Combate Incêndio Cbmerj
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Manual Básico de Bombeiro Militar
CAPÍTULO 10
TÉCNICA E MANEABILIDADE EM COMBATE A INCÊNDIO
Apesar dos nêutrons não possuírem carga, os mesmos possuem um papel de grande
relevância na estrutura do átomo como uma espécie de “estabilizador” do núcleo, já que na
natureza partículas de mesma carga se repelem entre sim, logo, sem os nêutrons, o núcleo não
seria estável, pois os prótons não conseguiriam manter, sozinhos, a estabilidade do núcleo do
átomo.
Elétron
Próton
Nêutron
A matéria pode se apresentar em três estados físicos – sólido, líquido e gasoso. Neste
momento faremos uma breve análise de cada um deles levando em conta três aspectos: a
força de ligação entre as moléculas, a forma e a compressibilidade. É de vital importância o
entendimento destes fatores já que os mesmos influenciam diretamente no desenvolvimento
do fenômeno da combustão.
No estado sólido existe uma força de interação relativamente muito forte entre as
moléculas, de forma que a compressibilidade torna-se quase inexistente e, por conseguinte,
quando a matéria encontra-se neste estado, sua forma é fixa. Temos como exemplo: o carvão,
o papel e a madeira.
Com este breve estudo podemos perceber que a matéria se comporta de formas
diferentes dependendo de alguns fatores, na tabela acima, por exemplo, temos um resumo
superficial, porém elucidativo de como o estado físico pode interferir sensivelmente neste
comportamento.
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O fogo pode ser definido com o resultado de uma reação química entre combustível e
comburente. A reação de combustão pode ser entendida como uma reação oxidante
exotérmica: oxidante por ser uma reação química que consome oxigênio (O2) e, exotérmica
porque libera calor durante a reação (DRYSDALE, 1998).
A esta regra sobre materiais orgânicos faz-se uma exceção ao carvão, em sua forma
mineral ou vegetal, pois a combustão no mesmo se processa através de uma reação superficial
com o oxigênio – incandescência.
Como dito anteriormente, a maior parte das reações de combustão se dão na fase
gasosa. Caso o combustível seja líquido ele evapora e, em contato com o oxigênio e com a
energia de ativação, ele se inflama. Na maior parte dos sólidos a combustão está relacionada
com a queima de gases (combustão flamejante) que se originam da destilação dos
constituintes voláteis do material sólido (pirólise).
O FENÔMENO DA COMBUSTÃO
Oxigênio
Combustível sólido
(comburente)
.
Chama Inicial Pirólise
Gases combustíveis
Mistura inflamável
Ignição
Reação de
Calor Chamas
combustão
Fig. – O fenômeno da combustão (Fonte: MELHADO, 1990)
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Para tanto se buscou uma forma didática para disseminar este conceito, daí foi criado
o triângulo do fogo, aproveitando a forma geométrica para a associação dos três elementos
básicos para a combustão. Como apresentado na figura 5.
Com o decorrer dos avanços científicos observou-se que além dos três fatores
anteriormente expostos, para a ocorrência da combustão era necessária a presença de um
quarto elemento: a reação em cadeia.
Com a reação química da combustão ocorre a formação de radicais livres que contém
uma elevada quantidade de energia e, desta forma, estes elementos reagem com outras
moléculas formando mais radicais livres e assim sucessivamente, de forma a expandir a
combustão.
A tabela 3 traz a informação das principais fontes de calor capazes de dar início a um
incêndio.
Aumento/Diminuição da Temperatura -
O aumento ou diminuição da temperatura
acontece em função do calor, que é uma
forma de energia transferida de um corpo
de maior temperatura para um de menor
temperatura. Este fenômeno desenvolve-
se com maior rapidez nos corpos
considerados bons condutores de calor e
mais lentamente nos corpos considerados
maus condutores.
Fig. – dilatação linear
Dilatação/Contração Térmica - É o
fenômeno pelo qual os corpos aumentam
ou diminuem suas dimensões conforme o
aumento ou diminuição de temperatura.
A dilatação/contração pode ser linear,
quando apenas uma dimensão tem
aumentos consideráveis; superficial,
quando duas dimensões têm aumentos
consideráveis; e volumétrica, quando as
três dimensões têm aumentos
Fig. – dilatação superficial consideráveis.
Faz-se necessário, ainda que neste momento de forma superficial, uma breve
explanação no sentido de alertar aos bombeiros militares quanto aos principais efeitos que a
combustão pode causar aos seres humanos.
ii) Dióxido de Carbono (CO2) – Gás predominantemente asfixiante que tem como
principal característica a capacidade de deslocar o oxigênio do ambiente,
diminuindo a concentração deste no local. Esse é mais um fator importante da
utilização de EPR autônomo, já que desta forma consumiremos um ar respirável
independente da atmosfera ambiente. Importante ressaltar neste momento que
Segundo WICKHAM ( 2003, apud CIPOLATTI, 2014), “o dióxido de carbono é tóxico,
causa danos e morte, interferindo nas funções do sistema nervoso central. Afirma
que este gás é letal em concentrações muito abaixo das utilizadas nos sistemas de
extinção de incêndios por inundação total, e apresenta, ainda, os efeitos da
exposição humana a diferentes concentrações e durações, destacando-se: 6% de
CO2, durante 1 a 2 minutos, causam distúrbios visuais e auditivos; 10 a 15% de CO2,
durante um minuto, causam tonturas, sonolência, espasmos musculares e
inconsciência, e; 17 a 30% de CO2, em menos de um minuto, causa perda de
coordenação motora, inconsciência, convulsões, podendo levar ao coma e à
morte”.
iii) Ácido Cianídrico (HCN) – É o gás mais tóxico contido na fumaça, quando inalado
pode levar o indivíduo a morte em poucos segundos, pois sua toxidade é vinte
vezes maior que a do monóxido de carbono. Após entrar no organismo o ácido
associa-se com a hemoglobina do sangue, impedindo que estas façam o transporte
de oxigênio, através das hemácias, para os tecidos do corpo, matando a pessoa por
asfixia química.
iv) Ácido Clorídrico – Forma-se nos incêndios em ambientes que contenham materiais
que possua cloro em sua composição, como o PVC. A inalação deste composto é
corrosiva para o trato respiratório superior e pode causar necrose do epitélio
bronquial, além de ser irritante para os olhos, membranas de mucosas e pele.
