Portos Secos Texto
Portos Secos Texto
Portos Secos Texto
Portos Secos
1. Introdução
O volume de importação é menor, mas também vem crescendo muito, sendo que em
2006 já foram importadas 77 bilhões de dólares.
Neste contexto os Portos Secos são uma alternativa para desafogar o transito
aduaneiro nas zonas primárias, visto que podem realizar todas as atividades, em zona
secundaria, levando a mercadoria para as zonas primárias (exportação) prontas para
embarque, ou para as empresas, no caso de importação, já desembaraçadas.
Com este crescimento das exportações nos últimos anos, os Portos Secos ampliaram
sua participação no comércio exterior brasileiro, mas ainda estão aquém da sua capacidade e
suas vantagens logísticas e fiscais ainda não são totalmente exploradas.
aduaneiro. E Zona Secundária é todo território nacional, exceto as zonas primárias: áreas de
portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados.
A Revista Conexão Marítima conceitua Portos Secos como armazéns usados para
estocar importações e exportações enquanto a Receita Federal libera seu comércio no país ou
sem embarque para o exterior.
Este conceito reduz um pouco a utilidade dos portos secos, pois as mercadorias
podem ficar armazenadas não só para aguardar a liberação, mas como uma estratégia da
empresa de utilizar os portos secos como um estoque, retirando ou exportando as mercadorias
aos poucos, e pagando os tributos gradativamente.
Foi a partir daí que o papel de recintos alfandegados de uso público, instalados em
zona secundária, sob regime especial de importação e exportação passou a ser realidade nos
portos secos.
A denominação atual foi adotada em janeiro de 2003, e marcou uma nova fase de
desenvolvimento, impulsionada principalmente pelo aumento das exportações.
Estado Quantidade
Goiás 2
Mato Grosso 1
Amazonas 1
Pará 1
Pernambuco 1
Bahia 2
Minas Gerais 5
Espírito Santo 3
Rio de Janeiro 3
São Paulo 27
Paraná 6
Santa Catarina 2
A tabela demonstra a concentração dos Portos Secos em São Paulo, onde gira o
maior volume de mercadoria, e pólos industriais. O estado de Santa Catarina possui dois
Portos Secos, ambos localizados no município de Itajaí, um deles é de carga geral e
administrado pela Portobello Comércio, Transportes, Distribuição e Armazéns Gerais S/A; o
outro é específico para cargas frigoríficas e é administrado pela Brasfigo S/A .
GRUPO DE ESTUDOS LOGÍSTICOS
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
2.1 Vantagens
A redução do tempo de espera é possível, pela estrutura existente nos Portos Secos, e
o menor volume de cargas, desta forma os veículos não precisam ficar parados nas zonas
primárias.
Estes são alguns exemplos de operações aduaneira realizadas nos Portos Secos, mas
estes podem utilizar todas as operações de trânsito aduaneiro. O transporte é realizado do
ponto de desembarque da fronteira, até o recinto alfandegado do Porto Seco. E as mercadorias
de exportação saem lacradas e desnacionalizadas, indo direto para o terminal de embarque
sem novas vistorias.
Outras das operações de transito aduaneiro oferecidas nos Portos Secos são:
Além dos serviços característicos realizados pelos Portos Secos, como regimes
especiais, há outros serviços que agregam valor ao cliente. Alguns são especializados, e
possuem aéreas climatizadas, refrigeradas, segregadas para produtos químicos, realizam
serviços de paletização, manutenção, e embalagem.
Para ilustrar a agilidade proporcionada por estes serviços Eduardo Martins da Cruz,
presidente da Associação Brasileira das Empresas Operadoras de Regimes Aduaneiros
(Abepra), em reportagem publicada na Revista Tecnologística, cita o caso de um de seus
clientes, exportador de mangas, que usa uma companhia marítima para fazer o transporte da
carga, cujo dead-line é na quarta-feira. O cliente colhe a fruta no domingo, libera os
contêineres na EADI na segunda e na terça-feira e embarca a carga na quarta. Esta operação
permitiu uma redução de sete dias na logística de distribuição desse cliente, para um produto
que tem 30 dias de validade.
Até agosto de 2006, quando foi aprovada a Medida Provisória 320, os Portos Secos
só poderiam ser criados através de licitação.
O Projeto de Lei que vinha propondo a alteração no modelo jurídico destes recintos
alfandegados, estava rolando no congresso desde 2005. O foco do projeto era o fim do
processo de licitação para escolha de operadores dos portos secos, mas também continha
outros temas.
De acordo com o projeto, a licença para a exploração do Porto Seco será concedida à
empresa constituída no Brasil, que explore serviços de armazéns gerais, e tenha patrimônio
liquido igual ou superior a 2 milhões, contra 10 milhões previstos na legislação atual.
Prevê também que os novos Portos Secos sejam instalados em locais onde haja
unidades da Receita Federal, e que os operadores tenham regularidade fiscal, e requisitos
técnicos, como sistemas de monitoração com câmaras, scanner, e laboratórios de análise.
reportagem a Folha de São Paulo, disse que o País não podia esperar a votação do projeto sob
o risco de comprometer os despachos aduaneiros em grandes portos, como em São Paulo.
Com isto perdem os exportadores, e perde o país, os investimentos nos portos não
deixam de ser necessários, mas o aumento da utilização dos portos secos pode desafogar as
zonas primárias, e resolver alguns dos problemas, como a falta de espaço para armazenagem e
o custo com caminhões parados, aguardando para realizar embarque e desembarque.
Neste sentido a aprovação da MP, pode permitir a expansão destes serviços, para
diversas regiões, alguns estados não possuem nenhum porto seco. Caso forem cumpridos os
requisitos necessários, e a fiscalização para garantir uma boa prestação de serviços, os portos
secos, funcionam como uma alternativa para aumentar a eficiência logística das atividades
relativas ao comércio exterior.
Referências
http://www.conexaomaritima.com.br/revistas/ed20/reportagem_secos.pdf
www.tecnologística.com.br
www.abepra.org.br
http://www.receita.fazenda.gov.br/Aduana/Eadi.htm
www.guialog.com.br/ARTIGO275.htm
www.exame.com.br/infraestrutura
GRUPO DE ESTUDOS LOGÍSTICOS
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA