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Drenagem Pluvial

Este documento descreve os passos iniciais para preparar um projeto de drenagem pluvial, incluindo a identificação da área do projeto no Google Earth, visita ao local, obtenção de dados topográficos e do projeto urbanístico. Também discute o uso do software ExpGE para exportar desenhos do AutoCAD para o Google Earth.

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João Siqueira
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Drenagem Pluvial

Este documento descreve os passos iniciais para preparar um projeto de drenagem pluvial, incluindo a identificação da área do projeto no Google Earth, visita ao local, obtenção de dados topográficos e do projeto urbanístico. Também discute o uso do software ExpGE para exportar desenhos do AutoCAD para o Google Earth.

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Sumário

1.0 PREPARAÇÃO DO PROJETO .......................................................................................................... 2


2.0 LANÇAMENTO DO LAYOUT DA REDE DE DRENAGEM.................................................................. 15

MODELOS HIDROLÓGICOS

1
1.0 PREPARAÇÃO DO PROJETO
Para que o projeto de drenagem pluvial possa ser de fato elaborado com o lançamento do layout das
redes coletoras, das estruturas de detenção tais como bacias e reservatórios e o respectivo
dimensionamento das mesmas, algumas etapas tanto de escritório quanto de campo precisam ser
cumpridas antes do início do dimensionamento, a saber:
 Identificação da área de projeto no Google Earth® ou imagens de satélites, possíveis interferências
já construídas, e corpos hídricos para definição do(s) ponto(s) de lançamentos;
 Visita de campo para identificação das peculiaridades do local do projeto, tais como caimento,
tipo de solo e a confirmação do(s) possíve(l)(is) ponto(s) de lançamento(s) já identificado(s) no
Google Earth® anteriormente;
 Fornecimento do projeto urbanístico – URB em caso de novos parcelamentos de solo ou obter a
URB das plantas SIRGAS/SICAD – Sistema Cartográfico do Distrito Federal de 2009;
 Preparação do arquivo de template base do projeto; e
 Fornecimento da topografia em arquivo dwg com curva de nível, ou nuvem de pontos que nos
permita gerar um MDT-Modelo Digital do Terreno, também conhecida no AutoCad Civil® como
Surface, traduzindo para o português, Superfície.
1.1 IDENTIFICAÇÃO DA ÁREA DE PROJETO
A primeira etapa a ser concluída para o desenvolvimento de um projeto consiste na identificação da área
ou poligonal do projeto no software Google Earth®.
De posse do projeto urbanístico com o seu endereçamento e desde que o mesmo esteja no sistema
cartográfico SIRGAS adotado pelo IBGE desde 2009 e aqui no DF desde 2011, é possível tentar localizar no
Google Earth® a poligonal do projeto e delimitá-la utilizando a ferramenta Add Polygon do Programa
conforme pode ser visto na Figura 1-1 a seguir.

Figura 1-1 - Ferramenta do Google Earth® para traçar a poligonal do projeto

O que esta ferramenta possibilita é traçar um polígono em cima de pontos que você definir na imagem.
Ela permite na aba Style, Color configurar a cor e espessura da linha de contorno da poligonal bem como
a cor e a transparência (opacity) sobre a área na qual foi traçada a poligonal. Para que fique bem visível a
área do projeto recomenda-se uma transparência da ordem de 30 – 40%. A Figura 1-2 apresenta a
identificação da poligonal de um projeto.
A última aba Measurements permite calcular o perímetro em metros e a área em hectares da poligonal.
É de fundamental importância a identificação da poligonal do projeto no Google Earth® uma vez que é
possível visualizar a área do projeto em relação as interferências já existentes como edificações, ruas,

2
linhas de transmissão ou quaisquer outros obstáculos que possam interferir com o sistema a ser projetado
e mais importante, a seleção dos possíveis corpos receptores tais como rios e córregos.

Figura 1-2 - Poligonal de uma área de projeto traçada no Google Earth®

Essa visão espacial permite conhecer a topografia do terreno e identificar seus respectivos caimentos,
basta para isso estar com a camada terreno habilitada na aba layers conforme pode ser visto na Figura
1-3 a seguir.

Figura 1-3 - Camada Terreno habilitada na aba Layers do Google Earth®

3
Com essa camada habilitada é possível, ao passar o mouse sobre a imagem, identificar no canto inferior
direito do programa, a elevação do terreno em ft - feets ou m - metros. Para configurar para metro, basta
ir ao menu Tools/Options e na aba 3D View no quadro Units of measurement selecionar a opção Meters,
Kilometers.
Uma outra ferramenta muito útil para a visualização do caimento do terreno é o traçado de um perfil a
partir de uma linha desenhada sobre a imagem do Google Earth®.
Para isso é necessário primeiro traçar uma linha sobre a imagem a partir da ferramenta Add Path
conforme pode ser visto na Figura 1-4 a seguir.

