Calado RobisomDamasceno D
Calado RobisomDamasceno D
Calado RobisomDamasceno D
Campinas
2011
i
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA
BIBLIOTECA DA ÁREA DE ENGENHARIA E ARQUITETURA - BAE - UNICAMP
ii
iii
Dedico este trabalho à minha querida esposa Selma Copiano Calado, aos meus filhos
Juliane Copiano Calado e Guilherme Copiano Calado pelo apoio ao meu projeto de tese e a
constante paciência e amor.
iv
Agradecimentos
A meus pais Francisco de Souza Calado e Erotides Damasceno Calado (em memória)
pela educação e exemplos que contribuíram na formação de minha vida e valores.
Aos professores e amigos Moretti, Douglas, Oscar, Lobão, Celso, Edvaldo, Dimas e
demais colegas do CEA / PUC Campinas, Professor Olívio da FATEC Americana, as
consultorias EGA Automação e Tato pela cooperação e envolvimento no projeto de minha
Tese.
Aos Professores e também grandes amigos Adalberto Lima, Marcius Fabius e Paulo
Lima pelas orientações na vida acadêmica.
v
“Nascer, morrer, renascer ainda e
progredir sem cessar, tal é a lei”.
(Denizard Rivail, H. L.)
vi
Resumo
vii
Abstract
The objective of this work is to diagnose and identify strong and weak points on
production management of companies from different segments, to provide help on investment
decisions, strategic information and opportunities for processes improvement by the Lean
approach. The conduct of the Business Diagnostic Method (BDM) was done by the use
questionnaires, interviews and the Value Stream Mapping (VSM) on the factory floor,
allowing both the planning of actions to better manage the capacity of the equipment and the
guiding of the plan of policy deployment (Hoshin Kanri) in a more integrated and sustainable
way. The study resulted in a quantitative assessment of the organizational maturity degree of
the company, being considered concepts related to the Value Stream Mapping, the Lean
Production, the Management Capacity, the Industrial Benchmarking and the Grey Systems.
The study aims to create conditions to support decisions of medium and long term by the
definitions of processes, projects and actions allied to with the organization's Policy
Deployment and the Lean approach.
Key Words: Lean Production; Grey System; Business Diagnostic; Benchmarking; Hoshin
Kanri; Performance Indicator;
viii
Lista de Figuras
ix
Figura 25 Ferramentas e métodos para evitar desperdícios ................................................... 67
Figura 26 Estados do OEE (adaptado de NAKASHIMA, 1988) .......................................... 72
Figura 27 Esquema de cálculo do OEE (adaptado de NAKASHIMA, 1988 ) ....................... 74
Figura 28 Processo de melhoria contínua (adaptado de CAMPOS, 2004b) ........................... 76
Figura 29 Representação da cadeia de suprimento da fábrica de refrigeradores .................... 79
Figura 30 Representação da cadeia de suprimentos do parque industrial............................... 80
Figura 31 MFV esboço da fábrica de refrigeradores – estado atual ....................................... 81
Figura 32 MFV esboço da fábrica de refrigeradores com oportunidades na distribuição física
............................................................................................................................................ 81
Figura 33 MFV esboço da fábrica de refrigeradores pós parque industrial ............................ 82
Figura 34 O modelo de pesquisa benchmarking (VOSS et al., 1997) .................................... 84
Figura 35 Analogia com o boxe (Seibel, 2001)..................................................................... 88
Figura 36 Áreas de avaliação do benchmarking industrial (adaptado de IEL/SC, 2006) ........ 91
Figura 37 Áreas de avaliação do benchmarking industrial (IEL/SC, 2011) ........................... 94
Figura 38 Estratégia de melhoria (Adaptado de CUDNEY, 2009) ...................................... 102
Figura 39 Sistema de Estratégia de Negócio (CUDNEY, 2009).......................................... 103
Figura 40 Ilustração do catchball (DENNIS, 2006) ........................................................... 106
Figura 41 Níveis de necessidade da organização (CUDNEY, 2009) ................................... 107
Figura 42 Planejar com hoshin – PDCA (JACKSON, 2006) .............................................. 111
Figura 43 Fazer, verficar e padonizar com hoshin – PDCA (JACKSON, 2006) .................. 112
Figura 44 Times e estágios de mudança (JACKSON, 2006) ............................................... 114
Figura 45 Esboço de relatório A3 (adaptado de SABEK II; SMALLEY, 2010) .................. 117
Figura 46 Detalhes do Modelo de Gerenciamento Estratégico Integrado ao MDE e Hoshin
Kanri ................................................................................................................................. 121
Figura 47 Método de Diagnóstico de Empresa - MDE........................................................ 122
Figura 48 Estrutura do Método de Diagnóstico de Empresa ............................................... 125
Figura 49 Modelo de gerenciamento estratégico integrado ao MDE e Hoshin Kanri .......... 140
Figura 50 PDCA nas organizações Lean (DENNIS, 2006) ................................................. 146
Figura 51 Esboço de Árvore de Desdobramento de Metas para Área Industrial .................. 147
Figura 52 Matriz de Priorização de Medidas e Execução de Projetos: Projetos e Indicadores
.......................................................................................................................................... 147
Figura 53 Matriz de Priorização de Medidas e Execução de Projetos: Projetos e Indicadores
(continuação da figura 52).................................................................................................. 148
Figura 54 Telas de software PcHoshin (TQE, 2011)........................................................... 149
x
Figura 55 Mapeamento do fluxo de valor atual da empresa de Usinagem ........................... 161
Figura 56 Áreas do modelo manufatura classe mundial (adaptado de VOSS, 1997)............ 162
Figura 57 Classificação da empresa Usinagem ................................................................... 177
Figura 58 Classificação de 3 diferentes segmentos e a empresa Usinagem (adaptado de
IEL/CTI, 2010) .................................................................................................................. 178
Figura 59 Classificação das quatro empresas pesquisadas .................................................. 191
Figura 60 Classificação de tres diferentes segmentos e as quatro empresas pesquisadas
(adaptado de IEL / CTI, 2010) ........................................................................................... 192
Figura 61 Proposta de evolução do gerenciamento da capacidade ...................................... 206
xi
Lista de Tabelas
xii
Lista de Quadros
Quadro 1 Prazo para o salto para o pensamento enxuto (WOMACK; JONES, 1998)............ 24
Quadro 2 Histórico de aplicação de práticas Lean e melhoria contínua ................................. 77
Quadro 3 Esboço da programação diária do Bechmarking industrial .................................... 87
Quadro 4 Indicadores gerais segmento de transformação mecânica (ANUÁRIO
ESTATÍSTICO, 2010) ....................................................................................................... 154
Quadro 5 Resultado dos indicadores do MDE na empresa de Usinagem por área ............... 163
xiii
Lista de Gráficos
xiv
SUMÁRIO
xv
2.6.1 Trabalho em equipe ............................................................................................... 54
2.6.2 Qualificar e desenvolver os colaboradores ............................................................. 55
2.6.3 Orientação para o desempenho............................................................................... 56
2.7 Evitar desperdícios: gerenciamento da rotina do dia-a-dia ...................................... 56
2.7.1 Prevenção de defeitos ............................................................................................ 56
2.7.2 Detecção de defeitos / planejamento de testes ........................................................ 59
2.7.3 Análise / correção de defeitos ................................................................................ 61
2.7.4 6 Sigma – gráfico boxplot ...................................................................................... 63
2.8 Evitar desperdícios: gestão de operações e serviços................................................ 65
2.8.1 Trabalho padronizado e introdução do conceito OEE ............................................. 68
2.8.2 Gestão visual ......................................................................................................... 74
2.8.3 Processo de melhoria contínua ............................................................................... 75
2.9 Evolução da aplicação de métodos e ferramentas Lean........................................... 76
3 FUNDAMENTOS TEÓRICOS SOBRE BENCHMARKING E HOSHIN KANRI ........ 83
3.1 Benchmarking industrial ........................................................................................ 83
3.1.1 Metodologia do benchmarking e passos para o time ............................................... 84
3.1.2 Estrutura de benchmarking .................................................................................... 87
3.1.3 Método de classificação das empresas: analogia com o boxe .................................. 89
3.2 Teoria do Sistema Grey: método para seleção e avaliação ...................................... 95
3.2.1 Aplicação do sistema grey ..................................................................................... 97
3.3 Introdução do planejamento hoshin ...................................................................... 100
3.3.1 Níveis de necessidade da organização .................................................................. 107
3.3.2 Processo de planejamento hoshin ......................................................................... 108
3.3.3 Os sete passos de planejamento hoshin de Jackson............................................... 113
3.4 Relatório A3 e o modelo de gestão hoshin ........................................................... 116
4 PROPOSTA DE MÉTODO DE DIAGNÓSTICO DE EMPRESA ............................. 120
4.1 Introdução do Método de Diagnóstico de Empresa............................................... 120
4.2 Definição e estrutura do MDE.............................................................................. 123
4.2.1 A importância do Diagnóstico .............................................................................. 124
4.3 Etapas do MDE.................................................................................................... 126
4.3.1 Etapas de planejamento do MDE ( Plan – PDCA) ............................................... 128
4.3.2 Etapas de execução do MDE ( Do – PDCA) ........................................................ 130
4.3.3 Etapas de verificação do MDE ( Check – PDCA) ................................................. 135
4.3.4 Etapas de padronização do MDE ( Action – PDCA) ............................................. 138
xvi
4.4 Princípios básicos do Método de Diagnóstico de Empresa ................................... 139
4.5 MDE integrado ao gerenciamento estratégico ...................................................... 139
4.5.1 Planejamento hoshin – fase de planejamento........................................................ 142
4.5.1 Gerenciamento estratégico integrado – fase de implementação e avaliação .......... 148
5 APLICAÇÃO DO MÉTODO DE DIAGNÓSTICO DE EMPRESA .......................... 152
5.1 MDE aplicado no segmento industrial de Usinagem ............................................ 152
5.1.1 Cenário Industrial de transformação Metal Mecânico........................................... 153
5.2 Planejamento da aplicação do MDE na empresa de Usinagem- Plan do PDCA .... 155
5.3 Aplicação do MDE na empresa de Usinagem - Do do PDCA ............................... 156
5.3.1 Pesquisa de gerenciamento da capacidade ............................................................ 158
5.3.2 Aplicação do mapeamento do fluxo de valor ........................................................ 159
5.4 Verificação do MDE na empresa de Usinagem – Check do PDCA ....................... 160
5.4.1 Método de seleção e avaliação dos indicadres para a área de produção................. 163
5.4.2 Pontos fortes e fracos da avaliação da área de produção ....................................... 168
5.4.3 Pontos fortes e fracos da avaliação da área de qualidade ...................................... 170
5.4.4 Avaliação das outras dimensões do diagnóstico da empresa de Usinagem ............ 172
5.4.5 Indicadores do MDE para a empresa de Usinagem ............................................... 175
5.4.6 Classificação da empresa de Usinagem ................................................................ 176
5.4.7 Principais pontos fortes da empresa de Usinagem ................................................ 179
5.4.8 Principais pontos fracos da empresa de Usinagem ................................................ 182
5.5 Padronização do MDE na empresa de Usinagem - Action do PDCA .................... 182
5.5.1 Recomendações para a empresa de Usinagem ...................................................... 184
6 ANÁLISE DE RESULTADOS .................................................................................. 188
6.1 Análise dos indicadores MDE dos casos .............................................................. 188
6.2 Análise dos resultados segundo ferramenta estatística .......................................... 195
7 CONCLUSÕES FINAIS ............................................................................................ 203
7.1 Atendimento dos objetivos propostos ................................................................... 203
7.2 Recomendações para trabalhos futuros................................................................. 205
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ............................................................................ 207
xvii
1 INTRODUÇÃO
1.1 Motivação
2
• identificar as oportunidades de projetos de melhorias contínuas de forma alinhada
com os níveis hierárquicos da empresa.
6
Figura 1 Metodologia científica (adaptado de MARTINS, 1998; YIN, 2010)
De acordo com a estruturação na tabela 1, a pesquisa-ação pode ser composta por doze
fases segundo Thiollent (2003), mas na fase de seminário é necessário um melhor
detalhamento, pois se trata de uma técnica de estudo que inclui pesquisa, discussão e debate
com a finalidade de pesquisar e ensinar a pesquisar.
No entanto Vergara (2005) apresenta vinte e quatro fases e o terceiro autor é o próprio
pesquisador (CALADO, 2006) que baseado nos estudos dos especialistas Vergara, Yin,
Thiollent e outros aplica a pesquisa-ação e relata as dezenove fases utilizadas no seu estudo
para melhorar um leiaute industrial com o objetivo de solucionar um problema de risco de
acidentes em uma manufatura de eletrodomésticos. Verifica-se que a estrutura da pesquisa-
ação na prática pode ter diferentes etapas e estar desalinhada, conforme tabela1.
Nos anos 80, têm-se evidências da difusão e utilização desse tipo de pesquisa em
experiência de consultoria, com aplicação em diversas áreas de conhecimento como educação,
comunicação, serviço social, administração e outras, Thiollent (2003).
