Revista Ffac 2018

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FUTEBOL ACREANO

2018 | EDIÇÃO 8 EM REVISTA

CAMPEONATO ACREANO

Rio Branco
conquista seu
16º título de
campeão
profissional

Escapulário: um bailarino paraense a serviço do Independência


Página 34

ENTREVISTA SÉRIE C Doka Madureira

Jaercio Teixeira, Atlético Acreano O filho ilustre de Sena


o idealizador do faz bonito e Madureira que
primeiro curso de quase sobe para foi gastar a bola no
arbitragem no Acre a Série B continente europeu
Página 78 Página 09 Página 66
francisco dandão
Sumário
Fundada em em 24 de janeiro de 1947
COMPETIÇÕES 2018
Federação de Futebol do Acre - Sucessora da
Liga Acreana de Esportes Terrestres - LAET e 04 Campeonato Acreano 20 Sub-20
da Federação Acreana de Desportos - FAD
09 Série C 22 Copa São Paulo
12 Copa do Brasil
Filiada à Confederação Brasileira de Futebol
Estrada da Floresta, 3.689 - Rio Branco - Acre 23 Sub-17
Telefone: 68 3225-7991 | 3225-7517 | 3248-1248
FAX: 68 3225-7485 14 Copa Verde 24 Sub-15
Diretoria: 16 Série D 25 Sub-13
Presidente: Antônio Aquino Lopes
Vice-presidente: Wendel Sampaio das Neves
Conselho Fiscal:
18 Segunda Divisão 26 Sub-11
Efetivos: João Batista de Queiroz, Paulo Maia
Sobrinho, Ademir Sena de Souza
19 Brasileiro de 27 Futebol Feminino
Suplentes: José Augusto de Queiroz, Francisco Seleções Sub-20
Neves de Souza, Ezequias Moises de Oliveira
Diretoria Financeira: Peregrino Apolinário de Souza
GESTÃO
Secretária: Gelhy Costa Bezerra
Técnico: Leandro Santos Rodrigues
Comissão Estadual de Arbitragem de Futebol 28 Toniquim
do Acre - CEAF
Presidente: Josemir Raulino de Amorim MEMÓRIAS
Membros: Leandro Santos Rodrigues e Eneas
Euzébio de Souza Filho 30 Chico Alab 46 Nilson
Comissão Disciplinar
Presidente: Ricardo Antônio dos Santos Silva
Vice-presidente: Raildo Liberato de Souza
34 Escapulário 50 Paulão
Procuradoria: Francisco Valadares Neto
Auditores: Gerbeson Amazonas Tussolini,
38 Merica 54 Tidal
Adilson Souza da Cruz, Antonio Weverton
Quintela de Souza
42 Nelson
Tribunal de Justiça Desportiva - TJD
Presidente: Dr. Giordano Simplicio Jordão CRAQUES DA ATUALIDADE
Vice-presidente: Dr. Mario Gilson de Paiva Souza
Secretária: Thayna de Souza Miranda
Auditores: João Alves Moreira, Dr. Mario Jorge
58 Ancelmo 66 Doka Madureira
Cruz de Oliveira, Dr. Euclides Cavalcante de
Araujo Bastos, Dr. Emerson Silva Costa, Dr.
62 Ciel
Rodrigo Machado Pereira, Dr. Rafael Carneiro
Ribeiro Dene, Dr. Mario Rosas Neto
PERSONAGENS DA CRÔNICA
Expediente:
Edição: Francisco de Moura Pinheiro (Dandão)
70 Demóstenes 74 Paulo Roberto
Textos: Francisco de Moura Pinheiro (Dandão)
e Nathacha Albuquerque ENTREVISTA
Revisão: Francisco de Moura Pinheiro (Dandão)
Diagramação: Danto Freitas
Impressão: Mundial Gráfica
78 Jaercio Teixeira
Tiragem: 1000 exemplares
GALERIA DE CRAQUES

82 Galeria de Craques
Todos os direitos reservados à Federação de
Futebol do Acre - FFAC
CAMPEONATO ACREANO

Rio Branco conquista seu


16º título de campeão acreano
na era do profissionalismo
Por Francisco Dandão fissionalismo acreano: Juventus (1989, ro turno. E caso também da derrota por
1990, 1995, 1996 e 2009), Atlético 3 a 1 para o Galvez nas semifinais do
O Rio Branco é o clube com o maior Acreano (1991, 2016 e 2017), Indepen- mesmo primeiro turno.
número de títulos estaduais na era do fu- dência (1993 e 1998), Vasco da Gama Não chegar sequer à disputa da final
tebol profissional do estado do Acre. Ao (1999 e 2001), Adesg (2006) e Plácido do turno foi demais para um clube de
vencer o Galvez por clássicos 3 a 0 na se- de Castro (2013). tantas glórias e tradição. E aí sobrou para
gunda partida das finais do campeonato Não se pode dizer, entretanto, que o técnico Cristian de Souza, demitido
de 2018, o Estrelão somou dezesseis con- foi uma conquista das mais fáceis, Hou- logo após a derrota para o Galvez. No
quistas em trinta competições disputadas. ve alguns tropeços no meio do caminho. lugar dele assumiu o preparador físico
Além do Rio Branco, somente outros Caso da derrota por 2 a 1 para o Plácido Jader Andrade, que deu outra cara ao
cinco clubes chegaram ao título no pro- de Castro, na terceira rodada do primei- então vacilante Estrelão.

4
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Nathacha Albuquerque

FICHA TÉCNICA

3 X 0
Melhores do campeonato
Data: 08/04/2018
Seleção:
Estádio Antônio Aquino Lopes - Florestão Vanderlei (Rio Branco); Igor (Rio
Branco), João Marcos (Atlético),
Carlos Santos Gilson (Galvez) e Adriano Chuva
(Rio Branco); Joel (Rio Branco),
Márcio Cristiano e Fábio Nascimento
Leo Mineiro (Galvez), Diogo Do-
Público: Renda: lem (Rio Branco) e Ciel (Galvez);
1.265 pagantes R$ 13.800,00
Matheus Oliveira (Rio Branco) e
Kinho, Máximo e Adriano (Galvez); Matheus Rafael Barros (Atlético).
Oliveira, Cris e Léo Maceió (Rio Branco)
Técnico
Matheus Oliveira (aos 8 do 1º tempo e 19 do Zé Marco (Galvez)
2º tempo) e Geovani (aos 39 do 2º tempo)
Revelação
Igor (São Francisco)

DADOS ESTATISTICOS DA FFAC


Rio Branco
Craque
Vanderlei; Igor (Lucas), Patrick, Cris e
Adriano Chuva; Léo Maceió (Dos Santos), Ciel (Galvez)
Joel, Geovani e Diogo Dolem; Matheus Árbitro
Nego (Souza) e Matheus Oliveira. Técni-
co: Jader Andrade. Antônio Neuricláudio
Galvez
Assistentes
Galvez - Máximo; Chumbo (Tonho Ca- Rener Santos e Márcio Cristiano
bañas), Gilson, Rafael e Taumaturgo; Kinho
(Neném), Ley (Taffarel), Léo e Ciel; Adriano
e Daniego. Técnico: Zé Marco.

Nathacha Albuquerque

Galvez e Rio
Branco, na
finalíssima,
Rio Branco - Campeão brigaram por
Acreano de Futebol cada bola
Profissional 2018. Em pé, em todos os
da esquerda para a direita: espaços do
Marquinhos, Rocha, Evair, campo
Renan, Matheus Oliveira,
Lucas, Geovane, Cris, Patrick e
Vanderlei. Agachados: Welton,
Dos Santos, Jocenir, Alemão,
Souza, Adriano Chuva, Léo,
Diego Dolem, Matheus Nego,
Joel, Igor e Elenilson

5
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Nathacha Albuquerque

CLASSIFICAÇÃO

CLUBES Ciel (Galvez)


1 Rio Branco (campeão) com o troféu de
2 Galvez (vice-campeão) artilheiro do
3 Atlético Acreano Campeonato
DADOS ESTATISTICOS DA FFAC

4 Plácido de Castro Acreano 2018


5 Humaitá
6 Vasco da Gama
7 Andirá
8 São Francisco (rebaixado)

Mudança radical
Se no primeiro turno, o Rio Bran-
co jamais demonstrou a segurança dos
vencedores, tudo se inverteu no returno
do campeonato. Dos cinco jogos dispu-
tados nessa fase, o time venceu quatro
(São Francisco, 5 a 0; Vasco da Gama,
4 a 0; Galvez, 3 a 2; e Atlético, 1 a 0) e
empatou um (Humaitá, 0 a 0).
O Rio Branco chegou voando às fi-
nais do campeonato contra o Galvez,
Nathacha Albuquerque
que havia vencido o primeiro turno. E
embora o primeiro dos dois jogos de-
cisivos tenha terminado num empate
por 2 gols a 2, no segundo confronto
registrou-se um passeio do Estrelão: 3 a
0 sem maiores sustos.
Ajustado em todas as suas linhas, o
Rio Branco viu o caminho aberto para
o título já aos 8m. do primeiro tempo,
com o gol marcado pelo atacante Ma-
theus Oliveira. Na segunda etapa, o
mesmo Matheus Oliveira ampliou para
2 a 0, aos 19m. E o placar foi fechado
por Geovane, aos 39m.
Para selar a conquista, o Estrelão
viu seis dos seus atletas escolhidos
para a seleção do campeonato, eleita
pela crônica esportiva. A saber: Van-
derlei (goleiro), Igor (lateral direito),
Joel (volante), Adriano Chuva (lateral
esquerdo), Diogo Dolem (meia) e Ma- Arbitragem e capitães da final. Da esquerda para a direita: Márcio Cristiano, Joel (Rio Branco),
theus Oliveira (atacante). Carlos Santos, Gilson (Galvez) e Fábio Nascimento

6
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Francisco Dandão

O jogo entre Atlético Acreano e Humaitá,


no dia 17 de março, marcou a despedida do
árbitro Ronne Casas. Da esquerda para a
direita: Antônio Neuricláudio, Rener Santos,
Jefferson (Humaitá), Ronne Casas, Diego
(Atlético), Márcio Cristiano e Julian Castro

Artilheiros

JOGADORES GOLS
1 Ciel (Galvez) 09
2 Matheus Oliveira (Rio Branco) 08
3 Ailton (Vasco) 07
Ismael (Plácido de Castro) e
4 05
Tonho Cabañas (Galvez)
Araújo Jordão (Atlético), An-
celmo (Atlético), Rafael Barros
5 04
(Atlético), Adriano (Rio Branco) e
resultados resultados
Juninho (Plácido de Castro)
21 de janeiro 8 de março Carlos (Humaitá), Arilson (São
Atlético Acreano 8 X 0 São Francisco Atlético Acreano 2 X 1 Andirá 6 Francisco), Daniego (Galvez), Edu- 03
Rio Branco 3 X 0 Andirá Galvez 5 X 1 Vasco da Gama
ardo (Atlético) e Adriano (Galvez)
24 de janeiro 11 de março
Plácido de Castro 3 X 1 Vasco da Gama Plácido de Castro 0 X 2 Humaitá Neto (Atlético), Welton (Rio Bran-
Galvez 3 X 1 Humaitá Rio Branco 5 X 0 São Francisco co), Taffarel (Galvez), Ley (Galvez),
27 de janeiro 14 de março Matheus Nego (Rio Branco),
Vasco da Gama 0 X 2 Atlético Acreano São Francisco 1 X 3 Galvez 7 Matheus Alemão (Rio Branco), 02
1º Humaitá 0 X 3 Rio Branco 2º Vasco da Gama 0 X 4 Rio Branco Dentinho (Andirá), Matheus
Borghetti (Humaitá), Renan (Rio
T 27 de janeiro
São Francisco 1 X 2 Plácido de Castro
17 de março
T Andirá 3 X 4 Plácido de Castro Branco), Ocimar (São Francisco)
U U Humaitá 0 X 2 Atlético Acreano Sandrinho (Rio Branco), Renan
R 1º de fevereiro
Andirá 1 X 5 Galvez R 21 de março Plácido (Plácido de Castro), Layo
n n Humaitá 3 X 1 Andirá
(Plácido de Castro), Patrick (Rio
15 de fevereiro Vasco da Gama 3 X 3 São Francisco
O Humaitá 2 X 1 Vasco da Gama O Branco), Paulinho Pitbull (Plácido
Galvez 0 X 1 Atlético Acreano 25 de março
Plácido de Castro 1 X 1 Atlético Acreano de Castro), Mathaus (Andirá),
18 de fevereiro Rio Branco 3 X 2 Galvez Cristiano (Vasco), Polaco (Atléti-
Andirá 1 X 0 São Francisco
Rio Branco 1 X 2 Plácido de Castro 28 de março co), Cássio (Andirá), Erik (Vasco),
Atlético Acreano 2 X 1 Galvez Diego (Humaitá), Cristiano (Rio
22 de fevereiro Rio Branco (6) 0 X 0 (5) Humaitá
Vasco da Gama 3 X 1 Andirá Branco), João Marcos (Atlético),
8 01
São Francisco 0 X 3 Humaitá 1º de abril Wilson (Atlético), Alex (Andirá),
Atlético Acreano 0 X 1 Rio Branco Rodolfo (Humaitá), Wellington
25 de fevereiro
Plácido de Castro 0 X 0 Galvez (Humaitá), Souza (Rio Branco),
DADOS ESTATISTICOS DA FFAC

Atlético Acreano 1 X 2 Rio Branco


FINAIS Kaisson (Andirá), Jovambert
28 de fevereiro (Andirá), Da Silva (Andirá), Uilian
Rio Branco 1 X 3 Galvez 4 de abril
Galvez 2 X 2 Rio Branco (Plácido de Castro), Eriano (Hu-
Plác. de Castro (3) 1 X 1 (4) Atlét. Acreano
maitá), Lucas (Humaitá), Igor (Rio
3 de março 8 de abril Branco) e Diego (Atlético)
Galvez (4) 1 X 1 (3) Atlético Acreano Rio Branco 3 X 0 Galvez

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FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Acervo Francisco Dandão

Juventus - Campeão Acreano de 1990. Em pé, da esquerda para a direita: Antonialdo, Ilzomar, Toninho, Paulão, Gilmar, Marcelo
Aquino, Carlos, Jonathan e Anderson. Agachados: Rocha, Daniel, Marcelinho, Ivo, Jorge Luís, Marcelo Carioca, César Limão e Delcir

Todos os campeões acreanos


de futebol profissional
ANO CAMPEÃO VICE-CAMPEÃO ANO CAMPEÃO VICE-CAMPEÃO

1989 Juventus Rio Branco 2004 Rio Branco Juventus


1990 Juventus Atlético Acreano 2005 Rio Branco Adesg
1991 Atlético Acreano Juventus 2006 Adesg Rio Branco
1992 Rio Branco Independência 2007 Rio Branco Andirá
1993 Independência Adesg 2008 Rio Branco Juventus
1994 Rio Branco Juventus 2009 Juventus Rio Branco
1995 Juventus Rio Branco 2010 Rio Branco Náuas
1996 Juventus Rio Branco 2011 Rio Branco Plácido de Castro
1997 Rio Branco Independência 2012 Rio Branco Atlético Acreano
1998 Independência Rio Branco 2013 Plácido de Castro Rio Branco
Independência Atlético Acreano
DADOS ESTATISTICOS DA FFAC

1999 Vasco da Gama 2014 Rio Branco


2000 Rio Branco Independência 2015 Rio Branco Galvez
2001 Vasco da Gama Rio Branco 2016 Atlético Acreano Rio Branco
2002 Rio Branco Vasco da Gama 2017 Atlético Acreano Rio Branco
2003 Rio Branco Vasco da Gama 2018 Rio Branco Galvez

8
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
'
SERIE "C"

Atlético Acreano faz bonito e


quase sobe para a Série B FRANCISCO DANDÃO

Por Francisco Dandão

Durante quatro meses e meio (de 16


de abril a 27 de agosto), o Atlético foi o le-
gítimo representante do estado do Acre na
Série C do campeonato brasileiro de fute-
bol. Nesse período, o Galo acreano jogou
20 vezes, vencendo em nove oportunida-
des, empatando quatro vezes e perdendo
sete partidas. O aproveitamento do Galo
foi de 51% dos pontos disputados.
Comandado pelo técnico Álvaro Mi-
guéis e com um elenco constituído na sua
maioria por jogadores formados nas ca-
tegorias de base do clube, o Atlético teve
fôlego para chegar até às quartas de final
da competição, jogando um futebol visto-
so e de constante busca pelo gol. Ficou em
segundo lugar na chave A, deixando para
trás clubes tradicionais do futebol regional.
Não seria insensato afirmar que o Galo
surpreendeu o Brasil. É que o clube, pro-
movido da Série D, além dos escassos re- Rafael Barros, com 8 gols, foi o artilheiro do Galo na série C
cursos para contratar jogadores, teve ainda FRANCISCO DANDÃO

contra si as distâncias continentais a percor-


rer, quando precisou jogar fora dos seus do-
mínios. Pode-se dizer que cada viagem do
Atlético foi uma saga, entre horas de voos e
esperas em salas de aeroportos.
Apesar da boa campanha, porém, O técnico
a presença dos torcedores nos jogos do Álvaro
Atlético ficou aquém do esperado. Nas Miguéis
dez partidas jogadas em Rio Branco (uma comandou
o Galo fora
na Arena da Floresta e nove no Florestão), do campo
a média de público foi de meros 1.788
pessoas por partida. Média que só au-
mentou por conta do último jogo, quan-
do o time foi desclassificado pelo mato-
-grossense Cuiabá.

9
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
FRANCISCO DANDÃO FRANCISCO DANDÃO

Naldo, Luís
O atacante Rafael Tanque deixou Henrique, Igor
a sua marca de artilheiro contra o e Tragodara:
ABC, em Natal reservas de luxo
FRANCISCO DANDÃO

Formação inicial do Atlético no jogo contra o Confiança, em Aracaju. Em pé, da esquerda para a direita: Álvaro Miguéis (técnico),
Dorielson Mendes (treinador de goleiros), Ruan, Douglas, Alfredo, Neto, Diego e Leyf Barros (fisioterapeuta). Agachados: Tauã, Marquinhos,
Leandro, Eduardo, Rafael Barros e João Marcos

10
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
FRANCISCO DANDÃO
Público e renda dos jogos do
Atlético como mandante
R
o
Atlético-AC 1 x 0 Remo
d Arena da Floresta
1º a
d 862 pagantes.
a Renda líquida: R$ 4.738,14
R
o
Atlético-AC 1 x 0 Náutico
Estádio Florestão
3º da
d 1.212 pagantes.
a Renda líquida: R$ 11.213,64
R
o
Atlético-AC 5 x 0 Juazeirense
d Estádio Florestão
5º a
d 1.162 pagantes.
a Renda líquida: R$ 9.756,14
R
o
Atlético-AC 1 x 0 Botafogo (PB)
d Estádio Florestão
7º a
d 938 pagantes.
a Renda líquida: R$ 6.509,44
R
o
Atlético-AC 3 x 0 ABC
d Estádio Florestão
9º a
d 1.322 pagantes.
a Renda líquida: R$ 12.689,74
R
o
Atlético-AC 2 x 1 Santa Cruz
d Estádio Florestão
11º O goleiro Ruan ajudou o Galo a chegar às quartas de final da Série C
a
d 1.355 pagantes.
a Renda líquida: R$ 13.794,49
R Atlético-AC 2 x 1 Salgueiro
13º
o
d Estádio Florestão Todos os resultados do Atlético na Série C
a
d 1.383 pagantes.
a Renda líquida: R$ 14.340,09 Dia 16 de abril Dia 18 de junho
R Atlético-AC 1 x 1 Globo FC Atlético 1 x 0 Remo (PA) Remo (PA) 2 x 2 Atlético
o
d Estádio Florestão
15º a
d 1.497 pagantes. Dia 22 de abril Dia 24 de junho
a Renda líquida: R$ 14.848,79 Santa Cruz (PE) 3 x 1 Atlético Atlético 2 x 1 Santa Cruz (PE)
R
o
Atlético-AC 0 x 3 Confiança
17º d Estádio Florestão Dia 29 de abril Dia 30 de junho
a
d 1.416 pagantes. Atlético 1 x 0 Náutico (PE) Náutico (PE) 3 x 1 Atlético
Renda líquida: R$ 13.878,84
a
1º R
Dia 06 de maio
F
I
Atlético-AC 2 x 2 Cuiabá
Estádio Florestão Salgueiro (PE) 1 x 3 Atlético E Dia 07 de julho
Atlético 2 x 1 Salgueiro (PE)
4ª DE NA
L
6.740 pagantes. T T
Renda líquida: R$ 106.874,24
Jogo
U Dia 13 de maio U Dia 14 de julho
Atlético 5 x 0 Juazeirense (BA) Juazeirense (BA) 4 x 0 Atlético
de volta
R R
os artilheiros do Atlético na Série C
n Dia 20 de maio n Dia 22 de julho
Os 27 gols do Atlético na Série “C” fo- O Globo (RN) 2 x 1 Atlético O Atlético 1 x 1 Globo (RN)
ram marcados por nove jogadores. Conheça Dia 26 de maio Dia 29 de julho
a lista completa dos artilheiros do Galo. Atlético 1 x 0 Botafogo (PB) Botafogo (PB) 1 x 0 Atlético

Dia 03 de junho Dia 5 de agosto


ARTILHEIROS GOLS Confiança (SE) 0 x 0 Atlético Atlético 0 x 3 Confiança (SE)
1 Rafael Barros 08 Dia 10 de junho Dia 11 de agosto
2 Eduardo 07 Atlético 3 x 0 ABC (RN) ABC (RN) 0 x 1 Atlético
Neto
DADOS ESTATISTICOS DA FFAC

3 06
Rafael Tanque,
4
Quartas de final
Alfredo, Kássio, Tauã,
01 Dia 20 de agosto Dia 27de agosto
Diego e Araújo Jordão Cuiabá (MT) 2 x 0 Atlético Atlético 2 x 2 Cuiabá (MT)

