmann verificou que algumas ondas P eram registadas na zona de sombra. (Devido à
reflexão das ondas aos 5100 Km estas podem emergir na zona de sombra.)
• Também verificou um aumento na velocidade de propagação das ondas P a partir dos
5100Km, pelo que terá de existir uma camada sólida.
Existência de um núcleo interno sólido até o centro da Terra.
• A propagação de ondas S no núcleo interno apoia a hipótese de esta zona da geosfera se
encontrar no estado sólido, dado que estas ondas apenas se propagam nestes meios.
• Aos 5150 km de profundidade, parte da energia das ondas P refratar-se-á, para o núcleo
interno, sob a forma de ondas S.
• Estas ondas são de fraca amplitude, o que sempre dificultou a sua identificação nos
sismogramas.
Descontinuidade de Lehmann
o Superfície que separa a base do núcleo externo do núcleo interno;
o Está situada a 5150 km de profundidade;
o Corresponde a uma mudança no estado físico:
o núcleo externo líquido apresenta uma composição química semelhante ao núcleo interno.
No entanto, o núcleo interno encontra-se no estado sólido.
As ondas P voltam a aumentar de velocidade.
O estudo da propagação das ondas sísmicas revelou que:
• As ondas sísmicas são registadas em estações sismográficas distantes
do epicentro num espaço de tempo menor do que o esperado;
• Quanto maior é a distância epicentral, maior é a diferença
entre o tempo de chegada das ondas sísmicas e o tempo
esperado para a sua chegada;
• A velocidade das ondas sísmicas aumenta com a profundidade;
• As ondas sísmicas propagam‐se mais lentamente nas rochas mais
quentes e menos rígidas;
• As ondas S não se propagam em meios líquidos, enquanto que as ondas P diminuem a
sua velocidade;
• A velocidade das ondas sísmicas diminui com o aumento da densidade;
• A velocidade das ondas sísmicas aumenta com a profundidade, pelo que a rigidez (com a
profundidade) aumenta mais do que a densidade;
• As ondas sísmicas podem sofrer desvios, durante o seu percurso, ou serem absorvidas, o que
revela a existência de meios de composição diferentes (a Terra é heterogénea);
• Existem superfícies de descontinuidade reveladas pela modificação do comportamento das
ondas sísmicas.
Camada D
0s geofísicos admitem que a
camada D:
é a chave para compreender o
dinamismo interno da Terra;
é a fonte das plumas térmicas;
tem zonas mais frias que
correspondem à chegada das
placas litosféricas que
mergulham nas zonas de
subducção.