9
Tabela 1 Roteiro básico de aplicações da pesquisa-ação
THIOLLENT (2003) VERGARA (2005) CALADO (2006)
1 A fase exploratória: estabelecer o primeiro Define-se o tema e a proposta preliminar de pesquisa. Problemática: reduzir o risco de acidente na área
levantamento da situação, dos problemas e ações de tampografia de peças plásticas
2 O tema da pesquisa: designação de um problema Constitui-se a equipe de pesquisadores (se for o caso) O pesquisador é o coordenador e responsável pela
prático resolução do problema
3 A colocação dos problemas: o que se pretende resolver Procede-se a uma revisão de literatura pertinente ao O pesquisador se baseia em literaturas sobre
no campo teórico e prático tema de pesquisa. Produção Enxuta e pesquisa-ação
4 Lugar da teoria: alinhamento das teorias com a Procede-se ao contato inicial com o grupo ou a Consenso com a gerência para a realização do
realidade dos participantes. organização selecionada. trabalho em grupo
5 Hipóteses: suposição do pesquisador a respeito de Identificam os participantes da pesquisa. Forma-se o time de trabalho com técnicos,
possíveis soluções de um problema colocado na operadores e lideranças para melhoria do leiaute
pesquisa. atual
6 Seminário: examinar, discutir e tomar decisões Estuda-se a viabilidade de aplicação do método de Discute-se objetivo e plano
baseados no conjunto de informações processadas pesquisa-ação no meio considerado.
7 6.1 –definir o tema e equacionar os problemas para os Reúnem-se os participantes para a discussão acerca dos Reuniões constantes com o grupo para trabalhar
quais a pesquisa foi solicitada. problemas do grupo ou da organização sob na melhoria do leiaute
investigação e das possibilidades de ação.
8 6.2 – elaborar a problemática na qual serão tratados os Com base em uma suposição diagnóstica, coletam-se Coletam-se dados e análise do sistema atual, gera-
problemas e as correspondentes hipóteses da pesquisa dados para a elaboração do diagnóstico, por meio de se o leiaute atual e mapeamento do fluxo de valor
entrevistas, observações, seminários ou outros
procedimentos.
9 6.3 – constituir os grupos de estudos e equipes de Formula-se o problema de pesquisa, baseado na O time conclui que o leiaute deve ser modificado
pesquisa. Coordenar suas atividades integração com os participantes e, se for o caso, com a para redução do risco de acidentes
colaboração de especialistas.
10
10 6.4 – centralizar as informações provenientes das Escolhe(m)-se a(s) orientação(ões) teórica(s) que Escolhem-se os conceitos de Produção Enxuta
diversas fontes e grupos dará(ao) suporte à investigação, considerando-se o para a resolução do problema e aumento da
problema formulado. produtividade
11 6.5 – elaborar as interpretações Elabora-se diagnóstico. Elabora-se o mapeamento de fluxo de valor futuro
e estudos de viabilidade técnica e econômica
12 6.6 – buscar soluções e definir diretrizes de ação Intensifica-se a coleta de dados para o planejamento e a Elabora-se o leiaute futuro – célula de manufatura
implementação de ações. com melhorias no fluxo e eliminação dos
desperdícios
13 6.7 - acompanhar e avaliar as ações Selecionam-se as ações para implementação imediata. Selecionam-se as ações para implementação
imediata
14 6.8 – divulgar os resultados pelos canais apropriados Selecionam-se as ações para implementação futura. Selecionam-se as ações para implementação
futura (prazo 90 dias)
15 Campo de observação, amostragem e Elabora-se um plano de ações, considerando as ações a Apresentação e aprovação por parte dos gerentes
representatividade qualitativa serem implementados, os responsáveis pela
implementação e os prazos.
16 Coleta de dados: entrevista, questionários e outros Implementam-se as ações. Implementam-se as ações
meios com o devido esclarecimento.
17 Aprendizagem: estrutura de aprendizagem conjunta Avalia-se o resultado de cada uma das ações Avalia-se o resultado de cada uma das ações
reunindo analistas e usuários implementadas, em termos práticos e de implementadas, em termos práticos e de
desenvolvimento de conhecimentos teóricos. desenvolvimento de conhecimentos teóricos
18 Saber formal e saber informal: estrutura de Redirecionam-se as ações, se isso for considerado Não aplicável
comunicação entre os dois universos culturais com pertinente.
simplicidade
19 Plano de ação: ações planejadas, objeto de análise, Planeja-se a implementação de ações futuras. Revisão e planejamento de ações
deliberação e avaliação (o que? ; quê?; como?)
20 Divulgação externa: informação para todos os Resgata-se o problema que suscitou a investigação. Resgata-se o problema, se faz a confirmação do
11
participantes e interessados. processo de melhoria
21 Confrontam-se os resultados obtidos com a(s) teoria(s) Confrontam os resultados obtidos com as teorias
que deu(ram) suporte à investigação. que deram suporte à investigação
22 Formula-se a conclusão. Executa-se a confirmação do processo de
mudança, direciona pequenas atividades de
melhoria
23 Elabora-se um relatório de pesquisa. Elabora-se o relatório de pesquisa e faz o
fechamento do projeto com a homologação do
projeto (entrega aos responsáveis)
24 Divulgam-se os resultados da pesquisa aos Não aplicável, os participantes são co-
participantes. responsáveis pelas melhorias
12
Gráfico 1 Evolução da pesquisa-ação em periódicos
- Aproveita o conhecimento formal e informal, pois nem tudo está escrito ou já foi
investigado.
- Estabelecimento das regras práticas para a solução dos problemas e planejamento das
ações.
Thiollent (2003) sugere um roteiro para organizar a pesquisa-ação, sendo que esse é
apenas um ponto de partida para o pesquisador nortear seu trabalho, no qual é incluso: a fase
exploratória; o tema da pesquisa; a colocação dos problemas; o lugar da teoria; hipóteses;
seminários; campo de observação, amostragem e representatividade qualitativa; coleta de
dados; aprendizagem; saber formal e informal; plano de ação; divulgação externa.
O método de busca escolhido pelo pesquisador tem seis fases, cada fase requer uma
avaliação e decisão para se atingir o objetivo que é saber sobre a aplicação da pesquisa-ação
na linha de estudo do pesquisador. Descrevem-se na tabela 2 as fases e limitações básicas de
uma busca na base Compendex e mostram-se os resultados quantitativos, ou seja, de um
horizonte geral da porcentagem de artigos pesquisados em cada fase. Na fase de
Levantamento inicial da busca, encontram-se mais de 13 mil artigos que abordam o termo
14
Pesquisa-ação (Action Research em inglês), em seus títulos, palavras-chave ou mesmo nos
resumos dos artigos.
Nessa primeira fase definiu-se o período de tempo desde 1970 até a primeira semana
de janeiro de 2010 para se ter uma ideia da evolução do tema durante alguns anos, o
levantamento inicial já fornece uma primeira fase onde se faz o delineamento inicial
definindo alguns parâmetros para a pesquisa, sendo o de maior importância o título e o
período de publicação que se pretende obter.
Thiollent (2003) descreve que a pesquisa-ação opera nas áreas prediletas que são
educação, comunicação social, serviço social, organização, tecnologia e nas práticas políticas
e sindicais. Na pesquisa realizada no período de 2007 a 2010, já no último refinamento onde
15
são considerados apenas 132 periódicos acadêmicos, e baseados no código de identificação da
base Compendex, são identificadas as seguintes áreas de aplicação: matemática, inteligência
artificial, aplicações em informática, ciência de sistemas, técnica de otimização, teoria da
probabilidade, estatística matemática, engenharia profissional, telecomunicações, ergonomia e
engenharia humana, engenharia de segurança.
16
Tabela 3 Áreas de conhecimento da pesquisa-ação
Área de pesquisa Autores e ano
Pesquisa Industrial Chakravorty e Hales (2008), Errasti et al. (2009), Gales (2008),
Burgelman e Grove (2007), Papavramides (2007).
Tomada de decisão Craig e Lemon (2008), Yongbo et al. (2008), Sevkli et al. (2007),
Kaplan et al. (2007), Choy et al. (2008).
Pesquisa Ilie-Zudor e Monostori (2009), Cantista e Tylecote (2008), Straude et
al. (2007).
Qualidade assegurada Jiang et al. (2007), El-Saboni et al. (2009), Oh et al. (2008), Koura e
Talwar (2008), Lee (2007), Habraken et al. (2009)
Tecnologia Straude et al. (2007), Lee (2007), Choy et al. (2008).
Engenharia Industrial Charness e Tuffiash (2008), Agarwal et al. (2007), Li et al. (2008).
Gestão de projeto Koplin e Seuring (2007), Verner (2008).
Planejamento Hadaya e Cassivi (2007), Tsamboulas et al. (2007), Pillet e Maire
(2008), Lü et al. (2009), Wu et al. (2007).
Controle de Qualidade Total Rooke e Kagioglou (2007), Craig e Lemon (2008), Koura e Talwar
(2008).
Satisfação do cliente Ge et al.(2009), Cantista e Tylecote (2008), Kaplan et al. (2007), Yin et
al.(2009).
Custos Yu et al. (2009).
Controle de qualidade Yuecheng et al. (2009), Pillet (2008), Gonçalves (2009).
Logística Errasti et al. (2009), Lin e Gu (2008), Fritz e Hausen (2009), Lee e
Chan (2009).
Vendas Bruzzone e Tremori (2008).
17
Capítulo 3: Descrevem-se alguns conceitos relevantes para a fundamentação da
pesquisa. Aborda-se alguns tópicos relevantes como Benchmarking, o gerenciamento
estratégico segundo a abordagem Hoshin Kanri e o Sistema Grey como método de seleção e
avaliação de indicadores.
18
2 CONCEITOS E TERMINOLOGIAS DOS PRINCÍPIOS LEAN
Christopher (2007) com sua visão de marketing e logística acredita que o sucesso de
mercado está relacionado à vantagem competitiva e aos três Cs: companhia, concorrentes e
clientes. Deve-se obter a vantagem para o cliente ao custo que ele deseja pagar, ou seja, uma
vantagem de custo e de valor, nos quais a vantagem de valor é ser responsivo confiável e com
serviços personalizados. A vantagem de custo é conseguir ter fornecimento sincronizado, giro
dos ativos e gerenciar a capacidade, utilizando a capacidade de maneira adequada. Segundo
Christopher (2007) as atividades de apoio e primárias devem se organizar de forma matricial e
seqüencial para atingir a margem de lucro desejada para a continuidade do negócio (figura 2).
19
através do melhor gerenciamento da logística e da cadeia de suprimentos. (CHRISTOPHER,
2007).
Ghinato (1995) na figura 5, mostra de acordo com sua pesquisas, o uso e alinhamento
de ferramentas e métodos com o modelo para o Sistema Toyota de Produção e Womack et al.
(1998), não coloca nenhuma estrutura para atingir o pensamento enxuto, mas sugere o
Planejamento Hoshin, que é uma ferramenta para a tomada de decisões estratégicas para a
equipe de executivos de uma empresa. Essa ferramenta focaliza recursos nas iniciativas
críticas necessárias para concretizar os objetivos de negócios da empresa. Usando diagramas
matriciais semelhantes aos empregados no desdobramento da função qualidade (QFD),
selecionam-se de três a cinco objetivos-chave e desconsideram-se todos os outros. Os
objetivos selecionados são traduzidos em projetos específicos e desdobrados até o nível de
implementação na empresa.
22
Figura 5 Estrutura do modelo Toyota (GHINATO,1995)
23
Quadro 1 Prazo para o salto para o pensamento enxuto (WOMACK; JONES, 1998)
Fase Etapas específicas Prazo
Inicie o processo Encontre um agente de mudança Seis meses
Conheça as técnicas do pensamento enxuto
Encontre uma alavancagem
Mapei as cadeias de valor
Inicie o kaizen do fluxo
Expanda seu escopo
Crie uma nova Reorganize-se por família de produtos Seis meses até
organização Crie uma função enxuta dois anos
Desenvolva uma política para o excesso de pessoal
Desenvolva uma estratégia de crescimento
Elimine os obstáculos
Instale a mentalidade da perfeição
Instale sistemas de Introduza a contabilidade enxuta Anos três até
negócios Implemente a transparência quatro anos
Inicie o desdobramento da política
Introduza o aprendizado do pensamento enxuto
Encontre ferramentas do tamanho certo
Termine a Aplique essas etapas a seus fornecedores/clientes Final de cinco
transformação Desenvolva uma estratégia global anos
Transição da melhoria de cima para baixo para melhoria de baixo
para cima
24
CADEIA DE VALOR: atividades específicas necessárias para projetar, pedir e oferecer
um produto específico, da concepção ao lançamento do pedido à entrega, e da matéria-prima
às mãos do cliente.
PERFEIÇÃO: eliminação total de qualquer atividade que consome recursos, mas não
cria valor para que todas as atividades ao longo do tempo de uma cadeia de valor criem valor.