11
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Francisco Dandão

copa do brasil

Atlético Acreano
sai após empate
Polaco foi o
maestro do
Atlético no
jogo único do
Copa do Brasil

com o Galo-MG
Por Francisco Dandão Os fatos após a partida entre os dois
atléticos dão bem uma ideia de como
Na sua quinta participação na Copa do cada lado reagiu ao resultado. Do lado
Brasil (1992, 2013, 2015, 2017 e 2018), dos acreanos, o técnico Álvaro Miguéis
o Atlético Acreano não passou da primeira se viu fortalecido para dirigir o time nos
fase. O empate em um a um, contra o Atlé- demais torneios do ano. Já Oswaldo de
tico Mineiro, em jogo realizado no dia 7 de Oliveira, técnico dos mineiros, foi ime- FICHA TÉCNICA
fevereiro deste ano, na Arena da Floresta, diatamente demitido.
porém, foi considerado um ótimo resultado. Nas entrevistas coletivas, Álvaro Mi- 1 X 1
Levando-se em conta as diferenças guéis não escondia a satisfação com a
abissais entre os dois clubes, materializadas exibição primorosa da sua equipe. En-
Data: 07/02/2018
em detalhes como as respectivas folhas de quanto isso, Oswaldo de Oliveira dis-
pagamento, as histórias de ambas as equi- parava impropérios e tentava partir pra
Estádio Arena da Floresta
pes no cenário do futebol brasileiro e o uma agressão corporal a um repórter que
nome dos jogadores de um e outro time, o questionou sobre a estratégia e o de- João Batista de Arruda
o empate foi frustrante para os mineiros. sempenho do Atlético Mineiro.
Dibert P. Moisés e Luiz A.M. de Oliveira
Time acreano toma a iniciativa Público: Renda:
3.649 pagantes R$ 147.600,00
Diferentemente do que se poderia O segundo tempo começou mais ou
imaginar, quem tomou a iniciativa de par- menos como a etapa inicial. O Atlético Samuel Xavier, Elias e Otero (Atlético
Mineiro);Leandro Jucá, Matheus Damasce-
tir para o ataque foi o time acreano. Com Acreano, com ótima atuação do meia Po- no eJefferson (Atlético Acreano).
um minuto de jogo, o goleiro Victor, do laco, partindo pra cima de um xará mi-
Atlético Mineiro, já havia trabalhado duas neiro que parecia não acreditar bem no João Marcos (AA), aos 6m. do 1º tempo;
Erik (AM), aos 43m. do 1º tempo
vezes, para interceptar cruzamentos do que estava acontecendo. E numa descida
adversário. Aos 6m., gol do Galo do Acre: mais aguda, Polaco acabou acertando a Atlético Acreano
João Marcos. trave de Victor.
Rafael Barrios; Matheus Damasceno, João
O troco do Galo de Minas veio aos Refeito do susto inicial, o Atlético Mi- Marcos, Diego e Jefferson; Leandro Jucá
43m. O Atlético-AC perdeu a bola na in- neiro tratou também de fustigar a defesa (Wilson), Kássio e Ancelmo (Pisica); Araújo
Jordão (Eduardo), Polaco e Rafael Barros.
termediária. Foi a senha para os mineiros dos acreanos. Aos 28m. o volante Elias, Técnico: Álvaro Miguéis
imprimirem um contra-ataque em veloci- do Atlético-MG, perdeu um daqueles Atlético Mineiro
dade. Roger Guedes invadiu a área, chu- gols chamados “feitos”, com a trave aber- Victor; Samuel Xavier, Leonardo Silva, Ga-
tou com violência, o goleiro Rafael Barrios ta à sua frente. Depois, sucederam-se si- briel e Fábio Santos; Arouca, Elias, Otero e
Erik (Marco Túlio); Roger Guedes (Luan) e Ri-
defendeu parcialmente e Erik mandou tuações de perigo dos dois lados. Mas o cardo Oliveira. Técnico: Oswaldo de Oliveira
para o fundo das redes. placar não se alterou.

12
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
copa do brasil

RBFC vai à São Paulo e


perde para o Inter de Limeira Francisco Dandão

Por Francisco Dandão ao levar 5 a 1 do Flamengo, no Maracanã,


depois de vencer em casa por 2 a 1.
Não se pode dizer que o Rio Branco é Em 2018, a Copa do Brasil do Rio
um novato na disputa da Copa do Brasil, Branco durou apenas uma partida. Me-
a competição mais democrática do futebol lhor ranqueado que o seu adversário, o
brasileiro, reunindo times de todos os esta- Estrelão jogou na condição de visitante
dos e do Distrito Federal. Muito pelo con- contra o Internacional de Limeira (SP).
trário. De 1991, quando o Estrelão debutou Pelo novo regulamento do torneio, um
no torneio, até 2018, são 21 participações. empate bastava ao time acreano. Mas o
Na maioria das edições, o Rio Branco Inter ganhou por 1 a 0.
não passou da primeira fase. Em 1991, por
exemplo, na sua participação inaugural, o FICHA TÉCNICA
Estrelão foi eliminado logo de cara pelo para-
ense Clube do Remo. No primeiro jogo, no 1 X 0
Acre, deu empate em um gol. Na volta, em
Belém, o time sofreu uma goleada de 4 a 1.
Data: 06/02/2018
Já em 1997, o clube mais antigo do
Acre realizou a sua melhor campanha, des-
Estádio Major Levy Sobrinho
pachando o Baré (3 a 2 em casa e 1 a 1 em
Boa vista) e o Goiás (1 a 0 em casa e 1 a 2 Renan, xerife da zaga do Rio Branco na Alexandre Vargas Tavares de Jesus
em Goiânia). A eliminação veio após isso, Copa do Brasil
João de Albuquerque e Thiago Rosa de Oliveira

Gol da vitória no final do primeiro tempo Público:


3.664 pagantes
Renda:
R$ 72.260,00
A partida entre Inter de Limeira e Rio Os dois times voltaram para o segundo
Matheus Oliveira (Rio Branco); Nikão e Zé
Branco já se configurava histórica para o tempo sem alterações. Ambos os treinado- Matheus (Internacional de Limeira)
time paulista por ser a sua primeira parti- res demonstravam acreditar nas possibilida-
Tom, aos 39m. do primeiro tempo
cipação numa Copa do Brasil. O gol único des das suas equipes. O time visitante, em
do jogo, marcado pelo atacante Tom, aos desvantagem no marcador, intensificou a
39m. do primeiro tempo, após cruzamento pressão. Os anfitriões, por sua vez, trataram Internacional de Limeira
da direita, aumentou o significado da festa. de consolidar a defesa e sair só na boa. Rafael Pin; Vinícius Pedalada, Balardin, Ni-
Até antes do gol do Inter, o Rio Branco No final das contas, a estratégia do In- kão e Malcoon; Marquinhos, Teco e Moisés
(Ricardinho); Zé Matheus, Tom e Éder Pau-
era o senhor absoluto do jogo. O time acre- ternacional foi a que deu certo. O time do lista (Medina). Técnico: João Vallim
ano atirou-se para o ataque tão logo o árbi- interior de São Paulo segurou o ataque do
Rio Branco
tro carioca Alexandre Vargas de Jesus auto- Rio Branco e ganhou o direito de jogar a
Vanderlei; Igor, Renan, Patrick e Adriano Chu-
rizou o início da partida. Tanto atacou que segunda fase da Copa do Brasil contra a va; Fábio, Joel (Evair), Lucas e Diogo Dolen
teve até um pênalti ao seu favor, aos 15m. campineira Ponte Preta que, àquela altura, (Welton); Matheus Oliveira e Matheus Nego
(Elenilson). Técnico: Cristian de Souza
Matheus Oliveira, porém, perdeu a chance. havia eliminado o amazonense Nacional.

13
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
copa verde

Atlético sucumbe ao Santos


e fica na primeira fase Francisco Dandão
Por Francisco Dandão

O desempenho do Atlético Acreano, bi-


campeão estadual (2016 e 2017), na Copa
Verde de 2018 foi bem aquém do que ima-
ginavam os seus torcedores no início da
competição. O time foi eliminado na pri-
meira fase, para o amapaense Santos, depois
de uma vitória em casa e uma derrota fora.
No primeiro jogo, realizado na Arena
da Floresta, em Rio Branco, no dia 31 de
janeiro, apesar de vencer por 3 a 2, já deu
para perceber que o time teria muitas difi-
culdades para se sobrepor ao Santos. Ape-
sar do fator casa e do apoio da sua fiel e FICHA TÉCNICA
apaixonada torcida, foi um triunfo pra lá
de sofrido. Atlético Acreano - 2018. Em pé, da
É que depois de sair na frente, com Rafa- 2 X 1 esquerda para a direita: Álvaro Miguéis
el Barros, de pênalti, o Galo acabou sofrendo (técnico), Rafael Barrios, Kássio, Diego,
a virada, com dois gols em falhas absurdas Data: 21/02/2018 Rafael Barros, Neto, Dorielson (treinador
do seu sistema defensivo. No primeiro gol do de goleiros) e Alceivo (treinador de goleiros).
Santos, a zaga atleticana tentou sair jogando Estádio Zerão- Macapá-AP Agachados: João Marcos, Léo, Matheus
e perdeu a bola. E no segundo, o goleiro Ra- Damasceno, Leandro, Ancelmo e Polaco
fael Barrios tomou um frangaço. Vanderlei Soares de Macedo
Felizmente, já nos minutos finais do gols na casa do adversário, apesar da derrota,
segundo tempo, Kássio, escorando de ca- Lucas T. Guerra e Marconi de S. Gonçalo ao Santos bastava uma vitória simples, por
beça um escanteio vindo do lado esquerdo um gol de diferença. Mas os amapaenses
Público: Renda:
do campo, e Rafael Barros, novamente de 367 pagantes queriam mais e no início do segundo tempo
R$ 2.060,00
pênalti, deram números finais ao jogo e es- já venciam bem por 2 a 0.
tabeleceram a vitória apertada do Atlético, Tiquel (Santos); Rafael Barrios (Atlético) O Atlético, apesar de jogar com um ho-
deixando a disputa em aberto. mem a mais desde os 5m. do segundo tempo
Denílson (S), a 1m. do 1º tempo, e Preto Barca- (o atacante amapaense Tiquel levou o segun-
Segundo jogo rena (S), aos 2m. do 2º tempo; e Diego (AA), aos do cartão amarelo e foi expulso de campo),
48m. do 2º tempo.
só foi descontar nos acréscimos, com um gol
A segunda partida entre Atlético Acre- Santos-AP do zagueiro Diego, após cobrança de escan-
ano e Santos foi jogada no estádio Zerão, Axel; Diego Carajás, Preto Barcarena, Dedé teio. Muito pouco para o Galo.
em Macapá, no dia 21 de fevereiro. Como e Eduardo; Lessandro, Jari, Denílson (Bru- O triunfo do Santos deu o direito ao
no Lopes) e William (Nildo); Jean Marabaixo
o representante amapaense havia perdido o (Erik) e Tiquel. Técnico: Edson Porto time amapaense de enfrentar o Paysandu-PA
primeiro confronto, somente uma vitória lhe Atlético Acreano na fase seguinte da competição. Quanto ao
interessava. E ela veio, coroando a ideia de Rafael Barrios; Matheus Damasceno, João Mar- Atlético, restou-lhe concentrar seu foco na
um jogo ousado e vertical. cos, Diego e Jefferson; Leandro (Wilson), Kássio tentativa de conquistar pela terceira vez con-
(Rafael Tanque), Polaco e Geovani (Pisica); Neto secutiva o título do campeonato acreano e se
A missão, para falar a verdade, nem era e Rafael Barros. Técnico: Álvaro Miguéis.
tão complicada assim. Como havia feito dois preparar para a série C do Brasileirão.

14
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
copa verde

Estrelão é eliminado nos


pênaltis pelo Manaus
Por Francisco Dandão ruim, o Rio Branco partiu pra cima do resultado, o São Raimundo passou ao
São Raimundo, tentando liquidar a fatu- ataque. Mas os roraimenses só foram
O Rio Branco começou muito bem ra logo nos primeiros minutos do jogo. marcar o seu gol de honra aos 45m.,
a disputa da Copa Verde. No dia 31 de Parecia até ser o dono da casa, tal a sua numa cobrança de penalidade.
janeiro, o Estrelão estreou na competi- intensidade ofensiva. A estratégia surtiu O jogo da volta, na Arena da Floresta,
ção em Boa Vista, capital de Roraima, efeito e o Estrelão foi para o intervalo foi realizado no dia 21 de fevereiro. Como
batendo o São Raimundo por 2 a 1, com vencendo por 2 a 0. na primeira partida, o Rio Branco largou
os gols do time acreano sendo anotados No segundo tempo a postura em com dois gols na frente (Adriano Chuva
por Sandro e Renan. Ricardinho fez o campo das duas equipes mudou. En- e Matheus Nego). O São Raimundo foi
gol dos roraimenses. quanto o Rio Branco tratou de reforçar buscar o empate (Juca e Romanelli). Mas
Mesmo jogando num gramado bem o seu sistema defensivo, para segurar o o Estrelão passou para a segunda fase.

Disputa equilibrada FICHA TÉCNICA


(2) (4)
O segundo adversário do Rio Branco Na partida a volta, na Arena da Flo- 1 X 1
foi o Manaus, que havia eliminado o Clu- resta, no dia 18 de março, sobreveio novo
be do Remo na fase anterior. O primeiro empate por 1 a 1. Diogo Dolem abriu o Data: 18/03/2018
jogo, marcado para a Arena da Amazônia, placar para o Rio Branco, aos 36m. do
foi realizado no dia 7 de março. Placar fi- primeiro tempo, em boa trama com o la-
Arena da Floresta - Rio Branco
nal: 1 a 1. Hamilton fez o gol do Manaus. teral Adriano Chuva. Hamilton, porém,
Matheus Nego marcou para o Estrelão. empatou para o Manaus, aos 22m. do
Jânio Pires Gonçalves
Dois fatores contribuíram para não segundo tempo.
deixar o Rio Branco sair com uma vitória Com os placares dos dois jogos rigo-
Natal da S. R.Júnior e Samuel S.N. Silva
nesse primeiro confronto: a deficiência rosamente iguais, a decisão da vaga foi
dos seus atacantes na hora de empurrar para os pênaltis. E aí a sorte sorriu para os Público: Renda:
a bola para as redes, tantas as oportuni- amazonenses. Manaus 4 x 2 Rio Branco. 902 pagantes R$ 9.360,00
dades desperdiçadas, e o impedimento Negueba, Panda, Deurick e Hamilton, do
escandaloso do jogador do Manaus no Manaus, converteram os seus chutes. Igor Hamilton, Paulão, Rossini e Derlan
(Manaus); Patrick (Rio Branco)
momento do seu gol. e Dos Santos descontaram para o Estrelão.
Diogo Dolem (RB), aos 36m. do 1º tempo, e
Francisco Dandão Hamilton (M), aos 22m. do 2º tempo

Rio Branco
Rio Branco
Vanderlei; Igor, Cris, Patrick e Adriano
e Manaus Chuva; Renan, Joel (Souza), Welton (Dos
fizeram dois Santos) e Diogo Dolem; Matheus Nego e
bons duelos Matheus Oliveira. Técnico: Jader Andrade
pela Copa Manaus-AM
Verde Jonathan; Amaralzinho, Paulão, Deurick e
Negueba; Derlan, Panda, Wander (Cleitinho)
e Rossini (Romarinho); Hamilton e Nena. Téc-
nico: Igor Cearense

15
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
'
serie "D"

Plácido de Castro não


passa da fase de grupos
Por Francisco Dandão
Plácido de Castro na Série D
Credenciado pela boa campanha no Campeonato Acreano Dia 22 de abril
de Futebol Profissional de 2018, quando perdeu apenas um dos Plácido de Castro 2 x 2 Santos
seus oito jogos, o Plácido de Castro, sediado na cidade do mesmo Dia 29 de abril
nome, situada a 90 Km. da capital, Rio Branco, entrou na Série Independente 1 x 0 Plácido de Castro
D esperando fazer boa figura. Seus adversários eram o Indepen-
dente (PA), o Santos (AP) e o Barcelona (RO). Dia 06 de maio
Barcelona 3 x 1 Plácido de Castro
Além da boa campanha no campeonato estadual, havia
outro fator que levava os placidianos a crerem que o Pláci- Dia 12 de maio
do de Castro poderia ir longe na competição. É que o clube Plácido de Castro 3 x 2 Barcelona
conseguiu autorização para mandar os seus jogos no pequeno Dia 20 de maio
estádio de sua propriedade. Dessa forma, o time contaria com Plácido de Castro 1 x 3 Independente
o fundamental apoio da sua apaixonada, animada e sempre Dia 27 de maio
barulhenta torcida. Santos 8 x 1 Plácido de Castro
A partida de estreia, porém, no dia 22 de abril, num do-
Francisco Dandão
mingo de muito calor no Acre, mostrou que a batalha seria
mais do que árdua. O time parece que sentiu a responsabilida-
de da competição nacional, em nenhum momento reeditou as
atuações realizadas no campeonato regional, algumas semanas
atrás, e apenas empatou em 2 a 2 com o visitante Santos. O
alerta foi ligado.
Como perder pontos em casa implica na necessidade de ga-
nha-los na casa alheia, o time viajou pressionado para o interior
do Pará, onde enfrentaria o Independente no seu segundo com-
promisso. Sobreveio, porém, novo insucesso. Derrota por 1 a 0.
A reação se fazia urgentíssima. Mas ela não aconteceu e a equipe
sofreu um novo revés: 3 a 1 para o Barcelona.
Na quarta rodada, o Plácido logrou a sua única vitória
na Série D, batendo o Barcelona por 3 a 2, dentro do Está-
dio Ferreirão. Na quinta rodada, já com o moral baixo, nova
derrota: 3 a 1 para o Independente, dentro dos próximos do-
mínios. O pior, entretanto, viria na despedida. Jogando com
uma formação alternativa, o time foi goleado por 8 a 1 pelo
Santos, em Macapá.

Os céus não atenderam


as preces do artilheiro
Ismael na Série D

16
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
'
serie "D"

Rio Branco cai para o


Manaus nas oitavas de final
Nathacha Albuquerque
Por Francisco Dandão

Durou apenas dois meses o sonho


do Rio Branco de subir para a Série C
do Campeonato Brasileiro. Do dia 23 de
abril, quando estreou na Série D vencendo
o Macapá, até o dia 23 de junho, quando
caiu para o Manaus, na disputa de pênal-
tis, foram 10 jogos, com 5 vitórias, 2 em-
pates e 3 derrotas.
A estreia não poderia ser mais auspicio-
sa. O Estrelão foi a Macapá e sapecou 3
gols a 0 no time da casa. Mais do que ven-
cer, o time acreano convenceu os especta-
dores naquela oportunidade, exibindo um
futebol de extrema verticalidade, não dan-
do a menor chance para o seu adversário.
Daí pra frente, o Rio Branco uma só
vez “sobrou na fita”. Justo contra o mes-
mo Macapá, na última rodada da fase de
grupos, quando venceu, no Acre, por 4
a 1. Entre um jogo e outro, foram dois
empates com o Baré-RR (ambos em 1 a
1), uma vitória (1 a 0) e uma derrota para O Rio Branco fez 3 a 0 no Independente-PA, no jogo da ida, na Arena da Floresta
o Manaus (4 a 3).
Classificado em segundo lugar no Gru-
Rio Branco na Série D
po A1, o Rio Branco pegou na fase seguin-
te o Independente-PA. E se deu bem logo Dia 23 de abril Dia 27 de maio
de cara, derrotando o time paraense por 3 Macapá 0 x 3 Rio Branco Rio Branco 4 x 1 Macapá
a 0, na partida de ida, jogada na Arena da
Dia 27 de abril Dia 03 de junho
Floresta. No jogo da volta, apesar de levar Rio Branco 1 x 1 Baré Rio Branco 3 x 0 Independente
3 a 1, seguiu firme para as oitavas de final.
Nesse ponto da competição, o Rio Dia 06 de maio Dia 10 de junho
Rio Branco 3 x 4 Manaus Independente 3 x 1 Rio Branco
Branco não teve mais forças para seguir em
frente. Perdeu para o Manaus em casa por Dia 13 de maio Dia 16 de junho
2 a 1 e venceu o time amazonense na volta, Manaus 0 x 1 Rio Branco Rio Branco 1 x 2 Manaus
por 1 a 0. Finalmente, foi desclassificado
Dia 19 de maio Dia 23 de junho
na cobrança de penalidades (2 a 3), repe- Baré 1 x 1 Rio Branco Manaus 0 x 1 Rio Branco
tindo o que já acontecera na Copa Verde.

17
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
~
Segunda DivisAo

Tricolor fica com o título


após duelar com o Náuas
ascom/independência

Por Francisco Dandão

Após seis anos fora das disputas da


Primeira Divisão do campeonato acre-
ano de futebol profissional (a última
participação foi em 2012), o tradicio-
nalíssimo Independência Futebol Clube
conquistou o direito de retornar ao con-
vívio da elite local após vencer duas vezes
o cruzeirense Náuas e conquistar o título
da Segunda Divisão do ano de 2018.
A desistência do Alto Acre, time se-
diado em Epitaciolândia, às vésperas do
início do torneio, fez com que a Segunda
Divisão se transformasse na mais enxu-
ta de todos os tempos no futebol local.
Dessa forma, Independência e Náuas só
precisaram entrar em campo em duas
oportunidades para que o campeão da
“Segundinha” fosse definido. Independência - Campeão Acreano da Segunda Divisão 2018. Em pé, da esquerda
No primeiro confronto, realizado no para a direita: Tião, Kinho, Alan, Marinho e Kaisson. Agachados: Dentinho, Marcelo
dia 11 de agosto, no estádio Florestão, o Brás, Joel, Pedro Balu, Antônio Marcos e Matheus Alemão
Independência, comandado pelo técnico
Illimani Suares, bateu o Náuas, sob a di-
reção de Zacarias Lopes, pelo placar mí-
nimo. Foi um jogo pegado, com os dois CLASSIFICAÇÃO 2ª DIVISÃO 2018
times se preocupando mais em marcar,
evitando maiores riscos. O gol (Kinho) só CLUBES PTS J V E D GP GC SG
DADOS ESTATISTICOS

saiu nos acréscimos do segundo tempo. 1 Independência 12 04 04 00 00 13 02 11


A segunda partida, levando em con-
2 Náuas 06 04 02 00 02 08 07 01
ta a desvantagem inicial, fez o Náuas sair
DA FFAC

do seu esquema defensivo. Dessa forma, 3 Alto Acre 00 04 00 00 04 00 12 -12


o jogo se tornou mais aberto, sobrevindo
uma goleada por 6 a 2 para o Independên-
cia, com os gols do Tricolor sendo marca- A partida que definiu o novo inte- da Pinheiro (árbitro principal), Mário
dos por Marcelo Brás (3), Tonho Cabañas grante da elite do futebol acreano foi Jorge Ferreira Lima (assistente 1), Ma-
(2) e Matheus Alemão. Danielson e Rodri- dirigida pelos seguintes profissionais xmiller Lima (assistente 2) e Charles
go descontaram para o Náuas. da arbitragem: José Antônio de Almei- Brasil (4º árbitro).

