Cópia de Formação Geral - 4

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FORMAÇÃO

GERAL

4
CADERNO

PRIMEIRA
SÉRIE
ENSINO MÉDIO

CADERNO DO ALUNO
FORMAÇÃO
GERAL

4
CADERNO

PRIMEIRA
SÉRIE
ENSINO MÉDIO

CADERNO DO ALUNO
Presidência: Mario Ghio Júnior
Vice-presidência de educação digital: Camila Montero Vaz Cardoso
Direção executiva: Thiago Brentano Rodrigues
Direção editorial: Lidiane Vivaldini Olo
Direção pedagógica: Paulo Roberto Moraes
Coordenação pedagógica: Henrique Santos Braga
Gestão de projeto editorial: Flávio Matuguma (ger.),
Michelle Yara Urcci Gonçalves (coord.), Daniela Carvalho e
Eduarda Berteli Mario dos Santos (analistas)
Gerência de conteúdo e design educacional: Renata Galdino
Gerência editorial: Marcela Pontes
Coordenação editorial: Adriana Gabriel Cerello (Ciências Humanas),
Camila De Pieri Fernandes (Linguagens), Pietro Ferrari (Matemática e Física)
e Tatiana Leite Nunes (Biologia e Química)
Edição: Anelisa Zanetti Abud (Análise linguística), Fabiana Mioto (Literatura e Arte),
Rodrigo da Motta Dias (Produção de texto), Ana Carolina Rodrigues Pancera (Língua
Inglesa), Adriana Ayami Takimoto, Cintia Parente e Tadeu Nestor Neto (Matemática),
Gabriela Alves do Carmo e Vanessa Fernanda dos Ouros (História),
Raquel Vicentini e Bruno Rocha Nogueira (Geografia), Bianca von Müller Berneck,
Pâmella Simões Tavares de Oliveira e Priscylla Moll Nihei (Biologia),
Alexandre Braga D'Avila, Helder Santos e Lucas Rabello (Física), Angélica Alves
dos Santos e Giovana Pasqualini da Silva (Química)
Pesquisa iconográfica e elaboração de legendas (História): Eduardo
Henrique da Silva (Duíque)
Planejamento e controle de produção: Flávio Matuguma (ger.),
Juliana Batista (coord.), Anny Lima e Suelen Ramos (analistas)
Revisão: Letícia Pieroni (coord.), Aline Cristina Vieira, Anna Clara Razvickas,
Brenda T. M. Morais, Carla Bertinato, Daniela Lima, Danielle Modesto,
Diego Carbone, Kátia S. Lopes Godoi, Lilian M. Kumai, Malvina Tomáz,
Marília H. Lima, Paula Rubia Baltazar, Paula Teixeira, Raquel A. Taveira,
Ricardo Miyake, Shirley Figueiredo Ayres, Tayra Alfonso e Thaise Rodrigues
Arte: Fernanda Costa da Silva (ger.), Catherine Saori Ishihara (coord.),
Nicola Loi e Fábio Cavalcante (edição de arte)
Diagramação: Casa de Tipos
Iconografia e tratamento de imagem: Roberta Bento (ger.),
Claudia Bertolazzi (coord.), Célia Rosa, Evelyn Torrecilla, Fernanda Gomes,
Fernando Cambetas, Iron Mantovanello, Jad Silva, Lucas Maia Campos,
Mariana Valeiro, Paula Dias, Roberta Freire, Tempo Composto SA,
Thaisi Lima (pesquisa iconográfica) e Fernanda Crevin (tratamento de imagens)
Licenciamento de conteúdos de terceiros: Roberta Bento (ger.),
Jenis Oh (coord.), Liliane Rodrigues, Flávia Zambon e
Raísa Maris Reina (analistas de licenciamento)
Ilustrações: Luis Moura, Osni de Oliveira, R2 Editorial e Tate Diniz
Cartografia: Eric Fuzii (coord.) e Robson Rosendo da Rocha
Design: Erik Taketa (coord.) e Adilson Casarotti (proj. gráfico e capa)
Foto de capa: Brit Finucci/Getty Images
Composição de imagens de abertura: Arquivo do jornal O Estado de
S. Paulo/Agência Estado (Imagem Diretas Já), needpix.com, pexels.com,
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


Anglo : Ensino médio : Formação geral básica : 1ª série :
caderno 4. -– 1. ed. -- São Paulo : SOMOS Sistemas de
Ensino, 2021.

Vários autores
ISBN 978-85-4682-338-3

1. Ensino médio - Compêndio

CDD 373
21-1343

Angélica Ilacqua – Bibliotecária – CRB-8/7057

2021
1a edição
1a impressão
De acordo com a BNCC.

Impressão e acabamento

Uma publicação
Sumário

Linguagens Ciências da Natureza


e suas Tecnologias e suas Tecnologias
Análise linguística .......................................... 12 Biologia A............................................................ 295
Gabarito - Extras!.......................................................................60 Gabarito - Extras!.....................................................................359

Literatura e Arte .................................................. 61 Biologia B ............................................................. 361


Gabarito - Extras!........................................................................79 Gabarito - Extras!.....................................................................387

Produção de texto.............................................. 81 Física A ................................................................. 389


Gabarito - Extras!....................................................................... 98 Gabarito - Extras!.....................................................................423

Língua Inglesa ...................................................100 Física B ................................................................. 424


Gabarito - Extras!.......................................................................121 Gabarito - Extras!.................................................................... 448

Química A............................................................ 450


Matemática Gabarito - Extras!.....................................................................483
e suas Tecnologias
Química B ........................................................... 484
Matemática A...................................................... 126 Gabarito - Extras!.................................................................... 499
Gabarito - Extras!......................................................................152

janiecbros/E+/Getty Images
Matemática B ..................................................... 153
Gabarito - Extras!..................................................................... 180

Ciências Humanas
e Sociais Aplicadas
História ................................................................. 185
Gabarito - Extras!......................................................................212

Geografia .............................................................. 215


Gabarito - Extras!.................................................................... 290
ÍNDICE DE CONTROLE DE ESTUDO
Linguagens e suas Tecnologias
Análise linguística
MÓDULO 17 (p. 12) TM TC TD MÓDULO 18 (p. 25) TM TC TD MÓDULO 19 (p. 33) TM TC TD

MÓDULO 20 (p. 44) TM TC TD MÓDULO 21 (p. 52) TM TC TD

PROFESSOR

Literatura e Arte
MÓDULO 08 (p. 61) TM TC TD MÓDULO 09 (p. 67) TM TC TD MÓDULO 10 (p. 74) TM TC TD

PROFESSOR

Produção de texto
MÓDULO 07 (p. 81) TM TC TD MÓDULO 08 (p. 88) TM TC TD

PROFESSOR

Língua Inglesa
MÓDULO 12 (p. 100) TM TC TD MÓDULO 13 (p. 107) TM TC TD MÓDULO 14 (p. 113) TM TC TD

PROFESSOR

Matemática e suas Tecnologias


Matemática A
MÓDULO 14 (p. 126) TM TC TD MÓDULO 15 (p. 133) TM TC TD MÓDULO 16 (p. 138) TM TC TD

MÓDULO 17 (p. 146) TM TC TD

PROFESSOR

Matemática B
MÓDULO 13 (p. 153) TM TC TD MÓDULO 14 (p. 159) TM TC TD MÓDULO 15 (p. 167) TM TC TD

MÓDULO 16 (p. 172) TM TC TD

PROFESSOR

4
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
História
MÓDULO 14 (p. 185) TM TC TD MÓDULO 15 (p. 188) TM TC TD MÓDULO 16 (p. 198) TM TC TD

MÓDULO 17 (p. 207) TM TC TD

PROFESSOR

Geografia
MÓDULO 16 (p. 215) TM TC TD MÓDULO 17 (p. 229) TM TC TD MÓDULO 18 (p. 249) TM TC TD

MÓDULO 19 (p. 258) TM TC TD MÓDULO 20 (p. 271) TM TC TD MÓDULO 21 (p. 279) TM TC TD

PROFESSOR

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


Biologia A

MÓDULO 19 (p. 295) TM TC TD MÓDULO 20 (p. 304) TM TC TD MÓDULO 21 (p. 316) TM TC TD

MÓDULO 22 (p. 332) TM TC TD MÓDULO 23 (p. 345) TM TC TD

PROFESSOR

Biologia B

MÓDULO 10 (p. 361) TM TC TD MÓDULO 11 (p. 367) TM TC TD MÓDULO 12 (p. 374) TM TC TD

PROFESSOR

Física A

MÓDULO 13 (p. 389) TM TC TD MÓDULO 14 (p. 402) TM TC TD MÓDULO 15 (p. 408) TM TC TD

MÓDULO 16 (p. 413) TM TC TD

PROFESSOR

Física B

MÓDULO 11 (p. 424) TM TC TD MÓDULO 12 (p. 429) TM TC TD MÓDULO 13 (p. 436) TM TC TD

PROFESSOR

5
Química A
MÓDULO 17 (p. 450) TM TC TD MÓDULO 18 (p. 454) TM TC TD MÓDULO 19 (p. 458) TM TC TD

MÓDULO 20 (p. 461) TM TC TD MÓDULO 21 (p. 465) TM TC TD MÓDULO 22 (p. 472) TM TC TD

MÓDULO 23 (p. 476) TM TC TD

PROFESSOR

Química B

MÓDULO 11 (p. 484) TM TC TD MÓDULO 12 (p. 489) TM TC TD MÓDULO 13 (p. 495) TM TC TD

PROFESSOR

ANOTAÇÕES

6
Linguagens e suas
Vesnaandjic/E+/Getty Images
Tecnologias

ANÁLISE LINGUÍSTICA
Módulo 17 Classes de palavras nominais II:
pronomes ............................................................... 12
Módulo 18 Verbo:
formas e propriedades .................................... 25
Módulo 19 Advérbio:
valores e funções ............................................... 33
Módulo 20 Classes de conexão I:
causalidade e oposição .................................. 44
Módulo 21 Classes de conexão II:
implicações entre eventos .............................. 52

LITERATURA E ARTE
Módulo 8 A estética realista ............................................... 61
Módulo 9 Visão crítica da realidade:
Machado de Assis .............................................. 67
Módulo 10 Visão crítica da realidade:
o Naturalismo brasileiro .................................. 74

PRODUÇÃO DE TEXTO
Módulo 7 Rádio, TV, podcasts e YouTube ......................... 81
Módulo 8 Jornais e revistas: diagramação e
significado .................................................................................. 88

LÍNGUA INGLESA
Módulo 12 Text Comprehension;
Degrees of Adjectives................................... 100
Módulo 13 Text Comprehension;
urbazon/E+/Getty Images

Prepositions ....................................................... 107


Módulo 14 Text Comprehension;
Modal Verbs ........................................................ 113
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 4
A área de Linguagens e suas Tecnologias Compreender as línguas como fenômeno (geo)político, histórico, cultural, social,
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 1 variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso, reconhecendo suas va-
riedades e vivenciando-as como formas de expressões identitárias, pessoais e
Compreender o funcionamento das diferentes linguagens e práticas culturais coletivas, bem como agindo no enfrentamento de preconceitos de qualquer
(artísticas, corporais e verbais) e mobilizar esses conhecimentos na recepção natureza.
e produção de discursos nos diferentes campos de atuação social e nas diver-
sas mídias, para ampliar as formas de participação social, o entendimento e as Habilidades
possibilidades de explicação e interpretação crítica da realidade e para conti-
(EM13LGG401) Analisar criticamente textos de modo a compreender e caracte-
nuar aprendendo.
rizar as línguas como fenômeno (geo)político, histórico, social, cultural, variável,
Habilidades heterogêneo e sensível aos contextos de uso.
(EM13LGG402) Empregar, nas interações sociais, a variedade e o estilo de língua
(EM13LGG101) Compreender e analisar processos de produção e circulação de
adequados à situação comunicativa, ao(s) interlocutor(es) e ao gênero do dis-
discursos, nas diferentes linguagens, para fazer escolhas fundamentadas em
curso, respeitando os usos das línguas por esse(s) interlocutor(es) e sem pre-
função de interesses pessoais e coletivos.
conceito linguístico.
(EM13LGG102) Analisar visões de mundo, conflitos de interesse, preconceitos (EM13LGG403) Fazer uso do inglês como língua de comunicação global, levan-
e ideologias presentes nos discursos veiculados nas diferentes mídias, amplian- do em conta a multiplicidade e variedade de usos, usuários e funções dessa
do suas possibilidades de explicação, interpretação e intervenção crítica da/na língua no mundo contemporâneo.
realidade.
(EM13LGG103) Analisar o funcionamento das linguagens, para interpretar e COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 5
produzir criticamente discursos em textos de diversas semioses (visuais, verbais, Compreender os processos de produção e negociação de sentidos nas prá-
sonoras, gestuais). ticas corporais, reconhecendo-as e vivenciando-as como formas de expressão
de valores e identidades, em uma perspectiva democrática e de respeito à
(EM13LGG104) Utilizar as diferentes linguagens, levando em conta seus funcio-
diversidade.
namentos, para a compreensão e produção de textos e discursos em diversos
campos de atuação social. Habilidades
(EM13LGG105) Analisar e experimentar diversos processos de remidiação de
(EM13LGG501) Selecionar e utilizar movimentos corporais de forma consciente
produções multissemióticas, multimídia e transmídia, desenvolvendo diferentes
e intencional para interagir socialmente em práticas corporais, de modo a esta-
modos de participação e intervenção social.
belecer relações construtivas, empáticas, éticas e de respeito às diferenças.
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 2 (EM13LGG502) Analisar criticamente preconceitos, estereótipos e relações de
Compreender os processos identitários, conflitos e relações de poder que poder presentes nas práticas corporais, adotando posicionamento contrário a
permeiam as práticas sociais de linguagem, respeitando as diversidades e a qualquer manifestação de injustiça e desrespeito a direitos humanos e valores
pluralidade de ideias e posições, e atuar socialmente com base em princípios democráticos.
e valores assentados na democracia, na igualdade e nos Direitos Humanos, (EM13LGG503) Vivenciar práticas corporais e significá-las em seu projeto de
exercitando o autoconhecimento, a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos vida, como forma de autoconhecimento, autocuidado com o corpo e com a
e a cooperação, e combatendo preconceitos de qualquer natureza. saúde, socialização e entretenimento.

Habilidades COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 6


Apreciar esteticamente as mais diversas produções artísticas e culturais, con-
(EM13LGG201) Utilizar as diversas linguagens (artísticas, corporais e verbais) em
siderando suas características locais, regionais e globais, e mobilizar seus
diferentes contextos, valorizando-as como fenômeno social, cultural, histórico,
conhecimentos sobre as linguagens artísticas para dar significado e (re)cons-
variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso.
truir produções autorais individuais e coletivas, exercendo protagonismo de
(EM13LGG202) Analisar interesses, relações de poder e perspectivas de mundo maneira crítica e criativa, com respeito à diversidade de saberes, identidades
nos discursos das diversas práticas de linguagem (artísticas, corporais e verbais), e culturas.
compreendendo criticamente o modo como circulam, constituem-se e (re)pro-
duzem significação e ideologias. Habilidades
(EM13LGG203) Analisar os diálogos e os processos de disputa por legitimidade (EM13LGG601) Apropriar-se do patrimônio artístico de diferentes tempos e
nas práticas de linguagem e em suas produções (artísticas, corporais e verbais). lugares, compreendendo a sua diversidade, bem como os processos de legiti-
(EM13LGG204) Dialogar e produzir entendimento mútuo, nas diversas linguagens mação das manifestações artísticas na sociedade, desenvolvendo visão crítica
(artísticas, corporais e verbais), com vistas ao interesse comum pautado em e histórica.
princípios e valores de equidade assentados na democracia e nos Direitos Hu- (EM13LGG602) Fruir e apreciar esteticamente diversas manifestações artísticas
manos. e culturais, das locais às mundiais, assim como delas participar, de modo a agu-
çar continuamente a sensibilidade, a imaginação e a criatividade.
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 3 (EM13LGG603) Expressar-se e atuar em processos de criação autorais indivi-
Utilizar diferentes linguagens (artísticas, corporais e verbais) para exercer, com duais e coletivos nas diferentes linguagens artísticas (artes visuais, audiovisual,
autonomia e colaboração, protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva, dança, música e teatro) e nas intersecções entre elas, recorrendo a referências
de forma crítica, criativa, ética e solidária, defendendo pontos de vista que estéticas e culturais, conhecimentos de naturezas diversas (artísticos, históricos,
respeitem o outro e promovam os Direitos Humanos, a consciência socioam- sociais e políticos) e experiências individuais e coletivas.
biental e o consumo responsável, em âmbito local, regional e global.
(EM13LGG604) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida
social, cultural, política e econômica e identificar o processo de construção his-
Habilidades
tórica dessas práticas.
(EM13LGG301) Participar de processos de produção individual e colaborativa
em diferentes linguagens (artísticas, corporais e verbais), levando em conta suas COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 7
formas e seus funcionamentos, para produzir sentidos em diferentes contextos. Mobilizar práticas de linguagem no universo digital, considerando as dimensões
(EM13LGG302) Posicionar-se criticamente diante de diversas visões de mundo técnicas, críticas, criativas, éticas e estéticas, para expandir as formas de pro-
presentes nos discursos em diferentes linguagens, levando em conta seus con- duzir sentidos, de engajar-se em práticas autorais e coletivas, e de aprender a
textos de produção e de circulação. aprender nos campos da ciência, cultura, trabalho, informação e vida pessoal
e coletiva.
(EM13LGG303) Debater questões polêmicas de relevância social, analisando
diferentes argumentos e opiniões, para formular, negociar e sustentar posições, Habilidades
frente à análise de perspectivas distintas.
(EM13LGG701) Explorar tecnologias digitais da informação e comunicação
(EM13LGG304) Formular propostas, intervir e tomar decisões que levem em (TDIC), compreendendo seus princípios e funcionalidades, e utilizá-las de modo
conta o bem comum e os Direitos Humanos, a consciência socioambiental e o ético, criativo, responsável e adequado a práticas de linguagem em diferentes
consumo responsável em âmbito local, regional e global. contextos.
(EM13LGG305) Mapear e criar, por meio de práticas de linguagem, possibilidades (EM13LGG702) Avaliar o impacto das tecnologias digitais da informação e co-
de atuação social, política, artística e cultural para enfrentar desafios contempo- municação (TDIC) na formação do sujeito e em suas práticas sociais, para fazer
râneos, discutindo princípios e objetivos dessa atuação de maneira crítica, cria- uso crítico dessa mídia em práticas de seleção, compreensão e produção de
tiva, solidária e ética. discursos em ambiente digital.
(EM13LGG703) Utilizar diferentes linguagens, mídias e ferramentas digitais em pro- ângulo/vetor, foco/profundidade de campo, iluminação, cor, linhas, formas etc.) e
cessos de produção coletiva, colaborativa e projetos autorais em ambientes digitais. de sua sequenciação (disposição e transição, movimentos de câmera, remix, entre
(EM13LGG704) Apropriar-se criticamente de processos de pesquisa e busca de outros), das performances (movimentos do corpo, gestos, ocupação do espaço
informação, por meio de ferramentas e dos novos formatos de produção e distri- cênico), dos elementos sonoros (entonação, trilha sonora, sampleamento etc.) e das
buição do conhecimento na cultura de rede. relações desses elementos com o verbal, levando em conta esses efeitos nas pro-
duções de imagens e vídeos, para ampliar as possibilidades de construção de sen-
tidos e de apreciação.
Habilidades específicas de Língua (EM13LP15) Planejar, produzir, revisar, editar, reescrever e avaliar textos escritos e
Portuguesa multissemióticos, considerando sua adequação às condições de produção do tex-
to, no que diz respeito ao lugar social a ser assumido e à imagem que se pretende
(EM13LP01) Relacionar o texto, tanto na produção como na leitura/escuta, com passar a respeito de si mesmo, ao leitor pretendido, ao veículo e mídia em que o
suas condições de produção e seu contexto sócio-histórico de circulação (leitor/ texto ou produção cultural vai circular, ao contexto imediato e sócio-histórico mais
audiência previstos, objetivos, pontos de vista e perspectivas, papel social do autor, geral, ao gênero textual em questão e suas regularidades, à variedade linguística
época, gênero do discurso etc.), de forma a ampliar as possibilidades de construção apropriada a esse contexto e ao uso do conhecimento dos aspectos notacionais
de sentidos e de análise crítica e produzir textos adequados a diferentes situações. (ortografia padrão, pontuação adequada, mecanismos de concordância nominal e
verbal, regência verbal etc.), sempre que o contexto o exigir.
(EM13LP02) Estabelecer relações entre as partes do texto, tanto na produção como
na leitura/escuta, considerando a construção composicional e o estilo do gênero, (EM13LP16) Produzir e analisar textos orais, considerando sua adequação aos
usando/reconhecendo adequadamente elementos e recursos coesivos diversos contextos de produção, à forma composicional e ao estilo do gênero em questão,
que contribuam para a coerência, a continuidade do texto e sua progressão temá- à clareza, à progressão temática e à variedade linguística empregada, como também
tica, e organizando informações, tendo em vista as condições de produção e as aos elementos relacionados à fala (modulação de voz, entonação, ritmo, altura e
relações lógico-discursivas envolvidas (causa/efeito ou consequência; tese/argu- intensidade, respiração etc.) e à cinestesia (postura corporal, movimentos e gestua-
mentos; problema/solução; definição/exemplos etc.). lidade significativa, expressão facial, contato de olho com plateia etc.).
(EM13LP03) Analisar relações de intertextualidade e interdiscursividade que per- (EM13LP17) Elaborar roteiros para a produção de vídeos variados (vlog, videoclipe,
mitam a explicitação de relações dialógicas, a identificação de posicionamentos ou videominuto, documentário etc.), apresentações teatrais, narrativas multimídia e
de perspectivas, a compreensão de paráfrases, paródias e estilizações, entre outras transmídia, podcasts, playlists comentadas etc., para ampliar as possibilidades de
possibilidades. produção de sentidos e engajar-se em práticas autorais e coletivas.
(EM13LP04) Estabelecer relações de interdiscursividade e intertextualidade para (EM13LP18) Utilizar softwares de edição de textos, fotos, vídeos e áudio, além de
explicitar, sustentar e conferir consistência a posicionamentos e para construir e ferramentas e ambientes colaborativos para criar textos e produções multisse-
corroborar explicações e relatos, fazendo uso de citações e paráfrases devidamen- mióticas com finalidades diversas, explorando os recursos e efeitos disponíveis e
te marcadas. apropriando-se de práticas colaborativas de escrita, de construção coletiva do
(EM13LP05) Analisar, em textos argumentativos, os posicionamentos assumidos, conhecimento e de desenvolvimento de projetos.
os movimentos argumentativos (sustentação, refutação/contra-argumentação e (EM13LP19) Apresentar-se por meio de textos multimodais diversos (perfis variados,
negociação) e os argumentos utilizados para sustentá-los, para avaliar sua força e gifs biográficos, biodata, currículo web, videocurrículo etc.) e de ferramentas digi-
eficácia, e posicionar-se criticamente diante da questão discutida e/ou dos argu- tais (ferramenta de gif, wiki, site etc.), para falar de si mesmo de formas variadas,
mentos utilizados, recorrendo aos mecanismos linguísticos necessários. considerando diferentes situações e objetivos.
(EM13LP06) Analisar efeitos de sentido decorrentes de usos expressivos da lingua- (EM13LP20) Compartilhar gostos, interesses, práticas culturais, temas/problemas/
gem, da escolha de determinadas palavras ou expressões e da ordenação, combi- questões que despertam maior interesse ou preocupação, respeitando e valorizan-
nação e contraposição de palavras, dentre outros, para ampliar as possibilidades do diferenças, como forma de identificar afinidades e interesses comuns, como
de construção de sentidos e de uso crítico da língua. também de organizar e/ou participar de grupos, clubes, oficinas e afins.
(EM13LP07) Analisar, em textos de diferentes gêneros, marcas que expressam a (EM13LP21) Produzir, de forma colaborativa, e socializar playlists comentadas de
posição do enunciador frente àquilo que é dito: uso de diferentes modalidades preferências culturais e de entretenimento, revistas culturais, fanzines, e-zines ou
(epistêmica, deôntica e apreciativa) e de diferentes recursos gramaticais que ope- publicações afins que divulguem, comentem e avaliem músicas, games, séries, filmes,
ram como modalizadores (verbos modais, tempos e modos verbais, expressões quadrinhos, livros, peças, exposições, espetáculos de dança etc., de forma a com-
modais, adjetivos, locuções ou orações adjetivas, advérbios, locuções ou orações partilhar gostos, identificar afinidades, fomentar comunidades etc.
adverbiais, entonação etc.), uso de estratégias de impessoalização (uso de tercei-
(EM13LP22) Construir e/ou atualizar, de forma colaborativa, registros dinâmicos
ra pessoa e de voz passiva etc.), com vistas ao incremento da compreensão e da
(mapas, wiki etc.) de profissões e ocupações de seu interesse (áreas de atuação,
criticidade e ao manejo adequado desses elementos nos textos produzidos, con-
dados sobre formação, fazeres, produções, depoimentos de profissionais etc.) que
siderando os contextos de produção.
possibilitem vislumbrar trajetórias pessoais e profissionais.
(EM13LP08) Analisar elementos e aspectos da sintaxe do português, como a ordem
(EM13LP23) Analisar criticamente o histórico e o discurso político de candidatos,
dos constituintes da sentença (e os efeito que causam sua inversão), a estrutura
propagandas políticas, políticas públicas, programas e propostas de governo, de
dos sintagmas, as categorias sintáticas, os processos de coordenação e subordi-
forma a participar do debate político e tomar decisões conscientes e fundamenta-
nação (e os efeitos de seus usos) e a sintaxe de concordância e de regência, de
das.
modo a potencializar os processos de compreensão e produção de textos e a
possibilitar escolhas adequadas à situação comunicativa. (EM13LP24) Analisar formas não institucionalizadas de participação social, sobre-
tudo as vinculadas a manifestações artísticas, produções culturais, intervenções
(EM13LP09) Comparar o tratamento dado pela gramática tradicional e pelas gramá-
urbanas e formas de expressão típica das culturas juvenis que pretendam expor
ticas de uso contemporâneas em relação a diferentes tópicos gramaticais, de forma
uma problemática ou promover uma reflexão/ação, posicionando-se em relação a
a perceber as diferenças de abordagem e o fenômeno da variação linguística e ana-
essas produções e manifestações.
lisar motivações que levam ao predomínio do ensino da norma-padrão na escola.
(EM13LP25) Participar de reuniões na escola (conselho de escola e de classe, grê-
(EM13LP10) Analisar o fenômeno da variação linguística, em seus diferentes níveis
mio livre etc.), agremiações, coletivos ou movimentos, entre outros, em debates,
(variações fonético-fonológica, lexical, sintática, semântica e estilístico-pragmática)
assembleias, fóruns de discussão etc., exercitando a escuta atenta, respeitando seu
e em suas diferentes dimensões (regional, histórica, social, situacional, ocupacional,
turno e tempo de fala, posicionando-se de forma fundamentada, respeitosa e ética
etária etc.), de forma a ampliar a compreensão sobre a natureza viva e dinâmica
da língua e sobre o fenômeno da constituição de variedades linguísticas de prestí- diante da apresentação de propostas e defesas de opiniões, usando estratégias
gio e estigmatizadas, e a fundamentar o respeito às variedades linguísticas e o linguísticas típicas de negociação e de apoio e/ou de consideração do discurso do
combate a preconceitos linguísticos. outro (como solicitar esclarecimento, detalhamento, fazer referência direta ou re-
tomar a fala do outro, parafraseando-a para endossá-la, enfatizá-la, complementá-
(EM13LP11) Fazer curadoria de informação, tendo em vista diferentes propósitos e -la ou enfraquecê-la), considerando propostas alternativas e reformulando seu
projetos discursivos. posicionamento, quando for caso, com vistas ao entendimento e ao bem comum.
(EM13LP12) Selecionar informações, dados e argumentos em fontes confiáveis, (EM13LP26) Relacionar textos e documentos legais e normativos de âmbito uni-
impressas e digitais, e utilizá-los de forma referenciada, para que o texto a ser versal, nacional, local ou escolar que envolvam a definição de direitos e deveres – em
produzido tenha um nível de aprofundamento adequado (para além do senso especial, os voltados a adolescentes e jovens – aos seus contextos de produção,
comum) e contemple a sustentação das posições defendidas. identificando ou inferindo possíveis motivações e finalidades, como forma de am-
(EM13LP13) Analisar, a partir de referências contextuais, estéticas e culturais, efei- pliar a compreensão desses direitos e deveres.
tos de sentido decorrentes de escolhas de elementos sonoros (volume, timbre, (EM13LP27) Engajar-se na busca de solução para problemas que envolvam a co-
intensidade, pausas, ritmo, efeitos sonoros, sincronização etc.) e de suas relações letividade, denunciando o desrespeito a direitos, organizando e/ou participando de
com o verbal, levando-os em conta na produção de áudios, para ampliar as possi- discussões, campanhas e debates, produzindo textos reivindicatórios, normativos,
bilidades de construção de sentidos e de apreciação. entre outras possibilidades, como forma de fomentar os princípios democráticos
(EM13LP14) Analisar, a partir de referências contextuais, estéticas e culturais, efeitos e uma atuação pautada pela ética da responsabilidade, pelo consumo consciente
de sentido decorrentes de escolhas e composição das imagens (enquadramento, e pela consciência socioambiental.
(EM13LP28) Organizar situações de estudo e utilizar procedimentos e estra- agregadores de conteúdo) e da consulta a serviços e fontes de checagem e
tégias de leitura adequados aos objetivos e à natureza do conhecimento em curadoria de informação, de forma a aprofundar o entendimento sobre um de-
questão. terminado fato ou questão, identificar o enfoque preponderante da mídia e man-
(EM13LP29) Resumir e resenhar textos, por meio do uso de paráfrases, de marcas ter-se implicado, de forma crítica, com os fatos e as questões que afetam a cole-
do discurso reportado e de citações, para uso em textos de divulgação de estudos tividade.
e pesquisas.
(EM13LP43) Atuar de forma fundamentada, ética e crítica na produção e no com-
(EM13LP30) Realizar pesquisas de diferentes tipos (bibliográfica, de campo, partilhamento de comentários, textos noticiosos e de opinião, memes, gifs, remixes
experimento científico, levantamento de dados etc.), usando fontes abertas e
variados etc. em redes sociais ou outros ambientes digitais.
confiáveis, registrando o processo e comunicando os resultados, tendo em
vista os objetivos pretendidos e demais elementos do contexto de produção, (EM13LP44) Analisar formas contemporâneas de publicidade em contexto di-
como forma de compreender como o conhecimento científico é produzido e gital (advergame, anúncios em vídeos, social advertising, unboxing, narrativa
apropriar-se dos procedimentos e dos gêneros textuais envolvidos na realização mercadológica, entre outras), e peças de campanhas publicitárias e políticas
de pesquisas. (cartazes, folhetos, anúncios, propagandas em diferentes mídias, spots, jingles
(EM13LP31) Compreender criticamente textos de divulgação científica orais, etc.), identificando valores e representações de situações, grupos e configura-
escritos e multissemióticos de diferentes áreas do conhecimento, identificando ções sociais veiculadas, desconstruindo estereótipos, destacando estratégias
sua organização tópica e a hierarquização das informações, identificando e de engajamento e viralização e explicando os mecanismos de persuasão utili-
descartando fontes não confiáveis e problematizando enfoques tendenciosos zados e os efeitos de sentido provocados pelas escolhas feitas em termos de
ou superficiais.
elementos e recursos linguístico-discursivos, imagéticos, sonoros, gestuais e
(EM13LP32) Selecionar informações e dados necessários para uma dada pesquisa espaciais, entre outros.
(sem excedê-los) em diferentes fontes (orais, impressas, digitais etc.) e comparar
autonomamente esses conteúdos, levando em conta seus contextos de produção, (EM13LP45) Analisar, discutir, produzir e socializar, tendo em vista temas e acon-
referências e índices de confiabilidade, e percebendo coincidências, complemen- tecimentos de interesse local ou global, notícias, fotodenúncias, fotorreportagens,
taridades, contradições, erros ou imprecisões conceituais e de dados, de forma a reportagens multimidiáticas, documentários, infográficos, podcasts noticiosos,
compreender e posicionar-se criticamente sobre esses conteúdos e estabelecer artigos de opinião, críticas da mídia, vlogs de opinião, textos de apresentação e
recortes precisos. apreciação de produções culturais (resenhas, ensaios etc.) e outros gêneros
(EM13LP33) Selecionar, elaborar e utilizar instrumentos de coleta de dados e infor- próprios das formas de expressão das culturas juvenis (vlogs e podcasts culturais,
mações (questionários, enquetes, mapeamentos, opinários) e de tratamento e gameplay etc.), em várias mídias, vivenciando de forma significativa o papel de
análise dos conteúdos obtidos, que atendam adequadamente a diferentes objetivos repórter, analista, crítico, editorialista ou articulista, leitor, vlogueiro e booktuber,
de pesquisa. entre outros.
(EM13LP34) Produzir textos para a divulgação do conhecimento e de resultados (EM13LP46) Compartilhar sentidos construídos na leitura/escuta de textos literários,
de levantamentos e pesquisas – texto monográfico, ensaio, artigo de divulgação percebendo diferenças e eventuais tensões entre as formas pessoais e as coletivas
científica, verbete de enciclopédia (colaborativa ou não), infográfico (estático ou
de apreensão desses textos, para exercitar o diálogo cultural e aguçar a perspec-
animado), relato de experimento, relatório, relatório multimidiático de campo, re-
portagem científica, podcast ou vlog científico, apresentações orais, seminários, tiva crítica.
comunicações em mesas redondas, mapas dinâmicos etc. –, considerando o con- (EM13LP47) Participar de eventos (saraus, competições orais, audições, mostras,
texto de produção e utilizando os conhecimentos sobre os gêneros de divulgação festivais, feiras culturais e literárias, rodas e clubes de leitura, cooperativas culturais,
científica, de forma a engajar-se em processos significativos de socialização e di- jograis, repentes, slams etc.), inclusive para socializar obras da própria autoria
vulgação do conhecimento. (poemas, contos e suas variedades, roteiros e microrroteiros, videominutos, playlists
(EM13LP35) Utilizar adequadamente ferramentas de apoio a apresentações orais, comentadas de música etc.) e/ou interpretar obras de outros, inserindo-se nas
escolhendo e usando tipos e tamanhos de fontes que permitam boa visualização, diferentes práticas culturais de seu tempo.
topicalizando e/ou organizando o conteúdo em itens, inserindo de forma ade-
quada imagens, gráficos, tabelas, formas e elementos gráficos, dimensionando a (EM13LP48) Identificar assimilações, rupturas e permanências no processo de
quantidade de texto e imagem por slide e usando, de forma harmônica, recursos constituição da literatura brasileira e ao longo de sua trajetória, por meio da
(efeitos de transição, slides mestres, layouts personalizados, gravação de áudios leitura e análise de obras fundamentais do cânone ocidental, em especial da
em slides etc.). literatura portuguesa, para perceber a historicidade de matrizes e procedimen-
(EM13LP36) Analisar os interesses que movem o campo jornalístico, os impactos tos estéticos.
das novas tecnologias digitais de informação e comunicação e da Web 2.0 no (EM13LP49) Perceber as peculiaridades estruturais e estilísticas de diferentes gê-
campo e as condições que fazem da informação uma mercadoria e da checagem neros literários (a apreensão pessoal do cotidiano nas crônicas, a manifestação livre
de informação uma prática (e um serviço) essencial, adotando atitude analítica e
e subjetiva do eu lírico diante do mundo nos poemas, a múltipla perspectiva da
crítica diante dos textos jornalísticos.
vida humana e social dos romances, a dimensão política e social de textos da lite-
(EM13LP37) Conhecer e analisar diferentes projetos editorias – institucionais, pri- ratura marginal e da periferia etc.) para experimentar os diferentes ângulos de
vados, públicos, financiados, independentes etc. –, de forma a ampliar o repertório
apreensão do indivíduo e do mundo pela literatura.
de escolhas possíveis de fontes de informação e opinião, reconhecendo o papel da
mídia plural para a consolidação da democracia. (EM13LP50) Analisar relações intertextuais e interdiscursivas entre obras de dife-
(EM13LP38) Analisar os diferentes graus de parcialidade/imparcialidade (no limi- rentes autores e gêneros literários de um mesmo momento histórico e de momen-
te, a não neutralidade) em textos noticiosos, comparando relatos de diferentes tos históricos diversos, explorando os modos como a literatura e as artes em geral
fontes e analisando o recorte feito de fatos/dados e os efeitos de sentido provo- se constituem, dialogam e se retroalimentam.
cados pelas escolhas realizadas pelo autor do texto, de forma a manter uma (EM13LP51) Selecionar obras do repertório artístico-literário contemporâneo à
atitude crítica diante dos textos jornalísticos e tornar-se consciente das escolhas
disposição segundo suas predileções, de modo a constituir um acervo pessoal e
feitas como produtor.
dele se apropriar para se inserir e intervir com autonomia e criticidade no meio
(EM13LP39) Usar procedimentos de checagem de fatos noticiados e fotos publi- cultural.
cadas (verificar/avaliar veículo, fonte, data e local da publicação, autoria, URL,
formatação; comparar diferentes fontes; consultar ferramentas e sites checadores (EM13LP52) Analisar obras significativas das literaturas brasileiras e de outros
etc.), de forma a combater a proliferação de notícias falsas (fake news). países e povos, em especial a portuguesa, a indígena, a africana e a latino-ame-
(EM13LP40) Analisar o fenômeno da pós-verdade – discutindo as condições e os ricana, com base em ferramentas da crítica literária (estrutura da composição,
mecanismos de disseminação de fake news e também exemplos, causas e con- estilo, aspectos discursivos) ou outros critérios relacionados a diferentes matrizes
sequências desse fenômeno e da prevalência de crenças e opiniões sobre fatos culturais, considerando o contexto de produção (visões de mundo, diálogos com
–, de forma a adotar atitude crítica em relação ao fenômeno e desenvolver uma outros textos, inserções em movimentos estéticos e culturais etc.) e o modo como
postura flexível que permita rever crenças e opiniões quando fatos apurados as dialogam com o presente.
contradisserem.
(EM13LP53) Produzir apresentações e comentários apreciativos e críticos sobre
(EM13LP41) Analisar os processos humanos e automáticos de curadoria que ope- livros, filmes, discos, canções, espetáculos de teatro e dança, exposições etc.
ram nas redes sociais e outros domínios da internet, comparando os feeds de di-
(resenhas, vlogs e podcasts literários e artísticos, playlists comentadas, fanzines,
ferentes páginas de redes sociais e discutindo os efeitos desses modelos de cura-
e-zines etc.).
doria, de forma a ampliar as possibilidades de trato com o diferente e minimizar o
efeito bolha e a manipulação de terceiros. (EM13LP54) Criar obras autorais, em diferentes gêneros e mídias – mediante sele-
(EM13LP42) Acompanhar, analisar e discutir a cobertura da mídia diante de acon- ção e apropriação de recursos textuais e expressivos do repertório artístico –, e/ou
tecimentos e questões de relevância social, local e global, comparando diferentes produções derivadas (paródias, estilizações, fanfics, fanclipes etc.), como forma de
enfoques e perspectivas, por meio do uso de ferramentas de curadoria (como dialogar crítica e/ou subjetivamente com o texto literário.
w

Língua Carlos Moacir Vedovato Junior (MOA)


Eduardo Calbucci (BUCCI)
FELIPE Leal

Portuguesa
Fernando MARCÍLIO Lopes Couto
HENRIQUE Santos Braga
Luciana Migliaccio (LUCY)
MAURÍCIO Soares da Silva Filho
PAULO Giovani de Oliveira
Sérgio de Lima PAGANIM
17 ANÁLISE LINGUÍSTICA COMPETÊNCIAS GERAIS C2, C4, C5, C8, C9

M Ó D U L O

Classes de palavras
nominais II: pronomes
COMPETÊNCIAS
Objetivos de aprendizagem ESPECÍFICAS E
HABILIDADES DA
BNCC
. Objetivo 1: Relacionar as pessoas do discurso a estratégias persuasivas em diferentes gêneros
COMPETÊNCIA 1
textuais.
. Objetivo 2: Reconhecer como a referência dos pronomes se estabelece nos contextos de uso, iden-
EM13LGG102
EM13LP02
tificando o papel dessa classe de palavras na coesão textual e na interlocução.
EM13LP07
. Objetivo 3: Associar o uso de pronomes à expressão das categorias dêiticas pessoa, espaço e tempo
COMPETÊNCIA 2
em gêneros textuais variados.
E7
. Objetivo 4: Estabelecer progressão textual por meio de pronomes anafóricos e catafóricos, reconhe- EM13LP40
cendo os efeitos desses usos pronominais.

Neste módulo

1 Pessoas do discurso
Na comunicação, os interlocutores e o assunto do qual se fala compõem as três pessoas do discurso.
. 1ª pessoa: aquela que detém a palavra, ou seja, o enunciador.
Prostock-studio/Shutterstock

12
. 2ª pessoa: aquela com quem se fala, ou seja, o enunciatário.

Krakenimages.com/Shutterstock
. 3ª pessoa: aquilo de que se fala, ou seja, o assunto abordado pelo locutor.

Who is Danny/Shutterstock

Para saber mais

MÓDULO 17 - CLASSES DE PALAVRAS NOMINAIS II: PRONOMES


Os pronomes de tratamento você, senhor, Vossa Excelência, Vossa Alteza, etc. são formas gramaticais de
3ª pessoa, porém correspondem à 2ª pessoa do discurso.

2 Propriedades gerais dos pronomes


Preencha a tabela usando os códigos a seguir para diferenciar os pronomes de outras classes de
palavras.
. Pronomes ñ
ANÁLISE LINGUÍSTICA

. Outras classes de palavras ñ x

13
Expressam uma das pessoas do Seu referente é fixo, ou seja, inde- Podem designar os participantes
discurso. pende do contexto de uso. da interação.

São sempre invariáveis, ou seja, Seu referente é identificado de São flexionados para expressar
não são flexionados. acordo com o contexto. tempo decorrido.

3 A função dêitica dos pronomes


Você consegue relacionar os pronomes eu e você às imagens a seguir?

Pedro Fiuza/NurPhoto/ZUMA Press/Glow Images


Após marcar gol, o jogador de futebol Cristiano Ronaldo comemora dizendo: “Eu estou aqui”.
Reprodução/www.museudosmemes.com.br

Em alguns memes, um clone do Homem-Aranha é usado para satirizar críticas


incoerentes: quem aponta o erro comete erro semelhante ou correlato ao que
foi apontado.

14
Os pronomes são dêiticos quando apontam para elementos externos ao texto. E, além de marcar as
pessoas do discurso, podem marcar o tempo ou o espaço – o que ocorre com o emprego de pronomes
demonstrativos, como mostra a tabela a seguir.

este/esta/isto esse/essa/isso aquele/aquela/aquilo

Indicam proximidade em Indicam proximidade em


Indicam afastamento em
relação ao enunciador relação ao enunciatário
relação aos interlocutores
(1ª pessoa). (2ª pessoa).
Espaço (3ª pessoa).
Os pronomes podem ser Os pronomes podem ser
Podem ser associados aos
associados ao advérbio de associados ao advérbio de
advérbios de lugar lá e ali.
lugar aqui. lugar aí.
Indicam tempo anterior à
Indicam o tempo da enunciação.
enunciação. Exemplo: Aquele momento
Exemplo: Este é o momento Na norma-padrão não são era muito diferente dos dias
Tempo
em que vivo. usados para indicar tempo. atuais.
Podem ser associados ao Podem ser associados ao
advérbio de tempo hoje. advérbio de tempo
antigamente.

4 A função coesiva dos pronomes


Os pronomes são anafóricos quando retomam
uma expressão ou uma ideia do texto.

ANÁFORA

O pensamento científico
possibilita ampliar o É importante desenvolvê-lo
conhecimento sobre a para aprimorar o senso crítico.
realidade.
Pronomes
na coesão
textual

Este é um dos problemas


que afligem os cientistas o negacionismo.
na contemporaneidade:
CATÁFORA

Os pronomes são catafóricos quando antecipam


uma expressão ou uma ideia do texto.

DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

MÓDULO 17 - CLASSES DE PALAVRAS NOMINAIS II: PRONOMES


Reprodução/www.reddit.com
O abaixo-assinado é um importante gênero discursivo
para atuação na vida pública. Sua finalidade é buscar apoio
da sociedade civil para influenciar a decisão de atores
sociais relevantes, em especial empresas e órgãos públi-
cos. Considerando essas informações, leia o abaixo-assi-
nado a seguir, publicado em uma plataforma de petições
on-line, para responder às questões 1 e 2.
ANÁLISE LINGUÍSTICA

Vira-lata caramelo na nota de R$ 200


Fred Costa criou este abaixo-assinado para pressionar Criamos esta petição para pedir ao Banco Central que a
Conselho Monetário Nacional, Banco Central e Ministro da nova cédula de R$ 200,00 tenha a imagem ilustrativa de ca-
Economia chorro vira-lata. Não descartamos a relevância do lobo-guará

15
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

na história e na fauna brasileiras, porém o cachorro vira-lata 2 Releia a frase final do texto:
está mais relacionado ao cotidiano dos brasileiros e, além Nada melhor do que fazer uma bela homenagem a
disso, é presente em todas as regiões do país. eles imortalizando-os na nova nota, não acha?
Infelizmente, todo ano, milhares de animais domésti- a) Transcreva a expressão do texto a que os pronomes
cos sofrem maus-tratos. Há pesquisas que apontam que destacados fazem referência.
há cerca de 30 milhões de animais abandonados no Brasil.
Outra pesquisa mais recente, do instituto PetBrasil, mostra
3,9 milhões de animais domésticos em condições de vul-
nerabilidade.
A inclusão do vira-lata caramelo na cédula é incenti-
vo não só para a adoção, mas também para o controle da b) Explique por que os pronomes foram utilizados no plural.
espécie. Pode representar uma nova fase para o bem-estar
animal, visto que as notícias mais recentes são relaciona-
das aos sofrimentos deles.
O Sem raça definida é um símbolo da sociedade e da
cultura brasileira, é o animal mais popular do Brasil. Nada
melhor do que fazer uma bela homenagem a eles imortali-
zando-os na nova nota, não acha?
Change.org. Disponível em: https://www.change.org/p/conselho-monet%C3%A1rio-
nacional-vira-lata-caramelo-na-nota-de-r-200. Acesso em: 1º nov. 2020.
3 Leia o excerto para responder ao que se pede.

1 O autor de um abaixo-assinado deve levar em considera- O “Paciente de Berlim”, a história do primeiro


ção dois níveis de persuasão: além de influenciar o ator,
homem a vencer a Aids
seja ele público ou privado, que pode tomar determinada
medida, é preciso convencer os cidadãos a assinarem o Quem passa por Timothy Ray Brown jamais imagina
documento. Levando isso em consideração, responda: que ele é a primeira pessoa na história a ter sido curada da
a) A quem se dirige o abaixo-assinado mais diretamente? Aids. O americano de Seattle, Washington, passou por um
Explique e justifique com passagens do texto. tratamento complexo e quase mortal para se livrar do HIV.
Registrado na literatura médica como “Paciente de Berlim”,
Brown decidiu abandonar o anonimato em 2010 e mostrar
ele mesmo ao mundo a própria a cura.
Brown esteve em São Paulo na semana retrasada para
participar de uma convenção sobre HIV na USP. Na oca-
sião, ele conversou com a reportagem, contou sua trajetó-
ria e como lida com o fato de ser a primeira pessoa a ser
curada da doença.
Hoje não gosta de ser identificado como o “Paciente
de Berlim”. “Se os casos são realmente interessantes os
cientistas têm de encontrar um modo de se referir àque-
la pessoa e identificar mais rápido de quem estão falando
sem precisar expor o nome do paciente. Como o meu caso
ocorreu em Berlim, me chamaram de o ‘Paciente de Ber-
b) Por que foi adotada a 1ª pessoa do plural no primeiro lim’, embora eu não seja de lá”, diz. “Em 2010, decidi dizer
parágrafo? ao mundo meu nome e mostrar meu rosto. Quando as pes-
soas ainda usam ‘Paciente de Berlim’, eu fico meio irritado.
Basicamente, dei permissão para usarem meu nome e dis-
se que estou ok com isso.”
[...]
Universidade Federal da Paraíba – UFPB. Serviço de Assistência Especializada Familiar
Materno Infantil. Disponível em: https://www.ufpb.br/saehu/contents/
noticias/a-historia-do-primeiro-homem-a-vencer-a-aids. Acesso em: 2 nov. 2020.

16
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

Para saber mais


A cura de Timothy Ray Brown, em 2007, esteve, paradoxalmente, associada a outra doença contraída por
ele: a leucemia (que não tem relação com o vírus HIV). Sem obter sucesso com a quimioterapia, Brown teve
de ser submetido a um transplante de medula. A estratégia da equipe médica à época foi buscar um doador
entre indivíduos que, por uma rara mutação genética, não produzissem determinada proteína, essencial para
manter ativo o vírus da Aids. O procedimento foi bem-sucedido, porém ainda é tido como caro e arriscado
para ser adotado em larga escala.
Em 2019, Timothy foi novamente diagnosticado com câncer e faleceu em 2020.

Considerando correlações entre o gênero discursivo do excerto e suas marcas de pessoalidade, pode-se afirmar que se
trata de:

a) um depoimento pessoal, o que justifica o uso de determinados pronomes na 1ª pessoa do discurso.

b) uma entrevista, em que se alternam a 2ª pessoa, nos questionamentos, e a 3ª, nas respostas.

c) um artigo de opinião, no qual o predomínio da 3ª pessoa do discurso confere credibilidade aos argumentos de Brown.

d) uma reportagem, com o emprego da 3ª pessoa pelo repórter e da 1ª pessoa no trecho atribuído a Timothy Ray Brown.

e) um artigo de divulgação científica, em que os pronomes de 1ª pessoa atuam como recurso discursivo para deixar a men-
sagem mais acessível.

4 Leia a tirinha seguinte.

Fernando Gonsales/Acervo do Cartunista


GONSALES, Fernando. Níquel Náusea. Folha de S.Paulo. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/cartum/cartunsdiarios/#18/7/2020.
Acesso em: 3 nov. 2020.

Considerando que o humor da tirinha se baseia em uma ambiguidade, responda ao que se pede.
a) Identifique o termo responsável pela ambiguidade.

b) Explique por que o termo identificado permite duas interpretações no contexto em que ocorre. MÓDULO 17 - CLASSES DE PALAVRAS NOMINAIS II: PRONOMES
ANÁLISE LINGUÍSTICA

17
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

5
André Dahmer/Acervo do Cartunista

DAHMER, André. Não há nada acontecendo. Folha de S.Paulo. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/cartum/cartunsdiarios/#19/8/2020. Acesso em: 27 nov. 2020.

Na tira, o título “Uber existencialista” se deve, principalmente:


a) à distração do motorista, displicente ao volante.
b) ao desconhecimento do passageiro sobre o caminho.
c) à interpretação dada pelo motorista a “nosso destino”.
d) ao ato de violência que será praticado pelo motorista.
e) ao valor inclusivo atribuído pelo passageiro ao pronome.

6 Leia o seguinte anúncio publicitário.

Reprodução/ABRASCE

No contexto em que ocorrem, os pronomes você, seu e seus constroem uma interlocução em que a 2ª pessoa do dis-
curso são:
a) os consumidores interessados em moda, que ignoram a necessidade de participar da política partidária.
b) cidadãos que habitualmente escolhem seus candidatos com base apenas na propaganda eleitoral.
c) jovens consumistas desvinculadas de qualquer ideal político relacionado à realidade brasileira.
d) indivíduos sensíveis ao apelo nacionalista do anúncio que possam mudar seu comportamento.
e) eleitoras cujos hábitos de consumo possam servir de modelo para seu comportamento nas eleições.

18
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

7 Analise a capa de filme a seguir e o verbete sobre a mes- b) identifique outro sentido cabível ao pronome vós, caso
ma obra. tomado em uma perspectiva religiosa.

Reprodu•‹o/Riofilme

8 Leia o fragmento seguinte, extraído da entrevista


“Negacionismo científico: a produção política e cultural
de desinformação”. Nele, o pesquisador Renan Leonel (da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo)
aborda o efeito das redes sociais sobre a circulação do
conhecimento.
Negacionismo cient’fico: prática de substituir consensos científicos
O título Nós que aqui estamos por vós esperamos refe-
básicos e empiricamente verificados por ideias radicais e controversas.
re-se à frase encontrada pelo diretor, no portal do cemitério
de Paraibuna, interior de São Paulo, uma frase proverbial que Como as redes sociais impactaram a produção
entrelaça morte e vida, motivo central do filme. Masagão
de ignorância?
recebe uma bolsa da Fundação MacArthur e, durante três
Leonel – A forma como as sociedades se organizam po-
anos, pesquisa acervos de imagens do século XX. Para o di-
liticamente e culturalmente para construir agendas de
retor, é uma época que manifesta de maneira potencializada
conhecimento e de ignorância tem sido objeto de estudo
o binômio destruição/ criação. De acordo ele, o fato que mais
da Sociologia desde o início do século 20. Entende-se que
chama a atenção é a banalização da morte e da vida.
a produção e a disseminação do conhecimento científico
NÓS que aqui estamos por vós esperamos. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e
Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2019. Disponível em: http://enciclopedia. não é um processo neutro. Existem escolhas políticas ao
itaucultural.org.br/obra70116/nos-que-aqui-estamos-por-vos-esperamos.
Acesso em: 8 out. 2020. Verbete da Enciclopédia.
longo de toda a cadeia de desenvolvimento da ciência. Do
mesmo modo, existem atores e instituições interessados
Mesmo considerando o contexto em que ocorre (na en-
trada do cemitério), o enunciado “Nós que aqui estamos em disseminar desinformação. De modo geral, a produ-
por vós esperamos” permite diferentes interpretações. ção de ignorância tem relação com movimentos políti-
Tendo isso em mente: cos que buscam legitimar uma determinada agenda de
a) explique a quem se referem os pronomes nós e vós no poder ou tirar o foco de algo que não lhes interessa. Por

MÓDULO 17 - CLASSES DE PALAVRAS NOMINAIS II: PRONOMES


título do filme, considerando o fragmento do verbete. exemplo, quando o HIV emergiu como um problema de
saúde pública nos Estados Unidos, na década de 1980,
os ativistas tiveram um papel importante para garantir o
acesso ao tratamento em um país sem sistema público de
saúde. Na contramão, surgiram movimentos conservado-
res que buscavam estigmatizar a doença e difundir a ideia
de que aquele era um problema restrito a pessoas que
não se adequavam ao modelo de família norte-americano.
ANÁLISE LINGUÍSTICA

Outro exemplo: no início do século 21, observou-se muita


desinformação sobre os riscos das pesquisas com células-
-tronco e das novas biotecnologias voltadas à reprodução
humana artificial. Esse movimento atendia a interesses de

19
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

grupos políticos que defendiam os valores da família tradicional e eram contrários à reprodução independente. A produção de
ignorância parece aumentar sempre que há um desgaste histórico na parceria entre governantes e cientistas, pois isso compro-
mete a comunicação científica. A desinformação, portanto, não é uma consequência das redes sociais. A natureza do conteúdo
não mudou, mas as mídias digitais aceleraram sua disseminação e elevaram o patamar de alcance, possibilitando um impacto
muito maior.
TOLEDO, Karina. Agência Fapesp, 2 set. 2020. Disponível em: https://agencia.fapesp.br/negacionismo-cientifico-a-producao-politica-e-cultural-de-desinformacao/
34028/?fbclid=IwAR1IZrjD35lC-pnIsbNokb-r6QoRIP_0ViZ2vfyXf3GTobRU7gBZb_NH5dA. Acesso em: 19 nov. 2020.

Entre os pronomes destacados no excerto, pode-se apontar valor dêitico-temporal em:


a) que
b) aquele
c) outro
d) esse
e) isso

9 Leia a tira seguinte.

André Dahmer/Acervo do cartunista


O pronome este contribui decisivamente para a comicidade do texto, porque assume valor
a) contextualmente dêitico, reiterando a necessidade do evento.
b) exclusivamente temporal, referindo-se a um tema da atualidade.
c) explicitamente contextual, retomando o vocábulo “negacionistas”.
d) simultaneamente temporal e espacial, satirizando o negacionismo.
e) implicitamente espacial, apontando o púlpito onde ocorre o discurso.

Para responder às questões 10 e 11, leia o excerto inicial do conto “Mausoléu”.


Durante uma hora maciça, deixou-se ficar, em pé, numa contemplação espantada. Lá estava a mulher, de pés unidos, as
mãos entrelaçadas, entre as quatro chamas dos círios. Parentes e amigos tentavam convencê-lo: “Senta! Senta!”. Mas ele, fiel à
própria dor, era surdo a esses apelos. Como insistissem, acabou explodindo: “Não me amolem, sim?”. E continuou, firme, em-
pertigado. No fundo, achava que sentar, em pleno velório da esposa, seria uma desconsideração à morta1. Uma hora depois,
no entanto, cansou. E esta contingência física e prosaica fê-lo transigir. Ocupou uma cadeira entre dois amigos. Uma senhora
gorda, aliás vizinha, inclinou-se, suspirando:
— É por isso que eu não topo viajar de avião!
Pronto. A dor do viúvo, que estava provisoriamente amortecida, reagiu2. Ergueu-se, alucinado. E foi um custo para contê-lo.
Apertando a cabeça entre as mãos, encheu a sala:
— Sabem o que é que me dana?3 Hein? Sabem? — interpelava os presentes; e prosseguiu: — É que, do Rio para São Paulo
ou vice-versa, não cai avião nenhum, ninguém morre4. É o tipo de viagem canja, que todo mundo faz com um pé nas costas.
É ou não é?

20
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

— É.
Mergulhou o rosto nas duas mãos, soluçando:
— Então, como é que Arlete vai morrer nessa viagem besta?5 Como?!…
Várias pessoas vieram confortá-lo:
— Calma, Moacir, calma!
RODRIGUES, Nelson. Mausoléu. A vida como ela é …. O Homem Fiel e outros contos. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. p. 7.

10 Sobre os pronomes em destaque no primeiro parágrafo, pode-se afirmar corretamente que:


a) remetem a um personagem que é plenamente desconhecido até o último parágrafo.
b) contribuem para que o protagonista seja apresentado para os leitores gradualmente.
c) participam da construção de um suspense que se mantém ao longo de todo o excerto.
d) impedem qualquer inferência sobre seu referente até que ele seja nomeado como “Moacir”.
e) alternam-se entre anafóricos (ele) e catafóricos (se e lo), promovendo retomadas e antecipações.

11 Em certos enunciados, o vocábulo que assume valor anafórico, desempenhando papel de pronome relativo. É o que
ocorre em:
a) “achava que sentar, em pleno velório da esposa, seria uma desconsideração à morta” (ref. 1).
b) “A dor do viúvo, que estava provisoriamente amortecida, reagiu” (ref. 2).
c) “É que, do Rio para São Paulo ou vice-versa, não cai avião nenhum, ninguém morre” (ref. 4).
d) “— Sabem o que é que me dana?” (ref. 3).
e) “como é que Arlete vai morrer nessa viagem besta?” (ref. 5).

12 Leia o excerto.
Entre as coisas que me surpreendem e humilham, figura esta, fundamental, que é a cultura de meus amigos e conhecidos.
Não só a cultura no sentido clássico, mas também o conhecimento imediato das coisas e fatos que lhe estão sob os olhos no dia
a dia da existência. Quem está a meu lado sempre leu mais livros do que eu, conhece mais política do que eu, já esteve em mais
países do que eu, já teve mais casos sentimentais do que eu, estudou mais do que eu, praticou e pratica mais esportes. Paro e me
pergunto que fiz dos meus anos de vida. Já fui atropelado e sofri alguns acidentes, como explosão, queda e afogamento. Mas
entre os acidentados não estou na primeira fila.
FERNANDES, Millôr. Notas de um ignorante. As cem melhores crônicas brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007. p. 170.

Entre os termos destacados, o único que se refere a um termo que lhe é posterior está em:
a) “Entre as coisas que me surpreendem e humilham, figura esta”.
b) “o conhecimento imediato das coisas e fatos que lhe estão sob os olhos”.
c) “o conhecimento imediato das coisas e fatos que lhe estão sob os olhos”.

MÓDULO 17 - CLASSES DE PALAVRAS NOMINAIS II: PRONOMES


d) “Quem está a meu lado sempre leu mais livros do que eu”.
e) “Paro e me pergunto que fiz dos meus anos de vida.”
ANÁLISE LINGUÍSTICA

21
Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 / Análise linguística / Capítulo 17: Classes de palavras nominais II:
pronomes

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia o item 1 da seção Neste • Leia o item 1 do Capítulo 17. • Faça as questões 7 e 8 do
módulo. • Faça as questões 4 a 6 do Capítulo 17.
1
• Faça as questões 1 a 3 do Capítulo 17.
Capítulo 17.

• Leia o item 2 da seção Neste • Leia o item 2 do Capítulo 17.


módulo. • Faça as questões 12 a 14 do
2
• Faça as questões 9 a 11 do Capítulo 17.
Capítulo 17.

• Leia o item 3 da seção Neste • Leia o item 3 do Capítulo 17. • Faça as questões 21 e 22 do
módulo. • Faça as questões 18 a 20 do Capítulo 17.
3
• Faça as questões 15 a 17 do Capítulo 17.
Capítulo 17.

• Leia o item 4 da seção Neste • Leia o item 4 do Capítulo 17. • Faça as questões 29 e 30 do
módulo. • Faça as questões 26 a 28 do Capítulo 17.
4
• Faça as questões 23 a 25 do Capítulo 17.
Capítulo 17.

PREPARE-SE

Na aula seguinte, estudaremos a classe dos verbos. Pensando nisso, leia esta tirinha e reflita sobre as duas questões seguintes:

Frank & Ernest, Bob Thaves © 2003 Thaves/


Dist. by Andrews McMeel Syndication

. A fala do personagem remete a uma definição dos verbos. Que definição é essa?
. Essa definição de fato se aplica a todos os verbos? Por quê?
Para se aprofundar nessa reflexão, leia o item 1 do Capítulo 18 (“A expressão dos eventos”).

EX TRAS!

1 3. Com seus adesivos transdérmicos, Niciga libera ni-


COM NICIGA, PARAR DE FUMAR FICA MUITO MAIS cotina terapêutica de forma controlada no seu organismo,
FÁCIL facilitando o processo de parar de fumar e ajudando a sua
1. Fumar aumenta o número de receptores do seu cé- força de vontade. Com Niciga, você tem o dobro de chan-
rebro que se ativam com nicotina. ces de parar de fumar.
2. Se você interrompe o fornecimento de uma vez, eles Revista Época, 24 nov. 2009 (adaptado).
enlouquecem e você sente os desagradáveis sintomas da
falta do cigarro. Para convencer o leitor, o anúncio emprega como recurso
expressivo, principalmente:

22
EXTRAS!

a) as rimas entre Niciga e nicotina. Olhos nos olhos, quero ver o que você faz
b) o uso de metáforas como “força de vontade”. Ao sentir que sem você eu passo bem demais
E que venho até remoçando
c) a repetição enfática de termos semelhantes como fácil
e facilidade. me pego cantando
Sem mais nem porquê
d) a utilização dos pronomes de 2ª pessoa, que fazem um
E tantas águas rolaram
apelo direto ao leitor.
Quantos homens me amaram
e) a informação sobre as consequências do consumo do
Bem mais e melhor que você
cigarro para amedrontar o leitor.

2 (Unesp-SP) Textos para a questão. Quando talvez precisar de mim


‘Cê sabe que a casa é sempre sua, venha sim
Vingança
olhos nos olhos, quero ver o que você diz
Eu gostei tanto, quero ver como suporta me ver tão feliz.
Tanto quando me contaram BUARQUE, Chico. Letra e música. 1989.
Que lhe encontraram
Bebendo, chorando Em ambas as letras o eu lírico se refere à ex-companheira
Na mesa de um bar. (letra de Lupicínio) e ao ex-companheiro (letra de Chico),
E que quando os amigos do peito sendo diferente, porém, a forma gramatical de fazerem
Por mim perguntaram essa referência. Examine atentamente o emprego dos
Um soluço cortou sua voz, pronomes pessoais e de tratamento nas duas letras e, a
Não lhe deixou falar. seguir:
Eu gostei tanto, a) determine a forma de tratamento pela qual a persona-
Tanto quando me contaram gem feminina faz referência ao ex-companheiro na le-
Que tive mesmo de fazer esforço tra de Chico Buarque;
P’ra ninguém notar. b) considerando que em versões mais recentes da letra
O remorso talvez seja a causa de “Vingança” alguns editores, provavelmente influen-
Do seu desespero ciados pelo emprego de lhe na primeira estrofe, subs-
Ela deve estar bem consciente tituem na segunda estrofe ela por você, justifique a
Do que praticou, razão dessa troca.
Me fazer passar tanta vergonha 3
Com um companheiro

Reprodução/ENEM, 2009.
E a vergonha
É a herança maior que meu pai me deixou;
Mas, enquanto houver voz no meu peito
Eu não quero mais nada
De p’ra todos os santos vingança,
Vingança clamar,
Ela há de rolar qual as pedras

MÓDULO 17 - CLASSES DE PALAVRAS NOMINAIS II: PRONOMES


Que rolam na estrada
Sem ter nunca um cantinho de seu
P’ra poder descansar.
RODRIGUES, Lupicínio. “Vingança”. 1951.

Olhos nos olhos


Quando você me deixou, meu bem
Me disse pra ser feliz e passar bem
Quis morrer de ciúme, quase enlouqueci
ANÁLISE LINGUÍSTICA

Mas depois, como era de costume, obedeci

Quando você me quiser rever


Já vai me encontrar refeita, pode crer BRASIL, Ministério da Saúde, 2009 (adaptado).

23
EXTRAS!

Os principais recursos utilizados para envolvimento e adesão do leitor à campanha institucional incluem:
a) o emprego de enumeração de itens e apresentação de títulos expressivos.
b) o uso de orações subordinadas condicionais e temporais.
c) o emprego de pronomes como você e sua e o uso do imperativo.
d) a construção de figuras metafóricas e o uso de repetição.
e) o fornecimento de número de telefone gratuito para contato.

Fazer 70 anos
Fazer 70 anos não é simples.
A vida exige, para o conseguirmos,
perdas e perdas no íntimo do ser,
como, em volta do ser, mil outras perdas.
[...]
Ó José Carlos, irmão-em-Escorpião!
Nós o conseguimos...
E sorrimos
de uma vitória comprada por que preço?
Quem jamais o saberá?
ANDRADE, C. D. Amar se aprende amando. São Paulo: Círculo do Livro, 1992 (fragmento).

O pronome oblíquo o, nos versos “A vida exige, para o conseguirmos” e “Nós o conseguimos”, garante a progressão temá-
tica e o encadeamento textual, recuperando o segmento:
a) “Ó José Carlos”.
b) “perdas e perdas”.
c) “A vida exige”.
d) “Fazer 70 anos”.
e) “irmão-sem-Escorpião”.

ANOTAÇÕES

24
18 ANÁLISE LINGUÍSTICA

M Ó D U L O

Verbo: formas e propriedades

COMPETÊNCIAS
Objetivos de aprendizagem ESPECÍFICAS E
HABILIDADES DA
BNCC
. Objetivo 1: Reconhecer o efeito das categorias verbais pessoa, número e tempo na textualidade,
COMPETÊNCIA 1
analisando interlocução e progressão textual.
. Objetivo 2: Associar os diferentes modos verbais à atitude do enunciador sobre o tema abordado.
EM13LGG102
EM13LGG103
EM13LP02
EM13LP07
Neste módulo
COMPETÊNCIA 2
EM13LGG203
1 Pessoa e número COMPETÊNCIA 3
EM13LGG302
As desinências dos verbos podem indicar a que pessoa do discurso cada forma verbal se refere, expressan-
do ainda número (singular ou plural).

RESPEITAR 1ª pessoa 2ª pessoa 3ª pessoa


Singular respeito respeitas respeitaø
Plural respeitamos respeitais respeitam

CONVIVER 1ª pessoa 2ª pessoa 3ª pessoa


Singular convivo convives conviveø
Plural convivemos conviveis convivem

2 Tempo verbal
As flexões verbais situam o evento em determinado momento, que pode ser anterior, posterior ou simultâneo

MÓDULO 18 - VERBO: FORMAS E PROPRIEDADES


ao momento da enunciação.
Fernando Gonsales/
Acervo do cartunista

ANÁLISE LINGUÍSTICA

25
Momento da
enunciação

Com a forma “fo- Com a forma trouxe, o Trata-se do tempo A forma “vou
ram condenados”, personagem pergunta no qual os perso- soltar” indica que
o personagem se já aconteceu o evento nagens enunciam o evento da liber-
situa o evento “trazer o habeas corpus”. suas falas. tação dos leões
em um momento será posterior à
anterior à sua enunciação.
enunciação.

3 Modo verbal
A propriedade modo verbal reflete a atitude do enunciador sobre o evento enunciado, que pode ser tratado
como real, possível ou necessário/desejável.
O indicativo expressa evento tido como real pelo enunciador, que se compromete com o valor de verdade
do que enuncia.

Secretaria da Justiça e Cidadania/Governo do Estado de São Paulo

No anúncio, são feitas duas declarações taxativas. Em ambas, o verbo ser é conjugado no modo indi-
cativo (“é cultivar a paz” e “é crime”).

O subjuntivo expressa evento possível, hipotético, não realizado.

26
Reprodução/Projeto Plurais
Nesse texto, o verbo ser se refere a algo irreal: a possibilidade de o enunciatário não ser quem real-
mente é.

O imperativo assume valor diretivo, expressando um comando (ordem, pedido, conselho ou súplica) ao
enunciatário.

Reprodução/Vandal

MîDULO 18 - VERBO: FORMAS E PROPRIEDADES

No exemplo, a flexão do verbo ser veicula um conselho ao receptor da mensagem: “seja você”.
ANÁLISE LINGUÍSTICA

27
DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

Texto para as questões 1 a 3

Nel mezzo del camin...


Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada Hoje, segues de novo... Na partida
E triste, e triste e fatigado eu vinha. Nem o pranto os teus olhos umedece,
Tinhas a alma de sonhos povoada, Nem te comove a dor da despedida.
E a alma de sonhos povoada eu tinha...
E eu, solitário, volto a face, e tremo,
E paramos de súbito na estrada Vendo o teu vulto que desaparece
Da vida: longos anos, presa à minha Na extrema curva do caminho extremo.
A tua mão, a vista deslumbrada
Tive da luz que teu olhar continha.
BILAC, Olavo. Sarças de fogo. 1888. Disponível em: https://www.academia.org.br/academicos/olavo-bilac/textos-escolhidos. Acesso em: 24 out. 2020.

1 Tendo em mente que o eu lírico do soneto busca estabelecer um diálogo, responda ao que se pede.
a) Explique como as formas verbais contribuem para construção do diálogo.

b) Identifique o tipo de relação vivido entre o eu lírico e a outra pessoa, justificando sua resposta com eventos mencionados
na segunda estrofe.

2 No soneto, o eu lírico contrasta períodos distintos. Com base nisso:


a) Identifique o que diferencia cada período descrito.

b) Explique como a flexão das formas verbais contribui para estabelecer esse contraste.

3 Analise esta correção sugerida por um editor digital de textos:

Hoje, segues de novo... Na partida


Nem o pranto os teus olhos umedece,
Nem te comove a dor da abc despedida.
Gramática Corrija a concordância verbal.

Recortar os teus olhos umedecem


E eu, solitário, volto a
Copiar Ignorar Uma Vez
Vendo o teu vulto que
Na extrema curva do Opções de Colagem: Não verificar este problema

Opções para “Gramática”


A
i Ver mais
Pesquisa Inteligente

Traduzir

Link
BILAC, Olavo. "No meio do caminho".
+ Novo Comentário

28
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

a) Aponte o que parece ter motivado a sugestão.

b) Você concorda com a alteração sugerida? Justifique.

Texto para as questões 4 e 5

No texto seguinte, você terá contato com uma variedade europeia da língua portuguesa. Ao lê-lo, busque identificar usos
linguísticos diferentes dos que são comuns na variedade que você adota.

‘Rappers’ portugueses combatem ódio com respeito em campanha da APAV


Sob o lema “Combate o ódio com respeito”, cinco ‘rappers’ portugueses criaram temas com palavras de incentivo a vítimas de
discriminação, no âmbito de uma campanha da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV).
A campanha tem presença sobretudo on-line, através da

Reprodução/Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (2019)


divulgação de vídeos onde são recriadas rap battles, batalhas
entre rappers, nas quais habitualmente são trocadas ofensas e
insultos, “à semelhança do que acontece na relação entre o autor
do crime de ódio ou de violência discriminatória e a vítima que
sofre desse crime ou ato de violência”, explicou, em declarações
à Lusa, Mafalda Valério, gestora de projetos da APAV.
Mas, “nesta campanha, a luta é contra o ódio” e, por isso, as
vítimas ouvem “palavras de respeito”.
“O que acabámos por fazer foi pegar no conceito [das rap
battles] e subvertê-lo, tornando as palavras de ódio e os insultos
em palavras de respeito e promotoras da integração”, referiu.
[...] a APAV difundiu um terceiro vídeo no qual se ouve M7
(Marta Bateira/Beatriz Gosta) dizer a uma mulher transexual:
“acredita em ti, em ti tudo é perfeito, nasceste assim para pôr fim
ao preconceito”, “o direito à liberdade não tem sexo, credo ou cor,
quem diz que é promiscuidade sabe zero de amor”, “quem te
chama doente, por viveres a verdade, só mostra que é urgente
mudar esta sociedade”.
[...]

MîDULO 18 - VERBO: FORMAS E PROPRIEDADES


MADREMEDIA/LUSA. ‘Rappers’ portugueses combatem ódio com respeito em campanha da APAV. Sapo, 11 out. 2018. Disponível em: https://24.sapo.pt/atualidade/
artigos/rappers-portugueses-combatem-odio-com-respeito-em-campanha-da-apav. Acesso em: 24 out. 2020.

#cultura_digital
ANÁLISE LINGUÍSTICA

Nos vídeos da campanha publicitária citada, os modos verbais são utilizados de forma variada para obter diferentes efeitos. Você
pode observar isso comparando duas letras: a do rapper Ace (sobre xenofobia e racismo) e a da rapper M7 (sobre transfobia).
Para acessar esses conteúdos, pesquise pelo slogan da campanha (“Combate o ódio com respeito”) em sites de busca.

29
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

4 Considerando os recursos linguísticos mobilizados e o gênero discursivo, é correto afirmar que:


a) são utilizadas apenas formas do modo indicativo no presente, reforçando a atualidade e a pertinência da notícia.

b) é recorrente o modo verbal subjuntivo, expressando a incerteza do enunciador sobre os efeitos da publicidade.

c) ocorrem formas do modo imperativo, como recurso para persuadir o público-leitor a valorizar as “batalhas entre rappers”.

d) predominam formas do modo verbal indicativo, expressando o comprometimento do enunciador com a veracidade dos
eventos.

e) há alternância entre formas do modo indicativo e do modo imperativo, embora ambas tenham a finalidade comum de
expressar os eventos ocorridos.

5 Analise as formas verbais do slogan da campanha publicitária (“Combate o ódio com respeito”) e do seguinte
verso da rapper M7: “acredita em ti, em ti tudo é perfeito, nasceste assim para pôr fim ao preconceito”. Sobre elas, é
correto afirmar que:
a) combate e acredita são formas verbais indicativas que veiculam, respectivamente, um pedido e um incentivo.

b) combate e acredita constituem declarações, indicando ações realizadas por diferentes agentes implícitos no contexto.

c) combate e nasceste expressam, em momentos passados, eventos que se complementam na valorização da diversidade.

d) combate e acredita se referem à 2ª pessoa do discurso, ordenando que o enunciatário abandone seus antigos pre-
conceitos.
e) combate e acredita são formas imperativas, sendo a primeira menos comum em publicidades brasileiras do que a forma
combata.

6 Em diferentes redes sociais, a página Autolembrete publica mensagens de alerta a seus seguidores. Entre textos
motivacionais e orientações de comportamento, os responsáveis pela página publicaram este post:
Reprodução/Autolembrete

Nessa mensagem, infere-se uma visão de mundo segundo a qual opiniões polêmicas:

a) são carregadas de julgamentos preconceituosos.

b) podem esconder preconceitos de forma involuntária.

c) disfarçam visões de mundo retrógradas e inaceitáveis.

d) são aceitáveis, enquanto preconceitos são inadmissíveis.

e) diferem dos preconceitos, embora ambos sejam reprováveis.

30
Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 / Análise linguística / Capítulo 18: Verbo: formas e propriedades

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia os itens 1 e 2 da seção • Leia os itens 1 a 3 do • Faça a questão 9 do


Neste módulo. Capítulo 18. Capítulo 18.
1
• Faça as questões 1 a 4 do • Faça as questões 5 a 8 do
Capítulo 18. Capítulo 18.

• Leia o item 3 da seção Neste • Leia o item 4 do Capítulo 18. • Faça as questões 16 e 17 do
módulo. • Faça as questões 13 a 15 do Capítulo 18.
2
• Faça as questões 10 a 12 do Capítulo 18.
Capítulo 18.

EX TRAS!

1
Toca a sirene na fábrica,
e o apito como um chicote
bate na manhã nascente
e bate na tua cama
no sono da madrugada.
Ternuras da áspera lona
pelo corpo adolescente.
É o trabalho que te chama.
Às pressas tomas o banho,
tomas teu café com pão,
tomas teu lugar no bote
no cais do Capibaribe.
Deixas chorando na esteira
teu filho de mãe solteira.
Levas ao lado a marmita,
contendo a mesma ração
do meio de todo o dia,
a carne-seca e o feijão.
De tudo quanto ele pede
dás só bom-dia ao patrão,
e recomeças a luta

MÓDULO 18 - VERBO: FORMAS E PROPRIEDADES


na engrenagem da fiação.
MOTA, M. Canto ao meio. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1964.

Nesse texto, a mobilização do uso padrão das formas verbais e pronominais:


a) ajuda a localizar o enredo num ambiente estático.
ANÁLISE LINGUÍSTICA

b) auxilia na caracterização física do personagem principal.


c) acrescenta informações modificadoras às ações dos personagens.
d) alterna os tempos da narrativa, fazendo progredir as ideias do texto.
e) está a serviço do projeto poético, auxiliando na distinção dos referentes.

31
EXTRAS!

Reprodução/ENEM, 2018.

Disponível em: www.sul21.com.br. Acesso em: 1º dez. 2017 (adaptado).

Nesse texto, busca-se convencer o leitor a mudar seu comportamento por meio da associação de verbos no modo impera-
tivo à:
a) indicação de diversos canais de atendimento.
b) divulgação do Centro de Defesa da Mulher.
c) informação sobre a duração da campanha.
d) apresentação dos diversos apoiadores.
e) utilização da imagem das três mulheres.

ANOTAÇÕES

32
19 ANÁLISE LINGUÍSTICA

M Ó D U L O

Advérbio: valores e funções

COMPETÊNCIAS
Objetivos de aprendizagem ESPECÍFICAS E
HABILIDADES DA
BNCC
. Objetivo 1: Analisar os arranjos sintáticos do advérbio, vinculando-o a outros termos da frase ou à
COMPETÊNCIA 1
opinião do enunciador e descrevendo sentidos resultantes de sua posição na frase.
. Objetivo 2: Correlacionar advérbios e partes do texto quando empregados em função coesiva, de-
EM13LGG103
EM13LP02
terminando seus referentes fóricos ou dêiticos.
EM13LP06
. Objetivo 3: Descrever aspectos semânticos de advérbios, apontando circunstâncias, explicitando EM13LP07
pressupostos e explicando efeitos de sentido em textos.
COMPETÊNCIAS
1E7
Neste módulo EM13LP44

1 Sintaxe: advérbios e relações


Advérbio associado a verbo
Quem perde seus bens perde muito; quem perde um amigo perde mais; mas quem perde a coragem
perde tudo.
CERVANTES, Miguel de. In: SOUTO MAIOR, Marcel. Frases para guardar. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2012.

Advérbio associado a adjetivo


A televisão é muito instrutiva. Quando alguém a liga em minha casa, corro à biblioteca e pego um bom
livro para ler.
MARX, Groucho; SOUTO MAIOR, Marcel. Frases para guardar. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2012.

Advérbio associado a advérbio


Se alguém diz a verdade, pode estar certo de que será descoberto, mais cedo ou mais tarde.
WILDE, Oscar. In: SOUTO MAIOR, Marcel. Frases para guardar. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2012. MÓDULO 19 - ADVÉRBIO: VALORES E FUNÇÕES

Advérbio associado ao enunciador (opinião)


ANÁLISE LINGUÍSTICA

Com meu amor eu me envolvo felizmente.


Mas também me des
envolvo
infelizmente?
CACASO [Antônio Carlos Ferreira de Brito]. Meditação. In: Poesia completa. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.

33
2 Texto: advérbios e coesão
CONTEXTO

TEXTO

Referente
anafórico

LÁ Referente
dêitico

Referente
catafórico

3 Semântica: circunstâncias e efeitos


pela internet

MEIO
por vontade CAUSA PREÇO por R$ 1.000

com vontade MODO DÚVIDA provavelmente

longe da cama LUGAR CONCESSÃO apesar do sono

por 5 horas diárias TEMPO VERBO INTENSIDADE copiosamente

estudar

DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

1 Leia o texto a seguir.


O pretorianismo 1geralmente se refere ao governo dos militares, mas também pode significar uma forte influência deles na po-
lítica. O termo data da Guarda Pretoriana do Império Romano, um grupo de soldados encarregado de proteger os líderes políticos.
2
Com o passar do tempo, a Guarda tornou-se 3cada vez mais autônoma, assassinando imperadores e conduzindo outros ao poder.
4
No contexto atual, pretorianismo reflete uma situação na qual as Forças Armadas estão politizadas, tornando-se 5frequentemente
árbitros políticos e, 6por vezes, assumindo 7totalmente o controle do sistema político e governando 8discretamente. Os líderes mili-
tares consideram-se 9intrinsecamente 10mais capazes que os civis tanto nos assuntos militares como nos políticos. O fenômeno está
11
claramente associado a compromissos débeis das elites com a democracia, a instituições políticas frágeis, a polarização ideológica,
a laços da elite política com os líderes militares e uma sensação generalizada de que os militares têm legitimidade para governar.

34
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

O papel dominante dos militares vai 12aos poucos se enraizando, e eles passam a ser atores políticos fundamentais, 13em
particular 14nos períodos de crise política ou econômica. 15No Paquistão de hoje, por exemplo, o exército paira sobre o siste-
ma político, e os líderes políticos precisam se assegurar de que contam com o apoio militar se 16não quiserem ser derrubados.
Um exemplo 17ainda 18mais impressionante é o da Bolívia, onde ocorreram inacreditáveis 193 golpes de Estado 19desde a
independência, em 1825.
O pretorianismo é 20mais evidente no mundo em desenvolvimento, sendo citado 21com maior frequência em regiões como
América Latina, Sudeste Asiático e África Subsaariana. 22Em muitos países, os militares eram a instituição política 23mais forte
24
no momento da independência, portanto, eles continuaram a mediar os conflitos políticos civis 25bem 26depois do período
pós-independência.
TAYLOR, Steven L. Política: 50 conceitos e teorias fundamentais explicados de forma clara e rápida. São Paulo: Publifolha, 2016. p. 48.

As diversas circunstâncias expressas pelos advérbios são fundamentais para lapidar as ideias em um texto, conferindo-lhes
mais detalhamento e precisão. Analise os advérbios e as locuções adverbiais destacados no texto e identifique o termo ao
qual se associam e sua respectiva classe gramatical.

Referência Advérbio/Locução adverbial Associado a Classe gramatical


1 geralmente

2 Com o passar do tempo

3 cada vez mais

4 No contexto atual

5 frequentemente

6 por vezes

7 totalmente

8 discretamente

9 intrinsecamente

10 mais

11 claramente

12 aos poucos

13 em particular

14 nos períodos de crise política ou econômica

15 No Paquistão de hoje

16 não

17 ainda

18 mais

19 desde a independência, em 1825

20 mais

21 com maior frequência MîDULO 19 - ADVƒRBIO: VALORES E FUN‚ÍES

22 Em muitos países

23 mais

24 no momento da independência
ANÁLISE LINGUÍSTICA

25 bem

26 depois do período pós-independência

35
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

2 Para responder à questão, leia a tirinha abaixo.

Laerte/Acervo da Cartunista
Há advérbios que não se associam a termos específicos da frase, mas projetam nela o estado de espírito ou a opinião do
enunciador – são chamados de advérbios de enunciação, como os da tirinha de Laerte. Com base nisso, avalie os termos
destacados nos textos abaixo e assinale a alternativa em que o advérbio seja de enunciação:
a) Ainda tímidas e sem apoio estatal, as cooperativas de trabalho formadas por mulheres encarceradas aceleram a ressocializa-
ção. As detentas aprendem o ofício, montam um negócio, encontram compradores e repartem o lucro.
A cooperativa não é somente uma fonte de renda, mas um passaporte de ressocialização. Quando saem da prisão, podem
seguir no projeto ou vender individualmente.
Desde 2014, essa é a experiência de detentas do Centro de Reeducação Feminino de Ananindeua, em Belém (PA), palco da
Coostafe (Cooperativa Social de Trabalho Arte Feminina Empreendedora). No projeto, idealizado pela ex-diretora do CRF Car-
men Botelho, as mulheres confeccionam artesanatos e roupas.
PAIXÃO, Mayara. Cooperativas de trabalho ajudam a ressocializar presas. Folha de S.Paulo, 20 out. 2020. Disponível em:
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2020/10/cooperativas-de-trabalho-ajudam-a-ressocializar-presas.shtml. Acesso em: 30 out. 2020.

b) Os constantes e agressivos ataques às nossas instituições democráticas têm provocado, felizmente, reações de resistência
na sociedade brasileira. [...] Além das importantes e necessárias ações de resistência, temos a oportunidade, e a necessidade,
de avançar numa agenda propositiva de aprofundamento e aperfeiçoamento de nossa democracia.
GRAJEW, Oded. Uma agenda pela democracia. Folha de S.Paulo, 12 ago. 2020. Disponível em:
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2020/08/uma-agenda-pela-democracia.shtml. Acesso em: 30 out. 2020.

c) As máscaras faciais se tornaram um item obrigatório para proteger a própria saúde e a dos outros, em meio à pandemia do
novo coronavírus. É difícil, atualmente, imaginar sair de casa sem a peça. E se a máscara está no guarda-roupa de todos,
naturalmente aqueles que se interessam pelo universo fashion a tratam como mais um artigo de moda.
GONÇALVES, Ana Beatriz. De uso obrigatório e essencial, máscaras ganham cores e estampas e viram peças de moda. Folha de S.Paulo, 30 ago. 2020. Disponível em:
https://f5.folha.uol.com.br/estilo/2020/08/de-uso-obrigatorio-e-essencial-mascaras-ganham-cores-e-estampas-e-viram-pecas-de-moda.shtml. Acesso em: 30 out. 2020.

d) [...] Nelson Rodrigues, com seu delicioso exagero, dizia que a maior qualidade de Pelé era a “imodéstia absoluta”, a certeza de
ser muito superior a todos. Nelson dizia ainda que a bola o procurava, com a humildade de uma cadelinha.
Pelé sabia que era o melhor, mas também que precisava dos companheiros para brilhar intensamente. Escutava também
opiniões. [...]
[...] Messi não tem as virtudes físicas e emocionais de Pelé, e Cristiano Ronaldo não possui a fantasia, a inventividade, e não
dá tantos passes decisivos quanto o Rei. A perfeição existe? Seria Pelé perfeito?
TOSTÃO [Eduardo Gonçalves de Andrade]. Pelé possuía virtudes que Messi e Cristiano Ronaldo nunca tiveram. Folha de S.Paulo, 20 out. 2020. Disponível em:
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/tostao/2020/10/pele-possuia-virtudes-que-messi-e-cristiano-ronaldo-nunca-tiveram.shtml?origin=folha. Acesso em: 30 out. 2020.

e) Os EUA estão em chamas. Não são somente os prédios que ardem ali. Nas ruas de Nova York, Minneapolis, Atlanta e tantas
outras cidades construídas, literalmente, sobre os ossos de escravizados, negros e negras queimam o mito fundante de um
país livre e igual.
“Os ideais fundadores da nossa democracia eram falsos quando foram escritos. Foram os negros americanos que lutaram
para torná-los realidade”, escreveu no ano passado Nikole Hannah-Jones.
AMPARO, Thiago. Negros queimam mito da democracia americana. Folha de S.Paulo, 31 maio 2020. Disponível em:
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/thiago-amparo/2020/05/negros-queimam-mito-da-democracia-americana.shtml. Acesso em: 30 out. 2020.

36
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

3 Leia os textos abaixo para responder à questão. a) Na manchete do Texto I, a posição que a locução ad-
verbial ocupa na frase permite que ela seja associada
Texto I
a dois termos. Transcreva esses termos e explique o
Human Rights Watch oferece bolsa de pesquisa sentido resultante de cada combinação.

sobre direitos humanos nos EUA


[...]
Prezando pela diversidade, a organização busca can-
didaturas de pessoas de diversas origens raciais e étnicas,
mulheres, pessoas LGBTI e pessoas com deficiência.
Os candidatos podem se inscrever pelo site. É neces-
sário diploma de pós-graduação, experiência em pesquisa
– de preferência no contexto dos direitos humanos –, habi-
lidades analíticas e fluência em inglês.
A bolsa anual de pesquisa é de US$ 60.000
(R$ 334.235,00). [...]
Os bolsistas poderão trabalhar com o HRW em Nova
York ou Washington durante um ano. Entre as funções do
bolsista estão o acompanhamento dos direitos humanos
no mundo, investigações e elaboração de relatórios, além
de participação em atividades de defesa e divulgação na
mídia com o objetivo de reduzir as violações. b) O texto que acompanha a manchete desfaz essa am-
biguidade? Justifique sua resposta.
HUMAN Rights Watch oferece bolsa de pesquisa sobre direitos humanos nos EUA. Folha
de S.Paulo, 7 out. 2020. Disponível em: https://novoemfolha.blogfolha.uol.com.
br/2020/10/07/human-rights-watch-oferece-bolsa-de-pesquisa-sobre-direitos-
humanos-nos-eua/?utm_source=whatsapp&utm_medium=social&utm_
campaign=compwa. Acesso em: 30 out. 2020.

Texto II

Incêndio atinge prédio de arquiteta premiada


em Beirute
Edmund Blair/Reuters/Fotoarena

c) Ocorre, no título do Texto II, um fenômeno semelhante


ao que você analisou na manchete do Texto I? Explique
sua resposta.

MîDULO 19 - ADVƒRBIO: VALORES E FUN‚ÍES


ANÁLISE LINGUÍSTICA

Incêndio atinge prédio da arquiteta premiada Zaha Hadid no centro de Beirute, no


Líbano [15 set. 2020].

37
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

4 (UFV-MG) Leia atentamente o texto. todos os sonhos e desejos de um adolescente traumati-


Vou-me embora pra Pasárgada zado pela doença, que lhe marcou a vida e lhe inspirou a
produção poética. Dentre as alternativas que se seguem,
Vou-me embora pra Pasárgada assinale aquela que não interpreta corretamente o poema:
Lá sou amigo do rei a) “Pasárgada” surge como um delicioso refúgio, onde o
Lá tenho a mulher que eu quero prazer e a liberdade se tornam infinitos e os desequilí-
Na cama que escolherei brios da vida adquirem uma ordem lógica.
Vou-me embora pra Pasárgada b) “Vou-me embora pra Pasárgada” é um poema de eva-
são e promete resgatar, oniricamente, as ações sim-
Vou-me embora pra Pasárgada
ples e insignificantes que constituem a rotina de um
Aqui eu não sou feliz
menino sadio.
Lá a existência é uma aventura
c) Em “Pasárgada”, os loucos e alienados podem assumir
De tal modo inconsequente
livremente suas contradições e fantasias, o que reafirma
Que Joana a Louca de Espanha
o caráter excepcional desse reino imaginário.
Rainha e falsa demente
d) A lúdica e encantada “Pasárgada” não conseguiu abran-
Vem a ser contraparente
dar as frustrações do poeta, possibilitando a existência
Da nora que nunca tive de uma hierarquia que determina as diferenças sociais.
E como farei ginástica e) Em “Vou-me embora pra Pasárgada”, Manuel Bandeira
Andarei de bicicleta contrapõe o espaço da utopia ao espaço da realidade
Montarei em burro brabo e, indiretamente, critica uma civilização opressora e
impregnada de falsos valores.
Subirei no pau de sebo
Tomarei banhos de mar! 5 Agora, leia o poema a seguir.
E quando estiver cansado Canção do exílio
Deito na beira do rio Minha terra tem palmeiras,
Mando chamar a mãe-d’água Onde canta o Sabiá;
Pra me contar as histórias As aves, que aqui gorjeiam,
Que no tempo de eu menino Não gorjeiam como lá.
Rosa vinha me contar Nosso céu tem mais estrelas,
Vou-me embora pra Pasárgada Nossas várzeas têm mais flores,
Em Pasárgada tem tudo Nossos bosques têm mais vida,
É outra civilização Nossa vida mais amores.
Tem um processo seguro Em cismar, sozinho, à noite,
De impedir a concepção Mais prazer encontro eu lá;
Tem telefone automático Minha terra tem palmeiras,
Tem alcaloide à vontade Onde canta o Sabiá.
Tem prostitutas bonitas
Minha terra tem primores,
Para a gente namorar
Que tais não encontro eu cá;
E quando eu estiver mais triste Em cismar – sozinho, à noite,
Mais triste de não ter jeito Mais prazer encontro eu lá;
Quando de noite me der Minha terra tem palmeiras,
Vontade de me matar Onde canta o Sabiá.
– Lá sou amigo do rei –
Não permita Deus que eu morra,
Terei a mulher que eu quero
Sem que volte para lá;
Na cama que escolherei Sem que desfrute os primores
Vou-me embora pra Pasárgada. Que não encontro por cá;
BANDEIRA, Manuel. Vou-me embora pra Pasárgada e outros poemas.
Rio de Janeiro: Ediouro, 1997. p. 33. Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
“Pasárgada” transubstanciou-se em um espaço utópico, DIAS, Gonçalves Antônio. Canção do exílio. [1843]. Disponível em: http://www.
onde o poeta se refugiou de suas derrotas e pôde realizar dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000100.pdf. Acesso em: 4 nov. 2020.

38
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

Analise os advérbios destacados em “Canção do exílio” e em “Vou-me embora pra Pasárgada”, texto-base da questão an-
terior. Ambos os poemas estabelecem oposição entre aqui/cá e lá. Considerando seus respectivos contextos, assinale a al-
ternativa correta:
a) Em “Canção do exílio”, não há referente explícito do advérbio lá.
b) Em “Canção do exílio”, aqui se refere à terra que tem palmeiras.
c) Em “Canção do exílio”, há uma oposição entre aqui, lá e cá.
d) Em “Vou-me embora pra Pasárgada”, aqui representa um lugar de infelicidade.
e) Em “Vou-me embora pra Pasárgada”, o advérbio aqui faz referência à Espanha.

6 Sob o ponto de vista do sentido, os advérbios acrescentam aos termos com que se relacionam informações específicas,
chamadas de circunstâncias, como tempo, lugar, modo, etc. Nas tirinhas a seguir, identifique os advérbios ou as locuções
adverbiais e aponte a circunstância que expressam.
a)

Peanuts, Charles Schulz © 1971 Peanuts Worldwide LLC/


Dist. by Andrews McMeel Syndication
b)

© 2018 Scott Adams, Inc./Dist. by Andrews


McMeel Syndication

MîDULO 19 - ADVƒRBIO: VALORES E FUN‚ÍES


ANÁLISE LINGUÍSTICA

39
40
c)

e)
d)
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

Real Life Adventures, Gary Wise and Lance Aldrich © 2009 GarLanCo/
Dist. by Andrews McMeel Syndication

Calvin & Hobbes, Bill Watterson © 1988 Watterson/


Garfield, Jim Davis © 2020 Paws, Inc. All Rights Dist. by Andrews McMeel Syndication
Reserved/Dist. by Andrews McMeel Syndication
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

7 Vacinações em massa costumam encontrar resistências de algumas parcelas da população, que, por isso, precisam ser per-
suadidas dos benefícios da imunização. Analise os elementos que compõem a peça publicitária abaixo para responder às
questões a seguir.

Governo Federal/MinistŽrio da Saœde


a) Identifique dois recursos verbais empregados pela peça publicitária para se dirigir ao leitor, estabelecendo uma comuni-
cação direta com ele.

b) Os recursos gráficos que compõem a propaganda têm uma função decorativa e não contribuem com o processo de
persuasão. Você concorda com essa afirmação? Justifique sua resposta.

c) Explique como a oposição entre os advérbios amanhã e hoje se constitui como o principal argumento em favor da vaci- MîDULO 19 - ADVƒRBIO: VALORES E FUN‚ÍES
nação de meninas contra o HPV.
ANÁLISE LINGUÍSTICA

41
Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 / Análise linguística / Capítulo 19: Advérbio: valores e funções

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia o item 1 da seção Neste • Leia os itens 1 a 3 do • Faça a questão 5 do


módulo. Capítulo 19. Capítulo 19.
1
• Faça as questões 1 e 2 do • Faça as questões 3 e 4 do
Capítulo 19. Capítulo 19.

• Leia o item 2 da seção Neste • Leia os itens 4 a 6 do


módulo. Capítulo 19.
2
• Faça as questões 6 e 7 do • Faça as questões 8 e 9 do
Capítulo 19. Capítulo 19.

• Leia o item 3 da seção Neste • Faça os exercícios 14 a 17 do • Faça as questões 18 e 19 do


módulo. Capítulo 19. Capítulo 19.
3
• Faça as questões 10 a 13 do
Capítulo 19.

EX TRAS!

1 (Unicamp-SP) a) ainda falta muito a ser pago pela mineradora e há atra-


sos no pagamento.
Reprodução/UNICAMP, 2018.

b) a Samarco teria pago uma grande parte do que devia


e o prazo provavelmente está sendo cumprido.
c) a Samarco já quitou o que devia, conforme o valor ho-
mologado na Justiça.
d) a mineradora não deveria arcar sozinha com a despesa
da tragédia de Mariana.

2 (Unicamp-SP)

Reprodução/UNICAMP, 2018.

“Caneta Desmanipuladora”. Facebook. 17/10/2016. Disponível em https://www.facebook.


com/canetadesmanipuladora/. Acessado em 15/07/2017.

Bruno Fonseca. Facebook. Disponível em https://www.facebook.com/museumazzaropi/.


Em relação ao post adaptado da página do Facebook Acessado em 31/08/2017.
“Caneta Desmanipuladora”, é correto afirmar que a “des-
manipulação” (substituição de já por só e acréscimo de Considerando os sentidos produzidos pela tirinha, é cor-
até agora) explicita a tentativa do jornal de levar o leitor reto afirmar que o autor explora o fato de que palavras
a pensar que: como ontem, hoje e amanhã:

42
EXTRAS!

a) mudam de sentido dependendo de quem fala.


b) adquirem sentido no contexto em que são enunciadas.
c) deslocam-se de um sentido concreto para um abstrato.
d) evidenciam o sentido fixo dos advérbios de tempo.

Slow food
A favor da alimentação com prazer e da responsabilidade socioambiental, o slow food é um movimento que vai contra o
ritmo acelerado de vida da maioria das pessoas hoje: o ritmo fast-food, que valoriza a rapidez e não a qualidade. Traduzido na
alimentação, o fast-food está nos produtos artificiais, que, apesar de práticos, são péssimos à saúde: muito processados e muito
distantes da sua natureza – como os lanches cheios de gorduras, os salgadinhos e biscoitos convencionais etc. etc.
Agora, vamos deixar de lado o fast e entender melhor o slow food. Segundo esse movimento, o alimento deve ser:
• bom: tão gostoso que merece ser saboreado com calma, fazendo de cada refeição uma pausa especial do dia;
• limpo: bom à saúde do consumidor e dos produtores, sem prejudicar o meio ambiente nem os animais;
• justo: produzido com transparência e honestidade social e, de preferência, de produtores locais.
Deu pra ver que o slow food traz muita coisa interessante para o nosso dia a dia. Ele resgata valores tão importantes, mas
que muitas vezes passam despercebidos. Não é à toa que ele já está contagiando o mundo todo, inclusive o nosso país.
Disponível em: www.maeterra.com.br. Acesso em: 5 ago. 2017.

Algumas palavras funcionam como marcadores textuais, atuando na organização dos textos e fazendo-os progredir. No
segundo parágrafo desse texto, o marcador agora:
a) define o momento em que se realiza o fato descrito na frase.
b) sinaliza a mudança de foco no tema que se vinha discutindo.
c) promove uma comparação que se dá entre dois elementos do texto.
d) indica uma oposição que se verifica entre o trecho anterior e o seguinte.
e) delimita o resultado de uma ação que foi apresentada no trecho anterior.

Reprodução/Peugeot do Brasil - 2019

MîDULO 19 - ADVƒRBIO: VALORES E FUN‚ÍES

Considerando o pressuposto estabelecido pelo advérbio agora e o contexto geral dessa propaganda, é coerente inferir que:
a) a montadora não estava vendendo o modelo sem vidros laterais e traseiro.
b) o envidraçamento tem o objetivo de diminuir agressões ao meio ambiente.
ANÁLISE LINGUÍSTICA

c) o novo modelo não permanecerá disponível por muito tempo no mercado.


d) os compradores do modelo anterior faziam adaptações ilegais nos veículos.
e) o modelo sem vidros não atendia a uma demanda específica das empresas.

43
20 ANÁLISE LINGUÍSTICA

M Ó D U L O

Classes de conexão I:
causalidade e oposição
COMPETÊNCIA
Objetivos de aprendizagem ESPECÍFICA E
HABILIDADES DA
BNCC
. Objetivo 1: Reconhecer relações semânticas de causa, efeito e explicação, marcadas ou não por co-
COMPETÊNCIA 1
nectores, analisando os sentidos e efeitos de sentido delas decorrentes.
. Objetivo 2: Identificar relações semânticas de oposição expressas por meio de conectores adversa-
EM13LGG103
EM13LP02
tivos e concessivos, analisando os sentidos e efeitos de sentido delas decorrentes.
EM13LP06
EM13LP07

Neste módulo

1 Relações de causa, efeito e explicação

Frank & Ernest, Bob Thaves © 2020 Thaves/Dist. by


Andrews McMeel Syndication

. No texto verbal da charge, o conector porque introduz a causa do erro da Justiça.


. Usando conector para ressaltar o efeito:
A Justiça não é cega, mas olha tanto para o outro lado que às vezes erra.

Relação semântica Significado estabelecido Principais conectores

O evento introduzido pelo conector Porque, visto que, já que, pois,


Causa
provoca outro. porquanto, como.

Tão... que, tanto... que, tamanho...


O evento introduzido pelo conector é
Efeito (ou consequência) que, de modo que, de forma que,
provocado por outro.
de maneira que.

44
2 Relações de oposição: adversidade e concessão

© 2006 Guy & Rodd/Dist. by Andrews McMeel Syndication


. No texto verbal da charge, o conector embora introduz uma concessão, uma ideia de peso argu-
mentativo menor que a da oração seguinte – não existir tecnologia para concretizar seu sonho à
época não tem força argumentativa para invalidar a tese (humorística) de que se trata de um pro-
tótipo do iPod.
. Usando conector para tornar a relação adversativa (argumento mais forte):
Não existia tecnologia para fazer desse seu sonho uma realidade, mas nós acreditamos que esse de-
senho aqui representa o protótipo de Da Vinci para o iPod.

Relação semântica Significado estabelecido Principais conectores

O evento introduzido pelo conector se Apesar, embora, conquanto, ainda


Concessão opõe a outro e tem menor peso que, mesmo que, em que pese, por
argumentativo. mais que, se bem que.

O evento introduzido pelo conector se


Mas, porém, contudo, todavia,
Adversidade opõe a outro e tem maior peso
entretanto, no entanto.
argumentativo.

DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

MîDULO 20 - CLASSES DE CONEXÌO I: CAUSALIDADE E OPOSI‚ÌO


1 Leia o texto abaixo. tradicionalmente dominado por seres humanos, vem
[Na Era Industrial], a chave do êxito de uma empre- sendo assumido por computadores. O petróleo não é
sa ou país estava em desenvolver ampla capacidade de mais localizado por geólogos, mas por softwares que
produzir bens físicos. Isso exigia enormes conhecimen- analisam uma vasta quantidade de dados geológicos
tos em várias áreas especializadas: a geologia, neces- em busca de padrões recorrentes. Hoje, os melhores en-
sária para localizar e extrair carvão e petróleo; a enge- genheiros civis não precisam calcular à mão as tensões e
nharia mecânica, para construir e operar máquinas em deformações de um novo edifício; modelos computacio-
escala industrial; a química, para produzir com eficiên- nais ocupam-se disso. [...]
ANÁLISE LINGUÍSTICA

cia uma grande quantidade de materiais, e assim por ANDERSON, Chris. TED Talks: o guia oficial do TED para falar em público.
Rio de Janeiro: Intrínseca, 2016. p. 210.
diante.
A economia do conhecimento requer algo dife- Em relação ao último período do texto, formado por dois
rente. Cada vez mais, o conhecimento especializado, enunciados delimitados por ponto e vírgula, responda:

45
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

a) Em vez desse sinal de pontuação, que conector pode- De jenipapo


ria ser empregado para expressar a relação de sentido Ficou engasgado
que há entre as duas orações? Com dor no papo
Caiu no poço
Quebrou a tigela
Tantas fez o moço
b) Explicite que relação de sentido conecta as duas ora- Que foi pra panela.
ções e explique seu sentido, levando em consideração MORAES, Vinicius de. O pato. Rio de Janeiro, 1970. Disponível em: http://www.
viniciusdemoraes.com.br/pt-br/poesia/poesias-avulsas/o-pato. Acesso em: 10 nov. 2020.
o tema do texto.

Texto II

Enchantagem
de tanto não fazer nada
acabo de ser culpado de tudo

esperanças, cheguei
tarde demais como uma lágrima

de tanto fazer tudo


parecer perfeito
você pode ficar louco
ou para todos os defeitos
suspeito
de ser verbo sem sujeito
[...]
c) Se o enunciado começasse com “Modelos computa-
LEMINSKI, Paulo. Toda poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p. 372.
cionais se ocupam tão bem dos cálculos...”, como você
o reescreveria, mantendo a relação de sentido original. a) Explique o sentido dos dois últimos versos do Texto I,
a partir da relação de sentido expressa pelo conector
“tantas... que”.

2 Leia os textos a seguir.


Texto I

O pato
Lá vem o pato
Pata aqui, pata acolá
Lá vem o pato
Para ver o que é que há
O pato pateta
Pintou o caneco
b) Reescreva os dois últimos versos de “O pato”, usando
Surrou a galinha outro tipo de conector, sem alterar a relação de sentido
Bateu no marreco original.
Pulou do poleiro
No pé do cavalo
Levou um coice
Criou um galo
Comeu um pedaço

46
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

c) No Texto II, há duas ocorrências da expressão “de tan- encontrasse pela frente para usar de matéria-prima para
to”. É possível afirmar que elas estabelecem o mesmo a autorreplicação. [...]
tipo de nexo de sentido dos versos finais do Texto I? Atualmente, até ele acha que esse é um cenário impro-
Justifique.
vável, uma vez que um dispositivo desses, capaz apenas
de produzir réplicas de si mesmo, seria completamente
inútil. A não ser, é claro, que o objetivo seja mesmo o de
destruir a vida na Terra. Só um louco faria isso, é verdade.
Mas os loucos existem. Para a nossa sorte, eles não costu-
mam ser exímios nanocientistas.
[...]
NOGUEIRA, Salvador. A nanotecnologia e o fim da vida na Terra. Dossiê
Superinteressante – Ciência Proibida, ed. 416-A, jun. 2020, p. 59-60.

De acordo com o texto, Eric Drexler sugeriu um futuro


sombrio para a humanidade e a nanotecnologia, mas tam-
bém refutou seu prognóstico, como é visto no terceiro
d) Explique o sentido da terceira estrofe do Texto II, levan-
parágrafo, especialmente na passagem que se inicia com
do em consideração a relação de sentido expressa por
o conector “uma vez que”. Sobre essa passagem, analise
“de tanto”.
as afirmações a seguir.
I. O conector uma vez que introduz uma causa da im-
previsibilidade do cenário em que nanorrobôs extin-
guiriam a vida na Terra.
II. O conector uma vez que introduz um argumento que
torna sustentável a primeira ideia, ou seja, trata-se de
uma explicação.
III. O conector mais adequado ao conteúdo explicativo
da oração deveria ser pois ou porque – uma vez que
indica causa.
IV. O conteúdo da oração é explicativo (não causal), pois
a inutilidade da autorreplicação dos nanorrobôs não
3 Texto para a questão. é um evento anterior ao cenário imprevisível de des-
[...] Embora hoje a principal área de pesquisa seja o de- truição da Terra, nem o desencadeia.
senvolvimento de materiais, como os famosos nanotubos São corretas apenas:
de carbono e o grafeno, conforme os pesquisadores come- a) I e II.
çam a adquirir a tecnologia para manipular átomos indivi-
b) I e III.
duais, a imaginação logo começa a voar, com a imagem de
c) II e IV.
robôs tão pequenos que possam entrar em células vivas
d) III e IV.

MîDULO 20 - CLASSES DE CONEXÌO I: CAUSALIDADE E OPOSI‚ÌO


e ali produzir curas miraculosas, hoje impensáveis para a
medicina. e) II e III.

Esses mesmos robôs, lamentavelmente, poderiam 4 Texto para a questão.


produzir tragédias impensáveis, como extinguir a vida Em 2014, o físico britânico Stephen Hawking deu uma
na Terra. Exagero? Esse foi o cenário sugerido pelo na- declaração polêmica, alertando para os perigos do desen-
notecnólogo americano Eric Drexler, um dos pioneiros volvimento iminente de máquinas superinteligentes. Ele
na área, em seu livro Engines of Creation, publicado em disse: “As formas primitivas de inteligência artificial que
1986. Imagine, por exemplo, uma máquina capaz de usar temos agora se mostraram muito úteis. Mas acho que o
praticamente qualquer material para se replicar. Ela seria desenvolvimento de inteligência artificial completa pode
ANÁLISE LINGUÍSTICA

responsável por colher esses materiais e construir répli- significar o fim da raça humana”.
cas de si mesma. Agora pense no que aconteceria se essa [...]
pequena maravilha escapasse do laboratório e se multi- Essa preocupação não nasceu ontem. Em 1965, Gordon
plicasse descontroladamente por aí, “comendo” tudo que Moore, cofundador da Intel, notou que a capacidade dos

47
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

computadores dobrava a cada dois anos, aproximada- c) Reescreva a declaração do físico britânico, substituindo
mente. Agora, pense comigo: como o efeito é exponen- a conjunção adversativa mas pela concessiva embora.
cial, em pouco tempo conseguimos sair de modestas Faça as adaptações necessárias à manutenção do sen-
máquinas de calcular a supercomputadores capazes de tido original.
simular a evolução do Universo. Não é pouca coisa. E a
chamada “Lei de Moore” não está nem perto de ser revo-
gada. Na verdade, a expectativa é de que ela continue a
valer pelo menos nos próximos 20 ou 30 anos – isso se
não surgirem outras inovações tecnológicas, saídas da
nanotecnologia, que permitam empurrar ainda mais
adiante o limite máximo de informação que se consegue
processar num único chip.
[...]
NOGUEIRA, Salvador. O lado sinistro da inteligência artificial. Dossiê
Superinteressante – Ciência Proibida, ed. 416-A, jun. 2020, p. 62.

Releia a polêmica declaração do físico Stephen Hawking


d) Com base no que o segundo parágrafo diz sobre a Lei
presente no texto.
de Moore, é possível afirmar que a previsão de Stephen
a) A declaração está estruturada em dois períodos conec- Hawking pode um dia se concretizar? Justifique.
tados pela conjunção mas. Aponte a relação de sentido
que ela instaura e explique seu papel nesse contexto.

5 Leia o texto a seguir.

Som de preto
[...]
O nosso som não tem idade,
Não tem raça e nem vê cor.
b) Considerando o papel argumentativo das conjunções Mas a sociedade pra gente não dá valor.
adversativas, é correto afirmar que Stephen Hawking Só querem nos criticar, pensam que somos animais.
era mais otimista em relação ao desenvolvimento da
Se existia o lado ruim, hoje não existe mais,
inteligência artificial?
Porque o funkeiro de hoje em dia caiu na real.
Essa história de porrada, isto é coisa banal.
Agora pare e pense, se liga na responsa:
Se ontem foi a tempestade, hoje vira a bonança.
É som de preto, de favelado,
Mas quando toca ninguém fica parado.
MC AMILCKA (Amilcar Rosa Filho); MC CHOCOLATE (Antonio Carlos Gouveia Cunha).
Som de preto. In: DJ MARLBORO. Funk Brasil, Bem funk.
Rio de Janeiro: Som Livre, 2005.

A cultura popular, de que o funk é um representante de


sucesso, se faz presente em diversas esferas da vida social,
como festas de classe média e alta e questões do Enem.

Sobre a letra do funk “Som de preto”, responda:

48
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

a) O último verso, introduzido pela conjunção adversativa 6 Texto para a questão.


mas, acaba estabelecendo um pressuposto em relação
Equilíbrio dos poderes: um dos principais conceitos
ao verso anterior. Explique essa visão de mundo implí-
em relações internacionais, comumente definido como
cita na letra.
um equilíbrio aproximado entre Estados, alcançado me-
diante a manutenção de poderio militar suficiente para
impedir as agressões do(s) outro(s). [...] Também pode
referir-se a uma estrutura ou situação equilibrada em
política interna.
Embora os acordos de equilíbrio de poderes sejam
pelo menos tão antigos quanto as cidades-estado gregas,
a doutrina foi articulada pela primeira vez no século
XVI por Francesco Guicciardini, que, em sua História da
Itália, descreveu a política da cidade-estado florentina
de impedir qualquer estado de dominar toda a penín-
sula da Itália. [...] No rastro da Primeira Guerra Mundial,
b) Releia os três primeiros versos e explique o pressupos- a formação da Liga das Nações foi, em parte, uma ten-
to que a relação de oposição ali estabelece. tativa de trocar a antiga situação de equilíbrio de po-
deres na Europa por um sistema de segurança coletiva.
Embora o equilíbrio de poderes tenha a intenção
de promover a estabilidade, há quem argumenta que
tal política provoca a corrida armamentista e guerras
inevitáveis. [...] Durante a Guerra Fria, a ameaça nuclear
de aniquilação mútua gerou um equilíbrio de terror en-
tre os Estados Unidos e a União Soviética. Embora tenha
transformado a guerra global em “inconcebível”, não
impediu o conflito entre as duas superpotências, mas
simplesmente a canalizou para uma competição econô-
mica e tecnológica e “guerras limitadas” em países me-
nores como Angola e Nicarágua – guerras civis em que
cada lado recebeu apoio militar e ideológico de uma das
superpotências. [...]
c) Comparando o conteúdo das duas orações adversativas
ROHMANN, Chris. O livro das ideias. Rio de Janeiro:
e seus pressupostos, a que conclusão se pode chegar? Elsevier, 2000. p. 131-132.

A respeito das orações destacadas no texto, assinale a


alternativa correta:

MîDULO 20 - CLASSES DE CONEXÌO I: CAUSALIDADE E OPOSI‚ÌO


a) Os três enunciados são introduzidos por conjunções
adversativas, com valor de oposição.
b) As três conjunções embora poderiam ser substituídas,
sem prejuízo de sentido, por porém.
c) As orações iniciadas pela conjunção embora sempre
devem iniciar as frases, como nos três casos desta-
cados.
d) Os enunciados concentram o argumento mais forte na
ANÁLISE LINGUÍSTICA

frase de que fazem parte.


e) As ideias das orações destacadas constituem ressalvas,
ou seja, têm um peso argumentativo menor na frase.

49
Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 / Análise linguística / Capítulo 20: Classes de conexão I:
causalidade e oposição

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia o item 1 da seção Neste • Leia os itens 1 e 2 do • Faça as questões 8 e 9 do


módulo. Capítulo 20. Capítulo 20.
1
• Faça as questões 1 a 4 do • Faça as questões 5 a 7 do
Capítulo 20. Capítulo 20.

• Leia o item 2 da seção Neste • Leia o item 3 do Capítulo 20. • Faça as questões 18 e 19 do
módulo. • Faça as questões 14 a 17 do Capítulo 20.
2
• Faça as questões 10 a 13 do Capítulo 20.
Capítulo 20.

EX TRAS!

1
Cidade grande
Que beleza, Montes Claros. ficou urbe tão notória,
Como cresceu Montes Claros. prima-rica do Rio de Janeiro,
Quanta indústria em Montes Claros. que já tem cinco favelas
Montes Claros cresceu tanto, por enquanto, e mais promete.
ANDRADE, Carlos Drummond de.

No trecho “Montes Claros cresceu tanto, / [...],/ que já tem cinco favelas”, a palavra que contribui para estabelecer uma re-
lação de consequência. Dos seguintes versos, todos de Carlos Drummond de Andrade, apresentam esse mesmo tipo de
relação:
a) “Meu Deus, por que me abandonaste / se sabias que eu não era Deus / se sabias que eu era fraco.”
b) “No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu / a ninar nos longes da senzala – e nunca se esqueceu / chamava para
o café.”
c) “Teus ombros suportam o mundo / e ele não pesa mais que a mão de uma criança.”
d) “A ausência é um estar em mim. / E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços, / que rio e danço e in-
vento exclamações alegres.”
e) “Penetra surdamente no reino das palavras. / Lá estão os poemas que esperam ser escritos.”

2 (Fuvest-SP) Leia este texto.


O tempo personalizou minha forma de falar com Deus, mas sempre termino a conversa com um pai-nosso e uma ave-maria.
[...]
Metade da ave-maria é uma saudação floreada para, só no final, pedir que ela rogue por nós. No pai-nosso, sempre será um
mistério para mim o “mas” do “não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal”. Me parece que, a princípio, se o Pai não
nos deixa cair em tentação, já estará nos livrando do mal.
FRAGA, Denise. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 07 jul. 2015. (Adaptado).

a) Mantendo-se a relação de sentido existente entre os segmentos “não nos deixeis cair em tentação” / “mas livrai-nos do
mal”, a conjunção mas poderia ser substituída pela conjunção e, de modo a dissipar o “mistério” a que se refere a autora?
Justifique.
b) Sem alterar seu sentido, reescreva o trecho da oração citado pela autora, colocando os verbos deixeis e livrai na 3ª pes-
soa do singular.

50
EXTRAS!

Argumento
Tá legal
Eu aceito o argumento
Mas não me altere o samba tanto assim
Olha que a rapaziada está sentindo a falta
De um cavaco, de um pandeiro e de um tamborim

Sem preconceito
Ou mania de passado
Sem querer ficar do lado
De quem não quer navegar
Faça como o velho marinheiro
Que durante o nevoeiro
Leva o barco devagar.
PAULINHO DA VIOLA. Disponível em: www.paulinhodaviola.com.br. Acesso em: 6 dez. 2012.

Na letra da canção, percebe-se uma interlocução. A posição do emissor é conciliatória entre as tradições do samba e os
movimentos inovadores desse ritmo. A estratégia argumentativa de concessão, nesse cenário, é marcada no trecho:
a) “Mas não me altere o samba tanto assim”.
b) “Olha que a rapaziada está sentindo a falta”.
c) “Sem preconceito / Ou mania de passado”.
d) “Sem querer ficar do lado / De quem não quer navegar”.
e) “Leva o barco devagar”.

4 Leia a charge para responder ao que se pede.

André Dahmer/Acervo do Cartunista

MîDULO 20 - CLASSES DE CONEXÌO I: CAUSALIDADE E OPOSIÇÌO


Considerando a charge e outros conhecimentos de mundo relacionados a ela:
a) Correlacione o enunciado proferido pelo personagem e a representação imagética da conjunção mas.
b) Reescreva o enunciado utilizando o conector “ainda que”, promovendo as alterações necessárias.
ANÁLISE LINGUÍSTICA

ANOTAÇÕES

51
21 ANÁLISE LINGUÍSTICA

M Ó D U L O

Classes de conexão II:


implicações entre eventos
COMPETÊNCIA
Objetivos de aprendizagem ESPECÍFICA E
HABILIDADES DA
BNCC
. Objetivo 1: Reconhecer relações semânticas em que há implicação entre eventos, como condição e
COMPETÊNCIA 1
finalidade, analisando os sentidos e efeitos de sentido delas decorrentes.
. Objetivo 2: Identificar relações semânticas em que os eventos estão implicados, como conclusão e
EM13LGG103
EM13LP02
proporcionalidade, por meio de conectores típicos, analisando os sentidos e efeitos de sentido delas
EM13LP06
decorrentes.
EM13LP07

Neste módulo

1 Relações de condição e finalidade


Relação semântica Significado estabelecido Principais conectores

Um evento depende de outro para Se, caso, desde que, contanto que, a
Condição
ocorrer. menos que, a não ser que.

Um evento é realizado com a intenção Para, a fim de, com o intuito de, com
Finalidade
de gerar outro. o objetivo de.

2 Relações de conclusão e proporcionalidade


Relação semântica Significado estabelecido Principais conectores

Um evento é a explicitação do que


Portanto, logo, por isso, pois (depois
Conclusão havia ficado subentendido ou pressu-
do verbo).
posto no outro.

Dois eventos mantêm interdependên-


Quanto mais... mais, quanto mais...
cia entre si, de modo que uma altera-
menos, quanto menos... menos, quan-
Proporcionalidade ção no primeiro acarreta, ao mesmo
to menos... mais, à medida que, con-
tempo e na mesma intensidade, alte-
forme.
ração no segundo.

52
DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

1 Texto para a questão. 2 Leia os textos a seguir para responder à questão.


Texto I
Reprodução/Prefeitura
Municipal de São Paulo

A medicina tradicional chinesa, a aiurvédica e a grega


argumentavam que o ar transportava espíritos ou ener-
gias invisíveis (que elas chamavam, respectivamente, de
qi, prana ou pneuma). Segundo essas perspectivas, nos-
sos corpos são banhados de espírito, e os pulmões são a
Em 2020, durante a pandemia da covid-19, várias campa- interface entre o mundo espiritual e o físico. [...]
nhas foram veiculadas para tentar diminuir o contágio do Os pulmões são leves como espírito porque seu
vírus. Analise a peça publicitária da Prefeitura de São Pau- tecido é muito fino e delicado. As membranas no inte-
lo reproduzida acima e responda:
rior são arranjadas de modo a maximizar a exposição à
a) Qual é o efeito criado pela conjunção se? respiração, mais ou menos como as folhas em árvores
maximizam a exposição ao ar. Assim como as folhas ab-
sorvem dióxido de carbono e liberam oxigênio, os pul-
mões absorvem oxigênio e liberam dióxido de carbono.
Se esticássemos todas as membranas do pulmão de
um adulto, elas ocupariam mais de 92 metros quadra-
dos – o equivalente à cobertura foliar de um carvalho
de quinze a vinte anos de idade. Com o estetoscópio,
podemos ouvir o fluxo de ar através dessas membranas
como o farfalhar das folhas numa brisa leve. Quando os
médicos ouvem a respiração, é isso o que querem escu-
tar: uma abertura conectando a respiração com o céu – a
leveza e o livre movimento do ar. [...]
b) Outra possibilidade de redação seria começar a frase FRANCIS, Gavin. Da cabeça aos pés: histórias do corpo humano.
Rio de Janeiro: Zahar, 2017. p. 99-101.
com “Quando precisar sair de casa”. Compare as duas
estruturas de frase e comente as diferenças de sentido Texto II
e de efeito de sentido delas resultantes.
[...] Os impactos do aquecimento global previstos para
o planeta como um todo e ao Brasil, em particular, podem
agravar ainda mais as crises sanitárias, sociais e econômi-
cas da pandemia.
A previsão é de aumento de eventos extremos – que
vão de secas a tempestades intensas [...] –, que podem
comprometer recursos hídricos – e, portanto, a agricultura

MîDULO 21 - CLASSES DE CONEXÌO II: IMPLICA‚ÍES ENTRE EVENTOS


e a segurança alimentar – e a oferta de energia. Além dos

c) A opção pela oração condicional está associada a um riscos diretos do próprio aumento da temperatura sobre a
posicionamento acerca da necessidade de distancia- saúde humana. Ondas de calor podem ser fatais.
mento social durante a pandemia. Explique a relação [...]
entre a conjunção se e uma postura de precaução em Se o planeta aquecer 1,5 °C até o fim do século (ou
relação à transmissão da doença. mais ou menos 0,5 °C de agora até 2100, o que é muito
pouco), os impactos já existem, mas ainda são relativa-
mente manejáveis. Se o aumento for de 2 °C, a situação
já fica mais dramática. Lembrando que limitar o aqueci-
mento em 1,5 °C é a meta desejada do Acordo de Paris.
ANÁLISE LINGUÍSTICA

Mas os pesquisadoares alertam que já estamos num


rumo ainda mais perigoso. O Acordo de Paris, estabeleci-
do em 2015 por 195 países, prevê esforços conjuntos para
conter o aumento da temperatura. Cada nação apresentou

53
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

um plano do que considera ser capaz de cumprir. Mas já 3 Leia os textos a seguir para responder ao que se pede.
se sabe que os compromissos estabelecidos por cada país
Texto I
não fecham a conta.
[...]
[...]
Evidencia-se, portanto, que a manipulação advinda
GIRARDI, Giovana. Quanto mais quente, pior. Estadão, 29 ago. 2020. Disponível em:
https://www.estadao.com.br/infograficos/ciencia,quanto-mais-quente-pior,1116187. do controle de dados na internet é um obstáculo para
Acesso em: 12 nov. 2020.
a consolidação de uma educação libertadora. Por con-
Em ambos os textos, estão destacados enunciados con- seguinte, cabe ao Ministério da Educação investir em
dicionais introduzidos pela conjunção se. Analise os con- educação digital nas escolas, 1por meio da inclusão de
textos de cada um e responda: disciplinas facultativas, as quais orientarão aos alunos
a) Explique se as probabilidades de conversão da hipóte- sobre as informações pessoais publicadas na internet,
2
se em realidade são semelhantes nos dois textos. Jus- a fim de mitigar a influência exercida pelos algoritmos
tifique sua resposta. e, consequentemente, fomentar o uso mais consciente
das plataformas digitais. Além disso, é necessário que o
Ministério da Justiça, em parceria com empresas de tecno-
logia, crie canais de denúncia de “fake news”, 3mediante
a implementação de indicadores de confiabilidade nas
notícias veiculadas – como o projeto “The Trust Project”
nos Estados Unidos – 4com o intuito de minimizar o com-
partilhamento de informações falsas e o impacto destas
na sociedade. Feito isso, a sociedade brasileira poderá se
proteger contra a manipulação e a desinformação.
SILVA, Natália Cristina Patrício. A utilização dos meios de comunicação para manipular
comportamentos [...]. In: BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (INEP). A redação no Enem 2019: cartilha do participante. Brasília:
Inep/MEC, 2019. p. 39.

Texto II
[...]
b) Explique a função argumentativa dos enunciados con- Infere-se, portanto, que assegurar a privacidade e a
dicionais em cada texto.
liberdade de escolha na internet é um grande desafio no
Brasil. Sendo assim, o Governo Federal, como instância
máxima de administração executiva, deve atuar em favor
da população, 5através da criação de leis que proíbam a
venda de dados dos usuários, 6a fim de que empresas
que utilizam essa prática sejam punidas e a privacidade
dos usuários seja assegurada. Além disso, a sociedade,
como conjunto de indivíduos que compartilham valores
culturais e sociais, deve atuar em conjunto e combater a
manipulação e o controle de informações, 7por meio de
boicotes e campanhas de mobilização, 8para que os em-
presários sintam-se pressionados pela população e se-
jam obrigados a abandonar a prática.
[...]
CARDOSO, Mattheus Martins Wengenroth. O advento da internet possibilitou um
avanço das formas de comunicação [...]. In: BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). A redação no Enem 2019: cartilha do
participante. Brasília: Inep/MEC, 2019. p. 33.

Os textos I e II foram retirados da parte final de duas re-


dações nota 1000 do Enem 2018, cujo tema foi “Manipu-
lação do comportamento do usuário pelo controle de
dados na internet”. Uma das características específicas

54
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

desse exame de redação é a obrigatoriedade de apresen- problema dos muito pobres é a falta de renda, o dos in-
tar uma proposta de intervenção que respeite os direitos formais é a oscilação da renda.
humanos. Considerando os dois textos, analise as afirma- [...]
ções a seguir:
BOTELHO, Vinícius et al. Redesenho de programas reduziria pobreza em até 24% sem
I. Em cada parágrafo, a proposta de intervenção apre- gasto novo, estimam pesquisadores. Folha de S.Paulo, 13 set. 2020. Ilustríssima, p. B15.

senta pelo menos uma ação, o agente social que vai


Releia os dois últimos períodos do trecho e responda:
ser responsável por ela, o meio para que seja viabili-
zada e uma finalidade coerente com o tema. a) Eles apenas repetem ideias que já tinham sido apresen-
tadas. Você concorda com essa afirmação? Justifique
II. Os conectores “por meio de” (ref. 1 e 7), “mediante”
sua resposta.
(ref. 3) e “através de” (ref. 5) introduzem enunciados
que abordam os meios pelos quais as propostas de
intervenção serão viabilizadas.
III. Os conectores “a fim de” (ref. 2), “com o intuito de”
(ref. 4), “a fim de que” (ref. 6) e “para que” (ref. 8) in-
troduzem orações que indicam as finalidades das pro-
postas de intervenção que foram apresentadas.
IV. Outros conectores como “com o objetivo de”, “com o
fito de” e “de modo a” também poderiam estabelecer
a relação de finalidade expressa pelos conectores
apontados na afirmação anterior (ref. 2, 4, 6 e 8).

São corretas:
a) II e III.
b) I e II.
c) II e IV.
d) II, III e IV.
b) Explique a função, no texto, da conjunção conclusiva
e) I, II, III e IV. portanto.

4 Texto para a questão.


[...]
As políticas públicas desenvolvidas desde a década
de 1960 procuraram proteger, de um lado, os trabalha-
dores do mercado formal – com programas como o abo-
no salarial e o salário-família, restritos a quem tem car-
teira assinada – e, de outro, mais recentemente, os muito
pobres – com programas como o Bolsa Família.