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Como pudemos perceber existe uma grande gama de perigos ocultos na fumaça
gerada em um incêndio e estes não podem ser percebidos utilizando apenas nossos sentidos,
portanto temos na utilização dos equipamentos de proteção individual (EPI) a única forma
segura de atuarmos. O EPI em si, especialmente nos primeiros contatos, pode dar a impressão
de ser um agente dificultador na execução do socorro, por eventualmente restringir a
movimentação, ou diminuir tato ou visibilidade, mas com o treinamento e a adaptação correta
percebe-se que é perfeitamente possível o desenvolvimento de todas as atividades de
bombeiro utilizando os equipamentos de proteção individual e que na verdade, não se pode
executar, de forma segura, qualquer atividade de socorro desprovido deles.
Abaixo será apresentada uma tabela contendo os efeitos dos principais gases
presentes na fumaça:
Na verdade, como alimento, o leite possui muitas qualidades, porém não há qualquer
tipo de estudo que comprove sua eficácia como desintoxicante, de forma que não deve ser
utilizado com este fim.
10.1.4.2. Comburente
Normalmente para uma atmosfera que possua menos de 15% de oxigênio, não mais
haverá chamas no local já que estas não perduram abaixo desta concentração. Importante
frisar que esta ausência de chamas se dá em função da diminuição do oxigênio e que o
ambiente, mesmo sem chamas, permanece extremamente aquecido, o que exige dos
bombeiros muita cautela no acesso a esses locais para prevenir a entrada de ar e, por
conseguinte de O2, o que poderia causar um fenômeno que estudaremos mais adiante
chamado Backdraft.
sódio, potássio, magnésio, etc.) queimam na presença de vapor d´água e o cobre na presença
do vapor de enxofre. O magnésio e o titânio, em particular e se finamente divididos, podem
queimar em uma atmosfera de gases normalmente inertes, como o dióxido de carbono e o
hidrogênio (ENB, 2006).
Observamos, portanto, que o estudo dos comburentes nos fornece informações que
demonstram a complexidade da atividade de combate a incêndio, tendo em vista termos
observado que mesmo materiais considerados inertes ou até mesmo agentes extintores de
incêndio, podem, em situações especiais, comportarem-se como iniciadores ou até mesmo
catalisadores do processo de combustão.
10.1.4.3. Combustíveis
Podemos entender combustível como sendo toda substância capaz de queimar,
servindo de campo de propagação do fogo. Para efeito prático, as substâncias foram divididas
em combustíveis e incombustíveis, tendo como parâmetro a temperatura de 1000 0C para essa
divisão. De forma que classificamos as substâncias combustíveis quando queimam a uma
temperatura de até 1000 0C, e as substâncias incombustíveis, acima de 1000 0C. Ressaltamos o
fato de que, teoricamente, todas as substâncias podem entrar em combustão (queimar).
Os combustíveis podem estar nos estados sólido, líquido e gasoso e cada um destes
estados apresenta propriedades físico-químicas bastante diferentes o que dificulta o
estabelecimento de regras de forma absoluta, porém algumas características podem ser
sistematizadas e estudadas, como veremos a seguir (ENB, 2006):
Condutividade térmica;
Estado de divisão;
Densidade;
Miscibilidade (líquidos);
Pontos notáveis da combustão; e
Tendência para liberar vapores (líquidos).
calor – como os metais. Esse fato se deve à acumulação de calor em uma pequena zona, no
caso dos materiais maus condutores, fazendo com que a temperatura local se eleve mais
facilmente e estes então liberem gases combustíveis que, em contato com a energia de
ativação, podem inflamar-se. Já nos bons condutores, o calor é distribuído por todo material,
fazendo com que a temperatura se eleve mais lentamente.
Outro fator importante com relação a esta característica das substâncias é a inércia
térmica que se traduz na capacidade de absorção térmica da superfície do elemento, ou seja,
quanto maior for a inércia térmica de um material, mais tempo ele leva para absorver o calor e
também para liberá-lo. Os materiais com elevada inércia térmica são desejáveis, desde que
não se ignizem ou se aqueçam rapidamente (GEWAIN et al.,2003).
O estado de divisão pode ser definido como sendo a área disponível para a queima,
quanto mais finamente dividido esteja um combustível mais facilmente entrará em
combustão, ou seja, quanto maior for sua relação superfície versus massa, mais facilidade terá
este matéria para entrar em ignição.
Podemos tomar como exemplo o caso do diesel que, caso esteja dentro de um
recipiente como um balde e dele aproximarmos a chama de um fósforo, o mesmo terá grande
dificuldade de alcançar a ignição – na maior parte das vezes não irá alcançá-la. Porém se for
atirado em forma de spray (particulado) para esta chama, o mesmo entrará em ignição com
facilidade.
Para demonstrar ainda mais a importância deste fator nas atividades de bombeiro,
dependendo do estado de divisão de um material, até mesmo aqueles considerados como
inofensivos quanto à possibilidade de entrar em ignição podem representar grande perigo, é o
caso, por exemplo, de um armazém de farinha de trigo que naturalmente terá uma certa
quantidade deste produto em suspensão no ambiente, por ser um pó e estar disperso no ar, a
farinha de trigo poderá tornar o ambiente explosivo, em função da grande relação superfície-
massa do material e da quantidade de mesmo disperso naquela atmosfera.
10.1.4.3.3. Densidade
A densidade de um material pode ser definida pelo quociente entre a massa de uma
determinada substância e o volume que ele ocupa. Por exemplo, a água no estado líquido a
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250C tem uma densidade aproximada de 1 g/mL, de forma que 1 kg de água ocupa o volume
de 1 litro.
