Linguistica Descritiva Do Portugues III
Linguistica Descritiva Do Portugues III
Linguistica Descritiva Do Portugues III
4ᵒ Ano
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Universidade Católica de Moçambique
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Índice
Introdução...................................................................................................................................5
Objectivo geral............................................................................................................................5
Metodologia................................................................................................................................5
1.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...........................................................................................6
1.1. Conceitos..............................................................................................................................6
Queísmo......................................................................................................................................6
Conclusão..................................................................................................................................10
Referências Bibliográficas........................................................................................................11
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Introdução
A língua tem uma função social – o da comunicação – e ela só pode ser compreendida e
interpretada dentro do contexto sociocultural. É importante compreender que a língua não é
um sistema uno, invariado, estático, mas, necessariamente, abriga um conjunto de variedades,
variantes e dialetos. Todas as línguas são moldadas pelos contextos socioculturais e a sua
variação e mudança dependem da forma como os usuários replicam o seu uso.
Em Moçambique, não é exceção. Todas as línguas faladas tendem a mudar com o tempo
desviando-se constantemente com relação à norma. Sendo assim, a norma não é apenas ou
simplesmente um conjunto de formas linguísticas pré--estabelecidas, mas, também, é um
agregado de valores socioculturais usados por uma comunidade linguística.
Objectivo geral
O trabalho tem como objectivo geral Compreender Dequeismo e Paraqueismo no Português
Moçambicano.
Objectivos específicos
Metodologia
Toda a pesquisa necessita de uma bibliografia de consulta, pelo facto de ser um método
desenvolvido com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e
artigos científicos, não sendo aconselhável, em muitos casos, que textos retirados da internet
constituam a arcaboiço teórico do trabalho.
Desta feita, usou-se este método para a obtenção de bases teóricas e científicas, que
justificaram os factos e fenómenos observados, através de consultas de uma gama de livros
relacionados com a ética profissional. Portanto, com este procedimento obteve-se várias
informações que constituíram o corpo teórico da pesquisa, assim como a elaboração de
instrumentos e sua aplicação durante a realização do trabalho de campo.
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1.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1. Conceitos
Queísmo
segundo Mollica (1995), inserido no campo da sintaxe, é um fenômeno que se caracteriza
como estrutural, ou seja, “a norma prevê ou prefere o uso de „de ‟”. Dessa forma, poderíamos
descrevê-lo como a queda da preposição „de “diante do relativizador „que ‟, quando a norma
padrão prevê a sua presença. (p.11).
Dequeísmo
Neste caso, dequeísmo é um dos erros gramaticais mais comuns em nosso idioma. O
dequeísmo e o queísmo acontecem normalmente em algumas orações subordinadas. Ambos
os erros se manifestam tanto na linguagem oral como na escrita e aparecem em toda América
Latina.
Outro ponto levantado pelo Magalhães (2016) a é o fato de o Queísmo e Dequeísmo serem
utilizados, muitas vezes, como um recurso de „hipercorreção ‟, tendo em vista que muitas
ocorrências analisadas por ela se dão “em contextos formais de fala onde há tensão discursiva
alta. (p.81)
Esse fator linguístico ocorre quando o falante, por certa insegurança linguística, passa a tentar
mudar exacerbadamente os vocábulos, a fim de apresentar um discurso com linguagem mais
prestigiada socialmente. O que Mollica (1995) aponta acerca desse fenômeno nos faz inferir
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que este é uma consequência muito mais social do que linguística, visto que nasce do anseio
do falante em adequar palavras ou expressões na fala para obter uma boa aceitação por parte
dos interlocutores, e isso, dificilmente, acontece com falantes menos escolarizados.
Paraqueismo
Ilustração:
1. Acho de que esses alunos não conhecem o paradeiro dos seus familiares. (dequeísmo)
2. Peço para que tirem esta dívida. (paraqueímo)
A escolha de cada uma destas duas preposições não parece ser aleatória, mas antes
condicionada pela semântica do verbo que seleciona a oração completiva. Assim, verifica-se
uma utilização mais frequente da preposição de quando há um traço de assertividade, com
verbos declarativos e de atividade mental e que requerem o verbo da oração completiva no
indicativo (1), enquanto a preposição para aparece com maior frequência quando há um valor
modal, prospetivo, com verbos epistémicos, declarativos de ordem e inquirição, que requerem
o verbo da completiva no conjuntivo (2) (Gonçalves, 2010: 50).
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posição de núcleo de S Como, assim como relativamente à estrutura sintática que lhes
corresponde (Gonçalves, 2010).
Um dos casos mais comuns de dequeísmo é aquele que substitui uma preposição correta pela
preposição “de”. Assim, na oração “Confio de que o caderno esteja em seu lugar” a
preposição “de” é desnecessária, já que deveria ser empregada nesse caso a preposição “em”,
ou seja, “Confio em que o caderno esteja em seu lugar”.
Deve-se destacar que nem todos os dequeísmos são um erro, já que em algumas ocasiões as
preposições “de” e “que” podem estar juntas, como acontece na seguinte oração: “Encima de
que você se queixaDequeísmo no português falado em Moçambique
O queísmo, por conseguinte, implica a falta da preposição “de” quando esta deveria anteceder
a conjunção “que” no âmbito de uma oração subordinada.
“Nem dei fé que entraste no quarto” também é um queísmo. A expressão correcta, neste caso,
seria a seguinte: “Nem dei fé de que entraste no quarto”. Claro que se formos mais rigorosos e
precisos, linguisticamente falando, o uso do tempo Pretérito perfeito do modo Indicativo (para
o verbo entrar) também tão é de todo correcto, já que é preferível optar pelo Pretérito-mais-
que-perfeito composto do Indicativo: “de que tinhas entrado”.
“Pretendo convencer-me de que agi bem, mas estou na dúvida” é algo que poderia expressar
uma pessoa com algum conflito moral. Essa frase não tem erros gramaticais. Diferente seria
se o mesmo sujeito comentasse: “Pretendo convencer-me que agi bem, mas estou na dúvida”.
Uma regra para determinar se há necessidade de usar a sequência “de que” ou apenas a
conjunção “que” consiste em substituir a oração subordinada pelo pronome “isso”. Quando o
resultado carece de sentido, é necessário utilizar “de que”.
Se retomarmos o exemplo anterior, veremos que “Pretendo convencer-me isso” não faz
sentido; no entanto, “Pretendo convencer-me disso”, aí, sim, faz sentido. Posto isto, deve-se
usar “de que” (“Pretendo convencer-me de que agi bem, mas não duvido disso”).
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Conclusão
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Referências Bibliográficas
Peres, J. A. & MÓIA, T. (1995). Áreas Críticas da Língua Portuguesa. Lisboa: Editorial
Caminho.
Raposo, E. P. (1992). Teoria da Gramática. A Faculdade da Linguagem. Lisboa: Caminho.
Rodrigues, E. dos S. (2006). O processamento da concordância de número entre sujeito e
verbo da produção de sentenças.
Ali, S. (1964). Gramática Histórica da Língua Portuguesa. São Paulo: Edições
Melhoramentos, 3ªed.
Almeida, M. (1965). Gramática Metódica da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Edição
Saraiva, 18º ed.
Barbosa, J. S. (1822). Grammatica philosophica da lingua portugueza ou principios
da grammatica geral applicados á nossa linguagem. Lisboa: Typ. da Academia das
Sciencias, [versão digitalizada].
Bechara, E. (2002). Moderna Gramática Portuguesa. Rio de Janeiro Editora Lucerna, , 37ª
ed.
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