MîDULO 21 - CLASSES DE CONEXÌO II: IMPLICA‚ÍES ENTRE EVENTOS


Os informais com capacidade de gerar renda, mais
c) Que outras posições na frase em que ocorre a conjun-
sujeitos ao risco de forte oscilação de seus rendimentos,
ção portanto esta poderia ocupar?
ficam entre esses dois extremos, sem proteção adequa-
da. Como não contam com seguro social, uma doença
ou um choque econômico podem impedi-los de traba-
lhar, gerando perda abrupta de rendimento.
[...]
O fato de uma parcela significativa dos informais
possuir capacidade de geração de renda suficiente
ANÁLISE LINGUÍSTICA

para se manter fora da pobreza coloca-os em situação


distinta das famílias em pobreza extrema e estrutural.
Temos, portanto, dois públicos diferentes, que precisam
ser atendidos por instrumentos diferentes. Enquanto o

55
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

5 Leia o texto a seguir.


O petróleo alimentou o século 20 – seus carros, suas guerras, sua economia e sua geopolítica. Agora o mundo está passan-
do por um choque energético que vem acelerando a transição para uma nova ordem. Quando a Covid-19 abalou a economia
global no início deste ano [2020], a demanda por petróleo caiu em mais de 20% e os preços despencaram. Desde então, houve
uma recuperação hesitante, mas o retorno ao velho mundo é improvável.
Os produtores de combustíveis fósseis estão se vendo obrigados a enfrentar suas vulnerabilidades. A ExxonMobil foi ex-
pulsa do Dow Jones Industrial Average, índice do qual fazia parte desde 1928. Petroestados como a Arábia Saudita precisam
que o preço do barril de petróleo esteja entre US$ 70 e US$ 80 para equilibrar seus orçamentos. Hoje o barril está custando
apenas US$ 40.
O petróleo já passou por outras quedas, mas esta é diferente. À medida que a população, os governos e os investidores
acordam para as mudanças climáticas, a indústria de energia limpa ganha impulso. Os mercados de capitais também muda-
ram: os estoques de energia limpa aumentaram 45% este ano. Com as taxas de juros perto de zero, os políticos estão apoiando
planos de infraestrutura verde.
[...]
O sistema de energia do século 21 promete ser melhor do que a era do petróleo – melhor para a saúde humana, mais estável
em termos políticos e menos volátil em termos econômicos. A transição envolve grandes riscos. Se for desordenada, pode au-
mentar a instabilidade política e econômica dos petroestados e concentrar sob a China o controle da cadeia de abastecimento
verde. Ainda mais perigoso: pode ser lenta demais.
[...]
O outro grande risco é a transição dos petroestados, responsáveis por 8% do PIB mundial e quase 900 milhões de cidadãos.
À medida que a demanda de petróleo diminuir, esses países enfrentarão uma luta feroz por participação de mercado, a qual
será vencida por nações com o petróleo mais barato e mais limpo. [...] Décadas perigosas assomam-se no horizonte.
THE ECONOMIST. Estamos no fim da era do petróleo? Estadão, 18 set. 2020. Disponível em: https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,sera-o-fim-da-era-do-petroleo,70003443163.
Acesso em: 12 nov. 2020.

Os dois enunciados destacados no texto começam com um conector de proporcionalidade.


a) Explique o sentido que esse conector estabelece entre as orações em ambos os casos.

b) Com base na relação de sentido que o conector “à medida que” estabelece, explique como os enunciados proporcionais
contribuem para um texto que aborda as transformações no mercado de petróleo.

c) Reescreva as duas frases iniciadas pela locução conjuntiva “à medida que”, empregando outros conectores proporcionais
e fazendo apenas as adaptações que forem necessárias.

56
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

6 Texto para a questão.

NOAA/Datawrapper
Com base nos dados disponíveis no gráfico (que originalmente acompanha o Texto II da questão 2) e em seus conhecimen-
tos de mundo, especialmente sobre a organização social do final do século XX até hoje, assinale a alternativa que faça uma
inferência incorreta:
a) À medida que o crescimento da população mundial se acentuou, o aquecimento global acelerou sua velocidade.
b) Quanto mais intensas são a industrialização, o consumo e a poluição do meio ambiente, mais calor faz.
c) Quanto menos ações governamentais contra o aquecimento são elaboradas e implantadas, mais quente fica o planeta.
d) A temperatura aumenta rapidamente à proporção que as calotas polares se derretem, em um círculo vicioso.
e) O planeta sofre um aumento de temperatura na medida em que a medicina avança e cresce a expectativa de vida.

Orientação de estudo

MÓDULO 21 - CLASSES DE CONEXÃO II: IMPLICAÇÕES ENTRE EVENTOS


Material de consulta: Caderno de Estudos 4 / Análise linguística / Capítulo 21: Classes de conexão II:
implicações entre eventos

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia o item 1 da seção Neste • Leia os itens 1 a 3 do • Faça as questões 8 e 9 do


módulo. Capítulo 21. Capítulo 21.
1 • Faça as questões 1 a 3 do • Faça as questões 4 a 7 do
Capítulo 21. Capítulo 21.
ANÁLISE LINGUÍSTICA

• Leia o item 2 da seção Neste • Leia os itens 4 e 5 do • Faça as questões 16 e 17 do


módulo. Capítulo 21. Capítulo 21.
2 • Faça as questões 10 a 12 do • Faça os as questões 13 a 15
Capítulo 21. do Capítulo 21.

57
EX TRAS!

1 (ITA-SP) Os trechos abaixo foram baseados em “Retratos do entardecer”, de Marcos Pivetta, publicado na revista Pesquisa
Fapesp, maio/2003. Neles, foram feitas alterações para a formação de períodos distintos. Leia-os com atenção, buscando
observar se o último período de cada trecho estabelece uma relação de conclusão ou consequência com os anteriores do
mesmo trecho.
I. Os preocupantes índices de deterioração cognitiva em idosos [...] são um indício de que uma série de problemas devem
aparecer num futuro próximo, em especial demências como o mal de Alzheimer, e perda de autonomia para a realização
das tarefas cotidianas. Esses idosos, se a deterioração mental avançar, terão de ser assistidos por alguém diuturnamen-
te. (p. 37-8)
II. [...] o nível de escolaridade dos idosos parece se comportar como um marcador de sua condição geral de saúde, sobre-
tudo de seus aspectos cognitivos. Aparentemente, quanto maior o grau de educação formal do entrevistado, menor seu
desconforto físico e mental. (p. 36)
III. Embora a relação entre escolaridade e distúrbios cognitivos realmente exista, ela deve ser um pouco relativizada. Os
idosos sem estudo têm mais dificuldade de responder ao questionário dos pesquisadores. Muita gente com pouca ou
nenhuma escolaridade acaba sendo rotulada, erroneamente, de demente ou portadora de problemas mentais. (p. 38)

Pode-se afirmar que o último período do mesmo trecho constitui uma conclusão ou consequência em
a) I e II. b) I e III. c) apenas II. d) II e III. e) todas.

2 (Uerj)

Reprodução/UERJ, 2016.

Fábio Moon e Gabriel Bá. Folha de S.Paulo, 15 jun. 2013.

No último quadrinho, formula-se uma analogia moral, quando se sugere que não é possível ver tudo o que acontece à fren-
te dos olhos.

A partir dessa analogia, pode-se chegar à seguinte conclusão:


a) a verdade absoluta não existe.
b) a existência não tem explicação.
c) o homem não é o centro do mundo.
d) o curso da vida não pode ser mudado.

58
EXTRAS!

3 (UFJF-MG) Nelson Torro: Pelo que sabemos atualmente, tudo é um


exagero. No máximo, um cérebro mais “potente” tornaria
Lucy a pessoa mais inteligente, com melhor memória ou mais
atenta.
Entrevistamos especialista para desvendar o
Há drogas que aumentam o potencial cerebral da pes-
mito cerebral soa? Como isso é possível?
Doutor em psicobiologia nos ajuda a conhecer a ver-
Nelson Torro: Existem drogas que parecem aumentar
dade por trás da trama
as funções atencionais e a concentração, tal como o metil-
por Rafael Sanzio
fenidato, que é o princípio ativo dos medicamentos Rita-
Lucy, filme de Luc Besson com Scarlett Johansson lina e Concerta, usados no tratamento de crianças com o
como protagonista, estreia […] no dia 28 de agosto nos Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade. Mesmo
cinemas brasileiros. O filme aborda o mito de que o ser em adultos saudáveis, o medicamento parece ter um efei-
humano só usa 10% de seu cérebro e que, através de uma to benéfico sobre o raciocínio e aprendizado. No entanto,
droga, a personagem principal começa a desenvolver essa é uma questão polêmica, pois não sabemos quais são
todo o potencial cerebral. Depois de conferirmos o trailer, as consequências a longo prazo do uso desses medica-
o Fique Ligado quis saber a verdade sobre toda essa histó- mentos, que podem afetar a dinâmica do funcionamento
ria. Entrevistamos Nelson Torro Alves, doutor em psicobio- cerebral. Seria muito recomendada uma droga tradicional
logia na USP e membro fundador do Instituto Brasileiro de de aumento do potencial cerebral, a cafeína, presente no
Neuropsicologia e Comportamento, para sabermos mais café, e guaraná, por exemplo. O café promove o alerta e es-
sobre o potencial cerebral, já que o professor de 39 anos timula as funções cerebrais, além disso, em doses modera-
também é membro permanente do Programa de Pós-gra- das, traz outros benefícios à saúde.
duação em Neurociência Cognitiva e Comportamento da Na maioria das cenas de Lucy é como se ela ganhasse
Universidade Federal da Paraíba – o cara certo para tirar superpoderes, contudo deve haver um lado ruim nesse uso
nossas dúvidas! [...] exagerado do cérebro. Quais as desvantagens do uso em
Na trama do filme Lucy é dito que nós, humanos, so- demasia do nosso cérebro? Aguentaríamos o tranco, tanto
mos capazes de utilizar 10% de nosso cérebro. Isso é verda- fisicamente como psicologicamente?
de ou é um mito? Ficamos estacionados na porcentagem Nelson Torro: É bem possível que houvesse conse-
ou podemos aumentá-la de forma natural? quências negativas, caso isso ocorresse. Existem muitos
Nelson Torro: Definitivamente, é um mito. Em primei- relatos de pessoas com capacidade de memória extraor-
ro lugar, não há evidências científicas que sustentem a dinária, mas que não se tornaram necessariamente mais
afirmação de que usamos um dado limite do cérebro (p. inteligentes ou mais bem-sucedidas por conta disso.
ex. 10, 20 ou 60%). Existem várias complicações nessa su- Com os estudos atuais dessa área, acredita que ire-
posição. Por exemplo, como podemos medir com relativa mos descobrir algum dia o verdadeiro potencial de nosso
certeza quanto do cérebro está sendo usado? É um pro- cérebro?
blema também do ponto de vista biológico: por que razão Nelson Torro: Acho que esse potencial já é conhecido.

MîDULO 21 - CLASSES DE CONEXÌO II: IMPLICA‚ÍES ENTRE EVENTOS


teríamos um cérebro tão potente e só usaríamos parte de Nosso cérebro é muito bom, flexível o bastante para apren-
nossos recursos? O cérebro, tal como funciona, já é muito dermos coisas novas durante toda a vida. A exemplo da
dispendioso para o organismo, consumindo cerca de 20% personagem do filme, podemos aprender também chi-
de toda a energia corporal. Além disso, os organismos não nês; não em uma hora, mas podemos aprender. Podemos
teriam vantagens adaptativas desenvolvendo um sistema também adquirir novas habilidades graças à plasticidade
tão complexo, mas que permanecesse inutilizado. cerebral, incluindo habilidades motoras, tal como esporte
Há registros de uma porcentagem maior que a média? ou dança, conhecimentos gerais (matemática, história, li-
Nelson Torro: O grande problema é como medir o uso teratura) e habilidades musicais, por exemplo.
do cérebro. Não existem bons parâmetros para isso. Vendo o trailer do filme, qual a porcentagem de veraci-
Lucy vai ganhando novas habilidades à medida que dade dos poderes adquiridos pelo cérebro de Lucy?
ANÁLISE LINGUÍSTICA

aumenta a capacidade cerebral. Com 20% ela consegue Nelson Torro: Nesse caso, é mais fácil quantificar: 0%.
controlar as células do corpo. Com 50% ela controla a ma- (risos)
téria e com 60% ela pode controlar pessoas. O que há de Em sua opinião, o que poderemos fazer ao alcançar-
verdade nisso e o que há de exagero? mos 100% da nossa capacidade cerebral?

59
EXTRAS!

Nelson Torro: Sempre vale a pena investirmos no aprendizado de novas habilidades e conhecimentos. Torna a vida mais
mental, mais rica.
ALVES, Nelson Torro. Entrevista. Disponível em: http://www.fiqueligado.com.br/single-noticias/. Acesso em: 16 de agosto de 2014.

Releia a seguinte frase, extraída do texto:

“Lucy vai ganhando novas habilidades à medida que aumenta a capacidade cerebral.”

Podemos substituir a expressão “à medida que”, sem alteração de sentido da frase, por:
a) porque. c) à proporção que. e) entretanto.
b) quando. d) de modo que.

GABARITO – EXTRAS!

Módulo 17 – Classes de palavras nominais II: Módulo 19 – Advérbio: valores e funções


pronomes 1 b 2 b 3 b 4 e
1 d
2 a) Na letra de Chico Buarque, a personagem feminina
Módulo 20 – Classes de conexão I:
faz referência ao ex-companheiro com a forma de causalidade e oposição
tratamento você. Sabe-se que, embora do ponto de 1 d
vista gramatical essa forma de tratamento se com-
2 a) Sim, a conjunção mas poderia ser substituída por e
porte como 3ª pessoa, na interlocução, o tratamento
de modo a dissipar o mistério a que se refere Denise
você indica a 2ª pessoa, ou seja, a pessoa com quem
Fraga. O uso de mas lhe causou estranhamento porque
se fala. Coerentemente, todos os verbos que têm o
não há, no contexto, a relação de adversidade comu-
você como sujeito estão na 3ª pessoa do singular
mente estabelecida por essa palavra. Por isso, ela afir-
(deixou, disse, quiser rever, pode crer, faz...). Mas,
ma: “se o Pai não nos deixa cair em tentação, já estará
curiosamente, o eu lírico não faz uso dos pronomes
nos livrando do mal”. Com o uso da conjunção e, aditiva,
pessoais átonos (o, lhe) como anafóricos de você,
esse estranhamento desapareceria.
reiterando esse pronome de tratamento ao longo de
b) Não nos deixe cair em tentação, mas livre-nos do mal.
todo o texto. Apenas uma vez, e corretamente, se faz
uso do possessivo sua relacionado ao você. 3 a

b) Embora em desacordo com as normas da gramáti- 4 a) É próprio das conjunções adversativas introduzirem
ca do padrão culto, é muito comum a troca dos pro- os dados de maior peso argumentativo em uma frase.
nomes pessoais o/a pelo pronome lhe. Mas esse uso Por isso, infere-se no enunciado que a oração introdu-
se verifica normalmente quando se trata de recuperar zida pelo conector mas, embora implícita, refere-se a
as formas de tratamento você, o senhor e a senhora, algo visto pelo enunciador como mais relevante do
e não o pronome pessoal de 3ª pessoa ela. É nesse que o fato de mais uma criança ter sido baleada. Na
tipo de observação que, provavelmente, se apoiam os imagem, o tamanho enorme ocupado pela conjunção
editores para trocar o ela da segunda estrofe, nas mas busca representar seu efeito argumentativo. Com
suas duas ocorrências, pelo pronome de tratamento isso, a charge explicita e condena o discurso, por ve-
você, por ser mais compatível com o lhe da primeira zes adotado por autoridades públicas, que minimiza o
estrofe. efeito da violência urbana sobre cidadãos indefesos.

3 c b) Ainda que lamentemos que outra criança tenha sido


baleada...
4 d
Módulo 21 – Classes de conexão II:
Módulo 18 – Verbo: formas e propriedades
implicações entre eventos
1 e 2 e 1 b 2 c 3 c

60
8 L I T ER AT UR A E A R T E COMPETÊNCIAS GERAIS C3.C4

M Ó D U L O

A estética realista

COMPETÊNCIAS
ESPECÍFICAS
Objetivos de aprendizagem E HABILIDADES
DA BNCC
. Objetivo 1: identificar e compreender os principais recursos da estética realista e suas manifestações
COMPETÊNCIA 1
na contemporaneidade.
EM13LGG101
. Objetivo 2: identificar os principais efeitos de sentido acionados por Eça de Queiroz em sua obra. EM13LP03
EM13LP04

Neste módulo COMPETÊNCIA 2


EM13LGG201
EM13LGG202

1 A estética realista EM13LGG204


EM13LP01
EM13LP50
Mauricio da Costa Filho/Pixabay

COMPETÊNCIA 6
EM13LGG604

Máscara II (2001-2002),
de Ron Mueck.

Oposição ao REALISMO Análise da


Romantismo realidade MÓDULO 8 - A ESTÉTICA REALISTA

Fatores sociais e
Postura crítica
psicológicos
LITERATURA E ARTE

Busca da Verdade

CIÊNCIA RAZÃO

61
Alamy/Fotoarena
Desvio para o vermelho: Impregnação, Entorno, Desvio (1967-1984), de Cildo
Meireles.
A estética realista entrou em vigor a partir da segunda metade do século XIX.
Mas é um erro imaginar que ela tenha desaparecido logo no século seguinte.
Na verdade, conceitos realistas continuam presentes em muitas obras de
arte contemporâneas. Na imagem, temos uma das partes da obra Desvio para
o vermelho, de Cildo Meireles, constituída por um cenário doméstico
convencional, de dimensões realistas. No entanto, o fato de haver mobiliário e
ornamentos em uma única cor amplia as fronteiras estéticas estabelecidas,
levando à reflexão sobre os limites do realismo na arte.

2 Eça de Queiroz
Crítica à Retrato da
EÇA DE
influência sociedade
QUEIROZ
romântica portuguesa

Denúncia da
Retomada crítica
hipocrisia
da tradição
religiosa
Principais obras:

O crime do padre Amaro (1875)


O primo Basílio (1878)
A relíquia (1887)
Os Maias (1888)
A ilustre casa de Ramires (1900)
A cidade e as serras (1901)
Tulio Minaki/artstation.com

Tulio Minaki Acesso em: 22 out. 2020.

O designer brasileiro Tulio Minaki cria personagens digitais em


3D de forma bastante realista. Você pode conhecer mais de
sua obra no site www.artstation.com/tuliominaki

DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

Texto para a questão 1 o caráter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um


campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas
Para responder à questão, leia o trecho de uma fala do
chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire
personagem Quincas Borba, extraída do romance Quincas
Borba, de Machado de Assis, publicado originalmente forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde
em 1891. há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem
— [...] O encontro de duas expansões, ou a expansão de em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se sufi-
duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; cientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a
mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a su- destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos exter-
pressão de uma é condição da sobrevivência da outra, e a mina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória,
destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os

62
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que
o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma
ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas. [...] Aparentemente, há nada mais contris-
tador que uma dessas terríveis pestes que devastam um ponto do globo? E, todavia, esse suposto mal é um benefício, não só por-
que elimina os organismos fracos, incapazes de resistência, como porque dá lugar à observação, à descoberta da droga curativa.
A higiene é filha de podridões seculares; devemo-la a milhões de corrompidos e infectos. Nada se perde, tudo é ganho.
(Quincas Borba, 2016.)

1 (Unesp-SP) Considerando o contexto histórico de produção, verifica-se no trecho uma alusão irônica:
a) à teoria darwiniana. c) à ideologia capitalista. e) à ideologia socialista.
b) à filosofia idealista. d) à filosofia iluminista.

2 Observe as imagens e leia o texto a seguir.


Reprodução/SESI-SP Editora

Reprodução/Cosac Naify
Capa e páginas do livro Passaporte (2001), de Fernando Bonassi.
As imagens mostram a capa e duas páginas de Passaporte, de Fernando Bonassi. O livro é constituído de pequenos relatos
de viagens. O relato de número 132 é este:

paisagem suburbana
Sob a luz amarela que o boteco manda, tá lá um corpo estendido no chão. Mal-ajambrado sobre a calçada, dedilha porcarias
na valeta. Há muito tempo, um RG amarfanhado identifica uma data de coisas, como pais ausentes e a terra natal aonde nunca
voltará. Boa coisa não era. Bom motivo não há. Um sangue gosmento que enxurradas vindouras lavarão de vez pra boca dos
lobos. Quase sorrindo, é certo que foi dessa pra melhor. Aos mais vivos (ou preguiçosos), restará não soltar pios que sejam, en-
quanto fardas varejarem em torno, procurando cápsulas & perfurações.
(São Paulo – Brasil – 1997)
BONASSI, Fernando. Passaporte. São Paulo: Cosac Naify, 2001.

Mesmo tendo sido escrito mais de cem anos após a vigência do Realismo no Brasil, o livro de Fernando Bonassi apresenta
alguns traços dessa escola literária. Com base na observação das imagens e na leitura do texto, aponte esses traços. MÓDULO 8 - A ESTÉTICA REALISTA
LITERATURA E ARTE

63
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

3 No romance O primo Bas’lio, Luísa vive harmoniosamente com o marido Jorge até a chegada de Basílio, um primo que não
via há muito tempo. Basílio se aproveita da ausência de Jorge para seduzir a prima. Luísa se deixa levar, convencida de que
estava apaixonada e viveria as aventuras amorosas que acompanhava nos romances que lia. O trecho a seguir trata dessas
leituras.
[...] Em solteira, aos dezoito anos entusiasmara-se por Walter Scott e pela Escócia; desejara então viver num daqueles caste-
los escoceses, que têm sobre as ogivas os brasões do clã, mobiliados com arcas góticas e troféus de armas, forrados de largas
tapeçarias, onde estão bordadas legendas heroicas, que o vento do lago agita e faz viver; e amara Ervandalo, Morton e lvanhoé,
ternos e graves, tendo sobre o gorro a pena de águia, presa ao lado pelo cardo de Escócia de esmeraldas e diamantes. Mas agora
era o moderno que a cativava: Paris, as suas mobílias, as suas sentimentalidades. Ria-se dos trovadores, exaltara-se por Mr. de
Camors; e os homens ideais apareciam-lhe de gravata branca, nas ombreiras das salas de baile, com um magnetismo no olhar,
devorados de paixão, tendo palavras sublimes. Havia uma semana que se interessava por Margarida Gautier; o seu amor infeliz
dava-lhe uma melancolia enevoada; via-a alta e magra, com o seu longo xale de caxemira, os olhos negros cheios de avidez da
paixão e dos ardores da tísica; nos nomes mesmo do livro — Júlia Duprat, Armando, Prudência, achava o sabor poético de uma
vida intensamente amorosa; e todo aquele destino se agitava, como numa música triste, com ceias, noites delirantes, aflições
de dinheiro, e dias de melancolia no fundo de um cupê quando nas avenidas do Bois, sob um céu pardo e elegante, silenciosa-
mente caem as primeiras neves.
QUEIROZ, Eça de. O primo Basílio. Cotia: Ateliê Editorial, 1998. p. 60-61.

Discuta com os colegas a seguinte questão: a leitura tem o poder de influenciar a conduta das pessoas?

4 (Fuvest-SP) Leia este trecho de romance.


As duas manas Lousadas! Secas, escuras e gárrulas como cigarras, desde longos anos, em Oliveira, eram elas as esqua-
drinhadoras de todas as vidas, as espalhadoras de todas as maledicências, as tecedeiras de todas as intrigas. E na desditosa
cidade, não existia nódoa, pecha, bule rachado, coração dorido, algibeira arrasada, janela entreaberta, poeira a um canto, vulto
a uma esquina, bolo encomendado nas Matildes, que seus olhinhos furantes de azeviche sujo não descortinassem e que sua
solta língua, entre os dentes ralos, não comentasse com malícia estridente.
Eça de Queiroz, A ilustre casa de Ramires.

Gárrulas: tagarelas. Azeviche: de cor muito negra.

No texto, o emprego de artigos definidos e a omissão de artigos indefinidos têm como efeito, respectivamente,
a) atribuir às personagens traços negativos de caráter; apontar Oliveira como cidade onde tudo acontece.
b) acentuar a exclusividade do comportamento típico das personagens; marcar a generalidade das situações que são
objeto de seus comentários.
c) definir a conduta das duas irmãs como criticável; colocá-las como responsáveis pela maioria dos acontecimentos na cidade.
d) particularizar a maneira de ser das manas Lousadas; situá-las numa cidade onde são famosas pela maledicência.
e) associar as ações das duas irmãs; enfatizar seu livre acesso a qualquer ambiente na cidade.

64
Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Literatura e Arte – Capítulo 8 – A estética realista

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia o item 1 da seção Neste • Faça as questões 5 a 8 • Faça a questão 9 do


módulo. do Capítulo 8. Capítulo 8.
1
• Faça as questões 1 a 4 do • Leia os itens 1 a 1.6 do
Capítulo 8. Capítulo 8.
• Leia o item 2 da seção Neste • Faça as questões 17 a 20 • Faça a questão 21 do
módulo. do Capítulo 8. Capítulo 8.
2
• Faça as questões 13 a 16 do • Leia os itens 2 a 2.6 do
Capítulo 8. Capítulo 8.

PREPARE-SE

Na próxima aula, vamos começar a estudar Machado de Assis. Acesse nosso vídeo para introduzir o assunto.

EX TRAS!

1 No trecho abaixo, o narrador, ao descrever a per- 2


sonagem, critica sutilmente um outro estilo de época: o — Não digo que seja uma mulher perdida, mas
romantismo. recebeu uma educação muito livre, saracoteia sozinha por
Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezes- toda a cidade e não tem podido, por conseguinte, escapar
seis anos; era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça, à implacável maledicência dos fluminenses. Demais, está
e, com certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já lhe habituada ao luxo, ao luxo da rua, que é o mais caro; em
coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tem- casa arranjam-se ela e a tia sabe Deus como. Não é mulher
po, porque isto não é romance, em que o autor sobredou- com quem a gente se case. Depois, lembra-te que apenas
ra a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; mas começas e não tens ainda onde cair morto. Enfim, és um
também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma homem: faze o que bem te parecer.
sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos Essas palavras, proferidas com uma franqueza por
tantos motivos autorizada, calaram no ânimo do bacharel.
da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que
Intimamente ele estimava que o velho amigo de seu pai
o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos
o dissuadisse de requestar a moça, não pelas consequên-
da criação.
cias morais do casamento, mas pela obrigação, que este
ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Jackson, 1957.
lhe impunha, de satisfazer uma dívida de vinte contos de
A frase do texto em que se percebe a crítica do narrador réis, quando, apesar de todos os seus esforços, não conse-
ao romantismo está transcrita na alternativa: guira até então pôr de parte nem o terço daquela quantia.
AZEVEDO, A. A dívida. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br.
a) ... o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às Acesso em: 20 ago. 2017.
sardas e espinhas...
O texto, publicado no fim do século XIX, traz à tona re-
b) ... era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça...
MÓDULO 8 - A ESTÉTICA REALISTA

presentações sociais da sociedade brasileira da época.


c) Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia Em consonância com a estética realista, traços da visão
daquele feitiço, precário e eterno, ... crítica do narrador manifestam-se na:
LITERATURA E ARTE

d) Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezes- a) caracterização pejorativa do comportamento da mu-
seis anos... lher solteira.
e) ... o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins se- b) concepção irônica acerca dos valores morais inerentes
cretos da criação. à vida conjugal.

65
EXTRAS!

c) contraposição entre a idealização do amor e as impo- b) no rebaixamento de Portugal em relação a outras na-
sições do trabalho. ções europeias.
d) expressão caricatural do casamento pelo viés do sen- c) na visão contrastante que o narrador oferece entre
timentalismo burguês. Portugal e França.

e) sobreposição da preocupação financeira em relação ao d) na tentativa fracassada do narrador em construir uma


sentimento amoroso. imagem simpática do amigo.
e) no comportamento de Jacinto, que finge tristeza para
3 Zé Fernandes, narrador de A cidade e as serras, esconder a alegria que sente com a viagem.
conta no romance a vida de seu amigo Jacinto. Herdeiro
de vastas terras na região de Tormes, em Portugal, Jacin- 4 O romance O mistério da estrada de Sintra (1870)
to vivia luxuosamente na avenida dos Campos Elísios, é considerado uma produção literária inicial da carreira de
número 202, em Paris, e relutava abandonar o lugar para Eça de Queiroz, na qual ainda demonstra influência da
visitar a terra de seus antepassados. Por fim, Zé Fernan- estética anterior ao Realismo, como se pode notar no tre-
des consegue convencer o amigo, e a viagem é prepara- cho a seguir, narrado por uma das personagens do roman-
da. Às vésperas da partida, no entanto, Jacinto é tomado ce, que vive um caso amoroso com o jovem capitão Rytmel.
por certa hesitação, como se vê no trecho a seguir. Vim para Lisboa; recebia regularmente cartas dele. Es-
Mas quando a derradeira caixa, pregada e cintada de tudava-as, decompunha as frases palavra por palavra para
ferro, saiu do portão do 202 na derradeira carroça da Com- encontrar a oculta verdade do sentimento que as criara.
panhia dos Transportes, toda esta animação de Jacinto se E terminava sempre – meu Deus! – por descobrir uma se-
abateu como a efervescência num copo de Champanhe. renidade gradual no seu modo de sentir. Rytmel escrevia
Era em meados já tépidos de Março. E de novo os seus de- com muito espírito e com muita lógica para poder por o
sagradáveis bocejos atroaram o 202 e todos os sofás ran- coração no que escrevia. Evidentemente o seu amor pas-
geram sob o peso do corpo que lhe atirava para cima, mor- sava da paixão para o raciocínio. Criticava-o: prova de que
talmente vencido pela fartura e pelo tédio, num desejo de não estava dominado por ele. Tinha até já palavras enge-
repouso eterno, bem envolto de solidão e silêncio. Deses- nhosas e literárias. Valia-se da retórica! Ao mesmo tempo a
perei. O quê! Aturaria eu ainda aquele Príncipe palpando sua letra tornava-se mais firme; já não eram aquelas linhas
amargamente a caveira, e, quando o crepúsculo entristecia tortas, convulsivas e arrebatadas que palpitavam, que me
a Biblioteca, aludindo, num tom rouco, à doçura das mor- envolviam... Era um infame cursivo inglês, pausado e cor-
tes rápidas pela violência misericordiosa do ácido cianí- reto. Já me não escrevia como dantes em papel de acaso,
drico? Ah não, caramba! E uma tarde em que o encontrei em folhas de carteira, em pedaços de cartas velhas, que
estirado sobre um divã, de braços em cruz, como se fosse a denotavam as inspirações do amor, os sobressaltos repen-
sua estátua de mármore sobre o seu jazigo de granito, po- tinos da paixão: escrevia em papel Maquet, perfumado!
sitivamente o abanei com furor, berrando: Pobre querido, o que o seu coração tinha de menos em
— Acorda, homem! Vamos para Tormes! O casarão amor tinha de mais o seu papel em marechala!
deve estar pronto, a reluzir, a abarrotar de coisas! Os ossos QUEIROZ, Eça de; ORTIGÃO, Ramalho. O mistério da estrada de Sintra. Curitiba: Arte &
de teus avós pedem repouso em cova sua!... A caminho, a Letra, 2008. p. 185.

enterrar esses mortos, e a vivermos nós, os vivos!... Irra! São Marechala: tipo de essência perfumada.
cinco de Abril!... é o bom tempo da serra!
[...] No trecho, a convivência de elementos românticos e rea-
[...] E recolhemos sem que Jacinto emergisse do silên- listas é notável:
cio enrugado em que se abismara, com os braços rigida- a) na distância entre a expressão amorosa e o evento re-
mente cruzados, como remoendo pensamentos decisivos latado, desprovido de sentimentos.
e forte. Depois, em frente ao Arco do Triunfo, moveu a ca- b) no tom contido da narração ao se referir a uma expe-
beça, murmurou: riência amorosa vivida com intensidade.

— É muito grave deixar a Europa! c) no paralelo estabelecido entre o sentimento verdadei-


QUEIROZ, Eça de. A cidade e as serras. São Paulo: Ateliê Editorial, 2007. p. 173-174; 177.
ro da moça e a dissimulação do apaixonado.

Um dos recursos de estilo utilizados por Eça de Queiroz d) nas oscilações da voz narrativa, dividida entre a emo-
em sua obra é a ironia, presente no trecho: tividade da vivência e a objetividade do relato.
a) na maneira como o narrador descreve o entusiasmo do e) no contraste entre o arrebatamento sentimental e o
amigo. esforço no sentido do autocontrole das emoções.

66
9 L I T ER AT UR A E A R T E

M Ó D U L O

Visão crítica da realidade:


Machado de Assis

COMPETÊNCIAS
Objetivos de aprendizagem ESPECÍFICAS
E HABILIDADES
DA BNCC
. Objetivo 1: conhecer a biografia e as características gerais da obra do escritor Machado de Assis.
. Objetivo 2: reconhecer as principais características de estilo do escritor, como a elegância linguís-
COMPETÊNCIA 1
EM13LGG101
tica, o diálogo com o leitor e a metalinguagem.
COMPETÊNCIA 2
. Objetivo 3: reconhecer a dimensão social representada na obra do autor, bem como o posicionamento EM13LGG201
crítico em relação a comportamentos morais da sociedade brasileira. EM13LGG202
EM13LGG204

Neste módulo EM13LP01

COMPETÊNCIA 3
EM13LP50

1 Visão geral de Machado de Assis e sua importância na COMPETÊNCIA 6


EM13LGG604
literatura ocidental
A um bruxo, com amor MACHADO DE ASSIS (1839-1908)
Bruxo do Cosme Velho
Em certa casa da Rua Cosme Velho
(que se abre no vazio)
Toni D’Agostinho/Acervo do cartunista

Dramaturgo
venho visitar-te; e me recebes
na sala trajestada com simplicidade
onde pensamentos idos e vividos
Poeta
perdem o amarelo
de novo interrogando o céu e a noite.
Romancista
[...]

MÓDULO 9 - VISÃO CRÍTICA DA REALIDADE: MACHADO DE ASSIS


Todos os cemitérios se parecem, Crítico literário

e não pousas em nenhum deles, mas onde a dúvida


apalpa o mármore da verdade, a descobrir
Contista
a fenda necessária;
onde o diabo joga dama com o destino,
estás sempre aí, bruxo alusivo e zombeteiro, Cronista
que resolves em mim tantos enigmas.
LITERATURA E ARTE

[...]
ANDRADE, Carlos Drummond de. In: ANDRADE, Carlos Drummond de. Nova reuni‹o:
23 livros de poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. p. 311-313.

67
2 Os romances da maturidade de Machado de Assis
ROMANCES DA MATURIDADE

Memórias póstumas
Quincas Borba (1891) Dom Casmurro (1899) Esaú e Jacó (1904) Memorial de Aires (1908)
de Brás Cubas (1881)

Reprodução/Ateliê Editorial
Metalinguagem

Reprodução/Ateliê Editorial
(reflexões sobre a própria obra)

Digressão

Reprodução/Ateliê Editorial
(interrupção momentânea da narrativa)

. Pessimismo
. Humor e ironia
. Intertextualidade
. Diálogo com o leitor
. Elegância de estilo
. Complexidade psicológica

3 Os contos e a abordagem de questões sociais no Brasil


do século XIX

Reprodução/L&PM
Reprodução/Editora Saraiva

COLETÂNEAS DE CONTOS

Contos fluminenses (1870)

Papéis avulsos (1882)

Várias histórias (1896)


Reprodução/Nostrum Editora

Aspectos temáticos significativos


(presentes em toda a obra)
. Escravidão
. Desigualdade
. Comportamento das elites
. Relações sociais

68
DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

Texto para as questões 1 e 2 Textos para as questões 3 e 4


Capítulo CXXIII / Olhos de ressaca Texto I
Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de “menino
Enfim, chegou a hora da encomendação e da partida.
diabo”; e verdadeiramente não era outra coisa; fui dos mais
Sancha quis despedir-se do marido, e o desespero daque-
malignos do meu tempo, arguto, indiscreto, traquinas e vo-
le lance consternou a todos. Muitos homens choravam
luntarioso. [...] Prudêncio, um moleque de casa, era o meu
também, as mulheres todas. Só Capitu, amparando a viú- cavalo de todos os dias; punha as mãos no chão, recebia um
va, parecia vencer-se a si mesma. Consolava a outra, queria cordel nos queixos, à guisa de freio, eu trepava-lhe ao dor-
arrancá-la dali. A confusão era geral. No meio dela, Capitu so, com uma varinha na mão, fustigava-o, dava mil voltas a
olhou alguns instantes para o cadáver tão fixa, tão apaixo- um e outro lado, e ele obedecia, — algumas vezes gemendo,
nadamente fixa, que não admira lhe saltassem algumas — mas obedecia sem dizer palavra, ou, quando muito, um
lágrimas poucas e caladas... — “ai, nhonhô!” — ao que eu retorquia: — “Cala a boca, besta!”
As minhas cessaram logo. Fiquei a ver as dela; Capi- MACHADO DE ASSIS. Memórias póstumas de Brás Cubas.
tu enxugou-as depressa, olhando a furto para a gente que Cotia: Ateliê Editorial, 1998. p. 87.

estava na sala. Redobrou de carícias para a amiga, e quis Texto II


levá-la; mas o cadáver parece que a retinha também. Mo- Tais eram as reflexões que eu vinha fazendo, por aque-
mento houve em que os olhos de Capitu fitaram o defunto, le Valongo fora, logo depois de ver e ajustar a casa. Inter-
quais os da viúva, sem o pranto nem palavras desta, mas rompeu-mas um ajuntamento; era um preto que verga-
grandes e abertos, como a vaga do mar lá fora, como se lhava outro na praça. O outro não se atrevia a fugir; gemia
quisesse tragar também o nadador da manhã. somente estas únicas palavras: — “Não, perdão, meu se-
MACHADO DE ASSIS. Dom Casmurro. Cotia: Ateliê Editorial, 2008. p. 328-330.
nhor; meu senhor, perdão!” Mas o primeiro não fazia caso,
e, a cada súplica, respondia com uma vergalhada nova.
1 A cena narrada por Bento Santiago apresenta o velório
— Toma, diabo! dizia ele; toma mais perdão, bêbado!
de Escobar, seu melhor amigo, e as reações de Sancha, a
— Meu senhor! gemia o outro.
viúva, bem como as de Capitu, esposa do narrador. Quais
— Cala a boca, besta! replicava o vergalho.
traços do caráter de Bento são delineados por meio de
Parei, olhei... Justos céus! Quem havia de ser o do ver-
suas atitudes no velório?
galho? Nada menos que o meu moleque Prudêncio, — o
que meu pai libertara alguns anos antes. Cheguei-me;
ele deteve-se logo e pediu-me a bênção; perguntei-lhe se
aquele preto era escravo dele.
— É, sim, nhonhô.
— Fez-te alguma coisa?
— É um vadio e um bêbado muito grande. Ainda hoje
deixei ele na quitanda, enquanto eu ia lá embaixo na cida-
de, e ele deixou a quitanda para ir na venda beber.
— Está bom, perdoa-lhe, disse eu.
— Pois não, nhonhô. Nhonhô manda, não pede. Entra
2 É possível afirmar que o narrador expõe no trecho o que

MîDULO 9 - VISÌO CRêTICA DA REALIDADE: MACHADO DE ASSIS


ele pensa a respeito das relações de sua esposa com o para casa, bêbado!
falecido amigo? Justifique com elementos textuais. MACHADO DE ASSIS. Memórias póstumas de Brás Cubas.
Cotia: Ateliê Editorial, 1998. p. 169-170.

3 Os dois textos mostram momentos diferentes da relação


entre Brás Cubas e Prudêncio. Compare os papéis que os
personagens desempenham em cada um dos episódios
apresentados.
LITERATURA E ARTE

69
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

4 Considerando a posição social dos personagens, quais Texto para a questão 6


valores podem ser associados à formação moral de cada
Adeus, meu caro senhor. Se achar que esses aponta-
um deles? Em sua opinião, esses valores traziam conse-
mentos valem alguma coisa, pague-me também com um
quências para a sociedade como um todo?
túmulo de mármore, ao qual dará por epitáfio esta emenda
que faço aqui ao divino sermão da montanha: “Bem-aven-
turados os que possuem, porque eles serão consolados.”
MACHADO DE ASSIS. O enfermeiro. Disponível em:
www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000265.pdf.
Acesso em: 26 out. 2020.

6 No conto “O enfermeiro”, Procópio Valongo, o narrador,


reflete sobre o período em que foi o dedicado enfermeiro
de um coronel rico e malvado, que o maltratava brutal-
mente. Já muito doente, o coronel golpeou o enfermeiro,
que, tomado por um impulso irracional, esganou-o, ma-
tando-o. Ninguém descobriu o crime, cuja culpa atormen-
tou Procópio. Para sua surpresa, ele foi contemplado com
a vultosa herança do proprietário, o que eliminou a angús-
Texto para a questão 5 tia provocada pelo seu ato. Considerando essa trajetória,
[Rubião] Usava suíças, (mais tarde deixou crescer a como podemos entender a emenda que ele propõe ao
barba toda), – tão macias, que dava gosto passar os dedos “Sermão da Montanha”?
por elas. E recordava assim o primeiro encontro, na esta-
ção de Vassouras, onde Sofia e o marido entraram no trem
da estrada de ferro, no mesmo carro em que ele descia de
Minas; foi ali que achou aquele par de olhos viçosos, que
pareciam repetir a exortação do profeta. “Todos vós que
tendes sede, vinde às águas”. Não trazia ideias adequadas
ao convite, é verdade; vinha com a herança na cabeça, o
testamento, o inventário, cousas que é preciso explicar
primeiro, a fim de entender o presente e o futuro. Deixe-
mos Rubião na sala de Botafogo, batendo com as borlas
do chambre nos joelhos, e cuidando na bela Sofia. Vem
comigo, leitor; vamos vê-lo, meses antes, à cabeceira do Texto para a questão 7
Quincas Borba. Leia o texto para responder à questão.
MACHADO DE ASSIS. Quincas Borba. São Paulo: Moderna, 2016. p. 31.
Pai contra m‹e
5 No trecho, o narrador revela distanciamento e impessoa- A escravidão levou consigo ofícios e aparelhos, como
lidade em relação à história que conta? Justifique sua terá sucedido a outras instituições sociais. Não cito alguns
resposta.
aparelhos senão por se ligarem a certo ofício. Um deles
era o ferro ao pescoço, outro o ferro ao pé; havia também
a máscara de folha-de-flandres. A máscara fazia perder o
vício da embriaguez aos escravos, por lhes tapar a boca.
Tinha só três buracos, dois para ver, um para respirar, e era
fechada atrás da cabeça por um cadeado. Com o vício de
beber, perdiam a tentação de furtar, porque geralmente era
dos vinténs do senhor que eles tiravam com que matar a
sede, e aí ficavam dois pecados extintos, e a sobriedade e a
honestidade certas. Era grotesca tal máscara, mas a ordem
social e humana nem sempre se alcança sem o grotesco, e
alguma vez o cruel. Os funileiros as tinham penduradas, à
venda, na porta das lojas. Mas não cuidemos de máscaras.

70
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

O ferro ao pescoço era aplicado aos escravos fujões. 8 (EBMSP)


Imaginai uma coleira grossa, com a haste grossa também à Mas, como digo, a mais engenhosa de todas as nossas
direita ou à esquerda, até ao alto da cabeça e fechada atrás experiências, foi a de Diogo Meireles. Lavrava então na cida-
com chave. Pesava, naturalmente, mas era menos castigo de uma singular doença, que consistia em fazer inchar os
que sinal. Escravo que fugia assim, onde quer que andas- narizes, tanto e tanto, que tomavam metade e mais da cara
se, mostrava um reincidente, e com pouco era pegado. do paciente, e não só a punham horrenda, senão que era
Há meio século, os escravos fugiam com frequên- molesto carregar tamanho peso. Conquanto os físicos da
cia. Eram muitos, e nem todos gostavam da escravidão. terra propusessem extrair os narizes inchados, para alívio e
Sucedia ocasionalmente apanharem pancada, e nem melhoria dos enfermos, nenhum destes consentia em pres-
todos gostavam de apanhar pancada. Grande parte era tar-se ao curativo, preferindo o excesso à lacuna, e tendo
apenas repreendida; havia alguém de casa que servia por mais aborrecível que nenhuma outra coisa a ausência
de padrinho, e o mesmo dono não era mau; além disso, daquele órgão. Diogo Meireles, que desde algum tempo
o sentimento da propriedade moderava a ação, porque praticava a medicina, segundo ficou dito atrás, estudou a
dinheiro também dói. A fuga repetia-se, entretanto. [...] moléstia e reconheceu que não havia perigo em desnarigar
Quem perdia um escravo por fuga dava algum dinhei- os doentes, antes era vantajoso por lhes levar o mal, sem
ro a quem lho levasse. Punha anúncios nas folhas públicas, trazer fealdade, pois tanto valia um nariz disforme e pesado
com os sinais do fugido, o nome, a roupa, o defeito físico, se como nenhum; não alcançou, todavia, persuadir os infeli-
o tinha, o bairro por onde andava e a quantia de gratificação. zes ao sacrifício. Então, ocorreu-lhe uma graciosa invenção.
Quando não vinha a quantia, vinha promessa: “gratificar-se- Assim foi que, reunindo muitos físicos, filósofos, bonzos,
-á generosamente”, – ou “receberá uma boa gratificação”. [...] autoridades e povo, comunicou-lhes que tinha um segredo
Protestava-se com todo o rigor da lei contra quem o acoutas- para eliminar o órgão; e esse segredo era nada menos que
se. [...] Ora, pegar escravos fugidios era um ofício do tempo. substituir o nariz achacado por um nariz são, mas de pura
Não seria nobre, mas, por ser instrumento da força com que natureza metafísica, isto é, inacessível aos sentidos huma-
se mantêm a lei e a propriedade, trazia esta outra nobreza im- nos, e contudo tão verdadeiro ou ainda mais do que o cor-
plícita das ações reivindicadoras. tado; cura esta praticada por ele em várias partes, e muito
MACHADO DE ASSIS. Pai contra mãe. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br/
aceita aos físicos de Malabar. O assombro da assembleia foi
download/texto/bv000245.pdf. Acesso em: 5 nov. 2017. imenso, e não menor a incredulidade de alguns, não digo
de todos, sendo que a maioria não sabia em que acreditar,
7 (IFPE) O texto é o início do conto “Pai contra mãe”, de
pois se lhe repugnava a metafísica do nariz, cedia, entretan-
Machado de Assis. Nesse trecho, o autor:
to, à energia das palavras de Diogo Meireles, ao tom alto e
a) condena a atitude dos senhores de escravos em publi-
carem anúncios para resgatar seus negros, o que se convencido com que ele expôs e definiu o seu remédio.
MACHADO DE ASSIS. O segredo do Bonzo. Papéis avulsos. Disponível em:
nota em “Quem perdia um escravo por fuga dava algum www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000236.pdf.
dinheiro a quem lho levasse. Punha anúncios nas folhas Acesso em: 14 set. 2016. Adaptado.

públicas, com os sinais do fugido” (4o parágrafo). O fragmento do conto “O segredo do Bonzo”, de Machado
b) argumenta contra a escravidão e contra o preconceito de Assis, revela:
racial, como fica claro no trecho “Sucedia ocasional- a) uma censura aos médicos que, por não conhecerem o
mente apanharem pancada, e nem todos gostavam de verdadeiro diagnóstico de uma patologia, inventam
apanhar pancada” (3o parágrafo). soluções terapêuticas absurdas e arriscadas.

MîDULO 9 - VISÌO CRêTICA DA REALIDADE: MACHADO DE ASSIS


c) posiciona-se a favor da escravidão, como se pode per- b) a vaidade humana diante da possibilidade, ainda que
ceber em “Era grotesca tal máscara, mas a ordem social abstrata, de receber um nariz mais bonito do que o
e humana nem sempre se alcança sem o grotesco, e congênito, ora disforme pela enfermidade.
alguma vez o cruel” (1o parágrafo). c) a ausência de posicionamento crítico do povo e tam-
d) repudia os castigos aplicados aos escravos, conforme bém de autoridades sociais diante de discursos envol-
o trecho “O ferro ao pescoço era aplicado aos escravos ventes, mas sem qualquer comprovação científica.
fujões. Imaginai uma coleira grossa, com a haste gros- d) os interesses escusos de alguns profissionais da saúde
sa também à direita ou à esquerda, até ao alto da ca- que, mesmo sabendo que não há necessidade de in-
beça e fechada atrás com chave” (2o parágrafo). tervenção cirúrgica, põem seus pacientes em risco.
LITERATURA E ARTE

e) descreve a escravidão como uma organização econô- e) o desdém manifesto por uma sociedade que está mais
mico-social, tal como se percebe no trecho “A escravi- preocupada com a aparência do que com a essência a
dão levou consigo ofícios e aparelhos, como terá suce- ponto de se convencer da eficácia do remédio propos-
dido a outras instituições sociais” (1o parágrafo). to por Diogo Meireles.

71
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

Reprodução/guiadoestudante.abril.com.br

Wikipedia/Wikimedia Commons
9 As imagens a seguir são fotografias de Machado de Assis.
A primeira é original e a segunda foi colorida pela Faculdade
Zumbi dos Palmares para uma campanha de reivindicação
de reconhecimento da negritude do autor.
Nos últimos anos, no Brasil, uma série de movimentos e or-
ganizações sociais tem se mobilizado pelo reconhecimento
de artistas e outras figuras importantes da sociedade que
foram historicamente embranquecidos (expressão que indi-
ca uma figura negra tida como branca pela história oficial).
Um exemplo é Nilo Peçanha, o primeiro presidente do Brasil
(1909-1910) descendente de negros, condição que ele mes-
mo negou algumas vezes em vida.

Disponível em: https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/faculdade-colore-foto-de-


machado-de-assis-para-lembrar-que-ele-era-negro/. Acesso em: 26 out. 2020.

a) Realize uma pesquisa para encontrar duas personalidades negras que passaram por processos similares.

b) Compartilhe com os colegas as personalidades e um pequeno texto apresentando sua importância histórica.

Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Literatura e Arte – Capítulo 9 – Visão crítica da realidade:
Machado de Assis

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia o item 1 da seção Neste • Faça as questões 5 e 6 do • Faça as questões 7 e 8


módulo. Capítulo 9. do Capítulo 9.
1
• Faça as questões 1 a 4 do • Leia o item 1 do Capítulo 9.
Capítulo 9.
• Leia o item 2 da seção Neste • Faça a questão 14 do • Faça a questão 16 do
módulo. Capítulo 9. Capítulo 9.
2
• Faça as questões de 9 a 11 do • Leia os itens 2 e 2.1 do
Capítulo 9. Capítulo 9.
• Leia o item 3 da seção Neste • Faça as questões 20 e 21 do • Faça as questões 22 e 23 do
módulo. Capítulo 9. Capítulo 9.
3
• Faça as questões 17 a 19 do • Leia os itens 3 a 3.3 do
Capítulo 9. Capítulo 9.

72
PREPARE-SE

O próximo módulo encerrará o seu trabalho com Literatura neste ano. Nele serão abordados os aspectos
fundamentais do Naturalismo. Para compreender melhor as diferenças entre Realismo e Naturalismo, acesse
o vídeo.

EX TRAS!

1 (Fuvest-SP) Leia o excerto. 3 (UFU-MG)


Ninguém mais vive, reparou? Vivencia. “Estou viven- Capítulo I
ciando um momento difícil”, diz Maricotinha. Fico penali-
Rubião fitava a enseada, – eram oito horas da manhã.
zado, mas ficaria mais se Maricotinha estivesse passando
Quem o visse, com os polegares metidos no cordão do
por ou vivendo aquele momento difícil. Há uma diferença,
chambre, à janela de uma grande casa de Botafogo, cuida-
diz o dicionário. Viver é ter vida, existir. Vivenciar também
ria que ele admirava aquele pedaço de água quieta; mas,
é viver, mas implica uma espécie de reflexão ou de sentir. em verdade, vos digo que pensava em outra coisa. Cote-
Não é o caso de Maricotinha. O que ela quer dizer é viver, java o passado com o presente. Que era, há um ano? Pro-
passar por. Mas disse vivenciar porque é assim que, ulti- fessor. Que é agora? Capitalista. Olha para si, para as chi-
mamente, os pedantes a ensinaram a falar. nelas (umas chinelas de Túnis, que lhe deu recente amigo,
Ruy Castro, Folha de S.Paulo, 27 de junho de 2012. Adaptado. Cristiano Palha), para a casa, para o jardim, para a enseada,
a) Do personagem José Dias, diz o narrador do romance para os morros e para o céu; e tudo, desde as chinelas até o
Dom Casmurro, de Machado de Assis: “José Dias ama- céu, tudo entra na mesma sensação de propriedade.
va os superlativos. Era um modo de dar feição monu- “Vejam como Deus escreve direito por linhas tortas”,
mental às ideias; não as havendo, servia a prolongar as pensa ele. Se mana Piedade tem casado com Quincas Bor-
frases”. Em que o comportamento linguístico de Mari- ba, apenas me daria uma esperança colateral. Não casou;
cotinha, tal como o caracteriza o texto, se compara ao ambos morreram, e aqui está tudo comigo; de modo que o
do personagem machadiano? que parecia uma desgraça...
MACHADO DE ASSIS. Quincas Borba. São Paulo: Editora Globo, 1997. p 1.
[...]
a) No primeiro capítulo de Quincas Borba, já se anteveem
c) No trecho “os pedantes a ensinaram a falar”, a palavra
princípios do Humanitismo, teoria desenvolvida pelo per-
pedante, considerada no contexto, pode ser substituída
sonagem Quincas Borba. Explique, em um parágrafo, de
por __________________________.
que forma essa teoria se apresenta nesse capítulo.
2 (Fuvest-SP) Leia o texto e responda ao que se pede. b) Em certa medida, Rubião opõe passado e presente, faz
oposição entre ser professor e ser capitalista. Redija
É de crer que D. Plácida não falasse ainda quando
um parágrafo, evidenciando o pensamento de Rubião
nasceu, mas se falasse podia dizer aos autores de seus diante da nova situação e comparando-a com o antigo
dias: – Aqui estou. Para que me chamastes? E o sacristão e estado.
a sacristã naturalmente lhe responderiam: – Chamamos-te
4 (Fuvest-SP) No capítulo CXIX das Memórias póstumas de
para queimar os dedos nos tachos, os olhos na costura,
Brás Cubas, o narrador declara: “Quero deixar aqui, entre
comer mal, ou não comer, andar de um lado para outro, na parêntesis, meia dúzia de máximas das
M‡xima: fórmula breve

MîDULO 9 - VISÌO CRêTICA DA REALIDADE: MACHADO DE ASSIS


faina, adoecendo e sarando, com o fim de tornar a adoecer muitas que escrevi por esse tempo”.
que enuncia uma
e sarar outra vez, triste agora, logo desesperada, amanhã Nos itens a) e b) encontram-se repro-
observação de valor
resignada, mas sempre com as mãos no tacho e os olhos duzidas duas dessas máximas. Consi-
geral; provérbio.
na costura, até acabar um dia na lama ou no hospital; foi derando-as no contexto da obra a que
pertencem, responda ao que se pede.
para isso que te chamamos, num momento de simpatia.
a) “Matamos o tempo; o tempo nos enterra.”
Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas.
Pode-se relacionar essa máxima à maneira de viver do
a) Pode-se afirmar que, neste excerto, além de resumir a próprio Brás Cubas? Justifique sucintamente.
existência de D. Plácida, o narrador expressa uma cer- b) “Suporta-se com paciência a cólica do próximo.”
ta concepção de trabalho? Justifique.
LITERATURA E ARTE

A atitude diante do sofrimento alheio, expressa nessa


b) De que maneira o ritmo textual, que caracteriza a pos- máxima, pode ser associada a algum aspecto da filo-
sível resposta dos sacristãos, colabora para a caracte- sofia do “Humanitismo”, formulada pelo personagem
rização de D. Plácida? Quincas Borba? Justifique sua resposta.

73
10 L I T ER AT UR A E A R T E

M Ó D U L O

Visão crítica da realidade:


o Naturalismo brasileiro

COMPETÊNCIAS
ESPECÍFICAS
Objetivos de aprendizagem E HABILIDADES
DA BNCC
. Objetivo 1: identificar e compreender os principais recursos da estética naturalista.
COMPETÊNCIA 2
. Objetivo 2: identificar e compreender as especificidades da ocorrência do Naturalismo na literatura EM13LGG203
brasileira, com especial atenção à obra de Aluísio Azevedo. COMPETÊNCIA 3
EM13LGG302
Neste módulo EM13LGG303

1 A estética naturalista
Expressão artística Obras de tese
do Cientificismo

Exagero do
NATURALISMO
Realismo . Reação ao Romantismo
. Sexualização dos enredos
. Animalização dos personagens
Romance . Descrições detalhadas
experimental . Sensorialidade nas descrições
Émile Zola
(1840-1902) . Ênfase na hereditariedade
. Determinismo
. Status de prova científica
2 Naturalismo no Brasil
. 1881: publicação de O Mulato, de Aluísio Azevedo.

.
Rafael Neves/Arquivo da editora

Romancista, contista, cronista, diplomata, caricaturista e jornalista


. Influências de Émile Zola
. Ganhou o gosto do público com algumas publicações românticas
. Um dos primeiros autores brasileiros a viver financeiramente da literatura
. Abordagem pioneira da homossexualidade na literatura brasileira
. Influência do meio e da hereditariedade na formação dos indivíduos
. Outras obras naturalistas publicadas pelo autor:
- Casa de pensão (1884)
- O homem (1887)
- O cortiço (1890)

Aluísio Azevedo
(1857-1913)

74
Rafael Neves/Arquivo da editora
. Romancista, contista, poeta, escritor e jornalista
. Também foi integrante da Marinha de Guerra e funcionário público
. Obra repleta de episódios de perversões e crimes
. Muito criticado por sua abordagem da homossexualidade em
Bom-Crioulo
. Morreu prematuramente de tuberculose aos 29 anos de idade
. Principal obra:
- Bom-Crioulo (1895)
. Outras obras publicadas pelo autor:
- A normalista (1893)
- No país dos ianques (1894)
Adolfo Caminha - Tentação (1896)
(1867-1897)
.
Rafael Neves/Arquivo da editora

Contista, cronista, romancista e jornalista


. Envolvido com a luta abolicionista e republicana durante os anos
de sua formação em Direito
. Aclamado pela crítica por seu estilo naturalista original presente
em O Ateneu
. Poder de descrição caricatural dos personagens, com linguagem
considerada plástica e sonora
. Suicidou-se aos 32 anos, depois de ter sido insultado em um ar-
tigo pelo teor do discurso em que proferia apoio incondicional a
Floriano Peixoto
. Principal obra:
- O Ateneu (1888)
Raul Pompeia
(1863-1895)

DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

O Mulato
Ana Rosa cresceu; aprendera de cor a gramática do Sotero dos Reis; lera alguma coisa; sabia rudimentos de francês e tocava
modinhas sentimentais ao violão e ao piano. Não era estúpida; tinha a intuição perfeita da virtude, um modo bonito, e por vezes
lamentara não ser mais instruída. Conhecia muitos trabalhos de agulha; bordava como poucas, e dispunha de uma gargantazi-
nha de contralto que fazia gosto de ouvir.
Uma só palavra boiava à superfície dos seus pensamentos: “Mulato”. E crescia, crescia, transformando-se em tenebrosa

MÓDULO 10 - VISÃO CRÍTICA DA REALIDADE: O NATURALISMO BRASILEIRO


nuvem, que escondia todo o seu passado. Ideia parasita, que estrangulava todas as outras ideias.
— Mulato!
Esta só palavra explicava-lhe agora todos os mesquinhos escrúpulos, que a sociedade do Maranhão usara para com ele.
Explicava tudo: a frieza de certas famílias a quem visitara; as reticências dos que lhe falavam de seus antepassados; a reserva e
a cautela dos que, em sua presença, discutiam questões de raça e de sangue.
AZEVEDO, A. O Mulato. São Paulo: Ática, 1996 (fragmento).

O texto de Aluísio Azevedo é representativo do Naturalismo, vigente no final do século XIX. Nesse fragmento, o narrador
expressa fidelidade ao discurso naturalista, pois:
a) relaciona a posição social a padrões de comportamento e à condição de raça.
b) apresenta os homens e as mulheres melhores do que eram no século XIX.
LITERATURA E ARTE

c) mostra a pouca cultura feminina e a distribuição de saberes entre homens e mulheres.


d) ilustra os diferentes modos que um indivíduo tinha de ascender socialmente.
e) critica a educação oferecida às mulheres e os maus-tratos dispensados aos negros.

75
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

2 Observe atentamente a imagem e leia a legenda que a Texto para a questão 3


explica. O menino acordou subitamente assustado. Onde esta-

Kevin Carter/Acervo do fotógrafo


va? O quarto navegava zonzo por lonjuras intermináveis. Na
manhã indolente, grãos minúsculos de poeira flutuavam
numa nesga de luz irradiada da fenda na madeira apodre-
cida da janela. Esfregou os olhos e ficou observando o teto
de telhas vermelhas, os caibros e a cumeeira tortos, a pare-
de sem reboque. Depois, tentou imaginar os barulhos que
emergiam do quintal. Galinhas ciscam o chão, despreocu-
padas. Um enorme porco remexe o cocho num chiqueiro
fedorento. Um cachorro espreguiça à sombra das bananei-
ras. Uma dupla caipira esgoela no rádio vizinho. Onde esta-
va? Sentou na cama, enfiou os dedos no chinelo havaiana
desbeiçado e quando ia levantar, disposto a colocar aquela
situação em pratos limpos, o dia anterior veio à tona. Sim,
A foto de um menino sudanês faminto (1993), do fotógrafo freelancer Kevin
Carter, foi a vencedora do prêmio Pulitzer de 1994. O menino da imagem, Kong agora recordava.
Nyong, ainda que tenha sobrevivido à fome na infância, faleceu em 2007. RUFFATO, Luiz. A expiação. In: RUFFATO, Luiz. Inferno provisório.
São Paulo: Companhia das Letras, 2016. p. 195.
Quando a foto foi publicada, houve muita controvérsia na
imprensa sobre um suposto sensacionalismo por parte do 3 O texto anterior é o início de “A expiação”, conto do autor
fotógrafo, mas a imagem tornou-se um símbolo do des- contemporâneo Luiz Ruffato. Embora publicado em 2016,
prezo e do abandono a que estão sujeitas certas popula- o trecho reúne características que o aproximam da esté-
ções em nosso planeta. Pode-se dizer que há caracterís- tica naturalista, como a sensorialidade explorada na
ticas naturalistas na forma como isso está representado descrição. Aponte três elementos textuais que façam
na imagem. Observe-a mais uma vez e responda: referência aos sentidos humanos e indique outro aspecto
a) O que chama a sua atenção nessa imagem? naturalista, além do estilo descritivo, que esteja presente
no fragmento.

b) Explique como a resposta do item anterior se relaciona


à estética naturalista.

76
Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Literatura e Arte – Capítulo 10 – Visão crítica da realidade:
o Naturalismo brasileiro

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia o item 1 da seção Neste • Faça as questões 4 a 6 do • Faça as questões 7 e 8 do


módulo. Capítulo 10. Capítulo 10.
1
• Faça as questões 1 a 3 do • Leia o item 1 do Capítulo 10.
Capítulo 10.

• Leia o item 2 da seção Neste • Faça a questão 10 do • Faça as questões 11 a 13 do


módulo. Capítulo 10. Capítulo 10.
2
• Faça a questão 9 do • Leia os itens 2 a 2.4 do
Capítulo 10. Capítulo 10.

EX TRAS!

1 (ESPM-SP)
A zoomorfização na Literatura, a despeito de qualquer outra característica estilística, sempre esteve presente, no entanto,
aparece principalmente nas obras com características realistas que, em contraponto àquelas com aspectos mais românticos,
têm o intento de retratar as mazelas da sociedade como espelho. [...]
Fez-se necessário uma Literatura condizente com o real e, para tanto, a zoomorfização de personagens foi utilizada com
maior ênfase. Paralelo ao Realismo, o Naturalismo é o momento em que mais se verifica este fenômeno. (Uesla Lima Soares,
O Animal Humano: Os paradigmas da zoomorfização social e sua representação literária, Anais do Festival Literário de Paulo
Afonso, 2017)
[O zoomorfismo] ocorre quando “o que é próprio do homem se estende ao animal e permite, por simetria, que o que é pró-
prio do animal se estenda ao homem.”
(Antonio Candido, De Cortiço a Cortiço, Novos Estudos CEBRAP, 1991).

Considere as seguintes afirmações:


I. A zoomorfização se opôs frontalmente às idealizações românticas, sendo uma característica exclusiva do Naturalismo.
II. Segundo Antonio Candido, não é possível haver distinção entre ser humano e animal, no sentido de que um cede carac-
terística ao outro e vice-versa.
III. A definição de Antonio Candido sobre zoomorfismo é construída por meio de um processo chamado quiasmo.

A respeito de tais afirmações, deve-se dizer que:

MÓDULO 10 - VISÃO CRÍTICA DA REALIDADE: O NATURALISMO BRASILEIRO


a) somente I está correta. c) somente III está correta. e) somente I e III estão corretas.
b) somente II está correta. d) somente I e II estão corretas.

2 (Fuvest-SP)
Texto I
Desde que a febre de possuir se apoderou dele totalmente, todos os seus atos, todos, fosse o mais simples, visavam um
interesse pecuniário. Só tinha uma preocupação: aumentar os bens. Das suas hortas recolhia para si e para a companheira os
piores legumes, aqueles que, por maus, ninguém compraria; as suas galinhas produziam muito e ele não comia um ovo, do que
no entanto gostava imenso; vendia-os todos e contentava-se com os restos da comida dos trabalhadores. Aquilo já não era am-
bição, era uma moléstia nervosa, uma loucura, um desespero de acumular, de reduzir tudo a moeda. E seu tipo baixote, socado,
LITERATURA E ARTE

de cabelos à escovinha, a barba sempre por fazer, ia e vinha da pedreira para a venda, da venda às hortas e ao capinzal, sempre
em mangas de camisa, de tamancos, sem meias, olhando para todos os lados, com o seu eterno ar de cobiça, apoderando-se,
com os olhos, de tudo aquilo de que ele não podia apoderar-se logo com as unhas.
Aluísio Azevedo, O cortiço.

77
EXTRAS!

Texto II
[...] Rubião é sócio do marido de Sofia, em uma casa de importação, à Rua da Alfândega, sob a firma Palha & Cia. Era o ne-
gócio que este ia propor-lhe, naquela noite, em que achou o Dr. Camacho na casa de Botafogo. Apesar de fácil, Rubião recuou
algum tempo. Pediam-lhe uns bons pares de contos de réis, não entendia de comércio, não lhe tinha inclinação. Demais, os gas-
tos particulares eram já grandes; o capital precisava do regime do bom juro e alguma poupança, a ver se recobrava as cores e as
carnes primitivas. O regime que lhe indicavam não era claro; Rubião não podia compreender os algarismos do Palha, cálculos
de lucros, tabelas de preço, direitos da alfândega, nada; mas, a linguagem falada supria a escrita. Palha dizia coisas extraordiná-
rias, aconselhava o amigo que aproveitasse a ocasião para pôr o dinheiro a caminho, multiplicá-lo.
Machado de Assis, Quincas Borba.

a) Como o contraste entre os trechos “já não era ambição, era uma moléstia nervosa, uma loucura, um desespero de acu-
mular” e “não entendia de comércio, não lhe tinha inclinação”, respectivamente sobre os personagens João Romão e
Rubião, reflete distintas linhas estéticas na prosa brasileira do fim do século XIX?
b) A partir das diferentes esferas sociais e práticas econômicas referidas nos fragmentos, trace um breve paralelo entre as
trajetórias dos protagonistas nos dois romances.

3 (Fuvest-SP) Os trechos seguintes foram extraídos do texto “Casas de cômodos”, que consiste em um apanhado de impres-
sões recolhidas pelo escritor Aluísio Azevedo. Leia-os para responder às questões.
I. Há no Rio de Janeiro, entre os que não trabalham e conseguem sem base pecuniária fazer pecúlio e até enriquecer, um
tipo digno de estudo – é o “dono de casa de cômodos”; mais curioso e mais completo no gênero que o “dono de casa de jogo”,
pois este ao menos representa o capital da sua banca, suscetível de ir à glória, ao passo que o outro nenhum capital representa,
nem arrisca, ficando, além de tudo, isento da pecha de mal procedido.
Quase sempre forasteiro, exercia dantes um ofício na pátria que deixou para vir tentar fortuna no Brasil; mas, percebendo
que aqui a especulação velhaca produz muito mais do que o trabalho honesto, tratou logo de esconder as ferramentas do ofício
e de fariscar os meios de, sem nada fazer, fazer dinheiro.
II. [...] há sempre uma quitandeira de quem o dono da casa de cômodos, começando por merecer a simpatia, acaba por
conquistar a confiança e o amor. Juntam-se e, quando ela dá por si, está cozinhando e lavando para todos os hóspedes do eleito
do seu coração, sem outros vencimentos além das carícias, que lhe dá o amado sócio.
Assim chega a empresa ao seu completo desenvolvimento, e o dono da casa de pensão começa a ganhar em grosso, acu-
mulando forte, sem trabalhar nunca, nem empregar capital próprio, até que um dia, farto de aturar o Brasil, passa com luvas o
estabelecimento e retira-se para a pátria, deixando, naturalmente também com luvas, a preciosa quitandeira ao seu substituto.
Aluísio Azevedo, Casas de cômodos.

a) Que recurso da estética naturalista surge já no início das notas, feitas em razão do cotidiano nacional da época? Justifique.
b) Para o leitor de O corti•o, salta à vista o aproveitamento que Aluísio Azevedo fez de parte dessas impressões ao conceber
a relação entre João Romão e Bertoleza. Há também, contudo, diferenças relevantes. Qual fator central na sociedade
brasileira do século XIX que acentua o tom perverso do final do romance? Justifique com base no enredo.

ANOTAÇÕES

78
GABARITO - EXTRAS!

Módulo 8 – A estética realista capítulo do livro, está relacionado à teoria do Humanitis-


mo porque Rubião se sente vencedor: é um homem
1 a rico, para quem as mortes de Quincas Borba e de sua
2 e irmã Piedade não representaram perdas; ao contrário,
foram importantes para a sua prosperidade. O trecho
3 b
“Vejam como Deus escreve direito por linhas tortas” é
4 e
claramente uma declaração nesse sentido.

Módulo 9 – Visão crítica da realidade: b) O trecho apresenta a trajetória do personagem Ru-


bião de forma resumida com base na filosofia do Huma-
Machado de Assis
nitismo. Trata-se de um homem que enriqueceu subita-
1 a) Segundo o autor, vivenciar “também é viver, mas mente e compara sua condição anterior à que goza no
implica uma espécie de reflexão ou de sentir”. Como ele momento da enunciação. Antes, professor em Barbace-
afirma que Maricotinha foi “ensinada” a empregar o ter- na, e agora, capitalista vivendo no Rio de Janeiro. Al-
mo vivenciar pelos pedantes, pode-se afirmar que seu guém que só possuía o conhecimento e, ao enriquecer,
comportamento linguístico se aproxima do de José passou a desfrutar de um padrão de vida com o qual
Dias. Ambos buscam, mais do que informar, impressio- não estava acostumado. Sente-se proprietário de suas
nar o ouvinte pelo emprego de palavras que conferem chinelas, da casa e do céu, o que revela a ironia do nar-
uma grandeza artificial às suas ideias. rador da obra. O personagem sente o prazer da proprie-

c) Exibido; pretensioso; afetado; vaidoso. dade, princípio básico da lógica capitalista.

2 a) Sim, a afirmação é correta. Brás Cubas, ao narrar a 4 a) Brás Cubas era um membro da elite escravocrata que
nunca trabalhou na vida. Sua existência foi toda entre-
própria trajetória de vida, reforça a ideia de que o traba-
gue a ocupações fúteis ou a projetos megalômanos e
lho é algo sem sentido, exaustivo e enfadonho. Essa
egocêntricos. Essa postura pode ser associada à atitude
postura é reforçada, no último capítulo do livro, pela
de “matar o tempo”, referida na máxima. Por mais que
satisfação que demonstra pelo fato de nunca ter traba-
essa existência pareça prazerosa, ela também está inse-
lhado. A vida da personagem D. Plácida é marcada pela
rida na natural evolução do tempo e é submetida à inar-
precariedade de condições financeiras, obrigando-a a
redável presença da morte. Daí a noção de que “o tem-
assumir uma existência de trabalho árduo, que não lhe
po nos enterra” – perspectiva melancólica que marca
garantiu nenhum tipo de ascensão ou reconhecimento
toda a obra.
social. No trecho, tal visão do trabalho é associada a
imagens ligadas ao rebaixamento e à deterioração de b) A máxima de Brás Cubas está perfeitamente adequa-
sua saúde, como “queimar os dedos nos tachos”, “co- da à teoria do Humanitismo, pois essa filosofia é a ex-
mer mal, ou não comer”, “andar de um lado para outro, pressão de um individualismo que afirma explicitamente
na faina, adoecendo e sarando” e “triste agora, logo a necessidade de “adorar-se a si próprio” e que exalta a
desesperada, amanhã resignada”. chamada “lei do mais forte”. Dessa forma, desde que o
prazer subjetivo seja mantido, pouco importa a dor do
b) A vida de D. Plácida é caracterizada pelo trabalho
próximo. Quincas Borba, autor da filosofia, chega a afir-
árduo, cotidiano e repetitivo, marcado exclusivamente
mar que a dor “é uma pura ilusão”.
pela sobrevivência e sem nenhum tipo de perspectiva
de ascensão social. O ritmo do texto reforça essa con-
Módulo 10 – Visão crítica da realidade:
cepção sobre a personagem ao apresentar um período
o Naturalismo brasileiro
longo, marcado por muitas vírgulas, que denotam uma
sequência de imagens ligadas à exaustão física, social e 1 c
moral.
2 a) Os trechos transcritos dos romances são exemplos
3 a) O Humanitismo é uma teoria desenvolvida e apre- das duas principais estéticas da prosa brasileira do final
LITERATURA E ARTE

sentada pelo personagem Quincas Borba, em que a “lei do século XIX: o Realismo e o Naturalismo. O corti•o é
do mais forte” é que rege o mundo. Segundo o filósofo, uma obra do movimento naturalista, escola literária em
GABARITO

aqueles que vencem merecem recompensas por isso. O que o Cientificismo e o retrato de patologias individuais
comportamento do personagem Rubião, no primeiro e sociais norteiam o desenvolvimento dos romances. No

79
trecho citado, João Romão é apresentado de maneira dinheiro, ao ser roubado por Cristiano Palha, enlouquece
caricatural, com destaque para sua “febre de possuir” e e morre sozinho, sem os bajuladores que o cercavam.
para a “loucura” que é tomado em nome do enriqueci- Seu fim no romance é, portanto, decadente. João Romão
mento. Quincas Borba, por sua vez, é um romance rea- termina o romance ascendendo socialmente, mas à cus-
lista da fase mais madura de Machado de Assis. Entre ta de um alto preço moral, o suicídio de Bertoleza. Trata-
suas principais características, nota-se a ênfase no cará- -se, portanto, de uma decadência moral e ética.
ter psicológico na construção dos personagens e a críti- 3 a) O recurso da estética naturalista presente no início de
ca social, sobretudo no que diz respeito aos valores ambas as notas é a observação da realidade contempo-
burgueses, marcados pela hipocrisia e pela exploração. rânea ao autor. Essa observação assume um ponto de
Isso se nota por meio da sutileza com que o autor suge- vista crítico, pois expõe um evento comum ao cotidiano
re a ingenuidade de Rubião diante da exploração de nacional do final do século XIX: a exploração dos brasi-
Cristiano Palha, como se observa em “não entendia de leiros pelos portugueses. Além disso, nota-se a visão
comércio, não lhe tinha inclinação”. pessimista a respeito do ser humano – característica
b) Rubião e João Romão são homens pobres que enri- comum no Naturalismo.
quecem ao longo da narrativa. Rubião enriquece pela b) O fator central na sociedade brasileira do período é
sorte, ao receber a herança de Quincas Borba, e passa a a escravidão. Esse elemento acentua a perversidade
viver em Botafogo, mesmo bairro em que a história do dos eventos narrados em O cortiço. No final do roman-
romance O cortiço se desenvolve. João Romão, por sua ce, João Romão, o dono da habitação coletiva, recebe
vez, enriquece explorando trabalhadores braçais, ao utili- uma honraria oferecida por uma sociedade de abolicio-
zar-se de práticas ilícitas, e aproveitando-se de sua com- nistas no mesmo momento em que ocorre o suicídio de
panheira, Bertoleza. Ambos os personagens terminam Bertoleza, a companheira cuja carta de alforria fora
evidenciando algum tipo de decadência: Rubião perde o falsificada pelo português.

ANOTAÇÕES

80
7 PRODUÇÃO DE TEXTO C OMP E T Ê NC I A S GE R A IS C 4 . C 5 . C 7. C 9 .

M Ó D U L O

Rádio, TV, podcasts


e YouTube
COMPETÊNCIAS
Objetivos de aprendizagem ESPECÍFICAS
E HABILIDADES
. Objetivo 1: Compreender as inovações no universo digital, com ênfase na releitura de certas invenções
DA BNCC

dos meios de comunicação. COMPETÊNCIA 2


. Objetivo 2: Relacionar fatos, versões e opiniões aos conceitos de comunicação eletrônica e digital.
EM13LGG201
COMPETÊNCIA 3
. Objetivo 3: Analisar as implicações sociais e políticas do acesso às inovações. EM13LGG301
. Objetivo 4: Produzir um podcast que apresente temas relacionados aos interesses da comunidade EM13LGG303

escolar. COMPETÊNCIA 7
EM13LGG701
EM13LGG703
Neste módulo
COMPETÊNCIAS
1E3

Momentum Fotograh/Shutterstock
EM13LP15
COMPETÊNCIAS
1E4
EM13LP16
COMPETÊNCIAS
3E7
EM13LP17

MÓDULO 7 - RÁDIO, TV, PODCASTS E YOUTUBE


PRODUÇÃO DE TEXTO

O surgimento de novas tecnologias de comunicação não necessariamente exclui as anteriores. Fala,


escrita, comunicação eletrônica e digital hoje convivem, com diversas influências mútuas.

81
Podcasts

. portabilidade
RÁDIO . simplicidade
. grandes corporações

. liberdade e independência
PODCASTS
. consumo sob demanda
. maior alcance
. menor custo

YouTube e plataformas de vídeo on-line

. elementos de oralidade
TELEVISÃO
. relações entre imagem e som
. grandes corporações

. consumo sob demanda


YOUTUBE
. menor custo
. identificação e comunidades
. independência ou nova manipulação?

DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

Texto para as questões 1 a 3

Podcasts
Não sei como eu aguentava minha vida.
Eu era infeliz – e sabia. Havia momentos alegres, é claro, mas as viagens entre uma alegria e outra eram longas e tediosas.
Parado na 23 de Maio, via os galhos ressequidos do que há tão pouco tempo tinha sido um orgulhoso jardim vertical e pensava:
sou eu envelhecendo no trânsito.
No restaurante, esperando a comida chegar, arrastando-me pelo Instagram entre fotos de celebridades gatas e gatos de
celebridades, balbuciava: a vida deve ser mais do que isso. No supermercado, empilhava as latas de atum na esteira do caixa e
me sentia empilhando os minutos a irem pro saco – os sacos são recicláveis, os minutos, infelizmente, não. Então eu descobri os
podcasts. Hoje sou feliz – e sei.
Embora os podcasts existam há quinze anos, foi só lá por 2017 que me viciei e passei a andar pela rua com fones no ouvi-
do – hábito que havia perdido no fim da adolescência, quando os fones eram plugados a um trambolhudo e “water resistant”
walk-man amarelo.

82
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

Agora, se o trânsito para já não tem mais problema: não estou na 23 de Maio e sim ouvindo o Phillip Roth falar ao programa
de entrevistas Fresh Air (obrigado, Daniella!) sobre a morte, Deus e os usos heterodoxos do bife de fígado; estou ouvindo Jerry
Seinfeld e Larry David contarem sobre os primórdios da melhor sitcom de todos os tempos; estou acompanhando uma entre-
vista com o cientista encarregado de um celeiro gigante no fundo de uma caverna high-tech e gelada no Círculo Polar Ártico,
onde um convênio internacional está estocando todas as sementes de todos os vegetais comestíveis cultivados pelo homem
para que, no caso de uma hecatombe, nós possamos começar tudo de novo.
Agora, no restaurante, enquanto a comida não chega, ouço em Radiolab (valeu, Chico!) um astronauta direto da Estação
Espacial Internacional, orbitando a Terra a quase 28 mil quilômetros por hora, descrever a visão do sol nascendo, dourando o
Atlântico e acendendo as nuvens.
Enquanto empilho atuns na esteira do supermercado, ouço o depoimento de Sean, um assento do metrô de Nova York, ao
Everything is Alive (grande dica, Sérgio!), entrevistas de ficção em que, além do assento do metrô, um travesseiro, uma lata de
refrigerante, um poste e outros objetos dividem conosco um pouquinho de suas vidas. (Atenção: a entrevista de Tara, a barra
de sabonete, não é aconselhável para menores ou pessoas sensíveis aos pensamentos de uma barra de sabonete enquanto
percorre certos rincões de nossa anatomia).
No último semestre, ouvindo o brilhante Presidente da Semana, aqui da Folha, aprendi sobre todos os presidentes brasilei-
ros, de Deodoro da Fonseca ao general Mourão, ops, perdão, ao Jair Bolsonaro.
Compreendo melhor as notícias da semana com os debates ao mesmo tempo embasados e hilários do Foro de Teresina, da
revista Piauí. Em Invention, tive uma aula de 52 minutos sobre a história dos óculos escuros. Em Primeiro Tratamento, descubro
o que pensam meus colegas roteiristas e outros profissionais do audiovisual brasileiro.
Até o ano passado havia 550 mil podcasts ativos, com mais de 18 bilhões de episódios. São programas em todas as línguas,
sobre todos os assuntos, para todos os gostos. De história a pasta de dentes, passando por bondage e sadomasoquismo. Não
sei como eu aguentava a minha vida até descobrir os podcasts. Só lembro que era infeliz – e sabia.
PRATA, Antonio. Podcasts. Folha de S.Paulo. Disponível em: www1.folha.uol.com.br/colunas/antonioprata/2019/02/podcasts.shtml. Acesso em: 15 nov. 2020.

1 Na crônica em questão, o tema sobre o qual o narrador discorre é explicitado apenas no final do segundo parágrafo do
texto. Qual é esse tema e qual o efeito de sentido provocado pela demora em apresentá-lo?

2 Entre as afirmações “Eu era infeliz – e sabia”, “Hoje sou feliz – e sei” e “Só lembro que era infeliz – e sabia”, há uma transfor-
mação dos sentimentos em relação aos mesmos atos cotidianos. Que mudança é essa? Retire do texto trechos que exem-
plifiquem esse fato.

MÓDULO 7 - RÁDIO, TV, PODCASTS E YOUTUBE


PRODUÇÃO DE TEXTO

83
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

3 Considerando a charge de Duke a seguir e a crônica de Antonio Prata, cite ao menos duas qualidades do podcast.

Duke/Acervo do cartunista
4 Veja com atenção o gráfico a seguir.

Reprodução/@ 2019 ZYDIGITAL

Qual é o perfil dos ouvintes brasileiros de podcast? Considerando esses números, a que conclusão se pode chegar? E quais
são as perspectivas de mudança?

84
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

5 (Ucpel-RS) Com base na leitura dos textos motivadores e nos conhecimentos adquiridos em sua formação, redija um texto
dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema Os novos formadores de opinião
para a juventude, apresentando uma proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e rela-
cione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto I

YouTubers fazem a cabeça dos jovens


Um novo perfil de ídolo desponta como o preferido entre os jovens brasileiros. Não é preciso gostar das mesmas coisas ou ter
ideias parecidas para influenciá-los. Beleza física também não é importante. O ídolo das novas gerações é espontâneo, autêntico,
original, inteligente e bem-humorado. O ídolo das novas gerações ainda está na TV, mas faz sucesso mesmo é no YouTube.
Disponível em: www.thinkwithgoogle.com/intl/pt-br/articles/youtube-teens.html. Acesso em: 30 out. 2016 (adaptado).

Texto II
Negócio rentável?
Uma pesquisa encomendada pelo Google, no segundo semestre de 2014, revelou que somos 70 milhões de espectadores
de vídeo online no Brasil, consumindo, em média, oito horas semanais de vídeos na Web, o que pode representar um bom negó-
cio para os canais mais populares. Os vídeos são monetizados de acordo com as visualizações das publicidades que aparecem.
Porém, o dono de um canal só ganha se um usuário realmente assistir à publicidade – que geralmente é evitada por muitos,
quando aparece no início de um vídeo como opção –, o que torna difícil o cálculo. Uma pessoa que possui entre 500 mil e um
milhão de inscritos, por exemplo, pode chegar a ganhar de 6.000 reais a 50.000 por mês.
Disponível em: http://exame.abril.com.br/marketing/os-15-youtubers-mais-populares-do-mundo/l. Acesso em: 30 out. 2016 (adaptado).

Texto III
Produtores de vídeos contam com milhões de fãs e disputam espaço com a TV
Kéfera não grava suas histórias dentro de um estúdio, faz quase tudo a partir de uma estrutura básica, dentro de sua casa,
há quase cinco anos. Simplesmente liga a câmera e começa a falar com humor sobre algum tema que lhe interesse e adiciona
alguns toques de edição. Apesar disso, possui uma audiência digna de um programa de TV. Ela faz parte do fenômeno dos
youtubers, uma geração de jovens que gosta de se comunicar através de vídeos na internet, seja para falar sobre música, para
mostrar como se joga um game, ensinar uma receita ou fazer um tutorial de maquiagem.
Disponível em: https:// brasil.elpais.com/brasil/2015/05/09/politica/1431125088_588323.html. Acesso em: 30 out. 2016 (adaptado).

PREPARE-SE

Como visto no texto de Antonio Prata na aula anterior, há um enorme número de podcasts disponíveis para os mais variados gostos
e propósitos. Na próxima aula, veremos a função, a forma de composição e a linguagem explorada em cada um deles para que você
possa fazer o próprio podcast.

6 Leia com atenção as informações a seguir:

Alguns tipos de podcasts

Tipo Função Exemplos Linguagem Referência

MîDULO 7 - RÁDIO, TV, PODCASTS E YOUTUBE


Programas de
Proporcionar Do padrão culto ao “Posse de bola”
bate-papo, humor,
Entretenimento momentos de diversão informal, dependendo (futebol)
esportes, viagem,
para o ouvinte do público “Não salvo” (humor)
contação de histórias
Periodicamente traz ao Assuntos relacionados a
Notícias ouvinte informações política, economia, trân- Padrão culto “Café da Manhã”
PRODUÇÃO DE TEXTO

sobre temas variados sito, tecnologia, clima


Conteúdos mais profun-
Temas como sociologia, Padrão culto, “Vai Passar – Anglo
Educação dos ligados à área da
filosofia, história mais didática vestibulares”
educação

85
#cultura_digital
Para ouvir episódios dos podcasts citados, você pode acessá-los em:
. “Posse de bola”. Disponível em: https://www.uol.com.br/esporte/podcast/posse-de-bola/. Acesso em:
17 nov. 2020.
. “Não salvo”. Disponível em: https://www.naosalvo.com.br/. Acesso em: 24 nov. 2020.
. “Café da manhã”. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/especial/2019/cafe-da-manha/. Aces-
so em: 17 nov. 2020.
. “Vai Passar – Anglo Vestibulares”. Disponível em: https://open.spotify.com/show/0QS1VqpzPRFerH5ny-
4jdxa#:~:text=Vai%20Passar%20%C3%A9%20o%20podcast,aos%20principais%20vestibulares%20
do%20pa%C3%ADs. Acesso em: 17 nov. 2020.

Agora é a sua vez de criar podcasts na sua escola! O trabalho será dividido em seis etapas:
. Etapa 1: Escolha dos participantes do grupo
. Etapa 2: Escolha do tipo de podcast
. Etapa 3: Pesquisa sobre o assunto e elaboração do roteiro
. Etapa 4: Definição sobre quem fará a narração
. Etapa 5: Gravação do podcast
. Etapa 6: Publicação do podcast e divulgação para a escola

Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Produção de Texto – Capítulo 7 – Rádio, TV, podcasts e YouTube

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia a seção Neste módulo. • Faça as questões 3 e 4 • Faça a questão 5 do


do Capítulo 7. Capítulo 7.
1e2 • Faça as questões 1 e 2 do
Capítulo 7. • Leia os itens 1 e 2 do
Capítulo 7.

• Faça a questão 6 do • Faça a questão 7 do • Faça a questão 8 do


3 Capítulo 7. Capítulo 7. Capítulo 7.
• Leia o item 3 do Capítulo 7.

• Faça a questão 9 do • Faça a questão 10 do • Faça a questão 11 do


4 Capítulo 7. Capítulo 7. Capítulo 7.

86
EX TRAS!

Texto para a questão 1

Disquete, celular tijolão, máquina de escrever… bateu saudade? Confira as versões mais recentes dessas
e de outras tecnologias antigas
Se pararmos para pensar, ficamos chocados com a velocidade com que a tecnologia avança. Vários recursos usados em
nossa infância, por exemplo, hoje são tecnologias antigas (e obsoletas) e foram substituídas por algo mais moderno e eficiente.
Para matar a saudade, reunimos algumas delas neste texto.
Antes de passar para a lista que pode te fazer ter várias recordações, é bom definir o que é exatamente a obsolescência: algo
obsoleto é aquilo que deixa de ter utilidade. Há vários tipos de obsolescência.
Ela pode ser programada (quando o aparelho é programado para deixar de funcionar em um determinado período), per-
ceptiva (quando o consumidor é induzido a trocar para ter algo mais moderno) ou funcional (quando o objeto é substituído por
algo mais moderno, quando não compensa mais arrumá-lo ou quando você já não encontra mais peças para o conserto). Neste
texto, a maior parte das tecnologias obsoletas citadas será por motivo funcional.
• Disquete
• Máquina de escrever (máquina de datilografia)
• Discman, MPs e iPod
• Fita cassete
• Videocassete/VHS
• Máquina fotográfica de filme
• Celular tijolão
• Televisão e monitores com tubo de raios catódicos
• Pager
• Tamagotchi e Gameboy
[...]
FEREGUETTI, Larissa. Conheça 10 tecnologias antigas e suas atuais substitutas. Showmetech. Disponível em: https://www.showmetech.com.br/
10-tecnologias-antigas-e-suas-substitutas/. Acesso em: 22 nov. 2020.

1 Uma das características do mundo das novas tecnologias da comunicação é a velocidade. Ferramentas envelhecem rápido,
modas passam, redes sociais são substituídas a todo momento. O texto faz referência a tecnologias que ficaram no passado.
Aponte duas delas, tentando mostrar o que está no seu lugar nos dias de hoje. Tente justificar essas mudanças.
2 (UFG-GO)
O conto fantástico é um gênero que segue a mesma estrutura do gênero conto – apresentação, complicação, clímax e des-
fecho. A narrativa do conto fantástico se estrutura de forma a criar expectativa e suspense, suscitando no leitor um estra-
nhamento provocado pela oposição entre o natural e o sobrenatural, mediante acontecimentos estranhos, bizarros e fora do
comum.

Tendo em vista essas explicações, escreva um conto fantástico no qual o protagonista seja um usuário do Second Life (uma
pessoa que assume uma outra identidade no mundo virtual) e que resolve fazer uma viagem pelo espaço virtual. A história
que você vai criar deve apresentar o estranhamento da personagem (ou personagens) nascendo diante de um novo mundo,
que tem seus encantos e problemas. A trama deve ser construída por meio de aventuras que girem em torno da construção
da nova identidade e da convivência com outros habitantes desse universo. Conte como as relações sociais são estabeleci-
das nesse mundo virtual, considerando-se os papéis assumidos pelas personagens. Elabore motivações convincentes para
a situação fantástica construída e para as ações das personagens, evidenciando suas convicções, desejos e crenças. MîDULO 7 - RÁDIO, TV, PODCASTS E YOUTUBE
PRODUÇÃO DE TEXTO

87
8 PRODUÇÃO DE TEXTO

M Ó D U L O

Jornais e revistas:
diagramação e significado
COMPETÊNCIAS
Objetivos de aprendizagem ESPECÍFICAS
E HABILIDADES
DA BNCC
. Objetivo 1: Compreender a importância das formas impressas de comunicação, com destaque para COMPETÊNCIA 1
jornais e revistas. EM13LGG103
. Objetivo 2: Refletir sobre as diferenças e semelhanças entre o jornalismo impresso e digital. COMPETÊNCIA 2
. Objetivo 3: Produzir uma carta de leitor para mostrar a importância dos debates no universo contem- EM13LP37

porâneo do jornalismo. COMPETÊNCIA 3


EM13LGG301
Neste módulo COMPETÊNCIAS
1E3
EM13LP45

industryviews/Shutterstock
EM13LP15

O fato mais importante da civilização da escrita no Ocidente foi o aperfeiçoamento da imprensa por
Gutenberg, que permitiu que os textos fossem reproduzidos em grande escala. O primeiro objeto impres-
so foi o livro; em seguida, surgiram os jornais, que passaram a ter um papel fundamental para a formação
da opinião pública. A partir desse momento, a liberdade de publicar, de opinar e de investigar passou a ser
uma reivindicação e um valor humano.

88
JORNAIS E REVISTAS

. são suportes de gêneros.


. veiculam textos variados, como a entrevista, o artigo e a reportagem.
. diferenciam-se pelo formato, pelo aspecto gráfico, pelo preço, pela periodicidade,
pela resistência, pela durabilidade, pela temática e pela profundidade.
. são constituídos de várias partes – chamadas tecnicamente de seções, editorias ou
cadernos –, que tematizam um assunto: política, economia, cultura, esporte etc.
. A primeira página do jornal ou a capa da revista é seu cartão de apresentação. Ali,
aparecem os principais assuntos daquela edição, com o objetivo de atrair o leitor,
despertando sua curiosidade para o conteúdo da publicação.

JORNALISMO IMPRESSO
. mais tempo de apuração e redação
. limites rígidos de espaço
. custo elevado de impressão

JORNALISMO DIGITAL
. instantaneidade de comunicação
. sincretismos: vídeos, áudios, animações
. estrutura de hipertexto

DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

O bit na galáxia de Gutenberg


Neste século, a escrita divide terreno com diversos meios de comunicação. Essa questão nos faz pensar na necessidade da
“imbricação, na coexistência e interpretação recíproca dos diversos circuitos de produção e difusão do saber...”.
É necessário relativizar nossa postura frente às modernas tecnologias, principalmente à informática. Ela é um campo no-
vidativo, sem dúvida, mas suas bases estão nos modelos informativos anteriores, inclusive, na tradição oral e na capacidade
natural de simular mentalmente os acontecimentos do mundo e antecipar as consequências de nossos atos. A impressão é a

MÓDULO 8 - JORNAIS E REVISTAS: DIAGRAMAÇÃO E SIGNIFICADO


matriz que deflagrou todo esse processo comunicacional eletrônico. Enfatizo, assim, o parentesco que há entre o computador e
os outros meios de comunicação, principalmente a escrita, uma visão da informática como um “desdobramento daquilo que a
produção literária impressa e, anteriormente, a tradição oral já traziam consigo”.
NEITZEL. L. C. Disponível em: www.geocities.com. Acesso em: 1o ago. 2012 (adaptado).

Ao tecer considerações sobre as tecnologias da contemporaneidade e os meios de comunicação do passado, esse texto
concebe que a escrita contribui para uma evolução das novas tecnologias por:
a) se desenvolver paralelamente nos meios tradicionais de comunicação e informação.
PRODUÇÃO DE TEXTO

b) cumprir função essencial na contemporaneidade por meio das impressões em papel.


c) realizar transição relevante da tradição oral para o progresso das sociedades humanas.
d) oferecer melhoria sistemática do padrão de vida e do desenvolvimento social humano.
e) fornecer base essencial para o progresso das tecnologias de comunicação e informação.

89
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

2 (Fuvest-SP) Examine a capa da revista Superinteressante, publicada em julho de 2019.

Reprodu•‹o/Editora Abril

a) Indique o duplo sentido presente na manchete de capa da revista, explicitando os elementos linguísticos utilizados.

b) Explique como a imagem e o texto se combinam na construção do sentido.

90
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

Reprodução/Enem, 2016.
RIC. Disponível em: www.nanquim.com.br. Acesso em: 8 dez. 2012.

O texto faz referência aos sistemas de comunicação e informação. A crítica feita a uma das ferramentas midiáticas se fun-
damenta na falta de
a) opinião dos leitores nas redes sociais. d) credibilidade das informações veiculadas nos blogs.
b) recursos tecnológicos nas empresas jornalísticas. e) adequação da linguagem jornalística ao público jovem.
c) instantaneidade na divulgação da notícia impressa.

4
Dronalismo: notas sobre o uso de drones na produção de conteúdo jornalístico
A utilização das aeronaves remotamente pilotadas em coberturas jornalísticas tem sido discutida tanto do ponto de vista
dos veículos de comunicação quanto do jornalismo cidadão, uma vez que o público encontra-se em uma posição de produção
de conteúdos, podendo muitas vezes contestar o discurso da mídia tradicional. Uma questão que consideramos central no
jornalismo drone é: quando utilizar esse recurso? O baixo custo da operação e a possibilidade de se obterem informações de
diferentes ângulos é um grande atrativo, ainda mais em uma época em que diversos veículos encontram dificuldades em en-
gajar uma audiência dispersa e relutante a pagar pelo conteúdo disponível na web. É importante ter-se em mente que, apesar
das características extremamente favoráveis ao uso de drones no jornalismo, existe uma preocupação bastante séria com a
privacidade das pessoas, e a possibilidade de se confundir reportagem com invasão e coberturas informativas com vigilância,
inquietações reveladas com o surgimento das primeiras reportagens que utilizaram o recurso das aeronaves não tripuladas.
PASE, A. F.; GOSS, B. M. Disponível em: www.revistageminis.ufscar.br. Acesso em: 30 out. 2015 (adaptado).

Ao abordar os impactos do uso de drones sobre a produção de informações, o texto destaca o (a)
a) impasse ético de sua utilização no jornalismo.

MÓDULO 8 - JORNAIS E REVISTAS: DIAGRAMAÇÃO E SIGNIFICADO


b) descentralização da elaboração de conteúdo gerada por eles.
c) receio em relação ao seu uso em matérias sensacionalistas.
d) sua importância para a redução de custos de empresas de mídia.
e) sua praticidade para a obtenção de imagens em lugares de difícil acesso.

5 (Unicamp-SP)
A sobrevivência dos meios de comunicação tradicionais demanda foco absoluto na qualidade de seu conteúdo. A internet
é um fenômeno de desintermediação. E que futuro aguardam os meios de comunicação, assim como os partidos políticos e os
sindicatos, num mundo desintermediado? Só nos resta uma saída: produzir informação de alta qualidade técnica e ética. Ou
PRODU‚ÌO DE TEXTO

fazemos jornalismo de verdade, fiel à verdade dos fatos, verdadeiramente fiscalizador dos poderes públicos e com excelência
na prestação de serviços, ou seremos descartados por um consumidor cada vez mais fascinado pelo aparente autocontrole da
informação na plataforma virtual.
(Carlos Alberto di Franco, Democracia demanda jornalismo independente. O Estado de São Paulo, São Paulo, 14/10/2013, p. A2.)

91
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

a) “Desintermediação” é um termo técnico do campo da comunicação. Ele se refere ao fato de que os meios de comunicação
tradicionais não mais detêm o monopólio da produção e distribuição de mensagens. Considerando esse “mundo desinter-
mediado”, identifique duas críticas ao jornalismo atual formuladas pelo autor.

b) Os processos de formação de palavras envolvidos no vocábulo “desintermediação” não ocorrem simultaneamente. Tendo
isso em mente, descreva como ocorre a formação da palavra “desintermediação”.

PREPARE-SE

Na próxima aula, você fará uma atividade de criação de texto sobre o uso e o abuso de álcool na adolescência, tema sempre relevan-
te, sobretudo com alunos e alunas que estão iniciando o Ensino Médio. A fim de se preparar para essa discussão, sugerimos a leitura
do artigo intitulado “Os riscos do consumo de álcool na adolescência” disponível no link a seguir, publicado no site da Faculdade de
Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo: https://fcmsantacasasp.edu.br/os-riscos-do-consumo-de-alcool-na-adolescencia/.
Acesso em: 17 nov. 2020.

6 (Unicamp-SP) Imagine que, ao ler a matéria “Cães vão tomar uma ‘gelada’ com cerveja pet”, você se sente incomodado por
não haver nela nenhuma alusão aos possíveis efeitos que esse tipo de produto pode ter sobre o consumo de álcool, espe-
cialmente por adolescentes. Como leitor assíduo, você vem acompanhando o debate sobre o álcool na adolescência e
decide escrever uma carta para a seção Leitor do jornal, criticando a matéria por não mencionar o problema do aumento do
consumo de álcool.
Nessa carta, dirigida aos redatores do jornal, você deverá:
. fazer menção à matéria publicada, de modo que mesmo quem não a tenha lido entenda a importância da crítica que
você faz;
. fundamentar a sua crítica com dados apresentados na matéria “Vergonha Nacional”, reproduzidos adiante.
Atenção: ao assinar a carta, use apenas as iniciais do remetente.

Texto I

Cães vão tomar uma “gelada” com cerveja pet


Produto feito especialmente para cachorros chega ao mercado nacional em agosto
Nada é melhor que uma cervejinha depois de um dia de cão.
Agora eles, os cães, também vão poder fazer jus a essa máxima. No mês de agosto chega ao mercado a Dog Beer, cerveja
criada especialmente para os amigos de quatro patas. “Quem tem bicho de estimação gosta de dividir o prazer até na hora de
comer e beber”, aposta o empresário M. M., 47, dono da marca.
Para comemorar a final da Libertadores, a executiva A. P. C., 40, corintiana roxa, quis inserir Manolito, seu labrador, na festa.
“Ele tomou tudo. A cerveja é docinha, com fundinho de carne”, descreve.
Uniformizado, Manolito não só bebeu a gelada durante o jogo contra o Boca Juniors como latiu sem parar até o fim da
partida.

92
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

Desenvolvida pelo centro de tecnologia e formação de cervejeiros do Senai, no Rio de Janeiro, a bebida canina é feita à base
de malte e extrato de carne; não tem álcool, lúpulo, nem gás carbônico.
O dono da empresa promete uma linha completa de “petiscos líquidos”, que inclui suco, vinho e champanhe.
A lista de produtos humanos em versões animais não para de crescer.
Já existem molhos, tempero para ração e até patê.
O sorvete Ice Pet é uma boa opção para o verão. A sobremesa tem menos lactose, não tem gorduras nem açúcar.
(Adaptado de Ricardo Bunduky, Folha de São Paulo, São Paulo, 22 jul. 2012, Cotidiano.)

Texto II

Vergonha Nacional
As décadas de descumprimento da lei [...] contribuíram para que os adultos se habituassem a ver o consumo de bebidas
entre adolescentes como “mal menor”, comparado aos perigos do mundo. [...] Um estudo publicado pela revista Drugs and
Alcohol Dependence ouviu 15.000 jovens nas 27 capitais brasileiras. O cenário que emerge do estudo é alarmante. Ao longo de
um ano, um em cada três jovens brasileiros de 14 a 17 anos se embebedou ao menos uma vez. Em 54% dos casos mais recentes,
isso ocorreu na sua casa ou na de amigos ou parentes. Os números confirmam também a leniência com que os adultos encaram
a transgressão. Em 17% dos episódios, os menores estavam acompanhados dos próprios pais ou de tios.

Resultados da pesquisa realizada com 15.000 jovens de 14 a 17 anos nas 27 capitais brasileiras

Onde ficou embriagado Com quem bebeu


Quantas vezes se embebedou
(na última vez em que bebeu) (na última vez em que bebeu)

Nenhuma vez 12% Bar 35% Amigos 50%

Uma vez na vida 35% Casa de amigos 30% Irmãos e primos 26%

Ao menos uma vez


32% Casa de parentes 13% Pais ou tios 17%
no último ano
Ao menos uma vez
21% Própria casa 11% Namorado 5%
no último mês

Festas ou praia 11% Sozinho 2%

(Adaptado de Revista Veja, São Paulo, no 28, 11 jul. 2012, p. 81-82.)

Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Produção de Texto – Capítulo 8 –

MÓDULO 8 - JORNAIS E REVISTAS: DIAGRAMAÇÃO E SIGNIFICADO


Jornais e revistas: diagramação e significado

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia a seção Neste m—dulo. • Faça as questões 4 a 6 do • Faça a questão 7 do


1 Capítulo 8. Capítulo 8.
• Faça as questões 1 a 3 do
Capítulo 8. • Leia o item 1 do Capítulo 8.

• Faça as questões 8 e 9 do • Faça as questões de 10 a 12 • Faça a questão 13 do


Capítulo 8. do Capítulo 8. Capítulo 8.
PRODUÇÃO DE TEXTO

2
• Leia o item 2 do Capítulo 8.

• Faça a questão 14 do • Faça a questão 15 do • Faça a questão 16 do


3 Capítulo 8. Capítulo 8. Capítulo 8.

93
EX TRAS!

Linotipos
O Museu da Imprensa exibe duas linotipos. Trata-se de um tipo de máquina de composição de tipos de chumbo, inventada
em 1884 em Baltimore, nos Estados Unidos, pelo alemão Ottmar Mergenthaler. O invento foi de grande importância por ter sig-
nificado um novo e fundamental avanço na história das artes gráficas. A linotipia provocou, na verdade, uma revolução porque
venceu a lentidão da composição dos textos executada na tipografia tradicional, em que o texto era composto à mão, juntando
tipos móveis um por um. Constituía-se, assim, no principal meio de composição tipográfica até 1950. A linotipo, a partir do final
do século XIX, passou a produzir impressos a baixo custo, o que levou informação às massas, democratizou a informação. Pro-
moveu uma revolução na educação. Antes da linotipo, os jornais e revistas eram escassos, com poucas páginas e caros. Os livros
didáticos eram também caros, pouco acessíveis.
Disponível em: http://portal.in.gov.br. Acesso em: 23 fev. 2013 (adaptado).

O texto apresenta um histórico da linotipo, uma máquina tipográfica inventada no século XIX e responsável pela dinamização
da imprensa. Em termos sociais, a contribuição da linotipo teve impacto direto na
a) produção vagarosa de materiais didáticos.
b) composição aprimorada de tipos de chumbo.
c) montagem acelerada de textos para impressão.
d) produção acessível de materiais informacionais.
e) impressão dinamizada de imagens em revistas.

Reprodução/Enem, 2012.
Disponível em: www.assine.abril.com.br. Acesso em: 29 fev. 2012 (adaptado).

Com o advento da internet, as versões de revistas e livros também se adaptaram às novas tecnologias. A análise do texto
publicitário apresentado revela que o surgimento das novas tecnologias
a) proporcionou mudanças no paradigma de consumo e oferta de revistas e livros.
b) incentivou a desvalorização das revistas e livros impressos.
c) viabilizou a aquisição de novos equipamentos digitais.
d) aqueceu o mercado de venda de computadores.
e) diminuiu os incentivos à compra de eletrônicos.

94
PROPOSTA DE VESTIBUL AR

(ITA-SP) de. Cada um de nós forma juízos de valor a respeito


Texto I dos vários âmbitos do real, seus personagens, aconte-
cimentos e fenômenos e, consequentemente, acredi-
A mídia realmente tem o poder de tamos que esses juízos correspondem à “verdade”. [...]
manipular as pessoas? [...] A mídia é apenas um, entre vários quadros ou
Por Francisco Fernandes Ladeira grupos de referência, aos quais um indivíduo recorre
À primeira vista, a resposta para a pergunta que como argumento para formular suas opiniões. Nesse
intitula este artigo parece simples e óbvia: sim, a mí- sentido, competem com os veículos de comunica-
dia é um poderoso instrumento de manipulação. A ção como quadros ou grupos de referência fatores
ideia de que o frágil cidadão comum é impotente subjetivos/psicológicos (história familiar, trajetória
frente aos gigantescos e poderosos conglomerados pessoal, predisposição intelectual), o contexto social
da comunicação é bastante atrativa intelectualmen- (renda, sexo, idade, grau de instrução, etnia, religião)
te. Influentes nomes, como Adorno e Horkheimer, os e o ambiente informacional (associação comunitária,
primeiros pensadores a realizar análises mais siste- trabalho, igreja). “Os vários tipos de receptor situam-
máticas sobre o tema, concluíram que os meios de -se numa complexa rede de referências em que a co-
comunicação em larga escala moldavam e direcio- municação interpessoal e a midiática se completam
navam as opiniões de seus receptores. Segundo eles, e modificam”, afirmou a cientista social Alessandra
o rádio torna todos os ouvintes iguais ao sujeitá-los, Aldé em seu livro A construção da política: democra-
autoritariamente, aos idênticos programas das várias cia, cidadania e meios de comunicação de massa.
estações. No livro Televisão e Consciência de Classe, Evidentemente, o peso de cada quadro de referência
Sarah Chucid Da Viá afirma que o vídeo apresenta tende a variar de acordo com a realidade individual.
um conjunto de imagens trabalhadas, cuja apreensão Seguindo essa linha de raciocínio, no original estudo
é momentânea, de forma a persuadir rápida e transi- Muito Além do Jardim Botânico, Carlos Eduardo Lins
toriamente o grande público. Por sua vez, o psicólogo da Silva constatou como telespectadores do Jornal
social Gustav Le Bon considerava que, nas massas, o Nacional acionam seus mecanismos de defesa, indi-
indivíduo deixava de ser ele próprio para ser um autô- viduais ou coletivos, para filtrar as informações veicu-
mato sem vontade e os juízos aceitos pelas multidões ladas, traduzindo-as segundo seus próprios valores.
seriam sempre impostos e nunca discutidos. Assim, “A síntese e as conclusões que um telespectador vai
fomentou-se a concepção de que a mídia seria capaz realizar depois de assistir a um telejornal não podem
de manipular incondicionalmente uma audiência ser antecipadas por ninguém; nem por quem pro-
submissa, passiva e acrítica. duziu o telejornal, nem por quem assistiu ao mes-
Todavia, como bons cidadãos céticos, devemos mo tempo que aquele telespectador”, inferiu Carlos
duvidar (ou ao menos manter certa ressalva) de pro- Eduardo.
posições imediatistas e aparentemente fáceis. As re- Adaptado de: http://observatoriodaimprensa.com.br/

MÓDULO 8 - JORNAIS E REVISTAS: DIAGRAMAÇÃO E SIGNIFICADO


lações entre mídia e público são demasiadamente imprensa-em-questao/a-midia-realmente-tem-o-poder-da-manipular-as-
pessoas/ (Publicado em 14/04/2015, na edição 846. Acesso em 13/07/2016.)
complexas, vão muito além de uma simples análise
behaviorista de estímulo/resposta. As mensagens Texto II
transmitidas pelos grandes veículos de comunicação
não são recebidas automaticamente e da mesma ma- Vídeos falsos confundem o público e a
neira por todos os indivíduos. Na maioria das vezes, o imprensa
discurso midiático perde seu significado original na Por Jasper Jackson, tradução de Jo Amado
controversa relação emissor/receptor. Cada indivíduo Cerca de duas horas depois da divulgação dos
está envolto em uma “bolha ideológica”, apanágio de atentados de terça-feira (22/03) em Bruxelas, apa-
PRODUÇÃO DE TEXTO

seu próprio processo de individuação, que condicio- receu um vídeo no YouTube, sob a alegação de que
na sua maneira de interpretar e agir sobre o mundo. seriam imagens do circuito fechado de televisão
Todos nós, ao entrarmos em contato com o mundo (CCTV), mostrando uma explosão no aeroporto Za-
exterior, construímos representações sobre a realida- ventem, da cidade. As imagens rapidamente se espa-

95
lharam pelas redes sociais e foram divulgadas por alguns dos principais sites de notícias. Depois desse, surgiu outro
vídeo, supostamente mostrando uma explosão na estação de metrô Maelbeek, próxima ao Parlamento Europeu, e
ainda um outro, alegando ser do aeroporto.
Entretanto, nenhum dos vídeos era o que alegava ser. Os três vídeos eram gravações de 2011, dois de um aten-
tado ao aeroporto Domodedovo, de Moscou, e um de uma bomba que explodiu numa estação de metrô de Minsk,
capital da Belarus.
As imagens distorcidas dos clipes do circuito fechado de televisão foram convertidas de cor em preto e branco,
horizontalmente invertidas, novamente etiquetadas e postadas como se tivessem surgido dos acontecimentos do
dia. Embora a conta do YouTube que compartilhou as imagens com falsos objetivos tenha sido rapidamente tirada
do ar, outros veículos as reproduziram dizendo que eram de Bruxelas.
Os vídeos ilusórios são exemplos de um fenômeno que vem se tornando cada vez mais comum em quase todas
as matérias importantes que tratam de acontecimentos violentos e que ocorrem rapidamente. Reportagens falsas ou
ilusórias espalham-se rapidamente pelas redes sociais e são acessadas por organizações jornalísticas respeitáveis,
confundindo ainda mais um quadro já incrivelmente confuso.
A disseminação e divulgação de falsas informações não têm nada de novo, mas a internet tornou mais fácil plan-
tar matérias e provas falsas e ilusórias, que serão amplamente compartilhadas pelo Twitter e pelo Facebook.
Alastair Reid, editor administrativo do site First Draft, que é uma coalizão de organizações que se especializam
em checar informações e conta com o apoio do Google, disse que parte do problema é que qualquer pessoa que
publique em plataformas como o Facebook tem a capacidade de atingir uma audiência tão ampla quanto aquelas
que são atingidas por uma organização jornalística. “Pode tratar-se de alguém tentando desviar propositalmente a
pauta jornalística por motivos políticos, ou muitas vezes são apenas pessoas que querem os números, os cliques e os
compartilhamentos porque querem fazer parte da conversa ou da validade da informação”, disse ele. “Eles não têm
quaisquer padrões de ética, mas têm o mesmo tipo de distribuição.
Nesse meio tempo, a rápida divulgação das notícias online e a concorrência com as redes sociais também au-
mentaram a pressão sobre as organizações jornalísticas para serem as primeiras a divulgar cada avanço, ao mesmo
tempo em que eliminam alguns dos obstáculos que permitem informações equivocadas.
Uma página na web não só pode ser atualizada de maneira a eliminar qualquer vestígio de uma mensagem falsa,
mas, quando muitas pessoas apenas se limitam a registrar qual o website em que estão lendo uma reportagem, a
ameaça à reputação é significativamente menor que no jornal impresso. Em muitos casos, um fragmento de informa-
ção, uma fotografia ou um vídeo são simplesmente bons demais para checar.
Alastair Reid disse: “Agora talvez haja mais pressão junto a algumas organizações para agirem rapidamente, para
clicar, para ser a primeira... E há, evidentemente, uma pressão comercial para ter aquele vídeo fantástico, aquela foto fan-
tástica, para ser de maior interesse jornalístico, mais compartilhável e tudo isso pode se sobrepor ao desejo de ser certo.”
Adaptado de: http://observatoriodaimprensa.com.br/terrorismo/videos-falsos-confundem-o-publico-e-a-imprensa/. (Publicado originalmente no jornal The Guardian
em 23/3/2016. Acesso em 30/03/2016.)

Texto III
Reprodução/ITA, 2017.

http://2.bp.blogspot.com/_wBWh8NQAZ78/TBWEMQ8147I/AAAAAAAAACE/zmfW9c8uAKk/s1600/Tirinha_Sensacionalismo.jpg (Acesso em 12/05/2016)

96
Texto IV

Reprodução/ITA, 2017.
http://4.bp.blogspot.com/-20adcvrO4Kw/U_4ga8Ic56I/AAAAAAAAAzQ/hq2oxMLA7yY/s1600/mafalda-1.jpg (Acesso em 12/05/2016)

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO


Os textos e tirinhas lidos na prova tratam de um assunto em comum, focalizando, porém, diferentes aspectos. Tomando por
base esse material, elabore um texto dissertativo em prosa, sustentando um ponto de vista sobre um desses aspectos.
. Não copie nem parafraseie os textos desta prova.
. Utilize apenas caneta azul ou preta e a folha própria para a redação, respeitando os limites das linhas.
. Use os espaços em branco destas provas como rascunho.
. A banca examinadora aceitará qualquer posicionamento ideológico do candidato.

Na avaliação de sua redação, serão considerados:

a) clareza e consistência dos argumentos em defesa de um ponto de vista sobre o tema,


b) coesão e coerência do texto e
c) domínio do português padrão.

Perguntas sobre a proposta de vestibular


1. Em sua opinião, seria possível uma sociedade sem veículos de comunicação?
2. Qual é a responsabilidade da imprensa quanto à circulação de informações nas sociedades democráticas?

Análise da proposta do vestibular


O ITA solicitou a redação de um texto dissertativo em prosa, com o tema extraído de textos verbais e não verbais – dois artigos e
duas tirinhas –, subsídios, ao mesmo tempo, para questões de Língua Portuguesa e para a redação: o poder da comunicação
midiática. O primeiro, trecho de um artigo de Francisco Fernandes Ladeira, publicado no site do Observatório da Imprensa, “A
mídia realmente tem o poder de manipular as pessoas?”, poderia guiar a reflexão de muitos textos a serem produzidos. Na sequ-
ência, o artigo de Jesper Jackson abordava a disseminação de vídeos com conteúdos fraudulentos que circulam pela internet e

MÓDULO 8 - JORNAIS E REVISTAS: DIAGRAMA‚ÌO E SIGNIFICADO


que confundem o público e a imprensa. Duas tirinhas, uma de Calvin & Haroldo, de Bill Watterson, e outra de Mafalda, personagem
do cartunista Quino, finalizavam a coletânea criticando a relação do telespectador com o consumo de notícias veiculadas pela TV.

Encaminhamentos possíveis
As redações poderiam partir, entre outras, das seguintes reflexões:
. A mídia manipula as pessoas por meio da distorção dos fatos que noticia e das opiniões que expressa, uma vez
que é comandada por uma elite aristocrática sustentada pelo poder econômico. Esse poder, por sua vez, é exer-
cido por uma elite endinheirada. Para que o ciclo de consumo que alimenta esse poder se mantenha, a comuni-
cação deve se voltar aos interesses financeiros dessas elites, o que afastaria o jornalismo de sua real vocação:
PRODUÇÃO DE TEXTO

vigiar os Poderes para que os interesses coletivos fossem atendidos. Essa tese encontra guarida nas ideias dos
teóricos da indústria cultural, como Adorno e Horkheimer, e do psicólogo social Gustav Le Bon, todos citados no
artigo de Francisco Ladeira.

97
. Não é novidade que a mídia manipula o conteúdo que transmite, mas o público se deixa manipular. O sensacio-
nalismo – ou “shownalismo” – pauta, por exemplo, programas policialescos em TVs do mundo todo, e isso acon-
tece porque esse tipo de notícia se transforma em entretenimento. Grandes escândalos de corrupção que não
raro envolvem políticos e empresários não costumam ser o foco dessas reportagens; a intenção seria manter a
população em suspense – assustada e maniqueísta –, como uma novela da vida real das classes desfavorecidas.
As tiras de Calvin e de Mafalda fundamentam esse raciocínio.
. A mídia, ainda que tente, não manipula tanta gente quanto se pensa. A maioria das pessoas tem suas crenças e
adapta a informação de acordo com elas, ou seja, com a “bolha ideológica” de que faz parte. Essa tese é a mesma
de Ladeira: segundo ele, uma variedade de referências, desde comunidades religiosas a trajetórias familiares, in-
fluencia o comportamento de uma sociedade livre e interfere nas suas opiniões. A eleição de Donald Trump em
2016 é um valioso exemplo: todas as pesquisas apontavam a adversária democrata Hillary Clinton como a grande
vencedora; todos os jornais e revistas pintavam o candidato republicano como sinônimo do caos e da desgraça.
Tal evento culminou na escolha de pós-verdade como “palavra do ano” pelo dicionário Oxford. A provocação que
o significado desse termo suscita é justamente revelar que “a verdade” proposta pela mídia não é tão verdadeira
assim.
. A manipulação de informações fugiu ao controle da mídia tradicional e agora está nas mãos da internet. O aces-
so fácil às redes sociais, um público desacostumado a checar informações e uma imprensa acuada pelo enxuga-
mento das redações mundo afora são os ingredientes do que ocorre diariamente na web: a divulgação de falsas
notícias, seja por meio de vídeos com conteúdo fraudulento, seja pela descontextualização de afirmações polê-
micas. Segundo o artigo de J. Jackson, Facebook e Twitter seriam as grandes fontes de disseminação dessas
mentiras, consumidas pelo internauta e pela imprensa, que parece ter demitido das corporações a tradicional
operação de checagem das informações.

GABARITO - EX TRAS!

Módulo 7 – Rádio, TV, podcasts e YouTube

1 Há algumas respostas possíveis, entre elas: o disquete foi substituído pelo CD e, hoje, pelo USB; a máquina de escrever
pelos computadores, tablets e celulares atuais. Curiosidade nostálgica: o Tamagotchi foi relançado em 2019.
2 Resposta pessoal.

Módulo 8 – Jornais e revistas: diagramação e significado

1 d
2 a

98
Língua
Inglesa Mauricio PIERUCCI
PATRÍCIA Helena Costa Senne dos
Santos

MÓDULO 12 - TEXT COMPREHENSION; DEGREES OF ADJECTIVES


LÍNGUA INGLESA

99
12 LÍNGUA INGLESA COMPETÊNCIAS GERAIS C1.C4

M Ó D U L O

Text Comprehension;
Degrees of Adjectives
COMPETÊNCIAS
Objetivos de aprendizagem ESPECÍFICAS
E HABILIDADES
. Objetivo 1: Conhecer, compreender e interpretar textos e adquirir vocabulário.
DA BNCC

. Objetivo 2: Retomar e aplicar as diversas formas dos graus dos adjetivos. COMPETÊNCIA 1
EM13LGG101
EM13LGG103
Neste módulo
COMPETÊNCIA 4
Neste módulo, você terá a oportunidade de reconhecer a forma dos comparativos e superlativos em
EM13LGG401
inglês. Além disso, você vai assistir a um vídeo, fazer leituras e refletir criticamente a respeito do Cerrado
EM13LGG402
brasileiro.
EM13LGG403
Lembre-se de ativar seu conhecimento prévio (que são os saberes ou as informações que temos guar-
dados em nossa mente e que podemos acionar quando precisamos) e fazer inferências com base nas suas
aulas de Geografia.
Leia a seguir as explicações e os exemplos sobre comparativos e superlativos. Em seguida, faça as
atividades usando o que aprendeu.
Além disso, você terá a oportunidade de reconhecer e aplicar os diversos graus dos adjetivos.

Graus dos adjetivos


Comparativo de igualdade
or. afirm. as as ...

or. negat. as as ...

so ... as

The Cerrado area is as large as that of several European countries combined.

Comparativo de inferioridade
less large than

The Caatinga is less moist than the rain forest.

Comparativo de superioridade
-er than ... (adjetivo de 1 sílaba ou 2 sílabas terminados em -y)

more than ... (demais adjetivos)

100
The annual rainfall in the Cerrado is lower than in the Amazon rain forest.
The Caatinga is drier than the Amazon.
The core areas of the Cerrado biome are on higher lands.
There has been a more rapid deforestation in the Cerrado than in some other biomes in Brazil.

Superlativo
the -est (adjetivo de 1 sílaba ou 2 sílabas terminadas em -y)

the most (demais adjetivos)

The Cerrado is the largest savannah area in South America.


The Cerrado is one of the most theatened regions in Brazil.

Usos especiais do comparativo de superioridade


the 1 comparativo de superioridade …, the 1 comparativo de superioridade

indica quanto mais/menos … mais/menos

The looser the environmental policy, the bigger the damage to the biomes.

• duplo comparativo

Average temperatures have been higher and higher in the summer in many parts of the world.

Formas irregulares
good better (than) the best
bad worse (than) the worst
much more (than) the most
little less (than) the least
far farther (than) the farthest
further furthest

In regard to legal protection of original vegetation, the Cerrado is the worst example among Brazilian biomes.

#cultura_digital
Assista ao vídeo “Get to know the Cerrado”, produzido pela WWF, disponível em: www.youtube.com/
watch?v=kYm3fuHq6eM. Acesso em: 15 out. 2020.
Complete, em português, o quadro a seguir com informações extraídas do vídeo e explique as referências.

MÓDULO 12 - TEXT COMPREHENSION; DEGREES OF ADJECTIVES


Pre-Reading
The Cerrado

Size

Definition
LÍNGUA INGLESA

States it encompasses

101
Connecting link

Endangered biome

The cradle of Brazil’s


fresh water resources

Upside down forest

It acts like a giant sponge

Importance

DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

Located between the Amazon, Atlantic Forests and


Pre-Reading Pantanal, the Cerrado is the largest savanna region in
Use o conhecimento adquirido ao assistir ao vídeo sobre o South America.
Cerrado e faça inferências sobre o texto que vai ler. The Cerrado is one of the most threatened and
over-exploited regions in Brazil, second only to the
Reading
Atlantic Forests in vegetation loss and deforestation.
Leia o texto sublinhando palavras cognatas e conhecidas e
Unsustainable agricultural activities, particularly soy
analise os dois mapas para responder às questões 1 a 10.
production and cattle ranching, as well as burning of
Post-Reading vegetation for charcoal, continue to pose a major threat
Em duplas, discuta os impactos do desmatamento do Cerrado to the Cerrado’s biodiversity. Despite its environmental
para os humanos. Dê exemplo de duas grandes consequências.
importance, it is one of the least protected regions in Brazil.
Escreva um pequeno parágrafo resumindo a discussão e uti-
Facts & Figures
lize as palavras em negrito no texto.
• Covering 2 million km2, or 21% of the country’s
territory, the Cerrado is the second largest vegetation
Texto para as questões 1 a 10. type in Brazil.
• The area is equivalent to the size of England, France,
Cerrado Germany, Italy and Spain combined.
• More than 1,600 species of mammals, birds and
Reprodução/UNESP, 2020.

reptiles have been identified in the Cerrado.


• Annual rainfall is around 800 to 1 600 mm.
• The capital of Brazil, Brasilia, is located in the heart of
the Cerrado.
• Only 20% of the Cerrado’s original vegetation
remains intact; less than 3% of the area is currently guarded
by law.
http://wwf.panda.org. Adaptado.

102
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

Map 1 II. Brazil is one of the largest exporters of agricultural


goods, such as , coffee and corn.
50º W
III. Brazil and its ecological treasures are under
ATLANTIC of serious environmental damage.
OCEAN
Equator
IV. represents about 8% of the

entire energy matrix in Brazil.
V. In Brazil the most serious of
Amazon vegetation has occurred in the Atlantic Forests.
Caatinga
VI. The Cerrado is among some of the
regions in Brazil.
Leia o texto e analise os dois mapas para
Cerrado
responder às questões 1 a 10.
1 No primeiro parágrafo “… the Cerrado is the largest
PACIFIC Atlantic
OCEAN forest savanna region…”, a expressão the largest equivale, em
of Capricorn português, a:
Tropic
Rain forest a) a mais larga d) a maior
Savanna
N Dry forest b) a menos larga e) a menor
Wetland
0 600 Chaco
c) tão grande quanto
km Subtropical grassland
2 A partir do trecho “The Cerrado is one of the most
(https://reducing-suffering.org) threatened [...] second only to the Atlantic Forests in
vegetation loss and deforestation.”, pode-se inferir que:
Map 2 a) nos trechos de Mata Atlântica há mais desmatamento
50º W do que no Cerrado.
ATLANTIC
RORAIMA
AMAPÁ
OCEAN b) nos trechos de Mata Atlântica há menos desmatamen-
Equator
0º to do que no Cerrado.
c) o nível de desmatamento é o mesmo tanto nas áreas
AMAZONAS
PARÁ MARANHÃO CEARÁ RIO GRANDE de Mata Atlântica quanto no Cerrado.
DO NORTE
PIAUÍ PARAÍBA d) o Cerrado é a região do Brasil que mais sofre ameaça
PERNAMBUCO
ACRE
ALAGOAS de superexploração e extinção.
TOCANTINS SERGIPE
RONDÔNIA
MATO BAHIA e) as áreas de Mata Atlântica estão imunes à exploração
GROSSO DISTRITO
FEDERAL
e ao desmatamento no Brasil.
GOIÁS
MINAS 3 In the segment from paragraph 2 “Unsustainable
MATO GERAIS
PACIFIC GROSSO ESPÍRITO SANTO agricultural activities, particularly…”, the word in bold
DO SUL SÃO
OCEAN PAULO RIO DE JANEIRO could be replaced, without change in meaning, by:
fC apricorn
Tropic o
PARANÁ a) privately d) unfortunately
SANTA
CATARINA
N
b) especially e) deadly
RIO GRANDE
DO SUL
0 595
c) on few occasions

MîDULO 12 - TEXT COMPREHENSION; DEGREES OF ADJECTIVES


km
4 In the excerpt from the 2nd paragraph “... as well as burning
www.gettyimages.com. Adaptado. of vegetation for charcoal...”, the expression as well as
indicates:
Complete the sentences below with the following a) probability d) exemplification
expressions/words taken from the text about the b) exclusion e) condition
Cerrado. c) addition
(one expression for each sentence).
5 (Vunesp) No trecho do segundo parágrafo “Despite its
threat over-exploited loss environmental importance...”, o termo sublinhado equiva-
soy cattle ranching charcoal le, em português, a
LÍNGUA INGLESA

I. is the practice of raising herds* a) desde que. d) apesar de.


of animals on large areas of land b) de acordo com. e) além de.
*herds: rebanhos c) devido a.