Figura 1-4 - Ferramenta Add Path para o traçado de uma linha

Depois de traçada a linha, com o botão direito do mouse, no menu Places, sobre o nome da linha traçada,
selecionar a ferramenta Show Elevation Profile conforme pode ser visto na Figura 1-5 a seguir.

Figura 1-5 - Opção Show Elevation Profile da linha traçada no menu Places

Esta ferramenta apresenta o perfil do terreno sobre a linha traçada, a medida que você desloca o cursor
sobre o perfil além de mostrar a elevação (cota) e o comprimento ainda é mostrada a localização do ponto
do perfil na imagem. O perfil ainda traz informações relevantes como a elevação (cota) mínima, média e
máxima do perfil, o comprimento total e a declividade média em %.
A Figura 1-6 a seguir apresenta o resultado da ferramenta Show Elevation Profile.

4
Figura 1-6 - Resultado da ferramenta Show Elevation Profile

1.2 O SOFTWARE ExpGE®


Existe um software comercial, o ExpGE®, que permite a exportação dos desenhos em dwg para o Google
Earth®.
Uma rápida busca pela Internet pelo nome do software localiza a página de compra do autor. Nessa página
existe a opção de download de uma versão Demo do Programa com algumas limitações como o número
de layers para testes.
Ele não é um software caro, pelo contrário, pela sua funcionalidade e facilidade para a exportação do dwg
para o Programa justifica a sua compra e utilização, até porque apresentar o seu projeto sobre as imagens
do Google Earth®, causam uma excelente impressão ao cliente.
Sua utilização é simples, já que ele roda dentro do próprio AutoCad Civil® podendo ser acionado na aba
de menus do Programa ou a partir do comando expge na barra de comandos do AutoCad Civil®, figura
1-7.
Para que a exportação tenha sucesso, é fundamental ter conhecimento de qual base cartográfica foi
utilizada na elaboração do desenho dwg uma vez que o ExpGE® permite selecionar entre algumas opções
disponíveis, a saber:
 WGS84 É composta por um sistema de coordenadas para a Terra, uma superfície de referência
esferoidal padrão (a base ou elipsoide de referência) para dados de altitude, e uma superfície
gravitacional equipotencial (o geoide) que define o nível médio do mar.
 ED50 ED 50 (European Datum 1950) é um datum geodésico definido após a Segunda Guerra
Mundial com vista à interligação das redes geodésicas internacionais. O ED50 é baseado na
Elipsoide Internacional de 1924 (Elipsoide de 1909), que se baseia num raio do equador de

5
6378.388 km, achatada na proporção de 1:297, e que era vastamente utilizado até aos
anos 1980 em todo o mundo, até ao aparecimento e a introdução do GRS80 e WGS84.
 CÓRREGO ALEGRE A escolha do vértice Córrego para ponto datum, bem como, do elipsoide
internacional de Hayford para superfície matemática de referência, foram baseadas em
determinações astronômicas realizadas na implantação da cadeia de triangulação em Santa
Catarina em 1949. O córrego Alegre foi o primeiro sistema cartográfico oficial do Brasil.
 ASTRO CHUÁ PY O Datum Astro Chuá tinha como origem o vértice Chuá, com elipsoide de
referência o de Hayford e foi estabelecido com o propósito de ser um ensaio ou referência para a
definição do SAD 69, ou seja, ele existiu entre o Córrego Alegre e o SAD 69
 SAD69 O South American Datum (SAD) é o sistema de referência geodésico regional para a
América do Sul e define um formato para a terra para uso na geodesia e em navegação. Sua
orientação é topocêntrica, ou seja, o ponto de origem e orientação está na superfície terrestre.
Em 2000 foi substituído no Brasil pelo SIRGAS 2000, sendo oficializado através de portaria do IBGE
em 2005.
 SIRGAS 2000 (Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas 2000) é o novo sistema
cartográfico oficial para o Brasil e utilizado oficialmente a partir de 2011 em Brasília e em
definitivo no resto do Brasil, a partir de 2015, já que a sua publicação pela resolução do IBGE de
2005 dava 10 anos para a sua utilização como definitivo.
Atualmente o SIRGAS 2000 é o sistema cartográfico vigente no Brasil, logo é provável que seu desenho
esteja neste sistema, caso contrário, ele pode servir, apenas, para você exportar para o Google Earth® e
localizar a poligonal do projeto, mas nunca poderá desenvolver o projeto sobre este desenho. Neste caso,
você deverá contatar seu cliente e solicitar que a sua base de projeto, normalmente o projeto urbanístico,
seja fornecida em SIRGAS 2000.