O entendimento desta propriedade é fundamental tendo em vista que dependendo da
densidade de um material o mesmo vai apresentar determinados comportamentos. Vejamos o
exemplo da gasolina, que em seu estado líquido é menos denso que a água e, além disso, não
é solúvel em água flutuando assim em sua superfície, de forma que a extinção de incêndios
envolvendo gasolina e utilizando a água como agente extintor, poderá propagar o incêndio.
Esta propriedade é igualmente importante para os gases, temos como exemplos o gás
liquefeito de petróleo (GLP) e o gás natural veicular (GNV), o primeiro é mais denso que o ar,
de forma que no caso de vazamento, o mesmo irá se depositar nas partes inferiores do
ambiente que estiver ocupando. Já o GNV, que é menos denso que o ar, tenderá a se depositar
nas partes superiores do ambiente ou, se dissipará para a atmosfera, caso haja aberturas para
isso além de casos que o vazamento ocorra em locais abertos como postos de abastecimento.
10.1.4.3.4. Miscibilidade
A miscibilidade está relacionada à mistura de duas substâncias, caso elas sejam
insolúveis entre si teremos a formação de diferentes fases. Esta é uma propriedade de grande
importância, tendo em vista o fato de que a mistura de duas substâncias que individualmente
possam não apresentar um risco significativo, uma vez misturadas, pode resultar em um novo
composto extremamente perigoso.
É o caso da mistura do nitrato de amônia com o óleo diesel que, uma vez misturados,
potencializam seus riscos formando uma substância explosiva chamada ANFO – acrônimo do
inglês Ammonium Nitrate / Fuel Oil.
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1ª categoria – possuem ponto de fulgor inferior a 210C. Implica dizer que estas
substâncias liberam vapores a temperatura ambiente.
Ainda dentro deste contexto temos como assunto importante a classificação quanto
ao líquido inflamável e líquido combustível, neste manual adotaremos a definição dada pela
Norma Regulamentadora nº 20, do Ministério do Trabalho em Emprego:
i) Líquido inflamável – todo produto que possua ponto de fulgor inferior a 700C e
pressão de vapor absoluta que não exceda 2,8 kgf/cm, a 37,70C. A pressão de vapor
depende do líquido e das temperaturas (do líquido e do ambiente), quanto maior
for a pressão de vapor, mais volátil é o líquido.
ii) Líquido combustível – todo produto que possua ponto de fulgor igual ou superior a
700C e inferior a 93,30C.
Para haver combustão não basta apenas que uma quantidade qualquer de combustível
misturada ao comburente entre em contato com uma fonte de calor, na verdade essa mistura
deve conter uma porcentagem mínima ou máxima de combustível e essas quantidades são
definidas pelo limite inferior (LII) e superior de inflamabilidade (LSI).
A velocidade de uma combustão depende de vários fatores, sendo mais rápido tanto
quanto:
Quanto à velocidade, a combustão pode ser classificada em quatro tipos: lenta, viva,
deflagração ou explosão.
i) Lenta – Ocorre quando se produz uma temperatura inferior a 5000C, este tipo
de combustão não provoca liberação de energia luminosa. Ex.: oxidação de
metal, ferrugem, respiração, etc.
ii) Viva – Ocorre quando a reação química de oxidação libera energia luminosa
(fogo) e calor. A mistura dos gases inflamados com o ar dá origem à chama. A
velocidade da queima é sensivelmente menor que a da deflagração. Ex.:
Queima de materiais comuns diversos.
iii) Deflagração – É uma combustão muito rápida, porém inferior à velocidade do
som (340 m/s). Ex.: a queima de pólvora.
iv) Explosão – Nesse caso a combustão tem velocidade superior à velocidade do
som (340 m/s), para tanto a mistura deve se encontrar numa proporção
específica (mistura explosiva ou detonante) em determinado ambiente. Este
tipo de combustão provoca um aumento de temperatura ou pressão ou ambas
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iii) Calor – É a energia liberada pela combustão, que propicia o aumento de temperatura
e dá continuidade à combustão.
Visando obter maior eficiência nas ações de combate a incêndio, tornando-as mais
objetivas e seguras com o emprego do agente extintor correto, os incêndios foram
classificados de acordo com o material combustível neles envolvidos. Essa classificação foi
elaborada pela NFPA (National Fire Protection Association), uma associação norte-americana
que serve de referência para muitas instituições no mundo, e foi recepcionada pelo Corpo de
Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro.
10.2.1.1. Classe A
10.2.1.2. Classe B
10.2.1.3. Classe C
10.2.1.4. Classe D
10.2.1.5. Classe E
Esta é uma classificação usada na Europa e Oceania para definir a classe que contém o
incêndio em materiais radioativos.
Para o combate a esta classe nós adotamos as orientações contidas nas normas
emitidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). As orientações para o combate
prevêem a utilização de água, porém devem existir os mecanismos e estruturas capazes de
confinar este resíduo.
10.2.1.6. Classe K
Para que uma atividade desenvolvida possa ser corretamente analisada e melhorada, é
necessário que esta seja, dentro da medida do possível, medida através de indicadores. Pois
não basta que saibamos o número de incêndios para os quais os socorros tenham sido
acionados, precisa-se identificar também a proporção dos mesmos. Com esse intuito foi criada
a classificação dos incêndios quanto à proporção, de forma a nos orientar principalmente
quanto ao acionamento de recursos para a resposta aos sinistros. A seguir descreveremos cada
uma delas:
iii) Médio Incêndio: Evento em que a área atingida e a sua intensidade exigem a
utilização de meios e materiais equivalentes a um socorro básico de incêndio (que
conforme o Art. 62 da Lei 250/79 - Organização Básica é composto por: 01 Auto-
Bomba (AB) ou 01 Auto-Bomba para Inflamável (ABI), de 01 Auto-Bomba Tanque
(ABT) ou 01 Auto-Tanque (AT) e de 01 Auto-Busca e Salvamento (ABS)),
apresentando perigo iminente de propagação.
iv) Grande Incêndio: Evento cujas proporções apresentam uma propagação crescente,
necessitando do emprego efetivo de mais de um socorro básico para a sua
extinção.
v) Extraordinário: Incêndio oriundo de abalos sísmicos, vulcões, bombardeios e
similares, abrangendo quarteirões. Necessita para a sua extinção do emprego de
vários socorros de bombeiros, mais o apoio do Sistema de Defesa Civil.