103
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

6 (Vunesp) The excerpt from the second paragraph “Despite 13 August 8 was day last summer.
its environmental importance, it is one of the least protected a) hotter than
regions in Brazil.” is reflected in the following item from b) the hottest
Facts & Figures:
c) the most hot
a) “Only 20% of the Cerrado’s original vegetation remains
intact; less than 3% of the area is currently guarded d) less hot as
by law.” e) the more hot
b) “The capital of Brazil, Brasilia, is located in the heart of 14 The winter in California is in New York.
the Cerrado.” a) more mild than
c) “More than 1 600 species of mammals, birds and reptiles b) least mild than
have been identified in the Cerrado.”
c) milder than
d) “Annual rainfall is around 800 to 1 600 mm.”
d) the mildest
e) “Covering 2 million km2, or 21% of the country’s territory,
e) the most mild
the Cerrado is the second largest vegetation type in
Brazil.” 15 The situation was getting each day.
a) worse and worse
7 In paragraph 2, “… continue to pose a major threat to the
b) worst and worst
Cerrado’s biodiversity.”, the word threat means the same as:
a) root c) shade e) menace c) the best and the best
b) soil d) evidence d) better as
e) the more better the more better
8 (Vunesp) The first item from Facts & Figures states that the
Cerrado is the second largest vegetation type in Brazil. Which 16 (ITA-SP) I study your suggestions, I like
is the first largest vegetation type depicted in Map 1? them.
to depict(ed): retratar a) The longer – the less
b) Longer – less
a) Chaco. d) Subtropical grassland.
c) Longest – least
b) Atlantic Forest. e) Rain forest.
d) The longest – the least
c) Caatinga.
e) The more long – the more little
9 In the fragment “… the second largest vegetation type in
Brazil.”, the word type means the same as: 17 (Uece) People are not so honest as they once were. They
are honest.
a) sort c) crowd e) approach
a) as d) fewer
b) search d) touch
b) less e) least
10 (Vunesp) By comparing maps 1 and 2, one can say that c) so
the Brazilian administrative area totally covered by the
Cerrado is 18 (ITA-SP) He ran and finally won the race.
a) Bahia. d) Distrito Federal. a) fast and faster

b) São Paulo. e) Paraná. b) most and most fast

c) Mato Grosso. c) fastest and fastest


d) faster and faster
Nas questões 11 a 20, assinale a alternativa que e) more and more fast
melhor completa cada trecho.
19 (Unicid-SP) There are students than usually
11 As people grow , their advice sounds . today, for some of them have time to study.
a) wiser than – best d) wiser – better a) less – fewer d) fewer – most
b) more wise – better e) less wise as – better than b) fewer – less e) less – less than
c) most wise – worst c) least – more

12 Bob’s family was ours. 20 (FEF-PA) Try a bicycle: it’s .


a) most wealthy d) as wealthy than a) safer d) the most safe
b) more wealthy e) wealthier than b) safer than e) more safer
c) the wealthiest c) more safe

104
PREPARE-SE

Para se preparar para o próximo módulo, leia e conheça um pouco mais sobre as preposições na Língua
Inglesa acessando a página https://dictionary.cambridge.org/grammar/british-grammar/prepositions (aces-
so em: 16 out. 2020).

Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Língua Inglesa – Capítulo 12

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Faça as questões 1 a 3 do • Faça as questões 5 e 6 do • Faça as questões 8 e 9 do


1
Capítulo 12. Capítulo 12. Capítulo 12.

• Leia o texto teórico do


Capítulo 12. • Faça a questão 7 do • Faça as questões 10 e 11 do
2
• Faça a questão 4 do Capítulo 12. Capítulo 12.
Capítulo 12.

EX TRAS!

Texto para a questão 1.

Our currency
Australia was the first country in the world to have a complete system of bank notes made from
plastic (polymer). These notes provide much greater security against counterfeiting. They also last four
times as long as conventional paper (fibrous) notes.
The innovative technology with which Australian bank notes are produced — developed entirely
in Australia — offers artists brilliant scope for the creation of images that reflect the history and natural
environment of Australia. At the same time, the polymer notes are cleaner than paper notes and easily
recyclable. Australia’s currency comprises coins of 5, 10, 20 and 50 cent and one and two dollar
denominations; and notes of 5, 10, 20, 50 and 100 dollar denominations.
AUSTRALIA GOVERNMENT. About Australia. Disponível em: www.newzealand.com. Acesso em: 7 dez. 2011.

1 O governo da Austrália, por meio de seu Departamento de Assuntos Estrangeiros, divulga


inovações tecnológicas desse país. Associando as informações apresentadas na busca pelo tema,

MÓDULO 12 - TEXT COMPREHENSION; DEGREES OF ADJECTIVES


percebe-se que o texto se refere
a) à educação ambiental na Austrália. d) à situação econômica da Austrália.
b) ao sistema monetário australiano. e) ao controle bancário australiano.
c) aos expoentes da arte australiana.

Texto para a questão 2.


An Amazonian savanna in northern Brazil known as the Cerrado of Amapá is under imminent threat
from poor land-use planning, the expansion of large-scale agriculture and other anthropogenic pressures.
These savannas house a rich and unique flora and fauna, including endemic plants and animals. However,
the area remains under-sampled for most taxa, and better sampling may uncover new species. We
LÍNGUA INGLESA

estimate that only ~9.16% of these habitats have any kind of protection, and legislative changes threaten
to further weaken or remove this protection. Here we present the status of knowledge concerning the
biodiversity of the Cerrado of Amapá, its conservation status, and the main threats to the conservation of

105
EXTRAS!

this Amazonian savanna. To secure the future of these unique and imperilled habitats, we suggest urgent
expansion of protected areas, as well as measures that would promote less-damaging land uses to
support the local population.
Available at: https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1078258/biodiversity-threats-and-conservation-challenges-in-
the-cerrado-of-amapa-an-amazonian-savanna. Accessed on: November 18th 2020.

2 Cerrado é o nome dado às savanas brasileiras caracterizadas por árvores baixas, arbustos espaçados
e gramíneas, e pode ser classificado como cerradão, cerrado típico, campo cerrado, campo sujo de
cerrado ou campo limpo, sendo que o cerradão é o único que apresenta formação florestal. De acordo
com o texto anterior, marque a alternativa que NÃO representa uma ameaça ao Cerrado.
a) expansão urgente de áreas protegidas.
b) mau planejamento do uso da terra.
c) expansão da agricultura em grande escala.
d) pressões antropogênicas.
e) mudanças legislativas.

Texto para a questão 3.

Randall Munroe/xkcd.com
https://xkcd.com/621/

3 O cartum acima traz a frase, no último quadrinho, “He is the least interesting man in the world”. O ter-
mo the least é a forma de superlativo, em inglês, de:
a) last
b) late
c) little
d) few
e) less

ANOTAÇÕES

106
13 LÍNGUA INGLESA

M Ó D U L O

Text Comprehension;
Prepositions
COMPETÊNCIAS
ESPECÍFICAS
Objetivos de aprendizagem E HABILIDADES
DA BNCC
. Objetivo 1: Conhecer, compreender e interpretar textos e adquirir vocabulário. COMPETÊNCIA 1
. Objetivo 2: Reconhecer e utilizar as diversas formas das preposições. EM13LGG101
EM13LGG102
Neste módulo
COMPETÊNCIA 4
Neste módulo, você terá a oportunidade de reconhecer os diferentes tipos de preposições. Além disso, EM13LGG401
você vai refletir criticamente a respeito da Revolução Industrial e construir um infográfico em inglês a par- EM13LGG402
tir de um vídeo. Você também fará leituras relacionadas a esse tema. EM13LGG403
Lembre-se de ativar seu conhecimento prévio adquirido nas aulas de História e fazer inferências.
Leia as explicações e exemplos sobre as preposições. Em seguida, faça as atividades usando o que aprendeu.

Prepositions
Place
In (dentro de; em) 3 out (of) (de; para fora de)
The money is in the drawer.
Take the milk out of the fridge, please.
Mr. Dawson lives in Colorado, in the US.

On (sobre, em cima de) 3 off (afastado de)


The car keys were on the table, but they fell off.
* on the radio; on TV; on the internet; on the news; on disk; on video; on sites
A: Where does Bob live?
B: He lives on Fleming Road in Cincinnati, Ohio.
* But his office is at 568 Panfield Street.

At (em; junto a)
A: John’s waiting for you at the bus stop.
B: Oh, I thought he was at work already.

MÓDULO 13 - TEXT COMPREHENSION; PREPOSITIONS


Atenção:
get in car get on train
3 taxi mas 3 bus
out (of) cab off plane

Get in the car, Joe, Get on the train now


and don’t get out and get off at the next station.
LÍNGUA INGLESA

until I tell you to.


by (por meio de)
He likes to travel by plane.
I usually go to school by bicycle.
107
Time
In
• período do dia
• meses
• estações do ano
• anos
• séculos
The wedding will take place in September (in 2022; in spring).
Mr. Rae likes to read the paper in the morning.
* at night

On
• dias
She was born on May 24, 1976.
They work hard on weekdays, but on weekends they like to go out.

Expressões:
on time: na hora certa; pontualmente on one’s way: a caminho
in time: a tempo de fazer algo in one’s way: atrapalhando

At
• horas
• momentos
• época
• idade
We usually have lunch at 12:00.
At Christmas, the whole family gets together.
* On Christmas Day, we all go to Mass.

Outras preposi•›es
between (entre 2)/among (entre vários)
What are you going to do between Christmas and Easter?
We’ll stay at home among our relatives.

under/over
• sob; embaixo
• sobre; por cima de; mais de
• de; inferior a
The cat is lying under the sofa.
The horse jumped over the fence.

across/through
• de um lado a outro; cruzando
• através de; por meio de
• no lado oposto a
We can see the church across the park.
The train should go through the tunnel in a few minutes.

for/against
• por; a favor de; em lugar de
• contra; em oposição a (direção)
They were fighting for freedom.
Are you for or against the current government?

108
from/to
• proveniente de
• para; até
He drove from Miami to Orlando with his family last year.
by
• via; por
• até; não mais tarde que
In that part of the country people sell bananas by the dozen.
If you want to talk to the principal, you must be at school by 9 o’clock.

Place
near = close to/far from
• perto de
• longe de
Do you live near City Hall?
Actually, I live far from downtown.

#cultura_digital
Para se debruçar ainda mais sobre o tema que está sendo abordado neste módulo e também nas aulas
de História, assista, no YouTube, ao vídeo “The Industrial Revolution (18th to 19th century)”, publicado no
canal Simple History (disponível em: www.youtube.com/watch?v=xLhNP0qp38Q&ab_channel=Simple
History. Acesso em: 21 out. 2020). Aproveite a oportunidade para praticar suas habilidades linguísticas
assistindo ao vídeo com legendas em inglês.

DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

Pre-Reading
Levando em consideração seu conhecimento prévio sobre a Revolução Industrial, faça uma leitura rápida do texto
(skimming) sublinhando as palavras cognatas e conhecidas.

Texto para as questões 1 e 2.


1 If the economy of the nineteenth-century world was formed mainly under the influence of the British Industrial Revolution,
its politics and ideology were formed mainly by the French. Britain provided the model for its railways and factories, the
economic explosive which cracked open the traditional economic and social structures of the non-European world; but France
made its revolutions and gave them their ideas, to the point where a tricolour flag of some kind became the emblem of virtually
5 every emerging nation, and European (or indeed world) politics between 1789 and 1917 were largely the struggle for and
against the principles of 1789.
France provided the vocabulary and the issues of liberal and radical-democratic politics for most of the world. France
provided the first great example, the concept and the vocabulary of nationalism. France to crack(ed) open: abrir; romper

MîDULO 13 - TEXT COMPREHENSION; PREPOSITIONS


provided the codes of law, the model of scientific and technical organization, the metric system
to the point where: a tal ponto que
10 of measurement for most countries. The ideology of the modern world first penetrated the
ancient civilizations which had until then resisted European ideas through French influence. measurement: medi•‹o; medida
This was the work of the French Revolution.
Eric Hobsbawm. The age of revolution: 1789-1848. London: Abacus, 2007. p. 73-4 (adapted).

Reading
LêNGUA INGLESA

a) Qual foi o papel da França na Revolução Industrial?


b) Compare as ideias compiladas do vídeo com as ideias descritas neste texto.

109
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

1 According to the text, mark the following statements as correct (C) or not correct (X).
a) The possessive adjective its in “its politics and ideology were formed mainly…”, refers to “the
nineteenth-century world”. ( )
b) In the first paragraph “… and European (or indeed world) politics between 1789 and 1917…” the word
indeed indicates emphasis. ( )
c) The blanks in the sentence “The French Revolution broke out 1789” should be filled with on. ( )
d) The preposition between, as used in “… between 1789 and 1917” (l. 5) could also be used in “The
pandemic is causing concern scientists”. ( )

2 (UnB-DF) Judge the following items based on the text.


a) The Industrial Revolution is mentioned to emphasize the relevance of the French Revolution, the
text’s main topic. ( )
b) The French Revolution was an important element in the dissemination of European ideals around
the world. ( )
c) The French Revolution changed not only political structures but also the language used to refer to
politics. ( )
d) The text would still be correct and coherent if the second paragraph began like this: Still, France
provided. ( )
e) The pronoun its, in lines 2 and 4, refers to “the British Industrial Revolution”. ( )
f) In line 3, “cracked open” can be correctly replaced by revealed. ( )
g) The expression “the principles of 1789” (l. 6) means the principles of the French Revolution. ( )

Post-Reading
Read the following infographic:

monicaodo/Shutterstock

110
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

3 Match Columns I and II according to the main characteris- a) in – against d) at – under


tics of Industrial Revolutions 1.0 to 4.0. b) on – between e) on – among
I II c) in – at
Industrial Revolution 1.0 a) The Digital Revolution;
8 Come sit the floor Tim and me.
Late 18th century – 19th Computers the internet;
a) over – between d) on – among
century ( ) Automated Production
b) in – under e) on – near
Industrial Revolution 2.0 b) The Age of Mechanical
Late 19th century – Early Production; Steam power c) at – by
20th century ( ) (steam engines)
9 The cat jumped the gate great speed.
c) The Age of Machine
a) in – in d) at – across
Industrial Revolution 3.0 Intelligence (AI: Artificial
1950s – 2011 ( ) Intelligence); Big Data IOT b) over – at e) through – against
(Internet of Things) c) on – on
d) The Age of Science;
Industrial Revolution 4.0 Factories; The Assembly 10 Put a sweater, kid. Germany
Current time ( ) Line; Increasing early spring it’s still fairly cold.
urbanization a) on – In – in c) in – On – on e) on – In – on
b) off – In – on d) out – At – at
Nas questões 4 a 13, assinale a alternativa que contém
as preposições corretas para completar cada sentença. 11 Our kids go school the morning.
a) from – on c) to – in e) in – on
4 I’ll leave the coffee pot the top shelf the
kitchen cupboard. b) to – at d) at – in
a) in – on c) on – in e) off – off
12 November 24, as they were walking home
b) at – at d) in – in church they saw an unknown man run
their neighbors’ house, get a car and drive
5 Tom Ford got married July, 2015
the frozen lake.
30 years old.
a) On – from – off – on – through
a) on – with c) on – under e) in – on
b) In – to – at – in – at
b) at – in d) in – at
c) At – of – out of – on – in
6 A: Is the post office open Saturdays?
d) On – from – out of – in – across
B: I’m not sure. weekdays it opens
9 o’clock. e) In – out of – into – at – through
a) on – On – at c) in – At – on e) in – In – at
13 You’re supposed to get the subway here and get
b) on – In – at d) at – On – in at the third station.
a) in – out of d) by – by
7 A: Can you tell me where Bob’s is?
B: Well, there’s one Park Avenue 46th b) on – out e) at – to
and 47th street. c) on – off

Orientação de estudo

MÓDULO 13 - TEXT COMPREHENSION; PREPOSITIONS


Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Língua Inglesa – Capítulo 13

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem
• Faça as questões 1 a 4 do • Faça as questões 5 a 9 • Faça a questão 13 do
1
Capítulo 13. do Capítulo 13. Capítulo 13.
• Leia o texto teórico do
LÍNGUA INGLESA

Capítulo 13. • Faça as questões 14 e 15 • Faça as questões 16 a 18


2
• Faça as questões 10 a 12 do do Capítulo 13. do Capítulo 13.
Capítulo 13.

111
EX TRAS!

1 Get their names in a free report from The Motley Fool called,
“The Two Words Bill Gates Doesn’t Want You to Hear…”
LETTER TO THE EDITOR: Sugar fear-mongering Click here for instant access to this FREE report!
unhelpful BROUGHT TO YOU BY THE MOTLEY FOOL

By The Washington Times Tuesday, June 25, 2013 Disponível em: http://www.fool.com. Acesso em: 21 jul. 2010.

In his recent piece “Is obesity a disease?” (Web, June 19), 2 Ao optar por ler a reportagem completa sobre o
assunto anunciado, tem-se acesso a duas palavras que Bill
Dr. Peter Lind refers to high-fructose corn syrup and other
Gates não quer que o leitor conheça e que se referem
“manufactured sugars” as “poison” that will “guarantee
a) aos responsáveis pela divulgação desta informação na
storage of fat in the body.” Current scientific research strongly
internet.
indicates that obesity results from excessive calorie intake
b) às marcas mais importantes de microcomputadores do
combined with a sedentary lifestyle. The fact is Americans
mercado.
are consuming more total calories now than ever before.
c) aos nomes dos americanos que inventaram a suposta
According to the U.S. Department of Agriculture, our total
tecnologia.
per-capita daily caloric intake increased by 22 percent
from 2,076 calories per day in 1970 to 2,534 calories per d) aos sites da internet pelos quais o produto já pode ser
conhecido.
day in 2010 – an additional 458 calories, only 34 of which
come from increased added sugar intake. A vast majority of e) às empresas que levam vantagem para serem suas
these calories come from increased fats and flour/cereals. concorrentes.
Surprisingly, the amount of caloric sweeteners (i.e. sugar, Texto para a questão 3.
high-fructose corn syrup, honey, etc.) Americans consume
Masters of War
has actually decreased over the past decade. We need to
Come you masters of war You put a gun in my hand
continue to study the obesity epidemic to see what more
You that build all the guns And you hide from my eyes
can be done, but demonizing one specific ingredient
You that build the death And you turn and run farther
accomplishes nothing and raises unnecessary fears that get
planes When the fast bullets fly.
in the way of real solutions.
You that build all the bombs
JAMES M. RIPPE.
You that hide behind walls Like Judas of old
Shrewsbury, Mass.
You that hide behind desks You lie and deceive
Disponível em: www.washingtontimes.com. Acesso em: 29 jul. 2013 (adaptado).
I just want you to know A world war can be won
Ao abordar o assunto “obesidade”, em uma seção de jor- I can see through your masks. You want me to believe
nal, o autor But I see through your eyes
a) defende o consumo liberado de açúcar. You that never done nothin’ And I see through your brain
But build to destroy Like I see through the water
b) aponta a gordura como o grande vilão da saúde.
You play with my world That runs down my drain.
c) demonstra acreditar que a obesidade não é preocu-
Like it’s your little toy
pante.
BOB DYLAN. The Freewheelin’ Bob Dylan. Nova York: Columbia Records, 1963
d) indica a necessidade de mais pesquisas sobre o assunto. (fragmento).

e) enfatiza a redução de ingestão de calorias pelos 3 Na letra da canção Masters of War, há questio-
americanos. namentos e reflexões que aparecem na forma de pro-
testo contra
Texto para a questão 2.
a) o envio de jovens à guerra para promover a expansão
The death of the pc territorial dos Estados Unidos.
The days of paying for costly software upgrades are b) o comportamento dos soldados norte-americanos nas
numbered. The PC will soon be obsolete. And Business guerras de que participaram.
Week reports 70% of Americans are already using the c) o sistema que recruta soldados para guerras motivadas
technology that will replace it. Merrill Lynch calls it “a $160 por interesses econômicos.
billion tsunami”. Computing giants including IBM, Yahoo!, d) o desinteresse do governo pelas famílias dos soldados
and Amazon are racing to be the first to cash in on this mortos em campos de batalha.
PC-killing revolution. e) as Forças Armadas norte-americanas, que enviavam
Yet, two little-known companies have a huge head start. homens despreparados para as guerras.

112
14 LÍNGUA INGLESA

M Ó D U L O

Text Comprehension;
Modal Verbs
COMPETÊNCIA
Objetivos de aprendizagem ESPECÍFICA
E HABILIDADES
. Objetivo 1: Conhecer, compreender e interpretar textos e adquirir vocabulário. DA BNCC
. Objetivo 2: Reconhecer e aplicar as diversas formas dos Modal Verbs. COMPETÊNCIA 4
EM13LGG401
Neste módulo EM13LGG402
EM13LGG403
Neste módulo, você terá a oportunidade de reconhecer e aplicar os Modal verbs. Além disso, você vai
refletir criticamente a respeito dos diferentes tipos de energias renováveis. Você assistirá a um vídeo e lerá
textos relacionados a esse tema. Lembre-se de ativar seu conhecimento prévio adquirido nas aulas de
Geografia e fazer inferências. Você aplicará também as estratégias de skimming (leitura rápida para reco-
nhecer palavras cognatas e conhecidas) e scanning (leitura mais cuidadosa com o objetivo de responder
às questões).
Leia as explicações e os exemplos sobre os Modal verbs. Em seguida, faça as atividades usando o que
aprendeu.

Modal verbs
can
may + infinitive sem to
must
should
ought + infinitive com to
Mrs Thompson can help you with Math.
Scott may not have enough money for the new car.

Can Could Will be able to (ser capaz de; poder; conseguir)

His granddaughter can ride a bike very well. By the time she was two years old, she could swim too. I’m
sure she’ll be able to read and write when she’s 5.

MÓDULO 14 - TEXT COMPREHENSION; MODAL VERBS


I’m not sure about what she is saying, but it could be true. (possibilidade)
*Can you help me with this heavy box? (pedido)

May Might (poder/poderia ser possível/provável)

You may take any of these books home with you.


might
LÍNGUA INGLESA

(permissão)

113
Show down, the traffic light may turn red in a second.
might
(possibilidade/probabilidade)

Must (dever; precisar)

Every student must do their homework every day.


(obrigação; dever)

We must take her to the doctor’s today.


have to
(necessidade)

They must be at home. All the lights are on.


(dedução)
People must not smoke in elevators.
(proibição)

You needn’t cut the grass. We’ll have someone to do it.


don’t have to
(não necessário)

Should (deveria) 5 Ought to

You should listen to your parents.


ought to
(sugestão; conselho)

can
could
may
might 1 have 1 Past Participle (para ações que podem/
poderiam/deveriam ter ocorrido no passado)
must
should
ought to

Sue was late this morning. She may have missed the first bus.
When I got to the office, the work had been done. They must have finished it last night.

Complete o mapa mental a seguir:

Can
(ter/dar) permissão (informal)

Could –

May –

Might –

Must

Should

114
DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

1 Complete, em português, as frases a seguir, tendo como Brazil’s energy industry seems to be caught in a moment
base o vídeo “Renewable Energy”. of ambivalence – on the one hand, they are breaking records
a) “Energia renovável” é um termo que descreve: in terms of renewable resources and green energy; on the
other, they are pushing hard to revive fossil fuels and bring
hundreds of thousands of jobs back to the struggling oil
and gas industry.
In August, the Brazilian Ministry of Mines and Energy
b) As vantagens das fontes renováveis de energia incluem:
released astonishing figures that put Brazil right at the
forefront of the green energy movement. The Boletim
de Monitoramento do Sistema Elétrico (Electric System
Monitoring Report) shows that renewable energy sources
made up 81.9 percent of the country’s installed capacity
for energy production (which is 160,381 megawatts in
total), and a whopping 87.8 percent of total Brazilian
c) Entre os desafios da utilização de fontes renováveis de energy production in the month of June.
energia estão: The vast majority of Brazil’s energy production is
hydropower, clocking in at 63.7 percent of the total energy
generated in June. The second biggest source of renewable
energy comes from biofuels produced at biomass plants,
which use materials such as sugarcane bagasse, rice husk,
and wood waste to make organic fuels. Wind farms
Pre-Reading accounted for another 8.1 percent of the energy produced
in June, and solar clocked in at just one percent (although
1. Use seu conhecimento adquirido na atividade de vídeo e
faça inferências. the solar sector is already showing signs of growth).
2. Observe a imagem. Levante hipóteses a respeito da imagem Despite these amazing figures, Brazil is not leaning
e do texto que você vai ler. into their success in the field of green energy. The nation’s
3. Faça uma rápida leitura do texto (skimming) sublinhando oil and gas industry is finally showing signs that it may
as palavras cognatas e conhecidas e reveja suas hipóteses. come out of an economic crisis brought on by recession,
4. Sublinhe as palavras do glossário no texto. low oil prices, and reduced investment.
5. Dê seus equivalentes em português de acordo com o con- https://oilprice.com/Alternative-Energy/Solar-Energy/Brazils-Opposing-
texto. Energy-Views.html. (Adaptado)

6. Compare suas respostas com as de um colega.


forefront: dianteira; vanguarda
whopping (very large): enorme; colossal
Brazil’s Opposing Energy Views
to clock(ed) in at (register): registrar
By Haley ZarembaAugust 21, 2018
rice husk: palha de arroz
Haley Zaremba/www.oilprice.com

to lean(ed) into (to depend on): apoiar-se; depender

MîDULO 14 - TEXT COMPREHENSION; MODAL VERBS


Reading
2 (FTT-SP) De acordo com o título e o primeiro parágrafo,
a ambivalência da indústria energética no Brasil ocorre
entre
a) fontes renováveis e energia limpa.
b) combustíveis fósseis e indústrias.
LÍNGUA INGLESA

c) óleo e gás.
d) energia renovável e combustíveis fósseis.
e) petróleo e combustíveis fósseis.

115
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

3 (FTT-SP) De acordo com o segundo parágrafo, 9 (FTT-SP) According to the fourth paragraph, the economic
a) ainda falta muito para o Brasil chegar a 100% de crisis in the oil and gas sector
energia renovável. a) made the amazing solar energy figures happen.
b) a capacidade instalada para produção de energia no b) will ensure Brazilian success in the field of green energy.
Brasil é de 160 381 megawatts. c) does not seem to stop in the near future.
c) o Ministério de Minas e Energia participa do movimen- d) affected deeply both the hydropower and oil and gas
to mundial para preservação de áreas verdes. sectors.
d) dados mostram que o Brasil está aderindo lentamente e) was caused by recession, low oil prices, and reduced
ao movimento de energia limpa. investment.
e) 160 381 megawatts equivalem a 87,8% da produção de
10 In the 4th paragraph “… showing signs that it may come
energia no Brasil. out of an economic crisis…”, the verb form may indicates:
a) obligation c) possibility e) permission
4 (FTT-SP) De acordo com o terceiro parágrafo, a principal
fonte de energia, no Brasil, é b) necessity d) suggestion
a) o gás. d) a biomassa.
11 Among the following expressions from the text, identify
b) a eólica. e) o biocombustível. the one that’s being used as an adjective.
c) a hidrelétrica. a) breaking c) struggling e) showing
b) pushing d) clocking in
5 (FTT-SP) No trecho do terceiro parágrafo – The second
biggest source of renewable energy comes from biofuels –,
o termo destacado pode ser substituído, sem alteração
de sentido, por
Post-Reading
a) most prominent. d) as prominent as. Using all the information you got from the video and the text,
write a short paragraph about the renewable energy in Brazil.
b) least prominent. e) less prominent.
Read the following infographic
c) more prominent.
Eletricity supply in 2018
6 (FTT-SP) No trecho do terceiro parágrafo – biofuels
produced at biomass plants, which use materials –, o termo Nuclear 2,5%
Oil 2,4% Coal 3,2%
destacado refere-se a
Natural Gas 8,6%
a) renewable energy. d) materials.
PV 0,5%
b) biofuels. e) organic fuels.
Wind 7,6%
c) biomass plants.
Hydraulic 66,6%
Biomass 8,5%
7 (FTT-SP) No trecho do terceiro parágrafo – materials such
as sugarcane bagasse –, a expressão destacada pode ser
substituída, sem alteração de sentido, por
a) that.
b) unless.
c) better.
Installed generation capacity - 2019
d) mainly.
e) like.
á165
GW Total
8 (FTT-SP) No trecho do quarto parágrafo – Despite these
amazing figures, Brazil is not leaning into their success in
the field of green energy –, o termo destacado indica
a) concordância.
b) ênfase. á17 GW
á110 GW á35 GW
PV 1
Hydro Thermal
c) resultado. Wind

d) contraste.
Source: IVANOSKI, Thiago at EPE: Brazilian Energy Balance 2019.
e) condição.

116
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

12 According to the infographic and based on what you’ve 15 (Faap-SP) Do I have to do it again?
learned so far, write C for the correct statements and I for Yes, you .
the incorrect ones.
a) had c) were e) would
a) One can say that the vast majority of electrical power
in Brazil comes from renewable energy sources. ( ) b) did d) must

b) Hydropower accounted for two thirds of electricity 16 Bob was late for class. He .
supply in Brazil in 2018. ( ) a) must overslept d) ought oversleep
c) Oil, gas and coal are known as renewable energy b) could have oversleep e) must have overslept
sources. ( )
c) may overslept
d) About 16,7% of electrical power supply came from
non-renewable energy sources in Brazil in 2018. ( ) 17 You with me if you don’t want to.
a) mustn’t come d) don’t have to come
e) Of the total installed generation capacity in Brazil in
2019 less than eighty percent came from renewable b) may not came e) can
energy sources. ( ) c) might come

13 Complete with the most common modal verbs. Follow 18 People park their cars on this side of the road.
the hints in parentheses. you see the sign?
You speak English. a) should – Must d) couldn’t – May
b) ought not – Can e) might have – Don’t
a) You speak English. (You know how to
speak English) c) mustn’t – Can’t

b) You (informal) speak English. (It’s OK/so


Leia o cartum para responder às questões 19 e 20.

Reprodução/BAHIANA - Escola de Medicina e


Saúde Pública, 2020
one objects to it)

c) You speak English. (It’s allowed to speak


English here)

d) You speak English. (You would be able to


if you wanted/or if were possible)

e) You speak English. (There’s a possibility,


but I’m not certain)

f) You speak English. (You have to/are obli-


ged to do it)

g) You speak English. (You need to do it for GLASBERGEN. Disponível em: http://glasbergen.com. Acesso em: set. 2019.

communicate purposes)
19 (Bahiana-BA) The man in this cartoon
h) You speak English. (Since you’ve been li- a) is complaining about sore muscles.
ving in the US for so long) b) can’t wait to go back to the gym.

i) You speak English. (I advise you to or c) is not used to exercising regularly.

MîDULO 14 - TEXT COMPREHENSION; MODAL VERBS


recommend that you do it) d) wants a medical certification to start exercising.

Escolha a alternativa correta para os exercícios 14 a 18. e) needs a prescription for muscle strain relief.

14 She was born in the beginning of last century. She _______ 20 A frase “your muscles need plenty of restÉ” poderia ser
much of the story pass before her eyes. reescrita, sem mudança de sentido, da seguinte maneira:
a) may have seen a) your muscles may have plenty of rest…
b) could have see b) your muscles ought have plenty of rest…
LÍNGUA INGLESA

c) should had do c) your muscles could have plenty of rest…


d) ought to have seen d) your muscles has to have…
e) must saw e) your muscles must have plenty of rest…

117
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

Questions 21 to 23 refer to the text below.

Reprodução/UVV, 2021
Disponível em: www.gocomics.com. Acesso em: 25/09/2020.

21 (UVV-ES) In the statement: “What do you suppose Phoebe would be.....” the girl is referring to
a) her friend.
b) nobody.
c) themselves.
d) himself.
e) herself

22 (UVV-ES) In the statement: “I am concerned about your weird behavior, but I am also recording it to
laugh about it later.”, the girl thinks her friend is
a) sad.
b) running late.
c) eccentric.
d) smart.
e) athletic.

23 Na frase “… to prove I can be a suitable Phoebe Howell”, a forma verbal can dá ideia de:
a) obrigação
b) capacidade
c) necessidade
d) proibição
e) recomendação

Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Língua Inglesa – Capítulo 14

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem
• Faça as questões 1 a 4 do • Faça as questões 7 a 10 do • Faça as questões 13 e 14 do
1
Capítulo 14. Capítulo 14. Capítulo 14.
• Leia o texto teórico do
Capítulo 14. • Faça as questões 11 e 12 do • Faça a questão 15 do
2
• Faça as questões 5 e 6 do Capítulo 14. Capítulo 14.
Capítulo 14.

118
EX TRAS!

Texto para a questão 1.


Home is where the heart is
The heart of psychosocial care is to be found in the home and it is here that the main trust of external
efforts to improve the wellbeing of vulnerable children must be directed. The best way to support the
wellbeing of young children affected by HIV/AIDS is to strengthen and reinforce the circles of care that
surround children. Some children – especially those living outside families, on the streets or institutions,
with chronically ill caregivers, and orphans – are more vulnerable and especially require psychosocial
care and support. However, this social support needs to be provided in family settings, with the same
characteristics of commitment, stability, and individualized affectionate care. The primary aim of all
psychosocial support programmes should be an encouraging and enabling family support, including
foster care, and placing and maintaining young children in stable and affectionate family environments.
Only secondarily should direct services be provided to affected children.
RICHTER, L.; FOSTER, G.; SHERR, L. Where the heart is: meeting the psychosocial
needs of Young children in the context of HIV/AIDS. Holanda: Bernard van Leer Foundation (adaptado)

1 Ao tratar dos problemas psicossociais dos portadores do vírus HIV/AIDS, o texto argumenta que
a) as crianças em ambiente familiar enfrentam melhor a doença.
b) o suporte das instituições traz mais benefícios que o familiar.
c) as famílias dos portadores do HIV aprendem umas com as outras.
d) a recuperação dos portadores do vírus HIV exige internamento.
e) o tratamento dos pacientes depende de financiamento externo.

Texto para a questão 2.


Reprodução/Married to the sea

Available at: http://joyreactor.com/tag/comics/all/55. Accessed on: November 19th 2020. MîDULO 14 - TEXT COMPREHENSION; MODAL VERBS

2 A discussão sobre o desaparecimento da mídia impressa por conta do crescimento da digital é tema
corriqueiro entre escritores e jornalistas. O meme acima mostra uma pessoa que acredita que jornais
e revistas impressos sempre terão seus espaços. Ao dizer “Fads like computers may come and go”,
ele indica:
LÍNGUA INGLESA

a) capacidade d) dever
b) funcionalidade e) dedução
c) possibilidade

119
Texto para a questão 3. Energy generation
We are the largest Brazilian electrical energy

Reprodução/ENEM, 2015.
generation company. We produced 185 million MWh
in 2019, enough to supply more than 1/3 of the annual
electricity consumption in the country.
Our installed capacity reached 51,143 MW in 2019,
which represents 30% of the total installed capacity in
Brazil. Of our total installed capacity, about 96% comes
from clean sources, with low greenhouse gas emissions.
Among our 48 hydroelectric plants, 12 natural gas,
oil and coal thermoelectric plants, two thermonuclear
plants, 62 wind power plants and one solar plant, owned
or maintained in partnerships, distributed throughout
Brazil, we have some of the largest enterprises in
Disponível em: www.globalwarming.org. Acesso em: 31 jul. 2012 (adaptado).
Brazil and in the entire world, besides structuring and
3 A emissão de gases tóxicos na atmosfera traz pioneering projects in the country.
diversas consequências para nosso planeta. De acordo Disponível em: https://eletrobras.com/en/Paginas/Energy-
com o gráfico, retirado do texto Global warming is an Generation.aspx. Acesso em: 23 out. 2020.

international issue, observa-se que


a) as queimadas poluem um pouco mais do que os com-
bustíveis usados nos meios de transporte. Reading
b) as residências e comércios são os menores emissores 1. Leia as questões a seguir.
de gases de efeito estufa na atmosfera. 2. Releia o texto agora com mais atenção buscando as res-
postas das questões (scanning).
c) o processo de tratamento de água contribui para a
emissão de gases poluentes no planeta.
d) os combustíveis utilizados nos meios de transportes 1 Qual posição a Eletrobras ocupa no mercado de geração
poluem mais do que as indústrias. de energia no Brasil?

e) os maiores emissores de gases de efeito estufa na


atmosfera são as usinas elétricas.

Hyperlink
Pre-Reading
1. Observe a imagem a seguir.
2. Com base nela, escreva um comentário, levando em consi-
deração o vídeo e os textos deste módulo. Compartilhe
com um colega.
3. Faça uma leitura rápida do texto (skimming) sublinhando 2 Segundo o princípio de Lavoisier, a energia não pode sur-
as palavras cognatas e as conhecidas. gir do nada nem pode ser destruída. A única possibilidade
que existe é a transformação de um tipo de energia em
Leia o texto a seguir e responda em português. outro. Cite um exemplo dessa transformação nas usinas
hidrelétricas.
ESOlex/Shutterstock

120
GABARITO – EXTRAS!

Módulo 12 – Text Comprehension; Degrees of Adjectives

1 b
2 a
3 e

Módulo 13 – Text Comprehension; Prepositions

1 d
2 e
3 c

Módulo 14 – Text Comprehension; Modal Verbs

1 a
2 c
3 e

LêNGUA INGLESA

GABARITO

121
Matemática e suas
Tecnologias
Nikada/E+/Getty Images

SETOR A
Módulo 14 Equação e função logarítmica .................. 126
Módulo 15 Modelagem exponencial de problemas 133
Módulo 16 Sequências: Progressão aritmética ......... 138
Módulo 17 Sequências: Progressão geométrica ...... 146
SETOR B
Módulo 13 Polígonos regulares e circunferência ..... 153
Módulo 14 Área de polígonos ......................................... 159
Módulo 15 Área do círculo e de suas partes ............. 167
Módulo 16 Áreas e razão entre figuras planas .......... 172

122
tendo gráficos e interpretação das medidas de tendência central e
A área de Matemática das medidas de dispersão (amplitude e desvio padrão), utilizando
ou não recursos tecnológicos.
e suas Tecnologias (EM13MAT203) Aplicar conceitos matemáticos no planejamento, na
execução e na análise de ações envolvendo a utilização de aplicati-
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 1
vos e a criação de planilhas (para o controle de orçamento familiar,
Utilizar estratégias, conceitos e procedimentos matemáti- simuladores de cálculos de juros simples e compostos, entre outros),
cos para interpretar situações em diversos contextos, sejam para tomar decisões.
atividades cotidianas, sejam fatos das Ciências da Nature-
za e Humanas, das questões socioeconômicas ou tecnoló- COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 3
gicas, divulgados por diferentes meios, de modo a contri- Utilizar estratégias, conceitos, definições e procedimentos
buir para uma formação geral. matemáticos para interpretar, construir modelos e resolver
problemas em diversos contextos, analisando a plausibili-
Habilidades
dade dos resultados e a adequação das soluções propostas,
(EM13MAT101) Interpretar criticamente situações econômicas, sociais de modo a construir argumentação consistente.
e fatos relativos às Ciências da Natureza que envolvam a variação de
grandezas, pela análise dos gráficos das funções representadas e das Habilidades
taxas de variação, com ou sem apoio de tecnologias digitais.
(EM13MAT301) Resolver e elaborar problemas do cotidiano, da Ma-
(EM13MAT102) Analisar tabelas, gráficos e amostras de pesquisas temática e de outras áreas do conhecimento, que envolvem equações
estatísticas apresentadas em relatórios divulgados por diferentes lineares simultâneas, usando técnicas algébricas e gráficas, com ou
meios de comunicação, identificando, quando for o caso, inadequa- sem apoio de tecnologias digitais.
ções que possam induzir a erros de interpretação, como escalas e
amostras não apropriadas. (EM13MAT302) Construir modelos empregando as funções polino-
miais de 1º ou 2º graus, para resolver problemas em contextos diver-
(EM13MAT103) Interpretar e compreender textos científicos ou
sos, com ou sem apoio de tecnologias digitais.
divulgados pelas mídias, que empregam unidades de medida de
diferentes grandezas e as conversões possíveis entre elas, adotadas (EM13MAT303) Interpretar e comparar situações que envolvam
ou não pelo Sistema Internacional (SI), como as de armazenamen- juros simples com as que envolvem juros compostos, por meio de
to e velocidade de transferência de dados, ligadas aos avanços representações gráficas ou análise de planilhas, destacando o cres-
tecnológicos. cimento linear ou exponencial de cada caso.
(EM13MAT104) Interpretar taxas e índices de natureza socioeconô- (EM13MAT304) Resolver e elaborar problemas com funções expo-
mica (índice de desenvolvimento humano, taxas de inflação, entre nenciais nos quais seja necessário compreender e interpretar a va-
outros), investigando os processos de cálculo desses números, para riação das grandezas envolvidas, em contextos como o da Matemá-
analisar criticamente a realidade e produzir argumentos. tica Financeira, entre outros.
(EM13MAT105) Utilizar as noções de transformações isométricas (EM13MAT305) Resolver e elaborar problemas com funções loga-
(translação, reflexão, rotação e composições destas) e transforma- rítmicas nos quais seja necessário compreender e interpretar a va-
ções homotéticas para construir figuras e analisar elementos da riação das grandezas envolvidas, em contextos como os de abalos
natureza e diferentes produções humanas (fractais, construções sísmicos, pH, radioatividade, Matemática Financeira, entre outros.
civis, obras de arte, entre outras).
(EM13MAT306) Resolver e elaborar problemas em contextos que
(EM13MAT106) Identificar situações da vida cotidiana nas quais seja
envolvem fenômenos periódicos reais (ondas sonoras, fases da lua,
necessário fazer escolhas levando-se em conta os riscos probabilís-
movimentos cíclicos, entre outros) e comparar suas representações
ticos (usar este ou aquele método contraceptivo, optar por um tra-
com as funções seno e cosseno, no plano cartesiano, com ou sem
tamento médico em detrimento de outro etc.).
apoio de aplicativos de álgebra e geometria.
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 2 (EM13MAT307) Empregar diferentes métodos para a obtenção da
Propor ou participar de ações para investigar desafios do medida da área de uma superfície (reconfigurações, aproximação
mundo contemporâneo e tomar decisões éticas e social- por cortes etc.) e deduzir expressões de cálculo para aplicá-las em
situações reais (como o remanejamento e a distribuição de planta-
mente responsáveis, com base na análise de problemas
ções, entre outros), com ou sem apoio de tecnologias digitais.
sociais, como os voltados a situações de saúde, sustenta-
bilidade, das implicações da tecnologia no mundo do tra- (EM13MAT308) Aplicar as relações métricas, incluindo as leis do
balho, entre outros, mobilizando e articulando conceitos, seno e do cosseno ou as noções de congruência e semelhança, para
procedimentos e linguagens próprios da Matemática. resolver e elaborar problemas que envolvem triângulos, em variados
contextos.
Habilidades
MÓDULO 14 - GRANDEZAS FÍSICAS

(EM13MAT309) Resolver e elaborar problemas que envolvem o cál-


(EM13MAT201) Propor ou participar de ações adequadas às deman- culo de áreas totais e de volumes de prismas, pirâmides e corpos
das da região, preferencialmente para sua comunidade, envolvendo redondos em situações reais (como o cálculo do gasto de material
medições e cálculos de perímetro, de área, de volume, de capacida- para revestimento ou pinturas de objetos cujos formatos sejam com-
de ou de massa. posições dos sólidos estudados), com ou sem apoio de tecnologias
digitais.
(EM13MAT202) Planejar e executar pesquisa amostral sobre ques-
FÍSICA A

tões relevantes, usando dados coletados diretamente ou em dife- (EM13MAT310) Resolver e elaborar problemas de contagem envol-
rentes fontes, e comunicar os resultados por meio de relatório con- vendo agrupamentos ordenáveis ou não de elementos, por meio

123
dos princípios multiplicativo e aditivo, recorrendo a estratégias di- (EM13MAT407) Interpretar e comparar conjuntos de dados estatís-
versas, como o diagrama de árvore. ticos por meio de diferentes diagramas e gráficos (histograma, de
caixa (box-plot), de ramos e folhas, entre outros), reconhecendo os
(EM13MAT311) Identificar e descrever o espaço amostral de eventos
aleatórios, realizando contagem das possibilidades, para resolver e mais eficientes para sua análise.
elaborar problemas que envolvem o cálculo da probabilidade.
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 5
(EM13MAT312) Resolver e elaborar problemas que envolvem o
Investigar e estabelecer conjecturas a respeito de diferen-
cálculo de probabilidade de eventos em experimentos aleatórios
sucessivos. tes conceitos e propriedades matemáticas, empregando
estratégias e recursos, como observação de padrões, ex-
(EM13MAT313) Utilizar, quando necessário, a notação científica para
perimentações e diferentes tecnologias, identificando a
expressar uma medida, compreendendo as noções de algarismos
significativos e algarismos duvidosos, e reconhecendo que toda
necessidade, ou não, de uma demonstração cada vez mais
medida é inevitavelmente acompanhada de erro. formal na validação das referidas conjecturas.

(EM13MAT314) Resolver e elaborar problemas que envolvem gran- Habilidades


dezas determinadas pela razão ou pelo produto de outras (veloci-
dade, densidade demográfica, energia elétrica etc.). (EM13MAT501) Investigar relações entre números expressos em
tabelas para representá-los no plano cartesiano, identificando pa-
(EM13MAT315) Investigar e registrar, por meio de um fluxograma,
quando possível, um algoritmo que resolve um problema. drões e criando conjecturas para generalizar e expressar algebrica-
mente essa generalização, reconhecendo quando essa representação
(EM13MAT316) Resolver e elaborar problemas, em diferentes con- é de função polinomial de 1º grau.
textos, que envolvem cálculo e interpretação das medidas de ten-
dência central (média, moda, mediana) e das medidas de dispersão (EM13MAT502) Investigar relações entre números expressos em
(amplitude, variância e desvio padrão). tabelas para representá-los no plano cartesiano, identificando pa-
drões e criando conjecturas para generalizar e expressar algebrica-
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 4 mente essa generalização, reconhecendo quando essa representação
Compreender e utilizar, com flexibilidade e precisão, dife- é de função polinomial de 2º grau do tipo y = ax2.
rentes registros de representação matemáticos (algébrico, (EM13MAT503) Investigar pontos de máximo ou de mínimo de fun-
geométrico, estatístico, computacional etc.), na busca de ções quadráticas em contextos envolvendo superfícies, Matemática
solução e comunicação de resultados de problemas. Financeira ou Cinemática, entre outros, com apoio de tecnologias
digitais.
Habilidades
(EM13MAT504) Investigar processos de obtenção da medida do
(EM13MAT401) Converter representações algébricas de funções volume de prismas, pirâmides, cilindros e cones, incluindo o princípio
polinomiais de 1º grau em representações geométricas no plano de Cavalieri, para a obtenção das fórmulas de cálculo da medida do
cartesiano, distinguindo os casos nos quais o comportamento é
volume dessas figuras.
proporcional, recorrendo ou não a softwares ou aplicativos de álge-
bra e geometria dinâmica. (EM13MAT505) Resolver problemas sobre ladrilhamento do plano,
com ou sem apoio de aplicativos de geometria dinâmica, para con-
(EM13MAT402) Converter representações algébricas de funções
jecturar a respeito dos tipos ou composição de polígonos que podem
polinomiais de 2º grau em representações geométricas no plano
cartesiano, distinguindo os casos nos quais uma variável for direta- ser utilizados em ladrilhamento, generalizando padrões observados.
mente proporcional ao quadrado da outra, recorrendo ou não a (EM13MAT506) Representar graficamente a variação da área e do
softwares ou aplicativos de álgebra e geometria dinâmica, entre perímetro de um polígono regular quando os comprimentos de seus
outros materiais.
lados variam, analisando e classificando as funções envolvidas.
(EM13MAT403) Analisar e estabelecer relações, com ou sem apoio
(EM13MAT507) Identificar e associar progressões aritméticas (PA)
de tecnologias digitais, entre as representações de funções expo-
a funções afins de domínios discretos, para análise de propriedades,
nencial e logarítmica expressas em tabelas e em plano cartesiano,
dedução de algumas fórmulas e resolução de problemas.
para identificar as características fundamentais (domínio, imagem,
crescimento) de cada função. (EM13MAT508) Identificar e associar progressões geométricas (PG)
(EM13MAT404) Analisar funções definidas por uma ou mais senten- a funções exponenciais de domínios discretos, para análise de pro-
ças (tabela do Imposto de Renda, contas de luz, água, gás etc.), em priedades, dedução de algumas fórmulas e resolução de problemas.
suas representações algébrica e gráfica, identificando domínios de
(EM13MAT509) Investigar a deformação de ângulos e áreas provo-
validade, imagem, crescimento e decrescimento, e convertendo es-
cada pelas diferentes projeções usadas em cartografia (como a ci-
sas representações de uma para outra, com ou sem apoio de tec-
líndrica e a cônica), com ou sem suporte de tecnologia digital.
nologias digitais.
(EM13MAT510) Investigar conjuntos de dados relativos ao compor-
(EM13MAT405) Utilizar conceitos iniciais de uma linguagem de pro-
gramação na implementação de algoritmos escritos em linguagem tamento de duas variáveis numéricas, usando ou não tecnologias
corrente e/ou matemática. da informação, e, quando apropriado, levar em conta a variação e
utilizar uma reta para descrever a relação observada.
(EM13MAT406) Construir e interpretar tabelas e gráficos de fre-
quências com base em dados obtidos em pesquisas por amostras (EM13MAT511) Reconhecer a existência de diferentes tipos de espa-
estatísticas, incluindo ou não o uso de softwares que inter-relacionem ços amostrais, discretos ou não, e de eventos, equiprováveis ou não,
estatística, geometria e álgebra. e investigar implicações no cálculo de probabilidades.

124
Matemática Antonio Carlos ROSSO Junior
Fábio PELICANO Borges Vieira
Roberto Teixeira Cardoso (ROBBY)
RODNEY Brasil Luzio
THIAGO Dutra de Araújo

MÓDULO 14 - GRANDEZAS FÍSICAS


FÍSICA A

125
14 M AT EM ÁT IC A A COMPETÊNCIAS GERAIS C2.C4.C5

M Ó D U L O

Equação e
função logarítmica
COMPETÊNCIAS
Objetivos de aprendizagem ESPECÍFICAS
E HABILIDADES
. Objetivo 1: resolver equações logarítmicas com base na definição e nas propriedades dos logaritmos. DA BNCC
. Objetivo 2: resolver problemas que façam uso de funções logarítmicas. COMPETÊNCIA 3
EM13MAT305
Neste módulo COMPETÊNCIA 4
EM13MAT403

1 Equação logarítmica
Denominamos equação logarítmica toda equação na incógnita real x que pode ser escrita na forma
logb x 5 a,
em que a e b são números reais, com b > 0 e b = 1.
A resolução da equação pode ser feita a partir da definição de logaritmo:

logb x 5 a ~ x 5 ba (com x > 0)

Exemplo: Resolva a equação log (x 1 1) 1 log (x 2 1) 5 1.


Primeiro, é necessário definir as condições de existência:

 x 1 1 > 0

 x 2 1 > 0

Aplicando a propriedade da adição de logaritmos, temos:


log [(x 1 1)(x 2 1)] 5 1 ~ log (x2 2 1) 5 1
Pela definição de logaritmos, temos:
x2 2 1 5 101 ~ x2 5 11
_ x 56 11

Verificando os valores possíveis de x que satisfazem as condições de existência definidas anteriormen-


te, concluímos que o conjunto solução é 11 . { }
2 Função logarítmica
Denominamos função logarítmica toda função f : *1 ñ  cuja lei apresenta a variável independente
somente como logaritmando de um único logaritmo. O caso mais simples de função logarítmica é aquele
cuja lei é do tipo
f(x) 5 logb x,
com b > 0 e b = 1.

126
O gráfico da função f é uma curva definida de acordo com o valor de b.

Função crescente Função decrescente


b>1 0<b<1
y y

1
1 x x

DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

1 Resolva, em , as equações logarítmicas a seguir:


a) log5 (x2 2 x) 5 log5 (6 2 2x)

b) log5 (x 2 1) 1 log5 x 5 log5 (6 2 2x)

MîDULO 14 - EQUAÇÃO E FUNÇÃO LOGARÍTMICA


MATEMÁTICA A

127
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

c) (log3 x)2 2 3 ? log3 x 1 2 5 0

d) 1 1 log6 (x 2 1) 5 log6 x

2 O nível de intensidade sonora é uma medida de como percebemos o que, muitas vezes, é conhecido
como “volume”. Um fato curioso é que nossa percepção do que ocorre muda em função do estímulo.
O nível de intensidade sonora é definido em escala logarítmica e é dado por:
 I 
N 5 10 ? log  
 I0 

Dado que:
. N é o nível de intensidade sonora, medido em decibéis (dB);
. I é a intensidade sonora (W/m2);
. I0 é a intensidade do som mais baixo que um ser humano é capaz de ouvir, que é cerca de W/m2.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), diferentes níveis de intensidade sonora provocam
variadas reações ao corpo quando exposto prolongadamente a um nível de som.

Efeitos do nível de intensidade sonora


Nível de intensidade
Reação do corpo Efeitos negativos
sonora (dB)
Até 50 Nível confortável Nenhum
Diminuição do poder de
Entre 50 e 65 Estado de alerta. Inibe o relaxamento.
concentração e rendimento.
Aumento no nível de cortisona,
O organismo arma defesas para diminuição da resistência
Entre 65 e 70
adequar o corpo ao ambiente. imunológica, liberação de endorfinas,
aumento de colesterol.
O organismo fica sujeito a grande
Riscos de enfarte, infecções e lesões
Acima de 70 estresse, existe a possibilidade de
no sistema auditivo
surgirem desequilíbrios emocionais

Fonte: ORGANIZAÇÃO Mundial da Saúde. Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/


fisica/velocidade-intensidade-som.htm. Acesso em: 2 nov. 2020.

128
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

a) Calcule a menor e a maior intensidade sonora que provoca estado de alerta no corpo humano.

b) Qual é o efeito sobre a intensidade sonora de um aumento de 10 dB no nível de intensidade sonora?

c) Explique como você organizaria o nível de intensidade sonora e seus efeitos sobre o corpo das seguintes situações: trân-
sito em avenida movimentada; cochicho; britadeira; biblioteca; música baixa; avião decolando; escritório; conversa alta;
motor de caminhão em funcionamento; buzina; show de rock.

Intensidade sonora (dB) Fonte sonora

MîDULO 14 - EQUAÇÃO E FUNÇÃO LOGARÍTMICA


MATEMÁTICA A

129
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

3 Em um mesmo plano, esboce os gráficos das funções f(x) 5 log2 x e g (x ) 5 log 1 x, considerando que os domínios das duas
funções é *+. 2

4,5

3,5
3
2,5
2

1,5
1

0,5

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 x
20,5

21
21,5

22
22,5
23
23,5

24
24,5

4 Manuela precisa modelar um certo fenômeno físico por meio de uma expressão matemática. Após a análise inicial das duas
grandezas x e y envolvidas, ela observou que:
. para x 5 2, obtém-se o valor de y 5 3;
. à medida que os valores de x aumentam, os valores de y também aumentam, porém cada vez mais lentamente.
Para criar o modelo que representa a lei da função y 5 f(x), ela dispõe das três opções a seguir.
I. f(x) 5 5 2 0,5 ? 2x II. f(x) 5 0,5x 1 2 III. f(x) 5 log2 (3x 1 2)

a) Construa o gráfico das funções descritas em I, II e III.

y y y
4,5 4,5 4,5
4 4 4
3,5 3,5 3,5
3 3 3
2,5 2,5 2,5
2 2 2
1,5 1,5 1,5
1 1 1
0,5 0,5 0,5

20,5 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 x 20,5 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 x 20,5 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 x
20,5 20,5 20,5
21 21 21
21,5 21,5 21,5

130
b) De acordo com as observações de Manuela, qual opção é a mais adequada para modelar o fenômeno? Explique por que
você escolheu essa opção.

c) Para qual valor de x temos y 5 5?

Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Exponenciais e logaritmos – Capítulo 3

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia o item 1 da seção Neste • Faça as questões 9 a 12. • Faça as questões 17 e 18.
1 módulo. • Leia os itens 1 e 2.
• Faça as questões 1 a 4.

• Leia o item 2 da seção Neste • Faça as questões 13 a 16. • Faça as questões 19 e 20.
2 módulo. • Leia o item 3.
• Faça as questões 5 a 8.

EX TRAS!

MÓDULO 14 - EQUAÇÃO E FUNÇÃO LOGARÍTMICA


Indique como resposta a soma das alternativas corretas
1 (UEPG-PR) Quanto aos valores reais de x para os quais é verdadeira a igualdade log9 (2 x 2 5) 1 log3 ( )
3 x 5 1, assinale o que
for correto.
(01) Existe uma única solução, que é um número primo.
(02) Existem duas soluções cuja soma é positiva.
MATEMÁTICA A

(04) Existem duas soluções cujo produto é negativo.


(08) Existe uma única solução fracionária.
(16) Existe uma única solução, que é menor do que log5 625.

131
EXTRAS!

2 Com o avanço em ciência da computação, estamos próximos do momento em que o número de transistores no
processador de um computador pessoal será da mesma ordem de grandeza que o número de neurônios em um cérebro
humano, que é da ordem de 100 bilhões.
Uma das grandezas determinantes para o desempenho de um processador é a densidade de transistores, que é o número
de transistores por centímetro quadrado. Em 1986, uma empresa fabricava um processador contendo 100 000 transistores
distribuídos em 0,25 cm2 de área. Desde então, o número de transistores por centímetro quadrado que se pode colocar em
um processador dobra a cada dois anos (Lei de Moore).
Disponível em: www.pocket-lint.com. Acesso em: 1 dez. 2017 (adaptado).

Considere 0,30 como aproximação para log10 2.

Em que ano a empresa atingiu ou atingirá a densidade de 100 bilhões de transistores?


a) 1999 d) 2026
b) 2002 e) 2146
c) 2022

3 (FGV-RJ) Um aluno precisava estimar a área S da região sob o gráfico da função S (logaritmo decimal de x) entre as abs-
cissas x 5 3 e x 5 6 que se vê na figura a seguir.
Reprodução/FGV-RJ, 2017.

Para obter um valor aproximado de S, o aluno pensou na estratégia que as figuras abaixo mostram. Ele calculou a área S1
dos três retângulos da figura da esquerda, e calculou a área S2 dos três retângulos da figura da direita.

Reprodução/FGV-RJ, 2017.

Ele imaginou que uma boa aproximação para a área que deseja obter é

S1 1 S2
S5 .
2

Dados log 2 5 0,301 e log 3 5 0,477, obtenha um valor para S, usando a estratégia descrita acima.

4 Como você viu, a intensidade sonora pode ser representada por uma função logarítmica. Pesquise outros fenômenos que
também podem ser representados por essa função e, com esse contexto, elabore um exercício. Para enriquecer seu exercício,
tente trabalhar com gráficos e tabelas.

132
15 M AT EM ÁT IC A A

M Ó D U L O

Modelagem exponencial
de problemas
COMPETÊNCIAS
Objetivos de aprendizagem ESPECÍFICAS
E HABILIDADES
. Objetivo 1: resolver problemas que recaem em funções exponenciais, dada a lei da função. DA BNCC
. Objetivo 2: resolver problemas que recaem em funções exponenciais, sem o conhecimento da lei da COMPETÊNCIA 1
função. EM13MAT101
EM13MAT102

Neste módulo COMPETÊNCIA 3


EM13MAT303

O modelo exponencial em problemas COMPETÊNCIA 4


EM13MAT403
Modelos exponencias têm grande aplicação em situações em que alguma grandeza varia a uma taxa
percentual constante a cada período.

Exemplo: Considere que, durante a fase inicial de uma pandemia, o número total de infectados
cresça a uma taxa de 5% ao dia. Isso significa que, a cada dia, o número de infectados é multiplicado
por 1,05 (100% 1 5% 5 105% 5 1,05), de modo que, após n dias, o número inicial de infectados é multi-
plicado por 1,05n.
Assim, se o número de infectados no início das observações for igual a 100, a quantidade I(n) de in-
fectados após n dias será

I(n) 5 100 ? 1,05n

A partir desse modelo exponencial, é possível responder a perguntas como:


. Qual será o número total de infectados após 3 meses?
. Quanto tempo levará para dobrar o número de infectados?
No caso da primeira pergunta, considerando que cada mês tem 30 dias, temos n 5 3 ? 30 5 90 dias.
Assim, precisamos determinar o valor de I(90):

I(90) 5 100 ? 1,0590 ã 8 073

Para responder à segunda pergunta, precisamos determinar o valor de n tal que I(n) 5 20:

MÓDULO 15 - MODELAGEM EXPONENCIAL DE PROBLEMAS


200 5 100 ? 1,05n ~ 1,05n 5 2

_ n 5 log1,05 2 ã 14,2

Dessa forma, podemos concluir que o número de infectados dobrará em algum momento do 15º dia
após as observações. Veja que n 5 14 indica 14 dias completos, de modo que um valor de n entre 14 e 15
indica que o 15º dia de observações já se iniciou.
MATEMÁTICA A

133
DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

1 Considere a função f:  ñ  dada por f(x) 5 10 ? 2x. Dado que log 2 5 0,3, responda aos itens a seguir.
a) Obtenha x tal que f(x) 5 100.

b) Se g(x) 5 log [f(x)], obtenha a lei de g(x) e identifique se g pode ser associada a uma função afim, quadrática, exponen-
cial ou logarítmica, justificando sua resposta.

c) Complete o quadro a seguir e esboce, nos planos cartesianos apresentados abaixo, os gráficos das funções f e g.

x 0 1 2 3 4

f(x)

g(x)

y y

x x

134
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

2 Leia a reportagem a seguir. b) Em diversos aparelhos, cada clique de aumento de volu-


Fones de ouvido podem causar danos à me implica um acréscimo de 3 dB no nível de intensidade
audição; saiba como evitar sonora. Sabendo disso, quanto diminui o tempo máximo
de exposição ao som quando uma pessoa clica no botão
Os fones de ouvido se popularizaram pela praticidade
de aumento de volume uma única vez nesse aparelho?
e por fornecer privacidade para quem os usa. O período de
quarentena, em que mais pessoas passaram a trabalhar de
casa ou ficar mais tempo em casa pode se tornar um mo-
mento propício para aumentar o uso desses objetos, seja
devido a uma videochamada do trabalho ou para ouvir
uma música para matar o tédio ou se distrair.
Apesar das vantagens os fones de ouvido também
podem fazer mal para a audição, e, portanto, demandam
alguns cuidados dos usuários. É importante se atentar à in-
tensidade sonora, à limpeza do equipamento e a possíveis
desconfortos que o uso dele causa na orelha. Thiago Zago,
médico especialista em otorrinolaringologia, destaca que
o uso abusivo dos fones de ouvido já é a segunda maior
causa de perda de audição na população, perdendo ape-
nas para o envelhecimento. Quando se considera apenas
o público jovem, é a primeira causa.
“Quanto maior a intensidade sonora, menor o tempo
de uso”, aconselha Zago. É importante também considerar c) Para minimizar perdas auditivas, os especialistas indi-
que o tempo de uso é acumulativo, por exemplo, se uma cam a “regra 60 por 60”: por dia, não ouvir música, ou
pessoa trabalha em um ambiente ruidoso e ao chegar em outros sons, com fones de ouvido, por mais de 60 mi-
casa também se expõe a muito barulho, há uma soma das nutos em volume superior a 60% da capacidade de som
duas exposições e o dano aumenta. do aparelho. Converse com os colegas e verifique se
Disponível em: https://emais.estadao.com.br/noticias/ eles seguem essa indicação, perguntando a frequência
bem-estar,fones-de-ouvido-podem-causar-danos-a-audicao- diária e a intensidade com que eles ouvem músicas e
saiba-como-evitar,70003349454. Acesso em: 10 nov. 2020.
outros áudios em seus aparelhos.
Um modelo matemático que relaciona o tempo máximo
de exposição ao som t (em minutos) com a intensidade 3 Observe a reportagem a seguir:
sonora máxima N (em db) é dado por
Brasil atinge 211,8 milhões de habitantes, diz IBGE
N 2 85
t 5 480 ? (0 ,5) 3 A população brasileira foi estimada em 211 755 692
a) Atualmente, é possível definir o limite do nível de intensi- habitantes em 5 570 municípios, segundo o Instituto Bra-
dade sonora dos celulares smartphones, para que não haja sileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A estimativa com o
danos à audição. Se uma pessoa pretende ouvir música total de habitantes dos estados e dos municípios se refere
continuamente por 80 minutos, com fones de ouvido, e a 1o de julho de 2020 e foi publicada no “Diário Oficial da
não quer causar danos à sua audição, qual é o nível má- União” desta quinta-feira (27).
ximo de intensidade sonora (em dB) em que ela deverá
O número representa um aumento de 0,77% na com-
definir no seu aparelho? (Use log 2 5 0,30 e log 3 5 0,5).
paração com a população estimada do ano passado. Em

MîDULO 15 - MODELAGEM EXPONENCIAL DE PROBLEMAS


2019, o IBGE estimou um total de 210,1 milhões de pessoas.
Disponível em: https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/08/27/brasil-
atinge-2117-milhoes-de-habitantes-diz-ibge.ghtml. Acesso em: 10 nov. 2020.

Para realizar projeções populacionais em estudos demo-


gráficos, é conveniente considerar que a taxa de cresci-
mento populacional seja constante durante um intervalo
de tempo. Considerando que, até o final de 2020, a po-
pulação brasileira atinja, aproximadamente, 212 milhões
MATEMçTICA A

de habitantes e que a taxa anual de crescimento seja a


mencionada na reportagem pelos anos seguintes, leia e
responda aos itens a seguir.

135
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

a) Escreva uma expressão algébrica que relacione a po- b) Considere que o gerente de um banco ofereça a seus
pulação brasileira, em milhões de habitantes, a partir clientes uma opção de investimento com base em um
de 2020, com o respectivo tempo. valor inicial investido a certa taxa mensal de juros. O
gráfico a seguir mostra, para essa opção de investimen-
to, o capital obtido (em reais) em função do tempo t:
log (c)
4,32
4,30
4,28
4,26
4,24
4,22
b) Estime em qual ano a população brasileira atingirá 4,20
250 milhões de habitantes. Se necessário, utilize as apro- 4,18
4,16
ximações ln (1,0077) 5 0,008, ln (2) 5 0,69, ln (5) 5 1,61
4,14
e ln (53) 5 3,97.
4,12
4,10
4,08
4,06
4,04
4,02
4,00
3,98

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 t (meses)

Com base nessas informações e considerando


log (2) 5 0,3 e log (1,05) 5 0,02, determine:
. log (C0);

. valor inicialmente investido;

4 Um valor C0, em reais, é aplicado em uma conta de inves-


. o tempo mínimo necessário para duplicar o valor in-
timento, a uma taxa mensal fixa de juros i. vestido;
a) Sendo t o tempo transcorrido, em meses, desde o início
do investimento, determine uma expressão que permi-
ta calcular o capital C em função de C0, da taxa i e do
tempo t.

. a taxa mensal de juros.

136
Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Exponenciais e logaritmos – Capítulo 4

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia a seção Neste módulo. • Faça as questões 9 a 12. • Faça a questão 17.
1 • Faça as questões 1 a 5.

• Faça as questões 6 a 8. • Faça as questões 13 a 16. • Faça as questões 18 a 20.


2
• Leia os itens 1 e 2.

EX TRAS!

1 Um contrato de empréstimo prevê que quando Considerando que a perspectiva de crescimento continue
uma parcela é paga de forma antecipada, conceder-se-á dobrando a cada três anos, calcule o ano em que o Brasil
uma redução de juros de acordo com o período de ante- atingirá 64% da utilização do seu potencial eólico. Em
cipação. Nesse caso, paga-se o valor presente, que é o seguida, calcule o ano aproximado em que o Brasil atin-
valor, naquele momento, de uma quantia que deveria ser girá 100% da utilização do seu potencial eólico, empre-
paga em uma data futura. Um valor presente P submetido gando um modelo exponencial de base 2 e adotando
a juros compostos com taxa i, por um período de tempo log 2 ã 0,3 no cálculo final.
n, produz um valor futuro V determinado pela fórmula
V 5 P(1 1 i)n
3 (Unifesp) Em um jogo disputado em várias rodadas con-
secutivas, um jogador ganhou metade do dinheiro que
Em um contrato de empréstimo com sessenta parcelas tinha a cada rodada ímpar e perdeu metade do dinheiro
fixas mensais, de R$ 820,00, a uma taxa de juros de 1,32% que tinha a cada rodada par.
ao mês, junto com a trigésima parcela será paga anteci- a) Sabendo que o jogador saiu do jogo ao término da
padamente uma outra parcela, desde que o desconto seja 4ª rodada com R$ 202,50, calcule com quanto dinhei-
superior a 25% do valor da parcela. ro ele entrou na 1ª rodada do jogo.
 4
Utilize 0,2877 como aproximação para ln   e 0,0131 b) Suponha que o jogador tenha entrado na 1ª rodada
 3
como aproximação para ln (1,0132). do jogo com R$ 1.000,00, terminando, portanto, essa
A primeira das parcelas que poderá ser antecipada junto rodada com R$ 1.500,00, e que tenha saído do jogo
com a 30ª é a ao término da 20ª rodada. Utilizando log 2 ã 0,301,
log 3 ã 0,477 e os dados da tabela, calcule com quan-
a) 56ª. d) 51ª.
to dinheiro, aproximadamente, ele saiu do jogo.
b) 55ª. e) 45ª.
c) 52ª. Valor aproximado
x
de 10x
2 (Unesp-SP) Leia a matéria publicada em junho de 2016.

MÓDULO 15 - MODELAGEM EXPONENCIAL DE PROBLEMAS


1,5 32
Energia eólica deverá alcançar 10 GW
1,55 35
nos próximos dias
1,6 40
O dia mundial do vento, 15 de junho, terá um mar-
1,65 45
co simbólico este ano. Antes do final do mês, a fonte de
energia que começou a se tornar realidade no país há seis 1,7 50
anos alcançará 10 GW, sendo que o potencial brasileiro 1,75 56
é de 500 GW. A perspectiva é a de que, em metade deste
1,8 63
MATEMÁTICA A

tempo, o Brasil duplique os 10 GW.


1,85 71
(www.portalabeeolica.org.br. Adaptado.)

137
16 M AT EM ÁT IC A A

M Ó D U L O

Sequências: Progressão
aritmética
COMPETÊNCIAS
ESPECÍFICAS
Objetivos de aprendizagem E HABILIDADES
DA BNCC
. Objetivo 1: reconhecer padrões em sequências numéricas.
COMPETÊNCIA 2
. Objetivo 2: reconhecer uma progressão aritmética e trabalhar com suas representações especiais. EM13MAT203
. Objetivo 3: resolver situações-problema que envolvam progressões aritméticas e suas propriedades. COMPETÊNCIA 5
EM13MAT507
. Objetivo 4: explorar a soma dos termos de uma progressão aritmética.

Neste módulo

1 Sequência
Definimos sequência numérica qualquer ordenação de números de acordo com algum critério e de-
notamos por (a1, a2, a3, ...). Por exemplo, a sequência dos números naturais pares pode ser dada por (0, 2,
4, 6, ...); já a sequência dos números ímpares de 1 a 5 é dada por (1, 3, 5).
Uma sequência pode ser finita ou infinita. Ela é finita quando podemos definir o primeiro e o último
termo, e infinita quando isso não é possível. Nos exemplos anteriores, a primeira sequência apresentada é
infinita, enquanto a segunda é finita.

2 Progressão aritmética
Classificamos uma sequência (a1, a2, ..., an, ...) como uma progressão aritmética (PA) de razão r se, e
somente se, a seguinte relação é válida para todo número natural n, com n . 2.

an 5 an 2 1 1 r

Nessa igualdade, an é chamado de termo geral da PA de razão r e vale:

an 5 a1 1 (n 2 1) ? r

Com relação à quantidade de termos, podemos representar uma PA da seguinte maneira:


. PA de três termos: (x 2 r, x, x 1 r) e razão r.
. PA de cinco termos: (x 2 2r, x 2 r, x, x 1 r, x 1 2r) e razão r.
. PA de quatro termos: (x 2 3r, x 2 r, x, x 1 r, x 1 3r) e razão 2r.

2.1 Propriedade
Três números, a, b e c, são, nesta ordem, termos consecutivos de uma progressão aritmética, se, e
somente se,

a1c
b5
2

138
3 Soma dos n primeiros termos de uma progressão
aritmética
A soma dos n primeiros termos (Sn) de uma PA (a1, a2, ..., an) é dada por:

Sn 5
(a 1 a ) ? n
1 n

DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

1 Analisar a evolução de populações é fundamental para estabelecer políticas públicas como fornecimento de água, eletrici-
dade, saúde, moradia, educação, etc. O interesse nessas análises sempre existiu, e um exemplo é o modelo proposto no livro
Liber Abaci (Livro dos Ábacos) pelo matemático Leonardo de Pisa, conhecido como Fibonacci, que viveu nos séculos XII-XIII.
Nesse modelo, ele descreve como se dá o crescimento de uma população de coelhos. Com base em suas observações, ele
propôs um cenário com as seguintes condições hipotéticas e ideais para que o crescimento ocorresse:
. No primeiro mês, temos um casal de coelhos recém-nascidos.
. Após um mês, eles se tornam adultos e começam a se acasalar.
. O período de gestação é de um mês.
. A partir do momento em que é adulta, a fêmea é fecundada a cada mês e gera um casal de filhotes.

1o mês

2o mês

3o mês

4o mês

MîDULO 16 - SEQUÊNCIAS: PROGRESSÃO ARITMÉTICA

5o mês
MATEMÁTICA A

Nessa representação do modelo de crescimento de coelhos, as setas azuis indicam a repetição do mesmo coelho, enquanto as
setas vermelhas indicam novos filhotes.

139
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

A sequência numérica que representa o total de casais a cada mês é conhecida como sequência de Fibonacci.
a) Preencha o quadro a seguir indicando a quantidade de casais, considerando o início do mês.

Número de casais
Número de casais adultos Total de casais
recém-nascidos
1º mês

2º mês

3º mês

4º mês

5º mês

6º mês

7º mês

b) Escreva os 7 primeiros termos da sequência de Fibonacci (a1, a2, a3, …, a7), representando por ai o total de casais de coelhos
no início do i-ésimo mês.

c) Determine o valor de a1 + a2, a2 + a3, a3 + a4 e a4 + a5.

d) Observe a sequência e as somas obtidas nos itens anteriores e responda: você reconhece algum padrão nos resultados
obtidos? Como você poderia descrevê-lo?

e) Escreva uma lei que represente a sequência de Fibonacci. Note que a lei pode ser formada por mais de uma sentença.

f) Seguindo o padrão, qual seria a população de coelhos ao final de um ano (início do décimo terceiro mês)?

2 Observe a sequência de figuras a seguir.

Figura 1 Figura 2 Figura 3

a) Considere que o padrão se mantenha nas próximas figuras e determine o número de quadrados azuis da Figura 5.

140
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

b) Determine uma lei para obter a quantidade de quadrados da enésima Figura.

3 O slogan “Se beber não dirija”, muito utilizado em campanhas publicitárias no Brasil, chama a atenção para o grave
problema da ingestão de bebida alcoólica por motoristas e suas consequências para o trânsito. A gravidade desse problema
pode ser percebida observando como o assunto é tratado pelo Código de Trânsito Brasileiro. Em 2013, a quantidade máxima
de álcool permitida no sangue do condutor de um veículo, que já era pequena, foi reduzida, e o valor da multa para moto-
ristas alcoolizados foi aumentado. Em consequência dessas mudanças, observou-se queda no número de acidentes regis-
trados em uma suposta rodovia nos anos que se seguiram às mudanças implantadas em 2013, conforme dados no quadro.

Ano 2013 2014 2015

Número total de acidentes 1 050 900 850

Suponha que a tendência de redução no número de acidentes nessa rodovia para os anos subsequentes seja igual à redução
absoluta observada de 2014 para 2015.

Com base na situação apresentada, o número de acidentes esperados nessa rodovia em 2018 foi de
a) 150.
b) 450.
c) 550.
d) 700.
e) 800.

4 Obtenha o décimo quarto termo de uma PA cujo quinto termo vale 8 e o oitavo termo vale –4.

5 Escreva todas as progressões aritméticas de três termos cuja soma dos termos vale 27 e cujo produto vale 693.

6 Uma curiosidade sobre calendários é o fato de que, em qualquer ano, exceto os bissextos, os dias 1o de janeiro e 31 de de-

MîDULO 16 - SEQUÊNCIAS: PROGRESSÃO ARITMÉTICA


zembro ocorrem no mesmo dia da semana.
Por exemplo, se em certo ano não bissexto o dia 1o de janeiro ocorrer na terça-feira, então o dia 31 de dezembro também
ocorrerá em uma terça-feira.
Explique esse fato utilizando progressões aritméticas.
MATEMÁTICA A

141
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

7 Quantos números múltiplos de 6 estão entre 100 e 1 000? Usando esse procedimento, dê como resposta o valor
total pago na compra do computador.

8 Considere a PA (1, 3, 5, ...) e faça o que se pede.


a) Calcule a soma dos 20 primeiros termos dessa PA.

b) Escreva a uma expressão para a soma dos n primeiros


termos dessa PA.

9 Na compra de um computador para suportar a central de


dados de sua empresa, Ana fez um financiamento em que
pagava um certo valor de entrada e mais 24 parcelas,
como descrito a seguir.
. Entrada: R$ 2.000,00
. Primeira parcela: R$ 400,00
. Demais parcelas: Valor da parcela anterior acrescida
de R$ 5,00
Responda aos itens a seguir.
a) Calcule o valor da última parcela.

b) Para obter o valor total pago, é necessário adicionar


todas as parcelas, incluindo o valor da entrada. Uma
maneira de facilitar esse processo é utilizando um apli-
cativo, como o de planilhas eletrônicas.
Para isso, utilize o Planilhas Google, acessando https://
docs.google.com/spreadsheets/ (acesso em: 11 fev. 2021)
e selecione “Em branco”. Em seguida, componha uma
tabela da maneira que achar adequado, com os dados
fornecidos no enunciado. Note que a última ferramenta
disponível no menu, acima das células, é a que calcula
a soma das células selecionadas.

142
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

c) Obtenha o valor total utilizando a expressão da soma de uma PA. Com base no item anterior e no cálculo feito aqui, o que
você pode concluir?

10 Sabendo que a soma dos n primeiros termos de uma PA é dada por Sn 5 2n2 1 4n, obtenha o primeiro termo e a razão dessa
progressão.

Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Sequências – Capítulo 1

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia o item 1 da seção Neste • Faça as questões 17 a 20. • Faça as questões 33 e 34.
1 módulo.

MÓDULO 16 - SEQUÊNCIAS: PROGRESSÃO ARITMÉTICA


• Leia o item 1.
• Faça as questões 1 a 4.

• Leia o item 2 da seção Neste • Faça as questões 21 a 24. • Faça as questões 35 e 36.
2 módulo. • Leia os itens 2.1 e 2.2.
• Faça as questões 5 a 8.

• Faça as questões 9 a 12. • Leia o item 2.3. • Faça as questões 37 e 38.


3
• Faça as questões 25 a 28.
MATEMÁTICA A

• Leia o item 3 da seção Neste • Leia o item 2.4. • Faça as questões 39 e 40.
4 módulo. • Faça as questões 29 a 32.
• Faça as questões 13 a 16.

143
EX TRAS!

1 Em um trabalho escolar, João foi convidado a calcular as áreas de vários quadrados diferentes, dispostos em se-
quência, da esquerda para a direita, como mostra a figura.

Reprodução/Enem, 2016.
O primeiro quadrado da sequência tem lado medindo 1 cm, o segundo quadrado tem lado medindo 2 cm, o terceiro, 3 cm e
assim por diante. O objetivo do trabalho é identificar em quanto a área de cada quadrado da sequência excede a área do
quadrado anterior. A área do quadrado que ocupa a posição n, na sequência, foi representada por An.

Para n . 2, o valor da diferença An 2 An 2 1, em centímetro quadrado, é igual a


a) 2n 2 1
b) 2n 1 1
c) 22n 11
d) (n 2 1)2
e) n2 2 1

2 O triângulo de Sierpinski, uma das figuras estudadas na teoria dos fractais, é obtido do seguinte modo:
. A partir de um triângulo equilátero (figura 1), construa três novos triângulos equiláteros congruentes cujas medidas dos
lados sejam metade da medida do lado do triângulo anterior e posicione esses triângulos de maneira que cada triângu-
lo tenha um vértice comum com um dos vértices de cada um dos outros dois triângulos, conforme ilustra a figura 2.
. Repita esse processo para obter a figura 3 a partir da figura 2.
Caso esse procedimento seja repetido “infinitamente”, obtemos o triângulo de Sierpinski.

Figura 1 Figura 2 Figura 3

Represente a próxima figura na formação do triângulo de Sierpinski e calcule a área da parte escura supondo que o lado do
triângulo original mede 1 unidade.

3 Em uma determinada estrada existem dois telefones instalados no acostamento: um no quilômetro 30 e outro no
quilômetro 480. Entre eles serão colocados mais 8 telefones, mantendo-se entre dois telefones consecutivos sempre a mes-
ma distância.
Qual é a sequência numérica que corresponde à quilometragem em que os novos telefones serão instalados?
a) 30, 90, 150, 210, 270, 330, 390, 450
b) 75, 120, 165, 210, 255, 300, 345, 390
c) 78, 126, 174, 222, 270, 318, 366, 414
d) 80, 130, 180, 230, 330, 380,430
e) 81, 132, 183, 234, 285, 336, 387, 438

144
EXTRAS!

4 Quantos são os múltiplos de 2 ou de 3 compreendidos entre 100 e 1 000?


5 O trabalho em empresas exige dos profissionais conhecimentos de diferentes áreas. Na semana passada, todos os
funcionários de uma empresa estavam envolvidos na tarefa de determinar a quantidade de estrelas que seriam utilizadas na
confecção de um painel de Natal.
Um dos funcionários apresentou um esboço das primeiras cinco linhas do painel, que terá, no total, 150 linhas.

Reprodução/
Enem, 2010.
Após avaliar o esboço, cada um dos funcionários esboçou sua resposta:
. FUNCIONÁRIO I: aproximadamente 200 estrelas.
. FUNCIONÁRIO II: aproximadamente 6 000 estrelas.
. FUNCIONÁRIO III: aproximadamente 12 000 estrelas.
. FUNCIONÁRIO IV: aproximadamente 22 500 estrelas.
. FUNCIONÁRIO V: aproximadamente 22 800 estrelas.
Qual funcionário apresentou um resultado mais próximo da quantidade de estrelas necessária?
a) I
b) II
c) III
d) IV
e) V

6 (FGV–SP)
a) Gnomos são representações geométricas de números como pontos nos lados de um ângulo reto. Acrescentando gnomos,
os babilônios descobriam muitas conexões entre os números.
Qual é a soma dos 100 primeiros termos da sequência de gnomos da figura abaixo?

Reprodução/FGV-SP, 2016.

b) Qual é a diferença de gnomos entre o centésimo primeiro e o centésimo termos da sequência da figura abaixo?
Reprodução/FGV-SP, 2016.

MîDULO 16 - SEQUÊNCIAS: PROGRESSÃO ARITMÉTICA


MATEMÁTICA A

145
17 M AT EM ÁT IC A A

M Ó D U L O

Sequências: Progressão
geométrica
COMPETÊNCIAS
ESPECÍFICAS
Objetivos de aprendizagem E HABILIDADES
DA BNCC
. Objetivo 1: reconhecer uma progressão geométrica e trabalhar com suas representações especiais.
COMPETÊNCIA 2
. Objetivo 2: explorar a soma dos n primeiros termos de uma progressão geométrica. EM13MAT203
. Objetivo 3: trabalhar com a soma dos termos de uma progressão geométrica infinita. COMPETÊNCIA 3
EM13MAT303
. Objetivo 4: resolver situações-problema que envolvam progressões aritméticas e progressões geo-
COMPETÊNCIA 5
métricas. EM13MAT508

Neste módulo

1 Progressão geométrica
Na sequência (a1, a2, ..., an, ...), os termos an formam uma progressão geométrica (PG) de razão q se, e
somente se, a seguinte relação for válida para todo natural n, n . 2. Assim:

an 5 an 2 1 ? q

Nessa relação, an é chamado de termo geral da PG de razão q e vale:

an 5 a1 ? qn 2 1

Propriedade: Três números não nulos a, b e c são, nesta ordem, termos consecutivos de uma progres-
são geométrica se, e somente se,

b2 5 a ? c

Algumas representações:
x 
. PG de três termos:  , x , x ⋅ q e razão q (q = 0)
q 

 x x 
. PG de cinco termos:  2 , , x , x ⋅ q , x ⋅ q2  e razão q (q = 0)
 q q 

 x x 
. PG de quatro termos:  , , x ⋅ q , x ⋅ q3  e razão q2 (q = 0)
q 3 q 

146
2 Soma dos n primeiros termos de uma PG
A soma dos n primeiros termos de uma PG (a1, a2, ..., an, ...) de razão q é dada por:


S = 1 ( )
a ⋅ qn − 1
, se q ≠ 1
 n q−1

Sn = n ⋅ a1 , se q = 1

3 Soma dos termos de uma PG infinita


A soma dos termos de uma PG infinita (a1, a2, ..., an, ...) de razão q, tal que –1 < q < 1, é

a1
S=
1− q

DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

1 Um dos temas importantes da atualidade é a sustentabi- c) Explique por que essa sequência é uma PG.
lidade. Com o aumento da população mundial e, conse-
quentemente, da produção de lixo, cada vez mais as pes-
soas se conscientizam do significado da expressão: “Na
Terra não existe jogar fora”.
Uma organização não governamental (ONG) desenvolveu
uma iniciativa de coleta e reciclagem de plásticos que vem
2 Calcule o valor do décimo terceiro termo de uma PG, cujos
elementos são números reais positivos, sabendo que o
sendo um sucesso.
quinto termo vale 400 e o nono termo vale 80.
Embora no primeiro mês tenham sido reciclados apenas
2 kg de material, a expectativa dos organizadores da ONG
é de que, no primeiro ano, a quantidade mensal de plás-
tico reciclado triplique em relação ao mês anterior.

Suponha que essa expectativa se concretize e considere


a sequência (a1, a2, …), que representa as quantidades men-
sais de plástico reciclado, em quilograma, em que a1 é a
quantidade do primeiro mês, e faça o que se pede.
a) Calcule a quantidade, em kg, de material reciclado pela
ONG no quarto mês.

MîDULO 17 - SEQUÊNCIAS: PROGRESSÃO GEOMÉTRICA

b) Escreva uma lei para a sequência (a1, a2, …).


MATEMÁTICA A

147
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

3 (Udesc) O objetivo de um concurso era criar o ser vivo matemático mais curioso. O vencedor, batizado por seus criadores
de Punctorum Grande, possuía as seguintes características: no seu nascimento ele era composto apenas por um ponto, e
após 40 minutos duas hastes saíam deste ponto com um novo ponto. Após mais 40 minutos, outras duas hastes, com um
novo ponto em cada, saíam de cada um dos pontos existentes e assim sucessivamente a cada 40 minutos.
O número de pontos que esse ser vivo tinha após cinco horas e vinte minutos do seu nascimento, era:
a) 6 561. b) 255. c) 2 187. d) 4 347. e) 64.

4 Obtenha todas as PGs com três termos reais cuja soma vale 21 e o produto vale 216.

5 Volte à questão 1 e calcule o total de material reciclado, em kg, ao longo do primeiro ano de funcionamento da ONG. Use
uma calculadora para auxiliar nos cálculos.

6 Calcule a soma dos termos da PG infinita (8, 6, …).

7 De um quadrado de 2 cm de lado é construído um segundo quadrado, unindo-se os pontos médios dos lados do primeiro
quadrado. Desse segundo quadrado, obtém-se um terceiro, unindo-se os pontos médios dos seus lados. Considere que essa
operação é repetida indefinidamente, de modo que o enésimo quadrado é obtido unindo-se os pontos médios do quadrado
anterior.
Nessas condições:
a) represente os três primeiros quadrados obtidos e calcule suas áreas e seus perímetros;

148
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

b) calcule a soma das áreas dos infinitos quadrados; 9 Considere as funções definidas por f(x) 5 2x 1 3 e
g(x) 5 3 ? 2x e faça o que se pede.
a) Escreva as sequências (f(1), f(2); f(3); …) e
(g(1), g(2); g(3); …).

c) calcule a soma dos perímetros dos infinitos quadrados. b) Estabeleça uma relação entre f, g, progressões aritmé-
ticas e progressões geométricas.

10 Seja (a1, a2, ...) uma PG cujo quinto termo vale 1 e cuja razão
vale 2.
a) O que podemos afirmar sobre a sequência
8 Sabendo que (a, b 2 1, 7a) é uma PA e que (a 2 1, 2a, b) é (log2 a1, log2 a2, ...)?
uma PG, calcule os valores de a e de b.

b) Calcule a soma dos 50 primeiros termos da sequência


(log2 a1, log2 a2, ...).

Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Sequências – Capítulo 2

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia o item 1 da seção Neste • Faça as questões 17 a 20. • Faça as questões 33 e 34.
1 módulo. • Leia os itens 1 a 2.3.

MÓDULO 17 - SEQUÊNCIAS: PROGRESSÃO GEOMÉTRICA


• Faça as questões 1 a 4.

• Leia o item 2 da seção Neste • Faça as questões 21 a 24. • Faça as questões 35 e 36.
2 módulo. • Leia o item 2.5.
• Faça as questões 5 a 8.

• Leia o item 3 da seção Neste • Faça as questões 25 a 28. • Faça as questões 37 e 38.
3 módulo. • Leia o item 2.6.
• Faça as questões 9 a 12.
MATEMÁTICA A

• Faça as questões 13 a 16. • Faça as questões 29 a 32. • Faça as questões 39 e 40.


4
• Leia o item 2.7.

149
EX TRAS!

1 O Partenon foi um templo da deusa grega Atena, construído no

Preto Perola/Shutterstock
século V a.C. na acrópole de Atenas, na Grécia Antiga, e foi
ornado com o melhor da arquitetura grega. É um dos mais
belos edifícios já construídos até hoje. Sua beleza e elegância
influenciaram gerações a aproximar a engenharia da arte. Sua
fachada foi projetada de modo que a razão entre a altura e a
largura correspondesse à chamada “divina proporção”, isto é,
5+1
fosse igual a , também conhecido como número de ouro.
2
Inspirado nessa construção e na proporção de suas dimensões,
um arquiteto decidiu criar um galpão com o formato de um
paralelepípedo, em que a altura, a largura e o comprimento
formassem, nessa ordem, uma PG.
a) Determine a razão dessa PG.
b) Determine quanto medem, aproximadamente, a altura e o Templo do Partenon na acrópole em Atenas, Grécia.
comprimento desse galpão, sabendo que sua largura mede
10 metros.

2 Uma empresa teve, no mês de janeiro, um lucro de R$ 15.000,00 na venda de determinado produto. Além disso, ela projetou,
para esse ano, ampliar esse lucro em 10% a cada mês em relação ao mês anterior.
A sequência formada pelos lucros mensais citados, de acordo com os meses do ano, é uma
a) PA de razão 1,1.
b) PA de razão 0,1.
c) PG de razão 0,1.
d) PG de razão 1,1.
e) PG de razão 1,5.

3 Torneios de tênis, em geral, são disputados em sistema de eliminatória simples. Nesse sistema, são disputadas par-
tidas entre dois competidores, com a eliminação do perdedor e promoção do vencedor para a fase seguinte. Dessa forma,
se na 1a fase o torneio conta com 2n competidores, então na 2ª fase restarão n competidores, e assim sucessivamente até a
partida final.
Em um torneio de tênis, disputado nesse sistema, participam 128 tenistas.

Para se definir o campeão desse torneio, o número de partidas necessárias é dado por
a) 2 ? 128
b) 64 1 32 1 16 1 8 1 4 1 2
c) 128 1 64 1 32 1 16 1 8 1 4 1 2 1 1
d) 128 1 64 1 32 1 16 1 8 1 4 1 2
e) 64 1 32 1 16 1 8 1 4 1 2 1 1

4 Uma pessoa fez um depósito inicial de R$ 200,00 em um Fundo de Investimentos que possui rendimento constan-
te sob juros compostos de 5% ao mês. Esse Fundo possui cinco planos de carência (tempo mínimo necessário de rendimen-
to do Fundo sem movimentação do cliente). Os planos são:
. Plano A: carência de 10 meses;
. Plano B: carência de 15 meses;
. Plano C: carência de 20 meses;
. Plano D: carência de 28 meses;
. Plano E: carência de 40 meses.

150
EXTRAS!

O objetivo dessa pessoa é deixar essa aplicação rendendo até que o valor inicialmente aplicado duplique, quando somado
aos juros do fundo. Considere as aproximações: log 2 = 0,30 e log 1,05 = 0,02.

Para que essa pessoa atinja seu objetivo apenas no período de carência, mas com a menor carência possível, deverá optar
pelo plano
a) A.
b) B.
c) C.
d) D.
e) E.

5 (Unesp-SP) Para cada n natural, seja o número

( ) ( )
kn = 3 ⋅ 3 ⋅ 3 ⋅ … ⋅ 3 − 2 ⋅ 2 ⋅ 2 ⋅ … ⋅ 2 .
    
n vezes n vezes

Se n –1Ø, para que valor se aproxima kn?

ANOTAÇÕES

MîDULO 17 - SEQUÊNCIAS: PROGRESSÃO GEOMÉTRICA


MATEMÁTICA A

151
GABARITO - EXTRAS!

Módulo 14

1 01 1 16 5 17
2 c
3 1,93 unidades de área
4 Resposta pessoal. Alguns dos fenômenos que podem ser trabalhados são a magnitude de um tremor de terra ou o cálculo
do pH (potencial hidrogeniônico) de solução aquosa.

Módulo 15

1 c
2 2031 e 2033, respectivamente.
3 a) R$ 360,00.
b) R$ 56,00.

Módulo 16

1 a
2

27 3
S=
256

3 d
4 599
5 c
6 a) 10 000
b) 202

Módulo 17

1 a) 6,18 m
b) 16,18 m
2 d
3 e
4 b
5 1

152
13 M AT EM ÁT IC A B COMPETÊNCIAS GERAIS C2.C4

M Ó D U L O

Polígonos regulares
e circunferência

COMPETÊNCIA
Objetivos de aprendizagem ESPECÍFICA
E HABILIDADE
DA BNCC
. Objetivo 1: identificar e resolver situações-problema que envolvam relações métricas em polígonos
COMPETÊNCIA 3
regulares inscritos e circunscritos a uma circunferência. EM13MAT308
. Objetivo 2: resolver situações-problema que envolvam o comprimento de uma circunferência e de
um arco de circunferência.

Neste módulo

1 Relações métricas em polígonos regulares


Considerando o triângulo equilátero, o quadrado e o hexágono regular inscritos em uma circunferência,
podemos estabelecer relações entre raio, lado e apótema de cada um deles.

Polígono inscrito em uma circunferência


Relações métricas
de centro O e raio R
A

c
60°

L3
R
O L3 L3 5 R 3

a3 60° 30°
R
R
60° 30° a3 5
2
B L3 M L3 C
2 2

MÓDULO 13 - POLÍGONOS REGULARES E CIRCUNFERÊNCIA


D C

O L4 L4 5 R 2

R a4 R R 2
a4 5
2
45°
MATEMÁTICA B

A M L4 B
2

153
Polígono inscrito em uma circunferência
Relações métricas
de centro O e raio R
E
L6
L6 D

F L6
L6 5 R
O
L6 60° R 3
R C a6 5
a6 R 2
L6
A
L6 M
B

2 O comprimento da circunferência e do arco


Para qualquer circunferência, a razão entre seu comprimento e seu diâmetro é constante. Considere a
circunferência l de raio r:

A razão entre o seu comprimento C e seu diâmetro 2r é a constante dada, aproximadamente,


por 3,14159265, que é um número irracional indicado pela letra π. Assim:

C
5 p ⇒ C 5 2 pr
2r

Usando uma regra de três simples, podemos calcular o comprimento L de um arco de circunferência
de raio r e ângulo central a.
Medida do ângulo Comprimento
360° 2pr
a L

apr
L 5
180°

a
L

154
DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

1 Determine as medidas do apótema e do lado de cada po- 2 Considere um polígono regular com n lados inscrito e ou-
lígono regular inscrito em uma circunferência de centro O: 1
tro circunscrito a uma circunferência cujo raio mede cm.
a) triângulo equilátero; 2

6 cm
0

a) Determine as medidas dos lados do polígono inscrito (Ln)


e circunscrito (Ln) em função de n.

b) quadrado;

0
8 cm

c) hexágono regular.

10 cm

MîDULO 13 - POLÍGONOS REGULARES E CIRCUNFERÊNCIA


MATEMÁTICA B

155
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

b) Complete a tabela a seguir, com o auxílio de uma d) Caso exista, faça uma estimativa para o menor valor de
calculadora, sendo pn e Pn os perímetros do polígono n, tal que pn > Pn.
inscrito e circunscrito, respectivamente. Anote esses
valores com precisão de 5 casas decimais.

n (cm) pn (cm) Pn (cm)

10
3 Uma circunferência tem diâmetro medindo 5,4 cm.
100
Determine:
1 000 a) o comprimento dessa circunferência;

10 000

c) A partir dos valores obtidos na tabela, qual desses nú-


meros mais se aproxima do comprimento dessa circun-
ferência? Justifique sua escolha e compare com os b) o comprimento de um arco dessa circunferência cuja
valores escolhidos pelos colegas. medida seja de 40°.
I. 3,09017 IV. 4,35241
II. 3,14263 V. 6,28318
III. 3,14159

4 O raio da roda do carro de Jair mede 36 cm. Numa viagem,


as rodas do seu carro efetuaram 1 000 000 de voltas. Com
base nessas informações, ele afirmou que, nessa viagem,
percorreu mais de 2 000 km.
Jair está correto? Justifique a sua resposta. Use a aproxi-
mação π ã 3.

Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Geometria métrica plana – Capítulo 6

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia o item 1 da seção Neste • Faça as questões 8 a 11. • Faça as questões 17 e 18.
1 módulo. • Leia os itens 1 a 4.
• Faça as questões 1 a 4.
• Leia o item 2 da seção Neste • Faça as questões 12 a 16. • Faça as questões 19 e 20.
2 módulo. • Leia o item 5.
• Faça as questões 5 a 7.

156
EX TRAS!

1 Um vitral possui no seu desenho um triângulo equilátero de 120 cm de perímetro inscrito numa circunferência. Determine o
raio dessa circunferência.
2 Um hexágono de lado 6 cm está inscrito em uma circunferência. Determine o apótema do quadrado inscrito na mesma
circunferência.
3 (ITA-SP) Seis circunferências de raio 5 cm são tangentes entre si duas a duas e seus centros são vértices de um hexágono
regular, conforme a figura abaixo.

Reprodução/Ita, 2017.
O comprimento de uma correia tensionada que envolve externamente as seis circunferências mede, em cm,
a) 18 1 3π.
b) 30 1 10π.
c) 18 1 6π.
d) 60 1 10π.
e) 36 1 6π.

4 (IFRJ) O esquema a seguir representa uma roda-gigante em construção que terá 120 m de diâmetro. Cada ponto
representa uma das 24 cabines igualmente espaçadas entre si.
Reprodução/Cefet, 2019.

MîDULO 13 - POLÍGONOS REGULARES E CIRCUNFERÊNCIA

O ponto C representa o centro da roda-gigante e os pontos A e B são, respectivamente, os pontos mais altos e mais baixo
da roda-gigante.
a) Qual o comprimento, em metros, do arco AD?
b) Qual a altura, em metros, do ponto D em relação ao chão?
MATEMÁTICA B

Utilize, se necessário, a aproximação π 5 3,1.

157
EXTRAS!

5 Os polígonos regulares são observados em diversas decorações, principalmente no formato dos azulejos de parede e piso.

AVAtem/Shutterstock
Um polígono regular pode ser decomposto, utilizando seus vértices e o ponto central, em triângulos congruentes. A partir
disso e, com base nos conceitos estudados neste módulo, elabore um exercício que envolva um polígono, que pode ser
decomposto em triângulos, além de trabalhar o conteúdo desenvolvido neste módulo. Tente contextualizar seu exercício
com formatos poligonais observados em seu cotidiano.

ANOTAÇÕES

158
14 M AT EM ÁT IC A B

M Ó D U L O

Áreas de polígonos

COMPETÊNCIAS
ESPECÍFICAS
Objetivos de aprendizagem E HABILIDADES
DA BNCC
. Objetivo 1: entender o cálculo e resolver problemas usando a área de quadriláteros.
COMPETÊNCIA 3
. Objetivo 2: reconhecer e resolver situações-problema que utilizem a área de quadriláteros. EM13MAT307
. Objetivo 3: entender o cálculo e resolver problemas usando a área do triângulo. COMPETÊNCIA 5
EM13MAT505
. Objetivo 4: reconhecer e resolver situações-problema que utilizem a área do triângulo.

Neste módulo

1 Área dos quadriláteros


1.1 Área de um quadrado
A área de um quadrado cujos lados medem L é dada por:
L

A 5 L2 L L

1.2 Área de um retângulo


A área de um retângulo cujos lados medem b (base) e h (altura) é dada por:

h
MÓDULO 14 - ÁREAS DE POLÍGONOS

A5b?h

b
MATEMÁTICA B

159
1.3 Área de um paralelogramo
A área de um paralelogramo cujos lados paralelos medem b (base) e h (altura) é dada por:

A5b?h

1.4 Área de um trapézio


A área de um trapézio cujas bases medem B e b e a altura mede h é dada por:

A=
( B + b) ⋅ h
2

1.5 Área de um losango


A área de um losango de diagonais D (diagonal maior) e d (diagonal menor) é dada por:

D⋅d
A=
2

160
2 Áreas do triângulo
A área de um triângulo de lado b e altura h correspondente a esse lado é dada por:

b⋅h
A= h
2

Em relação ao ângulo a, formado pelos lados a e b, a área do triângulo é dada por:

1
A= ⋅ a ⋅ b ⋅ sen a
2

A área de um triângulo equilátero de lados L é dada por

L L
l2 3
A=
4

DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

1 Um terreno retangular foi dividido em lotes (A, B e C), como mostra a figura a seguir.

300 dm 500 dm

B 2 000 dm
MîDULO 14 - ÁREAS DE POLÍGONOS

400 dm A
MATEMÁTICA B

150 dm

161
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

a) Quanto vale a área, em m2, dos lotes A e C? b) losango;

5 cm

b) Sabe-se que o m2 desse terreno vale R$ 200,00. Qual


é o valor do lote B? 6 cm

2 Determine a área de cada figura a seguir:


a) paralelogramo;
6 cm

60¡

4 cm

c) trapézio.
Use 3 ‹ 1 ,7.
4m

2 2m

60° 45°

162
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

3 Um terreno tem a forma indicada na figura a seguir. 4 A área total de um sólido é dada pela soma das áreas dos
Sandra deseja colocar grama em uma parte dessa super- polígonos que compõem suas faces. Um prisma trapezoi-
fície. Se a grama custa R$ 10,00 por metro quadrado e dal deve ser colorido em toda sua estrutura externa. Sa-
Sandra pretende gastar R$ 20.000,00, qual é a porcen- be-se que a altura do prisma é 10 m, a altura do trapézio
tagem da área do terreno em que a grama será colocada? é 8 m e suas bases medem, respectivamente, 8 m e 20 m.
D Quantas latas de tinta, no mínimo, serão necessárias para
efetuar a pintura, sabendo que uma lata cobre uma su-
perfície de 55 m2?
8m

60 m
120¡

A 100 m B

20 m

MîDULO 14 - ÁREAS DE POLÍGONOS


MATEMÁTICA B

163
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

5 Determine a medida do raio da circunferência inscrita em 7 Responda aos itens a seguir.


um triângulo equilátero de área 4 3 cm2 . a) Um triângulo equilátero de lado com medida L está
inscrito em uma circunferência de raio medindo r. De-
termine a área do triângulo, em função de r.

6 Considere um triângulo ABC, inscrito em uma circunfe- b) Repita o cálculo anterior, deduzindo a expressão en-
rência de raio medindo R. Mostre que a área do triângulo b⋅h
contrada da área, utilizando a expressão A = .
a⋅b⋅c 2
ABC é dada por A = .
4R

8 Determine a área de um hexágono regular inscrito em uma


circunferência cujo raio mede 3 cm.

164
Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Áreas – Capítulo 1

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia o item 1 da seção Neste


módulo. • Faça as questões 16 a 19.
1 • Faça as questões 32 e 33.
• Leia os itens 1 a 3.4.
• Faça as questões 1 a 4.

2 • Faça as questões 5 a 8. • Faça as questões 20 a 23. • Faça as questões 34 e 35.

• Leia o item 2 da seção Neste


módulo. • Faça as questões 24 a 27.
3 • Faça as questões 36 a 38.
• Leia os itens 3.5 e 3.6.
• Faça as questões 9 a 12.

4 • Faça as questões 13 a 15. • Faça as questões 28 a 31. • Faça as questões 39 e 40.

EX TRAS!

1 (CMRJ) “A área de um trapézio corresponde ao produto de sua altura pela semissoma de suas bases.”
Um quarteirão próximo ao CMRJ é delimitado por trechos das ruas São Francisco Xavier, Paula Souza e Eurico Rabelo, assim
como da avenida Maracanã, como se pode ver no mapa.
Reprodução/CMRJ, 2019.

Esse quarteirão, cuja área mede 8 330 m2 pode ser representado pelo trapézio retângulo ilustrado ao lado do mapa. O trecho
da avenida Maracanã é o mais longo de todos e possui 40 m a mais que o trecho da rua Paula Souza.

Viviane se encontra na esquina das ruas Paula Souza e São Francisco Xavier (Ponto A) e precisa caminhar até a esquina da
avenida Maracanã com a rua São Francisco Xavier (Ponto D) pelo caminho mais longo, sempre em linhas retas, de A até B,
de B até C e de C até D, nessa ordem, percorrendo, ao todo, 308 m.
MÓDULO 14 - ÁREAS DE POLÍGONOS

O comprimento do trecho da rua São Francisco Xavier que compõe esse trapézio mede
a) 10 55 m.
b) 80 m.
MATEMÁTICA B

c) 10 65 m.
d) 81 m.
e) 10 67 m.

165
EXTRAS!

2 (Fuvest-SP) São dados: 4 (Unicamp-SP) A figura abaixo exibe o triângulo ABC, em


. uma circunferência S de centro O e raio 5; que AB 5 BC e AD é uma altura de comprimento h. A área
. quatro pontos X, Y, Z e W em S de tal forma que as do triângulo ABC é igual a

Reprodução/Unicamp, 2020.
retas tangentes a S nesses pontos formam um trapézio
ABCD, como na figura;
. ( · 3
sen BAW = e CD 5 15.
5 )
Reprodução/Fuvest, 2020.

a) h2.
b) 2 h2 .
Determine c) 3 h2.
a) a medida de AB; d) 2h2.
b) a medida de AW e AX ;
5 (UFPR) Considere o círculo de centro C e raio 4 cm e o
c) a área da região delimitada pelo trapézio ABCD.
triângulo ABD representados na figura abaixo.
3 (UFRGS-RS) Considere
uuuur o hexágono regular ABCDEF de
lado 1. Sobre o lado AF do hexágono, constrói-se o qua-
drado AGHF, como mostra a figura abaixo. Sendo M o
ponto médio de GH, constrói-se o triângulo CDM.
D
Reprodução/UFRGS, 2020.

Reprodução/UFPR, 2019.
C

A B

A área do triângulo CDM é Sabendo que o ângulo α mede 120o e que o segmento AD
passa pelo centro do círculo e mede 7 cm, calcule:
a) 3 − 1. c) 3 + 1. e) 3
. a) A área do setor circular delimitado pelos segmentos
2 2
3−1 3 CA e CB.
b) . d) .
2 4 b) O tamanho dos lados AB e BD do triângulo ABD.

166
15 M AT EM ÁT IC A B

M Ó D U L O

Área do círculo e de suas


partes
COMPETÊNCIA
ESPECÍFICA
Objetivos de aprendizagem E HABILIDADE
DA BNCC
. Objetivo 1: identificar e resolver problemas que envolvam a área do círculo.
COMPETÊNCIA 3
. Objetivo 2: identificar e resolver problemas que envolvam a área das partes de um círculo. EM13MAT307

Neste módulo

1 Área do círculo
O círculo é definido pelos pontos pertencentes à circunferência e pelos pontos internos a ela.

Assim, a área do círculo é dada por:

A 5 p ? r2

2 Área da coroa circular


A região entre dois círculos que possuem o mesmo centro e raios diferentes é chamada de coroa circular.

r R

MÓDULO 15 - ÁREA DO CÍRCULO E DE SUAS PARTES


O

A área da coroa circular é dada pela diferença entre a área do círculo de raio maior e a área do círculo
de raio menor. Assim:
MATEMÁTICA B

A 5 p ? (R2 2 r2)

167
3 Área do setor circular
A região de um círculo delimitada por dois raios e o arco correspondente é chamado de setor circular.

A A
r r

O a O L

B B

A área do setor circular pode ser determinada com relação à abertura do ângulo central, que pode ser
medido em graus ou radianos, ou do comprimento de arco, além do raio da circunferência. Assim, são
válidas as seguintes relações:

. A=
a ⋅ p ⋅ r2
para a medido em graus
360

. A=
a ⋅ r2
para a medido em radianos
2

. A=
L⋅r
, em função do comprimento L do arco
2

4 Área do segmento circular


A região de um círculo delimitada por uma corda e o arco relativo a ela é chamada de segmento
circular.
A

a rad

O
r
B

Considerando a figura acima, a área do segmento circular pode ser calculada pela diferença entre o
setor circular e o triângulo delimitado pelos raios da circunferência e a corda AB, que delimita o segmento
circular. Assim:

r2
A5
2
(
a 2 sen a )

168
DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

1 Leia o texto a seguir: c) Houve cobrança de multa? Em caso afirmativo, qual foi
o valor?
Cálculos de lotação e escoamento para eventos
temporários
[...]
O dimensionamento da lotação em face de área
disponível para circulação do público é calculado pela
equação a seguir, onde a densidade de público por me- 2 O logotipo de uma empresa (região colorida) é formado
tro quadrado (m²/pessoa) calculado deve ser menor pela sobreposição de dois triângulos equiláteros congruen-
que 2,5 pessoas/ m². tes, invertidos, constituindo assim um hexágono regular cir-
cunscrito a uma circunferência, originando 6 triângulos equi-
P láteros menores.
D5
A
Onde:
D 5 Densidade de público calculada, em m²/pessoa;
A 5 Área útil para circulação de pessoas, em m²;
P 5 população ou lotação desejada;
[...]
Disponível em: https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/
licenciamentos/CALCULO_LOTACAO_ESCOAMENTO_EVENTOS_setembro2017.pdf.
Acesso em: 19. fev. 2021.

Um show de música foi realizado em uma praça circular


de diâmetro medindo 200 m. Os organizadores do show Utilizando p 5 3 e sabendo que o lado do hexágono mede
foram notificados pela prefeitura que, caso o número de 4 cm, determine, em cm2, a área desse logotipo.
pessoas por m2 não fosse respeitado, haveria cobrança
de uma multa de R$ 10,00 por pessoa excedente. Sabe-se
que 80 000 pessoas assistiram ao show nessa praça. Use
p 5 3,14.
a) Qual é a área da praça em que o show foi realizado?

b) Quantas pessoas, segundo as normas da prefeitura,


poderiam assistir ao show?

MîDULO 15 - ÁREA DO CÍRCULO E DE SUAS PARTES


MATEMÁTICA B

169
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

3 Leia o texto a seguir: Considere que os anéis sejam circulares. Qual é a área
compreendida entre o anel da Divisão Keeler e o anel da
Os anéis de Saturno Divisão Maxwell? Use π = 3. Dê a resposta em notação
[...] científica.
Os anéis de Saturno são constituídos essencialmente
por uma mistura de gelo, poeiras e material rochoso e em-
bora possam atingir algumas centenas de milhares de qui-
lômetros de diâmetro, não ultrapassam 1,5 km de espessura.
[...]

Tabela dos 15 principais anéis de Saturno


4 A pista de um pequeno circuito de corridas é formada por
Distância do centro de Saturno um setor circular, como indica a figura abaixo.
Anel
(km)
O 15 m
Anel D 67 000 – 74 500
Anel C 74 500 – 92 000 a

Divisão Coulomb 77 800


Divisão Maxwell 87 500
Anel B 92 000 – 117 500
Divisão Cassini 117 500 – 122 200
37,68 m
Divisão Huygens 117 680
Anel A 122 200 – 136 800 Considere p 5 3,14 e determine:

Divisão Encke 133 570 a) o valor da medida a, em graus;

Divisão Keeler 136 530


R/2004 S 1 137 630
R/2004 S 2 138 900
Anel F 140 210 b) a área da pista em m2.
Anel G 165 800 – 173 800
Anel E 180 000 – 480 000
[...]
Disponível em: https://www.apolo11.com/tema_astronomia_aneis_saturno.php.
Acesso em: 19 fev. 2021.

#cultura_digital
Podemos observar a “transformação” de um polígono regular em uma circunferência, de maneira aproximada.
Para isso, acesse a animação interativa, no aplicativo GeoGebra, disponível em: https://www.geogebra.org/m/bnb26btr
(acesso em: 19 fev. 2021).
Inicie arrastando a primeira barra, em que é possível modificar o valor de n, referente à quantidade de lados do polígono.
Arraste totalmente para indicar n 5 3 e varie até 20. Observe que, quanto maior é o valor de n, mais o polígono se aproxima de
uma circunferência.

170
Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Áreas – Capítulo 2

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia o item 1 da seção Neste


• Faça as questões 8 a 12.
1 módulo. • Faça as questões 17 e 18.
• Leia os itens 1 e 2.
• Faça as questões 1 a 4.

• Leia os itens 2 a 4 da seção


• Faça as questões 13 a 16.
2 Neste módulo. • Faça as questões 19 e 20.
• Leia os itens 3 a 5.
• Faça as questões 5 a 7.

EX TRAS!

1 (Uerj) Um valor aproximado da área do círculo pode ser 3 (Epcar-MG) Um artista plástico providenciou uma peça
8 de decoração com características matemáticas conforme
obtido elevando-se ao quadrado do seu diâmetro. Fazer
9 representado no croqui a seguir.
esse cálculo corresponde a substituir, na fórmula da área
do círculo, o valor de p por um número racional.
Esse número é igual a

128 256 128 256


a) . b) . c) . d) .

Reprodução/Epcar, 2019.
9 9 81 81
2 Em um condomínio, uma área pavimentada, que
tem a forma de um círculo com diâmetro medindo 6 m, é
cercado por grama. A administração do condomínio de-
seja ampliar essa área, mantendo seu formato circular, e
aumentando, em 8 m, o diâmetro dessa região, mantendo
o revestimento da parte já existente. O condomínio dispõe,
em estoque, de material suficiente para pavimentar mais
100 m2 de área. O síndico do condomínio irá avaliar se esse
material disponível será suficiente para pavimentar a re-
gião a ser ampliada. Considere que:

Utilize 3 como aproximação para p. . OA = OB = OC = OD = OE = OF = OG = OH = R

A conclusão correta a que o síndico deverá chegar, con- . ¼ ¼ » ¼ » » ¼ »


Os arcos de circunferência AB , BC , CD, DE , EF , FG , GH ,
» »
siderando a nova área a ser pavimentada, é a de que o HA ora têm centro no ponto médio de cada uma das
material disponível em estoque cordas AB, BC , CD, DE , EF , FG , GH , HA, respectivamen-
a) será suficiente, pois a área da nova região a ser pavi- te, ora têm centro no ponto O

MÓDULO 15 - ÁREA DO CÍRCULO E DE SUAS PARTES


mentada mede 21 m2. . p53
b) será suficiente, pois a área da nova região a ser pavi- . 2 ; 1 ,4
mentada mede 24 m2.
A área hachurada no croqui, em função da medida R, é
c) será suficiente, pois a área da nova região a ser pavi- igual a
mentada mede 48 m2.
a) 1,4R2.
d) não será suficiente, pois a área da nova região a ser
b) 1,6R2.
pavimentada mede 108 m2.
c) 1,8R2.
MATEMÁTICA B

e) não será suficiente, pois a área da nova região a ser


d) 2R2.
pavimentada mede 120 m2.

171
16 M AT EM ÁT IC A B

M Ó D U L O

Áreas e razão entre


figuras planas
COMPETÊNCIAS
Objetivos de aprendizagem ESPECÍFICAS
E HABILIDADES
. Objetivo 1: reconhecer a relação entre áreas de figuras planas semelhantes.
DA BNCC

. Objetivo 2: resolver situações-problema que envolvam razão entre áreas de figuras planas. COMPETÊNCIA 2

. Objetivo 3: resolver situações-problema que envolvam razão entre áreas de figuras semelhantes.
EM13MAT201

. Objetivo 4: revisar os principais conceitos envolvendo áreas de figuras planas.


COMPETÊNCIA 3
EM13MAT307
EM13MAT308
Neste módulo
COMPETÊNCIA 5
EM13MAT506

1 Áreas das principais figuras planas


1.1 Triângulo
A área de um triângulo pode ser determinada com relação às medidas de seus lados e sua altura, um
ângulo interno ou dado seu semiperímetro e o raio de uma circunferência inscrita. Veja:

h L L

b L

b⋅h l2 3
A= A=
2 4

1 A 5 p ? r,
A= ⋅ a ⋅ b ⋅ sen a
2 em que p é o semiperímetro do triângulo

172
1.2 Quadriláteros notáveis
A área de um quadrilátero pode ser determinada com relação às medidas de seus lados, sua altura e
sua diagonal. Veja:

L h

L b

A 5 L2 A5b?h

h h d

b B
D

A5b?h A=
( B + b) ⋅ h A=
D⋅d
2 2

1.3 Círculo e suas partes


A área do círculo pode ser determinada conhecendo a medida de seu raio. Já a área de um setor cir-
cular é obtida pela medida do ângulo formado entre os raios que o definem, além da medida do raio. Veja:

A
r r
O L
O
B

a ? p ? r2
A5 , com a medido em graus
A 5 p ? r2 360
a ? r2
A5 , com a medido em radianos
2

2 Figuras planas semelhantes


MîDULO 16 - ÁREAS E RAZÃO ENTRE FIGURAS PLANAS
2.1 Triângulos semelhantes
Dois triângulos ABC e DEF são semelhantes se seus lados são proporcionais e seus ângulos são
congruentes.
E
m(Â) 5 m(D̂ )
B 
m(B̂ ) 5 m(Ê )
nABC á nDEF ^ m(Ĉ ) 5 m(F̂ )
MATEMÁTICA B


 AB 5 BC 5 AC 5 k
 DE EF DF
A C D F

173
2.2 Polígonos semelhantes
Dados dois polígonos A e B, dizemos que eles são semelhantes se a razão da medida dos respectivos
lados é sempre a mesma. Isto é, A e B são semelhantes se, e somente se,

A1 A2 An− 1 An An A1
5…5 5 5 k e m(A1 ) 5 m(B1 ),…,m(An ) 5 m(Bn )
B1 B2 Bn− 1 Bn Bn B1

Polígono A Polígono B
A2
A1 B2
B1
A3
An B3
A4 Bn

B4

DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

1 Ana está projetando um novo tipo de lacre para latas com um formato um pouco diferente do que existe atualmente (Figura 1).
Ajintai/Shutterstock

6 10

(em milímetros)
12

Figura 1 Figura 2

Partindo da junção de um retângulo com dois semicírculos, o lacre terá dois furos, um com o formato de um círculo e outro
com o formato de um semicírculo, ambos centralizados, como sugere a Figura 2. Além disso, um dos lados será da cor verde.

Adotando p 5 3, determine a área da região pintada.

2 (Fuvest-SP) Um objeto é formado por 4 hastes rígidas conectadas em seus extremos por articulações, cujos centros são os
vértices de um paralelogramo. As hastes movimentam-se de tal forma que o paralelogramo permanece sempre no mesmo
plano. A cada configuração desse objeto, associa-se u, a medida do menor ângulo interno do paralelogramo. A área da região
delimitada pelo paralelogramo quando u 5 90° é A.
Reprodução/
Fuvest,
2020.

A
Para que a área da região delimitada pelo paralelogramo seja , o valor de u é, necessariamente, igual a
2
a) 90°. b) 22,5°. c) 30°. d) 45°. e) 60°.

174
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

3 Usando telas quadradas, um artista decidiu criar uma obra chamada equilíbrio. A ideia era que, na obra, quatro telas fossem
pintadas sempre com duas cores, de modo que, em cada tela, as áreas pintadas de cada cor fossem iguais.

Na tela composta de quatro triângulos, três deles são retângulos e um deles é um triângulo isósceles de lados 40 dm, 40 dm
e 4 2 dm, dispostos conforme o esquema a seguir.

45°

45°

a) Verifique se o artista conseguiu cumprir o que determinou fazer. Justifique sua resposta.

b) Calcule a área total considerando as 4 telas em dm2.

4 O símbolo de material radioativo ao lado foi produzido a partir de dois círculos concêntricos em que um

Janek Sergejev/Shutterstock
raio tem o quádruplo do outro. Os três setores circulares parcialmente vistos no raio maior, em preto, são
idênticos e simétricos. Do mesmo modo, os três setores em amarelo são idênticos e simétricos.
Calcule a razão entre a área em preto e a área em amarelo.

MîDULO 16 - ÁREAS E RAZÃO ENTRE FIGURAS PLANAS


MATEMÁTICA B

175
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

5 Para economizar energia elétrica, Marcos decidiu ampliar a) Calcule as áreas dos círculos que representam as tortas.
o sistema de aquecimento solar que tem atualmente em
casa.
Seu sistema atual utiliza 4 placas coletoras retangulares,
e ele pretende substituí-las por 4 novas placas com o
mesmo formato, mas com lados medindo o triplo dos
lados das placas atuais.

Admitindo que a capacidade de geração seja proporcional


b) Explique por que a afirmação do cliente está correta.
à área das placas, qual será a nova capacidade de geração
em relação ao sistema atual?

Herr.Stock/Shutterstock

c) Construa uma nova tabela de preços na qual o preço


da torta pequena continue o mesmo, mas os preços
das tortas média e grande sejam proporcionais às quan-
tidades de torta compradas.

6 Andreia decidiu inovar abrindo uma casa que vende tortas,


a Torta por metro. Nessa casa, todas as tortas são vendidas
no formato circular e têm a mesma altura. Inicialmente, ela
elaborou a seguinte tabela de preços:
7 Em canteiros de obras de construção civil é co-
Tabela de preços em função do tamanho da torta mum perceber trabalhadores realizando medidas de com-
primento e de ângulos e fazendo demarcações por onde
Tamanho Raio da torta Preço
a obra deve começar ou se erguer. Em um desses cantei-
Pequeno 4 R$ 6,00 ros foram feitas algumas marcas no chão plano. Foi pos-
Médio 8 R$ 12,00 sível perceber que, das seis estacas colocadas, três eram
vértices de um triângulo retângulo e as outras três eram
Grande 16 R$ 24,00
os pontos médios dos lados desse triângulo, conforme
Fonte: Torta por metro.
pode ser visto na figura, em que as estacas foram indica-
Ela notou que, com esses preços, a maior torta era muito das por letras.
mais vendida que as outras. Ao perguntar a um cliente
Reprodução/Enem, 2010.

sobre o motivo de levar a maior torta, ela teve o diálogo


a seguir:

– Cliente: Porque é mais barata!


– Andreia: Não, pois o preço da maior torta é o dobro da
média.
– Cliente: Mas, comprando a torta grande, eu levo mais A região demarcada pelas estacas A, B, M e N deveria ser
torta por real. calçada com concreto.

176
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

Nessas condições, a área a ser calçada corresponde


a) à mesma área do triângulo AMC. d) ao dobro da área do triângulo MNC.
b) à mesma área do triângulo BNC. e) ao triplo da área do triângulo MNC.
c) à metade da área formada pelo triângulo ABC.

8 Para descobrir a escala que representa uma região de preservação ambiental em um mapa, um ambientalista observou que
a região estava representada por um triângulo retângulo de catetos medindo 3 cm e 4 cm. Sabendo que a área da região é
de 3 072 km2, obtenha
a) a escala do mapa.

b) o perímetro da região de preservação, em quilômetro.

Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Áreas – Capítulo 3

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia o item 1 da seção Neste • Faça as questões 9 a 12. • Faça as questões 17 e 18.

MÓDULO 16 - ÁREAS E RAZÃO ENTRE FIGURAS PLANAS


1 módulo.
• Faça as questões 1 a 4.

• Faça as questões 5 a 8. • Faça as questões 13 a 16. • Faça as questões 19 e 20.


2
• Leia os itens 1 a 3.

• Leia o item 2 da seção Neste • Faça as questões 29 a 32. • Faça as questões 37 e 38.
3 módulo.
• Faça as questões 21 a 24.
MATEMÁTICA B

• Faça as questões 25 a 28. • Faça as questões 33 a 36. • Faça as questões 39 e 40.


4
• Leia os itens 4 e 5.

177
EX TRAS!

1 Um brinquedo chamado pula-pula, quando visto de cima, consiste de uma cama elástica com contorno em formato
de um hexágono regular.

Reprodução/Enem, 2018.
Se a área do círculo inscrito no hexágono é 3p metros quadrados, então a área do hexágono, em metro quadrado, é
a) 9 c) 9 2 e) 12 3
b) 6 3 d) 12

2 O tangram é um jogo oriental antigo, uma espécie de quebra-cabeça, constituído de sete peças: 5 triângulos retân-
gulos e isósceles, 1 paralelogramo e 1 quadrado. Essas peças são obtidas recortando-se um quadrado de acordo com o es-
quema da figura 1. Utilizando-se todas as sete peças, é possível representar uma grande diversidade de formas, como as
exemplificadas nas figuras 2 e 3.
Reprodução/Enem, 2008.

Se o lado AB do hexágono mostrado na figura 2 mede 2 cm, então a área da figura 3, que representa uma “casinha”, é igual a
a) 4 cm2. b) 8 cm2. c) 12 cm2. d) 14 cm2. e) 16 cm2.

3 O governo cedeu terrenos para que famílias construíssem suas residências com a condição de que no mínimo 94%
da área do terreno fosse mantida como área de preservação ambiental. Ao receber o terreno retangular ABCD, em que
BC
AB = , Antônio demarcou uma área quadrada no vértice A, para a construção de sua residência, de acordo com o dese-
2 AB
nho, no qual AE = é lado do quadrado.
5
Reprodução/Enem, 2009.

Nesse caso, a área definida por Antônio atingiria exatamente o limite determinado pela condição se ele
a) duplicasse a medida do lado do quadrado. d) ampliasse a medida do lado do quadrado em 4%.
b) triplicasse a medida do lado do quadrado. e) ampliasse a área do quadrado em 4%.
c) triplicasse a área do quadrado.

178
EXTRAS!

4 A figura apresenta dois mapas, em que o estado 6 A figura mostra uma praça circular que contém
do Rio de Janeiro é visto em diferentes escalas. um chafariz em seu centro e, em seu entorno, um pas-
seio. Os círculos que definem a praça e o chafariz são
Reprodução/Enem, 2013.

concêntricos.

Reprodução/Enem, 2018.
Há interesse em estimar o número de vezes que foi am-
pliada a área correspondente a esse estado no mapa do
Brasil. Esse número é
a) menor que 10.
b) maior que 10 e menor que 20. O passeio terá seu piso revestido com ladrilhos. Sem con-
dições de calcular os raios, pois o chafariz está cheio, um
c) maior que 20 e menor que 30.
engenheiro fez a seguinte medição: esticou uma trena
d) maior que 30 e menor que 40. tangente ao chafariz, medindo a distância entre dois pon-
e) maior que 40. tos A e B, conforme a figura. Com isso, obteve a medida
do segmento de reta AB: 16 m.
5 Um artista deseja pintar em um quadro uma figu-
ra na forma de triângulo equilátero ABC de lado 1 metro.
Com o objetivo de dar um efeito diferente em sua obra, o
artista traça segmentos que unem os pontos médios D, E
e F dos lados BC, AC e AB, respectivamente, colorindo um

Reprodução/Enem, 2018.
dos quatro triângulos menores, como mostra a figura.
Reprodução/Enem, 2014.

Qual é a medida da área pintada, em metros quadrados,


do triângulo DEF?
Dispondo apenas dessa medida, o engenheiro calculou

MîDULO 16 - ÁREAS E RAZÃO ENTRE FÍGURAS PLANAS


1
a) corretamente a medida da área do passeio, em metro
16
quadrado.
3
b)
16 A medida encontrada pelo engenheiro foi
1 a) 4p
c)
8
b) 8p
3
d) c) 48p
8
d) 64p
MATEMÁTICA B

3
e) e) 192p
4

179
GABARITO - EXTRAS!

Módulo 13

40 3
1 cm
3
2 3 2 cm
3 d
4 a) 62 m
b) 98 m
5 Resposta pessoal.

Módulo 14

1 c

2 a) 50
3
b) AW = AX = 15

475
c)
4

3 b
4 a
16p
5 a) cm2
3

b) AB = 4 3 cm e BD = 13 cm

Módulo 15

1 d
2 e
3 b

Módulo 16

1 b
2 b
3 c
4 d
5 b
6 d

180
Ciências Humanas e
Sociais aplicadas
Thepalmer/E+/Getty Images

HISTÓRIA
Módulo 14 Independência dos Estados Unidos ..... 185
Módulo 15 A criação da ordem liberal ......................... 188
Módulo 16 Independências da América Latina ......... 198
Módulo 17 Formação do Estado brasileiro:
Primeiro Reinado e Período Regencial .... 207

GEOGRAFIA
Módulo 16 Elementos da hidrografia ............................. 215
Módulo 17 Bacias hidrográficas mundiais
e do Brasil ............................................................................... 229
Módulo 18 Domínios morfoclimáticos ......................... 249
Módulo 19 Fontes energéticas ....................................... 258
Módulo 20 Combustíveis fósseis no Brasil ....................... 271
Módulo 21 Energia elétrica no Brasil ........................... 279
haoliang/E+/Getty Images

MÓDULO 14 - INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS


HISTÓRIA

181
das mercadorias e do capital nos diversos continentes, com desta-
A área de Ciências Humanas que para a mobilidade e a fixação de pessoas, grupos humanos e
povos, em função de eventos naturais, políticos, econômicos, sociais,
e Sociais Aplicadas religiosos e culturais, de modo a compreender e posicionar-se cri-
ticamente em relação a esses processos e às possíveis relações
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 1 entre eles.