18
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
, ~ sub-20
Brasileiro de selecOes

Seleção Acreana vai a Porto


Alegre e cai na segunda fase
Por Francisco Dandão jogando de igual para igual com os gaú- não havia nada mais a ser feito. Mas aí
chos. Mas os jogadores demonstraram o jogo começou a mudar e veio a rea-
Depois de viajar mais de quatro mil muito cansaço na etapa complementar. E ção, com gols de Matheus Nego e Ma-
quilômetros, a seleção acreana estreou aí o time foi levando um gol após o outro. theus Alemão (2).
com derrota na segunda fase da Copa de Maurício Caprini (2), Ariel Felipe e Vitor Como apenas uma seleção seguia em
Seleções Estaduais Sub-20 2017, em Porto Leandro fizeram os gols da seleção do Rio frente na competição, essa condição se
Alegre, no estádio universitário da PUC, Grande do Sul. aplicou ao time gaúcho. Acre e Alagoas
no dia 29 de novembro. Os comandados No segundo compromisso, contra a voltaram para casa. Os gaúchos, por sua
do técnico Elizaldo Torres não foram pá- seleção de Alagoas, no dia 1º de dezem- vez, foram galgando posições e acabaram
reo para o bom e vigoroso futebol da se- bro, os acreanos tiveram melhor sorte sagrando-se campeões, batendo a seleção
leção gaúcha e foram goleados por 4 a 0. e venceram por 3 a 2, de virada. Aos 7 do Rio de Janeiro na final, no dia 17 de
A seleção até que se comportou mui- minutos do segundo tempo, a seleção dezembro, no estádio de Moça Bonita,
to bem no primeiro tempo da partida, acreana já perdia por 2 a 0. Parecia que casa do adversário.
Acervo FFAC

Classificação do Grupo 4

CLUBES/SELEÇÃO PTS J V E D GP GC SG CA CV %
DADOS ESTATISTICOS

1 Rio Grande do Sul - RS 06 02 02 00 00 09 01 08 00 00 100


2 Acre - AC 03 02 01 00 01 03 06 -03 00 00 50
DA FFAC

3 Alagoas - AL 00 02 00 00 02 03 08 -05 00 00 00

Seleção Acreana Sub-20 - 2017. Em pé, da esquerda para a direita: Elizaldo Torres (técnico), Leandro Rodrigues (diretor), Gabriel
Eremith, Katrielison, Fernando, Dudu, Carlos Gabriel, Kaisson, Gabriel Soares, Marquinho, Jader Andrade (preparador físico) e Sorriso
(massagista). Agachados: Balotelli, Douglas Henrique, Luquinha, Chumbo, Matheus Alemão, Marcos Vieira, Matheus Nego e Cleitinho

19
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Sub-20

Galvez leva o título e a


vaga na Copa São Paulo
Nathacha Albuquerque

Por Francisco Dandão

Não deu para o Rio Branco dessa vez. O Estrelão


foi goleado por 4 a 0 pelo Galvez na partida final do
Campeonato Acreano de Futebol Sub-20, com gols
de Lucas, Railson e Rodrigo (2), numa tarde de sol
forte, no Estádio Florestão. Com isso, além do título,
o time militar ganhou o direito de representar o Acre
na Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2019.
O Galvez sagrou-se campeão de forma consisten-
te, ostentando o segundo melhor ataque, com 27 gols
marcados (o São Francisco fez um a mais) e a defesa
menos vazada (8 gols sofridos). Das 10 partidas dispu-
tadas, o Imperador sobrepujou os adversários 7 vezes,
empatando uma (0 a 0 contra o Rio Branco) e per-
dendo duas (São Francisco, 4 x 2, e Humaitá, 2 a 1).

CLASSIFICAÇÃO GERAL

CLUBES PG
1 Galvez 22
2 Rio Branco 19
3 Atlético Acreano 19
4 São Francisco 18
DADOS ESTATISTICOS DA FFAC

5 Humaitá 14
6 Plácido de Castro 10
7 Vasco da Gama 04
8 Andirá 04
9 Alto Acre (EliminadO)
DADOS ESTATISTICOS DA FFAC

ARTILHEIROS gols
1 Davi (São Francisco) 11
2 Digão (Galvez) 07
O presidente da FFAC, Antônio Aquino Lopes, entrega o troféu de campeão
acreano Sub-20 ao capitão Luan, do Galvez 3 Matheus Alemão (Galvez) 05

20
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Nathacha Albuquerque

Galvez (Sub-20)
- 2018. Em pé,
da esquerda para
a direita: Oziel
(técnico), Matheus,
Mamude,
Railson, Valadão,
Digão e Kayson.
Agachados: Lucas,
Matheus Alemão,
Chumbinho, Felipe
e Luan

Nathacha Albuquerque

Jogos - resultados O Galvez passeou na


final contra o Rio Branco
1º de Maio: 6 de Junho:
Atlét. Acreano 4 x 0 Vasco da Gama Atlé. Acreano 2 x 1 São Francisco
Alto Acre 0 x 3 Rio Branco Plácido de Castro 5 x 1 Andirá
Galvez 2 x 4 São Francisco
Humaitá 1 x 0 Andirá 12 de Junho:
Rio Branco 1 x 0 Andirá
5 de Maio: Galvez 2 x 0 Plácido de Castro
Rio Branco 0 x 0 Galvez
P. de Castro 1 x 2 Atlético Acreano 13 de Junho:
São Francisco 2 x 3 Humaitá Atlético Acreano 2 x 1 Humaitá
São Francisco 4 x 2 Vasco da Gama
12 de Maio:
Andirá 2 x 2 Atlético Acreano 16 de Junho:
Galvez 2 x 1 Atlético Acreano
16 de Maio:
Vasco da Gama 3 x 4 P. de Castro
Humaitá 1 x 6 Rio Branco
Muitos gols
20 de Junho: Foi um campeonato de muitas bolas
São Francisco 3 x 1 Rio Branco Plác. de Castro 2 x 6 São Francisco na rede. Em 30 jogos realizados foram
19 de Maio: marcados 146 gols, com média de 4,86
23 de Junho:
Andirá 0 x 5 Galvez Andirá 0 x 0 Vasco da Gama por jogo. Davi, do São Francisco, foi o
Humaitá 2 x 2 Plácido de Castro artilheiro, com 11 gols. Enquanto isso,
23 de Maio: 26 de Junho: na parte inferior da tabela de classificação,
Vasco da Gama 1 x 2 Rio Branco Rio Branco 2 x 0 Plácido de Castro coube ao Andirá segurar a lanterna. O
Humaitá 2 x 1 Galvez
Morcego venceu apenas um dos seus sete
27 de Maio: jogos, empatando outro e perdendo cinco.
São Francisco 5 x 2 Andirá
Semifinais

30 de Junho: Ao final, fazendo uma breve análise da


Atlético Acreano 3 x 4 Rio Branco disputa, o presidente da Federação de Fu-
30 de Maio: São Francisco 0 x 3 Galvez tebol do Acre (FFAC), advogado Antônio
Vasco da Gama 1 x 1 Humaitá
Rio Branco 1 x 3 Atlético Acreano Aquino Lopes (Toniquim), declarou que “a
competição teve o poder de demonstrar que
4 de Julho: o Acre está bem servido de novos valores para
final

2 de Junho:
Galvez 5 x 1 Vasco da Gama Rio Branco 0 x 4 Galvez um eficaz processo de renovação quando os
clubes precisarem aproveitar atletas da base”.

21
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
~ Campanhas dos times acreanos
copa sao paulo
Juventus: 3 derrotas, 1 gol a favor, sete gols contra,

RBFC realiza

2004
saldo negativo de 6. Último no lugar do Grupo Q.

Juventus: 3 derrotas, 2 gols a favor, 9 gols contra,

2005
saldo negativo de 7. Último lugar do Grupo M.

sua pior campanha Juventus: 1 empate e duas derrotas,

2006
2 gols a favor, 6 gols contra, saldo negativo
de 4. Último lugar do Grupo T.

na Copinha Rio Branco: 3 derrotas, 4 gols a favor, 11 gols

2007
contra, saldo negativo de 7. Lanterna do Grupo T.

Francisco Dandão Independência: 1 vitória, 1 empate, 1 derrota,

2008
6 gols a favor, 4 gols contra, saldo positivo de 2.
Terceiro lugar no Grupo M.

Juventus: 3 derrotas, 3 gols a favor, 15 gols con-

2009
tra, saldo negativo de 12. Lanterna do Grupo M.

Rio Branco: 1 vitória, duas derrotas, 4 gols a fa-

2010
vor, 7 gols contra, saldo negativo de 3. Terceiro
lugar no Grupo T.

Atlético Acreano:1 vitória, 2 derrotas, 2 gols


2011

a favor, 3 gols contra, saldo negativo de 1.


Terceiro lugar no Grupo T.

Atlético Acreano: 1 vitória, 2 derrotas, 5 gols


2012

a favor, 6 gols contra, saldo negativo de 1.


Lanterna no Grupo L.

Rio Branco - Sub-20. Em pé, da esquerda para a direita: Elisson (preparador físico),
Walter (treinador de goleiros), Kaisson, Matheus Alemão, Barata, Marquinhos Almeida, Atlético Acreano: 1 empate, 2 derrotas, ne-
2013

nhum gol a favor, 4 gols contra, saldo negativo


Torres (técnico) e Sorriso (massagista). Agachados: Clayton, Fábio Balotelli, Douglas, de 4. Terceiro lugar no Grupo S.
Fernando, Chumbo, Lucas Limão e Marquinhos
Rio Branco: 3 derrotas, 1 gol a favor, 8 gols con-
2014

tra, saldo negativo de 7. Lanterna no Grupo X.


Por Francisco Dandão final: São Bernardo 3 x 1 Rio Branco.
Três dias depois, precisando desespera-
O Rio Branco fez a pior campanha da damente do resultado para se manter vivo Rio Branco: 1 empate, 2 derrotas, 2 gols
2015

a favor, 9 gols contra, saldo negativo de 7.


sua história na edição de 2018, entre as na competição, o Rio Branco continuou se Lanterna no Grupo W.
suas seis participações na Copa São Paulo dando mal e foi goleado pelo Ceará por 6 a
de Futebol Junior. O Estrelão, que havia 0. Quase nada deu certo para o representante Galvez: 2 empates, 1 derrota, 3 gols a favor, 5
2016

participado anteriormente do torneio em acreano contra os cearenses e o time foi eli- gols contra, saldo negativo de 2. Terceiro lugar
no Grupo 20.
2007, 2010, 2014, 2015 e 2017, perdeu minado do torneio precocemente.
três vezes, marcando um gol e sofrendo 12. No dia 9 de janeiro, só para efeito de
Rio Branco: 1 vitória, 1 empate, 2 derrotas, 7
Integrante do Grupo 25 da Copinha, cumprimento de tabela e para ver quem
2017

gols a favor, 7 gols contra. Segundo lugar no


sediado em São Bernardo do Campo, o Rio ficava com a lanterna do Grupo 25, o Rio Grupo 25. Eliminado pelo Avaí na segunda fase.
Branco estreou contra o representante da ci- Branco foi novamente derrotado. Dessa
dade, no dia 3 de janeiro, cheio de esperan- vez o algoz do Estrelão foi o São Caetano, Rio Branco: 3 derrotas, 1 gol a favor,
2018

ça de reeditar a campanha do ano anterior, time do interior paulista, que construiu 12 gols contra, saldo negativo de 11.
Lanterna no Grupo 25.
quando conseguiu passar de fase. Resultado um placar de 3 a 0, sem maiores esforços.

22
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Ascom Atlético

Atlético - Campeão Acreano Sub-17 2018. Em pé, da esquerda para a direita: Leandro (auxiliar técnico), Thiago, Luiz, Alceivo
(treinador de goleiros), Alan, Eduardo, Riquelme, Rafael, André, Otávio, Paulo, Geovanny, Briba (comissão técnica), Toró (técnico), Elisson
(presidente) e Tidal (comissão técnica). Agachados: Salatiel, Deivid, Lucas, João Vítor, Talison, Alexsandro, Lukaku, Neto, Ronald, Kassen,
Matheus, Alan, Ygor e Rambo (roupeiro)

SUB-17

A taça foi parar nas


vitrines do Atlético Dos 16 gols que o Galo marcou na
Por Francisco Dandão
competição, seis foram pra conta do
Depois de quase dois meses de disputa, atacante Paulo Sérgio. Mas ele não foi o Os times que
o Atlético Acreano deixou 15 adversários goleador isolado do certame, dividindo jogaram a competição
para trás e sagrou-se campeão estadual de a artilharia com Marcos Vinícius, do Rio
futebol Sub-17. Na partida final, jogada no Branco, e Emerson Riquelme, do Gal- Chave A Chave B
Vasco da Gama Rio Branco
estádio Florestão, o Galo atropelou o Gal- vez. Arbitragem da finalíssima: Fábio
Capixaba Meninos de Ouro
vez pelo placar de 3 a 0, com gols de Otávio Santos, Mário Jorge, Raimundo Nona- América Atlético Acreano
(2) e Geovanny Araújo. A vitória do time to, Paulo Roberto Peixoto e Francisco Esperança 3 Andirá
celeste evitou que o clube dos militares em- das Chagas Lira.
placasse o quarto título seguido. Pela análise do técnico Toró (Allan
Para chegar ao título da competição, Santana), foi um triunfo pra lá de me- Chave C Chave D
DADOS ESTATISTICOS DA FFAC

o Atlético venceu quatro das seis partidas recido pelo determinação de toda a Independência Galvez
que jogou: 8 a 0 nos Meninos de Ouro, 1 equipe, que soube dar a volta por cima, Escolinha do Paulão São Francisco
ABC Plenitude
a 0 no Vasco da Gama, 3 a 1 no Esperança após uma estreia negativa. “Lembro Bangu Campinas
e 3 a 0 no Galvez. Perdeu somente para o que o nosso trabalho foi muito questio-
Andirá, por 1 a 0, na estreia, no dia 17 de nado, por ocasião daquele revés contra
julho. E depois empatou com o Rio Bran- o Andirá. Mas, com a determinação do
co em 1 a 1, no dia 10 de agosto (vitória grupo, foi possível a gente reverter a si-
nos pênaltis por 5 a 4). tuação”, declarou.

23
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
SUB-15

São Francisco leva o troféu


em decisão com o Plenitude
Por Francisco Dandão plar, vencendo o Rio Branco e o Atlético C); Caladinho, Escolinha Português e
Acreano na fase de grupos (5 a 0 e 1 a 0, Escolinha Triângulo (Grupo D); Andirá,
Dezoito equipes dos mais diver- respectivamente), batendo o Independên- Bangu e Capixaba (Grupo E); Galvez, In-
sos bairros de Rio Branco disputaram o cia por 3 a 1 nas quartas-de-final, o Galvez dependência e Sest/Senat (Grupo F).
Campeonato Acreano de Futebol Sub- por 1 a 0 nas semifinais, e o Plenitude por A partida final foi dirigida pelo árbitro
15 de 2018, promovido pela Federação 3 a 1 na finalíssima, no dia 27 de outubro. Jackson Rodrigues, auxiliado por Verônica
Acreana de Futebol (FFAC). E após quase As equipes que disputaram a competi- Severino e Carlos Alberto Ramos. Como
dois meses de disputa, o troféu da compe- ção foram as seguintes: Vasco, Plenitude e quarto e quinto árbitros atuaram, respecti-
tição foi parar nas vitrines do São Francis- América (Grupo A); Figueirense, Meninos vamente, Deilton Souza e Alberto Rufino.
co Futebol Clube. de Ouro e Leãozinho IBF (Grupo B); Rio O artilheiro do torneio foi Alexsandro, do
A campanha do time católico foi exem- Branco, Atlético e São Francisco (Grupo Plenitude, com cinco gols marcados.

Francisco Dandão

CLASSIFICAÇÃO GERAL

CLUBES PG
1 São Francisco 15
2 Plenitude 12
3 Galvez 09
4 Andirá 06
5 Figueirense 06
6 Caladinho 06
7 Capixaba 06
8 Independência 03
9 Escolinha Português 03
10 Leãozinho IBF 03
11 Vasco da Gama 03
12 Rio Branco 03
DADOS ESTATISTICOS DA FFAC

13 Bangu 00
14 Atlético Acreano 00
15 América 00
16 Triângulo 00
17 Menino de Ouro 00
18 Sest/Senat 00
São Francisco (Sub-15) - 2018. Em pé, da esquerda para a direita: Felipe, Diogo,
Dabá, Anthonini, Elisson e Funga. Agachados: Mamude, Perutian, Diego, Calebe,
Luquinha, Rodrigo e Bolt

24
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
SUB-13

Galvez sagra-se campeão em


decisão contra o São Francisco Francisco Dandão

Jogos - resultados
Dia 06 de novembro
. Rio Branco 2 x 4 São Francisco

Fase de Grupos
. Vasco da Gama 6 x 0 Esc. do Português
. Andirá 7 x 0 Leãozinho IBF

Dia 08 de novembro
. CLD Caladinho 0 x 12 Camisa 10
. Galvez 0 x 2 Independência

Dia 10 de novembro
. Vasco da Gama 3 x 0 CLD Caladinho
. Rio Branco 1 x 2 Galvez

Dia 13 de novembro
. Escolinha do Português 0 x 9 Camisa 10
. Leãozinho IBF 0 x 6 Atlético Acreano

Dia 15 de novembro
. Independência 3 x 0 São Francisco
. Camisa 10 0 x 3 Vasco da Gama

Galvez - Campeão acreano Sub-13 de 2018. Em pé, da esquerda para a direita: Dia 17 de novembro
. Atlético Acreano 0 x 4 Andirá
Guilherme, Gabriel, Kauê, Pedro, Matheus, Valadão e Edson Maria (técnico). Agachados: . São Francisco 1 x 3 Galvez
Bruno, Saiuk, Carlos, Esquerdinha e André. Foto/Francisco Dandão.
Dia 20 de novembro
Por Francisco Dandão 0, o Vasco da Gama por 3 a 2 e novamente . Independência 9 x 0 Rio Branco
o São Francisco pelos mesmos 3 a 1 apli- . Esc. do Português 3 x 0 CLD Caladinho
Foi um campeonato quase perfeito o cados no primeiro confronto. O ataque do
do time Sub-13 do Galvez. Esse “quase” campeão marcou 14 gols, enquanto o seu Dia 22 de novembro
Quartasdefinal

aí ficou por conta do tropeço na estreia, setor defensivo sofreu apenas sete. Um sal- . Esc. do Português 0 x 8 Vasco da Gama
. Galvez 3 x 0 Atlético Acreano
quando o time militar foi surpreendido do, portanto, de sete gols. . Andirá 1 x 0 Camisa 10
pelo Independência, sendo derrotado O campeonato Sub-13 foi a última . São Francisco 1 x 0 Independência
por 2 gols a 0. Daí pra frente, porém, competição relativa às divisões de base em
procedido os ajustes pelo técnico Edson 2018. E de acordo com o presidente da Fe-
Semifinais

Maria (Som), o Imperador foi atrope- deração de Futebol do Acre (FFAC), advo- Dia 24 de novembro
. Vasco da Gama 2 x 3 Galvez
lando todos os adversários que cruzaram gado Antônio Aquino Lopes, os objetivos . Andirá 0 x 5 São Francisco
o seu caminho. da entidade foram plenamente atingidos
Uma vez corrigidos os erros, o Galvez com relação a esse segmento. “Esses jogos
Dia 27 de novembro
Final

venceu o Rio Branco por 2 a 1, o São Fran- mostraram que no Acre tem muito meni-
cisco por 3 a 1, o Atlético Acreano por 3 a no bom de bola”, disse o mandatário. . Galvez 3 x 1 São Francisco

25
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
SUB-11

Escolinha Camisa 10 bate


Galvez e fica com a taça
Por Francisco Dandão uma conquista das mais fáceis. A Esco- 24 de junho. E a segunda, por escanda-
linha Camisa 10 teve os seus tropeços losos 10 a 0, contra o CLT Caladinho,
A Escolinha Camisa 10, sob o coman- durante a competição, perdendo na pri- no dia 8 de julho. Ambos os jogos dis-
do dos professores Erismeu e Gustavo, foi meira fase para o mesmo Galvez, por 4 a putados no Florestão.
a grande vencedora do Campeonato Sub- 2, e para o Esporte Saúde e Lazer, por 1 a Nos duríssimos jogos da semifinal e da
11 promovido pela Federação de Futebol 0. Mas passou para a semifinal graças aos final, respectivamente contra o Indepen-
do Acre, no período de 24 de junho a 2 seus artilheiros. dência e o Galvez, quem deu as cartas foi
de agosto. Ao bater o Galvez na final, a Foram duas vitórias arrasadoras que o setor defensivo da Escolinha Camisa 10.
Escolinha Camisa 10 ganhou o direito de deram o direito ao time de avançar no Contra o Tricolor do Marinho Monte, 2 a
levar a taça pra casa. torneio. A primeira, na rodada inicial, 0 para a Escolinha. E contra o Galvez, um
Não se pode dizer, porém, que foi por 3 a 0, contra o Rio Branco, no dia golzinho deu a vantagem ao campeão.