É de enorme interesse para a Corporação saber a origem dos incêndios quer para fins
legais, quer para fins estatísticos e prevencionistas. Daí a importância de se preservar o local
do incêndio, procurando não destruir possíveis provas nas operações de combate e rescaldo.
Dessa forma, os peritos do CPPT (Centro de Prova e Perícias Técnicas) ou da perícia da Polícia
Judiciária poderão determinar com maior facilidade a causa do incêndio.
Esses fatos têm grande relevância na forma de propagação do incêndio, que pode
ocorrer de quatro formas, como vemos a seguir:
Condução
Convecção
Irradiação
É a transmissão do calor por meio de ondas caloríficas, sob a forma de radiação, que se
propagam em todas as direções através do espaço sem a necessidade de suporte material. A
intensidade com que os corpos são atingidos aumenta ou diminui, proporcionalmente, de
acordo com a distância do corpo e a fonte irradiadora. A irradiação, como luz, passa por corpos
transparentes como o vidro e fica bloqueada em corpos opacos como a parede. Ex: O calor
propagado de um prédio para outro sem ligação física.
Fig.: Irradiação
Projeção
Fig.: Projeção
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Também chamada de estágio de queima livre ou estável, é nela que o incêndio torna-se
mais forte, usando mais e mais oxigênio e combustível. Nessa fase, sua temperatura
continuará se elevando acima de 800 ºC, o que já foi provado em testes reais de incêndio em
ambientes fechados (KARLSSON e QUINTIERE, 1999).
Num incêndio ao ar livre, segue-se então a fase de declínio das chamas até se verificar a
extinção, por ausência de combustível.
a) Declínio das chamas (como num incêndio ao ar livre) – quando o espaço for ventilado e o
calor puder ser liberado para o exterior;
b) Flashover (ou Combustão generalizada) – Caso o calor não possa ser liberado para o
exterior, porém exista uma renovação de ar no local do incêndio;
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Com isso, podemos chegar ao momento em que haja combustível disponível no local –
especialmente gases presentes na fumaça como o monóxido de carbono – e temperatura
elevada, mas não haja oxigênio suficiente para manter a combustão acontecendo.
Portanto o fenômeno do backdraft pode ser evitado se for feita uma ventilação correta no
local e ainda se forem tomados os devidos cuidados por parte dos bombeiros no momento do
acesso ao local do incêndio.
Essa fase ocorre nos momentos em que o incêndio já consumiu a maior parte do
oxigênio e combustível presente no ambiente. Dessa forma as chamas tendem a diminuir. Em
concentrações abaixo de 16% ocorre a extinção das chamas, permanecendo apenas brasas.
Todo cuidado deve ser tomado quanto ao combate e acesso ao local durante essa fase
pelos motivos expostos anteriormente quanto ao risco da ocorrência do backdraft, portanto
apesar de ser uma fase de declínio das chamas os perigos são muito consideráveis.
Contudo, devemos compreender que por estar em fase de declínio, o incêndio tenderá
a cada vez mais apresentar apenas focos de chamas, a permanência dele dependerá tão
somente do combustível e comburente disponível, ainda que em condições mínimas, no local.
O desenvolvimento de uma combustão sem envolver uma chama como, por exemplo,
um cigarro ou materiais domésticos, tal como forros de mobílias contendo algodão ou espuma
de poliuretano, é bastante comum. Uma pilha de fragmentos de madeira, serragem ou carvão
pode arder durante semanas ou meses sem a libertação efetiva de uma chama (ENB, 2006).
Isolamento;
Abafamento;
Resfriamento;
Inibição da reação em cadeia.
10.2.6.1. Isolamento
10.2.6.2. Abafamento
Na verdade podemos dividir este método em duas possibilidades diferentes, que são:
10.2.6.3. Resfriamento
Importante frisar que mesmo que na maior parte das vezes, este método seja
associado ao uso de água, a ventilação tática também pode ser encarada como resfriamento,
já que, além de escoar a fumaça do local, também remove o calor do ambiente.
10.2.6.4. Inibição
Importante salientar o fato de que este método de extinção deve sempre ser
acompanhado de um dos anteriores, já que caso façamos a ruptura da reação em cadeia e
ainda haja a presença dos três lados do triângulo do fogo, muito provavelmente teremos uma
reignição.
efeitos danosos do próprio agente extintor sobre os materiais e equipamentos não atingidos
pelo incêndio.
Dos vários agentes extintores, os mais utilizados são os que possuem baixo custo e um
bom rendimento operacional. Além dos estudados normalmente, é importante fazer uma
citação a dois: terra e areia, estes agentes são usados conforme sua disponibilidade, muitas
vezes como meio de fortuna, e agem por abafamento. A terra pode ter ainda um importante
papel quando nos referimos a incêndios florestais.
Os agentes extintores certificados no Brasil e que serão abordados neste manual são:
10.2.7.1. Água
10.2.7.1.1 Aditivos
A água é também utilizada com aditivos. Estes são substâncias sólidas ou líquidas em
concentrações inferiores a 6%, que se adicionam de modo a obter-se uma maior eficácia
extintora (ENB, 2006). A classificação dos aditivos é feita da seguinte forma:
iii) Aditivos emulsores – também atuam sobre a tensão superficial da água criando
bolhas estáveis. Destaca-se neste tipo de aditivo um emulsor em particular
chamado de Agente Formador de Filme Flutuante (AFFF) também utilizado na
produção de espumas, como será referido adiante.
Além destes existem outros aditivos, sem ação extintora, que são os anticongelantes e
os anticorrosivos.
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10.2.7.2. Espuma
As espumas líquidas se assemelham a bolhas. São sistemas constituídos por uma fase
contínua líquida (na superfície) e uma gasosa (no interior), apresentando uma estrutura
formada pelo agrupamento de várias células (bolhas) originadas a partir da introdução de
agentes tensoativos e ar na água (CBMDF, 2006).
