Literatura

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literatura

figuras de linguagem
A conotação diz respeito as expressões no sentido figurado, ou seja, a depender do contexto os
termos apresentam diferentes significados. É caracterizado por possuir termos criativos e que
despertam sentimentos no receptor.

Já a denotação remete às palavras no sentido literal, ou seja, independente do contexto, termos


denotativos apresentam significado original do dicionário.

tipos de figuras de linguagem

• Figuras de palavras: esse diz respeito ao significado das palavras;

• Figuras de pensamento: envolve a combinação de pensamentos;

• Figuras de sintaxe (sentido): modificam a estrutura gramatical da frase;

• Figuras de som: diz respeito a sonoridade dos termos.

As figuras semânticas (de palavras):

metáfora: é uma figura de linguagem muito utilizada para fazer comparações por semelhança.
É o uso de uma palavra com o significado de outra.

Comparação: remete a ação de atribuir semelhanças. Para isso, é comum utilizar termos como:
assim, igual a, como, que nem, tal qual, assim como, além de outros.

Metonímia: diz respeito a figura de linguagem que expressa substituição de uma palavra por
outra por aproximação. Perceba o exemplo abaixo:

“Adriana ler Clarice Lispector”. Na frase ocorre a substituição da obra pelo autor. Nesse
sentido, Adriana ler a obra de Clarice Lispector.

Catacrese: é empregada quando utiliza-se para denominar algo que não tem um significado
específico. Abaixo o exemplo:

“Ele retirou três dentes do alho” “O braço da cadeira estava danificado”

Sinestesia: abrange a união de sentidos distintos. Por exemplo: “A voz de Rogério era doce”.

A voz corresponde a audição, no entanto, aplicado ao sentido do paladar.

As figuras de pensamento:
Hipérbole: indica exagero.

Eufemismo: o uso de palavras suaves para informar ou comunicar algo grave.

Ironia: aponta o sentindo da palavra diferente do habitual. Observe o exemplo: “Ela é tão
corajoso que correu ao ver o rato”.

Antítese: uso de palavras que tem sentidos opostos. Como por exemplo: riqueza e pobreza,
guerra e paz, alegria e tristeza, amor e ódio, dormir e acordar, continuar e parar, claro e escuro,
dentre outros.

Paradoxo: ideias que demonstram falta de coerência. Portanto, corresponde as expressões


que se anulam. O trecho da música “Não é normal” da banda Nx Zero é um exemplo da figura
de linguagem paradoxo:

"O tempo todo, o tempo todo é tempo demais

Não é pra sempre, o pra sempre sempre se vai

Nem tudo que acaba, tem final (...)"

personificação: compreende a incumbência de qualidades e sentimentos a seres irracionais.


Observe o trecho da música “Cruzando raios” de Orlando Moraes.

"Estrelas vão fugindo

Entre os faróis e o mar

Neste azul, que azul (que azul)"

Sabe-se que as estrelas não fogem, portanto, é atribuindo nelas a personificação.

As figuras de som:

Onomatopeia: a reprodução de ruídos ou sons.

Aliteração: expressa a repetição de fonemas iguais na mesma frase. “O rato roeu a roupa do rei
de Roma”.

Assonância: é muito parecida com a aliteração, porém acontece quando há a repetição de


vogais. Por exemplo: “A asa da ave ajuda a alcançar as alturas”.

As figuras de sintaxe:

Elipse: corresponde a omissão de palavras que podem ser localizadas na frase facilmente.

Pleonasmo: repetição de palavras que possuem o mesmo significado ou apresentam a mesma


ideia.
Zeugma: a zeugma omite uma palavra por já ter sido usada anteriormente. A diferença, então, é
que essa figura de estilo é usada para omitir nomes ou verbos já citados.

Hipérbato: Também é conhecido como inversão. O hipérbato acontece quando a ordem direta
da oração é invertida.

Polissíndeto: Ela ocorre quando existe uma redundância nos termos da frase. Por exemplo:
“Vou subir para cima”.