Nas últimas décadas, os altos executivos das empresas têm adotado programas de
melhorias no esforço de transformar as companhias para competirem com sucesso no futuro,
como exemplo das iniciativas de melhoria tem-se: Gestão da qualidade total; Produção e
sistemas de distribuição (just-in-time); Competição baseada no tempo; produção enxuta /
empresa enxuta; Criação de organizações focalizadas no cliente; Gestão de custos baseada em
atividades; Empowerment dos funcionários e Reengenharia.
26
que tem uma proposta de etapas de implantação do Lean de forma alinhada com os princípios
e ferramentas.
Segundo Feld (2000) e Satolo et al. (2000) os métodos e técnicas que em geral são
utilizados na implementação da produção enxuta (figura 10), objetivando o combate às fontes
de desperdício e melhorias no processo, podem ser agrupadas em cinco grandes grupos que
são:
27
Organização e cultura – refere-se a questões relacionadas ao indivíduo, aprendizado,
comunicação e valores partilhados na organização.
A partir da seção 2.4, faz-se uma revisão de literatura sobre os conceitos dos princípios
básicos do sistema de operações e logísticas (figura 6) e seus prováveis métodos e
ferramentas, na qual se indica várias referências bibliográficas.
30
2.4 Produzir somente conforme a demanda
31
Considera-se, por exemplo, em uma cadeia de suprimentos de bens de consumo como
clientes externos, os atacadistas, os varejistas e as subsidiárias e como clientes internos pode-
se ter os centros de distribuição e armazéns que pertencem ou que estão sob controle e gestão
da empresa.
Circuito fechado
O objetivo do sistema puxado é somente produzir uma peça, sempre que possível,
quando o seu consumidor a necessita, em um curto espaço tempo, que dispensa um estoque
32
entre duas etapas do processo. As ações resultam na redução de estoques, redução de tempo
de percurso, aumento do desempenho na entrega e melhorias no processo de planejamento,
controle, programação e controle da produção.
O sistema puxado traz uma vantagem para a cadeia de processos (cliente – produção –
fornecedor), uma vez que todas as etapas do processo são conectadas entre si através do
sistema puxado, pois as ordens de cliente acionam a produção em um ponto definido do fluxo
de processo total. Os responsáveis pelo controle de produção que se baseiam em um plano são
completamente substituídos por processos auto-controlados. Outra vantagem é que as
previsões de vendas são utilizadas para planejamento de capacidades e demandas a médio e
longo prazo.
Just in Time (JIT), termo inglês significando exatamente no prazo. É um conceito para
a provisão de material para um determinado ponto de fornecimento. JIT significa que o
material certo, no momento certo, na quantidade certa é fornecido ao local certo. Isso ocorre
com base em uma demanda concreta de um cliente. Considerando esses requisitos, é
executado o gerenciamento de um fornecedor (DAILEY, 2003; OHNO, 1997; MIYAKE,
2008; SLACK et al., 2009; CORRÊA, 2010; SLACK et al., 2008; SANTOS et al., 2009;
SIMCHI-LEVI et al., 2010; ANTUNES et al., 2008; KRAJEWSKI et al., 2009; MARTINS,
2005).
Kanban, definido como cartão em japonês, é uma ferramenta que controla e gerencia
visualmente o fluxo de informações e regula o suprimento de materiais entre processos.
34
Sinaliza que o cliente interno ou externo, consome um material ou um produto. O fornecedor
interno ou externo é ativado para re-fornecer ou re-produzir esse produto. Quando o cliente e
o fornecedor se comunicam e agem através desse procedimento, intervenções externas não
são mais utilizadas. Trata-se então de um círculo de regulagem auto-controlado (CALADO et
al., 2005).
O sistema milk run é uma derivação do fornecimento direto, similar ao antigo carro de
entrega de leite, um leiteiro que executa entregas em um tempo pré-definido em uma rota
específica, onde substitui garrafas vazias por garrafas cheias. No processo de produção,
através de milk runs o fornecimento de materiais é executado em uma rota definida em
tempos pré-determinados e em quantidades e composições fixas.
35
Esse sistema proporciona a padronização do suprimento de materiais, por exemplo, se
pode pré definir um ciclo de percurso circular interno menor que duas horas, onde o trem milk
run (figura 13) faz diversas paradas; as paradas são visualizadas pelo cliente; existe entrega
direta no local de consumo; as embalagens são padronizadas; gerenciam-se de maneira
integrada as embalagens vazias.
36
Out, que em portugues significa primeiro a entrar, primeiro a sair). Trata-se somente de um
meio auxiliar para implementar kanban e deve ser visto como solução intermediária no
caminho para a produção em fluxo contínuo orientada pelo cliente.
A definição do takt do cliente ou também conhecido pelas empresas como takt time é
o período médio de tempo dentro do qual o cliente necessita de uma peça, dependendo do
tempo de produção disponível.
37
Takt Tempo de produção disponível por unidade de tempo [seg]
=
do cliente Demanda média de cliente por unidade de tempo [peça]
O takt do cliente, segundo Dailey (2003); Bass and Lawton (2009); Santos (2009);
Antunes (2008); Shingo (2009); Liker e Meier (2007) Calado e Calarge (2009b) e Murman et
al. (2002) pode ser submetido a oscilações e precisa ser periodicamente controlado, sua
finalidade é sincronizar a produção com a demanda do cliente; evitar interrupção de
fornecimentos, utilizando estoques mínimos; reduzir ativamente tipos de desperdício, como
excesso de produção, transporte e estoques; cumprir expectativa do cliente, fornecendo a
quantidade certa no tempo certo. Dessa forma pode-se planejar as capacidades de fabricação
de forma transparente e minimizar o efeito chicote da cadeia de suprimentos e, para tanto, as
manufaturas têm aprendido o nivelamento da produção e praticado o sistema de fluxo
unitário, a troca rápida e o mapeamento do fluxo de valor (figura 14).
39
Troca rápida, também conhecida como SMED (Single Minute Exchange of Die,
traduzido como troca rápida de ferramentas em menos de dez minutos) é um procedimento
padronizado para redução do tempo de setup por atividade. É um pré-requisito para a
realização de menores tamanhos de lotes. A produção e a cadeia de suprimentos se favorece
da ferramenta para a padronização de procedimento de troca, redução de tempos de troca,
aumento de frequência de troca, redução de tamanhos de lotes, redução de lead times de
reposição e redução de estoques de pequenos estoques e de armazéns (DAILEY, 2003;
MIYAKE, 2008; SLACK et al., 2008; SLACK et al., 2009; SLACK et al., 2008; SANTOS et
al., 2009; ANTUNES et al., 2008; KRAJEWSKI et al., 2009; MARTINS, 2005; JACOBS,
2009; STEVENSON, 2001; MOREIRA, 2008; CORRÊA; CORRÊA, 2007; SHINGO, 2009;
SHINGO, 2000; SHINGO, 1996, SHINGO, 1996a; MURMAN et al., 2002; CALADO;
CALARGE, 2001; Alves et al., 2007, CALADO; BIONDI, 2007).
40
contínuos, como exemplo, de processos discretos por projeto são navios, projetos
arquitetônicos ou carros de corrida; por jobbing são roupas por encomendas, restauradores de
móveis ou aviões; por lote ou batelada são máquinas, peças para carro ou roupas; produção
em massa são carros, pizzas, congelados ou produção de CDs (Centros de Distribuição). As
empresas como CPFL, Petrobras, de processos contínuos que produzem, por exemplo, energia
elétrica, refino de petróleo, processos químicos e até cerveja, já utilizam muitas práticas
modernas de produção e qualidade no gerenciamento da cadeia de Suprimentos.
O fluxo de valor é toda ação com ou sem agregação de valor que é necessária para a
transformação de cada produto, onde é importante o fluxo de produção da matéria prima até o
consumidor e o fluxo de projeto da concepção até seu lançamento. O fluxo total de valor
atravessa toda a cadeia, na direção do consumidor e inicia na última camada de fornecedor e
transpassando pela manufatura, figura 16.
42
Já existe uma consciência das empresas de manufatura que o gerenciamento da cadeia
de suprimentos tem forte implicação estratégica e, através dela, é possível aumentar a
competitividade, mas tem surgido a preocupação com a valorização do fluxo de produtos e
/ou serviços e fluxo de informações que nas últimas duas décadas as empresas passaram de
maneira gradativa a aplicar a ferramenta de mapeamento da cadeia de valor.
43
trabalhando conjuntamente, em regime de cooperação mútua, para controlar, gerenciar e
aperfeiçoar o fluxo de matérias-primas e informação dos fornecedores para os clientes finais.
Autores como Slack et al. (2009), Krajewski, et al. (2009), Pires (2004), Taylor
(2005), Corrêa (2010) apresentam ilustrações da representação de cadeia de suprimentos, de
forma sistêmica, mostrando a interconexão. Como exemplo mostra-se na figura 18, os
principais termos e as interconexões de relacionamento entre as operações da cadeia de
suprimentos (SLACK et al., 2002; 2009).
44
O gerenciamento de suprimentos descreve a efetiva utilização do mercado de compras,
para cumprir demandas na fabricação dos produtos desejados, através de referências a custos,
vantagens decorrentes de qualidade e de inovações. Sob a perspectiva comercial, é a soma de
todas as atividades para o suprimento do empreendimento com materiais, instalações, serviços
e mercadorias. Sob a perspectiva da logística, todas as atividades para cobertura da demanda
de materiais. Através do gerenciamento de suprimentos adquirem-se as peças certas dos
fornecedores certos, aproveitam-se as oportunidades do mercado global, definem-se as
responsabilidades e a interface com os fornecedores externos (SLACK et al., 2009; SLACK et
al., 2008; CHOPRA; MEINDL, 2003; LIKER, 2007; MURMAN et al., 2002; CALADO et
al., 2005).
45
O setor de compras opera abrangendo áreas e funções (desenvolvimento, qualidade,
disponibilidade) em conjunto, para assegurar a melhor combinação entre função, qualidade,
fornecimento e custos. As decisões de compras são tomadas exclusivamente mediante os
critérios e objetivos. O objetivo é a consideração do benefício total (custo total) arcado por
todos os participantes, isto é, entre outros também são considerados custos de transações e
custos variáveis.
47
O gerenciamento de fornecedores (SIMCHI-LEVI et al., 2010; NOVAES, 2007;
STEVENSON, 2001; BOWERSOX et al., 2007; LIKER; MEIER, 2007) descreve as
diretrizes para o sistemático gerenciamento das relações com fornecedores. Elementos
importantes nesses processos são a avaliação, a classificação e o desenvolvimento de
fornecedores, pois o gerenciamento de fornecedores define as relações das empresas com seus
fornecedores com base em fundamentos sólidos nos quais as estratégias individuais podem ser
definidas no contexto da estratégia de grupos de materiais.
49
2.5.1 Gerenciamento de variantes e modificações
Por outro lado a liberação de ordem de produção, que é a liberação inicial do produto
para sua fabricação em série, assegura que foram cumpridos todos os pré-requisitos para uma
ordenada fabricação em série de um produto seguindo os procedimentos da empresa, por
exemplo: instruções, planos de trabalho, desenhos, planos de execução de testes, além da
validação das peças, contabilização dos custos e a disponibilidade de peças (MORGAN;
LIKER, 2008).
52
2.6 Desafiar e incentivar colaboradores: gestão de pessoas
53
alcance de nossos objetivos, assim, citam-se métodos que os especialistas de recursos
humanos podem selecionar as ferramentas de forma personalizada.
A empresa deseja aumentar seu nível ou estar presente como líder de desempenho em
produtos, processos, qualidade e custos, mas depende de uma cultura de excelência.
Orientação para o desempenho identifica a ambição da empresa e de seus colaboradores em se
concentrarem sistematicamente para alcançarem os objetivos da empresa e obterem
excelentes resultados de trabalho. Esse método também é personalizado e busca assegurar a
máxima contribuição de cada colaborador individual para alcançar os objetivos da empresa e
contribuir para aumentar a eficiência do trabalho e evitar desperdícios. Os conteúdos de
atividades e tarefas podem ser definidos de forma adequada e serem conhecidos pelos
colaboradores. Os sistemas de remuneração orientados para o desempenho e / ou sucesso é
um projeto já experimentado e pode ser implementado de acordo com a necessidade e
maturidade da empresa (CORRÊA; CORRÊA, 2007; LIKER; MEIER, 2007; MURMAN et
al., 2002; LIKER; MEIER, 2008).
De acordo com a qualidade total podem-se usar vários métodos e ferramentas para
alcançar uma qualidade de produtos que corresponda às expectativas dos clientes, criarem
confiança e consolidar as relações com clientes e fornecedores através de processos
padronizados e enxutos, para maior satisfação dos clientes, evitar não-conformidades e atingir
os objetivos da empresa, tais como redução de erros, refugos, retrabalho e custos de garantia.