Figura 1-7 - Programa ExpGE® dentro do AutoCad Civil®

6
Após a identificação da base cartográfica do desenho, e acionado o comando expge, seja digitando na
barra de comando do Autocad Civil® ou por meio do menu, seleciona-se o desenho que se deseja exportar
para o Google Earth® selecionando o mesmo com o botão esquerdo do mouse e dando enter.
Feito isso, abre-se a tela apresentada na Figura 1-8 a seguir.

Figura 1-8 - Tela de abertura para a exportação no Programa ExpGE®

Clica apenas no botão da interrogação para que seja apresentada a tela da Figura 1-9.
Para configurar corretamente a exportação, Figura 1-10, primeiro clica com o mouse no desenho sobre o
meridiano correspondente, que no caso de Brasília, normalmente, é o 23, algumas vezes podendo ser o
22. Ao fazer isso a zona 23 é selecionada e por fim seleciona-se a projeção cartográfica no Reference,
normalmente SIRGAS 2000.
Feito isso o software levará um tempo para gerar o arquivo kml nativo do Google Earth® e abrirá uma tela
para salvar esse arquivo. Normalmente selecione a mesma pasta do projeto, apenas nomeando o arquivo
como KMZ ou KML.
Depois de feito isto ele abrirá o Google Earth® e apresentará a URB inserido no mapa conforme pode ser
visto na Figura 1-10.

7
1

2 3

Figura 1-9 - Tela de configuração da linha correspondente ao meridiano do projeto para a exportação

Figura 1-10 - Resultado da exportação para o Google Earth® pelo Programa ExpGE®

8
1.3 PREPARAÇÃO DO ARQUIVO DE TEMPLATE DO PROJETO

1.4 PREPARAÇÃO DA SURFACE DE PROJETO


Surface de projeto corresponde a superfície do terreno, levantada topograficamente, na qual será
elaborado o projeto.
Nessa superfície, o Autocad Civil® consegue automaticamente, em qualquer ponto dela, determinar a cota
altimétrica do terreno por meio da interpolação seja de curvas de nível, seja de pontos cotados.
Antes de continuar é importante destacar os conceitos de altitude e altura, pois ambos estão relacionados
a distância vertical do relevo, entretanto suas definições são distintas.
A altura de um determinado local leva em consideração a distância vertical de sua base de referência até
sua extremidade superior. Por exemplo, quando dizemos a altura do prédio temos como sua base de
referência a rua e a sua extremidade superior o teto.
Por sua vez a altitude refere-se a distância vertical em relação ao nível médio do mar (nível de zero metro).
Logo quando dizemos em um projeto a cota altimétrica, estamos nos referindo a distância vertical daquele
ponto em relação ao nível médio do mar.
A figura 1-11 a seguir, mostra de maneira clara a diferença entre esses dois conceitos.

Figura 1-11 - Diferença entre altitude e altura


Fonte da imagem: http://www.aventuraseco.com.br/

Em relação a topografia e as superfícies de projeto trabalhamos com o conceito de altimetria e não de


altura.
É importante salientar que a altimetria dentro do DF deverá situar-se entre a faixa de 800 a 1200 m, nunca
fora disso, caso sejam encontrados valores diferentes disso é provável que o levantamento topográfico
esteja incorreto, pois essa faixa de altimetria nada mais é do que a altitude em relação ao nível médio do
mar. O referencial de nível – RN adotado oficialmente no Brasil é o RN de Imbituba em SC.

9
Desta forma, como na imagem abaixo, uma montanha pode apresentar uma altura de 1000 metros
(distância vertical de sua base até seu topo), e altitude de 4000 metros (distância vertical no nível do mar
até seu topo). Note que a base desta montanha se localiza a 3000 metros de altitude.
Para a criação dessa superfície de projeto é necessário que se tenha a topografia da área do projeto. Essa
topografia pode ser fornecida tanto na forma de curvas de nível quanto de grupos de pontos, entretanto,
para que seja possível gerar a superfície a partir dessa topografia é fundamental que, seja nas curvas de
nível ou nos pontos, possuam cota altimétrica.
Para verificar se essa topografia atende à esta condição, é necessário clicar com o botão direito do mouse
sobre qualquer uma das curvas ou dos pontos e selecionar propriedades. Na caixa propriedades verificar
se existe a cota altimétrica no campo Elevation, figura 1-12.