As espumas apresentam uma densidade muito menor que a da água, de forma que ao
ser utilizada para o combate a incêndios, ela espalha-se sobre a superfície do material,
isolando o mesmo do contato com o oxigênio, este princípio é o que a torna tão eficiente no
combate aos incêndios da classe B.
A espuma mecânica utilizada nos combates a incêndios é formada por uma mistura de
água com uma pequena porcentagem (1% a 6%) de concentrado gerador de espuma
(surfactante) e entrada forçada de ar. Essa mistura, ao ser submetida a uma turbulência,
produz um aumento de volume da solução formando a espuma.
Agentes sintéticos AFFF – É o agente que gera o tipo de espuma mais eficiente
para o combate a incêndio, conhecido como AFFF (aqueous film-forming foam
– espuma formadora de filme aquoso), agem como os emulsores clássicos
formando uma camada de espuma que isola a superfície do combustível e,
para, além disso, uma película aquosa que flutua à superfície dos
hidrocarbonetos líquidos (p. ex., gasolina), opondo-se à emissão de vapores. A
estanqueidade é melhorada devido à película aquosa formada que dificulta a
reinflamação do combustível. O concentrado AFFF é eficiente no combate a
incêndios de hidrocarbonetos derivados de petróleo, tais como gasolina e
diesel. “Porém, em combustíveis polares, como o álcool, o concentrado AFFF
deve ter, em sua composição, a presença de uma substância denominada de
polissacarídeo, a qual evitará o ataque do álcool à espuma” (CBMDF, 2006);
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Logo:
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- Para 6 litros de espuma AFFF 6%, temos 94 litros de água 100 litros de
solução de espuma.
- Sendo assim, para 6.000 litros de espuma AFFF 6%, tem-se 94.000 litros de
água e 100.000 litros de solução de espuma.
Fig.:O AFFF forma uma película aquosa que flutua sobre a superfície do
combustível restringindo a evaporação do mesmo. – Fonte: ENB,2006
Informação muito importante em relação a estes agentes extintores é que os pós ABC
e BC são incompatíveis, de forma que, caso haja a substituição de uma carga BC por outra do
tipo ABC o extintor deve ser cuidadosamente esvaziado e limpo. Caso contrário, poderá
ocorrer entre os dois tipos de pó uma reação química com liberação de CO2 e outros gases que
pode provocar a explosão do equipamento extintor.
O dióxido de carbono é um gás armazenado sob alta pressão, inodoro, incolor, uma
vez e meia mais pesado que o ar, não tóxico, porém Por outro lado, a partir de uma
concentração de 9% por volume, o CO2 causa inconsciência e até a morte por asfixia, o que
impõe restrições ao seu uso em ambientes fechados ou ainda com a presença de seres
humanos.
Não conduz corrente elétrica, nem suja o ambiente em que é utilizado, uma vez que se
dissipa rapidamente quando aplicado, desta forma se torna muito eficaz para a utilização em
equipamentos sensíveis a resíduos e umidade, como equipamentos de informática.
O gás carbônico atua de forma secundária por resfriamento, pois no seu aumento de
volume, da passagem do estado líquido para o gasoso, absorve uma grande quantidade de
calor, diminuindo assim a sua temperatura em aproximadamente 700C.
Importante perceber também, quanto ao uso do CO2, é que o mesmo se torna ineficaz
quando aplicado em Incêndios envolvendo agentes oxidantes, como o nitrato de celulose ou o
permanganato de potássio, que contêm oxigênio em sua estrutura, já que nestes casos o
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próprio combustível traz em sua própria estrutura o comburente que necessita para a
combustão.
Pode ser aplicado da mesma forma que o dióxido de carbono, porém cabe ressaltar
que alguns metais como o lítio e o titânio, queimam violentamente na presença de nitrogênio.
10.2.7.5. Halons
O halon é num composto químico orgânico constituído por átomos de carbono e
hidrogênio, onde um ou mais átomos de hidrogênio são substituídos por um átomo de bromo
e a outro halogênio. Os mais utilizados são o Halon 1211 (bromoclorodifluormetano) e o Halon
1301 (bromotrifluormetano).
São usados como agentes extintores de incêndios, porém contribuem ativamente para
a destruição da camada de ozônio, sendo até dez vezes mais perigosos do que os
clorofluorocarbonetos (CFC).
Após a aplicação de halons, deve ser sempre efetuada a ventilação do local, já que
apresenta alta toxicidade em concentrações elevadas bem como na fumaça e gases liberados
pelo mesmo.
A substituição dos compostos, designados por halons, como agentes extintores tem
sido objeto de diferentes estudos. As normas NFPA 2001 e ISO 14520 foram elaboradas com o
objetivo de proceder à normalização dos compostos alternativos. Assim, as atuais alternativas
aos halons podem ser classificadas em dois grandes grupos (ENB, 2006):
O segundo grupo é constituído por agentes extintores compostos por gases naturais
combinados em proporções específicas, nomeadamente o Inergen (IG-541) – composto por
50% N2; 42% Ar; 8% CO2, Argonit (IG-01) – composto por 50% N2; 50% Ar e Argonfire (IG-55) –
100% Ar, não considerado como agente extintor efetivo. Estes agentes implicam um
investimento mais elevado devido às pressões envolvidas no seu armazenamento (ENB, 2006).
O que difere os gases dos líquidos, mas não os desclassifica como fluidos, é uma
propriedade física denominada compressibilidade, já que os gases possuem interações
moleculares mais fracas podendo comprimir-se e expandir-se no interior de qualquer
recipiente.
10.3.1.1. Pressão
É uma grandeza escalar que mensura a ação de uma ou mais forças sobre uma
determinada área, sendo calculada matematicamente pela fórmula:
P = F/A
Onde:
P é a pressão;
F é a componente da Força aplicada perpendicular ao plano de apoio;
A é a área de aplicação da força.