Neste trabalho citam-se alguns métodos usados em empresas pesquisadas, ilustrados, na
figura 22 e descritos a seguir.
A prevenção de defeitos também pode ser ativada pela constante análise de defeitos
detectados, lições aprendidas. Quanto mais tarde for detectado e corrigido um defeito, mais
dispendioso ele fica, pois todo defeito custa tempo e dinheiro. Na prevenção de defeitos no
processo de desenvolvimento de produtos e processos pode envolver os fornecedores,
principalmente na fase de desenvolvimento, os colaboradores conhecem defeitos do passado,
é viável que os defeitos fiquem documentados sistematicamente e sejam tratados de forma
preventiva. As ferramentas de CCQ (circulo de controle de qualidade) tem sido uma boa
alternativa, mas não se pode abrir mão do conhecimento e aplicação da FMEA, poka yoke e
CEP explicados na sequência (GHINATO, 1995).
Failure Mode and Effects Analysis – FMEA (analise de efeito e modo de falha) é um
método analítico formalizado, para identificar potenciais pontos fracos, reconhecer seu
significado e os evitar com antecedência. Na prática têm-se os FMEA de sistema (para novos
produtos, processos e interfaces); FMEA de projeto (para novos componentes e peças);
FMEA de processo (para novos processos de fabricação e montagem). A finalidade de aplicar
o FMEA é aumentar a segurança funcional, melhorar os produtos, reduzir custos de defeitos,
de refugo e retrabalho, analisar a avaliação de efeitos de defeitos, prevenir repetição de
defeitos e duplicação do trabalho, otimizar o sistema / construção / processos, criar uma base
57
de conhecimentos e documentar as experiências. Equipes FMEA são constituídas por
representantes de todas as áreas de competência, após conclusão de FMEA a partir de um
valor RPN (limite a definir pela fábrica) são planejadas medidas nas quais são implementadas
consistentemente dentro dos prazos definidos. Utiliza-se com maior frequência na introdução
de novas tecnologias, materiais ou processos e sistemas, peças ou processos relevantes para a
segurança (BRAZ, 2008; SLACK, 2009; BASS; LAWTON, 2009; SLACK et al., 2008;
SANTOS et al., 2009; MARTINS, 2005; CORRÊA; CORRÊA, 2007).
Poka yoke é um método para prevenir e/ou evitar falhas (erros / defeitos) causados
involuntariamente por pessoas. A tradução do japonês corresponde a “poka” = erro
involuntário “Yoke” = evitar), a integração de poka yoke em processos, produtos e meios de
operação exclui a possibilidade de operação ou montagem defeituosa. Poka yoke é uma
técnica que facilita o processo de trabalho e aumenta a segurança no local de trabalho e evita
danos às máquinas, em alguns casos se aplica em processos de montagem nos quais existe
risco de confusão entre componentes ou possibilidades de utilização incorreta (DAILEY,
2003; OHNO, 1997; MIYAKE, 2008; SLACK et al., 2009; SANTOS et al., 2009;
ANTUNES et al., 2008; KRAJEWSKI et al., 2009; MARTINS, 2005; CORRÊA; CORRÊA,
2007; SHINGO, 2009; SHINGO, 1996a, SHINGO, 1996b; LIKER; MEIER, 2007;
MURMAN et al., 2002; GHINATO, 1995).
58
MOREIRA, 2008; GAITHER; FRAIZER, 2007; CORRÊA; CORRÊA, 2007; SHINGO,
1996a, SHINGO, 1996b; GHINATO, 1995; SAMOHYL, 2005; JURAN, 2009).
60
A análise de pareto é um conceito descoberto pelo economista italiano Vilfredo
Pareto, que constatou que cerca de 80% da riqueza mundial estava nas mãos de 20% da
população. Este princípio de 80/20 é bastante utilizado na análise de várias situações
cotidianas de operações. Na década de 1960, Juran propos a análise de Pareto como uma
forma de “separar os poucos elementos vitais” em uma análise. Entende-se que classificando
em ordem decrescente os problemas que produzem maiores efeitos e se atacá-los tem-se
maior capacidade de solução e maximiza-se dos resultados (CORRÊA; CORRÊA, 2007;
BRAZ, 2008).
62
Faz-se a correta designação de causas de defeitos (fornecedor, montagem, logística
etc.) para justa avaliação de fornecedor e determinação de medidas de correção /
melhoramento. Determina-se a parcela de responsabilidade do fornecedor por um defeito,
como base para o cálculo do respectivo custo de reclamações de garantia. Há identificação de
mecanismos de defeitos no campo, a serem utilizados como base para melhoramentos em
novos desenvolvimentos.
Entre as ferramentas básicas da qualidade que podem ser utilizadas para análise
preliminar do processo e que busca-se iniciar a análise das causas de variação óbvias e
potenciais, segundo a abordagem 6 Sigma está o Boxplot, tal ferramenta está disponível no
software Minitab e em outros programas computacionais (TRIOLA, 2008). O diagrama de
63
caixa (em inglês boxplot) é uma representação gráfica da distribuição de dados de variáveis
que apresenta a variabilidade e simétria de dados, o boxplot sintetiza o que de melhor se pode
ter com as medidas de dispersão envolvendo dados ordenados. Os valores são dispostos em
ordem crescente contendo 100% das observações, trata-se em percentil de ordem 25, 50 e 75
sendo chamados de quartil e representados por Q1, Q2 e Q3. O boxplot consiste em uma caixa
(um retângulo), conforme a figura 23, com o nível superior definido pelo terceiro quartil (Q3
= 75%) e o nível inferior definido pelo primeiro quartil (Q1 = 25%).
64
Para Triola (2008) os diagramas de caixa são particularmente úteis para a comparação
de conjunto de dados, especialmente quando são desenhados na mesma escala. Uma vez
visualizando simultaneamente vários aspectos importantes dos dados, tais como tendência
central ou posição, dispersão ou variabilidade, afastamento da simetria e identificação de
observações muito afastadas da maior parte dos dados (essas observações são muitas vezes
chamadas de discrepantes ou outlier) pode-se comparar o conjunto dos mesmos dados em
tempos diferentes e enxergar o quanto cada boxplot está melhor ou pior sob os aspectos
citados (MONTGOMERY, 2009).
Slack et al. (2009) sugerem um modelo na figura 24 na qual mostra a relação da gestão
de operações com a estratégia de operações. A estratégia de operações é norteada pelos
objetivos da estratégia de operações, estes são oriundos do desdobramento das metas e
diretrizes da empresa.
65
responsiva baseada em conhecimento e habilidades inovadoras (SLACK et al., 2008;
JACOBS, 2009).
Descreve-se o pensamento de evitar desperdícios, valor que o cliente não quer pagar
como a melhoria contínua através da orientação por resultados e dos processos sustentáveis,
que significa garantir o melhor uso dos recursos (figura 25). Criam-se processos orientados
para a agregação de valor já no desenvolvimento e planejamento, e eliminam-se, por conta
66
própria, desperdícios não somente na produção, mas em todas as áreas ao longo da cadeia de
agregação de valor.
67
2.8.1 Trabalho padronizado e introdução do conceito OEE
A organização do local de trabalho (do japonês: 5S) cria um local de trabalho conciso,
ergonômico, continuamente limpo e seguro e aumenta a motivação de colaboradores e a
eficiência do mesmo. Atinge-se a transparência, reduzem-se tempos de procura e longos
caminhos, melhora-se a utilização do espaço, disponibilidade de máquinas e a motivação dos
colaboradores sem contar que minimiza os riscos de má qualidade. Ordem e limpeza são
visíveis em todas as áreas, meios de trabalho e suas localizações são claramente identificados
e dispostos com base em seu efeito de criação de valores. Sistema de auditoria com
responsabilidades são definidas através de planos de limpeza e checklists (DAILEY, 2003;
MIYAKE, 2008; SLACK et al., 2009; SANTOS et al., 2009; ANTUNES et al., 2008;
KRAJEWSKI et al., 2009; MARTINS, 2005; CORRÊA; CORRÊA, 2007; SHINGO, 2009;
LIKER; MEIER, 2007; WOMACK; JONES, 2006; MURMAN et al., 2002; ALVES;
CALADO, 2005).
Máquinas e seres humanos são passíveis de falhas que podem conduzir a erros e
defeitos, que afetam sistemas, instalações, pessoal, fornecedores e clientes. Com a
implementação de medidas adequadas pode-se reduzir as falhas e com a previsão de defeitos
consegue-se identificar as causas raiz. Buscam-se, dessa forma, condições que garantam
processos padronizados, confiáveis e eficientes, com objetivo de proporcionar uma qualidade
de produtos que atendam não só às expectativas dos clientes, mas que também evitem
interrupções do processo devido às paradas dos equipamentos. Os defeitos geram
instabilidade no processo OEE baixo e acabam comprometendo os prazos e custos.
69
Pode-se assim gerenciar um sistema produtivo através do OEE e conhecer em tempo
real a incidência de problemas e/ou focos de perdas e desperdícios nos fluxos de produto,
processos e informações. Tendo o indicativo assim do OEE em tempo real, pode-se então
desenvolver um plano de ação baseado na utilização de métodos focados no combate às fontes
de desperdícios nos processos produtivos (CALADO; CALARGE, 2009b; CALADO; LIMA,
2005; CALADO et al., 2010).
70
Como resultado da pesquisa mostra-se um crescimento da importância do OEE para o
meio acadêmico e industrial nas duas últimas décadas (gráfico 2). De 1994 até 2003 atingiu-
se uma média de 2,8 artigos por ano e visualiza-se a estatística mais recente de 2004 até 2009,
os últimos seis anos, já é possível enxergar três vezes mais artigos completos publicados, ou
seja, de 2,8 artigos se atingiu a média de 9,3 artigos internacionais por ano que tratam do OEE
e demais temas que são relacionados.
71
Parada 1. Sem programa
prevista (ex: greve de 30 min.)
2. Fora do programa
(ex: quebra de máquina)
Parada C la
3. Parada programada
não to
(ex: manutenção preventiva) t
prevista 4. Melhorias D op
(ex: alteração no processo) m
eT
5. Auxiliar B
Sem (ex: falta de material) A
Parada 6. Produtivo
(ex: produz no tempo ciclo)
A = Tempo de produção; B = Utilização de equipamento;
C = Equipamento parado; D = Tempo operacional
Estado sem programa: significa falta de programação, considera-se como uma parada
prevista, ou seja, quando o equipamento para de ser utilizado em produção de forma
programada. Exemplos: parada nos fins de semana, feriados, trocas de ferramentas indevidas
e paralisações da empresa (reuniões sindicais).
Estado fora do programa: classificado como uma parada não prevista, é quando o
equipamento não está em condições de executar sua função planejada devido a eventos não
planejados. Exemplos: parada por manutenção, ou seja, a máquina está esperando por pessoal
ou peças, aguarda consertos ou parada para trocar o material de consumo.
72
administrar experiências de melhorias. Exemplo: esse estado inclui atividades de engenharia
de processo e manutenção para melhorar e modificar os equipamentos.
Estado auxiliar; considerado como sem parada, ou seja, quando o equipamento está em
uma condição de executar sua função planejada, mas não é operado, Exemplos: quando não
há operador disponível (absenteísmo, os almoços e reuniões), não há material disponível ou
não há ferramenta de apoio. Estado produtivo, também é considerado sem parada, ou seja,
quando o equipamento está executando sua função planejada, podendo ser classificado nos
seguintes estados: produção regular (inclui a carga e descarga de peças), trabalho para
terceiros, retrabalho ou melhorias feitas junto com a produção. Os seis estados fundamentais
do OEE são exemplificados na figura 26.
O quarto tipo de perda diz respeito à perda de qualidade, pois os defeitos e falhas no
produto geram refugo no início da produção e retrabalho. Segundo Nakajima (1988) que na
década de setenta implementa o conceito em centenas de empresas japonesas e recentes
autores (HANSEN, 2006; SLACK et al., 2008; DENNIS, 2008) o OEE é calculado
multiplicando uma taxa de disponibilidade pela taxa de performance, pela taxa de qualidade,
conforme ilustração da figura 27.
C Produção Teórica
Performance
Pequenas paradas
D Produção Atual Redução de velocidade
E Produção Atual
Qualidade
Refugo
F Produtos Bons Retrabalho
OEE = B/A x D/C x F/E = Taxa de disponibilidade x Taxa de performance x Taxa de qualidade
São listados no quadro 2, de forma cronológica das boas práticas mais relevantes que
foram pesquisadas e implementadas nessa empresa no período de 1998 a 2009, nos últimos 11
anos pelo pesquisador junto com diversas equipes multifuncionais de melhoria contínua.
Muitos dos trabalhos de pesquisa e implementações se tornaram artigos publicados em anais
de congressos (CALADO et al., 2005; CALADO, 2006; CALADO et al., 2010; CALADO;
BIONDI, 2007; CALADO; CALARGE, 2009a; CALADO; CALARGE, 2009b; CALADO;
LIMA, 2005; CALADO; LIMA, 2003; CALADO et al., 2003; CALARGE; CALADO,
2001).