Figura 1-12 - Caixa propriedade da curva ou do ponto, cota Elevation

Antes de criar a surface de projeto no Autocad Civil® recomenda-se primeiro que seja criada uma layer
específica para ela, devendo dar o nome de TERRENO NATURAL (quando a superfície for baseada, por
exemplo, nas curvas de nível do SICAD) OU TERRENO PROJETO (quando as curvas de nível foram
levantadas especificamente com topografia para o projeto).
Para criar a layer para a superfície vá em Layer Properties na aba Home do Civil figura 1-13.

Figura 1-13 - Layer Properties para criação de layer especíifca para a superfíce do terreno

Com a tela aberta clica no botão New Layer para a criação da nova layer, figura 1-14.
Basta dar um dos nomes sugeridos acima e configurar a cor que você deseja essa nova layer.

10
Figura 1-14 - Botão New Layer para a criação da nova layer para a superfície do projeto

Para a criação da superfície de projeto clicar com o botão direito na Toolspace no canto esquerdo da
tela no menu Surfaces e selecionar Create Surface, figura 1-15.

Figura 1-15 - Selecionar Create Surface no menu Surfaces na Toolspace

Após isso selecionar o nome da layer que foi criada no passo anterior para a criação da superfície e
digitar o nome da layer conforme mostrado na figura 1-16.

11
Figura 1-16 - Configuração para a criação da layer

Ao abrir o menu Surfaces é possível ver que a superfície de projeto foi criada, figura 1-17, entretanto
ainda é necessário adicionar a ela as curvas de nível ou o grupo de pontos.

Figura 1-17 - Superfície de projeto criada

Logo, para adicionar as curvas de nível recomenda-se isolar apenas as layers das curvas de nível, e da
superfície que foi criada.

12
Clica com o botão direito do mouse em cima da opção Contours e seleciona Add, uma caixa irá aparecer,
clique em OK e selecione com o botão esquerdo do mouse todas as curvas e aperte enter, figuras 1-18,
1-19 e 1-20.

Figura 1-18 – Primeiro seleciona na opção Coutors com o botão direito do mouse Add

Figura 1-19 - Tela de seleção das curvas, clicar em OK apenas

13
Figura 1-20 - Selecionar com o botão esquerdo do mouse todas as curvas de nível e pressionar enter

Após concluída esta operação e ligada todas as layers novamente você deverá ver a superfície de
projeto criada como um contorno, figura 1-21, ao redor das curvas de nível, logo qualquer ponto
selecionado dentro desse contorno o Autocad Civil será capaz de calcular a sua cota altimétrica.

Figura 1-21 - O contorno verde corresponde a superfície de projeto criada

14
2.0 LANÇAMENTO DO LAYOUT DA REDE DE DRENAGEM
2.1
2.2 Traçado da rede de drenagem
Esta etapa do projeto serve para definir o caminhamento das redes coletoras de drenagem ao longo das
ruas urbanas até seus pontos de lançamento nas bacias de detenção ou o lançamento final nos corpos
receptores.

Isto facilitará a próxima etapa que é o desenho da rede com a ferramenta Pipe Network do Autocad Civil®.

O traçado do layout da rede de drenagem deve ser feito sempre no sentido do caimento do terreno, logo
as curvas de nível deverão estar sempre ligadas durante esta etapa do projeto.

Algumas regras devem ser seguidas durante este traçado, a saber:

 Extensão máxima de 60 m entre poços de visita da rede coletora (captação com bocas de lobo);
 Extensão máxima de 100 m entre os poços de visita dos trechos de rede que não captam mais
água pluvial, normalmente, estes trechos correspondem aos ramais finais, próximos das bacias
de detenção ou dos corpos receptores;
 Procurar definir extensões entre PVs com valores inteiros (60.00, 55.00, 42.00 e etc.) e não com
nº decimais (55.60, 41.23, 22.11), pois isto facilitará a execução da obra posteriormente; e
 Nos cruzamentos de rede ou nas mudanças de ângulo, sempre acrescentar um PV. Em caso de
chegar mais de 3 redes no mesmo PV e sair 1, recomenda-se criar mais de um PV para dividir as
chegadas.

É recomendado a criação de layers separadas para alocar cada elemento da rede como os tubos da rede,
os Pvs, as bocas de lobo, os tubos de ligação entre as bocas de lobo e os PVs, os textos de cada um dos
elementos citados e as áreas de contribuição.