Leandro Rodrigues

resultados
24 de junho
Sest/Senat 2 x 0 CLT Caladinho
Escolinha Camisa 10 3 x 0 Rio Branco
Independência 3 x 2 Esporte, Saúde e Lazer
Escolinha Plenitude 0 x 4 Galvez

1º de julho
Esporte, Saúde e Lazer 1 x 0 Esc. Camisa 10
CLT Caladinho 0 x 7 Escolinha Plenitude
1º Galvez 6 x 0 Sest/Senat
Rio Branco (4) 1 x 1 (3) Independência

F 08 de julho
Independência 1 x 0 Galvez
A Esc. Plenitude 0 x 6 Esporte, Saúde e Lazer
S Sest/Senat 0 x 3 Rio Branco
Esc. Camisa 10 10 x 0 CLT Caladinho
E
15 de julho
Rio Branco 3 x 0 Escolinha Plenitude
Galvez 4 x 2 Escolinha Camisa 10
CLT Caladinho 0 x 14 Independência
Esporte, Saúde e Lazer 4 x 0 Sest/Senat

19 de julho
Independência 0 x 2 Esc. Camisa 10 Escolinha Camisa 10. Em pé, da
Galvez 0 x 3 Esporte, Saúde e Lazer esquerda para a direita: Erismeu
ARTILHEIROS GOLS
DADOS ESTATISTICOS

(técnico), Felipe, Lorenzo, Paulo, João


DA FFAC

final 1 Fábio (Independência) 07 Leonardo, Carlos Eduardo, Fernando,


02 de agosto 2 Rayel (Independência) 06 Marcos, Matheus e Gustavo (auxiliar
Escolinha Camisa 10 1 x 0 Galvez técnico). Agachados: Yan Oliveira, Asafe,
Rian, Alisson, Yan, Ítalo, Kaiky e Arthur

26
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Francisco Dandão

Atlético Acreano, campeão acreano feminino de 2018. Em pé, da esquerda para a direita: Neila Rosas (auxiliar técnica), Jéssica, Marcela,
Rainara, Andressa, Kelry, Leandro (técnico) e Alceivo (treinador de goleiros). Agachadas: Alice, Taila, Tatinha, Karina, Marcela e Cleidy

futebol feminino

Meninas do Galo acrescentam


mais um título ao currículo
Por Francisco Dandão seus respectivos currículos. Foram neces-
sários cinco passos para o Galo se sagrar resultados
Foi um campeonato pra lá de enxuto o campeão estadual, numa campanha de Dia 07 de novembro
estadual feminino do Acre de 2018. Ape- quatro vitórias e apenas uma derrota, com Atlético Acreano 5 x 1 Joia de Cristo
1º turno

nas três equipes se candidataram a dispu- 11 gols marcados e quatro sofridos. Dia 10 de novembro
Joia de Cristo 2 x 3 Assermurb
tar o título: Atlético Acreano, Assermurb O Atlético jogou tudo e mais um
Dia 14 de novembro
e Joia de Cristo. Os dois primeiros tradi- pouco na partida decisiva, não dando ne- Assermurb 0 x 1 Atlético Acreano
cionais no esporte local e acostumados a nhuma chance às suas adversárias. No di-
Dia 17 de novembro
formar times fortes. E o terceiro, uma es- zer da auxiliar técnica Neila Rosas, o time Joia de Cristo 2 x 1 Atlético Acreano
pécie de azarão, franco atirador, destinado se preparou bem para encarar a competi-
2º turno

Dia 21 de novembro
a tentar atrapalhar a vida dos rivais, ção e o tropeço contra o Joia de Cristo, Assermurb 3 x 1 Joia de Cristo
Ao cabo de menos de um mês de na abertura do returno, foi apenas um in- Dia 24 de novembro
disputa, eis que as meninas do Atlético, cidente de percurso. O título dá o direito Atlético Acreano 1 x 1 Assermurb
comandadas pelos professores Leandro e do Galo de representar o Acre na Copa Dia 28 de novembro
Final

Neila Rosas, somaram mais um título aos do Brasil 2019. Atlético Acreano 3 x 0 Assermurb

27
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
a

~
GESTaO

Antônio Aquino é eleito


vice-presidente da CBF
Nathacha Albuquerque

Antonio Aquino compõe a


diretoria encabeçada por
Rogério Caboclo e vai integrar
a cúpula da CBF

presidente da CBF em pleito realizado


na sede da entidade, no Rio de Janeiro
(RJ), em abril. Oito vices também foram
eleitos e entre eles, o dirigente acreano,
ao lado de Fernando Sarney (MA), Gus-
tavo Feijó (AL), Marcus Vicente (ES),
Antonio Carlos Nunes (PA), que já
exerciam o cargo, e Francisco Novelet-
to (RS), Ednaldo Rodrigues (BA), Cas-
tellar Guimarães (MG).
A Chapa União teve 95,7% dos vo-
tos. Todas as 27 federações votaram a
favor de Rogério Caboclo. Os novos di-
retores assumem suas funções em abril de
2019 e o mandato terá duração de quatro
anos (2019-2023).
Antônio Aquino Lopes enalteceu a
participação das federações e dos clubes
e garantiu que trabalho será realizado
em conjunto para o desenvolvimento da
modalidade, de forma íntegra e trans-
parente. “O futebol deu uma demons-
tração de grandeza, as federações em
Por Nathacha Albuquerque um dos vice-presidentes da Confederação unanimidade votaram fechado com a
Brasileira de Futebol, a CBF. Ele compõe a participação dos clubes e isso demonstra
O Acre tem um representante na nova diretoria encabeçada por Rogério Caboclo que o futebol brasileiro está avançando
diretoria da Confederação Brasileira de Fu- e vai integrar a cúpula da entidade máxima e que essa diretoria, com certeza, esta-
tebol. O presidente da Federação de Fute- do futebol brasileiro. rá voltada exclusivamente para o cres-
bol do Acre (FFAC), Antônio Aquino Lo- Com apoio unânime das federações cimento do futebol brasileiro”, frisou o
pes, o Toniquim, foi eleito em abril como estaduais, Rogério Caboclo foi eleito dirigente acreano após a eleição.

28
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
TV FFAC e as novas mídias sociais da federação
Há mais de três décadas à frente da vulgação das atividades da entidade, além redes sociais como forma de melhorar essa
Federação de Futebol do Acre, desde sua de dar mais visibilidade às categorias de troca de informações, mais diretamente.
criação, em 1984, e reconhecido pela pro- base e novos clubes. A entidade tem agora Temos que dar essa visibilidade e valorizar
fissionalização do futebol acreano e por seus a TV FFAC, que transmite os jogos online o que é nosso, mostrar a evolução do nosso
grandes feitos no esporte, Antônio Aquino através da plataforma Mycujoo. futebol e dos nossos atletas desde a base.
está fortalecendo novas formas de comuni- A intenção é que na temporada 2019 O processo para lançamento do site já está
cação com dirigentes, atletas e apoiadores esta transição às novas mídias sociais, ini- em sua reta final. Utilizaremos o Instagram
da modalidade no estado. De acordo com ciada no segundo semestre deste ano, es- e a página do Facebook e a TV FFAC, ten-
Toniquim, o objetivo é criar um canal úni- teja totalmente implementada. “Somos do em vista o “boom” das transmissões on-
co, embora multimídias, de interação e di- conscientes da modernização e do uso das line”, comentou.
Nathacha Albuquerque

O legado da
Copa do Mundo
O presidente avaliou positivamente
a temporada 2018 e falou sobre projetos
para a entidade e o futebol acreano em
2019, que segundo ele deve ter boas novi-
dades, com a possível liberação do recurso
do legado da Copa do Mundo 2014, des-
tinado à construção de centros de treina-
mentos, a programas de desenvolvimento
e a administração de federações de esta-
dos que não receberam jogos da compe-
tição mundial. Uma forma de “compen-
sar” os locais que perderam a disputa para
ser sede do Mundial.
“Nós temos trabalhado no objetivo de
cada vez mais dar credibilidade, susten-
tação e evidente afirmação da federação.
Esse ano já estamos com a TV FFAC no
ar, transmitindo jogos e também estamos
trabalhando na expectativa do legado da
copa, que provavelmente ainda esse ano
será liberado, isso faz parte do nosso pro-
jeto. Eu já havia pedido isso em 2015,
documentalmente, solicitando o apoio
referente ao legado da Copa. Esperamos
que esse sonho se concretize em breve”,
concluiu Aquino.

Aquino Lopes quer valorizar as


divisões de base, incentivando
mais ainda essa categoria

29
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
MEMÓRIAS

CHICO ALAB
FRANCISCO DANDÃO

O primeiro lateral atacante do futebol acreano,


contrariando a disposição tática da sua época
Por Francisco Dandão

Numa época em que a função dos late- posteriormente) Alício Santos. “Eu gostava GAS em 1965, atendendo a um convite do
rais era apenas marcar os ponteiros adversá- mesmo era de bater as minhas peladas. Não capitão Maia. Fiquei lá até 1968, quando o
rios, o jovem Francisco Miguel de Freitas, pensava em jogar em time oficial não. Só fui time foi extinto”, disse o ex-craque.
conhecido (tanto no futebol quanto na vida) porque eu estava desempregado e o Alício Uma vez extinto o GAS, Chico vol-
pelo nome de Chico Alab, adorava ir à linha Santos me arranjou um emprego num bar”, tou para o Independência, onde ficou até
fundo e efetuar cruzamentos precisos para as afirmou Chico Alab. pendurar as chuteiras, após vencer o título
cabeçadas mortais dos atacantes do seu time. Depois de alguns anos vestindo a cami- de 1974. Mas apesar de entender que não
Foi assim do final dos anos de 1950 até mea- sa do Independência, Chico Alab mudou atuaria mais em nível competitivo, ele ain-
dos da década de 1970. de casa e foi defender o Grêmio Atlético da jogou em 1976, pelo São Francisco. “No
A trajetória dele no futebol acreano Sampaio (GAS), clube criado por militares time católico eu joguei pouco. Só mesmo
começou no Independência, atendendo a da unidade do Exército (4ª Companhia de para atender a um apelo do presidente Vi-
um convite do também jogador (treinador Fronteira) em Rio Branco. “Eu fui para o cente Barata”, explicou Chico Alab.

30
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Joaquim Ferreira/acervo pessoal

Grêmio Atlético Sampaio (GAS) - 1966. Em pé, da esquerda para a direita: Babá, Zezé Gouveia, Monteiro, Zé Melo, Aldo,
Chico Alab, Mário Mota, Viana e Gilson. Agachados: Medeiros, Amílcar, Hélio Fiesca, Bebé, Joaquim Ferreira, Ailton e Zé Alab

Francisco Dandão/Acervo

Independência - 1969. Em pé, da esquerda para a direita: Agrícola, Palheta, Praxedes, Vute Vilanova, Chico Alab e Hélio Pinho.
Agachados: Escapulário, Aldemir Lopes, Dimiro, Bico-Bico e Jangito

31
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
FFAC/acervo

Carreira
interrompida
por um acidente
Em 1972, um acidente tirou Chico
Alab de campo por mais de um ano. Foi
num jogo entre Independência e Juven-
tus, no estádio José de Melo. Correram
para disputar a mesma bola, ele, o go-
leiro Zé Augusto (também do Indepen-
dência) e o atacante Eliézio. Numa fra-
ção de segundos após o choque, Chico
Alab e Eliézio ficaram no chão seriamen-
te machucados.
O melhor dos laterais direitos do fu-
tebol acreano, porém, embora já estives-
Independência - 1969. Em pé, da esquerda para a direita: Adalberto Aragão (dirigente), se com 35 anos (ele nasceu em 2 de abril
Agrícola, Palheta, Chico Alab, Flávio e Stélio Lustosa (dirigente). Agachados: Escapulário, de 1937) na época do referido acidente
Aldemir Lopes, Jangito, Vute Vilanova, Mário Duarte, Jorge Floresta e Bico-Bico (fratura da tíbia e perônio), ainda teve
tempo de dar a volta olímpica (1974),
Francisco Dandão/Acervo
formando num time lendário do Trico-
lor que alinhava, além dele, craques do
porte de Zé Augusto, Aldemir Lopes,
Escapulário e Palheta.
Alguns anos antes, no final da década
de 1960, Chico Alab perdeu a sua maior
oportunidade de jogar num centro mais
avançado. É que um tio dele chamado
Romeu, que trabalhava numa companhia
de navegação no trecho Pará-Acre, o levou
para vestir a camisa do Clube do Remo.
Mas ele não aguentou a saudade, arrumou
a mala e se mandou no rumo de casa.
“Parece história de pescador. Mas
Independência - 1972. Em pé, da esquerda para a direita: Illimani, Pitéo, Deca, Jorge
não foi não. Foi saudade mesmo. Eu
Floresta, Eró, Chico Alab, Otávio, Flávio, Manoel, Paulo Sérgio, Palheta e Baiano (dirigente).
Agachados: (...), Escapulário, Bico-Bico, Lelê, Euzébio, Aldemir Lopes, Bebé, Mundoca e (...) lembrava dos coqueiros perto do cemi-
tério, nas imediações da minha casa, no
Francisco Dandão/Acervo bairro Abrahão Alab, e não aguentei.
Vim embora. Quando cheguei, retomei
a vida de treinos no Independência e as
atividades como funcionário público.
Não me arrependo não. Acho que fiz
bem”, contou Chico Alab.

Zaga do Independência em 1972.


Da esquerda para a direita: Chico
Alab, Palheta, Flávio e Otávio

32
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Francisco Dandão/Acervo

Independência -
1974. Em pé, da
esquerda para
a direita: Chico
Alab, Escapulário,
Palheta, Deca, Zé
Augusto e Flávio.
Agachados:
Bico-Bico, Aldemir
Lopes, Rui Macaco,
Augusto e Júlio
César

Gol mais bonito e os maiores craques do futebol acreano


Pela sua característica de atacar como sua escalação. “Escreva aí”, disse Chico: “Zé E casos também dos técnicos Walter Félix
um ponteiro, o lateral Chico Alab tanto Augusto; Chico Alab, Palheta, Mozarino e de Sousa e Alício Santos, que Chico citou
servia os seus companheiros como vivia Antônio Maria; Dadão, Aldemir Lopes e como grandes estrategistas.
marcando os seus golzinhos. Ele lembrou Escapulário; Bico-Bico, Fued e Elísio. To- Atualmente, aos 81 anos, Chico Alab
vários desses lances enquanto narrava a dos craques, com destaque para o Fued, que quase não sai mais de casa, situada no ramal
sua história dentro de campo. Mas um gol sabia tudo de bola”. do Sinteac, nas proximidades da sede da
ele destacou como o mais bonito. Um gol Chico Alab também fez questão de des- Federação de Futebol do Acre. Sua rotina
olímpico, contra o Andirá, do goleiro Pitu- tacar outros nomes emblemáticos do fute- inclui o cuidar de uma mercearia e muitas
ba. “Foi lindo”, afirmou Chico. bol acreano. Casos dos dirigentes Eugênio horas à frente de um televisor. Ele não per-
No que diz respeito a uma seleção acre- Mansour e Capitão Maia, pessoas, segundo de os jogos de futebol nem os noticiários,
ana de todos os tempos, o ex-lateral direito o ex-craque, de rara inteligência e fino tra- “principalmente o Gazeta Alerta, do Edval-
não hesitou quando foi solicitado a dar a to com os atletas dos clubes que dirigiam. do Souza”, concluiu.
Francisco Dandão/Acervo

São Francisco -
1976. Em pé, da
esquerda para a
direita: Cabo Dias,
Chico Alab, Dango,
Almiro, Nanico,
Vicente Barata,
Francisco e Zé
Pinto. Agachados:
Rodrigues, Madureira,
Bismarck, Melinho
Elias e Sucupira

33
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Escapulário
paulo edson/acervo

Um bailarino paraense a
serviço do Tricolor de Aço acreano
Por Francisco Dandão

Ao vir à luz no dia 13 de março de 1945, ço. Ele virou Escapulário para a vida a fora inimigos. Por conta disso, ele costumava
em Belterra, interior do Pará, o cidadão José e foi nessa condição de rebatizado por um ensaiar danças à frente dos adversários. E
Maria Pinheiro dos Santos já trazia nas pal- símbolo que vestiu a sua primeira camisa aí sobreveio um outro apelido: “bailarino”.
mas das mãos o traçado do seu destino: iria de um time de futebol: a do São Raimun- Em 1965, Escapulário foi convidado
ser jogador de futebol, ganhar títulos e ma- do, de Santarém, cidade para onde a famí- para jogar em Porto Velho. Um dirigente do
ravilhar as plateias de três estados do Norte lia migrou na década de 1950. Ferroviário o viu em ação e achou que ele
do país (Pará, Rondônia e Acre). O nome é Entre 1960 e 1964, Escapulário defen- era perfeito para dar o toque de classe que
que mudaria. E logo o José Maria passaria a deu as cores do São Raimundo, sagrando- o time precisava naquele momento. Que-
ser conhecido como Escapulário. -se duas vezes campeão municipal. Magri- rendo mesmo mudar de ares, além de ga-
O apelido ele ganhou no colégio Dom nho, jogando na posição de meia atacante, nhar um dinheirinho extra, o craque topou.
Bosco, onde cursou o primeiro grau, devi- ele precisava usar de toda a sua habilida- Ficou três anos em Rondônia, chegando
do a um amuleto que carregava no pesco- de para fugir das sarrafadas dos zagueiros também a vestir a camisa do Moto Clube.

34
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Acervo Paulo Edson

Independência - 1969. Em pé, da esquerda para a direita: Chico Alab, Ociraldo, Hélio Pinho, Flávio, Sapateiro, Palheta e Aldemir
Lopes. Agachados: Jangito, Mário Duarte, Dimiro, Bebé, Bico-Bico e Escapulário
Acervo Paulo Edson

Independência
- 1969. Em pé,
da esquerda
para a direita:
Pedro Louro, Zé
Maria, Praxedes,
Raimundinho
Kelé, Hélio Pinho
e Escapulário.
Agachados:
Hélio Amaral,
Jangito, Mário
Duarte, Otacílio
e Dimiro

35
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Acervo Paulo Edson

Independência - 1970.
Em pé, da esquerda
para a direita: Airton,
Ociraldo, Hélio Pinho,
Paturi, Chico Alab,
Humberto Sapateiro,
Campos Pereira, Aldemir
Lopes, Eró, Dimiro e
Alício Santos (técnico).
Agachados: Flávio,
Escapulário, Jorge
Floresta, Mário Duarte,
Jangito, Bebé e Bico-Bico

Acervo Francisco Dandão

Independência - 1970.
Em pé, da esquerda
para a direita: Ociraldo,
Chico Alab, Jorge Floresta,
Palheta, Illimani, Flávio,
Otávio e Alício Santos
(técnico). Agachados:
Bico-Bico, Aldemir Lopes,
Jangito, João Carneiro,
Escapulário e Bebé

Acre, porto definitivo


A mudança para o Acre, de onde nun- dos os que o viram em ação. Desempenho vio, Deca, Manoel, Rui Macaco, Tonho...
ca mais sairia, veio em 1968, pelas mãos confirmado logo em seguida, na disputa Grandes artistas! E sagrou-se campeão esta-
do empresário e diretor do Independência do campeonato estadual, com a definiti- dual três vezes: 1970, 1972 e 1974.
Adalberto Aragão. Antes de estrear pelo va camisa do Independência. Era o início Escapulário pendurou as chuteiras aos
Tricolor de Aço, porém, Escapulário dis- da lenda de um dos maiores jogadores de 31 anos. Embora ainda jovem, o craque
putou, emprestado, um torneio rápido meio-campo do futebol acreano. começou a sofrer de constantes problemas
pelo Vasco da Gama. O Independência De 1968 até 1976, Escapulário foi musculares. Sabia tudo de bola, mas enten-
não jogaria o referido torneio e então o companheiro de craques notáveis do fu- deu que não conseguia mais acompanhar a
Vasco se aproveitou da situação. tebol regional. Casos de Agrícola, Chico correria dos atletas que estavam surgindo.
Nos seis jogos que disputou pelo Vasco Alab, Flávio, Bico-Bico, Palheta, Eró, Alde- Provavelmente, a vida boêmia, já que ele
da Gama, dirigido pelo professor Almada mir Lopes, Jangito, Zé Augusto, Jorge Flo- não dispensava uma cervejinha, tenha con-
Brito, Escapulário encheu os olhos de to- resta, Ociraldo, Illimani, Júlio César, Otá- tribuído para abreviar a sua carreira.

36
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Acervo Paulo Edson

Paulo Edson/ Acervo

Escapulário
com a camisa
do São
Raimundo,
de Santarém,
em 1964

Seleção de Funcionários Públicos Estaduais - 1971. Em pé, da esquerda


para a direita: Chico Alab, Escapulário, Pincel, Paturi, Stélio e Antônio Maria.
Agachados: Elói, Nostradamus, Bebé, Aldemir Lopes, Lelê e Teles

A vida do bailarino depois de parar com a bola


Após pendurar as chuteiras, Escapulá- Acervo Zacarias Fernandes
rio foi trabalhar como funcionário públi-
co. O futebol foi quem lhe deu o emprego.
Ele trabalhou na Secretaria de Educação
do Estado até se aposentar. E passou a fi-
car mais tempo com a família, iniciada em
1970, ao se casar com a namorada Maria.
Da união nasceram os filhos Paulo Edson,
Ricardo, Ana Paula e João Paulo.
Nos finais de semana, porque o amor
com a bola surgiu na vida dele para ser eter-
no, ele durante muitos anos frequentou a
Pelada do Jumbo, inicialmente no campo
da Embrapa. Fundada por ex-atletas, a pe-
lada reunia, entre tantos, gente do estirpe
de Tadeu Belém (ex-volante), Neórico (ex-
-zagueiro) e Valdir Silva (ex-atacante). Pe-
lada regada a churrasco e cerveja!
Fora isso, Escapulário jamais se fez de
rogado quando lhe perguntavam alguma
coisa da sua passagem pelos campos. Não Independência - 1974. Em pé, da esquerda para a direita: Zé Lins (diretor), Flávio,
se furtava a contar detalhes, por exemplo, Chico Alab, Escapulário, Palheta, Deca e Zé Augusto. Agachados: Bico-Bico, Aldemir
Lopes, Rui Macaco, Augusto, Júlio César e Tonho
de como se entendia com o parceiro Bico-
-Bico, dentro e fora de campo. Ou como o
dirigente Adalberto Aragão foi importante capar dos zagueiros violentos. Uma, numa e levar na conversa, dizendo que cada um
na sua vida. Ou como o técnico Té dava época em que não existiam caneleiras, era deveria ganhar um lance (Rsrs). O bailarino
show nas suas preleções. proteger as canelas finas com pedaços de pa- faleceu no dia 2 de janeiro de 2011, vítima
Escapulário desenvolveu táticas para es- pelão. Outra era chegar para os adversários de uma cirrose hepática.