77
plásticas
Auditoria do sistema de produção (OEE, WIP, CEP, TPM, MTM/Ergonomia, Gestão Visual,
Trabalho padrão, Arrisque e SMED)
Elaboração de proposta de plano diretor para a fábrica
Revitalização do kanban e 5S
Aplicação do SMED e DMAIC na estamparia
Desdobramento de metas para os departamentos da industrial
Gerenciamento da rotina do dia-a-dia
Estruturação do Comitê Lean da Empresa Brasileira
78
Desdobramento de metas coorporativo
2009 Aquisição da empresa brasileira por outra empresa multinacional do mesmo segmento
Os últimos resultados são através da sinergia e de uma visão gerencial, com utilização
evolução de melhores planejamentos estratégicos e formas diferentes de gerenciar a empresa.
Baseado na figura 29, ilustrações da representação de cadeia de suprimentos na qual se mostra
de forma sistêmica a interconexão, elaborou-se a figura 30 para o entendimento quanto à
cadeia de suprimentos da empresa pesquisada e o relacionamento entre as operações da cadeia
de suprimentos, antes da sua melhoria, ou seja, a implantação do parque industrial.
79
Em seguida com a figura 31, mostra como se pode ter uma visão e ideia da agregação
de valor através do mapeamento do fluxo de valor (MFV) estado atual comparando com o
MFV estado futuro (figura 33).
80
Figura 31 MFV esboço da fábrica de refrigeradores – estado atual
81
Figura 33 MFV esboço da fábrica de refrigeradores pós parque industrial
Ao que parece Slack (2009) tem razão quando afirma que a perspectiva “de cima para
baixo” considera as decisões estratégicas de acordo com um número de níveis. A estratégia
coorporativa estabelece os objetivos para as diferentes empresas do grupo. As estratégias
funcionais estabelecem os objetivos de cada função à estratégia da empresa. Portanto as
decisões estratégicas funcionais na qual aloca os recursos de modo a atingir os objetivos
funcionais são orientados e subordinadas das decisões estratégicas do negócio que
estabelecem os objetivos competitivos e desdobram metas e na qual estão subordinadas as
decisões estratégicas coorporativas de primeiro nível onde são responsáveis pela definição do
tipo de negócio e alocação dos investimentos.
Uma vez já realizada no capítulo 2 uma revisão bibliográfica sobre abordagem Lean
entre outros tópicos relevantes e relacionados, será feita a seguir uma revisão bibliográfica de
fundamentos relacionados ao planejamento hoshin para alinhamento e integração das
ferramentas, métodos e princípios da organização empresarial.
82
3 FUNDAMENTOS TEÓRICOS SOBRE BENCHMARKING E
HOSHIN KANRI
Benchmarking pode ser definido como a busca por melhores práticas da empresa que
conduzem ao desempenho superior (CAMP, 1989). Lançado pela Xerox, o benchmarking tem
sido amplamente adotado desde a década de 1990 por empresas como iniciativa de melhoria
(PORT; SMITH, 1992). Segundo Voss et al. (1997), o Benchmarking é vital para a
companhia aprenderem a melhorar o desempenho e a organização, a melhoria pode ser
alcançada através da identificação das boas práticas e estabelecimento de metas de
desempenho. Esse modelo (figura 34) busca aumentar a compreensão dos pontos fortes e
fraquezas em relação aos concorrentes e podem-se obter benefícios reais quanto se focam nas
necessidades da organização.
83
oferecer à indústria nacional uma ferramenta ímpar de avaliação e comparação de suas
práticas e seus resultados em relação às líderes mundiais.
84
Facilitador do benchmarking industrial, que é o consultor credenciado pelo IEL/SC
para aplicar o benchmarking industrial; Líder do time de benchmarking, que é a pessoa
responsável pela coordenação da aplicação do benchmarking industrial por parte da empresa;
Time de benchmarking, que é o time formado por pessoas de vários níveis e vários setores da
empresa e seguem passos descritos a seguir:
85
Vale salientar que o arquivo respostas do questionário de benchmarking industrial
deverá ser enviado pelo líder para o facilitador do benchmarking via e-mail, antes da visita do
mesmo à empresa (antes do 3º passo). Em se tratando de uma aplicação multiplantas (várias
unidades operacionais de uma mesma empresa), a resposta do questionário deve refletir a
unidade operacional na qual o gestor e seu time trabalham, ou seja, pense numa fotografia da
unidade na qual trabalha.
No primeiro dia de atividades na empresa, deve ser realizada uma visita do facilitador
do benchmarking industrial à unidade produtiva que será avaliada. Posteriormente, deve
ocorrer uma reunião entre o facilitador e o time de benchmarking da empresa para discussão
das questões apresentadas no questionário. É necessário para a realização do trabalho, que
estejam disponíveis um computador e um projetor multimídia. Na programação no período da
manhã (quadro 3), ou seja, durante o processamento dos dados, não é necessário que o time
ou o líder acompanhe o facilitador.
Os passos três (após a visita à unidade fabril) e quatro poderão ser realizados fora da
empresa, em locais como hotéis, centros de convenção etc., desde que as evidências dos
indicadores sejam apresentadas e sejam providenciadas instalações que possam garantir o
bom andamento do trabalho.
87
comparativa. As categorias são utilizadas tanto para o relatório individual de uma empresa,
quanto para uma amostra estudada, sendo também utilizadas para a identificação de
oportunidades de melhorias. Portanto, é importante expor a lógica em que se baseia a análise.
88
implementadas na empresa. Ex.: participação dos empregados, automação e sistema da
qualidade. Performance são os resultados mensuráveis obtidos pela empresa. Ex.: rotatividade
dos estoques, satisfação dos clientes e índice de defeitos
Empresa Classe Mundial é definida no modelo como aquela que alcançou um nível de
práticas e performances igual ou superior a 80% do padrão descrito como classe mundial. São
caracterizadas por ter implantado grande parte das melhores práticas disponíveis na indústria
e por serem competitivas no mercado internacional.
Na categoria “Desafiadora” estão as empresas que obtiveram entre 60% e 80% nos
índices de práticas e performances, porém não atingiram o nível Classe Mundial. Empresas
classificadas como Promissoras apresentam níveis de práticas superiores a 60% e níveis de
performances ainda inferiores a 60%. São empresas que têm investido na modernização e
adoção de melhores práticas, porém ainda não obtiveram o retorno devido. O desafio dessas
empresas é melhorar suas performances por meio da utilização efetiva dos recursos
instalados. Duas situações são possíveis: as práticas foram implantadas recentemente e se está
em período de aprendizado; as práticas foram implantadas e persistem dificuldades
operacionais, causadas por treinamento deficiente dos colaboradores ou por adaptação
incorreta à realidade do processo específico.
89
Existem empresas que, embora estejam obtendo resultados satisfatórios, têm um índice
de práticas muito baixo. Foram classificadas como Vulneráveis, pois os resultados não são
consistentes e sua posição é muito instável e difícil de ser sustentada a longo prazo se as
condições de competição vierem a se acirrarem. Algumas empresas com processos muito
simples podem alcançar resultados bem superiores, com a implementação de melhores
práticas. Em todos os casos, é necessário analisar se o alto desempenho está sendo obtido pela
simplicidade do processo ou se a empresa está gerando custos para compensar ineficiências
operacionais, o que reduz a produtividade.
90
Figura 36 Áreas de avaliação do benchmarking industrial (adaptado de IEL/SC, 2006)
91
FE 5 Armazenamento e movimentação Produção Enxuta
92
MS 10 Danos sofridos por colaboradores Meio Ambiente, Saúde e Segurança
93
Logística
94
3.2 Teoria do Sistema Grey: método para seleção e avaliação
O professor Deng Ju-Long (1982) descreve o termo Grey System que também se
encontra a denominação como: Grey Relational Analysis - GRA (Liu, 2009) e Gray
Correlation Analysis (TIE-JUN; SHA, 2009). Existem muitos artigos que utilizam a
denominação Gray e não a denominação inicial, Grey System do professor Deng (1982).
Neste trabalho de pesquisa e aplicação, adota-se o termo Grey System que também pode ser
descrito e traduzido para método de análise de correlação Grey ou Sistema Grey.
Autores como Liu (2009), Gan e Zhang (2009), Li e Zhao (2009) e SU et al. (2009),
aderiram a um método híbrido de duas técnicas atraentes, ou seja, a fusão efetiva do processo
hierárquico-analítico (AHP - Analytical Hierarchy Process) e o sistema grey para melhor
tomada de decisão de processos.
96
demanda; Modelos matemáticos; Rede Neural; Tomada de Decisão; Otimização;
Controle de qualidade; Competitividade; Sistemas hierárquicos; Cibernéticas; Cadeias de
Suprimentos; Teoria de decisão; Desenvolvimento de produto; Gerenciamento de Projeto;
Engenharia de Produção; Indústria; Projeto de Produto; Satisfação do Cliente; Simulação em
computador; Engenharia industrial; Economia; Comércio eletrônico; Gerenciamento da
Cadeia de Suprimentos; Solução de Problema; Tecnologia; Sistemas Fuzzy; Garantia de
qualidade; Projeto; Vendas; Produtos agrícolas; Análise de Cluster; Processo de Hierarquia
Analítico; Materiais Granulado; Algoritmos; Sistemas de Imagem, entre outras várias
aplicações.
Segundo publicação Tie-jun e Sha (2008), análise de correlação Grey é uma análise
estatística de multi-fator. De acordo com os dados da amostra de todos os fatores, o grau de
correlação Grey é usado para descrever a força e a fraqueza, o tamanho e a forma da relação
entre fatores. Se os dados da amostra refletem a mesma situação mutativa de dois fatores, o
seu grau de correlação é maior, ao contrário é menor. Como exemplo a combinação dos
referidos três projetos (A1; A2; A3) em conjunto com o método de corte proporciona a
situação e projeto original (A4), um total de quatro projetos são analisados na tabela 5. De
acordo com Tie-Jun e Sha (2008) são dados que através das décadas de experiência na
implementação de diversos projetos, geraram os índices técnicos de economia de vários
projetos e estão na tabela 5.
97
Tabela 5 Índice técnico de economia para avaliar as melhorias de projeto (TIE-JUN; SHA,
2009)
Projeto
Índice A1 A2 A3 A4
X1: O grau de precisão (%) 90 95 99 99
X2: Investimento em estrutura 1 5 100 0,1
(x $ 10.000)
X3: Custo da Mão de Obra (x $ 10.000) 30 9 9 100
X4: Taxa de contagem (número por hora) 2000 1200 60000 500
X5: O tamanho da área a cobrir maior grande maior O maior
X6: O grau dificuldade e facilidade para Comum Difícil Mais Mais facíl
reconstriur difícil
98
Nesse momento, a maior parte ideal das amostras é X0 = (1, 1, 1, 1, 1, 1), devido à
fórmula (1) calcula a diferença absoluta da amostra X0 e Xi, constitui a diferença absoluta da
matriz △.
Aqui △ (máx.) = 0.999, △ (min.) = 0, conhecido o peso dos diversos índices (Wj): 0,2,
0,2, 0,2, 0,1, 0,15, 0,15. Calculam-se o coeficiente de correlação; fazer a seguinte
transformação de dados da diferença absoluta na matriz.
O coeficiente distingue-se e adota-se o valor entre 0,1 e 0,5, atribui-se para o valor
igual a 0,3, para se calcular o coeficiente de correlação da matriz:
99
Outros autores atribuem para o valor igual a 0,1 (Chan e Tong, 2007) e Chan (apud
Deng, 1989) afirma que o valor de 0,5 é normalmente aplicado.
O termo Hoshin Kanri (em japonês), segundo Akao (1997), têm alguns significados e
os termos mais frequentes são: Gerenciamento pelas Diretrizes, Planejamento Hoshin e
Desdobramento das Diretrizes. King (1989) usa o termo planejamento hoshin, Akao (1997)
utiliza o termo Desdobramento das Diretrizes, Campos (2004c) utiliza o termo Gerenciamento
pelas Diretrizes, James Womack no prefácio à edição em inglês do livro “getting the right
100
things done” de Dennis (2006), traduz o termo Policy Deployment (hoshin kanri) como
Desdobramento da Política. Nas publicações em inglês, Akao (1991), Cudney (2009) e
Jackson (2006) utilizam o termo hoshin kanri, embora descrevam a tradução para o inglês
como policy deployment. Neste trabalho adota-se o termo planejamento hoshin ou hoshin
kanri baseado em king (1989).
A palavra policy é utilizada como tradução para o hoshin e significa meio que aponta a
direção (ho – direção, shin – agulha), deployment é utilizada como tradução para o Kanri e é a
administração de meios ou controle ( kan – controle, ri – lógica / razão), ou seja, pode-se
entender a expressão hoshin kanri como o norte verdadeiro, estabelecido dentro da
organização e serve de bússola ou guia para as ações estratégicas da empresa ( CUDNEY,
2009; LOPEZ, 2010).