Analisar processos políticos, econômicos, sociais, (EM13CHS202) Analisar e avaliar os impactos das tecnologias na
ambientais e culturais nos âmbitos local, regional, estruturação e nas dinâmicas de grupos, povos e sociedades con-
temporâneos (fluxos populacionais, financeiros, de mercadorias, de
nacional e mundial em diferentes tempos, a partir
informações, de valores éticos e culturais etc.), bem como suas
da pluralidade de procedimentos epistemológicos, interferências nas decisões políticas, sociais, ambientais, econômi-
científicos e tecnológicos, de modo a compreender cas e culturais.
e posicionar-se criticamente em relação a eles, (EM13CHS203) Comparar os significados de território, fronteiras e
considerando diferentes pontos de vista e toman- vazio (espacial, temporal e cultural) em diferentes sociedades, con-
do decisões baseadas em argumentos e fontes de textualizando e relativizando visões dualistas (civilização/barbárie,
natureza científica. nomadismo/sedentarismo, esclarecimento/obscurantismo, cidade/
campo, entre outras).
Habilidades (EM13CHS204) Comparar e avaliar os processos de ocupação do
espaço e a formação de territórios, territorialidades e fronteiras,
(EM13CHS101) Identificar, analisar e comparar diferentes fontes e identificando o papel de diferentes agentes (como grupos sociais
narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à compre- e culturais, impérios, Estados Nacionais e organismos internacionais)
ensão de ideias filosóficas e de processos e eventos históricos, e considerando os conflitos populacionais (internos e externos), a
geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais. diversidade étnico-cultural e as características socioeconômicas,
(EM13CHS102) Identificar, analisar e discutir as circunstâncias his- políticas e tecnológicas.
tóricas, geográficas, políticas, econômicas, sociais, ambientais e (EM13CHS205) Analisar a produção de diferentes territorialidades
culturais de matrizes conceituais (etnocentrismo, racismo, evolução, em suas dimensões culturais, econômicas, ambientais, políticas e
modernidade, cooperativismo/desenvolvimento etc.), avaliando cri- sociais, no Brasil e no mundo contemporâneo, com destaque para
ticamente seu significado histórico e comparando-as a narrativas as culturas juvenis.
que contemplem outros agentes e discursos.
(EM13CHS206) Analisar a ocupação humana e a produção do es-
(EM13CHS103) Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor paço em diferentes tempos, aplicando os princípios de localização,
argumentos relativos a processos políticos, econômicos, sociais, distribuição, ordem, extensão, conexão, arranjos, casualidade, entre
ambientais, culturais e epistemológicos, com base na sistematização outros que contribuem para o raciocínio geográfico.
de dados e informações de diversas naturezas (expressões artísticas,
textos filosóficos e sociológicos, documentos históricos e geográfi- COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 3
cos, gráficos, mapas, tabelas, tradições orais, entre outros).
Analisar e avaliar criticamente as relações de dife-
(EM13CHS104) Analisar objetos e vestígios da cultura material e rentes grupos, povos e sociedades com a nature-
imaterial de modo a identificar conhecimentos, valores, crenças e
za (produção, distribuição e consumo) e seus im-
práticas que caracterizam a identidade e a diversidade cultural de
diferentes sociedades inseridas no tempo e no espaço. pactos econômicos e socioambientais, com vistas
à proposição de alternativas que respeitem e pro-
(EM13CHS105) Identificar, contextualizar e criticar tipologias evolu-
movam a consciência, a ética socioambiental e o
tivas (populações nômades e sedentárias, entre outras) e oposições
dicotômicas (cidade/campo, cultura/ natureza, civilizados/bárbaros, consumo responsável em âmbito local, regional,
razão/emoção, material/virtual etc.), explicitando suas ambiguidades. nacional e global.
(EM13CHS106) Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e icono-
gráfica, diferentes gêneros textuais e tecnologias digitais de infor-
Habilidades
mação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e éti- (EM13CHS301) Problematizar hábitos e práticas individuais e cole-
ca nas diversas práticas sociais, incluindo as escolares, para se tivos de produção, reaproveitamento e descarte de resíduos em
comunicar, acessar e difundir informações, produzir conhecimentos, metrópoles, áreas urbanas e rurais, e comunidades com diferentes
resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pes- características socioeconômicas, e elaborar e/ou selecionar propos-
soal e coletiva. tas de ação que promovam a sustentabilidade socioambiental, o
combate à poluição sistêmica e o consumo responsável.
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 2
(EM13CHS302) Analisar e avaliar criticamente os impactos econô-
Analisar a formação de territórios e fronteiras em micos e socioambientais de cadeias produtivas ligadas à exploração
diferentes tempos e espaços, mediante a compre- de recursos naturais e às atividades agropecuárias em diferentes
ensão das relações de poder que determinam as ambientes e escalas de análise, considerando o modo de vida das
territorialidades e o papel geopolítico dos Esta- populações locais – entre elas as indígenas, quilombolas e demais
comunidades tradicionais –, suas práticas agroextrativistas e o com-
dos-nações. promisso com a sustentabilidade.

Habilidades (EM13CHS303) Debater e avaliar o papel da indústria cultural e das


culturas de massa no estímulo ao consumismo, seus impactos eco-
(EM13CHS201) Analisar e caracterizar as dinâmicas das populações, nômicos e socioambientais, com vistas à percepção crítica das
necessidades criadas pelo consumo e à adoção de hábitos susten- de desigualdade, preconceito, intolerância e discriminação, e iden-
táveis. tificar ações que promovam os Direitos Humanos, a solidariedade
e o respeito às diferenças e às liberdades individuais.
(EM13CHS304) Analisar os impactos socioambientais decorrentes
de práticas de instituições governamentais, de empresas e de indi- (EM13CHS503) Identificar diversas formas de violência (física, sim-
víduos, discutindo as origens dessas práticas, selecionando, incor- bólica, psicológica etc.), suas principais vítimas, suas causas sociais,
porando e promovendo aquelas que favoreçam a consciência e a psicológicas e afetivas, seus significados e usos políticos, sociais e
ética socioambiental e o consumo responsável. culturais, discutindo e avaliando mecanismos para combatê-las, com
base em argumentos éticos.
(EM13CHS305) Analisar e discutir o papel e as competências legais
dos organismos nacionais e internacionais de regulação, controle e (EM13CHS504) Analisar e avaliar os impasses ético-políticos de-
fiscalização ambiental e dos acordos internacionais para a promo- correntes das transformações culturais, sociais, históricas, científicas
ção e a garantia de práticas ambientais sustentáveis. e tecnológicas no mundo contemporâneo e seus desdobramentos
nas atitudes e nos valores de indivíduos, grupos sociais, sociedades
(EM13CHS306) Contextualizar, comparar e avaliar os impactos de
e culturas.
diferentes modelos socioeconômicos no uso dos recursos naturais
e na promoção da sustentabilidade econômica e socioambiental do
planeta (como a adoção dos sistemas da agrobiodiversidade e
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 6
agroflorestal por diferentes comunidades, entre outros). Participar do debate público de forma crítica, res-
peitando diferentes posições e fazendo escolhas
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 4 alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu pro-
Analisar as relações de produção, capital e traba- jeto de vida, com liberdade, autonomia, consciên-
lho em diferentes territórios, contextos e culturas, cia crítica e responsabilidade.
discutindo o papel dessas relações na construção,
consolidação e transformação das sociedades. Habilidades
Habilidades (EM13CHS601) Identificar e analisar as demandas e os protagonis-
mos políticos, sociais e culturais dos povos indígenas e das popu-
(EM13CHS401) Identificar e analisar as relações entre sujeitos, gru- lações afrodescendentes (incluindo as quilombolas) no Brasil con-
pos, classes sociais e sociedades com culturas distintas diante das temporâneo considerando a história das Américas e o contexto de
transformações técnicas, tecnológicas e informacionais e das novas exclusão e inclusão precária desses grupos na ordem social e eco-
formas de trabalho ao longo do tempo, em diferentes espaços nômica atual, promovendo ações para a redução das desigualdades
(urbanos e rurais) e contextos. étnico-raciais no país.

(EM13CHS402) Analisar e comparar indicadores de emprego, (EM13CHS602) Identificar e caracterizar a presença do paternalis-
trabalho e renda em diferentes espaços, escalas e tempos, asso- mo, do autoritarismo e do populismo na política, na sociedade e
ciando-os a processos de estratificação e desigualdade socioe- nas culturas brasileira e latino-americana, em períodos ditatoriais e
conômica. democráticos, relacionando-os com as formas de organização e de
articulação das sociedades em defesa da autonomia, da liberdade,
(EM13CHS403) Caracterizar e analisar os impactos das transfor-
do diálogo e da promoção da democracia, da cidadania e dos di-
mações tecnológicas nas relações sociais e de trabalho próprias da
reitos humanos na sociedade atual.
contemporaneidade, promovendo ações voltadas à superação das
desigualdades sociais, da opressão e da violação dos Direitos (EM13CHS603) Analisar a formação de diferentes países, povos e
Humanos. nações e de suas experiências políticas e de exercício da cidadania,
aplicando conceitos políticos básicos (Estado, poder, formas, siste-
(EM13CHS404) Identificar e discutir os múltiplos aspectos do tra-
mas e regimes de governo, soberania etc.).
balho em diferentes circunstâncias e contextos históricos e/ou ge-
ográficos e seus efeitos sobre as gerações, em especial, os jovens, (EM13CHS604) Discutir o papel dos organismos internacionais no
levando em consideração, na atualidade, as transformações técnicas, contexto mundial, com vistas à elaboração de uma visão crítica
tecnológicas e informacionais. sobre seus limites e suas formas de atuação nos países, conside-
rando os aspectos positivos e negativos dessa atuação para as
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 5 populações locais.
Identificar e combater as diversas formas de injus- (EM13CHS605) Analisar os princípios da declaração dos Direitos
tiça, preconceito e violência, adotando princípios Humanos, recorrendo às noções de justiça, igualdade e fraternida-
éticos, democráticos, inclusivos e solidários, e res- de, identificar os progressos e entraves à concretização desses
peitando os Direitos Humanos. direitos nas diversas sociedades contemporâneas e promover ações
concretas diante da desigualdade e das violações desses direitos
em diferentes espaços de vivência, respeitando a identidade de
Habilidades
cada grupo e de cada indivíduo.
(EM13CHS501) Analisar os fundamentos da ética em diferentes
(EM13CHS606) Analisar as características socioeconômicas da so-
culturas, tempos e espaços, identificando processos que contribuem
ciedade brasileira – com base na análise de documentos (dados,
para a formação de sujeitos éticos que valorizem a liberdade, a
tabelas, mapas etc.) de diferentes fontes – e propor medidas para
cooperação, a autonomia, o empreendedorismo, a convivência de-
enfrentar os problemas identificados e construir uma sociedade
mocrática e a solidariedade.
mais próspera, justa e inclusiva, que valorize o protagonismo de
(EM13CHS502) Analisar situações da vida cotidiana, estilos de vida, seus cidadãos e promova o autoconhecimento, a autoestima, a
valores, condutas etc., desnaturalizando e problematizando formas autoconfiança e a empatia.
Gianpaolo Dorigo (GIAN)

Hist—ria
Raphael Amaral (TIM)
RENAN Garcia Miranda
14 HISTÓRIA COMPETÊNCIAS GERAIS C1.C2.C4.C5.C6

M Ó D U L O

Independência dos
Estados Unidos
COMPETÊNCIAS
Objetivo de aprendizagem ESPECÍFICAS
E HABILIDADES
. Objetivo 1: compreender os significados da independência dos Estados Unidos na afirmação da
DA BNCC

ordem liberal. COMPETÊNCIA 1


EM13CHS101

Neste módulo EM13CHS102


EM13CHS104

COMPETÊNCIA 2
1 Os confrontos com a metrópole EM13CHS201
EM13CHS204

COMPETÊNCIA 5
Ameaças à autonomia • Pretexto: a vitória inglesa na Guerra dos Sete EM13CHS501
das Treze Colônias Anos teria beneficiado os colonos
EM13CHS502
• Política tributária agressiva:
compensar os gastos decorrentes da guerra EM13CHS504
Inglaterra busca
reforçar os laços COMPETÊNCIA 6
coloniais EM13CHS603

• Lei do Açúcar: tributação


sobre compra e venda de
açúcar e derivados
• Lei do Selo: todo • "No taxation without
material impresso representation" – “nenhuma
deveria exibir um selo taxação sem representação”
Reação
expedido e vendido por
dos • Boston Tea Party (a Festa
autoridades inglesas
colonos do Chá de Boston): carga
• Lei do Chá: monopólio de chá de navios ingleses
inglês do comércio de chá jogada ao mar
nas colônias da América
do Norte
• Comerciantes: proibidos de
revender o produto Reação
inglesa

MÓDULO 14 - INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS


• Leis Intoleráveis: fechamento do
porto de Boston até o pagamento
dos prejuízos
• Aumento da presença militar inglesa
nas colônias
HISTÓRIA

185
2 O nascimento dos Estados Unidos
• Exigia que o governo inglês respeitasse os direitos das colônias
Primeiro Congresso
• Repúdio às Leis Intoleráveis
Continental (Filadélfia)
• Conflitos entre colonos e tropas britânicas

• Declaração de independência
• Influência do pensamento de John Locke: direito de rebelião contra
Segundo Congresso
o Estado inglês e de escolher livremente um novo governo
Continental
• Reconhecimento da Independência das Treze Colônias em 1783
pela Inglaterra

• Influências iluministas
• Republicanismo
Constituição
• Federalismo: estados-membros tinham ampla dose de autonomia
• Manutenção da escravidão

DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

1 O texto a seguir trata dos significados da independência A luta dos Estados Unidos contra a Inglaterra foi ape-
dos Estados Unidos: nas uma “guerra de independência” ou foi uma revolução?
[…] A independência e a construção do novo regime […] Alguns têm procurado ver, na guerra de independên-
republicano foi um projeto levado adiante pelas elites cia americana, uma revolução […], outros negam que essa
das colônias. Escravos, mulheres e pobres não são os líde- guerra tenha trazido às antigas colônias inglesas profun-
res desse movimento. A independência norte-americana das modificações econômicas e sociais.
(EUA) é um fenômeno branco, predominantemente mas- GODECHOT, Jacques. As revoluções: 1770-1799. São Paulo: Pioneira, 1976. p. 19.

culino e latifundiário ou comerciante. […] A partir do texto, é possível argumentar que:


KARNAL, Leandro. Estados Unidos: da Colônia à Independência. a) aqueles que defendem o aspecto revolucionário da
São Paulo: Contexto, 1990. p. 67.
independência podem mencionar que houve a abolição
Segundo o texto, a independência pode ser definida como: da escravidão.
b) a guerra de independência pode ser vista como revo-
a) iluminista e cristã.
lucionária ao incorporar soldados indígenas nas tropas
b) patriarcal e elitista. libertárias.
c) científica e democrática. c) não ocorreram profundas transformações em função
d) revolucionária e igualitária. da exclusão dos colonos na participação do processo
político.
e) escravocrata e colonizadora.
d) a independência pode ser vista como revolucionária
2 A independência dos Estados Unidos é muitas vezes cha- em função da ruptura do pacto colonial e da construção
mada “Revolução Americana”. No entanto, não existe con- de um novo modelo de Estado.
senso entre os historiadores a respeito do tema. Leia o e) o processo de ruptura com a metrópole, apesar de ter
texto a seguir sobre os significados da guerra de indepen- gerado mudanças, levou à construção de um modelo
dência norte-americana: político distante do iluminismo.

Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Capítulo 21

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia a seção Neste m—dulo. • Faça as questões 5 a 8 do


• Faça a questão 9 do
1 • Faça as questões 1 a 4 do Capítulo 21.
Capítulo 21.
Capítulo 21. • Leia o Capítulo 21.

186
EXTRA!

1 (Uerj)

William Stone/Wikipedia/Wikimedia Commons

Por que os direitos devem ser apresentados numa declaração? Por que os países e os cidadãos sen-
tem a necessidade dessa afirmação formal? Em 1776, as palavras “carta”, “petição” pareciam inadequadas
para a tarefa de garantir os direitos. “Petição” implicava um pedido ou apelo a um poder superior, e “carta”
significava frequentemente um antigo documento ou escritura. “Declaração” tinha um ar menos submis-
so. Jefferson, portanto, começou a Declaração de Independência com a seguinte explicação da necessi-
dade de declará-la: “Quando, no curso dos acontecimentos humanos, torna-se necessário que um povo
dissolva os laços políticos que o ligam a outro e assuma entre as potências da terra a posição separada e

MîDULO 14 - INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS


igual a que lhe dão direito as Leis da Natureza e do Deus da Natureza, um respeito decente pelas opiniões
da humanidade requer que ele declare as causas que o impelem à separação.
Adaptado de HUNT, Lynn. A invenção dos direitos humanos: uma história. São Paulo: Cia. das Letras, 2009.

A Declaração Unânime de Independência dos Treze Estados Unidos da América representou, à época,
uma mudança quanto ao entendimento dos direitos dos habitantes das colônias.

A partir do texto, apresente um aspecto que caracteriza essa mudança.

Identifique, também, dois movimentos políticos, ocorridos no mundo ocidental, associados às reper-
HISTÓRIA

cussões internacionais dessa declaração.

187
15 HISTÓRIA

M Ó D U L O

A criação da ordem liberal

COMPETÊNCIAS
Objetivos de aprendizagem ESPECÍFICAS
E HABILIDADES
. Objetivo 1: analisar a formação do capitalismo industrial e suas implicações no mundo do trabalho. DA BNCC
. Objetivo 2: compreender as rupturas da Revolução Francesa em relação à sociedade do Antigo Regime. COMPETÊNCIA 1
. Objetivo 3: analisar os significados da radicalização revolucionária francesa e seus desdobramentos EM13CHS101
EM13CHS102
na formação do mundo contemporâneo.
EM13CHS103
. Objetivo 4: compreender as relações entre o período napoleônico e o liberalismo e os significados EM13CHS104
do Congresso de Viena na desestruturação da ordem liberal. COMPETÊNCIA 2
EM13CHS201
Neste módulo EM13CHS202
EM13CHS203
EM13CHS204
1 A Revolução Industrial COMPETÊNCIA 4
EM13CHS401
EM13CHS402
A industrialização na Inglaterra Fatores • Acúmulo de capital para investimentos na produção
EM13CHS404
• Cercamentos: liberação de mão de obra para as
fábricas COMPETÊNCIA 6
• Revolução Gloriosa: ascensão da burguesia ao poder
Investimento de EM13CHS603
através do Parlamento
capitais em
• Matéria-prima abundante: reservas de ferro e carvão EM13CHS604
tecnologia
• Mecanização da produção metalúrgica
EM13CHS605

• Tear mecânico e máquina a vapor: motores da


industrialização Atividade comercial britânica
• Controle burguês da produção através da
aquisição das máquinas
Valor do comércio britânico (em libras esterlinas)
• Aceleração da produção
2 000 000 Importações da
• Substituição da ferramenta pela máquina Grã-Bretanha
• Implantação do sistema de fábricas 1 000 000
Exportações para a
500 000 Grã-Bretanha
OCEANO
100 000
ATLÂNTICO
h

SUÉCIA
enwic

HOLANDA
Irlanda Mar
Báltico
de Gre

RÚSSIA
• Subordinação das
atividades comerciais e
iano

produção de matérias- DINAMARCA DANZIGUE


Merid

-primas à produção
industrial em larga Ilhas Anglo- ALEMANHA
-Normandas
escala
• Ampliação dos
45° N FRANÇA FLANDRES
mercados
• Busca do livre-comércio PORTUGAL
Mar Negro
ESPANHA ITÁLIA
IMPÉRIO TURCO
N
LEVANTE
0 545 Mar Mediterrâneo
Fonte: VIDAL-NAQUET, Pierre. Atlas hist—rico. km Gibraltar
Lisboa: Círculo de Leitores, 1987. p. 203. 0°

188
Sistema doméstico de produção artesanal
• Artesão proprietário dos equipamentos necessários à produção
• Produção em pequena escala
• Trabalhador envolvido em diversas etapas da produção
• Trabalhador tem maior controle sobre seu tempo

Transformação
no mundo do
trabalho

Sistema de fábrica
• Trabalhador vende horas de seu dia ao proprietário dos meios de produção
• Produção em larga escala
• Especialização da mão de obra: divisão das tarefas necessárias à produção
• Simplificação das tarefas
• Construção de um modelo disciplinador

Formação do movimento operário


• Longas jornadas de trabalho
• Esforço físico extremo e condições de risco
• Insalubridade nas fábricas
• Exploração do trabalho feminino e infantil
• Moradias precárias

Tensões e
confrontos

• Formação dos primeiros sindicatos


• Greves como forma de luta
• Ludismo: destruição das máquinas, vistas como responsáveis pelo roubo do
trabalho dos operários

2 Revolução Francesa: o fim do absolutismo


• Aumento do desemprego
• Crise na agricultura: escassez de alimentos
Crise econômica • Aumento do custo de vida
• Desorganização da economia
• Endividamento do Estado absolutista francês

Assembleia dos Estados Gerais

• Representava a “sociedade de ordens”


• Órgão consultivo para aconselhar o rei
• Reunia propostas para superar a crise
• Voto por estado (clero e nobreza tinham dois terços dos votos) MîDULO 15 - A CRIAÇÃO DA ORDEM LIBERAL

• Registrava nascimentos, casamentos e mortes


• Recolhia o dízimo
• Censurava livros
Primeiro estado:
• Administrava escolas
clero
• Monopolizava o culto cristão
HISTÓRIA

• Não pagava impostos


• Alto clero: partilhava do modo de vida da nobreza

189
• Ocupava as melhores posições na Igreja, no
Segundo estado: exército e no governo
nobreza • Isento da maior parte dos impostos
• Atuava para manter seus privilégios

• Aproximadamente 96% da população


• Pressionava por mudanças nos critérios de
votação e nos impostos do país
• Burguesia: elite econômica marginalizada na
Terceiro estado:
atuação política
comuns
• Camponeses: parcela mais numerosa da popula-
ção/Marcados por diversos resquícios feudais
• Sans-culottes: operários, artesãos e
desempregados
Reprodução/Museu da Revolução Francesa, Vizille, França.

• Intensos debates públicos


• Aumento da circulação de
jornais
• Construção de uma
comunidade de cidadãos
• Tomada da Bastilha em
14 de julho de 1789: símbolo
da participação popular

[…] quando a Bastilha cai,


os critérios normais do que é
possível sobre a terra são sus-
pensos, e homens e mulheres
dançam nas ruas antecipando
Obra retratando a tomada da Bastilha, do artista a utopia.
franc•s H. Jannin, s/d.
HOBSBAWM, Eric. A era das revoluções.
Tensões e confrontos
São Paulo: Paz e Terra, 1981. p. 11.

Dissolução do poder
Assembleia Nacional
absolutista do rei

• Influências iluministas
• Garantir as liberdades pessoais
• Liberdade de pensamento
• Igualdade de tratamento
perante a lei
Declaração
dos Direitos do • Resistência à opressão:
Homem e do governo não pertence a
Cidadão nenhum governante, mas
(1789) ao povo
• Objetivo dos governantes:
preservação dos direitos
naturais do indivíduo
• Referência na formação da
democracia contemporânea

190
3 Revolução Francesa: da República à ascensão de
Napoleão Bonaparte
Convenção • República
Nacional (1792-1795) • Voto universal masculino

• Girondinos: representavam os
interesses da alta burguesia/Exerciam
o poder no início da Convenção
Agrupamentos
Nacional
políticos
• Jacobinos: representavam interesses
da pequena burguesia/Associados aos
interesses dos sans-culottes
Radicalização
favorece jacobinos:
prosseguimento da
guerra e execução
de Luís XVI
• Enfrentamento da crise através da
regulamentação da economia
• Lei do maximum: limites para preços
Convenção e salários
Jacobina • Reforma agrária
• Abolição da escravidão nas colônias
• Terror (governo de Robespierre):
Enfraquecimento execuções e tribunais revolucionários
jacobino

• Dificuldades econômicas
• Isolamento político
• Reação liderada pela
burguesia
• 1794: Robespierre
deposto e executado

• Nova Constituição
• Retorno do voto censitário
• Alta burguesia no poder
Diretório • Dificuldades econômicas e instabilidade
(1795-1799) política
• Revolta dos Iguais (liderada por
Graco Babeuf): abolição da
propriedade privada
Reprodução/Museu do Exército, Paris, França.

• Contenção das tentativas de


invasão para restabelecer o
absolutismo
• Exército popular de
cidadãos-soldados
• Vitórias militares
O exército destacaram a importância
revolucionário do exército MîDULO 15 - A CRIAÇÃO DA ORDEM LIBERAL
• Aquisição de um caráter
expansionista em nome
Golpe do 18 dos ideais da revolução
Brumário (1799) • Fortalecimento dos
generais: destaque para
Napoleão Bonaparte

Bonaparte no cerco de Toulon, obra de


HISTÓRIA

• Aliança entre burguesia e exército conduziu Napoleão ao poder


Édouard Detaille, 1793.
• Fim do processo revolucionário francês

191
4 Do período napoleônico ao Congresso de Viena
Implementação de • Restrição de liberdades
A organização do Estado uma ditadura • Censura à imprensa

Consolidação da
ordem liberal

• Reformas no Estado • Igualdade jurídica


• Investimentos estatais em infraestrutura • Defesa da propriedade
• Criação do banco estatal da França Código Civil privada
• Favorecimento do processo de • Proibição de sindicatos
industrialização do país e realização de greves
O império napoleônico
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Mar Mediterrâneo Bloqueio • Proibição do comércio
Continental de países europeus
com a Inglaterra
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• Invasão francesa na
A França em 1789 Principais países adversários
península Ibérica
Conquistas da Convenção desde 1792 Limites do Império Napoleônico
no de G

N • Transferência da
Anexado ao Império Confederação do Reno família real portuguesa
0 420 Países e Estados dominados por Napoleão Bloqueio Continental para o Brasil
Meridia

km
Estados independentes aliados de Napoleão Base naval britânica • Derrubada do rei
da Espanha:
Fonte: DUBY, Georges. Atlas historique mondial. Paris: Larousse, 2003. p. 84-85. resistência popular
• Enfraquecimento do
• Campanha russa: fragilização militar pacto colonial
• Aliança militar dos países inimigos
Fim do período
• Batalha de Waterloo: derrota final
napoleônico
• Exílio de Napoleão em Santa Helena
• Restauração da monarquia absolutista

• Projeto: restauração do Antigo Regime


• Combate aos ideais da Revolução Francesa
Congresso de
• Princípio da legitimidade: restauração de dinastias e fronteiras que existiam antes de 1789
Viena
• Princípio do equilíbrio: impedir o surgimento de uma nação muito mais forte que as demais
• Santa Aliança: acordo militar visando barrar movimentos liberais burgueses
Fragilidades
do projeto
de Viena

• Avanço da industrialização: nobreza e clero não tiveram força para impedir o avanço da burguesia
• Cresceram movimentos populares influenciados pelos ideais da Revolução Francesa

#cultura_digital
O site Google Art Project apresenta, em detalhes, obras de arte de diversos museus do mundo. As imagens, em alta resolução,
permitem uma experiência de observação muito interessante. Recomendamos aqui um passeio virtual pelo quadro de
Jacques-Louis David (1748-1825), A consagração do Imperador Napoleão I e a coroação da Imperatriz Josephine.

192
DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

1 (Fuvest-SP) A nação é anterior a tudo. Ela é a fonte de tudo. Sua


Sob qualquer aspecto, este [a Revolução Industrial] vontade é sempre legal: na verdade é a própria lei.
foi provavelmente o mais importante acontecimento na SIEYÈS, E. J. O que é o Terceiro Estado. Apud ELIAS, N. Os alemães: a luta pelo poder e a
evolução do habitus no século XIX e XX. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997.
história do mundo, pelo menos desde a invenção da agri-
cultura e das cidades. E foi iniciado pela Grã-Bretanha. É Os textos apresentados expressam alteração na relação
entre governantes e governados na Europa. Da frase atri-
evidente que isto não foi acidental.
buída ao rei Luis XIV até o pronunciamento de Sieyès, re-
Eric Hobsbawm, A Era das Revoluções.
presentante das classes médias que integravam o Terceiro
São Paulo: Paz e Terra, 2005. 19a edição, p. 52.
Estado Francês, infere-se uma mudança decorrente da
A Revolução Industrial, ocorrida na Inglaterra nos decênios a) ampliação dos poderes soberanos do rei, considerado
finais do século XVIII, guardião da tradição e protetor de seus súditos e do
Império.
a) deveu-se ao pioneirismo científico e tecnológico dos
britânicos, aliado a uma grande oferta de mão de obra b) associação entre vontade popular e nação, composta
por cidadãos que dividem uma mesma cultura nacional.
especializada e a uma política estatal pacifista e volta-
da para o comércio. c) reforma aristocrática, marcada pela adequação dos
nobres aos valores modernos, tais como o princípio do
b) originou-se das profundas transformações agrárias ex- mérito.
pressas pela concentração fundiária, perda da posse
d) organização dos Estados centralizados, acompanhados
da terra pelo campesinato e formação de uma mão de pelo aprofundamento da eficiência burocrática.
obra assalariada.
e) crítica ao movimento revolucionário, tido corno ilegíti-
c) vinculou-se à derrocada da aristocracia e à ascensão mo em meio à ascensão popular conduzida pelo ideá-
da burguesia, orientada pela política mercantilista e rio nacionalista.
sintetizada na filosofia de Adam Smith.
4 Leia o texto abaixo para responder à questão.
d) resultou da supressão de leis protecionistas de inspira- Fala-se muito nos dias de hoje em direitos do homem.
ção mercantilista e do combate ao tráfico negreiro, com
Pois bem: foi no século XVIII — em 1789, precisamente — que
vistas à conquista de mercados externos consumidores.
uma Assembleia Constituinte produziu e proclamou em Pa-
e) decorreu da ampla difusão de um ideário Ilustrado, o ris a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Essa
qual teria promovido aquilo que o sociólogo alemão Declaração se impôs como necessária para um grupo de re-
Max Weber descreve como o “espírito do capitalismo”. volucionários, por ter sido preparada por uma mudança no
plano das ideias e das mentalidades: o iluminismo.
2 Leia o texto abaixo para responder à questão.
FORTES, L. R. S. O Iluminismo e os reis filósofos. São Paulo: Brasiliense, 1981 (adaptado).
[…] a origem e o êxito da fábrica não se explicam por
uma superioridade tecnológica, mas pelo fato de ela des- Correlacionando temporalidades históricas, o texto apre-
pojar o operário de qualquer controle e dar ao capitalista o senta uma concepção de pensamento que tem como uma
poder de prescrever a natureza do trabalho e a quantidade de suas bases a
a produzir. a) modernização da educação escolar.

MARGLIN, Stephen. Origens e funções do parcelamento das tarefas.


b) atualização da disciplina moral cristã.
Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ c) divulgação de costumes aristocráticos.
arttext&pid=S0034-75901978000400001. Acesso em: 12 jan. 2020.
d) socialização do conhecimento científico.
Ao analisar o trabalho operário nas fábricas, o texto destaca: e) universalização do princípio da igualdade civil.

a) as semelhanças com o trabalho artesanal. 5 Leia o texto a seguir sobre o novo calendário instituído
b) O desequilíbrio dos lucros entre operários e capitalistas. pela Revolução Francesa:
Ao instituir outra convenção para a divisão dos meses MîDULO 15 - A CRIAÇÃO DA ORDEM LIBERAL
c) A submissão do operário ao ritmo da fábrica.
e dos dias, o calendário republicano tentou romper com o
d) A tecnologia como o fator preponderante na cultura
modelo do calendário cristão e com as datas comemora-
da fábrica.
tivas das festas santas. Os nomes dos meses estavam as-
e) O tempo de trabalho como justificativa para a supres-
sociados à natureza e às estações: vindemário (setembro,
são do artesanato.
que no hemisfério Norte é o mês das colheitas ou vindima)
3 […], frimário (novembro e dezembro, período em que, no
HISTÓRIA

O Estado sou eu. hemisfério Norte, ocorrem as geadas e o tempo esfria) etc.
Frase atribuída a Luis XIV, Rei Sol (1638-1712). Disponível em http://www. VOVELLE, M. A Revolução Francesa explicada à minha neta. São Paulo:
portaldoprofessor.mec.gov.br. Acesso em 30 nov. 2011. Editora Unesp, 2007. p. 79.
193
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

A adoção do novo calendário traz indícios do quanto a Revolução Francesa desejava afastar-se dos
valores do(a):
a) Renascimento. c) Iluminismo. e) Democracia.
b) Antigo Regime. d) Bonapartismo.

6
Em nosso país queremos substituir o egoísmo pela moral, a honra pela probidade, os usos pelos
princípios, as conveniências pelos deveres, a tirania da moda pelo império da razão, o desprezo à desgra-
ça pelo desprezo ao vício, a insolência pelo orgulho, a vaidade pela grandeza de alma, o amor ao dinheiro
pelo amor à glória, a boa companhia pelas boas pessoas, a intriga pelo mérito, o espirituoso pelo gênio,
o brilho pela verdade, o tédio da volúpia pelo encanto da felicidade, a mesquinharia dos grandes pela
grandeza do homem.
HUNT, L. Revolução Francesa e Vida Privada. In: PERROT, M. (Org.) História da Vida Privada: da Revolução Francesa à Primeira Guerra.
Vol. 4. São Paulo: Companhia das Letras, 1991 (adaptado).

O discurso de Robespierre, de 5 de fevereiro de 1794, do qual o trecho transcrito é parte, relaciona-se


a qual dos grupos político-sociais envolvidos na Revolução Francesa?
a) À alta burguesia, que desejava participar do poder legislativo francês como força política dominante.
b) Ao clero francês, que desejava justiça social e era ligado à alta burguesia.
c) A militares oriundos da pequena e média burguesia, que derrotaram as potências rivais e queriam
reorganizar a França internamente.
d) À nobreza esclarecida, que, em função do seu contato, com os intelectuais iluministas, desejava
extinguir o absolutismo francês.
e) Aos representantes da pequena e média burguesia e das camadas populares, que desejavam justi-
ça social e direitos políticos.

7 A consagração de Napoleão como imperador na catedral de Notre Dame foi um espetáculo montado e
dirigido pelo pintor Jacques-Louis David. Tradicionalmente os governantes iam a Roma para serem con-
sagrados pelo papa, mas foi o papa Pio VII que foi a Paris para a cerimônia. Quatro anos após a coroação,
David concluiu a pintura cujo detalhe aparece à direita. O pintor afirmou que, para executar a obra, pro-
curou se fixar no momento em que Napoleão estava prestes a coroar a si mesmo. Napoleão, usando o
manto do imperador medieval Carlos Magno, aparece em primeiro plano com a coroa erguida, de frente
para o público e de costas para o Papa. Na cabeça de Napoleão, uma coroa de louros dourados, símbolo
de poder e vitória desde a Antiguidade. O Papa, de branco, sentado atrás, aponta para Napoleão.
Reprodução/Museu do Louvre, Paris, França.
Reprodução/Museu do Louvre, Paris, França.

Detalhe da obra A consagração


do Imperador Napoleão I e a
coroação da Imperatriz
Josephine, de Jacques-Louis
David, 1808.

194
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

Explique, a partir dos acontecimentos históricos da época, a posição de Napoleão perante o papa.

8 Após a derrota de Napoleão, ganhou corpo o Congresso de Viena, em que a religião cristã foi usada como
argumento para a criação da Santa Aliança. Leia, a seguir, um trecho do tratado da Santa Aliança de 1815:
Art. 1o De acordo com as palavras das Santas Escrituras que ordenam a todos os homens olharem-se
como irmãos, os três monarcas [Áustria, Prússia e Rússia] contratantes permanecerão unidos pelos laços
de uma fraternidade verdadeira e indissolúvel e, considerando-se como compatriotas, se prestarão, em
qualquer ocasião ou lugar, assistência, ajuda e socorro; julgando-se, em relação aos seus súditos e exérci-
tos, como pais de família, eles os dirigirão no mesmo espírito de fraternidade de que se acham animados
para proteger a religião, a paz e a justiça.
Disponível em: http://www.fafich.ufmg.br/hist_discip_grad/staalnc.pdf .
Acesso em: 15 jan. 2021.

Explique o que a Santa Aliança desejava proteger.

Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Capítulos 22 e 23

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia o item 1 da seção Neste


• Faça as questões 5 a 8 do
módulo. • Faça as questões 9 e 10 do
1 Capítulo 22.
• Faça as questões 1 a 4 do Capítulo 22.
• Leia o Capítulo 22.
Capítulo 22.

• Leia o item 2 da seção Neste


• Faça as questões 5 a 8 do
módulo. • Faça a questão 9 do
2 Capítulo 23.
• Faça as questões 1 a 4 do Capítulo 23.
MÓDULO 15 - A CRIAÇÃO DA ORDEM LIBERAL
• Leia o item 1 do Capítulo 23.
Capítulo 23.

• Leia o item 3 da seção Neste


• Faça as questões 14 a 17 do
módulo. • Faça as questões 18 e 19 do
3 Capítulo 23.
• Faça as questões 10 a 13 do Capítulo 23.
• Leia o item 2 do Capítulo 23.
Capítulo 23.

• Leia o item 4 da seção Neste


• Faça as questões 25 a 27 do
módulo. • Faça a questão 28 do
4 Capítulo 23.
HISTÓRIA

• Faça as questões 20 a 24 do Capítulo 23.


• Leia o item 3 do Capítulo 23.
Capítulo 23.

195
EX TRAS!

1 Leia o texto a seguir sobre os impactos da Revolução Industrial:


A civilização agrícola, superada pela Revolução Industrial, usava fontes renováveis de energia. O
vento enfunava as velas, os rios moviam moinhos. As florestas, cortadas em pequena escala para abaste-
cer cozinhas e lareiras, eram logo recompostas pela natureza. […] A civilização industrial, pelo contrário,
estruturou-se numa base de combustíveis fósseis e não renováveis. Estamos falando principalmente do
gás, do petróleo e do carvão de pedra.
MARCOVITCH, Jacques. Para mudar o futuro: mudanças climáticas, políticas públicas e estratégias empresariais. São Paulo: Edusp, 2006. p. 33.

Os problemas levantados pelo texto, no processo da Revolução Industrial, estão diretamente relacionados:
a) ao uso de ferrovias e ao trabalho feminino.
b) ao cercamentos e ao uso da mão de obra infantil.
c) à utilização de máquinas e à produção em larga escala.
d) ao surgimento do operariado e à urbanização caótica.
e) à utilização de mão de obra barata e à formação de cortiços.

2 (Unicamp-SP) Observe a distribuição de custos dos camponeses franceses, em percentual da colheita,


às vésperas da Revolução de 1789. Esses custos referem-se ao arrendamento da terra, ao custo das
sementes e aos impostos pagos ao rei, ao senhor da terra e ao clero.

Reprodução/UNICAMP, 2013.

a) Relacione os dados apresentados com as condições vividas pelos camponeses na França do final
do Século XVIII.
b) Por quais motivos a questão econômica foi um elemento importante para o Terceiro Estado duran-
te a Revolução Francesa?

3 (Unesp-SP) Leia os dois textos, escritos no final do século XVIII.


Texto 1
O grande dia, resultado da libertação, começava a me despertar; respirava livremente, quando vi
diante de mim uma multidão em tumulto. Não fiquei surpreso… Aproximo-me e… oh! espetáculo de
horror! Vejo duas cabeças na ponta de uma lança!…
Aterrorizado, informo-me… “São”, diz-me um açougueiro, “as cabeças de Flesselles e de Launay…”
Ouvindo isso, estremeço! Vejo uma nuvem de males pairar sobre a infeliz capital dos franceses… Mas
a informação não estava inteiramente correta: a cabeça de Flesselles, o rosto desfigurado pelo tiro de
pistola que há pouco acabara com sua vida, rolava nas águas do Sena. Eram De Launay e seu major que
eu via ultrajados!
Prossigo: mil vozes de arauto para a Novidade… […] Não acreditei e fui ver o cerco de perto… No meio
da Grève, encontro um corpo sem a cabeça estendido no meio do riacho, rodeado por cinco ou seis indi-
ferentes. Faço perguntas… É o governador da Bastilha…
Que pensamentos!… Esse homem, outrora impassível diante do desespero dos infelizes enterrados
vivos sob sua guarda, por ordem de execráveis ministros, ei-lo!…
Restif de la Bretonne. As noites revolucionárias, 1989.

196
EXTRAS!

Texto 2
Oh! Aquela alegria me deu náuseas. Sentia-me ao mesmo tempo satisfeito e descontente. E eu disse,
tanto melhor e tanto pior. Eu entendia que o povo comum estava tomando a justiça em suas mãos. Apro-
vo essa justiça […] mas poderia não ser cruel? Castigos de todos os tipos, arrastamento e esquartejamen-
to, tortura, a roda, o cavalete, a fogueira, verdugos proliferando por toda parte trouxeram tanto prejuízo
aos nossos costumes! Nossos senhores […] colherão o que semearam.
Graco Babeuf apud Robert Darnton. O beijo de Lamourette: mídia, cultura e revolução, 1990.

a) Cite o evento histórico a que o texto 1 se refere e a situação sociopolítica e econômica a que esse
evento se opôs.
b) Identifique o elemento comum aos dois textos e explique a última frase do texto 2.

4 (Unesp-SP) Durante o império de Napoleão Bonaparte (1804-1814), foi instituído um Catecismo, que
orientava a relação dos indivíduos com o Estado.
O cristão deve aos príncipes que o governam, e nós devemos particularmente a Napoleão 1o, nosso
imperador, amor, respeito, obediência, fidelidade, serviço militar, os impostos exigidos para a conserva-
ção e defesa do império e de seu trono; nós lhe devemos ainda orações fervorosas pela sua salvação, e
pela prosperidade espiritual e material do Estado.
Catecismo Imperial de 1806.

O conteúdo do Catecismo contradiz o princípio político da cidadania estabelecido pela Revolução de


1789, porque:
a) o cidadão participa diretamente das decisões, sem representantes políticos e comandantes militares.
b) a cobrança de impostos pelo Estado impede que o cidadão tenha consciência de seus direitos.
c) a cidadania e a democracia são incompatíveis com as formas políticas da monarquia e do império.
d) o cidadão foi forçado, sob o bonapartismo, a romper com o cristianismo e o papado.
e) o cidadão reconhece os poderes estabelecidos por ele e obedientes a leis.

ANOTAÇÕES

MîDULO 15 - A CRIAÇÃO DA ORDEM LIBERAL


HISTÓRIA

197
16 HISTÓRIA

M Ó D U L O

Independências da
América Latina
COMPETÊNCIAS
Objetivos de aprendizagem ESPECÍFICAS
E HABILIDADES
. Objetivo 1: compreender o processo de independência da América espanhola e suas relações com o DA BNCC
contexto das revoluções burguesas. COMPETÊNCIA 1
. Objetivo 2: analisar a formação dos Estados nacionais na América espanhola. EM13CHS101

. Objetivo 3: analisar o período joanino tendo em vista a ocorrência de rupturas e permanências na EM13CHS102
EM13CHS103
ordem econômica e social do Brasil.
EM13CHS104
. Objetivo 4: caracterizar o processo de independência do Brasil analisando a motivação dos diversos EM13CHS106
atores sociais e suas contradições. COMPETÊNCIA 2
EM13CHS201
Neste módulo EM13CHS203
EM13CHS204
COMPETÊNCIA 3
1 O contexto das independências da América espanhola EM13CHS302

COMPETÊNCIA 5
• Propagação das ideias iluministas EM13CHS501
• Independência dos Estados Unidos e Revolução
EM13CHS502
Francesa: forneceu o vocabulário dos
movimentos de independência COMPETÊNCIA 6
Contexto • Revolução Industrial: interesse inglês EM13CHS603
internacional em ampliar os vínculos comerciais
• Guerras napoleônicas: desarticulação do pacto
colonial
• Espanha: desejo de restabelecer o pacto colonial
(após a derrota de Bonaparte)

• Intensa atuação por meio dos cabildos


• Reação ao sistema colonial
• Livre-comércio: ampliação dos vínculos com a
Projeto das elites
Inglaterra
criollas
• Controle do poder político
• Emancipação política e manutenção da
Guerras de estrutura vigente
independência

Lord Canning (ministro das Relações Exteriores da Inglaterra):

• Organização de A América Espanhola é livre. Se nós não manejarmos mal


exércitos locais Financiamento
inglês nossos interesses, ela é inglesa.
• Participação popular
GALEANO, Eduardo. As veias abertas da América Latina. Rio de Janeiro:
Paz e Terra, 1978, p. 205.

198
Independências na América Latina
ESTADOS
UNIDOS REPÚBLICA
DOMINICANA
CUBA (1844)
Trópico de Câncer
(1898)
MÉXICO
(1821) HAITI
Belize
(1804) OCEANO
(ING)
ATLÂNTICO
GUATEMALA VENEZUELA
(1838) (1819) Guianas
COLÔMBIA
EL SALVADOR (1819)
• Independência como forma de promover
Equador
(1838)
EQUADOR
0° mudanças sociais e econômicas
(1822) A revolução
HONDURAS • Movimento popular pela emancipação
(1838)
haitiana
• Revolta de escravizados resultou em uma
PERU BRASIL
NICARÁGUA (1824) precoce independência (1804)
(1822)
(1838)
BOLÍVIA
COSTA RICA (1825)
(1838) Trópico de Capricórnio

PANAMÁ PARAGUAI
(1903) ARGENTINA (1811)
(1816)
OCEANO CHILE
PACÍFICO (1818) URUGUAI
(1828)

0 1 225

km
80° O

Elaborado com base em: VICENTINO, Claudio. Atlas hist—rico:


geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2012. p. 127.

2 Das independências da América espanhola à formação


dos Estados nacionais
José de San
Simón Bolívar
Martín

• Viveu na França à época de • Pertencentes à elite criolla • Organizou discussões a respeito


Napoleão • Estudaram em importantes da questão da independência
• Proclamou a independência da cidades da Europa • Tomou parte das lutas na
Grande Colômbia em 1819 • Partilhavam ideias liberais Argentina e atuou na luta no Chile
• Defendia o republicanismo • Viveram em centros de agitação e no Peru
• Unitarismo: projeto de política na América • Defendia a implementação de
transformar a América espanhola monarquias
em uma única grande nação
• Carta da Jamaica:

[…] desejo […] ver formar-se


Oronoz/Album/Fotoarena

na América a maior nação do


mundo, menos por sua extensão
e riquezas do que pela liberdade
e glória.

MîDULO 16 - INDEPENDÊNCIAS DA AMÉRICA LATINA


. Bolívar foi presenteado com o quadro em uma
festa pela independência de Nova Granada
. A jovem República é representada como uma
mulher com traços mestiços de indígena
. Paternalismo: a nação é uma “filha” de Bolívar
. Símbolos da cultura indígena: cocar de penas,
Retrato de Simón
HISTÓRIA

arcos e flechas
Bolívar, de Pedro
José Figueroa. . Trajes europeus: pérolas, joias e vestido

199
• Fragmentação: a luta pela emancipação expôs as divergências entre as elites
regionais
• Surgimento de diversas repúblicas
• Manutenção do modelo exportador de matérias-primas
Nascimento dos • Confrontos entre facções centralizadoras (unitaristas) e descentralizadoras
Estados nacionais (federalistas)
• Instabilidade política
• Elites criollas: limitavam o alcance da igualdade aos membros das classes
dominantes
• Exclusão da maioria da população da vida política

• Chefes políticos autoritários surgidos das antigas elites criollas


• Muitas vezes oriundos dos exércitos que combateram nas guerras de
independência
• Retórica de preocupações com a população empobrecida
Caudilhismo
[…] durante mais de cem anos sofremos regimes de força, a serviço das
oligarquias, mas que utilizavam a linguagem da liberdade.

PAZ, Octavio. O labirinto da solid‹o. São Paulo: Paz e Terra, 1992. p. 82.

3 Independência do Brasil: período joanino


Rio de Janeiro, capital • Instalação de tribunais e ministérios (1808) Transferidos de Lisboa com funcionários portugueses
do Império Português
• Banco do Brasil (1808) Administração do Tesouro Real

Implantação de Suspensão da proibição


instituições de estado • Imprensa Régia (1808)
industrial do Brasil
• Intendência Geral de Polícia (1808) “Disciplinarização dos costumes”

Formação de oficiais Fábrica de Pólvora no RJ/


• Academia Real Militar (1810) e engenheiros Fundições em SP e MG

• Biblioteca Real (1810) Acervo trazido de Lisboa

• Jardim Botânico (1811) Estudos em botânica e agricultura

• Real Teatro São João (1814) Atualmente Teatro João Caetano


Dinamização cultural
• Academia de Belas-Artes (1815)
Ensino acadêmico de artes e ofícios
• Missão Artística Francesa (1815)

• Museu Real (1816) Atualmente Museu Nacional

• Junta Vacínica (1811) Aplicação da vacina contra a varíola

Saúde pública Escola de Cirurgia da Bahia


• Escolas de Medicina (1808)
Escola de Anatomia, Medicina
e Cirurgia do Rio de Janeiro

200
4 Independência do Brasil: regência de dom Pedro I
Transformações
Abertura dos Posição central do
econômicas
Portos (1808) Rio de Janeiro
(século XVIII)

Facilidade de acesso a Ampliação do Sede política e


mercados estrangeiros relação mercado interno relação administrativa
ambígua ambígua

Grandes comerciantes, Pequenos e médios Dom Pedro, Revolução liberal


traficantes, empreendedores proprietários, urbanos funcionários portugueses (Portugal, 1820)
e primeiros cafeicultores e rurais e brasileiros

• Subordinação do rei às

3
Cortes (Congresso
Participação política, Constituinte)
Manutenção da propriedade Centralização e
descentralização, tendência a
escravista e da abertura dos portos autonomia perante Lisboa • Reestabelecimento da
separatismo/republicanismo
supremacia europeia
sobre o Império

medo

Independ•ncia Constitucionalismo

Revolta de São Domingo Revolução


(Haiti, 1804) “Anarquia” do povo Francesa (1789)

DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

1 (Unesp-SP) Leia atentamente o texto.


O período de pré-independência assistiu ao nascimento de uma literatura de identidade, na qual
os americanos glorificavam seus países, proclamavam seus recursos e louvavam seu povo. Enquanto
mostravam a seus compatriotas as suas qualidades, esses autores apontavam as qualificações dos ame-
ricanos para os cargos públicos e na verdade para o autogoverno. Os próprios termos instilavam con-
fiança por repetição — pátria, país, nação, nossa América, nós americanos. Embora ainda se tratasse de
um nacionalismo mais cultural do que político e não fosse incompatível com a unidade imperial, mesmo
assim ele preparava as mentes dos homens para a independência, ao lembrar-lhes que a América tinha
recursos independentes e as pessoas para administrá-los.
John Lynch. “As origens da independência da América Espanhola”. Leslie Bethell: História da América Latina, 2001.

Indique os principais motivos que levaram as colônias espanholas à independência.

MîDULO 16 - INDEPENDÊNCIAS DA AMÉRICA LATINA

2 (FGV-SP)
A luta pela independência na América espanhola implicou uma passagem de todo poder político
HISTÓRIA

àqueles que já possuíam a maior parte do poder econômico.


Leon Pomer. As Independências na América Latina, 1981.

201
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

A partir do fragmento, é correto afirmar que o processo c) Simón Bolívar foi o grande artífice das independências
de independência da América espanhola da América espanhola. Seu carisma e poder de mando
a) decorreu de uma série de contradições políticas e so- permitiram unir todos os movimentos em uma grande
ciais, como a questão do espaço social a ser ocupado frente libertadora, que começou na Argentina em 1816
pelos povos indígenas e os negros, e não teve qualquer e chegou até a Colômbia em 1821.
influência decisiva da conjuntura europeia do início do d) O projeto de Simón Bolívar era tornar as colônias go-
século XVIII. vernadas pela Espanha em uma grande confederação
b) foi produto de uma longa negociação entre os interes- de estados nos moldes das colônias americanas do
ses absolutistas espanhóis, sob o comando do rei Fer- Norte, porém as diferenças entre alguns líderes no in-
nando VII, e as classes médias espalhadas pelos vice- terior do movimento anticolonial não viam com bons
-reinos, que possibilitou a ruptura dos vínculos políticos olhos esse projeto.
sem a quebra dos econômicos. e) A Carta de Jamaica foi a primeira declaração de inde-
c) contou com o importante apoio das forças diplomáticas pendência das colônias espanholas. Escrita no formato
e militares portuguesas, interessadas no rompimento da declaração de independência haitiana, declarava o
dos vínculos coloniais entre a Espanha e a América, fim da escravidão nas colônias e a expulsão dos penin-
com o objetivo maior de atender aos anseios ingleses. sulares das terras americanas.

d) foi, em geral, comandado pelos criollos, a elite colonial, 4 (UFJF/Pism-MG) No processo de Independência e ao lon-
que se sentiam prejudicados pela centralização admi- go do século XIX muitas nações latino-americanas foram
nistrativa e pelos privilégios oferecidos aos chapetones, marcadas pelo fenômeno político conhecido como
a elite nascida na Espanha. Caudilhismo.
e) permitiu, inicialmente, que os interesses ingleses fossem Documento 1
atendidos, porém a dinâmica das emancipações nacio-

Reprodução/UFJF, 2018.
nais estabeleceu a fragmentação dos vice-reinados, o
que gerou revoluções escravas pelo continente.

3 (UFPR) Leia o texto a seguir:


É uma ideia grandiosa pretender formar de todo o
mundo novo uma só nação com um só vínculo, que ligue
suas partes entre si e com o todo. Já que tem uma mesma
origem, uma mesma língua, mesmos costumes e uma reli-
Cartaz com a
gião, deveria, por conseguinte, ter um só governo que con-
imagem do
federasse os diferentes Estados que haverão de formar-se argentino Juan
[…]. Manuel de Rosas,
considerado um dos
Fonte: http://www.iela.ufsc.br/noticia/sim%C3%B3n-bol%C3%ADvar-e-carta-
grandes caudilhos
da-jamaica. Acesso em: 06 agosto 2017.
do século XIX.
Fonte: https://goo.gl/1xWbZP
Considerando o extrato da “Carta de Jamaica”, de Simón
Bolívar, e com base nos conhecimentos sobre as indepen-
dências na América espanhola, assinale a alternativa cor-
reta.
a) Os movimentos de independência na América espa-
nhola foram impulsionados pela tentativa de invasão
napoleônica no Haiti recém-libertado. A Carta de Ja-
maica foi o documento que fundamentou esses movi-
mentos. Documento 2
b) Os movimentos de independência foram liderados por Na América Latina o termo caudilho ainda continua a
mestiços e escravos que ansiavam conseguir a liberda- ser usado, como o de cacique, para designar chefes de parti-
de expulsando os espanhóis. Aproveitando a ausência do local ou de aldeia, com características demagógicas. Pre-
do rei Fernando VII, encarcerado por Napoleão, Bolívar sentemente, parte dos estudiosos da ciência política creem
escreveu a carta na Jamaica, chamando todas as colô- que o Caudilhismo é particularmente significativo para a
nias a se unirem para formar uma grande federação compreensão da gênese do militarismo na América Latina.
contra a coroa espanhola. Adaptado de BOBBIO, Norberto. Dicionário de Política, Brasília: Editora UnB, 2000.

202
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

Com base nestas informações e em seus conhecimentos, assinale a alternativa CORRETA:


a) O caudilhismo foi um fenômeno político típico dos países europeus, e que foi exportado para o
Brasil e demais países americanos.
b) Os caudilhos se opunham ao poder do Exército e da Igreja e defendiam a centralização em oposição
ao federalismo.
c) Pode-se afirmar que o caudilhismo foi um fenômeno tipicamente urbano, ligado ao processo de
expansão da industrialização.
d) Os caudilhos foram fundamentais para o estabelecimento das democracias que caracterizaram os
países americanos desde o século XIX.
e) O caudilhismo tem vinculação com as elites locais, e é um poder baseado no carisma do líder (o
caudilho), no uso da força e no apoio dos proprietários de terra.

5
A transferência da corte trouxe para a América portuguesa a família real e o governo da Metrópole.
Trouxe também, e sobretudo, boa parte do aparato administrativo português. Personalidades diversas e
funcionários régios continuaram embarcando para o Brasil atrás da corte, dos seus empregos e dos seus
parentes após o ano de 1808.
NOVAIS, F. A.; ALENCASTRO, L. F. (Org.). História da vida privada no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1997.

Os fatos apresentados se relacionam ao processo de independência da América portuguesa por terem


a) incentivado o clamor popular por liberdade.
b) enfraquecido o pacto de dominação metropolitana.
c) motivado as revoltas escravas contra a elite colonial.
d) obtido o apoio do grupo constitucionalista português.
e) provocado os movimentos separatistas das províncias.

6
A vinda da família real deslocou definitivamente o eixo da vida administrativa da Colônia para o Rio
de Janeiro, mudando também a fisionomia da cidade. A presença da Corte implicava uma alteração do
acanhado cenário urbano da Colônia, mas a marca do absolutismo acompanharia a alteração.
FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1995 (fragmento).

As transformações ocorridas na cidade do Rio de Janeiro em decorrência da presença da Corte esta-


vam limitadas à superfície das estruturas sociais porque
a) a pujança do desenvolvimento comercial e industrial retirava da agricultura de exportação a posição
de atividade econômica central na Colônia.
b) a expansão das atividades econômicas e o desenvolvimento de novos hábitos conviviam com a
exploração do trabalho escravo.
c) a emergência das práticas liberais, com a abertura dos portos, impedia uma renovação política em
prol da formação de uma sociedade menos desigual.

MîDULO 16 - INDEPENDÊNCIAS DA AMÉRICA LATINA


d) a integração das elites políticas regionais, sob a liderança do Rio de Janeiro, ensejava a formação
de um projeto político separatista de cunho republicano.
e) a dinamização da economia urbana retardava o letramento de mulatos e imigrantes, importante
para as necessidades do trabalho na cidade.

7
A liderança política do processo de independência das colônias foi decisiva para os rumos que as
novas nações tomaram, pois as elites evitaram que as reivindicações mais radicais fossem atendidas,
HISTÓRIA

marginalizando, assim, política e socialmente, a maioria. A ruptura dos laços coloniais não significou o
surgimento de uma sociedade democrática e autônoma.

203
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

A respeito da formação do Estado Nacional na América 8 (Famerp-SP)


Latina, é correto associar ao texto acima A independência foi, desse modo, ruptura e conti-
a) o governo de D. Pedro I no Brasil, que provocou adesões nuidade.
daqueles que queriam mais garantias constitucionais,
Miriam Dolhnikoff. História do Brasil Império, 2019.
o que conferiu ao imperador reconhecimento e apoio
da elite latifundiária. Na independência brasileira, uma ruptura e uma continui-
b) a unidade administrativa do império português, por dade podem ser exemplificadas, respectivamente,
haver características comuns entre as regiões coloni-
zadas e homogeneidade na ocupação. a) pelo esforço de unificação nacional e pelo respeito aos
c) a falta de líderes para os movimentos nacionalistas direitos trabalhistas.
contra o domínio português, em oposição à América b) pelo afastamento da Grã-Bretanha e pela aproximação
Espanhola.
com os Estados Unidos.
d) os partidos políticos que se formaram no final do sé-
culo XVIII e assumiram os controles político e adminis- c) pela fragmentação política do território e pela hege-
trativo dos Estados se ergueram contra os grandes monia política das elites rurais.
proprietários de terra e rebanhos.
d) pelo rompimento em relação ao império português e
e) o ordenamento jurídico-político e as diretrizes econô-
pela preservação da escravidão.
micas no início do século XIX beneficiaram os segmen-
tos sociais não proprietários, devido ao incremento na e) pela implantação do sistema republicano e pelo estí-
produção manufatureira. mulo à produção agrícola.

#cultura_digital
Em 2020, já como preparação para a celebração dos duzentos anos da independência, o Museu Paulista da Universidade de São
Paulo (também conhecido como Museu do Ipiranga) lançou o site Ecos do Ipiranga, com diversos recursos que permitem desde
uma visita virtual ao museu até novos filtros para o Instagram baseados em pinturas históricas. O podcast “Como a independên-
cia foi contada pela história” é um dos inúmeros conteúdos significativos do site. Acesse: http://www.ecosdoipiranga.com.br.

Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Capítulo 24

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia o item 1 da seção Neste


• Faça as questões 5 a 7 do
módulo. • Faça a questão 8 do
1 Capítulo 24.
• Faça as questões 1 a 4 do Capítulo 24.
• Leia o Capítulo 24.
Capítulo 24.

• Leia o item 2 da seção Neste


• Faça as questões 13 a 16 do
módulo. • Faça a questão 17 do
2 Capítulo 24.
• Faça as questões 9 a 12 do Capítulo 24.
• Leia o item 2 do Capítulo 24.
Capítulo 24.

• Leia o item 3 da seção Neste • Faça as questões 20 a 22


módulo. do Capítulo 24. • Faça as questões 23 e 24
3
• Faça as questões 18 e 19 do • Leia o item 3 do do Capítulo 24.
Capítulo 24. Capítulo 24.

• Leia o item 4 da seção Neste • Faça as questões 28 a 30


módulo. do Capítulo 24. • Faça as questões 31 e 32 do
4
• Faça as questões 25 a 27 • Leia o item 4 do Capítulo 24.
do Capítulo 24. Capítulo 24.

204
EX TRAS!

1 Francisco de Miranda, um dos líderes precursores do processo de independência da América espanho-


la, observou em 1799:
Temos diante de nossos olhos dois grandes exemplos, a revolução americana e a francesa. Vamos
imitar com prudência a primeira e evitar cuidadosamente a segunda.
BETHELL, Leslie (org.). História da América Latina: da independência a 1870. São Paulo: Edusp, 2018. p. 67.

a) Interprete os significados de “imitar com prudência a Revolução Americana”.


b) Analise os significados de “evitar cuidadosamente a Revolução Francesa”.

2 Observe a imagem e leia o texto para responder às questões.

Reprodução/© 2021 Informa UK Limited


Retrata possivelmente um pai mulato segurando uma gravura emoldurada de Bolívar para que seja
admirada por sua família, enquanto, a distância, um grupo de índios em fila única, trazendo nas cabe-
ças os característicos toucados de penas eretas e enfileiradas com que eram em geral representados na
época, saem de detrás de uma igreja carregando uma bandeira presumivelmente simbólica da unidade
nacional. Embaixo, a inscrição: “Aquí está su Libertador”.
ADES, Dawn. Arte na América Latina. São Paulo: Cosac & Naif, 1997. p. 16.

a) Interprete a forma como o autor da imagem relaciona Bolívar com mulatos e indígenas.
b) À luz das condições em que ocorreu o processo de independência, analise o quanto a gravura traz
aproximações e distanciamentos da realidade histórica.

3 Leia a poesia abaixo, escrita na primeira metade do século XIX, após a criação da Intendência-Geral de
Polícia, para responder às questões.
Baranco dize-preto fruta
Preto fruta co razão
Sinhô baranco também fruta
Quando panha ocasião
Nosso preto fruta garinha
Fruta saco de feijão;

MîDULO 16 - INDEPENDÊNCIAS DA AMÉRICA LATINA


Sinhô baranco quando fruta
Fruta prata e patacão
Nosso preto quando fruta
Vai pará na correção
Sinhô baranco quando fruta patacão: moeda de alto valor
Logo sai sinho barão. correção: pris‹o
SCHIAVINATTO, Iara Lis. Entre história e historiografias: algumas tramas do governo joanino. In: GRINBERG, K.; SALLES, R.
O Brasil Imperial, volume I: 1808-1821. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014. p. 78.
HISTÓRIA

a) Quais são os dois tipos de contravenção identificados na poesia?


b) Qual é a diferença entre os tipos de punição?

205
EXTRAS!

4 Examine os dados da tabela abaixo para responder às questões.

Regiões africanas de embarque dos escravos exportados para o Brasil


(1801-1856), dados porcentuais
Maranhão e Rio de Janeiro e BRASIL
Pernambuco Bahia
Amazônia Sudeste (total)
África Centro-Ocidental 50,2 83,2 42,3 77,4 69,5
África Oriental 1,4 6,8 3,2 19,9 14,1
África Ocidental 48,4 10 54,4 2,7 16,4
Senegâmbia 45,1 0,9 0,3 0,1 2
Golfo do Benin 0,1 2,1 46,6 0,9 10,7
Golfo de Biafra 3,2 6,9 7 1,5 3,3
Serra Leoa 0 0 0,5 0,1 0,2
Costa do Ouro 0 0,1 0,3 0,1 0,1
Total 100 100 100 100 100

Extraído de MAMIGONIAN, Beatriz Gallotti. A proibição do tráfico atlântico e a manutenção da escravidão. In: GRINBERG, K.; SALLES,
R. O Brasil Imperial, volume I: 1808-1821. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014. p. 213.

a) De que região da África veio para o Brasil a maior parte


dos indivíduos escravizados?
b) Identifique no mapa ao lado as 4 principais áreas de
embarque de escravizados africanos para o Brasil no
século XIX, conforme os dados indicados na tabela.
Essas áreas correspondem a quais países hoje em dia?
Considere os nomes de localidades indicados na tabe-
OCEANO
la e a herança do colonialismo português na África OCEANO ÍNDICO
atualmente. ATLÂNTICO

PREPARE-SE

No próximo módulo, vamos estudar a formação do Estado brasileiro, durante o Primeiro Reinado (de 1822 a 1831, o governo de
dom Pedro I) e o Período Regencial (período que vai da abdicação de dom Pedro I em 1831 até a ascensão de seu filho dom Pedro II
em 1840). Leia o texto abaixo, que já delineia algumas características do período:
A emancipação política de 1822 consolidou-se em torno da corte, isto é, do Rio de Janeiro, privilegiando a instituição monárquica
e a unidade nacional. O sentimento autonomista era, porém, forte nas províncias: desfeita a unidade do império luso-brasileiro como
consequência da ruptura com Lisboa, o debate girava ao redor de dois programas políticos decididamente antagônicos: o centralismo
da corte, de um lado, e o autogoverno provincial, de outro.
Estava em jogo, assim, onde residiria o centro de nossa soberania: nas províncias (e isso implicaria negociar um novo pacto consti-
tucional) ou no Rio de Janeiro. Vale lembrar que a adesão das províncias ao grupo vitorioso não foi pacífica, Pernambuco e Bahia esta-
vam em condições de articular de forma consistente o autogoverno provincial. É certo que vingou o projeto unitário construído em tor-
no da figura simbólica do rei e da crença na vocação do país para a unidade nacional – aquilo que José Bonifácio dizia ser o Brasil, “esta
peça majestosa e inteiriça de arquitetura social desde o Prata até o Amazonas”. Mas é certo também que a inspiração federalista que iria
sacudir o Brasil ao longo do período regencial e consequências desse debate apareceriam durante todo o processo de independência.
SCHWARCZ, Lilia M.; STARLING, Heloisa M. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. p. 243.

Identifique os dois projetos em jogo na construção do Estado brasileiro. Qual foi o projeto vencedor? Por quê?

206
17 HISTÓRIA

M Ó D U L O

Formação do Estado
brasileiro: Primeiro
Reinado e Período
Regencial
COMPETÊNCIAS
Objetivos de aprendizagem ESPECÍFICAS
E HABILIDADES
. Objetivo 1: examinar os diferentes aspectos da construção da cidadania durante a formação do Es- DA BNCC
tado brasileiro, analisando as limitações impostas pelo quadro institucional determinado pela Consti- COMPETÊNCIA 2
tuição de 1824. EM13CHS204
. Objetivo 2: caracterizar iniciativas liberais e liberalizantes no processo de formação do Estado brasi- EM13CHS205
EM13CHS206
leiro, bem como suas relações com o quadro social da época.
. Objetivo 3: relacionar o fortalecimento do conservadorismo político no processo de formação do
COMPETÊNCIA 6
EM13CHS603
Estado brasileiro, em uma sociedade marcada por particularismos regionais e pela africanidade.

Neste módulo

1 Primeiro Reinado (1822-1831): Constituição de 1824

MÓDULO 17 - FORMAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO: PRIMEIRO REINADO E PERÍODO REGENCIAL


Poder Moderador
Conselho
Imperador Padroado
de Estado nomeia exerce Caráter
10 membros vitalícios/ Nomeia clérigos para autoritário
assessora o imperador cargos eclesiásticos
nomeia

Poder Executivo Poder Legislativo Poder Judiciário

Imperador
Senado
nomeia Juízes
Renda mínima anual: 800 mil-réis
Ministros

Câmara dos Deputados


Presidentes
de Província Renda mínima anual: 400 mil-réis

Eleições para deputado e senador


Conselhos elegem
Eleitores de Província
de Província
Renda mínima anual: 200 mil-réis

Eleições primárias • Analfabetos


Aparência
HISTÓRIA

Câmaras elegem Inclui • Libertos (só nas primárias)


Eleitores de Paróquia liberal
Municipais • Pobres (100 mil-réis = valor baixo)
Renda mínima anual: 100 mil-réis
(exclui menores de 25 anos, mulheres, escravizados)
207
2 Período Regencial (1831-1840): evolução política
Abdicação
1831 1835 1837 1840 Golpe da Maioridade
de Pedro I
Regência Trina Regência Trina Regência Una Regência Una
Início do Segundo Reinado
Provisória Permanente Padre Feijó Araújo Lima

Avanço Liberal Regresso Conservador


Ato Adicional à Constituição (1834) Lei interpretativa do
Ato Adicional (1840)
Funcionários e militares
Restauradores
portugueses no Brasil
(caramurus)
(apoiadores de Pedro I)

Partido Liberal
Regressistas
(saquaremas)
Proprietários rurais,
Liberais No poder
comerciantes, traficantes,
moderados
grandes empreendedores,
(chimangos)
primeiros cafeicultores

Pequenos e médios Liberais Partido


proprietários (sobretudo exaltados Progressistas Conservador
urbanos) e profissionais (federalistas) (luzias)
liberais
No poder

Negociam apoio a grandes


Trabalhadores livres e grupos políticos
escravizados, militares de
baixa patente, excluídos e
miseráveis Protagonizam revoltas

3 As 35 revoltas do Período Regencial


Revolução de 7 de abril 1831 corte exaltada/moderada
Mata-Marotos 1831 Bahia exaltada
Revolta do povo e da tropa 1831 corte exaltada
Revolta do povo e da tropa 1831 Pará caramuru
Setembrada 1831 Maranhão exaltada
Setembrada 1831 Pernambuco exaltada
Distúrbios do Teatro 1831 corte exaltada
Levante da ilha das Cobras 1831 corte exaltada
Novembrada 1831 Pernambuco exaltada
Revolta de Pinto Madeira e
1831-1832 Ceará caramuru
Benze-Cacetes
Levantes federalistas (seis) 1831-1833 Bahia exaltada
Sedição de Miguel de Frias e
1832 corte exaltada
Vasconcelos
Sedição do Rio Negro 1832 Pará exaltada
Revolta do Barão de Bülow 1832 corte caramuru
Abrilada 1832 Pernambuco caramuru
Assuadas (duas) 1832 corte caramuru
Cabanada 1832-1835 Pernambuco e Alagoas caramuru
Revolta do Ano da Fumaça 1833 Minas Gerais caramuru

208
Carrancas 1833 Minas Gerais escrava
Revolta do povo e da tropa 1833 Pará exaltada
Conspiração do Paço 1833 corte caramuru
Rusga Cuiabana 1834 Mato Grosso exaltada
Carneiradas 1834-1835 Pernambuco escrava
Malês 1835 Bahia exaltada
Cabanagem 1835-1840 Pará “exaltada”
Rio Grande do Sul e
Revolução Farroupilha 1835-1845 exaltada
Santa Catarina
Sabinada 1837-1838 Bahia exaltada
Rebelião de Manuel Congo 1838 Rio de Janeiro escrava
Balaiada 1838-1841 Maranhão e Piauí “exaltada”

*Corte: cidade do Rio de Janeiro.


*“Exaltada” (entre aspas): maior caráter social que partidário.
BASILE, Marcello. O laboratório da nação: a era regencial (1831-1840). In: GRINBERG, Keila; SALLES, Ricardo. O Brasil Imperial,
volume II: 1831-1870. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017. p. 92.

DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

1 c) liberdade pública e abertura política.


Art. 90. As nomeações dos deputados e senadores d) ética partidária e supervisão estatal.
para a Assembleia Geral, e dos membros dos Conselhos e) caráter liberal e sistema parlamentar.
Gerais das províncias, serão feitas por eleições, elegendo a
massa dos cidadãos ativos em assembleias paroquiais, os 2 (Unesp-SP) O Brasil assistiu, nos últimos meses de 1822 e
eleitores de província, e estes, os representantes da nação na primeira metade de 1823:
e província. a) ao reconhecimento da independência brasileira pelos
Art. 92. São excluídos de votar nas assembleias pa- Estados Unidos, pela Inglaterra e por Portugal.
roquiais: b) ao esforço do imperador para impor seu poder às pro-
I. Os menores de vinte e cinco anos, nos quais se não víncias que não haviam aderido à independência.
compreendem os casados, os oficiais militares, que forem c) à libertação da província Cisplatina, que se tornou in-
maiores de vinte e um anos, os bacharéis formados e os dependente e recebeu o nome de Uruguai.

MîDULO 17 - FORMAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO: PRIMEIRO REINADO E PERÍODO REGENCIAL


clérigos de ordens sacras. d) à pacífica unificação de todas as partes do território
II. Os filhos de famílias, que estiverem na companhia nacional, sob a liderança do governo central, no Rio de
de seus pais, salvo se servirem a ofícios públicos. Janeiro.
III. Os criados de servir, em cuja classe não entram os
e) à confirmação, pelas Cortes portuguesas e pela Assem-
guarda-livros, e primeiros caixeiros das casas de comércio,
bleia Constituinte, do poder constitucional do imperador.
os criados da Casa Imperial, que não forem de galão bran-
co, e os administradores das fazendas rurais e fábricas. 3
IV. Os religiosos e quaisquer que vivam em comuni- Após o retorno de uma viagem a Minas Gerais, onde
dade claustral. Pedro I fora recebido com grande frieza, seus partidários
V. Os que não tiverem de renda líquida anual cem mil- prepararam uma série de manifestações a favor do impera-
-réis por bens de raiz, indústria, comércio, ou emprego. dor no Rio de Janeiro, armando fogueiras e luminárias na
BRASIL. Constituição de 1824. Disponível em: www.planalto.gov.br. cidade. Contudo, na noite de 11 de março, tiveram início os
Acesso em: 4 abr. 2015 (adaptado).
conflitos que ficaram conhecidos como a Noite das Garrafa-
De acordo com os artigos do dispositivo legal apresenta- das, durante os quais os “brasileiros” apagavam as foguei-
do, o sistema eleitoral instituído no início do Império é ras “portuguesas” e atacavam as casas iluminadas, sendo
marcado pelo(a)
respondidos com cacos de garrafas jogadas das janelas.
HISTÓRIA

a) representação popular e sigilo individual.


VAINFAS, R. (Org.). Dicionário do Brasil Imperial. Rio de Janeiro:
b) voto indireto e perfil censitário. Objetiva, 2008 (adaptado).

209
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

Os anos finais do I Reinado (1822-1831) se caracterizaram 5 (UPF-RS) É praticamente um consenso historiográfico a


pelo aumento da tensão política. Nesse sentido, a análise interpretação de que onde houve escravidão, houve re-
dos episódios descritos em Minas Gerais e no Rio de Ja- sistência. Os escravos jamais se conformaram com a per-
neiro revela da da liberdade e as rebeliões representaram a principal
a) estímulos ao racismo. forma de resistência coletiva.
b) apoio ao xenofobismo. Sobre o tema, responda: qual foi a maior revolta de cativos
c) críticas ao federalismo. no Brasil, liderada por escravos muçulmanos, tendo a par-
ticipação de africanos e crioulos, escravos e libertos, atin-
d) repúdio ao republicanismo.
gindo mobilização de cerca de 600 revoltosos?
e) questionamentos ao autoritarismo.
a) Revolta de João Congo.
4 (FMP-RJ) Considere o texto da historiadora Maria de Fátima b) Revolta de Nazaré das Farinhas.
Gouvêa sobre o período das regências no Brasil (1831-1840). c) Levante dos Malês.
O Ato Adicional de 1834 transformou os Conselhos Ge- d) Insurreição do Haiti.
rais das Províncias em assembleias legislativas provinciais, e) Revolta de Carrancas.
tendo ainda ampliado o número de representantes provin-
6 (UFTM-MG) No Brasil, os anos que se seguiram à inde-
ciais reunidos no âmbito do legislativo provincial, ficando
pendência foram marcados por crises políticas e revoltas
essas assembleias encarregadas de auxiliar os presidentes
em várias províncias. A situação ganhou novos rumos com
de província na gestão administrativa sob sua jurisdição. o Golpe da Maioridade, que pode ser caracterizado como:
GOUVÊA, M. F. O império das províncias. Rio de Janeiro, 1822-1889. Rio de Janeiro: a) o movimento que afastou D. Pedro I e deu início ao
Civilização Brasileira, 2008, p. 19.
Período Regencial.
A medida descrita pelo texto possui, explicitamente, um b) a luta entre monarquistas e republicanos, que marcou
perfil o Primeiro Reinado.
a) autoritário e absolutista c) a manobra do Partido Liberal, que antecipou a coroação
de D. Pedro II.
b) federalista e regressista
d) a reação conservadora, que restringia o poder das as-
c) descentralizador e progressista
sembleias provinciais.
d) democrático e socialista e) a ação de Feijó que, com apoio da Guarda Nacional,
e) centralizador e liberal instituiu a Regência Una.

Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Capítulo 25

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia o item 1 da seção Neste


• Faça as questões 4 a 6 do
módulo. • Faça as questões 7 e 8 do
1 Capítulo 25.
• Faça as questões 1 a 3 do Capítulo 25.
• Leia o item 1 do Capítulo 25.
Capítulo 25.

• Leia o item 2 da seção Neste


• Faça as questões 12 a 14 do
módulo. • Faça as questões 15 e 16 do
2 Capítulo 25.
• Faça as questões 9 a 11 do Capítulo 25.
• Leia o item 2 do Capítulo 25.
Capítulo 25.

• Leia o item 3 da seção Neste


• Faça as questões 20 a 22 do
módulo. • Faça as questões 23 e 24 do
3 Capítulo 25.
• Faça as questões 17 a 19 do Capítulo 25.
• Leia o item 3 do Capítulo 25.
Capítulo 25.

210
EX TRAS!

1 (Uerj) 2 Leia o texto abaixo e cite pelo menos 4 características de


Tenho pois mostrado pela razão, e pela experiencia, um governo republicano que o tornam mais desejável.
que a pezar de serem os Índios bravos huma raça de ho- É para não se aturar governos e ladrões que se inven-
mens inconciderada, preguiçosa, e em grande parte desa- tou governo republicano. Na República, o que governa bem
gradecida e deshumana para com nosco, que reputão seus não ganha dez, ou doze mil cruzados por dia, como ganha-
inimigos, são com tudo capazes de civilisação, logo que se va o Pedro traidor, fora o que ele roubava, e a corja que o cer-
adoptão meios proprios, e que há constancia e zelo verda- cava: é esta a primeira diferença. Além disto, o que governa
em governo republicano é eleito como os deputados: e go-
deiro na sua execução.
verna bem, fica governando; mas se governa mal vai tratar
Nas actuaes circunstancias do Brasil e da Politica Eu-
de outro ofício […] nas Repúblicas bem dirigidas, castiga-se
ropéa, a civilisação dos Índios bravos he objecto de sum-
quem governa mal […]. Só nas Repúblicas como a dos Esta-
mo interesse e importancia para nós. Com as novas Aldêas
dos Unidos é que se vê a Justiça. Canais de navegação, Esco-
que se forem formando, a Agricultura dos Generos comes-
las, Hospitais etc. em abundância para todos: é governo de
tiveis, e a criação dos gados devem augmentar, e pelo me-
que não gostam mal-intencionados e cangueiros
nos equilibrar nas Provincias a cultura e fabrico do açucar.
Jornal Nova Luz Brasileira, no 174, 24 de setembro de 1831.
Apontamentos para a civilisação dos Índios bravos do Império do Brasil (1823), de
José Bonifácio de Andrada e Silva. Disponível em: objdigital.bn.br. cangueiro: pessoa submissa, obediente
BASILE, Marcello. O laboratório da nação: a era regencial (1831-1840). In: GRINBERG,
CAPÍTULO VIII Keila; SALLES, Ricardo. O Brasil Imperial, volume II: 1831-1870. Rio de Janeiro:
Dos Índios Civilização Brasileira, 2017. p. 83.

Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização


3 Observe a imagem e leia o texto para responder às questões.
social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos Reprodução/Arquivo Nacional, Rio de Janeiro, RJ.

originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam,


competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respei-
tar todos os seus bens.
§1o São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios
as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas
para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à pre-
servação dos recursos ambientais necessários a seu bem-
Dança lundu
-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural,
representada em
segundo seus usos, costumes e tradições. gravura de Johann
(…) Moritz Rugendas,
década de 1820.
Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações

MîDULO 17 - FORMAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO: PRIMEIRO REINADO E PERÍODO REGENCIAL


são partes legítimas para ingressar em juízo em defesa de No contato nas ruas, os negros adotaram o violão, o
seus direitos e interesses, intervindo o Ministério Público cavaquinho e o pandeiro, com a zabumba do norte de Por-
em todos os atos do processo. tugal (o zé-pereira) a dar força ao compasso em contraste
com a polirritmia do golfo da Guiné; e os brancos aprende-
Constituição da República Federativa do Brasil (1988).
Disponível em: www2.senado.leg.br. ram a tocar o agogô, o reco-reco e o aguê. Este último, como
a fornecer um bom exemplo de como se processavam as
Os documentos transcritos apresentam visões distintas so-
somas culturais, passou a ser conhecido como piano de
bre os indígenas e seus direitos. Os apontamentos expostos
cuia. Nas ruas, criavam-se novos gêneros musicais, e um
por José Bonifácio à Assembleia Geral Constituinte do Im-
deles, o lundu, uma dança de negros, não demorou em in-
pério do Brasil, em 1823, não foram incorporados ao texto
da Constituição outorgada em 1824; já os artigos do Capí- sinuar-se entre as modinhas, nos saraus dos sobrados, e a
tulo VIII da Constituição Brasileira de 1988 até hoje vigoram. ser contado pelas sinhás, com acompanhamento ao piano.
COSTA E SILVA, Alberto da. População e sociedade. In: Crise colonial e
A partir da comparação entre os documentos, identifique independ•ncia: 1808-1830, vol. 1. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011. p. 54.
duas características, uma de 1823 e outra de 1988, que
A partir da leitura do texto, descreva elementos da imagem
evidenciam as formas de considerar os direitos dos indí-
que indicam:
genas no Brasil em cada momento histórico. Em seguida,
a) cultura europeia e cultura africana.
apresente um fator que explique a presença de tais direi-
HISTÓRIA

tos na Constituição de 1988. b) diferenças entre os grupos sociais representados.

211
GABARITO - EXTRAS!

Módulo 14 – Independência dos Estados Unidos mencionar alguns exemplos específicos da situação so-
ciopolítica e econômica francesa às vésperas da Revolu-
1 Um dos aspectos:
ção, como a distribuição dos impostos que privilegiava
- Defesa do direito à liberdade dos povos estamentos superiores (clero e nobreza), a repressão
- Utilização de uma declaração como estratégia de luta
política, muitas vezes, violenta aos opositores da monar-
política
quia (como os presos da Bastilha), o elevado preço do
- Defesa do direito ao estabelecimento de governos au-
pão, as manifestações públicas de descontentamento, ou
tônomos
- Repúdio às políticas alfandegárias e tributárias associa- outras, desde que de forma objetiva e sucinta, como exi-
das à dominação metropolitana giu o comando “cite” da questão.
Dois dos movimentos: b) Os dois textos têm em comum o fato de serem docu-
- Defesa do liberalismo político mentos históricos na forma de relatos em primeira pessoa
- Revoltas de colonos, na América espanhola e descreverem a violência praticada pelos revolucionários
- Inconfidência Mineira, na América portuguesa populares contra os representantes da monarquia fran-
- Críticas ao absolutismo real, em sociedades europeias cesa. A frase “Nossos senhores […] colherão o que se-
Resposta disponível em: https://www.vestibular.uerj.br/wp-content/ mearam” pode ser explicada como uma justificativa para
uploads/2019/02/2019_ED_PR_Historia.pdf. Acesso em 15 jan. 2021. a violência perpetrada pelos revolucionários, visto que
essa seria uma resposta aos abusos, à opressão e à ex-
Módulo 15 – A criação da ordem liberal ploração a que estavam submetidos.
1 c 4 e
2 a) A leitura do gráfico indica que os custos com a pro-
dução e com os impostos representavam 65% da Módulo 16 – Independências da América Latina
colheita realizada pelos camponeses. Dessa forma, o
1 a) Na perspectiva das elites criollas, a Independência dos
usufruto do menor percentual da colheita disponível
Estados Unidos serviu de parâmetro para a ruptura do
às pessoas do campo significava a existência de pacto colonial. Além disso, seu modelo republicano e
precárias condições de vida para as famílias numero- federalista, que manteve a escravidão, inspirou inúme-
sas, sendo que a miséria e a fome eram riscos cons- ras lideranças hispano-americanas. Era, portanto, um
tantes no período pré-revolucionário. processo carregado de referências importantes na
b) A questão solicitava o estabelecimento da relação entre condução da ruptura com a metrópole.
a crise econômica e o Terceiro Estado (burgueses, cam- b) A Revolução Francesa fora marcada por uma intensa
poneses, sans-culottes e profissionais liberais) durante participação popular e pela implementação da igual-
a Revolução Francesa. Os custos dos impostos e a ma- dade jurídica para todos os setores da sociedade. Essa
nutenção de um grupo de privilegiados (nobreza e cle- ruptura radical com a ordem do Antigo Regime assus-
ro) uniram o Terceiro Estado em sua insatisfação contra tava as elites coloniais, que temiam as pressões da
o regime vigente. A conjuntura de endividamento pú- população empobrecida (mestiços, negros escraviza-
blico e a ineficiência de medidas contra a crise levaram dos e indígenas).
à convocação dos Estados Gerais e fizeram com que as
2 a) Na gravura, o libertador é apresentado “emoldurado”,
reivindicações do Terceiro Estado entrassem na pauta distante do convívio com a realidade da população mais
política francesa. A pobreza foi instrumentalizada pela pobre. A família do mestiço, em posição de subserviên-
burguesia, que se incomodava com a ausência de mo- cia (atente para a criança de joelhos diante da pintura),
bilidade social e exigia o fim do sistema de privilégios e recebe a imagem do libertador como sinal de novos
o estabelecimento de igualdade jurídica. tempos. Os indígenas, atrás de uma Igreja católica, pa-
Resposta disponível em: http://www.comvest.unicamp.br/vest2013/F2/
provas/charesp.pdf. Acesso em: 15 jan. 2021. recem engajar-se no discurso da independência como
um indício de satisfação da separação da metrópole.
3 a) O texto 1 refere-se ao ataque e à queda da fortaleza
b) A gravura dialoga com o fato de a independência ter
prisão da Bastilha no contexto da Revolução Francesa.
contado com participação popular, mas tal processo
Simbolicamente, o ataque à Bastilha demonstrou a opo-
atendeu diretamente aos interesses das elites criollas.
sição popular ao regime monárquico absolutista francês
O distanciamento da gravura pode ser considerado
e à sociedade baseada em privilégios estamentais, além pelas evidências do quanto a população indígena e
da insatisfação generalizada causada pela crise econô- mestiça manteve-se marginalizada nos âmbitos sociais,
mica e desigualdade social. O aluno pode, também, econômicos e políticos.

212
3 a) Há o crime do preto (roubo de pequenos objetos, incluindo alimentos) e o crime do “baranco” (di-
nheiro, riquezas).
b) O autor lamenta que o preto é detido e o branco não: pelo contrário, “vira barão”.
4 a) Vieram da África Centro-Ocidental.
b)

Senegâmbia: Senegal, Gâmbia


Senegâmbia
África Ocidental: Nigéria, Benin, Togo,
África Ocidental Gana, Costa do Marfim, Serra Leoa
África Centro-Ocidental: Angola, Congo
África Oriental: Moçambique

OCEANO
ÍNDICO
OCEANO
ATLÂNTICO
África
Centro-Ocidental

África Oriental
N

M—dulo 17 – Formação do Estado brasileiro: Primeiro Reinado e Período Regencial

1 a) Características de 1823:
- caracterização do indígena “bravo”, passível de perseguição
- identificação de indígenas como bárbaros
- interesse em subordinar os indígenas a interesses econômicos (terra para agricultura, criação e
extração), indivíduos como mão de obra
- aculturação do indígena como única forma de reconhecer seus direitos
Características de 1988:
- reconhecimento de direitos indígenas conforme sua cultura e organização social
- valorização de questões ambientais
- defesa da demarcação de terras indígenas
- combate ao preconceito e valorização da identidade indígena
b) O aluno pode citar um dos fatores abaixo:
- contexto democrático na promulgação da Carta de 1988
- mobilização da população indígena
- superação da visão da sociedade indígena como “inferior”.
2 O aluno pode citar quatro dentre os itens abaixo:
- bom governo (contra ladrões/corrupção)
- alternância no poder ou punição dos maus governantes
- prevalência da Justiça
- progresso econômico
- avanços sociais
3 a) O lundu é dança de origem africana, o homem sentado à direita usa um instrumento europeu
(violão ou bandolim).
b) Apesar da aparente união de brancos e negros, há grandes símbolos de diferenças sociais: brancos
bem-vestidos, enquanto o menino negro está nu; casa rica (com colunas) ao lado de construções
GABARITO
HISTîRIA

simples mais ao fundo.

213
Geografia HELIO Carlos Garcia
HUGO Anselmo
PABLO López Silva
Paulo Roberto MORAES
Vagner AUGUSTO da Silva
16 GEOGRAFIA COMPETÊNCIA GERAL C1

M Ó D U L O

Elementos da hidrografia

COMPETÊNCIAS
Objetivos de aprendizagem ESPECÍFICAS
E HABILIDADES
. Objetivo 1: analisar a distribuição de água na superfície terrestre, assim como a importância do aces-
DA BNCC

so ao saneamento básico para a população e para os governos. COMPETÊNCIA 1


. Objetivo 2: analisar a importância dos principais aquíferos no Brasil. EM13CHS101
EM13CHS106
. Objetivo 3: identificar e reconhecer os principais elementos da hidrografia, como as bacias hidrográ-
ficas, os perfis dos rios, os tipos de canais e de foz. COMPETÊNCIA 3
EM13CHS301

Neste módulo EM13CHS302

1 A água doce no mundo


1.1 O ciclo hidrológico
. De maneira simplificada, a água no planeta Terra está em contínuo processo de precipitação, eva-
poração e condensação.

O ciclo hidrológico

Ciclo da água

Condensação

Chuva Formação
Evapotranspiração Evaporação de nuvens
na queda

Evapotranspiração
Enxu
rrada
Evaporação
MÓDULO 16 - ELEMENTOS DA HIDROGRAFIA
do solo
Evaporação
de rio e lagos Infiltração Evaporação
dos oceanos
Água retida
no solo
Rio
Lençol freático
Rocha impermeável Oceanos
GEOGRAFIA

Fonte: LEPSCH, Igo F. Solos: formação e conservação. São Paulo: Melhoramentos, 1967. p. 50-51.

215
1.2 A distribuição espacial da água doce superficial no mundo
. 71% da superfície terrestre é formada por água.
Howard Perlman, USGS/Jack Cook, Woods Hole Oceanographic Institution/Adam Nieman/NASA

Volume total de água em relação


ao tamanho do planeta.

Água disponível no solo, em pântanos,


rios e lagos.

Água disponível em rios e lagos.

Observe que a disponibilidade de água doce em


rios e lagos é extremamente pequena quando
comparada ao total de água no mundo.
Fonte: USGS. All of Earth’s water in a single sphere! Disponível em: https://water.usgs.gov/edu/
gallery/global-water-volume.html. Acesso em: 23 out. 2020.

Distribuição da água na Terra

2,5%
Água doce
68,9%
Calotas polares
e geleiras

29,9%
97,5% Água subterrânea
Água salgada

0,3% 0,9%
Rios e lagos Outros
reservatórios

Fonte: A LIQUIDEZ DO MUNDO. Galileu, 2002. Disponível em: http://galileu.globo.com/edic/119/rep_agua1.htm.


Acesso em: 23 out. 2020.

A maior parte dos mananciais de água doce que se apresenta no estado líquido encontra-se no subsolo da Terra, na forma de
águas subterrâneas.

216
1.3 A distribuição e o acesso ˆ água no mundo
Mundo: total de água doce disponível per capita – 2017
0° OCEANO GLACIAL ÁRTICO

Círculo Polar Ártico

Trópico de Câncer

OCEANO OCEANO
PACÍFICO PACÍFICO
Equador
Recursos hídricos totais por 0°
OCEANO
habitante (m3/ano) OCEANO
ÍNDICO
Sem dados ATLÂNTICO
Trópico de Capricórnio
< 500 (escassez absoluta

Meridiano de Greenwich
de água)
500-1 000 (escassez crônica
de água)
1 000-1 700 (estresse hídrico)
1 700-5 000 (estresse hídrico
ocasional ou local) OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO N Círculo Polar Antártico
> 5 000 (recursos hídricos
abundantes a nível nacional, 0 2 620
estresse localmente possível) km

Fonte: FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS (FAO). AQUASTAT – FAO’s Global Information System
on Water and Agriculture. Disponível em: http://www.fao.org/aquastat/en/geospatial-information/maps. Acesso em: 23 out. 2020.

Países da América do Sul, América do Norte, parte da África, Europa e Ásia apresentam boa disponibilidade de água doce per capita. Por outro lado,
regiões com alta densidade populacional, como na Europa ou em áreas com climas áridos e semiáridos, possuem baixa disponibilidade de água
doce per capita.

Mundo: população usando água potável (em %) – 2015



OCEANO GLACIAL ÁRTICO

Círculo Polar Ártico

OCEANO
ATLÂNTICO
Trópico de Câncer

OCEANO OCEANO
PACÍFICO PACÍFICO
Equador

Meridiano de Greenwich

OCEANO
Percentual da
população com acesso ÍNDICO
à água potável Trópico de
< 50% Capricórnio MîDULO 16 - ELEMENTOS DA HIDROGRAFIA
50-75%
76-90% N
91-100%
0 2 650
Sem dados
km

Fonte: ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). The Global Health Observatory. Disponível em: https://www.who.int/images/
default-source/maps/global_water_2015.png?sfvrsn=56b1eb48_0. Acesso em: 23 out. 2020.
GEOGRAFIA

O acesso à água potável depende não apenas das condições naturais do país, mas da disponibilidade de infraestrutura de saneamento básico.
O baixo índice de acesso à água potável na África Subsaariana revela a precariedade da infraestrutura de saneamento básico.

217
1.4 Problemas relacionados ao déficit de infraestrutura e saneamento
básico
. Impactos sociais e econômicos do déficit de saneamento básico.
. Mortes ocasionadas pela inadequada infraestrutura de saneamento básico.

Mundo: acesso à água potável e ao saneamento básico

785 milhões de pessoas vivem sem acesso à água


potável. Atualmente, 1 em cada 9 pessoas não tem acesso à
água potável, enquanto 1 em cada 3 pessoas não tem
2 bilhões de pessoas vivem sem acesso à estrutura acesso a sanitários com estrutura adequada de uso.
de saneamento básico adequada.

A cada 2 minutos uma criança morre por doenças O acesso à água é uma questão de saúde pública.
relacionadas ao consumo de água de má qualidade. Isso significa redução das taxas de mortalidade
1 milhão de pessoas morrem por ano devido a infantil e materna e também a redução de lesões
doenças relacionadas a água, saneamento e físicas causadas pelo levantamento constante de
higiene. cargas pesadas de água e durante seu transporte.

Mulheres e meninas são as mais afetadas pela falta de


acesso à água potável, pois geralmente ficam
responsáveis pela coleta de água para a família.
200 milhões de horas é o tempo que mulheres e Estima-se que, em países com graves problemas de
meninas perdem todos os dias coletando água. acesso aos recursos hídricos, mulheres e meninas
perdem 6 horas por dia coletando água, tempo que
poderia ser utilizado para outras atividades, como
estudos, trabalho e lazer.
Fonte: WATER.ORG. The water crisis. Disponível em: https://water.org/our-impact/water-crisis/. Acesso em: 18 nov. 2020.

Sharad Raval/Shutterstock

Mulheres de Ahmedabad (Índia) recolhendo água de um poço próximo a suas casas. Foto de 2017.

218
. Desafios no combate à covid-19 devido ao déficit de infraestrutura de saneamento e higiene nas
escolas.

Mundo: proporção de escolas com acesso à água potável – 2019 Mundo: número de crianças* sem
água potável na escola – 2019

África
Subsaariana
154
Sul da Ásia
584 milh›es e Ásia Central
225
22
de crianças sem Norte da África
4 acesso à e Ásia Ocidental
3
23 água potável Outras
regiões**
Em %
0 a 50 Dados
51 a 75 insuficientes
N 178
76 a 90
> 90 0 3 300
Sem dados
km * Em milhões.
** Oceania, Europa e América do Norte, Austrália e Nova Zelândia.

Mundo: proporção de escolas com acesso a saneamento básico – 2019 Mundo: número de crianças* sem
saneamento básico na escola – 2019
África
Subsaariana
Sul da Ásia
213 e Ásia Central
26
226
698 milh›es América Latina
de crianças sem e Caribe
acesso a Norte da África
saneamento e Ásia Ocidental
básico
Em % 4 Outras
17 38 regiões**
0 a 50
51 a 75 N 200 Dados
76 a 90 insuficientes
> 90 0 3 300
Sem dados km * Em milhões.
** Oceania, Europa e América do Norte, Austrália e Nova Zelândia.

Mundo: proporção de escolas com acesso a serviços Mundo: número de crianças* sem serviços
básicos de higiene – 2019 básicos de higiene na escola – 2019
África
Subsaariana
163
Sul da Ásia
e Ásia Central
7 818 milh›es 295
29 América Latina
8
28 de crianças sem e Caribe
acesso a
611 serviços básicos Norte da África
de higiene e Ásia Ocidental

Em % Outras
regiões*
0 a 50 MîDULO 16 - ELEMENTOS DA HIDROGRAFIA
51 a 75 N 264 Dados
76 a 90 insuficientes
> 90 0 3 400
Sem dados km * Em milhões.
** Oceania, Europa e América do Norte, Austrália e Nova Zelândia.

Fonte: OMS; Fundo de emergência Internacional das Nações Unidas (Unicef). Progress on drinking water, sanitation and hygiene in
schools: special focus on COVID-19. p. 7, 8 e 9. Disponível em: https://washdata.org/sites/default/files/2020-09/JMP-2020-WASH-schools.
pdf/. Acesso em: 23 out. 2020.
GEOGRAFIA

Os mapas demonstram a proporção de escolas no mundo com acesso à água potável, saneamento básico e serviços básicos de higiene, como pias
e sabão para a lavagem das mãos.

219
1.5 Disponibilidade de água doce no Brasil
. A maior concentração de água doce no Brasil ocorre na Floresta Amazônica, o que está relaciona-
do ao clima Equatorial e à densa rede hidrográfica. Já a menor disponibilidade está próximo ao li-
toral, onde há maior concentração populacional.

Brasil: distribuição da água doce superficial


50° O

Equador

OCEANO
ATLÂNTICO

OCEANO Disponibilidade de ‡gua


PACÍFICO (m3 per capita e por ano)
Trópico de Capricórnio Muito fraca (menos de 500)
Fraca (de 500 a 1000)
Média (de 1000 a 2 000) Fonte: THÉRY, Hervé;
N Normal (de 2 000 a 10 000) MELLO, Neli A. de. Atlas
do Brasil: disparidade e
Forte (de 10 000 a 100 000)
0 560 dinâmicas do território.
Muito forte (mais de 100 000) 2. ed. São Paulo: Edusp,
km
2009. p. 76.

1.6 Aquífero Guarani e Sistema Aquífero Grande Amazônia


Aquífero Guarani e Sistema Aquífero Grande Amazônia
50º O

OCEANO
RORAIMA ATLÂNTICO
AMAPÁ
Equador 0º

AMAZONAS PARÁ MARANHÃO CEARÁ RIO GRANDE


DO NORTE
PARAÍBA
PIAUÍ
PERNAMBUCO
ACRE
ALAGOAS
TOCANTINS SERGIPE
RONDÔNIA MATO
GROSSO BAHIA

DISTRITO
FEDERAL

GOIÁS
Sistema Aquífero Grande
Amazônia MATO MINAS
Extensão: 1,3 milhão de km2 GROSSO GERAIS ESPÍRITO SANTO
Volume de água: 162 520 km3 DO SUL
SÃO
Sistema Aquífero Guarani PAULO RIO DE JANEIRO
Extensão: 1,2 milhão de km2 Trópico d
(840 000 km2 no Brasil) e Capricó
PARANÁ rn io
Volume de água: 39 000 km3
SANTA
CATARINA
Fonte: SILVEIRA, Evanildo da. Governo poderia
OCEANO N privatizar Aquífero Guarani como sugerem
PACÍFICO RIO GRANDE mensagens nas redes? BBC News Brasil,
DO SUL 0 440 11 mar. 2018. Disponível em: https://www.bbc.
km com/portuguese/brasil-43164069. Acesso em:
18 nov. 2020.

220
2 Cursos fluviais
2.1 As redes e bacias hidrográficas
. Bacia hidrográfica: área drenada por uma rede formada por um rio principal e seus afluentes.

Bacia hidrográfica

Divisor de águas: porção


mais elevada do relevo que
rodeia e delimita as bacias
hidrográficas.

Nascente Afluente

Rio principal

Foz em delta: o curso do rio


termina na formação de vários
canais por onde as águas são
escoadas. Foz em estuário: desembocadura
larga e profunda dos rios, com
apenas um canal de escoamento, Fonte: Elaborado com base
por onde escoam as águas sem em SALVIN, Philip. Rios e
obstáculos. vales. São Paulo: Scipione,
1998. p. 4.
As bacias hidrográficas são delimitadas pelo relevo, que serve como divisor de água para os rios da região.

2.2 Maiores bacias hidrográficas nos continentes


Mundo: maiores bacias hidrográficas
0° OCEANO GLACIAL ÁRTICO

rtico
lar Á
lo Po
Círcu

10

7
3 8 9
2 OCEANO 16 OCEANO
4 18
ATLÂNTICO 15 17 PACÍFICO
Trópico de Câncer
14
OCEANO 13
PACÍFICO 11
Equador

Meridiano de Greenwich

12
5 OCEANO
ÍNDICO
Trópico de Capricórnio 6

MÓDULO 16 - ELEMENTOS DA HIDROGRAFIA


N

0 3 530
OCEANO GLACIAL
ANTÁRTICO Círculo Polar Antártico km

América Anglo-Saxônica América Latina Europa África Ásia Fonte: AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS E
1 - Mackenzie 5 - Amazonas 7 - Reno 11 - Nilo 14 - Ganges SANEAMENTO BÁSICO (ANA). Disponível em:
2 - Mississípi-Missouri 6 - Paraná 8 - Ródano 12 - Congo 15 - Indo https://arquivos.ana.gov.br/institucional/sge/
3 - São Lourenço 9 - Danúbio 13 - Níger 16 - Huang-ho (Amarelo)
CEDOC/Catalogo/2014/AAguaNosContinentes
GEOGRAFIA

4 - Colorado 10 - Volga 17 - Yang-tse (Azul)


18 - Tigre e Eufrates PrincipaisBaciasAtualizado2014.pdf.
Acesso em: 26 out. 2020.

A maior parte das duas principais bacias hidrográficas da América do Sul, a Amazônica e a Platina (como se denomina a área
ocupada pelas bacias hidrográficas do Paraná, Paraguai e Uruguai nesse subcontinente), situa-se no território brasileiro. 221
2.3 Regimes fluviais
. O regime de um rio, ou regime fluvial, corresponde ao sistema de suas cheias e vazantes.

Regime térmico: características


Tipo Clima Cheias Rio
Congelamento de quatro
Cheias violentas, que
Glacial a seis meses e degelo Mackenzie (Canadá)
provocam inundações
no verão
Precipitação de neve
Nival Cheias de primavera Reno (Alemanha)
no inverno

Regime pluvial: características


Tipo Clima Cheias Rio
Grande volume de água,
Chuvas intensas o ano
Equatorial com pequena variação Amazonas (Brasil)
todo sem estação seca
no ano
Duas estações: verão Cheias de verão e
Tropical Paraná (Brasil)
chuvoso e inverno seco vazantes de inverno
Chuvas intensas durante Cheias violentas que
Monçônico Ganges (Índia) Oued: palavra francesa
o verão provocam inundação
de origem árabe para
Duas estações: verão Cheias de inverno e de
Mediterrâneo Ebro (Espanha) designar o leito de um
seco e inverno chuvoso primavera
rio seco do Oriente
Chuvas escassas e Rios temporários ou
Semiárido Jaguaribe (Brasil) Médio e do norte da
irregulares intermitentes
África, no qual as
Chuvas esporádicas e Oueds (deserto do águas correm apenas
Árido Rios relâmpagos
rápidas Saara)
na estação das chuvas.
2.4 O perfil de um rio
. O perfil transversal de um rio corresponde à análise dele no sentido da sua largura. O perfil longi-
tudinal é a análise do seu comprimento em relação à nascente e à foz.

Perfis longitudinal e transversais de um rio

Perfis transversais

Altitude
(m)
2 500

2 000
Vale de caleira Vale em V aberto Vale em V fechado
aluvial ou normal ou garganta
1 500 O alto curso ou curso
superior do rio
corresponde à área
1 000 próxima à nascente. O
or médio curso corresponde
p eri
su ao seu trecho
rso 500
Cu intermediário, onde o
Nível do mar volume de água aumenta,
Curso médio 0 pois o rio principal recebe
Curso inferior água de seus afluentes. Já
0 100 200 300 400 500 600 700
o baixo curso ou curso
inferior é a região próximo
Perfil longitudinal
à sua foz.
Fontes: Elaborado com base em PETERSEN, James F. et al. Fundamentos da Geografia física. São Paulo: Cengage
Learning, 2014. p. 340; GUERRA, Antônio T.; GUERRA, Antônio J. T. Novo dicionário geológico-geomorfológico.
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2011. p. 628.

222
2.5 Tipos de foz
. Foz em estuário

Único canal de desembocadura do rio.


Rio

Oc
ea
no Predomina em rios planálticos.
Estuário
Reprodução/NASA

Observe que na foz em


estuário, comum em regiões
com rios planálticos, há um
único canal de
desembocadura do rio. Na
imagem, estuário do rio
Sergipe (SE).
. Foz em delta

Continente

Rio Diversos canais de


desembocadura do rio.
Oc
ea Delta
no

Predomina em rios de planície.


Reprodução/INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

MÓDULO 16 - ELEMENTOS DA HIDROGRAFIA

A foz em delta é formada em regiões relativamente


planas, e a baixa velocidade de deslocamento das
águas possibilita a deposição de sedimentos e a
GEOGRAFIA

formação de diversos canais de saída de água. Na


imagem, delta do rio Parnaíba, nas proximidades da
divisa dos estados do Piauí e do Maranhão.

223
2.6 Tipos de canais
. Canal retilíneo

Fonte: TEIXEIRA, Wilson; FAIRCHILD,


Thomas R.; TOLEDO, Maria C. M.; TAIOLI, Fabio.
Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos,
2003. p. 197.
Cesar Diniz/Pulsar Imagens

Apresenta baixa sinuosidade.

Presente em falhas e fraturas


tectônicas.

Geralmente as formações rochosas


possuem a mesma resistência à
ação da água.

Trecho do canal retilíneo do rio Paraíba do Sul, em Queluz (SP).


. Canal meandrante

Fonte: TEIXEIRA, Wilson; FAIRCHILD, Thomas R.;


TOLEDO, Maria C. M.; TAIOLI, Fabio. Decifrando a
Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2003. p. 197.
Margi Moss/Brasil das Águas

Apresenta elevada sinuosidade.

Presente em regiões com climas


quentes, úmidos e relevo aplainado.

Processos de deposição e sedimentação


alteram o curso do rio.

Meandros do rio Tamitatoala, em Mato Grosso.

224
. Canal anastomosado

Fonte: TEIXEIRA, Wilson; FAIRCHILD, Thomas


R.; TOLEDO, Maria C. M.; TAIOLI, Fabio.
Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos,
2003. p. 197.
2021 Image Landsat/Copernicus/Google Earth

Apresenta um conjunto de canais


divergentes e convergentes.

Formação de ilhas e superfícies elevadas


causadas pela deposição de sedimentos.

Ocorrência em climas úmidos e


relevo plano.

Arquipélago das Anavilhanas em um trecho anastomosado do rio Negro, no estado do


Amazonas.

. Canal entrelaçado

Fonte: TEIXEIRA, Wilson; FAIRCHILD, Thomas


R.; TOLEDO, Maria C. M.; TAIOLI, Fabio.
Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos,
2003. p. 197.
Jonathan Cairns/Alamy/Fotoarena

Apresenta um conjunto de canais


divergentes e convergentes.

Formação de ilhas e superfícies elevadas MîDULO 16 - ELEMENTOS DA HIDROGRAFIA


causadas pela deposição de sedimentos.

Diferente do canal anastomosado por


se formar em climas secos/frios e não
possuir cobertura vegetal sobre as
ilhas e superfícies elevadas.
GEOGRAFIA

Canal entrelaçado do rio Waimakariri (Nova Zelândia).

225
DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

1 (Famerp-SP)
Reprodução/FAMERP, 2018

Considerando a disponibilidade de água no território brasi-


leiro, pode-se concluir que o mapa apresenta um quadro
sobre
a) a escassez hídrica, que é menor onde a oferta de água é
realizada por rios intermitentes.
b) a segurança hídrica, que é maior nas bacias onde a pere-
nidade dos rios é constante.
c) o potencial hídrico, que é maior na área meridional sob
influência da evapotranspiração.
d) o estresse hídrico, que é maior nas regiões onde a densi-
dade demográfica é alta.
e) a crise hídrica, que é menor na parcela oriental, onde a
oferta de água é abundante.

5% 10% 20% 40%

Excelente Confortável Preocupante Crítica Muito crítica

www.ana.gov.br

2 (Uerj)
Índice de Pobreza em Água (IPA)

Reprodução/UERJ, 2013.

Adaptado do Jornal Mundo. São Paulo: Pangea, março de 2013.

O Índice de Pobreza em Água é um indicador criado com a finalidade de estabelecer relações entre o acesso à água potável
e as características do meio natural e de cada sociedade.
Com base no mapa, a maior presença de países em situação crítica quanto ao acesso à água potável está no subcontinente
denominado:
a) Oriente Médio b) Ásia Meridional c) América Andina d) África Subsaariana

3 (Fuvest-SP) Várias cidades europeias sofreram inundações em 2016. A inundação do rio Sena, em Paris, França, excedeu o
leito do rio em mais de 6 metros, mas não ultrapassou a inundação histórica de 1910, quando o rio extravasou 8 metros.
As figuras mostram as transformações do curso do rio Sena e de seu entorno, ocupado pelo homem, desde o passado no
Neolítico até os dias atuais.
226
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

Reprodução/Fuvest, 2017.
Muséum National d’Histoire Naturelle. www.grandegaleriedelevolution.fr/fr/visitez/espaces/transformation-paysages.
Acessado em julho de 2016.

De acordo com as informações apresentadas, é correto afirmar:


a) Ao se compararem as inundações ocorridas em 2016 e em 1910, explica-se o nível superior das águas, em 1910, devido à
ausência, à época, de tecnologia que eliminasse a ascensão dos aquíferos até a superfície.
b) As inundações excepcionais que ocorrem no sítio urbano de Paris devem-se ao comportamento alterado da dinâmica
fluvial do rio Sena, agravadas com a ocupação humana de suas margens e com a alteração do padrão de seu canal, de
anastomosado para meandrante.
c) A instalação do homem às margens do rio Sena alterou a precipitação pluviométrica e ampliou o volume de água escoa-
do no curso fluvial, o que dificultou a infiltração das águas, provocando inundações excepcionais no sítio urbano de Paris.
d) As inundações excepcionais do sítio urbano de Paris vêm ocorrendo em razão de a ocupação humana ter-se desenvolvi-
do às margens do rio Sena, transformando drasticamente a paisagem da planície de inundação e o padrão do canal fluvial,
de anastomosado para retilíneo.
e) Na observação das alterações do curso do rio Sena ao longo do tempo, verifica-se que elas foram significativas do Neo-
lítico à Idade Média, enquanto que, da Idade Média aos dias atuais, essas alterações não foram intensificadas, permane-
cendo constante a densidade de ocupação.

4 (UPE) O desenho esquemático a seguir foi utilizado por um professor de Geografia do Ensino Médio numa determinada
turma, para abordar aspectos relacionados ao relevo originado em áreas costeiras. O professor apresentou uma sequência
evolutiva do relevo que vai de 1 a 3. Sabendo-se que as áreas pontilhadas são sedimentos modernos, basicamente fluviais,
conclui-se que o professor estava explicando mais especificamente

Reprodução/UPE, 2012.

MîDULO 16 - ELEMENTOS DA HIDROGRAFIA

a) a formação de restingas metamórficas.


b) a gênese de um delta.
c) os efeitos de uma transgressão marinha em costas altas.
d) as consequências geomorfológicas das ações antrópicas em áreas litorâneas.
GEOGRAFIA

e) a evolução de uma falésia viva.

227
Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Capítulo 22

Objetivos de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia o item 1 da seção Neste • Faça as questões 4 e 5. • Faça a questão 6.


1e2 módulo. • Leia o item 1.
• Faça as questões 1 a 3.

• Leia o item 2 da seção Neste • Faça as questões 10 e 11. • Faça a questão 12.
3 módulo. • Leia o item 2.
• Faça as questões 7 a 9.

EX TRAS!

1
Os antigos filósofos, observando o grande volume de água de rios como o Nilo, Reno e outros, imaginavam que as
chuvas eram insuficientes para alimentar tão consideráveis massas de água. Foi no século XVIII que Pierre Pernault mediu a
quantidade de chuva durante três anos na cabeceira do rio Sena. Também mediu o volume de água do referido rio e chegou
à conclusão de que apenas a sexta parte se escoava e o restante era evaporado.
LEINZ, V. Geologia geral. São Paulo: Editora Nacional, 1989 (adaptado).

A investigação feita por Pierre Pernault contribuiu diretamente para a explicação científica sobre
a) intemperismo químico.
b) rede de drenagem.
c) degelo de altitude.
d) erosão pluvial.
e) ciclo hidrológico.

2
A renaturalização de rios e córregos é, há muito tempo, uma realidade na Europa, no Japão, na Coreia do Sul, nos Estados
Unidos e em outros países. No Brasil ainda são muito tímidas as iniciativas, mas algumas poucas cidades estão adotando essa
importante prática.
Disponível em: http://sosriosdobrasil.blogspot.com.br. Acesso em: 10 dez. 2012 (adaptado).

A legislação brasileira avançou ao estabelecer como unidade territorial para a gestão desse recurso
a) os biomas.
b) as reservas ecológicas.
c) as unidades do relevo.
d) as bacias hidrografias.
e) as áreas de preservação ambiental.

228
17 GEOGRAFIA

M Ó D U L O

Bacias hidrográficas
mundiais e do Brasil
COMPETÊNCIAS
Objetivos de aprendizagem ESPECÍFICAS
E HABILIDADES
. Objetivo 1: identificar as principais bacias hidrográficas mundiais, assim como a importância econô-
DA BNCC

mica e para o abastecimento humano das regiões onde estão localizadas. COMPETÊNCIA 1
. Objetivo 2: identificar e analisar as principais bacias hidrográficas do Brasil: Bacia Amazônica e Bacia
EM13CHS106

Platina. COMPETÊNCIA 3
. Objetivo 3: identificar e analisar as principais bacias hidrográficas do Brasil: Bacia do São Francisco EM13CHS301
EM13CHS302
e Tocantins-Araguaia.
EM13CHS304
EM13CHS305
Neste módulo

1 Principais bacias hidrográficas mundiais


1.1 Europa 0°
Is. Nova
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OCEANO GLACIAL ÁRTICO
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. Os rios europeus Ba
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MÓDULO 17 - BACIAS HIDROGRÁFICAS MUNDIAIS E DO BRASIL


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Fonte: CALDINI, Vera;


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GEOGRAFIA

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. BÉ I. Sicília
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(3 323 m) o
km
–28
I. de Creta
2013. p. 114. I. Malta

229
. Bacia do rio Reno
• O rio Reno nasce nos Alpes Suíços, atravessa a Alemanha e deságua no litoral dos Países Baixos.
• Em sua foz está o porto de Roterdã.
• No vale do rio Ruhr, um de seus afluentes, está um dos principais polos industriais da Alemanha
e da Europa.
. Bacia do rio Ródano
• O rio Ródano nasce na Suíça, atravessa a França e deságua no mar Mediterrâneo.
• Utilizado para geração de eletricidade e navegação.
. Bacia do rio Danúbio
• O rio Danúbio nasce na Floresta Negra (Alemanha) e atravessa diversos países europeus até
desaguar no mar Negro.
• Amplamente utilizado para navegação.
. Bacia do rio Volga
• O rio Volga nasce nas colinas de Valdai (Rússia) e deságua no mar Cáspio.
• Principal rio da Rússia e maior rio europeu.
• Utilizado para geração de eletricidade e navegação.

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200 I. Sumatra
OCEANO
0 0 1 210 ÍNDICO I. Java Fonte: CALDINI, Vera; ÍSOLA,
–28
km
I. Timor Leda. Atlas geográfico Saraiva. São
Paulo: Saraiva, 2013. p. 132.

230
1.2.1 Hidrografia do Sul e Sudeste Asiático
Bacias hidrográficas dos rios Ganges e Indo
80° L
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Rio
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Bacia hidrográfica do rio Indo N

Bacia hidrográfica do rio Ganges


0 215
Limite de país
km

Fonte: WOODS HOLE OCEANOGRAPHIC INSTITUTION. Changing the Course of Rivers and History. Disponível em: https://
www.whoi.edu/oceanus/feature/changing-the-course-of-rivers-and-history/. Acesso em: 11 nov. 2020.

. Bacia do rio Ganges


• O rio Ganges nasce na cordilheira do Himalaia, atravessa a Índia e deságua em Bangladesh.
• Um dos rios mais volumosos do mundo.
• Influenciado pelas chuvas de monções.
• Considerado um rio sagrado para os hindus, além de contribuir para a produção agropecuária da
região.
• Apresenta elevado grau de degradação e poluição.
. Bacia do rio Indo
• O rio Indo nasce na cordilheira do Himalaia, atravessa a Caxemira (noroeste da Índia) e o
Paquistão.
• O controle de suas nascentes é disputado por Índia e Paquistão.
• Importante para o abastecimento humano e a irrigação em território paquistanês.

MÓDULO 17 - BACIAS HIDROGRÁFICAS MUNDIAIS E DO BRASIL


1.2.2 Hidrografia da China
. Bacia do rio Huang-ho ou Amarelo
• O rio Huang-ho nasce no planalto do Tibete e deságua no mar da China.
• Fundamental para o abastecimento humano, a pesca e a irrigação.
• Carrega sedimentos finos que o deixam amarelado, e esses sedimentos estão relacionados à
formação do solo de loess.
. Bacia do rio Yang-tse ou Azul
• O rio Yang-tse é o maior rio da China, nasce no planalto do Tibete e deságua no mar da China.
• Também é importante para o abastecimento humano, a pesca e a irrigação.
• Possui elevado potencial hidrelétrico.
GEOGRAFIA

• A maior usina hidrelétrica do mundo está nesse rio: usina de Três Gargantas.

231
• Projeto de Transferência de Água Sul-Norte: projeto de transposição de água do rio Yang-tse (Azul)
em direção a rios da porção norte do país.

China: desvio de água Sul-Norte


120° L
MONGÓLIA

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ÍNDIA
integração de alguns rios chineses,
Trópico de TAIWAN como o Yang-tse, Han e Huang-ho,
Câncer
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cujas obras foram iniciadas na
MIANMAR Mar da 0 350 década de 1990 e ainda estão sendo
China
VIETNÃ Meridional km
implementadas; a previsão é que
sejam concluídas em 2050.
Fonte: Elaborado com base em AFP. China South-north water diversion.

1.2.3 Hidrografia do Oriente Médio


. Bacia dos rios Tigre e Eufrates
• Os rios Tigre e Eufrates drenam a região da Mesopotâmia ou
Crescente Fértil.
• Importantes para civilizações antigas e atuais, por serem
Rios Tigre e Eufrates
fontes de recursos hídricos em uma região com clima árido.
40° L
• Deságuam no golfo Pérsico, importante região devido ao zil
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Rio frates Or.
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Bacia hidrográfica do rio Tigre


0 180
Bacia hidrográfica do rio Eufrates
km

Fonte: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. Atlas geográfico Saraiva.


Rio Eufrates, Turquia. Foto de 2015. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 132.

232
1.3 África
. O continente africano possui uma extensa hidrografia, principalmente na porção Subsaariana, de-
vido aos climas com maiores índices de pluviosidade.

Rios da África
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MÓDULO 17 - BACIAS HIDROGRÁFICAS MUNDIAIS E DO BRASIL


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Rio intermitente
km

Fonte: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. Atlas geográfico Saraiva. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 150.
GEOGRAFIA

233
. Bacia do rio Nilo Mar
Mediterrâneo
30° L
ISRAEL
• O rio Nilo é o segundo maior rio do mundo.

de S
Can uez
• Possui duas grandes nascentes, uma no lago Vitória (Nilo Branco)

al
e outra no planalto da Etiópia (Nilo Azul).
• Atravessa o deserto do Saara e deságua no mar Mediterrâneo.

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EGITO ARÁBIA

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• Elevado aproveitamento econômico para hidreletricidade, LÍBIA SAUDITA

irrigação, navegação e abastecimento humano.


Trópico de Câncer
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REPÚBLICA

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Os cruzeiros pelo Nilo são uma importante atividade turística no Egito. CENTRO-AFRICANA

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REPÚBLICA
DEMOCRÁTICA UGANDA
DO CONGO Lago QUÊNIA
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Rio Vitória
Fonte: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. Bacia hidrográfica RUANDA 0 315
Atlas geográfico Saraiva. Limite de país TANZÂNIA
BURUNDI km
São Paulo: Saraiva, 2013. p. 148.

. Bacia do rio Congo


• Segunda maior bacia hidrográfica do
SUDÃO
mundo. REPÚBLICA
DO SUL

• Nascentes do rio Congo estão loca- CENTRO-AFRICANA

lizadas na Zâmbia; ele atravessa a


CAMARÕES
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República Democrática do Congo até U e le

desaguar no oceano Atlântico.


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Rio Congo
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• Elevado potencial hidrelétrico, mas GUINÉ Ri
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EQUATORIAL
Rio

subaproveitado devido ao baixo de- UGANDA


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0 280 L. Mweru
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Rio ANGOLA
Bacia hidrográfica
Fonte: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda.
Atlas geográfico Saraiva. Limite de país
ZÂMBIA
20° L
São Paulo: Saraiva, 2013. p. 150.

234
. Bacia do rio N’ger 0°
• O rio Níger nasce no
maciço de Futa Djallon, MALI

entre Guiné e Serra


Leoa. SENEGAL NÍGER
íger
• Importante fonte de Ri
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GÂMBIA Sokoto
recursos hídricos para o
BURKINA

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países como Guiné, GUINÉ-BISSAU FASSO
GUINÉ
Mali, Níger, Benim e BENIN du
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10° N Ri o
Nigéria. Rio
Níg NIGÉRIA
• Apresenta sinais de SERRA LEOA COSTA er
DO Rio B e n u e
que a captação de MARFIM

Meridiano de Greenwich
água está acima do OCEANO LIBÉRIA
ideal, o que tende a ATLÂNTICO
CAMARÕES
intensificar o estresse
Rio N
hídrico na região.
Bacia hidrográfica
0 290
Limite de país
km

Fonte: Bundesanstalt für Geowissenschaften und Rohstoffe. Disponível em: https://www.whymap.org/


EN/Themen/Wasser/Projekte/laufend/TZ/Niger/Was_tz_niger_fig01_g_en.html. Acesso em: 11 nov. 2020.

1.4 AmŽrica Anglo-Sax™nica


. A hidrografia da América Anglo-Saxônica pode ser organizada em três vertentes: a do oceano
Glacial Ártico, do oceano Atlântico e do oceano Pacífico.

América Anglo-Saxônica: físico América Anglo-Saxônica: bacias hidrográficas


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110° O Mar da
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Mar de . de Bering
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MÓDULO 17 - BACIAS HIDROGRÁFICAS MUNDIAIS E DO BRASIL


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Fonte dos mapas: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. Atlas geográfico Saraiva. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 105.
GEOGRAFIA

235
1.4.1 Vertente do oceano Glacial Ártico Mar de Beaufort

. Bacia do rio Mackenzie


• O rio Mackenzie atravessa regiões isoladas do Cír
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• Possui elevado potencial hidrelétrico, mas (EUA) Rio P e el

subaproveitado devido à baixa demanda ener- Grande Lago


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gética e à distância dos principais centros eco- CANADÁ

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OCEANO
Fonte: Geology Page. Disponível em: 0 230
Limite de país
PACÍFICO
http://www.geologypage.com/2014/05/mackenzie-river. Limite de estado
km
html. Acesso em: 11 nov. 2020. 120° O

1.4.2 Vertente do oceano Atlântico


. Bacia dos rios Mississípi-Missouri

95° O

CANADÁ

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ATLÂNTICO
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Bacia hidrográfica N
Limite de país
0 250
Limite de estado
MÉXICO Golfo do México km

Fonte: United States Environmental Protection Agency. Disponível em: https://www.epa.gov/


ms-htf/mississippiatchafalaya-river-basin-marb. Acesso em: 11 nov. 2020.

• Aproveitamento econômico: hidreletricidade, irrigação, navegação e abastecimento humano.

236
. Bacia do rio São Lourenço
75° O

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Limite de estado ESTADOS UNIDOS km

Fonte: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. Atlas geográfico Saraiva. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 104.

• O rio São Lourenço interliga a região dos Grandes Lagos ao oceano Atlântico.
• Possui um sistema de canais, diques e comportas que permite a navegação.
• Drena uma das regiões industriais mais importantes do mundo, entre Estados Unidos e Canadá.

1.4.3 Vertente do oceano Pac’fico


. Bacia do rio Colorado

• O rio Colorado nasce nas Montanhas Rochosas e de-


IDAHO
ságua no oceano Pacífico. WYOMING
• Aproveitamento econômico: hidreletricidade, nave-
gação, irrigação, abastecimento humano e turismo,
especialmente no entorno de Las Vegas.
L. Salgado en
• As águas do rio Colorado esculpiram o Grand Canyon.

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NOVO MÉXICO

MÓDULO 17 - BACIAS HIDROGRÁFICAS MUNDIAIS E DO BRASIL


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Limite de estado
Rio Colorado e o Grand Canyon, que foi esculpido por suas águas. 110° O

Fonte: U.S. Geological Survey. Disponível em: https://www.usgs.gov/


media/images/colorado-river-basin-map. Acesso em: 11 nov. 2020.
GEOGRAFIA

237
2 Bacias hidrográficas do Brasil
2.1 Hidrografia brasileira
. Brasil possui a maior rede hidrográfica do planeta.
. Predomínio de regime pluvial tropical.
. Predomínio de rios perenes, com exceção do Semiárido nordestino, onde há rios intermitentes.
. Drenagem predominantemente exorreica.
. Rios predominantemente planálticos, o que favorece a geração de hidreletricidade e dificulta a
navegação.

2.2 Bacias hidrográficas brasileiras


. O Brasil possui doze bacias hidrográficas.
. Destacam-se pelo aproveitamento econômico, como irrigação, navegação ou geração de eletrici-
dade, as bacias:
• Amazônica;
• Platina (formada pelas bacias do Paraguai, Paraná e Uruguai);
• do São Francisco;
• do Tocantins-Araguaia.

Brasil: bacias hidrográficas


50º O

Boa Vista
OCEANO
ATLÂNTICO
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Equador Macapá

Belém São Luís


Manaus
Fortaleza
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Teresina CE Natal
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Salvador
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Amazônica MS Horizonte
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Tocantins-Araguaia ES
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Atlântico Nordeste Ocidental
SP
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Atlântico Nordeste Oriental Rio de Janeiro Trópico
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São Francisco io
Curitiba
Atlântico Leste
Atlântico Sudeste SC Florianópolis
Paraná
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Paraguai Porto Alegre N
Uruguai
Atlântico Sul 0 335

km

Fonte: Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Disponível em: www3.ana.gov.br.
Acesso em: 11 nov. 2020.

238
2.2.1 Bacia Amazônica
Bacia Amazônica: grandes rios
60° O

OCEANO
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ATLÂNTICO

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bacia Amazônica BOLÍVIA 0 425
Rio importante L. Poopó MS
km

Fonte: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. Atlas geográfico Saraiva. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 73.

. Maior bacia e maior rio do mundo.


. Ocupa áreas de Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, Guiana, Equador e Brasil.
. Possui afluentes nos hemisférios Norte e Sul.
. O rio Amazonas nasce na cordilheira dos Andes e possui diversos nomes: Apurimac, Vilcanota,
Ucayali, Marañon, Solimões; quando o Solimões se une ao rio Negro, passa a se chamar Amazonas.
. O fenômeno do encontro dos rios Negro e Solimões ocorre devido à diferença de velocidade, tem-
peratura e pH, o que dificulta a mistura das águas.
Andre Dib/Pulsar Imagens

MÓDULO 17 - BACIAS HIDROGRÁFICAS MUNDIAIS E DO BRASIL


Encontro das águas dos rios
Negro, à esquerda, e Solimões, à
direita. O rio Negro apresenta
coloração mais escura devido à
concentração de matéria orgânica.
O rio Solimões, por ser mais rápido,
transporta mais sedimentos em
suspensão. Foto de 2020.
. Relevo relativamente plano, o que favorece a navegação.
GEOGRAFIA

. Ocorrência da pororoca: elevação súbita das águas junto à foz de rios volumosos, como o Amazo-
nas, provocada pelo encontro das águas do mar com as águas fluviais.

239
2.2.2 Bacia Platina
50° O
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VENEZUELA SURINAME
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Rio Uruguai
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0 880 0 275

km km
50° O

Fonte: UNEP. Annual Report for 2002. p. 166; WWF. Relatório Anual, 2007. p. 14.
. Formada pelas bacias do Paraguai, Paraná e Uruguai.
. Bacia do Paraná
• Ocupa porções do território do Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai.
• Rio Paraná é formado pela união do rio Paranaíba e rio Grande, que nascem em Minas Gerais.
Deságua no estuário do rio da Prata, entre a Argentina e o Uruguai.
• Principais afluentes: rios Tietê, Paranapanema e Iguaçu.
• Elevado potencial e aproveitamento hidrelétrico, com destaque para a Usina Hidrelétrica de Itaipu.
• Utilizado para a irrigação e a navegação, com destaque para a Hidrovia Tietê-Paraná.
Cesar Diniz/Pulsar Imagens

Barcaça transportando grãos no


rio Tietê, em Pederneiras (SP).
Foto de 2017.
. Bacia do Paraguai
• Situada entre o Brasil, o Paraguai, a Bolívia e a Argentina.
• No Brasil, localiza-se principalmente no Pantanal.
• Aproveitamento econômico: pesca e navegação.
. Bacia do Uruguai
• Situada entre a Argentina, o Uruguai e o Brasil, nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
• Possui potencial hidrelétrico, navegação limitada devido aos desníveis no trajeto do rio.