Para facilitar o trabalho já está pronto um desenho padrão em dwg com todos esses elementos e suas
respectivas layers. Para utilizá-lo basta copiar todo o conteúdo deste desenho e colar dentro do arquivo
do novo projeto em um local afastado da URB de tal forma que ao final do projeto este conjunto de blocos
possa ser deletado do desenho final.

15
DIMENSIONAMENTO DE BACIAS/RESERVATÓRIOS DE DETENÇÃO – MÉTODO DE PULS
As bacias de detenção correspondem a estruturas de lançamento intermediárias ou finais do
sistema de drenagem e elas podem ser classificadas aqui no DF em função da Resolução nº
09/2011 da ADASA em:
Bacias de detenção de quantidade – deter a onda de cheia quebrando a energia hidráulica da
água pluvial e regularizando a vazão.
Bacias de detenção de qualidade – promover a sedimentação do material em suspensão
melhorando a qualidade da água antes do lançamento no corpo receptor.
1º PASSO – PLANILHA ADASA

Na tabela VAZÃO NATURAL, entrar com o somatório das áreas de contribuição de todas as redes
que chegam nessa bacia.

Nas tabelas VOLUME QUANTIDADE e VOLUME QUALIDADE, entrar com o valor do coeficiente
de escoamento superficial do projeto (coluna 10 da Planilha Hidráulica) em % mesmo, por
exemplo:

C = 0.40 = 40%

C=0.70 = 70%

C = 0.15 = 15%

Feito isso as planilhas já calculam o volume das duas bacias, detenção e qualidade.

Nesse momento define-se se serão construídas as duas bacias separadas ou se seus volumes
serão somados em uma única bacia. Essa decisão é função da disponibilidade de área para a
construção das duas bacias ou apenas uma.

Definido isso, no desenho do projeto, no local da bacia, deverá ser definido qual a cota de
nivelamento do terreno no contorno de toda a bacia.

Para isso poderá ser necessário cortar e nivelar todo o terreno ao redor da bacia obrigando
muitas vezes a ter que construir um muro de arrimo na parede que foi criada pelo corte do
terreno ao lado da bacia.

Em seguida define-se as medidas comprimento x largura x profundidade da bacia de acordo com


a disponibilidade de área do local.

Procurar traçar o contorno da bacia seguindo paralelo as curvas de nível do terreno.

2º PASSO – PLANILHA TALUDE


16
O talude que normalmente é adotado para a inclinação das bacias de detenção é 1V:2H, ou seja,
para cada 1 metros de profundidade da bacia abre-se 2 metros para cada lado no topo da bacia.

2 2

1 1

Para representar o talude no desenho do projeto, no autocad, desenha-se um contorno usando


o comando offset com uma distância de 0.50 metros. Esse 0.50 corresponde exatamente a
divisão de 1/2 (o talude).

1.5 m
1.0 m
0.5m

FUNDO DA BACIA - 0m

Para cada 1 metro de profundidade da bacia, mais uma linha de offset deverá ser dada
contornando o fundo da bacia. Logo se a bacia tiver 1.5 metros de profundidade, serão criadas
mais três linhas ao redor do fundo da bacia, como é o caso do desenho acima.

Depois de traçado o contorno externo de todos os taludes da bacia deve-se preencher na tabela
do Talude os valores de perímetro e área para cada metro de profundidade, ou seja, para cada
nova linha criada. Para isso usa-se o comando LIST do autocad em cima de cada linha criada.

Bacia 1

17
Volume
Perímetro
Talude Altura Talude Área Volume1 Volume 2 Final
3.00 1 0.333 54.666 177.628 177.63 9.11 168.52
2 0.667 57.332 196.275 392.55 38.22 354.33
3 1.000 59.999 215.811 647.43 90.00 557.43
4 1.333 204.00 2432 9728.00 544.00 9184.00
5 1.667 510.46 9571.798 47858.99 2126.93 45732.07
6 2.000 516.75 10085.4 60512.41 3100.48 57411.94

3º PASSO – GERAR O HIDROGRAMA DE ENTRADA NA BACIA NO SOFTWARE ABC6

Abrir o programa ABC6 (ícone no desktop).

Desenhar primeiro os nós representando a rede e a bacia e depois alimentar a bacia com os dados
da planilha Lançamentos e calcular.

No menu superior, clicar no ícone do nó e criar dois nós.

18
No menu superior clique no ícone bacia e com o botão esquerdo do mouse clique no nó 1 e
depois no nó 2 para interligá-los.

Isso fará com que a bacia seja traçada entre os dois nós. Feito isso renomeie o nó 2 para a bacia
de detenção x e o ícone que representa a bacia no desenho para rede x, sendo x o nº da rede
que chega na bacia.