37
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Merica
francisco dandão

Do Rio de Janeiro ao Acre:


os caminhos de um andarilho da bola
Por Francisco Dandão

O cidadão Carlos Roberto de Oliveira a folha de pagamento. Aí o jeito foi enca- em 1982, que o destino apontou o rumo
começou a sua vida de boleiro aos 17 anos, minhar alguns dos seus jogadores para ou- norte do país na vida de Merica e ele foi
em 1979, nos juvenis do Volta Redonda tros clubes. E então, por conta disso, além parar em Porto Velho (RO).
(RJ), principal time da sua cidade natal. de uma grande dose de talento, Merica e Durante dois anos, Merica atuou por
Não demorou muito e o seu nome de ba- um ponteiro de nome Zé Luís acabaram equipes da capital rondoniense. Primeiro
tismo ficou para trás, uma vez que os com- por se mudar para o Vasco da Gama. vestindo a camisa do Ferroviário, depois
panheiros de fantasia resolveram que ele, A passagem de Merica pelo Vasco, en- jogando pelo Ipiranga. Em 1983, dispu-
volante pegador e de pulmão privilegiado, tretanto, não durou muito tempo. Havia tando o Copão da Amazônia pelo Ipiran-
deveria se chamar Merica. uma concorrência feroz na equipe prin- ga, teve tão boas atuações que chamou a
Mas, como é de praxe em times peque- cipal. O jeito foi aceitar um empréstimo atenção do presidente do Rio Branco, em-
nos, o “Voltaço” vivia tempos de crise fi- para algum time de fora do Rio de Janeiro, presário Wilson Barbosa. Mudou-se, en-
nanceira, com dificuldades até para honrar para “ganhar experiência”. Foi nessa hora, tão, para o Acre, onde permanece até hoje.

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FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Francisco Dandão/ACERVO

Independência
- 1985. Em pé,
da esquerda
para a direita:
Merica, Paulo
Roberto,
Roberto,
Klowsbey,
Paulão e
Erivaldo.
Agachados:
Antônio
da Loteca,
Carlinhos
Bonamigo,
Paulinho,
Anísio e Isaac

francisco dandão/ACERVO

Seleção
Acreana -
1989. Em pé,
da esquerda
para a
direita:
Toninho,
Ilzomar,
Anderson,
Sabino,
Merica e
Chicão.
Agachados:
Venícius, Jorge
Jacaré, Gilmar,
Carlinhos
Bonamigo e
Marquinho

39
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
francisco dandão/ACERVO

Muitas
camisas e
uma paixão
Ao se mudar para o Acre, o vo-
lante Merica iniciou uma “dança
de camisas” intensa até o fim da
carreira, aos 37 anos, em 1998, no
Vasco local. Do Rio Branco, em
1984, passou para o Independência
(1985), voltou para o Rio Branco
(1986 e 1987), foi outra vez para
o Independência (1988) e mais
uma vez assinou com o Rio Branco
(1989 a 1992).
Em 1993 Merica foi contrata-
do pelo Rio Negro, do Amazonas,
depois de fazer um gol do meio do
campo num jogo entre Rio Branco
e Nacional, em pleno estádio Vival- Rio Branco - 1991. Em pé, da esquerda para a direita: Chicão, Ilzomar, Gersey, Gilmar, Nei e
do Lima. “Nós ganhamos do Na- Carlinhos Magno. Agachados: Jamerson, Canjerê, Venícius, Siqueira e Merica
cional por um a zero, com um gol
meu, do meio da rua. Um gol que Chicão Araújo/ACERVO PESSOAL
nem o Pelé fez. Isso me rendeu um
belo contrato com o Rio Negro”,
disse o ex-craque.
Ainda em 1993, logo depois
de encerrado o campeonato ama-
zonense, Merica migrou para o
Rio Grande do Sul. Foi defender
o Aimoré. “Essa também foi uma
passagem rápida. Eu fui levado por
um técnico que me conhecia do
último ano em que havia jogado
no Estrelão. Mas no fim do contra-
to bateu a saudade e eu voltei para
o Acre”, explicou.
O retorno de Merica ao Acre
seria definitivo. “Depois de passar
um tempo fora, eu percebi que
aqui era o meu lugar. Embora eu
tenha nascido no Rio de Janeiro,
eu já havia me apaixonado pelo
Acre”, afirmou ele. Voltou e ain-
da vestiu as camisas do Juventus
(1994), Rio Branco (1995), Atléti-
co (1996), Ariquemes (RO - 1997) Vasco da Gama - 1998. Em pé, da esquerda para a direita: Ben Johnson, Élisson, Chicão, Carlinhos
e Vasco (1998). Santos e Carlinhos Magno. Agachados: Michel, Juscelâneo, Nadson, Ricardinho, Mamude e Merica

40
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Jogo inesquecível e lista dos melhores
Apesar de já ter se passado 20 anos que a Polícia Militar de lá chegou a soltar ca; Robertinho, Gil e Neivo. Esse time, sob
desde que resolveu pendurar as chuteiras, um cachorro no campo para morder os a direção do técnico Té, não perderia pra
Merica guarda na memória muitos deta- nossos jogadores. Mas não teve essa não. ninguém”, garantiu o personagem.
lhes da sua passagem pelo mundo da bola, Nós ganhamos deles e depois faturamos o No final das contas, de acordo com
além de vários lances protagonizados pe- título para o Rio Branco. Eu nunca vou o aposentado atleta, a bola lhe deu mais
los grandes jogadores do futebol acreano esquecer esse episódio”, afirmou Merica. alegrias do que tristezas. “Por meio do fu-
da sua época. Ele fala desses detalhes, bem “Quanto aos melhores jogadores do tebol eu fui muito feliz, ganhei títulos, fiz
como dos antigos parceiros, como se tudo meu tempo, eu poderia escalar uns três ti- amizades e não posso me queixar de nada.
houvesse acabado de acontecer. mes com gente de ótima qualidade. Um Só lamento que depois que a bola acaba a
“Em Macapá, disputando o Copão desses times formaria com Klowsbey; Jeffer- gente se perde dos amigos. Faz tempo que
da Amazônia de 1984, jogando contra o son, Neórico, Chicão e Carlinhos Magno; eu não vejo muitos dos antigos parceiros
Trem, time da casa, a barra foi tão pesada Mariceudo, Carlinhos Bonamigo e Cario- dos gramados”, disse Merica.

MERICA/ACERVO PESSOAL

Sonhos de futuro
incluem política e
gastronomia
Duas vezes candidato derrotado a uma vaga na
Câmara Municipal de Rio Branco (eleições de 2008
e 2012), Merica disse que vai continuar tentando ser
um representante do povo em alguma casa legislativa.
O ex-craque até se candidatou a deputado estadual
nas eleições de 2014, mas a sua candidatura foi invali-
dada por um problema com as regras eleitorais.
“O que aconteceu foi que eu fui candidato a verea-
dor pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e, depois
Rio Negro (AM) - 1993. Merica é o terceiro agachado. Foto/Acervo Merica. disso, mudei para o Partido Pátria Livre (PPL). Só que
não fiz essa mudança a tempo de atender a legislação.
MERICA/ACERVO PESSOAL
Mas nada que possa me fazer desanimar. Vou seguir
em busca de uma vaga na política. E agora, com os
apoios certos, para ganhar”, disse Merica.
Sobre os seus motivos de se tornar vereador ou de-
putado estadual, Merica explicou que sempre gostou
de trabalhar pelo e com o povo. “Eu gosto de estar no
meio da galera. Eu acho que essa paixão vem do tem-
po do futebol. Eu gosto tanto que já fiz até trabalho
voluntário, num bairro periférico de Rio Branco, só
pelo prazer de ajudar as pessoas”, garantiu.
Fora essa vontade de chegar ao parlamento, Me-
rica externou mais um sonho para o seu futuro ime-
diato: o de abrir um pequeno restaurante. “Eu sempre
gostei de gastronomia. Aprendi a cozinhar ainda na
adolescência, com a minha mãe. Faço de tudo numa
cozinha. Acho que eu me daria bem no ramo. Só pre-
Ariquemes (RO) - 1997. Merica é o penúltimo agachado ciso arranjar um ponto”, finalizou ele.

41
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Nelson
Francisco Dandão

Atacante começou a carreira no Rio de Janeiro,


mas descobriu o Acre, onde permanece até hoje
Por Francisco Dandão

Parente distante do cangaceiro Virguli- convidado pelo jogador Valtencir, titular do preferiram ser profissionais em Santa Ca-
no Ferreira, o famoso Lampião, Nelson de Botafogo-RJ na mesma posição, para fazer tarina. “Foi o início da minha vida como
Lima Silva veio ao mundo em Olinda-PE, um teste no juvenil do alvinegro carioca. profissional de futebol”, disse Nelson.
no dia 23 de fevereiro de 1953. Com um Nelson foi aprovado, mas, por gostar de Daí até 1976, uma sucessão de camisas
ano e meio de vida, porém, ele migrou com apoiar, passou de lateral à ponta. Isso em adornaram o corpo do habilidoso atacante:
a família para Niterói-RJ, onde começou a 1970, aos 17 anos. Humaitá de Nova Trento (SC), em 1971;
jogar futebol, aos 11 anos, no infantil do Nelson não chegou a jogar pelo Botafo- Paysandu de Brusque (SC), em 1972; Bota-
Canto do Rio, levado ao clube por um cen- go. Observado por dirigentes do Paysandu, fogo de 3 de Maio (RS), em 1973; Palmei-
troavante chamado Hipólito. de Brusque (SC), foi para o sul do país jun- ras deBlumenau (SC), em 1974; Tamoio
Ambidestro, Nelson incialmente foi to com o lateral-direito Ademir. Entre dis- de Santo Ângelo (RS), em 1975; Inter de
escalado para jogar na lateral-esquerda. E putar vaga no clube carioca com um monte Santa Maria (RS), em 1975; e Juventude de
o fazia com tanta categoria que um dia foi de menino bom de bola, Nelson e Ademir Jaraguá do Sul (RS), em 1976.

42
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
A vinda para o Acre
No segundo semestre de 1976, Nelson vezes mais do que o maior salário que eu já Povo de 1977, que não exigia registros na
voltou para o Rio de Janeiro. Sem clube, havia recebido nos clubes por onde passei. federação, os dirigentes do Galo quiseram
ficou um tempo só treinando e realizando E tudo livre de quaisquer despesas. Encon- cortar o salário dele pela metade.
amistosos num combinado de amigos de trei um ambiente maravilhoso, um time Nelson não topou a proposta e cogitou
Niterói. Num desses amistosos conheceu repleto de ótimos jogadores e uma torcida voltar para o seu estado de origem. Foi en-
o zagueiro Pitico, que já era jogador do apaixonada”, afirmou Nelson. tão que o Rio Branco lhe ofereceu guarida,
Atlético Acreano. Este o indicou ao técni- Tudo parecia perfeito para Nelson no pagando o mesmo que o Atlético pagava e
co Walter Félix, o Té, que de imediato o novo clube. Havia, porém, uma pedra no prometendo-lhe passagens para ir ao Rio
convidou para jogar no Acre. meio do caminho. É que o processo de re- de Janeiro, no final do ano. As passagens,
Nelson migrou para o Acre no início versão do regime profissional para o ama- porém, não saíram e Nelson mais uma vez
do ano de 1977, em excelentes condições. dor exigia que ele cumprisse um ano de foi para o Atlético, agora, finalmente, livre
“Eu vim para o Atlético ganhando quatro “estágio”. Aí, depois de jogar o Torneio do do estágio.
Tadeu Belém/Acervo

Atlético Acreano - 1977.


Em pé, da esquerda para
a direita: Zé Augusto, João
Pereira, Nato, Pitico, Tadeu
e Valdir. Agachados:
Pedrinho, Manoelzinho,
Dadão, Guedes e Nelson

Eduardo Rodrigues/Acervo

Atlético Acreano
- 1978. Em pé, da
esquerda para a
direita: Henrique,
Tadeu, Tidal, Pitico,
Pintão e Paulão.
Agachados: Chico,
Guedes, Dadão, Valdir e
Nelson

43
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Nelson Lima/Acervo

Jorge Wilstermann
(Cochabamba -
Bolívia) - 1979. Em
pé, da esquerda
para a direita: Patón
(massagista), César, Rojas
Peres, Arispe, Grakeda,
Navarro, Jimenez e Oto
(roupeiro). Agachados:
Sanches, Troriano,
Alejandro, Gastón e
Nelson

Aventuras internacionais
No final de 1978, o Atlético jogou um fendeu o Colatina-ES, onde pendurou 2011. Foi um tempo de intensa troca de
amistoso contra a seleção boliviana, em as chuteiras. “Eu parei aos 27 anos. experiências, onde eu pude aprender mui-
Cobija. O Galo deu show, vencendo por 5 Ainda tinha muita bola pra gastar. Mas ta coisa e colocar em prática todo o meu
a 1, com dois gols de Nelson. Dadão (1) e fiquei desgostoso porque não pude conhecimento”, garantiu Nelson.
Valdir (2) fizeram os outros gols dos acre- atender um convite para jogar no Chi- Atualmente, depois de trabalhar al-
anos. Foi a senha para ele se transferir para le”, explicou o ex-craque. gum tempo com escolinhas, entre as quais
o Jorge Wilstermann, de Cochabamba Ao parar com a bola, Nelson fez cur- a “Banho de Cheiro”, do empresário Luís
(Bolívia), onde o craque disputou a Taça sos de mecânica de navios e de treinador do Boticário, e “Bom de bola, bom de es-
Libertadores da América de 1979. de futebol. Na primeira profissão, rodou cola”, do ex-jogador Bujica, Nelson ganha
Em 1980, Nelson vestiu mais duas o mundo. Na segunda, percorreu o Peru. a vida como funcionário público munici-
camisas. No primeiro semestre, jogou o “Eu trabalhei em vários clubes e entidades pal. Mas não descarta vir a treinar alguma
Torneio do Povo pelo Independência- esportivas peruanas, em Puerto Maldona- equipe profissional. “O velho Nelson está
-AC. Já na segunda metade do ano de- do, Cusco e Puno, no período de 2004 a aqui esperando uma chance”, concluiu.
Nelson Lima/Acervo

Independência - 1980.
Em pé, da esquerda
para a direita: Deca,
Raimundão, Océlio,
Aníbal, Carlinhos
Bigode e Zé Augusto.
Agachados: Valdir
Silva, Nelson, Tovinha,
Rui Macaco e Nelson

44
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Nelson Lima/Acervo

Fry Martin (Puerto


Maldonado - Peru) - 2004.
Em pé, da esquerda para a
direita: Julio, Alpaca, Burgo,
Riquelme, Martin, Dim e
Surdo. Agachados: Nelson
(auxiliar técnico), Chamorro,
Orongo, Teófilo e Palomec

Nelson Lima/Acervo

La Roya (Puerto
Maldonado - Peru) -
2008. Em pé, da esquerda
para a direita: Moreno
(diretor), Velasco, Tinha,
Nichira, Orón, Dim, Otávio,
Chilavert, Hermínio e Nelson
(técnico). Agachados: Tinga
(diretor), Carmo, Oto,
Lambanec, Orgón, Riquelme
e Jorge (diretor)

Nelson Lima/Acervo

Antônio Maria, Nelson,


Ferleudo, Papelim e Torres,
integrantes de uma seleção de
masters, em jogo festivo na
Arena da Floresta, em 2014

45
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Nilson
FRANCISCO DANDÃO

Correndo pelas extremas, prodígio fazia


da busca pelo gol sua meta de cada dia
Por Francisco Dandão

Precoce com uma bola nos pés desde a criei. Eu e a molecada das redondezas batí- Ninho da Águia. O craque ficou no Juven-
infância, o cidadão Nilson Soares da Silva amos pelada o dia todo. A gente só parava tus até 1973. Em 1966 e 1967 nos juvenis.
muito cedo vestiu a camisa de um clube quando escurecia. Aí, um dia, eu fui con- Depois como titular do time principal.
de futebol. Mal completados 14 anos (ele vidado pelo Danilo Galo, que era atacante Depois de deixar o Juventus, Nilson
nasceu em 25.02.1951), depois de ser vis- do Vasco, para fazer um teste. Aprovei na ainda vestiu duas camisas: a do Atlético, em
to em peladas no campo do velho Domin- hora e fiquei”, explicou Nilson. 1974, e a do Independência, em 1975. “Fo-
gos Preto (pai dos zagueiros Mozarino e A passagem pelos juvenis do Vasco, ram passagens rápidas. No Independência
Deca), Nilson foi brilhar na ponta-direita porém, foi muito rápida. Durou só alguns eu joguei apenas o Torneio do Povo. Parei
dos juvenis do Vasco da Gama. meses do segundo semestre de 1965. É aos 24 anos por causa de uma contusão
“O campo do Domingos Preto ficava que no ano seguinte, com a fundação do crônica no tornozelo direito. Naquele tem-
no bairro Seis de Agosto, no segundo dis- Atlético Clube Juventus, o dirigente Elias po não havia recursos para a gente se tratar.
trito de Rio Branco, onde eu nasci e me Mansour Simão Filho levou Nilson para o Tive que parar”, contou o ex-craque.

46
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
francisco dandão/Acervo

Vasco da Gama
(juvenil) - 1965.
Em pé, da
esquerda para a
direita: Anum,
Ivo, Catita,
Edvaldo Sepetiba,
Aragão e Euzébio.
Agachados: Sérgio
Beirute, Nilson,
Pedro Costa e Guto

francisco dandão/Acervo

Juventus - 1968.
Em pé, da
esquerda para a
direita: Rômulo,
Zezé Gouveia,
Viegas, Escurinho,
Nostradamus,
Tinoco e Milton.
Agachados: Nilson,
Airton, Dadão, João
Carneiro, Nemetala
e Elói

47
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
francisco dandão/Acervo

Outras camisas
e o jogo da
contusão
O jogo no qual Nilson se contundiu
foi um amistoso, em 1971, contra o São
Cristóvão carioca, que excursionava pelo
Norte do país. Nilson nesse dia jogou
mais do que sempre, infernizando a vida
de um lateral chamado Triel. Foi dele,
inclusive, de falta, o gol da vitória do
Juventus. Levando um baile, Triel não
perdoou e desferiu um pontapé no tor-
nozelo do acreano.
Depois disso, Nilson jogou sempre
sentindo muitas dores. “Eu protegia o
local atingindo com ataduras, passa-
va anestésicos, mas tudo isso adiantava
muito pouco. Além do mais, tinha uma
turma de zagueiros e laterais carniceiros
Juventus - 1969. Em pé, da esquerda para a direita: Deca, Carlos Mendes, Dadão,
Escurinho, Rômulo e Pope. Agachados: Pingo, Eliézio, Nemetala, Zé Carlos e Nilson que ficava tentando acertar justamente o
meu tornozelo machucado. Hoje tudo já
Paulo Maia/Acervo
passou, mas na época era terrível”, afir-
mou Nilson.
Mas o período dentro dos gramados
do pequenino e ágil ponteiro-direito
(às vezes ele também jogava pelo lado
esquerdo) não se limitou a Juventus,
Atlético e Independência. Ele também
vestiu as camisas do Marreta (time or-
ganizado pela família Pinho, do bairro
do Quinze, e que só disputava amisto-
sos) e do Fronteira, de Plácido de Cas-
tro, em torneios locais.
“Rapaz, o Marreta era um timaço.
Era composto por membros e amigos
da família Pinho, muitos dos quais jo-
gavam nos principais times do Acre.
Casos do goleiro Agrícola, do lateral-
-direito Chico Alab, do lateral-esquer-
do Hélio Pinho, do meia-armador Eu-
zébio, do atacante João Carneiro. Era
Marreta - 1969. Em pé, da esquerda para a direita: Pedro (diretor), Nilson, Agrícola,
muita gente boa... Era show onde a
Deca, Edmilson Jansen, Winston Pinho e Pão Torrado. Agachados: Hélio Pinho, Bilu,
Moreira, Vute Vilanova, Chico Alab e Euzébio gente chegava”, disse Nilson.

48
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
francisco dandão/Acervo francisco dandão/Acervo

Juventus - 1970. Em pé, da esquerda para a direita: Pope, Juventus - 1972. Em pé, da esquerda para a direita: Deca,
Deca, Antônio Maria, Milton, Nelcirene e Vute Vilanova. Mustafa, Pope, Hermínio, Pingo e Antônio Maria. Agachados:
Agachados: Carlos Mendes, Elísio, Nemetala, Eliézio e Nilson Edson Carneiro, Carlitinho, Elísio, Nilson e Carlos Mendes

A final de 1968, os grandes dirigentes


e os melhores do futebol acreano Valdir Silva/Acervo
Nilson diz que se divertiu muito no
seu tempo de jogador de futebol. Mas
confessa uma frustração: a de perder o
título de 1968 para o Atlético. “O Ju-
ventus tinha um timaço, muito superior
ao do Galo. Pra completar, metemos seis
a zero neles no primeiro jogo da melhor
de três. Pois aconteceu o improvável. Os
caras ganharam os outros dois jogos”, fa-
lou Nilson.
“Em compensação”, ainda no dizer de
Nilson, “como toda moeda tem dois lados,
eu vivi um momento de intensa felicidade
quando fui campeão das Olimpíadas do
Exército, em 1971, na cidade de Guajará
Mirim, Rondônia. Eu e o Bico-Bico ser-
vimos ao Exército mais velhos só pra jogar
essas Olimpíadas. Foi um passeio. Ganha-
mos bem todas as partidas.”
Quanto aos dirigentes mais marcantes
Independência - 1975. Em pé, da esquerda para a direita: Romildo, Deca, Uchoa,
com os quais trabalhou, Nilson cita Elias Augusto, Carlos Alberto e Escapulário. Agachados: Nilson, Zelito, Valdir Silva, Amorim,
Mansour e Iolanda Silva, ambos do Juven- Josafá e Júlio César
tus. De acordo com ele, Elias era uma pes-
soa de inteligência excepcional, educador Nos dias atuais, aos 67 anos, Nil- tica. “O tempo dos grandes craques do
emérito e de um carisma fora de série. E a son curte uma merecida aposentadoria. futebol acreano ficou para trás. Antiga-
Dona Iolanda, também segundo Nilson, Mas não desgruda o olho do futebol, mente todos os times, até os pequenos,
sempre atenta às necessidades dos jogadores frequentando os estádios sempre que tinham ótimos jogadores. Bem diferente
juventinos, era uma segunda mãe. pode. E não se furta a uma opinião crí- de hoje”, finalizou.