240
2.2.3 Bacia do São Francisco Bacia do São Francisco: regiões fisiográficas
. O rio São Francisco nasce na serra da Canastra 42° O CE PB
(MG), percorre os estados da Bahia e Pernambuco,
PI Serra Talhada
e deságua entre Alagoas e Sergipe.
Represa de PE
. Possui regime tropical, com cheias no verão e va- Itaparica
Remanso Petrolina Paulo
zantes no inverno. Afonso
Represa Juazeiro
. Aproveitamento econômico: geração de eletrici- de Sobradinho Pão de Açúcar
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Rio
Arapiraca
dade, irrigação e abastecimento humano. Xique-Xique Penedo

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A navegação é limitada por falta de eclusas em ra
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suas barragens e hidrelétricas. Rio Morpará
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Transposição do São Francisco:

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• Construção de canais artificiais para desviar par-

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te da água do São Francisco para outras bacias o rrent
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do Semiárido nordestino. a da Lapa
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• São dois canais de desvio: Ca
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15° S
– Eixo Norte; e Manga G rand

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– Eixo Leste. DF OCEANO
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ATLÂNTICO

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Três Marias
Represa Ri km

o
Três Marias

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Alto São Francisco

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Médio São Francisco

ba
Submédio São Francisco
Belo Horizonte
SP ES Baixo São Francisco

Fonte: ANA/GEF/PNUMA/OEA. Caderno da região


Transposição das águas do rio São Francisco hidrográfica do São Francisco. Brasília: Ministério do
Meio Ambiente, 2006.
38° O
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Rio Ac

Fortaleza OCEANO
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Nascente Gonçalves
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MÓDULO 17 - BACIAS HIDROGRÁFICAS MUNDIAIS E DO BRASIL


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Reservatório/Açude rri
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Represa R io
It a p i c Aracaju N
uru
Canal de transporte de água
GEOGRAFIA

0 100
Capital de estado Fonte: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. Atlas geográfico
km
Saraiva. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 72.

241
2.2.4 Bacia do Tocantins-Araguaia
. Maior bacia totalmente em território brasileiro.
Equador
. Banha parte das regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil.
OCEANO

. Aproveitamento econômico: navegação e hidreletricidade, com ATLÂNTICO


destaque para a usina de Tucuruí, no rio Tocantins.

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Tocanti
Luciana Whitaker/Pulsar Imagens

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N

Rio
0 190 Bacia do
GO Tocantins-Araguaia
km
50° O

Usina de Tucuruí, no estado do Pará. Fonte: BARRETO, Maurício. Atlas escolar geogr‡fico. São Paulo:
Escala Educacional, 2005.

2.2.5 Os cursos fluviais e a degrada•‹o ambiental


Isso é assoreamento...

Quando chove,
a água leva a terra
para dentro do rio e
ele começa a ficar
soterrado

Mas as matas ciliares podem salvá-lo!

E o rio flui!

As raízes A vegetação
Fonte: Juntos Pela Água. Disponível em:
mantêm a filtra a água
https://www.juntospelaagua.com.br/
terra firme da chuva.
2016/12/08/relacao-arvore-e-agua/.
Acesso em: 12 nov. 2020.

242
. Atividades antrópicas, como a agricultura e a indústria, e as zonas urbanas podem afetar a quali-
dade da água dos rios.
. Principais problemas:
• Desmatamento das matas ciliares, que intensifica a erosão e o assoreamento de cursos fluviais.
• A impermeabilização de suas margens, que reduz a infiltração de água no solo e intensifica o
escoamento superficial das águas das chuvas.
• A impermeabilização do solo, associado ao assoreamento dos rios, tende a originar e agravar as
enchentes.
• Poluição por resíduos domésticos, comerciais e industriais.
• Contaminação por insumos agrícolas.

Clóvis Ferreira/Agência Estado


Antonio Cicero/Fotoarena

MÓDULO 17 - BACIAS HIDROGRÁFICAS MUNDIAIS E DO BRASIL


GEOGRAFIA

Acima, rio Tietê na década de 1930, com atividades de lazer, e abaixo, em 2005, completamente poluído.

243
DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

1 (UFRGS-RS) Leia o texto abaixo.


Pesquisas evidenciam que a linha de praia do delta do Rio Nilo está retrocedendo da costa a uma taxa alarmante. A água
marinha ameaça solos agricultáveis e afeta milhões de pessoas.

Assinale a alternativa correta sobre fatores que podem estar relacionados à retração da linha de praia do delta do Rio Nilo.
a) Urbanização, desmatamento e aumento de áreas úmidas costeiras, como fatores de alteração do escoamento fluvial na
bacia hidrográfica.
b) Aumento médio dos níveis dos mares pelo efeito estufa como única causa da erosão costeira.
c) Construção de barragens e de canais artificiais para o aumento do sistema distributário natural do rio.
d) Esforços de recuperação da dinâmica fluvial com a ampliação da retirada de areia do leito.
e) Manutenção das áreas úmidas costeiras e manguezais.

2 (Fuvest-SP) A partir das imagens a seguir, pode-se inferir a progressão do delta do rio Huang Ho (Rio Amarelo), na costa leste
da China, famoso pelo transporte de sedimentos conhecidos por loess. De 1979 a 2000, alterou-se consideravelmente a morfo-
logia do delta, com o aparecimento de feições recentes sobrepostas a outras, que levaram milhões de anos para se formar.
Reprodução/Fuvest, 2016.

Terra Fr‡gil: O que está acontecendo com o nosso planeta? São Paulo: Editora Senac, 2009. Adaptado.

Com base na comparação entre as imagens de satélite e em seus conhecimentos, assinale a afirmação correta.
a) A situação verificada deve-se aos efeitos das ondas e marés que comandam a deposição de sedimentos no delta,
sem haver influência continental no processo, já que a topografia costeira permite que o oceano alcance o interior
do continente.
b) A modificação na morfologia deve-se às grandes chuvas que ocorrem a montante desse delta e, por tratar-se de dre-
nagem endorreica, o rio carrega considerável volume de sedimentos grosseiros e blocos rochosos, que, aos poucos,
depositam-se ao longo da costa.
c) Além de haver nesse sistema deltaico uma característica carga detrítica fina que, praticamente, excede a capacidade do
rio de transportar material erodido e carregado, a modificação verificada foi ampliada pela ocupação antrópica, influen-
ciando o regime deposicional.
d) O delta é resultante de mudanças climáticas provocadas pela ação humana na exploração de recursos no golfo chinês,
nas estações mais quentes e chuvosas, ocasionando a retração da foz e o rebaixamento dos níveis das marés, com o
aparecimento dos bancos de areia sobressalentes.
e) As modificações no delta devem-se ao fato de essa região caracterizar-se como um sistema lacustre, onde há acumulação de
matéria orgânica decorrente das inundações provocadas pela construção da barragem da usina hidrelétrica de Três Gargantas.

244
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

3 (Imed-RS) Assinale a alternativa que aponta, correta e b) O que explica a grande quantidade de ilhas no canal do
respectivamente, as bacias hidrográficas identificadas pe- rio? Por que parte dessas ilhas é coberta de floresta?
los números 1, 2 e 3 no mapa apresentado na figura abaixo.

Reprodução/Imed, 2015.
5 (Uece) A Bacia do São Francisco é uma das mais impor-
tantes do Brasil. Quanto ao seu regime hidroclimático, é
correto dizer que essa bacia
a) apresenta um regime tropical perene na nascente e nos
afluentes da margem esquerda, e em outros setores
apresenta regime semiárido intermitente.
b) tem como característica um sistema perene, com ten-
a) 1 – São Francisco; 2 – Atlântico Sul; 3 – Tocantins-Araguaia.
dências de enchentes no inverno e vazantes no verão.
b) 1 – Paraguai; 2 – Tocantins-Araguaia; 3 – Paraná.
c) apresenta características idênticas ao regime fluvial equa-
c) 1 – São Francisco; 2 – Atlântico Sul; 3 – Parnaíba. torial, com precipitações médias de 2.900 mm/ano.
d) 1 – São Francisco; 2 – Tocantins-Araguaia; 3 – Paraguai. d) se caracteriza pelo regime temperado perene, com
e) 1 – Parnaíba; 2 – São Francisco; 3 – Tocantins-Araguaia. precipitações anuais de até 1.400mm em suas nascen-
tes, na região de um dos seus afluentes que é o rio
4 (Unicamp-SP) A imagem abaixo mostra o Arquipélago de
Urubupungá.
Anavilhanas, no Rio Negro, Estado do Amazonas. Obser-
ve a imagem e responda às questões. 6 (Fuvest-SP) Observe a imagem e leia o texto.
Reprodução/Unicamp, 2013.

Reprodução/Fuvest, 2013.

MÓDULO 17 - BACIAS HIDROGRÁFICAS MUNDIAIS E DO BRASIL


Fonte: Google Earth. Acessado em 25/09/2012.

a) O Rio Negro apresenta águas escurecidas, diferente- Arvoresdesaopaulo.wordpress.com/2009/12/09


mente de outros rios da região, que apresentam cores Acessado em junho de 2012.

claras. Por que este rio apresenta cores escuras? Por muitos anos, as várzeas paulistanas foram uma
espécie de quintal geral dos bairros encarapitados nas
colinas. Serviram de pastos para os animais das antigas
carroças que povoaram as ruas da cidade. Serviram de ter-
reno baldio para o esporte dos humildes, tendo assistido
a uma proliferação incrível de campos de futebol. Durante
as cheias, tais campos improvisados ficam com o nível das
GEOGRAFIA

águas até o meio das traves de gol.


Aziz Ab’Sáber, 1956.

245
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

Considere a imagem e a citação do geógrafo Aziz Ab’Sáber na análise das afirmações abaixo:
I. O processo de verticalização e a impermeabilização dos solos nas proximidades das vias marginais ao rio Tietê aumentam
a sua susceptibilidade a enchentes.
II. A retificação de um trecho urbano do rio Tietê e a construção de marginais sobre a várzea do rio potencializaram o
problema das enchentes na região.
III. A extinção da Mata Atlântica na região da nascente do rio Tietê, no passado, contribui, até hoje, para agravar o problema
com enchentes nas vias marginais.
IV. A várzea do rio Tietê é um ambiente susceptível à inundação, pois constitui espaço de ocupação natural do rio durante
períodos de cheias.
Está correto o que se afirma em
a) I, II e III, apenas.
b) I, II e IV, apenas.
c) I, III e IV, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.

Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Capítulo 23

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia o item 1 da seção Neste • Faça as questões 4 e 5 • Faça as questões 6 e 7.


1 módulo. • Leia o item 1.
• Faça as questões 1 a 3.

• Leia os itens 2 a 2.2.2 da • Faça as questões 11 e 12. • Faça a questão 13.


2 seção Neste módulo. • Leia os itens 2 a 2.2.2.
• Faça as questões 8 a 10.

• Leia os itens 2.2.3 a 2.2.5 da • Faça as questões 17 e 18. • Faça as questões 19 e 20.
3 seção Neste módulo. • Leia os itens 2.2.3 a 2.2.5.
• Faça as questões 14 a 16.

PREPARE-SE

Na próxima aula, vamos estudar sobre o conceito de Domínios Morfoclimáticos do Brasil, que foi elaborado pelo geógrafo Aziz
Ab’Sáber. Trata-se de uma forma de classificação dos aspectos naturais do Brasil que tem como critérios o clima, o relevo, o solo e
a vegetação dos diferentes domínios morfoclimáticos. Sobre o assunto, elabore um mapa mental destacando as características dos
domínios morfoclimáticos e, para isso, utilize as informações que já estudou sobre os aspectos naturais do Brasil, com destaque
para: clima, relevo, solos e vegetação.

246
EX TRAS!

1
As águas das precipitações atmosféricas sobre os continentes nas regiões não geladas podem tomar três caminhos: evapo-
ração imediata, infiltração ou escoamento. A relação entre essas três possibilidades, assim como das suas respectivas intensi-
dades quando ocorrem em conjunto, o que é mais frequente, depende de vários fatores, tais como clima, morfologia do terreno,
cobertura vegetal e constituição litológica.
LEINZ, V. Geologia geral. São Paulo: Editora Nacional, 1989 (adaptado).

A preservação da cobertura vegetal interfere no processo mencionado contribuindo para a


a) decomposição do relevo. d) desaceleração do intemperismo químico.
b) redução da evapotranspiração. e) deposição de sedimentos no solo.
c) contenção do processo de erosão.

2
As intervenções da urbanização, com a modificação das formas ou substituição de materiais superficiais, alternam de ma-
neira radical e irreversível os processos hidrodinâmicos nos sistemas geomorfológicos, sobretudo no meio tropical úmido, em
que a dinâmica de circulação de água desempenha papel fundamental.
GUERRA, A. J. T.; JORGE, M. C. O. Processos erosivos e recuperação de áreas degradadas. São Paulo: Oficina de Textos, 2013 (adaptado).

Nesse contexto, a influência da urbanização, por meio das intervenções técnicas nesse ambiente, favorece o
a) abastecimento do lençol freático. d) movimento de água em subsuperfície.
b) escoamento superficial concentrado. e) armazenamento das bacias hidrográficas.
c) acontecimento da evapotranspiração.

3
As modificações naturais e artificiais na cobertura vegetal das bacias hidrográficas influenciam o seu comportamento hi-
drológico. A alteração da superfície da bacia tem impactos significativos sobre o escoamento. Esse impacto normalmente é
caracterizado quanto ao efeito que provoca no comportamento das enchentes, nas vazões mínimas e na vazão média.
TUCCI, C.E.M.; CLARKE, R.T. Impacto das mudanças da cobertura vegetal no escoamento: erosão. Revista Brasileira de Recursos Hídricos. V. 2, no. 1 jan./jun. 1997 (fragmento).

Ao analisar três rios com coberturas vegetais distintas – agrícola, floresta regenerada e floresta natural – de uma mesma
bacia hidrográfica, após uma mesma precipitação, conclui-se que a vegetação é fundamental no comportamento da vazão
dos rios, uma vez que a
a) cobertura mais densa no ambiente agrícola proporciona o menor pico de vazão.
b) cobertura mais espaçada na floresta natural ocasiona o maior pico de vazão.
c) floresta regenerada, por possuir mais densidade de biomassa, possui o menor pico de vazão.
d) vegetação agrícola proporciona o mais demorado e o segundo maior pico de vazão.
e) vegetação de floresta natural possui o menor pico de vazão.

MÓDULO 17 - BACIAS HIDROGRÁFICAS MUNDIAIS E DO BRASIL


ANOTAÇÕES
GEOGRAFIA

247
ANOTAÇÕES

248
18 GEOGRAFIA

M Ó D U L O

Domínios
morfoclimáticos
COMPETÊNCIAS
Objetivo de aprendizagem ESPECÍFICAS
E HABILIDADES
. Objetivo 1: analisar as características dos domínios morfoclimáticos do Brasil.
DA BNCC
COMPETÊNCIA 1
Neste módulo EM13CHS106
COMPETÊNCIA 3
EM13CHS306

1 Domínios morfoclimáticos do Brasil


Brasil: domínios morfoclimáticos
50º O

OCEANO
ATLÂNTICO

Equador

OCEANO
PACÍFICO
Trópico de
Capricór
nio
MÓDULO 18 - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS
Amazônico Entre as faixas de transição
Cerrado morfoclimática existentes no
Mares de Morros território brasileiro, destacam-se
Caatinga a planície do Pantanal, onde se
verifica a presença de mais de um
Araucária N
domínio morfoclimático ou
Pradaria
0 390
paisagístico, e a Mata dos Cocais,
Faixas de transição entre o Cerrado, o Caatinga e a
km
Floresta Amazônica.
GEOGRAFIA

Fonte: AB’SÁBER, Aziz N. Domínios morfoclimáticos e províncias fitogeográficas do Brasil. Revista


Orienta•‹o. Instituto de Geografia da Universidade de São Paulo (IGEO/USP), n. 3, 1967. p. 45-48.

249
1.1 Domínio morfoclimático Amazônico
. Localizado principalmente na região Norte.
. Clima Equatorial, com elevadas temperaturas e índices pluviométricos.
. Predomínio de terrenos baixos (depressões).
. Solos de baixa fertilidade natural.
. Maior bacia hidrográfica do planeta.
. Floresta Equatorial latifoliada, densa, perene e higrófita.

São Gabriel da Cachoeira (AM)

Marcos Amend/Pulsar Imagens


Pluviosidade Temperatura
(mm) (°C)
400 40

350

300 30

250

200 20

150

100 10

50

0 0
J F M A M J J A S O N D

Fonte: MENDONÇA, Francisco. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. Vista aérea da Floresta Amazônica em Jutaí (AM), 2020.
São Paulo: Oficina de Textos, 2007. p. 153.
Clima Equatorial, com níveis elevados de temperatura e de pluviosidade durante o ano.

1.2 Domínio morfoclimático do Cerrado


. Ocupa porções do Centro-Oeste, Norte, Nordeste e Sudeste do Brasil.
. Clima Tropical, com verões quentes e úmidos, invernos amenos e secos.
. Latossolo: solos profundos e de baixa fertilidade natural.
. Relevo com marcante presença de planaltos sedimentares (chapadas) e depressões.
. Vegetação complexa com presença de gramíneas, arbustos e árvores de médio porte.

Rondonópolis (MT)
Pluviosidade Temperatura
(mm) (°C)
400 40

350

300 30

250

200 20

150

100 10

50

0 0 Clima Tropical, com verões quentes e úmidos


J F M A M J J A S O N D
e invernos amenos e secos.
Fonte: INMET. Disponível em: www.inmet.gov.br/. Acesso em: 12 nov. 2020.

250
Sandra Moraes/Shutterstock
Andre Dib/Pulsar Imagens

Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso. Foto de 2019. Vegetação do Cerrado, no Parque Nacional da Chapada das Mesas (MA). Foto de 2019.

1.3 Domínio da Caatinga


. Localizado principalmente na região Nordeste.
. Clima Semiárido, com elevadas temperaturas e baixos índices pluviométricos.
. Presença de neossolos (solos rasos e pedregosos).
. Relevo marcado por depressões e inselbergs.
. Vegetação xerófita, adaptada à aridez.
. Ocorrência da desertificação do solo.

Salgueiro (PE)
Pluviosidade Temperatura
(mm) (°C)
400 40

350

300 30

250

200 20

150

100 10

50
Clima Semiárido, com elevadas
0 0 temperaturas e baixos índices MÓDULO 18 - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS
J F M A M J J A S O N D
pluviométricos durante o ano.
Fonte: INMET. Disponível em: www.inmet.gov.br/. Acesso em: 12 nov. 2020.
GEOGRAFIA

251
Mauricio Simonetti/Tyba

Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo


Inselbergs em Quixadá (CE). Esses morros residuais são remanescentes do Formação de cactáceas de xique-xique em solo pedregoso no domínio da
intemperismo físico das rochas. Foto de 2015. Caatinga em Caicó (RN). Foto de 2020.

1.4 Dom’nio dos Mares de Morros


. Localizado principalmente na faixa litorânea do Nordeste, Sudeste e Sul.
. Presença de Mata Atlântica, influenciada pelo predomínio de climas úmidos.
. Relevo marcado pela presença de morros com vertentes arredondadas esculpidos por processos
erosivos.

Ouro Preto (MG)


Pluviosidade Temperatura
(mm) (°C)
400 40

350

300 30

250

200 20

150

100 10

50
O clima Tropical de Altitude se destaca por
0 0
J F M A M J J A S O N D possuir temperaturas mais baixas devido à
maior altitude.
Fontes: MENDONÇA, Francisco. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil.
São Paulo: Oficina de Textos, 2007. p. 175; Climate-data.org.
Disponível em: https://pt.climate-data.org. Acesso em: 12 nov. 2020.

252
Mauricio Simonetti/Pulsar Imagens
Vista de drone da região das Terras Altas da Mantiqueira, em Pouso Alto (MG). O domínio dos Mares de Morros ocupa vastas extensões da faixa
litorânea do Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil. Foto de 2019.

1.5 Dom’nio das Arauc‡rias


. Presente na região Sul.
. Clima Subtropical, com chuvas distribuídas durante o ano e elevada amplitude térmica. Em regiões
mais elevadas, as temperaturas são baixas e há ocorrência de geadas e nevascas.
. Relevo marcado por planaltos sedimentares-basálticos.
. Predomínio da Floresta Aciculifoliada Subtropical.

São Miguel da Serra* (SC) São Joaquim (SC)

Fonte: Climate-data.org. Disponível em: https://pt.


climate-data.org. Acesso em: 12 nov. 2020.
Pluviosidade Temperatura Pluviosidade Temperatura
(mm) (°C) (mm) (°C)
400 40
400 40
350
350
300 30 300 30

250 250

200 20 200 20

150 150 MîDULO 18 - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS

100 10 100 10

50 50

0 0 0 0
J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D

* São Miguel da Serra é um distrito do município de Porto União (SC).


GEOGRAFIA

O clima Subtropical possui chuvas distribuídas durante o ano, verões brandos e invernos frios. Em regiões mais altas, como em São Joaquim (Santa Catarina), as
temperaturas são mais baixas e há nevascas esporádicas.

253
Gerson Gerloff/Pulsar Imagens

Gerson Gerloff/Pulsar Imagens


O domínio morfoclimático da Araucária é típico das áreas com ocorrência, no Brasil, do clima Subtropical com verões brandos. Nas imagens, São José dos Ausentes (RS).

1.6 Dom’nio das Pradarias


. Presente na porção meridional do
Rio Grande do Sul. Alegrete (RS)
. Clima Subtropical, com chuvas Pluviosidade Temperatura
distribuídas durante o ano e ele- (mm) (°C)
400 40
vada amplitude térmica.
. Relevo de coxilhas, com baixos 350
planaltos suavemente ondulados.
300 30
. Predomínio de gramíneas.
. Ocorrência da arenização.
250

200 20

150

100 10

50

0 0
J F M A M J J A S O N D
Clima Subtropical.
Fonte: INMET. Disponível em: www.inmet.gov.br/. Acesso em: 12 nov. 2020.
Gerson Gerloff/Pulsar Imagens

Gerson Gerloff/Pulsar Imagens

Domínio morfoclimático das Pradarias, uma das áreas mais importantes de pecuária Vista de drone de local onde houve tentativas frustradas de recuperação com a
bovina no país. Na imagem, paisagem característica dos Pampas Gaúchos, em São introdução de espécies vegetais primárias para conter a arenização, em Manoel Viana
Martinho da Serra (RS), 2016. (RS), 2020.

254
DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

1 (UEL-PR) Aziz Ab’Sáber identificou seis domínios morfo- e) Um conjunto espacial de certa ordem de grandeza
climáticos e fitogeográficos no Brasil – Amazônico, Cer- territorial – de centenas de milhares de quilômetros
rado, Mares de Morros, Caatingas, Araucárias e Pradarias quadrados de área – caracterizado por um esquema
– que apresentam fortes processos de atuação humana, coerente de feições de relevo, tipos de solos, formas
modificando o espaço e inserindo outras práticas, princi- de vegetação e condições climático-hidrológicas.
palmente a agrícola, nessas áreas, quebrando a harmonia
2 (Falbe-SP) A classificação do território brasileiro em dife-
presente. O mapa a seguir apresenta a localização desses
rentes domínios morfoclimáticos foi elaborada pelo geó-
domínios.
grafo Aziz Ab’Sáber (1924-2012). Ele identificou seis gran-
des domínios: o amazônico, o do cerrado, o dos mares de
Reprodução/UEL, 2016.

morros, o da caatinga, o das araucárias e o das pradarias.


Assinale a alternativa que identifica corretamente os do-
mínios abaixo e suas características

Reprodução/Einstein, 2017.
AB’SÁBER, A. N. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísti
cas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003. p. 17.

Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a de-


finição de domínio morfoclimático e fitogeográfico para Imagens: http://escolaeducacao.com.br/dominios-morfoclimaticos-do-brasil/,
Acesso em 05/05/2017.
Ab’Sáber.
a) O Domínio I é o Domínio Morfoclimático dos Mares de
a) Um conjunto complexo de elementos e fatores quími- Morros. Tal denominação se deve às suas feições geo-
cos, biológicos e sociais que interagem entre si com morfológicas, com formas de relevo em aparência con-
reflexos recíprocos afetando, de forma direta e muitas vexa, no estilo chamado de “mamelonar”, como se fos-
vezes visível, os seres vivos. sem pequenos morros no formato de meias laranjas.
b) Um conjunto de vegetais adaptado às condições des- b) O Domínio II é o Domínio Cerrado. Essa área se caracte-
favoráveis do clima, que impõe ritmo às funções fi- riza por chuvas bem distribuídas ao longo do ano e com
siológicas, através da perda das folhas em determi- vegetação savânica. Abrange predominantemente a Re-
nadas espécies que estão associadas a um conjunto gião Nordeste e é pouco explorada economicamente.
maior. c) O Domínio I é o Domínio Morfoclimático dos Mares de
c) Um conjunto de vegetais presentes sob determinada Morros. É marcado por vegetação composta por her- MîDULO 18 - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS
temperatura que influi de forma decisiva na existência báceas, que são plantas com caules não lenhosos ou
e distribuição dos seres vivos, assim como na formação flexíveis, nunca maiores do que dois metros. Possui
dos ecossistemas densos presentes no Brasil. grandes riscos de desertificação.
d) Um conjunto espacial que se caracteriza pela hetero- d) O Domínio II é o Domínio Cerrado. O Cerrado brasileiro
geneidade de seus componentes, de suas estruturas, não possui diferenças em relação às savanas africanas.
fusões e relações que, integrados, formam o sistema As chuvas concentram-se entre os meses de maio, ju-
GEOGRAFIA

do ambiente físico, químico, onde há exploração huma- nho e julho. É marcada por relevo de planície e rede
na progressiva e regressiva. hidrográfica pobre.

255
Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Capítulo 24

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia a seção Neste m—dulo. • Faça as questões 4 e 5. • Faça as questões 6 e 7.


1
• Faça as questões 1 a 3. • Leia o Capítulo 24.

PREPARE-SE

Na próxima aula, vamos estudar a matriz energética mundial e analisar quais são as principais fontes utilizadas no mundo. Um dos
temas mais discutidos é o futuro das fontes energéticas. Sobre o assunto, leia o texto abaixo.

Até 2030, fontes de energia limpa devem substituir as fósseis

Projeções de mercado já mostram o momento em que fontes renováveis vão se tornar mais baratas que as
fósseis e superá-las. Como isso muda os negócios
Berço da Revolução Industrial, a Inglaterra terá em 2019, pela primeira vez na história, mais energia elétrica de fontes renováveis
(solar, eólica e hídrica) do que de derivados de petróleo. Também pela primeira vez, em abril, nos Estados Unidos, a geração por fontes
limpas ultrapassou a do carvão. Pouco adiantou o governo Donald Trump ter criado a lei Affordable Clean Energy (ACE), mais compla-
cente com a poluição do que a antiga Clean Power Plan (CPP), de Barack Obama. Uma lei ainda mais poderosa está a favor da energia
verde: a lei do mercado. O avanço de geradores solares, geradores eólicos e baterias de grande porte está tornando os combustíveis
fósseis comparativamente caros. “Por volta de 2030, essas três tecnologias vão oferecer menor custo de geração do que usinas a gás ou
carvão em quase qualquer lugar no mundo”, diz Matthias Kimmel, analista-chefe do relatório 2019 da BloombergNEF (BNEF). A consul-
toria britânica Wood Mackenzie prevê que em 2035 vai ocorrer o ponto de virada, a partir do qual, pelas condições de mercado, fontes
limpas vão se tornar a escolha óbvia de qualquer tipo de projeto – em transporte, construção, indústria, comércio, o que for. O prazo é
longo demais diante da ameaça das mudanças climáticas, mas tornou-se próximo o bastante para afetar planos de negócios. No Brasil,
a nova matriz energética, mais flexível e ainda mais verde, abre oportunidades e conduz a uma outra mudança. Num país tão extenso
e ensolarado, com painéis solares cada vez mais baratos e eficientes, a geração de energia vai acontecer em todo lugar. O fenômeno
já era esperado, mas sua iminência o faz ganhar peso na estratégia das companhias do setor. “Empresas e até residências deixam de
depender das distribuidoras, passando a produzir sua própria eletricidade”, diz Miguel Setas, CEO da EDP no Brasil, que fatura com
distribuição. “Isso muda o papel do consumidor e também o das distribuidoras de energia.” […]
MOURA, Marcelo. Até 2030, fontes de energia limpa devem substituir as fósseis. Época Negócios, 12 jul. 2019. Disponível em: https://epocanegocios.globo.com/Tecnologia/
noticia/2019/07/ate-2030-fontes-de-energia-limpa-devem-substituir-fosseis.html. Acesso em: 22 nov. 2020.

. A partir da leitura do texto, explique quais são os fatores que justificam a previsão de que as fontes renováveis serão as mais
utilizadas a partir da década de 2030.

EX TRAS!

1
A topografia predominante no Planalto Central é a de uma região horizontal, chata, que me fez recordar muito do Planalto
Central da África do Sul: o mesmo horizonte circular, a mesma vegetação baixa e rala, que permite à vista varrer extensões infinitas.
WEIBEL, L. Capítulos de geografia tropical e do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 1979.

Quais formações vegetais pertencem às paisagens apresentadas?


a) Os cerrados e as savanas. c) As caatingas e os maquis. e) As restingas e os chaparrais.
b) Os garrigues e as pradarias. d) As coníferas e as estepes.

256
EXTRAS!

Reprodução/Enem, 2011.
Disponível em: http://www.ra-bugio.org.br. Acesso em: 28 jul. 2010.

A imagem retrata a araucária, árvore que faz parte de um importante bioma brasileiro que, no entanto, já foi bastante de-
gradado pela ocupação humana. Uma das formas de intervenção humana relacionada à degradação desse bioma foi
a) o avanço do extrativismo de minerais metálicos voltados para a exportação na região Sudeste.
b) a contínua ocupação agrícola intensiva de grãos na região Centro-Oeste do Brasil.
c) o processo de desmatamento motivado pela expansão da atividade canavieira no Nordeste brasileiro.
d) o avanço da indústria de papel e celulose a partir da exploração da madeira, extraída principalmente no Sul do Brasil.
e) o adensamento do processo de favelização sobre áreas da Serra do Mar na região Sudeste.

ANOTAÇÕES

MîDULO 18 - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS


GEOGRAFIA

257
19 GEOGRAFIA

M Ó D U L O

Fontes energéticas

COMPETÊNCIA
Objetivos de aprendizagem ESPECÍFICA
E HABILIDADES
. Objetivo 1: analisar a matriz energética mundial e o consumo de carvão mineral.
DA BNCC
COMPETÊNCIA 3
. Objetivo 2: analisar a produção e consumo de petróleo e gás natural no mundo. EM13CHS302
EM13CHS304
Neste módulo EM13CHS305
EM13CHS306

1 Matriz energética mundial


1.1 Fontes primárias de energia
. Não renováveis: não renováveis na escala de tempo humana:
• Combustíveis fósseis:
– petróleo;
– gás natural;
– carvão mineral.
• Minérios radioativos.

. Renováveis: renováveis na escala de tempo humana e, em geral, menos impactantes para o meio
ambiente:
• Eólica.
• Solar.
• Biomassa.
• Geotérmica.
• Maremotriz.

1.2 Fontes secundárias de energia


. Produzidas a partir de fontes primárias:
• Energia elétrica.
• Derivados de petróleo.
• Etanol.

258
1.3 Matriz energética mundial
. Os combustíveis fósseis (petróleo, gás natural e carvão mineral) correspondem às principais fontes
energéticas utilizadas no mundo, e a tendência é que continuem importantes mesmo com o maior
uso de fontes renováveis.

Mundo: matriz energética – 2018

2,0%
2,5%
4,9%
Petróleo
Carvão
9,3%
31,6%
Gás natutal
Fornecimento total Biocombustíveis e resíduos
de energia
mundial: 14 Mtep* Nuclear
22,8% Hidráulica A matriz energética mundial
representa o conjunto de fontes
Outros
energéticas utilizadas por diversas
26,9% atividades antrópicas, como os
transportes, comércios, indústrias e
residências.
* Mtep = milhões de tonelada equivalente de petróleo.
Fonte: INTERNATIONAL ENERGY AGENCY. Global share of total energy supply by
source, 2018. Disponível em: https://www.iea.org/data-and-statistics/charts/
global-share-of-total-energy-supply-by-source-2018. Acesso em: 12 nov. 2020.

Mundo: consumo de energia primária (por região) – 2010-2050

1 000
térmicas britânicas (BTU)*

histórico projeções Países


Quatrilhão de unidades

900 não integrantes


800 da OCDE**
700
Ásia
600
Oriente Médio
500
400 África
Fonte: EIA projects nearly 50%
300 América increase in world energy usage by
200 Europa e Eurásia 2050, led by growth in Asia.
U.S. Energy Information Administration,
100
OCDE 24 set. 2019. Disponível em: https://
0 www.eia.gov/todayinenergy/
2010 2020 2030 2040 2050 detail.php?id=41433. Acesso em:
12 nov. 2020.
* Unidade de medida de energia.
** OCDE: Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico.

Mundo: consumo de energia por fonte energética – 2010-2050

300
térmicas britânicas (BTU)*
Quatrilhão de unidades

histórico projeções renováveis


250
petróleo e
200 outros líquidos
150 gás natural
MîDULO 19 - FONTES ENERGÉTICAS

100 carvão

50 nuclear
Fonte: EIA projects nearly 50% increase
in world energy usage by 2050, led by
0 growth in Asia.U.S. Energy Information
GEOGRAFIA

2010 2020 2030 2040 2050 Administration, 24 set. 2019. Disponível em:
https://www.eia.gov/todayinenergy/detail.
php?id=41433. Acesso em: 12 nov. 2020.
* Unidade de medida de energia.

259
1.4 Produção e consumo do carvão mineral no mundo
. Origem geológica do carvão mineral: soterramento de antigas coberturas florestais, principalmen-
te na Era Paleozoica.
. Diferentes tipos de carvão de acordo com a concentração de carbono.
. A China é a maior produtora e consumidora mundial.
. Altamente poluente.

Formação do carvão mineral

Ambiente úmido,
Tipo de carvão Porcentagem
vegetação abundante mineral de carbono
Turfa 60%
Linhito 70%
Hulha 80%
50 m 50 m Turfa
Turfa Antracito 98%

10 m Linhito

5m Hulha 5m Antracito
A turfa e o linhito são
característicos de
ambientes mais rasos,
nos quais as condições
1 A matéria vegetal 2 O soterramento 3 O aumento do 4 A continuação do de temperatura e
soterrada em pouco profundo soterramento soterramento e a pressão são menores.
pântano, que transforma a turfa transforma o deformação estrutural, Diferentemente dos
é parcialmente em linhito. linhito em carvão mais calor, metamorfizam locais mais profundos
decomposta e macio (hulha). o carvão macio em carvão em que são
comprimida, duro (antracito).
encontrados a hulha e
forma a turfa.
o antracito.
Fonte: GROTZINGER, John; JORDAN, Tom. Para entender a Terra. Porto Alegre: Bookman, 2013. p. 665.

Mundo: maiores produtores de carvão mineral – 2019


0° OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Círculo Polar Ártico
China 3 692
Índia 745
Estados Unidos 640
OCEANO
ATLÂNTICO Indonésia 585
Trópico de Câncer
OCEANO Austrália 500
OCEANO
PACÍFICO Rússia 425
Equador PACÍFICO
0° África do Sul 264
Meridiano de Greenwich

OCEANO Alemanha 132


Trópico de Capricórnio ÍNDICO
Casaquistão 117

Produ•‹o (em Mt) Polônia 112


Abaixo de 10 Turquia 84
10 a 50 Colômbia 83
50 a 200 Círculo Polar Antártico
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
N 0 500 1 500 2 500 3 500
200 a 3 000
Acima de 3 000 0 3 000 Milh›es de toneladas
Sem dados
km

Fonte: COAL and lignite production. Global Energy Statistical Yearbook 2020. Disponível em: https://yearbook.enerdata.net/
coal-lignite/coal-production-data.html. Acesso em: 12 nov. 2020.

260
Mundo: maiores consumidores de carvão mineral – 2019

0° OCEANO GLACIAL ÁRTICO


Círculo Polar Ártico China 3 826
Índia 948
Estados Unidos 546
OCEANO Rússia 225
Trópico de Câncer ATLÂNTICO
África do Sul 192
OCEANO OCEANO
Japão 187
PACÍFICO PACÍFICO
Equador Alemanha 171

Meridiano de Greenwich
OCEANO Indonésia 136
Trópico de Capricórnio ÍNDICO Coreia do Sul 132
Turquia 121
Consumo (em Mt)
Abaixo de 20 Polônia 113
20 a 100 Austrália 101
100 a 500 OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
Círculo Polar Antártico N 0 500 1 500 2 500 3 500
500 a 3 000
Acima de 3 000 Milh›es de toneladas
0 3 000
Sem dados
km

Fonte: COAL and lignite production. Global Energy Statistical Yearbook 2020. Disponível em: https://yearbook.enerdata.net/coal-lignite/coal-world-consumption-data.html.
Acesso em: 12 nov. 2020.

Observe que, em geral, os maiores produtores de carvão também são os maiores consumidores. No caso do Brasil, que possui reservas pouco expressivas, o consumo de carvão é pequeno.

China: matriz energética e matriz elétrica – 2017


1,8%
Eólica, solar, etc.
3,7%
Nuclear
4,4% 2,9%
33,6% Vento Gás 2,0% Solar
Hidráulica
5,2 Carvão 1,2% Biocombustíveis
%C
alo
r
6,7% Gás Setor ElŽtrico 17,8%
8%
%
0,2% Perdas
22,2%
26% Eletricidade 0,2% Petróleo
Petróleo e consumida
derivados Eletricidade 2017 - China
pelo usuário final
84% Geração de O carvão mineral é
eletricidade responsável por 33,6% da
matriz energética da China.
4,4%
Quando analisamos apenas
Biocombustíveis a geração de eletricidade,
67 6%
67,6%
e resíduos 5% 11% 67,6% da energia elétrica
Perdas com
transporte e Carvão chinesa é proveniente de
Uso próprio da indústria termelétricas movidas a
distribuição de eletricidade
carvão mineral.
Fonte: THE ENERGY SYSTEM of the People’s Republic of China. World Energy Data.
Disponível em: https://www.worldenergydata.org/china/. Acesso em: 12 nov. 2020.
Bonandbon/Alamy/Fotoarena

MîDULO 19 - FONTES ENERGÉTICAS


GEOGRAFIA

Usina de carvão emite


poluição por dióxido de
carbono em Chengde
(China), 2019.
261
2 Petróleo e gás natural no mundo
2.1 Petróleo: formação geológica e importância econômica
. Formação geológica do petróleo e gás natural: soterramento de matéria orgânica em mares rasos
e grandes lagos.

Formação de petróleo e gás natural

Oceano

Pequenos
organismos
marinhos
Oceano

Sedimentos
300 a 400 milhões e rochas
de anos atrás Rocha
impermeável

Rocha
sedimentar
porosa
Sedimento
e rocha
Organismos transformados
em gás natural e óleo
50 a 100 milhões Rocha
impermeável
de anos atrás
Rocha
Óleo preso sedimentar
porosa
Gás natural
preso

Dias atuais

Fonte: Socratic Q&A. Disponível em: https://socratic.org/questions/how-does-the-formation-of-coal-differ-


from-that-of-natural-gas-and-oil. Acesso em: 16 nov. 2020.
. Principal fonte energética utilizada no mundo.

Sergei Vorsin/Shutterstock
. Principais setores produtivos que depen-
dem do petróleo:
• Transporte: automóveis, caminhões e
aviões.
• Agrícola: tratores e sistemas de irrigação
movidos a diesel.
• Indústrias: aquecimento de caldeiras e
uso de derivados para a produção de
plásticos, borrachas, tintas e diversos
outros materiais.

Refinaria de petróleo em
Tuapse (Rússia). Foto de 2020.

262
. Maiores reservas: destaque para a Venezuela, países do Oriente Médio, Canadá e Rússia.

Mundo: maiores reservas provadas de petróleo (em bilhões de barris) – 2019


1º Venezuela 303,8
2º Arábia Saudita 297,6 Venezuela
3º Canadá 169,7 16% 18% Arábia Saudita
4º Irã 155,6 1% Canadá
5º Iraque 145,0
6º Rússia 107,2 4%
% Irã
7º Kuwait 101,5 Reservas Iraque
6% Fonte: INSTITUTO
8º EAU 97,8 mundiais totais
17
17% Rússia BRASILEIRO DE
9º EUA 68,9 1 733 bilh‹o
PETRÓLEO E GÁS
de barris Kuwait
10º Líbia 48,4 6%
% (IBP). Observatório do
11º Nigéria 37,0 EAU setor. Disponível em:
6%
https://www.ibp.org.br/
12º Cazaquistão 30,0 EUA observatorio-do-setor/
13º China 26,2 10% snapshots/
8% Brasil
14º Catar 25,2 9%
maiores-reservas-
Outros provadas-de-petroleo-
15º Brasil 12,7
em-2019/. Acesso em:
16 nov. 2020.

. Maiores produtores: destaque para Estados Unidos, Arábia Saudita e Rússia.

Mundo: maiores produtores de petróleo (mil barris/dia) – 2019


1º EUA 17 045
2º Arábia Saudita 11 832 EUA
3º Rússia 11 540 Arábia Saudita
4º Canadá 5 651 18% Rússia
5º Iraque 4 779 28%
6º EAU 3 998 Canadá
7º China 3 836 Produção Iraque
8º Irã 3 535 mundiais total 12% EAU
9º Kuwait 2 996 95,1 milh›es China
10º Brasil 2 877 de barris/dia
11º Nigéria 2 109 3% Irã Fonte: IBP. Observatório
3% do setor. Disponível em:
12º Casaquistão 1 931 12% Kuwait https://www.ibp.org.br/
4%
13º México 1 918 observatorio-do-setor/
4% Brasil
14º Catar 1 883 snapshots/maiores-
4% 5% 6% produtores-mundiais-de-
Outros
15º Noruega 1 731 petroleo-em-2019/. Acesso
em: 16 nov. 2020.

. Maiores consumidores: destaque para Estados Unidos, China, Índia, Japão e países da Europa Ocidental.

Mundo: maiores consumidores de petróleo e gás natural liquefeito (mil barris/dia) – 2019
1º EUA 19 400
2º China 14 056
3º Índia 5 271
20% EUA
4º Japão 3 812
5º Arábia Saudita 3 788 China
6º Rússia 3 317
Consumo Índia
7º Coreia do Sul 2 760
mundiais total Japão
8º Canadá 2 403 48%
99,8 milh›es 14%
9º Brasil 2 398 Arábia Saudita
barris/dia
10º Alemanha 2 281 Rússia
MÓDULO 19 - FONTES ENERGÉTICAS

11º Irã 2 018 Fonte: IBP. Observatório


12º México 5% Brasil do setor. Disponível em:
1 733
13º Indonésia Outros https://www.ibp.org.br/
1 732 4%
observatorio-do-setor/
14º Reino Unido 1 545 3% 4%
snapshots/maiores-
15º França 1 530 consumidores-de-petroleo-
2% e-lgn-em-2019/. Acesso
em: 16 nov. 2020.
GEOGRAFIA

Os maiores consumidores de petróleo, como os Estados Unidos e a China, geralmente não são autossuficientes em energia e dependem da
importação para suprir as demandas internas.

263
2.2 Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep)
. Concentra aproximadamente 80% das reservas comprovadas de petróleo.
. Possui forte influência na produção, na distribuição e na determinação do preço do barril de petró-
leo no mercado mundial.

Participação da Opep nas reservas mundiais de petróleo – 2019

0,2%
0,6% 0,2%
1%
3% 0,1% Em bilhões de barris
Venezuela – 303,81
3,9%
Arábia Saudita – 258,6
Irã – 208,2

Opep Iraque – 145,02


8%
1 226 bilhão de barris 24,8% Kuwait – 101,5
79,1%
Emirados Árabes Unidos – 97,8
Não membros 8,3% Líbia – 48,36
da Opep Nigéria – 36,89
324 bilhões
de barris Argélia – 12,20
11,8%
20,9% 21,1% Angola – 7,78
Congo – 2,88
17%
Gabão – 2
Guiné Equatorial – 1,1

Fonte: OPEP. Annual Statistical Bulletin 2020. In: Oil data: upstream. Disponível em:
https://asb.opec.org/ASB_Charts.html?chapter=10. Acesso em: 4 out. 2020.

Exportações de petróleo bruto de membros da Opep, por destino – 2019

0° OCEANO GLACIAL ÁRTICO Arábia Saudita


Emirados Árabes Unidos
Círculo Polar Ártico Irã
1 944 Iraque
12 3
2 1 Kuwait
1 017
98
72

172
19

302

28
Trópico de Câncer
73 OCEANO
334

146 26
7

OCEANO PACÍFICO
Venezuela
666

PACÍFICO
46

Equador

328

Trópico de Capricórnio 28
2
75
Meridiano de Greenwich

OCEANO
1

ÍNDICO
OCEANO
ATLÂNTICO
Angola
Petróleo exportado Argélia
OCEANO GLACIAL Congo
a partir da/do:
ANTÁRTICO Gabão
Círculo Polar Antártico
América Latina N
Guiné Equatorial
Oriente Médio Líbia
0 1950
África Nigéria
km

Fonte: OPEP. OPEC Members’ crude oil exports by destination, 2019. OPEC Annual Statistical Bulletin 2020. p. 60.

Os países da Opep exportam petróleo para diversas regiões e países do mundo, como os Estados Unidos, Europa Ocidental e Ásia.

264
2.3 Produ•‹o e consumo de gás natural no mundo
. Formação associada ao petróleo.
. Menos poluente do que outros combustíveis fósseis.
. Maiores reservas: Rússia e Irã.

Mundo: maiores reservas provadas de gás natural (em trilhões de m3) – 2019

1º Rússia 38
2º Irã 32 Rússia
3º Catar 24,7 Irã
4º Turcomenistão 19,5 Catar
5º EUA 12,9
Turcomenistão
6º China 8,4
7º Venezuela 6,3 19,8% 19,1% EUA
8º Arábia Saudita 6 China
0,2%
9º EAU 5,9
2,7% Venezuela
10º Nigéria 5,4 Reservas
3,0% mundiais totais Arábia Saudita
11º Argélia 4,3 16,1%
3,0% 198,8 trilhões m3
12º Iraque 3,5 EAU
13º Azerbaijão 2,8 3,2%
Nigéria
14º Casaquistão 2,7 4,2% 6,5% Brasil
15º Austrália 2,4 12,4%
9,8% Outros
32º Brasil 0,4

Fonte: IBP. Observatório do setor. Disponível em: https://www.ibp.org.br/observatorio-do-setor/snapshots/


maiores-reservas-provadas-de-gas-natural-em-2019/. Acesso em: 16 nov. 2020.

. Maiores produtores: Estados Unidos e Rússia.

Mundo: maiores produtores de gás natural (em bilhões de m3) – 2019

1º EUA 921
EUA
2º Rússia 679
3º Irã 244 Rússia
4º Catar 178 Irã
5º China 178
Canadá
6º Canadá 173
28% 23%
7º Austrália 153 Catar
8º Noruega 114 China
9º Árabia Saudita 114 Produção
Austrália
10º Argélia 86 mundial total
3 989 bilhões m3 Noruega
11º Malásia 79 1%
17% Arábia Saudita
12º Indonésia 68 2% 3%
13º Egito 65 3% Argélia
4%
14º Turcomenistão 63
4% 6% Brasil
15º Emirados Árabes Unidos 63 4% 4%
Outros
31º Brasil 26

Fonte: IBP. Observatório do setor. Disponível em: https://www.ibp.org.br/observatorio-do-setor/snapshots/


MîDULO 19 - FONTES ENERGÉTICAS

maiores-produtores-mundias-de-gas-natural-em-2019/. Acesso em: 16 nov. 2020.


GEOGRAFIA

265
. Maiores consumidores: Estados Unidos e Rússia.

Mundo: maiores consumidores de gás natural (em bilhões de m3) – 2019


1º EUA 846,6
2º Rússia 444,3
3º China 307,3
4º Irã 223,6 EUA
5º Canadá 120,3 Rússia
6º Arábia Saudita 113,6 22%
China
7º Japão 108,1
Irã
8º México 90,7 Produção
9º Alemanha 88,7 44% mundial total Canadá
10º Reino Unido 78,8 3 989 bilhões m3 11% Em geral, observa-se
Arábia Saudita
11º EAU 76 que os grandes
Japão produtores de petróleo
12º Itália 70,8
8% Brasil também se destacam
13º Índia 59,7
com a produção de gás
14º Egito 58,9 6% Outros
natural, pois é comum
15º Coreia do Sul 56 a extração associada
1%
29º Brasil 35,8 3% 3% 3%
desses combustíveis
fósseis.
Fonte: IBP. Observatório do setor. Disponível em: https://www.ibp.org.br/observatorio-do-setor/snapshots/
maiores-consumidores-de-gas-natural-em-2019/. Acesso em: 16 nov. 2020.

. Países da Europa Ocidental são dependentes do gás natural da Rússia e por isso buscam alterna-
tivas para reduzir essa dependência, como a importação de gás natural de países do Oriente Médio.

Rede de gasodutos europeus



Gasoduto em serviço al
wich
de G idiano

m
Gasoduto em construção Ya
reen

ou em planejamento
Mer

Terminais de gás natural


liquefeito (GNL)
...em serviço Helsinque
...em construção
am
...em planejamento Stre
2
rd

am
50 Stre
No

°N Teesside
rd

Mar do
No

Norte
Shannon
Mar
Báltico Klaipeda
Wilhelmshaven
Dragon
Świnoujście
South Hook Roterdã Yamal-Europa
Isle of Grain Zeebrugge
Dunquerque
OCEANO
ATLÂNTICO
Montoir d
erhoo
Broth

Mugardos
Porto
Bilbao Levante Odessa

Panigaglia Koper
Mar Negro
am
Fos Adria h Stre
Toscana Turkis
Sines Barcelona
Sagunto Marmara-Iriglesi
Huelva
Cartagena
Izmir
N
Mar Mediterrâneo
Revithoussa
0 290
Porto
km Empedocle

Fonte: WETTENGEL, Julian. Gas pipeline Nord Stream 2 links Germany to Russia, but splits Europe. Clean Energy Wire, 7 set. 2020.
Disponível em: https://www.cleanenergywire.org/factsheets/gas-pipeline-nord-stream-2-links-germany-russia-splits-europe.
Acesso em: 16 nov. 2020.

266
. Recentemente, China e Rússia construíram um novo gasoduto, denominado Força da Sibéria, e está
prevista a construção do gasoduto Força da Sibéria 2.

Rotas de gasodutos russos para a China


110° L
Yamal

Círculo Polar Ártico

Urengoy

RÚSSIA

Chayandinskoye
Tomsk Fo
rça Mar de
For
Tyumen da ça Okhotsk
Omsk Si da
Novosibirsk bé Sibé
ria ria
2 Kovyktinskoye Okha
Novokuznetsk Irkutsk Komsomolsk-Amur Sakhalin II
Barnaul
Lago Baikal
CASAQUISTÃO Gorno-Altaisk Blagoveshchensk Amur GPP Sakhalin III
50° N
Para Khabarovsk
China
Birobidzhan
MONGÓLIA Yuzhno-Sakhalinsk
O mapa mostra o gasoduto
Gasodutos em operação N CHINA Força da Sibéria, concluído
JAPÃO
Prospecção de gasodutos OCEANO em 2019, e a previsão do
0 695 Vladivostok
Centros de produção de gás PACÍFICO Força da Sibéria 2,
km
anunciado em 2020.
Fonte: PALLARDY, Diane. GIF Inside Story: Power of Siberia 2’s new route makes Russian gas supplies to China more feasible.
Independent Commodity Intelligence Services, 30 abr. 2020. Disponível em: https://www.icis.com/explore/resources/
news/2020/04/30/10503185/gif-inside-story-power-of-siberia-2-s-new-route-makes-russian-gas-supplies-to-china-
more-feasible. Acesso em: 16 nov. 2020.

DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

1 (Fuvest-SP) O gráfico abaixo exibe a distribuição percen- no setor aeroviário e, também, à sua substituição pela
tual do consumo de energia mundial por tipo de fonte. energia das marés.
b) O aumento relativo do consumo de carvão mineral, a
Reprodução/Fuvest, 2014.

partir da década de 2000, está relacionado ao fato de


China e Índia estarem entre os grandes produtores e
consumidores de carvão mineral, produto que esses
países utilizam em sua crescente industrialização.
c) A participação da hidreletricidade se manteve constan-
te, em todo o período, em função da regulamentação
ambiental proposta pela ONU, que proíbe a implanta-
ção de novas usinas.
d) O aumento da participação das fontes renováveis de
energia, após a década de 1980, explica-se pelo cres-
cente aproveitamento de energia solar, proposto nos
MîDULO 19 - FONTES ENERGÉTICAS

Statistical Review of World Energy, 2012. planos governamentais, em países desenvolvidos de


alta latitude.
Com base no gráfico e em seus conhecimentos, identifi-
e) O aumento do consumo do gás natural, ao longo de
que, na escala mundial, a afirmação correta.
todo o período coberto pelo gráfico, é explicado por
a) A queda no consumo de petróleo, após a década de sua utilização crescente nos meios de transporte, con-
GEOGRAFIA

1970, é devida à acentuada diminuição de sua utilização forme estabelecido no Protocolo de Cartagena.

267
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

2 (Mackenzie-SP)
“O carvão mineral é uma rocha sedimentar combustível, formada a partir do soterramento, compactação e elevação de tempera-
tura em depósitos orgânicos de vegetais (celulose)”.
Fonte: <https://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/carvao-mineral-a-fonteenergetica-mais-utilizada-depois-do-petroleo.htm>. Acesso em 06 abr. 2019.

Com base nas informações acima e em seus conhecimentos a respeito do carvão mineral, julgue as afirmações que seguem.
I. A principal diferença entre os tipos existentes na natureza está na porcentagem de carbono.
II. É resultado de um processo de milhões de anos que teve início no Paleozoico, quando formações florestais foram soterradas.
III. Apesar de ser extremamente poluente, é um combustível muito eficiente, pois tem alto poder calorífico e, ao queimar,
libera grande quantidade de energia.
IV. No Brasil, as principais bacias carboníferas estão localizadas na região Sul.

É correto o que se afirma em


a) I e II, apenas. b) II e III, apenas. c) I, II e III, apenas. d) II, III e IV, apenas. e) I, II, III e IV.

3 (Unesp-SP)
Grandes movimentos comerciais de petróleo (milhões de toneladas), 2015

Reprodução/Unesp, 2017.

www.bp.com. Adaptado.

Os fluxos de importação e de exportação expressos no mapa evidenciam


a) a ausência de países integrantes do G4 nas importações de petróleo.
b) a ausência de países integrantes do G7 nas exportações de petróleo.
c) o predomínio dos países membros do NAFTA nas exportações de petróleo.
d) a ausência de países integrantes do BRICS nas Importações de petróleo.
e) o predomínio dos países membros da OPEP nas exportações de petróleo.

4 (Fuvest-SP) Contemporaneamente, pode-se definir a sociedade mundial como a do petróleo, devido à participação desta
matéria-prima em inúmeros produtos e atividades humanas. A utilização deste recurso natural data de muitos séculos, mas
sua exploração e beneficiamento se expandiram somente a partir do século XX.

268
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

A respeito desse recurso natural, é correto afirmar:


a) Houve uma forte redução do preço do barril, no início da década de 1970, por conta dos resultados das pesquisas envol-
vendo novos procedimentos de extração e refino.
b) A estatização, no Brasil, do transporte e do refino de petróleo iniciou-se no final dos anos 1930 sob o governo de Jusce-
lino Kubitschek.
c) O início de seu uso como fonte de energia se deu em 1920, na Inglaterra, com a descoberta de reservas pouco profundas.
d) No final dos anos 1920, sete empresas petrolíferas mundiais constituíram um cartel controlador da extração, transporte,
refino e distribuição do petróleo.
e) Os Estados Unidos possuem reservas ilimitadas de petróleo, o que ocasiona independência em relação aos países parti-
cipantes da OPEP.

Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Capítulo 25

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia o item 1 da seção Neste • Faça as questões 4 e 5. • Faça a questão 6.


1 módulo. • Leia o item 1.
• Faça as questões 1 a 3.

• Leia o item 2 da seção Neste • Faça as questões 10 e 11. • Faça a questão 12.
2 módulo. • Leia o item 2.
• Faça as questões 7 a 9.

PREPARE-SE

Na próxima aula, vamos estudar a matriz energética brasileira, com destaque para a produção e o consumo de petróleo no país.
Sobre o assunto, leia o texto abaixo.

Se o Brasil é autossuficiente em petróleo, por que ainda importa o recurso?


A resposta, dizem especialistas, está nas refinarias brasileiras.
Primeiro, porque não têm a capacidade de refinar o petróleo brasileiro sozinhas.
Segundo, porque estão subutilizadas: em 2018, a capacidade ficou ociosa em 25%.
No ano passado [2018], segundo dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo), o Brasil exportou 410 milhões de barris de petró-
leo, a maior parte para a China. No mesmo ano, o país importou cerca de 68 milhões de barris, na maior parte de países da África e do
Oriente Médio. O país também importa derivados de petróleo, como gasolina e, principalmente, diesel.
O que o país extrai, na teoria, seria suficiente para atender à demanda nacional, até porque se produz mais do que se consome.
“Mas nossa autossuficiência é nominal”, diz a doutora em Planejamento Energético e coordenadora de pesquisa do centro de
estudos FGV Energia Fernanda Delgado […]. “Existe um descasamento entre a tecnologia para refinar e o tipo de petróleo que temos.”
“A resposta é bem simples: somos numericamente autossuficientes, produzimos mais volume do que consumimos. Mas os produ-
MÓDULO 19 - FONTES ENERGÉTICAS

tos não são os mesmos” [diz Paulo Couto, professor da Escola Politécnica da UFRJ].
GRAGNANI, Juliana. Se o Brasil é autossuficiente em petróleo, por que ainda importa o recurso? BBC News Brasil, 6 nov. 2019.
Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-50316414. Acesso em: 22 nov. 2020.

. A partir da leitura do texto, explique o que significa um país ser autossuficiente em energia, como o petróleo, e qual a impor-
GEOGRAFIA

tância disso para sua economia. Em sua resposta, explique também por que o Brasil ainda continua importando petróleo,
mesmo sendo um país teoricamente autossuficiente em relação a esse tipo de energia.

269
EX TRAS!

Reprodução/Enem, 2015.
BRASIL. Atlas da energia elŽtrica do Brasil. Brasília: Agência Nacional de Energia Elétrica, 2008 (adaptado).

A distribuição do consumo de energia elétrica per capita, verificada no cartograma, é resultado da


a) extensão territorial dos Estados-nação.
b) diversificação da matriz energética local.
c) capacidade de integração política regional.
d) proximidade com áreas de produção de petróleo.
e) instalação de infraestrutura para atender à demanda.

Reprodução/Enem, 2017.

Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 6 fev. 2014 (adaptado).

O impacto apresentado nesse ambiente tem sido intensificado pela


a) intervenção direta do homem ao impermeabilizar o solo urbano.
b) irregularidade das chuvas decorrentes do fenômeno climático El Ni–o.
c) queima de combustíveis fósseis como o carvão, o petróleo e o gás natural.
d) vaporização crescente dos oceanos devido ao derretimento das geleiras.
e) extinção de organismos marinhos responsáveis pela produção de oxigênio.

270
20 GEOGRAFIA

M Ó D U L O

Combustíveis fósseis
no Brasil
COMPETÊNCIAS
Objetivos de aprendizagem ESPECÍFICAS
E HABILIDADES
. Objetivo 1: analisar o histórico e a produção do petróleo no Brasil.
DA BNCC
COMPETÊNCIA 1
. Objetivo 2: analisar a produção de gás natural e de carvão mineral no Brasil. EM13CHS106
COMPETÊNCIA 3
Neste módulo EM13CHS304
EM13CHS305

1 Matriz energética brasileira


. Aproximadamente 50% da matriz energética do Brasil é constituída por combustíveis fósseis.

Brasil: matriz energética – 2019


0,6%
1,4%

7,0% Petróleo e derivados


5,3% Derivados da cana
34,4% Hidráulica
8,7%
Gás natural
Lenha e carvão vegetal
12,2% Carvão mineral e coque
Urânio A matriz energética brasileira,
Outras renováveis assim como em outros países,
12,4% 18,0% apresenta dependência de
Outras não renováveis
combustíveis fósseis, com
destaque para o petróleo.
. Em relação ao mundo, o Brasil se destaca no uso de fontes renováveis de energia.

Participação de fontes renováveis na matriz


energética mundial e brasileira– 2019

MÓDULO 20 - COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS NO BRASIL


Brasil (2019) 46,1%

Brasil (2018) 45,5%


Renováveis
Não renováveis
Mundo (2017) 13,9% O Brasil apresenta uma participação
de fontes renováveis em sua matriz
energética maior do que a média
OCDE (2017) 10,8% mundial e dos países da Organização
para a Cooperação e Desenvolvimento
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Econômico (OCDE).
GEOGRAFIA

Fonte dos gr‡ficos: EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA (EPE). Balan•o EnergŽtico Nacional 2020 – ano
base 2019. Relatório Final. p. 24. Disponível em: https://www.epe.gov.br/pt/publicacoes-dados-abertos/
publicacoes/balanco-energetico-nacional-2020. Acesso em: 16 nov. 2020.

271
1.1 A história do petróleo no Brasil
. Em 1939, a primeira reserva de petróleo no Brasil foi descoberta no município de Lobato (BA).
. Na década de 1940, foi organizada a campanha “O petróleo é nosso”, a favor do monopólio estatal
do petróleo.
. Em 1953, foi criada a Petrobras, que deteve o monopólio das pesquisas, lavra, transporte do petró-
leo bruto e refino até 1997.
. Nas décadas de 1960 e 1970, a Petrobras recebeu investimentos governamentais que permitiram o
pioneirismo nas pesquisas e produção de petróleo no oceano.
. Em 1997, encerrou-se o monopólio da Petrobras e foi criada a Agência Nacional do Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis (ANP), para regulamentar as empresas do setor.

1.2 As reservas e a produção de petróleo no Brasil


. Mais de 90% da produção de petróleo no Brasil ocorre em bacias sedimentares oceânicas (offshore),
com destaque para campos operados pela Petrobras.
. A produção continental (onshore) tem como destaques o Rio Grande do Norte e a Bahia.

Distribuição da produção de petróleo por bacia Distribuição da produção de petróleo por estado

1% 1% 1%
1% 1% 1% 1%

Santos Rio de Janeiro


8%
Campos São Paulo
9%
28% Potiguar Espírito Santo

Recôncavo Rio Grande do Norte


68% Espírito Santo Bahia
80%
Outros Outros

Fonte: ANP. Boletim da Produção de Petróleo e Gás Natural – Agosto 2020. p. 9. Disponível em:
http://www.anp.gov.br/publicacoes/boletins-anp/2395-boletim-mensal-da-producao-de-petroleo-e-gas-natural. Acesso em: 16 nov. 2020.

As bacias de Santos e Campos são as maiores produtoras de petróleo no Brasil.

renatopmeireles/Shutterstock

Plataforma de exploração de petróleo na baía de Guanabara (RJ). Foto de 2020.

272
. A camada prŽ-sal:
• Petróleo e gás natural em áreas ultraprofundas.
• Em 2020, o pré-sal foi responsável por aproximadamente 70% do petróleo extraído no Brasil.

As descobertas da camada pré-sal na bacia de Santos

cerca de 2 km
RJ Camada em área
Leito do ultraprofunda, que
oceano fica entre 7 000 e
8 000 metros
Rio de Janeiro
abaixo do leito do
SP
mar, depois de uma
Blocos do pré-sal camada de sal.
BRASIL Camada
pós-sal
ES
SP RJ

de 7 km a 8 km
PR
BM-S-42 SC

Corcovado Parati Sal


Iara e
Tupi A camada se
BM-S-50 estende por
uma faixa de
800 quilômetros,
Oceano Júpiter que vai do litoral
Atlântico PETRÓLEO de Santa Catarina
Guará e ao do Espírito
Bem-Te-Vi Camada Santo.
Carioca
pré-sal

BM-S-17 GÁS
Caramba BM-S-22

Fonte: FOLHA Online. Entenda o que é a camada pré-sal, 31 ago. 2009. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br. Acesso em: jun. 2018.

Evolução da produção onshore e offshore – pré-sal 3 pós-sal

4 500
3 973 4 041
3 950 3 898 3 927
4 000 3 828 3 792 3 783 3 821
3 738 3 739 3 738
3 485
3 500

3 000
Em Mboe/d*

2 739 2 776
2 655 2 682 2 598 2 671
2 588 2 498 2 494
2 427 2 394 2 363
2 500 2 289

2 000

1 500 Observe que a produção


1 138 1 181 1 130 1 093 1 056 1 091 1 047 1 036 935 924 940 947 935 de pré-sal no Brasil
1 000
corresponde à maior

MÓDULO 20 - COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS NO BRASIL


500 parte do petróleo
263 268 268 269 263 268 237 210 206 197 211 212 216
extraído no país.
0 Somadas, a produção
pós-sal (reservas menos
19

19

19

19

19

20

20

20

20

20

20

20

20
20

20

20

20

20

20

20

20

20

20

profundas) e a produção
/2

/2

/2
8/

9/

1/

2/

3/

4/

5/

6/

7/

8/
10

11

12
0

pré-sal correspondem a
0
0

0
0
0

aproximadamente 97% de
Produção terra Produção pós-sal mar Produção pré-sal Produção Brasil todo o petróleo explorado
no Brasil em 2020.
* Mboe/d 5 mil barris de óleo equivalente por dia.
GEOGRAFIA

Fonte: ANP. Boletim da Produção de Petróleo e Gás Natural – Agosto 2020. p. 8. Disponível em: http://www.
anp.gov.br/publicacoes/boletins-anp/2395-boletim-mensal-da-producao-de-petroleo-e-gas-natural.
Acesso em: 16 nov. 2020.

273
1.3 O refino do petróleo no Brasil
. Maior concentração na região Sudeste, onde a demanda por derivados é maior.

Brasil: refinarias de petróleo


50º O

OCEANO
RR ATLÂNTICO
AP
Equador 0º

LUBNOR (Fortaleza, CE)


REMAN
AM (Manaus, AM) RPCC (Guamaré, RN)
PA MA CE
RN
PB
PI RNEST
PE
(Ipojuca, PE)
AC TO AL
RO SE

BA RLAM (Mataripe, BA)


MT

DF
MG
GO
REGAP
(Betim, MG)
RLAM – Refinaria Landulpho Alves ES
OCEANO MS REPLAN
RPBC – Refinaria Presidente Bernardes
PACÍFICO REVAP (São José dos Campos, SP)
(Paulínia, SP)
REDUC – Refinaria Duque de Caxias
SP REDUC (Campos Elíseos, RJ)
REGAP – Refinaria Gabriel Passos RJ
REFAP – Refinaria Alberto Pasqualini PR Trópico
RECAP (Mauá, SP) de Cap
ricórn
REPLAN – Refinaria de Paulínia REPAR io
RPBC (Cubatão, SP)
REMAN – Refinaria Isaac Sabbá (Araucária, PR)
RECAP – Refinaria de Capuava SC
REPAR – Refinaria Presidente Getúlio Vargas
REVAP – Refinaria Henrique Lage RS REFAP (Canoas, RS)
LUBNOR – Refinaria Lubrificantes e N Fonte: ANP. Infraestrutura de
Derivados do Nordeste
produção. Disponível em: www.anp.
RPCC – Refinaria Potiguar Clara Camarão 0 385 gov.br/brasil-rounds/round2/pdocs/
RNEST – Refinaria Abreu e Lima pinfra/Pproducao.htm. Acesso em: 16
km
nov. 2020.

2 Gás natural no Brasil


. Cerca de 90% da produção de gás natural é associada à de petróleo.
. Produção no oceano (offshore): destaque para o estado do Rio de Janeiro.
. Produção no continente (onshore): destaque para o estado do Amazonas.

Distribuição da produção de gás natural por estado


2% 1%

4%
5% Rio de Janeiro
São Paulo
10%
Amazonas

Espírito Santo

13% Bahia
Fonte: ANP. Boletim da Produção de
65% Maranhão Petróleo e Gás Natural – Agosto 2020.
p. 10. Disponível em: http://www.anp.
Outros
gov.br/publicacoes/boletins-anp/
2395-boletim-mensal-da-producao-
de-petroleo-e-gas-natural.
Acesso em: 16 nov. 2020.

274
. O Brasil não é autossuficiente em gás natural, e sua importação tem como destaque o Gasoduto
Bolívia-Brasil.

Gasoduto Bolívia-Brasil
50° O

DF
MT
Rio Grande
GO
Porto Soares
MS Três MG
Lagoas
BOLÍVIA
SP
Paulínia

PARAGUAI RJ
Trópico de Capricórnio Campinas
PR Guararema
Curitiba
Joinville
ARGENTINA SC Itajaí
Florianópolis
RS
Criciúma
Área produtora Porto Alegre OCEANO
de gás natural ATLÂNTICO Fonte: Transportadora brasileira
N Gasoduto Bolívia-Brasil S.A. O
Centros
consumidores URUGUAI gasoduto. Disponível em: www.
0 305 tbg.com.br/pt_br/o-gasoduto/
Gasodutos tracado.htm. Acesso em:
km
16 nov. 2020.

3 Carvão mineral no Brasil


. As reservas brasileiras são pequenas e estão concentradas na região Sul.

Brasil: cinturão carbonífero


MS
Trópico de Capricórnio
São Paulo

Ponta SP
PR Grossa
PARAGUAI Curitiba

Mafra

SC Taió Rio do Sul

Lages Florianópolis
Lauro Müller
ARGENTINA Siderópolis

MîDULO 20 - COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS NO BRASIL


Criciúma
RS
São Jerônimo
Porto Alegre
Charqueadas
Butiá
OCEANO
Bagé ATLÂNTICO
Hulha Negra
Candiota
URUGUAI
N
GEOGRAFIA

0 130 Fonte: TEIXEIRA, W. et al.


Cinturão carbonífero Decifrando a Terra. São Paulo:
km
52° O Oficina de Textos, 2000. p. 474.

275
DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

1 (Unicamp-SP) O petróleo continua sendo a fonte de energia mais importante do mundo. A posse de reservas, o transporte
e a capacidade de refino figuram como elementos de soberania nacional e estratégicos em um mundo extremamente com-
petitivo. Em relação ao petróleo no Brasil, é correto afirmar:
a) As descobertas das reservas nacionais ocorreram a partir dos anos 1980 e a Bacia de Campos (RJ) é hoje a principal
produtora do país.
b) A extração nacional é cada dia maior, mas a inexistência de oleodutos exige que o transporte seja realizado por meio
rodoviário.
c) A maior produção em terra provém do Estado do Rio Grande do Norte e, em mar, do pré-sal situado entre os Estados de
São Paulo e Rio de Janeiro.
d) Apesar de possuir grandes reservas, especialmente com as descobertas do pré-sal, não há refino no país, por isso os
derivados são importados.

2 (UEL-PR) Em novembro de 2007, foi anunciada a existência de extensos campos de petróleo na camada pré-sal brasileira,
como o de Tupi. Atualmente, estima-se que, em toda a sua extensão, a camada pré-sal abrigue um total de 100 bilhões de
barris de petróleo em reservas, o que coloca o país no grupo dos maiores produtores mundiais.
Sobre o pré-sal, assinale a alternativa correta.
a) A produção petrolífera no Brasil é insuficiente para o consumo interno e, mesmo com a descoberta do pré-sal, o país
depende da importação de petróleo pesado.
b) O petróleo encontrado no pré-sal localiza-se em bacias sedimentares, sendo as três principais a do Espírito Santo (ES),
a de Campos (RJ) e a de Santos (SP).
c) As formações do pré-sal no Brasil datam do período Quaternário da Era Mesozoica, mesmo período em que surgem os
peixes e a vegetação nos continentes.
d) A extração de petróleo do pré-sal tem se mostrado ineficiente, sendo pequeno o volume extraído, em função das limita-
ções técnicas e do elevado custo de exploração.
e) A profundidade em que se encontram as reservas do pré-sal impossibilita o risco de vazamentos e desastres ambientais,
evitando prejuízos à biodiversidade.

3 (Mack-SP) Observe o mapa, em seguida, analise as proposições. Reprodução/Mackenzie, 2017.

Fonte: Batista, Mário Benjamim. Conjuntura do Carv‹o Nacional,


in Brasil potência.

276
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

Todas estão corretas, exceto o que se afirma em:


a) O carvão mineral é uma rocha sedimentar combustível. Não somente o Brasil mas todo o Hemisfério Sul é pobre nesse
recurso.
b) A principal área de ocorrência desse mineral no Brasil é a região Sul; sobretudo, na bacia Sedimentar do Paraná, formada
por terrenos que datam do início da Era Paleozoica.
c) As jazidas carboníferas encontradas no Brasil, apesar de extensas, não apresentam alto teor calorífico. Sendo assim, o tipo
mais comum encontrado é o antracito.
d) O Estado de Santa Catarina abriga as jazidas carboníferas que apresentam melhor qualidade e, portanto, maior aprovei-
tamento industrial.
e) O carvão mineral brasileiro, antes de ser utilizado em metalúrgicas e siderúrgicas, deve passar por processos de purifica-
ção e ainda ser misturado ao mesmo mineral importado.

4 (Unesp-SP) No território brasileiro, petróleo e gás são mais extraídos em áreas de


a) rifteamento, sobretudo na depressão sertaneja do Nordeste.
b) núcleos cristalinos, sobretudo nas planícies costeiras.
c) cinturões orogenéticos, especialmente nos planaltos residuais da Amazônia.
d) bacias sedimentares, sobretudo na plataforma continental.
e) dobramentos modernos, especialmente nos planaltos e serras do Sudeste.

Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Capítulo 26

Objetivos de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia o item 1 da seção Neste • Faça as questões 4 e 5. • Faça as questões 6 e 7.


1 módulo. • Leia os itens 1 a 1.4.
• Faça as questões 1 a 3.

• Leia os itens 2 e 3 da seção • Faça as questões 11 e 12. • Faça a questão 13.


2 Neste módulo. • Leia os itens 2 e 3.
• Faça as questões 8 a 10.

#cultura_digital

MÓDULO 20 - COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS NO BRASIL


Na próxima aula, vamos estudar sobre a energia elétrica no Brasil e, para aprimorar o aprendizado,
sugerimos que acesse a página do Operador Nacional do Sistema Elétrico (www.ons.org.br), que contém
informações sobre o Sistema Interligado Nacional e o seu funcionamento. Na aba “O que é a ONS”, há
textos e um vídeo institucional sobre o assunto. Essas informações servirão como base para
compreender o funcionamento do Sistema Elétrico Nacional, incluindo a integração entre as fontes
geradoras, a transmissão pelo território brasileiro e a distribuição para os diferentes consumidores do
país, como residências, indústrias e comércio.
GEOGRAFIA

277
EX TRAS!

1
A instalação de uma refinaria obedece a diversos fatores técnicos. Um dos mais importantes é a localização, que deve ser
próxima tanto dos centros de consumo como das áreas de produção. A Petrobras possui refinarias estrategicamente distribuí-
das pelo país. Elas são responsáveis pelo processamento de milhões de barris de petróleo por dia, suprindo o mercado com
derivados que podem ser obtidos a partir de petróleo nacional ou importado.
MURTA, A. L. S. Energia: o vício da civilização; crise energética e alternativas sustentáveis. Rio de Janeiro: Garamond, 2011.

A territorialização de uma unidade produtiva depende de diversos fatores locacionais. A partir da leitura do texto, o fator
determinante para a instalação das refinarias de petróleo é a proximidade a
a) sedes de empresas petroquímicas. d) áreas de aglomerações de mão de obra.
b) zonas de importação de derivados. e) espaços com infraestrutura de circulação.
c) polos de desenvolvimento tecnológico.

2
O Decreto Federal n. 7.390/2010, que regulamenta a Lei da Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) no Brasil,
projeta que as emissões nacionais de gases de efeito estufa (GEE) em 2020 serão de 3,236 milhões. Esse mesmo decreto define
o compromisso nacional voluntário do Brasil em reduzir as emissões de GEE projetadas para 2020 entre 38,6% e 38,9%.
BRASIL. Decreto n. 7.390, de 9 de dezembro de 2010. Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 2 jun. 2014 (adaptado).

O cumprimento da meta mencionada está condicionado por


a) abdicar das usinas nucleares. d) investir em energias sustentáveis.
b) explorar reservas do pré-sal. e) encarecer a produção de automóveis.
c) utilizar gás de xisto betuminoso.

ANOTAÇÕES

278
21 GEOGRAFIA

M Ó D U L O

Energia elétrica no Brasil

COMPETÊNCIAS
Objetivos de aprendizagem ESPECÍFICAS
E HABILIDADES
. Objetivo 1: analisar a matriz elétrica do Brasil.
DA BNCC
COMPETÊNCIA 1
. Objetivo 2: identificar e analisar o aproveitamento hidrelétrico das principais bacias hidrográficas do EM13CHS106
Brasil. COMPETÊNCIA 3
EM13CHS302
Neste módulo EM13CHS304
EM13CHS305

1 Energia elétrica no Brasil


1.1 Matriz elétrica brasileira
. Conjunto de fontes energéticas que geram eletricidade.
. A maior parte da energia elétrica gerada no Brasil (65%) é produzida em usinas
hidrelétricas ñ força da água corrente.
. O restante da geração dessa energia é realizado por:
• usinas termelétricas ñ combustíveis fósseis e biomassa.
• usinas nucleares ñ urânio.
• usinas eólicas ñ ventos.

Brasil: matriz elétrica

2018 2019

2,4% 3,2% 2,0% 3,3%

Hidráulica Hidráulica
2,5% 2,5%
Biomassa Biomassa
0,5% Eólica 1,0% Eólica
8,6% 9,3%
Solar Solar
MÓDULO 21 - ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL
7,6% Gás natural 8,6% Gás natural
8,5% 66,6% Derivados de petróleo 8,4% 64,9% Derivados de petróleo
Nuclear Nuclear
Carvão e derivados Carvão e derivados
GEOGRAFIA

Fonte: EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA (EPE). Balanço Energético Nacional 2020 – Relatório Síntese. p. 35. Disponível em:
https://www.epe.gov.br/pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/balanco-energetico-nacional-2020. Acesso em: 17 nov. 2020.

279
. Fontes energéticas renováveis são responsáveis por mais de 80% da geração de eletricidade no Brasil.

Participação de fontes renováveis na matriz elétrica mundial e brasileira

Brasil (2019) 83%

Brasil (2018) 83%


Renováveis

Não renováveis
Mundo (2017) 22%

OCDE (2017) 26%

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Fonte: EPE. Balanço Energético Nacional 2020 – Relatório Síntese. p. 36.


Disponível em: https://www.epe.gov.br/pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/balanco-energetico-nacional-2020.
Acesso em: 17 nov. 2020.

1.2 Sistema Interligado Nacional (SIN)


. Sistema que coordena a produção e a distribuição de eletricidade.
. Controlado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Sistema Interligado Nacional


GUIANA 50° O
VENEZUELA Guiana
Francesa (FRA)
SURINAME
COLÔMBIA Boa
Vista

Equador Macapá

Belém
São Luís

Manaus Fortaleza

Teresina Natal
João
Porto Pessoa
Rio Velho
Recife
Branco Palmas
Maceió
Aracaju
PERU
Salvador

Goiânia
Brasília
BOLÍVIA Cuiabá OCEANO
ATLÂNTICO
Belo
OCEANO Campo Horizonte
PACÍFICO Grande
Vitória
Existente
CHILE Futuro Fonte: ORGANIZADOR
138 kV
PARAGUAI NACIONAL DO SISTEMA
230 kV Rio de Janeiro ELÉTRICO. Disponível em:
São Paulo Trópico
345 kV de Capri http://www.ons.org.br/
Itaipu córnio
440 kV paginas/sobre-o-sin/mapas.
ARGENTINA Curitiba Acesso em: 17 nov. 2020.
500 kV
750 kV Florianópolis * As conversoras são
Garabi: 2000 MW
± 600 kV cc subestações responsáveis
Uruguaiana: pela interligação elétrica
± 800 kV cc
50 MW N entre países fronteiriços.
Fornecimento de energia Rivera: 70 MW Porto Alegre No Brasil há conversoras
estrangeiro para o Brasil Melo: 500 MW 0 340 que realizam interligações
Conversora* km elétricas com a Argentina e
URUGUAI
o Uruguai.

280
1.3 A gera•‹o termelŽtrica e termonuclear no Brasil
. As termelétricas geram aproximadamente 26% da energia elétrica no Brasil.

Participação das térmicas no total da geração

2018 2019

26,7% 26,5%

Participação de cada fonte na geração termelétrica

2010 2019

Gás natural 33,1% 36,5%

Biomassa 29,0% 33,1%

Carvão e derivados 10,3% 12,9%

Nuclear 13,2% 9,7%

Derivados de petróleo 14,6% 7,8%

Fonte: EPE. Balanço Energético Nacional 2020 – Relatório Síntese. p. 39. Disponível em: https://www.
epe.gov.br/pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/balanco-energetico-nacional-2020.
Acesso em: 17 nov. 2020.

. As usinas de Angra I e II são responsáveis por gerar 2,5% do total de eletricidade no Brasil. Quando
analisamos apenas a geração térmica, as usinas nucleares produzem 9,7%.

Chris Wallberg/Zuma Press/Fotoarena

MîDULO 21 - ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL


GEOGRAFIA

Usinas de Angra I (esquerda) e II (direita). Ao fundo, local onde está em implantação a Angra III.

281
1.4 Energia e—lica no Brasil
. Maior potencial na região Nordeste.
Brasil: capacidade instalada e número de parques por estado – 2018
. Recente expansão de geração no Brasil 50° O
devido à construção de novos parques
eólicos.
Equador

edubudas/Shutterstock

UF Potência (MW) Parques


RN 4 526,4 165
BA 4 175,2 167 OCEANO
CE 2 179,3 84 ATLÂNTICO
RS 1835,9 80
PI
OCEANO 1638,1 60
PE
PACÍFICO 798,4 34
Trópico de Capric
órnio
MA 426,0 15
SC 238,5 14
PB 157,2 15
SE 34,5 1
RJ 28,1 1 N

PR 2,5 1 0 445
Total 16 040 637 km
Trecho do Complexo Eólico de Osório (RS). Foto de 2019.

Brasil: evolução da capacidade instalada – 2005-2024

24 228
23 100

21 158

18 909

17 323

15 481
14 736

12 795

10 768
Nova
Acumulada 8 727

5 973

3 894
2 518
1 524
601 928
22 230 241 341

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024

Fonte: NORDESTE gera 85% da energia eólica do Brasil. Letras Ambientais, 11 ago. 2018. Disponível em: https://letrasambientais.org.br/
posts/nordeste-gera-85-da-energia-eolica-do-brasil. Acesso em: 17 nov. 2020.

A expansão de energia eólica no Brasil foi expressiva nas últimas décadas, e as previsões da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é que o crescimento deve se manter
nos próximos anos.

282
2 Hidreletricidade no Brasil
2.1 O potencial hidrelétrico
Maior potencial hidrelétrico Bacia Amazônica

Maior aproveitamento do potencial hidrelétrico Bacia do Paraná

Brasil: potencial hidrelétrico – 2017


Bacia Total (MW) %
Amazônica 94 905 39
Tocantins-Araguaia 27 060 11
Atlântico Nordeste Ocidental e
2 905 1
Oriental e Parnaíba
São Francisco 22 616 9
Atlântico Leste e Sudeste 24 403 10
Paraná 62 704 25
Uruguai 11 720 5
Total 246 313 100
Fonte: ELETROBRAS. Potencial Hidrelétrico Brasileiro (Sipot), 2017.
Disponível em: http://eletrobras.com. Acesso em: 17 nov. 2020.

Brasil: potencial 3 aproveitamento hidrelétrico – 2017


50° O

Equador

23% 24%
35%
28%
7%
48%
42% 49%
44%
7%

48% OCEANO
45% ATLÂNTICO

10%
8% 38%
52%
OCEANO 22%
PACÍFICO Bacia Amazônica
70%
Bacia Tocantins-Araguaia
icórnio Bacias do Parnaíba e do
de Capr
Trópico Atlântico Nordeste MîDULO 21 - ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL
Ocidental e Oriental
4% Bacia do São Francisco
Bacias do Atlântico Leste Fontes: FERREIRA, Graça M. L.
e Sudeste
41% 55% Atlas geográfico: espaço mundial.
20% Bacias do Paraná e do
37% N São Paulo: Moderna, 2013. p.127;
Operação Paraguai
43% ELETROBRAS. Potencial Hidrelétrico
Potencial estimado* Bacia do Uruguai
0 415 Brasileiro (Sipot), 2017. Disponível em:
Potencial inventariado** Bacia do Atlântico Sul http://eletrobras.com. Acesso em:
km
17 nov. 2020.
GEOGRAFIA

* Resultado da estimativa realizada a partir de dados já disponíveis, sem considerar o local adequado para a
instalação da usina.
** Composto por inventário, viabilidade e projeto básico, e considera o potencial real de implantação de usinas,
incluindo locais adequados para as obras.
283
2.2 Bacia do Paraná
. Abrange a região mais urbanizada e industrializada no Brasil, onde a demanda energética é elevada.

. Condições naturais favoráveis:


• Rios planálticos.
• Climas úmidos.

. Destaque: Itaipu Binacional


• Segunda maior usina do mundo.
• Construída na fronteira entre Brasil e Paraguai.
• O Tratado de Itaipu estabeleceu as regras para a construção e a operação da usina.

Bacia do Paraná: principais usinas hidrelétricas – 2018


50º O

MT
DF
á
u ia b
oC
Ri

GO
aíba MG
BOLÍVIA ran
Pa
Itumbiara
o
Ri

São Simão
Ri o
G rande
Ilha Solteira
uai

Rio
MS
Rio Parag

Jupiá Três Ti
e Furnas
Irmãos

Porto
Primavera SP
á
an

Rio Pa RJ
ar

ranap
Trópico de Capricórnio anem
oP

a Barra
Ri

Bonita
PARAGUAI
PR

Rio Iguaçu
Itaipu

SC OCEANO
ARGENTINA
ATLÂNTICO
ai
gu

RS
ru
U
o
Ri

Bacia do Paraguai
N Bacia do Paraná
Bacia do Uruguai
0 160 URUGUAI
Usina hidroelétrica
km

Fontes: Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2016. p. 142; BERMANN, Célio; GALVÃO, Jucilene. Crise hídrica e energia:
conflitos no uso múltiplo das águas. Estudos Avançados, São Paulo, v. 29, n. 84, maio-ago. 2015. Disponível em: www.scielo.br.
Acesso em: 17 nov. 2020.

Existem mais de 170 usinas instaladas na bacia do Paraná.

284
2.3 Bacia do São Francisco
. Gera eletricidade principalmente para a região Nordeste.
Bacia do São Francisco: principais
. Há nove usinas hidrelétricas no rio São Francisco: usinas hidrelétricas – 2018
• Três Marias 40º O

• Sobradinho
• Luiz Gonzaga (antiga Itaparica) PA
• Xingó
MA
• Complexo Paulo Afonso: CE
RN
– Paulo Afonso I, II, III e IV
PI
– Apolônio Sales PB
Luiz Gonzaga
(Itaparica) PE
Sobradinho Complexo Paulo Afonso
AL
TO Xingó 10º S

SE

isco
BA

Franc
OCEANO

São
ATLÂNTICO

Rio
DF
GO

Rio
das
Três Marias N
MG

Vel
A bacia do São Francisco se localiza inteiramente

has
0 230
no território brasileiro, tem uma área total de km
639 219 km2 e abrange os estados de Minas ES
Gerais, Bahia, Pernambuco, Goiás, Alagoas, Usina hidrelétrica
Sergipe e o Distrito Federal.
Fonte: Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2016. p. 142.

2.4 Bacia Amazônica Bacia Amazônica: principais usinas hidrelétricas – 2018


. Maior potencial hidrelétrico do Brasil.
70º O
OCEANO
ATLÂNTICO
. Potencial concentrado nos afluentes do
rio Amazonas.
co

.
ran

RR AP
Apenas 23% do potencial está instalado.
Rio B

Rio

Equador

Nh

Rio
Negro m
a

Rio Japurá un

Rio Içá Balbina
as
Ri zon
oS
o li m õ e s A ma PA Belo Monte
ri Ri o
va AM ós
á

Ja
j
ru

pa
Rio

Ju

ira
Ta

e
Rio
o

ad
o
Ri

Ri

Ri i n g u
M

Irir

oX

us
Rio

Pur
i

Rio
Santo Antônio
AC
re

Jirau TO MîDULO 21 - ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL


Ac

Ri Guajará-Mirim
o

RO MT
Ri

o
Guap
oré

N
A bacia Amazônica é a maior DF
Usinas em operação
do mundo e possui o maior rio do 0 270 GO
Usina prevista
GEOGRAFIA

planeta. Seu potencial hidrelétrico é km


elevado, mas ainda subaproveitado.
Fonte: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. Atlas geográfico Saraiva. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 46.

285
2.4.1 Usina hidrelétrica de Balbina
. Construída no rio Uatumã.
. Baixo potencial hidroelétrico e elevados impactos ambientais.

2.4.2 Complexo hidrelétrico do rio Madeira


. Composto por duas usinas hidrelétricas: Santo Antônio e Jirau.
. Utilizam tecnologia de fio d’água:
• Exigem menores reservatórios.
• Produzem energia pelo fluxo de água.
• A geração de eletricidade pode variar segundo a vazão do rio.

Usina de fio de água

1 Vertedouros
Servem para regular a vazão. Santo Antônio é uma
usina de fio de água, ou seja, toda água que chega sai.

2 Sistemas de transposição de peixes


As canaletas permitem que os animais subam 4
o rio na época da piracema.
3 Casas de força 3
É onde ficam as turbinas, responsáveis pela
geração de energia.
4 Sistema de interceptação de troncos 2
1
Serve para evitar gastos com reposição
de peças atingidas por detritos.
Primeira turbina 4 3
a entrar em operação
4

3 1
2

km
2,1

rio
do
o

Va

Turbina de bulbo, usada em Santo Antônio Turbina tradicional


A usina será “de baixa queda”, ou seja, vai aproveitar, em grande Na maioria dos casos, é preciso construir uma grande barreira
parte, a correnteza natural do rio Madeira para gerar energia. e alagar áreas extensas para que a água passe pelas hélices
com a força necessária.
As hélices giram ímãs,
A correnteza faz deslocando elétrons A diferença na altura
A área inundada e produzindo
a água correr na faz a água correr
será pouco maior corrente.
direção da turbina. para a turbina.
que a cheia natural
do rio. A água atinge a turbina,
fazendo-a girar.
1

3 A turbina
1 movimenta o
2 gerador, produzindo
energia.
8,15 m 2 3

Fonte: CARVALHO, Pedro. Brasil inaugura nova era de geração hidrelétrica na Amazônia. iG, 21 dez. 2011.
Disponível em: http://economia.ig.com.br. Acesso em: jun. 2018.

286
2.4.3 Usina hidrelétrica de Usina de Belo Monte
Belo Monte 51° 57’ O
Usina de Belo Monte

. Construída no rio Xingu, estado


do Pará.
.

Ro
Obras iniciadas em 2011 e inau- Altamira Diques

d
.T
ra
gurada em 2019.

ns
Reservatório

a
.

m
az
Terceira maior hidrelétrica do

ôn
ic
a
mundo, mas a geração de ener-
gia depende da vazão por utili- 3° 21’ S
zar tecnologia de fio d’água.

u
ng
Barragem

Xi
de Pimentel

o
Terra Indígena

Ri
Paquiçamba

Projeto N
Belo Sun Terra Indígena
Arara da
Volta Grande 0 10

km

A barragem principal desvia a água do Barragem Trecho com vazão reduzida Atual leito do rio Intervenções
rio Xingu por canais artificiais até Cidade Rodovia Transamazônica Futuro leito do rio do projeto
atingir a casa de força principal.
Fonte: TUDO sobre Belo Monte. Folha de S.Paulo, 2013. Disponível em:
<http://arte.folha.uol.com.br/>. Acesso em: jun. 2018.

2.5 Bacia do Tocantins-Araguaia Bacia do Tocantins-Araguaia: principais


usinas hidrelétricas – 2018
. Destaque para a usina hidrelétrica de Tucuruí: 50º O
• Integra o Projeto Grande Carajás. Equador
AP

• Fornece energia para projetos de mineração e produção
OCEANO
de alumínio. ATLÂNTICO

Tucuruí

MA

PA Estreito
tins

PI
Tocan
ia
ua
ag

TO Lajeado
Ar

Rio

Peixe
Rio

Angical
São
MT Salvador
BA
Serra da MîDULO 21 - ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL
Mesa

N
GO
DF
A bacia do Tocantins-Araguaia abrange parte 0 210

dos estados do Tocantins, Goiás, Pará, MG km

Maranhão, Mato Grosso e o Distrito Federal.


Em relação à hidreletricidade, o destaque é a Usina hidrelétrica
GEOGRAFIA

usina de Tucuruí, localizada no rio Tocantins.


Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial.
São Paulo: Moderna, 2013. p. 127.

287
DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

1 (FMP-RS) Observe a imagem de regiões brasileiras com 3 (Unesp-SP) A construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu
elevado potencial energético. durante os anos 1970 e 1980
a) contribuiu para a queda do regime cívico-militar brasi-
Reprodução/FMP, 2020.

leiro, depois que a imprensa denunciou grandes desvios


de verbas da obra.
b) assegurou a autonomia energética definitiva de Argen-
tina e Paraguai, países que participaram do projeto e
se beneficiaram com sua execução.
c) permitiu o restabelecimento das relações diplomáticas
entre Argentina, Brasil e Paraguai, rompidas desde a
Guerra do Paraguai.
d) proporcionou a consolidação das hegemonias argen-
tina e brasileira no comércio e no controle político da
região do Rio da Prata.
e) foi uma iniciativa conjunta dos governos militares do
Brasil e do Paraguai, que teve forte impacto geoestra-
tégico na região do Rio da Prata.

4 (Acafe-SC) Entre as formas de produção de energia elé-


Disponível em: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1471488& trica, no Brasil, as hidroelétricas compõem uma conside-
page=5. Acesso em: 12 jul. 2019. Adaptado.
rável fatia do que é gerado. A respeito das hidroelétricas
Nas regiões assinaladas, estão instalados os principais brasileiras com maior capacidade de produção de energia,
parques geradores de energia é correto afirmar:
a) solar c) geotérmica e) eólica a) A bacia hidrográfica do Paraná representa uma impor-
b) nuclear d) maremotriz tante área de produção energética. Nela estão: a hi-
droelétrica de Itaipu, localizada no estado do Paraná,
2 (Uece) O Brasil é um país rico em fontes de energia reno- além das hidroelétricas de Ilha Solteira e São Simão no
váveis. Considerando a matriz energética brasileira, ana-
estado de São Paulo.
lise as afirmações abaixo.
I. Matriz energética é toda energia disponibilizada para b) Entre as principais usinas brasileiras localizadas no
ser transformada, distribuída e consumida nos proces- Estado do Pará, em operação ou em fase de conclu-
sos produtivos. são, destacam-se Belo Monte, Tucuruí e a de Santo
Antônio.
II. O uso da energia nuclear no Brasil representa menos
de 20% na matriz energética brasileira. c) Entre as usinas localizadas na bacia hidrográfica do São
Francisco, destacam-se a usina de Xingó e a de Paulo
III. A energia solar já é a forma de energia mais utilizada
Afonso, entre as dez que produzem mais energia no
na zona rural pelos pequenos e grandes produtores
agrícolas. Brasil.
d) Entre as usinas localizadas na bacia hidrográfica do São
Está correto o que se afirma em
Francisco a de Luiz Gonzaga antes conhecida como
a) I, II e III. c) II e III apenas. Itaparica é a que produz maior volume de energia. Ela
b) I e II apenas. d) I e III apenas. está localizada entre Pernambuco e Bahia.

288
Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Capítulo 27

Objetivos de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia o item 1 da seção Neste • Faça as questões 4 e 5. • Faça a questão 6.


1 módulo. • Leia o item 1.
• Faça as questões 1 a 3.

• Leia o item 2 da seção Neste • Faça as questões 10 e 11. • Faça a questão 12.
2 módulo. • Leia o item 2.
• Faça as questões 7 a 9.

EX TRAS!

1
Energia de Noronha virá da força das águas
A energia de Fernando de Noronha virá do mar, do ar, do sol e até do lixo produzido por seus moradores e visitantes. É o
que promete o projeto de substituição da matriz energética da ilha, que prevê a troca dos geradores atuais, que consomem
310 mil litros de diesel por mês.
GUIBU, F. Folha de S.Paulo, 19 ago. 2012 (adaptado).

No texto, está apresentada a nova matriz energética do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha. A escolha por
essa nova matriz prioriza o(a)
a) expansão da oferta de energia, para aumento da atividade turística.
b) uso de fontes limpas, para manutenção das condições ecológicas da região.
c) barateamento dos custos energéticos, para estímulo da ocupação permanente.
d) desenvolvimento de unidades complementares, para solução da carência energética local.
e) diminuição dos gastos operacionais de transporte, para superação da distância do continente.

Reprodução/Enem, 2017

MÓDULO 21 - ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL


GEOGRAFIA

Fonte: Aneel, Furnas, Eletronorte, Itaipu Binacional, Chesf, Norte Energia, Energia Sustentável e Santo Antonio Energia. Tudo sobre a batalha de Belo Monte.
Disponível em: http://arte.folha.uol.com.br. Acesso em: 10 jan. 2014.

289
EXTRAS!

Comparando os dados das hidrelétricas, uma característica territorial positiva de Belo Monte é o(a)
a) reduzido espaço relativo inundado.
b) acentuado desnível do relevo local.
c) elevado índice de urbanização nacional.
d) presença dos grandes parques industriais.
e) proximidade de fronteiras internacionais estratégicas.

GABARITO - EXTRAS!

Módulo 16 – Elementos da hidrografia tendência é que o pico de vazão, ou de fluxo de água,


seja inferior ao de áreas agrícolas e florestas regeneradas.
1 e
O ciclo hidrológico envolve os processos de condensa- Módulo 18 – Domínios morfoclimáticos
ção, precipitação, infiltração, escoamento superficial e
1 a
evaporação, e a sua compreensão é fundamental para a
humanidade e pode contribuir para o uso da água em A formação vegetal predominante no Planalto Central

diversas atividades antrópicas, como a agricultura, a do Brasil é o Cerrado, enquanto no Planalto Central da
África do Sul é a Savana.
pecuária, a indústria e também o consumo humano.
2 d 2 d
A bacia hidrográfica é uma área drenada por um con- O desmatamento da Mata de Araucária se deve, princi-
junto de rios ligados a um rio principal e pode ser anali- palmente, ao avanço da agropecuária, à exploração de
sada como uma unidade territorial, o que favorece sua madeira para a produção de móveis, papel e celulose, e
gestão e preservação. à construção de cidades e rodovias.

Módulo 17 – Bacias hidrográficas mundiais e Módulo 19 – Fontes energéticas


do Brasil 1 e

1 c O mapa mostra o consumo de energia per capita no


mundo, o que está diretamente associado à instalação
A vegetação é um importante componente no controle
de infraestrutura energética para suprir a demanda dos
de processos erosivos, pois as raízes e os troncos das
países, como para atividades industriais, comércio e
árvores dificultam o escoamento superficial da água da
moradias.
chuva, aumentando assim o processo de infiltração.
2 b 2 c
O processo de urbanização e de expansão das cidades A queima de combustíveis fósseis, como carvão, petró-
tem como uma das principais características a imper- leo e gás natural, emite gases de efeito estufa para a
meabilização do solo devido à pavimentação e a cons- atmosfera, com destaque para o CO2. Um dos impactos
truções como casas, condomínios e comércios. Com ambientais da emissão desses gases é a acidificação
isso, o escoamento superficial da água da chuva aumen- dos oceanos, que pode prejudicar o desenvolvimento
ta, o que pode acarretar enchentes em regiões de vales de seres vivos marinhos.

e várzeas de rios.
Módulo 20 – Combustíveis fósseis no Brasil
3 e
A vegetação de floresta natural, em geral, oferece maior 1 e
dificuldade para o escoamento superficial da água, e A indústria de base ou pesada, como as petroquímicas,
assim favorece a infiltração de água no solo. Como o tem como um dos principais fatores locacionais a infra-
volume que escoa diretamente para os rios é menor, a estrutura de transporte. As refinarias dependem da

290
chegada de matéria-prima, o petróleo, para que pos- manutenção de suas condições ecológicas, como em
sam produzir os derivados que vão abastecer o merca- Fernando de Noronha.
do consumidor.
2 a
2 d
A imagem demonstra que a usina de Belo Monte apre-
A queima de combustíveis fósseis, como petróleo, gás senta o segundo maior potencial de geração de energia
natural e carvão mineral, emite gases de efeito estufa entre as maiores hidrelétricas do país, enquanto a área
para a atmosfera, como o CO2. O maior investimento e inundada é relativamente pequena, com 500 km2 de
uso de energias renováveis e sustentáveis, como a eóli- extensão. Com isso, uma característica positiva da usina
ca e a solar, podem contribuir para a redução desses é o reduzido espaço inundado em relação ao seu poten-
gases e o cumprimento da meta estabelecida pela Lei
cial energético.
da Política Nacional sobre Mudança do Clima.
Vale destacar que a diferença de potencial de geração

M—dulo 21 – Energia elétrica de energia e área inundada entre as usinas de Itaipu e


Belo Monte decorrem do uso de diferentes tecnologias.
1 b A usina de Belo Monte utiliza uma tecnologia denomina-
O uso de fontes energéticas limpas, como a solar, ten- da fio d’água, que requer menor barragem e reservató-
de a ser mais adequado para regiões que buscam a rio de água.

ANOTAÇÕES

GABARITO - EXTRAS!
GEOGRAFIA

291
Ciências da Natureza e
suas Tecnologias
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BIOLOGIA A
Módulo 19 Angiospermas: diversidade biológica.................................. 295
Módulo 20 Órgãos vegetais, crescimento e nutrição inorgânica..... 304
Módulo 21 Trocas gasosas e transporte de seivas ................................. 316
Módulo 22 Hormônios vegetais .................................................................... 332
Módulo 23 Fitogeografia do Brasil .............................................................. 345

BIOLOGIA B
Módulo 10 Bioenergética: fermentação ..................................................... 361
Módulo 11 Bioenergética: respiração celular .......................................... 367
Módulo 12 Bioenergética: fotossíntese e quimiossíntese ................... 374

FÍSICA A
Módulo 13 Pressão em diferentes pontos de um fluido ...................... 389
Módulo 14 Equilíbrio de corpos imersos em um fluido ....................... 402
Módulo 15 Movimento de um corpo antes, durante e
depois de uma interação ......................................................... 408
Módulo 16 Conservação da quantidade de movimento ...................... 413

FÍSICA B
Módulo 11 Potência ........................................................................................... 424
Módulo 12 Movimentos verticais de corpos próximos
à superfície da Terra.................................................................... 429
Módulo 13 Lançamentos horizontais e oblíquos de
corpos próximos à superfície da Terra ................................ 436

QUÍMICA A
Módulo 17 Concentração de soluções: ppm e ppb ............................. 450
Módulo 18 Concentração de soluções: mol/L......................................... 454
Módulo 19 Relações entre unidades de concentração ........................ 458
Módulo 20 Manipulando soluções: diluição............................................... 461
Módulo 21 Manipulando soluções: mistura de soluções ..................... 465
Módulo 22 Manipulando soluções: titulação............................................ 472
Módulo 23 Pressão de vapor ......................................................................... 476

QUÍMICA B
Módulo 11 Sais .................................................................................................... 484
Módulo 12 Óxidos .............................................................................................. 489
Módulo 13 Algumas reações inorgânicas ................................................. 495
(EM13CNT206) Discutir a importância da preservação e conservação da biodiver-
A área de Ciências da Natureza sidade, considerando parâmetros qualitativos e quantitativos, e avaliar os efeitos

e suas Tecnologias da ação humana e das políticas ambientais para a garantia da sustentabilidade do
planeta.
(EM13CNT207) Identificar, analisar e discutir vulnerabilidades vinculadas às vivên-
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 1 cias e aos desafios contemporâneos aos quais as juventudes estão expostas, con-
Analisar fenômenos naturais e processos tecnológicos, com base nas siderando os aspectos físico, psicoemocional e social, a fim de desenvolver e divul-
interações e relações entre matéria e energia, para propor ações indi- gar ações de prevenção e de promoção da saúde e do bem-estar.
viduais e coletivas que aperfeiçoem processos produtivos, minimizem (EM13CNT208) Aplicar os princípios da evolução biológica para analisar a história
impactos socioambientais e melhorem as condições de vida em âm- humana, considerando sua origem, diversificação, dispersão pelo planeta e diferen-
bito local, regional e global. tes formas de interação com a natureza, valorizando e respeitando a diversidade
étnica e cultural humana.
Habilidades
(EM13CNT209) Analisar a evolução estelar associando-a aos modelos de origem
(EM13CNT101) Analisar e representar, com ou sem o uso de dispositivos e de apli-
e distribuição dos elementos químicos no Universo, compreendendo suas relações
cativos digitais específicos, as transformações e conservações em sistemas que
com as condições necessárias ao surgimento de sistemas solares e planetários, suas
envolvam quantidade de matéria, de energia e de movimento para realizar previsões
sobre seus comportamentos em situações cotidianas e em processos produtivos estruturas e composições e as possibilidades de existência de vida, utilizando re-
que priorizem o desenvolvimento sustentável, o uso consciente dos recursos na- presentações e simulações, com ou sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais
turais e a preservação da vida em todas as suas formas. (como softwares de simulação e de realidade virtual, entre outros).
(EM13CNT102) Realizar previsões, avaliar intervenções e/ou construir protótipos
de sistemas térmicos que visem à sustentabilidade, considerando sua composição COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 3
e os efeitos das variáveis termodinâmicas sobre seu funcionamento, considerando
Investigar situações-problema e avaliar aplicações do conhecimento
também o uso de tecnologias digitais que auxiliem no cálculo de estimativas e no
apoio à construção dos protótipos. científico e tecnológico e suas implicações no mundo, utilizando pro-
(EM13CNT103) Utilizar o conhecimento sobre as radiações e suas origens para cedimentos e linguagens próprios das Ciências da Natureza, para pro-
avaliar as potencialidades e os riscos de sua aplicação em equipamentos de uso por soluções que considerem demandas locais, regionais e/ou globais,
cotidiano, na saúde, no ambiente, na indústria, na agricultura e na geração de e comunicar suas descobertas e conclusões a públicos variados, em
energia elétrica.
diversos contextos e por meio de diferentes mídias e tecnologias digi-
(EM13CNT104) Avaliar os benefícios e os riscos à saúde e ao ambiente, conside-
tais de informação e comunicação (TDIC).
rando a composição, a toxicidade e a reatividade de diferentes materiais e produ-
tos, como também o nível de exposição a eles, posicionando-se criticamente e
Habilidades
propondo soluções individuais e/ou coletivas para seus usos e descartes respon-
sáveis. (EM13CNT301) Construir questões, elaborar hipóteses, previsões e estimativas,
(EM13CNT105) Analisar os ciclos biogeoquímicos e interpretar os efeitos de fenô- empregar instrumentos de medição e representar e interpretar modelos explicati-
menos naturais e da interferência humana sobre esses ciclos, para promover ações vos, dados e/ou resultados experimentais para construir, avaliar e justificar conclu-
individuais e/ou coletivas que minimizem consequências nocivas à vida. sões no enfrentamento de situações-problema sob uma perspectiva científica.
(EM13CNT106) Avaliar, com ou sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais, (EM13CNT302) Comunicar, para públicos variados, em diversos contextos, resul-
tecnologias e possíveis soluções para as demandas que envolvem a geração, o tados de análises, pesquisas e/ou experimentos, elaborando e/ou interpretando
transporte, a distribuição e o consumo de energia elétrica, considerando a dispo- textos, gráficos, tabelas, símbolos, códigos, sistemas de classificação e equações,
nibilidade de recursos, a eficiência energética, a relação custo/benefício, as carac-
por meio de diferentes linguagens, mídias, tecnologias digitais de informação e
terísticas geográficas e ambientais, a produção de resíduos e os impactos socio-
comunicação (TDIC), de modo a participar e/ou promover debates em torno de
ambientais e culturais.
temas científicos e/ou tecnológicos de relevância sociocultural e ambiental.
(EM13CNT107) Realizar previsões qualitativas e quantitativas sobre o funcionamen-
to de geradores, motores elétricos e seus componentes, bobinas, transformadores, (EM13CNT303) Interpretar textos de divulgação científica que tratem de temáticas
pilhas, baterias e dispositivos eletrônicos, com base na análise dos processos de das Ciências da Natureza, disponíveis em diferentes mídias, considerando a apre-
transformação e condução de energia envolvidos – com ou sem o uso de disposi- sentação dos dados, tanto na forma de textos como em equações, gráficos e/ou
tivos e aplicativos digitais –, para propor ações que visem a sustentabilidade. tabelas, a consistência dos argumentos e a coerência das conclusões, visando
construir estratégias de seleção de fontes confiáveis de informações.
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 2 (EM13CNT304) Analisar e debater situações controversas sobre a aplicação de
Analisar e utilizar interpretações sobre a dinâmica da Vida, da Terra e conhecimentos da área de Ciências da Natureza (tais como tecnologias do DNA,
do Cosmos para elaborar argumentos, realizar previsões sobre o fun- tratamentos com células-tronco, neurotecnologias, produção de tecnologias de
cionamento e a evolução dos seres vivos e do Universo, e fundamentar defesa, estratégias de controle de pragas, entre outros), com base em argumentos
e defender decisões éticas e responsáveis. consistentes, legais, éticos e responsáveis, distinguindo diferentes pontos de vista.
(EM13CNT305) Investigar e discutir o uso indevido de conhecimentos das Ciências
Habilidades
da Natureza na justificativa de processos de discriminação, segregação e privação
(EM13CNT201) Analisar e discutir modelos, teorias e leis propostos em diferentes de direitos individuais e coletivos, em diferentes contextos sociais e históricos, para
épocas e culturas para comparar distintas explicações sobre o surgimento e a promover a equidade e o respeito à diversidade.
evolução da Vida, da Terra e do Universo com as teorias científicas aceitas atual-
mente. (EM13CNT306) Avaliar os riscos envolvidos em atividades cotidianas, aplicando
conhecimentos das Ciências da Natureza, para justificar o uso de equipamentos e
(EM13CNT202) Analisar as diversas formas de manifestação da vida em seus dife-
recursos, bem como comportamentos de segurança, visando à integridade física,
rentes níveis de organização, bem como as condições ambientais favoráveis e os
fatores limitantes a elas, com ou sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais individual e coletiva, e socioambiental, podendo fazer uso de dispositivos e aplica-
(como softwares de simulação e de realidade virtual, entre outros). tivos digitais que viabilizem a estruturação de simulações de tais riscos.

(EM13CNT203) Avaliar e prever efeitos de intervenções nos ecossistemas, e seus (EM13CNT307) Analisar as propriedades dos materiais para avaliar a adequação
impactos nos seres vivos e no corpo humano, com base nos mecanismos de ma- de seu uso em diferentes aplicações (industriais, cotidianas, arquitetônicas ou
nutenção da vida, nos ciclos da matéria e nas transformações e transferências de tecnológicas) e/ou propor soluções seguras e sustentáveis considerando seu con-
energia, utilizando representações e simulações sobre tais fatores, com ou sem o texto local e cotidiano.
uso de dispositivos e aplicativos digitais (como softwares de simulação e de reali-
dade virtual, entre outros). (EM13CNT308) Investigar e analisar o funcionamento de equipamentos elétricos
e/ou eletrônicos e sistemas de automação para compreender as tecnologias con-
(EM13CNT204) Elaborar explicações, previsões e cálculos a respeito dos movimen-
temporâneas e avaliar seus impactos sociais, culturais e ambientais.
tos de objetos na Terra, no Sistema Solar e no Universo com base na análise das
interações gravitacionais, com ou sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais (EM13CNT309) Analisar questões socioambientais, políticas e econômicas relativas
(como softwares de simulação e de realidade virtual, entre outros). à dependência do mundo atual em relação aos recursos não renováveis e discutir
(EM13CNT205) Interpretar resultados e realizar previsões sobre atividades experi- a necessidade de introdução de alternativas e novas tecnologias energéticas e de
mentais, fenômenos naturais e processos tecnológicos, com base nas noções de materiais, comparando diferentes tipos de motores e processos de produção de
probabilidade e incerteza, reconhecendo os limites explicativos das ciências. novos materiais.
GABRIEL Antonini

Biologia
JOÃO CARLOS R. Coelho
Marcelo PERRENOUD
NELSON Henrique Carvalho de Castro
RENATO Corrêa Filho
19 BIOLOGIA A COMPETÊNCIAS GERAIS C1, C2, C3

M Ó D U L O

Angiospermas:
diversidade biológica
COMPETÊNCIA
Objetivos de aprendizagem ESPECÍFICA
E HABILIDADE
DA BNCC
. Objetivo 1: conhecer alguns tipos de fruto e entender a formação de frutos partenocárpicos e pseu-
COMPETÊNCIA 2
dofrutos (frutos acessórios).
EM13CNT202
. Objetivo 2: conhecer alguns agentes dispersores e as adaptações dos frutos relacionadas a eles.
. Objetivo 3: relacionar a dispersão das angiospermas com a variabilidade genética.
. Objetivo 4: entender o processo de germinação de angiospermas.
. Objetivo 5: conhecer as características de monocotiledôneas e eudicotiledôneas.

Neste módulo

1 Características dos frutos


. O fruto com semente das angiospermas se desenvolve a partir do ovário da flor, após a dupla
fecundação.
Abrem
Definição de fruto Funções Os frutos podem ser
sozinhos?
Protege a semente. Secos (não apresentam Sim 5 deiscentes
É o ovário maduro. Participa da tecido suculento). (vagem do feijão,
dispersão. Carnosos (apresentam guaraná, urucum).
tecido suculento e são Não 5 indeiscentes
comestíveis). (milho, laranja, coco).

2 Formação do fruto
Fruto originado de
ovário formado por

MÓDULO 19 - ANGIOSPERMAS: DIVERSIDADE BIOLÓGICA


um carpelo (abacate, mais de um carpelo
Elementos fora
manga, pêssego) (laranja, tomate, tangerina)
de proporção
Cores fantasia

Representação esquemática da
Ratana Prongjai/Shutterstock

parte feminina de uma flor de


tomateiro, mostrando os três
Ovário carpelos. Há diferentes
variedades de tomate. Este é
originado de ovário com três
BIOLOGIA A

carpelos. Manga e abacate são


exemplos de frutos formados
somente a partir de um carpelo.
Três carpelos Fruto
295
. Várias flores reunidas em um eixo formam uma inflorescência, que origina uma infrutescência como
o girassol, o milho e o trigo.

3 Fruto partenocárpico
. É originado do ovário, sem que haja fecundação, e geralmente não apresenta sementes.
. Exemplos de frutos partenocárpicos comercializados: banana domesticada, laranja-baía, alguns
caquis e limão-taiti.

A B
Swapan Photography/
Shutterstock

Hong Vo/Shutterstock
Comparação entre banana
selvagem (A) e banana
domesticada (B). O fruto
Óvulos não partenocárpico não tem
fecundados sementes.
Sementes

4 Pseudofruto (fruto acessório)


. A porção comestível do fruto desenvolve-se de outras partes da flor que não o ovário, como o
pedúnculo e o receptáculo floral. Exemplos: morango, caju, maçã e pera.
. A parte comestível do morango é o receptáculo floral desenvolvido.

seltsev/Shu
S t aro tte
ex r st Frutos com
Al oc
sementes
k
Irina oxilixo Danilova/
Shutterstock

Pseudofruto
(fruto acessório)

O receptáculo floral da flor origina a


Receptáculo floral de uma
flor com vários carpelos
parte carnosa do morango, e os
carpelos originam os frutos.

. A parte carnosa do caju corresponde ao pedúnculo floral desenvolvido. O fruto com a semente
(castanha) encontra-se na parte superior.

Pedúnculo desenvolvido
(pseudofruto)
Mang Kelin/Shutterstock

Vinicius Tupinamba/Shutterstock

Carpelo

Elementos fora
de propor•‹o

Flor de caju e as estruturas


desenvolvidas. No interior
Pedúnculo do fruto está a semente,
floral wahyu nugroho kurniawan/Shutterstock
Ovário
conhecida como
desenvolvido (fruto) castanha-de-caju.

296
. A parte comestível da maçã e da pera é o hipanto desenvolvido (pseudofruto). Hipanto: região da flor
formada pela fusão
Pistilo (carpelo) das bases das pétalas,
Estame Elementos fora das sépalas e dos
de proporção
Cores fantasia estames.
Designua/Shutterstock

Pétala
Sépalas secas Ovário desenvolvido
com sementes

Nataly Studio/Shutterstock
Ovário
Sépala

Óvulo

Representação
Hipanto
esquemática da flor da
Pedúnculo macieira e da maçã
floral desenvolvida.

5 Dispersão das angiospermas


Dispersão Evita Favorece

É o espalhamento Competição entre A conquista de


de uma espécie as novas plantas; territórios.
nos ambientes. as novas plantas e
as que geraram as
sementes.

A Frutos plumosos B
Frutos alados Elementos fora
Bess Hamitii/Shutterstock

de proporção

JIANG HONGYAN/Shutterstock
EugeneEdge/Shutterstock

Frutos com sementes dispersos


pelo ar: dente-de-leão, fruto
plumoso (A), e sâmara, fruto
alado (B).

. Ao longo da história evolutiva, as plantas desenvolveram características adaptativas relacionadas


aos agentes dispersores de suas sementes. Observe-as a seguir:

Agentes dispersores de
Adaptações dos frutos e das sementes
sementes de angiospermas

MÓDULO 19 - ANGIOSPERMAS: DIVERSIDADE BIOLÓGICA


Frutos (ou pseudofruto) carnosos, com cores chamativas, de
sabor agradável. Exemplos: goiaba, pequi e uva.
Animais
Frutos que aderem aos pelos ou às penas por ganchos ou por
serem pegajosos. Exemplos: carrapicho e picão.

Frutos e sementes leves, podendo ser alados, plumosos ou lano-


Ar
sos. Exemplos: orquídea, paineira, ipê, algodão e dente-de-leão.

Frutos secam e caem ou se contorcem e lançam suas sementes.


A própria planta
Exemplos: vagem, milho e girassol.
BIOLOGIA A

Frutos e sementes com armazenamento de ar entre as células, o


Água
que favorece a flutuação. Exemplo: coco.

297
Nicu Baicu/Shutterstock
Jasmijn Fotografeert/Shutterstock

Alex Berger/Shutterstock
A B C

Elementos fora
de proporção

Animais, como o papagaio


(A), o macaco (B) e o
morcego (C), são
importantes agentes
dispersores nas florestas.
A relação entre as plantas
produtoras de frutos
carnosos e os animais é
vantajosa para os
organismos envolvidos.

5.1 Dispers‹o e variabilidade genŽtica


. A dispersão aumenta a variabilidade genética das espécies de angiospermas.

Cada ambiente tem carac-


Cada ambiente seleciona os
terísticas próprias (lumino-
indivíduos mais adaptados;
sidade, disponibilidade de
Sementes são transportadas assim, as plantas que sobre-
água, clima, solo, nutrientes
para diferentes ambientes. vivem em diferentes locais
e presença de predadores,
apresentam diferentes con-
parasitas e competidores,
juntos de genes.
por exemplo).

6 Angiospermas e suas sementes


. A semente de angiosperma é composta de tegumento, endosperma (3n) e embrião.
. O embrião tem folhas em estágio embrionário.
. Uma ou mais folhas embrionárias, chamadas cotilédones, absorvem os nutrientes do endosperma.

Armazena nutrientes no
Monocotiledônea
endosperma (3n).
Apresenta embrião
Exemplos: coco, milho,
com um cotilédone.
arroz, trigo e cana-de-açúcar.

Angiosperma
Frequentemente os
Eudicotiledônea cotilédones (2n) armazenam
Apresenta embrião nutrientes.
com dois cotilédones. Exemplos: soja, feijão,
amendoim.

Monocotiledônea Eudicotiledônea
Endosperma Embrião

Elementos fora
de proporção
Cores fantasia
Número de
cotilédones

Embrião
Um
cotilédone Dois cotilédones

Representações esquemáticas mostrando grãos de milho e de feijão. O feijão aberto evidencia dois grandes cotilédones,
que armazenam nutrientes, como amido, proteína e óleo.

298
7 Germinação e características de monocotiledôneas e
eudicotiledôneas
Condições favoráveis Nutrientes orgânicos
Raiz fixa a jovem
para a germinação são provenientes Folhas realizam
planta no solo e
(água líquida, das reservas do fotossíntese e a
absorve água e sais
temperatura, gás endosperma ou dos planta se desenvolve.
minerais.
oxigênio, etc.). cotilédones.

A Monocotiledônea (milho) B Eudicotiledônea (feijão) Folhas


Folhas

Cotilédones
Charles Brutlag/Shutterstock

Charles Brutlag/Shutterstock
Etapas sequenciais da

Charles Brutlag/Shutterstock
germinação de sementes
de milho (monocotiledônea)
(A) e feijão
(eudicotiledônea) (B).
Muitas eudicotiledôneas
armazenam nutrientes nos
cotilédones, que murcham
Raiz e caem depois que o
Raiz embrião os consome.

Monocotiledônea Eudicotiledônea
LAURA_VN/Shutterstock

Paul Daniels/Shutterstock

nat.s/Shutterstock
Elementos fora
de proporção

Tipos florais

Trímera Tetrâmera Pentâmera


Nasky/Shutterstock
Nasky/Shutterstock

Nervura das folhas

Paralela Reticulada
Ngukiaw/Shutterstock

Lekali Studio/Shutterstock

Características de
monocotiledôneas e
eudicotiledôneas após a
Raiz germinação. As
eudicotiledôneas e as
monocotiledôneas

MÓDULO 19 - ANGIOSPERMAS: DIVERSIDADE BIOLÓGICA


constituem cerca de 97% das
espécies de angiospermas.
Fasciculada Axial (pivotante)

O país das plantas


. O Brasil tem a maior diversidade de plantas do mundo. Para saber mais sobre esse assunto, leia
o texto a seguir.
FIORAVANTI, C. A maior diversidade de plantas do mundo. Pesquisa Fapesp, mar. 2016. Disponível em:
BIOLOGIA A

https://revistapesquisa.fapesp.br/a-maior-diversidade-de-plantas-do-mundo/. Acesso em: 26 jan. 2021.

299
DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

1 (Udesc) Originalmente, ao longo da evolução das plantas, d) Frutos com polpa suculenta que fornecem energia aos
o principal papel dos frutos é dar proteção às sementes. dispersores.
Posteriormente, ocorreram adaptações que conferiram e) Leveza e tamanho reduzido das sementes, que favore-
aos frutos a função de auxiliarem na dispersão das semen- cem a flutuação.
tes. Para desempenhar estes papéis os frutos desenvol-
veram uma série de modificações e adaptações em suas 3 (UENP-PR) O site Mega Curioso (www.megacurioso.com.
estruturas (pericarpo; mesocarpo e endocarpo). Estas br) apresentou uma matéria com curiosidades sobre ani-
modificações servem como meio de classificação para os mais. Uma das curiosidades é que centenas de árvores
frutos. crescem devido às sementes que os esquilos perdem pelo
caminho. A imagem a seguir representa hipoteticamente
Coluna I Coluna II a distribuição geográfica de sementes de uma única ár-
1. Frutos carnosos A. Abacate vore que foram perdidas pelos esquilos.
2. Frutos secos B. Abacaxi Na imagem, cada número representa uma semente.
3. Frutos deiscentes C. Caju
8
4. Frutos indeiscentes D. Azeitona
5. Pseudofrutos E. Laranja
1 16
6. Infrutescência F. Feijão
11
7
7. Não é fruto G. Milho
4 12 2 9
15
Assinale a alternativa que indica a associação correta en- 10
3
tre a Coluna I e a II, na tabela. 5 6 13
Árvore
a) 1 – C; 5 – A; 7 – G
b) 2 – D; 4 – F; 6 – E 14

c) 2 – G; 6 – B; 7 – F
d) 4 – F; 4 – G; 2 – F
e) 3 – F; 2 – F; 1 – D A partir da análise dessa imagem, considere as afirmativas
a seguir.
2
I. A semente 16 terá menor chance de se desenvolver,
Os frutos são exclusivos das angiospermas, e a disper- crescer e se transformar em uma árvore.
são das sementes dessas plantas é muito importante para II. A competição intraespecífica é maior entre as semen-
garantir seu sucesso reprodutivo, pois permite a conquista tes 13 e 15 do que entre as sementes 13 e 7.
de novos territórios. A dispersão é favorecida por certas ca- III. A predação dos esquilos diminuiria a dispersão de
racterísticas dos frutos (ex.: cores fortes e vibrantes, gosto sementes dentro desse ambiente.
e odor agradáveis, polpa suculenta) e das sementes (ex.: IV. As sementes 1, 8, 14 e 16 podem aumentar o fluxo gê-
presença de ganchos e outras estruturas fixadoras que se nico interpopulacional.
aderem às penas e pelos de animais, tamanho reduzido,
Assinale a alternativa correta.
leveza e presença de expansões semelhantes a asas). Nas
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
matas brasileiras, os animais da fauna silvestre têm uma
importante contribuição na dispersão de sementes e, por- b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
tanto, na manutenção da diversidade da flora. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
CHIARADIA, A. Mini-manual de pesquisa: Biologia. Jun. 2004 (adaptado). d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
Das características de frutos e sementes apresentadas,
quais estão diretamente associadas a um mecanismo de 4 (Unicamp-SP)
atração de aves e mamíferos? Relatório publicado em 2019 alertou que um núme-
a) Ganchos que permitem a adesão aos pelos e penas. ro crescente de espécies de animais polinizadores está
b) Expansões semelhantes a asas que favorecem a flu- ameaçado de extinção em todo o mundo em decorrência
tuação. de fatores como desmatamento, uso indiscriminado de
c) Estruturas fixadoras que se aderem às asas das aves. agrotóxicos e alterações climáticas. Importantes medidas

300
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

devem ser adotadas para prevenir as consequências eco- a) por insetos que transportam o pólen da antera para o
nômicas, a redução na produção de alimentos e o dese- estigma nas eudicotiledôneas mencionadas.
quilíbrio dos ecossistemas. Entre as espécies cultivadas no b) por pequenos vertebrados que transferem pólen do
Brasil que dependem de polinização animal, destacam-se estigma para o estame nas monocotiledôneas men-
o maracujá, a maçã, a acerola e a castanha-do-brasil. cionadas.
(Fonte: Marina Wolowski e outros, Relatório temático sobre polinização, polinizadores e c) por insetos que transferem pólen do estigma para o
produção de alimentos no Brasil. BPBES e REBIPP, 2019. Acessado em 23/05/2019.)
estame nas eudicotiledôneas mencionadas.
Considerando as informações fornecidas no texto e os d) por pequenos mamíferos que transportam o pólen da
conhecimentos sobre botânica e ecologia, é correto afir- antera para o estigma nas monocotiledôneas mencio-
mar que a polinização pode ser beneficiada nadas.

Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Unidade Botânica – Capítulo 4

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem
• Leia os itens 1 a 4 da seção • Leia os itens 1 a 5. • Faça a questão 7.
1 Neste módulo. • Faça a questão 4.
• Faça a questão 1.
• Leia o item 5 da seção Neste • Leia os itens 6 e 7. • Faça a questão 8.
2 módulo. • Faça as questões 5 e 6.
• Faça as questões 2 e 3.
• Leia o item 6 da seção Neste • Leia o item 8. • Faça a questão 15.
3 módulo. • Faça a questão 12.
• Faça a questão 9.
• Leia os itens 7 e 8 da seção • Leia os itens 9 e 10.
4e5 Neste módulo. • Faça as questões 13 e 14. –
• Faça as questões 10 e 11.

PREPARE-SE

Para se preparar para a próxima aula, leia os itens 1 a 4 do capítulo 1 da unidade Fisiologia vegetal do Cader-
no de Estudos 4 e identifique as características das células responsáveis pela geração de todos os tecidos
de uma planta e dos tecidos vegetais que exercem a função de sustentação e armazenamento.

MÓDULO 19 - ANGIOSPERMAS: DIVERSIDADE BIOLÓGICA


EX TRAS!

1 (UFRGS-RS) Diversos órgãos vegetais fazem parte de nossa alimentação.


Em termos biológicos, a abóbora, o tomate e o pimentão constituem
a) frutos verdadeiros.
b) pseudofrutos.
c) legumes.
d) infrutescências.
BIOLOGIA A

e) frutos partenocárpicos.

301
EXTRAS!

2 (Fuvest-SP) No morango, os frutos verdadeiros são as estruturas escuras e rígidas que se encontram sobre a parte vermelha
e suculenta. Cada uma dessas estruturas resulta, diretamente,
a) da fecundação do óvulo pelo núcleo espermático do grão de pólen.
b) do desenvolvimento do ovário, que contém a semente com o embrião.
c) da fecundação de várias flores de uma mesma inflorescência.
d) da dupla fecundação, que é exclusiva das angiospermas.
e) do desenvolvimento do endosperma que nutrirá o embrião.