Gêneros literários:
A LITERATURA É A ARTE QUE SE MANIFESTA PELA PALAVRA, SEJA ELA FALADA OU ESCRITA.

Na Antiguidade Clássica os textos literários dividiam em em três gêneros: GÊNERO ÉPICO,


GÊNERO LÍRICO e GÊNERO DRAMÁTICO.

Gênero lírico

A lírica clássica – assim chamada por ser uma produção literária acompanhada por
instrumentos musicais gregos, tais quais a lira – poderia ser, de modo genérico, comparada
com o que hoje conhecemos como poesia. Entretanto, para ser mais específico, é possível dizer
que os poemas líricos seriam aqueles que expressavam sentimentos e apresentavam uma visão
particular da existência. Uma das poetas líricas mais conhecidas é Safo de Lesbos.

Gênero épico

A épica ou epopeia pode ser definida como sendo um gênero narrativo clássico, no qual os
grandes feitos de um povo são cantados. Não há, em tese, nos textos épicos, visões
particulares da existência, mas sim uma perspectiva geral da nação como um todo. Algumas das
epopeias gregas mais conhecidas são Ilíada e Odisseia, cuja autoria é declarada a Homero. Há,
também, epopeias posteriores ao Período Clássico que, embora alterem algumas características
do gênero, preservam a nomenclatura de texto épico. Alguns deles são A divina comédia, de
Dante Alighieri, e Os lusíadas, de Luís de Camões.

Gênero dramático

O gênero dramático, subdividido por Aristóteles em tragédias e comédias, é aquele tipo de


texto literário criado para ser encenado, ou seja, para transformar-se em uma peça de teatro.

Híbrido entre a literatura e as artes cênicas, o gênero dramático sempre acompanhou a


história da humanidade, desde as encenações ritualísticas tribais e religiosas até o teatro
contemporâneo. Umas das peças mais famosas da Grécia Antiga é Édipo Rei, de Sófocles.

Gêneros literários modernos:


Romance: narrativas longas, com vários conflitos e uma complexa rede de personagens;
Novela: narrativa de tamanho mediano, com poucos conflitos;
Conto: narrativa curta e com conflito único;
Crônica: textos narrativo-reflexivos cuja temática é vinculada ao cotidiano das cidades;
Poema: textos escritos em verso que apresentam visões particulares sobre si, a existência
ou a própria linguagem;
Canção: gênero híbrido entre a literatura e a música;
Drama histórico: peças de teatro cuja temática vincula-se a um fato histórico;
Teatro de vanguarda: obras teatrais produzidas sob influência das vanguardas europeias no
século XX.

Periodização da literatura brasileira:


Quinhentismo: No Brasil, o Quinhentismo caracterizou-se pela produção de textos
informativos e de catequese; em Portugal, expressou-se aos moldes clássicos.

As principais produções do Brasil Colônia, escritas nos séculos XVI e XVII, categorizadas como
informativas são:

a Carta, de Pero Vaz de Caminha a el-Rei Dom Manuel, referindo o descobrimento de uma nova
terra e as primeiras impressões da natureza e do indígena (1500);

o Diário de Navegação de Pero Lopes e Sousa, escrivão do primeiro grupo colonizador, o de


Martim Afonso de Sousa (1530);

o Tratado da terra do Brasil e a História da Província de Santa Cruz a que vulgarmente


chamamos Brasil, de Pero de Magalhães Gândavo (1576);

a Narrativa Epistolar e os Tratados da Terra e da Gente do Brasil, do jesuíta Fernão Cardim


(1583);

o Tratado descritivo do Brasil, de Gabriel Soares de Sousa (1587);

os Diálogos das grandezas do Brasil, de Ambrósio Fernandes Brandão (1618);

as cartas dos missionários jesuítas escritas nos dois primeiros séculos de catequese (registradas
posteriormente em antologias, como em As Cartas Jesuíticas, de 1933);

as Duas viagens ao Brasil, de Hans Staden (1557);

a Viagem à terra do Brasil, de Jean de Léry (1578);

a História do Brasil, de Frei Vicente do Salvador (1627)."

