Inventário de Crenças para Supervisão Pedagógica

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Supervisão Pedagógica

A orientação e a avaliação no ciclo da supervisão

Trabalho de Grupo

Janeiro/2024

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 4

METODOLOGIA............................................................................................................. 5

TRATAMENTO DOS DADOS ....................................................................................... 6

Atitudes para com os alunos ......................................................................................... 6

Atitudes para com o ensino ........................................................................................... 7

Atitudes para com as finalidades educativas ................................................................ 8

BIBLIOGRAFIA: ............................................................................................................. 9

ANEXOS ........................................................................................................................ 11

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ÍNDICE DE FIGURAS

1- Gráfico de Atitudes para com os Aluno ....................................................................... 6


2 - Gráfico das Atitudes para com o Ensino ..................................................................... 7
3 - Gráfico das Atitudes para com as Finalidades Educativas .......................................... 8

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Relatório da análise crítica dos resultados obtidos na aplicação
de um inventário de crenças em supervisão pedagógica

INTRODUÇÃO

Este relatório apresenta não só uma compilação de dados, mas um estudo quanto às
crenças que moldam e influenciam a prática de supervisão na educação.

O desafio proposto levou a um processo, onde, com base em literatura existente, se


procurou entender não apenas a significância dos números e respostas, mas também o
que está por trás de cada perceção e a maneira como essas crenças influenciam
diretamente a dinâmica pedagógica. Sendo o território educacional muitas vezes
subjetivo, é possível visualizar um entrelaçar entre convicções individuais e práticas
coletivas.

Como afirma Moreira (2015) “as práticas de supervisão necessitam expressar uma visão
mais clara para a qualidade da educação e para o papel das escolas e dos professores”
(p.53). Assim, podemos considerar que a supervisão pedagógica desempenha um papel
fundamental na promoção da qualidade educacional, não se limitando à observação
superficial. Profundamente enraizada nas crenças e valores que guiam as escolhas e
decisões dos supervisores. O inventário de crenças pretende desvendar complexidades
subjacentes, procurando compreender a forma como as convicções moldam, não apenas
a supervisão em si, mas também o ambiente de aprendizagem.

No relatório desenvolvido, estão partilhados os insights obtidos, onde destacamos não


apenas as descobertas empíricas, mas também as reflexões críticas sobre o que esses
resultados podem significar para a melhoria contínua da ação de supervisão pedagógica.
Reforçando a afirmação de Santos e Brandão (2008) “(…) salientamos a reflexão como
uma base fundamental ao processo de supervisão.” (p. 89)

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METODOLOGIA

Recorreu-se à utilização de questionários com base no inventário de crenças de Reiman


e Thies-Sprint-Hall (1998 citado em Trindade, 2007, p.123)

A nossa amostra foi recolhida de forma aleatória, entre colegas professores de diferentes
instituições. Optando por uma abordagem abrangente no que respeita à instituição, ciclo
de ensino, anos de profissão, etc, consideramos que facilita a representação de
diferentes contextos educacionais, garantindo maior variedade de perspetivas,
enriquecendo assim nossa compreensão das crenças prevalentes na supervisão
pedagógica e a abrangência reflexiva.

O inventário foi realizado de forma cuidadosa e ética, garantindo a confidencialidade


facilitadora de respostas genuínas. Ao focarmo-nos no inventário de crenças de Reiman
e Thies-Sprint-Hall, é possível avaliarmos dados quantitativos e obter uma visão
qualitativa do panorama, contudo sentimos que teria sido mais enriquecedor a inclusão
de narrativas qualitativas de forma a capturar a riqueza existente nas experiências
individuais de cada profissional.

Para a análise dos dados recorreu-se a métodos de abordagens quantitativas e


qualitativas. Foram explorados os padrões, diferenças significativas e igualdades que
ajudaram a identificar as crenças mais presentes na supervisão pedagógica.

Na reflexão desenvolvida ao longo da análise, procurou-se contextualização teórica


sólida, referenciando teorias de aprendizagem, de liderança pedagógica e teorias
desenvolvidas na área da psicologia da educação de forma a interpretar os resultados
holisticamente.