3 (UEPB) Em 12 de abril de 1931, nascia em Maranguape, Ceará, Francisco Anysio de Oliveira


Paula Filho – o Chico Anysio, humorista, ator, dublador, escritor, compositor e pintor, notório

Reprodução/Uepb, 2012.
por seus inúmeros personagens em programas humorísticos, dentre os quais destacaremos
Valdevino “Bento Carneiro”, vampiro nascido no Brasil. Com um sotaque caipira, ele se apre-
senta como “aquele que vem do aquém do além, adonde que véve os mortos”. Mora em seu
castelo junto de seu assistente corcunda Calunga. Não consegue assustar ninguém, ao con-
trário, é um vampiro medroso e desnutrido.
Como se percebe na figura ao lado, herdamos da cultura europeia a ideia de vincularmos os
morcegos à figura lendária dos vampiros. Sobre esses seres é correto afirmar:
I. Os morcegos são os únicos representantes da ordem Chiroptera; são mamíferos voadores,
apresentando os membros anteriores transformados em asas; têm hábitos noturnos e
orientam-se principalmente por ecolocalização.
II. A dieta dos Chiropteros é bastante variada, incluindo frutos, sementes, folhas, néctar, pólen, artrópodes, pequenos ver-
tebrados, peixes e sangue.
III. Os morcegos têm uma importância fundamental na dinâmica dos ecossistemas, pois atuam como polinizadores, disper-
sores de sementes, predadores, fornecedores de nutrientes em cavernas (guano), vetores de doenças silvestres, dentre
outras.
Ordem Chiroptera:
Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s): classificação biológica
a) I e III, apenas. d) III, apenas. dos mamíferos
b) I, apenas. e) I e II, apenas. voadores, como os
morcegos.
c) I, II e III, apenas.

4 (Unicamp-SP) Na Região Sudeste do Brasil as paineiras frutificam em pleno inverno, liberando suas sementes envoltas por
material lanoso, como mostram as figuras abaixo. Tal fato está relacionado com o mecanismo de dispersão das sementes.

Reprodução/Unicamp, 2013.

a) Explique como ocorre a dispersão das sementes das paineiras e qual a importância da frutificação ocorrer no inverno da
Região Sudeste.
b) Diferentemente das paineiras, existem plantas que investem na produção de frutos carnosos e vistosos. De que maneira
tal estratégia pode estar relacionada à dispersão das sementes dessas plantas? Explique.

302
EXTRAS!

5 (Unesp-SP)

Gimnospermas e angiospermas: uma história de sucesso vegetal


Uma das maiores inovações que surgiram no decorrer da evolução das plantas vasculares foi a semente. Essa estrutura
_____
1 . Por isso, as gimnospermas e angiospermas têm vantagem sobre os grupos de vegetais que se reproduzem por meio de
esporos. A prova disso é que existe um número muito superior de espécies vegetais produtoras de sementes do que de plantas
que fazem uso de esporos para se propagar.
As angiospermas são as plantas que apresentam o maior sucesso evolutivo nos dias atuais. Se compararmos os núme-
ros de espécies de angiospermas e gimnospermas, poderemos notar que o primeiro grupo de plantas conta com cerca de
235 mil espécies viventes contra 720 espécies do segundo grupo. Essa grande diversidade de espécies de angiospermas
2
deve-se________ .
(http://educacao.uol.com.br. Adaptado.)

Construa dois novos trechos que possam substituir as lacunas do texto. No trecho 1 você deve citar duas vantagens adap-
tativas das sementes em comparação aos esporos, e no trecho 2 você deve citar uma característica exclusiva das angios-
permas e explicar como essa característica contribuiu para sua maior diversidade.

6 Um pesquisador observou um pássaro alimentando-se dos frutos de uma espécie de arbusto e perguntou-se qual
seria o efeito na germinação das sementes do fruto após passarem pelo trato digestório do pássaro. Para responder à per-
gunta, o pesquisador pensou em desenvolver um experimento de germinação com sementes de diferentes origens.
Para realizar esse experimento, as sementes devem ser coletadas
a) aleatoriamente do chão da mata.
b) de redes de coleta embaixo dos arbustos.
c) diretamente dos frutos de arbustos diferentes.
d) das fezes dos pássaros de lugares diferentes.
e) das fezes dos pássaros e dos frutos coletados dos arbustos.

7 (Uerj) A entrada de água nas sementes é essencial para desencadear sua germinação. Essa hidratação, reativando tanto
enzimas que hidrolisam moléculas de carboidratos como enzimas envolvidas no ciclo de Krebs e na cadeia de transporte de
elétrons, ocasiona um nítido aumento do consumo de O2 e da produção de ATP.
Aponte as duas principais funções dos carboidratos hidrolisados para o desenvolvimento do embrião.
Indique, ainda, a organela reativada responsável pelo aumento do consumo de O2 e da produção de ATP com o processo de
hidratação.
8 (Udesc) Um aluno precisava organizar a coleção botânica da sua escola, e separar as plantas em monocotiledôneas e dico-
tiledôneas. Assim selecionou plantas de arroz, trigo e milho, as quais foram corretamente colocadas em um grupo; enquan-
to as de feijão, soja e ervilha foram colocadas em outro grupo.
Analise as proposições em relação às características de plantas monocotiledôneas e de dicotiledôneas, e assinale (V) para
verdadeira e (F) para falsa.
( ) As raízes das monocotiledôneas são fasciculadas (cabeleira) e encontradas nas plantas de arroz, trigo e milho.

MîDULO 19 - ANGIOSPERMAS: DIVERSIDADE BIOLÓGICA


( ) As sementes de monocotiledôneas são constituídas por dois cotilédones e encontradas nas plantas de trigo.
( ) As folhas das dicotiledôneas apresentam nervuras paralelas e podem ser observadas nas plantas de feijão e soja.
( ) As flores das dicotiledôneas apresentam, geralmente, as peças florais em número de três ou múltiplos de três e são
comuns nas plantas de milho e trigo.
( ) As folhas das monocotiledôneas são constituídas por nervuras reticuladas, ou ramificadas, e são observadas nas plantas
de arroz e milho.

Assinale a alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo.


a) F – F – V – F – V. c) F – V – V – V – F. e) V – F – F – F – F.
BIOLOGIA A

b) V – V – F – F – F. d) F – V – F – V – F.

303
20 BIOLOGIA A

M Ó D U L O

Órgãos vegetais, crescimento


e nutrição inorgânica
COMPETÊNCIAS
Objetivos de aprendizagem ESPECÍFICAS E
HABILIDADES
DA BNCC
. Objetivo 1: conhecer os tecidos vegetais e sua origem a partir do meristema.
COMPETÊNCIA 1
. Objetivo 2: relacionar o crescimento primário e o secundário com a escolha adequada de espécies
EM13CNT105
de árvores para o plantio em cidades.
. Objetivo 3: conhecer os órgãos vegetativos de uma angiosperma. COMPETÊNCIA 2

. Objetivo 4: entender o papel da nutrição inorgânica e relacioná-la com técnicas de desenvolvimento


EM13CNT202
EM13CNT207
sustentável da produção agrícola.
COMPETÊNCIA 3
EM13CNT301
Neste módulo EM13CNT304

1 Meristemas primários
. O crescimento vegetal deve-se à atividade de células indiferenciadas que compõem os tecidos
denominados meristemas.
. As células dos meristemas são pequenas, indiferenciadas e totipotentes.
. Os meristemas primários ocorrem nos ápices de caule e raiz e são responsáveis pelo crescimento
longitudinal da planta.
. Eles também são conhecidos como gemas, as quais estão localizadas na região dos ápices dos
caules, abaixo da coifa, na raiz e na região da inserção das folhas no caule; nesse caso, são chama-
das de gemas axilares.

Novas folhas em
A Folha B formação a partir do
meristema apical

Folha
Meristema primário
Ápice do na gema apical
Jr./Science Source/

Elementos fora
Joseph F. Gennaro

caule de proporção
Cores fantasia
Gema axilar:
Fotoarena

meristema primário
formado a partir de
células da gema apical
Cotilédones
M. I. Walker/Science
Source/Fotoarena

Representação esquemática da
Meristema primário localização dos meristemas primários no
da extremidade embrião de feijão e na planta na fase
Ápice da raiz da raiz final da germinação (A). Fotomicrografia
dos meristemas apicais do caule (B) e da
Coifa raiz (C). As gemas axilares originam
novos ramos.

304
. Crescimento longitudinal da planta a partir dos meristemas primários:
1. Células indiferenciadas dos meristemas primários realizam mitoses.
2. Algumas células-filhas crescem (alongamento) e empurram as outras para as extremidades de
caule e raiz.
3. Células dos meristemas sofrem mitoses nos ápices continuamente.
4. Algumas das novas células-filhas se alongam empurrando sucessivamente células meristemáti-
cas; outras sofrem diferenciação.
5. As extremidades do caule e da raiz crescem longitudinalmente em um processo contínuo.
Ápice é deslocado para cima Elementos fora
de proporção
Crescimento
Cores fantasia
das células

Mitoses
Gema apical Crescimento
do caule das células

Mitoses

Célula do
meristema Diferenciação
das células

1 2 3 4 5

Diferenciação
Mitoses Representação
das células
esquemática do
Célula do crescimento
meristema longitudinal de uma
Crescimento planta, mostrando as
das células células das gemas
apicais. Somente as
Mitoses extremidades
Crescimento promovem
das células crescimento.
Ápice é deslocado para baixo

. O processo, descrito acima, ocorre em cada ramo de caule ou raiz.


. Sequência dos principais eventos no desenvolvimento vegetal:

Meristemas primários
Após a germinação, Células-filhas alon-
nos ápices do caule Surgem outros
a jovem planta inicia gam-se e sofrem
e da raiz realizam tecidos vegetais.
seu crescimento. diferenciação.
mitoses.

MÓDULO 20 - ÓRGÃOS VEGETAIS, CRESCIMENTO E NUTRIÇÃO INORGÂNICA


2 Tecidos vegetais diferenciados
. A diferenciação celular pode originar os seguintes tecidos em uma angiosperma:

Tecidos vegetais diferenciados

Tecido Características Funções Localização

Epiderme
Richard J. Green/Science
Source/Fotoarena

Sobre folhas, flores, frutos,


Células vivas, achatadas, Revestimento, proteção,
caules e raízes jovens
aclorofiladas. absorção e trocas gasosas.
(primários).
BIOLOGIA A

305
Súber
Ted Kinsman/Science
Source/Fotoarena

Várias camadas de células mortas,


Proteção contra perda de
ocas, com parede celular espessa
água, herbivoria e fogo Revestimento de caules e raízes.
impregnada de suberina (lipídeo
(isolamento térmico).
impermeabilizante).

Xilema
(lenho é o xilema secun-
dário, que surge no cresci-
mento em espessura das Condução de seiva xilêmica
Células mortas, ocas, com parede
eudicotiledôneas) (seiva bruta) constituída
celular espessa, com impregnação
principalmente de água e
Biophoto Associates/
Science Source/
Fotoarena

de lignina (substância muito rígida) Raiz, caule, folha, flores e frutos.


sais minerais. Também
e conectadas, formando estruturas
proporciona sustentação
tubulares (vasos condutores).
da planta.

Floema (líber)
Biophoto Associates/
Science Source/
Fotoarena

Células vivas, sem cloroplastos e Condução de seiva elaborada


conectadas, formando estruturas (seiva orgânica) rica em Raiz, caule, folha, flores e frutos.
tubulares (vasos condutores). sacarose.

Parênquima
Biophoto Associates/
Science Source/
Fotoarena

Armazenamento de água,
Células vivas, sem ou com Caule, raiz, folhas, flores, frutos
amido, ar, preenchimento de
cloroplastos. e sementes (cotilédones).
espaços e fotossíntese.

Esclerênquima Células mortas com paredes


Biophoto Associates/
Science Source/
Fotoarena

celulares muito espessas devido à Raízes, caules, folhas, frutos


Sustentação, elasticidade,
deposição de lignina. Podem ser (camada interna de frutos
proteção de sementes (frutos
longas em caules, raízes e folhas drupa, como o pêssego e a
e tegumentos de sementes
(fibras) ou pequenas em frutos e azeitona) e sementes (no
rígidos).
tegumentos de sementes tegumento, como na goiaba).
(esclereídes).

Colênquima
Biophoto Associates/
Science Source/
Fotoarena

Células vivas com parede


Sustentação, flexibilidade e Caules em crescimento, folhas,
intensamente reforçada de
resistência mecânica. flores e frutos.
celulose.

3 Crescimento secundário das eudicotiledôneas


. É o crescimento em espessura em eudicotiledôneas.
. Promovido por dois meristemas secundários:
– câmbio vascular – origina células de xilema e floema.
– felogênio (câmbio da casca) – origina o súber e a feloderme (parênquima da casca).

306
Elementos fora
de proporção
Cores fantasia

Feijão Folha
Câmbio
Ápice do
vascular
caule
Caule

Câmbio da casca Meristemas


(felogênio) secundários de
eudicotiledôneas
Raízes

Câmbio
Cotilédones vascular

Ápice da raiz

Representação esquemática da distribuição dos meristemas primários e secundários em uma planta de feijão. O felogênio
localiza-se externamente ao câmbio vascular.

. Caules e raízes primários são revestidos por epiderme.


. Caules e raízes secundários são revestidos por casca.
. A casca de eudicotiledôneas é constituída de periderme (súber, felogênio e feloderme) e floema.

Clonagem na agricultura nacional


. Conheça a produção de mudas clonadas a partir de meristemas em projeto da Proeta (Embrapa).
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=FcdUrByX1l8. Acesso em: 27 jan. 2021.

4 Planejamento de arborização urbana

MÓDULO 20 - ÓRGÃOS VEGETAIS, CRESCIMENTO E NUTRIÇÃO INORGÂNICA


. A arborização planejada e adequada das áreas urbanas pode proporcionar:
– bem-estar psicológico;

– sombreamento (evita o aumento de temperatura);

– aumento da umidade do ar;

– conservação de espécies vegetais;

– atração, alimentação e locais de reprodução da fauna nativa;

– acessibilidade;

– inclusão social.
. A escolha das árvores que serão plantadas em vias urbanas exige estudos, planejamento e conhe-
BIOLOGIA A

cimento biológico das espécies.

307
Wagner Campelo/Shutterstock

Roman Zaiets/Shutterstock
Árvores com raízes superficiais
e com crescimento em
espessura danificam calçadas, o
que gera muitos acidentes
anualmente no Brasil,
prejudicando a acessibilidade e
a inclusão social.

. Sob a fiação elétrica, é importante que sejam plantadas apenas espécies que não atinjam grandes
alturas, para evitar acidentes e problemas no fornecimento de energia elétrica para a população.
Alf Ribeiro/Shutterstock

O crescimento de
espécies adequadas
próximo a fios elétricos
evita acidentes e a
necessidade de podas
frequentes.

5 Órgãos vegetativos
. São responsáveis pela sobrevivência das plantas e correspondem a folhas, caules e raízes.

Elementos fora
de proporção
Cores fantasia
Folhas

Caule

Raízes Representação
esquemática de uma
planta, mostrando os
órgãos vegetativos, que
não realizam a reprodução
sexuada da planta.

308
. Folhas:
– realizam fotossíntese;
– proporcionam nutriente orgânico (açúcar) rico em energia para os outros órgãos;
– armazenam amido nos cloroplastos (em plantas suculentas armazenam água).
. Caules:
– fazem a ligação entre folhas e raízes;
– transportam e armazenam seivas por meio do xilema e do floema;
– armazenam substâncias (água, açúcar, amido);
– podem realizar fotossíntese (caules jovens ou adultos, como os do cacto).
. Tipos de caule:
– caules aéreos crescem acima do solo;

A B C D

Elementos fora
de proporção

Pornsawan Baipakdee/Shutterstock
Panda Vector/Shutterstock

Kazakova Maryia/Shutterstock
hussainniyaz/Shutterstock

Alguns tipos de caules aéreos. Colmo: apresenta zonas de nós (onde folhas se ligam ao caule) e entrenós bem evidentes (A); tronco: possui
ramos (B); rastejante: cresce sobre o solo, onde enraíza e realiza propagação vegetativa (reprodução assexuada) (C); e estipe: não tem gemas
laterais (D).

– caules subterrâneos: crescem sob o solo;


– caules aquáticos: crescem dentro da água.
Elementos fora
A B C de proporção
Cores fantasia
Havryliuk-Kharzhevska/Shutterstock

Folha
FotoMalle/Shutterstock

DimaBerlin/Shutterstock

MÓDULO 20 - ÓRGÃOS VEGETAIS, CRESCIMENTO E NUTRIÇÃO INORGÂNICA


Pseudofruto

Inflorescência

Bainha
Caule das folhas
tubérculo Caule
rizoma
Raiz

O caule tubérculo da batata armazena amido no parênquima (A). A parte aérea da bananeira é um pseudocaule, porque é constituída de folhas; o
caule cresce e se ramifica sob o solo (B). O caule submerso da vitória-régia está no fundo de rios e lagos, fixos por suas raízes (C).

. Raízes:
– fixam a planta no substrato (geralmente o solo);
BIOLOGIA A

– absorvem água e nutrientes inorgânicos (minerais);


– podem armazenar substâncias (água, sais minerais, açúcar, amido) nos parênquimas.

309
Elementos fora
de proporção
Cores fantasia
Zona Pelo absorvente
pilífera da epiderme

Zona de ramificação
(zona suberosa)

Zona pilífera Epiderme


(zona de absorção)

Zona lisa
(zona de alongamento) Meristema

Coifa Representação esquemática da


estrutura de uma raiz. Os pelos
absorventes da epiderme da
Água no solo com nutrientes
inorgânicos são absorvidos extremidade de cada ramo da raiz
absorvem água e nutrientes
Pelo absorvente minerais.

. Raízes tuberosas (acumulam nos parênquimas reservas de nutrientes, como amido, sacarose, gli-
cose e sais minerais).
istetiana/Shutterstock

Os nutrientes
armazenados nas raízes
tuberosas, como
beterraba e cenoura, são
destinados à produção de
frutos e sementes dessas
plantas.

6 Macronutrientes e micronutrientes
. Uma nutrição inorgânica adequada proporciona o bom desenvolvimento das plantas.
. A carência nutricional ocasiona deficiência e problemas no metabolismo vegetal.

Necessários em
Macronutrientes grandes N, P, K, Ca, Mg e S
quantidades

Necessários em
Micronutrientes pequenas Fe, Mn, Na, Ni
quantidades

. A produção agrícola necessita de adubação no cultivo de plantas usadas na alimentação de seres


humanos e animais de criação.

Tipos de fertilizante Origem


Nutrientes extraídos de rochas ou produzidos
Adubação química (sais minerais) industrialmente a partir do nitrogênio do ar – fixação
industrial do nitrogênio
Compostagem, biodigestão de dejetos animais,
Adubação orgânica (decomposição de restos
lixo orgânico urbano e industrial. Incorporação dos
orgânicos origina sais minerais)
restos da colheita ao solo. Adubação verde

310
7 Fertilizantes e o combate à fome
. A população mundial é crescente; as estimativas sugerem que seremos 9 bilhões em três décadas.
. Quase todas as áreas próprias para a agricultura estão sendo utilizadas. Assim, restam áreas de
ambientes naturais, como florestas, fundamentais à estabilidade climática, à biodiversidade e ao
estoque de carbono. Nesse contexto, a maximização da produção de alimentos por unidade de área
cultivada é fundamental para saciar as necessidades humanas, levando em consideração o desen-
volvimento sustentável.
. Problemas a solucionar:
– Quantidades consideráveis de fertilizantes são escoadas para os meios aquáticos.
– Grande quantidade de fertilizantes com nitrogênio, como o nitrato de amônio, acaba sendo trans-
formada em óxido nitroso, um potente gás de efeito estufa.
– Fertilizantes como o fosfato e o potássio são extraídos de rochas e são recursos esgotáveis.
– A produção industrial de fertilizantes com nitrogênio demanda alto consumo de energia e encare-
ce os alimentos.
. Principais diretrizes para otimizar o uso dos fertilizantes minerais:
– Aumentar a produtividade agrícola, usando técnicas de melhoramento genético.
– Utilizar técnicas eficientes de adubação, como aplicação de fertilizantes em quantidades adequa-
das em cada unidade de área das fazendas.
– Reciclar nutrientes por meio de adubação orgânica.

Alf Ribeiro/Shutterstock

MÓDULO 20 - ÓRGÃOS VEGETAIS, CRESCIMENTO E NUTRIÇÃO INORGÂNICA


O esterco de sistemas de
criação de gado em
confinamento pode ser
utilizado em biodigestores
ou composteiras para a
produção de adubo e a
reciclagem de nutrientes
minerais.

Produção de adubo a partir das cinzas


Assista ao vídeo sobre o projeto sustentável com a produção de adubo a partir das cinzas de indús-
trias na cidade de Maringá. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Fq78fx79vc4. Acesso
BIOLOGIA A

em: 27 jan. 2021.

311
DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

1 (UFU-MG) Considere o quadro a seguir em que os algarismos romanos de I a IV representam os principais tecidos vegetais,
e os algarismos arábicos de 1 a 4 indicam algumas características, a constituição e as funções desses tecidos.

Tecidos Características, constituição e funções


I. Colênquima 1. Formado por células vivas, cuja função geral é o preenchimento de espaços internos da planta.
2. Constituído por células com grande capacidade de divisão e que descendem diretamente de célu-
II. Esclerênquima
las embrionárias.
3. É um tecido de sustentação constituído por células vivas, dotadas de paredes com reforços extras
III. Parênquima
de celulose.
4. Constituído por células mortas, tem paredes impregnadas de lignina e sua função é a sustentação
IV. Meristema primário
esquelética do corpo da planta.

Assinale a alternativa que associa, corretamente, esses tecidos vegetais, com suas respectivas características, constituição
e funções.
a) I-3, II-1, III-4 e IV-2. b) I-1, II-2, III-3 e IV-4. c) I-3, II-4, III-1 e IV-2. d) I-4, II-3, III-1 e IV-2.

2 (Unicamp-SP) Um grande incêndio consumiu uma floresta inteira e deixou apenas os troncos das árvores em pé. Algumas
plantas conseguiram rebrotar e produzir uma folhagem exuberante após alguns meses. Considerando a relação entre
estrutura e função dos tecidos vegetais, as plantas mencionadas tiveram um bom desempenho logo após a queimada
por serem dotadas de
a) tecido esclerenquimático desenvolvido, capaz de promover alta atividade fotossintética.
b) periderme pluriestratificada, capaz de isolar termicamente os feixes vasculares.
c) aerênquimas, capazes de promover a difusão interna de gases e o metabolismo das raízes.
d) epiderme foliar espessa, com cutícula rica em ceras capazes de reduzir a temperatura da planta.

3 (UFRGS-RS) Leia a tira abaixo, que ilustra as decisões alimentares do Hagar.

Reprodução/UFRGS, 2014.

Assinale a alternativa que apresenta a afirmação correta sobre os vegetais citados na tira.
a) Os dois apresentam amido como substância de reserva. d) A parte comestível da batata-inglesa é a raiz.
b) O grão de milho é um fruto deiscente. e) O milho apresenta crescimento secundário no caule.
c) Os dois apresentam folhas com nervação paralelinérvea.

4 (UEG-GO) Atualmente, vários agricultores utilizam-se da técnica de cultivar plantas em soluções aeradas em sais minerais
quimicamente definidos, popularmente conhecida como hidroponia. Inicialmente, os agricultores viram na hidroponia um
modo de cultivar plantas para o consumo humano, como alfaces, em locais onde o solo é pobre ou não disponível. Essa
técnica no cultivo de determinadas espécies é vantajosa porque
a) a planta cultivada não necessita da absorção de macronutrientes, como o Nitrogênio, e nem da utilização do processo de
adubação orgânica.
b) a planta cultivada não desenvolve o seu sistema radicular, uma vez que não há a necessidade de absorção de micronutrientes.
c) promove o crescimento de plantas em áreas onde o patógeno e as pragas agrícolas estão ausentes e a colheita não é
exposta aos herbicidas.
d) promove o desenvolvimento de plantas sem aquecimento e iluminação, uma vez que nelas a realização da fotossíntese é
esporádica.

312
Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Unidade Fisiologia vegetal – Capítulo 1

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem
• Leia os itens 1 e 2 da seção • Leia os itens 1 e 2.
1 Neste módulo. • Faça a questão 4. –
• Faça as questões 1 e 2.
• Leia os itens 3 e 4 da seção • Leia o item 3. • Faça a questão 7.
2 Neste módulo. • Faça as questões 5 e 6.
• Faça a questão 3.
• Leia o item 5 da seção Neste • Leia o item 7.
3 módulo. • Faça a questão 11. –
• Faça a questão 8.
• Leia os itens 6 e 7 da seção • Leia os itens 8 e 9. • Faça a questão 13.
4 Neste módulo. • Faça a questão 12.
• Faça as questões 9 e 10.

EX TRAS!

1 Quando o assunto é o paisagismo urbano, a escolha das espécies vegetais a serem utilizadas depende também do
local a ser arborizado. Em cidades em que o clima é frio, é importante que se escolham espécies caducifólias, ou seja, que
perdem as folhas em determinada época do ano. Esse tipo de adaptação favorece o aproveitamento da energia solar nos
dias mais frios.
Além disso, as dimensões da planta devem estar de acordo com o espaço disponível, permitindo o livre trânsito de veículos
e pedestres. Nas calçadas, o ideal é plantar vegetais com sistema radicular pivotante profundo o suficiente para evitar o
levantamento e a destruição de calçadas e vias.

Um exemplo de árvore do grupo indicado no trecho destacado no parágrafo I e o tecido responsável pelo crescimento re-
lacionado à situação indicada no trecho grifado no parágrafo II são, respectivamente:
a) I – pinheiro, II – parênquima. d) I – palmeira, II – esclerênquima.
b) I – pinheiro, II – meristema apical. e) I – coqueiro, II – câmbio.
c) I – abacateiro, II – câmbio.

2 (Uern) Em relação às funções dos parênquimas vegetais, relacione adequadamente as colunas.

MÓDULO 20 - ÓRGÃOS VEGETAIS, CRESCIMENTO E NUTRIÇÃO INORGÂNICA


A sequência está correta em
Cortical: relativo à
1. Cortical. ( ) Reserva de água.
periferia, parte externa,
2. Aquífero. ( ) Flutuação e, às vezes, respiração. casca

3. Aerífico. ( ) Reserva de alimento.

4. Amilífero. ( ) Preenchimento de espaço.

a) 3, 2, 1, 4. b) 2, 3, 1, 4. c) 4, 2, 1, 3. d) 2, 3, 4, 1.

3 (UFJF-MG) Quando o roteirista e o desenhista se lembram das aulas de botânica...


A figura a seguir apresenta personagens fictícios criados por desenhistas da Marvel Comics e que fazem parte dos filmes
Guardiões da Galáxia e Guardiões da Galáxia Vol. 2. No primeiro filme, o personagem à esquerda (Groot) morre para salvar
os seus amigos. O personagem da direita (também denominado Groot, mas aqui vamos chamá-lo de Baby Groot) estrela o
segundo filme e é uma versão baby (bebê) do primeiro. A figura central remete à possível origem de Baby Groot, ou seja, a
BIOLOGIA A

reprodução vegetativa de Groot (um broto de Groot).

313
EXTRAS!

Reprodução/UFJF, 2020.
a) Observando a figura central, representando o surgimento de uma nova planta, espera-se que o Baby Groot possa se de-
senvolver num Groot adulto. Nas plantas, como denominam-se os tecidos que dão origem a novos tecidos e onde encon-
tramos esses tecidos nas raízes e caules em crescimento primário?
b) Os personagens representam árvores com crescimento secundário e, portanto, desenvolvimento de lenho (madeira) e,
além disso, têm um revestimento que os tornam resistentes ao fogo e podem aumentar de tamanhos. Considerando que
os criadores e roteiristas dos personagens tenham lembrado das aulas de desenvolvimento das plantas e dos tecidos
vegetais, RESPONDA:
I. quais tecidos meristemáticos são responsáveis pelo crescimento secundário das árvores?
II. qual tecido originado a partir desse crescimento teria a capacidade de impermeabilizar a superfície das árvores e, por-
tanto, proteger de altas temperaturas quando expostas ao fogo?

4 (Unicamp-SP) Ao observar uma célula, um pesquisador visualizou uma estrutura delimitada por uma dupla camada de
membrana fosfolipídica, contendo um sistema complexo de endomembranas repleto de proteínas integrais e periféricas.
Verificou também que, além de conter seu próprio material genético, essa estrutura ocorria em abundância em todas as
regiões meristemáticas de plantas.
Qual seria essa estrutura celular?
a) Cloroplasto.
b) Mitocôndria.
c) Núcleo.
d) Retículo endoplasmático.

5 (UFRGS-RS) Em relação às raízes de angiospermas, é correto afirmar que


a) são as responsáveis pela nutrição orgânica das plantas.
b) absorvem macronutrientes como o manganês (Mn).
c) têm o câmbio fascicular como o responsável pelo crescimento em altura. Mesófilo: corresponde
d) apresentam epiderme e mesófilo altamente diferenciado. à região interna da
folha.
e) têm pelos absorventes como os principais responsáveis pela absorção de água e sais minerais.

6 Na técnica de plantio conhecida por hidroponia, os vegetais são cultivados em uma solução de nutrientes no lugar
do solo, rica em nitrato e ureia.
Nesse caso, ao fornecer esses nutrientes na forma aproveitável pela planta, a técnica dispensa o trabalho das bactérias fixa-
doras do solo, que, na natureza, participam do ciclo do(a)
a) água. c) nitrogênio. e) fósforo.
b) carbono. d) oxigênio.

314
EXTRAS!

7 (Fuvest-SP) Dez copos de vidro transparente, tendo no fundo algodão molhado em água, foram mantidos em local ilumina-
do e arejado. Em cada um deles, foi colocada uma semente de feijão. Alguns dias depois, todas as sementes germinaram e
produziram raízes, caules e folhas.
Cinco plantas foram, então, transferidas para cinco vasos com terra e as outras cinco foram mantidas nos copos com algodão.
Todas permaneceram no mesmo local iluminado, arejado e foram regadas regularmente com água destilada.

Mantendo-se as plantas por várias semanas nessas condições, o resultado esperado e a explicação correta para ele são:
a) Todas as plantas crescerão até produzir frutos, pois são capazes de obter, por meio da fotossíntese, os micronutrientes
necessários para sua manutenção até a reprodução.
b) Somente as plantas em vaso crescerão até produzir frutos, pois, além das substâncias obtidas por meio da fotossíntese,
podem absorver, do solo, os micronutrientes necessários para sua manutenção até a reprodução.
c) Todas as plantas crescerão até produzir frutos, pois, além das substâncias obtidas por meio da fotossíntese, podem ab-
sorver, da água, os micronutrientes necessários para sua manutenção até a reprodução.
d) Somente as plantas em vaso crescerão até produzir frutos, pois apenas elas são capazes de obter, por meio da fotossín-
tese, os micronutrientes necessários para sua manutenção até a reprodução.
e) Somente as plantas em vaso crescerão até produzir frutos, pois o solo fornece todas as substâncias de que a planta ne-
cessita para seu crescimento e manutenção até a reprodução.

8 Ana Maria Primavesi (1920-2020), precursora da pesquisa em agroecologia no Brasil, foi reconhecida por ser uma
das pioneiras nos estudos sobre preservação de solo e recuperação de áreas degradadas. Durante 70 anos desenvolveu
pesquisas na Universidade de Santa Maria (RS), priorizando a atividade biológica por meio do acúmulo de matéria orgânica,
evitando o revolvimento do solo, para aprimorar a produção agrícola, cujo reconhecimento lhe proporcionou, em 2012, o
prêmio One World Award.
De acordo com Ana Maria, a matéria orgânica deve ser fornecida ao solo periodicamente, uma vez que sua função principal
não é fornecer nutrientes, mas agregar o solo e formar poros. Sem os poros, a água da chuva escorre e não é absorvida.

A água das chuvas escorrendo no solo das fazendas é prejudicial porque promove:
a) o apodrecimento das raízes e a perda de fertilizantes para os riachos e lagos.
b) a erosão do solo e a perda do gás carbônico necessário à atividade das raízes.
c) o deslocamento de bactérias do solo e de frutos e sementes para os meios aquáticos.
d) a perda de nutrientes para os rios e a falta de reposição dos lençóis freáticos.
e) a morte de raízes por afogamento e a decomposição de restos orgânicos.

ANOTAÇÕES

MîDULO 20 - îRGÌOS VEGETAIS, CRESCIMENTO E NUTRIÇÌO INORGåNICA


BIOLOGIA A

315
21 BIOLOGIA A

M Ó D U L O

Trocas gasosas e
transporte de seivas
COMPETÊNCIAS
Objetivos de aprendizagem ESPECÍFICAS E
HABILIDADES
DA BNCC
. Objetivo 1: conhecer as estruturas das folhas e seus papéis.
COMPETÊNCIA 1
. Objetivo 2: entender o funcionamento estomático e sua relação com trocas gasosas e transpiração
EM13CNT104
das plantas. EM13CNT105
. Objetivo 3: conhecer as células que compõem o xilema.
COMPETÊNCIA 2
. Objetivo 4: aprender a teoria da tensão-coesão-adesão e a pressão da raiz.
EM13CNT203
. Objetivo 5: conhecer as células do floema e a teoria do fluxo de massa.
COMPETÊNCIA 3
. Objetivo 6: entender o anel de Malpighi e suas consequências para as plantas eudicotiledôneas.
EM13CNT304

Neste módulo

1 Tecidos das folhas


. As folhas são órgãos vegetais que realizam fotossíntese e armazenam amido nos cloroplastos. Em
espécies de ambientes mais secos, as folhas também armazenam água.
Cutícula Elementos fora
de proporção
Cores fantasia

Epiderme (face superior)

Parênquima
paliçádico
Xilema
Floema
Parênquima Bainha
lacunoso
(esponjoso)

Epiderme (face inferior)

Estômato

Representação esquemática de corte transversal de uma folha de angiosperma, responsável pela produção de
açúcar, nutriente orgânico e fonte de energia para o metabolismo.

316
Tecidos da folha Funções realizadas
Trocas gasosas; produz e secreta cera e cutina, componentes da
Epiderme cutícula cerosa, que reduz a transpiração e atua como barreira
protetora contra fungos, bactérias e insetos.
Parênquimas paliçádico e lacunoso Fotossíntese e armazenamento de amido nos cloroplastos.
Condução de água e sais minerais (seiva bruta ou mineral) e sus-
Xilema
tentação.
Floema Condução de seiva elaborada (orgânica), que é rica em sacarose.

2 Trocas gasosas e transpiração pelas folhas


. Estômatos regulam trocas gasosas e transpiração nas folhas.
. Geralmente, os estômatos estão mais presentes na face inferior das folhas.

Transpiração Transpiração
Luz atravessa a Luz atravessa a H 2O
H2O cuticular cuticular Elementos fora
cutícula e a cutícula e a (vapor)
(vapor) de proporção
epiderme epiderme
Cores fantasia
BlueRingMedia/Shutterstock

White Space Illustrations/Shutterstock


Estômatos Estômatos
abertos fechados

CO2

O2 e
H2O (vapor)

Transpiração
estomática

Representação do processo de regulação de trocas gasosas e transpiração por meio da abertura e do fechamento dos estômatos de
uma folha. O gás carbônico necessário à fotossíntese entra na folha pelas aberturas dos estômatos (ostíolos) quando estão abertos.

. Cálculo da transpiração de uma planta:


– Transpiração cuticular: perda de vapor que atravessa a cutícula das folhas.
– Transpiração estomática: perda de vapor pelas aberturas dos estômatos.

Transpiração total = transpiração cuticular + transpiração estomática

. A transpiração das árvores nos ambientes:


– libera grandes quantidades de vapor de água no ar;

MîDULO 21 - TROCAS GASOSAS E TRANSPORTE DE SEIVAS


– aumenta a umidade relativa do ar, o que favorece diversas espécies, reduzindo o risco de desidra-
tação.
. Benefícios da arborização de cidades à saúde:
– o sombreamento reduz a elevação de temperatura durante o dia;
– o aumento da umidade relativa do ar evita grandes alterações térmicas entre o dia e a noite;
– o ar mais úmido mantém as vias respiratórias mais úmidas, o que aumenta a presença de muco
protetor, evitando a entrada de patógenos e poluentes; reduz o número de casos de bronquites e
outras doenças respiratórias; favorece as trocas gasosas entre os alvéolos e o sangue (gases res-
piratórios se dissolvem e difundem em líquidos).
BIOLOGIA A

317
3 Abertura e fechamento dos estômatos
. A abertura dos estômatos é fundamental para a entrada de CO2 nas plantas, mas também permite
a transpiração estomática.
. O fechamento dos estômatos regula a perda de água.

Células-guarda
Células-guarda flácidas
túrgidas

Fecha
Aldona Griskeviciene/Shutterstock

K1
K1
H2O
H2O

Abre
K1 Elementos fora
K1 de proporção
H2O Cores fantasia
H2O

Células da epiderme
(subsidiárias)

Representação esquemática de abertura


e fechamento estomático, em vista
superior (A) e em corte transversal (B).

Abertura do estômato Fechamento do estômato


Ausência de luz.
Alta concentração de CO2.
Estímulo Incidência de luz.
Estresse hídrico (solo seco).
Hormônio ABA (ácido abscísico).
1. O transporte de íons (K+) para o
interior das células-guarda é
interrompido.
1. As células-guarda transportam ati-
2. Grande quantidade de íons (K+)
vamente íons (K+) para seu interior.
sai das células-guarda, e esses íons
2. Células-guarda ficam hipertônicas.
seguem para as células subsidiárias
3. Ganham água por osmose das
Mecanismo (anexas).
células subsidiárias (anexas).
3. A concentração nas células-guarda
4. Aumentam de volume (ficam
diminui.
túrgidas).
4. Água sai por osmose e as células-
5. Fenda estomática (ostíolo) abre.
-guarda diminuem de volume
(ficam flácidas).
5. Fenda estomática (ostíolo) fecha.

318
4 Redução da absorção de CO2 na Amazônia
. Segundo o Laboratório de Gases de Efeito Estufa (LaGEE), do Instituto Nacional de Pesquisas Es-
paciais (INPE), entre os anos 2010 e 2017 a Amazônia liberou mais gás carbônico do que absorveu.
. Principais causas: queimadas e alterações climáticas.
. Como as alterações climáticas afetam a Amazônia:

Resultando:
Resulta na redução • na redução da absorção
Redução do índice de absorção de de CO2 do ar;
de chuvas e elevação água pelas plantas e • no aumento da
de temperatura. aumento da taxa de liberação de CO2;
respiração. • na morte de árvores.

Absorção e emissão de CO2 na Amazônia


. Leia o texto que comenta a relação entre absorção e emissão de CO2 na Amazônia.
PIVETTA, M. Amazônia, agora, é fonte de CO2. Pesquisa Fapesp, jan. 2020. Disponível em: https://
revistapesquisa.fapesp.br/amazonia-agora-e-fonte-de-co2/. Acesso em: 27 jan. 2021.

5 Células do xilema
. As células condutoras do xilema são mortas e ocas, e as paredes celulares são rígidas devido à
presença de lignina.
. Há dois tipos de célula:
– Traqueíde: fina e longa.
– Elemento de vaso: mais curta e com diâmetro maior.

Elementos fora
de proporção
Cores fantasia

Traqueíde Elemento de vaso

K
en
Ew
ard

MÓDULO 21 - TROCAS GASOSAS E TRANSPORTE DE SEIVAS


/S
a
en

cien
oar

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Syred/SPL/Fot

oar
A nd

en
a
r
we
Po

Representação esquemática de células do xilema. As traqueídes surgiram em pteridófitas. Os elementos de vaso ocorrem em angiospermas e
BIOLOGIA A

em algumas poucas gimnospermas.

319
6 Transporte de água no xilema
. O transporte de água no xilema ocorre segundo a teoria da tensão-coesão-adesão (teoria de Dixon)
na qual:
– Tensão: moléculas de água movem-se e, por estarem em coesão, é estabelecido o estado de tensão
entre elas.
– Coesão: ligação entre as moléculas de água.
1 1
2
H Coesão 1 H
O H

H
2
1

Representação esquemática de moléculas de água, que são polares e


se atraem (ligação de hidrogênio).

– Adesão: moléculas de água são atraídas pelas de celulose e de lignina do xilema, o que facilita sua
ascensão ao longo do xilema.
Aldona Griskeviciene/Shutterstock

1. Transpiração: radiação solar


Elementos fora
de proporção e ventos promovem a perda
3 de água das células dos
Cores fantasia
1 parênquimas das folhas
por transpiração.
2
2. Células dos parênquimas ficam
mais concentradas devido à
perda de água.
3. Ocorre osmose do xilema para
Coesão entre as os parênquimas das folhas.
moléculas de água Devido à coesão entre as
4 Tensão moléculas de água é gerada
entre as uma tensão entre elas.
Adesão entre as
moléculas
moléculas de água às 4. A tensão é transmitida e
de água
paredes celulares do ocorre transporte de água
Xilema xilema desde a raiz.
5. Moléculas de água entram nos
pelos absorventes das raízes e
seguem para o xilema.

Representação esquemática do deslocamento


da seiva pelo xilema de acordo com a teoria da
5
tensão-coesão-adesão.

Substâncias poluentes também entram nas plantas, atravessando os estômatos e as raízes. Elas são con-
duzidas pelas seivas e fazem parte de folhas e frutos.

Pelas folhas e raízes


. Leia o texto a seguir para entender como as folhas de algumas plantas podem absorver
água.
LOPES, R. J. Pelas folhas e raízes. Pesquisa Fapesp, set. 2008. Disponível em:
https://revistapesquisa.fapesp.br/pelas-folhas-e-raizes/. Acesso em: 28 jan. 2021.

320
7 Rios voadores e as chuvas no Brasil
. A alta taxa de transpiração das árvores da Amazônia proporciona a formação de nuvens.
. Os ventos transportam as nuvens para vários estados do Brasil, onde ocorrem precipitações.
. Etapas do deslocamento de água da Amazônia para outros estados:

Elevada taxa de Chuvas precipitam em


transpiração das Contribui com a
estados das regiões
plantas desloca água formação de nuvens
Centro-Oeste, Sudeste e
dos lençóis freáticos levadas pelos ventos.
Sul do Brasil.
para a atmosfera.

8 Pressão da raiz
. A pressão da raiz colabora com a ascensão de seiva bruta (xilêmica) em muitas plantas.
. Ocorre devido à entrada de sais minerais por transporte ativo na raiz e de água por osmose.
. Mecanismo de pressão da raiz:

Raízes transportam
Ocorre aumento da
ativamente sais mi- Raiz ganha água por Ocorre fluxo de água
concentração das
nerais do solo para o osmose. e sais para o xilema.
células da raiz.
interior das células.

. A gutação, liberação de gotas de água por hidatódios nas folhas de algumas plantas de pequeno
Hidat—dios:
porte, é uma consequência da pressão da raiz. Ocorre geralmente em noites frescas de atmosfera
modificações de
úmida.
estômatos que nunca
se fecham.

Gerry Bishop/Shutterstock

A alta umidade do ar em noites


frescas dificulta a transpiração
das plantas e muitas delas
eliminam o excesso de água por

MîDULO 21 - TROCAS GASOSAS E TRANSPORTE DE SEIVAS


gutação.

9 Células do floema (líber)


. As células condutoras do floema são vivas e interligadas pelo citoplasma.
. Há dois tipos de célula:
– Elementos de tubo crivado: anucleados, vivos e possuem placas crivadas, por onde a seiva elabo-
rada (orgânica) é conduzida.
– Célula-companheira: viva, com núcleo, conectada ao elemento de tubo crivado por meio de plas-
BIOLOGIA A

modesmos, que são pequenas pontes citoplasmáticas por onde são transferidas substâncias, como
carboidratos e enzimas.

321
Elementos fora
de proporção
Cores fantasia

Célula-companheira

Plasmodesmo Elemento de tubo crivado


(com citoplasma e sem
núcleo)

Placa crivada
Núcleo

Comunicação citoplasmática

Representação esquemática
de células do floema.

10 Produção da sacarose da seiva orgânica


. As folhas são os principais locais de fotossíntese nas plantas.
. Caules verdes revestidos de epiderme com estômatos também realizam fotossíntese.
. O principal açúcar transportado pelo floema é a sacarose.
. Produção da sacarose:

Parte da produção Frutose e glicose são


Fotossíntese produz de glicose é unidas, formando
moléculas de glicose. convertida em sacarose.
moléculas de frutose.

. Observe o transporte de seivas e sua relação com a fotossíntese nos tecidos de uma folha:

Luz Elementos fora


de proporção
Cores fantasia

1
Xilema
Parênquima (água e sais)
clorofiliano
2
VectorMine/Shutterstock

Parênquima
clorofiliano

Nervura com
xilema e floema

Estômato
4
Floema
(seiva rica em
sacarose)

3
CO2

A seiva elaborada transportada contém outras substâncias orgânicas, como aminoácidos, que são
produzidos a partir da transformação da glicose.

322
11 Transporte de sacarose pelo floema
. O transporte de sacarose (açúcar) é explicado pela hipótese do fluxo por pressão (fluxo de massa)
proposto por Ernst Münch (1876-1946).

Xilema Floema
2
Célula-companheira Elementos fora 1. Parênquima clorofiliano produz
de proporção sacarose, que é transportada
3 1 ativamente para as
Cores fantasia
células-companheiras.
Água
2. Células-companheiras
transferem sacarose para os
elementos de tubo crivado.
Sacarose
Folha 3. Ganho de água por osmose a
partir do xilema. Elementos de
tubo crivado ficam túrgidos,
com alta pressão interna.
4. Fluxo de seiva elaborada para
Elemento de as regiões da planta que
tubo crivado consomem ou armazenam
4 carboidratos.
5. Sacarose é transferida para as
células-companheiras.
5 6
6. Células vivas consomem ou
armazenam carboidratos
(sacarose, amido).
7. Retorno de água para o xilema.
Raiz
(ou outras estruturas
vegetais com células vivas)
Água
7

Célula-companheira

Representação esquemática do transporte da seiva elaborada de acordo com a hipótese do fluxo de massa, que ocorre do meio
com maior concentração de açúcar para o de menor concentração nos tecidos consumidores ou armazenadores de carboidratos.
As setas vermelhas indicam o trajeto das moléculas de sacarose e as azuis, de água.
. Modelo de Münch demonstra essa hipótese.

2. Água com sacarose é impulsionada


através do tubo de vidro 1 em direção
ao frasco B.
Elementos fora
de proporção
Fluxo de massa de água e açúcar
Cores fantasia

Tubo de vidro 1
Osmômetro
Floema Osmômetro

MÓDULO 21 - TROCAS GASOSAS E TRANSPORTE DE SEIVAS


1. A maior concentração de 1M 0,1 M
Fluxo de água
sacarose no osmômetro resulta Sacarose Sacarose
na entrada de água por osmose.
Tubo de vidro 2
Água pura Água pura
Xilema

Frasco A Frasco B

Folha Raiz
BIOLOGIA A

Representação esquemática do modelo de Münch, que demonstra o fluxo em massa pelo floema (tubo de vidro 1) e o
transporte de água pelo xilema (tubo de vidro 2).

323
12 Anel de Malpighi
. A prática do anelamento consiste na retirada de um anel da casca do caule de eudicotiledôneas.

Fluxo do floema é
Retirada de anel da Raízes não recebem
interrompido na
casca de caule de carboidratos e Morte da árvore.
região do anel devido
eudicotiledônea. morrem.
à retirada do floema.

. A árvore não morrerá se rebrotarem novos ramos abaixo da região do anel de Malpighi.

Elementos fora
de proporção
Cores fantasia

Acúmulo de seiva
orgânica por
interrupção do
florema

Casca Após algum tempo

Xilema

Representação esquemática do processo de anelamento. A retirada do anel da casca mantém o xilema intacto, conduzindo seiva inorgânica para
as folhas, porém a seiva orgânica se acumula acima da região do anel.
. Observe a disposição dos tecidos do tronco de uma eudicotiledônea:

Elementos fora
Aldona Griskeviciene/Shutterstock

de proporção
Cores fantasia

Súber
Periderme Felogênio
Feloderme

Floema Casca
Câmbio

Xilema

Representação esquemática da distribuição dos tecidos no caule de uma eudicotiledônea.


. Disposição dos tecidos do caule em monocotiledôneas:
– O floema não está na casca.
– Xilema e floema formam feixes espalhados no caule.

324
Feixes condutores Feixe condutor
dispersos (xilema e floema)

Floema
Panda Vector/Shutterstock

Xilema

Aldona Griskeviciene/Shutterstock
o ck
rs t
te
ut
Sh
u/
hy
m
g du
hon
R attiya T

Representação esquemática mostrando a distribuição dos tecidos condutores em um caule de monocotiledônea. Monocotiledôneas não possuem câmbio entre xilema e floema.

. Prática do anelamento na produção de frutos:


– Realizado com técnicas e instrumentos específicos. Promove o aumento de frutos e antecipa a
colheita.
. Prática do anelamento em crimes ambientais:
– Danificar ou causar a morte ilegal de árvores, como pela prática do anelamento, traz consequências
legais aos praticantes e cúmplices do ato.
. A ilegalidade do ato abrange árvores, por exemplo, de logradouros públicos ou privados alheios,
áreas de proteção, mata secundária em recuperação.

DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

1 (Famerp-SP) Analise a ampliação de uma imagem em escala microscópica.


Reprodução/Famerp, 2018.

MÓDULO 21 - TROCAS GASOSAS E TRANSPORTE DE SEIVAS


(www.microscopy-uk.org.uk)

Observa-se na imagem parte do tecido proveniente de uma árvore do grupo angiosperma, contendo duas estruturas em
evidência. Em uma árvore adulta, tais estruturas são encontradas
a) principalmente nas folhas, e sua função é realizar a transpiração.
b) principalmente no caule, e sua função é reter a água.
c) principalmente na raiz e no caule, e sua função é secretar hormônios.
BIOLOGIA A

d) na região pilífera da raiz, e sua função é realizar a absorção de água e sais.


e) em toda a árvore, e sua função é realizar as trocas gasosas.

325
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

Indique a soma das alternativas corretas sária para manter esse movimento ascendente de água
e nutrientes até as grandes alturas de árvores da flores-
2 (UEPG-PR) Abaixo estão representados esquematica-
ta provém:
mente cortes transversais de estômatos em duas situa-
a) do consumo de ATP produzido durante a fotossíntese.
ções distintas.
b) das reservas de carboidratos consumidos durante a

Reprodução/Uepg, 2016.
respiração celular.
c) da energia solar, sem gasto de energia pela planta.
d) do transporte ativo de água realizado pelas raízes.
e) da energia luminosa absorvida pela molécula de clo-
rofila.

Modificado de: Lopes, S., Rosso, S. BIO. 2a ed. Volume 3. 4 (Unesp-SP) A figura mostra duas propriedades da molé-
Editora Saraiva. São Paulo, 2010. cula de água, fundamentadas na polaridade da molécula
Sobre o assunto, assinale o que for correto. e na ocorrência de pontes de hidrogênio.
01) Durante a noite, ocorre a situação (A). Os estômatos

Reprodução/Unesp, 2017.
se abrem por meio da ação do ácido abscísico, per-
mitindo a saída de água por transpiração.
02) Quando há falta de água na planta (B), o ácido abscí-
sico chega até as células estomáticas e estimula a saída
de íons potássio, diminuindo a concentração osmótica
destas células, as quais perdem água por osmose para
as células vizinhas, levando ao fechamento do ostíolo.
04) Podemos observar a ocorrência da situação (B) na
ausência de luz ou sob alta concentração de CO2,
quando as células estomáticas perdem potássio e,
consequentemente, água, e murcham. Essas duas propriedades da molécula de água são essen-
08) Em (A), as plantas estão com suprimento adequado ciais para o fluxo de
de água, as células estomáticas permanecerão túrgi- a) seiva bruta no interior dos vasos xilemáticos em plantas.
das, mantendo o ostíolo aberto. b) sangue nos vasos do sistema circulatório fechado em
animais.
c) água no interior do intestino delgado de animais.
3 (UFRR) d) urina no interior da uretra durante a micção dos animais.
Rios aéreos são imensas massas de vapor d’água que, e) seiva elaborada no interior dos vasos floemáticos em
levadas por correntes de ar, viajam pelo céu e respondem plantas.
por grande parte da chuva que cai em várias partes do
5 (Unifenas-MG) Sobre a Teoria de Münch, indique a alter-
mundo. Estima-se em 200 milhões de litros por segundo
nativa INCORRETA.
o volume de vapor de água que evapora da Floresta Ama-
zônica e é transportado pelos rios aéreos da região. Esse
Reprodução/Unifenas, 2019.
Fluxo em massa de água e açúcar
volume de água, embora invisível, tem a mesma ordem
de grandeza da vazão do rio Amazonas. Estudos promovi-
Osômetro 1 Osômetro 2
dos pelo INPA já mostraram que uma árvore com copa de Tubo de vidro 1

10 metros de diâmetro é capaz de bombear para a atmos-


fera mais de 300 litros de água, em forma de vapor, em um
único dia – ou seja, mais que o dobro da água que um bra- Água
Solução
sileiro usa diariamente! 1M Sacarose Solução diluída 0,1M Sacarose
concentrada
https://riosvoadores.com.br/o-projeto/fenomeno-dos-rios-voadores. Acesso em
9/9/2019. [Texto adaptado]
Tubo de
vidro 2
A enorme quantidade de água perdida diariamente pe- Água Pura Água Pura
las árvores da floresta por transpiração é reposta conti- frasco A frasco B
nuamente pelas raízes e transportada para as folhas. De
acordo com a teoria da tensão-coesão a energia neces- (José Mariano Amabis e Gilberto R. Martho. Biologia dos organismos, 2004. Adaptado.)

326
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

a) O tubo de vidro 1 corresponde ao lenho e o tubo de vidro 2 ao líber; enquanto o osmômetro 1 corresponde a uma célula
do parênquima foliar e o osmômetro 2, a uma célula da raiz;
b) As células do parênquima foliar realizam fotossíntese e produzem glicose. A concentração dessas células aumenta, o que
faz com que absorvam água do xilema. O excesso de água absorvida é deslocado para o floema, arrastando moléculas
de açúcar em direção aos centros consumidores ou de reserva.
c) Observando a figura, conclui-se que haverá ingresso de água por osmose, do frasco A para o osmômetro 1, e do frasco B
para o osmômetro 2. No entanto, como a solução do osmômetro 1 é mais concentrada, a velocidade de passagem de água
do frasco A para o osmômetro 1 é maior.
d) Como o osmômetro 2 passa a receber mais água, esta passa para o frasco B. Do frasco B, a água passa para o tubo de
vidro 2, em direção ao frasco A.
e) Por essa teoria, o transporte de compostos orgânicos seria devido a um deslocamento rápido de moléculas de água que
arrastariam, no seu movimento, as moléculas em solução. É a teoria do arrastamento mecânico da solução, também cha-
mada de teoria do fluxo em massa da solução.

6 (Fuvest-SP) A prática conhecida como Anel de Malpighi consiste na retirada de um anel contendo alguns tecidos do caule
ou dos ramos de uma angiosperma. Essa prática leva à morte da planta nas seguintes condições:

Tipo(s) de planta Partes retiradas no anel Órgão do qual o anel foi retirado
a) Eudicotiledônea Periderme, parênquima e floema Caule

b) Eudicotiledônea Epiderme, parênquima e xilema Ramo

c) Monocotiledônea Epiderme e parênquima Caule ou ramo


Eudicotiledônea
d) Periderme, parênquima e floema Caule ou ramo
Monocotiledônea
Eudicotiledônea
e) Periderme, parênquima e xilema Caule
Monocotiledônea

Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Unidade Fisiologia vegetal – Capítulo 2

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem
• Leia os itens 1 e 2 da seção • Leia o item 1.
1 Neste módulo. –
• Faça a questão 4.
• Faça a questão 1.
• Leia os itens 3 e 4 da seção • Leia os itens 2 a 4. • Faça a questão 7.
2 Neste módulo. • Faça as questões 5 e 6.
• Faça as questões 2 e 3.

MÓDULO 21 - TROCAS GASOSAS E TRANSPORTE DE SEIVAS


• Leia o item 5 da seção Neste • Leia o item 6.
3 módulo. –
• Faça a questão 11.
• Faça a questão 8.
• Leia os itens 6 a 8 da seção • Leia o item 7. • Faça a questão 14.
4 Neste módulo. • Faça as questões 12 e 13.
• Faça as questões 9 e 10.
• Leia os itens 9 a 11 da seção • Leia os itens 9 e 10. • Faça a questão 21.
5 Neste módulo. • Faça as questões 18 e 19.
• Faça as questões 15 e 16.
• Leia o item 12 da seção Neste • Leia os itens 11 e 12.
BIOLOGIA A

6 módulo. –
• Faça a questão 20.
• Faça a questão 17.

327
EX TRAS!

1 (Uerj) Desde o início da colonização do ambiente terrestre, d) fechados na condição 1, pois há intenso bombeamento
houve grande diversificação das plantas, graças ao surgi- de íons K1 das células acessórias para o interior das
mento de características vantajosas à adaptação, que células-guarda, resultando na perda de água e flacidez
permitiram a sobrevivência e a reprodução em terra firme. destas últimas.
As estruturas correspondentes a adaptações evolutivas e) abertos na condição 2, pois há intenso bombeamento
exclusivas das plantas, que contribuíram para seu desen- de íons K1 das células acessórias para o interior das
volvimento e diversificação no habitat terrestre, estão células-guarda, resultando na turgidez destas últimas.
indicadas em:
3 (Unifesp)
a) fruto, semente e mitocôndria Os estômatos constituem uma das principais rotas de
b) vaso condutor, cutícula e estômato entrada de patógenos em plantas. O hormônio vegetal áci-
c) membrana celular, cloroplasto e raiz do abscísico (ABA) regula muitos processos envolvidos no
d) meristema apical, parede celular e flor desenvolvimento da planta e na sua adaptação a estresses
bióticos e abióticos. Recentemente, vários estudos têm de-
2 (Unesp-SP) Analise as imagens de uma mesma planta sob monstrado que o ABA tem importante função na resposta
as mesmas condições de luminosidade e sob condições
do vegetal ao ataque de vários agentes patogênicos que
hídricas distintas.
entram pelos estômatos, tais como bactérias, fungos e ví-
Reprodução/Unesp, 2018.

rus. Na fase pré-invasiva, ocorre aumento na concentração


do ABA nas folhas que resulta em resistência contra o ata-
que de patógenos.
(Chae Woo Lim et al. International Journal of Molecular Sciences. Julho de 2015.
Adaptado.)

a) Em que tecido foliar os estômatos são encontrados?


Cite um fator abiótico que interfere nos movimentos
estomáticos.
b) Quando os estômatos são invadidos por patógenos,
qual o efeito do ABA sobre a concentração de íons
potássio (K1) e sobre o volume de água no interior das
células estomáticas?

4 (Fuvest-SP) No gráfico abaixo, uma das curvas represen-


ta a entrada e a outra, a saída de água em uma árvore da
mata atlântica, ao longo de 12 horas, num dia ensolarado.

18
Taxa relativa (g/h)

10
Os estômatos desta planta estão I
a) abertos na condição 1, pois há intenso bombeamento
de íons K1 das células-guarda para as células acessó-
rias, resultando na perda de água e flacidez destas II
2
últimas.
b) fechados na condição 2, pois há redução na troca de 0
8 10 12 14 16 18 20
íons K1 entre as células acessórias e as células-guarda,
Hora do dia
mantendo a turgidez de ambas.
c) abertos na condição 2, pois há intenso bombeamento a) Considerando que, em uma planta terrestre, a transpi-
de íons K1 das células-guarda para as células acessó- ração é realizada majoritariamente pelos estômatos,
rias, resultando na perda de água e flacidez destas identifique a curva que representa a transpiração e a
últimas. que representa a absorção de água.

328
EXTRAS!

b) Explique como os processos da transpiração e da absor- 6 Leia o texto a seguir.


ção de água nas plantas se relacionam fisiologicamente.
Salinização na cultura do arroz
c) Na figura abaixo, há o esquema de um estômato aber-
to. Nas quatro barras pretas, coloque setas indicando Este estudo apresenta o processo de salinização na
a direção do fluxo da água entre as células estomáticas, cultura do arroz, citando-se que a salinização é a concen-
para manter o estômato aberto. tração progressiva de sais no solo, provocada pela evapo-
transpiração intensa, principalmente em locais de climas
tropicais áridos ou semiáridos. Nessas regiões, existem
terrenos que não deixam parte da água da chuva ou da ir-
rigação penetrar fundo, em direção ao lençol freático, car-
Reprodução/Fuvest, 2016.

regando consigo os sais aplicados na rega [...].


CORADINI, R. Salinização na cultura do arroz. TCC, Universidade Federal de Santa Maria,
2008. Disponível em: http://w3.ufsm.br/geneticavegetal/images/anexos/orientacoes/
ROLNEI%20CORADINI%20-%202008.pdf. Acesso em: 22 mar. 2021.

Ao longo do tempo, o processo de salinização tende a se


agravar e as plantas cultivadas nessas áreas são afetadas
porque:
a) o excesso de sais reflete a luz solar, diminuindo assim
a fotossíntese.
b) impede a respiração das raízes.
c) a absorção de sais e água pelas raízes é prejudicada.
5 A figura abaixo ilustra o movimento da seiva xilê-
mica em uma planta. d) aumenta a entrada de sais por transporte ativo nas
raízes.
e) causa a morte das células do xilema.
Estômato
7 (Unesp-SP) Um coqueiro (Cocos nucifera) pode atingir
até 30 metros de altura e produzir até 80 frutos por ano.
Cada fruto, ainda verde, tem em média 289 mL de água,
Reprodução/Enem, 2016.

na qual estão dissolvidos açúcares e sais minerais.

Reprodução/Unesp, 2020.
Vapor de água

Vaso xilêmico

(www.agencia.cnptia.embrapa.br)

Por analogia, os frutos de um coqueiro assemelham-se à

MîDULO 21 - TROCAS GASOSAS E TRANSPORTE DE SEIVAS


Xilema Água do solo
caixa-d'água de uma residência. Em ambos os casos, a
água obtida ao nível do solo é armazenada, em grande
CORREIA, S. Teoria da tensão-coesão-adesão. Revista de Ciência
quantidade, metros acima do nível desse solo.
Elementar, n. 1, 2014 (adaptado).
Reprodução/Unesp, 2020.

Mesmo que essa planta viesse a sofrer ação contínua do


vento e sua copa crescesse voltada para baixo, essa seiva
continuaria naturalmente seu percurso.

O que garante o transporte dessa seiva é a


a) gutação. d) fotossíntese.
BIOLOGIA A

b) gravidade. e) transpiração.
c) respiração. (www.forumdaconstrucao.com.br. Adaptado.)

329
EXTRAS!

Para que a água ascenda à caixa-d'água e à copa do coqueiro, é necessário que,


a) ao nível do solo, haja no cano e no floema uma impulsão da coluna de água, elevando-a até a extremidade oposta desses
sistemas condutores.
b) metros acima do nível do solo, haja no cano e no xilema uma sucção da coluna de água, elevando-a desde o nível do solo.
c) metros acima do nível do solo, haja no cano e no floema uma sucção da coluna de água, elevando-a desde o nível do solo.
d) ao nível do solo, haja no cano uma impulsão da coluna de água e, metros acima do nível do solo, haja no xilema uma
sucção da coluna de água, elevando-as desde o nível do solo.
e) ao nível do solo, haja no cano e no xilema uma impulsão da coluna de água, elevando-a até a extremidade oposta desses
sistemas condutores.

8 (UFRGS-RS) Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo, sobre os mecanismos através dos quais água e
solutos são transportados dentro da planta.
( ) A água e os sais minerais podem passar entre as paredes celulares ou podem atravessar o citoplasma, nas células do
córtex da raiz.
( ) O movimento ascendente da seiva pelo floema ocorre devido à pressão positiva na raiz.
( ) O transporte de água para dentro do xilema ocorre por osmose, já os sais minerais são transportados por processo
ativo, no cilindro central.
( ) A tensão provocada pela transpiração é responsável pelo transporte de sacarose.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) V – V – F – F. c) F – F – F – V. e) F – V – V – F.
b) V – F – V – F. d) V – V – F – V.

Indique a soma das alternativas corretas


9 (UEPG-PR) Baseado na figura abaixo, que representa alguns dos mecanismos responsáveis por manter as angiospermas
vivas e adaptadas ao meio, assinale o que for correto.

Reprodução/Uepg, 2018.

Adaptado de: Lopes, S., Rosso, S. BIO. 2a ed. Volume 3. Editora Saraiva. São Paulo. 2010.

01) A e B: Transpiração – corresponde à perda de água pelas folhas, sob forma de vapor, e pode ocorrer de duas maneiras
distintas (transpiração cuticular e transpiração estomática).
02) A e E: Gutação – entrada de água pela epiderme da folha (realizada pelos hidatódios) e posterior condução por osmo-
se para outras partes da planta.

330
EXTRAS!

04) C e D: Transpiração radicular – captação de água do


solo, realizada pelas raízes como forma de compensar
a transpiração foliar. Em dias muito secos, é a única
maneira de obtenção de água pela planta.

Reprodu•‹o/Uel, 2020.
08) D e A: Condução de seiva elaborada, realizada pelos
traqueídes e elementos de vaso, que formam longos
tubos cilíndricos desde a raiz até as folhas.
16) A e E: Condução da seiva elaborada, rica em açúcares
produzidos por fotossíntese, é conduzida das folhas
para as diversas partes da planta através dos elemen-
tos crivados do floema ou líber.

10 (UFRGS-RS) Assinale a alternativa correta em relação à a) Qual a função dos tecidos representados pelos núme-
condução da seiva bruta em angiospermas. ros 1 e 2 em A? Em C, o que ocorrerá com a planta após
a) O fluxo da seiva bruta ocorre das folhas para outras algum tempo e por quê?
partes da planta através do floema.
b) O anel de Malpighi interfere no fluxo em massa de so-
b) A explicação para a seiva bruta mover-se pela planta é lutos. Como ocorre esse fluxo em massa?
dada pela hipótese do fluxo por pressão.
c) A transpiração aumenta a pressão osmótica e promo- 12 (UFJF-MG) Em 1675, o biólogo italiano Marcello Malpighi
ve o fluxo da água desde as raízes até as folhas, no (1628-1694) realizou uma experiência básica e fundamen-
interior do xilema. tal para que ocorresse uma elucidação posterior sobre o
fluxo de seivas bruta e elaborada nas plantas vasculares.
d) A absorção de CO2 na fotossíntese pode aumentar o
Nos três casos abaixo desconsidere proliferação de doen-
fluxo da seiva bruta para as folhas.
ças e/ou ataque de pragas e responda:
e) Ao retirarmos um anel ao redor do caule (anel de a) Caso ocorra uma retirada de casca em torno de todo
Malpighi), é possível verificar a morte da planta pela o tronco principal de uma arbórea na altura do peito
interrupção do fluxo da seiva bruta. (cerca de 1,5 metros do solo), processo denominado
11 (UEL-PR) As figuras a seguir ilustram a prática conhecida anelamento, o que acontece em termos de condução
como Anel de Malpighi. de seivas e manutenção da vida desta planta?

Essa prática consiste na retirada de um anel contendo b) Caso, nessa mesma árvore, esse anelamento ocorra
alguns tecidos do caule ou dos ramos de uma árvore. Em apenas em um ramo lateral e não no tronco principal,
A, está representado o movimento da condução de seiva, responda às mesmas questões.
em B, o caule principal da planta após a retirada do anel c) Caso estipulemos um anelamento de 3 cm de profun-
e, em C, o aspecto apresentado pelo caule principal após didade à altura do peito em um estipe (caule de pal-
algumas semanas. Com base nas figuras, responda aos meira) com 20 cm de diâmetro, responda às mesmas
itens a seguir. questões.

ANOTAÇÕES

MîDULO 21 - TROCAS GASOSAS E TRANSPORTE DE SEIVAS


BIOLOGIA A

331
22 BIOLOGIA A

M Ó D U L O

Hormônios vegetais

COMPETÊNCIAS
Objetivos de aprendizagem ESPECÍFICAS
E HABILIDADES
DA BNCC
. Objetivo 1: identificar o AIA (auxina) como um hormônio e as concentrações que estimulam ou inibem
COMPETÊNCIA 2
o desenvolvimento da raiz, da gema axilar e do caule.
EM13CNT206
. Objetivo 2: entender fototropismo e geotropismo.
. Objetivo 3: conhecer a dominância apical e as utilizações de auxinas sintéticas na produção de frutos COMPETÊNCIA 3

partenocárpicos e estaquia. EM13CNT304


EM13CNT307
. Objetivo 4: entender a participação de herbicidas, como o 2,4-D, na agropecuária.
. Objetivo 5: entender a participação do etileno no amadurecimento de frutos, na senescência e na
queda das folhas.
. Objetivo 6: diferenciar plantas de dia longo de plantas de dia curto.

Neste módulo

1 Auxinas
. Hormônios: substâncias orgânicas que regulam o metabolismo. São hidrossolúveis e transportados
pelas células.
. A auxina AIA (ácido indolilacético) foi o primeiro hormônio vegetal descoberto.
. O AIA é produzido nos ápices caulinares, folhas, frutos, flores e sementes.
Auxinas produzidas e
transportadas para baixo Elementos fora
de proporção
Cores fantasia

Ágar com
Auxinas auxinas

Auxinas

Representação esquemática
de experimento com
coleóptilos de aveia e ágar.
Coleóptilos são estruturas dos
2. Auxinas são depositadas embriões nas sementes de
no bloco de ágar. monocotiledôneas que
emergem do solo, protegendo
3. Bloco de ágar com o caule. Coloides, como o ágar,
1. Remoção do ápice. 4. Auxinas transportadas para
auxinas é depositado são ricos em água, o que
baixo do bloco de ágar estimulam
no coleóptilo o alongamento das células. facilita a diluição dos
seccionado. hormônios.

332
. A auxina promove alongamento celular em todos os órgãos vegetais. Além disso, também estimula
a divisão celular no câmbio vascular.

Elementos fora
de proporção
J. Marini/Shutterstock

Cores fantasia

Mitose Alongamento

Representação esquemática dos efeitos da auxina nas células vegetais. Hormônios influenciam a atividade genética das células,
atuando no comando metabólico.

2 Auxinas e crescimento vegetal


. Moléculas de auxina produzidas no ápice do caule são transportadas até as raízes.
. A concentração de auxinas diminui ao longo do corpo vegetal.
. Caule, gema axilar e raiz são afetados diferentemente pela mesma concentração de auxina.
. A raiz é mais sensível, pois é estimulada a crescer com as menores concentrações de AIA.

Efeito de aplicação de auxina (AIA) no crescimento vegetal

Caule

200

Gema
100 axilar

% de
estímulo Raiz

0
MÓDULO 22 - HORMÔNIOS VEGETAIS

% de
inibição

2100
10212 10211 10210 1029 1028 1027 1026 1025 1024

Concentração molar de auxina (AIA)


BIOLOGIA A

Fonte: https://plantcellbiology.masters.grkraj.org/html/Plant_Growth_And_Development3-Plant_Hormones-Auxins.htm.
Acesso em: 23 mar. 2021.

333
3 Tropismos
. Tropismos são movimentos vegetais, sem deslocamento, no sentido a favor de um estímulo ou
contrário a ele.
. Estão relacionados com a concentração de auxinas no caule e na raiz.
. Fototropismo: o estímulo é a luz.

Elementos fora
de proporção
Cores fantasia
Fonte de luz
Caule
Fototropismo positivo: no caule, este
e
lado recebe mais auxina,
xina,,
favorecendo seu desenvolvimento.
ento..

Fonte de luz
Raiz Representação esquemática de
Fototropismo negativo: na raiz, uma raiz que inicialmente se
este lado recebe mais auxina; desenvolveu em um vaso de vidro
no entanto,o crescimento com revestimento opaco. Após a
é inibido. retirada do revestimento, a raiz
passou a ser iluminada
unilateralmente.
. Mecanismo do fototropismo após exposição à luz de um lado da planta:
Caule
Fototropismo positivo

Alta concentração de auxi-


na no lado escuro do caule Caule cresce curvado no
estimula o alongamento das sentido da fonte de luz.
células.

Muitas auxinas são transpor-


tadas para o lado escuro. Raiz
Fototropismo negativo

Alta concentração no lado Raiz cresce curvada para


escuro inibe o alongamento o sentido contrário ao da
das células. fonte de luz.

Elementos fora
o

de proporção
la nt

Moléculas de
lu e

Cores fantasia
ce am
r

Caule auxina
ng
lo
A

Raiz
o

Moléculas de
la nt

Representação esquemática
lu e

auxina
ce am
r

da relação da luz com a


ng

disposição de auxinas no caule


lo
A

Escuro e na raiz.

334
. Geotropismo (gravitropismo): o estímulo é a gravidade.

Raiz: alta concentração de


Elementos fora
auxina inibe o alongamento de proporção
das células da face inferior
Cores fantasia

Caule: alta concentração


de auxina estimula o
alongamento das células
da face inferior

Representação esquemática
do crescimento de uma
planta, que cresceu na
posição vertical e depois foi
deitada sobre uma
superfície.

. Mecanismo do geotropismo (gravitropismo) após uma planta ser colocada na horizontal:


Caule
Geotropismo negativo

Caule cresce para cima, no


Alta concentração estimula
sentido oposto ao da acele-
o crescimento do caule.
ração gravitacional.

As moléculas de auxina são


acumuladas no lado inferior Raiz
da planta. Geotropismo positivo

Raiz cresce para baixo, no


Alta concentração inibe o
mesmo sentido da acelera-
crescimento da raiz.
ção gravitacional.

4 Dominância apical
. Fenômeno no qual a alta concentração de auxina produzida pelo ápice do caule inibe o desen-
volvimento das gemas axilares.
. A poda (retirada do ápice produtor de auxina) quebra a dominância apical.
Meristema apical Meristema apical
A B retirado (poda)
(produção de auxinas)

Auxina Elementos fora


de proporção
Cores fantasia

Ramos
Gemas crescendo a
axilares partir das
dormentes gemas axilares

Gema axilar
MÓDULO 22 - HORMÔNIOS VEGETAIS

originando
novo ramo
BIOLOGIA A

Representação esquemática da quebra da dominância apical do meristema (A). Com a retirada do ápice do caule (B), são removidas as células
produtoras de auxina.

335
. A poda consiste na remoção de ramos das plantas e pode trazer benefícios econômicos e sociais,
como:
– Originar novos ramos produtores de flores e frutos.
– Eliminar galhos que proporcionam riscos à rede elétrica, às residências e às pessoas.
– Proporcionar a forma mais adequada às árvores frutíferas relacionadas à absorção de luz e ade-
quação à colheita manual ou mecânica.

Fique atento à legislação de seu município. Podas de árvores são regulamentadas por leis municipais e devem
ser realizadas de forma planejada.

5 Outras participações da auxina


. Indução de formação de frutos partenocárpicos.
A
Pólen

Elementos fora
de proporção
Cores fantasia

Ovário
Tomate
B com sementes

AIA

Representação esquemática
do processo de
Estames Ovário transformação de ovário em
removidos Tomate fruto (A) e fruto
sem sementes partenocárpico (B).

. Acelera enraizamento na estaquia: Estaquia: propagação


– A aplicação de auxina sintética na concentração adequada induz ao enraizamento mais rápido. assexuada de plantas
– Células do parênquima sofrem desdiferenciação, dividem-se e originam células dos tecidos das utilizada para produzir
novas raízes. clones. Consiste em
Elementos fora cortar e plantar
de proporção
segmentos de caules
Cores fantasia
no substrato que,
depois de algum
Kazakova Maryia/Shutterstock

tempo, brotam raízes.

Ramo (estaca)

Representação esquemática
dos efeitos de auxina
sintética AIB (ácido
indolbutírico) quando
aplicada nas estacas, onde
é convertida em AIA e
promove o enraizamento.
Aplicação de
auxina Enraizamento em recipiente Plantio no solo
com terra fértil e areia

336
. A estaquia é empregada em diversos cultivos, como os da mandioca (aipim, macaxeira) e cana-de-
-açúcar.
. Vantagens da estaquia:
– Proporciona grande quantidade de mudas mais rapidamente do que a reprodução sexuada.
– As plantas clonadas apresentam características das matrizes selecionadas, como adaptações ao clima
e solo, resistência às doenças e pragas, produtividade, cores de flores, qualidades de frutos e raízes.
. Produção de plantas clonadas originadas por estaquia:

Fragmentos de
ramos de plantas Novas mudas
adultas selecionadas geneticamente id•nticas
photosthai/Shutterstock

Shanjaya/Shutterstock
Produção de plantas
clonadas originadas por
estaquia.

6 Herbicidas na agricultura e no ambiente


. Algumas espécies vegetais são consideradas plantas daninhas porque prejudicam a produção agrí-
cola e a pecuária (áreas de pastagens). Elas competem por espaço, água, luz e nutrientes com as
plantas cultivadas.
. A retirada mecânica com o uso de enxada é adequada para pequenas lavouras.
. Herbicidas eliminam rapidamente as plantas daninhas em grandes áreas e podem proporcionar alta
produtividade com custos menores.
– Auxina sintética 2,4-D (ácido 2,4-diclorofenoxiacético) é um herbicida.
– Utilizada contra plantas daninhas eudicotiledôneas em áreas de cultivo de monocotiledôneas (ar-
roz, milho, trigo).
– Prejudica a respiração vegetal e promove rápido envelhecimento.
. A escolha e/ou aplicação inadequada de um herbicida prejudicam a saúde humana, a saúde de
outros seres vivos e o equilíbrio do meio ambiente.
. Herbicidas são deslocados para áreas de preservação e meios aquáticos por escorrimento superfi-
cial, lixiviação (para lençóis freáticos e aquíferos) e volatilização.
. A atuação dos herbicidas nos ambientes depende do tempo de degradação, por oxidação, fotólise,
hidrólise e biodegradação.
. Estudos científicos são fundamentais para o conhecimento dos benefícios e dos riscos do uso de
cada tipo de herbicida.

Alternativas ao uso de herbicidas


MÓDULO 22 - HORMÔNIOS VEGETAIS

Rotação ou consórcio de culturas


Alternância de herbicidas utilizados, evitando a seleção constante de plantas daninhas resistentes a determinados herbicidas.

Plantio direto
BIOLOGIA A

Manutenção dos restos vegetais dos cultivos anteriores, que apresentam e secretam substâncias que inibem a germinação e o
desenvolvimento de plantas daninhas.

337
7 Etileno
. O hormônio etileno (C2H4) é gasoso e promove o amadurecimento de frutos, a senescência e a
queda das folhas.
. Um fruto maduro libera etileno no ar e influencia o amadurecimento dos frutos próximos.

Natali Tikhonova/Shutterstock
Embrulhar frutos em papel ou colocá-los em sacolas, além de protegê-los, também auxilia na
retenção de etileno, o que promove o amadurecimento mais rápido do fruto.

. Para que as frutas não amadureçam durante o transporte e o armazenamento, a respiração e outras
atividades metabólicas dos frutos devem ser reduzidas em contêineres e câmaras refrigeradas com
atmosfera controlada (oxigenação reduzida e altos níveis de gás carbônico).
. Etileno e queda das folhas:
– A redução da concentração de auxina nas folhas promove a sua manutenção.
– O aumento na produção de etileno pelas folhas promove a senescência e a queda das folhas.
– Enzimas, como a celulase, causam o desprendimento das células na inserção da bainha da folha
com o caule (zona de abscisão).

Elementos fora
de proporção
kpboonjit/Shutterstock

Cores fantasia

Representação esquemática da queda de folhas da Tabebuia rosea (ipê-rosa), que é promovida pelo etileno e evidencia a floração, que atrai
animais polinizadores.

8 Fotoperiodismo
. Muitas plantas florescem em função do tempo de exposição à luz e ao escuro.
. Nas folhas há moléculas chamadas fitocromos, que são fotossensíveis.
. Plantas de dia curto (PDC): florescem após serem iluminadas por um tempo igual ou menor ao
fotoperíodo crítico.
. Plantas de dia longo (PDL): florescem após serem iluminadas por tempo maior que o fotoperíodo
crítico.

338
. O tempo de exposição contínua ao escuro influencia a floração.
Planta de dia curto (PDC) Planta de dia longo (PDL) Elementos fora
(Planta de noite longa) (Planta de noite curta) de proporção
Cores fantasia

Iluminação

Fotoperíodo
24 horas
crítico
Flash de luz
Escuridão

Fl
Flassh
la
Flashhdde luz

Representação esquemática do
comportamento de plantas PDC e PDL
em relação ao tempo contínuo de
escuro. A planta PDC não floresceu
A B C D E F devido à exposição à luz no período de
escuridão, enquanto a PDL floresceu.

DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

1 (Fameca-SP) As auxinas são um grupo de hormônios b) aumenta a concentração de auxinas no caule, o que
vegetais que regulam diversos mecanismos fisiológicos. contribui para o crescimento vertical da planta.
A técnica de poda usada em jardinagem está diretamen- c) aumenta a concentração de auxinas nas raízes, o que
te relacionada ao controle de produção de auxinas. O contribui para o enraizamento da planta no solo.
gráfico mostra como a variação desse hormônio pode
d) mantém a concentração adequada de auxinas para o
influenciar no desenvolvimento das raízes, gemas e caule.
desenvolvimento das raízes, caule e gemas.
e) diminui a concentração de auxina nas gemas, que se
desenvolvem em ramos laterais mais longos.

Caule 2 A produção de hormônios vegetais (como a au-


xina, ligada ao crescimento vegetal) e sua distribuição
Estímulo

Gemas
pelo organismo são fortemente influenciadas por fatores
Raiz ambientais. Diversos são os estudos que buscam com-
preender melhor essas influências. O experimento seguin-
te integra um desses estudos.

Reprodução/Enem, 2010.
Inibição

10211 1029 1027 1025 1023 1021


MîDULO 22 - HORMÔNIOS VEGETAIS

Concentração molar de auxina

(http://documents.tips. Adaptado)

A poda é uma técnica que O fato de a planta do experimento crescer na direção


BIOLOGIA A

a) diminui a concentração de auxinas no caule, o que ini- horizontal, e não na vertical, pode ser explicado pelo
be o desenvolvimento das gemas e raízes. argumento de que o giro faz com que a auxina se

339
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

a) distribua uniformemente nas faces do caule, estimulan- Para se obter uma cerca-viva de altura controlada, que
do o crescimento de todas elas de forma igual. crie uma barreira física e visual, deve-se
b) acumule na face inferior do caule e, por isso, determine a) estimular a produção de auxinas pelas gemas laterais
um crescimento maior dessa parte. das plantas, podando periodicamente a gema apical.
c) concentre na extremidade do caule e, por isso, iniba o b) estimular a produção de auxinas pela gema apical das
crescimento nessa parte. plantas, podando periodicamente as gemas laterais.

d) distribua uniformemente nas faces do caule e, por isso, c) inibir a produção de auxinas pela gema apical e pelas
iniba o crescimento de todas elas. gemas laterais das plantas, podando periodicamente
as gemas laterais e a gema apical.
e) concentre na face inferior do caule e, por isso, iniba a
atividade das gemas laterais. d) inibir a produção de auxinas pela gema apical das plan-
tas, podando periodicamente as gemas laterais.
3 (Fuvest-SP) As plantas podem reproduzir-se sexuada ou e) inibir a produção de auxinas pelas gemas laterais das
assexuadamente, e cada um desses modos de reprodução plantas, podando periodicamente a gema apical.
tem impacto diferente sobre a variabilidade genética ge-
rada. Analise as seguintes situações: 5
I. plantação de feijão para subsistência, em agricultura O Brasil tem investido em inovações tecnológicas
familiar; para a produção e comercialização de maçãs. Um exem-
II. plantação de variedade de cana-de-açúcar adequada plo é a aplicação do composto volátil 1-metilciclopropeno,
à região, em escala industrial; que compete pelos sítios de ligação do hormônio vegetal
etileno nas células desse fruto.
III. recuperação de área degradada, com o repovoamen-
Disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.br. Acesso em: 16 ago. 2012 (adaptado).
to por espécies de plantas nativas.
Com base nos conhecimentos sobre o efeito desse hor-
Com base na adequação de maior ou menor variabilidade
mônio, o 1-metilciclopropeno age retardando o(a)
genética para cada situação, a escolha da reprodução
a) formação do fruto.
assexuada é a indicada para
b) crescimento do fruto.
a) I, apenas.
c) amadurecimento do fruto.
b) II, apenas.
d) germinação das sementes.
c) III, apenas.
e) formação de sementes no fruto.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III. Indique a soma das alternativas corretas
6 (UEPG-PR) Fotoperiodismo são respostas biológicas re-
4 (Unesp-SP) Uma gimnosperma conhecida como cedrinho lacionadas com a duração do dia e da noite, duração essa
(Cupressus lusitanica) é uma opção de cerca-viva para
que varia ao longo das estações do ano. As plantas con-
quem deseja delimitar o espaço de uma propriedade. Para
seguem perceber essas variações. Com relação ao foto-
isso, mudas dessa espécie são plantadas a intervalos re- periodismo das plantas, assinale o que for correto.
gulares. Podas periódicas garantem que o espaço entre 01) As plantas de dias curtos florescem quando subme-
as mudas seja preenchido, resultando em uma cerca como tidas a períodos de escuro igual ou maior que o foto-
a ilustrada na imagem. período crítico.
Reprodução/Unesp, 2017.

02) O fotoperíodo das plantas é dependente da secreção


do hormônio da glândula pineal ou epífise, a melatonina.
04) Os fitocromos localizados nas folhas não influenciam
o fotoperíodo das plantas.
08) A floração das plantas neutras é dependente de pe-
ríodos de dias curtos e de noites longas.
16) As plantas de dias longos florescem quando subme-
tidas a períodos de escuro inferiores ao fotoperíodo
crítico.

(www.mariplantas.com.br)

340
Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Unidade Fisiologia vegetal – Capítulo 3

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem
• Leia os itens 1 a 3 da seção • Leia os itens 1 a 4. • Faça a questão 7.
1e2 Neste módulo. • Faça as questões 4 a 6.
• Faça as questões 1 a 3.
• Leia os itens 4 e 5 da seção • Leia os itens 5 a 7. • Faça a questão 13.
3 Neste módulo. • Faça a questão 11.
• Faça as questões 8 e 9.
• Leia o item 6 da seção Neste • Leia o item 8.
4 módulo. –
• Faça a questão 12.
• Faça a questão 10.
• Leia o item 7 da seção Neste • Leia os itens 9 e 10.
5 módulo. –
• Faça a questão 17.
• Faça a questão 14.
• Leia o item 8 da seção Neste • Leia os itens 11 e 12. • Faça as questões 19 e 20.
6 módulo. • Faça a questão 18.
• Faça as questões 15 e 16.

PREPARE-SE

Para se preparar para a próxima aula, leia os itens 1 a 4 do Capítulo 4 da unidade Fisiologia vegetal do
Caderno de Estudos 4.

EX TRAS!

1 (FMJ-SP) 2 (UnP-RN) A figura abaixo ilustra um fenômeno que ocor-


re com vegetais. A esse respeito, analise as seguintes afir-
Respostas a estímulos internos e externos ajudam a
mações:
planta a sobreviver em ambientes pouco estáveis e, algu-
mas vezes, hostis. Para organismos sem sistema nervoso e
Reprodução/UNP, 2013.

que estão literalmente enraizados no chão, as plantas pos-


suem uma grande variedade de respostas de desenvolvi-
mento. Através dos hormônios translocados, uma parte da
planta pode “se comunicar” com outra.
(Murray W. Nabors. Introdução à botânica, 2012. Adaptado.)

É correto afirmar que os mecanismos fisiológicos contro-


lados por hormônios vegetais
a) atuam exclusivamente na fase adulta da planta.
MÓDULO 22 - HORMÔNIOS VEGETAIS

b) respondem a estímulos externos e dependem das si-


napses entre as células. I. O fenômeno mostrado é decorrente da atividade das
c) não respondem a estímulos luminosos. auxinas.
d) atuam na curvatura do caule e podem inibir o cres- II. A esse fenômeno dá-se o nome genérico de fototro-
cimento. pismo.
BIOLOGIA A

e) independem da ação dos genes para serem sinteti- III. A planta cresce voltando-se na direção da luz porque
zados. esta estimula a produção das auxinas.

341
EXTRAS!

Assinale: b) As imagens (A) e (B) abaixo mostram plantas cultivadas


a) As afirmações I e II estão corretas. em ambiente terrestre ou no espaço. Considerando
seus conhecimentos sobre tropismo, identifique o am-
b) Somente a afirmação III está correta.
biente em que cada planta cresceu e justifique a sua
c) As afirmações I e III estão corretas. resposta.
d) As afirmações II e III estão corretas.

Reprodu•‹o/Unicamp, 2020.
3 Uma planta saudável em desenvolvimento foi co-
locada no interior de uma caixa de paredes opacas onde
uma fenda permitia a passagem de luz. Por alguns dias,
um motor manteve o eixo girando o vaso lentamente na
seguinte situação:
Emre Terim/Shutterstock

(Fontes: R. J. Ferl e A. L. Paul, The effect of spaceflight on the gravity-sensing


auxin gradient of roots: GFP reporter gene microscopy on orbit. npj Microgravity,
New York, v. 2, p. 15023, jan. 2016; A. L. Paul e outros, Spaceflight transcriptomes:
Luz unique responses to a novel environment. Astrobiology, New Rochelle,
v. 12, n. 1, p. 40-56, jan. 2012.)

5 (UFRGS-RS) O código florestal brasileiro protege a vege-


tação ribeirinha situada à margem dos cursos d’água, in-
clusive à dos menores córregos.
Com relação a essas comunidades vegetais, assinale com
V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações que seguem.
( ) Elas contribuem para o controle da erosão e para a
retenção de agroquímicos que podem ser carreados
Motor do eixo para a água.
giratório
( ) Elas constituem nichos ecológicos para espécies ani-
Após o final do experimento: mais e vegetais que se podem desenvolver na inter-
face desses sistemas terrestres e aquáticos.
a) O caule cresceu na direção da fenda.
( ) Elas exercem a função de corredores ecológicos, im-
b) A raiz cresceu na direção da fenda.
pedindo o fluxo gênico entre comunidades distantes.
c) As folhas cresceram na direção da fenda.
( ) Elas se propagam predominantemente por estaquia.
d) O caule cresceu verticalmente para cima.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses,
e) A raiz cresceu verticalmente para cima. de cima para baixo, é
4 (Unicamp-SP) Em 20 de julho de 1969, Neil Armstrong se a) F – V – F – V. d) V – F – V – F.
tornou o primeiro homem a pisar na superfície lunar, após b) F – F – V – V. e) F – V – V – F.
viajar a bordo da Apollo 11 com Edwin Aldrin e Michael
c) V – V – F – F.
Collins. O espaço é um desafio para a Biologia e vários
experimentos na área vêm sendo realizados na Estação 6 (Unicamp-SP) Muitas vezes se observa o efeito do vento
Espacial Internacional. Pesquisadores compararam o per- nas plantas, que faz com que a copa das árvores e even-
fil de transcritos em plantas crescidas no espaço, o que tualmente o caule balancem vigorosamente sem, contudo,
permitiu avaliar como os organismos detectam a ausência se romper. No entanto, quando ocorre a ruptura de um
de gravidade (ou a microgravidade) e desvendar os me- ramo, as plantas têm a capacidade de retomar o cresci-
canismos fundamentais envolvidos na resposta das plan- mento e ocupar novamente o espaço deixado pela queda
tas ao voo espacial. do ramo.
a) No contexto apresentado, o que é um transcrito? Con- a) Cite e caracterize os tipos de tecidos que promovem a
siderando o processo de síntese proteica para o enten- sustentação e a flexibilidade dos ramos e caules.
dimento do metabolismo celular, qual é a limitação da b) Como se dão o surgimento e o crescimento do novo
análise exclusiva do perfil de transcritos? ramo em plantas danificadas pelo vento?

342
EXTRAS!

7 (Famema-SP) Um pesquisador realizou um experimento com flores de uma espécie de tomateiro. Ele dividiu as plantas em
dois lotes. No lote 1, as flores ficaram expostas, sem nenhuma cobertura. No lote 2, cada flor foi coberta com gaze porosa e
opaca, de forma que as abelhas podiam pousar sobre a gaze, mas nunca sobre a flor. O número de abelhas que visitaram as
flores dos dois lotes foi contabilizado durante um determinado período de tempo. As flores continuaram cobertas até o
início da formação dos frutos. Como resultado do experimento, obteve-se que o número de abelhas que visitou as flores do
lote 1 foi significativamente maior do que o número de abelhas que visitou as do lote 2. O pesquisador notou, ainda, que no
lote 2 foram formados poucos frutos e que estes eram menores e com menor número de sementes quando comparados aos
frutos das plantas do lote 1.
Reprodução/Famema, 2020.

(www.semabelhasemalimento.com.br)
a) Qual o papel das abelhas na formação dos tomates? O que provavelmente atraiu as abelhas até as flores do lote 2, que
estavam cobertas?
b) Explique o mecanismo fisiológico que relaciona a formação de frutos maiores à formação de um maior número de se-
mentes.

8 (UFSJ-MG) O glifosato é um herbicida amplamente utilizado na agricultura e jardinagem. Este herbicida não é seletivo, sen-
do necessário borrifá-lo diretamente sobre a planta daninha. O glifosato penetra pela superfície da planta, se espalha pelos
tecidos condutores e se acumula nas partes em crescimento. As plantas expostas ao glifosato apresentam estagnação no
crescimento, perda da coloração verde, enrugamento das folhas, acarretando em morte após alguns dias.
Ao analisar o texto acima podemos afirmar que a única hipótese coerente em relação a ação do glifosato é que
a) pode ligar-se a algum gene do metabolismo vegetal, impedindo que ocorra a síntese de uma importante proteína pelo
processo de duplicação do DNA.
b) pode ligar-se a uma enzima traduzida para uma via essencial do metabolismo da planta, impedindo que essa enzima
catalise uma reação importante, levando a planta à morte.
c) pode agir sobre os ribossomos, impedindo que estes possam sintetizar o RNA no processo de transcrição.
d) pode impedir no interior do núcleo celular a tradução de alguma importante proteína para o metabolismo do vegetal.

9 (Cefet-MG) Em uma situação específica, uma prática comum consiste em envolver frutos em folhas de jornal durante alguns
dias com o objetivo de
a) evitar a eliminação de odores desagradáveis.
b) impedir a postura de ovos por moscas da fruta. MîDULO 22 - HORMÔNIOS VEGETAIS

c) prevenir a contaminação por micro-organismos.


d) favorecer o acúmulo do hormônio gasoso etileno.
e) bloquear a ação tóxica do leite eliminado pelo fruto.

10 (UFPR) Produtores de frutas utilizam permanganato de potássio para desencadear a reação representada pela seguinte
equação:
BIOLOGIA A

Permanganato de potássio 1 Etileno – Óxido de manganês + Gás carbônico + Hidróxido de potássio

343
EXTRAS!

O objetivo de colocar as frutas em contato com o permanganato de potássio é:


a) acelerar seu crescimento.
b) retardar seu amadurecimento.
c) alterar seu sabor.
d) modificar sua cor.
e) reduzir a quantidade de sementes.

11 (Ufla-MG) Um pesquisador verificou que plantas presentes ao lado da estrada pela qual ele passava diariamente floresciam
em uma determinada época do ano. Diante dessa observação, ele notou que a planta (Flora forinea) florescia quando ex-
posta a um fotoperíodo crítico de 16 horas. Indique qual a alternativa que classifica a planta em relação ao fotoperíodo e em
qual estação do ano ela florescia.
a) PDL (Planta Dia Longo), verão.
b) PDC (Planta Dia Curto), verão.
c) PDC, inverno.
d) PDL, inverno.

12 O esquema a seguir apresenta diferentes situações em que as plantas foram expostas. Quais dos regimes induzirão
as plantas a florescerem?

Regime Regime Regime Regime Regime Regime


A B C D E F

Período de luz
24 horas

Período de escuro
crítico

Período escuro
Período de luz

Planta de dia curto Planta de dia longo

a) B, C, D e F. c) C e F. e) B, D e F.
b) A, C, D e E. d) B e D.

ANOTAÇÕES

344
23 BIOLOGIA A

M Ó D U L O

Fitogeografia do Brasil

COMPETÊNCIAS
Objetivos de aprendizagem ESPECÍFICAS
E HABILIDADES
DA BNCC
. Objetivo 1: conhecer a distribuição dos biomas continentais do Brasil e as características ambientais
COMPETÊNCIA 1
e da vegetação da Amazônia.
EM13CNT105
. Objetivo 2: entender as causas da alta diversidade biológica da Mata Atlântica e suas semelhanças
com a mata de terra firme da Amazônia. COMPETÊNCIA 2
. Objetivo 3: conhecer as características ambientais e da vegetação dos Manguezais e sua importância EM13CNT202

para a manutenção da biodiversidade marinha. EM13CNT206

. Objetivo 4: conhecer as características ambientais e da vegetação do Cerrado e da Caatinga.


. Objetivo 5: conhecer as características ambientais e da vegetação do Pantanal e do Pampa.

Neste módulo

1 Biomas continentais do Brasil


. Biomas continentais ocupam extensas áreas geográficas com vegetação de relativa homogeneidade.
. Os tipos de vegetação estão intimamente relacionados a fatores ambientais, como clima, solo, fre-
quência de inundações e recorrência de incêndios.

Biomas continentais do Brasil – IBGE


50° O
OCEANO
ATLÂNTICO
Equador

MÓDULO 23 - FITOGEOGRAFIA DO BRASIL

Biomas continentais do
Brasil
Floresta Amazônica Trópico de
Mata Atlântica Capricórnio
Caatinga
N Fonte: BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e
BIOLOGIA A

Cerrado
Pantanal
Estatística. Mapa de Biomas do Brasil. Disponível em:
0 580 https://geoftp.ibge.gov.br/informacoes_ambientais/
Pampa estudos_ambientais/biomas/mapas/biomas_5000mil.pdf.
km
Acesso em: 22 set. 2019.
345
2 Amazônia
. Ocupa extensas regiões de terreno plano, com leves declives próximos aos rios.
. Constituída de três regiões:
– Terra firme: não sofre inundações.
– Várzea: inundada por alguns meses do ano.
– Igapó: inundada por muitos meses anualmente.

Mata de terra firme


Características gerais
• Apresenta elevado índice pluviométrico anual, que varia entre 1 500 mm e 4 000 mm.
• Temperaturas médias anuais entre 25 °C e 27 °C.
• Grande parte do bioma está em área com período de estiagem anual.
Solo
• Profundo, arenoso, camada superficial com grande quantidade de restos vegetais em decomposição.
• Presença de muita matéria orgânica, fungos e bactérias decompositores.
• Muitas espécies de artrópodes se alimentam de restos vegetais (detritívoros) e contribuem com
a decomposição.
Vegetação
• Latifoliada, árvores de grande porte; muitas espécies vivem abaixo do dossel superior e são
adaptadas ao ambiente sombrio.
• Alta taxa de absorção de água do solo e transpiração contribuem com a formação de nuvens,
que precipitam chuvas no Centro-Oeste, no Sudeste e no Sul do Brasil (rios voadores).
• Árvores com raízes superficiais com micorrizas; algumas têm raízes profundas.
• Plantas trepadeiras, plantas epífitas (orquídeas, bromélias, samambaias, etc.).
• Grande número de interações com animais vertebrados polinizadores e dispersores de sementes
(aves, macacos, morcegos).
PARALAXIS/Shutterstock

Mata de terra firme não sofre


alagamentos; por essa razão, a
vegetação apresenta
características adaptativas
diferentes das áreas alagáveis.

. As epífitas apresentam adaptações, que possibilitam a absorção de água das chuvas e minerais
trazidos pelo ar.
. As raízes das orquídeas apresentam tecido externo com grande capacidade de absorção e arma-
zenamento de água, chamado velame.
BlackstarRedbuff/Shutterstock

ppppk14/Shutterstock

Raiz de orquídea
com velame.

346
. Nas bromélias, há tricomas absorventes nas folhas.

Matyas Rehak/Shutterstock
Epífitas como as bromélias não
parasitam árvores, somente se
fixam nelas, sem perfurá-las.

. A Amazônia e todos os outros biomas continentais do Brasil apresentam plantas parasitas.


– Apresentam raízes do tipo haustório, que invadem as plantas hospedeiras para obter água e
nutrientes.
– A erva-de-passarinho realiza fotossíntese e seu haustório absorve água e sais minerais do xilema
da planta hospedeira.
Vladimir Nenezic/Shutterstock

Caule de erva-de-passarinho

Haustório no xilema da
Pascal Goetgheluck/SPL/Fotoarena

planta hospedeira

Caule da planta hospedeira

Erva-de-passarinho realiza
fotossíntese e extrai somente
seiva bruta da planta hospedeira.

. O cipó-chumbo absorve seiva bruta do xilema e seiva elaborada do floema da planta hospedeira.
Evgeiia/Shutterstock

MÓDULO 23 - FITOGEOGRAFIA DO BRASIL


BIOLOGIA A

O cipó-chumbo não tem clorofila


e a extrai das seivas bruta e
elaborada.

347
Matas alagadas
Solo
• Pobre em gás oxigênio nos períodos de alagamento.
• Solo de igapó é arenoso e pobre em nutrientes.
• Solo de várzea é rico em nutrientes minerais.
Vegeta•‹o
• Raízes adventícias escoras (surgem do caule).
• Súber de caules e raízes-escoras com grandes lenticelas, que captam gás oxigênio do ar.
• Plantas aquáticas com parênquima aerífero (aerênquima).

Laszlo Mates/Shutterstock
Vegetação permanece submersa
ou parcialmente submersa
durante mais meses no igapó do
que na várzea.

. Seca fisiológica em matas alagadas:

Adaptações das plantas:


Matas alagadas:
• Fecham os estômatos, reduzin-
Definição de seca fisiológica: solo lamacento é pobre em gás
do a taxa de transpiração.
raízes reduzem a absorção ou oxigênio, necessário na respira-
• Apresentam súber de caules e
não conseguem absorver a água ção celular para a produção de
raízes-escoras ricos em lenti-
presente no solo. ATP utilizado no transporte ativo
celas, que obtêm gás oxigênio
de íons (pressão da raiz).
atmosférico.
Dr Morley Read/Shutterstock

kabakcicansu/Shutterstock

Lenticelas

Raízes adventícias escoras auxiliam na fixação da planta ao solo (A). Lenticelas são regiões porosas do súber de caules e raízes que facilitam a
entrada de O2 do ar (B).

348
3 Mata Atlântica
Mata Atlântica
Características gerais
• Presente do nordeste ao sul do Brasil, da costa leste a regiões interioranas.
• Temperaturas médias variam entre 14 °C e 21 °C, dependendo da região do país.
• Índice pluviométrico anual varia entre 4 000 mm ao ano próximo ao mar e 1 000 mm em regiões
interioranas do planalto Paulista.
• Apresenta grande biodiversidade.

lucianospagnolribeiro/Shutterstock
A Mata Atlântica ocupa áreas
com diferentes relevos.
Solo
• Profundo, rico em sais minerais variável, camada superficial com grande quantidade de restos
vegetais em decomposição.
• Presença de fungos e bactérias decompositores.
• Muitas espécies de artrópodes se alimentam de restos vegetais (detritívoros).
Vegetação
• Semelhante à mata de terra firme da Amazônia.
• Árvores de grande porte, raízes superficiais com micorrizas.
• Muitas espécies de ambiente sombrio.
• Presença de plantas trepadeiras e plantas epífitas.
• Grande número de interações com animais polinizadores e dispersores de sementes (aves, maca-
cos, morcegos).
• Inclui a Mata de Araucárias.
Richard Whitcombe/Shutterstock

MîDULO 23 - FITOGEOGRAFIA DO BRASIL

A Mata Atlântica apresenta


árvores com alta taxa de
transpiração e raízes
superficiais, que absorvem
os nutrientes minerais
BIOLOGIA A

resultantes da decomposição
na camada superior do solo.

349
. A alta biodiversidade está relacionada à diversidade de ambientes:
– Relevo com altitudes variáveis.
– Variações climáticas bastante pronunciadas.
– Influência dos ventos úmidos do oceano Atlântico.
– Barreiras montanhosas, provocando altas taxas de precipitação.
– Áreas interioranas com menores índices de chuvas.
– Massas de ar mais frio no inverno no sul e no sudeste.

3.1 Manguezal
Manguezal
Características gerais
• Ecossistema entre o ambiente marinho e o terrestre, localizado na desembocadura de rios.
• Recebe água de rios e do mar.
Damsea/Shutterstock

Damsea/Shutterstock

Conhecido como “berçário da vida marinha”,


diversas espécies, como crustáceos e peixes, se
reproduzem e passam toda ou parte de suas
vidas nos manguezais.

Solo
• Lodoso.
• Alta salinidade.
• Rico em matéria orgânica em decomposição.
• Pobre em gás oxigênio.
Vegetação
• Rizóforos: ramos de caule que brotam e crescem para baixo, proporcionando sustentação.
• Raízes pneumatóforas: obtêm gás oxigênio do ar acima do solo.
• Glândulas de sal nas folhas secretam sais, ou as plantas acumulam o excesso em vacúolos das
células.
Olga Koroleva/Shutterstock

K Reem Studios/Shutterstock

A B

Plantas com adaptações no manguezal: rizóforas (A) e pneumatóforos (B).

350
O ecossistema manguezal
Para complementar seus estudos sobre os manguezais e saber mais sobre fauna, impactos ambientais e
utilização sustentável, consulte o material disponível em: http://ecologia.ib.usp.br/portal/index.php?
option=com_content&view=article&id=70&Itemid=409. Acesso em: 28 jan. 2021.

4 Cerrado
Cerrado
Características gerais
• Localizado predominantemente em relevos planos, com leves declives.
• Clima com inverno seco e chuvas concentradas na primavera e no verão.
• Precipitação média anual entre 1 000 mm e 1 800 mm.
• Temperaturas médias anuais que variam entre 20 °C e 26 °C.

Kleyton Kamogawa/Shutterstock

Paisagem típica do Cerrado, com


árvores baixas e caules tortuosos.

Solo
• Pobre em nutrientes minerais (oligotrófico), ácido.
• Desseca no inverno até 1 a 2 metros de profundidade, porém nas camadas mais profundas há
bastante umidade o ano todo.
Vegetação
• Árvores baixas e arbustos com caules tortuosos, súber espesso (proteção contra incêndios) e
com raízes longas (atingem grandes profundidades, até os lençóis freáticos).
• Árvores e arbustos com folhas grossas e rígidas (escleromorfismo), com cutícula espessa.
• Tricomas que refletem luz (reduzem aquecimento e transpiração).
• Estômatos em depressões da epiderme.
• Folhas de herbáceas secam na estiagem.
• Herbáceas com caules subterrâneos (proteção contra incêndios).
• Floração, brotamento ou germinação após incêndios.
Dado Photos/Shutterstock

MÓDULO 23 - FITOGEOGRAFIA DO BRASIL

Arbustos do Cerrado têm raízes


profundas que alcançam o lençol
freático e folhas grandes e rígidas
(escleromorfismo).
BIOLOGIA A

351
. Corte transversal de folha com adaptações à redução da transpiração:
Cutícula
Science Stock Photography/Science Source/Fotoarena

Epiderme pluriestratificada

Parênquima paliçádico

Parênquima lacunoso

Tricoma
Estômatos em cavidades, cercados de tricomas,
Célula-guarda que reduzem a ventilação e, consequentemente, a
(estômato)
transpiração estomática. Assim como a cutícula
Epiderme inferior espessa e a epiderme pluriestratificada, os
pluriestratificada estômatos reduzem a transpiração cuticular.

. Incêndios naturais no Cerrado.


– As plantas herbáceas não apresentam raízes profundas.
– As folhas das herbáceas, como as gramíneas, secam.
– Incêndios naturais ocorrem de anos em anos, no início ou no fim da estação chuvosa.
– Dinâmica do ciclo de nutrientes em função dos incêndios naturais:

Liberação de nu-
Em 3 a 4 anos, os
trientes minerais das
Raios iniciam os Queimam as folhas nutrientes trazidos
plantas nas cinzas
incêndios naturais. secas. pelos ventos repõem
sobre o solo e perda
os nutrientes levados
com as cinzas leva-
pela fumaça.
das pela fumaça.
Rodrigo S Coelho/Shutterstock

Vegetação em desenvolvimento meses após incêndio no Cerrado na Chapada dos Veadeiros. Os


nutrientes das cinzas fertilizam o solo e possibilitam o brotamento e a florada das plantas.

. Incêndios resultantes de ações antrópicas:


– Atividades antrópicas aumentam a frequência dos incêndios.
– A perda de nutrientes supera a velocidade de recuperação do Cerrado.
– Ocorre descaracterização do bioma ao longo do tempo.

352
5 Caatinga
Caatinga
Características gerais
• É um tipo de savana semiárida, xerofítica (ambiente seco) e decídua (folhas caem na estação seca).
• A perda das folhas expõe os ramos das plantas, dando um aspecto esbranquiçado.
• Clima tropical estacional semiárido, com distribuição irregular das chuvas, e temperaturas médias
elevadas. Apresenta desde áreas com pequenos cactos e bromélias de solo até regiões com mui-
tos arbustos e árvores.
• A vegetação arbustiva predomina na paisagem.
Solo
• Rico em nutrientes minerais.
• Pouco profundo; em muitas áreas é pedregoso.
• Drenagem variável, com áreas bem drenadas e áreas com escoamento deficiente.
Vegetação
• Adaptada ao ambiente seco (xerófitas), com folhas pequenas, grande quantidade de pequenos
estômatos na epiderme inferior, cutícula espessa, folhas modificadas em espinhos.
• Raízes superficiais nos cactos absorvem rapidamente as águas das chuvas.
• Algumas árvores têm raízes profundas.
• Queda das folhas na estação seca.
• As plantas armazenam água no caule, no interior das folhas ou nas raízes (parênquima aquífero).
• Plantas herbáceas têm caules subterrâneos, que rebrotam após o período da seca.
• Cactos abrem estômatos à noite e absorvem e armazenam CO2 no caule.
Alf Ribeiro/Shutterstock

Kleber Cordeiro/Shutterstock
A B

Áreas de Caatinga com folhas (A) e após a queda delas (B), evidenciando os galhos de tons claros.

. Irrigação inadequada gera seca fisiológica no solo do semiárido:


– Irrigação com uso de água de lençóis freáticos ricos em sais minerais.
– Água evapora e o solo fica com alta concentração de sais.
– Dificulta a absorção de água pelas raízes (seca fisiológica).
– Redução ou inviabilidade da atividade agrícola.
Kleber Cordeiro/Shutterstock

MÓDULO 23 - FITOGEOGRAFIA DO BRASIL


BIOLOGIA A

Afloramento rochoso na Caatinga. As


bromélias de solo armazenam água nas
folhas e os cactos, no caule.

353
6 Pantanal
Pantanal
Características gerais
• Clima com inverno seco e chuvas concentradas no verão, que causam o ciclo anual de inundação.
• O relevo apresenta áreas mais altas, não inundáveis, e áreas mais baixas, inundáveis.
• A diversidade de ambientes favorece a alta biodiversidade.
Solo
• Apresenta rápida ciclagem de nutrientes nas áreas inundáveis.
Vegetação
• Plantas arbóreas e arbustivas nas partes mais elevadas.
• Nas áreas inundáveis: plantas herbáceas, aquáticas submersas, aquáticas flutuantes livres ou
enraizadas no fundo.
• Parênquima aerífero (aerênquima) possibilita a flutuação e a oxigenação dos órgãos submersos.
• Estômatos ficam na face superior das folhas flutuantes.
• Espécies aquáticas liberam sementes antes de morrer na seca ou têm caules subterrâneos, que
brotam novamente no período das cheias.

AJancso/Shutterstock
Vegetação de área alagada
cercada de vegetação
florestal de área não
alagável no Pantanal.

7 Pampa
Pampa
Características gerais
• Clima com verões quentes e invernos frios, com geadas e temperaturas negativas.
• O relevo é baixo, com suaves ondulações.
• Sofre forte influência antrópica com incêndios frequentes e pastejo.
Solo
• Fértil e pouco espesso.
Vegetação
• Predominância de plantas herbáceas, destacadamente as gramíneas.
• As queimadas e o pastejo pelo gado contribuíram para a constituição atual. Sem esses fatores,
haveria o desenvolvimento de muitas gramíneas de touceiras, arbustos e até árvores.
Lisandro Luis Trarbach/Shutterstock

Paisagem do Pampa.

354
DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

1 (UEA-AM) As lianas, cipós e trepadeiras são plantas enraizadas no solo, cujo caule se desenvolve sobre troncos de árvores,
visando sustentação e maior obtenção de luz. Diversas orquídeas e bromélias fixam suas raízes nos troncos das árvores, de
onde extraem superficialmente, muitas vezes por meio de associações com micorrizas, água e nutrientes originados da de-
composição da matéria orgânica. Tendo em vista as relações ecológicas citadas no texto, é correto afirmar que
a) as micorrizas são comensais das orquídeas e bromélias.
b) as orquídeas e as bromélias são parasitas das árvores.
c) as lianas, os cipós e as trepadeiras são mutualísticas das árvores.
d) as orquídeas e as bromélias são epífitas das árvores.
e) as micorrizas são parasitas das árvores.

2
A Mata Atlântica caracteriza-se por uma grande diversidade de epífitas, como as bromélias. Essas plantas estão adaptadas
a esse ecossistema e conseguem captar luz, água e nutrientes mesmo vivendo sobre as árvores.
Disponível em: www.ib.usp.br. Acesso em: 23 fev. 2013 (adaptado).

Essas espécies captam água do(a)


a) organismo das plantas vizinhas. d) seiva bruta das plantas hospedeiras.
b) solo através de suas longas raízes. e) comunidade que vive em seu interior.
c) chuva acumulada entre suas folhas.

3 Dentre outras características, uma determinada vegetação apresenta folhas durante três a quatro meses ao ano, com
limbo reduzido, mecanismo rápido de abertura e fechamento dos estômatos e caule suculento. Essas são algumas caracte-
rísticas adaptativas das plantas ao bioma onde se encontram.
Que fator ambiental é o responsável pela ocorrência dessas características adaptativas?
a) Escassez de nutrientes no solo. d) Baixo pH do solo.
b) Estratificação da vegetação. e) Escassez de água.
c) Elevada insolação.

4 (UFGRS-RS)
Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), as queimadas constatadas em julho de 2016 saltaram
de 104 para 864, ano em que as geadas secaram os pastos antes do previsto. O uso do fogo, no manejo de propriedades rurais,
gera polêmicas, e técnicos advertem que essa prática, além de ser ilegal, degrada a vegetação e o solo. O IBAMA fiscaliza quei-
madas principalmente no Centro-Oeste e na Amazônia.
Campos ardentes. Correio do Povo. 07 ago. 2016.

A Coluna 1 lista dois biomas que ocorrem nessas regiões fiscalizadas; a Coluna 2, características que os distinguem.
Associe adequadamente a Coluna 2 à Coluna 1.
Coluna 1
1. Amazônia
2. Cerrado
Coluna 2
( ) Vegetação arbórea esparsa com raízes profundas.
MîDULO 23 - FITOGEOGRAFIA DO BRASIL
( ) Árvores e arbustos com cascas grossas.
( ) Vegetação arbórea densa disposta em diferentes estratos.
( ) Predomínio de gramíneas recobrindo o solo.
( ) Árvores altas com raízes tabulares.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
BIOLOGIA A

a) 2 – 1 – 1 – 2 – 2. c) 1 – 2 – 1 – 1 – 1. e) 2 – 2 – 1 – 2 – 1.
b) 1 – 1 – 2 – 1 – 2. d) 2 – 1 – 2 – 1 – 2.

355
Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Unidade Ecologia – Capítulo 10

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem
• Leia os itens 1 a 3 da seção • Leia os itens 1 a 3.
1e2 Neste módulo. –
• Faça as questões 4 e 5.
• Faça as questões 1 e 2.
• Leia o item 3.1 da seção • Leia o item 3.3. • Faça a questão 7.
3 Neste módulo. • Faça a questão 6.
• Faça a questão 3.
• Leia os itens 4 e 5 da seção • Leia os itens 4 e 5. • Faça as questões 15 e 16.
4 Neste módulo. • Faça as questões 11 a 13.
• Faça as questões 8 e 9.
• Leia os itens 6 e 7 da seção • Leia os itens 6 e 7.
5 Neste módulo. –
• Faça a questão 14.
• Faça a questão 10.

EX TRAS!

1 A vegetação apresenta adaptações ao ambiente, como plantas arbóreas e arbustivas com raízes que se expandem
horizontalmente, permitindo forte ancoragem no substrato lamacento; raízes que se expandem verticalmente, por causa da
baixa oxigenação do substrato; folhas que têm glândulas para eliminar o excesso de sais; folhas que podem apresentar cutícula
espessa para reduzir a perda de água por evaporação. As características descritas referem-se a plantas adaptadas ao bioma:
a) Cerrado. c) Pantanal. e) Mata de Cocais.
b) Pampas. d) Manguezal.

2 (UFRGS-RS) A planta denominada erva-de-passarinho é uma hemiparasita. Nesse caso, o tecido vegetal da árvore hospe-
deira, onde os elementos nutritivos são absorvidos, é o
a) colênquima. c) esclerênquima. e) xilema.
b) floema. d) parênquima.

3 Plantas de manguezal são adaptadas a absorver água em meios de alta concentração salina, no entanto, essa ativi-
dade acaba aumentando demasiadamente a quantidade de sais em seus organismos, que entram nas raízes devido ao
transporte chamado:
a) difusão. c) fagocitose. e) difusão facilitada.
b) transporte ativo. d) osmose.

4
O manguezal é um dos mais ricos ambientes do planeta, possui uma grande concentração de vida, sustentada por nutrien-
tes trazidos dos rios e das folhas que caem das árvores. Por causa da quantidade de sedimentos — restos de plantas e outros
organismos — misturados à água salgada, o solo dos manguezais tem aparência de lama, mas dele resulta uma floresta exube-
rante capaz de sobreviver naquele solo lodoso e salgado.
NASCIMENTO, M. S. V. Disponível em: http://chc.cienciahoje.uol.com.br. Acesso em: 3 ago. 2011.

Para viverem em ambiente tão peculiar, as plantas dos manguezais apresentam adaptações, tais como
a) folhas substituídas por espinhos, a fim de reduzir a perda de água para o ambiente.
b) folhas grossas, que caem em períodos frios, a fim de reduzir a atividade metabólica.
c) caules modificados, que armazenam água, a fim de suprir as plantas em períodos de seca.
d) raízes desenvolvidas, que penetram profundamente no solo, em busca de água.
e) raízes respiratórias ou pneumatóforos, que afloram do solo e absorvem o oxigênio diretamente do ar.

356
EXTRAS!

5 (Unesp-SP) As figuras apresentam a vegetação de cinco biomas brasileiros.

Fotos: Reprodução/Unesp, 2015.


(www.pensamentoverde.com.br) (www.biophotos.com.br)

(www.ecodebate.com.br) (www.paraibatotal.com.br)

(www.bluechanel24.com)

Plantas xeromórficas e com folhas modificadas que diminuem a evapotranspiração; plantas com rizóforos e pneumatóforos
(eficientes na sustentação da planta e na captação do oxigênio); e plantas epífitas (que vivem sobre outras plantas, aumen-
tando a eficiência na captação de luz) são típicas dos biomas identificados, respectivamente, pelos números
a) 1, 2 e 4. b) 4, 5 e 2. c) 3, 1 e 5. d) 2, 5 e 3. e) 4, 1 e 3.

6 Uma região de Cerrado possui lençol freático profundo, estação seca bem marcada, grande insolação e recorrência
de incêndios naturais. Cinco espécies de árvores nativas, com as características apresentadas no quadro, foram avaliadas MîDULO 23 - FITOGEOGRAFIA DO BRASIL

quanto ao seu potencial para uso em projetos de reflorestamento nessa região.

Característica Árvore 1 Árvore 2 Árvore 3 Árvore 4 Árvore 5

Superfície Coberta por Coberta por Coberta por Coberta por Coberta por
foliar tricomas cera cera espinhos espinhos
BIOLOGIA A

Profundidade das
Baixa Alta Baixa Baixa Alta
raízes

357
EXTRAS!

Qual é a árvore adequada para o reflorestamento dessa região?


a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5

7 Muitas espécies de plantas lenhosas são encontradas no Cerrado brasileiro. Para a sobrevivência nas condições de
longos períodos de seca e queimadas periódicas, próprias desse ecossistema, essas plantas desenvolveram estruturas mui-
to peculiares.
As estruturas adaptativas mais apropriadas para a sobrevivência desse grupo de plantas nas condições ambientais do refe-
rido ecossistema são:
a) Cascas finas e sem sulcos ou fendas. d) Gemas apicais com densa pilosidade.
b) Caules estreitos e retilíneos. e) Raízes superficiais, em geral, aéreas.
c) Folhas estreitas e membranosas.

Indique a soma das alternativas corretas


8 (UFSC) Variações pluviométricas ocorrem conforme as estações do ano em várias regiões do Brasil. Os gráficos abaixo
mostram os índices pluviométricos e as temperaturas em algumas cidades localizadas em biomas típicos do nosso País.
Reprodução/UFSC, 2015.

Com base na análise dos dados constantes nos gráficos acima e nos conhecimentos acerca dos biomas típicos do Brasil, é
correto afirmar que:
01) nas quatro regiões, os índices pluviométricos não apresentam grandes variações ao longo do ano.
02) Bagé apresenta a distribuição pluviométrica mais irregular durante o ano.
04) nas quatro regiões, os meses com os maiores índices pluviométricos são aqueles em que ocorrem as temperaturas
mais baixas.
08) no bioma com o maior índice pluviométrico em um único mês, as monocotiledôneas de grande porte são seus exem-
plares típicos.
16) as plantas da região de Goiânia devem apresentar adaptações para períodos de estiagem e para sobreviverem ao fogo.
32) a floresta de Araucárias apresenta um índice pluviométrico de cerca de 3 000 mm anuais.

358
GABARITO - EXTRAS!

Módulo 19 – Angiospermas: diversidade 3 a) São os meristemas. O crescimento primário é origina-


biológica do nas gemas (meristemas) dos ápices (extremida-
des) de raízes e caules e nas gemas laterais que dão
1 a origem aos ramos.
2 b b) I) Câmbio vascular e felogênio (ou câmbio da casca).
3 c II) O súber.
4 a) A dispersão é pelo vento (ar). A frutificação e a 4 b
posterior dispersão das sementes durante o inverno
5 e
na região Sudeste é facilitada porque o período é
seco e com muitos ventos, o que permite o trans- 6 c
porte das sementes. 7 b
b) Frutos vistosos e carnosos atraem animais que se 8 d
alimentam deles. Ao se alimentarem desses frutos, os
animais realizam a dispersão das sementes, principal- Módulo 21 – Trocas gasosas e transporte de
mente através de sua liberação pelas fezes. seivas
5 As sementes são estruturas encontradas em gimnos-
1 b
permas e angiospermas. Elas são formadas após a re-
2 e
produção sexuada por gametófitos protegidos nos es-
porófitos; plantas que liberam esporos originam game- 3 a) Epiderme. A concentração de CO2 (ou luz, ou dispo-
tófitos sobre superfícies, onde podem desidratar mais nibilidade de água líquida no solo).
facilmente. Além disso, as sementes proporcionam pro- b) Causa a redução da concentração de íons potássio
teção aos embriões, enquanto plantas que liberam es- (K+) das células estomáticas, que então perdem
poros originam embriões menos protegidos (protegi- água, reduzindo seus volumes. Com a flacidez das
dos somente pelo arquegônio e pelo gametófito sobre células estomáticas, os estômatos se fecharão, prote-
o solo). gendo o vegetal contra a entrada desses patógenos.
A grande diversidade de angiospermas em relação às 4 a) Curva II – Transpiração.
gimnospermas deve-se aos frutos, que protegem as Curva I – Absorção de água.
sementes e participam de sua dispersão, em grande
b) Quanto maior for a transpiração do vegetal, maior
parte, por animais, que as liberam em diferentes am-
será a absorção de água do substrato.
bientes. Também pode-se destacar a presença de flores
polinizadas por animais, o que proporciona alto índice c)
de reprodução cruzada e gera alta variabilidade genéti-
ca nas espécies.
6 e
7 Fonte de energia para a germinação e matéria-prima
para a formação de novas moléculas orgânicas, que
farão parte de novas estruturas, como as paredes celu-
lares.
Mitocôndria.
8 e

Módulo 20 – Órgãos vegetais, crescimento e


nutrição inorgânica
5 e
BIOLOGIA A

GABARITO

1 c 6 c
2 d 7 d
359
8 b gão vegetal em resposta à ação da gravidade, o que

9 01 + 16 = 17 não ocorre nesse ambiente. A planta B foi cultivada


no ambiente terrestre, pois as raízes apresentaram
10 c
geotropismo positivo, crescendo no sentido da força
11 a) Tecido 1 realiza o transporte de seiva orgânica (elabo-
gravitacional da Terra.
rada) e o 2, transporte de seiva inorgânica (bruta,
água e sais minerais). 5 c
Morrerá porque as raízes não recebem alimento or- 6 a) Os tecidos de sustentação são o esclerênquima,
gânico rico em energia necessária ao metabolismo. constituído por células mortas, alongadas, com pare-

b) O açúcar produzido nas folhas é transportado ao des rígidas, reforçadas com lignina, o que confere
floema, que recebe água por osmose; consequente- rigidez, e o colênquima, que é constituído de células
mente, ocorre um fluxo de água e açúcar (seiva orgâ- vivas, com parede reforçada de celulose, que confere
nica) até as raízes. flexibilidade ao órgão em que se encontra.

12 a) Na região acima do corte ocorrerá a remoção do b) A perda dos ápices quebra a dominância apical, o
tecido condutor de seiva elaborada (orgânica) cha- que promove o estímulo da atividade dos meristemas
mado floema, impedindo seu transporte para regiões das gemas axilares, que desenvolvem novos ramos.
abaixo do anel; no entanto, o transporte de seiva
7 a) As abelhas realizaram a polinização das flores, o que
inorgânica pelo xilema continua a ocorrer. Posterior-
possibilitou a reprodução sexuada, com a formação
mente, a planta morre devido à falta de carboidratos
de tomates com sementes. As abelhas do lote 2 fo-
ricos em energia para o metabolismo das raízes.
ram atraídas por substâncias químicas no ar que pro-
b) A seiva elaborada não passará para as outras regiões porcionam aromas às flores.
além do anel retirado, acumulando-se no ramo, nas
b) As sementes produzem auxinas, que são hormônios
folhas e nos frutos, que ficarão maiores e com maior
promotores do crescimento; sendo assim, quanto
teor de carboidratos. O transporte pelo xilema continu-
maior o número de sementes, maior é a quantidade
ará normalmente. A planta não morrerá, porque os
outros ramos continuarão fornecendo açúcares para os de auxinas que promovem o crescimento dos frutos.
órgãos vegetais. 8 b
c) Por se tratar de uma monocotiledônea, o transporte 9 d
de seiva elaborada não será afetado, pois o floema
10 b
está disperso em feixes condutores no caule.
11 a
Módulo 22 – Hormônios vegetais 12 e

1 d Módulo 23 – Fitogeografia do Brasil


2 a
1 d
3 d
2 e
4 a) Transcrito é a molécula de RNA sintetizado no proces-
so de transcrição a partir de um segmento de DNA. O 3 b
processo de síntese proteica, chamado tradução, ocor- 4 e
re após a transcrição. Entre as proteínas produzidas
5 e
estão as enzimas, cujo conhecimento de atividade é
fundamental para a compreensão do metabolismo. 6 b

b) A planta A foi cultivada no espaço, pois não apresen- 7 d


ta geotropismo, que é o desenvolvimento de um ór- 8 08 + 16 = 24

360
10 BIOLOGIA B COMPETÊNCIAS GERAIS C1, C2

M Ó D U L O

Bioenergética:
fermentação
COMPETÊNCIAS
ESPECÍFICAS
Objetivos de aprendizagem E HABILIDADES
DA BNCC
. Objetivo 1: entender os mecanismos básicos que permitem o fluxo de energia na célula. COMPETÊNCIA 1
. Objetivo 2: conhecer o processo básico de fermentação e seus principais tipos. EM13CNT101

COMPETÊNCIA 2
Neste módulo
EM13CNT202
EM13CNT207

1 Reações energéticas
. Metabolismo: conjunto de reações celulares que engloba o anabolismo e o catabolismo.
– Anabolismo: abarca reações de síntese de moléculas, como a síntese proteica e a fotossíntese. As
reações anabólicas são endergônicas – consomem energia.
– Catabolismo: reúne reações de quebra de moléculas, como a fermentação e a respiração celular.
As reações catabólicas são exergônicas – liberam energia.

Gráficos das reações endergônica e exergônica


Elementos fora
de proporção
Energia fornecida

Cores fantasia

Energia de Energia de
ativação ativação
Produtos
Energia liberada

Reagentes Reagentes

Produtos
Endergônica Exergônica

Representação esquemática das reações endergônicas do anabolismo, que consomem energia, e das reações MÓDULO 10 - BIOENERGÉTICA: FERMENTAÇÃO
exergônicas do catabolismo, que, após sua ativação, liberam energia.
BIOLOGIA B

361
. O trifosfato de adenosina (ATP) é um nucleotídeo trifosfatado, que realiza a transferência de energia
entre as reações do catabolismo e do anabolismo.

Elementos fora Ligações fosfato


de proporção
Cores fantasia

O2 O2 O2
Adenina
2
O P O P O P O CH2

O O O

Ribose

Energia da luz ATP Energia disponível


ou dos alimentos para o trabalho celular
e para a síntese química

O2 O2 O2

Adenina
2
O P O2 1 2
O P O P O CH2

O O O

Fosfato Ribose
inorgânico (Pi) ADP

Representação esquemática da transformação de ADP em ATP, e vice-versa. A reação de quebra da ligação fosfato do ATP libera energia
para a atividade celular. A regeneração do ATP armazena energia na ligação terminal fosfato.

. Associadas ao ATP, as reações energéticas dependem de reações de ganho ou perda de hidrogênios.


Os aceptores de hidrog•nio são moléculas que transferem hidrogênio, liberando energia que será
utilizada na produção de ATP.

Elementos fora
Molécula
energética
2 de proporção
Cores fantasia

H
H

NAD1 NAD H
H

1
NAD1
O hidrogênio é transferido para
o NAD, formando o NADH

NAD1

3
Uma enzima desidrogenase
liga-se a uma molécula
energética com H e com a
coenzima NAD
NAD H

O NADH pode agora transferir o


hidrogênio para outra molécula

Representação esquemática de mecanismo de ação de um aceptor. O aceptor de hidrogênio funciona como coenzima, e um de
seus componentes é uma vitamina do grupo B: niacina (B5) no NAD ou flavina (B2) no FAD.

362
. Os principais aceptores de hidrogênio são o NAD1 (nicotinamida adenina dinucleotídeo), o NADP1
(nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato) e o FAD (flavina adenina dinucleotídeo).

