Vale - Transporte e Abono Salarial

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DIREITO DO TRABALHO

Vale-transporte e abono salarial

VALE-TRANSPORTE E ABONO SALARIAL


VALE-TRANSPORTE
1. Generalidades

Lei n. 7.418/85

Art. 1º Fica instituído o vale-transporte, (Vetado) que o empregador, pessoa física


ou jurídica, antecipará ao empregado para utilização efetiva em despesas de deslo-
camento residência trabalho e vice-versa, através do sistema de transporte coletivo
público, urbano ou intermunicipal e/ou interestadual com características semelhantes
aos urbanos, geridos diretamente ou mediante concessão ou permissão de linhas regu-
lares e com tarifas fixadas pela autoridade competente, excluídos os serviços seletivos
e os especiais.

Decreto n. 10.854/2021

Art. 106. São beneficiários do vale-transporte, nos termos do disposto na Lei n.


7.418, de 1985, os trabalhadores em geral, tais como:
I – os empregados, assim definidos no art. 3º da Consolidação das Leis do Trabalho,
aprovada pelo Decreto-Lei n. 5.452, de 1943;
II – os empregados do subempreiteiro, o subempreiteiro e o empreiteiro principal,
nos termos do disposto no art. 455 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo
Decreto-Lei n. 5.452, de 1943;
III – os trabalhadores temporários, assim definidos no art. 2º da Lei n. 6.019, de 1974;
IV – os atletas profissionais, de que trata a Lei n. 9.615, de 24 de março de 1998;
V – os empregados domésticos, assim definidos no art. 1º da Lei Complementar n.
150, de 1º de junho de 2015; e
VI – os empregados a domicílio, para os deslocamentos indispensáveis à prestação
do trabalho e à percepção de salários e os necessários ao desenvolvimento das relações
com o empregador.
Em relação ao trabalhador avulso:
CF
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
XXXIV – igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício perma-
nente e o trabalhador avulso.

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Vale-transporte e abono salarial

O trabalhador avulso tem uma isonomia de direitos, com isso tem também o vale
transporte. O Tribunal Superior do Trabalho determina que:
TRABALHADOR AVULSO – VALE TRANSPORTE (violação ao artigo 1º, do Decreto n.
95.247/87, 7º, XXXIV, da CF/88, 1º da Lei n. 7.418/85, e divergência jurisprudencial). Nos
termos da jurisprudência firmada no âmbito desta Corte Superior, é reconhecido ao tra-
balhador portuário avulso o direito ao vale-transporte, recaindo sobre o empregador o
ônus de comprovar o fornecimento ou a ausência de necessidade do benefício. Prece-
dentes. Recurso de revista não conhecido.” (RR-160- 94.2014.5.09.0022, 7ª Turma, Rela-
tor Ministro Renato de Lacerda Paiva, DEJT 25/02/2022).

Decreto n. 10.854/2021

Art. 107. O vale-transporte constitui benefício que o empregador antecipará ao tra-


balhador para a utilização efetiva em despesas de deslocamento residência-trabalho e
vice-versa.
Parágrafo único. Entende-se como deslocamento a soma dos segmentos componen-
tes da viagem do beneficiário, por um ou mais meios de transporte, entre a sua residên-
cia e o local de trabalho.
Art. 108. O vale-transporte é utilizável em todas as formas de transporte público
coletivo urbano ou, ainda, intermunicipal e interestadual de caráter urbano, estabele-
cidas na forma prevista na Lei n. 12.587, de 3 de janeiro de 2012, operado diretamente
pelo Poder Público ou por empresa por ele delegada, em linhas regulares e com tarifas
estabelecidas pela autoridade competente.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos serviços de transporte privado
coletivo e transporte público individual.

Obs.: Se houver vários meios de o trabalhador chegar até o emprego, o empregador


poderia escolher que meio o empregado deveria utilizar? Observe abaixo.

Decreto 10.854/2021

Art. 124. A concessão do benefício obriga o empregador a adquirir vale-transporte


em quantidade e tipo de serviço que melhor se adequar ao deslocamento do benefi-
ciário. (...)