19
Clique duas vezes com o botão esquerdo no canto inferior esquerdo da barra inferior para
editar o intervalo de discretização da chuva. Esse intervalo corresponde ao mesmo intervalo
de tempo entre as linhas da planilha do routing. Normalmente é adotado o intervalo de 5 min.

Ao clicar em ok, aparecerá a mensagem de atualização, clicar em sim.

20
Clique uma vez com o botão esquerdo em cima do ícone da rede e selecione a opção dados da
bacia para iniciar o preenchimento das informações da bacia segundo a planilha de
lançamento.

A primeira coisa a ser preenchida é a área impermeável em % e a área diretamente conectada


também em %. Esse valor corresponde ao coeficiente de escoamento superficial adotado no
projeto o “c” (coluna 10 da planilha hidráulica). Só que esse valor deverá ser entrado no ABC
em %, ou seja, se o coeficiente c = 0,78 na planilha hidráulica no ABC será 78% nos dois campos.
Feito isso clique no botão Equações Empíricas.

21
No botão equações empíricas, preencher os campos das Variáveis segundo os dados da
planilha de lançamentos tais como comprimento do talvegue, área da bacia e diferença de
cotas. A declividade S é calculada automaticamente, logo não deve ser alterada. O campo
rugosidade de retardo, que é acionado pelo botão, Tabela rugosidade, permanece com o valor
de 0.0070 que equivale a asfalto muito liso, logo não deve ser alterado. Clique no botão e veja

Ao clicar no botão do Manning Composto n a tabela cima é apresentada selecionar sempre


para (n0)= asfalto, (n1)=pequeno e (n2)=pequeno. Os demais permanecem no default.

22
Selecionar a curva de intensidade duração e frequência de Brasília – IDF (chuva de projeto ou
ainda a chuva de Brasília) clicando no botão Curvas IDF.Entrar com a duração da chuva de 60
minutos e clicar em ok.

Ao fazer isso aparecerá a mensagem perguntando se deseja atualizar o coeficiente de redução


espacial para a nova duração. Clicar sempre em NÃO. Depois sair clicando em ok até fechar as
telas e voltar para a tela inicial de entrada dos dados da Bacia. A tela deverá ficar igual a figura
a seguir.

23
Por fim, entrar com o tempo de concentração da rede segundo a planilha de lançamento.

Clicar em SIM na mensagem que aparecerá quando for dado ok após o preenchimento do
tempo de concentração e mais uma vez em ok para fechar a tela das caraterísticas da bacia.

24
Se após clicar no botão calcular
o processo de cálculo der erro e
parar, é provável que exista um
ou mais nós soltos no desenho.
Entretanto os mesmos
encontram-se quase sempre no
canto inferior esquerdo da área
de desenho e para deletá-lo é
preciso mover a barra lateral
para baixo e para esquerda.
Clicar em cima do nó solto e
clicar no ícone da lixeira para
apagar.

Clicar em Calcular no menu superior do ABC e após concluído o cálculo clicar em ok na caixa.

Clique com o botão esquerdo do mouse sobre o ícone da rede x e selecione Resultados.

25
Ao aparecer essa figura, clique na aba esquerda Hidrograma com o botão esquerdo do mouse.

Veja os resultados na última coluna da tabela, Totais (m³/s). O maior valor dessa coluna deverá
ser igual a vazão de chegada da rede X na bacia projetada. Essa vazão de chegada pode ser
vista na planilha lançamentos ou na própria planilha hidráulica na coluna 20, na última linha
da rede projetada, que deverá corresponder ao trecho de chegada da rede na bacia projetada.
Caso o valor seja igual ou tenha ultrapassado só um pouquinho, clique com o botão esquerdo
do mouse sobre essa coluna e copie-a com o ctrl + c para colar na planilha do routing.

26
Caso o valor da coluna Totais esteja menor ou maior que o valor da vazão, deve-se editar
novamente o ícone da rede x, clicar em Equações Empíricas e no Campo das variáveis ajustar
o coeficiente CN aumentando-o aos poucos (no sentimento) e recalculando a rede novamente
até ajustar o valor da vazão da coluna Totais para que seja igual a vazão de chegada da rede
na bacia projetada. Repita esse processo até acertar.
Atenção especial ao tempo de concentração que deverá ser redigitado, pois toda vez que se
edita o botão Equações Empíricas e retorna a tela inicial de entrada de dados da bacia o ABC
altera o Tempo de Concentração.
Quando atingir o valor da vazão exata ou próximo dela, voltar para o quadro anterior.