Barroco: "O barroco no Brasil ocorreu entre 1601 e 1768, e sofreu influência das medidas da
Contrarreforma Católica, ocorrida na Europa. Suas principais características são o fusionismo, o
culto ao contraste, o cultismo e o conceptismo. Assim, as principais obras literárias desse estilo
no Brasil são Prosopopeia, de Bento Teixeira; Os sermões, de Padre António Vieira; além da
poesia de Gregório de Matos. Já na arte, é possível apontar as obras do famoso escultor
Aleijadinho, do pintor Mestre Ataíde e do maestro Lobo de Mesquita."

características:

Fusionismo: combinação da visão medieval com a renascentista.

Culto ao contraste: oposição de ideias.

Antítese e paradoxo: figuras de oposição.

Pessimismo: postura negativa diante da materialidade.

Feísmo: obsessão por imagens desagradáveis.

Rebuscamento: ornamentação excessiva da linguagem.

Hipérbole: exagero.

Sinestesia: apelo sensorial.

Cultismo ou gongorismo: jogo de palavras (sinônimos, antônimos, homônimos, trocadilhos,


figuras de linguagem, hipérbatos).

Conceptismo ou quevedismo: jogo de ideias (comparações e argumentação engenhosa).

Morbidez.

Sentimento de culpa.

Carpe diem: aproveitar o momento.

Emprego da medida nova: versos decassílabos.

Principais temáticas:

fragilidade humana;

fugacidade do tempo;

crítica à vaidade;

contradições do amor.

Arcadismo: ocorreu durante o ciclo do ouro em nosso país. Foi em Vila Rica, atual Outro Preto
(MG), um dos principais centros comerciais brasileiros na época, que se desenvolveu o maior
volume de obras árcades do país. Para além disso, alguns poetas neoclássicos, como Tomás
Antônio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa, participaram da Inconfidência Mineira ao lado de
figuras como Tiradentes. Após a delação de Joaquim Silvério dos Reis, os poetas citados foram
presos sob a acusação de conspiradores.

O arcadismo no Brasil teve forte influência europeia, tanto por meio da apropriação de técnicas
e temas típicos do arcadismo europeu quanto por meio de inspirações no Iluminismo francês.
Em sua face lírica, os poemas árcades eram escritos segundo os seguintes preceitos latinos:

Inutilia truncat (cortar o inútil): Segundo esse preceito, a poesia deveria abandonar a
linguagem rebuscada, típica do movimento estético anterior, o Barroco. Deixando para trás os
paradoxos, antíteses e jogos sintáticos da arte barroca, o arcadismo prezava por uma linguagem
simples e clara.

Carpe diem (aproveitar o dia): Para os árcades, para que o homem atingisse a plenitude, era
necessário viver o presente, em harmonia com a natureza, como um pastor de ovelhas ou um
vaqueiro. A vida simples do campo e a possibilidade do ócio produtivo, ou seja, do respeito à
necessidade de descanso para produzir grandes obras, eram muito valorizados no
neoclassicismo.

Fugere urbem (fugir da cidade): A cidade era vista, segundo a perspectiva dos árcades, como
um espaço negativo, cheio de ilusões e conflitos, no qual o homem não poderia atingir sua
plenitude. Por conta disso, seria necessário fugir do ambiente urbano.

Locus amoenus (lugar ameno): Como uma espécie de resposta ao preceito anterior (fugere
urbem), o locus amoenus aponta para o campo, espaço bucólico, como sendo o ideal para que o
homem encontre sua plenitude, longe das ilusões e conflitos criados pela cidade.

Aurea mediocritas (equilíbrio do ouro): Segundo os escritores do arcadismo, uma vida de luxo
e ostentação, típica dos ambientes urbanos, deveria ser evitada. O preceito Aurea mediocritas
discorre justamente sobre essa visão de mundo, apontando que os poetas deveriam exaltar
uma vida simples, sem miséria ou riqueza, mas com equilíbrio."

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