Hoshin Kanri é uma ferramenta de tomada de decisão estratégica que está voltada para
cumprir os objetivos organizacionais de forma alinhada aos planos específicos em todos os
níveis da estrutura organizacional. Jackson (2006) sugere a não usar o hoshin simplesmente
para desdobrar as estratégia, e sim usar o hoshin para gerenciar o negócio e construir uma
cadeia de valor de acordo com a abordagem Lean.
Cudney (2009) acredita na aboragem Lean como uma solução para as empresas. Para
ele as metas devem estar integradas de forma estratégica, portanto, apresenta o hoshin kanri
como um método para a implementação do desdobramento das metas. Os princípios Lean são
importantes não somente para as melhorias contínuas, mas também, para a elaboração e
manutenção da estratégia competitiva da empresa (CUDNEY, 2009).
101
Figura 38 Estratégia de melhoria (Adaptado de CUDNEY, 2009)
Hoshin Kanri começou no Japão nos anos 1960, assim como, o controle estatístico de
processo (CEP) se tornou conhecido e aplicável junto ao controle de qualidade total (TQC).
O TQC empregado pelo Dr. Armand Feigenbaum é um modelo administrativo montado pelo
grupo de pesquisa de controle de qualidade da JUSE (Union of Japanese Scientists and
Engineers). No Brasil o TQC tem sido implementado com sucesso e contribuiu na mudança
de cultura e no sucesso de inúmeras empresas como Petrobras, Multibrás, Embraco e
Usiminas (CAMPOS, 2004b).
102
O sistema de estratégia de negócio
A segurança diz respeito ao bem estar dos empregados e a segurança dos usuários dos
produtos e/ ou serviços. A qualidade está diretamente ligada à satisfação dos clientes internos,
externos e depende do gerenciamento da rotina do dia-a-dia dos processos. A entrega se
preocupa em atender aos clientes no prazo certo, local certo e na quantidade certa e sob essa
dimensão da qualidade total, medem-se as condições de entrega de produtos ou serviços finais
e intermediários da empresa e não menos importante que os custos é preocupar-se com o
atendimento a um valor final e intermediário compatível com as expectativas do negócio
(CAMPOS, 2004b). O sistema de estratégia de negócio está relacionado à necessidade da
sinergia das pessoas e dos processos para se atingir um modelo de negócio mais sustentável,
globalizado e competitivo.
103
O Hoshin Kanri é um sistema de administrar da mudança dos processos de negócio
críticos. Trata-se de um método para melhorar o desempenho de processos e atingir objetivos
estratégicos. Com o hoshin kanri é possível integrar-se com o foco, responsabilidade,
envolvimento e participação de todos os níveis hierárquicos da empresa. Essa sinergia
promove a inovação e organização interna e o foco passa a ser os projetos de melhorias que
agregam valor e não a execução de tarefas. Deve-se escutar a voz do cliente e se esforçar para
melhorar as dimensões de qualidade, entrega, segurança e custo continuamente.
O catchball procura ligar a visão da direção com as atividades diárias dos membros de
equipe do chão de fábrica, Dennis (2008) descreve os seguintes passos:
- A direção da empresa desenvolve uma visão daquilo que a organização precisa fazer
e das competências que precisam ser desenvolvidas. “Joga-se” essa visão aos gerentes
seniores.
104
- Os gerentes seniores jogam seus hoshins para os gerentes de nível médio, que os
pegam e os transformam em atividades. Esses, por sua vez, são jogados de volta aos gerentes
seniores que fornecem feedback e orientação. Com o tempo, chega-se a um consenso. Os
gerentes seniores e de nível médio concordam que “essas são as atividades que se usa para
cumprir com os hoshins da gerência sênior e que, por sua vez, chegará a nossa visão”.
- Os gerentes de nível médio, por sua vez, jogarão seus hoshins a seus subordinados. O
processo culmina com os objetivos desempenhados por membros de equipes individuais.
106
estabelecimento de metas e meios através do nemawashi e catchball, aplicar o PDCA no nível
micro e anual para confirmar o sucesso. Essa coordenação torna os problemas visíveis e dá
suporte às atividades de contramedida (DENNIS, 2008).
107
Um plano empresarial de hoshin kanri para transformar uma empresa em classe
mundial, inicia-se com a visão da organização e segundo Womack (1998) leva-se cinco anos,
já Cudney (2009) prevê que se desenvolva de 3 a 5 anos. Na tabela 7, descrevem-se os cinco
níveis da hierarquia e a sua relação com as necessidades da organização, assim como, os
métodos hoshin. Para se ter, como exemplo, os formulários referentes a cada um dos métodos
citados na tabela estão expostos por Cudney (2009).
O segundo passo, agora com a visão de cinco anos já definida, desenvolve-se o plano
anual para a empresa com as atividades e projetos de melhoria contínua. A estratégia é de
longo prazo, dessa forma, definem-se as metas vinculadas aos próximos cinco anos. Avaliam-
se os fatores externos, os concorrentes, os fatores econômicos, políticos, sociais na busca da
108
competitividade e sustentabilidade do negócio. Analisam-se os problemas da organização. A
direção prioriza os objetivos baseados nas dimensões básicas da qualidade total (Segurança,
qualidade, entrega e custo). Definem-se, sempre que houver desdobramento, as metas e
medidas para o planejamento hoshin.
Para o quinto passo e o gerenciamento das atividades, mensalmente, deve-se ter uma
forma de comunicar a direção da empresa sobre os resultados quantitativos obtidos, para que
se possa acompanhar as atividades de melhoria contínua previstas versus as realizadas e seus
efeitos. Sempre que uma meta não for atingida é necessário criar novas ações de correções
para recuperar a diferença quantitativa e atingir os resultados esperados. É responsabilidade
de cada gerente de departamento atingir as metas estabelecidas, assim como, aplicar os
métodos de solução de problemas para analisar e resolver os já existentes. O gerenciamento
dos processos mensais pode ser exemplificado no formulário, Plano de implementação
hoshin.
O último dos seis passos para o planejamento hoshin é a condução da revisão anual
das estratégias, monitora-se a evolução anual dos resultados da empresa. A revisão anual cria
novas oportunidades para o negócio e garante o alinhamento com o plano de cinco anos assim
como a visão de futuro para o negócio. Revisão da implementação hoshin. O foco nas metas e
109
diretrizes, através dos indicadores podem ser esclarecidos ao ver o formulário - Revisão da
implementação hoshin, (CUDNEY, 2009).
Outro caso de aplicação do hoshin kanri, conhecido e descrito por Jackson (2006), no
qual o ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Act), juntamente com a progressão, passo-a-passo do
processo de planejamento hoshin na visão de Jackson são apresentados na figura 42 e 43. Esse
planejamento inclui a concepção de uma estratégia de negócios ou experiência, e atribui
responsabilidades para os planejadores das quatro equipes de implementação. O roteiro de
planejamento do hoshin kanri descreve a estratégia em sete passos.
A primeira equipe é normalmente uma equipe de gestão, com cargos estratégicos nas
unidades de negócio e se preocupa com toda a empresa, o crescimento, a marca, a linha de
produto, serviço, o arranjo físico e o fluxo de valor.
Depois de ter realizado o diagnóstico, a equipe hoshin define uma estratégia para que a
empresa possa se transformar. Sugere-se uma estratégia empresarial como projeto
experimental, composto pelos sete passos, para resolver o problema ou desafio.
110
Figura 42 Planejar com hoshin – PDCA (JACKSON, 2006)
111
Figura 43 Fazer, verficar e padonizar com hoshin – PDCA (JACKSON, 2006)
112
Na concepção de uma estratégia, a equipe hoshin irá definir os elementos de intenção
estratégica, que incluem a identificação do primeiro dos sete passos apresentados a seguir.
Segundo Jackson (2006), estratégia é como uma hipótese científica porque ninguém
pode saber o resultado de uma estratégia previamente, especialmente uma estratégia dinâmica
que envolve a melhoria da maneira de fazer negócios e cabe aos gestores se esforçarem para
descobrir o que vai acontecer. Dessa forma, estabelecem-se sete passos, nos quais, sob
condições controladas de trabalho padronizado, o processo hoshin envolve todos os gerentes e
emprega um teste de hipóteses que através de dados e fatos a empresa estabelece a sua
estratégia de negócio, de operações, marketing, produtos e demais áreas.
Os passos de planejamento hoshin são realizados por times (equipes de trabalho) que,
eventualmente, inclui a gestão de primeiro escalão, e demais níveis hierárquicos a
participarem do estágio do processo de hoshin. Cada passo do PDCA no sistema hoshin tem
uma finalidade diferente, dependendo de sua duração e sua relação com os objetivos globais
da organização. Em geral, o ciclo mais longo, maior o nível de responsabilidade na hierarquia
de gestão. Além disso, nunca termina o processo hoshin kanri. O ciclo de melhoria estratégica
repete-se uma vez por ano. As empresas que estão começando suas transformações Lean ou
seis Sigma podem levar até 18 meses para concluírem o primeiro ciclo (JACKSON, 2006),
mas pode-se realizar o ciclo duas vezes por ano para acelerar o aprendizado da organização
quanto ao planejamento koshin.
A tabela 8 define os quatro tipos de times hoshin (equipes) e os sete tipos de ciclos
PDCA ou passos, que são sinérgicos e todos alinhados. Os quatro times têm as seguintes
responsabilidades básicas:
113
O time hoshin tem a responsabilidade global para o planejamento estratégico e o
processo de implementação e denominações e orienta os primeiros três passos: (1) estratégia
de longo prazo, (2) estratégia de médio prazo, e (3) hoshin anual. Esses três passos
normalmente têm foco na melhoria dos processos de negócio, na qual toda a empresa exigente
precisa de uma coordenação interfuncional ou coordenação e integração entre a empresa e
seus fornecedores e clientes.
1 Time hoshin 1 Estratégia Um plano geral de ação que visa ao período de longo prazo,
longo prazo planejamento de 5 a 10 anos para fazer as grandes mudanças
ou adaptações na missão e / ou visão do negócio.
3 Hoshin anual Um plano de ação muito concreto que visa um longo prazo,
próximo de 6 a 18 meses para desenvolver capacidades
competitivas e alinhar a trajetória das operações comerciais,
com a estratégia de negócios de médio prazo.
115
Os times de trabalho realizam o sexto e sétimo passos hoshin. O sexto passo, é
implementar melhorias periódicas de grande magnitude relativamente chamadas kaikaku e o
sétimo passo é implementar melhorias contínuas incrementais, chamado de kaizen.
Não é só o A3 altamente visual, é altamente portátil, por isso, facilita a gestão andando
por aí, uma prática que incentiva os gestores para discutirem os progressos na consecução dos
objetivos da empresa com frequência, face a face com os seus subordinados diretos, bem
como, com sua superiora. Alguns gestores têm muito a ver, usando ambos os lados do
formulário A3. O A3 nunca será tão bom quanto "gerenciamento na prática, ver e agir", mas
deve ser a próxima melhor opção.
116
Profissionais, muitas vezes, discutem o formato A3 como um processo científico. É,
no entanto, puramente um formato para incentivar a escrita de bons técnicos sobre a
investigação científica e a gestão do projeto. Na redação de relatórios sobre A3 hoshin projeta
o Problema, no entanto, uma empresa pode utilizar qualquer processo de classe mundial de
resolução de problemas como um quadro para a investigação científica.
Os seis A3s apresentados por Jackson (2006) foram concebidos como um conjunto
integrado de promoção da escrita e boa técnica, mais importante, para apoiar a aprendizagem
organizacional sobre os processos de hoshin Kanri problema e resolver toda a empresa.
Abaixo está uma breve descrição de cada A3, aproximadamente na ordem em que são usados
para gerenciar o processo de hoshin, juntamente com os valores referenciais para fins
didáticos. O conjunto de A3 para implementar o hoshin kanri são:
117
- Relatório inteligente (A3-i) e destinado a construir um consenso sobre as mudanças
nas condições da oferta e procura antes do A3-X. Utilizado na fase de implementação do
processo de hoshin.
- Relatório de Problemas (A3-P), é uma proposta de como um time poderá resolver um problema imediato e não
contemplado pelo hoshin anual. Utiliza-se na fase de “C – Verificar” do processo de planejamento hoshin.
Para implementar os três primeiros passos e começar a adotar como hoshin sistema da
empresa, as empresas que operam em seguida, a equipe hoshin terá de dedicar um mínimo de
seis a oito semanas para essas atividades:
• Análise do ambiente: Essa é uma pesquisa que a equipe deve concluir antes de tudo.
É também uma atividade da equipe que deve ser feita durante todo o ano.
118
• Criar uma estratégia de médio prazo. O time hoshin deve passar uma semana inteira
construindo a estratégia de médio prazo e discutir os meandros do processo de medidas e
resultados financeiros.