Nutrientes Elementos fora


de proporção
ricos em Macromoléculas
energia Cores fantasia

ADP
NAD
FAD
Anabolismo
Catabolismo

ATP
NADH
FADH2

Energia
química

Produtos Moléculas
pobres em precursoras
energia

Representação esquemática mostrando como o ATP, o NADH e o FADH2 fornecem a


energia química e o hidrogênio utilizados nas reações celulares.

2 Glicólise: o início do processo de liberação de energia


. A fonte primária de energia química para as células é a molécula de glicose (C6H12O6).
. A degradação da glicose começa no citosol, nas reações da glicólise, processo energético que surgiu
nas primeiras células do planeta, há bilhões de anos.
. Uma sequência de dez reações quebra a glicose, formando piruvato ou ácido pirúvico (C3H4O3) e
liberando hidrogênio e energia para produzir NADH e ATP.
. Equação geral da glicólise:

1 glicose 1 2 NAD1 10


reações
→ 2 NADH 1 2 piruvatos 1 2 ATP

. A glicólise é comum a todas as células e é um processo anaeróbio, isto é, não utiliza oxigênio.

Elementos fora
de proporção
NADH
P P 2 ADP 2 ATP Cores fantasia
Glicose
NAD1
Ácido
pirúvico
2 ATP 2 ADP
P
P

MîDULO 10 - BIOENERGÉTICA: FERMENTAÇÃO


P P
P

Ácido
pirúvico

NAD1
2 ADP 2 ATP
P
NADH
BIOLOGIA B

Representação esquemática da glicólise. Para iniciar o processo, a glicose deve ser ativada, com o gasto de 2 ATP.
Na sequência, ocorre a formação de 4 ATP, com um rendimento líquido de 2 ATP.

363
3 Fermentação: tipos e importância
. Em condições anaeróbias, o NAD1 deve ser regenerado a partir do NADH, no fim da glicólise.
. A regeneração do NAD1 no citosol é feita no processo de fermentação, utilizando o piruvato para
captar o hidrogênio.
. Existem dois tipos básicos de fermentação: a lática e a alcoólica.
. A fermentação lática é realizada pelas bactérias lactobacilos, importantes para a produção de laticí-
nios, e pelas células musculares, quando submetidas a exercícios físicos intensos.

Elementos fora
Glicose de proporção
Cores fantasia
ADP NAD1
Glicólise

ATP NADH 1 H1 NAD1

O O2 O O2

C Regeneração C
de NAD1

C O H C OH Representação esquemática
da fermentação lática.
CH3 CH3 Observe que o piruvato e o
lactato têm o mesmo número
Piruvato Lactato de carbonos.

. A fermentação alcoólica é realizada por fungos unicelulares, as leveduras (ou lêvedos). Tem grande
importância econômica, pela produção de álcool combustível, de bebidas alcoólicas e pela panificação.

Glicose Elementos fora


de proporção
Cores fantasia
ADP NAD1
Glicólise

ATP
ATP NADH 1 H1 NAD1

O O2
H1
C Regeneração
de NAD1
Representação esquemática
C O H2C OH da fermentação alcoólica,
na qual ocorre formação de
CH3 CH3 CO2, o responsável pelo
CO2
crescimento da massa
Piruvato Etanol de pão.

DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

1
Reprodução/UNESP-Peruíbe, 2019.

(Vunesp) Nas células, as reações exergônicas liberam parte da


energia sob a forma de calor e parte para promover reações
endergônicas. Essa utilização só é possível por meio de um meca-
nismo conhecido como acoplamento de reações, no qual há parti-
cipação de uma substância comum conforme ilustrado no esquema.
A substância comum ilustrada pelo caminhão que transporta a
energia é
a) o oxigênio – O2.
b) a glicose – C6H12O6.
c) a adenosina trifosfato – ATP.
d) a nicotinamida adenina dinucleotídeo – NAD.
e) a flavina adenina dinucleotídeo – FAD.
364
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

2 (Udesc) A glicólise é um processo que compreende dez reações químicas, cada uma delas com a participação de uma en-
zima específica. Assinale a alternativa correta em relação à glicólise anaeróbica.
a) É o processo responsável pela quebra da glicose, transformando-a em piruvato ou ácido pirúvico.
b) É realizada apenas em células animais e procariontes heterotróficos.
c) Promove a quebra da glicose no interior da mitocôndria.
d) Libera energia na forma de 38 ATPs.
e) Transforma ácido lático em ácido pirúvico.

3 (Uespi) O metabolismo celular fermentativo é um processo de degradação de moléculas orgânicas com liberação de energia
usada para formar ATP. A fermentação lática, um dos processos fermentativos:
a) é resultado do anabolismo de carboidratos, cuja regeneração do NAD gera um produto final oxidado.
b) produz quatro moléculas de ácido lático e gás carbônico por molécula de glicose.
c) quando realizada por bactérias no leite, provoca a coagulação de proteínas.
d) na presença de oxigênio, produz saldo energético superior à respiração aeróbica.
e) gera 4 ATPs de saldo energético a partir da degradação do ácido pirúvico.

4 (Fuvest-SP) A levedura Saccharomyces cerevisiae pode obter energia na ausência de oxigênio, de acordo com a equação
C6H12O6 ñ 2 CO2 1 2 CH3CH2OH 1 2 ATP

Produtos desse processo são utilizados na indústria de alimentos e bebidas. Esse processo ocorre _____________ da leve-
dura e seus produtos são utilizados na produção de _____________.

As lacunas dessa frase devem ser preenchidas por:


a) nas mitocôndrias; cerveja e vinagre.
b) nas mitocôndrias; cerveja e pão.
c) no citosol; cerveja e pão.
d) no citosol; iogurte e vinagre.
e) no citosol e nas mitocôndrias; cerveja e iogurte.

Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Unidade Metabolismo celular – Capítulo 3

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia os itens da seção • Faça as questões 5 a 8. • Faça as questões 9 e 10.


1e2 Neste m—dulo. • Leia os itens 1 a 4.
• Faça as questões 1 a 4.

MÓDULO 10 - BIOENERGÉTICA: FERMENTAÇÃO


PREPARE-SE

No próximo módulo, será estudada a respiração celular. Para se preparar, assista ao vídeo sobre o assunto e
busque responder às seguintes questões a respeito do tema:
• Por que a mitocôndria pode ser considerada um exemplo de sucesso da associação entre procariontes e
eucariontes?
BIOLOGIA B

• Por que existem doenças mitocondriais que podem ser herdadas pela via paterna?
• Por que a respiração é um processo energético muito mais eficiente do que a fermentação?

365
EX TRAS!

1 Um dos processos biotecnológicos mais antigos é a utilização de microrganismos para a produção de alimentos.
Num desses processos, certos tipos de bactérias anaeróbicas utilizam os açúcares presentes nos alimentos e realizam sua
oxidação parcial, gerando como produto final da reação o ácido lático.
Qual produto destinado ao consumo humano tem sua produção baseada nesse processo?
a) Pão. d) Vinagre.
b) Vinho. e) Cachaça.
c) Iogurte.

2
A fabricação de cerveja envolve a atuação de enzimas amilases sobre as moléculas de amido da cevada. Sob temperatura
de cerca de 65 °C, ocorre a conversão do amido em maltose e glicose. O caldo obtido (mosto) é fervido para a inativação das
enzimas. Após o resfriamento e a filtração, são adicionados o lúpulo e a levedura para que ocorra a fermentação. A cerveja sofre
maturação de 4 a 40 dias, para ser engarrafada e pasteurizada.
PANEK, A. D. Ciência Hoje, São Paulo, v. 47, n. 279

Dentre as etapas descritas, a atividade biológica no processo ocorre durante o(a)


a) filtração do mosto. d) fermentação da maltose e da glicose.
b) resfriamento do mosto. e) inativação enzimática no aquecimento.
c) pasteurização da bebida.

3 Há milhares de anos o homem faz uso da biotecnologia para a produção de alimentos como pães, cervejas e vinhos.
Na fabricação de pães, por exemplo, são usados fungos unicelulares, chamados de leveduras, que são comercializados como
fermento biológico. Eles são usados para promover o crescimento da massa, deixando-a leve e macia.
O crescimento da massa do pão pelo processo citado é resultante da
a) liberação de gás carbônico. d) produção de ATP.
b) formação de ácido lático. e) liberação de calor.
c) formação de água.

4 O esquema representa, de maneira simplificada, o processo de produção de etanol utilizando milho como
matéria-prima.
Reprodução/Enem, 2016.

Levedura

CO2

Milho Etanol

Hidrólise Fermentação Água

A etapa de hidrólise na produção de etanol a partir do milho é fundamental para que


a) a glicose seja convertida em sacarose.
b) as enzimas dessa planta sejam ativadas.
c) a maceração favoreça a solubilização em água.
d) o amido seja transformado em substratos utilizáveis pela levedura.
e) os grãos com diferentes composições químicas sejam padronizados.

366
11 BIOLOGIA B

M Ó D U L O

Bioenergética: respiração
celular
COMPETÊNCIAS
ESPECÍFICAS
Objetivos de aprendizagem E HABILIDADES
DA BNCC
. Objetivo 1: compreender a estrutura e a origem da mitocôndria. COMPETÊNCIA 1
. Objetivo 2: reconhecer a glicólise como componente da respiração celular. EM13CNT101
. Objetivo 3: entender as principais etapas mitocondriais da respiração celular. COMPETÊNCIA 2
. Objetivo 4: identificar as diferenças entre a fermentação e a respiração celular. EM13CNT202

Neste módulo

1 Mitocôndrias: usinas energéticas da célula


. As mitocôndrias são organelas membranosas nas quais ocorre a maior parte das reações da respira-
ção celular aeróbia. Elas são encontradas somente nas células eucarióticas.
. São organelas formadas por duas membranas lipoproteicas e por material gelatinoso de preenchi-
mento denominado matriz mitocondrial. A membrana interna tem dobras que aumentam a superfície,
denominadas cristas mitocondriais.
. Apresentam DNA circular e ribossomos; assim, realizam autoduplicação e sintetizam proteínas. Essas
características estão associadas com uma provável origem a partir de bactérias que se associaram às
primeiras células eucarióticas.
Elementos fora
de proporção
Cores fantasia

Membrana externa
Espaço intermembranas

MÓDULO 11 - BIOENERGÉTICA: RESPIRAÇÃO CELULAR


Mitocôndria

Ribossomos

Membrana interna

Cristas

Matriz
DNA mitocondrial
BIOLOGIA B

Representação esquemática de mitocôndria. As duas membranas apresentam proteínas diferentes na


sua composição. O espaço intermembranas é muito importante para a atividade mitocondrial.
367
. Na fecundação, geralmente só o núcleo espermático entra no óvulo feminino e participa do desen-
volvimento do embrião. As mitocôndrias do zigoto são fornecidas exclusivamente pelo óvulo. O DNA
mitocondrial é transmitido somente pela linhagem materna.

Elementos fora
de proporção
DNA Cores fantasia
mitocondrial
(origem materna)

DNA Representação
genômico esquemática mostrando
(origem materna que as mitocôndrias têm
e paterna) origem materna em
todos os animais.

2 Respiração celular aeróbia: equação geral e etapas


. A respiração celular aeróbia é o principal processo de fornecimento de ATP para a atividade celular.
Ela necessita de gás oxigênio (O2) e é realizada por células procarióticas e eucarióticas.
. Na respiração aeróbia, ocorre a quebra total da molécula da glicose na presença de O2, com formação
de CO2 e H2O, além de liberação de energia.
C6H12O6 1 6 O2 ñ 6 CO2 1 6 H2O 1 energia (ATP)
. O processo é constituído de três etapas: glicólise, ciclo de Krebs e cadeia respiratória.
. A glicólise é o conjunto de dez reações que ocorrem no citosol, como na fermentação, com a forma-
ção de piruvato, NADH e ATP.

1 glicose 1 2 NAD1 10


reações
→ 2 NADH 1 2 piruvatos 1 2 ATP

. A diferença em relação à fermentação é o destino dos piruvatos e dos hidrogênios do NADH, que
serão transferidos para a mitocôndria, onde ocorrem as etapas seguintes da respiração.

Elementos fora
de proporção Elétrons
Elétrons carregados
Cores fantasia
carregados via NADH e
via NADH FADH2

Glicólise Ciclo
Glicose Piruvato de Cadeia
Krebs respiratória

Citosol
Mitocôndria

ATP ATP
ATP

Representação esquemática das etapas da respiração celular aeróbia. O processo começa no


citosol e continua no interior da mitocôndria.

368
3 Respiração celular: ciclo de Krebs
. O ciclo de Krebs ou ciclo do citrato é um conjunto de reações de desidrogenação (perda de hidro-
gênios) e descarboxilação (perda de CO2) que ocorrem na matriz mitocondrial.
. Esse ciclo tem um papel importante no fornecimento de hidrogênios para o funcionamento da etapa
seguinte, a cadeia respiratória.
. O piruvato perde CO2 e hidrogênio (formação de 1 NADH), originando acetil-coenzima A, um com-
posto de 2 carbonos (2 C) que inicia o ciclo, reagindo com o oxaloacetato, com 4 carbonos (4 C), e
formando citrato, com 6 carbonos (6 C). As reações do ciclo regeneram o oxaloacetato, com liberação
de CO2 e hidrogênios, captados pelo NAD e pelo FAD.

Elementos fora
(2 C) Acetil-CoA
de proporção
Cores fantasia

Citrato (6 C)

(4 C) Oxaloacetato
Isocitrato (6 C)

NADH

CO2 NADH

(4 C) Malato
a-cetoglutarato (5 C)

CO2

(4 C) Fumarato NADH

FADH2 Succinil-CoA (4 C)

Succininato
(4 C) ATP

Representação esquemática do ciclo de Krebs. Ao longo das reações, é formado 1 ATP para cada acetil-CoA
que inicia as reações; todo o CO2 liberado na respiração vem das reações associadas ao ciclo.

. Incluindo a transformação do piruvato em acetil-CoA, as reações do ciclo formam 3 NADH, 1 FADH2


e 1 ATP por volta, além de permitir a liberação de 3 CO2.
Piruvato Elementos fora
CO2 de proporção
NAD1 Cores fantasia
CoA
CoA
NADH

1 H1 Acetil-CoA

MîDULO 11 - BIOENERGÉTICA: RESPIRAÇÃO CELULAR


CoA

Ciclo de CO22
2 CO
Krebs
FADH2 3 NAD1
FAD 3 NADH
ADP 1 Pi
ATP 13 H1
ATP
BIOLOGIA B

Representação esquemática do ciclo de Krebs,


processo de liberação de hidrogênio e CO2.

369
4 Respiração celular: cadeia respiratória e rendimento
. A cadeia respiratória é um processo de transferência de elétrons feito por proteínas da membrana
interna mitocondrial, denominadas citocromos.
. Os elétrons são obtidos dos hidrogênios do NADH e do FADH2, e sua energia é utilizada para bom-
bear prótons H1 para o espaço intermembranas.
. Os prótons H1 retornam para a matriz mitocondrial através de uma enzima, a ATP sintase, que utiliza
a energia da passagem dos prótons para produzir ATP, em um processo de fosforilação oxidativa.

Elementos fora
de proporção
Cores fantasia

Espaço
H1
intermembranas H1 H1 H1
1
H
H1 H1
H1
H1 H1
H1 H 1

Membrana
interna
ATP sintase

Transportador
de elétrons Fluxo de
elétrons 1 O
2 1 2 H
1 H2O
NADH 2
1
NAD

H1 H1 H1 ADP 1 P H1
ATP

Representação esquemática da cadeia respiratória, em que o transporte de elétrons e prótons do hidrogênio permite a produção de ATP pela
ATP sintase.

. No fim do processo, os prótons e elétrons transportados são captados pelo oxigênio, com a formação
de uma molécula de água.
. O rendimento final da respiração celular é de 30 a 32 ATP, dos quais 2 são formados na glicólise e 28
a 30, nas reações na mitocôndria.

DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

1 (UFSM-RS) As mitocôndrias são de origem exclusivamen- a) A- ribossomos, B- membrana interna, C- membrana


te materna. Atualmente está sendo possível rastrear nossos externa, D- cristas
ancestrais através da análise do DNA mitocondrial. Identi- b) A- molécula de DNA, B- matriz, C- cristas, D- membra-
ficando, na figura, as partes de uma mitocôndria, conforme na interna
indicação das setas, marque a alternativa correta. c) A- ribossomos, B- cristas, C- membrana externa,
D- membrana interna
Reprodução/UFSM, 2010.

d) A- cristas, B- membrana externa, C- membrana interna,


D- molécula de DNA
e) A- cristas, B- ribossomos, C- membrana interna, D-
membrana externa

AMABIS, José Mariano; MARTHO, Gilberto Rodrigues. Fundamentos da


Biologia Moderna. 4a ed. São Paulo: Moderna, 2006. p. 157. (adaptado)

370
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

2 (Emescam-ES) vitais. Em células eucariontes, o processo de respiração


A atividade muscular contrátil inicia uma série de even- celular ocorre sequencialmente em
tos fisiológicos e bioquímicos que levam à biogênese da mi- a) três etapas metabólicas: glicólise no citosol, ciclo de
Krebs e fosforilação oxidativa no interior das mitocôn-
tocôndria. Essa biogênese é iniciada com um sinal, que tem
drias. A glicólise é descrita como uma etapa anaeróbia,
sua magnitude relacionada com a intensidade e a duração do pois não necessita de gás oxigênio para ocorrer, en-
estímulo contrátil. É proposto que o exercício de endurance quanto o Ciclo de Krebs e a fosforilação oxidativa ocor-
provoca um maior estímulo à biogênese da organela. rem se houver gás oxigênio.
Disponível em: https://www.efdeportes.com/efd63/mitoc.htm. b) três etapas metabólicas: glicólise e Ciclo de Krebs no
Acesso em: 19 set. 2019 (Adaptação).
citosol, fosforilação oxidativa no interior das mitocôn-
Com base nas informações do texto, pode-se afirmar que drias. As 3 etapas ocorrem obrigatoriamente com a
essa biogênese da mitocôndria pressupõe presença de oxigênio.
a) o envelhecimento e a morte das organelas. c) duas etapas metabólicas: glicólise e Ciclo de Krebs no
b) a ativação do DNA mitocondrial. interior das mitocôndrias. As 2 etapas ocorrem obriga-
toriamente com a presença de oxigênio.
c) uma mudança genética da mitocôndria ativa.
d) três etapas metabólicas: glicólise, fosforilação oxidati-
d) um estágio de dormência da organela.
va no interior das mitocôndrias e Ciclo de Krebs no
3 (UEA-AM) As condições ideais para que ocorra o proces- citosol. A glicólise é descrita como uma etapa anaeró-
so de produção de ATP, realizado pelas mitocôndrias exis- bia, pois não necessita de gás oxigênio para ocorrer,
tentes nas células humanas, são: ______________ de enquanto o Ciclo de Krebs e a fosforilação oxidativa
oxigênio; temperatura próxima de ____ °C; e utilização de ocorrem se houver gás oxigênio.
_________________ como fonte de energia.
6 (UFJF-MG) A maior parte do ATP é produzida na etapa
Assinale a alternativa que completa as lacunas do texto. denominada fosforilação oxidativa, que ocorre nas mito-
a) ausência – 25 – nucleotídeos côndrias. Por que essa fase é assim chamada?
a) Os prótons expulsos para o espaço intermembranas
b) presença – 55 – enzimas
oxidam o ADP e, consequentemente, promovem a sua
c) ausência – 45 – lipídios transformação em ATP.
d) presença – 35 – carboidratos b) Ocorre uma etapa intermediária em que é adicionado
e) presença – 65 – aminoácidos fósforo a proteínas da cadeia transportadora de elé-
trons, promovendo a sua oxidação.
4 (FGV-SP) A produção de adenosina trifosfato (ATP) nas
células eucarióticas animais acontece, essencialmente, c) Há a formação de radicais livres na matriz mitocondrial,
nas cristas mitocondriais, em função de uma cadeia de o que induz a fosforilação do ADP.
proteínas transportadoras de elétrons, a cadeia respira- d) Ocorre a adição de fósforo ao ADP em consequência
tória. O número de moléculas de ATP produzidas nas de reações de oxidorredução.
mitocôndrias é diretamente proporcional ao número de e) O oxigênio oxida a ATP sintase, estresse que induz o
moléculas de aumento da síntese de ATP.
a) glicose e gás oxigênio que atravessam as membranas
mitocondriais. 7 (Unicentro-PR) As mitocôndrias são corpúsculos citoplas-
b) gás oxigênio consumido no ciclo de Krebs, etapa ante- máticos extremamente importantes para o funcionamen-
rior à cadeia respiratória. to celular, pois participam diretamente do metabolismo
c) glicose oxidada no citoplasma celular, na etapa da energético responsável por gerar moléculas de ATP para
glicólise. o uso da célula. Sobre esse processo metabólico, é corre-

MîDULO 11 - BIOENERGƒTICA: RESPIRA‚ÌO CELULAR


d) gás carbônico produzido na cadeia transportadora de to afirmar:
elétrons. a) A glicólise é uma etapa aeróbia de processo de degra-
dação da glicose, pois necessita de oxigênio para ocorrer.
e) água produzida a partir do consumo de gás oxigênio.
b) A quebra da glicose em moléculas de ácido pirúvico
5 (Unesc-MT) Uma quantidade expressiva da energia pre- depende do aparato enzimático das mitocôndrias.
sente nas moléculas orgânicas dos seres vivos é originada,
c) A fosforilação oxidativa representa a etapa de maior
primariamente, da luz solar. Em um processo energético
celular denominado respiração celular, a energia armaze- rendimento energético para a célula.
nada nas moléculas de alimento é transferida para as mo- d) O ciclo do ácido cítrico ocorre nas cristas mitocondriais,
BIOLOGIA B

léculas de ATP, para tornar-se disponível para as atividades com saldo de duas moléculas de ATP.

371
Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Unidade Metabolismo celular – Capítulo 3

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia os itens 1 e 2 da seção • Faça as questões 15 a 17. • Faça as questões 18 e 19.


1e2 Neste módulo. • Leia o item 5.
• Faça as questões 11 a 14.

• Leia os itens 3 e 4 da seção • Faça as questões 24 a 27. • Faça as questões 28 e 29.


3e4 Neste módulo. • Leia os itens 5.1 e 5.2.
• Faça as questões 20 a 23.

PREPARE-SE

No próximo módulo, será estudada a fotossíntese. Para se preparar, assista ao vídeo sobre o assunto.

EX TRAS!

1 Para identificar o corpo, os peritos devem verificar se há


homologia entre o DNA mitocondrial do rapaz e o DNA
Companheira viajante mitocondrial do(a)
Suavemente revelada? Bem no interior de nossas cé- a) pai. d) avó materna.
lulas, uma clandestina e estranha alma existe. Silenciosa- b) filho. e) avô materno.
mente, ela trama e aparece cumprindo seus afazeres do-
c) filha.
mésticos cotidianos, descobrindo seu nicho especial em
nossa fogosa cozinha metabólica, mantendo entropia em 3 Mitocôndrias são organelas citoplasmáticas em que
ocorrem etapas do processo de respiração celular. Nesse
apuros, em ciclos variáveis noturnos e diurnos. Contudo,
processo, moléculas orgânicas são transformadas e, junta-
raramente ela nos acende, apesar de sua fornalha consu-
mente com o O2, são produzidos CO2 e H2O, liberando ener-
mi-la. Sua origem? Microbiana, supomos. Julga-se adapta- gia, que é armazenada na célula na forma de ATP.
da às células eucariontes, considerando-se como escrava
Na espécie humana, o gameta masculino (espermatozoide)
– uma serva a serviço de nossa verdadeira evolução. apresenta, em sua peça intermediária, um conjunto de
McMURRAY, W. C. The traveler. Trends in mitocôndrias, cuja função é
Biochemical Sciences, 1994 (adaptado).
a) facilitar a ruptura da membrana do ovócito.
A organela celular descrita de forma poética no texto é o(a)
b) acelerar sua maturação durante a espermatogênese.
a) centríolo.
c) localizar a tuba uterina para fecundação do gameta
b) lisossomo.
feminino.
c) mitocôndria.
d) aumentar a produção de hormônios sexuais masculinos.
d) complexo golgiense.
e) fornecer energia para sua locomoção.
e) retículo endoplasmático liso.
4 (Unicentro-PR) A equação que ocorre em organismos
2 Para a identificação de um rapaz vítima de aci- vivos e libera maior quantidade de energia é:
dente, fragmentos de tecidos foram retirados e submeti- a) C6H12O6 1 6O2 ñ 6CO2 1 6H2O
dos à extração de DNA nuclear, para comparação com o
b) 6CO2 1 12H2O ñ C6H12O6 1 6H2O 16O2
DNA disponível dos possíveis familiares (pai, avô materno,
avó materna, filho e filha). Como o teste com o DNA nu- c) C6H12O6 ñ 2C3H5OOOH
clear não foi conclusivo, os peritos optaram por usar tam- d) C6H12O6 ñ 2C2H5OH 1 2CO2
bém DNA mitocondrial, para dirimir dúvidas. e) C6H12O6 ñ 2C3H6O3

372
EXTRAS!

5 (Uerj) O ciclo de Krebs, que ocorre no interior das mito- 7 Normalmente, as células do organismo humano
côndrias, é um conjunto de reações químicas aeróbias realizam a respiração aeróbica, na qual o consumo de uma
fundamental no processo de produção de energia para a molécula de glicose gera 38 moléculas de ATP. Contudo,
célula eucarionte. Ele pode ser representado pelo seguin- em condições anaeróbicas, o consumo de uma molécula
te esquema: de glicose pelas células é capaz de gerar apenas duas
moléculas de ATP.
Reprodução/UERJ, 2016.

Reprodução/Enem, 2015.
Admita um ciclo de Krebs que, após a entrada de uma
única molécula de acetil-CoA, ocorra normalmente até a
etapa de produção do fumarato. Ao final da passagem Qual curva representa o perfil de consumo de glicose,
dos produtos desse ciclo pela cadeia respiratória, a quan- para manutenção da homeostase de uma célula que
tidade total de energia produzida, expressa em adenosinas inicialmente está em uma condição anaeróbica e é sub-
trifosfato (ATP), será igual a: metida a um aumento gradual da concentração de
a) 3 b) 4 c) 9 d) 12 oxigênio?
a) 1
6 As proteínas de uma célula eucariótica possuem
peptídeos sinais, que são sequências de aminoácidos res- b) 2
ponsáveis pelo seu endereçamento para as diferentes c) 3
organelas, de acordo com suas funções. Um pesquisador
d) 4
desenvolveu uma nanopartícula capaz de carregar pro-
teínas para dentro de tipos celulares específicos. Agora e) 5
ele quer saber se uma nanopartícula carregada com uma
8 (Unifesp) Obter energia é vital para todos os seres vivos,
proteína bloqueadora do ciclo de Krebs in vitro é capaz
tais como as bactérias, os protozoários, as algas, os
de exercer sua atividade em uma célula cancerosa, po-
fungos, as plantas e os animais. Nesse processo, a ener-
dendo cortar o aporte energético e destruir essas células.
gia é armazenada na forma de ATP, a partir de doado-
Ao escolher essa proteína bloqueadora para carregar as
res e de aceptores de elétrons. Em certos casos, orga-
nanopartículas, o pesquisador deve levar em conta um
nelas como as mitocôndrias são fundamentais para o
peptídeo sinal de endereçamento para qual organela?
processo.

MîDULO 11 - BIOENERGƒTICA: RESPIRA‚ÌO CELULAR


a) Núcleo.
a) Dos organismos citados, quais são os que possuem
b) Mitocôndria. mitocôndrias?
c) Peroxissomo. b) É correto afirmar que, tanto na fermentação quanto na
d) Complexo golgiense. respiração aeróbica, o doador inicial e o aceptor final
e) Retículo endoplasmático. de elétrons são moléculas orgânicas? Justifique.
BIOLOGIA B

373
12 BIOLOGIA B

M Ó D U L O

Bioenergética: fotossíntese
e quimiossíntese

COMPETÊNCIAS
ESPECÍFICAS
Objetivos de aprendizagem E HABILIDADES
DA BNCC
. Objetivo 1: conhecer a origem e a estrutura dos cloroplastos e sua importância para a atividade celular. COMPETÊNCIA 1
. Objetivo 2: reconhecer a equação geral da fotossíntese, a origem do oxigênio e o papel da clorofila EM13CNT101
e dos pigmentos acessórios.
COMPETÊNCIA 2
. Objetivo 3: compreender a fase fotoquímica e entender a importância da fase química da fotossíntese. EM13CNT202
. Objetivo 4: identificar os fatores limitantes e o ponto de compensação fótico.
. Objetivo 5: analisar o processo da quimiossíntese.

Neste módulo

1 Estrutura e origem dos cloroplastos


. Os cloroplastos são organelas membranosas, encontrados nas algas e nos vegetais, e são responsáveis
pela fotossíntese.

Winton Patnode/Science Source/Fotoarena

Fotomicrografia óptica de célula vegetal com destaque para os cloroplastos. Aumento de 500 vezes.

374
. São formados por duas membranas lipoproteicas. Junto à membrana interna, existe uma terceira
membrana que forma sacos discoidais denominados tilacoides.
. Os tilacoides se interligam, formando pilhas chamadas grana. O material de preenchimento entre os
tilacoides é o estroma.

Elementos fora 2 mm
de proporção
Cores fantasia Cloroplasto
Estroma
Tilacoides
Folha

Epiderme superior
Granum

Membrana
tilacoide Espaço
Epiderme inferior
tilacoide
Membrana Membrana
externa interna

Espaço intermembranas

Representação esquemática dos tilacoides, dentro dos quais se encontram clorofilas. Os tilacoides se interligam dentro dos cloroplastos, presentes
em grandes quantidades nas células foliares.

. Os cloroplastos apresentam DNA próprio e capacidade de autoduplicação. A hipótese endossimbiótica


propõe que essas organelas tenham surgido a partir das cianobactérias.

2 Equação geral da fotossíntese e origem do O2


. A fotossíntese é o processo de transformação da energia luminosa (do Sol) em energia química
(armazenada na molécula de carboidrato).
. É um processo de produção de matéria orgânica em forma de carboidrato (fórmula geral CH2O), a partir
de CO2 1 H2O, utilizando energia luminosa captada pela clorofila e com liberação de gás oxigênio (O2).
. A equação geral simplificada da fotossíntese é:

MÓDULO 12 - BIOENERGÉTICA: FOTOSSÍNTESE E QUIMIOSSÍNTESE


Clorofila
CO2 1 2 H2O 1 luz CH2O 1 O2

. Estudos com isótopos radioativos demonstraram que todo o oxigênio liberado vem da água. Por essa
razão, a equação fica:

Clorofila
CO2 1 2 H2O 1 luz CH2O 1 O2 1 H2O

. A equação geral completa da fotossíntese, representando a glicose (C6H12O6), é:


BIOLOGIA B

Clorofila
6 CO2 1 12 H2O* 1 luz C6H12O6 1 6 O2* 1 6 H2O

375
. A fotossíntese ocorre nos cloroplastos.

Elementos fora
de proporção
Cores fantasia

Luz

Glicose

Gás carbônico

Fotossíntese

Gás oxigênio

Água Água

5 átomos de C
átomos de O
5 átomos de H

Representação esquemática da fotossíntese, que produz matéria orgânica a partir de compostos


inorgânicos e luz.

3 Estrutura e função da clorofila


. A clorofila é uma substância fotoexcitável, responsável pela conversão da energia luminosa em ener-
gia química.

Elétron excitado Elementos fora


de proporção
e2 Cores fantasia

Energia
luminosa

Calor

Fóton Energia luminosa


(fluorescência)
Molécula Elétron estável
de
clorofila

Representação esquemática da clorofila, que absorve o fóton de luz e libera


elétrons ricos em energia. Esses elétrons podem perder energia por fluorescência
e calor ou transferir parte dessa energia para outros compostos químicos.

376
. A estrutura da clorofila é semelhante à do grupo heme da hemoglobina, proteína que transporta
oxigênio no sangue.
CH2 CH2 Elementos fora
de proporção
CH3 CH2 CH3 CH2
CH CH Cores fantasia
H3C CH H3C CH

N N N N
Mg Fe
N N N N

H3C CH3 H3C CH3


(CH2)2
(CH2)2 (CH2)2
O
C O
O C C O O C

O OH OH
R O CH3

CLOROFILA HEMOGLOBINA

Representação esquemática das moléculas de clorofila e


hemoglobina. A principal diferença entre as duas moléculas é o
átomo de metal central: magnésio para a clorofila e ferro para a
hemoglobina.

. As clorofilas não absorvem igualmente todos os comprimentos de onda do espectro luminoso. A


absorção é máxima nos comprimentos de onda violeta, azul e vermelha e praticamente nula no verde,
cuja reflexão explica a cor da clorofila.
. Theodore Engelmann demonstrou experimentalmente que, quando exposta à luz decomposta por
um prisma, a alga Spirogyra realiza fotossíntese nas faixas de comprimento de onda azul e vermelho.
As bactérias aeróbias colocadas com o filamento da alga se espalharam para onde havia disponibili-
dade de oxigênio liberado na fotossíntese.
Comprimento da onda de luz (nm)
400 500 600 700 Elementos fora
de proporção
Cores fantasia

Bactérias aeróbias
Cloroplasto

Filamento de alga Spirogyra

MÓDULO 12 - BIOENERGÉTICA: FOTOSSÍNTESE E QUIMIOSSÍNTESE

Prisma

Representação esquemática do experimento


de Engelmann, feito em 1883, que mostra que
Energia luminosa bactérias aeróbias (que necessitam de
BIOLOGIA B

oxigênio) concentram-se nas regiões de uma


alga (Spirogyra) iluminadas com as cores azul
e vermelha.

377
4 O papel dos pigmentos acessórios
. Existem vários pigmentos fotossensíveis nos vegetais, mas somente a clorofila a é capaz de liberar
elétrons ricos em energia. Os demais pigmentos, chamados acessórios, absorvem a luz e transferem
a energia para a clorofila a por um processo de ressonância.
. A clorofila b é um pigmento acessório, que atua na mesma faixa de absorção da clorofila a.
. Os carotenoides são pigmentos acessórios de origem lipídica que absorvem comprimentos de onda
nos quais a absorção pela clorofila é mínima ou nula. Eles incluem o b-caroteno, responsável pela cor
da cenoura e precursor da vitamina A, e a xantofila, que provoca a cor amarela das folhas envelhecidas.
Taxa de absorção da luz pelos
pigmentos fotossintetizantes

Clorofila a
Clorofila b
Carotenoides

400 500 600 700

Comprimento de onda de luz (nm)

Cada pigmento fotossintético tem máxima absorção em comprimentos de


onda diferentes, aumentando a eficiência do processo.

. As clorofilas e os carotenoides associam-se a proteínas na membrana dos tilacoides, formando con-


juntos denominados fotossistemas.

Elementos fora
de proporção
Receptor de
elétrons Cores fantasia

e2

e2

Energia solar

Pigmentos
fotossintéticos

Representação esquemática de um fotossistema, que faz a conversão energética


e libera elétrons ricos em energia.

378
5 Fase fotoquímica da fotossíntese
. A fotossíntese tem duas fases de reações: uma fase inicial de conversão de energia – fase fotoquímica –
e uma fase final de armazenamento de energia – fase química.
Elementos fora CO2
de proporção
H2O Representação
ADP 1 Pi esquemática mostrando
Cores fantasia
que as reações da
ATP fotossíntese necessitam
Energia Fase fotoquímica Fase química de H2O, CO2, NADP e ATP
luminosa (reações de claro) (reações de escuro) Carboidrato
NADPH e formam ATP, NADPH,
carboidrato e O2,
utilizando a energia
luminosa, na presença
O2 NADP de clorofila.

. A fase fotoquímica (luminosa ou reação de claro) ocorre nos tilacoides, com dois processos associa-
dos: a fotofosforilação e a fotólise da água.
. Na fotofosforilação, os elétrons excitados da clorofila são utilizados para a síntese de ATP e produção
de NADPH.
Cadeia de
Cadeia de ATP transporte ATP
transporte de elétrons
Luz de elétrons Luz
Elétrons Energia para
Elétrons Energia para produção
excitados
excitados produção de ATP
(2 e2)
(2 e2) de ATP
NADP1

NADPH
Transportador de elétrons
Clorofila Clorofila

(2 e2)
Elementos fora
de proporção
Cores fantasia H2O H 1 1 H1

Representação esquemática da fotofosforilação cíclica, que retorna os elétrons


para a clorofila e forma ATP. A fotofosforilação acíclica não retorna os elétrons para 1
O2
a clorofila e forma ATP, NADPH, usa H2O e libera O2. 2

. A água é quebrada no processo da fotólise, fornecendo elétrons para a clorofila, prótons H1 para o
NADPH e liberando o oxigênio.
luz Molécula Início do ciclo
2 H2O O2 1 4 H2O1 1 4 e2 CO2
aceptora 5C
Elementos fora

6 Fase química da fotossíntese ADP Carboxilação


de proporção
Cores fantasia

. No estroma, ocorrem as reações do ciclo de Calvin ou ciclo das

MîDULO 12 - BIOENERGÉTICA: FOTOSSÍNTESE E QUIMIOSSÍNTESE


pentoses, que constituem a fase química (ou escura) da fotossíntese.
. A reação inicial é a captação de CO2, que se liga a uma pentose. Regeneração
Ciclo de Calvin 2 moléculas 3C
. A reação é catalisada pela enzima rubisco, a proteína mais abundante
nos vegetais.
Pi
. As reações do ciclo de Calvin utilizam a energia do ATP e os hidro-
gênios do NADPH para a síntese de carboidratos, que podem ser ATP ATP
1
utilizados para a produção de outras moléculas.
NADPH
Redução
Carboidrato
2 3C

Representação esquemática das reações do ciclo de Calvin. ADP 1 Pi NADP1


BIOLOGIA B

Exportação
A carboxilação é a captação do CO2; a redução permite a
produção da triose (3C), que é o produto do ciclo; a
regeneração refaz a pentose (5C), que inicia o ciclo. Sacarose, amido

379
7 Fatores limitantes da fotossíntese
. Os principais fatores do ambiente que limitam a intensidade da fotossíntese são: a luz, o CO2 e a
temperatura.
. A disponibilidade de água e de nutrientes minerais também é limitante, mas tem um efeito indireto,
pois regula processos que afetam a fotossíntese, influenciando toda atividade metabólica do vegetal.

A B C Temperatura ótima das enzimas


Saturação dos Saturação da relacionadas à fotossíntese
fotossistemas enzima rubisco
Taxa fotossintética

Taxa fotossintética

Taxa fotossintética
Desnaturação
enzimática

Intensidade 0,03% 0,3% Concetração 36 °C Temperatura


luminosa de CO2

A saturação luminosa indica que os fotossistemas estão captando o máximo de luz (A); a saturação de CO2 ocorre pela saturação da enzima rubisco, que faz a captação inicial
(B); a temperatura influencia a atividade das enzimas da fase química (C).

8 Ponto de compensação fótico (PCF)


. O vegetal, durante o dia, deve estabelecer equilíbrio entre o consumo de nutrientes orgânicos, na
respiração, e a produção de nutrientes orgânicos, na fotossíntese.
. Para estabelecer esse equilíbrio, a intensidade da fotossíntese deve igualar a intensidade da respiração.
A intensidade luminosa na qual os dois processos se igualam é o ponto de compensação fótico (PCF).
Intensidade do processo

Fotossíntese

Respiração
celular

PCF Intensidade
luminosa

No PCF, a taxa de fotossíntese (produção) iguala a taxa de respiração


(consumo).

. Para crescer, armazenar reservas e se reproduzir, o vegetal necessita de um nível elevado de nutrien-
tes. Por isso, deve ser iluminado por intensidade maior do que seu PCF durante a maior parte do dia.
. Plantas que vivem em lugares sombreados, como a violeta e o cacaueiro, têm PCF baixo e são deno-
minadas umbrófilas (plantas de sombra). Plantas que vivem em lugares com iluminação intensa, como
o girassol e o cacto, têm PCF elevado e são chamadas heliófilas (plantas de sol).

9 Quimiossíntese
. Certas bactérias e arqueas autotróficas produzem carboidratos a partir de CO2, utilizando energia
obtida de compostos minerais, por meio da quimiossíntese.
. As nitrobactérias, as ferrobactérias e as sulfobactérias realizam a quimiossíntese, oxidando compos-
tos nitrogenados, ferrosos e de enxofre, respectivamente.
. Em uma primeira fase, os compostos minerais são utilizados como doadores de elétrons e hidrogênio,
para formar ATP e NADPH.
. Na segunda fase, ocorre o ciclo de Calvin, que utiliza CO2, ATP e NADPH para formar carboidratos.

380
. Em fendas vulcânicas submarinas, são encontradas comunidades mantidas por sulfobactérias qui-
miossintetizantes, que utilizam os compostos de enxofre liberados nas fendas.

Jose Antonio Penas/SPL/Fotoarena

Representação artística de comunidade


próxima à fenda vulcânica marinha, com
vermes, moluscos, anêmonas e peixes,
mantida por sulfobactérias
quimiossintetizantes.

DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

1 (Uerj) Uma amostra de mitocôndrias e outra de cloroplastos foram colocadas em meios de incubação adequados ao meta-
bolismo normal de cada organela. As amostras, preparadas na ausência de luz, foram iluminadas do início até o final do
experimento. Os gráficos abaixo indicam os resultados obtidos, para cada uma das organelas, nos quatro parâmetros medi-
dos no experimento.
Taxa de produção Taxa de consumo
de O2 de O2

1
3 5

2 4
0 Tempo de 0 Tempo de
incubação incubação
Taxa de produção Taxa de produção
de CO2 de ATP

7
3 5

MîDULO 12 - BIOENERGÉTICA: FOTOSSÍNTESE E QUIMIOSSÍNTESE


8

6
Tempo de Tempo de
incubação incubação

Identifique, por seus números, as curvas que correspondem às amostras de mitocôndrias e as que correspondem às amos-
tras de cloroplastos, justificando sua resposta.
BIOLOGIA B

381
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

2 (Unespar) Com base nos conhecimentos sobre fotossín-

Reprodução/UERJ, 2015.
tese, assinale a afirmativa correta.
a) Somente seres eucariontes como Euglenas, Diatomá-
ceas, Algas pardas, Algas vermelhas, Algas verdes e
Plantas são capazes de realizar a fotossíntese.
b) O oxigênio produzido na fotossíntese é proveniente da
quebra da molécula de CO2 absorvido pelas plantas.
c) Os pigmentos fotossintéticos, representados principal-
mente pelas clorofilas, ficam imersos na membrana dos
tilacoides, formando os chamados complexos antena,
responsáveis por capturar a energia luminosa.
d) No processo de fotossíntese são produzidos glicídios
que são transportados por meio do xilema para todas
as partes da planta que não realizam fotossíntese.
e) A clorofila necessita absorver o máximo de energia
luminosa, por isso absorve com maior eficiência os
Após o experimento, o tubo no qual a cor da solução se
comprimentos de onda das luzes verde e amarela, nas
modificou mais rapidamente de vermelha para roxa é o
quais a fotossíntese é mais intensa.
representado pelo seguinte número:
3 (Uerj) Em um experimento, os tubos I, II, III e IV, cujas a) I
aberturas estão totalmente vedadas, são iluminados por
b) II
luzes de mesma potência, durante o mesmo intervalo de
c) III
tempo, mas com cores diferentes. Além da mesma solução
aquosa, cada tubo possui os seguintes conteúdos: d) IV

4 (Uece) A fotossíntese compreende o processo biológico


Reprodução/UERJ, 2015.

realizado pelas plantas, que transformam energia lumino-


sa em energia química e liberam oxigênio, renovando o ar
da atmosfera. A fotossíntese realizada por vegetais produz
oxigênio:
a) A partir da hidrólise da água na fase escura.
b) Por meio da fotólise do gás carbônico atmosférico.
c) Do CO2 resultante da respiração do vegetal.
d) A partir da fotólise da água absorvida pelo vegetal.
A solução aquosa presente nos quatro tubos tem, inicial-
5 (UEL-PR) Leia o texto a seguir.
mente, cor vermelha. Observe, na escala abaixo, a relação
entre a cor da solução e a concentração de dióxido de O químico estadunidense Daniel Nocera anunciou o
carbono no tubo. desenvolvimento de um dispositivo conhecido como “folha
artificial”, capaz de produzir energia elétrica a partir de luz
Reprodução/
UERJ, 2015.

solar e água sem gerar poluentes. A “folha artificial” utiliza


a luz solar para quebrar moléculas de água (H2O), de forma
semelhante ao que ocorre nas plantas durante o processo
de fotossíntese. Entretanto, na “folha artificial”, os átomos de
Os tubos I e III são iluminados por luz amarela, e os tubos hidrogênio e de oxigênio são armazenados em uma célula
II e IV por luz azul. Admita que a espécie de alga utilizada combustível que poderá produzir energia elétrica imediata-
no experimento apresente um único pigmento fotossin- mente ou ser utilizada mais tarde. Nunca uma fonte de ener-
tetizante. O gráfico a seguir relaciona a taxa de fotossín- gia limpa esteve tão associada ao termo “verde”.
tese desse pigmento em função dos comprimentos de (Adaptado de: Ci•ncia Hoje. abr. 2011. Disponível em: http://cienciahoje.uol.com.br/
onda da luz. noticias/2011/04/fotossintese-sintetica. Acesso em: 18 maio 2013.)

382
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

a) No processo realizado pela “folha artificial”, são forma- 7 (Unicamp-SP) O crescimento das plantas é afetado pelo
dos átomos de hidrogênio e de oxigênio. Cite os pro- balanço entre a fotossíntese e a respiração. O padrão de
dutos formados ao final da fase fotoquímica (fase cla- resposta desses dois importantes processos fisiológicos
ra) da fotossíntese vegetal. em função da temperatura é apresentado nos gráficos
abaixo, relativos a duas espécies de plantas.

Espécie X
Processos
(mmol m22s21) fotossíntese
25 respiração
b) O principal objetivo do desenvolvimento da “folha ar-
tificial” é a produção de energia elétrica. Qual a princi- 20
pal utilização da energia armazenada ao final da fase
fotoquímica, no caso da fotossíntese vegetal? 15

10

0
15 20 25 30 35 40 45 Temperatura (°C)

Espécie Y
6 (Unicid-SP) A fotossíntese é o principal processo meta- Processos
(mmol m22s21) fotossíntese
bólico que fornece matéria orgânica e energia aos orga- respiração
25
nismos produtores que sustentam as inúmeras cadeias
alimentares nos ecossistemas. 20
a) Como são denominados os organismos que realizam a
fotossíntese? De que fonte ambiental esses organismos 15
retiram energia para realizar a fotossíntese?
10

0
b) Explique a etapa química da fotossíntese, citando os 15 20 25 30 35 40 45 Temperatura (°C)
produtos dela obtidos.
Sobre as espécies X e Y, é correto afirmar:
a) A espécie Y não apresenta ganho líquido de carbono
a 15 °C.
b) As duas espécies têm perda líquida de carbono a 45 °C.
c) A espécie Y crescerá menos do que a espécie X a 25 °C.

MîDULO 12 - BIOENERGƒTICA: FOTOSSêNTESE E QUIMIOSSêNTESE


d) As duas espécies têm ganho líquido de carbono a 45 °C.

8 (Fameca-SP) Um experimento foi montado para quanti-


ficar a taxa de fotossíntese de uma espécie de planta
aquática em relação à iluminação por luz de diferentes
comprimentos de onda. Quatro tubos de ensaio recebe-
ram o mesmo volume de água e cada tubo um único co-
rante nas cores amarela, vermelha, verde e violeta. Um
ramo da planta aquática foi inserido em cada um dos
tubos que, posteriormente, foram vedados por rolhas. Uma
pipeta graduada, aberta nas extremidades e com um pou-
BIOLOGIA B

co de óleo, foi transpassada em cada rolha. Nesse expe-


rimento, o corante funcionou como um filtro que permitiu

383
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

às plantas dos tubos 1, 2, 3 e 4 receberem maior quanti- b) Qual a relação quantitativa entre a taxa de fotossíntese
dade de luz de comprimento de onda equivalente ao ama- e a taxa de respiração celular no tubo 2? Em relação
relo, vermelho, verde e violeta, respectivamente. A marca ao ponto de compensação fótico, o que se pode afirmar
de óleo em cada pipeta indicava o nível de O2 produzido a respeito da intensidade luminosa projetada sobre a
pelas plantas em cada tubo, conforme a ilustração. planta do tubo 4?
Reprosução/Fameca-SP, 2019.

9 A quimiossíntese é um processo autotrófico realizado por


alguns procariontes, no qual ocorre:
(www.carlsonstockart.com. Adaptado.)
a) formação de átomos de ferro usando oxigênio pelas
a) Por que a planta do tubo 4 apresentou maior rendi- ferrobactérias.
mento na produção de gás oxigênio? Qual tubo contém b) fixação de nitrogênio do ar com liberação de O2 nas
a planta que consumiu menos água? nitrobactérias.
c) produção de matéria orgânica a partir de amônia nas
cianobactérias.
d) síntese de ATP com a energia obtida de sulfatos nas
sulfobactérias.
e) obtenção de NADPH a partir de energia luminosa nas
arqueas.

Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Unidade Metabolismo celular – Capítulo 4

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia os itens 1 a 4 da seção • Faça as questões 5 a 7. • Faça as questões 8 e 9.


1e2 Neste módulo. • Leia os itens 1 a 4.
• Faça as questões 1 a 4.

• Leia os itens 5 e 6 da seção • Faça as questões 14 a 16. • Faça as questões 17 e 18.


3 Neste módulo. • Leia os itens 5 e 6.
• Faça as questões 10 a 13.

• Leia os itens 7 a 9 da seção • Faça as questões 23 a 25. • Faça as questões 26 e 27.


4e5 Neste módulo. • Leia os itens 8 a 10.
• Faça as questões 19 a 22.

384
EX TRAS!

1 Um pesquisador preparou um fragmento do 3


caule de uma flor de margarida para que pudesse ser Um molusco, que vive no litoral oeste dos EUA, pode
observado em microscopia óptica. Também preparou redefinir tudo o que se sabe sobre a divisão entre animais
um fragmento de pele de rato com a mesma finalidade.
e vegetais. Isso porque o molusco (Elysia chlorotica) é um
Infelizmente, após algum descuido, as amostras foram
híbrido de bicho com planta. Cientistas americanos desco-
misturadas.
briram que o molusco conseguiu incorporar um gene das
Que estruturas celulares permitiriam a separação das
algas e, por isso, desenvolveu a capacidade de fazer fotos-
amostras, se reconhecidas?
síntese. É o primeiro animal a se “alimentar” apenas de luz
a) Ribossomos e mitocôndrias, ausentes nas células e CO2, como as plantas.
animais.
GARATONI, B. Superinteressante. Edição 276, mar. 2010 (adaptado).
b) Centríolos e lisossomos, organelas muito numerosas
nas plantas. A capacidade de o molusco fazer fotossíntese deve estar
c) Envoltório nuclear e nucléolo, característicos das célu- associada ao fato de o gene incorporado permitir que ele
las eucarióticas. passe a sintetizar

d) Lisossomos e peroxissomos, organelas exclusivas de a) clorofila, que utiliza a energia do carbono para produzir
células vegetais. glicose.

e) Parede celular e cloroplastos, estruturas características b) citocromo, que utiliza a energia da água para formar
de células vegetais. oxigênio.
c) clorofila, que doa elétrons para converter gás carbôni-
2 A fotossíntese é importante para a vida na Ter-
co em oxigênio.
ra. Nos cloroplastos dos organismos fotossintetizantes,
a energia solar é convertida em energia química que, d) citocromo, que doa elétrons da energia luminosa para
juntamente com água e gás carbônico (CO2), é utilizada produzir glicose.
para a síntese de compostos orgânicos (carboidratos). e) clorofila, que transfere a energia da luz para compostos
A fotossíntese é o único processo de importância bioló- orgânicos.
gica capaz de realizar essa conversão. Todos os orga-
4 A fotossíntese é um processo físico-químico rea-
nismos, incluindo os produtores, aproveitam a energia
lizado por organismos clorofilados. Nos vegetais, é divi-
armazenada nos carboidratos para impulsionar os pro-
dido em duas fases complementares: uma responsável
cessos celulares, liberando CO2 para a atmosfera e água
pela síntese de ATP e pela redução do NADP1 e a outra
para a célula por meio da respiração celular. Além disso,
pela fixação de carbono.
grande fração dos recursos energéticos do planeta, pro-
duzidos tanto no presente (biomassa) como em tempos Para que a etapa produtora de ATP e NADPH ocorra, são
remotos (combustível fóssil), é resultante da atividade essenciais
fotossintética. a) água e oxigênio.
As informações sobre obtenção e transformação dos re- b) glicose e oxigênio.
cursos naturais por meio dos processos vitais de fotossín- c) radiação luminosa e água.
tese e respiração, descritas no texto, permitem concluir
d) glicose e radiação luminosa.
que

MîDULO 12 - BIOENERGƒTICA: FOTOSSêNTESE E QUIMIOSSêNTESE


e) oxigênio e dióxido de carbono.
a) o CO2 e a água são moléculas de alto teor energético.
b) os carboidratos convertem energia solar em energia 5 O aquecimento global, ocasionado pelo aumento
química. do efeito estufa, tem como uma de suas causas a disponi-
bilização acelerada de átomos de carbono para a atmos-
c) a vida na Terra depende, em última análise, da energia
fera. Essa disponibilização acontece, por exemplo, na quei-
proveniente do Sol.
ma de combustíveis fósseis, como a gasolina, os óleos e o
d) o processo respiratório é responsável pela retirada de carvão, que libera o gás carbônico (CO2) para a atmosfera.
carbono da atmosfera. Por outro lado, a produção de metano (CH4), outro gás
e) a produção de biomassa e de combustível fóssil, por si, causador do efeito estufa, está associada à pecuária e à
é responsável pelo aumento de CO2 atmosférico. degradação de matéria orgânica em aterros sanitários.
BIOLOGIA B

385
EXTRAS!

Apesar dos problemas causados pela disponibilização d) proliferação dos cloroplastos.


acelerada dos gases citados, eles são imprescindíveis à e) captação de dióxido de carbono.
vida na Terra e importantes para a manutenção do equi-
líbrio ecológico, porque, por exemplo, o 8
A célula fotovoltaica é uma aplicação prática do efeito
a) metano é fonte de carbono para os organismos fotos-
fotoelétrico. Quando a luz incide sobre certas substâncias,
sintetizantes.
libera elétrons que, circulando livremente de átomo para
b) metano é fonte de hidrogênio para os organismos fo-
átomo, formam uma corrente elétrica. Uma célula foto-
tossintetizantes.
voltaica é composta por uma placa de ferro recoberta por
c) gás carbônico é fonte de energia para os organismos
uma camada de selênio e uma película transparente de
fotossintetizantes.
ouro. A luz atravessa a película, incide sobre o selênio e re-
d) gás carbônico é fonte de carbono inorgânico para os tira elétrons, que são atraídos pelo ouro, um ótimo condu-
organismos fotossintetizantes.
tor de eletricidade. A película de ouro é conectada à placa
e) gás carbônico é fonte de oxigênio molecular para os de ferro, que recebe os elétrons e os devolve para o selênio,
organismos heterotróficos aeróbios. fechando o circuito e formando uma corrente elétrica de
6 A indústria têxtil utiliza grande quantidade de pequena intensidade.
corantes no processo de tingimento dos tecidos. O escu- DIAS, C. B. Célula fotovoltaica. Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 16
ago. 2012 (adaptado).
recimento das águas dos rios causado pelo despejo des-
ses corantes pode desencadear uma série de problemas O processo biológico que se assemelha ao descrito é a
no ecossistema aquático. Considerando esse escurecimen-
a) fotossíntese.
to das águas, o impacto negativo inicial que ocorre é o(a)
a) eutrofização. b) fermentação.

b) proliferação de algas. c) quimiossíntese.

c) inibição da fotossíntese. d) hidrólise de ATP.

d) fotodegradação da matéria orgânica. e) respiração celular.

e) aumento da quantidade de gases dissolvidos. 9 (Fuvest-SP) Em vegetais, as taxas de fotossíntese e de


respiração podem ser calculadas a partir da quantidade
7
de gás oxigênio produzido ou consumido num determi-
Pesquisadores conseguiram estimular a absorção de
nado intervalo de tempo. O gráfico mostra as taxas de
energia luminosa em plantas graças ao uso de nanotubos
respiração e de fotossíntese de uma planta aquática, quan-
de carbono. Para isso, nanotubos de carbono “se inseriram” do se varia a intensidade luminosa.
no interior dos cloroplastos por uma montagem espontâ-
nea, através das membranas dos cloroplastos. Pigmentos Taxa

da planta absorvem as radiações luminosas, os elétrons


são “excitados” e se deslocam no interior de membranas
dos cloroplastos, e a planta utiliza em seguida essa ener-
Fotossíntese
gia elétrica para a fabricação de açúcares. Os nanotubos
de carbono podem absorver comprimentos de onda ha- Respiração

bitualmente não utilizados pelos cloroplastos, e os pesqui-


sadores tiveram a ideia de utilizá-los como “antenas”, esti-
mulando a conversão de energia solar pelos cloroplastos,
l m n o p q r s t Intensidade
com o aumento do transporte de elétrons. luminosa
Nanotubos de carbono incrementam a fotossíntese de plantas. Disponível em:
http://lques.unicamp.br. Acesso em: 14 nov. 2014 (adaptado). a) Em que intensidade luminosa o volume de gás oxigênio
produzido na fotossíntese é igual ao volume desse gás
O aumento da eficiência fotossintética ocorreu pelo fato consumido na respiração?
de os nanotubos de carbono promoverem diretamente a
b) Em que intervalo de intensidade luminosa a planta está
a) utilização de água. gastando suas reservas?
b) absorção de fótons. c) Se a planta for mantida em intensidade luminosa “r”,
c) formação de gás oxigênio. ela pode crescer? Justifique.

386
GABARITO - EXTRAS!

Módulo 10 – Bioenergética: fermentação

1 c
2 d
3 a
4 d

Módulo 11 – Bioenergética: respiração celular

1 c
2 d
3 e
4 a
5 c
6 b
7 e
8 a) Protozoários, algas, fungos, plantas e animais.
b) Não. Na respiração e na fermentação, o doador inicial é a glicose, uma substância orgânica. Na fermentação, o aceptor
final dos elétrons é o piruvato, uma substância orgânica; enquanto, na respiração, o aceptor final é o oxigênio, uma
substância inorgânica.

Módulo 12 – Bioenergética: fotossíntese e quimiossíntese

1 e
2 c
3 e
4 c
5 d
6 c
7 b
8 a
9 a) Na intensidade n, que corresponde ao ponto de compensação fótico (PCF).
b) A planta estará gastando suas reservas no intervalo l-n, quando está iluminada abaixo do seu PCF.
c) Sim, porque, como ela está iluminada acima do seu PCF, a taxa de fotossíntese é maior do que a taxa de respiração, e a
produção de alimento é maior do que o consumo, o que fornece matéria orgânica para o crescimento.
BIOLOGIA B

GABARITO

387
Física Carlos N. Marmo (CARLINHOS)
HARLEY Sato
MADSON Molina
Márcio MIRANDA
Ronaldo CARRILHO
13 FÍSICA A COMPETÊNCIA GERAL C4

M Ó D U L O

Pressão em diferentes
pontos de um fluido
COMPETÊNCIAS
Objetivos de aprendizagem ESPECÍFICAS E
HABILIDADES DA
BNCC
. Objetivo 1: Utilizar o teorema de Stevin para determinar a pressão em um ponto de um fluido, com-
preendendo o significado das diferentes unidades de medida de pressão. COMPETÊNCIA 2
. Objetivo 2: Aplicar o teorema de Stevin para analisar os experimentos de Torricelli, compreendendo EM13CNT204

que o “vácuo não puxa”.


COMPETÊNCIA 3
. Objetivo 3: Utilizar o teorema de Stevin na análise dos fenômenos envolvendo o princípio dos vasos EM13CNT301
comunicantes.
EM13CNT302
. Objetivo 4: Utilizar os teoremas de Stevin e Pascal na análise de diferentes fenômenos naturais e EM13CNT303
aplicações práticas, como a prensa hidráulica. EM13CNT306
EM13CNT310

Neste módulo

1 Teorema de Stevin
psuperf 5 patm

MÓDULO 13 - PRESSÃO EM DIFERENTES PONTOS DE UM FLUIDO


hA

pA

A
FÍSICA A

389
Teorema de Stevin:
I. Dois pontos situados no mesmo plano horizontal, no interior de um mesmo líquido em equilíbrio,
terão sempre a mesma pressão.
II. A pressão pA em um ponto A, no interior de um líquido em equilíbrio, é a soma da pressão na su-
perfície, que na maior parte das vezes é a atmosférica, com a pressão hidrostática.

pA 5 patm 1 d ? g ? hA

Nessa expressão:
. patm é a pressão que a atmosfera exerce sobre a superfície do líquido, em N/m2 5 Pa (pascal).
. d é a densidade do líquido, em kg/m3;
. g é a aceleração gravitacional local, em m/s2;
. hA é a profundidade do ponto A, em m.
Outras unidades de pressão:

1 atm 5 1,013 ? 105 Pa 5 10,3 mca 5 760 mmHg

Nota: A pressão hidrostática em um ponto de um líquido em equilíbrio não depende da extensão ho-
rizontal nem da forma do reservatório em que se encontra.

2 Experimentos de Torricelli
Irrigação dos jardins reais da Toscana
Atmosfera

Vácuo

hágua 5 10,3 m ~ patm ‹ 10,3 mca


patm pB

A B
Lençol freático
Poço

Experimento com tubo de vidro e mercúrio


Vácuo

Atmosfera
Emborcar sem hHg 5 76 cm
patm pB
deixar entrar ar

patm ‹ 76 cmHg

A B

Mercúrio

390
3 Vasos comunicantes
Dois pontos na mesma horizontal, no mesmo líquido em equilíbrio, estão submetidos à mesma pressão
(teorema de Stevin).

pA 5 pB ~

hóleo ~ patm 1 dóleo ? g ? hóleo 5 patm 1 dágua ? g ? hágua ∴


Óleo
hágua

A B
dóleo ? hóleo 5 dágua ? hágua

Água

4 Princípio de Pascal
Em um líquido em equilíbrio, a variação de pressão em um ponto é transmitida integralmente a todos
os outros pontos.

Compress‹o

Prensa hidr‡ulica
Funções da prensa hidráulica:
. multiplicar forças

FB

MÓDULO 13 - PRESSÃO EM DIFERENTES PONTOS DE UM FLUIDO


FA

AA AB

FA FB
pA 5 pB ~ 5
AA AB
FÍSICA A

391
. reduzir deslocamentos

FB

FA

hB
AA AB
hA

VA 5 VB ~ AA ? hA 5 AB ? hB

#cultura_digital
Confira os simuladores a seguir (acessos em: 17 dez. 2020).
- Princípio de Pascal. Disponível em:
https://www.vascak.cz/data/android/physicsatschool/template.php?s5mech_pascal&l5en
- Prensa hidráulica. Disponível em:
https://www.edumedia-sciences.com/en/media/442
- Vasos comunicantes. Disponível em:
https://www.edumedia-sciences.com/fr/media/62-vases-communicants
- Funcionamento de uma bomba-d’água como a dos jardins do palácio do grão-duque da Toscana. Dispo-
nível em:
https://www.edumedia-sciences.com/en/media/513-water-pump

DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

1 Em 1996, o engenheiro civil e mergulhador John Beernaerts teve a ideia de construir, na Bélgica, uma piscina que simulasse
o mar de Bora Bora, ilha no oceano Pacífico famosa pelas águas cristalinas. Seu objetivo era oferecer um ambiente de mer-
gulho seguro para o treinamento de mergulhadores iniciantes e profissionais (biólogos, bombeiros, etc.). Em 2004,
Beernaerts inaugurou, a um custo de 11 milhões de dólares, a Nemo 33. Seu principal poço, de formato cilíndrico, tem
33 m de profundidade (equivalente à altura de um edifício de 11 andares!) e 6 m de diâmetro.
Wikipedia/Wikimedia Commons

392
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

Calcule as pressões hidrostática e total, em N/m2, no fun- 2 (Unesp-SP) O relevo submarino de determinada região
do do poço. Considere que a pressão atmosférica local está representado pelas curvas de nível mostradas na fi-
seja igual a patm 5 105 N/m2, que a densidade da água seja gura, na qual os valores em metros representam as alturas
d 5 1 000 kg/m3 e que g 5 10 m/s2. O esquema seguinte verticais medidas em relação ao nível de referência mais
pode facilitar a resolução desta questão. profundo, mostrado pela linha vermelha.

Reprodução/Unesp,2013.
d
h
g

D2
S5p?
4

Dois peixes, 1 e 2, estão inicialmente em repouso nas po-


sições indicadas e deslocam-se para o ponto P, onde pa-
ram novamente. Considere que toda a região mostrada
na figura esteja submersa, que a água do mar esteja em
equilíbrio e que sua densidade seja igual a 103 kg/m3. Se
g 5 10 m/s2 e 1 atm 5 105 Pa, pode-se afirmar, consideran-
do-se apenas os pontos de partida e de chegada, que,
durante seu movimento, o peixe
a) 2 sofreu uma redução de pressão de 3 atm.
b) 1 sofreu um aumento de pressão de 4 atm.
c) 1 sofreu um aumento de pressão de 6 atm.
d) 2 sofreu uma redução de pressão de 6 atm.
e) 1 sofreu uma redução de pressão de 3 atm.

MÓDULO 13 - PRESSÃO EM DIFERENTES PONTOS DE UM FLUIDO


FÍSICA A

393
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

3 Por volta de 1630, os jardineiros de Fernando II de Médici (1610-1670), o grão-duque da Toscana, se depararam com o se-
guinte problema: por mais que eles se esforçassem e por melhor que fosse a bomba de água dos jardins do palácio, a colu-
na de água dentro da tubulação de recalque nunca atingia uma altura superior a 10,3 m.

Atmosfera

Vácuo

hágua 5 10,3 m

Lençol freático
Poço

Inconformado por não conseguir obter água de seus poços, Fernando procurou Galileu Galilei (1564-1642), solicitando-lhe
que resolvesse aquele problema. Segundo consta, ele teria respondido apenas que “a natureza realmente tem horror ao
vácuo”, como dizia Aristóteles, “mas só até certo limite”.
a) Você concorda com o argumento utilizado por Galileu? Qual foi a hipótese proposta por Evangelista Torricelli (1608-1647),
discípulo de Galileu, para explicar cientificamente esse fato?

b) Utilize o teorema de Stevin para verificar quantitativamente a explicação de Torricelli. Para isso, considere que a pressão
atmosférica local seja patm 5 1,03 ? 105 N/m2, que a densidade da água seja dágua 5 1 000 kg/m3 e que g 5 10 m/s2.

394
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

c) Torricelli era um fiel seguidor do método científico, cujo precursor teórico foi seu mestre, Galileu Galilei. Sendo assim,
Torricelli, auxiliado pelo seu colega Benedetto Castelli (1577-1644), fez o seguinte experimento: usou um tubo de vidro
de 4 pés de comprimento (cerca de 1,2 m), enchendo-o com mercúrio. Depois de tampar a extremidade do tubo, toman-
do cuidado para não entrar ar, ele o emborcou em uma grande cuba cheia de mercúrio. Ao destampar a extremidade do
tubo, verificou que o mercúrio no interior do tubo desceu até que a diferença entre os níveis interior e exterior fosse de
76 cm, conforme a ilustração.

Vácuo

Atmosfera
Emborcar sem hHg 5 76 cm
deixar entrar ar

Mercúrio

De fato, esse experimento confirmou a hipótese de Torricelli: se o mercúrio era 13,6 vezes mais denso que a água, a altura
da coluna de mercúrio deveria ser 13,6 vezes menor do que a de água (10,3 m).

Utilize o teorema de Stevin para verificar essa hipótese. Considere que a pressão atmosférica local seja patm 5 1,03 ? 105 N/m2,
que a densidade do mercúrio seja dHg 5 13 600 kg/m3 e que g 5 10 m/s2.

MÓDULO 13 - PRESSÃO EM DIFERENTES PONTOS DE UM FLUIDO


FÍSICA A

395
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

4 (Unesp-SP) A diferença de pressão máxima que o pulmão de


um ser humano pode gerar por inspiração é em torno de

Reprodução/Unesp,2011.
0,1 ? 105 Pa ou 0,1 atm. Assim, mesmo com a ajuda de um snorkel
(respiradouro), um mergulhador não pode ultrapassar uma pro-
fundidade máxima, já que a pressão sobre os pulmões aumen-
ta à medida que ele mergulha mais fundo, impedindo-os de
inflarem.
Considerando a densidade da água r ã 103 kg/m3 e a aceleração
da gravidade g ã 10 m/s2, a profundidade máxima estimada,
representada por h, a que uma pessoa pode mergulhar respi-
rando com a ajuda de um snorkel é igual a
a) 1,1 ? 102 m. d) 1,0 ? 101 m.
b) 1,0 ? 102 m. e) 1,0 ? 100 m.
c) 1,1 ? 10 m.
1

5 (UFRGS-RS) Em um tubo transparente em forma de U contendo água, verteu-se,

Reprodução/UFRGS,2019.
em uma de suas extremidades, uma dada quantidade de um líquido não miscível
em água. Considere a densidade da água igual a 1 g/cm3. A figura ao lado mostra
a forma como ficaram distribuídos a água e o líquido (em cinza) após o equilíbrio.
Qual é, aproximadamente, o valor da densidade do líquido, em g/cm3?
a) 1,5 c) 0,9 e) 0,5
b) 1,0 d) 0,7

396
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

6 O esquema seguinte mostra, simplificadamente, os dois momentos mais importantes de um ciclo cardíaco humano (vista
frontal do corte de um coração):
Sístole Diástole

Válvula
mitral

Válvula
Válvula tricúspide
aórtica

Válvula
pulmonar

Máxima contração da musculatura do coração. O Relaxamento da musculatura do coração entre


sangue é bombeado para o corpo através das válvulas duas contrações cardíacas. O sangue retorna para
pulmonar e aórtica. o coração através das válvulas tricúspide e mitral.

BLACKDAY/Shutterstock
Normalmente, o sangue bombeado pelo coração exerce cer-
ta pressão contra a parede das artérias. Quando essa pres-
são é sistematicamente alta, o indivíduo é considerado hi-
pertenso. Se não tratada, a hipertensão pode ocasionar
diversos problemas de saúde, por exemplo, derrames cere-
brais, infarto, aumento do coração, insuficiência renal e ce-
gueira. Por esses motivos, um dos principais parâmetros de
controle de saúde de um indivíduo é a medição da pressão
arterial, que sempre deve ser realizada por um profissional
especializado.
Simplificadamente, o procedimento utilizado para medir a
pressão arterial de um indivíduo pode ser resumido da se-
guinte maneira:
1º) Posicionar o paciente em uma cadeira e de modo que seu braço esteja apoiado em um suporte, como uma mesa.
É importante que o paciente esteja calmo.
2º) Enrolar o manguito no braço do paciente, posicionando-o na altura do seu coração. Desse modo, é possível garantir
que as pressões medidas pelo esfigmomanômetro (manômetro de tubo fechado) sejam aproximadamente iguais às da
artéria aorta. O fato de existir apenas um osso no braço torna mais fácil comprimir a artéria branquial lá localizada.
3º) Posicionar o estetoscópio sobre a artéria braquial (ela é encontrada apalpando a parte do braço que ficou por

MÓDULO 13 - PRESSÃO EM DIFERENTES PONTOS DE UM FLUIDO


baixo do manguito).
4º) Inflar o manguito com a pera insufladora até que o fluxo sanguíneo na artéria branquial seja interrompido. Quando
isso acontecer, observar a pressão arterial e continuar insuflando até que o esfigmomanômetro indique uma pressão
30 mmHg superior a esse valor.
5º) Abrir a válvula da bomba para que o ar do manguito se esvazie lentamente.
6º) O primeiro som auscultado ocorre no instante em que o sangue volta a fluir pela artéria braquial, que começa a
abrir e fechar, alternadamente. Nesse momento, a pressão do ar no manguito (e indicada pelo esfigmomanômetro) se
iguala à pressão sistólica (máxima pressão sanguínea).
7º) O último som auscultado ocorre no instante em que a artéria para de abrir e fechar e o sangue passa a fluir livre-
mente pela artéria, sem turbulência. Nesse momento, a pressão do ar no manguito (e indicada pelo esfigmomanôme-
tro) se iguala à pressão diastólica (mínima pressão sanguínea).
FÍSICA A

Esfigmomanômetro: tem origem nos termos gregos sphygmós


("pulso"), manós ("rarefeito") e metron ("medida").

397
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

Esfigmomanômetro
(manômetro de mercúrio –
unidade de medida: mmHg)

A artéria está fechada

Sístole A artéria está


Em função dos graves malefícios causados pelo mercúrio ao
fechando e abrindo
Diástole alternadamente ambiente e à saúde em geral, desde 1o de janeiro de 2019, a
fabricação, a importação e a comercialização de termômetros e
A artéria está aberta
medidores de pressão que utilizam coluna de mercúrio para
diagnóstico em saúde passaram a ser proibidas.

Bolsa inflável
(manguito)
Estetoscópio
Artéria branquial (equipamento para
auscultação)
Válvula
Bomba de ar
(pera insufladora)

A pressão arterial de um indivíduo é considerada “normal” quando a pressão sistólica é igual a 120 mmHg (acima da pressão
atmosférica) e a pressão diastólica é igual a 80 mmHg (acima da pressão atmosférica). Esses valores de pressão correspon-
dem ao que é vulgarmente chamado de “pressão 12 por 8”.
a) Qual é a pressão absoluta que as artérias de um indivíduo com “pressão 12 por 8” estão suportando, em mmHg? Consi-
dere que a pressão atmosférica local seja igual a 760 mmHg.

b) A pressão média em uma veia é 5 mmHg (varia entre 3 mmHg e 7 mmHg), ou seja, seu valor é muito inferior à pressão
arterial. Suponha que um médico precise administrar uma medicação intravenosa em um paciente e que o nível interno da
bolsa de soro se encontre a 68 cm de altura em relação à ponta da agulha. Qual é a pressão do soro ao entrar na veia, em
mmHg? Despreze a pressão do ar no interior da bolsa de plasma, que dsoro 5 1,0 g/cm3, dHg 5 13,6 g/cm3 e g 5 10 m/s2.
Anatta_Tan/Shutterstock

398
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

7 (Unesp-SP) Utilizando-se a balança hidráulica da figura, composta por um tubo preenchido por um fluido e lacrado por dois
êmbolos de áreas diferentes, pode-se determinar a massa de um homem de 70 kg, ao colocá-lo sobre a plataforma S2 de
1 m2 e colocando-se um pequeno objeto sobre a plataforma S1 de 10 cm2.

Reprodução/Unesp,2008.
Determine o valor da massa do objeto colocado em S1, a fim de manter o sistema em equilíbrio estático.

8 (UFSC) Considere a prensa hidráulica dada na figura abaixo, com as seguintes características: área da face 1 (A1 5 5 m2), área
da face 2 (A2 5 1 m2), massa m1 5 10 kg, densidade do fluido r 5 1 kg/m3. Calcule a massa m2 de tal forma que o êmbolo de
área maior fique situado a 1 m acima do êmbolo de área menor. Considere g 5 10 m/s2.
Observação: o desenho não está em escala.

Reprodução/UFSC,2013.

MÓDULO 13 - PRESSÃO EM DIFERENTES PONTOS DE UM FLUIDO


Assinale a alternativa CORRETA.
a) 2 kg b) 1 kg c) 10 kg d) 20 kg e) 3 kg
FÍSICA A

399
Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Estática dos sólidos e dos líquidos – Capítulo 3

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia o item 1 da seção Neste • Faça as questões 5 a 8. • Faça as questões 9 e 10.


1 módulo. • Leia os itens 1 a 3.2.
• Faça as questões 1 a 4.

• Leia o item 2 da seção Neste • Faça as questões 15 a 18. • Faça as questões 19 e 20.
2 módulo. • Leia os itens 3.3 a 3.5.
• Faça as questões 11 a 14.

• Leia o item 3 da seção Neste • Faça as questões 25 a 28. • Faça as questões 29 e 30.
3 módulo. • Leia o item 3.6.
• Faça as questões 21 a 24.

• Leia o item 4 da seção Neste • Faça as questões 35 a 38. • Faça as questões 39 e 40.
4 módulo. • Leia o item 4.
• Faça as questões 31 a 34.

PREPARE-SE

No próximo módulo, vamos estudar a força de empuxo e o teorema de Arquimedes.


1) É importante retomar os conceitos fundamentais sobre o teorema de Stevin. Para isso, assista ao vídeo “Teorema de Stevin” no Plurall.
2) Também é interessante iniciar previamente o estudo do próximo assunto, para que seu aprendizado seja mais fácil. Para isso, veja
o vídeo “Teorema de Arquimedes” no Plurall e traga suas dúvidas para a próxima aula.

EX TRAS!

1 No manual de uma torneira elétrica são fornecidas instruções básicas de instalação para que o produto funcione
corretamente:
- Se a torneira for conectada à caixa-d’água domiciliar, a pressão da água na entrada da torneira deve ser no mínimo 18 kPa
e no máximo 38 kPa.

Reprodução/Enem,2015.
- Para pressões da água entre 38 kPa e 75 kPa ou água proveniente direta-
mente da rede pública, é necessário utilizar o redutor de pressão que acom-
panha o produto.
- Essa torneira elétrica pode ser instalada em um prédio ou em uma casa.
Considere a massa específica da água 1 000 kg/m3 e a aceleração da gravida-
de 10 m/s2.

Para que a torneira funcione corretamente, sem o uso do redutor de pres-


são, quais deverão ser a mínima e a máxima alturas entre a torneira e a
caixa-d’água?
a) 1,8 m e 3,8 m
b) 1,8 m e 7,5 m
c) 3,8 m e 7,5 m
d) 18 m e 38 m
e) 18 m e 75 m

400
EXTRAS!

2 Talvez você já tenha bebido suco usando dois canudinhos iguais. Entretanto, pode-se verificar que, se colocar um
canudo imerso no suco e outro do lado de fora do líquido, fazendo a sucção simultaneamente em ambos, você terá dificul-
dade em bebê-lo. Essa dificuldade ocorre porque o (a)
a) força necessária para a sucção do ar e do suco simultaneamente dobra de valor.
b) densidade do ar é menor que a do suco, portanto, o volume de ar aspirado é muito maior que o volume de suco.
c) velocidade com que o suco sobe deve ser constante nos dois canudos, o que é impossível com um dos canudos de fora.
d) peso da coluna de suco é consideravelmente maior que o peso da coluna de ar, o que dificulta a sucção do líquido.
e) pressão no interior da boca assume praticamente o mesmo valor daquela que atua sobre o suco.

3 (Unesp-SP) O sifão é um dispositivo que permite transferir um líquido de um recipiente mais alto para outro mais baixo, por
meio, por exemplo, de uma mangueira cheia do mesmo líquido. Na figura, que representa, esquematicamente, um sifão uti-
lizado para transferir água de um recipiente sobre uma mesa para outro no piso, R é um registro que, quando fechado, im-
pede o movimento da água. Quando o registro é aberto, a diferença de pressão entre os pontos A e B provoca o escoamen-
to da água para o recipiente de baixo.

Reprodução/Unesp,2013.

Considere que os dois recipientes estejam abertos para a atmosfera, que a densidade da água seja igual a 103 kg/m3 e que
g 5 10 m/s2. De acordo com as medidas indicadas na figura, com o registro R fechado, a diferença de pressão PA – PB, entre
os pontos A e B, em pascal, é igual a

MÓDULO 13 - PRESSÃO EM DIFERENTES PONTOS DE UM FLUIDO


a) 4 000 c) 2 000 e) 12 000
b) 10 000 d) 8 000

4 Para oferecer acessibilidade aos portadores de dificuldade de locomoção, é utilizado, em ônibus e automóveis, o
elevador hidráulico. Nesse dispositivo é usada uma bomba elétrica, para forçar um fluido a passar de uma tubulação estrei-
ta para outra mais larga, e dessa forma acionar um pistão que movimenta a plataforma. Considere um elevador hidráulico
cuja área da cabeça do pistão seja cinco vezes maior do que a área da tubulação que sai da bomba. Desprezando o atrito e
considerando uma aceleração gravitacional de 10 m/s2, deseja-se elevar uma pessoa de 65 kg em uma cadeira de rodas de
15 kg sobre a plataforma de 20 kg. Qual deve ser a força exercida pelo motor da bomba sobre o fluido, para que o cadeiran-
te seja elevado com velocidade constante?
a) 20 N c) 200 N e) 5 000 N
FÍSICA A

b) 100 N d) 1 000 N

401
14 FÍSICA A

M Ó D U L O

Equilíbrio de corpos
imersos em um fluido
COMPETÊNCIAS
Objetivos de aprendizagem ESPECÍFICAS E
HABILIDADES DA
BNCC
. Objetivo 1: Utilizar o teorema de Arquimedes para resolver situações-problema envolvendo empuxo
e equilíbrio de corpos flutuantes. COMPETÊNCIA 2
. Objetivo 2: Aplicar o teorema de Arquimedes na compreensão de fenômenos naturais e em aplicações EM13CNT204

práticas que o envolvam.


COMPETÊNCIA 3
EM13CNT301
Neste módulo EM13CNT302
EM13CNT303
EM13CNT306
1 Teorema de Arquimedes EM13CNT310
Quando um corpo está imerso em um fluido (gás ou líquido) em equilíbrio, ele recebe desse fluido uma
força que o empurra verticalmente para cima. Essa força, denominada empuxo, está aplicada no centro de
massa do fluido deslocado pelo corpo.

Líquido
E deslocado

 Intensidade: E 5 dl ? VId ? g
 
Corpo E  Direção: vertical
PLd

Líquido  Sentido: para cima

2 Corpos totalmente imersos

E
. dC > dl ~ PC > E ~ o corpo afunda;
. dC < dl ~ PC < E ~ o corpo flutua;
. dC 5 dl ~ PC 5 E ~ o corpo permanece em equilíbrio, onde
Corpo
quer que seja abandonado.

PC
Líquido

402
3 Corpos parcialmente imersos
E

Ve
E 5 PC

Corpo VLd

Vld dC
PC VC
5
dl
(fração imersa)
Líquido

#cultura_digital
No site do Departamento de Física da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, encontra-se uma si-
mulação interativa muito simples, porém bastante eficiente sobre o equilíbrio de corpos flutuantes. Dispo-
nível em: http://physics.bu.edu/~duffy/HTML5/fluid_buoyant_force.html. Acesso em: 17 dez. 2020.
Outra interessante simulação (chamada Impulsão nos líquidos) está no site do professor Walter Fendt, onde
você poderá encontrar outra simulação, igualmente simples e eficiente, que possibilita explorar as diversas
grandezas relacionadas a um corpo flutuante pendurado em um dinamômetro. Disponível em: https://www.
walter-fendt.de/html5/phpt/buoyantforce_pt.htm. Acesso em: 17 dez. 2020.

DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

1 Digamos que você esteja segurando uma lata de refrige- como a soma das pressões atmosférica e hidrostática.
rante fechada, debaixo da água, como mostra a figura Obtenha também Dp 5 pinf 2 psup, em N/m2.
seguinte.
patm

40 cm

psuper
60 cm

20 cm

MÓDULO 14 - EQUILÍBRIO DE CORPOS IMERSOS EM UM FLUIDO


pinf

b) As intensidades das forças Finf e Fsup, em N, que a água


Considerando que a densidade da água da piscina seja da piscina aplica nas faces superior e inferior da lata,
igual à dágua 5 103 kg/m3, que a massa da lata de refrige- respectivamente. Suponha que a área da base da lata
rante, supostamente cilíndrica, seja igual a mC 5 350 g, que seja igual a S 5 50 cm2.
a pressão atmosférica local seja igual a patm 5 105 N/m2 e
que o campo gravitacional local seja igual a g 5 10m/s2,
calcule:
a) As pressões pinf e psup, em N/m2, que a água da piscina
FÍSICA A

exerce nas faces superior e inferior da lata, respectiva-


mente. Note que essas pressões devem ser calculadas

403
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

c) A intensidade do empuxo E na lata. Suponha que Arquimedes tenha entrado em sua banhei-
ra, que estava completamente cheia de água, como mos-
tra a figura.

d) O peso de um cilindro de água de piscina cujo volume


é igual ao da lata de refrigerante.

Arquimedes Banheira cheia Tina


de água

Para não desperdiçar água, existe uma tina ao lado dessa


banheira, que permite o recolhimento de toda a água
transbordada. Suponha que a entrada de Arquimedes na
banheira tenha provocado o transbordamento de 50 litros
de água nessa tina.

e) Caso essa lata seja abandonada, ela flutuará, afundará,


ou permanecerá onde está?
Água derramada

50 L

Se a massa de Arquimedes for 80 kg, qual é a intensidade


da normal de contato aplicada pela banheira nele? Con-
sidere dágua 5 103 kg/m3 e g 5 10 m/s2.

2 Há uma curiosidade muito interessante sobre o grande


pensador Arquimedes de Siracusa (287-212 a.C.). De
acordo com Marcus Vitruvius Pollio (c. 80-15 a.C.), en-
genheiro e arquiteto romano, o rei Hierão II de Siracusa
(306-215 a.C.) solicitou a Arquimedes que descobrisse
se a coroa que havia encomendado a seu artesão real-
mente tinha sido construída de ouro maciço. Como des-
cobrir, sem danificar a coroa, que era sagrada, se o ar-
tesão havia enganado o rei? Arquimedes resolveu esse
problema quando foi tomar banho! Ao verificar que o
nível da água subia quando ele entrava em sua banheira,
ele descobriu que o volume da coroa, cujo formato é
bastante irregular, poderia ser determinado dessa mes-
ma maneira. Depois disso, bastaria obter a densidade da
coroa, comparando-a com a do ouro. Conta-se que Ar-
quimedes ficou tão entusiasmado com sua descoberta
que acabou saindo correndo nu pelas ruas, exclamando
Eureka! Eureka! (“Descobri! Descobri!”, em grego). Se-
gundo Vitruvius, o artesão realmente havia falsificado a
coroa do tirano Hierão II, construindo-a de prata e re-
vestindo-a de ouro.

404
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

3 A geleira Perito Moreno é um gigantesco glaciar localiza- c) Apesar do derretimento, muitos desses blocos acabam
do no sul da Patagônia argentina, próximo à divisa com o alcançando o mar. Sabe-se que a densidade da água
Chile. Possui 5 km de largura e 60 m de altura. Seu nome do mar é maior do que a da água doce. A fração imer-
é uma homenagem ao cientista, naturalista e explorador sa desses blocos é alterada quando eles estiverem flu-
argentino Francisco Pascasio Moreno, conhecido como tuando no mar? Justifique.
Perito Moreno (1852-1919). Esse glaciar é considerado uma
das mais importantes reservas de água doce do mundo.
Sua beleza e imponência são realmente admiráveis, como
ilustrado a seguir.
Jixin YU/Shutterstock

d) Quando um bloco de gelo despenca em um lago, ele


tende a aumentar o nível da água nesse lago. O que
ocorre depois que o bloco de gelo derrete no lago?

Como esse glaciar escorre pela montanha com uma velo-


cidade de 2 m por dia, vez por outra, um grande bloco de
gelo se destaca do glaciar e cai no lago de água doce que
o margeia.
a) Qual é, aproximadamente, a fração imersa de um
bloco de gelo que flutua no lago que margeia o
Perito Moreno? Considere a densidade do gelo do
glaciar seja dgelo 5 0,9 g/cm3 e que a da água doce
seja dágua doce 5 1,0 g/cm3.

MîDULO 14 - EQUILêBRIO DE CORPOS IMERSOS EM UM FLUIDO


b) O lago do parque Perito Moreno desemboca no mar.
Muitos blocos de gelo se movem pelo lago, em sentido
ao mar, e nesse percurso eles vão derretendo. A fração
imersa desses blocos é alterada durante o percurso?
Justifique.
FÍSICA A

405
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

4 (Fuvest-SP) Um recipiente cilíndrico vazio flutua em um tanque de água com parte de seu volume submerso, como na figura.

Reprodução/Fuvest,2006.
Note e adote:
. O recipiente possui marcas graduadas igualmente
espaçadas, paredes laterais de volume desprezível
e um fundo grosso e pesado.

Quando o recipiente começa a ser preenchido, lentamente, com água, a altura máxima que a água pode atingir em seu in-
terior, sem que ele afunde totalmente, é melhor representada por
a) c) e)

Reprodução/Fuvest,2006.
Reprodução/Fuvest,2006.

Reprodução/Fuvest,2006.

b) d)
Reprodução/Fuvest,2006.
Reprodução/Fuvest,2006.

Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Estática dos sólidos e dos líquidos – Capítulo 4

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia os itens 1 e 2 da seção • Faça as questões 5 a 8. • Faça as questões 9 e 10.


1 Neste módulo. • Leia os itens 1 a 2.1.
• Faça as questões 1 a 4.

• Leia o item 3 da seção Neste • Faça as questões 15 a 18. • Faça as questões 19 e 20.
2 módulo. • Leia o item 2.2.
• Faça as questões 11 a 14.

PREPARE-SE

No próximo módulo, vamos estudar o teorema do Impulso e aplicar essa lei ao estudo das interações entre corpos e entre corpos
e obstáculos.
Assim, é interessante iniciar previamente o estudo do próximo assunto, para que seu aprendizado seja mais fácil. Para isso, veja o
vídeo “Teorema do impulso” no Plurall e traga suas dúvidas para a próxima aula.

406
EX TRAS!

1 Um brinquedo chamado ludião consiste em um pequeno frasco de vidro, parcialmente preenchido com água, que
é emborcado (virado com a boca para baixo) dentro de uma garrafa PET cheia de água e tampada. Nessa situação, o frasco
fica na parte superior da garrafa conforme mostra a FIGURA 1.

Reprodução/Enem,2010.
Quando a garrafa é pressionada, o frasco se desloca para baixo, como mostrado na FIGURA 2.

Reprodução/Enem,2010.

Ao apertar a garrafa, o movimento de descida do frasco ocorre porque


a) diminui a força para baixo que a água aplica no frasco. d) diminui a força de resistência da água sobre o frasco.
b) aumenta a pressão na parte pressionada da garrafa. e) diminui a pressão que a água aplica na base do frasco.
c) aumenta a quantidade de água que fica dentro do frasco.

2 Um consumidor desconfia que a balança do supermercado não está aferindo corretamente a massa dos produtos.

MîDULO 14 - EQUILêBRIO DE CORPOS IMERSOS EM UM FLUIDO


Ao chegar à casa, resolve conferir se a balança estava descalibrada. Para isso, utiliza um recipiente provido de escala volu-
métrica, contendo 1,0 litro d’água. Ele coloca uma porção dos legumes que comprou dentro do recipiente e observa que a
1
água atinge a marca de 1,5 litro e também que a porção não ficara totalmente submersa, com de seu volume fora d’água.
3
Para concluir o teste, o consumidor, com ajuda da internet, verifica que a densidade dos legumes em questão é a metade da
g
densidade da água, onde rágua 5 1 . No supermercado a balança registrou a massa da porção de legumes igual a
cm3
0,500 kg (meio quilograma).
Considerando que o método adotado tenha boa precisão, o consumidor concluiu que a balança estava descalibrada e de-
veria ter registrado a massa da porção de legumes igual a
a) 0,073 kg c) 0,250 kg. e) 0,750 kg.
FÍSICA A

b) 0,167 kg d) 0,375 kg

407
15 FÍSICA A

M Ó D U L O

Movimento de um corpo
antes, durante e depois
de uma interação
COMPETÊNCIAS
Objetivos de aprendizagem ESPECÍFICAS E
HABILIDADES DA
BNCC
. Objetivo 1: Conceituar impulso de uma força e quantidade de movimento de um corpo, relacionando
esses conceitos por meio do teorema do impulso. COMPETÊNCIA 2
. Objetivo 2: Aplicar o teorema do impulso para estudar o movimento de um corpo antes, durante e EM13CNT204

depois de uma interação, em diferentes situações-problema.


COMPETÊNCIA 3
EM13CNT301
Neste módulo EM13CNT302
EM13CNT303
EM13CNT306
1 Impulso e quantidade de movimento EM13CNT307

1.1 Impulso de uma força

F F Quando aplicamos uma força em


um corpo durante um
determinado intervalo de tempo,
estamos aplicando um impulso
nesse corpo.
t t' 5 t 1 Dt

Se a força for constante:

r r
I 5 F ? ∆t

Nessa expressão:
 Intensidade: I = F ? Dt
 F
r 
IF  Direção: a mesma da força
 Sentido: o mesmo da força, visto que Dt > 0


No SI,  IF  5 N ? s.
 
Se a força for variável, seu impulso deverá ser obtido por meio da área do gráfico F 3 t:

F (N)

IF

0 t t 8 5 t 1 Dt t (s)
408
1.2 Quantidade de movimento (ou momento linear) de um corpo
v

m Quando um corpo se movimenta


em determinado sentido, dizemos
que ele possui uma quantidade de
movimento nesse mesmo sentido.

r r
Q5m?v

Nessa expressão:
 Intensidade: Q 5 m ? v

r 
Q  Direção: a mesma da velocidade
 Sentido: o mesmo da velocidade, visto que m > 0


m
No SI,  Q 5 kg ? m/s. Note que N ? s 5 kg ? .
s

2 Teorema do impulso
De acordo com o teorema do impulso:

r r
IR 5 ∆Q

r r
Nessa expressão, IR é o impulso da resultante (em N ? s) e ∆Q é a variação da quantidade de movimen-
to (em kg ? m/s).

#cultura_digital
No site do professor Joe McCullough, encontram-se diversos textos e animações que mostram a conser-
vação de movimento e o teorema do impulso.
Disponível em: http://joe-mccullough.com/physics/Physics/Impulse_and_Momentum.html. Acesso em:
10 maio 2021.

MîDULO 15 - MOVIMENTO DE UM CORPO ANTES, DURANTE E DEPOIS DE UMA INTERA‚ÌO


DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

r
1 O jogo de bilhar proporciona diversas verificações expe- Determine a intensidade da velocidade v da bola após
rimentais das leis da Dinâmica impulsiva. a tacada, em m/s, sabendo que a intensidade média da
a) A figura seguinte mostra a colisão frontal da extremi- força aplicada pelo taco na bola é Ftaco 5 300 N, que
dade de um taco de bilhar com uma bola inicialmente o intervalo de tempo de interação entre o taco e a bola
em repouso, em vista lateral. é Dt 5 0 ,001 s e que a massa da bola é m 5 150 g.
Antes da colisão
Repouso

Depois da colisão
v
FÍSICA A

409
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

b) Pouco tempo depois da tacada, a bola colide perpen- d) Em determinado momento do jogo, uma bola é lança-
dicularmente à tabela da mesa, retornando, pela mesma da obliquamente em direção à tabela, como mostra a
trajetória, como mostra a figura seguinte, em vista la- figura seguinte, em vista superior.
teral.

Antes da colisão

m vi

Depois da colisão v

vf8 m

a
Sabendo que |v8| 5|v| (colisão perfeitamente elástica) e que
o intervalo de tempo de interação entre a bola e a tabela
da mesa é Dt 5 0,01 s, determine a intensidade da força
Tabela
média aplicada pela tabela na bola durante o impacto.
Determine a intensidade da força média do impacto da
bola sobre a tabela da mesa, sabendo que a velocidade
da bola com a mesa antes da colisão é v 5 2 m/s, a 5 60°,
que o intervalo de tempo de colisão é de Dt 5 0,02 s e
que a colisão é perfeitamente elástica.

c) Suponha que a tabela tenha um sensor que permita


monitorar, eletronicamente, a intensidade da força apli-
cada por ela na bola durante uma colisão. O gráfico
seguinte mostra como a intensidade dessa força variou
durante a colisão estudada por você no item b.

Ftabela (N)
Fm‡x

0 2,00 2,01 t (s)

Determine a intensidade máxima Fm‡x da força aplicada


pela tabela na bola.

Note e adote:
. Em todos os itens, considere que a mesa de bilhar seja perfeitamente plana
e horizontal. Despreze a resistência do ar, os atritos entre as bolas e a mesa,
os atritos entre as bolas e a tabela e o efeito de rotação das bolas.

410
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

2 (Unicamp-SP) Muitos carros possuem um sistema de segurança para os passageiros chamado airbag. Este sistema consiste
em uma bolsa de plástico que é rapidamente inflada quando o carro sofre uma desaceleração brusca, interpondo-se entre
o passageiro e o painel do veículo. Em uma colisão, a função do airbag é
a) aumentar o intervalo de tempo de colisão entre o passageiro e o carro, reduzindo assim a força recebida pelo passageiro.
b) aumentar a variação de momento linear do passageiro durante a colisão, reduzindo assim a força recebida pelo passageiro.
c) diminuir o intervalo de tempo de colisão entre o passageiro e o carro, reduzindo assim a força recebida pelo passageiro.
d) diminuir o impulso recebido pelo passageiro devido ao choque, reduzindo assim a força recebida pelo passageiro.

3 (Fuvest-SP) Compare as colisões de uma bola de vôlei e de uma bola de golfe com o tórax de uma pessoa, parada e em pé.
A bola de vôlei, com massa de 270 g, tem velocidade de 30 m/s quando atinge a pessoa, e a de golfe, com 45 g, tem velo-
cidade de 60 m/s ao atingir a mesma pessoa, nas mesmas condições. Considere ambas as colisões totalmente inelásticas.
É correto apenas o que se afirma em:
a) Antes das colisões, a quantidade de movimento da bola de golfe é maior que a da bola de vôlei.
b) Antes das colisões, a energia cinética da bola de golfe é maior que a da bola de vôlei.
c) Após as colisões, a velocidade da bola de golfe é maior que a da bola de vôlei.
d) Durante as colisões, a força média exercida pela bola de golfe sobre o tórax da pessoa é maior que a exercida pela bola
de vôlei.
e) Durante as colisões, a pressão média exercida pela bola de golfe sobre o tórax da pessoa é maior que a exercida pela bola
de vôlei.

Note e adote:
. A massa da pessoa é muito maior que a massa das bolas.
. As colisões são frontais.
. O tempo de interação da bola de vôlei com o tórax da pessoa é o dobro do tempo de interação da bola de golfe.
. A área média de contato da bola de vôlei com o tórax é 10 vezes maior que a área média de contato da bola de golfe.

MîDULO 15 - MOVIMENTO DE UM CORPO ANTES, DURANTE E DEPOIS DE UMA INTERA‚ÌO


FÍSICA A

411
Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Dinâmica impulsiva – Capítulo 1

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia os itens 1 e 2 da seção • Faça as questões 5 a 8. • Faça as questões 9 e 10.


1 Neste módulo. • Leia os itens 1 a 4.
• Faça as questões 1 a 4.

2 • Faça as questões 11 a 14. • Faça as questões 15 a 18. • Faça as questões 19 e 20.

PREPARE-SE

No próximo módulo, vamos estudar o teorema da conservação da quantidade de movimento, aplicando essa teoria ao estudo de
diversas interações entre os corpos de um sistema, como propulsão de foguetes, colisões e explosões.
1) É importante retomar os conceitos fundamentais do teorema do impulso. Para isso, assista ao vídeo “Teorema do impulso” no Plurall.
2) Também é interessante iniciar previamente o estudo do próximo assunto, para que seu aprendizado seja mais fácil. Para isso, veja
o vídeo "Conservação da quantidade de movimento" no Plurall e traga suas dúvidas para a próxima aula.

EX TRAS!

1 Para entender os movimentos dos corpos, Galileu discutiu o movimento de uma esfera de metal em dois planos
inclinados sem atritos e com a possibilidade de se alterarem os ângulos de inclinação, conforme mostra a figura. Na descri-
ção do experimento, quando a esfera de metal é abandonada para descer um plano inclinado de um determinado nível, ela
sempre atinge, no plano ascendente, no máximo, um nível igual àquele em que foi abandonada.

Reprodução/Enem,2014.

Galileu e o plano inclinado. Disponível em: www.fisica.ufpb.br. Acesso em: 21 ago. 2012 (adaptado).

Se o ângulo de inclinação do plano de subida for reduzido a zero, a esfera


a) manterá sua velocidade constante, pois o impulso resultante sobre ela será nulo.
b) manterá sua velocidade constante, pois o impulso da descida continuará a empurrá-la.
c) diminuirá gradativamente a sua velocidade, pois não haverá mais impulso para empurrá-la.
d) diminuirá gradativamente a sua velocidade, pois o impulso resultante será contrário ao seu movimento.
e) aumentará gradativamente a sua velocidade, pois não haverá nenhum impulso contrário ao seu movimento.

2 Em qualquer obra de construção civil é fundamental a utilização de equipamentos de proteção individual, tal como
capacetes. Por exemplo, a queda livre de um tijolo de massa 2,5 kg de uma altura de 5 m, cujo impacto contra um capacete
pode durar até 0,5 s, resulta em uma força impulsiva média maior do que o peso do tijolo. Suponha que a aceleração gravi-
tacional seja 10 m/s2 e que o efeito de resistência do ar seja desprezível.
A força impulsiva média gerada por esse impacto equivale ao peso de quantos tijolos iguais?
a) 2 b) 5 c) 10 d) 20 e) 50

412
16 FÍSICA A

M Ó D U L O

Conservação da
quantidade de movimento
COMPETÊNCIAS
Objetivos de aprendizagem ESPECÍFICAS E
HABILIDADES DA
BNCC
. Objetivo 1: Utilizar o teorema da conservação da quantidade de movimento para analisar sistemas meca-
nicamente isolados nos quais os corpos se movimentam em uma mesma direção. COMPETÊNCIA 2
. Objetivo 2: Aplicar o teorema da conservação da quantidade de movimento aos sistemas mecanica- EM13CNT204

mente isolados em geral.


COMPETÊNCIA 3
. Objetivo 3: Utilizar o teorema da conservação da quantidade de movimento para analisar as colisões EM13CNT301
unidimensionais.
EM13CNT302
. Objetivo 4: Aplicar o teorema da conservação da quantidade de movimento aos sistemas mecanica- EM13CNT303
mente isolados em situações-problema mais complexas. EM13CNT306
EM13CNT307
Neste módulo

1 Sistemas mecanicamente isolados


Um conjunto de pontos materiais constitui um sistema mecanicamente isolado quando a ação das
forças externas sobre esse sistema é nula. Isso ocorre, fundamentalmente, em três situações:
. Quando não há forças externas aplicadas sobre o sistema.

FB/A FA/B

Gás Quando uma sonda se propaga


(A) pelo espaço longínquo ejetando
gases, a quantidade de movimento
Sonda do sistema “sonda 1 gases” se
(B)

MÓDULO 16 - CONSERVAÇÃO DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO


conserva.
. Quando existem forças externas, mas a sua soma vetorial é nula.

NA NB

FB/A A B FA/B

Quando dois patinadores se


empurram em um plano
FÍSICA A

horizontal, a quantidade de
movimento do sistema formado
PA por eles se conserva.
PB
413
. Quando, em interações muito rápidas, as forças externas são desprezíveis em relação às forças
internas.
FB/A

A B

PA PB

FA/B Quando uma bomba explode, a


quantidade de movimento do
sistema formado por suas partes
se conserva.

2 Conservação da quantidade de movimento


Se um sistema é sistema mecanicamente isolado, então:

rf ri
Qsistema 5 Qsistema

Se o sistema for constituído por n corpos:

r r r r r r
QAf 1 QBf 1...1 Qfn 5 QAi 1 QBi 1...1 Q ni

3 Colisões
3.1 Colis‹o frontal (ou choque mec‰nico unidirecional)
É aquela que ocorre quando os corpos envolvidos não mudam as suas direções de movimento. Por
exemplo:
Antes da colisão

A
vA
mA

B vB
mB
(1)

Depois da colisão

A
v'A
mA
B v'B Representação de uma colisão entre duas
mB bolas de bilhar. Note que, antes da colisão, a
(1) velocidade da bola A é maior que a
velocidade da bola B; após a colisão, a bola B
fica com velocidade maior que a da bola A.

414
3.2 Conservação da quantidade de movimento
Quando dois corpos colidem frontalmente, há conservação de quantidade de movimento. Como não há
mudança de direção nos movimentos, o tratamento algébrico é suficiente para o estudo desse tipo de colisão:

QAf 1 QBf 5 QAi 1 QBi ~ mA ? vAf 1 mB ? vBf 5 mA ? vAi 1 mA ? vBi

Nota: quando um corpo colide frontalmente com um anteparo fixo, não há conservação da quantida-
de de movimento do corpo, pois o sistema não é mecanicamente isolado.

3.3 Coeficiente de restituição (e)


O coeficiente de restituição de uma colisão é definido pela seguinte expressão:

vafastamento vBf 2 vAf


e5 , ou seja, e 5
vaproximação vAi 2 vBi

Note que o coeficiente de restituição é um número adimensional e não pode ser negativo.

3.4 Conservação da energia mecânica


Fundamentalmente, sob o ponto de vista da conservação da energia mecânica (cinética) do sistema,
as colisões são classificadas da seguinte maneira:
. Perfeitamente elásticas
São aquelas em que a energia cinética se conserva. A restituição é total, ou seja, e 5 1.

Caso especial: se mA 5 mB, então vBf 5 vAi e vAf 5 vBi (permuta de velocidades).
. Parcialmente elásticas
São aquelas em que parte da energia cinética é dissipada durante a colisão. A restituição é parcial, ou
seja, 0 < e < 1.
. Inelásticas (ou plásticas)
São aquelas em que toda a energia cinética consumida na deformação dos corpos é dissipada. Não
há restituição, ou seja, e 5 0 (os corpos permanecem unidos após a colisão).

#cultura_digital
No site da Universidade de Colorado, você poderá encontrar a animação interativa Collision Lab, que simu-
la colisões em uma, duas ou três dimensões. Disponível em: https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/
legacy/collision-lab. Acesso em: 4 fev. 2021.

DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

MîDULO 16 - CONSERVA‚ÌO DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO


1 (Famerp-SP) Um núcleo de neodímio, inicialmente em repouso, emite uma partícula alfa com velocidade va 5 7,0 ? 106 m/s e
se transforma em um núcleo de cério.
Reprodução/Famerp,2019.

FÍSICA A

415
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

a) Sabendo que a massa do núcleo de cério é 35 vezes maior que a massa da partícula alfa, calcule o módulo da velocidade,
em m/s, do núcleo de cério após a emissão da partícula alfa. Represente a direção e o sentido dessa velocidade, em relação
r
à va , por meio de um vetor.

b) Considerando que a massa de um próton e a massa de um nêutron tenham, cada uma delas, valor igual a 1,7 ? 10227 kg e
sabendo que a partícula alfa é formada por dois prótons e dois nêutrons, calcule a intensidade do impulso, em N ? s, re-
cebido pela partícula alfa durante sua emissão pelo núcleo de neodímio.

2 Desenhos animados e tirinhas são um prato cheio para discutir conceitos físicos. Muitas vezes, inclusive, servem como pre-
texto para analisar se determinada cena ou ação é impossível no mundo real. Um dos desenhos apropriados para isso é o
do personagem Papa-léguas. Observe a seguir, duas cenas dessa famosa produção.

Reprodução/Warner Bros
Reprodução/Warner Bros

A B

Cena A: mostra o instante em que o Coiote será lançado por uma mola comprimida e fixa a uma parede de pedra.
Cena B: mostra o Coiote instantes antes de ser lançado por um foguete apoiado sobre o solo horizontal por meio de rodinhas.

Note e adote:
. Considere que o peso do Coiote e a resistência do ar
sejam desprezíveis em relação às forças propulsoras.

Sob o ponto de vista da Dinâmica, podemos afirmar que:


a) Os sistemas ilustrados pelas cenas A e B são, ambos, conservativos e isolados.
b) Os sistemas ilustrados pelas cenas A e B são, ambos, não conservativos e não isolados.

416
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

c) O sistema ilustrado pela cena A é não conservativo e b) A energia mecânica dissipada durante a colisão.
isolado, e o sistema ilustrado pela cena B é conserva-
tivo e não isolado.
d) O sistema ilustrado pela cena A é conservativo e não
isolado, e o sistema ilustrado pela cena B é conserva-
tivo e isolado.
e) O sistema ilustrado pela cena A é conservativo e não
isolado, e o sistema ilustrado pela cena B é não conser-
vativo e isolado.

4 (Unicamp-SP) A existência do neutrino e do antineutrino


foi proposta em 1930 por Wolfgang Pauli, que aplicou as
leis de conservação de quantidade de movimento e ener-
gia ao processo de desintegração B. O esquema a seguir
ilustra esse processo para um núcleo de trítio, H3 (um
isótopo do hidrogênio), que se transforma em um núcleo
de hélio, He3, mais um elétron, e2, e um antineutrino, ν. O
núcleo de trítio encontra-se inicialmente em repouso. Após
a desintegração, o núcleo de hélio possui uma quantidade
de movimento com módulo de 12 ? 10224 kg ? m/s e o elé-
tron sai em uma trajetória fazendo um ângulo de 60° com
3 Esteiras rolantes são muito utilizadas em aeroportos do o eixo horizontal e uma quantidade de movimento de
mundo todo para transportar malas entre diferentes níveis. módulo 6,0 ? 10224 kg ? m/s.
Suponha que uma mala de 10 kg caia de uma esteira ro-
lante dentro de um carrinho de 30 kg em repouso com
e2
uma velocidade de 2 m/s e que a esteira forme um ângu-
lo de 60° com a horizontal, conforme ilustrado a seguir.

He3 60¡

H3 a

a) O ângulo a que a trajetória do antineutrino faz com o


eixo horizontal é de 30°. Determine o módulo da quan-
tidade de movimento do antineutrino.

Desprezando a ação de forças resistivas no carrinho e a

MÓDULO 16 - CONSERVAÇÃO DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO


distância entre a extremidade inferior da esteira até o
carrinho, calcule:
a) A velocidade do conjunto “carrinho 1 mala”, logo após
a colisão.

b) Qual é a velocidade do núcleo de hélio após a desinte-


gração? A massa do núcleo de hélio é 5,0 ? 10227 kg.
FÍSICA A

417
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

5 (UEL-PR) Na Copa do Mundo de 2018, observou-se que, 6 (Unicamp-SP) Lótus é uma planta conhecida por uma
para a maioria dos torcedores, um dos fatores que en- característica muito interessante: apesar de crescer em
cantou foi o jogo bem jogado, ao passo que o desen- regiões de lodo, suas folhas estão sempre secas e limpas.
canto ficou por conta de partidas com colisões violen- Isto decorre de sua propriedade hidrofóbica. Gotas de
tas. Muitas dessas colisões travavam as jogadas e, não água na folha de lótus tomam forma aproximadamente
raramente, causavam lesões nos atletas. A charge a esférica e se deslocam quase sem atrito até caírem da
seguir ilustra a narração de um suposto jogo da Copa, folha. Ao se moverem pela folha, as gotas de água captu-
feita por físicos: ram e carregam consigo a sujeira para fora da folha.
a) Quando uma gota de água cai sobre uma folha de lótus,
Reprodução/Uel,2019.

ela quica como se fosse uma bola de borracha batendo


no chão. Considere uma gota, inicialmente em repouso,
caindo sobre uma folha de lótus plana e na horizontal,
a partir de uma altura hi 5 50 cm acima da folha. Qual
é o coeficiente de restituição da colisão se a gota sobe
até uma altura de hf 5 2 cm após quicar a primeira vez
na folha?

Com base na charge e nos conhecimentos sobre colisões


e supondo que, em um jogo de futebol, os jogadores se
comportam como um sistema de partículas ideais, é cor-
reto afirmar que, em uma colisão
a) elástica, a energia cinética total final é menor que a
energia cinética total inicial.
b) elástica, a quantidade de movimento total final é menor
que a quantidade de movimento total inicial.
c) parcialmente inelástica, a energia cinética total final é
menor que a energia cinética total inicial.
d) perfeitamente inelástica, a quantidade de movimento
total inicial é maior que a quantidade de movimento
total final.
e) parcialmente inelástica, a quantidade de movimento
total final é menor que a quantidade de movimento
total inicial.

418
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

b) Considere uma gota de água com velocidade inicial vi 5 3 mm/s deslocando-se e limpando a superfície de uma folha de
lótus plana e na horizontal. Antes de cair da folha, essa gota captura o lodo de uma área de 2 cm2. Suponha que a densi-
dade superficial média de lodo na folha é de 2,5 ? 1023 gramas/cm2. Estime a massa da gota de água e calcule sua veloci-
dade no instante em que ela deixa a folha.

7 Um especialista em armas antigas foi convidado por um grupo multidisciplinar de estudos para avaliar a capacidade de tiro
de um arcabuz (um tipo de espingarda) que foi utilizado na guerra franco-espanhola (1635-1659). Para avaliar esse antigo
arcabuz, o especialista disparou horizontalmente um projétil contra um pêndulo balístico ideal em repouso, conforme ilus-
trado a seguir:

Pêndulo balístico + projétil

MÓDULO 16 - CONSERVAÇÃO DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO


r r
va 1 c vp
Pêndulo balístico H

Projétil 15 cm

Arcabuz + carrinho

r
De acordo com a figura, o disparo do projétil com velocidade vp em sentido ao pêndulo provoca a movimentação do con-
r
junto arcabuz 1 carrinho, que inicialmente estava em repouso, no sentido oposto, com velocidade va 1 c de módulo 0,25 m/s.
FÍSICA A

Perceba ainda que, depois da colisão, o projétil se aloja no centro de massa do bloco do pêndulo, provocando a rotação do
conjunto até uma altura máxima h.

419
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

Determine:

Note e adote:
. As massas do arcabuz (sem munição), do projétil, do carrinho e do pêndulo são respectivamente iguais a 5 kg, 50 g, 75 kg e 19,95 kg.
. A ação da resistência do ar é desprezível em quaisquer movimentos.
. A trajetória do projétil entre o arcabuz e o pêndulo é considerada retilínea.
. A colisão entre o projétil e o pêndulo é considerada praticamente instantânea.
r
a) O módulo da velocidade vp do projétil após o disparo, em m/s.

b) A altura máxima H atingida pelo centro de massa do conjunto bloco 1 projétil, em centímetros.

c) A energia mecânica dissipada na colisão entre o projétil e o pêndulo, em joules.

420
Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Dinâmica impulsiva – Capítulo 2

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia o item 1 da seção Neste • Faça as questões 5 a 8. • Faça as questões 9 e 10.


1 módulo. • Leia os itens 1 a 6.
• Faça as questões 1 a 4.

• Leia o item 2 da seção Neste


2 módulo. • Faça as questões 15 a 18. • Faça as questões 19 e 20.
• Faça as questões 11 a 14.

• Leia o item 3 da seção Neste • Faça as questões 25 a 28. • Faça as questões 29 e 30.
3 módulo. • Leia o item 7.
• Faça as questões 21 a 24.

4 • Faça as questões 31 a 34. • Faça as questões 35 a 38. • Faça as questões 39 e 40.

EX TRAS!

1 O trilho de ar é um dispositivo utilizado em laboratórios de física para analisar movimentos em que corpos de prova
(carrinhos) podem se mover com atrito desprezível. A figura ilustra um trilho horizontal com dois carrinhos (1 e 2) em que
se realiza um experimento para obter a massa do carrinho 2. No instante em que o carrinho 1, de massa 150,0 g passa a se
mover com velocidade escalar constante, o carrinho 2 está em repouso. No momento em que o carrinho 1 se choca com o
carrinho 2, ambos passam a se movimentar juntos com velocidade escalar constante. Os sensores eletrônicos distribuídos
ao longo do trilho determinam as posições e registram os instantes associados à passagem de cada carrinho, gerando os
dados do quadro.

Reprodução/Enem,2016.
Carrinho 1 Carrinho 2

MÓDULO 16 - CONSERVAÇÃO DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO


Posição (cm) Instante (s) Posição (cm) Instante (s)

15,0 0,0 45,0 0,0

30,0 1,0 45,0 1,0

75,0 8,0 75,0 8,0

90,0 11,0 90,0 11,0

Com base nos dados experimentais, o valor da massa do carrinho 2 é igual a:


a) 50,0 g. c) 300,0 g. e) 600,0 g.
FÍSICA A

b) 250,0 g. d) 450,0 g.

421
EXTRAS!

2 Em desenhos animados é comum vermos a per- O movimento dos pêndulos após a primeira colisão está
sonagem tentando impulsionar um barco soprando ar representado em:
contra a vela para compensar a falta de vento. Algumas a)
vezes usam o próprio fôlego, foles ou ventiladores. Estu-
dantes de um laboratório didático resolveram investigar
essa possibilidade. Para isso, usaram dois pequenos carros
de plástico, A e B, instalaram sobre estes pequenas ven-
toinhas e fixaram verticalmente uma cartolina de curva-
tura parabólica para desempenhar uma função análoga à
b)
vela de um barco. No carro B inverteu-se o sentido da
ventoinha e manteve-se a vela, a fim de manter as carac-
terísticas físicas do barco, massa e formato da cartolina.
As figuras representam os carros produzidos. A montagem
do carro A busca simular a situação dos desenhos anima-
dos, pois a ventoinha está direcionada para a vela.

Reprodução/Enem,2016.
c)

d)

Com os carros orientados de acordo com as figuras, os


estudantes ligaram as ventoinhas, aguardaram o fluxo de
ar ficar permanente e determinaram os módulos das ve-
locidades médias dos carros A (VA) e B (VB) para o mesmo e)
intervalo de tempo.
A respeito das intensidades das velocidades médias e do
sentido de movimento do carro A, os estudantes obser-
varam que:
a) VA 5 0; VB > 0; o carro A não se move.
b) 0 < VA < VB; o carro A se move para a direita.
4 (Fuvest-SP) Uma caminhonete, de massa 2 000 kg, bateu
c) 0 < VA < VB; o carro A se move para a esquerda.
na traseira de um sedã, de massa 1 000 kg, que estava
d) 0 < VB < VA; o carro A se move para a direita. parado no semáforo, em uma rua horizontal. Após o im-
e) 0 < VB < VA; o carro A se move para a esquerda. pacto, os dois veículos deslizaram como um único bloco.
Para a perícia, o motorista da caminhonete alegou que
3 O pêndulo de Newton pode ser constituído por estava a menos de 20 km/h quando o acidente ocorreu.
cinco pêndulos idênticos suspensos em um mesmo su- A perícia constatou, analisando as marcas de frenagem,
porte. Em um dado instante, as esferas de três pêndulos que a caminhonete arrastou o sedã, em linha reta, por uma
são deslocadas para a esquerda e liberadas, deslocando- distância de 10 m. Com este dado e estimando que o
-se para a direita e colidindo elasticamente com as outras coeficiente de atrito cinético entre os pneus dos veículos
duas esferas, que inicialmente estavam paradas. e o asfalto, no local do acidente, era 0,5, a perícia concluiu
que a velocidade real da caminhonete, em km/h, no mo-
mento da colisão era, aproximadamente,
Note e adote:
. Aceleração da gravidade: 10 m/s2.
. Desconsidere a massa dos motoristas e a resistência do ar.
a) 10. c) 36. e) 54.
b) 15. d) 48.

422
GABARITO - EXTRAS!

Módulo 13 – Pressão em diferentes pontos de um fluido

1 a
2 e
3 d
4 c

Módulo 14 – Equilíbrio de corpos imersos em um fluido

1 c
2 d

Módulo 15 – Movimento de um corpo antes, durante e depois de uma interação

1 a
2 a

Módulo 16 – Conservação da quantidade de movimento

1 c
2 b
3 c
4 e

GABARITO - EXTRAS!
FÍSICA A

423
11 FÍSICA B COMPETÊNCIAS GERAIS C1.C2.C4

M Ó D U L O

Potência

COMPETÊNCIA
ESPECÍFICA
Objetivo de aprendizagem E HABILIDADE
DA BNCC
. Objetivo 1: Analisar e determinar a taxa de transferência em contextos de transformação de energia.
COMPETÊNCIA 1
EM13CNT101
Neste módulo

1 Conceito de máquina
Energia luminosa

Televisor
Energia elétrica Energia sonora
(m‡quina)

Energia térmica

Como transforma energia, um televisor pode ser considerado uma máquina. Nesse tipo de
dispositivo, uma modalidade de energia pode ser transformada em diversas outras
modalidades.

2 Potência média (Pm)


∆E τ
Pm = =
∆t ∆t

No Sistema Internacional de Unidades (SI), a unidade de potência é:

 ∆E  J
 P  =   = = W (watt) 5 J/s 5 W (watt)
 ∆t  s

3 Rendimento (h)
Eútil Pútil
h= =
Etotal Ptotal

O intervalo algébrico do rendimento de uma máquina é: 0 , h < 1. Em porcentagem:

0 , h < 100%

424
DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

1 As imagens a seguir são de um chuveiro elétrico.

Daniel Cymbalista/Fotoarena

Daniel Cymbalista/Fotoarena
Esse dispositivo é capaz de transformar energia de modo a aquecer a água utilizada no banho. No chuveiro elétrico há uma
chave que possibilita a escolha de seu funcionamento em duas “estações” (inverno/verão).

Considerando um chuveiro que tenha as inscrições 2 200 W/3 600 W, responda:


a) Ele pode ser considerado uma máquina? Que tipos de energia estão sendo transformados?

b) O que justifica haver dois valores de potência? Relacione os diferentes valores de potência com a chave nas posições
“inverno” e “verão”.

c) Sabendo-se que uma lâmpada LED tem potência de 10 W, um chuveiro funcionando com a chave na posição “inver-
no” corresponde à potência de quantas dessas lâmpadas acesas simultaneamente?

MîDULO 11 - POTÊNCIA
FÍSICA B

425
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

2 A quantidade de energia elétrica consumida por uma residência é medida por um dispositivo conhecido como “relógio de luz”.
Para fazer a medição do consumo mensal, um funcionário da concessionária de energia faz a leitura desse aparelho. Em se-
guida, pela diferença entre os valores indicados na leitura atual e na do mês anterior, é possível determinar a quantidade de
energia elétrica consumida pela residência no último mês.

Em 2020, devido à pandemia causada pelo novo coronavírus (covid-19), algumas concessionárias de energia optaram por
não fazer a leitura dos relógios de luz para preservar o isolamento social de seus funcionários. A quantidade de energia
consumida foi calculada, então, pela média de consumo dos últimos 12 meses, em função do histórico de faturamento.
Celio Coscia/Fotoarena

Exemplo de conta de
Dispositivo medidor de consumo de energia elétrica. luz de uma
concessionária de
energia. O histórico de
faturamento
(destaque) registra o
consumo de energia da
residência nos últimos
12 meses.

Considerando o texto e os dados apresentados, responda:


a) Como consumidor, qual é a importância de conhecer o histórico de consumo de energia elétrica de sua residência?

b) Debata com os colegas como propor ações que possam diminuir o consumo de energia elétrica de uma residência.

426
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

c) Nas duas imagens apresentadas, pode-se notar que a 3 (Famerp-SP) Em uma competição automobilística, deter-
unidade de energia utilizada é o quilowatt-hora (kWh). minado piloto realiza 20 voltas na pista em 30 minutos.
Diferentemente de joule (J), que é a unidade de energia a) Sabendo que o comprimento da pista é de 6,0 km cal-
do Sistema Internacional de Unidades, o kWh é uma cule a distância, em quilômetros, percorrida por esse
unidade de energia empregada no contexto da eletrici- piloto em 5,0 minutos, considerando que sua velocida-
dade e pode ser definido por meio da expressão da de escalar média nesse intervalo de tempo seja igual à
potência, como mostrado a seguir. velocidade escalar média nas 20 voltas.
∆E
P= ⇒ ∆E = P ⋅ ∆t
∆t

Nessa expressão, ao utilizar a potência em quilowatt


(kW) e o tempo em hora (h), obtém-se a unidade de
energia quilowatt-hora (kWh):

Sistema Internacional: J W s

DE 5 P ? Dt

Sistema usual: kWh kW h

De acordo com a expressão acima, determine a relação


de equivalência entre kWh e J.

b) Nessa pista, há uma reta plana e horizontal. Durante


a competição, determinado carro, com massa total
1 000 kg, entra nessa reta com velocidade de 60 m/s
e, depois de 10 segundos, chega ao seu final com
velocidade de 80 m/s. Calcule a potência útil média,
em watts, desenvolvida por esse carro nessa reta.

MîDULO 11 - POTÊNCIA
FÍSICA B

427
Reprodução/UNESP, 2017.
4 (Unesp-SP) As pás de um gerador eólico de pequeno porte realizam 300 rotações
por minuto. A transformação da energia cinética das pás em energia elétrica pelo
gerador tem rendimento de 60%, o que resulta na obtenção de 1 500 W de potência
elétrica.
Considerando p 5 3 calcule o módulo da velocidade angular, em rad/s, e da velocida-
de escalar, em m/s, de um ponto P situado na extremidade de uma das pás, a 1,2 m do
centro de rotação. Determine a quantidade de energia cinética, em joules, transferida
do vento para as pás do gerador em um minuto. Apresente os cálculos.

Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Unidade Dinâmica energética – Capítulo 6

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia o item 1 da seção Neste • Leia os itens 1 a 3. • Faça as questões 9 a 11.


1 m—dulo. • Faça as questões 5 a 8.
• Faça as questões 1 a 4.

EX TRAS!

1 Durante a primeira fase do projeto de uma usina Para atender essa determinação, o valor mínimo do fluxo
de geração de energia elétrica, os engenheiros da equipe de água, em kg/s, para a refrigeração da usina deve ser
de avaliação de impactos ambientais procuram saber se mais próximo de
esse projeto está de acordo com as normas ambientais. a) 42. b) 84. c) 167. d) 250. e) 500.
A nova planta estará localizada à beira de um rio, cuja
temperatura média da água é de 25 °C e usará a sua água 2 Para irrigar sua plantação, um produtor rural cons-
truiu um reservatório a 20 metros de altura a partir da
somente para refrigeração. O projeto pretende que a usi-
barragem de onde será bombeada a água. Para alimentar
na opere com 1,0 MW de potência elétrica e, em razão de
o motor elétrico das bombas, ele instalou um painel foto-
restrições técnicas, o dobro dessa potência será dissipada
voltaico. A potência do painel varia de acordo com a in-
por seu sistema de arrefecimento, na forma de calor. Para
cidência solar, chegando a um valor de pico de 80 W ao
atender a resolução número 430, de 13 de maio de 2011,
meio-dia. Porém, entre as 11 horas e 30 minutos e as
do Conselho Nacional do Meio Ambiente, com uma ampla
12 horas e 30 minutos, disponibiliza uma potência média
margem de segurança, os engenheiros determinaram que
de 50 W. Considere a aceleração da gravidade igual a
a água só poderá ser devolvida ao rio com um aumento
10 m/s2 e uma eficiência de transferência energética de 100%.
de temperatura de, no máximo, 3 °C em relação à tempe-
ratura da água do rio captada pelo sistema de arrefeci- Qual é o volume de água, em litros, bombeado para o
mento. Considere o calor específico da água igual a reservatório no intervalo de tempo citado?
( )
4 kJ / kg ⋅ °C . a) 150 b) 250 c) 450 d) 900 e) 1 440

428
12 FÍSICA B

M Ó D U L O

Movimentos verticais de
corpos próximos à
superfície da Terra
COMPETÊNCIAS
ESPECÍFICAS
Objetivos de aprendizagem E HABILIDADES
DA BNCC
. Objetivo 1: Descrever o movimento de queda livre de um corpo caracterizando posição, velocidade
COMPETÊNCIA 2
e aceleração como funções do tempo. EM13CNT204
. Objetivo 2: Calcular o tempo de queda e a velocidade final de um corpo em queda livre. COMPETÊNCIA 3
. Objetivo 3: Descrever o movimento de um corpo submetido a um lançamento vertical caracterizando EM13CNT301

posição, velocidade e aceleração como funções do tempo. EM13CNT302


EM13CNT303
. Objetivo 4: Determinar a posição e a velocidade de um corpo submetido a um lançamento vertical
para um determinado instante.

Neste módulo

1 Queda livre e lançamento vertical


1.1 Aceleração na superfície da Terra
Um corpo em queda livre ou em lançamento vertical adquire um movimento retilíneo uniformemente
variado com aceleração em módulo igual ao campo gravitacional local.

MÓDULO 12 - MOVIMENTOS VERTICAIS DE CORPOS PRÓXIMOS À SUPERFÍCIE DA TERRA


r r r
g 5g 5a t0 5 0; s0 5 0 v0 5 0

1.2 Equações da queda livre


Orientando o eixo verticalmente para baixo e adotando a origem no ponto onde
o corpo foi abandonado:

s0 5 0 v0 5 0 a5g

MUV Queda livre


v
a g 2
s 5 s0 1 v0 ? t 1 ? t2 y5 ?t
2 2

v 5 v0 1 a ? t vy = g ⋅ t
FÍSICA B

v 2 5 v02 1 2 ? a ? Ds v y2 = 2 ⋅ g ⋅ ∆y

y
429
y
1.3 Equações do lançamento vertical
Orientando o eixo verticalmente para cima e adotando a origem no ponto em que
o corpo foi lançado verticalmente para cima com velocidade inicial v0:

s0 5 0 v0 5 vo a 5 2g
y

MUV Queda livre


v
a 2 g 2
s = s0 + v0 ⋅ t + ⋅t y 5 v0 ⋅ t 2 ⋅t
2 y 2

v = v0 + a ⋅t vy = v0 − g ⋅ t
y

v0
v 2 = v02 + 2 ⋅ a ⋅ ∆s vy2 = v0 2
− 2 ⋅ g ⋅ ∆y
y

s0 5 0 t0 5 0

DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

1 Em uma sala de aula, o professor pergunta aos alunos: “Se fosse possível abandonar simulta-
neamente, e da mesma altura, duas garrafas plásticas idênticas, uma contendo água e a outra
vazia (isto é, contendo apenas ar), posicionadas verticalmente (como mostra a imagem), qual
delas chegaria primeiro ao chão?”
Enquanto uma parte dos alunos responde que a garrafa mais pesada (que está cheia de
água) chega primeiro, outros dizem que ambas chegam juntas.
a) O que você pensa que aconteceria? Explique sua resposta.

b) Admitindo que o módulo da força de resistência do ar que age sobre a(s) garrafa(s) seja muito menor que o módulo da
força gravitacional, qual é a aceleração da(s) garrafa(s) e que tipo de movimento ela(s) executa(m) durante a queda?