Paralelamente à análise dos dados, trabalhámos a reflexão crítica dos dados recolhidos.
Foram questionadas várias hipóteses, examinadas possíveis variáveis e procurámos
fundamentar robustamente as conclusões alcançadas, garantindo assim uma abordagem
focada e objetiva.

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TRATAMENTO DOS DADOS

Após o preenchimento dos questionários, procedeu-se ao tratamento de dados de forma


a permitir o cruzamento quantitativo da informação recolhida.

Atitudes para com os alunos

Nos resultados obtidos em relação às atitudes para com os alunos, verificou-se uma
forte crença nos descritores 1 e 3 sendo estes considerados Muito Importantes por quase
todos os inquiridos, num total de 85%. No descritor 4 os resultados obtidos são de 60%
à atribuição do valor Importante quanto às evidências inequívocas na avaliação dos
alunos, estando os restantes 40% distribuídos da seguinte forma, 25% consideram Muito
Importante e 15% Sem Grande Importância. O descritor 2 aparece distribuído de forma
mais homogénea, 30% Considera Muito Importante, 30% Importante e 40% Sem
Grande Importância.

Figura 1
1- Gráfico de Atitudes para com os Aluno

Nota: Parte do inventário de crenças elaborado

Martinez (2009) aborda no seu trabalho a importância de conhecer o aluno,


possibilitando compreender a sua condição individual, permitindo o desenvolvimento de
ações educativas diferenciadas que considerem as condições do aluno, o seu contexto e
forma de processar a aprendizagem. É assim de salientar que os indicadores obtidos
revelam uma forte tendência à crença de que o professor deve conhecer as necessidades
do aluno, deve estimular o seu comprometimento com o processo de aprendizagem,
contudo há a evidência de que os professores divergem na abordagem de que uma

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melhor aprendizagem é estimulada por maiores níveis de exigência, embora de forma
construtiva. Verificou-se alguma fragilidade quanto à importância dos indicadores
avaliativos apresentarem evidências inequívocas, considerando que a avaliação do aluno
é o que reflete a sua aprendizagem Pinto (2016) atribui à avaliação uma utilização “(...)
como instrumento e meio de certificar através de uma verificação/medição do que cada
um sabe, ou melhor da determinação do lugar que cada um ocupa na hierarquia da posse
desse saber, ou seja, da excelência escolar.”

Atitudes para com o ensino


De acordo com o conjunto de crenças avaliado nos questionários, 75% das respostas ao
descritor 1 revelam o valor de Importância no cumprimento protocolar de atividades. A
necessidade de diversificar os métodos de ensino das atividades é considerada
Importante em 70% das respostas, e, Muito Importante em 30%. Os descritores 7 e 8
apresentam valores elevados de crença quanto à sua importância. Referente à
valorização não só de competências, mas também do conhecimento, os dados revelam
que 60% dos professores consideram a questão Muito Importante e 40% Importante. No
descritor 8, 85% das respostas assumem-no como Muito Importante.

Figura 2
2 - Gráfico das Atitudes para com o Ensino

Nota: Parte do inventário de crenças elaborado

Os resultados desta secção do questionário, demonstram níveis elevados de crença


quanto à Importância ou Muita Importância dos descritores, apresentados. Tavares et al.
(2003) afirmam que “a investigação em psicologia educacional continua a relacionar
positivamente a aprendizagem e o sucesso académico com a utilização de estratégias
eficientes de estudo.” (p.475). Também Casanova (2015) identifica uma aparente

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importância na relação entre o que o professor conhece dos processos cognitivos,
metacognitivos e afetivos do aluno na influência da promoção de estratégias que se
traduzam em mais e melhores aprendizagens.
Mota e Pereira (s.d.), afirmam que métodos que permitam a descoberta não só ensinam
na resolução dos problemas da vida prática, como também permitem uma compreensão
estrutural que é fundamental à construção do conhecimento, possibilitando assim uma
economia do espaço de memória, e uma aprendizagem mais ampla e total.