Obs.: O que acaba acontecendo é a análise do que melhor se adequa ao deslocamento


do beneficiário.

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Vale-transporte e abono salarial

Para saber esse tipo de coisa, é necessário saber onde o trabalhador mora e o local
onde será prestado o serviço. O trabalhador precisa prestar essas informações ao
empregador.

2. Informação dada pelo empregado

Decreto n. 10.854/2021

Art. 112. O empregado, para exercer o direito de receber o vale-transporte, infor-


mará ao empregador, por escrito ou por meio eletrônico:
5m
I – o seu endereço residencial; e
II – os serviços e os meios de transporte mais adequados ao seu deslocamento resi-
dência trabalho e vice-versa.

Caso o endereço seja mudado:

§ 1º A informação de que trata o caput deverá ser atualizada sempre que ocorrer
alteração, sob pena de suspensão do benefício até o cumprimento dessa exigência.
§ 2º O beneficiário firmará termo de compromisso de utilizar o vale-transporte
exclusivamente para o deslocamento efetivo residência-trabalho e vice-versa.
§ 3º A declaração falsa e o uso indevido do vale-transporte constituem falta grave.

3. Natureza

Obs.: Qual é a natureza jurídica do vale-transporte, ele é salário ou não tem natureza salarial?

Lei n. 7.418/85

Art. 2º O Vale-Transporte, concedido nas condições e limites definidos, nesta Lei, no


que se refere à contribuição do empregador:
a) não tem natureza salarial, nem se incorpora à remuneração para quaisquer efeitos;
b) não constitui base de incidência de contribuição previdenciária ou de Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço;
c) não se configura como rendimento tributável do trabalhador.

Obs.: O vale transporte não tem natureza salarial, não integra remuneração, não incide
sobre o valor do FGTS. A ideia é cobrir a despesa do trabalhador com o deslocamento.

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Vale-transporte e abono salarial

Decreto n. 10.854/2021

Art. 111. Quanto à contribuição do empregador, o vale-transporte:


I – não tem natureza salarial, nem se incorpora à remuneração do beneficiário para
quaisquer efeitos;
II – não constitui base de incidência de contribuição previdenciária ou do FGTS;
III – não é considerado para fins de pagamento da gratificação de Natal a que se
refere o Capítulo XI; e
IV – não configura rendimento tributável do beneficiário.

4. Possibilidade de desconto do trabalhador até certo limite

Obs.: O trabalhador terá algum tipo de gasto com o vale-transporte?

Lei n. 7.418/85

Art. 4º A concessão do benefício ora instituído implica a aquisição pelo empregador


dos Vales Transporte necessários aos deslocamentos do trabalhador no percurso resi-
dência-trabalho e vice-versa, no serviço de transporte que melhor se adequar.
Parágrafo único. O empregador participará dos gastos de deslocamento do traba-
lhador com a ajuda de custo equivalente à parcela que exceder a 6% (seis por cento) de
seu salário básico.

Obs.: O trabalhador pode ter que arcar com até 6% do seu salário básico. Supondo que
o trabalhador recebe um salário básico de R$ 2000 e uma gratificação de função
de R$1000. Os 6% poderá ser descontado dos R$2000, que é o salário básico.

Decreto n. 10.854/2021

Art. 114. O vale-transporte será custeado:


I – pelo beneficiário, na parcela equivalente a seis por cento de seu salário básico ou
vencimento, excluídos quaisquer adicionais ou vantagens; e
II – pelo empregador, no que exceder à parcela de que trata o inciso I.
Parágrafo único. O empregador fica autorizado a descontar mensalmente o valor da
parcela de que trata o inciso I do caput do salário básico ou vencimento do empregado
que utilizar o vale transporte.

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Vale-transporte e abono salarial

Art. 115. O valor da parcela a ser suportada pelo beneficiário será descontado pro-
porcionalmente à quantidade de vale-transporte concedida para o período a que se
refere o salário básico ou vencimento e por ocasião de seu pagamento, exceto se houver
disposição em contrário em convenção ou acordo coletivo.