49
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Paulão
francisco dandão

De São João do Meriti (RJ) para o Acre:


a história de um zagueiro
Por Francisco Dandão

Nascido em São João do Meriti (RJ), exibir desde cedo um refinado trato com Maimi, que era uma espécie de sucursal do
no dia 31 de agosto de 1954, o zagueiro a bola, ele não se sentia confortável em Vasco da Gama-RJ e na seleção do Exérci-
Paulão iniciou a sua história de amor com atuar na referida posição. E assim, quando to, nas Olimpíadas militares.
o Acre ainda na infância, logo depois de a chegou à idade de juvenil, ele migrou para O ano de 1975 passou com Paulão al-
sua família se mudar para o bairro de Cam- a lateral-direita, com a camisa do Campo ternando exibições nos aspirantes do Bon-
po Grande, no subúrbio do Rio de Janeiro. Grande, à época um celeiro de craques. sucesso e num time de bairro chamado
É que o seu primeiro time, ainda na cate- Na quarta-zaga mesmo, posto em que São Basílio. “Eu estava chegando aos 21
goria infantil, era dirigido justamente por veio a se consagrar como um dos maiores anos, jogando no subúrbio, mas sempre
um acreano, o professor Klermann. zagueiros do futebol acreano em todos os esperando uma oportunidade de vestir
Paulo Roberto Modesto Cunha, o Pau- tempos, ele só veio a jogar em 1974, no a camisa de um grande clube. Embora a
lão, começou atuando na ponta direita. time de aspirantes do Bonsucesso carioca. concorrência fosse muito grande, a bola
Mas, de acordo com o seu relato, apesar de Antes disso, ele jogou futebol de Salão pelo era o meu mundo”, garantiu o ex-zagueiro.

50
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
francisco dandão/Acervo

O convite para
jogar no Acre
No início de 1976, por sugestão do
Klermann, professor do Paulão na época
de infantil, o técnico Walter Félix de Sou-
za, o popular Té, que procurava jogadores
cariocas para o Atlético Acreano, foi vê-lo
num jogo entre os aspirantes do Bonsuces-
so e a equipe principal do Botafogo. Pau-
lão jogou tudo e mais um pouco, marcan-
do inclusive o gol da vitória do seu time.
A exibição primorosa do zagueiro con-
venceu o exigente Walter Félix. E assim,
duas semanas depois, Paulão desembarca-
va em Rio Branco, junto com mais quatro
reforços para o Galo: Guedes (atacante),
Pitico (zagueiro), Lula (lateral) e Luisinho
(meia). “Vim ganhando um salário muito
bom, que dava para ajudar a família, no
Atlético Acreano - 1976. Em pé, da esquerda para a direita: Pintão, Paulão, Paulo
Rio, e ainda sobrava bastante”, disse Paulão.
Maravalha, João Pereira, Euzébio e Zé Augusto. Agachados: Vanginho, Evandro, Luizinho,
Paulão não precisou cumprir estágio Guedes e Nirval
para vestir a camisa do Galo, uma vez que, Tadeu Belém/Acervo
por sua condição de aspirante do Bonsuces-
so, não havia ainda assinado contrato como
profissional. Foi chegar, treinar e virar titu-
lar, fazendo uma dupla de zaga de respeito
com Pitico. “O Atlético montou um tima-
ço, faltando somente ganhar o título esta-
dual”, afirmou o ex-craque.
Foram quatro temporadas no Atlético,
de 1976 a 1979. Depois, por um salário
maior, Paulão trocou o Galo pelo Juven-
tus, onde ficou até 1983. Em 1984, ele foi
dar um tempo em casa. Mas voltou em
1985, para o Independência, onde jogou
até 1988. Daí até 1995, quando parou de
jogar, Paulão ainda vestiu as camisas do
Juventus, do Andirá e do Independência.

Atlético Acreano - 1979. Em pé, da


esquerda para a direita: Tadeu, Pitico,
Rai, Clóvis, Paulão, Tidal e Ronivon
(técnico). Agachados: Duda, Paulinho
Pontes, Dadão, Valdir e Nelson

51
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
francisco dandão/Acervo

Juventus - 1981. Em
pé, da esquerda para
a direita: Paulão,
Duda, Mauro, Neórico,
Emilson e Normando.
Agachados: Pitola,
Mariceudo, Antônio
da Loteca, Nino e
Paulinho

francisco dandão/Acervo

Independência -
1985. Em pé, da
esquerda para a
direita: Cardosinho,
Adalberto Ferreira,
Paulo Roberto, Paulão,
Ronivon, César,
Klowsbey, Emilson,
Valdir Silva, Carvalho
Neto e Saturnino.
Agachados: Carlos,
Erivaldo, Mariceudo,
Isaac, Merica,
Carlinhos Bonamigo e
Paulinho

O maior parceiro e a formação de novos craques


Embora tenha formado uma dupla de ros que jogaram no futebol acreano, eu e o íram dos seus ensinamentos. “Muita gente
zaga de respeito com Pitico, no Atlético, Neórico formamos a melhor dupla. Se eu boa, que depois virou profissional, passou
Paulão disse que o seu maior parceiro de fosse escalar um time perfeito, o faria com pela Escolinha”, contou Paulão.
zaga foi o Neórico, quando ambos jogavam Klowsbey; Mauro, Neórico, Paulão e Duda: Por último, Paulão não se esquivou de
no Juventus. “Eu e o Neórico nos comple- Carlinhos Bonamigo, Dadão e Mariceudo; comparar o futebol do passado e do pre-
távamos. Bastava a gente ver o movimento Paulinho, Antônio da Loteca e Anísio”. sente. “Não é uma questão de saudosismo
um do outro para sabermos por onde deve- Depois de pendurar as chuteiras, o ex- não. É um fato que, infelizmente, pode
ríamos dar o combate aos atacantes. A gente -zagueiro passou a se dedicar à formação ser confirmado por todos os que viram os
jogava por música”, garantiu Paulão. de novos atletas, fundando a “Escolinha grandes jogadores que atuavam no Acre.
“Para mim”, continuou Paulão, “dos do Paulão”. Segundo ele, desde a década de Antigamente, jogador de outros estados só
anos da década de 1970 para cá, sem falsa 1990 até os dias atuais, mais de 10 mil jo- jogava aqui se fosse craque. Tá faltando in-
modéstia, apesar dos muitos ótimos zaguei- vens, na faixa dos 10 aos 17 anos, já usufru- vestimento na base”, concluiu.

52
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Mariceudo Moura/Acervo

Independência -
1988. Em pé, da
esquerda para a
direita: Klowsbey,
Chinha, Merica,
Delcir, Paulão e
Sabino. Agachados:
Venícius, Antônio Júlio,
Mariceudo, Siqueira e
Vidal

francisco dandão/Acervo

Juventus - 1989. Em
pé, da esquerda para
a direita: Marquinho
Amor, Ilzomar, Gilmar,
Gerson, Paulão e
Ricardo. Agachados:
Paulo Henrique, Dim,
Ivo, Ley e Siqueira

francisco dandão

Escolinha do Paulão (sub-17) -


2017. Em pé, da esquerda para
a direita: Luan, Daniel, Bruno,
Gabriel, Eduardo, João Vítor e
Paulão. Agachados: Euzébio,
Gustavo, Daniel II, Wellington
Galego, Junior, Jonas e João Lucas

53
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Tidal
francisco dandão

O eterno goleiro atleticano compensava a baixa


estatura com um senso peculiar de colocação
Por Francisco Dandão

Com exceção dos familiares, pratica- menor jeito. Aí ele foi para o gol e fez his- a minha segunda casa, e estou por lá até
mente ninguém conhece o cidadão Oci- tória no futebol acreano, primeiro, ainda hoje, mais de quarenta anos depois, agora
valdo Pinto Venâncio. Se, no entanto, adolescente, no início da década de 1970, como treinador de goleiros”, disse Tidal.
alguém perguntar pelo goleiro Tidal, aí a no São Raimundo, time da padaria do Rai- O técnico Alício Santos foi quem es-
maioria dos moradores do bairro 15, bem mundo Beiruth. Depois, sucessivamente, calou Tidal como titular do gol do Atlé-
como a totalidade da torcida atleticana do nos juvenis e no time principal do Atlético. tico Acreano, em 1973. Daí até o ano de
passado, saberá de quem se trata. O apeli- “Quem me levou para o juvenil do 1991, ele alternou períodos como dono da
do o acompanha desde a infância, embora Atlético foi o Maurício Bacurau, irmão camisa um e na reserva de outros goleiros.
ele não saiba dizer a origem. do Fernando Diógenes. Ele, além de jogar Casos de Xepa, Zé Augusto, Ilzomar, Ro-
Antes de ser goleiro, porém, Tidal ten- na ponta-esquerda do Galo, acumulava as naldo Terereo, Milton e Zezito. Todos, no
tou ser zagueiro nas peladas dos campos do funções de técnico do São Raimundo e entanto, chegavam e iam embora. Tidal,
Marreta e do Papoquinho. Não levava o do juvenil do Atlético. Eu fui, fiz do clube por sua vez, sempre permaneceu firme.

54
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
João Teles/Acervo

Atlético Acreano
- 1973. Em pé, da
esquerda para a
direita: Alício Santos
(técnico), Carlão, Belo,
Tidal, Mário Mota,
Hélio Pinho, Toinho
e Zelito (massagista).
Agachados: Bené, Teles,
Amarílio, Rivanildo e
Carreon

ffac/acervo

São Raimundo - 1972. Em pé, da esquerda para a direita: Anum, Edmar, Bolinha, Tidal, Aragão e Anazildo. Agachados: Ronaldo,
Camelo, Sávio, Toniquim e Braga

55
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Nazaré Santos/Acervo Manoelzinho/Acervo

Tidal e a massagista Nazaré Atlético Acreano - 1978. Em pé, da esquerda para a direita: Clóvis, Pintão, Pitu, Mário
Santos, em 1974 Mota, Duda e Tidal. Agachados: Manoelzinho, Paulinho Pontes, Dadão, Dodô e Manoel
Manoelzinho/Acervo

Atlético Acreano
- 1979. Em pé,
da esquerda
para a direita:
Tidal, Pintão,
Lécio, Tadeu,
Jaime e Armando.
Agachados:
Pintinho,
Paulinho Pontes,
Manoelzinho, Pitu
e Dodó

56
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Despedida com título Carlinhos Bonamigo/Acervo
Tidal contou que não suportava a ideia
de se despedir sem um título. Por isso ele
jogou até 1991, sagrando-se campeão duas
vezes (1987 e 1991). No primeiro momen-
to ele era titular. No segundo, ele era reserva
de Antônio José. “Quando eu comecei no
time de cima do Atlético, já fazia quatro
anos do último título. Um jejum que durou
dezoito anos”, explicou o ex-goleiro.
“O primeiro título demorou demais.
Ao longo desses dezoito anos, as diversas di-
retorias do Galo montaram grandes times.
Reuniam o que melhor havia por aqui.
Chegaram a importar vários jogadores do
Rio de Janeiro, como o Guedes, o Pitico, o
Paulão, o Nirval, um monte de cara bom de Atlético Acreano - 1987. Em pé, da esquerda para a direita: Marcelo Aquino, Gilmar, Jersey,
bola. Por alguma razão, sei lá o que, a gente Aníbal, Ricardo e Tidal. Agachados: Tinda, Carlinhos Bonamigo, Raimundinho, Dim e Ley
não era campeão”, lamentou Tidal.
No título de 1987 o time era dirigido mais perfeito possível. Ele me fazia treinar petência de Ariosto Miguéis. “O Ariosto
pelo treinador Júlio Paulo D’Anzicourt, o meio-dia. Dizia que era pra mim ganhar conhecia de tática e estratégia de jogo como
melhor dos técnicos entre os muitos com resistência”, contou Tidal. poucos. Ele era super inteligente. Com ele,
os quais Tidal trabalhou, na opinião do ex- Mas, apesar de exaltar Júlio D’Anzicourt cada jogador pisava o gramado sabendo tudo
-goleiro.“O professor Júlio D’Anzicourt como o melhor dos técnicos que o dirigiu, sobre o adversário e os caminhos para a vitó-
era exigente e gostava que tudo saísse o Tidal também fez questão de citar a com- ria”, garantiu o ex-goleiro.

Personagens importantes tidal/Acervo


Tidal contou que muitos personagens da história do Atléti-
co foram extremamente importantes na sua vida. Entre eles, o
ex-goleiro destaca o velho Jaú, o doutor Adauto Frota e o casal
Fernando e Flora Diógenes. Jaú, de acordo com Tidal, porque
fazia tudo no clube. Adauto Frota, Fernando e Flora Diógenes,
pela dedicação total à causa do Galo do Segundo Distrito.
Fora esses três, entretanto, Tidal fez questão de citar os
nomes de Wilson e Dilson Ribeiro, Rivaldo Patriota, Dona
Conceição, Dona Esmeralda e Otávio Português. “Como eu
não tinha emprego, vivendo apenas para defender o Atlético,
todas essas pessoas citadas me pagavam um salário no fim
de cada mês. Foram todos muito bons comigo”, disse Tidal.
Modesto, o ex-goleiro não inclui o seu nome entre os me-
lhores jogadores do futebol do Acre de todos os tempos. Para
ele, a melhor seleção acreana, incluindo o passado e o presente,
formaria com: Klowsbey; Mauro, Carlão, Curica e Antônio Ma- Tidalzinho e Tidal, ambos goleiros, filho e pai, unidos em defesa do Galo,
ria; Gilmar, Tinda, Carlinhos e Dadão; Dim e Ley. “Só craques. em 2011
Gente de alta técnica e fino trato com a bola”, disse Tidal.
Aos 64 anos (ele nasceu em 10 de setembro de 1954), Tidal todos os momentos, passando a sua experiência para os jovens. E
garantiu que permanecerá fiel a duas coisas: ao Atlético e ao bairro o local onde ele mora é o mesmo de sempre. “Só saio do Galo e
15. Entra e sai diretoria e o velho goleiro permanece no clube, em do [bairro] 15 morto”, finalizou Tidal.

57
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
CRAQUES DA ATUALIDADE

Ancelmo
FRANCISCO DANDÃO

Meia que começou a carreira no


bairro Calafate chegou até à Europa
Por Francisco Dandão

A Escolinha do Arthur, do bairro Cala- quando Ancelmo deu uma encorpada, tra- semestre de 2011. No Estrelão, ele conquis-
fate, na periferia de Rio Branco, foi a enti- tou de leva-lo para o infantil do Juventus, tou dois títulos estaduais (2010 e 2011) e
dade que teve a honra de ver nascer para o treinado pelo ex-goleiro Illimani Suares. chamou a atenção do país.
futebol o meia atacante Ancelmo de Holan- Após quatro temporadas na base juventina, Esse “chamou a atenção do país” deu-se
da Bessa. Corria o ano de 1998. Ancelmo, o jovem prodígio, aos 16 anos, assinou o por conta da Copa do Brasil, quando o Rio
que nasceu no dia 3 de abril de 1990, havia seu primeiro contrato como profissional. Branco bateu o Atlético Paranaense no Acre
acabado de completar 8 anos. Magrinho, Seis anos depois de chegar ao Ninho da por 2 a 1, com show do garoto Ancelmo.
ele mal conseguia correr de chuteiras. Mas Águia, Ancelmo mudou de ares e foi vestir Na partida de volta, apesar da derrota por
já jogava como gente grande. a camisa do Independência. Foi uma passa- 3 a 1, em Curitiba, Ancelmo jogou bem
O professor Branco, seu técnico nessa gem rápida. No ano seguinte, 2009, sobre- novamente. As duas ótimas atuações foram
época, logo percebeu a joia rara que tinha veio nova mudança e ele se mandou para suficientes para ele ser contratado pelo Gua-
em mãos. E assim, quatro anos depois, o Rio Branco, onde ficou até o primeiro rani de Campinas.

58
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
FRANCISCO DANDÃO

Juventus - 2012. Em pé, da esquerda para a direita: Som (técnico), Dorielson (treinador de goleiros), Iesley, Eric, Júnior, Bruno César e
Dida. Agachados: Ângelo (auxiliar de preparador físico), Bruno, Ley, Marcelo Cabeção, Ancelmo, Condy e Jô

Acervo/Ancelmo Bessa

Rio Branco - 2017. Em pé, da esquerda para a direita: Walter (treinador de goleiros), Tita (massagista), Anderson, Léo, Kássio, Léo
Mineiro, Geovani e Jean Drosny. Agachados: Adriano, Pedro Balu, Araújo Jordão, Ancelmo e Leonardo

59
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Ancelmo Bessa/ Acervo PESSOAL Ancelmo Bessa/ Acervo PESSOAL

Ancelmo com
a tradicional
camisa xadrez
do português
Boavista

Falta de pagamento
e início de uma
ciranda de clubes Ancelmo jogando a Série B de 2011 pelo Guarani de Campinas

Ancelmo assinou contrato de três anos com o Gua- Acervo/Ancelmo Bessa

rani. Mas só jogou o campeonato brasileiro da Série B


de 2011. Ficou três meses sem receber salários e teve
que acionar o clube judicialmente. Então, em 2012
voltou para a terra natal, vestindo outra vez a camisa do
Juventus no campeonato estadual. Encerrada a compe-
tição, ficou seis meses desempregado.
No primeiro semestre de 2013 o craque foi contra-
tado pelo XV de Piracicaba, onde começou a sua ciran-
da de clubes. Ele nem chegou a entrar em campo pelo
time paulista. É que surgiu um convite mais vantajoso
do Metropolitano de Blumenau e ele se mandou. Jogou
só o primeiro semestre em Santa Catarina. Na segunda
parte do ano ele já estava no Mixto (MT).
Em 2014, mais mudanças de camisa. Ancelmo
jogou o campeonato baiano pelo Galícia e o início da
Série B do Brasileirão pelo Bragantino (SP). Na parada
da competição para a Copa do Mundo surgiu a opor-
tunidade de ele ir jogar no Boavista de Portugal. Quem
o levou para a Europa foi um empresário de Recife que
viu uma compilação de jogadas dele na internet.
“Comecei bem lá no Boavista. Rapidamente me
adaptei à vida em Portugal. O meu azar foi uma grave
contusão no joelho, no final de 2014. Fiquei seis meses
parado por causa dessa contusão. Quando me recuperei
não fui mais titular. Mesmo assim, ainda fiquei por lá
até maio de 2016. Aí mudou a diretoria e o meu con-
trato foi rescindido”, disse Ancelmo. Ancelmo com a camisa do Galícia (BA), em 2014

60
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Ancelmo Bessa/ Acervo PESSOAL

Série C pelo Atlético


e análise sobre o
futebol acreano
Nos últimos dois anos, Ancelmo jogou mais uma vez em clubes
acreanos. Passou a temporada de 2017 no Rio Branco e se trans-
feriu em 2018 para o Atlético. Pelo Galo, começou como titular.
Jogou nessa condição uma boa parte do campeonato estadual e a
Copa Verde. Depois perdeu espaço, tornando-se uma espécie de
reserva de luxo na campanha da Série C.
Sempre que entrou no time do Galo, porém, o fez de forma
esplendorosa. Caso do último jogo da fase de classificação, quando
comandou a equipe na vitória de 1 a 0 sobre o ABC, em Natal. Essa
boa participação, aliada aos cuidados com a forma física, o deixam
esperançoso de que ainda virão muitos dias de glória pela frente
como jogador de futebol.
Sobre alegrias e decepções, Ancelmo garantiu que ir para Por-
tugal foi o que mais lhe causou euforia. E no que diz respeito ao
segundo item, ele não especificou um momento, mas garantiu que
dói no fundo da alma quando alguém comete alguma injustiça.
“Como é o caso de jogadores que são escalados por conveniência de
empresários. Isso é muito chato”, disse.
Para finalizar, Ancelmo não se recusou a fazer uma breve análise
sobre o futebol do Acre. “O futebol acreano tem muita qualidade.
Veja-se a campanha do Atlético na Série C, quase subindo para a
[Série] B. Tem muito garoto bom de bola. A questão é que muitos
param cedo por falta de condição de sobrevivência. Então, o que
Ancelmo comemora gol com a camisa do Mixto (MT), em 2013
falta é investimento”, concluiu o jogador.
Francisco Dandão

Atlético Acreano - 2018. Em pé, da esquerda para a direita: Manoel Evailton, Maurício Carneiro, Alceivo, Babau, Wilson, Pé de Ferro,
Rafael Tanque, Naldo e Diego. Agachados: Leonardo, Jeferson, Marquinhos, Ancelmo, Igor, Geovani e Luís Henrique

61
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Ciel
FRANCISCO DANDãO

Melhor jogador do campeonato acreano


de 2018 só foi descoberto aos 23 anos
Por Francisco Dandão

Artilheiro, com nove gols, e eleito pela 1985, Ciel mudou-se para o Acre aos 3 muito e no mesmo ano foi contratado pelo
crônica esportiva como o melhor jogador anos de idade. A família foi morar em Vila Frigorífico Frigomart para uma dupla fun-
do campeonato acreano de 2018, o meia Campinas. E ali, aos 12 anos, o menino ção: trabalhar e jogar futebol.
atacante Ajaciel da Silva Moraes (Ciel) só franzino já exibia um futebol de craque no As boas exibições dele no São Francis-
foi descoberto para o futebol profissional meio dos adultos. O drible fácil e os passes co e no Frigomart foram decisivas para o
em 2008, aos 23 anos. Antes disso, apesar precisos faziam dele um jogador diferente. convite do presidente da Adesg, Antãozi-
do fino trato com a bola e de ser sempre o Em 2007, Ciel foi morar em Senador nho, para que integrasse o elenco do clube
primeiro escolhido nas peladas, ele apenas Guiomard, após o casamento com a na- no campeonato de futebol profissional de
se divertia em times de várzea. morada Rosália. Aí começou a sua ascensão 2008. E logo de cara Ciel já demonstrou
Nascido em Baixão dos Periquitos, no mundo da bola. É que ele foi convida- a sua versatilidade, tornando-se titular da
distrito do município de Gonçalves Dias, do para disputar o campeonato municipal lateral-direita, embora a sua posição de ori-
interior do Maranhão, em 15 de julho de pelo São Francisco, do professor Cid. Jogou gem fosse a de meia atacante.