P = µ.g.h
Onde:
450
CBMERJ
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Dados:
A altura aproximada de três andares de uma edificação é de 10 metros.
µágua= 1,0.10³ Kg/m³
g = 10 m/s²
Solução:
Sabemos que,
P = µ.g.h
P = 1,0.10³ . 10 .10
P = 1 . 105 Pascal = 1 atm = 1 Bar = 14,5 PSI
Exemplo 02: Ao trabalharmos com uma APM (Auto Plataforma Mecânica) antes de se iniciar as
operações com o cesto é necessário um procedimento de ESTABILIZAÇÃO que consiste em
pressionar as quatro sapatas da referida viatura contra o solo a fim de que se faça totalmente
o erguimento dos seus pneus e desta forma obtenha-se um ambiente seguro para se realizar
um salvamento e/ou combate a incêndio, como mostra a figura abaixo:
451
CBMERJ
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Sapatas
Calço de Madeira
Supondo que cada sapata desta viatura exerça um força média de 130.000 N no solo e
que as áreas de contato das sapatas e dos calços de madeira sejam, respectivamente de 0,2 m²
e 0,5 m², calcule a pressão realizada no solo por essa viatura com a utilização dos calços e
também sem a utilização dos mesmos.
Resposta:
Pressão SEM os calços de madeira P1 = F/A
P1 = 130.000 / 0,2
P1 = 650.000 Pa
10.3.1.2. Vazão
Vazão é o volume de determinado fluido que passa por uma seção de um conduto livre
ou forçado, por unidade de tempo. A vazão é uma Taxa de Escoamento, ou seja, a quantidade
de material transportado por unidade de tempo. Podemos determinar a vazão pela seguinte
fórmula:
Q = A.v
Onde:
Q é a vazão;
A é a área da seção transversal do conduto;
v é a velocidade com que o fluido passa pelo conduto.
1
Escorva é a eliminação de ar existente no interior da bomba hidráulica e da tubulação de admissão
(sucção)
454
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No CBMERJ as viaturas de incêndio possuem duas bombas de trabalho, uma que vai
aumentar a pressão e a vazão da água que se encontra no tanque da viatura ou de um
manancial (Bomba hidrodinâmica) e outra que ficará responsável pela retirada de ar da
tubulação de admissão (sucção) a fim de construir uma coluna de água que alimentará o corpo
de bombas.
Fig.Fig. – Bomba
– Bomba de de palhetas
palhetas
ii) Vórtice – Esse fenômeno pode ser descrito como um escoamento giratório onde as
linhas de corrente apresentam um padrão em espiral. Ao considerarmos um tanque de
água podemos notar que o vórtice é gerado mais facilmente quando aquele está com
seu nível baixo e passamos a oferecer ao sistema hidráulico água e ar, prejudicando a
formação da coluna d`água. Por isso torna-se obrigatória a implementação de
manobras de abastecimento de uma viatura de incêndio quando o seu tanque chega a
¼ de sua capacidade.
456
CBMERJ
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2
O eixo cardã (também conhecido como cardan ou cardão) é um componente do sistema de transmissão de um veículo,
responsável pela transmissão do torque oriundo do motor para as rodas. Muito utilizado em veículos com motor dianteiro e
tração traseira ou 4x4 e em algumas motocicletas
3
O sistema de transmissão automotiva é o responsável por transmitir a força, rotação e torque, produzidos pelo motor, até as
rodas, antes, passando pelo sistema de embreagem, caixa de câmbio, diferencial e semi-eixos.
4
Uma caixa de marchas ou caixa de mudança de velocidades ou caixa de câmbio de um automóvel tem como principal objetivo
desmultiplicar a rotação do motor oferecendo maior torque ou velocidade, dependendo da necessidade do motorista ao conduzir
o veículo, para o sistema de transmissão do veículo. Além de possibilitar a mudança de sentido de rotação do eixo do motor
(marcha-à-ré).
457
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i) Características:
Cabine dupla;
Bomba de incêndio acionada pelo motor de tração com vazão mínima de 750 GLP
(galões por minuto);
Compartimentos para acondicionar equipamentos operacionais;
Tanque com capacidade de até 6000L de água.
ii) Guarnição
Observação - Por necessidade de serviço, está autorizado pela Nota EMG/CH – 256/2003, que
o ABT tenha uma guarnição composta com o mínimo de: 01 condutor/operador; 01 chefe da
guarnição; 01 auxiliar de guarnição; 02 chefes de linha; 02 ajudantes de linha; 01 encarregado
de hidrante. Tal situação ocorrerá quando a unidade só possuir uma viatura de combate a
incêndio. Quando essa não for a única viatura empregada para o combate de incêndio, a
guarnição terá no mínimo: 01 condutor/operador; 01 chefe da guarnição; 01 chefe de linha; 01
ajudante de linha; 01 encarregado de hidrante.
i) Características:
Cabine dupla;
Bomba de incêndio acionada pelo motor de tração com vazão mínima de 750 GLP
(galões por minuto);
Compartimentos para acondicionar equipamentos operacionais;
Tanque com capacidade de 3.000L de água;
Reservatório de líquido gerador de espuma.
ii) Guarnição
A guarnição completa do ABI é igual à guarnição completa do ABT, já mencionada.