Decreto n. 10.854/2021

Obs.: Caso o trabalhador tenha um salário básico tão alto que, na realidade, todo o valor
do vale-transporte não irá ultrapassar os 6% do salário básico dele? Isso pode
acontecer e o decreto n. 10.854/2021 esclarece essa situação.
10m

Art. 116. O empregado poderá, na hipótese de a despesa com o seu deslocamento


ser inferior a seis por cento do salário básico ou vencimento, optar pelo recebimento
antecipado do vale transporte, cujo valor será integralmente descontado por ocasião do
pagamento do salário básico ou vencimento.

Obs.: Quando o trabalhador não tem um salário básico, recebendo, por exemplo,
por produção:

Art. 117. A base de cálculo para determinação da parcela custeada pelo beneficiário será:
I – o salário básico ou vencimento, excluídos quaisquer adicionais ou vantagens; e
II – o montante percebido no período, nas seguintes hipóteses:
a) quando se tratar de trabalhador remunerado por tarefa ou serviço feito; ou
b) quando se tratar de remuneração constituída exclusivamente de comissões, per-
centagens, gratificações, gorjetas ou equivalentes.

Obs.: Se o trabalhador for um comissionista e trabalhar, por exemplo, 22 dias por


semana, necessitando de 44 vales-transporte, é aplicada uma taxa de 6% sobre
as comissões que ele tiver direito naquele mês.

Em relação ao art. 115 do decreto n. 10.854/2021:


Art. 115. O valor da parcela a ser suportada pelo beneficiário será descontado pro-
porcionalmente à quantidade de vale-transporte concedida para o período a que se
refere o salário básico ou vencimento e por ocasião de seu pagamento, exceto se houver
disposição em contrário em convenção ou acordo coletivo.

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Vale-transporte e abono salarial

Obs.: �Pegando novamente o exemplo do trabalhador que recebe mensalmente, ele usa
22 dias do vale-transporte, ou seja, 44 vales-transporte. O empregador não pode
fazer descontos de adiantamento de mais meses de vale-transporte do empregado,
porque devido à quantidade de vale-transporte concedida, se refere ao salário
básico ou vencimento e por ocasião de seu pagamento.

Antigo Decreto 95.247/87 (revogado)

Obs.: O vale-transporte poderia ser pago em dinheiro?

Art. 5º É vedado ao empregador substituir o Vale-Transporte por antecipação em


dinheiro ou qualquer outra forma de pagamento, ressalvado o disposto no parágrafo
único deste artigo.
15m
Parágrafo único. No caso de falta ou insuficiência de estoque de Vale-Transporte,
necessário ao atendimento da demanda e ao funcionamento do sistema, o beneficiário
será ressarcido pelo empregador, na folha de pagamento imediata, da parcela corres-
pondente, quando tiver efetuado, por conta própria, a despesa para seu deslocamento.

Decreto n. 10.854/21 (atual)

Art. 110. É vedado ao empregador substituir o vale-transporte por antecipação em


dinheiro ou qualquer outra forma de pagamento, exceto quanto ao empregador domés-
tico, ressalvado o disposto no parágrafo único.

Obs.: �O decreto continua, de forma geral, vedando a questão referente à substituição


do vale transporte por antecipação em dinheiro.

Parágrafo único. Nas hipóteses de indisponibilidade operacional da empresa ope-


radora e de falta ou insuficiência de estoque de vale-transporte necessário ao atendi-
mento da demanda e ao funcionamento do sistema, o beneficiário será ressarcido pelo
empregador na folha de pagamento imediata quanto à parcela correspondente, quando
tiver efetuado a despesa para o seu deslocamento por conta própria.

Obs.: A Justiça do Trabalho estabeleceu uma jurisprudência consolidada, indicando que


o fato de o pagamento ser feito em dinheiro não altera a natureza reparatória do
ressarcimento pelo deslocamento. Esse ressarcimento é considerado não salarial,
sendo destinado especificamente a cobrir os custos relacionados ao deslocamento
do trabalhador.