Atitudes para com as finalidades educativas


Através do gráfico abaixo representado, é possível identificar alguma variância nas
crenças, mas apresentando-se sempre os critérios entre o Muito Importante e
Importante. No descritor 9, deparamo-nos com um resultado de Muita Importância na
totalidade dos inquiridos, ou seja 100% da amostra, já no 10º descritor os critérios
dividem-se com 65% a considerá-lo Muito Importante e 35% Importante. 70% das
respostas ao descritor 11 consideram essa ação Muito Importante e 30% Importante.

Figura 3
3 - Gráfico das Atitudes para com as Finalidades Educativas

Nota: Parte do inventário de crenças elaborado

Coutinho e Lisbôa ( 2011) exploram o desafio de que “O que a escola precisa é oferecer
problemas complexos para aos alunos, com a finalidade de desenvolver seus processos
cognitivos superiores através de estratégias de tentativa e erro e, também, da
colaboração com os colegas”(p.16)
No seu livro Freire (1967) clarifica a emergência de uma aprendizagem significativa e
da necessidade de mudanças políticas, considerando mesmo que uma visão mais livre
da pedagogia “É a matriz que atribui sentido a uma prática educativa que só pode

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alcançar efetividade e eficácia na medida da participação livre e crítica dos educandos”
(p.4)

Neste estudo observamos uma forte crença nas afirmações dos autores referidos, os
professores inquiridos consideram que os 3 descritores apontam para questões de
importância relevante na sua aplicabilidade educativa.

Concluímos que é de relevante importância a monitorização dos processos educativos,


assim como a compreensão mais aprofundada as crenças dos docentes que,
naturalmente influenciam as práticas pedagógicas, pois através dessa ação, é possível
uma abordagem eficaz tanto as competências e desenvolvimento profissional, como na
potenciação de uma melhoria continua da educação.

BIBLIOGRAFIA:

Casanova, M. P. S. M. (2015). A Avaliação como Promoção da Aprendizagem dos


Alunos. in T. Estrela et al. Atas do XXII Congresso da AFIRSE: Diversidade e
Complexidade da Avaliação em Educação e Formação (pp.1282-1290). Educa/Afirse.
https://comum.rcaap.pt/handle/10400.26/11127

Coutinho, C., & Lisbôa, E. (2011). Sociedade da informação, do conhecimento e da


aprendizagem: desafios para educação no século XXI. Revista de Educação, 18 (1), 5-
22.
https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/14854/1/Revista_Educa%C3%A7
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educação brasileira. ABRAPEE 13 (1), 169-177.
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/pee/v13n1/v13n1a20.pdf

Moreira, M. A. (2015). A supervisão pedagógica como prática de transformação: O


lugar das narrativas profissionais. Revista Eletrônica de Educação, 9 (3), 48-63.
https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/40305/1/1380-7746-1-PB.pdf

Mota, M. S. G., & Pereira, F. E. L (s.d.). Processo de construção do conhecimento e


desenvolvimento mental do indivíduo. Secretaria de Educação Profissional e

9
Tecnológica. Ministério da Educação.
http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_desenvolvimento.pdf

Freire, P. (1967). Educação Como Prática da Liberdade. Editôra Paz e Terra Ltda.
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Santos, M. A., & Brandão, M. I. S. (2008). A supervisão pedagógica numa articulação


entre a preparação do educador, a formação do aluno e a qualidade da educação das
crianças – A função da escala de empenhamento do adulto na concretização deste
processo. 79-105.
http://repositorio.esepf.pt/bitstream/20.500.11796/946/2/Cad_7SupervisaoPedagogica.p
df

Tavares, J., Bessa, J., Almeida, L. S., Medeiros, M. T., Peixoto, E., Ferreira, J. A.
(2003). Atitudes e estratégias de aprendizagem em estudantes do Ensino Superior:
Estudo na Universidade dos Açores. Análise Psicológica, 4 (21), 475-484. ISPA.
https://scholar.google.nl/citations?view_op=view_citation&hl=nl&user=CCC-
A6gAAAAJ&citation_for_view=CCC-A6gAAAAJ:8k81kl-MbHgC

Trindade, V. M. (2007). Práticas de Formação - Métodos e técnicas de Observação,


Orientação e Avaliação (em Supervisão), 79-130.
https://elearning.uab.pt/pluginfile.php/3052075/mod_resource/content/4/CAPIV.pdf

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