Observação - Por necessidade de serviço, está autorizado pela Nota EMG/CH – 256/2003, que
o ABI tenha uma guarnição composta com o mínimo de: 01 condutor/operador; 01 chefe da
guarnição; 01 auxiliar de guarnição; 02 chefes de linha; 02 ajudantes de linha; 01 encarregado
de hidrante.
i) Características:
Cabine dupla;
Bomba de incêndio acionada pelo motor de tração com vazão mínima de 750 GLP
(galões por minuto);
460
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ii) Guarnição
Observação – Por necessidade de serviço, está autorizado pela Nota EMG/CH – 256/2003, que
o AT tenha uma guarnição composta com o mínimo de: 01 condutor/operador; 01 chefe da
guarnição; 01 chefe de linha; 01 ajudante de linha, desde que não seja a única viatura de
combate a incêndio na unidade.
i) Características:
ACM de cabine simples;
Bomba de incêndio independente (uma bomba portátil);
Não possui compartimentos para acondicionar os equipamentos operacionais;
Reservatório superior a 30.000 L;
Bomba portátil com uma boca expulsora.
ii) Guarnição
i) Características:
Cabine simples;
Compartimento para acondicionar equipamentos operacionais.
ii) Guarnição
i) Características:
Cabine dupla;
Os equipamentos operacionais são acondicionados na caçamba.
ii) Guarnição
i) Características:
Cabine simples;
Pode possuir ou não bomba de incêndio;
462
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Possui canalização de água até o “cesto” para a criação de uma coluna d´água e
combate em alturas elevadas;
Não possui reservatório de água.
ii) Guarnição
i) Características:
Cabine simples;
Não possui bomba de combate à incêndio, sendo necessária a utilização de uma
viatura autobomba para realizar o combate, servido de suporte para a AEM.
ii) Guarnição
i) Características:
Cabine simples;
Possui compartimentos para os materiais operacionais.
ii) Guarnição
i) Características:
Cabine dupla;
Bomba de incêndio acionada pelo motor de tração com vazão abaixo de 750 GLP
(galões por minuto);
Compartimentos para acondicionar equipamentos operacionais;
Tanque com capacidade de 2.000L de água.
ii) Guarnição
i) Características:
Cabine dupla;
Bomba de incêndio acionada pelo motor de tração com vazão abaixo de 750 GLP
(galões por minuto);
Compartimentos para acondicionar equipamentos operacionais;
Tanque com capacidade de 2.000L de água;
Possui um guincho.
ii) Guarnição
i) Características:
Cabine dupla;
464
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Bomba de incêndio acionada pelo motor de tração com vazão abaixo de 750 GLP
(galões por minuto);
Compartimentos para acondicionar equipamentos operacionais;
Tanque com capacidade de 4.000L de água.
ii) Guarnição
i) Características:
Cabine simples;
Bomba de incêndio acionada pelo motor de tração com vazão abaixo de 750 GLP
(galões por minuto);
Compartimentos para acondicionar equipamentos operacionais;
Tanque com capacidade de até 1.000L de água.
ii) Guarnição
i) Características:
Cabine simples;
Possui uma bomba de incêndio;
Possui um tanque com capacidade de 1.600L.
ii) Guarnição
A seleção destes equipamentos deve ser bastante criteriosa, tendo em vista o fato de
afetarem diretamente o próprio desempenho do militar. Segundo Roberge (2008, p.135 apud
BELTRAME, 2010,p.12) “o uso impróprio do EPI pode impactar de forma negativa o
trabalhador em seu desempenho, segurança, conforto físico e emocional, comunicação e
audição”.
466
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Cabeça;
Olhos;
Tronco;
Membros inferiores e superiores;
Sistema respiratório.
Dessa forma passaremos a fazer a exposição dos principais EPI utilizados nas atividades
ligadas a combate a incêndio, de forma que possamos entender sua finalidade e principais
características.
Fig.:Capacete HBF-092
10.4.1.2. Balaclava
Fig.:Balaclava
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a) Resistência mecânica;
b) Não impedir a destreza;
c) Não inibir o tato;
d) Proteção térmica;
e) Capacidade para atuar sob severa exposição de água.
a) Combate a incêndios;
b) Socorros em espaços confinados;
c) Salvamentos em poços;
d) Necessidade de transpor passagem subterrânea;
e) Acidentes com produtos perigosos;
f) Ou qualquer outro socorro que possa apresentar uma atmosfera nociva.
1
é permitida a utilização, porém, para os bombeiros que são especializados em emergências com
produtos perigosos, para o atendimento aos sinistros deste tipo.
471
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A começar pela própria descrição do nome, analisemos cada parte. Trata-se de um EPR
autônomo, pois não há ligação do equipamento com bateria de cilindros ou gerador externo,
na verdade todo o ar que o bombeiro tem para utilizar está comprimido dentro do cilindro.
Em relação à pressão positiva, este tipo de aparelho, por uma questão de segurança,
mantém uma pressão levemente acima da pressão atmosférica dentro da máscara facial, de
forma que, caso haja algum dano na máscara que permita a passagem do ar, este ira fluir na
direção de dentro para fora da peça facial e não ao contrário, de forma a proteger o bombeiro
de possíveis contaminações.
1 – peça facial
2 – válvula de exalação
3 – fiel da máscara
4 – conexão da válvula de demanda
5 – tirantes da máscara
6 – válvula de demanda
7 – mangueira de média pressão
8 – mangueira de alta pressão
9 – manômetro e alarme sonoro
10 – tirantes do cilindro
11 – suporte dorsal
12 – válvula redutora de pressão
13 – registro
14 – cilindro de alta pressão
Fig.:EPR autônomo –
fonte: ENB, 2006
O EPR autônomo constituído basicamente pela peça facial, cilindro de alta pressão,
suporte dorsal, manômetros, regulador de pressão e alerta sonoro.
10.4.1.6.1.1.Autonomia respiratória
6 l x 300 bar = 45 min 6 l x 200 bar = 30 min (4x4)*l x 200 bar = 40 min
40 l/min 40 l/min 40 l/min
3 (4+4) litros a 200 bar: 40 minutos efetivos – 10 min de reserva = 30 min de trabalho
10.4.1.6.1.2. Limitações
10.4.1.6.1.3. Equipagem
2 3 4 5
6 7 8 9
10 11 12 13
14 15 16 17
477
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1 2 3
4 5 6
7 8
478
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Importante!!
Além disso, devemos observar que os cilindros utilizados devem passar por retestes
para que sua utilização ocorra dentro das normas de segurança, para tanto aplica-se a seguinte
periodicidade:
Para cilindros de aço – o reteste deve ser realizado a cada 05 anos e pode ser
utilizado enquanto passar no reteste.
Para cilindros de composite – o reteste deve ser feito a cada 03 anos e deve
ser descartado com 15 anos de uso.
