Semana de Arte Moderna: Língua Portuguesa

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Língua Portuguesa

Semana de Arte Moderna

2o bimestre - Aula 3
Ensino Médio
• A Semana de Arte Moderna; • Identificar o contexto e as
• A poética de Manuel
características da Semana
de Arte Moderna;
Bandeira;
• Vanguardas europeias.
• Analisar poemas de Manuel
Bandeira;
• Explorar as vanguardas
europeias.
Virem e conversem 3 MINUTOS

Você sabe o nome da


pintura utilizada no meme ao
lado?
A pergunta feita no meme
também te assustaria? Por quê?

Nesta aula, vamos entender


um pouco mais a Semana de
Arte Moderna e as
vanguardas europeias…
Leitura em fase 10 MINUTOS
Vanguardas europeias
As vanguardas europeias referem-se a uma série de movimentos artístico-
culturais que ocorreram em várias partes da Europa a partir do início do século
XX. Dentre eles se destacam: Expressionismo, Cubismo, Futurismo, Dadaísmo e
Surrealismo.
Juntos, esses movimentos tiveram uma influência significativa na arte
moderna em todo o mundo, abrangendo áreas como pintura, escultura,
arquitetura, literatura, cinema, teatro e música, entre outras.
Essas vanguardas artísticas romperam com as convenções estabelecidas
nas artes até então, introduzindo novas formas de expressão estética e
questionando os padrões impostos. No Brasil, essas vertentes tiveram uma
influência direta no movimento modernista, que teve seu início com a Semana de
Arte Moderna de 1922.
A Semana de 22
A Semana de Arte Moderna ocorreu no Theatro Municipal de São
Paulo, durante os dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, e teve como
objetivo romper com os padrões estéticos e culturais do passado, pois o
Brasil passava por mudanças políticas, sociais e culturais, buscando se
inserir no cenário internacional, o que fez com que a Semana se
tornasse um evento marcante para a cultura brasileira.
Uma série de apresentações, de exposições e de conferências chocou
a sociedade da época. Os artistas apresentaram obras que fugiam dos
padrões estéticos tradicionais, explorando temas como a realidade
urbana, a industrialização, a cultura popular e a identidade brasileira.
A Semana de 22

A Semana foi organizada


por um grupo de artistas e
intelectuais, como Oswald
de Andrade, Guilherme de
Almeida, Menotti Del
Picchia, Di Cavalcanti e
Mário de Andrade.
Eles buscavam romper com a estagnação cultural e artística do Brasil,
que ainda vivia sob forte influência do academicismo europeu.
A Semana de 22
Na pintura, destacaram-se nomes
como Anita Malfatti e Di Cavalcanti, que
romperam com a estética acadêmica e
trouxeram cores vibrantes e formas
inovadoras em suas obras.
Na literatura, escritores como Mário
de Andrade e Oswald de Andrade
trouxeram uma linguagem mais
coloquial, abordando temas sociais e
políticos de forma crítica e irreverente.

CAVALCANTI, Di. Pierrete.


A Semana de 22

Além disso, a Semana de Arte


Moderna também abriu espaço
para a música e a dança. Foram
realizados concertos de vanguarda,
com composições experimentais e
apresentações de dança moderna,
rompendo com os padrões
clássicos do balé.
MALFATTI, Anita. A Boba.
15 MINUTOS
Os sapos
Manuel Bandeira

Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.

Em ronco que aterra,


Berra o sapo-boi:
— “Meu pai foi à guerra!”
— “Não foi!” — “Foi!” — “Não foi!”
O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: — “Meu cancioneiro
É bem martelado.

Vede como primo


Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos.

O meu verso é bom


Frumento sem joio.
Faço rimas com
Consoantes de apoio.
Vai por cinquenta anos
Que lhes dei a norma:
Reduzi sem danos
A formas a forma.”

Clame a saparia
Em críticas céticas:
“Não há mais poesia,
Mas há artes poéticas…”

Urra o sapo-boi:
— “Meu pai foi rei” — “Foi!”
— “Não foi!” — “Foi!” — “Não foi!”
Brada em um assomo
O sapo-tanoeiro:
— “A grande arte é como
Lavor de joalheiro.

Ou bem de estatuário.
Tudo quanto é belo,
Tudo quando é vário,
Canta no martelo.”

