Instrumentos e Técnicas de Coleta e Análise de Dados
Instrumentos e Técnicas de Coleta e Análise de Dados
Instrumentos e Técnicas de Coleta e Análise de Dados
Análise de Dados
6
UNIDADE
Caro estudante!
Você sabe quais são os instrumentos e as técnicas
para a coleta e análise de dados? Será que são
iguais para todo tipo de pesquisa? Pois bem! Nes-
ta Unidade, você vai conhecer, identificar e distin-
guir as técnicas e os instrumentos utilizados para
a coleta e análise de dados na pesquisa científica.
Especificamente, você terá oportunidade de iden-
tificar as diferenças entre eles e sua aplicabilidade
nas pesquisas em Administração. Bons estudos!
A
escolha das técnicas para coleta e análise dos dados decorre
do problema de pesquisa e dos objetivos. Você sabe que, numa
investigação científica, o pesquisador busca compreender e
v
examinar uma determinada situação e depende de informações. Ora,
as informações estão na cabeça das pessoas e em documentos [exter-
nos ou internos]. Para buscar essas informações que estão em diferen- Lembra da etapa de pla-
tes lugares, é preciso planejar quais são essas informações, onde elas se nejamento tratada na
Unidade 3?
encontram, de que forma obtê-las e como trabalhá-las, isto é, o que se
vai fazer com os dados: como serão agrupados, tratados e analisados.
Período 1 109
6 Questionário
UNIDADE
UNIDADE
a coleta de dados preliminares a respeito do tema e da po-
pulação alvo da pesquisa;
uma discussão em grupo sobre as questões e informações
com os envolvidos ou interessados na pesquisa;
a elaboração do rascunho do questionário;
o pré-teste;
a revisão do instrumento;
o segundo pré-teste, se necessário; e
o delineamento do questionário final.
Período 1 111
6 Caro Senhor:
UNIDADE
Nas perguntas com respostas fechadas o entrevistado es-
colhe respostas [verbalmente ou assinalando graficamente] dentre as
opções oferecidas. As perguntas fechadas podem ser:
Pré-teste
Período 1 113
6 A pesquisa por telefone possibilita coleta rápida de dados, cus-
to inferior ao da entrevista pessoal, anonimato, facilidade de acesso
em grande escala e garantia de que as instruções são seguidas. Toda-
UNIDADE
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(1) aprovo inteiramente (2) aprovo (3) indeciso (não aprovo
e nem desaprovo) (4) desaprovo (5) desaprovo inteiramente;
(1) concordo totalmente (2) concordo em parte (3) indeci-
so (4) discordo em parte (5) discordo totalmente;
(1) concordo totalmente (2) concordo (3) indeciso (4) dis-
cordo (5) discordo totalmente;
(1) muito favorável (2) um pouco favorável (3) indiferente
(4) um pouco desfavorável (5) muito desfavorável.
Entrevista
Período 1 115
!
6 O termo entrevista é construído a partir de duas pala-
vras entre e vista
vista. Vista refere-se ao ato de ver, ter
preocupação com algo. Entre indica a relação de lu-
UNIDADE
UNIDADE
os pontos que ele coloca espontaneamente;
facilitar o processo de entrevista; e
esclarecer a importância do problema para o entre-
vistado.
Semiestruturada: segue um roteiro ou “guia” criado pelo
entrevistador, mas sem se prender rigidamente à sequência
das perguntas. A conversa segue conforme os depo-
imentos do entrevistado, sem obedecer rigidamente Tô a fim de saber...
ao roteiro de entrevista. É chamada por Richardson
Leia em Richardson et al.
et al (2007, p. 212) de entrevista guiada, pois o
(2007) exemplos de entrevista
entrevistador conhece “previamente as aspectos que
guiada.
deseja pesquisar e, com base neles, formula alguns
pontos a tratar na entrevista”.
Período 1 117
6 Chizzotti (2001, p. 93) alerta também que:
Análise Documental
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Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-
tística, que publica:
Censo Demográfico Brasileiro: que contém in-
formações sobre a situação do domicílio, população
urbana e rural, idade, religião, estado conjugal e ren-
dimento mensal, dentre outras informações.
Censo Industrial: estabelecimentos, constituição
jurídica, inversões de capital, número de funcionári-
os, valor da produção e distribuição da produção,
dentre outras informações.
Censo Predial: prédios, unidades de ocupação, si-
tuação urbana e rural, número de pavimentos e for-
mas de utilização, dentre outras informações.
Censo de Serviços: estabelecimentos, constituição
jurídica, número de empregados, despesas com sa-
lários e receitas, dentre outras informações.
Censo Agropecuário: é o principal e mais comple-
to levantamento sobre a estrutura e a produção da
agricultura e da pesquisa brasileira.
Instituto de Economia Agrícola e Secretaria da Agri-
cultura do Estado de São Paulo: publicam prognósti-
cos agrícolas.
Fundação SEADE: [Sistema Estadual de Análise de Da-
dos], com inúmeras publicações.
Banco do Brasil, Carteira de Comércio Exterior:
com a publicação da Revista do Comércio Exterior e do
Anuário do Comércio Exterior, dentre outras.
Período 1 119
6 Fundação Instituto de Administração da FEA/USP [FIA];
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e
de outros estados brasileiros;
UNIDADE
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A observação é uma técnica que utiliza os sentidos para obter
informações da realidade.
Como diz Triviños (1987), não é simplesmente olhar, mas des-
tacar de um conjunto, objetos, pessoas, animais, por exemplo, algo
específico, prestando atenção em suas características, como cor e ta-
manho, dentre outras.
Existem diversas formas de utilização da observação. Ander-
Egg (apud LAKATOS; MARCONI, 2007) classificam-nas do seguinte
modo:
Período 1 121
6 Observação participante: o pesquisador “não é apenas
um espectador do fato que está sendo estudado, ele se colo-
ca na posição e ao nível dos outros elementos humanos que
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!
dos e a sua freqüência” (RICHARDSON et al. 2007, p. 261).
UNIDADE
O processo de análise de dados é definido por Kerlinger (1980,
p. 353) como “a categorização, ordenação, manipulação e
sumarização de dados”. Tem por objetivo reduzir grandes quantida-
des de dados brutos a uma forma interpretável e mensurável.
O método quantitativo de pesquisa utiliza o conhecimento es-
tatístico para duas finalidades: descrever e testar hipóteses. Na des-
crição utilizamos a estatística descritiva e para testar hipóteses usa-
!
mos a estatística inferencial.
Período 1 123
6 identificar e caracterizar relações entre variáveis. As principais ferra-
mentas são:
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Para Roesch (1999, p. 156 e 157), a técnica de análise de con-
teúdo procura seguir os padrões da análise quantitativa e tem como
“propósito contar a freqüência de um fenômeno e procurar identificar
relações entre os fenômenos, sendo que a interpretação dos dados se
socorre de modelos conceituados definidos a priori”. A análise de con-
teúdo, para Richardson et al (2007), busca compreender melhor um
discurso, aprofundar suas características gramaticais, fonológicas,
cognitivas e ideológicas e extrair os momentos mais importantes.
De acordo com Chizzotti (2001, p. 98), a análise de conteúdo é
Período 1 125
6 Interpretação dos resultados: em que se correlaciona
o conteúdo do material analisado com a base teórica
referencial.
UNIDADE
Análise de Discurso
Saiba mais
UNIDADE
qualitativa em administração: teoria e prática. Rio de Janeiro: Editora FGV,
2005.
r
S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em
educação. São Paulo: Atlas, 1987.
Resumindo
Esta Unidade abordou os diferentes tipos de coleta e de
análise de dados. O questionário, primeira técnica abordada, é
um instrumento utilizado na pesquisa quantitativa, constituído
por perguntas abertas e fechadas [dicotômicas, de escolha
múltipla e por intervalo]. A entrevista é um encontro entre duas
pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respei-
to de determinado assunto. É mais utilizada em pesquisas quali-
tativas. A análise documental envolve a investigação em docu-
mentos internos [da organização] ou externos [governamentais,
de organizações não-governamentais ou de instituições de pes-
quisa, dentre outros]. É uma técnica utilizada tanto em pesquisa
quantitativa como em qualitativa. A observação é uma técnica
que utiliza os sentidos para obter informações da realidade.
O método quantitativo de pesquisa utiliza o conhecimen-
to estatístico para coletar e analisar os dados através da estatís-
tica descritiva e da estatística inferencial.
E você viu que o método qualitativo de pesquisa se utili-
za basicamente da análise de conteúdo e da análise de discur-
Período 1 127
6 so. A análise de conteúdo aplica-se à análise de textos escritos
ou de qualquer comunicação [oral, visual, gestual] reduzida a
um texto ou documento. Finalmente, viu-se a análise de dis-
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curso, que tem como objeto de estudo o discurso, seja ele es-
crito ou falado.
Atividades de aprendizagem
aprendizagem
UNIDADE
com atenção. Observe o problema de pesquisa, o objetivo
e a condução metodológica. Verifique as fases da análise
de conteúdo. Observe as unidades de análise e categorias
identificadas.
5. Procure no website da Biblioteca Universitária da UFSC.
[www.bu.ufsc.br.] um trabalho acadêmico (dissertação e/
ou tese) que utilizou a técnica de análise estatística. Leia
com atenção. Observe como o autor apresentou os resulta-
dos e compare-os com os objetivos do trabalho.
Período 1 129
6 ^
Referencias
¨
UNIDADE
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BARBETTA, Pedro Alberto. Estatística aplicada às ciências sociais.
2. ed. rev. Florianópolis: Editora da UFSC, 1998.
Período 1 131
REFERÊNCIAS
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário
eletrônico Aurélio. Versão 5.0. 3. ed., by Regis Ltda., 2004.
SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monografia. 11. ed. São
Paulo: Martins Fontes, 2004.
Período 1 133
MINICURRÍCULO
Liane Carly Her
Carly mes Zanella
Hermes
Docente da Universidade Federal de
Santa Catarina (UFSC) desde 1978 tem gra-
duação e mestrado em Administração pela
UFSC.
Há 30 anos na UFSC, atua na gradua-
ção e pós-graduação, coordenando projetos de ensino, pesqui-
sa e extensão.
Como docente permanente no Curso de Graduação em
Administração, de 1978 a 2008, ministrou disciplinas de
Metodologia da Pesquisa e Estruturação de Trabalhos de Con-
clusão de Curso em diferentes cursos de Especialização como
Desenvolvimento Gerencial, Gestão de Pessoas, Administração
de Recursos Humanos, Finanças para Executivos e Sistema de
Planejamento e Gestão Empresarial, na UFSC.
Além de professora na Graduação em Administração,
orientadora de Trabalhos de Conclusão de Curso, de projetos de
Extensão e da Ação Júnior – Consultoria dos Alunos do Centro
Sócio-Econômico da UFSC, foi Editora Executiva da Revista de
Ciências da Administração – RCA, revista científica do Depar-
tamento de Ciências da Administração da UFSC.
Desde 2008 atua em programas da Universidade Aberta
do Brasil como Professora das disciplinas de Metodologia da
Pesquisa em Administração e Metodologia de Estudo e Pesqui-
sa em Administração.