Aparelhos extintores são aparelhos que contêm um agente extintor que pode ser
projetado e dirigido sobre um incêndio pela ação de uma pressão interna, pressão essa, que
pode ser fornecida por compressão prévia (sistema pressurizado) ou pelo auxílio de um gás
auxiliar, chamado de gás propelente (sistema a pressurizar, entrando em desuso).
Esses equipamentos foram concebidos para serem utilizados no estágio inicial das
ações de combate a incêndio. A potencialidade máxima dos extintores é alcançada quando são
utilizados com técnica adequada para os objetivos propostos.
479
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Normalmente, esses aparelhos extintores são chamados pelo nome do agente extintor
neles contido e apresentam características próprias, apesar de possuírem detalhes de acordo
com cada fabricante.
i) Mobilidade do extintor
ii) Pressurização
Existem vário tipos de aparelhos extintores de incêndio, porém, neste material, iremos
privilegiar as informações relacionadas aos tipos mais comuns encontrados em locais públicos,
de reunião de público e em edificações em geral.
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Lacre
Pino de
Segurança
Extintor AP
2
4
Extintor Espuma
mecânica
2
1 6 1 – Mangueira
8
2 – Esguicho
3 3 – Alça para transporte
7 4 – Cilindro
5 – Tubo sifão (internamente)
6 – Gatilho
7 – Manômetro
5 8 – Pino de segurança
4
Extintor PQS
1 – Mangueira
4 2 – Gatilho
1 2 3 – Alça para transporte
4 – Pino de segurança
7
3 5 – Tubo sifão (internamente)
6 – Cilindro
7 – Punho
8 – Difusor
8
5
6
Extintor CO2
483
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São empregadas, também, para esgotar a água de locais inundados, a fim de facilitar
os trabalhos de proteção e salvamento.
Não podemos classificar uma bomba isoladamente como a melhor, para cada situação
haverá uma que apresentará determinadas características que a torne mais adequada, por
exemplo, a bomba Rosenbauer é muito potente, porém é muito pesada e grande, nos casos
onde há a disponibilidade de energia, uma bomba elétrica seria bem mais apropriada e prática.
Para utilizarmos a água de uma cisterna, a bomba submersível é mais indicada, desse modo
devemos pensar nas condições que o meio nos impõe e pensar qual das bombas atende
melhor as nossas necessidades.
As bombas de incêndio podem ser classificadas sob diversos aspectos, para a nossa
abordagem adotaremos as classificações quanto ao funcionamento, à fonte de energia, ao
transporte e à potência.
centro em virtude dos mesmos intervalos descerem ocupados pelos dentes da outra. Extraído
o ar da parte inferior do corpo de bomba, chamada câmara de admissão e do mangote, a água
penetra na bomba, sendo arrastada para a parte superior, chamada câmara de expulsão, onde
é comprimida saindo para as mangueiras. O vácuo e o jato são contínuos sem necessidade de
dispositivos especiais. Encontra-se em desuso na Corporação, sendo utilizada somente nos
dispositivos de escorva.
7. Tampe o reservatório.
494
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12. Puxe a manopla, retirando a folga, até que o motor entre em funcionamento.
14. Para desligar a bomba coloque a chave em off, retirando o mangote da ligação
e mangueiras, abrindo a válvula de escoamento do reservatório e deixando
toda a água escorrer, a seguir recoloque a tampa.
Importante!!
Ao término das operações, especialmente quando a bomba não vier a ser utilizada
em um curto período de tempo, deve-se fechar a válvula de combustível com a bomba
em funcionamento, até que o motor desligue sozinho, indicando que todo o combustível
foi queimado, a fim de evitar danos ao mesmo por resíduo de combustível.
7. Verifique a aceleração.
8. Ajuste o afogador.
Importante!!
Ao término das operações, especialmente quando a bomba não vier a ser utilizada
em um curto período de tempo, deve-se fechar a válvula de combustível com a bomba
em funcionamento, até que o motor desligue sozinho, indicando que todo o combustível
foi queimado, a fim de evitar danos ao mesmo por resíduo de combustível.
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10.4.4. Hidrantes
Os hidrantes são pontos de tomada de água onde há uma (simples) ou duas (duplo)
saídas contendo válvulas angulares com seus respectivos dispositivos. Este tipo de recurso é de
suma importância para as atividades de combate a incêndio.
Corpo
Tampão
Cinta de Metal
Registro
i) Manutenção de 1º escalão
A seguir apresentaremos uma tabela com os principais defeitos apresentados por este
tipo de hidrante, descrevendo ainda suas causa e os reparos a serem realizados:
40 cm
X cm
H
D
H/D = X
Existem outros métodos para cálculo de vazão, como exemplo, o uso do pitômetro e
do hidrômetro; porém, nem sempre, esses equipamentos existem ou estão disponíveis nas
unidades operacionais.
Faz-se necessária, neste momento, uma breve explanação a respeito dos aspectos
ligados aos hidrantes.
10.4.5.2. Cavitação
Observando o gráfico, visualizamos que quanto maior for a sua pressão de vapor, mais
volátil será o líquido, e conseqüentemente menor será sua temperatura de ebulição.
511
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Os dados que compõem o PGORH são originados do cadastramento das fichas antigas
e da busca que cada quartel realizou dentro de sua jurisdição por hidrantes de coluna e outros
pontos de captação de água. Esta nova procura teve como objetivo relacionar possíveis locais
de incêndio (indústrias, escolas, depósitos, edificações multifamiliares e hospitais) com a
proximidade dos recursos hídricos disponíveis.
iii) Arruela de borracha – Artefato de borracha em forma anelar, cuja função é atuar
imprensada entre a conexão de duas peças hidráulicas, impedindo assim o
vazamento da água ou entrada de ar no sistema.
1º momento 2º momento
vii) Chave de mangote – Ferramenta metálica com
formato semelhante a uma interrogação, possuindo
um orifício circular na extremidade de cada
curvatura, a qual mede 2½”, 4" , 4½”, 5" ou 6". Sua
utilização se dá nas operações de conexão ou
desconexão de mangotes.
1º momento 2º momento