Outros, sapos-pipas
(Um mal em si cabe),
Falam pelas tripas:
— “Sei!” — “Não sabe!” — “Sabe!”
Longe dessa grita,
Lá onde mais densa
A noite infinita
Verte a sombra imensa;

Lá, fugido ao mundo,


Sem glória, sem fé,
No porão profundo
E solitário, é

Que soluças tu,


Transido de frio,
Sapo-cururu
Da beira do rio…
Todo mundo escreve

1. O poema "Os sapos" foi declamado no segundo sarau da


Semana de Arte moderna, sob vaias e gritos. O texto faz uma
crítica clara a tendências e poetas de outro movimento literário.
a. Quem são os sapos e como o poeta os vê, analisando as três
primeiras estrofes?
b. O poeta apresenta quatro tipos de sapos. Com qual deles ele se
identifica?
c. Que versos, repetidos, sugerem o coaxar dos sapos?
Correção
a. Quem são os sapos e como o poeta os vê, analisando as três primeiras
estrofes?
Os sapos são os poetas parnasianos que, segundo o eu lírico, são
frívolos, vaidosos e sedentos por fama.
b. O poeta apresenta quatro tipos de sapos, com qual deles ele se identifica?
Ele se identifica com o último tipo de sapo citado no poema, o cururu,
que é um solitário, sem glória e sem fé.
c. Que versos, repetidos, sugerem o coaxar dos sapos?
— “Foi!” — “Não foi!” — “Foi!” — “Não foi!”. Essa repetição sugere a
repetição da estrutura dos versos parnasianos e suas rimas.
2 MINUTOS
Manuel Bandeira
Manuel Bandeira foi um dos poetas mais influentes e importantes da
literatura brasileira do século XX. Desde jovem, enfrentou problemas de saúde,
incluindo a tuberculose, que o acompanhou por toda a vida. Essas
adversidades físicas e emocionais moldaram sua poesia, que se caracteriza
pela reflexão sobre a fragilidade humana e a transitoriedade da existência.
Seus primeiros livros apresentam uma poesia marcada por uma linguagem
mais rebuscada e formal, ainda sob influência parnasiana e simbolista. No
entanto, ao longo de sua carreira, Bandeira abandonou progressivamente as
amarras formais e desenvolveu um estilo mais pessoal e livre. Atingiu a
maturidade como poeta modernista, dotado de suas principais características,
como o verso livre, coloquialidade e irreverência, extraindo beleza e poesia das
situações mais simples e corriqueiras.
5 MINUTOS
2. (Enem 2000) “Poética”, de Manuel Bandeira, é quase um
manifesto do movimento modernista brasileiro de 1922. No
poema, o autor elabora críticas e propostas que representam o
pensamento estético predominante na época.
Poética
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço ao Sr. Diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário
o cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas
[…]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
– Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
(BANDEIRA, Manuel. Poesia completa e prosa. Rio de janeiro: José Aguilar, 1974)

Com base na leitura do poema, podemos afirmar corretamente que o poeta:


a. critica o lirismo louco do movimento modernista.
b. critica todo e qualquer lirismo na literatura.
c. propõe o retorno ao lirismo do movimento clássico.
d. propõe o retorno do movimento romântico.
e. propõe a criação de um novo lirismo.
Correção
Com base na leitura do poema, podemos afirmar corretamente que
o poeta:
a. critica o lirismo louco do movimento modernista.
b. critica todo e qualquer lirismo na literatura.
c. propõe o retorno ao lirismo do movimento clássico.
d. propõe o retorno do movimento romântico.
e. propõe a criação de um novo lirismo.
Dividam-se em grupos e pesquisem, em plataformas digitais e/ou em
materiais didáticos e literários disponíveis na sala de leitura, as principais
vanguardas:
– Expressionismo, Cubismo, Futurismo, Dadaísmo e Surrealismo.
Identifiquem:
• o contexto histórico-social;
• os idealizadores;
• as principais características e obras (literatura, pintura, música etc.).
Na próxima aula, cada grupo terá, em média, cinco minutos para
apresentar a vanguarda estudada. Para isso podem ser utilizados suportes
digitais de apresentação ou cartolinas, flip-chart, papel kraft etc.
● Identificamos o contexto e as
características da Semana de Arte
Moderna;
● Analisamos poemas de Manuel
Bandeira;
● Exploramos as vanguardas europeias.
BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1996.

SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Aprender Sempre, 2024. Caderno do


Aluno, Língua Portuguesa, 3a série Ensino Médio, v.1.

SÃO PAULO (ESTADO). Secretaria da Educação. Currículo Paulista do Ensino Médio, 2020.
Lista de imagens e vídeos

Slide 3 – SÃO PAULO (ESTADO). Secretaria da Educação. Currículo Paulista do Ensino Médio, 2020.

Slide 6 – Conexão Ciência. Disponível em: https://conexaociencia.com.br/grupo-dos-cinco-os-100-


anos-da-semana-de-arte-moderna/. Acesso em: 3 jan. 2024.

Slide 7 – CAVALCANTI, Di. Pierrete. In: WIKIART. Disponível em: https://www.wikiart.org/en/emiliano-


di-cavalcanti/pierrete-1922. Acesso em: 15 fev. 2024.

Slide 8 – MALFATTI, Anitta. A Boba. LAART. Disponível em: https://laart.art.br/blog/semana-de-arte-


moderna/. Acesso em: 15 fev. 2024.

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