62
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
francisco Dandão

Adesg - 2011. Em pé, da esquerda para a direita: Paulo Capão (técnico), Tiago, Rogério, Bigal, Marcão, Adriano (treinador de goleiros) e
Francisco Roberto (preparador físico). Agachados: Ciel, Zagalo, Platini, Anderson, Elizeu, João Paulo e Asafe

francisco Dandão

Independência -
2012. Em pé, da
esquerda para
a direira: Tiago,
Otávio, Elenilson,
Cairo, Jereca, Afonso
e Francisco Roberto
(preparador físico).
Agachados: Layo,
Ciel, Amaral,
Chiquinho e Aslan

63
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
francisCo Dandão

Juventus - 2013. Em pé, da


esquerda para a direita:
Oton Sales (técnico), João
Alberto (preparador físico),
Eduardo, Neto, Hulan,
Elenilson e Cléverson.
Agachados: Moisés, Ciel,
Luisinho, William, Maurinho
e Ailton

Sucessão de
camisas
francisco Dandão Ciel ficou na Adesg até 2009. Daí pra
frente, os demais clubes do futebol acreano
passaram a disputar o seu futebol. E assim,
daquele início tardio até os dias de hoje,
ele vestiu as seguintes camisas na primeira
divisão: Plácido de Castro (2010), Adesg
(2011), Independência (2012), Juventus
(2013), Atlético (2014 e 2015) e Galvez
(2016, 2017 e 2018).
Além desses times, ele defendeu ainda a
mesma Adesg (2017) e o Humaitá (2016),
nos campeonatos da segunda divisão. Em
ambos ele se sagrou campeão, ajudando as
referidas equipes a subirem para a divisão
de elite do futebol local. “Ser campeão é
muito bom. Espero também conquistar
um dia o título da primeira divisão. Já bati
na trave duas vezes”, disse Ciel.
Atlético Acreano - 2015. Em pé, da esquerda para a direira: Babau, Ceildo, Gustavo, Nas duas conquistas, Ciel contribuiu
Wilson, Araújo Goiano e Edson Izidório (presidente/técnico). Agachados: Tragodara, Eduardo, com gols decisivos e assistências precisas.
Antônio Marcos, Ciel, Sandro e Ailton
Ele não se considera um fominha para fa-
ciel/acervo pessoal
zer gols e não hesita em servir um compa-
nheiro melhor colocado. Mas tem ordem
dos técnicos para arriscar chutes de fora da
área. Até aqui o recurso tem dado certo.
Tão certo que ele já marcou quase 50 gols
na carreira. A maioria pelo Galvez (18).
“Só não tenho mais gols porque os
adversários não tem colaborado”, dis-
se Ciel sorrindo. Desses adversários que
mais atrapalham o artilheiro, ele destacou
três: o goleiro Máximo e os volantes Joel e
Tom. “Rapaz, o Joel e o Tom são daqueles
Galvez - 2017. Em pé, da esquerda para a direira: Dorielson Mendes (treinador de marcadores chatos, que não deixam a gen-
goleiros), Jô, Rafael, Máximo, Kinho e Arnaldo Moreira (preparador físico). Agachados: Layo, te jogar. Fungam no cangote. E o goleiro
Ciel, Luquinha, Renato, Kremer, Thiaguinho e Ferrari Máximo, esse cara pega muito”, garantiu.
64
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
ciel/Acervo Pessoal

Jogar até quando der


Aos 33 anos e sem jamais haver sofrido uma contusão séria,
Ciel afirmou que pretende jogar ainda por muito tempo. “Vou
jogar até quando der, enquanto estiver correndo bem. Como eu
me cuido, não fumo e nem bebo, acho que poderei chegar longe
dentro de campo, talvez até aos 38 ou 39 anos. Não quero parar
antes de conquistar alguns títulos principais”.
Torcedor do Fluminense no Rio de Janeiro, Ciel disse que no
Acre não tem preferência clubística. “Eu torço pelo time que eu
defendo”, explicou. Mas não escondeu que admira alguns perso-
nagens do futebol local. “Eu era fã do Testinha e do Ismael. Digo
era porque eles já penduraram as chuteiras. Mas eles jogavam de-
mais. Dois caras que ditavam o ritmo do jogo”, falou.
No que diz respeito aos caminhos para que o futebol acreano
siga galgando posições no cenário nacional, o craque tem opinião
formada. De acordo com ele, é necessário que todos os setores
da sociedade se unam para ajudar os clubes a formarem grandes
equipes. E, além disso, que os dirigentes e gestores olhem com
carinho e responsabilidade para as divisões de base.
E para finalizar, ele foi desafiado a escalar um time com os
melhores jogadores do futebol acreano que ele viu em ação. Cau-
teloso, ele foi intercalando pausas a cada nome. Para ele, um time
local quase perfeito formaria com Máximo; Ley, Marquinhos
Costa, Iesley e Thiaguinho; Ismael, João Paulo, Testinha e Polaco;
Juliano César e Marcelo Brás. Técnico: Zé Marco. Ciel com o troféu de artilheiro do campeonato 2018
francisco dandão

Ciel em ação
contra o Vasco
da Gama no
campeonado de
2018

65
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Doka Madureira
francisco dandão

O filho ilustre de Sena Madureira que


foi gastar a bola no continente europeu
Por Francisco Dandão

Nas primeiras peladas no campo do 2002, pouco depois do seu aniversário de estadual, fosse em competições nacionais,
Grêmio, em Sena Madureira, sua cida- 18 anos. É que integrando a seleção da sua enchia os olhos da torcida. E então, em
de natal, nos anos iniciais da década de cidade, ele enfrentou um time de amigos 2005 ele já estava no Vitória-BA.
1990, o menino Doka Madureira jamais de Rio Branco, liderados pelo consagra- Ao final da temporada no Vitória, não
imaginou que algum tempo depois iria do craque Artur Oliveira (Botafogo-RJ). houve acordo para a renovação do contra-
deslumbrar os europeus com seu futebol Doka Madureira acabou com o jogo. to. Doka foi, então, por indicação do mes-
de muitos dribles e extrema verticalidade. A exibição dele foi suficiente para con- mo Artur Oliveira que o enfrentara anos
Ele, para falar a verdade, nem pensava em vencer o professor José Macedo, dirigente antes no amistoso de Sena Madureira, pas-
um dia ser profissional do referido esporte. do Rio Branco, a traze-lo para defender as sar uma temporada no Internacional-RS.
Nascido em 11 de fevereiro de 1984, cores do clube, em 2003. Mas o Acre logo Não se deu bem, jogando apenas algumas
a vida dele, cujo nome de batismo é Fran- ficaria pequeno para o seu futebol. Cada partidas no time B, e acabou voltando para
cisco Lima da Silva, começou a mudar em exibição do Doka, fosse no campeonato vestir outra vez a camisa do Estrelão.

66
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
josé aparecido/acervo pessoal

Odair leal

Rio Branco -
2006. Em pé,
da esquerda
para a direita -
Selcimar Maciel
(preparador
físico), Neném,
Rangel, Rômulo,
Israel e Ico.
Agachadoos:
Doka Madureira,
Rogério
Tarauacá,
Esquerdinha,
João Paulo e Ley

Doka Madureira/acervo Doka Madureira/acervo

Doka Madureira com a camisa do Vitória baiano Doka Madureira com a camisa do Litex da Bulgária

67
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Titular no Goiás e salto para a Europa
Em 2007, outro voo para fora do es- não o fez por conta de conselhos da mãe tal da Bulgária. A adaptação ao novo país
tado. Dessa vez para o Goiás, onde en- e de alguns amigos chegados. Foi a sua e à nova maneira de jogar não demorou
controu no treinador Geninho um gran- sorte. Ele continuou jogando uma bola e ele foi eleito o melhor jogador do país,
de incentivador. Foi por empréstimo e redondinha e em 2009, num jogo contra dois anos depois.
virou titular absoluto do time esmeraldi- o Atlético Goianiense, em Goiânia, um No segundo semestre de 2011 uma
no. Ao final do período de empréstimo, empresário da Bulgária teve a oportuni- proposta irrecusável (tanto para ele quan-
o Goiás quis contratá-lo em definitivo, dade de vê-lo em ação. to para o clube) fez Doka Madureira mais
mas o Rio Branco exigiu uma quantia Aos 25 anos, o filho ilustre de Sena uma vez mudar de país. E lá se foi ele des-
exorbitante para liberá-lo. O Goiás de- Madureira, provavelmente o maior fute- lumbrar os torcedores turcos com a cami-
sistiu do negócio. bolista que a capital do Iaco já viu nascer, sa do Istanbul Basakseir. Foram sete anos
Doka ficou tão aborrecido com o deu o salto para o outro lado do Oceano de um feliz casamento que só acabou em
desfecho desfavorável da transação que Atlântico. Ele foi defender o Litex da ci- 2017 quando ele defendeu por um breve
pensou até em abandonar o futebol. Só dade de Lovech, a 160 Km de Sofia, capi- período o Ankaragücü, da capital Ankara.

Doka Madureira/acervo

Goiás - 2007. Em pé, da esquerda para a direita: Harlei, Ernando, André Leone, Fabiano, Romerito e Wellington. Agachados: Doka
Madureira, Fabiano, Fábio Bahia, Leyrielton e Cleber Goiano

68
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Doka Madureira/acervo Doka Madureira/acervo

Istanbul Basaksehir - 2013. Em pé, da esquerda para a direita: Webo, Chan, Babadjan,
Chan II, Echarn e Kamin. Agachados: Doka Madureira, Samuel, Visca, Mamud e Efert Doka Madureira com o amigo Taffarel
Doka Madureira/acervo

Futuro indefinido
Depois de rescindir o contrato com Ankaragücü, Doka vol-
tou para o Acre. Passou o ano de 2018 sem clube. Teve muitas
propostas nesse período, tanto do Brasil quanto do exterior. Não
aceitou porque disse que precisava dar uma parada para colocar
em ordem diversos aspectos da vida pessoal. Mas não descarta
jogar em 2019. Aos 34 anos, ele está em plena forma.
Nesses anos todos correndo atrás da bola, Doka garantiu que
só uma vez se sentiu profundamente frustrado. “Foi quando o
Rio Branco dificultou a minha ida para o Goiás”, explicou. As
alegrias, por outro lado, foram inúmeras. “Todos os títulos que
eu ganhei na Europa, os prêmios de melhor em campo e melhor
da temporada, isso foi bom demais”, disse o craque.
Uma seleção dos melhores jogadores do seu tempo no fu-
tebol acreano? Ele respondeu sem pensar muito. Nem pesta-
nejou e já foi logo escalando. “Anote aí: Ronaldo; Ley, Mar-
quinhos Costa, Ico e Esquerdinha; Ismael, Zé Marco, Rossini
e Testinha; Doka Madureira e Marcelo Brás. Para dirigir esse
timaço eu indicaria o nome do técnico Tarcísio Pugliesi”.
Planos para o futuro? Ele confessou que ainda não sabe
o que vai fazer quando pendurar as chuteiras. Mas disse que
pretende desenvolver algum tipo de projeto que possa ajudar
meninos talentosos a encontrarem um caminho onde possam
desenvolver todo o seu potencial futebolístico. “Tem muito
menino bom de bola por aí só a espera de uma chance”, con-
Doka Madureira comemora gol com a camisa do Istanbul Basaksehir cluiu Doka.

69
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
PERSONAGENS DA CRÔNICA

Demóstenes
Francisco Dandão

Repórter milita há mais de 30 anos


na crônica esportiva acreana
Por Francisco Dandão

Natural de Cruzeiro do Sul-AC, o cinco anos, Demóstenes seguiu nessa fun- trevistas com torcedores. Eu estrei na deci-
radialista Demóstenes Antônio Saraiva ção, manuseando “pratos” e discos sob o são de 1987, entre Juventus e Atlético. O
do Nascimento, 58 anos (ele nasceu em comando dos mais diversos locutores. Até Galo foi campeão”, declarou Demóstenes.
17.11.1960), desde sempre foi fascinado que, em 1987, a convite do radialista Pe- Depois da estreia, Campos Pereira
pelo futebol. Tanto que, jogando como ata- dro Paulo de Campos Pereira, ele passou a efetivou Demóstenes na equipe de espor-
cante, chegou a marcar seus golzinhos pelos integrar a equipe de esportes da emissora. tes, quase sempre na função de repórter
juvenis do Náuas e do Juruá, bem como pe- “Na época eu era acadêmico de Geo- de pista, participando de coberturas do
los times principais de América, Palmeiras e grafia na Universidade Federal do Acre e campeonato acreano, Copão da Amazô-
Grêmio, todos da sua cidade natal. aí o Campito [Campos Pereira] entendeu nia, Brasileirão das séries B e C e Copa do
O ingresso no mundo da radiofonia que eu tinha condições para empunhar o Brasil. Atualmente na Rádio Ecoacre FM
se deu no ano de 1982, como sonoplas- microfone. Aceitei o convite na hora e a e na TV5, ele passou ainda pela Rádio Al-
ta na Rádio Difusora Acreana. Durante minha primeira função foi a de realizar en- vorada e pelas TVs Gazeta e Rio Branco.

70
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Acervo Demóstenes Nascimento

Mestres
na crônica
esportiva e times
do coração
Demóstenes respondeu sem hesitação
quando foi questionado sobre quais os
cronistas que o inspiraram na vida profis-
sional. Em nível local, ele garantiu que o
seu grande mestre foi o Campos Pereira.
“O Campito foi de fundamental impor-
tância na minha carreira. Ele era admirado
por todos e gostava de ajudar todo mundo,
principalmente os mais jovens”, disse.
Já em nível nacional, Demóstenes afir-
mou que sempre nutriu profunda admira-
ção pela forma como trabalhavam os repór-
Demóstenes Nascimento entrega o troféu de campeão numa competição amadora teres Eli Coimbra e José Luiz Datena. Eu
cansei de parar em frente à televisão para ver
Acervo Demóstenes Nascimento
o desempenho desses dois repórteres. Eles
serviram como uma espécie de modelo para
mim. Eles e mais o Luciano do Valle eram
imbatíveis”, afirmou o radialista.
E quanto aos times do coração, que
muitos cronistas esportivos escondem
como segredos de estado, Demóstenes
igualmente não se recusou a responder.
“Sou atleticano no Acre, aliás muito em-
polgado com as campanhas do time nos
últimos anos. Fora isso só torço por outros
dois times no Brasil: São Paulo, em terras
bandeirantes, e América no Rio”, garantiu.
No Acre sou Galo por causa do late-
ral Erivaldo, meu conterrâneo. Quanto ao
São Paulo, pelo trabalho do técnico Telê
Santana. E no Rio sou América por causa
do Rezene Lima, que só falava no Ame-
riquinha e até fundou um time com esse
nome em Cruzeiro do Sul. Passei a gostar
desse clube mesmo sem ganhar títulos im-
portantes”, explicou Demóstenes.

Demóstenes
Nascimento e
Raimundo Afonso
em ação com a
camisa da TV5

71
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Acervo Demóstenes Nascimento

Demóstenes Nascimento
entrevista o técnico e ex-
craque Artur Oliveira

Acervo Demóstenes Nascimento

Repórteres de pista em
ação. Da esquerda para
a direita: Demóstenes
Nascimento, Jessé Moreno
e Paulo Roberto

Acervo Demóstenes Nascimento

Ecimairo Carvalho e
Demóstenes Nascimento,
repórteres de pista da
Rádio Ecoacre FM

72
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Acervo Demóstenes Nascimento

Reunião da Associação de Cronistas Esportivos do Acre (Acea). Da esquerda para a direita: Antônio Muniz, Manoel Façanha, Chico Pontes,
Alberto Casas (presidente), Demóstenes Nascimento, Gelton Lima e Wescley Camelo

Jogo no Maracanã e a ascensão do futebol acreano


Acervo Demóstenes Nascimento
Demóstenes Nascimento declarou que
a maior emoção que viveu enquanto cro-
nista esportivo se deu em 1997, quando foi
ao Maracanã, no Rio de Janeiro, junto com
o narrador Paulo Roberto e o repórter de
pista Alberto Casas, cobrir o jogo da volta
entre Flamengo e Rio Branco, pela Copa do
Brasil. “Estar ali dentro daquele templo foi
o máximo”, afirmou Demóstenes.
Quanto ao atual momento do futebol
acreano, o cronista disse entender que existe
um processo de ascensão. Prova disso, na
opinião dele, é que o Rio Branco, há alguns
anos, esteve prestes a subir para a série B. E
prova disso também, ainda de acordo com
ele, é a passagem do Atlético da série D para
a C, bem como a boa campanha da mesma
equipe na série C de 2018.
“Ainda existem muitos craques no
Demóstenes Nascimento entrevista o presidente da CBF, Coronel Nunes, por ocasião do
Acre. O que falta são oportunidades reais lançamento da Copa Verde 2018
em grandes clubes. Mas eu penso que essas
oportunidades chegarão quando um time outros no Acre”, garantiu Demóstenes. ro, Paulão, Neórico e Erivaldo; Emilson,
do nosso futebol chegar pelo menos à série Por último, um desafio: o de escalar a Dadão, Mariceudo e Carlinhos; Paulinho
B, que é um campeonato de maior visibi- melhor seleção acreana de todos os tem- e Gil. “Esse time, com a orientação técni-
lidade. O Polaco é um exemplo da nova pos. Desafio topado. De acordo com ele, ca do professor Walter Félix de Souza, iria
safra de craques. E como ele existem vários esse time formaria com Klowsbey; Mau- longe, muito longe”, finalizou.

73
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Paulo Roberto
FRANCISCO DANDÃO

Quase 40 anos de dedicação ao


jornalismo esportivo do Acre
Por Francisco Dandão

A carreira do cronista esportivo Paulo ali naquela praça em frente ao estádio José Em 1981, na falta de um companheiro,
Roberto Araújo da Silva começou cedo. de Melo. Pedi pra falar com ele e disse-lhe foi escalado para fazer reportagem de pista.
Aos 16 anos, em 1980 (ele nasceu no dia que tinha vontade de trabalhar na equipe Foi bem e iniciou a sua carreira.
14 de julho de 1964), a Rádio Difusora esportiva da Difusora. Aí ele mandou eu “Eu me lembro como se fosse hoje. O
Acreana passou a ser uma espécie de se- me apresentar no dia seguinte para fazer jogo foi entre Independência e Atlético
gunda casa para o referido personagem, um teste”, contou Paulo. Acreano, valendo uma vaga para o Copão
depois de ele pedir uma vaga na equipe de Durante um ano Paulo Roberto esta- da Amazônia. Fiz pista para o Delmiro Xa-
esportes a ninguém menos do que o radia- giou na equipe de esportes da Rádio Di- vier, que era meu ídolo entre os narradores
lista Pedro Paulo Campos Pereira. fusora Acreana. Fazia mandados, gravava da época. Ele gostou do meu trabalho e
“Um dia, quando eu saí da aula, na Es- pequenos textos e observava atentamente falou, ao final do jogo, que a partir daque-
cola Humberto Soares, vi o Campos Perei- todos os detalhes. Tudo isso sem ver a cor le momento eu deveria acompanhá-lo em
ra tomando tacacá numa banca que existia de dinheiro. Mas a espera valeu a pena. todas as transmissões”, disse Paulo.

74
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Primeiro Copão da Amazônia
Em 1982, um ano depois de estrear lo Roberto milita na crônica esportiva comentarista. Mas quem o escuta sabe
como repórter de pista, surgiu a primeira acreana. Depois disso, ele já trabalhou que ele se sai muito bem em quaisquer
oportunidade de cobrir uma competição em vários estádios do país. Casos, entre dessas tarefas.
fora do estado. Paulo Roberto foi escalado outros, do Castelão (CE), Maracanã (RJ), E como todo bom profissional, em-
para trabalhar nos jogos da Chave B do Morumbi (SP), Mineirão (MG) e Man- bora hoje trabalhe somente na Rádio
Copão da Amazônia, em Macapá (AP). gueirão (PA). Difusora Acreana, onde tudo começou,
“Além de mim, a equipe era composta Polivalente, o cronista aos poucos Paulo teve a oportunidade de passar por
pelo M. Costa, o Campos Pereira e o José foi se adaptando a novas funções. De tal vários outros veículos. A Rádio Alvorada,
Maria Moraes”, explicou o cronista. forma que hoje se pode apreciá-lo tanto a Gazeta FM, a TV Rio Branco e a TV
Macapá e o vetusto estádio Glicério fazendo reportagens de pista quanto nar- Gazeta também contaram, em algum
Marques se constituíram numa experi- rando ou comentando os jogos lá de cima momento, com o talento do cronista. E
ência que se repetiria inúmeras vezes ao das cabines de rádio. Modesto, ele disse isso tanto na editoria esportiva quanto na
longo desses quase 40 anos em que Pau- que “quebra o galho” como narrador e cobertura policial.
FRANCISCO DANDÃO/ACERVO

Seleção Acreana de Juniores - 1986. Da esquerda para a direita: Paulo Roberto, Kléber Café, Sérgio Ricardo, Célio, Fernandinho, Sérgio e
Carl Lewis. Agachados: Gil, Mário Sérgio, Marquinhos, Jean e Ley

75
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
paulo roberto/acervo pessoal

Independência - 1988. Em pé, da esquerda para a direita: Paulo Roberto, Sabino, César, Chinha, Klowsbey, Merica e Paulão. Agachados:
Venícius, Mariceudo, Paulinho, Siqueira e Antônio Júlio
paulo roberto/acervo pessoal paulo roberto/acervo pessoal

Cronistas numa cobertura de um campeonato de juniores. Da esquerda para a direira: Chico Paulo Roberto e Michael Jackson na
Pontes, Campos Pereira, Paulo Roberto e Paulo Henrique TV Rio Branco

76
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
paulo roberto/acervo pessoal francisdo dandão

Cronistas em visita à cúpula de Segurança Pública, em 2003. Em


pé, da esquerda para a direita: Jair Reis, Chico Pontes, Jairo Barbosa,
Gilvandro Assis, Fernando Melo, Campos Pereira, Manoel Façanha, Gilson, capitão do Galvez, recebe o troféu de campeão do primeiro
Michael Jackson, Alberto Casas, Raimundo Fernandes e Paulo turno de Alberto Casas, presidente da ACEA, sob as vistas de Paulo
Roberto. Sentados: Regiclay Saady e Marcela Barrozo Roberto, em março de 2018

Goleiro de várzea, momentos marcantes e decepções


É preciso destacar que a paixão pelo fu- sileira contra a Argentina, no Maracanã ASA (AL), em 2009, e na derrota do Atlé-
tebol do cronista Paulo Roberto é anterior (1998), e a da final da Copa Norte en- tico Acreano para o Moto Clube (MA),
à militância radiofônica. Antes disso ele já tre Remo e Rio Branco, no Mangueirão em 2016. “Isso foi cruel”, disse Paulo.
era torcedor apaixonado do Independência (1997). “Esses jogos foram especiais, ines- Por último, Paulo Roberto não se ne-
(AC) e do Fluminense (RJ). E antes disso quecíveis mesmo. Vai ser difícil eu viver gou a dar sua opinião sobre as perspectivas
também, ele já arriscava dar suas cacetadas outras emoções iguais”, explicou Paulo. de futuro do futebol acreano. “A minha ex-
como goleiro de times de várzea. “Eu de- As suas maiores decepções enquanto pectativa é a de que os times se fortaleçam
fendi vários times no subúrbio. Ganhei até cronista e torcedor incondicional do fute- e que os dirigentes acabem com a mania
um campeonato de férias”, garantiu ele. bol acreano ficam por conta das situações de esperar que tudo saia do cofre do Go-
Quanto aos momentos marcantes da em que os times locais estiveram prestes a verno. Os nossos clubes precisam mudar
sua carreira de cronista, ele destacou duas subir de divisão e ficaram pelo caminho. de série para garantir melhor visibilidade
transmissões: a de um jogo da seleção bra- Foi assim no empate do Rio Branco com o do nosso futebol”, concluiu o cronista.
paulo roberto/acervo pessoal

Reunião
informal
de cronistas
esportivos.
Da esquerda
para a direta:
Demóstenes
Nascimento,
Ecimairo
Carvalho,
Deise Leite (de
costas), Paulo
Roberto e
Alberto Casas

77
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
entrevista

Jaercio Teixeira
FRANCISCO DANDÃO

O dentista que idealizou o primeiro curso de


arbitragem de futebol no Acre
Por Francisco Dandão

Paulista da pequena cidade de Macu- panhia de Fronteira como tenente-dentis- o doutor Jaercio para assumir a presidência
cos, distrito de Getulina, o dentista Jaercio ta. Segundo ele, a ideia era passar um ou da agremiação. Ele topou o desafio, mas
Teixeira da Silva jamais imaginou que um dois anos e depois pedir transferência para exigiu auxiliares a altura do desafio.
dia iria se envolver intimamente com o outro lugar da sua escolha. Mas ele gostou E assim, durante dois anos e alguns
futebol. Afinal, esse torcedor do Vasco da tanto da nova casa e dos acreanos que só meses, Jaercio Teixeira foi o mandatário
Gama e da Ponte Preta mal bateu peladas voltou à sua terra natal para passear. sênior do Juventus, auxiliado pelos irmãos
na infância e na adolescência. O negócio O seu ingresso no futebol local se deu Tonso e Eduardo Mansour (Dadinho).
dele sempre foi trabalhar e estudar. Ganhar em 1979 depois de receber um convite do Foram anos em que o Juventus formou
a vida e galgar degraus profissionais. professor Elias Mansour Simão Filho, di- grandes esquadrões, culminando com
A sua vinda para o Acre deu-se em rigente maior do Atlético Clube Juventus. a conquista do Copão da Amazônia de
1968, aos 31 anos (ele nasceu no dia 18 de O referido mandatário queria agregar no- 1981. Uma época também de grande efer-
fevereiro de 1937), para servir na 4ª Com- vos valores ao Clube da Águia e convidou vescência nas atividades sociais do clube.