3º PASSO – PLANILHA ROUTING BACIA X

A finalidade do cálculo do routing é demonstrar o funcionamento da bacia de detenção quanto


ao seu volume e sua cota do nível d’água no intervalo de tempo da discretização da chuva,
normalmente a cada 5 minutos, ou seja, o routing calcula, a cada 5 min após o início da chuva,
qual será o volume total e o nível d’água a cada 5 min. A bacia vai enchendo, já que o diâmetro
de saída da descarga de fundo é menor do que do diâmetro de entrada da rede até atingir a
maior cota/volume e então ela começa a esvaziar até secar. Cada linha da tabela do routing é
apresentado o volume e a cota do nível d’água da bacia a cada 5 minutos.

Logo após criar o hidrograma de projeto e após copiado a coluna TOTAIS (m³/s) com o ctrl+c
deve-se colar em uma coluna vazia qualquer do canto esquerdo da planilha do routing as vazões
do hidrograma para redigitá-las trocando os decimais de vírgula, que vem como default do ABC,
para ponto.

27
Colar usando a opção destacada
abaixo “Valores e Formatação de
Números (A)”

Precisa redigitar a vazão do hidrograma de entrada na bacia trocando o decimal de vírgula para
ponto antes de copiar esse valor para a tabela do routing.

Depois de pronto, copiar essa coluna redigitada e colar na coluna Qa (m³/s) da tabela do routing.

Colar os valores de vazão do hidrograma de entrada que você acabou de redigitar, na coluna Qa(m³/s)
da tabela do routing. Colar usando a opção “Valores e Formatação de Números (A)”do excel.

28
Preencher a tabela de entrada de dados da planilha do routing com os valores na seguinte ordem:

1
2

3
4
5

7 8
10
9

Preencher a tabela de entrada de dados do routing conforme acima.

1. Tempo de recorrência
a. TR=10 anos
b. TR=25 anos
c. TR=50 anos
2. Intervalo de tempo de acordo com o hidrograma da onda de cheia
a. Δ=5 minutos = 300 segundos
b. Δ=10 minutos = 600 segundos
c. Δ=15 minutos = 900 segundos
3. Cota do coroamento do Reservatório: buscar na coluna 6 da planilha hidráulica a cota
do terreno na chegada da bacia, corresponde a cota de terreno do contorno de toda
bacia
4. Cota da soleira do vertedor = cota da geratriz inferior do tubo de chegada da rede na
bacia de detenção. Corresponde a cota apresentada na coluna 29 da planilha hidráulica.
Se chegarem mais de uma rede na bacia, adota-se a cota da geratriz inferior do tubo
da rede que chega mais funda na bacia.
5. Cota de fundo da descarga = cota do fundo da bacia. Essa cota corresponde a subtração
da cota da soleira do vertedor com a profundidade útil da bacia digitada na tabela da
ADASA.
6. Tubulação de descarga de fundo em metros:
a. 1500 mm – 1.50 m

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b. 1200 mm – 1.20 m
c. 1000 mm – 1.0 m
d. 800 mm – 0.80 m
e. 600 mm – 0.60 m
f. 500 mm – 0.50 m
g. 400 mm – 0.40 m
h. 300 mm – 0.30 m
i. 200 mm – 0.20 m
j. 100 mm – 0.10 m
k. 50 mm – 0.050 m
l. 25 mm – 0.025 m
m. 10 mm – 0.010 m
n. Normalmente para descarga de fundo entra-se com tubos desde 100 mm 0.10 m
até tubos de 600 mm 0.60 m ou mais ou menos. Deve-se existir uma lógica para
que a descarga de fundo seja menos da metade do diâmetro do tubo de entrada
na bacia.
7. Comprimento da tabela da ADASA
8. Largura da tabela da ADASA
9. Volume útil da tabela da ADASA
10. Volume total da tabela de TALUDE

Para o volume total na tabela do routing, preencher a profundidade total da bacia na coluna Altura da
tabela do TALUDE que corresponde a Cota de coroamento do reservatório – Cota da Descarga de
fundo. No caso acima, a bacia 1 tem 2.61 m, e apontar a valor correspondente do volume total para
essa altura de 2.61, que no caso acima é 475.71.

Antes de iniciar o cálculo do routing, é importante corrigir e entender a tabela auxiliar.

Ela é composta da função auxiliar F2 (1º coluna) que auxilia no cálculo do volume (2º coluna) e
no cálculo da cota do nível d’água - (3º coluna) no intervalo de tempo da discretização da tabela
do routing, O tempo de discretização é aquele intervalo de tempo que você setou no ABC6 e na
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tabela do routing que será calculado o volume e a CNA da bacia, no presente caso, a cada 5
minutos.

