EBD ADOLESCENTES - OS CREDOS E AS CONFISSÕES Pt. I

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OS CREDOS E AS CONFISSÕES – Pt I

Origem e uso:

a. Origem:

- A Palavra “Credo” é derivada do latim “credo”, que denota uma postura ativa
de “eu creio”, uma confiança eterna em Deus. Assim, a declaração credal é um
ato de adoração a Deus, em quem confiamos.
> Desse modo, os credos são, antes de tudo uma confissão de gratidão à glória
de Deus.
>> No Credo a Igreja declara a sua fé em Deus visto que somente ele é
absolutamente digno de crédito.

- A Bíblia apresenta diversas confissões que consistem em expressões de fé,


as quais eram ensinadas.
> No Antigo Testamento encontramos o “Shemá” (ouve, escuta), chamado de
Credo Judeu que consistia na leitura de Dt 6.4-9; 11.13-21; Nm 15.37-42 e,
possivelmente, Dt 26.5-9 (ler os textos).
>> O Shemá era repetido três vezes por dia, sendo usado liturgicamente na
sinagoga.

> No Novo Testamento nos deparamos com abundante material de um corpo


doutrinário (de ensinamentos) fixo da igreja cristã, que são chamados de
“tradições” (1Ts 2.15), à “Doutrina dos apóstolos” (At 2.42), à “palavra da vida”
(Fp 2.16); à “forma de doutrina” (Rm 6.17); à “Palavra” (Gl 6.6), à “fé evangélica”
(Fp 1.27) e à “sã doutrina” (2Tm 4.3; 1Tm 4.6; Tt 1.9) [ler os textos destacados].
>> Outros textos parecem indicar as primeiras confissões da Igreja. São elas:
“Jesus, o Cristo” (At 5.42), “Jesus Cristo é o Senhor” (Fp 2.11; 1Co 12.3);
“Senhor e Deus” (Jo 20.28); “Deus e Salvador Jesus Cristo” (At 2.13); “Senhor
e Cristo” (At 2.36); “Jesus Cristo, Filho de Deus” (At 8.37; Mt 16.16; 1Jo 4.15),
entre outras.

- Os Credos em princípio não pretendem ser uma exposição exaustiva da fé,


antes consistem numa declaração de fé dos pontos considerados essenciais à
existência da Igreja Cristã.

b. Uso:

- Na Igreja Primitiva, os Credos e Confissões eram empregados da seguinte


forma:
1) Doutrinariamente: eles eram utilizados para ensinar sobre a fé cristã, ao
mesmo tempo que combatiam os ensinos errados, resguardando, assim, a
Igreja dos ensinos heréticos. Os candidatos à Pública Profissão de Fé
estudavam a “doutrina” (como os Credos eram conhecidos) a fim de que
pudessem, na ocasião própria, declarar publicamente a sua fé de forma
responsiva.
> Desse modo, os Credos assumiram papel fundamental na vida dos fiéis que
têm a sua fé alimentada e fortalecida na declaração da promessa na qual crê.

2) Liturgicamente:

(a) Batismo: Os fiéis declaravam (no caso de serem adultos) responsivamente


a sua fé na ocasião do batismo e declaratóriamente.
- Ler: At 8.37; Rm 10.9
(b) Santa Ceia: Na Santa Ceia a Igreja declarava a sua fé por meio de hinos,
orações e exclamações devocionais.
- Ler: Fp 2.5-11
(c) Culto: Ao que parece, a partir do século quatro, os Credos passaram a ser
usados nos cultos regulares, sendo recitados após a leitura das Escrituras.

c. Os Credos:

1) Credo Apostólico: apesar do nome Credo dos Apóstolos, este credo não
foi escrito pelos Apóstolos e tem sua origem no Credo Romano Antigo,
elaborado no segundo século, tendo algumas declarações doutrinárias
acrescentadas no decorrer dos primeiros séculos, até chegar à forma que
temos hoje.
> Contudo, apesar de não ter sido escrito diretamente pelos Apóstolos, a sua
autoridade foi derivada de seu conteúdo fundamentalmente bíblico - doutrina
dos Apóstolos (cf. At 2.42).
>> Todos os reformadores tiveram grande apreço por ele, excetuando os
anabatistas.

- O Credo Apostólico era usado na preparação dos catecúmenos, era


professado durante o batismo, e também servia para a devoção privada dos
cristãos. Posteriormente, passou a ser recitado com a Oração do Senhor no
culto público.
> A Reforma valorizou este Credo, sendo ele utilizado liturgicamente em muitas
igrejas reformadas (inclusive na Igreja de Genebra).
>> Segundo Philip Schaff (1819-1893): “Como a Oração do Senhor é a Oração
das orações, o Decálogo a Lei das leis, também o Credo dos Apóstolos é o
Credo dos credos” (P. Schaff, COC, Vol I, p. 14).
2) Credo Niceno-Constantinopolitano: o Credo Niceno primitivo, foi
elaborado no Primeiro Concílio Ecumênico de Nicéia (20/05/325). O Concílio
foi convocado pelo imperador Constantino visando tratar da questão Ariana que
prejudicava a união da Igreja e, consequentemente, do Império.
> O Concílio, depois de intenso debate, declarou a igualdade essencial entre o
Pai e o Filho. Os ensinamentos de Ário foram condenados e Ário foi deportado
para o Ilírico.
>> Posteriormente, esse Credo foi “ampliado”, no Concílio de Constantinopla,
convocado em 381 pelo imperador Teodósio I. Por isso, ele se chama Niceno-
Constantinopolitano.
>> Ele é sem dúvida o Credo mais importante da Igreja Cristã.

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