430
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

c) Supondo que a base das garrafas esteja a uma altura h do solo, determine o tempo de queda e a velocidade com que elas
atingem o solo. Dê sua resposta em função de h e do módulo do campo gravitacional g.

d) A imagem ao lado representa uma fotografia de múltipla


exposição para uma garrafa que cai em queda livre de uma
altura de 80 cm, a partir do repouso, sob ação de um cam- t0 5 0 v0 5 0
po gravitacional de, aproximadamente, 10 m/s2. Despreze 0
qualquer efeito dissipativo. O primeiro instantâneo foi rea- t1 5 0,1 s v1 5
lizado no instante inicial t0 = 0 e cada instantâneo posterior
foi feito após 0,1 s.
Marque, na própria figura, as posições correspondentes à t2 5 0,2 s v2 5
base da garrafa em cada instantâneo. Anote também os
deslocamentos da garrafa entre cada par de instantâneos
consecutivos e represente, em escala, o vetor velocidade em
cada posição, indicando sua intensidade.

t3 5 0,3 s

v3 5

t4 5 0,4 s

0,80

MîDULO 12 - MOVIMENTOS VERTICAIS DE CORPOS PRÓXIMOS À SUPERFÍCIE DA TERRA


v4 5
y (m)

a 2 g v 5 v0 + a ? t ⇒ v y 5 g ? t
y 5 s0 1 v0 ? t 1 ?t ⇒ y 5 ? t2
2 2

t1 5 0,1 s

t2 5 0,2 s

t3 5 0,3 s
FÍSICA B

t4 5 0,4 s

431
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

2 (UEL-PR) Nas origens do estudo sobre o movimento, o 3 (Unesp-SP) Em um dia de calmaria, um garoto sobre uma
filósofo grego Aristóteles (384/383-322 a.C.) dizia que ponte deixa cair, verticalmente e a partir do repouso, uma
tudo o que havia no mundo pertencia ao seu lugar natural. bola no instante t0 5 0 s. A bola atinge, no instante t4, um
De acordo com esse modelo, a terra apresenta-se em seu ponto localizado no nível das águas do rio e à distância h
lugar natural abaixo da água, a água abaixo do ar, e o ar, do ponto de lançamento. A figura apresenta, fora de es-
por sua vez, abaixo do fogo, e acima de tudo um local cala, cinco posições da bola, relativas aos instantes t0, t1,
perfeito constituído pelo manto de estrelas, pela Lua, pelo t2, t3 e t4. Sabe-se que entre os instantes t2 e t3 a bola
Sol e pelos demais planetas. Dessa forma, o modelo aris- percorre 6,25 m e que g 5 10 m/s2.
totélico explicava o motivo pelo qual a chama da vela
tenta escapar do pavio, para cima, a areia cai de nossas

Reprodução/UNESP, 2013.
mãos ao chão, e o rio corre para o mar, que se encontra
acima da terra. A mecânica aristotélica também defendia
que um corpo de maior quantidade de massa cai mais
rápido que um corpo de menor massa, conhecimento que
foi contrariado séculos depois, principalmente pelos es-
tudos realizados por Galileu, Kepler e Newton.
Com o avanço do conhecimento científico acerca da que-
da livre dos corpos, assinale a alternativa que indica, cor-
retamente, o gráfico de deslocamento versus tempo que
melhor representa esse movimento em regiões onde a
resistência do ar é desprezível.
a)

Desprezando a resistência do ar e sabendo que o interva-


lo de tempo entre duas posições consecutivas apresen-
tadas na figura é sempre o mesmo, pode-se afirmar que
b)
a distância h, em metros, é igual a
a) 25. b) 28. c) 22. d) 30. e) 20.

c)

d)
Reprodução/UEL, 2015.

e)

432
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

4 (Cefet-MG) Uma garota lança uma pedra verticalmente (A) posição inicial: o atleta está deixando o trampolim
para cima. Sendo a o módulo da aceleração e v o módulo com velocidade vertical v0 = 4,5 m/s;
da velocidade da mesma, no ponto mais alto de sua tra-
(B) ponto mais elevado: o atleta inverte o sentido de mo-
jetória, é correto afirmar que v é ___________ a (de) zero,
vimento;
se a for ___________ a (de) zero.
(C) mesma altura: o atleta passa pela posição inicial em
Os termos que completam de forma correta e, respecti-
sentido contrário;
vamente, as lacunas são
a) igual, igual c) diferente, igual (D) fim do salto: o centro de massa do atleta completa o
percurso chegando à água.
b) igual, diferente d) diferente, diferente
Embora o atleta não execute um movimento exclusiva-
5 (Cefet-MG) Um foguete de brinquedo é lançado vertical-
mente vertical, é possível considerá-lo um lançamento
mente para cima devido à ação de uma força propulsora.
vertical, pois o deslocamento horizontal é muito pequeno
Desprezando-se a resistência do ar, no instante em que o
quando comparado ao vertical. Além disso, despreze a
combustível acaba, esse foguete ____________ em mo-
altura do centro de massa do atleta, em relação ao tram-
vimento retilíneo ______________.
polim, e as resistências oferecidas pelos fluidos (ar e água).
Os termos que preenchem, corretamente, as lacunas são Nessas condições, responda aos itens abaixo:
a) sobe, acelerado. c) desce, uniforme.
Note e adote:
b) sobe, retardado. d) desce, acelerado. g 5 10 m/s2; 4,52 à 20; 80 à 9

6 Nos Jogos Olímpicos existem seis tipos de salto ornamen- a) Qual é o instante tB em que o atleta atinge a altura
tal em piscinas, que são definidos pela posição em que o máxima?
atleta deve iniciar e concluir o seu salto. No salto para trás,
realizado no trampolim de 3 m de altura (em relação à
superfície da água), o atleta começa de costas para a
piscina e a queda deve se dar no mesmo sentido. Na figu-
ra abaixo, o atleta está representado (com destaque para
o seu centro de massa) em quatro posições distintas:

(B)
b) Qual é a altura máxima, ymáx, em relação à superfície da
água da piscina?

MÓDULO 12 - MOVIMENTOS VERTICAIS DE CORPOS PRÓXIMOS À SUPERFÍCIE DA TERRA


c) Quais são o instante tC e a velocidade vC do atleta na
r posição C?
v0 5 4,5 m/s
(C)
(A)

d) Determine o instante tD e a velocidade vD do atleta na


posição D.

0 Superfície
FÍSICA B

(D)
da água

433
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

7 (FMP-SP) Em um certo planeta, um corpo é atirado verticalmente para cima, no vácuo, de um ponto acima do solo horizontal.
A altura, em metros, atingida pelo corpo é dada pela função h(t ) 5 A ? t 2 1 B ? t 1 C, em que t está em segundos. Decorridos 4
segundos do lançamento, o corpo atinge a altura máxima de 9 metros e, 10 segundos após o lançamento, o corpo toca o solo.
A altura do ponto de lançamento, em metros, é
a) 0.
b) 2.
c) 3.
d) 5.
e) 6.

Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Unidade Cinemática – Capítulo 5

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia os itens 1.1 e 1.2 da • Leia os itens 1, 2, 4 e 4.1.


1 seção Neste módulo. –
• Faça as questões 1 e 2.

• Faça a questão 3. • Faça as questões 4, 5 e 6. • Faça a questão 7.


2

• Leia o item 1.3 da seção • Leia os itens 3 e 4.2. • Faça a questão 14.
3 Neste módulo.
• Faça as questões 8 e 9.

• Faça a questão 10. • Faça as questões 11 a 13. • Faça a questão 15.


4

434
EX TRAS!

1
Ao soltar um martelo e uma pena na Lua em 1973, o astronauta David Scott confirmou que ambos atingiram juntos a super-
fície. O cientista italiano Galileu Galilei (1564-1642), um dos maiores pensadores de todos os tempos, previu que, se minimizar-
mos a resistência do ar, os corpos chegariam juntos à superfície.
OLIVEIRA, A. A influência do olhar. Disponível em: www.cienciahoje.org.br. Acesso em: 15 ago. 2016 (adaptado).

Na demonstração, o astronauta deixou cair em um mesmo instante e de uma mesma altura um martelo de 1,32 kg e uma
pena de 30 g. Durante a queda no vácuo, esses objetos apresentam iguais
a) inércias.
b) impulsos.
c) trabalhos.
d) acelerações.
e) energias potenciais.

2 (Unicamp-SP) Considerando que a massa e as dimensões dessa estrela são comparáveis às da Terra, espera-se que a ace-
leração da gravidade que atua em corpos próximos à superfície de ambos os astros seja constante e de valor não muito
diferente. Suponha que um corpo abandonado, a partir do repouso, de uma altura h = 54 m da superfície da estrela, apre-
sente um tempo de queda t = 3,0 s. Desta forma, pode-se afirmar que a aceleração da gravidade na estrela é de
a) 8,0 m/s2.
b) 10 m/s2.
c) 12 m/s2.
d) 18 m/s2.

3 (Udesc) Deixa-se cair um objeto de massa 500 g de uma altura de 5 m acima do solo. Assinale a alternativa que representa
a velocidade do objeto, imediatamente, antes de tocar o solo, desprezando-se a resistência do ar.
a) 10 m/s
b) 7,0 m/s
c) 5,0 m/s
d) 15 m/s
e) 2,5 m/s

4 Em uma experiência didática, cinco esferas de metal foram presas em um barbante, de forma que a distância entre
esferas consecutivas aumentava em progressão aritmética. O barbante foi suspenso e a primeira esfera ficou em contato

MîDULO 12 - MOVIMENTOS VERTICAIS DE CORPOS PRÓXIMOS À SUPERFÍCIE DA TERRA


com o chão. Olhando o barbante de baixo para cima, as distâncias entre as esferas ficavam cada vez maiores. Quando o
barbante foi solto, o som das colisões entre duas esferas consecutivas e o solo foi gerado em intervalos de tempo exatamen-
te iguais.
A razão de os intervalos de tempo citados serem iguais é que a
a) velocidade de cada esfera é constante.
b) força resultante em cada esfera é constante.
c) aceleração de cada esfera aumenta com o tempo.
d) tensão aplicada em cada esfera aumenta com o tempo.
e) energia mecânica de cada esfera aumenta com o tempo.
FÍSICA B

435
13 FÍSICA B

M Ó D U L O

Lançamentos horizontais e
oblíquos de corpos próximos
à superfície da Terra
COMPETÊNCIAS
ESPECÍFICAS
Objetivos de aprendizagem E HABILIDADES
DA BNCC
. Objetivo 1: Descrever o movimento de um corpo lançado horizontalmente a partir de uma altura, em
COMPETÊNCIA 2
relação ao solo, caracterizando as posições projetadas horizontal e verticalmente no plano cartesiano EM13CNT204
e a velocidade, a partir das suas componentes horizontal e vertical, como funções do tempo. COMPETÊNCIA 3
. Objetivo 2: Descrever o movimento de um corpo lançado obliquamente, caracterizando as posições EM13CNT301
projetadas horizontal e verticalmente no plano cartesiano e a velocidade, a partir das suas compo- EM13CNT302
nentes horizontal e vertical, como funções do tempo. EM13CNT303

. Objetivo 3: Resolver problemas envolvendo lançamentos horizontal e oblíquo de corpos próximos à


superfície da Terra observando a conservação da energia mecânica.

Neste módulo

1 Lançamentos horizontal e oblíquo


1.1 Aceleração
Desprezados os efeitos da força de resistência do ar, a resultante que age sobre um corpo em movi-
mento balístico é o peso.
. Um corpo lançado horizontal ou obliquamente descreve um movimento cuja trajetória é um arco
de parábola com aceleração em módulo igual ao campo gravitacional local:

r r r
γ = g = a

Ao decompor o movimento em direções ortogonais (horizontal e vertical) no plano cartesiano, na


ausência do ar, o corpo adquire:
. na direção horizontal ñ movimento uniforme
. na direção vertical ñ movimento uniformemente variado

1.2 Conservação da energia


Como o peso é uma força conservativa e a única que realiza trabalho, um corpo lançado próximo à
superfície da Terra é um sistema conservativo:

Ep 1 Ec 5 Em 5 constante

436
1.3 Equações do lançamento horizontal
Orientando o eixo vertical para baixo e o eixo horizontal para a direita (no sentido de movimento do
corpo) e adotando a origem no ponto onde o corpo foi lançado horizontalmente com velocidade v0:

t0 5 0
0 v0 x
Posição Velocidade
Direção Aceleração
inicial inicial
Horizontal x0 5 0 v0 5 v0 ax 5 0
x

Vertical y0 5 0 v0 5 0 ay 5 g
y

Direção Posição Velocidade


v
Horizontal x = v0 ⋅ t vx = v0

vy = g ⋅ t
g 2
Vertical y= ⋅t
2 vy2 = 2 ⋅ g ⋅ ∆y
y

1.4 Equações do lançamento oblíquo


Orientando o eixo vertical para cima e o eixo horizontal para a direita (no sentido de movimento do
corpo), e adotando a origem no ponto onde o corpo foi lançado obliquamente, com velocidade inicial v0
e ângulo de disparo u:

Direção Posição inicial Velocidade inicial Aceleração


Horizontal x0 5 0 v0 5 v0 ? cos u ax 5 0
x

MîDULO 13 - LANÇAMENTOS HORIZONTAIS E OBLÍQUOS DE CORPOS PRÓXIMOS À SUPERFÍCIE DA TERRA


Vertical y0 5 0 v0 5 v0 ? sen u ay 5 2g
y

y
Direção Direção
vy 5 0
horizontal vertical ymáx 5 H vx 5 v0 ? cos u

g 2
x = v0 ⋅ cos θ ⋅ t y = v0 ⋅ sen θ ⋅ t − ⋅t
2
v02
(v )
2
xmáx = D = ⋅ sen 2θ 0
⋅ sen θ
g ymáx =H= vy v
2⋅ g

vy = v0 ⋅ sen θ − g ⋅ t
vx = v0 ⋅ cos θ v0 vx

( ) v0 5 v0 ? sen u
2
vy = v0 ⋅ sen θ
2
− 2 ⋅ g ⋅ ∆y y

u
t0 5 0

0 v0 5 v0 ? cos u x
x
D 5 xmáx
FÍSICA B

437
DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S

1 (Unesp-SP) A fotografia mostra um avião bombardeiro 2 (Acafe-SC) Em um parque de diversões, João tenta ganhar
norte-americano B52 despejando bombas sobre determi- um prêmio no jogo dos dardos. Para isso, deve acertar um
nada cidade no Vietnã do Norte, em dezembro de 1972. ponto situado na periferia do disco do alvo. O disco gira
em MCU com a velocidade de 4,5 m/s e possui um raio de
Reprodução/UNESP, 2015.

45 cm.
João lança o dardo horizontalmente na direção do centro
do alvo, distante 6 m quando o ponto está passando na
extremidade superior do disco, como mostra a figura abaixo.

Reprodução/ACAFE, 2020.
R 6m
Durante essa operação, o avião bombardeiro sobrevoou,
horizontalmente e com velocidade vetorial constante, a
região atacada, enquanto abandonava as bombas que, na
fotografia tirada de outro avião em repouso em relação
ao bombardeiro, aparecem alinhadas verticalmente sob
ele, durante a queda. Desprezando a resistência do ar e a
atuação de forças horizontais sobre as bombas, é correto Com base no exposto, marque a alternativa que indica o
afirmar que: módulo da velocidade de lançamento horizontal do dardo,
a) no referencial em repouso sobre a superfície da Terra, cada em m/s, para que João acerte o ponto na extremidade
bomba percorreu uma trajetória parabólica diferente. inferior do disco do alvo.

b) no referencial em repouso sobre a superfície da Terra, a) 35


as bombas estavam em movimento retilíneo acelerado. b) 30
c) no referencial do avião bombardeiro, a trajetória de c) 25
cada bomba é representada por um arco de parábola. d) 20
d) enquanto caíam, as bombas estavam todas em repou-
so, uma em relação às outras.
e) as bombas atingiram um mesmo ponto sobre a super-
fície da Terra, uma vez que caíram verticalmente.

438
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

3 (Famema-SP) Um helicóptero sobrevoa horizontalmente 4 (UFRGS-RS) Dois objetos de massas m1 e m2 (5 2 ? m1)


o solo com velocidade constante e, no ponto A, abandona encontram-se na borda de uma mesa de altura h em re-
um objeto de dimensões desprezíveis que, a partir desse lação ao solo, conforme representa a figura abaixo.
instante, cai sob ação exclusiva da força peso e toca o solo

Reprodução/UFRGS, 2018.
plano e horizontal no ponto B. Na figura, o helicóptero e o
objeto são representados em quatro instantes diferentes.
Reprodução/FAMEMA, 2017.

O objeto 1 é lentamente deslocado até começar a cair


verticalmente. No instante em que o objeto 1 começa a
cair, o objeto 2 é lançado horizontalmente com velocida-
de v0. A resistência do ar é desprezível.

Assinale a alternativa que melhor representa os gráficos


de posição vertical dos objetos 1 e 2, em função do tempo.
Nos gráficos, tq1 representa o tempo de queda do objeto
1. Em cada alternativa, o gráfico da esquerda representa
Considerando as informações fornecidas, é correto afirmar
o objeto 1 e o da direita representa o objeto 2.
que a altura h de sobrevoo desse helicóptero é igual a
a)
a) 200 m.
b) 220 m.
c) 240 m.
d) 160 m.
e) 180 m.
b)

MîDULO 13 - LANÇAMENTOS HORIZONTAIS E OBLÍQUOS DE CORPOS PRÓXIMOS À SUPERFÍCIE DA TERRA


c)

d)
Reprodução/UFRGS, 2018.

e)
FÍSICA B

439
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

5 (UCS-RS) Quando um jogador de futebol é muito veloz, uma forma divertida de se referir a essa qualidade é dizer que ele é
capaz de cobrar escanteio para a área adversária e ele mesmo correr e conseguir chutar a bola antes de ela tocar o chão. Su-
ponha um jogador ficcional que seja capaz de fazer isso. Se ele cobrar o escanteio para dentro da área fornecendo à bola uma
velocidade inicial de 20 m/s fazendo um ângulo de 60° com a horizontal, qual distância o jogador precisa correr, em linha reta,
saindo praticamente de forma simultânea à cobrança de escanteio, para chutar no gol sem deixar a bola tocar no chão? Para
fins de simplificação, considere que a altura do chute ao gol seja desprezível, que sen 60° 5 0,8, cos 60° 5 0,5 e que a acelera-
ção da gravidade seja 10 m/s2.
a) 6 m.
b) 12 m.
c) 24 m.
d) 32 m.
e) 44 m.

6 (FAE-SP) Um garoto, em cima de uma plataforma para saltos ornamentais, a 6 m de altura em relação ao nível da água da
piscina, chuta uma bola com velocidade inicial de 8 m/s inclinada em 45° com a horizontal. A intenção do garoto era a de
que a bola caísse nas mãos de seu amigo, parado dentro da piscina, mas o chute não foi suficientemente forte, e a bola
atingiu a água antes da posição pretendida.

Reprodução/Faculdade Albert Einstein, 2019.

2
Adotando g 5 10 m/s2, sen 45° 5 cos 45° 5 e desprezando a resistência do ar, calcule:
2
a) a altura máxima H, em m, em relação ao nível da água, atingida pela bola nesse chute.

440
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

b) o módulo da velocidade inicial, em m/s, com que a bola deveria ter sido chutada, mantida a inclinação de 45° com a ho-
rizontal, para que tivesse caído nas mãos do garoto parado dentro da piscina.

MîDULO 13 - LANÇAMENTOS HORIZONTAIS E OBLÍQUOS DE CORPOS PRÓXIMOS À SUPERFÍCIE DA TERRA


7 (UFRGS-RS) Dois projéteis são disparados simultaneamente no vácuo, a partir da mesma posição no solo, com ângulos de
lançamento diferentes, u1 < u2, conforme representa a figura abaixo.
Reprodução/UFRGS, 2020.

FÍSICA B

441
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

Os gráficos a seguir mostram, respectivamente, as po- 8 (UFPR) Um objeto de massa igual a 50 kg é solto de um
sições verticais y como função do tempo t, as posições helicóptero que voa horizontalmente a uma velocidade de
horizontais x como função do tempo t e as posições 200 km/h. Considere que o helicóptero, no momento em
verticais y como função das posições horizontais x, dos que soltou o objeto, estava a uma altura de 250 m em
dois projéteis. relação ao solo e que a aceleração da gravidade no local
era igual a 10 m/s2. Desprezando os efeitos da resistência

Reprodução/UFRGS, 2020.
do ar, calcule:
a) A energia cinética do objeto ao atingir o solo.

b) A distância horizontal percorrida pelo objeto, medida


em relação à posição no instante em que ele foi solto.

Analisando os gráficos, pode-se afirmar que


I. o valor inicial da componente vertical da velocidade
do projétil 2 é maior do que o valor inicial da compo-
nente vertical da velocidade do projétil 1.
II. o valor inicial da componente horizontal da velocida-
de do projétil 2 é maior do que o valor inicial da com-
ponente horizontal da velocidade do projétil 1.
III. os dois projéteis atingem o solo no mesmo instante.

Quais estão corretas?


a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

442
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

Indique como resposta a soma das alternativas 10 (UFPR) Nas Paralimpíadas recentemente realizadas no
corretas Brasil, uma das modalidades esportivas disputadas foi o
basquetebol. Em um determinado jogo, foi observado que
9 (UEM-PR) A pólvora, um explosivo desenvolvido na China um jogador, para fazer a cesta, arremessou a bola quando
no século 9 d.C., consiste de uma mistura de espécies
o centro de massa dessa bola estava a uma altura de
químicas combustíveis e de agentes oxidantes. Com a sua
1,4 m. O tempo transcorrido desde o instante em que a
descoberta, uma nova classe de dispositivos bélicos (ar-
bola deixou a mão do jogador até ter o seu centro de
mas de fogo) foi desenvolvida. Nesses dispositivos a ener-
massa coincidindo com o centro do aro foi de 1,1 s. No
gia liberada na explosão da pólvora é parcialmente con-
momento do lançamento, o centro de massa da bola
vertida em energia cinética para um corpo inicialmente
em repouso, chamado projétil. Um exemplo é um canhão, estava a uma distância horizontal de 4,4 m do centro do
que usa pólvora para arremessar uma esfera de ferro. Con- aro da cesta, estando esse aro a uma altura de 3,05 m
sidere um canhão em que 10% da energia liberada pela conforme pode ser observado na figura a seguir.

Reprodução/UFPR, 2017.
explosão da pólvora são convertidos em energia cinética
para um projétil de 8 kg.
Considere que, ao ser detonada, 4 kJ de energia são libe-
rados para cada grama de pólvora e que 49 g de pólvora
são utilizados a cada disparo. Despreze o efeito da resis-
tência do ar e as dimensões do canhão, que se encontra
em uma planície. Considere g 5 10 m/s2.

Assinale a(s) alternativa(s) correta(s).


01) A velocidade máxima do projétil disparado por esse
canhão é de 70 m/s. Considerando que a massa da bola é igual a 600 g, que
02) Se o canhão for posicionado na direção vertical, a a resistência do ar é desprezível e que o valor absoluto
altitude máxima que o projétil atingirá é menor que da aceleração da gravidade é de 10 m/s2, determine, uti-
200 m. lizando todas as unidades no Sistema Internacional de
04) O alcance máximo do disparo é menor que 500 m. Unidades:
08) Dobrando a quantidade de pólvora utilizada em cada a) A velocidade horizontal da bola ao atingir o centro do
disparo, o alcance máximo do projétil será dobrado. aro da cesta de basquete.
16) O alcance será máximo se o canhão for posicionado
de forma que o sentido do disparo forme um ângulo

MîDULO 13 - LANÇAMENTOS HORIZONTAIS E OBLÍQUOS DE CORPOS PRÓXIMOS À SUPERFÍCIE DA TERRA


de 60° em relação ao solo.

FÍSICA B

443
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

b) A velocidade inicial vertical da bola.

c) A energia cinética da bola no momento do lançamento (considerando o exato instante em que a bola deixa a mão do
atleta).

#cultura_digital
No site da Universidade do Colorado há uma simulação bem interessante sobre lançamentos de projéteis. Disponível em: https://
phet.colorado.edu/sims/html/projectile-motion/latest/projectile-motion_pt_BR.html. Acesso em: 17 fev. 2021.

Reprodução/https://phet.colorado.edu
D

A
B

E
C

Página inicial do simulador

Essa simulação permite experimentar arremessos de diferentes objetos, escolhendo distintas condições iniciais, como altura de
lançamento (A), ângulo de disparo (B) e velocidade inicial (C). Além desses controles, são relevantes o medidor de tempo, alcan-
ce e altura (D) e os botões de lançamento e apagador de trajetória (E). Depois do lançamento, o medidor pode ser colocado sobre
a trajetória para indicar os resultados.

444
Reprodução/https://phet.colorado.edu
Experimente comparar, na ausência da resistência do ar, os alcances de projéteis em diferentes condições iniciais. Para auxiliá-lo,
organize as tabelas abaixo:
Caso 1 – altura de 5 m e ângulo de disparo nulo

Velocidade inicial (m/s) Alcance (m) Tempo de voo (s)


5
10
15

Caso 2 – altura nula e velocidade inicial de 10 m/s

Ângulo de disparo (°) Alcance (m) Tempo de voo (s)


25
30
45
60
65

MÓDULO 13 - LANÇAMENTOS HORIZONTAIS E OBLÍQUOS DE CORPOS PRÓXIMOS À SUPERFÍCIE DA TERRA


Esses resultados podem nos levar a interessantes conclusões, que consolidam as aprendizagens sobre o tema.

Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Unidade Cinemática – Capítulo 5

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia os itens 1.1 a 1.3 da • Leia os itens 5, 5.1 e 5.2. • Faça a questão 24.
1 seção Neste módulo. • Faça as questões 20 a 23.
• Faça as questões 16 a 19.

• Leia o item 1.4 da seção • Leia os itens 5.3 a 5.5. • Faça a questão 33.
2 Neste módulo. • Faça as questões 29 a 32.
• Faça as questões 25 a 28.

• Faça as questões 34 a 37. • Leia o boxe Sistemas • Faça a questão 42.


3 conservativos.
FÍSICA B

• Faça as questões 38 a 41.

445
EX TRAS!

1 Para um salto no Grand Canyon usando motos, dois paraquedistas vão utilizar uma moto cada, sendo que uma
delas possui massa três vezes maior. Foram construídas duas pistas idênticas até a beira do precipício, de forma que no
momento do salto as motos deixem a pista horizontalmente e ao mesmo tempo. No instante em que saltam, os paraquedis-
tas abandonam suas motos e elas caem praticamente sem resistência do ar.
As motos atingem o solo simultaneamente porque
a) possuem a mesma inércia.
b) estão sujeitas à mesma força resultante.
c) têm a mesma quantidade de movimento inicial.
d) adquirem a mesma aceleração durante a queda.
e) são lançadas com a mesma velocidade horizontal.

2 Na Antiguidade, algumas pessoas acreditavam que, no lançamento oblíquo de um objeto, a resultante das forças
que atuavam sobre ele tinha o mesmo sentido da velocidade em todos os instantes do movimento. Isso não está de acordo
com as interpretações científicas atualmente utilizadas para explicar esse fenômeno.
Desprezando a resistência do ar, qual é a direção e o sentido do vetor força resultante que atua sobre o objeto no ponto
mais alto da trajetória?
a) Indefinido, pois ele é nulo, assim como a velocidade vertical nesse ponto.
b) Vertical para baixo, pois somente o peso está presente durante o movimento.
c) Horizontal no sentido do movimento, pois devido à inércia o objeto mantém seu movimento.
d) Inclinado na direção do lançamento, pois a força inicial que atua sobre o objeto é constante.
e) Inclinado para baixo e no sentido do movimento, pois aponta para o ponto onde o objeto cairá.

3 (Famerp-SP) No interior de um vagão hermeticamente fechado que se move horizontalmente em trajetória retilínea com
velocidade 4,0 m/s em relação ao solo, uma pessoa arremessa uma pequena esfera verticalmente para cima, com velocida-
de 3,0 m/s em relação ao vagão.
Reprodução/Famerp, 2018.

Desprezando o atrito com o ar, os módulos das velocidades da esfera, em relação ao solo, no ponto mais alto de sua traje-
tória e no instante em que retorna à mão da pessoa são, respectivamente,
a) 4,0 m/s e 3,0 m/s.
b) zero e 5,0 m/s.
c) 4,0 m/s e 5,0 m/s.
d) zero e 3,0 m/s.
e) 5,0 m/s e zero.

446
EXTRAS!

4 (EsPCEx-SP) Um projétil é lançado obliquamente, a partir de um solo plano e horizontal, com uma velocidade que forma
com a horizontal um ângulo α e atinge a altura máxima de 8,45 m.
Sabendo que, no ponto mais alto da trajetória, a velocidade escalar do projétil é 9,0 m/s, pode-se afirmar que o alcance
horizontal do lançamento é:

Dados:
Intensidade da aceleração da gravidade g = 10,0 m/s2.
Despreze a resistência do ar.

a) 11,7 m.
b) 17,5 m.
c) 19,4 m.
d) 23,4 m.
e) 30,4 m.

5 Um garoto foi à loja comprar um estilingue e encontrou dois modelos: um com borracha mais “dura” e outro com
borracha mais “mole”. O garoto concluiu que o mais adequado seria o que proporcionasse maior alcance horizontal, D, para
as mesmas condições de arremesso, quando submetidos à mesma força aplicada. Sabe-se que a constante elástica kd (do
estilingue mais “duro”) é o dobro da constante elástica km (do estilingue mais “mole”).
D
A razão entre os alcances d , referentes aos estilingues com borrachas “dura” e “mole”, respectivamente, é igual a
Dm

1
a) . c) 1.
4
d) 2.
1
b) . e) 4.
2
6 (Cefet-MG) A figura abaixo exibe uma bola que é abandonada de uma rampa curva de 1,25 m de altura que está sobre uma
mesa nas proximidades da Terra. Após liberada, a bola desce pela rampa, passa pelo plano horizontal da mesa e toca o solo
1,00 s após passar pela borda.

MîDULO 13 - LANÇAMENTOS HORIZONTAIS E OBLÍQUOS DE CORPOS PRÓXIMOS À SUPERFÍCIE DA TERRA


Reprodução/CEFET-MG, 2016.

Desprezando-se qualquer tipo de atrito, avalie as afirmações a seguir e assinale (V) para as verdadeiras ou (F) para as falsas.

( ) O alcance horizontal da bola a partir da saída da mesa é de 5,00 metros.

( ) Abandonando-se a bola a partir do repouso da borda da mesa, o tempo de queda até o solo é também de 1,00 segundo.

( ) Para se calcular o tempo de queda da bola a partir da saída da mesa, é necessário conhecer a massa da bola.

( ) Para se calcular o alcance da bola a partir da saída da mesa, é necessário conhecer a altura da mesa.

A sequência correta encontrada é


a) F, F, V, V.
b) V, V, F, F.
c) F, V, F, V.
FÍSICA B

d) V, F, V, F.

447
GABARITO - EXTRAS!

Módulo 11 – Potência

1 c
2 d

Módulo 12 – Movimentos verticais de corpos próximos à superfície da Terra

1 d
2 c
3 a
4 b

Módulo 13 – Lançamentos horizontais e oblíquos de corpos próximos à superfície da Terra

1 d
2 b
3 c
4 d
5 b
6 b

448
Química João USBERCO
Philippe Spitaleri Kaufmann (PH)
Reinaldo Putvinskis JUNIOR
ROBSON Groto
RODRIGO Machado Martins
Rodrigo Putvinskis (ALEMÃO)

MÓDULO 17 – CONCENTRAÇÃO DE SOLUÇÕES: PPM E PPB


QUÍMICA A

449
17 QUÍMICA A COMPETÊNCIAS GERAIS C2.C4.C7

M Ó D U L O

Concentração de
soluções: ppm e ppb

COMPETÊNCIA
Objetivo de aprendizagem ESPECÍFICA
E HABILIDADES
DA BNCC
. Objetivo 1: calcular e compreender relações de concentração em ppm e ppb, de forma a analisar
quantitativamente a composição dos materiais e avaliar seus benefícios e riscos nas atividades do COMPETÊNCIA 3
cotidiano, para a saúde e o ambiente. EM13CNT304
EM13CNT306

Neste módulo

Concentrações em parte por milhão e parte por bilhão


ppm: parte por milhão em massa (sistemas sólidos ou líquidos)
Essa unidade indica a quantidade de massa de soluto, em gramas, dispersa em cada um milhão de
gramas de solução.
Exemplo:
campos de iconografia/Arquivo da editora

A concentração do flúor no creme dental


é de 1 450 ppm.
Interpretação:
Há 1 450 g de flúor em cada um milhão de
gramas (106 g) de pasta.

Rótulo da embalagem
de um creme dental.
O flúor auxilia a
prevenir a formação
de cárie.

ppb: parte por bilhão em massa (sistemas sólidos ou líquidos)


Essa unidade indica a massa de soluto, em gramas, dispersa em cada bilhão de gramas de solução.
Rubens Chaves/Pulsar Imagens

Para ser considerada potável, a água deve conter, no


máximo, 1 ppb de íons mercúrio.
Interpretação:
No máximo, pode haver 1 g de Hg21 em cada bilhão
de gramas (109 g) de água.

Lago da barragem Cachoeira da Garça de


captação de água para abastecimento para
população. (Cotia-SP em 2020.)

450
ppmv: parte por milhão em volume (sistemas gasosos)
Essa unidade indica o volume de soluto, em litros, disperso em cada milhão de litros de solução.
Tirachard Kumtanom/Pexels

O gás hélio está presente na atmosfera na concentração


de 5 ppmv.
Interpretação:
Há 5 L de gás hélio disperso em cada milhão de litros
(106 L) de ar.

Na atmosfera, o gás hélio é encontrado em


concentrações diminutas. Já a mistura de
gases para inflar balões é constituída de
mais de 99,99% de gás hélio.

DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S


Consulte a tabela periódica
sempre que necessário.

1 No rótulo de determinada marca de creme dental, constam as seguintes informações.

Peso líquido: 200 g


Contém: Glicerina, água, sílica hidratada, lauril sulfato de sódio, arginina, espessante, fluoreto de sódio,
sacarina e ácido fosfórico.
Teor de flúor: 1 500 ppm

Consultando essas informações, pode-se afirmar que a massa de flúor presente no interior do tubo é
igual a
a) 30 g. b) 3 g. c) 0,3 g. d) 15 g. e) 1,5 g.

2 Em estudos sobre qualidade da água, amostras de águas dos rios são analisadas em laboratório. Para
determinar o teor de substâncias tóxicas presentes nessas águas, são realizados testes que necessitam
de soluções-padrão, ou seja, soluções de concentrações conhecidas que são usadas como referência
para que se faça a comparação com a água analisada. No preparo de uma dessas soluções, uma
massa de 0,08 g de íon ferro(III), Fe31, foi dissolvida em água suficiente para preparar 10 L de uma so-
lução-padrão. Pode-se afirmar que a concentração dessa solução-padrão, expressa em ppm, é de
a) 0,08. b) 0,8. c) 8. d) 80. e) 800.
Dica dos autores: Como a solução é diluída, considerar a densidade da solução preparada igual à da
água, a 25 °C, que é 1 g/mL.

MîDULO 17 Ð CONCENTRAÇÃO DE SOLUÇÕES: PPM E PPB


QUÍMICA A

451
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

3 A tabela a seguir mostra o valor máximo permitido (VMP) para alguns metais na água potável.

Metal VMP (ppm)


Antimônio 0,005
Arsênio 0,01
Chumbo 0,01
Cobre 2,0
Mercúrio 0,001

Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n. 2 914, de 12 de dezembro de 2011. Dispõe sobre os
procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu
padrão de potabilidade. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/
gm/2011/prt2914_12_12_2011.html. Acesso em: 9 nov. 2020.
a) De acordo com essa tabela, qual é o metal mais tóxico? Explique sua resposta.

b) Considere que uma amostra de água analisada apresenta uma concentração de cobre igual à má-
xima permitida. Se evaporássemos um volume de 1 L dessa água, qual massa de cobre seria obtida
ao final do processo?

c) Expresse a concentração VMP do mercúrio em ppb.

4 (Unesp-SP) De acordo com o Relatório Anual de 2016 da Qualidade da Água, publicado pela Sabesp,
a concentração de cloro na água potável da rede de distribuição deve estar entre 0,2 mg/L limite mí-
nimo, e 5,0 mg/L limite máximo. Considerando que a densidade da água potável seja igual à da água
pura, calcula-se que o valor médio desses limites, expresso em partes por milhão, seja
a) 5,2 ppm. d) 26 ppm.
b) 18 ppm. e) 1,8 ppm.
c) 2,6 ppm.

452
Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Unidade Soluções – Capítulo 3

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia a seção Neste módulo. • Faça as questões 5 a 7. • Faça as questões 8 e 9.


1 • Faça as questões 1 a 4. • Leia o item 1.

PREPARE-SE

Na próxima aula, vamos estudar a concentração em mol/L. Para aprimorar o aprendizado, é importante retomar os conceitos de
mol e quantidade de matéria. Acesse nosso vídeo para relembrar o assunto.

EX TRAS!

1 (Ufscar-SP) O flúor tem um papel importante na prevenção e controle da cárie dentária. Estudos demonstram que, após a
fluoretação da água, os índices de cáries nas populações têm diminuído. O flúor também é adicionado a produtos e materiais
odontológicos. Suponha que o teor de flúor em determinada água de consumo seja 0,9 ppm (partes por milhão) em massa.
Considerando a densidade da água 1 g/mL, a quantidade, em miligramas, de flúor que um adulto ingere ao tomar 2 litros
dessa água, durante um dia, é igual a
a) 0,09.
b) 0,18.
c) 0,90.
d) 1,80.
e) 18,0

2 Diesel é uma mistura de hidrocarbonetos que também apresenta enxofre em sua composição. Esse enxofre é um com-
ponente indesejável, pois o trióxido de enxofre gerado é um dos grandes causadores da chuva ácida. Nos anos 1980, não havia
regulamentação e era utilizado óleo diesel com 13 000 ppm de enxofre. Em 2009, o diesel passou a ter 1 800 ppm de enxofre
(S1800) e, em seguida, foi inserido no mercado o diesel S500 (500 ppm). Em 2012, foi difundido o diesel S50, com 50 ppm de
enxofre em sua composição. Atualmente, é produzido um diesel com teores de enxofre ainda menores.
Os impactos da má qualidade do óleo diesel brasileiro. Disponível em: www.cnt.org.br.
Acesso em: 20 dez. 2012 (adaptado).

A substituição do diesel usado nos anos 1980 por aquele difundido em 2012 permitiu uma redução percentual de emissão
de SO3 de
a) 86,2%.

MÓDULO 17 – CONCENTRAÇÃO DE SOLUÇÕES: PPM E PPB


b) 96,2%.
c) 97,2%.
d) 99,6%.
e) 99,9%.
QUÍMICA A

453
18 QUÍMICA A

M Ó D U L O

Concentração de
soluções: mol/L

COMPETÊNCIA
Objetivos de aprendizagem ESPECÍFICA
E HABILIDADE
DA BNCC
. Objetivo 1: calcular e compreender relações de proporção envolvendo a concentração em mol/L.
. Objetivo 2: determinar a concentração em mol/L de compostos moleculares e iônicos presentes em
COMPETÊNCIA 1
EM13CNT104
sistemas aquosos.

Neste módulo

1 Concentração em mol/L
1.1 Cálculo e conceito
A concentração em mol/L (M) indica a quantidade
de soluto (n), em mol, que está dissolvida em cada 1 L n1 (soluto em mol)
M5
de solução (V). V (solução em L)

Normalmente se mede a massa de soluto (m1) adicionada no preparo da solução.


m1 (soluto)
m1 Elementos fora
Como: n1 5 , de proporção
M1 Cores fantasia

n1 m1
M5 5
V M1 ⋅ V

Volume V
(solução) Representação do preparo de uma solução.
Em que:
M é a concentração em mol/L do soluto na solução;
n1 é a quantidade de soluto em mol;
m1 é a massa do soluto em gramas;
M1 é a massa molar do soluto em g/mol;
V é o volume da solução em litros.

2 Quantidade de partículas nas soluções


Sacarose (C12H22O11) é um soluto que não se ioniza, apenas se dissolve: Elementos fora
H2O de proporção
Solução de sacarose 1 C12H22O11(s) 1 C12H22O11(aq) Cores fantasia

n 1 mol 1 mol
M 0,2 mol/L 0,2 mol/L
Concentração total de partículas (moléculas)
na solução: 0,2 mol/L

[C12H22O11] 5 0,2 mol/L A dissolução da sacarose em água forma uma solução molecular.

454
Cloreto de sódio (NaCL) é um soluto que se dissocia ao dissolver:
H2 O
Elementos fora Solução de 1 NaCL(s) 1 Na1(aq) 1 1 CL2(aq)
de proporção cloreto de sódio
Cores fantasia n 1 mol 1 mol 1 1 mol
M 0,2 mol/L 0,2 mol/L 1 0,2 mol/L
Concentração total de partículas (íons) na
solução: 0,4 mol/L

[NaCL] 5 0,2 mol/L A dissociação do cloreto de sódio em água forma uma solução iônica.

DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S


Consulte a tabela periódica
sempre que necessário.

1 No preparo de uma solução básica que será usada em um 3 A tabela de informações nutricionais presente na emba-
experimento de neutralização, 20 gramas de hidróxido de lagem de um suco de laranja é reproduzida a seguir:
sódio (NaOH) foram dissolvidos em água suficiente para
produzir 100 mL de solução. Considerando que a solubi- INFORMAÇÃO NUTRICIONAL
lidade dessa base é de 110 g NaOH/100 mL de água, res- Porção de 200 mL (1 copo) %VD*
ponda às questões a seguir. valor energético 70 kcal 5 296 kJ 3,5
a) A solução preparada é saturada ou insaturada? Justi-
carboidratos 18 g 6,5
fique sua resposta.
proteínas 1,5 g 2

%VD* Valores diários de referência com


base em uma dieta de 2 000 kcal.

Admitindo que o carboidrato presente nesse suco seja


exclusivamente glicose, composto de fórmula C6H12O6,
b) Qual é a concentração em mol/L dessa solução?
calcule:
a) A concentração desse carboidrato expressa em mol/L.

2 Em uma análise para determinar a concentração de ácido


acético no vinagre, foi encontrado o valor de 0,8 mol/L.
Considerando que a fórmula química do ácido acético é
CH3COOH, a massa desse ácido contida em um copo de

MÓDULO 18 – CONCENTRAÇÃO DE SOLUÇÕES: MOL/L


volume 250 mL é igual a
b) A quantidade total de moléculas de glicose contida na
a) 6 g b) 12 g c) 24 g d) 48 g e) 60 g
embalagem de suco.
QUÍMICA A

455
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

4 (Unioeste-PR) Segundo a resolução número 430 do CON- 6 O sangue é um líquido fundamental para os seres huma-
SELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (CONAMA), a nos, pois nele ocorrem muitas reações e trocas gasosas
quantidade permitida para lançamento de chumbo em indispensáveis para o bom funcionamento do organismo.
efluente é de 0,5 mg ? L21. Sabendo que a concentração A acidez sanguínea é muito bem controlada por um me-
encontrada desse metal em uma fábrica que o utiliza foi canismo específico, chamado tampão sanguíneo. Altera-
de 0,005 mmol ? L21, quantas vezes esta quantidade de ções bruscas na acidez sanguínea podem levar um indi-
chumbo está, aproximadamente, acima ou abaixo do per- víduo rapidamente à morte. Em determinados casos de
mitido pelo CONAMA? acidose sanguínea (acidez acima do desejável), pode ser
a) 100 b) 10 c) 6 d) 4 e) 2 necessária a injeção de uma solução contendo íons bi-
carbonatos diretamente na veia do paciente. Normalmen-
te a solução utilizada apresenta concentração de
0,6 mol/L de íons bicarbonato, HCO32.
Caso esse íon fosse proveniente de uma solução de bicar-
bonato de cálcio, Ca(HCO3)2, a concentração do sal nessa
solução para que o íon bicarbonato estivesse na concen-
tração correta deveria ser igual a
a) 0,1 mol/L. d) 0,4 mol/L.
b) 0,2 mol/L. e) 0,6 mol/L.
5 Considere três soluções aquosas cujos solutos e concen-
trações são indicados na figura a seguir. c) 0,3 mol/L.

C12H22O11 NaCL CaCL2


0,4 mol/L 0,4 mol/L 0,4 mol/L

a) Qual é o tipo de partícula de soluto, molécula ou íon,


presente em cada sistema?
7 (Unesp-SP) Sabendo que a massa molar do lítio é
7,0 g/mol, a massa de lítio contida em 250 mL de uma
solução aquosa de concentração 0,160 mol/L de carbo-
nato de lítio é
a) 0,560 g.
b) Determine a concentração total de partículas de soluto, b) 0,400 g.
em mol/L, presente em cada sistema.
c) 0,280 g.
d) 0,160 g.
e) 0,080 g.

456
Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Unidade Soluções – Capítulo 4

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia o item 1 da seção Neste • Faça as questões 5 a 7. • Faça as questões 8 e 9.


1 módulo. • Leia o item 1.
• Faça as questões 1 a 4.

• Leia o item 2 da seção Neste • Faça as questões 14 a 16. • Faça as questões 17 e 18.
2 módulo. • Leia o item 2.
• Faça as questões 10 a 13.

EX TRAS!

1 A cafeína é um alcaloide, identificado como 0,07 g de ácido ascórbico para cada 200 mL de suco. O
1,3,7-trimetilxantina (massa molar igual a 194 g/mol), cuja número de litros de suco de laranja que corresponde à
estrutura química contém uma unidade de purina, con- quantidade de ácido ascórbico presente em um compri-
forme representado. Esse alcaloide é encontrado em mido efervescente é mais próximo de
grande quantidade nas sementes de café e nas folhas de a) 0,0002. d) 1.
chá-verde. Uma xícara de café contém, em média, 80 mg b) 0,03. e) 3.
de cafeína.
c) 0,3.
O CH3
3 Em um caso de anemia, a quantidade de sulfato
H3C
N de ferro(Il) (FeSO4, massa molar igual a 152 g/mol) reco-
N
mendada como suplemento de ferro foi de 300 mg/dia.
O N N Acima desse valor, a mucosa intestinal atua como barrei-
ra, impedindo a absorção de ferro. Foram analisados cin-
CH3 co frascos de suplemento, contendo solução aquosa de
MARIA, C. A. B.; MOREIRA, R. F. A. Cafeína: revisão sobre FeSO4 cujos resultados encontram-se no quadro.
métodos de análise. Química nova, n.1, 2007 (adaptado).
Concentração de sulfato de ferro(II)
Considerando que a xícara descrita contém um volume Frasco
(mol/L)
de 200 mL de café, a concentração, em mol/L, de cafeína
1 0,02
nessa xícara é mais próxima de
2 0,20
a) 0,0004. d) 2.
3 0,30
b) 0,002. e) 4.
4 1,97
c) 0,4.
5 5,01
2 A ingestão de vitamina C (ou ácido ascórbico;

MÓDULO 18 – CONCENTRAÇÃO DE SOLUÇÕES: MOL/L


Se for ingerida uma colher (10 mL) por dia do medica-
massa molar igual a 176 g/mol) é recomendada para evitar
mento para anemia, a amostra que conterá a concentração
o escorbuto, além de contribuir para a saúde de dentes e
de sulfato de ferro(ll) mais próxima da recomendada é a
gengivas e auxiliar na absorção de ferro pelo organismo.
do frasco de número
Uma das formas de ingerir ácido ascórbico é por meio dos
a) 1. d) 4.
comprimidos efervescentes, os quais contêm cerca de
0,006 mol de ácido ascórbico por comprimido. Outra b) 2. e) 5.
possibilidade é o suco de laranja, que contém cerca de c) 3.
QUÍMICA A

457
19 QUÍMICA A

M Ó D U L O

Relações entre unidades


de concentração

COMPETÊNCIA
Objetivo de aprendizagem ESPECÍFICA
E HABILIDADE
DA BNCC
. Objetivo 1: relacionar as diferentes unidades de concentração compreendendo que elas indicam uma
proporção entre as quantidades de soluto e de solução em um sistema químico para avaliar os riscos COMPETÊNCIA 3
nas atividades cotidianas que envolvem a exposição às substâncias. EM13CNT306

Neste módulo

Diferentes formas de expressar concentrações


Em geral:

Soluto (volume, massa, quantidade de matéria)


Concentração 5
Solução (volume, massa)

Tipo de concentração Soluto Solução Relação

Concentração comum ou g/L m1


Indica quantos gramas de soluto estão dissolvidos em xg 1L C5
1 L de solução. V

Concentração em mol/L
Indica quantos mols de soluto estão dissolvidos em 1 L x mol 1L n1
M5
de solução. V

Título em volume ou % (V/V ) ou °GL V1


x mL 100 mL t(V /V ) 5
Indica a porcentagem em volume do soluto na solução. V

Título ou % (m/m) m1
xg 100 g t(m /m) 5
Indica a porcentagem em massa do soluto na solução. m

ppm (em massa)


Indica quantos gramas de soluto estão dissolvidos em xg 106 g
cada 106 g de solução.

ppb (em massa)


Indica quantos gramas de soluto estão dissolvidos em xg 109 g
cada 109 g de solução.

458
DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S
Consulte a tabela periódica
sempre que necessário.

1 Soluções aquosas concentradas de hidróxido de sódio b) a concentração em mol/L desse açúcar.


(NaOH) são vendidas normalmente no comércio como
agentes desengordurantes de diversos produtos indicados
para a limpeza de forno, grelha e fogão. Uma dessas so-
luções foi analisada em laboratório e seu rótulo trazia as
seguintes informações:

NaOH concentrado
20% em massa
Densidade (20 °C) 5 1,2 g/mL

Pode-se afirmar que a massa de NaOH presente em 1 L


dessa solução é igual a
a) 100 g. d) 240 g.
b) 120 g. e) 480 g.
c) 200 g. c) a concentração da vitamina C expressa em ppm.

2 No rótulo de um suco de laranja, consta a seguinte tabe-


la de informação nutricional:
3 (Unifesp) Considere as seguintes características de um
suco de limão fresco:
INFORMAÇÃO NUTRICIONAL
Porção de 400 mL (2 copos) %VD*
. pH 5 2

valor energético 562 kJ 7


. teor de vitamina C (ácido ascórbico, C6H8O6) 5
5 80 mg/100 mL
carboidratos 34,2 g 13
Uma limonada foi preparada com a diluição de um copo
proteínas 3,0 g 4
(200 mL) desse suco em água, até completar o volume
vitamina C 20 mg 33 de 2 litros.

%VD* Valores diários de referência com


a) Calcule a concentração de vitamina C no suco de limão
base em uma dieta de 2 000 kcal. fresco, em % (m/v) e em mol/L.

MîDULO 19 Ð RELAÇÕES ENTRE UNIDADES DE CONCENTRAÇÃO


Considerando que essa bebida tem densidade igual a
1 g/mL e que o carboidrato presente é exclusivamente sa-
carose, composto de fórmula química C12H22O11, determine:
a) a concentração em g/L da sacarose nesse suco.
QUÍMICA A

459
Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Unidade Soluções – Capítulo 5

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia a seção Neste m—dulo. • Faça as questões 5 a 7. • Faça as questões 8 e 9.


1 • Faça as questões 1 a 4. • Leia o item 1.

PREPARE-SE

Na próxima aula, vamos estudar o conceito de diluição. Para aprimorar o aprendizado, é importante retomar o conceito de grande-
zas diretamente e inversamente proporcionais. Acesse nosso vídeo para relembrar o assunto.

EX TRAS!

1 O vinagre vem sendo usado desde a Antiguidade como conservante de alimentos, bem como
agente de limpeza e condimento. Um dos principais componentes do vinagre é o ácido acético (mas-
sa molar 60 g/mol) cuja faixa de concentração deve se situar entre 4% a 6% (m/v). Em um teste de
controle de qualidade foram analisadas cinco marcas de diferentes vinagres, e as concentrações de
ácido acético, em mol/L, se encontram no quadro.

Amostra Concentração de ácido acético (mol/L)

1 0,007

2 0,070

3 0,150

4 0,400

5 0,700
RIZZON, L. A. Sistema de produção de vinagre.
Disponível em: www.sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br. Acesso em: 14 ago. 2012 (adaptado).

A amostra de vinagre que se encontra dentro do limite de concentração tolerado é a


a) 1. c) 3. e) 5.
b) 2. d) 4.

2 As soluções de hipoclorito de sódio têm ampla aplicação como desinfetantes e alvejantes. Em


uma empresa de limpeza, o responsável pela área de compras deve decidir entre dois fornecedores
que têm produtos similares, mas com diferentes teores de cloro.
Um dos fornecedores vende baldes de 10 kg de produto granulado, contendo 65% de cloro ativo, a um
custo de R$ 65,00. Outro fornecedor oferece, a um custo de R$ 20,00, bombonas de 50 kg de produ-
to líquido contendo 10% de cloro ativo.

Considerando apenas o quesito preço por kg de cloro ativo e desprezando outras variáveis, para cada
bombona de 50 kg haverá uma economia de
a) R$ 4,00. d) R$ 30,00.
b) R$ 6,00. e) R$ 45,00.
c) R$ 10,00.

460
20 QUÍMICA A

M Ó D U L O

Manipulando soluções:
diluição

COMPETÊNCIAS
Objetivos de aprendizagem ESPECÍFICAS
E HABILIDADES
DA BNCC
. Objetivo 1: relacionar a concentração de uma solução antes e depois do processo de diluição consi-
derando as concentrações volumétricas. COMPETÊNCIA 2
. Objetivo 2: relacionar a concentração de uma solução antes e depois do processo de diluição consi-
EM13CNT205

derando as concentrações em massa. COMPETÊNCIA 3


EM13CNT306

Neste módulo

1 Diluição: adição de solvente a uma solução


Solvente Nesse processo:
. a quantidade de solução aumenta;
. a concentração do soluto na solução diminui;
. a quantidade de soluto não se altera.

Elementos fora
de proporção
Cores fantasia

Antes da diluição: Depois da diluição:


Vi (volume inicial) Vf (volume final) Representação esquemática da diluição de um sistema (as
Ci (concentração inicial) Cf (concentração final) esferas representam a quantidade de soluto nas soluções).

2 Relações em volume: g/L, mol/L, t em volume (V/V )


C: concentração em gramas por litro

MÓDULO 20 – MANIPULANDO SOLUÇÕES: DILUIÇÃO


Ci ? Vi 5 Cf ? Vf
M: concentração em mol por litro
Mi ? Vi 5 Mf ? Vf
t: porcentagem em volume (°GL)
ti ? Vi 5 Mf ? Vf
V: volume da solução

3 Relações em massa: t (m/m), ppm, ppb


C(ppm): concentração em parte por milhão
C(ppm)i ? mi 5 C(ppm)f ? mf
C(ppb): concentração em parte por bilhão
C(ppb)i ? mi 5 C(ppb)f ? mf
QUÍMICA A

t: porcentagem em massa
ti ? mi 5 tf ? mf
m: massa total da solução

461
DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S
Consulte a tabela periódica
sempre que necessário.

1 No rótulo de um suco de frutas concentrado, consta a 3 Em um laboratório de Química, uma solução estoque de
seguinte instrução de preparo. ácido sulfúrico apresenta concentração de 10 mol/L. Para
um experimento, um técnico necessita preparar 100 mL
de uma solução desse mesmo ácido, porém na concen-
tração de 0,1 mol/L. O volume da solução estoque que
deve ser usado na diluição para se preparar a solução
desejada é de
a) 99 mL. d) 9 mL.
b) 90 mL. e) 1 mL.
c) 10 mL.

Considerando que essa instrução foi seguida, pode-se


dizer que a concentração final do suco preparado em
relação à do suco concentrado deve ser igual a
a) 90%. b) 20%. c) 11%. d) 10%. e) 9%. 4 O permanganato de potássio (KMnO4) é um sal cuja so-
lução aquosa, na concentração de 0,1 g/L, possui coloração
violeta e pode ser usado no tratamento de coceiras e na
cicatrização de feridas da pele. Em farmácias, soluções
desse sal são vendidas em frascos de 100 mL que apre-
sentam concentrações de 2 g/L. Para tornar a solução
vendida na farmácia adequada ao uso como cicatrizante,
é necessário misturar o conteúdo do frasco a um volume
de água igual a
a) 0,1 L. c) 1,0 L. e) 2,0 L.
2 Consultando o rótulo do frasco de suco do exercício an-
terior, verifica-se que cada 20 mL de suco concentrado b) 0,9 L. d) 1,9 L.
contêm 1,2 grama de carboidrato. Com base nessa infor-
mação, calcule:
a) a concentração de carboidrato em g/L no suco con-
centrado.

5 (FGV-SP) O Brasil é um grande produtor e exportador de


suco concentrado de laranja. O suco in natura é obtido a
partir de processo de prensagem da fruta, que, após a
b) a concentração de carboidrato em g/L no suco pre-
separação de cascas e bagaços, possui 12% em massa de
parado.
sólidos totais, solúveis e insolúveis. A preparação do suco
concentrado é feita por evaporação de água até que se
atinja o teor de sólidos totais de 48% em massa.
Quando uma tonelada de suco de laranja in natura é co-
locada em um evaporador, a massa de água evaporada
c) a quantidade de carboidrato presente em um copo de para obtenção do suco concentrado é, em quilograma,
suco preparado de volume 200 mL. igual a
a) 125. c) 380. e) 750.
b) 250. d) 520.

462
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

6 Segundo a legislação brasileira, o valor máximo permi- x g de ‡gua


tido (VMP) para o teor de mercúrio na água de consu-
mo humano é de 1 ppb. Em uma análise de laboratório,
um técnico adicionou 2 g de uma amostra da água de
um rio e diluiu a 100 g com água destilada. Essa solução
foi analisada encontrando-se um teor de mercúrio igual
a 0,04 ppb.
20 g de NaOH % (m/m) 5 4%
Sobre a água desse rio, pode-se afirmar que ela está
em 180 g H2O
a) imprópria para o consumo, pois apresenta 4 ppb de
mercúrio. Sobre esse experimento, pede-se:

b) imprópria para o consumo, pois apresenta 2 ppb de a) a concentração inicial da solução, expressa em porcen-
mercúrio. tagem, em massa.

c) própria para o consumo, pois apresenta 0,4 ppb de


mercúrio.
d) própria para o consumo, pois apresenta 0,08 ppb de
mercúrio.
e) própria para o consumo, pois apresenta 0,04 ppb de
mercúrio.
b) a massa de água adicionada para se obter a solução final.

7 Uma solução de soda cáustica foi preparada no laborató-


rio dissolvendo 20 g de NaOH em 180 g de água. Depois,
essa solução foi diluída com x gramas de água de modo
a produzir uma solução de porcentagem em massa igual
a 4%, conforme mostrado no esquema a seguir.

Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Unidade Soluções – Capítulo 6

MÓDULO 20 – MANIPULANDO SOLUÇÕES: DILUIÇÃO


Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia os itens 1 e 2 da seção • Faça as questões 5 a 7. • Faça as questões 8 e 9.


1 Neste módulo. • Leia os itens 1 a 3.
• Faça as questões 1 a 4.

• Leia o item 3 da seção Neste • Faça as questões 14 a 16. • Faça as questões 17 e 18.
2 módulo. • Leia o item 4.
• Faça as questões 10 a 13.
QUÍMICA A

463
PREPARE-SE

Na próxima aula, vamos estudar misturas de soluções com e sem reação química.
Pensando em mistura de soluções envolvendo reações químicas, o caso mais clássico é o de reações envol-
vendo ácidos e bases, embora existam muitos outros casos de reações envolvendo compostos inorgânicos.
Por exemplo, você já ouviu falar que a chuva ácida corrói objetos de mármore? Do ponto de vista químico,
pesquise qual é o principal componente do mármore.

EX TRAS!

1 O álcool comercial (solução de etanol) é vendido na concentração de 96% em volume. Entre-


tanto, para que possa ser utilizado como desinfetante, deve-se usar uma solução alcoólica na concen-
tração de 70% em volume. Suponha que um hospital recebeu como doação um lote de 1 000 litros de
álcool comercial a 96% em volume e pretende trocá-lo por um lote de álcool desinfetante.
Para que a quantidade total de etanol seja a mesma nos dois lotes, o volume de álcool a 70% forneci-
do na troca deve ser mais próximo de
a) 1 042 L. c) 1 428 L. e) 1 700 L.
b) 1 371 L. d) 1 632 L.

2 A hidroponia pode ser definida como uma técnica de produção de vegetais sem necessaria-
mente a presença de solo. Uma das formas de implementação é manter as plantas com suas raízes
suspensas em meio líquido, de onde retiram os nutrientes essenciais. Suponha que um produtor de
rúcula hidropônica precise ajustar a concentração de íon nitrato (NO32) para 0,009 mol/L em um tan-
que de 5 000 litros e, para tanto, tem em mãos uma solução comercial nutritiva de nitrato de cálcio
90 g/L. As massas molares dos elementos N, O e Ca são iguais a 14 g/mol, 16 g/mol e 40 g/mol, res-
pectivamente. Qual o valor mais próximo do volume da solução nutritiva, em litros, que o produtor
deve adicionar ao tanque?
a) 26 b) 41 c) 45 d) 51 e) 82

3 (Unicamp-SP) Um dos grandes problemas das navegações do século XVI referia-se à limitação de água
potável que era possível transportar numa embarcação. Imagine uma situação de emergência em que
restaram apenas 300 litros (L) de água potável (considere-a completamente isenta de eletrólitos). A
água do mar não é apropriada para o consumo devido à grande concentração de NaCL (25g/L), porém
o soro fisiológico (10 g NaCL/L) é. Se os navegantes tivessem conhecimento da composição do soro
fisiológico, poderiam usar água potável para diluir água do mar de modo a obter o soro e assim teriam
um volume maior de líquido para beber.
a) Que volume total de soro seria obtido com a diluição se todos os 300 litros de água potável fossem
usados para este fim?
b) Considerando-se a presença de 50 pessoas na embarcação e admitindo-se uma distribuição equi-
tativa do soro, quantos gramas de NaCL teriam sido ingeridos por cada pessoa?
c) Uma maneira que os navegadores usavam para obter água potável adicional era recolher água de
chuva. Considerando-se que a água da chuva é originária, em grande parte, da água do mar, como
se explica que ela possa ser usada como água potável?

ANOTAÇÕES

464
21 QUÍMICA A

M Ó D U L O

Manipulando soluções:
mistura de soluções

COMPETÊNCIA
Objetivos de aprendizagem ESPECÍFICA
E HABILIDADE
DA BNCC
. Objetivo 1: calcular a concentração das soluções preparadas pela mistura de outras, sem a ocorrência
de reação química entre elas. COMPETÊNCIA 2

. Objetivo 2: realizar cálculos quantitativos das transformações químicas envolvendo o uso de soluções
EM13CNT205

aquosas de compostos inorgânicos em contextos experimentais e de análises.


. Objetivo 3: realizar cálculos quantitativos das transformações químicas envolvendo misturas de so-
luções de ácidos e bases no contexto das análises científicas sobre pureza e controle de qualidade.

Neste módulo

1 Concentração de mistura de soluções de mesmo soluto


Elementos fora
de proporção
Cores fantasia

C1 C2 Cf
V1 V2 Vf 5 V1 1 V2

Representação esquemática da mistura de duas soluções de mesmo soluto e concentrações diferentes (as esferas

MÓDULO 21 – MANIPULANDO SOLUÇÕES: MISTURA DE SOLUÇÕES


representam a quantidade de soluto nas soluções).

A concentração final (Cf) será a média ponderada das concentrações das soluções misturadas.
. Para concentrações em volume (g/L, mol/L), tem-se:

C1 ? V1 1 C2 ? V2 5 Cf ? Vf
M1 ? V1 1 M2 ? V2 5 Mf ? Vf

. Para concentrações em massa (título, ppm, ppb), tem-se:

t1 ? msolução 1 1 t2 ? msolução 2 5 tf ? msolução final


C(ppm)1 ? msolução 1 1 C(ppm)2 ? msolução 2 5 C(ppm)f ? msolução final
QUÍMICA A

C(ppb)1 ? msolução 1 1 C(ppb)2 ? msolução 2 5 C(ppm)f ? msolução final

465
2 Concentração de mistura de soluções de solutos
diferentes que não reagem
Nesses casos, a concentração dos solutos é alterada da mesma forma que ocorre na diluição das
soluções.

Elementos fora
de proporção
Cores fantasia

C1 C2 Cf Cf
V1 V2 Vf 5 V1 1 V2

Representação esquemática da mistura de duas soluções de mesmo soluto e concentrações diferentes.

Para Para
C1 ? V1 5 Cf ? Vf C1 ? V1 5 Cf ? Vf
M1 ? V1 5 Mf ? Vf M1 ? V1 5 Mf ? Vf
t1 ? m (solução 1) 5 tf ? m (solução f) t1 ? m (solução 1) 5 tf ? m (solução f)

3 Concentração de misturas de soluções envolvendo


reação química
As concentrações das soluções e os volumes empregados são utilizados para determinar as quantida-
des de reagentes no sistema. Com base nessas quantidades se faz a estequiometria da reação química
para determinar, por exemplo, a quantidade e a concentração dos produtos formados. Exemplo:

Elementos fora
de proporção
Cores fantasia

C(HCL) 5 1 mol/L C(NaOH) 5 2 mol/L m(NaCL) 5 ?


V 5 200 mL V 5 100 mL V 5 300 mL

Representação esquemática da mistura de duas soluções de solutos e concentrações diferentes que reagem entre si.

Solução aquosa de HCL: 1 L (solução) 1 mol de HCL


Em 200 mL de uma solução 1 mol/L 0,2 L nHCL
há 0,2 mol de HCL. nHCL 5 0,2 mol de HCL

Solução NaOH: 1 L (solução) 2 mols de NaOH


Em 100 mL de uma solução 2 mol/L 0,1 L nNaOH
há 0,2 mol de NaOH. nNaOH 5 0,2 mol de NaOH

HCL(aq) 1 NaOH(aq) ñ NaCL(aq) 1 H2O(L)


1 mol 1 mol 1 mol (58,5 g)
0,2 mol 0,2 mol mNaCL
mNaCL 5 11, 7 g de NaCL estão dissolvidos na mistura

466
DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S
Consulte a tabela periódica
sempre que necessário.

1 Durante uma refeição em família, uma pessoa abriu uma a) 900 mL e 100 mL. d) 200 mL e 800 mL.
garrafa de 2 L de refrigerante. Ao término do almoço, b) 800 mL e 200 mL. e) 100 mL e 900 mL.
sobraram 500 mL na garrafa, que foi fechada e colocada
c) 400 mL e 600 mL.
na geladeira. Depois de alguns dias, o refrigerante dessa
garrafa estava com menos gás. O filho dessa pessoa, re-
solvendo usar seus conhecimentos sobre mistura de so-
luções, teve uma ideia:
. Vamos misturar o conteúdo de uma garrafa nova des-
se mesmo refrigerante com o que está na geladeira,
assim teremos um volume maior para tomar!
Do ponto de vista químico, pode-se afirmar:
I. A mistura não ficará tão boa quanto o refrigerante
recém-aberto, mas também não ficará tão ruim quan-
to aquele que estava na geladeira.
II. A mistura conterá uma quantidade de gás que estará
entre aquela existente no refrigerante da geladeira e
o recém-aberto.
4 A figura a seguir mostra o esquema do processo de mis-
III. Quanto maior o volume do refrigerante recém-aberto tura de duas soluções eletrolíticas.
usado na mistura, mais parecido com ele ficará o sis-
tema final.

São corretas as afirmações:


1 CL
2
a) Apenas I. 2 1 Ca
21

1 21 CL Na
Na CL
2 Ca 2
CL
2
CL
2
b) Apenas I e II. CL

c) Apenas I e III.
C(NaCL) 5 0,25 mol/L C(CaCL ) 5 0,10 mol/L
2
d) Apenas II e III. V1 5 200 mL V2 5 300 mL Vf 5 500 mL
e) Todas. a) Calcule a concentração final de íons Na . 1

2 Considere que, na questão anterior, a concentração de gás


carbônico dissolvido no refrigerante recém-aberto é igual
a 6 g/L e a do refrigerante que estava na geladeira é 1 g/L.
A mistura de 500 mL de refrigerante que estava na gela-
deira com 2 L do refrigerante recém-aberto apresenta a
concentração de CO2, em g/L, igual a b) Calcule a concentração final de íons CL2.
a) 5,5. c) 4,0. e) 1,5.
b) 5,0. d) 2,0.

MÓDULO 21 – MANIPULANDO SOLUÇÕES: MISTURA DE SOLUÇÕES

3 No laboratório de química, um técnico necessita preparar


1 L de uma solução de ácido clorídrico (HCL) 1,2 mol/L.
Consultando o almoxarifado, ele encontrou duas soluções
de HCL cujos rótulos indicavam concentrações de 2,0 mol/L
e 1,0 mol/L. Os volumes da solução mais concentrada e da
QUÍMICA A

menos concentrada que ele deve misturar para produzir a


solução desejada são, respectivamente, iguais a

467
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

5 Um dos grandes problemas associados à chuva ácida é a b) Qual o volume de CO2 produzido na reação a 25 °C e
corrosão de sólidos diversos, como estruturas metálicas 1 atm?
de pontes e edifícios, e dos carbonatos presentes, por
exemplo, no mármore.
A reação entre o ácido nítrico presente na chuva ácida de
grandes centros urbanos e o mármore é representada pela
equação química a seguir:
2 HNO3(aq) 1 CaCO3(s) ñ Ca(NO3)2(aq) 1 H2O(L) 1
1 CO2(g)
Em um teste de laboratório, para se determinar a extensão
dessa reação, uma amostra de 40 gramas de carbonato
de cálcio foi submetida ao ataque ácido. Caso a reação
seja completa, o volume da solução 1 mol/L de HNO3 uti-
lizado para consumir todo o CaCO3 será igual a
Dado: massa molar do carbonato de cálcio: 100 g/mol.
a) 200 mL. c) 400 mL. e) 800 mL.
b) 300 mL. d) 600 mL. 7 Quando soluções de ácido clorídrico e nitrato de prata
são misturadas, ocorre uma reação visualmente percep-
tível devido à precipitação de um sólido branco, de acor-
do com a equação química a seguir.
HCL(aq) 1 AgNO3(aq) ñ AgCL(s) 1 HNO3(aq)
Ao se misturar 100 mL de solução ácida na concentração
de 2 mol/L com 300 mL da solução de AgNO3 1 mol/L, a
massa de precipitado produzido será igual a

Dado: MAgCL 5 143,5 g/mol.


a) 14,35 g. c) 42,20 g. e) 71,75 g.
6 O bicarbonato de sódio reage com o ácido clorídrico de b) 28,70 g. d) 57,40 g.
acordo com a equação indicada a seguir:
NaHCO3(aq) 1 HCL(aq) ñ NaCL(aq) 1 H2O(L) 1 CO2(g)
Essa reação é responsável pela vontade de arrotar que
sentimos ao ingerir um antiácido efervescente – o NaHCO3
presente no medicamento reage com o HCL do estômago
produzindo o CO2 que será expelido na forma de arroto.
No laboratório, essa reação foi testada para se determinar
a quantidade de gás produzido nesse processo com a
mistura de 100 mL de uma solução de bicarbonato de
sódio 2,0 mol/L e 400 mL de uma solução de ácido clo-
rídrico 0,5 mol/L. Sobre esse experimento, responda às
questões a seguir.
Dado: volume molar dos gases a 25 °C e 1 atm 5 25 L/mol.
a) Os reagentes foram misturados na proporção este-
quiométrica?

468
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

8 Em lojas de materiais de construção são vendidas soluções 10 Muitos desodorantes apresentam em sua constituição o
ácidas de limpeza para pisos e superfícies metálicas. Um hidróxido de alumínio, AL(OH)3, como princípio ativo.
desses produtos apresenta estas informações sobre sua Mesmo sendo fraca, essa base pode ser irritante para
composição: peles mais sensíveis. Desse modo, sua concentração não
“Princípio ativo: ácido clorídrico 145 g/L, o que equivale a pode ultrapassar determinados valores. Para controle de
4 mol/L.” qualidade de um desodorante de certo fabricante, foi
Para investigar se o rótulo trazia informações verdadeiras, analisada uma amostra de 10 mL do produto. Para a com-
uma amostra de 100 mL desse produto foi colocada para pleta neutralização dessa amostra, foram gastos 30 mL
reagir com hidróxido de sódio (NaOH) 2 mol/L. O volume de uma solução de HCL na concentração de 0,01 mol/L.
de base utilizado para a completa neutralização foi igual
a 150 mL. A informação do rótulo é correta? Justifique De acordo com os padrões de produção desse fabricante,
apresentando o cálculo da concentração de ácido clorí- a concentração de AL(OH)3 deve se situar entre os limites
drico encontrada no produto. mostrados na tabela a seguir.

Limites encontrados no Concentração de


produto final AL(OH)3 em mol/L
Limite inferior 1,0 ? 1024
Limite superior 5,0 ? 1023

Considerando esses parâmetros:


a) Determine a concentração em mol/L do hidróxido de
alumínio do desodorante.

9 Produtos desentupidores de pia (desengordurantes) são


fabricados normalmente com soda cáustica (hidróxido de
sódio, NaOH, com impurezas). Em um teste de determi-
nação do teor de pureza de NaOH de um produto desses,
a neutralização de uma amostra de 10 g necessitou de
200 mL de uma solução de ácido clorídrico 1 mol/L.
Considerando que apenas o NaOH presente na amostra
irá reagir com o HCL, a porcentagem de hidróxido de
sódio nesse produto desentupidor é igual a
Dado: MNaOH 5 40 g/mol.
a) 60%. b) 70%. c) 80%. d) 90%. e) 95%.

MîDULO 21 Ð MANIPULANDO SOLUÇÕES: MISTURA DE SOLUÇÕES


b) Justifique se o produto está dentro das especificações. QUÍMICA A

469
Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Unidade Soluções – Capítulo 7

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia os itens 1 e 2 da seção


• Faça as questões 5 a 7.
1 Neste módulo. • Faça as questões 8 e 9.
• Leia o item 1.
• Faça as questões 1 a 4.

• Leia o item 3 da seção Neste


• Faça as questões 14 a 16.
2 módulo. • Faça as questões 17 e 18.
• Leia o item 2.
• Faça as questões 10 a 13.

2 • Faça as questões 19 a 22. • Faça as questões 23 a 25. • Faça as questões 26 e 27.

PREPARE-SE

Na próxima aula, discutiremos uma técnica experimental muito usada em laboratórios para determinar as quantidades ou concen-
trações de solutos em sistemas diversos, que vão desde o controle de qualidade nas indústrias até a determinação de poluentes.
Essa técnica é chamada de titulação. Para apresentar os conceitos relacionados a essa técnica, acesse o vídeo introdutório
sobre o assunto.

EX TRAS!

1 (Uerj) A produção e a transmissão do impulso nervoso nos neurônios têm origem no mecanismo da bomba de sódio-
-potássio. Esse mecanismo é responsável pelo transporte de íons Na1 para o meio extracelular e K1 para o interior da
célula, gerando o sinal elétrico. A ilustração abaixo representa esse processo.

K1
K1

Adaptado de researchgate.net.

Para um estudo sobre transmissão de impulsos nervosos pela bomba de sódio-potássio, preparou-se uma mistura contendo
os cátions Na1 e K1 formada pelas soluções aquosas A e B com solutos diferentes. Considere a tabela a seguir:

Volume Concentração
Solução Soluto
(mL) (mol/L)

A 400 KCL 0,1

B 600 NaCL 0,2

Admitindo a completa dissociação dos solutos, a concentração de íons cloreto na mistura, em mol/L, corresponde a
a) 0,04. c) 0,12.
b) 0,08. d) 0,16.

470
EXTRAS!

2 Laboratórios de química geram como subprodutos substâncias ou misturas que, quando não têm mais utilidade
nesses locais, são consideradas resíduos químicos. Para o descarte na rede de esgoto, o resíduo deve ser neutro, livre de
solventes inflamáveis e elementos tóxicos como Pb, Cr e Hg. Uma possibilidade é fazer uma mistura de dois resíduos
para obter um material que apresente as características necessárias para o descarte. Considere que um laboratório dis-
ponha de frascos de volumes iguais cheios dos resíduos, listados no quadro.

Tipos de res’duos
I. Solução de H2CrO4 0,1 mol/L
II. Solução de NaOH 0,2 mol/L
III. Solução de HCL 0,1 mol/L
IV. Solução de H2SO4 0,1 mol/L
V. Solução de CH3COOH 0,2 mol/L
VI. Solução de NaHCO3 0,1 mol/L

Qual combinação de resíduos poderá ser descartada na rede de esgotos?


a) I e II. d) V e VI.
b) II e III. e) IV e VI.
c) II e IV.

3 O vinagre é um produto alimentício resultante da fermentação do vinho que, de acordo com a legislação nacional,
deve apresentar um teor mínimo de ácido acético (CH3COOH) de 4% (v/v). Uma empresa está desenvolvendo um kit para
que a inspeção sanitária seja capaz de determinar se alíquotas de 1 mL de amostras de vinagre estão de acordo com a le-
gislação. Esse kit é composto por uma ampola que contém uma solução aquosa de Ca(OH)2 0,1 mol/L e um indicador que
faz com que a solução fique cor-de-rosa, se estiver básica, e incolor, se estiver neutra ou ácida. Considere a densidade do
ácido acético igual a 1,10 g/cm3, a massa molar do ácido acético igual a 60 g/mol e a massa molar do hidróxido de cálcio
igual a 74 g/mol.
Qual é o valor mais próximo para o volume de solução de Ca(OH)2 em mL que deve estar contido em cada ampola do kit
para garantir a determinação da regularidade da amostra testada?
a) 3,7 d) 25
b) 6,6 e) 36
c) 7,3

ANOTAÇÕES

MîDULO 21 Ð MANIPULANDO SOLUÇÕES: MISTURA DE SOLUÇÕES


QUÍMICA A

471
22 QUÍMICA A

M Ó D U L O

Manipulando soluções:
titulação

COMPETÊNCIA
Objetivo de aprendizagem ESPECÍFICA
E HABILIDADE
DA BNCC
. Objetivo 1: determinar a concentração ou a quantidade de uma substância em um sistema por meio
da técnica de titulação no contexto das análises experimentais. COMPETÊNCIA 2
EM13CNT205

Neste módulo

Titulação
Técnica experimental usada para descobrir a concentração ou a quantidade de determinada substân-
cia em um sistema.

Elementos fora
de proporção
Cores fantasia

Bureta graduada
com o titulante
(solução-padrão)

Suporte universal

Erlenmeyer com
o titulado e com o
indicador ácido-base

Representação esquemática da aparelhagem utilizada na titulação de


uma solução. No experimento se determina o volume de titulante
usado para reagir com todo o soluto presente no erlenmeyer.

Com base na estequiometria da reação química entre o titulante e o composto presente no erlenmeyer,
determina-se sua quantidade.

472
DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S
Consulte a tabela periódica
sempre que necessário.

1 Titulação é uma técnica experimental usada para se determinar quantidades ou concentrações de substâncias. Em um ex-
perimento desse tipo, 25 mL de uma amostra de vinagre comercial foram titulados com uma solução-padrão (solução de
concentração conhecida) de hidróxido de sódio (NaOH) para se determinar o teor de ácido acético (CH3COOH). Esse ex-
perimento é representado pela figura a seguir.

Solução-padrão
NaOH 0,10 mol/L

25 mL de vinagre

Nesse experimento, os 25 mL de vinagre exigiram exatamente 12,5 mL da solução básica para que fosse atingido o ponto de
equivalência, ou seja, para se atingir a proporção estequiométrica da reação. Sabe-se que, de acordo com a legislação vi-
gente, o teor de ácido acético no vinagre deve estar entre 4% e 6% em massa, o que corresponde às concentrações entre
0,65 mol/L a 1 mol/L.
a) Escreva a equação química da reação que ocorre entre o ácido acético do vinagre e o hidróxido de sódio.

b) Calcule a concentração do ácido acético no vinagre da amostra e indique se ela está de acordo com a legislação.

2 (UFSM-RS) O leite de magnésia, usado como antiácido e laxante, contém em sua formulação o composto Mg(OH)2. A concen-
tração de uma amostra de 10 mL de leite de magnésia que foi titulada com 12,5 mL de HCL 0,50 mol ? L21 é, em mol ? L21, de,
aproximadamente,
a) 0,1. b) 0,3. c) 0,5. d) 0,6. e) 1,2.

MîDULO 22 Ð MANIPULANDO SOLUÇÕES: TITULAÇÃO


QUÍMICA A

473
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

3 (Fuvest-SP) Um dos parâmetros que determina a qualidade do azeite de oliva é sua acidez, normalmente expressa na em-
balagem na forma de porcentagem, e que pode ser associada diretamente ao teor de ácido oleico em sua composição.
Uma amostra de 20,0 g de um azeite comercial foi adicionada a 100 mL de uma solução contendo etanol e etoxietano (die-
tiléter), 1:1 em volume, com o indicador fenolftaleína. Sob constante agitação, titulou-se com uma solução etanólica contendo
KOH 0,020 mol/L até a total. Para essa amostra, usaram-se 35,0 mL de base, o que permite concluir que se trata de
um azeite tipo .
As palavras que completam corretamente as lacunas são:

Note e adote:

Classificação de azeites por acidez (em % massa do


ácido oleico por 100 g de azeite)

Tipo Acidez

Extravirgem Menor que 0,8%

Virgem fino De 0,8% até 1,5%

Semifino Maior que 1,5% até 3,0%

Refinado Maior que 3,0%

Ácido oleico (ácido octadec-9-enoico)


O

OH

Fórmula: C18H34O2
Massa molar 5 282,5 g/mol

a) oxidação; semifino. c) oxidação, virgem fino. e) neutralização; semifino.


b) neutralização; virgem fino. d) neutralização; extravirgem.

Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Unidade Soluções – Capítulo 8

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia a seção Neste módulo. • Faça as questões 5 a 7.


1 • Faça a questão 8.
• Faça as questões 1 a 4. • Leia o item 1.

474
EXTRA!

. Um dos parâmetros de controle de qualidade de polpas de frutas destinadas ao consumo como bebida é a acidez
total expressa em ácido cítrico, que corresponde à massa dessa substância em 100 gramas de polpa de fruta. O ácido cítri-
co é uma molécula orgânica que apresenta três hidrogênios ionizáveis (ácido triprótico) e massa molar 192 g/mol. O quadro
indica o valor mínimo desse parâmetro de qualidade para polpas comerciais de algumas frutas.

Valor mínimo da acidez total expressa em


Polpa de fruta
ácido cítrico (g/100 g)

Acerola 0,8

Caju 0,3

Cupuaçu 1,5

Graviola 0,6

Maracujá 2,5

A acidez total expressa em ácido cítrico de uma amostra comercial de polpa de fruta foi determinada. No procedimento,
adicionou-se água destilada a 2,2 g da amostra e, após a solubilização do ácido cítrico, o sólido remanescente foi filtrado. A
solução obtida foi titulada com solução de hidróxido de sódio 0,01 mol/L em que se consumiram 24 mL da solução básica
(titulante).
BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Instrução normativa n. 1, de 7 de janeiro de 2000. Disponível em:
www.agricultura.gov.br. Acesso em: 9 maio 2019 (adaptado).

Entre as listadas, a amostra analisada pode ser de qual polpa de fruta?


a) Apenas caju.
b) Apenas maracujá.
c) Caju ou graviola.
d) Acerola ou cupuaçu.
e) Cupuaçu ou graviola.

ANOTAÇÕES

MîDULO 22 Ð MANIPULANDO SOLUÇÕES: TITULAÇÃO


QUÍMICA A

475
23 QUÍMICA A

M Ó D U L O

Pressão de vapor

COMPETÊNCIAS
Objetivos de aprendizagem ESPECÍFICAS
E HABILIDADES
DA BNCC
. Objetivo 1: descrever o conceito de pressão de vapor, identificando os fatores que alteram seu valor
em diferentes contextos. COMPETÊNCIA 1

. Objetivo 2: explicar a condição em que um líquido entra em ebulição, reconhecendo a relação entre
EM13CNT105

pressão sobre o líquido e valor da temperatura de ebulição. COMPETÊNCIA 3


EM13CNT301

Neste módulo

1 Pressão de vapor de um líquido


Pressão de vapor de um líquido é aquela exercida pelo vapor em equilíbrio dinâmico com o líquido.
Exemplo:
17,5 mmHg Elementos fora
de proporção
Manômetro Cores fantasia

Vapor
de água
Água Representação esquemática
de frasco fechado com água
líquida em equilíbrio com o
20 °C vapor de água.
No esquema acima, observe que a pressão de vapor da água a 20 °C é igual a 17,5 mmHg.

1.1 Fatores que não interferem na pressão de vapor


A pressão de vapor não depende:
a) da forma e do volume dos frascos;
17,5 mmHg
20 ¡C Elementos fora
de proporção
Cores fantasia

Representação esquemática de
dois sistemas com volumes
diferentes contendo água
Água no líquida em equilíbrio com seu
estado líquido vapor a 20 °C.

476
b) do volume das fases.
17,5 mmHg
20 ¡C Elementos fora
de proporção
Cores fantasia

Vapor
de água

Água no
Representação esquemática de sistemas
estado líquido fechados contendo quantidades diferentes de
água líquida em equilíbrio com seu vapor a 20 °C.

1.2 Fatores que interferem na press‹o de vapor


A pressão de vapor depende:
a) do líquido;

Tabela com valores de pressão de vapor de diferentes líquidos a 20 °C


Solvente Pressão de vapor a 20 °C
Etanol 44,0 mmHg
Éter etílico 534,2 mmHg
Água* 17,5 mmHg
*A água foi adicionada à tabela pelos autores.
Fonte: JUNIOR, J. C. D. Química aplicada à conservação e restauração de bens culturais.
Belo Horizonte: São Jerônimo, 2012.
b) da temperatura.

Elementos fora
de proporção
Cores fantasia

Representação esquemática de
55,3 mmHg 149,3 mmHg 760 mmHg sistemas fechados contendo água
40 °C 60 °C 100 °C em diferentes temperaturas.
O gráfico a seguir mostra a relação entre a pressão de vapor e a temperatura das substâncias éter
etílico, etanol e água.
Curvas que relacionam pressão de vapor e
temperatura para diferentes substâncias
Pressão de
vapor (mmHg)
900

800
Éter
700 etílico

600

500
MÓDULO 23 – PRESSÃO DE VAPOR

400
Etanol
300

200 Água

100
QUÍMICA A

Fonte: SILBERBERG, M. S. Principles of


General Chemistry. New York:
McGraw-Hill Higher Education, 2007.
0 20 40 60 80 100 Temperatura (°C) (Adaptada e traduzida pelos autores.)

477
2 Temperatura de ebulição
Um líquido entra em ebulição quando sua pressão de vapor é, no mínimo, igual à pressão que atua
sobre a superfície líquida. Para um frasco aberto, essa pressão é a atmosférica.

Temperaturas de ebulição normais (ao nível do


mar, 760 mmHg) de diferentes substâncias
Pressão de
VladKK/Shutterstock

vapor (mmHg)
900

800 34,5 °C 78,5 °C 100,0 °C


760
Éter
700 etílico

600

500

400
Água em ebulição. A temperatura de ebulição da água varia Etanol
de acordo com a pressão que atua sobre sua superfície. 300
Assim, a água pode ferver em diferentes temperaturas sob
diferentes pressões. 200
Água

100

0 20 40 60 80 100 Temperatura (°C)


Fonte: SILBERBERG, M. S. Principles of General Chemistry. New York:
McGraw-Hill Higher Education, 2007. (Adaptada e traduzida pelos autores.)

DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S


Consulte a tabela periódica
sempre que necessário.

1 O uso de solvente no processo de restauração de pinturas a) Qual solvente apresentado na tabela é o mais volátil?
é comum para a remoção de resíduos de tintas e vernizes; Justifique sua escolha.
entretanto, o restaurador deve conhecer as propriedades
do solvente para não comprometer a obra de arte. Con-
sidere uma situação em que o restaurador deseja remover
uma camada fina de verniz sobre uma pintura. Para isso,
é necessário utilizar um solvente que interaja pouco tem-
po com a camada de verniz e, caso alcance a camada
b) Explique a escolha do solvente no item a utilizando o
subjacente, sua rápida evaporação não cause danos a essa
modelo de interações intermoleculares.
camada.
A tabela a seguir contém alguns solventes utilizados no
processo de restauração:

Solvente Pressão de vapor a 20 °C

Hexano 151,3 mmHg

Etanol 44 mmHg
c) Escolha, entre os solventes apresentados na tabela,
aquele mais apropriado para a remoção da camada fina
Propanol 21 mmHg de verniz. Justifique sua escolha.

Acetona 186 mmHg

Éter etílico 534,2 mmHg

Fonte: JUNIOR, J. C. D. Química aplicada à conservação e restauração


de bens culturais. Belo Horizonte: São Jerônimo, 2012.

478
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

2 (Unicamp-SP) O “Ebulidor de Franklin” é um brinquedo 3 A umidade relativa do ar (U.R.) é um parâmetro de gran-


constituído de dois bulbos de vidro conectados por um de importância meteorológica e agronômica, pois deter-
tubo espiralado, preenchido com líquido colorido. Seu uso mina, entre outros fatores, a taxa de evaporação da água.
consiste em encostar a mão na base do bulbo inferior, A umidade relativa é definida como:
fazendo com que o líquido seja aquecido e ascenda para
o bulbo superior. Popularmente, a libido de uma pessoa é Pvapor da água no ar
avaliada com base na quantidade de líquido que ascende. U.R. 5
Pmáxima de vapor
O sucesso de venda, obviamente, é maior quanto mais
positivamente o brinquedo indicar uma “alta libido”. Abai- P 5 pressão
xo apresenta-se um gráfico da pressão de vapor em fun-
ção da temperatura para dois líquidos, A e B, que poderiam a) Considera-se para o ser humano que a faixa de umi-
dade relativa entre 40% e 70% proporciona o máximo
ser utilizados para preencher o “Ebulidor de Franklin”.
de conforto. Em Cuiabá (MT), à temperatura de 40 ¡C,

Reprodução/Unicamp-SP, 2020.
a pressão de vapor da água apresentou valor igual a
20 mmHg. Consulte o gráfico abaixo e responda se em
Cuiabá a U.R. encontra-se no intervalo mencionado.
Justifique sua resposta.

Pressão máxima de vapor de água

800
750
700
650
600
Pressão de 550
vapor (mmHg) Pressão (mmHg) 500
800 450
A 400
700
B 350
600 300
250
500
200
400 150
100
300
50
200
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90100
100 Temperatura (°C)

Fonte: ATKINS, P.; JONES, L. Princ’pios de Qu’mica: questionando a vida


0 moderna e o meio ambiente. 3. ed. São Paulo: Bookman, 2006.
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120
Temperatura (°C)

Considerando essas informações, é correto afirmar que a


pressão no interior do brinquedo
a) não se altera durante o seu uso, e o ebulidor com o lí-
quido A teria mais sucesso de vendas.
b) aumenta durante o seu uso, e o ebulidor com o líquido
A teria mais sucesso de vendas.
c) não se altera durante o seu uso, e o ebulidor com o lí- b) Caso a pressão de vapor da água permaneça inaltera-
MîDULO 23 Ð PRESSÃO DE VAPOR

quido B teria mais sucesso de vendas. da, o que ocorre com a U.R. quando a temperatura
ambiente diminui?
d) aumenta durante o seu uso, e o ebulidor com o líquido
B teria mais sucesso de vendas.

Dica dos autores: o que faz o líquido ascender para o


QUÍMICA A

bulbo superior é a pressão sobre o líquido no bulbo


inferior.

479
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

4 Um estudante resolveu separar uma solução de dois líquidos (A e B) por meio da destilação fracionada.
Para isso, ele consultou as curvas do gráfico abaixo com o intuito de saber qual líquido seria destilado
primeiro.

800
A B
700
Press‹o de vapor (mmHg)

600

500

400

300

200

100

210 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Temperatura (°C)

a) Consulte o gráfico e indique a temperatura de ebulição normal aproximada dos líquidos A e B.


Temperatura de ebulição normal é aquela em que o líquido entra em ebulição ao nível do mar (pres-
são atmosférica igual a 760 mmHg).

b) Durante a destilação fracionada executada pelo estudante, qual líquido destilou primeiro? Justifique
sua resposta.

c) No gráfico do enunciado, esboce a representação da curva de pressão de vapor por temperatura


de uma substância C, sabendo que ela é mais volátil que as substâncias A e B.

Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Unidade Soluções – Capítulo 9

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia o item 1 da seção Neste


• Faça as questões 5 e 6.
1 módulo. • Faça a questão 7.
• Leia o item 1.
• Faça as questões 1 a 4.

• Leia o item 2 da seção Neste


• Faça as questões 12 e 13.
2 módulo. • Faça a questão 14.
• Leia o item 2.
• Faça as questões 8 a 11.

480
#cultura_digital
No portal Mozaik education, especificamente na seção “Cenas 3D – Evaporação e ebulição”, você encon-
trará animações sobre os temas trabalhados neste módulo, como pressão de vapor, temperatura de
ebulição, relação entre temperatura de ebulição, pressão atmosférica e a panela de pressão.
Disponível em: https://us.mozaweb.com/pt/Search/global?search5press%C3%A3o%20de%20vapor.
Acesso em: 3 dez. 2020.

EX TRAS!

1 Na Idade Média, para elaborar preparados a partir de plantas produtoras de óleos essenciais, as coletas das espécies
eram realizadas ao raiar do dia. Naquela época, essa prática era fundamentada misticamente pelo efeito mágico dos raios
lunares, que seria anulado pela emissão dos raios solares. Com a evolução da ciência, foi comprovado que a coleta de algu-
mas espécies ao raiar do dia garante a obtenção de material com maiores quantidades de óleos essenciais.
A explicação científica que justifica essa prática se baseia na
a) volatilização das substâncias de interesse.
b) polimerização dos óleos catalisada pela radiação solar.
c) solubilização das substâncias de interesse pelo orvalho.
d) oxidação do óleo pelo oxigênio produzido na fotossíntese.
e) liberação das moléculas de óleo durante o processo de fotossíntese.

2 (Unicamp-SP) Muito se ouve sobre ações em que se utilizam bombas improvisadas. Nos casos que envolvem caixas eletrôni-
cos, geralmente as bombas são feitas com dinamite (TNT-trinitrotolueno), mas nos atentados terroristas geralmente são
utilizados explosivos plásticos, que não liberam odores. Cães farejadores detectam TNT em razão da presença de resíduos
de DNT (dinitrotolueno), uma impureza do TNT que tem origem na nitração incompleta do tolueno. Se os cães conseguem
farejar com mais facilidade o DNT, isso significa que, numa mesma temperatura, esse composto deve ser
a) menos volátil que o TNT, e portanto tem uma menor pressão de vapor.
b) mais volátil que o TNT, e portanto tem uma menor pressão de vapor.
c) menos volátil que o TNT, e portanto tem uma maior pressão de vapor.
d) mais volátil que o TNT, e portanto tem uma maior pressão de vapor.

3 (FICSAE-SP) O gráfico a seguir representa a pressão de vapor de quatro solventes em função da temperatura.
Reprodução/Faculdade Israelita Albert Einstein, 2016.

MîDULO 23 Ð PRESSÃO DE VAPOR


QUÍMICA A

481
EXTRAS!

Ao analisar o gráfico foram feitas as seguintes observações:


I. Apesar de metanol e etanol apresentarem ligações de hidrogênio entre suas moléculas, o etanol tem maior temperatura
de ebulição, pois sua massa molecular é maior do que a do metanol.
II. É possível ferver a água a 60 °C, caso essa substância esteja submetida a uma pressão de 20 kPa.
III. Pode-se encontrar o dissulfeto de carbono no estado líquido a 50 °C, caso esteja submetido a uma pressão de 120 kPa.

Pode-se afirmar que


a) somente as afirmações I e II estão corretas.
b) somente as afirmações I e III estão corretas.
c) somente as afirmações II e III estão corretas.
d) todas as afirmações estão corretas.
Dica dos autores:
. metanol (H3C OH);
. etanol (H3C CH2 OH).
4 Sob pressão normal (ao nível do mar), a água entra em ebulição à temperatura de 100 °C. Tendo por base essa infor-
mação, um garoto residente em uma cidade litorânea fez a seguinte experiência:
. Colocou uma caneca metálica contendo água no fogareiro do fogão de sua casa.
. Quando a água começou a ferver, encostou cuidadosamente a extremidade mais estreita de uma seringa de injeção,
desprovida de agulha, na superfície do líquido e, erguendo o êmbolo da seringa, aspirou certa quantidade de água para
seu interior, tapando-a em seguida.
. Verificando após alguns instantes que a água da seringa havia parado de ferver, ele ergueu o êmbolo da seringa, cons-
tatando, intrigado, que a água voltou a ferver após um pequeno deslocamento do êmbolo.
Considerando o procedimento anterior, a água volta a ferver porque esse deslocamento
a) permite a entrada de calor do ambiente externo para o interior da seringa.
b) provoca, por atrito, um aquecimento da água contida na seringa.
c) produz um aumento de volume que aumenta o ponto de ebulição da água.
d) proporciona uma queda de pressão no interior da seringa que diminui o ponto de ebulição da água.
e) possibilita uma diminuição da densidade da água que facilita sua ebulição.

ANOTAÇÕES

482
GABARITO - EXTRAS!

Módulo 17 – Concentração de soluções: ppm b) 100 g por pessoa.


e ppb c) Na evaporação da água do mar, apenas a água eva-
pora, por isso pode-se obter água para beber pela
1 d condensação do vapor proveniente do mar, pois a
2 d água da chuva não conterá sal.

Módulo 18 – Concentração de soluções: mol/L Módulo 21 – Manipulando soluções: mistura


de soluções
1 b
2 e 1 d
3 b 2 c
3 a
Módulo 19 – Relações entre unidades de
concentração Módulo 22 – Manipulando soluções: titulação
1 e . c
2 d
Módulo 23 – Pressão de vapor
Módulo 20 – Manipulando soluções: diluição
1 a
1 b 2 d
2 b 3 d
3 a) 500 L de soro. 4 d

QUêMICA A

GABARITO

483
11 QUÍMICA B COMPETÊNCIA GERAL C2

M Ó D U L O

Sais

COMPETÊNCIA
ESPECÍFICA
Objetivos de aprendizagem E HABILIDADE
DA BNCC
. Objetivo 1: representar, em diferentes situações, a fórmula de um sal a partir de seu nome, e vice-versa. COMPETÊNCIA 3
. Objetivo 2: descrever as aplicações dos principais sais, assim como os produtos comercializados em EM13CNT301

que podem ser encontrados.

Neste módulo

1 Conceito de sal
Sais são compostos iônicos que podem ser formados na reação entre um ácido e uma base.

Um sal, em solução aquosa, libera pelo menos um cátion diferente de H1 e um ânion diferente de OH2.
Fórmula geral dos sais:
(cátion)x1 (ânion)y2 ~ (cátion)y(ânion)x

Composto eletricamente
neutro
Nomenclatura:
de
(Nome do ânion) (Nome do cátion)
Exemplos:
Na1CL2 5 NaCL – cloreto de sódio
Ca21CO322 5 CaCO3 – carbonato de cálcio
K21SO422 5 K2SO4 – sulfato de potássio

2 Características gerais Elementos fora


de proporção

.
losmandarinas/Shutterstock

Cores fantasia
Sólidos a 25 °C e 1 atm, formando retículo
cristalino iônico.
Exemplo: retículo cristalino iônico do cloreto
de sódio (NaCL).

CL2

Na1
Representação do
retículo cristalino do
cloreto de sódio.

484
. Temperaturas de fusão e de ebulição elevadas.
. O solvente mais apropriado para a dissolução dos sais é a água: entretanto, nem todos os sais são
solúveis.
. Em solução aquosa, os sais encontram-se completamente dissociados.
Exemplo: dissociação do cloreto de sódio.
çgua
NaCL(s) Na1(aq) 1 CL2(aq)

DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S


Consulte a tabela periódica
sempre que necessário.

1 A concentração total de íons na água do mar é muito mais elevada do que em água doce, pois o mar contém grande quan-
tidade de sais dissolvidos.
Quando a água do mar é evaporada gradualmente, os sais são precipitados na seguinte ordem: CaCO3, CaSO4 ? H2O, NaCL,
MgSO4, MgCL2, NaBr e KCL.
a) Escreva os nomes dos sais encontrados na água do mar.

b) De todos os sais encontrados na água do mar, qual deles está em maior quantidade? Cite dois produtos comerciais em
que ele é encontrado.

c) Cite o sal que é o principal componente das rochas calcárias.

2 A água que consumimos, tanto a que sai das torneiras quanto a água mineral, é uma mistura de substâncias. O rótulo
abaixo foi copiado de uma garrafa de água mineral.

COMPOSIÇÃO QUÍMICA (mg/L)


Bário .......................................................... 0,041
Estrôncio ................................................ 0,010
Cálcio ....................................................... 0,749
Magnésio ................................................ 2,206
Potássio .................................................... 1,944
Sódio .........................................................9,059
Sulfato ........................................................ 4,99
Bicarbonato .............................................. 6,41
Fluoreto ...................................................... 0,01
Nitrato ........................................................ 4,49
Cloreto....................................................... 13,69
CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS
pH a 25 °C ................................................. 4,95
Temperatura da Água na Fonte ....... 26,2 °C
Condutividade elétrica
MîDULO 11 - SAIS

a 25 °C ....................................... 83,2 mS/cm


QUêMICA B

R e s í d u o d e e v a p o r a ç ã o a 180 °C
Reprodução de um rótulo de
calculado ................................... 53,50 mg/L
água mineral.

485
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

a) Na água mineral, encontram-se diversos tipos de íons, cuja natureza e concentração dependem da fonte na qual ela é
obtida. A partir dos íons descritos no rótulo, represente a fórmula e dê o nome de cinco sais diferentes.

b) O rótulo indica que a água mineral apresenta certa condutividade elétrica. Comente como isso é possível e se essa con-
dutividade é igual, maior ou menor do que a apresentada pela água do mar. Justifique sua resposta.

3 O bicarbonato de sódio é um sal, e uma de suas aplicações é como fermento químico. Sua atuação como fermento se deve
a dois mecanismos; um deles é uma reação ácido-base e o outro é sua decomposição durante o aquecimento.
a) A decomposição desse sal durante o aquecimento da massa produz carbonato de sódio, gás carbônico e vapor de água.
Escreva a equação balanceada da reação de decomposição e explique como essa reação contribui para o crescimento
da massa.

b) A produção de biscoitos comerciais utiliza bicarbonato de amônio como fermento. Essa substância, ao ser aquecida,
produz amônia, gás carbônico e vapor de água. Escreva a equação balanceada da decomposição desse sal.

486
Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Unidade Funções inorgânicas – Capítulo 5

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia a seção Neste m—dulo. • Faça as questões 5 a 8.


1e2 • Faça a questão 9.
• Faça as questões 1 a 4. • Leia os itens 1 a 4.

PREPARE-SE

A crosta terrestre, assim como os oceanos e a atmosfera, é uma importante fonte de matéria-prima para a produção de muitas
substâncias, como ácido sulfúrico, ácido fosfórico, alumínio e ferro metálico.
Para se preparar para o próximo módulo, faça a leitura do texto a seguir e tente encontrar alguma similaridade entre os principais
compostos presentes na crosta terrestre.

Composição da crosta terrestre


A crosta terrestre é a camada superior da Terra e possui uma espessura média de 36 km nos continentes. A parte superior da cros-
ta, que consiste nos materiais mais próximos da superfície da Terra, é composta de uma porcentagem relativamente grande de
rochas sedimentares. Entretanto, essa cobertura sedimentar forma somente uma fina camada sobre uma base de rochas ígneas e
metamórficas.
Algumas análises indicam que os 16 km superiores da crosta são constituídos principalmente por rochas ígneas, cuja composição
média é próxima à do granito e à do basalto, os dois tipos de rochas ígneas mais comuns.
A tabela seguinte mostra a composição desses dois tipos de rocha:

Composição química média do basalto e do granito

Massa (em %)
Compostos
Basalto Granito

SiO2 48,36 72,08

TiO2 1,32 0,37

AL2O3 16,84 13,86

Fe2O3 2,55 0,86

FeO 7,92 1,67

MnO 0,18 0,06

MgO 8,06 0,52

CaO 11,07 1,33

Na2O 2,26 3,08

K2O 0,56 5,46

H2O 0,64 0,53

P2O5 0,24 0,18


MÓDULO 11 - SAIS

KLEIN, C.; DUTROW, B. Manual de Ci•ncias dos minerais. 23. ed. Porto Alegre:
QUÍMICA B

Bookman, 2011. p. 536.

487
EXTRA!

. No dia 4 de agosto de 2020, um depósito de nitrato de amônio, sal utilizado como fertilizante, explodiu no porto de Beiru-
te – Líbano. Testemunhas disseram que casas a dez quilômetros de distância da explosão foram danificadas. A imagem a
seguir mostra uma enorme nuvem expandindo-se após a onda de choque provocada pela explosão.

Christos S/Shutterstock
A explosão ocorreu pela decomposição térmica do nitrato de amônio. A transformação de um reagente sólido (que ocupa
um espaço pequeno) em substâncias gasosas (ocupando um grande espaço) provoca uma expansão muito grande num
curto espaço de tempo, dando origem à explosão.
a) Escreva a fórmula do nitrato de amônio e a equação de neutralização que permite a formação desse sal.
b) O nitrato de amônio é muito utilizado como fertilizante, pois possui alto teor em massa de nitrogênio. Determine esse teor.
c) Uma das decomposições sofridas pelo nitrato de amônio produz monóxido de dinitrogênio (N2O) e vapor de água.
Escreva a equação de decomposição do sal nos produtos citados.
d) Determine a variação volumétrica durante a explosão.

Dados:
. densidade do nitrato de amônio 5 1,7 g/cm3 ;
. volume molar dos gases no momento da decomposição 5 35 L/mol;
. M (nitrato de amônio) 5 80 g/mol.

ANOTAÇÕES

488
12 QUÍMICA B

M Ó D U L O

Óxidos

COMPETÊNCIAS
ESPECÍFICAS
Objetivos de aprendizagem E HABILIDADES
DA BNCC
. Objetivo 1: identificar e utilizar a sistemática da nomenclatura dos óxidos e dos peróxidos conside- COMPETÊNCIA 1
rando seu caráter iônico ou molecular. EM13CNT101

. Objetivo 2: identificar os principais óxidos de caráter básico relacionando e prevendo suas proprie- COMPETÊNCIA 3
dades químicas em contextos cotidianos. EM13CNT307

. Objetivo 3: identificar os principais óxidos de caráter ácido relacionando e prevendo suas proprieda-
des químicas em contextos cotidianos.

Neste módulo

1 Óxidos – nomenclatura e formulação


Óxidos são compostos formados por átomos de oxigênio e átomos de outro elemento químico menos eletro-
negativo do que ele.

Moleculares: ligação covalente entre o átomo de oxigênio e o átomo de


outro elemento químico.
. CO (monóxido de carbono)
. CO2 (dióxido de carbono)
. SO3 (trióxido de enxofre)
Óxidos
Iônicos: ligação iônica entre o átomo de oxigênio e o átomo de outro
elemento químico.
. Na1 O22 ~ Na2O (óxido de sódio)
. Ca21 O22 ~ CaO (óxido de cálcio)
. Fe31 O22 ~ Fe2O3 (óxido de ferro(III))

2 Peróxidos – nomenclatura e formulação


Peróxidos são compostos formados pelo grupo (O2)22 representados pela estrutura:
22
MÓDULO 12 - ÓXIDOS

O O
QUÍMICA B

489
Moleculares: ligação covalente entre os átomos de oxigênio e o
átomo de outro elemento químico.
H
O O
. H2O2 ⇒ H (peróxido de hidrogênio)
Peróxidos
Iônicos: ligação iônica entre os átomos de oxigênio e o átomo
de outro elemento químico.
. Na1 O222 ⇒ Na2O2 (peróxido de sódio)
. Ca21 O222 ⇒ CaO2 (peróxido de cálcio)

3 Óxidos básicos
São os óxidos de metais de baixo número de oxidação (11, 12), geralmente metais alcalinos e
alcalinoterrosos.
Modelo geral de reação:

Óxido
básico
1 Água Base

Óxido
básico
1 Ácido Sal 1 Água

Exemplos:
CaO 1 H2O → Ca(OH)2
CaO 1 H2SO4 → CaSO4 1 H2O

4 Óxidos ácidos
São óxidos moleculares, formados, principalmente, pelos elementos situados à direita da tabela
periódica, como N, C, B, CL, S, P.
Modelo geral de reação:

Óxido
ácido
1 Água Ácido

Óxido
ácido
1 Base Sal 1 Água

Exemplos:
CO2 1 H2O ñ H2CO3
CO2 1 Ca(OH)2 ñ CaCO3 1 H2O
Observação: CO, NO e N2O não reagem de acordo com os modelos acima, pois são óxidos neutros.

DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S


Consulte a tabela periódica
sempre que necessário.

1 A existência de vida em nosso planeta pode ser creditada, dentre outros fatores, à composição da litosfera, da hidrosfera e
da atmosfera. Embora existam milhares de substâncias químicas presentes, os óxidos são encontrados em todas essas par-
tes desempenhando papel fundamental para a manutenção da vida.
a) Escreva a fórmula química e dê o nome de um óxido encontrado na hidrosfera e de outro encontrado na atmosfera.

b) Esses óxidos são iônicos ou moleculares? Justifique.

490
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

2 Considere os seguintes óxidos. Com base nessas informações, escreva as fórmulas quí-
I. N2O III. CO V. CL2O3 micas dos compostos a seguir:

II. K2O IV. CaO VI. Fe2O3 a) Peróxido de hidrogênio:

a) Classifique-os entre moleculares ou iônicos. b) Peróxido de potássio:


c) Peróxido de bário:

5 (Famerp-SP) Considere os seguintes óxidos: CaO, CO, N2O,


CO2, NO2 e K2O.
Dentre os óxidos citados, aqueles que interagem com água
originando soluções aquosas com pH > 7 a 25 °C são
b) Dê os nomes desses compostos.
Nota do autor: pH > 7 indica sistema com caráter básico.
a) N2O e NO2
b) CaO e K2O
c) K2O e N2O
d) CO2 e NO2
3 O gráfico apresentado a seguir mostra a composição por-
e) CaO e CO
centual em massa de alguns elementos presentes na cros-
ta terrestre, que é a camada superficial da litosfera. 6 É muito comum, em alguns locais, a fabricação de sabão
caseiro a partir de óleos ou gorduras. Nessa reação, o
material de origem lipídica é colocado em contato com
uma substância básica, normalmente o hidróxido de sódio.
Oxigênio O aquecimento dessa mistura por alguns minutos produz
sabão e glicerina, de acordo com o modelo fornecido pela
equação a seguir.

Gordura/Óleo 1 NaOH → Sabão 1 Glicerina

Outros Na falta do hidróxido de sódio, pode-se utilizar uma mis-


Silício
tura de cinzas e água, pois ocorre uma reação que produz
uma base que pode substituir o NaOH. Sabendo que as
Ferro
cinzas são formadas principalmente pelo óxido de potás-
Alumínio sio, composto de fórmula química K2O, escreva a equação
química balanceada da reação que ocorre entre o óxido
O alto teor de oxigênio na crosta é devido à grande quan-
presente nas cinzas e a água e indique o nome da base
tidade de sais oxigenados, como sulfatos e carbonatos, e
produzida no processo.
também à abundância de óxidos. Sabe-se que os elemen-
tos silício, alumínio e ferro são encontrados na forma de
seus óxidos – o dióxido de silício, óxido de alumínio e
óxido de ferro(III).
As fórmulas químicas dos compostos de silício, alumínio e
ferro encontrados na crosta terrestre são, respectivamente.
a) SiO, ALO, FeO d) SiO2, AL3O2 e FeO3 7 Escreva as equações balanceadas para os processos in-
dicados a seguir.
b) SiO2, ALO e Fe3O2 e) SiO2, AL2O3 e Fe2O3
a) Óxido básico + água ñ base
c) SiO, AL2O3 e Fe3O
Na2O + H2O ñ
4 A água oxigenada é uma solução diluída de peróxido de MgO + H2O ñ
hidrogênio e é muito utilizada como antisséptico na lim-
CaO + H2O ñ
peza de ferimentos. Do ponto de vista químico, peróxidos
são compostos que apresentam o grupo peróxido (O2)22,
MîDULO 12 - ÓXIDOS

cuja estrutura química é apresentada a seguir:


QUÍMICA B

22

O O

491
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

b) Óxido básico 1 ácido ñ sal 1 água a) Escreva a equação química da reação citada no texto.
Na2O 1 HCL ñ
MgO 1 H2SO4 ñ
CaO 1 H3PO4 ñ
b) Escreva as equações das reações que ocorrem quando
os produtos da reação do item a são adicionados se-
paradamente em frascos contendo água destilada.

8 Os frascos representados a seguir contêm soluções aquo-


sas preparadas pela adição das substâncias listadas na 10 O gás carbônico faz parte da constituição natural da
figura. atmosfera terrestre, sendo inclusive utilizado pelos ve-
getais no processo de fotossíntese. Devido ao grande
CaO CO2 K2O SO3
consumo de combustíveis fósseis, sua concentração no
ar vem aumentando ao longo das últimas décadas, o
que tem provocado o agravamento do efeito estufa. Sua
presença em um sistema gasoso pode ser facilmente
verificada borbulhando-se a mistura na água de cal, que
é uma solução aquosa de hidróxido de cálcio. Ao entrar
em contato com a solução básica, o CO2 reage produ-
zindo um sal pouco solúvel fazendo com que o meio
I II III IV originalmente límpido se torne turvo.

A cada um desses frascos, foram adicionadas algumas Com base nas informações citadas no texto, escreva a
gotas de uma solução de azul de bromotimol, um indica- equação química da reação que faz com que o gás car-
dor ácido-base cuja coloração varia em função do pH, de bônico turve a água de cal.
acordo com a tabela a seguir.

Caráter da Coloração do
solução a 25 °C indicador
Meio ácido (pH < 7) Amarelo 11 Dois dos principais responsáveis pela formação da chu-
va ácida em ambientes poluídos são o SO2 e o SO3.
Meio neutro (pH 5 7) Verde
Esses óxidos são formados na queima de combustíveis
Meio básico (pH > 7) Azul fósseis, já que eles possuem enxofre em sua constitui-
ção. Na queima, além da reação entre o combustível e
Considerando o caráter dos óxidos adicionados à
o oxigênio, o enxofre ali presente também irá reagir
água, pode-se prever que os frascos I, II, III e IV ficarão,
com o O2 produzindo o dióxido e, posteriormente, o
respectivamente.
trióxido de enxofre.
a) Amarelo, verde, azul e amarelo. a) Escreva a equação química da reação que ocorre entre
b) Amarelo, azul, amarelo e azul. o trióxido de enxofre e a água da chuva, indicando o
c) Azul, amarelo, azul e amarelo. nome do ácido produzido.

d) Azul, verde, azul e azul.


e) Azul, verde, azul e verde.

9 O calcário é formado, principalmente, por carbonato b) Caso esse óxido seja borbulhado em uma solução de
de cálcio, um sal branco de fórmula química CaCO3 hidróxido de sódio, ocorrerá uma reação de neutraliza-
muito pouco solúvel em água. Quando aquecido acima ção. Escreva a equação desse processo.
de 800 °C, esse sal sofre uma reação de decomposição
produzindo um óxido sólido de caráter básico e outro
gasoso de caráter ácido como únicos produtos dessa
reação.

492
Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Unidade Funções inorgânicas – Capítulo 6

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia os itens 1 e 2 da seção • Faça as questões 5 a 7. • Faça as questões 8 e 9.


1 Neste módulo. • Leia os itens 1 a 4.
• Faça as questões 1 a 4.

• Leia o item 3 da seção Neste • Faça as questões 14 a 16. • Faça as questões 17 e 18.
2 módulo. • Leia os itens 5.1 e 5.2.
• Faça as questões 10 a 13.

• Leia o item 4 da seção Neste • Faça as questões 23 a 25. • Faça as questões 26 e 27.
3 módulo. • Leia o item 5.3.
• Faça as questões 19 a 22.

PREPARE-SE

Na próxima aula, vamos estudar a espontaneidade de algumas reações envolvendo compostos inorgânicos
como ácidos, bases, sais e metais. Como nessas reações estão presentes diversos íons metálicos, é impor-
tante recordar as cargas de alguns desses íons. Para isso, acesse nosso vídeo.

EX TRAS!

1 Antigamente, em lugares com invernos rigorosos, as pessoas acendiam fogueiras dentro de uma sala fechada para
se aquecerem do frio. O risco no uso desse recurso ocorria quando as pessoas adormeciam antes de apagarem totalmente
a fogueira, o que poderia levá-las a óbito, mesmo sem a ocorrência de incêndio.
A causa principal desse risco era o(a)
a) produção de fuligem pela fogueira.
b) liberação de calor intenso pela fogueira.
c) consumo de todo o oxigênio pelas pessoas.
d) geração de queimaduras pela emissão de faíscas da lenha.
e) geração de monóxido de carbono pela combustão incompleta da lenha.

2 (Unicamp-SP) Diferentes sedimentos podem ser misturados à água e, dependendo de sua natureza, podem formar soluções,
emulsões, ou mesmo uma lama. No caso do mais recente desastre ambiental, ocorrido em uma barragem em Mariana, no
interior de Minas Gerais, o que vazou para o ambiente foi uma lama que percorreu cerca de 600 km até chegar ao mar,
no litoral do Espírito Santo. Mesmo misturando-se à água do Rio Doce e depois à água do mar, os sedimentos não se sepa-
raram da água para se depositar no solo, provavelmente porque interagem com água.
Com base no conhecimento de Química e considerando a região onde se originou o acidente, pode-se afirmar corretamen-
te que os sedimentos são provenientes de uma região marcada por
a) serras e cristas do complexo Gnáissico-Magmático e a lama contém majoritariamente areia e óxidos metálicos.
MÓDULO 12 - ÓXIDOS

b) planícies quaternárias com a presença de falésias vivas e a lama contém majoritariamente argila e óxidos metálicos.
QUÍMICA B

c) serras e cristas do complexo Gnáissico-Magmático e a lama contém majoritariamente argila e óxidos metálicos.
d) planícies quaternárias com a presença de falésias vivas e a lama contém majoritariamente areia e óxidos metálicos.

493
EXTRAS!

3
Em um experimento, colocou-se água até a metade da capacidade de um frasco de vidro e, em seguida, adicionaram-se
três gotas de solução alcoólica de fenolftaleína. Adicionou-se bicarbonato de sódio comercial, em pequenas quantidades,
até que a solução se tornasse rosa. Dentro do frasco, acendeu-se um palito de fósforo, o qual foi apagado assim que a cabeça
terminou de queimar. Imediatamente, o frasco foi tampado. Em seguida, agitou-se o frasco tampado e observou-se o desa-
parecimento da cor rosa.
MATEUS. A. L Química na cabeça. Belo Horizonte: UFMG, 2001 (adaptado)

A explicação para o desaparecimento da cor rosa é que, com a combustão do palito de fósforo, ocorreu o(a)
a) formação de óxidos de caráter ácido.
b) evaporação do indicador fenolftaleína.
c) vaporização de parte da água do frasco.
d) vaporização dos gases de caráter alcalino.
e) aumento do pH da solução no interior do frasco.

ANOTAÇÕES

494
13 QUÍMICA B

M Ó D U L O

Algumas reações
inorgânicas

COMPETÊNCIAS
ESPECÍFICAS
Objetivos de aprendizagem E HABILIDADES
DA BNCC
. Objetivo 1: equacionar e prever a ocorrência espontânea de reações de simples troca envolvendo COMPETÊNCIA 1
compostos inorgânicos em contextos de práticas de laboratório e cotidianos. EM13CNT101

. Objetivo 2: equacionar e prever a ocorrência espontânea de reações de dupla-troca envolvendo COMPETÊNCIA 3


compostos inorgânicos em contextos de práticas de laboratório e cotidianos. EM13CNT307

Neste módulo

1 Reações de simples troca ou deslocamento


Reações que ocorrem entre uma substância simples e uma substância inorgânica composta.

Zn(s) 1 2 HCL(aq) ñ H2(s) 1 ZnCL2(aq)

Elemento sob Substância São formadas uma nova


a forma de inorgânica substância simples e
substância composta uma nova substância
simples. (ácido, base ou sal). inorgânica composta.

A reação será espontânea quando o elemento que está na forma de substância simples for mais rea-
tivo (maior tendência a reagir) do que a substância composta.
Fe(s) 1 2 HCL(aq) ñ H2(s) 1 FeCL2(aq)

Ferro é Hidrogênio Hidrogênio Ferro se


mais reativo será se transforma combina
do que deslocado em uma nova no lugar do
hidrogênio. pelo ferro. substância hidrogênio
simples. deslocado.

Au(s) 1 2 HCL(aq) ñ Não há reação espontânea.

Ouro é menos Hidrogênio não MÓDULO 13 - ALGUMAS REAÇÕES INORGÂNICAS


reativo do que será deslocado
hidrogênio. pelo ouro.

As filas de reatividade química das substâncias simples:


. metais e hidrogênio

IA, IIA > AL > Mn > Zn > Cr > Fe > Co > Ni > Sn > Pb > H > Cu > Hg > Ag > Pt > Au
QUÍMICA B

. ametais
F > O > CL > Br > I > S

495
2 Reações de dupla-troca
As reações de dupla-troca envolvem duas substâncias inorgânicas compostas.

HCL(aq) 1 AgNO3(aq) ñ AgCL(s) 1 HNO3(aq)

Produtos:
Principais reagentes:
ácidos, bases
ácidos, bases ou sais.
ou sais.

Modelo geral: A1B2 1 C1D2 → C1B2 1 A1D2

Tudo se passa como se houvesse uma


alternância entre os cátions das substâncias
inorgânicas compostas postas para reagir.

A reação será espontânea quando pelo menos um dos produtos (CB ou AD) for:
. um eletrólito mais fraco que os reagentes (maior tendência de união dos íons)
ou
. um composto mais volátil que os reagentes (liberação de gás do sistema)
ou
. um composto menos solúvel que os reagentes (formação de precipitado).

DESEN V OLV ENDO H A BIL ID A DE S


Consulte a tabela periódica
sempre que necessário.

1 O gás hidrogênio (H2) é considerado o combustível do futuro por muitos cientistas, pois, além de possuir um grande quocien-
te da quantidade de energia liberada/massa utilizada, sua combustão gera apenas água como produto.
Em laboratório, esse gás pode ser produzido por meio da reação entre ácidos e metais.
Dentre os metais listados a seguir:
I. Zinco III. Prata V. Ouro
II. Ferro IV. Alumínio

aqueles que, em contato com uma solução de HCL, produzem gás hidrogênio são
a) I e II apenas. c) I, II e IV apenas. e) III e V apenas.
b) I, II e III apenas. d) II e IV apenas.

2 No laboratório de Química, são feitas as misturas indicadas pelas figuras a seguir:


Sn(s) Fe(s) Pt(s)

HCL(aq) CuSO4(aq) H2SO4(aq)


I II III

a) Em quais frascos ocorrerão reações entre os componentes misturados?

b) Escreva as equações químicas das reações espontâneas.

496
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

3 Reações de deslocamento ocorrem quando um elemento que está sob a forma de substância simples é mais reativo
que outro elemento de uma substância composta. Assim, o elemento mais reativo desloca o de menor reatividade e a
reação ocorre espontaneamente. Consultando as filas de reatividade fornecidas no resumo da aula, complete as equa-
ções químicas das reações que ocorrem espontaneamente.
a) Cu(s) 1 HCL(aq) ñ

b) Zn(s) 1 AgNO3(aq) ñ

c) CL2(g) 1 NaBr(aq) ñ

d) Br2(L) 1 NaCL(aq) ñ

4 (Unicamp-SP) “Ferro Velho Coisa Nova” e “Compro Ouro Velho” são expressões associadas ao comércio de dois materiais
que podem ser reaproveitados. Em vista das propriedades químicas dos dois materiais mencionados nas expressões,
pode-se afirmar corretamente que
a) nos dois casos as expressões são apropriadas, já que ambos os materiais se oxidam com o tempo, o que permite distinguir
o “novo” do “velho”.
b) nos dois casos as expressões são inapropriadas, já que ambos os materiais se reduzem com o tempo, o que não permite
distinguir o “novo” do “velho”.
c) a primeira expressão é apropriada, pois o ferro se reduz com o tempo, enquanto a segunda expressão não é apropriada,
pois o ouro é um material inerte.
d) a primeira expressão é apropriada, pois o ferro se oxida com o tempo, enquanto a segunda expressão não é apropriada,
pois o ouro é um material inerte.

5 O mármore, rocha metamórfica composta principalmente de carbonato de cálcio (CaCO3), é muito utilizado como
material de construção e também na produção de esculturas. Entretanto, se peças de mármore são expostas a ambientes
externos, particularmente em grandes cidades e zonas industriais, elas sofrem ao longo do tempo um processo de desgas-
te, caracterizado pela perda de massa da peça.
Esse processo de deterioração ocorre em função da
a) oxidação do mármore superficial pelo oxigênio.
b) decomposição do mármore pela radiação solar.
c) onda de choque provocada por ruídos externos.
d) abrasão por material particulado presente no ar.
e) acidez da chuva que cai sobre a superfície da peça.

6 Duas grandes cidades tiveram a água da chuva analisada e os resultados dessa análise são mostrados na tabela a seguir

MîDULO 13 - ALGUMAS REAÇÕES INORGÂNICAS


pH da água Principal ácido
Cidade
da chuva encontrado
A 3 H2SO4
B 4 HNO3

Considerando o problema ambiental enfatizado na questão anterior, escreva a equação química balanceada da reação que
ocorrerá entre os ácidos presentes na água da chuva dessas duas cidades e o mármore.
QUÍMICA B

497
D E S E N V O LV E N D O H A B I L I D A D E S

7 No laboratório de Química, algumas soluções aquosas serão misturadas de acordo com as figuras a seguir:

HCL(aq) AgNO3(aq) Ca(OH)2(aq) Na2CO3(aq) Na2SO4(aq) BaCL2(aq)


Mistura I Mistura II Mistura III

Um aluno tentou prever a ocorrência de reação e, para isso, consultou a seguinte tabela de solubilidade de sais:

Íon Regra geral Principais exceções

Cátions IA e NH41 Solúveis Não há exceção

CaSO4, BaSO4, PbSO4


Sulfatos (SO422) Solúveis
(insolúveis)

AgCℓ, PbCℓ2, Hg2Cℓ2


Cloretos (Cℓ2) Solúveis
(insolúveis)

Carbonatos IA e NH41
Carbonatos (CO322) Insolúveis
(solúveis)

a) Em quais misturas serão formados precipitados?

b) Equacione as reações químicas desses processos.

Orientação de estudo

Material de consulta: Caderno de Estudos 4 – Unidade Funções inorgânicas – Capítulo 7

Objetivo de
Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Desafio
aprendizagem

• Leia o item 1 da seção Neste • Faça as questões 5 a 7. • Faça as questões 8 e 9.


1 módulo. • Leia o item 1.
• Faça as questões 1 a 4.

• Leia o item 2 da seção Neste • Faça as questões 14 a 16. • Faça as questões 17 e 18.
2 módulo. • Leia o item 2.
• Faça as questões 10 a 13.

498
EX TRAS!

1 (UTFPR) Objetos de prata, quando expostos ao meio ambiente, perdem o brilho devido a sua reação com o enxofre, for-
mando uma mancha escura de sulfeto de prata (Ag2S). Essa mancha pode ser removida colocando-se, por alguns minutos,
o objeto em uma panela de alumínio contendo água quente e um pouco de detergente.
A reação que ocorre é representada pela equação:

3 Ag2S 1 2 AL ñ AL2S3 1 6 Ag
Esta reação é denominada como:
a) decomposição.
b) síntese.
c) análise.
d) dupla-troca.
e) deslocamento.

2 O mármore é um material empregado para revestimento de pisos e um de seus principais constituintes é o carbo-
nato de cálcio. Na limpeza desses pisos com solução ácida, ocorre efervescência. Nessa efervescência o gás liberado é o
a) oxigênio.
b) hidrogênio.
c) cloro.
d) dióxido de carbono.
e) monóxido de carbono.

3 Ácido muriático (ou ácido clorídrico comercial) é bastante utilizado na limpeza pesada de pisos para remoção de
resíduos de cimento, por exemplo. Sua aplicação em resíduos contendo quantidades apreciáveis de CaCO3 resulta na libe-
ração de um gás. Considerando a ampla utilização desse ácido por profissionais da área de limpeza, torna-se importante
conhecer os produtos formados durante seu uso.
A fórmula do gás citado no texto e um teste que pode ser realizado para confirmar sua presença são, respectivamente:
a) CO2 e borbulhá-lo em solução de KCL.
b) CO2 e borbulhá-lo em solução de HNO3.
c) H2 e borbulhá-lo em solução de NaOH.
d) H2 e borbulhá-lo em solução de H2SO4.
e) CO2 e borbulhá-lo em solução de Ba(OH)2.

GABARITO - EXTRAS!

Módulo 11 – Sais Módulo 13 – Algumas reações inorgânicas


. a) NH4NO3 ? HNO3 1 NH4OH ñ NH4NO3 1 H2O 1 e
b) 35% 2 d
MîDULO 13 - ALGUMAS REAÇÕES INORGÂNICAS
c) NH4NO3(s) ñ N2O(g) 1 2 H2O(g) 3 e
d) 104,9 L.

Módulo 12 – Óxidos
1 e
2 c
3 a
QUÍMICA B

499
ANOTAÇÕES

500
ANOTAÇÕES

QUêMICA B

501
ANOTAÇÕES

502
ANOTAÇÕES

QUêMICA B

503
ANOTAÇÕES

504
FORMAÇÃO
GERAL
Volatilidade, incerteza e complexidade são algumas das
palavras mais usadas para definir o momento histórico
em que vivemos. Para muitos, isso gera angústia e inse-
gurança. Para o aluno do Anglo, porém, a possibilidade
de construir o futuro deve servir cada vez mais de fonte
de motivação e inspiração.
A fim de contribuir para esse processo de formação e
amadurecimento, desenvolvemos este material conside-
rando os seguintes princípios: de um lado, é fundamental,
como no passado, que todos tenham acesso aos mais
sólidos conhecimentos que nos deixaram as gerações
anteriores, nas diversas áreas; de outro, esses mesmos
conhecimentos apenas fazem sentido quando vinculados
a valores, atitudes e habilidades exigidos nesta época,
tão marcada pela inconstância e pela fluidez.
Com esse direcionamento, cada volume deste material foi
cuidadosamente elaborado para favorecer o desenvolvi-
mento do pensamento crítico, da ética, da autonomia e
da empatia. Desse modo, a etapa do Ensino Médio se
compromete com as competências essenciais para garan-
tir que o projeto de vida de cada estudante se concretize.

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