• Projetar o hoshin anual. Isso requer uma semana para preencher o A3-X e, como a
maioria dos membros da equipe hoshin são líderes de equipe tática, fica fácil a constituição
dessas equipes. Implantando o hoshin, as outras equipes terão aproximadamente uma semana
por nível de implantação, além de mais uma semana para manter a equipe hoshin; final
reunião mais quatro semanas no total. O processo pode levar mais tempo quando a
organização têm muitos plantas em diferentes estados ou países e o envolvimento de
fornecedores vai exigir ainda mais tempo.
O Hoshin Kanri para a empresa enxuta desenvolvido por Jackson (2006), procura
explorar o método A3 do Lean para realizar o planejamento hoshin, conforme modelo de
gestão hoshin (ver anexo A).
119
4 PROPOSTA DE MÉTODO DE DIAGNÓSTICO DE EMPRESA
Para se ter uma rápida percepção da amplitude da proposta deste trabalho, na qual se
aplica o MDE no contexto empresarial, demonstram-se na figura 46 os detalhes relevantes do
modelo de gerenciamento estratégico integrado ao método de diagnóstico de empresa e
hoshin kanri. Esta figura contém a inter-relação e o alinhamento do método de diagnóstico de
empresa com a estratégia de operações e logística à montante e ao planejamento hoshin e o
gerenciamento estratégico à jusante.
120
Figura 46 Detalhes do Modelo de Gerenciamento Estratégico Integrado ao MDE e Hoshin Kanri
121
A melhoria do gerenciamento estratégico e dos processos administrativos, dentro da
cada empresa, começa com a elaboração de um diagnóstico que permita, com base nos seus
resultados, desenhar um plano de melhoria que oriente as mudanças necessárias para
aperfeiçoar os processos de gestão e atingir os objetivos.
122
4.2 Definição e estrutura do MDE
O material está orientado especialmente para gestores, direção e equipes técnicas das
empresas que desejam fazer um melhor planejamento hoshin, gerenciamento estratégico,
buscar formas de sustentabilidade e contribuírem para atingir alto nível de maturidade e/ou
transformar sua empresa em uma empresa classe mundial com alta performance através da
aplicação de boas práticas e Lean Enterprise. A aplicação do diagnóstico favorece e ajuda o
modelo de gestão da empresa na busca de resultados e da melhoria contínua.
123
Esse trabalho estruturado na figura 48 e com etapas descritas a seguir, estimula a
comunicação e integração do grupo de profissionais e desenvolve um senso crítico e proativo
quanto às necessidades e maturidade da empresa, também se faz uma auto-avaliação quanto
às melhores práticas e performance com o pensamento livre, aberto e de maneira prática e
interdepartamental, desenvolve-se uma co-responsabilidade entre os participantes do
diagnóstico da empresa.
125
Num segundo momento, o planejamento contínuo considera o desenho, avaliação e
aplicação de um planejamento estratégico, baseado nos resultados do processo de diagnóstico
da empresa, num período anual ou compatível com a necessidade da empresa a ser definido.
A formulação do plano estratégico implica tomar decisões em relação às possibilidades de
desenvolvimento da empresa, visando a um negócio sustentável e principalmente lucrativo.
126
ou da organização sob investigação e das possibilidades de ação.
127
4.3.1 Etapas de planejamento do MDE ( Plan – PDCA)
Esse trabalho é o resultado das necessidades e das pesquisas empíricas realizadas nos
últimos anos, pois é fato o desgaste de energia dos profissionais e desperdício de dinheiro na
implantação de técnicas e métodos modernos de produção, que é o resultado se não houver
uma integração e alinhamento com os objetivos do negócio.
128
4ª etapa - Contato inicial com a empresa interessada no Diagnóstico da Empresa:
Ocorre uma explanação da proposta de pesquisa à direção da empresa. É esclarecido, nessa
primeira reunião, onde se oferece o projeto de pesquisa, que o diagnóstico de empresa
fornecerá subsídios de auxílio nas decisões de investimentos, informações estratégicas e
oportunidades de melhorias nos processos, negócio, pessoas e com a participação das próprias
pessoas da empresa. Fornece argumentos das vantagens de identificação das melhores práticas
para gerar projetos de melhoria contínua na qual é possível melhorar o desempenho do
negócio se houver o planejamento hoshin.
Com o objetivo de maior abertura e confiança por parte da direção quanto ao projeto
de pesquisa proposto, apresenta-se um resumo do histórico profissional do pesquisador,
mostrando a sua experiência nas empresas, pesquisa e acadêmica. Há casos que o diretor da
empresa delega a um gestor de confiança a coordenação dos workshops, este estará
responsável pela organização interna dos workshops, preparando agenda interna, convoca os
participantes, reserva sala e projetor na empresa e dá o devido suporte ao pesquisador.
129
Qualidade, Produção, Logística, Organização e Cultura, Desenvolvimento de Novos Produtos,
Gestão da Inovação e Meio Ambiente, Saúde e Segurança.
Esse time tende a ser parte do comitê que prepara o planejamento hoshin visando a
sinergia e a sustentabilidade do negócio e colabora diretamente com o gerenciamento
estratégico e resultados do negócio.
Na continuação da comparação com o PDCA, da etapa sete até a etapa onze executam-
se os workshops de diagnósticos e são detalhados a seguir:
- É explicado aos participantes que este trabalho tem a finalidade de apoiar as tomadas
de decisões e será fundamental para o planejamento hoshin, também se explana que tal
identificação dos pontos fracos, julgado pelos próprios participantes, serão utilizados para
alavancar e criar uma lista de recomendações de projetos de melhorias ou manutenção.
- Explica-se que o método inicia com a participação dos colaboradores com cargos
diretos e indiretos da estratégia de operações e logística, isso inclui representantes da
administração e áreas de serviço, se for o caso (1), com a participação dos patrocinadores, no
caso colaboradores da gestão e direção responsável pelas decisões e os ativos (2), aplica-se o
diagnóstico como um processo de auto-avaliação (3), o pesquisador prepara um relatório final
com análise e lista de recomendações (possíveis projetos) e identificação do nível de
maturidade da empresa de acordo com a abordagem de empresa classe mundial (4), propõe-se
a execução de um planejamento estratégico anual e se necessário com revisão semestral (5),
por último, explana-se sobre o monitoramento e controle dos resultados através do
gerenciamento estratégico (6)
- Explica-se que os resultados reais são atingidos com a implantação das seis etapas
citadas e se implementando de forma sistêmica, aliados às metodologias de solução de
problemas como PDCA e relatório A3, se fizer parte da rotina da empresa, pois se aplica o
131
Diagnóstico, elabora-se o planejamento estratégico com sinergia e se gerencia o negócio
focado nos resultados financeiros com a visão de negócio sustentável. Espera-se que a partir
dos primeiros encontros de diagnóstico a cultura dos integrantes comece a mudar, sofrer
algumas alterações, pois as avaliações discutidas nas reuniões, com a participação, aumenta o
grau de conhecimento quanto aos conceitos Lean e a auto-crítica dos participantes,
promovendo incômodo e desconforto quanto às condições de desperdícios e a tendência é que
todos comecem a enxergar perdas de oportunidades de agregar mais valor ao cliente.
4 – terceiro dia de workshop, trabalha-se nos temas sobre: Qualidade (10 questões);
Fábrica e equipamentos (10 questões).
A equipe é sempre a mesma e todos participam das reuniões, pois é uma oportunidade
de conhecer as particularidades de outras áreas, opinar sobre as oportunidades de melhorias e
colocar seu ponto de vista sobre cada questão avaliada pertinente às diferentes áreas.
134
se esta e como pode-se melhorar, todos passam a saber o quanto estamos bem ou mal em cada
questão.
Nessa penúltima fase da comparação com o PDCA, da etapa doze até a etapa
dezessete, o pesquisador transforma os dados em informação e são descritas a seguir:
12ª etapa - Elaboram-se os cálculos após análise do diagnóstico com o método análise
de correlação Grey para seleção e avaliação dos indicadores. O método de análise, seleção e
avaliação dos indicadores serve para compreensão, planejamento e a elaboração do relatório
final para toma de decisão.
135
- Avalia-se a situação atual para atingir melhor desempenho segundo as notas
atribuídas às práticas e desempenho (Performance).
Adota-se neste método a ferramenta boxplot, onde define-se uma medida separatriz
estatística denominada primeiro quartil (Q1), ou seja, estabelece uma linha de corte para o
conjunto de dados. O primeiro quartil (Q1) separa os 25% inferiores dos valores ordenados
dos 75% superiores, mais precisamente, no mínimo 25% dos valores ordenados são menores
do que ou iguais a Q1, e no mínimo 75% dos valores são maiores do que ou iguais a Q1. O
cálculo é feito com auxílio do software Minitab, portanto se define para cada empresa os
piores indicadores de acordo com o primeiro quartil.
O segundo quartil (Q2) é o mesmo que a mediana, na qual separa os 50% inferiores
dos valores ordenados dos 50% superiores. No terceiro quartil (Q3) separa os 75% inferiores
dos valores ordenados dos 25% superiores. Portanto com o resultado do terceiro quartil é
possível calcular com o software Minitab e identificar a linha de corte para 75%, ou seja,
identifica-se os melhores indicadores deste conjunto de dados, pós seleção e avaliação do
método análise de correlação Grey. Assim é possível conhecer nível de maturidade da
empresa através da aplicação do boxplot em um conjunto de indicadores empresariais.
Posteriormente pode-se avaliar e enxergar o novo nível de maturidade através de um
diagnóstico da empresa e com uso do boxplot.
136
- Através da visualização do gráfico de tendências verifica-se a posição da empresa em
relação aos índices de prática e performance.
Nessa pesquisa não foi realizado o plano de ação, pois entende-se que isso é uma
atividade que pertence ao planejamento estratégico.
17ª etapa - Avalia-se o resultado de cada uma das questões pesquisadas, em termos
práticos e de desenvolvimento de conhecimentos teóricos.
137
4.3.4 Etapas de padronização do MDE ( Action – PDCA)
Nessa última fase da comparação com o PDCA, da etapa dezoito até a etapa vinte e
quatro apresentam-se os resultados e prepara-se o ambiente para o planejamento estratégico,
conforme detalhes a seguir:
18ª etapa - Redirecionam-se as ações, se isso for considerado pertinente.
21ª etapa - Confrontam-se os resultados obtidos com a(s) teoria(s) que deu(ram)
suporte à investigação.
138
4.4 Princípios básicos do Método de Diagnóstico de Empresa
As empresas buscam fazer pleno uso das capacidades dos trabalhadores, dos materiais
e das informações, o JIT e Jidoka são adotados porque qualquer problema no processo ou na
cadeia de suprimentos pode afetar a produção. O resultado da abordagem JIT está na redução
dos lotes, estoque e do lead time e a abordagem Jidoka muda a cultura dos operadores, pois
eles estão sempre atentos e buscando a eliminação de desperdícios, fazendo somente o
necessário e com qualidade.
140
Orientação à gestão e direção responsável pelas decisões e os ativos – Diagnóstico:
essa área aborda a forma como a direção orienta e conduz através de sistemas e
procedimentos de informação à gestão do planejamento hoshin e os resultados, integrados às
metas coorporativas. Ao mesmo tempo, aborda-se a forma como a direção realiza o
gerenciamento das estratégias, tendo em vista a satisfação dos colaboradores e clientes, a
resolução dos problemas e como atinge as metas e evolui rumo à empresa classe mundial e
sustentável.
141
No quarto tópico é mostrado o ranking da empresa segundo a metodologia de
benchmarking, assim como, de forma mais detalhada a avaliação dos pontos fortes e fracos da
empresa ordenados segundo a correlação do sistema grey de análise de correlação.
O quinto tópico contempla uma lista de ações de melhorias baseadas nas justificativas
das avaliações dos participantes e uma conclusão do pesquisador e facilitador Lean para
direcionar os projetos de melhorias, as definições de metas, as ações de gestão dos recursos
humanos de maneira sustentável que considera os objetivos estratégicos.
Como exemplo e para se ter uma ideia do conjunto de etapas das atividades que são
desenvolvidos durante o planejamento estratégico nos níveis, ver as figuras 41 e 42.
143
• Análise do ambiente diagnosticado. Essa é uma avaliação posterior ao MDE e
sugere-se que essa atividade da equipe deve ser feita durante todo o ano.
• Criar uma estratégia de médio prazo. A equipe hoshin deve passar uma semana
inteira, construindo a estratégia de médio prazo e discutindo os métodos do processo de
medidas e resultados financeiros.
• Projetar o hoshin anual. Isso requer uma semana para preencher o modelo A3 e,
como a maioria dos membros da equipe hoshin são líderes de equipe tática, a constituição de
equipes deve ser impulsionadora. O processo pode levar mais tempo, se a organização tiver
muitas plantas e lugares diferentes e se envolverá seus fornecedores.