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Vale-transporte e abono salarial

VALE-TRANSPORTE PAGO EM DINHEIRO. NATUREZA JURÍDICA INDENIZATÓRIA. Preva-


lece nesta Corte Superior o entendimento de que o vale-transporte pago em dinheiro
não tem o condão de transmudar a sua natureza jurídica indenizatória estabelecida em
lei (art. 2º da Lei n. 7.418/83), não integrando desse modo a remuneração para nenhum
efeito. Acórdão prolatado pelo Tribunal Regional em harmonia com a atual, notória e ite-
rativa jurisprudência firmada pelo c. TST (...)” (ARR-1320-46.2014.5.12.0031, 3ª Turma,
Relator Ministro Alexandre de Souza Agra Belmonte, DEJT 30/11/2018).

Obs.: �Caso a empresa seja autuada, multada, porque ela está pagando o vale-transporte
em dinheiro, observe abaixo:

“RECURSO DE REVISTA. ACÓRDÃO PUBLICADO NA VIGÊNCIA DA LEI N. 13.467/2017.


AUTO DE INFRAÇÃO – NULIDADE – VALE-TRANSPORTE PAGO EM PECÚNIA. Na pre-
sente ação anulatória, a empresa autora pretende a anulação do Auto de Infração n.
203.611.951, lavrado porque a empresa teria substituído o vale-transporte por ante-
cipação em dinheiro, violando os artigos 1º e 4º da Lei n. 7.418/85, combinado com o
artigo 5º, caput, do Decreto n. 95.247/87, pelo que o benefício foi considerado como não
concedido, diante da natureza salarial que passou a ostentar. O Tribunal Regional man-
teve a penalidade imposta, sob o fundamento de que o objetivo da norma é garantir o
recebimento do vale-transporte em caráter indenizatório ao invés da sua antecipação
em espécie, de modo a assegurar a utilização de transporte seguro e regular pelo traba-
lhador. No entanto, a jurisprudência desta Corte Superior é no sentido de que a conces-
são do vale-transporte em dinheiro não tem o condão de modificar a natureza jurídica
da parcela, a qual, por disposição expressa da lei, é indenizatória. Precedentes. Recurso
de revista conhecido e provido” (RR-124-78.2019.5.05.0025, 2ª Turma, Relatora Ministra
Liana Chaib, DEJT 28/04/2023)
O TST anulou o auto de infração nesse julgado.
Se uma situação menciona “De acordo com a previsão do decreto”, isso implica que
deve ser analisada conforme as disposições desse decreto, o qual proíbe o empregador
de substituir o vale-transporte por antecipação em dinheiro ou qualquer outra forma de
pagamento, com exceção do empregador doméstico, conforme o parágrafo único.
No entanto, se a questão apresenta a jurisprudência do TST, que indica que a conces-
são do vale-transporte em dinheiro não altera sua natureza jurídica, isso é verdadeiro. É
importante prestar atenção ao que está sendo perguntado e considerar essa informa-
ção durante a análise da situação apresentada.

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Vale-transporte e abono salarial

5. Possibilidade de o empregador fornecer o transporte

Lei n. 7.418/85

Art. 8º Asseguram-se os benefícios desta Lei ao empregador que proporcionar, por


meios próprios ou contratados, em veículos adequados ao transporte coletivo, o deslo-
camento integral de seus trabalhadores.

Obs.: �Os benefícios que interessam ao empregado, quando se fala em direito do trabalho,
são a lógica da qual o empregador sabe que o que ele gasta com esse deslocamento
não tem natureza salarial. Então, isso não será reputado como uma utilidade
salarial, mas sim uma utilidade não salarial.
20m

Decreto n. 10.854/21

Art. 109. O empregador que proporcionar, por meios próprios ou contratados, em


veículos adequados ao transporte coletivo, o deslocamento residência-trabalho e vice-
-versa de seus trabalhadores fica desobrigado de fornecer-lhes vale-transporte.
Parágrafo único. Caso o empregador forneça ao trabalhador transporte próprio ou
fretado que não cubra integralmente os seus deslocamentos, o vale-transporte deverá
ser fornecido para os segmentos da viagem não abrangidos pelo referido transporte.