VOLUME E COTA DO FUNDO DA BACIA

VOLUME E COTA COM 1 METRO DE ALTURA

VOLUME E COTA COM 2 METROS DE ALTURA

VOLUME E COTA COM 3 METROS DE ALTURA

VOLUME E COTA COM 4 METROS DE ALTURA

VOLUME E COTA COM 5 METROS DE ALTURA

VOLUME E COTA COM 6 METROS DE ALTURA

Logo, se a sua bacia terá apenas 1 metro de profundidade, o CNA nunca poderá ultrapassar o
valor da primeira cota de 1 metro em azul, pois nesse caso a sua bacia terá transbordado. Se a
sua bacia tiver 2 metros de profundidade, a cota nunca poderá ultrapassar a cota de 2 metros e
assim sucessivamente.

Antes de iniciar o cálculo do routing é necessário corrigir os campos em azul do volume para cada
metro da bacia de acordo com o Volume Total da tabela TALUDE, ou seja, o volume
correspondente a 1 metro da tabela auxiliar do routing deverá ser igualado ao Volume Total na
altura de 1 metro da tabela TALUDE assim como o volume de 2 metros da tabela do routing
deverá ser igualado ao Volume Total na altura de 2 metro da tabela TALUDE e assim
sucessivamente. Se a bacia só tiver 2.61 m de altura como é o caso da bacia do exemplo, deve-
se preencher até a altura de 3 m.

Após esse ajuste, pode iniciar o cálculo do routing.

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Na tabela da Função Auxiliar a direita da tabela do routing, na primeira célula em amarelo da
primeira coluna, aponta-se para o valor da coluna F2 da tabela do routing , para isso clica com o
botão esquerdo sobre a célula, digita o sinal de = e clica na célula do F2.

TABELA AUXILIAR
TABELA DO ROUTING

Aponta-se o valor de de F2 da tabela auxiliar com o F2 da tabela do routing.

Após isso os valores de volume e de cota serão automaticamente calculados pela Tabela Auxiliar
e os mesmos deverão ser digitados nas colunas Volume e CNA (cota do nível d’água) da tabela
do routing.

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1 2
1 2

Digitar nas colunas de Volume e CNA da tabela do routing os valores calculados pela tabela
auxiliar.

Repetir esse processo para cada nova linha de F2 da coluna F2 da tabela do routing, sempre
apontando para a célula da tabela auxiliar.

Quando o valor de F2 da tabela do routing ultrapassar o valor de F2 em azul da tabela auxiliar,


deve-se apontar esse valor de F2 maior da tabela do routing para a segunda célula em amarelo
de F2 da tabela auxiliar, pois isso quer dizer que o nível d’água na bacia ultrapassou 1 metro.

Continuar o processo de cálculo, se o valor de F2 da tabela do routing ultrapassar novamente o


F2 da tabela auxiliar, o nível d’água na bacia chegou agora a 2 metros, nesse caso, novamente
salta-se a linha para o próximo F2.

Mais uma vez, deve-se continuar esse processo até que o F2 atinja um valor máximo,
consequentemente maior volume e maior cota do nível d’água e a partir daí os valores de F2,
volume e cota vão diminuindo a cada nova linha calculada até esvaziar toda a bacia.

Quando o volume e a CNA da bacia atingir o seu máximo (maior valor) conferir se a vazão de
saída está menor ou igual a vazão natural da ADASA na tabela da ADASA. Caso a vazão de saída
da bacia seja maior do que a vazão natural da ADASA, é necessário diminuir o diâmetro do tubo
da descarga de fundo e reiniciar todo o processo do cálculo do routing desde o início.

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É importante lembrar que a medida que a bacia for esvaziando, o F2 calculado na tabela do
routing , que é apontado para a tabela auxiliar, também vai diminuir e o nível d’água (CNA) vai
baixando também, até que o valor de F2 seja menor os valores de 2 metros, 1 metro até zerar....
quando isso acontecer, a cada metro, deve-se sempre voltar o apontamento do F2 para a linha
da tabela auxiliar correspondente, ou seja, você começa apontando para a primeira célula em
amarelo do F2 da tabela auxiliar e vai mudando para cima da célula a medida que o nível d’água
vai ultrapassando cada metro, depois quando a bacia começa a esvaziar e o nível d’água diminuir,
você volta a mudar o F2 só que agora voltando para o início da tabela auxiliar.

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