Credo Niceno-Constantinopolitano

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Credo Niceno-Constantinopolitano

[381 d.C.]

TEXTO

1. Creio em um Deus, Pai Todo-poderoso, Criador do céu e da terra, e de todas


as coisas visíveis e invisíveis; 2. e em um Senhor Jesus Cristo, o unigênito Filho
de Deus, gerado pelo Pai antes de todos os séculos, Deus de Deus, Luz da Luz,
verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, gerado não feito, de uma só substância
com o Pai; pelo qual todas as coisas foram feitas; o qual por nós homens e por
nossa salvação, desceu dos céus, foi feito carne pelo Espírito Santo da
Virgem Maria, e foi feito homem; e foi crucificado por nós sob o poder de
Pôncio Pilatos. Ele padeceu e foi sepultado; e no terceiro dia ressuscitou
conforme as Escrituras; e subiu ao céu e assentou-se à direita do Pai, e de novo
há de vir com glória para julgar os vivos e os mortos, e seu reino não terá fim. 3.
E no Espírito Santo, Senhor e Vivificador, que procede do Pai e do Filho , que
com o Pai e o Filho conjuntamente é adorado e glorificado, que falou através dos
profetas. 4. Creio na Igreja una, universal e apostólica, reconheço um só batismo
para remissão dos pecados; e aguardo a ressurreição dos mortos e da vida do
mundo vindouro.

Palavra aqui salvo engano é ταφέντα [tafenta] = sepultamento!

O que estava em jogo aqui não era se Jesus Cristo havia descido ou não
ao inferno, mas a discussão girava em torno da heresia docetista que
negava a corporeidade real de Cristo!

OBS: É somente no final do século IV, inicio do século v, mais precisamente


no Credo Atanasiano que o termo descida ao Hades será acrescentada!

Sua forma final teria sido alcançada apenas no século VIII.


O texto grego mais antigo deste credo provém de um sermão de Cesário, no
início do século VI.

E aqui existe um detalhe importante!


Em nenhum momento a intenção do credo foi defender uma descida de Jesus
Cristo ao inferno; mas sim que ele foi verdadeiramente sepultado [Hades].
E isso por dois motivos muito simples!

Primeiro, porque ele é uma continuação harmônica do que foi dito e


sacramentado nos credos Niceno e Niceno-Constantinopolitano.

Segundo, porque a teologia ou a discussão posta aqui não era de Jesus tinha
ido ou não ao inferno; mas sim se ele havia verdadeiramente sido sepultado!
Nessa época, muitas pessoas duvidavam da corporeidade de Jesus Cristo, tanto
que uma das principais heresias combatidas nessa época, em especial no sec.
II, era o docetismo. Heresia surgida ao final de séc. II, que negava a real e plena
corporeidade de Jesus Cristo. Diziam ser o corpo de Cristo um espectro, uma
mera aparência.

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