Obs.: Se o empregador resolver utilizar transporte próprio ou fretado, pode acontecer


de o deslocamento não ser todo coberto. Em relação à parte não coberta, o
empregador precisa fornecer o vale-transporte.

ABONO SALARIAL
1. Generalidades

CF
Art. 239. (...)
§ 3º Aos empregados que percebam de empregadores que contribuem para o Pro-
grama de Integração Social ou para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor
Público, até dois salários mínimos de remuneração mensal, é assegurado o pagamento
de um salário mínimo anual, computado neste valor o rendimento das contas indivi-
duais, no caso daqueles que já participavam dos referidos programas, até a data da pro-
mulgação desta Constituição.

Obs.: Existe o abono de até um salário mínimo anual.

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Vale-transporte e abono salarial

2. Requisitos e cálculo

Lei n. 7.998/90

Art. 9º É assegurado o recebimento de abono salarial anual, no valor máximo de 1


(um) salário mínimo vigente na data do respectivo pagamento, aos empregados que:
I – tenham percebido, de empregadores que contribuem para o Programa de Inte-
gração Social (PIS) ou para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público
(Pasep), até 2 (dois) salários mínimos médios de remuneração mensal no período traba-
lhado e que tenham exercido atividade remunerada pelo menos durante 30 (trinta) dias
no ano-base;
II – estejam cadastrados há pelo menos 5 (cinco) anos no Fundo de Participação PIS-
-Pasep ou no Cadastro Nacional do Trabalhador.
§ 1º No caso de beneficiários integrantes do Fundo de Participação PIS-Pasep, serão
computados no valor do abono salarial os rendimentos proporcionados pelas respecti-
vas contas individuais.
§ 2º O valor do abono salarial anual de que trata o caput será calculado na proporção
de 1/12 (um doze avos) do valor do salário-mínimo vigente na data do respectivo paga-
mento, multiplicado pelo número de meses trabalhados no ano correspondente.

Obs.: Por exemplo, uma pessoa trabalhou 3 meses naquele determinado ano. O salário
mínimo em 2024 é de R$ 1412, esse valor é dividido por 12, e o resultado é
multiplicado pela quantidade de meses trabalhados. O valor do abono é de R$
353, equivalente aos 3 meses trabalhados.
25m

§ 3º A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de trabalho será contada como mês
integral para os efeitos do § 2 o deste artigo.
§ 4º O valor do abono salarial será emitido em unidades inteiras de moeda corrente,
com a suplementação das partes decimais até a unidade inteira imediatamente superior.

Obs.: Existe muita discussão envolvendo a Justiça do Trabalho sobre a questão do


abono, porque, às vezes, por culpa do empregador, o trabalhador fica sem receber
o abono salarial anual. Nesse caso, a Justiça do Trabalho condena, havendo culpa
do empregador, obrigando-o a pagar uma indenização substitutiva.

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3 – Erro do empregador que obsta o recebimento da parcela por gerar