78
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Depois de deixar o Juventus, Jaercio mentora à época. Ficou poucos meses no para algum tipo de ócio. Mas quando ma-
Teixeira ainda contribuiu um pouco mais cargo, mas teve tempo de iniciar o proces- nifestei o desejo de entrevista-lo sobre a sua
com o futebol estadual. Ele assumiu a di- so de qualificação da arbitragem do estado. passagem pelo futebol acreano, ele pronta
reção do Departamento de Árbitros da Fe- Aos 81 anos, Jaercio Teixeira continua e gentilmente abriu uma brecha na sua
deração Acreana de Desportos, a convite atuando como odontólogo. Seus pacientes agenda apertada. O resumo da conversa é
do major Werther Moraes, presidente da fieis não lhes deixam muitas horas vagas o eu transcrevo a seguir.
francisdo dandão/ACERVO

Juventus - 1981. Em pé, da esquerda para a direita: Jaércio Teixeira (presidente), Diogo Elias (diretor), Anibal Tinoco (técnico), Dr.
Ronaldo (médico), Mustafa, Normando, Neórico, Paulão, Mauro, Moisés, Emilson, Otávio, Duda, Milton e Ronivon (preparador físico).
Agachados: Paulino (massagista), Carlinho Bonamigo, Antônio da Loteca, Gerson, Paulinho, Nino, Mariceudo, Tom, Cleber e Pitola

Francisco Dandão – Pra começo de fundador do Juventus. Um dia, como ele social. Foi um tempo de muitas atividades
conversa, eu gostaria que o senhor con- soube que eu costumava fazer parte da or- sociais do Juventus. No fim, as coisas de-
tasse como é que o futebol entrou na ganização de torneios no quartel, resolveu ram certo, nós montamos bons elencos e
sua vida... me convidar para dirigir o Juventus. Eu, fomos campeões da Amazônia. Enquanto
Jaercio Teixeira – É verdade que eu, inclusive, no primeiro momento, não acei- estive lá, dediquei todos os meus finais de
ao contrário de muitos outros da minha tei. Disse-lhe que ele dispunha de muita semana ao Juventus. Um tempo bem gas-
geração, nunca fui envolvido diretamen- gente boa em torno dele e não era interes- to. Foi a época em que o Juventus conse-
te com o futebol. Mas eu sempre fui um sante convidar um “estrangeiro” para pre- guiu o maior número de sócios pagantes.
grande admirador, ainda que à distância, sidir o Juventus. Mas ele retrucou que para Hoje eu diria que valeu muito a pena.
do esporte como um todo. E também ser presidente era preciso saber dizer “não”.
sempre assisti futebol da arquibancada. E Que esse era o meu caso. E disse que os Francisco Dandão – Como era fazer
chegando ao Acre continuei a minha roti- irmãos dele iriam me ajudar. Tanto que o futebol naquela época?
na de assistir jogos. Eu não torcia por time meu vice-presidente ficou sendo o Tonso Jaercio Teixeira – Não era nada fácil.
nenhum, mas frequentava o estádio quase Mansour. O Tonso era quem cuidava de Não existiam receitas, mas nós tínhamos
sempre para assistir os jogos entre os prin- toda a questão organizacional do clube. que conseguir dinheiro pra muita coisa.
cipais clubes. Fiz amizade logo com vários Eu fiquei, basicamente, cuidando da saú- Enquanto o Elias estava no poder, ele nos
dirigentes. E um dos dirigentes que eu de bucal dos atletas e das divisões de base. ajudou bastante. Mas não era suficiente.
fiquei mais próximo foi o Elias Mansour, E o Dadinho ficou encarregado da parte Então a gente tinha que conseguir dinhei-

79
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
ro com promoções sociais. Todas as sextas- envolvimento com o futebol na condi- mos o primeiro curso de arbitragem. To-
-feiras a gente promovia uma festa na sede ção de diretor do Departamento de Ár- dos os árbitros em atividade participaram.
do clube. E a cada quatro meses a gente bitros da Federação Acreana de Despor- E participaram também muitas outras
trazia uma atração de fora do estado. Trou- tos. Como é que foi isso? pessoas que não eram árbitros. Eu consi-
xemos vários artistas de visibilidade nacio- Jaercio Teixeira – Isso foi alguns anos dero que o aproveitamento foi excelente.
nal. Lembro bem que trouxemos a Fafá de depois de eu deixar a presidência do Ju- Daquele primeiro curso saíram grandes
Belém. Foi um sucesso. Só não trazíamos ventus. Eu fui convidado pelo presidente árbitros, alguns dos quais, inclusive, pos-
mais porque ficava muito dispendioso o da federação, que era o major Werther de teriormente ganharam destaque em nível
cachê, a passagem e a estada aqui. Mas os Moraes. A minha atuação nessa função foi regional, como foi o caso, lembrando de
shows lotavam o clube. E com planeja- no sentido de organizar o quadro de árbi- um nome que me vem a memória nesse
mento, a gente ia conseguindo os recursos tros e qualificá-los do ponto de vista teó- momento, do José Ribamar Pinheiro de
para conduzir o clube. rico. Naquele momento todos os árbitros Almeida. Vale ressaltar que os árbitros da
que atuavam nas partidas do campeonato época eram bem intencionados, mas lhes
Francisco Dandão – E aí, depois de acreano o faziam de forma intuitiva, sem faltava essa formação. Foi o que nós lhes
deixar o Juventus, o senhor teve outro nenhum estudo de teoria. Aí nós realiza- proporcionamos.

FRANCISCO DANDÃO

Antônio Aquino Lopes, presidente da FFAC, e Jaercio Teixeira conversam sobre o futebol acreano

80
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
FRANCISCO DANDÃO
Francisco Dandão – E, dado tantas conquistas, tanto
como presidente do Juventus quanto como diretor do Depar-
tamento de Árbitros da Federação, por que o senhor deixou
de fazer futebol?
Jaercio Teixeira – Não, não é que eu deixei de fazer. É que
foi chegando um tempo em que eu tinha que dar mais atenção à
família, preparar algum legado para os meus filhos [um casal]. Se
eu continuasse envolvido com o futebol, eu teria que me dedicar
bem menos às minhas atividades profissionais. E isso, natural-
mente, faria com que os meus rendimentos fossem significativa-
mente menores. Eu entendi que a minha contribuição ao futebol
acreano estava dada e era de bom tamanho. Me afastei das ativi-
dades como dirigente, mas continuei ainda durante muito tempo
frequentando os estádios.

Francisco Dandão – A propósito, já que o senhor fez parte


da direção do futebol acreano, eu queria que o senhor citasse
quem eram os grandes dirigentes da sua época.
Jaercio Teixeira – Elias Mansour, para mim, foi o maior de
todos. O Elias foi o maior dirigente do Juventus. Embora ele
não tivesse formação técnica dentro do esporte, ele amava o Ju-
ventus acima de tudo. E assim, ele dedicou boa parte da sua vida
à causa juventina. Fora o Elias, embora eu não lembre de muitos
outros, posso citar como grandes dirigentes o Adauto Frota e o
Rivaldo Patriota, do Atlético Acreano; o Adalberto Aragão e o
Eugênio Mansour, do Independência; e o Lourival Marques, do
Rio Branco. Nós conversávamos muito e igualmente nos respei-
távamos bastante.

Francisco Dandão – Os jogadores do futebol acreano do O ex-presidente do Juventus, Jaercio Teixeira, analisa o futebol
seu tempo, quais os que o senhor reputa como fora de série? acreano atual

Jaercio Teixeira – O Dadão, que infeliz- acha dessa mudança? Jaercio Teixeira – Dada a minha
mente já nos deixou, foi o melhor de todos. Jaercio Teixeira – Eu acho que o pro- idade e às minhas atividades religiosas,
Um jogador de técnica rara que poderia ter fissionalismo veio em boa hora. No tem- eu não frequento mais os estádios, mas
feito carreira em qualquer estado brasileiro. po do futebol amador, muitos excelentes acompanho tudo pelo noticiário. E isso
Segundo consta, ele só não fez carreira no jogadores locais só eram conhecidos aqui. me credencia a dizer que o futebol acrea-
Fluminense carioca por causa de um desa- Não tinham visibilidade e, consequen- no cresceu bastante. Eu diria que o traba-
cordo contratual. Mas o Dadão jogava de- temente, não eram recompensados em lho do atual presidente, o Toniquim, foi
mais. Mas teve muitos outros... O Carlinhos nada. Agora é diferente. Com o regime de excepcional importância para o atual
Bonamigo, o Mariceudo, o Xepa, o Zé Au- profissional vieram as disputas regionais bom estágio do futebol do nosso estado.
gusto... E teve um zagueiro no quartel que e nacionais e, dessa forma, os talentos lo- Nunca existiu ninguém com mais reali-
eu gostava demais, o Joaquim Ferreira... Za- cais tem condições de migrar para exerci- zações e dedicação ao futebol acreano do
gueiro duro, viril. Ninguém cita o Joaquim tar melhor o seu ofício em outros lugares, que o Toniquim. E eu lhe digo que não
Ferreira como grande jogador do futebol tanto do Brasil como do exterior. Era jogo confete em ninguém à toa. Essa im-
acreano, mas eu gostava muito dele. Atacan- uma injustiça os bons jogadores daqui fi- portância do Toniquim é, inclusive, reco-
te com ele não tinha boa vida não. carem restritos às disputas caseiras. nhecida em nível nacional. Tanto que ele
recentemente foi eleito vice-presidente da
Francisco Dandão – E a passagem Francisco Dandão – Como é que CBF. Eu acho que o futebol acreano vai
do futebol acreano do amador para o o senhor, de modo geral, vê o futebol bem, obrigado, e que isso se deve ao es-
regime profissional... O que o senhor acreano hoje? forço do Toniquim.

81
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
GALERIA DE CRAQUES

FFAC/acervo
GALERIA DE CRAQUES

América - 1948. Em pé, da esquerda para a direita: Mossoró, Caetano, Chico Doido, Erondino e Pipira.
Agachados: Carioca, Carneiro, Adalberto Pereira, Ademir, Bararu e Boá

Acervo Tancremildo Maia

Juventus - 1966. Em pé, da esquerda para a direita: Aníbal Tinoco (técnico), Touca, Elísio, Carreon, Roney Neves,
Airton, Campos Pereira e Elói. Agachados: Zé Melo, Chico Muniz, Tancremildo, Estevão, Nemetala e Carlos Mendes

82
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Acervo Francisco Dandão

GALERIA DE CRAQUES
Andirá - 1969. Em pé, da esquerda para a direita: José Augusto, Reinaldo Amarelinho, Humberto, Madureira, Hélio
Fiesca e Babá. Agachados: Albertino, João Cutia, Pituba, Luís Cunha e Paulo

FFAC/Acervo

Amapá 1970. Em pé, da esquerda para a direita: Zé Lopes, Ociraldo, Rui Calcinha, Alberto, Peruano, Albano e
Osmar (técnico). Agachados: Tonheira, Agrícola, Mário, Saturnino e Maurílio

83
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
GALERIA DE CRAQUES

francisco dandão/acervo
GALERIA DE CRAQUES

Panorama - 1972. Em pé, da esquerda para a direita: Gabriel, Ney, Babá, Aloísio e Mouco. Agachados: Assis, Zé
Carlos, Toinho, Tarcísio, Osmar e Paulo Olímpio
FFAC/Acervo

Amapá - 1973. Em pé, da esquerda para a direita: Osmar (técnico), Azeitona, Tonheira, Albano, Agrícola,
Meuquita, Edmar e Rui Calcinha. Agachados: Tonho, Peruano, Saturnino, Maurílio, Mário e Ociraldo

84
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
FFAC/acervo

GALERIA DE CRAQUES
Amapá - 1974. Em pé, da esquerda para a direita: Tonheira, César Ildo, Helder, Meuquita, Ribeiro e Agrícola.
Agachados: Saturnino, Ramé, Maurílio, Toniquim e Ronaldo
francisco dandão/acervo

Andirá - 1976. Em pé, da esquerda para a direita: Ariosto Miguéis (técnico), Pelé, Pixita, Saldanha, Uchoa, Café e
Targino. Agachados: Danilo Galo, Amenu, Guto, Erádio e Romanini

85
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
francisco dandão/acervo
GALERIA DE CRAQUES

Rio Branco - 1976. Em pé, da esquerda para a direita: Junqueira (preparador físico), Grassi, Luiz Carlos, Illimani,
Duda, Tadeu e Cleiber. Agachados: Eli, Ronildo, Mário Vieira, Bruno Couro Velho e Leopoldo

CARLINHOs Bonamigo/acervo pessoal

Juventus - 1977. Em pé, da esquerda para a direita: Mustafa, Mauro, Xepa, Emilson, Maurício e Antônio
Maria. Agachados: Julião, Carlinhos, Antônio da Loteca, Anísio e Pitola

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FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
FRANCISCO DANDÃO/acervo

GALERIA DE CRAQUES
Vasco da Gama - 1977. Em pé, da esquerda para a direita: Brito, Veras, Aníbal, Afonso, Raimundão e Paulo
Maravalha. Agachados: Océlio, Omar, Jorge, Tom e Litro

FFAC/acervo

Cosmos - 1978. Em pé, da esquerda para a direita: Antônio Maria, Bozó, João Padeiro, Toinho, Bola, Martonildo
e Sebastião. Agachados: Zé Irmão, Peteca, Albano, Renato, Wanderley Coelho e Toniquim

87
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
GALERIA DE CRAQUES

Garrinha/acervo pessoal
GALERIA DE CRAQUES

Vasco da Gama (Xapuri) - 1979. Em pé, da esquerda para a direita: Chico Evangelista (presidente), Afonso,
Mendonça, Djair, Jânio Maia, Julinho, Chegué e Sadi Noel. Agachados: Aliardo, Mário Jorge, Aldenor, Sarrafinha,
Vaguinho e Jefferson

francisco dandão/acervo

Atlético da Apolônio Sales - 1982. Em pé, da esquerda para a direita: Marinho, Jangito, Zezinho, Carlito, Manoel,
Pingonça, Batista, José Maria Morais e Wilson. Agachados: Cícero, Geraldo, Paulo César, Chagas e Everaldo

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FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Acervo José Veras

GALERIA DE CRAQUES
Independência (infantil) - 1982. Em pé, da esquerda para a direita: Sidney, De Souza, Vítor, Expedito,
Barroso, Caboclo, Bené e Val. Agachados: Paulinho, Jerônimo, Peru, Bahia, Acrenelson, Erasmo e Antonialdo

Acervo Francisco Dandão

Rio Branco - 1984. Em pé, da esquerda para a direita: Merica, Ilzomar, Tonho, Marquinho Amor, Zenon e
Chicão. Agachados: Robertinho, Carioca, Roberto Ferraz, Mariceudo e Neivo

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FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
FFAC/acervo
GALERIA DE CRAQUES

Zezé de Camargo e Campos Pereira, na Praia da Base - 1987

Sergio Roberto Matos/acervo pessoal

6 de agosto - 1999. Em pé, da esquerda para a direita: Agleyson, Assis, Gersey, Altair, Michel e Railson.
Agachados: Marquinho Amor, Jotinha, Edilsinho, Sálvio e Gérson

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FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Acervo Francisco Dandão

GALERIA DE CRAQUES
Craques do passado em momento festivo. Em pé, da esquerda para a direita: Marcelo Aquino, Paulão, Mariceudo,
Oton, Antônio Júlio, Roberto Ferraz, Ivo e Venícius

Acervo Blog do Orleildo

Vasco da Gama (Rodrigues Alves) - 2012. Em pé, da esquerda para a direita: Amauri, Uillis, Charles, Doni,
Michel e Edinho. Agachados: Dersone, Gil, Rodrigo, Aslan, Rodrigo II e Nem

91
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
FRANCISCO DANDÃO
GALERIA DE CRAQUES

Bangu (Sub-17) - 2017. Em pé, da esquerda para a direita: Jackson, Natan, Luís Malaquias, Antônio Carlos,
Jamaica, Wisllon, Alexandre, Darci, Darlisson e Estevam. Agachados: Aranha, Weverton, Gerlisson, Rodrigo, Railson,
Igor, Ranilson, Augusto e Ailton
Francisco Dandão

Vasco da Gama (Sub-17) - 2017. Em pé, da esquerda para a direita: Wilson, Natanael, Railan, Gustavo,
Fernando, Igor e Natinho (técnico). Agachados: Fábio, Delzanir, Baby, Breno e Mark

92
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Francisco Dandão

GALERIA DE CRAQUES
Andirá - 2018. Em pé, da esquerda para a direita: Pará, Yan, Lelei, Jô, Kaisson e Da Silva. Agachados: Dentinho,
Leandro, Alex, Tiaguinho e Mathaus

Francisco Dandão

Galvez - 2018. Em pé, da esquerda para a direita: Kinho, Léo Mineiro, Máximo, Rafael, Gilson e Daniego.
Agachados: Thaumaturgo, Adriano, Ley, Tonho Cabañas e Ciel

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FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Acervo Adelcimar Carvalho
GALERIA DE CRAQUES

Grêmio (Cruzeiro do Sul) - 2018. Em pé, da esquerda para a direita: Zacarias Lopes (técnico), Valdecir (presidente),
Fabim, Paulo Vitor, Maike, Jefferson, Thaumaturgo, Adriano, Clisman e Altevir. Agachados: Som, Uesle, Pedro Madson,
Danielson, Pelim e Evandro

Francisco Dandão

Humaitá - 2018. Em pé, da esquerda para a direita: Rodolfo, Jefferson Carioca, Carlos, Jefferson, Charles, Raminho
(treinador de goleiros) e Eremilson (preparador físico). Agachados: Anderson, Wellington, Matheus Borghetti, Felipinho,
Chumbinho e Augusto

94
FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
Francisco Dandão

GALERIA DE CRAQUES
Plácido de Castro - 2018. Em pé, da esquerda para a direita: Júnior (técnico), Dilsinho (preparador físico), Datena
(massagista), Tidalzinho (treinador de goleiros), Pelingue, Layo, Paulinho Pitbull e Diego. Agachados: Gato, Luquinha,
Zagallo, Marcelo Brás, Juninho, Ismael e Francisco
Adelcimar Carvalho/acervo

Praia Grande (Cruzeiro do Sul) - 2018. Em pé, da esquerda para a direita: Elenilson, Romero, Raríssimo,
Madson, Marcelo, Dheison, Nel, Pantiquin, Willami e Vavá. Agachados: Lourinho, Ederlindo, Júnior, Gutão,
Joãozinho, Fagner, Marcondes e Gilmar

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FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ACRE
GALERIA DE CRAQUES

Francisco Dandão
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Vasco da Gama - 2018. Em pé, da esquerda para a direita: Dilson (técnico), Lucas, Ailton, Keké, Barata, Zé
Macaco, Carnaúba e Faísca (auxiliar técnico). Agachados: Clayton, Tiririca, Catita, Jojó e Rivaldo

FRANCISCO DANDÃO

Rio Branco - 2018. Em pé, da esquerda para a direita: Vanderlei, Cris, Rocha,
Renan, Matheus e Welton. Agachados: Igor, Adriano Chuva, Evair, Joel e Matheus Nego

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São Francisco - 2018. Em pé, da esquerda para a direita: Marquinhos Gomes (técnico), Igor, Cássio,
Edivaldo, Thiago, Lilico, Marcelo Fontinele (preparador físico), Laércio (treinador de goleiros) e Yata
(massagista). Agachados: Ocimar, Caboclo, Franklin, Uemerson, Pablo, Welisson e Jangito (auxiliar técnico)
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Plenitude (Sub-15) - 2018 . Em pé, da esquerda para a direita: José Eduardo, Vitor, Bruno,
Heverton, Ryan e Natinho. Agachados: Marcos, Alexsandro, Diogo, Lorran, Guilherme e Jairo

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