indenização substitutiva

INDENIZAÇÃO SUBSTITUTIVA DO ABONO SALARIAL DO PIS. ÔNUS DA PROVA REFE-


RENTE AO REQUISITO DE COMPROVAÇÃO DE INSCRIÇÃO DO EMPREGADO HÁ PELO MENOS
5 ANOS NO FUNDO DE PARTICIPAÇÃO PIS-PASEP. 1 – O art. 9º da Lei 7.998/90 prevê que
os empregados possuem direito ao abono salarial do PIS, desde que preencham dois
requisitos cumulativos, quais sejam: a) tenham percebido, de empregadores que con-
tribuem para o Programa de Integração Social (PIS) ou para o Programa de Formação do
Patrimônio do Servidor Público (Pasep), até 2 (dois) salários mínimos médios de remune-
ração mensal no período trabalhado e que tenham exercido atividade remunerada pelo
menos durante 30 (trinta) dias no ano-base; b) estejam cadastrados há pelo menos 5
(cinco) anos no Fundo de Participação PIS-Pasep ou no Cadastro Nacional do Trabalha-
dor. 2 – No caso dos autos, conforme se infere do quadro fático delineado, a reclamada
não comprovou que realizou a inscrição do reclamante nas RAIS referentes aos anos de
2014 e 2015. Também não há prova nos autos de que o reclamante estava inscrito há
pelo menos 5 anos no Fundo de Participação PIS-PASEP. 3 – A Turma Regional enten-
deu que o ônus da prova, quanto ao requisito de tempo de cadastramento, compete ao
empregado, motivo pelo qual reformou a sentença para excluir da condenação a inde-
nização substitutiva do PIS referente aos anos de 2014 e 2015. 4 – Discute-se, a quem
incumbe o ônus da prova referente à comprovação do requisito de estar o empregado
inscrito há pelo menos 5 anos no Fundo de Participação PIS-PASEP para que ele possua
direito ao abono salarial, e, consequentemente, à eventual indenização substitutiva
devida pelo empregador pela sua não inclusão do empregado na RAIS de períodos espe-
cíficos. 5 – Esta Corte possui entendimento de que, quando se trata do requisito de cadas-
trar o nome do trabalhador na RAIS, enviada anualmente, o ônus de prova é do empregador,
já que é dele a responsabilidade pelo envio de tais informações, bem como que ele possui
aptidão para a prova no particular. Precedentes. 6 – Entende-se que o mesmo raciocínio
deve ser adotado para o requisito de estar o empregado inscrito há pelo menos 5 anos
no Fundo de Participação PIS-PASEP. Isso por que: a) cumpre ao empregador, quando da
contratação, verificar se o empregado já está inscrito no cadastro geral do PIS, e, caso não
haja a inscrição prévia do empregado no sistema do PIS, proceder à referida inscrição; b)
logo, tratando-se de uma obrigação destinada ao empregador, bem como possuindo ele
aptidão para a prova, deve comprovar em juízo que o empregado não estava inscrito há
pelo menos 5 anos no Fundo de Participação PIS-PASEP. Assim, entende-se que o ônus da
prova, no particular, é do empregador. Precedente. 7 – Logo, a decisão regional, que atribuiu
o ônus probatório ao reclamante, aparentemente, violou os arts. 818, II, da CLT e 373 do
CPC. 8 – Logo, deve ser reformado o acórdão regional, restabelecer a sentença, no tocante

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Vale-transporte e abono salarial

à condenação da reclamada ao pagamento de indenização substitutiva do abono salarial


do PIS referente aos anos de 2014 e 2015. 9 - Recurso de revista a que se dá provimento “
(RR-21700- 57.2014.5.04.0017, 6ª Turma, Relatora Ministra Katia Magalhães Arruda, DEJT
18/08/2023).

Obs.: O TST reconheceu no julgado que havia uma culpa do empregador, por causa disso,
o trabalhador não recebeu o abono salarial anual dele. Por isso, o empregador terá
que pagar uma indenização substitutiva.

“INDENIZAÇÃO SUBSTITUTIVA DO PIS. AUSÊNCIA DE CADASTRAMENTO DO EMPRE-


GADO NA RAIS. O Regional manteve a sentença que condenara a ré ao pagamento da
indenização substitutiva do PIS, por concluir que o reclamado não comprovou ter for-
necido ao MTE, por intermédio da Relação Anual de Informações Sociais, os dados do
empregado, impedindo, dessa forma, o recebimento do abono salarial pelo reclamante.
Esta Corte Superior tem se posicionado no sentido de que a falta de inscrição do obreiro
na RAIS, e, por conseguinte, a frustração da percepção do abono salarial, acarreta direito
à percepção de indenização substitutiva. Incide, portanto, o óbice da Súmula 333 do
TST e do art. 896, § 7º, da CLT. Agravo não provido” (Ag-AIRR-207-81.2014.5.06.0271, 5ª
Turma, Relator Ministro Breno Medeiros, DEJT 28/09/2018).

Obs.: �O máximo que o trabalhador receberá, se tiver todos os requisitos de forma


correta, é o valor de um salário mínimo.
30m

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor José Gervásio Meireles.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela lei-
tura exclusiva deste material.

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