144
Tabela 10 Princípios Lean, métodos e ferramentas básicos
Princípios Lean Métodos Ferramentas / técnicas
(categorias)
Produzir a Sistema Puxado Análise ABC / XYZ; JIT – JIS; kanban; milk run;
demanda Supermercado; VMI
Gerenciamento do phase-in e
phase-out
Motivação dos Trabalho em times Pesquisa de clima; Diálogo com a equipe; matriz de
colaboradores responsabilidades
145
Dennis também sugere o uso do relatório A3 para o planejamento das atividades, mas
Campos (2004c) descreve que o desdobramento de metas também pode ser feito utilizando o
Diagrama de árvore e Diagrama de matriz, uma forma de exemplificar o desdobramento na
área industrial é através da figura 51, na qual de maneira simples e com mais detalhes se
apresenta um exemplo de matriz de priorização de medidas e execução de projetos (figura 52
e 53).
A Árvore de Desdobramento de Metas para Área Industrial na figura 51, foi uma
maneira de gerenciar as metas a partir do 2º nível da empresa (direção industrial), onde todos
os departamentos (gerentes) e seções (supervisores) aderiram ao modelo de gestão visual,
todos seguiram o mesmo modelo de formulário de Matriz de Priorização de Medidas e
Execução de Projetos. O uso desta ferramenta trouxe aos funcionários e gestores a
visibilidade de metas e diretrizes, na qual fortaleceu o feedback semanal nas reuniões de
gestores e supervisores e o feedback nas reuniões mensais com o diretor industrial
146
.
147
Figura 53 Matriz de Priorização de Medidas e Execução de Projetos: Projetos e Indicadores
(continuação da figura 52)
151
5 APLICAÇÃO DO MÉTODO DE DIAGNÓSTICO DE
EMPRESA
O MDE, nas quatro empresas pesquisadas, está sendo utilizado de forma pontual e não
serão instrumento de comparação com outras empresas do mesmo segmento, facilitando o uso
152
parcial dos conceitos de benchmarking industrial. Ressalta-se que todas as informações
confidenciais obtidas junto à empresa Usinagem para realizar o MDE serão mantidas sob
absoluto sigilo e somente poderão ser divulgadas com autorização expressa e documentada da
empresa.
153
Quadro 4 Indicadores gerais segmento de transformação mecânica (ANUÁRIO ESTATÍSTICO, 2010)
INDICADORES 2005 2006 2007 2008 2009 MÉDIA
2005-2009
Produção Física da Indústria, por Classe e Gênero Base: igual período 7,1 1,4 15,0 8,1 -12,4 3,84
do ano anterior=100) - Com Ajuste Sazonal Taxas Reais de
Crescimento (%) - Veículos automotores
Desempenho Industrial Regional - Taxas Reais de Crescimento (Base: 3,7 3,2 6,2 5,2 -8,4 1,98
Igual Período do Ano Anterior=100) - Sem Ajuste Sazonal - São Paulo
Utilização Média da Capacidade Instalada da Indústria de 85,4 80,4 85,0 86,6 73,5 82,18
Transformação (%) – Indústria Mecânica
4. Estoque Anual de Emprego, Segundo Setores de Atividade 33.238.617 35.155.249 37.607.430 39.441.566 40.436.676 37.175.907
Econômica (Mercado Formal) - Posição no Final do Período
5. Números de Empregos por Gêneros da Indústria (Mercado Formal) - 6.008.341 6.253.684 6.710.807 6.905.074 6.908.725 6.557.326
Indústria de Transformação
6. Números de Empregos por Gêneros da Indústria (Mercado Formal) - 378.865 410.868 452.830 484.123 478.148 440.966
Fab. de Prods. de Metal, Exceto Máquinas e Equipamentos
7. Pessoal Ocupado Segundo as Atividades na Indústria - Peças e 288.919 310.284 349.458 316.220
Acessórios para Veículos Automotores
8. Variação Anual da Produtividade do Trabalho, por Atividades na -2,6 -6,4 0,4 - 2,86
Indústria (%) - Peças e Acessórios para Veículos Automotores
Nota - Variação Anual da Produtividade do Trabalho foi estimada como a razão entre a variação do valor adicionado, a preços do ano
anterior e a variação do pessoal ocupado.
154
Na condição competitiva de fato das quatro empresas pesquisadas, é importante para a
estratégia de operações e logística que se tenha um gerenciamento estratégico integrado
(modelo proposto no capítulo quatro) e uma utilização da capacidade industrial de
transformação com qualidade superior e custos competitivos. Diante do cenário competitivo e
global atual do segmento de transformação em constante ameaça, é conveniente implementar
o MDE para aprender a melhor enxergar e eliminar os desperdícios, assim como buscar novas
maneiras de agregar valor aos clientes.
155
analisar, aperfeiçoar o MDE e estudar hipóteses que agreguem valor, assim já está
previamente definido o objetivo nas aplicações do MDE.
156
O pesquisador faz uma dinâmica de apresentação para conhecer os avaliadores, suas
experiências na empresa e sua área de responsabilidade. Em seguida, o pesquisador faz a
explanação sob forma de palestra sobre a competitividade das empresas, a diferença entre
uma empresa convencional e uma empresa moderna, explana sobre o histórico do Sistema
Toyota de Produção e até o Lean Enterprise, a necessidade de agregar valor ao cliente e
reduzir os desperdícios para aumentar os ativos da empresa de maneira integrada,
participativa e sustentável.
Explicou-se aos participantes que este trabalho tem a finalidade de apoiar as tomadas
de decisões e será fundamental para o planejamento hoshin, também se explana que a
identificação dos pontos fracos, julgada pelos próprios participantes, serão utilizados para
alavancar e criar uma lista de recomendações de projetos de melhorias ou manutenção.
159
de acordo com as justificativas e notas atribuídas para melhorar o desempenho da empresa de
Usinagem, as informações são incluídas no relatório final.
161
Figura 56 Áreas do modelo manufatura classe mundial (adaptado de VOSS, 1997)
Para se descrever a aplicação do sistema grey no MDE, foi escolhida uma das áreas da
manufatura de classe mundial, área de produção enxuta. Sistema grey de análise de correlação
é uma análise estatística de multifator. Os dados da amostra dos fatores, o grau de correlação
grey é usado para descrever os pontos fortes e pontos fracos, o tamanho e a forma da relação
entre os fatores. Se os dados da amostra refletem a mesma situação mutativa de dois fatores, o
seu grau de correlação é maior, ao contrário, é menor. A combinação de um conjunto de 20
indicadores avaliados por cinco gestores durante o MDE são mostrados na tabela 11. Após
serem analisados pelo sistema grey, identificam-se que os três primeiros pontos fortes da área
de Produção Enxuta são os indicadores AD6 = Produtividade; IV1 = Idade média da fábrica e
equipamento e TC1 = Tempo de ciclo total da empresa.
162
Quadro 5 Resultado dos indicadores do MDE na empresa de Usinagem por área
164
Nesse momento a maior parte das amostras ideal é X0 = (1, 1, 1, 1, 1, 1, 1, 1, 1, 1, 1,
1,1, 1, 1, 1, 1, 1, 1), devido à fórmula (1), calcula-se a diferença absoluta da amostra X0 e Xi,
e constitui-se a diferença absoluta matriz △.
(1)
Uma vez calculado o △ (máx.) e △ (min.), foi atribuído pesos iguais para todos os
avaliadores, onde parte-se do pressuposto que as informações dos avaliadores têm idêntica
importância. Não se aplica o uso da hierarquia organizacional para se definir o grau de
importância dos avaliadores sobre os indicadores (índices). Pode existir hierarquia
profissional, mas não hierarquia de informações.
165
Houve um nivelamento das condições para os avaliadores, durante os workshops de
avaliação para garantir os critérios estabelecidos no MDE. O peso neste caso representa o
grau de importância da informação que é fornecida pelos avaliadores previamente
selecionados pela direção na qual patrocina a aplicação do MDE.
Por fim se atribui pesos e define-se entre o valor zero e um, como uma variável que
pertence aos números reais dentro do intervalo (0;1), de modo que a soma dos pesos
equivalem a um, sendo que o valor igual a um equivale a 100%. Esta condição é aplicada em
todos os estudos de caso e fazem parte do MDE.
166
O coeficiente para distinguir se o valor entre 0.1 e 0.5, leva 0.3, receberá o
coeficiente de correlação da matriz :
167
Após os cálculos e matrizes sobre as avaliações do MDE, onde se detalhou a aplicação
do sistema grey, na área da Produção Enxuta, por exemplo, foi possível a análise quanto aos
pontos fortes e pontos fracos, assim como a análise e o entendimento sobre a avaliação e
devidas justificativas dos indicadores da área.
Uma vez avaliadas e definidas as notas, aplica-se a análise de correlação Grey, onde
na tabela 12 descreve-se a correlação (r) e mostra-se que os indicadores AD6; IV1; TC1 são
os que apresentam os três melhores resultados na dimensão da produção.
169
Automação (indicador FE2) tem um baixo nível e a produção é empurrada e não
puxada, procura-se produzir conforme a programação. O tempo de ciclo de processamento de
material (indicador TC2) é grande devido aos problemas de beneficiamento externo,
problemas com o lead time e transporte dos fornecedores.
Referente aos resultados da análise de correlação Grey (tabela 13), se mostra que os
indicadores Q5; Q9; Q10 são os que apresentam os três melhores resultados na dimensão
qualidade total. Segundo o grau de correlação com a avaliação dos dezesseis indicadores para
a qualidade total do MDE, pode-se saber que "Custos de garantia; Qualidade produção inicial
de um novo produto; Custos de refugo, retrabalho e reciclagem" são os pontos fortes para os
gestores e funcionários avaliadores e responsáveis por áreas relevantes da empresa. Por outro
lado, o indicador OC9 - Orientação para o cliente” seguido pelos indicadores de “OC7 - Uso
sistemático de diagnóstico, OC10 - Ferramentas para resolução de problemas e Q6 - Defeitos
170
(internos)” são pontos fracos e merecem prioridade quanto à necessidade de elaboração de um
plano de melhoria.
171
Baseados em registros e discussões durante o processo do MDE, podem-se descrever
algumas considerações sobre os pontos fracos:
O grupo acredita que a qualidade dos fornecedores ainda não satisfaz, são muitos os
fornecedores, embora com bom relacionamento, entende-se que um caminho está em
melhorar as parcerias com os mesmos. Existem métodos e ferramentas da qualidade e até
programas de gestão como Gerenciamento Total da Qualidade (TQM, Total Quality
Management), Lean, Seis Sigma, Controle da Qualidade Total (TQC, Total Quality Control)
que podem ser utilizados para a melhoria desses indicadores, mas não são utilizados
preventivamente nesse sistema convencional de qualidade de produtos e serviços, sendo que a
prioridade está na manutenção dos processos técnicos e administrativos, embora existam
várias ações e projetos de melhorias pontuais.
Agora que já são sabidos os resultados dos indicadores do diagnóstico na empresa por
área, das áreas da empresa (dimensões) de Produção Enxuta e Qualidade Total e com
detalhes, foi apresentado o método correlação Grey para a seleção da avaliação da dimensão
Produção. Apresentam-se os gráficos (gráficos 7, 8, 9, 10 e 11) nos quais se mostra a
avaliação segundo a maioria, avaliam-se quantitativamente de 1 a 5 os indicadores de práticas
e performance das dimensões de Logística; Organização e Cultura; Desenvolvimento de
Novos Produtos; Gestão da Inovação e Meio Ambiente, Saúde e Segurança.
172
Gráfico 7 Avaliação da Organização e Cultura da empresa de Usinagem
173
Gráfico 9 Avaliação da Logística da empresa de Usinagem
174
Gráfico 11 Desenvolvimento de Novos Produtos da empresa de Usinagem
175
esforços em tirar proveito dos pontos fortes, sem necessariamente priorizar investimentos em
aspectos em que a empresa já atingiu um padrão de excelência.
176
Se for considerada a metodologia na íntegra, a empresa pesquisada terá como desafio,
atingir a classificação na categoria desafiadora, assim terá que obter no indicador geral de
Prática uma melhoria de 8% na avaliação, para passar de 52% para 60% nos indicadores
gerais de Prática. De qualquer forma a empresa, segundo a metodologia, está distante do nível
Classe Mundial que é acima de 80%. A empresa pesquisada, quando comparada a outros
segmentos, também não apresenta um bom desempenho (figura 58), mas se encontra em uma
posição privilegiada perante seus concorrentes e possui clientes expressivos e fiéis. A
estratégia de redução de custos aliada à estratégia de crescimento, identificação dos princípios
do negócio, a implementação de planejamento hoshin e o gerenciamento estratégico são
recomendados.
177
Figura 58 Classificação de 3 diferentes segmentos e a empresa Usinagem (adaptado de IEL/CTI, 2010)
178
5.4.7 Principais pontos fortes da empresa de Usinagem
179
O segundo quartil (Q2) equivale a 0,409 sendo o mesmo que a mediana. No terceiro
quartil (Q3) com valor igual a 0,531, separa-se os 75% inferiores dos valores ordenados dos
25% superiores, portanto identifica-se os melhores indicadores deste conjunto de dados e
resulta-se na definição da linha de corte superior.
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180
A tabela 14, contém os primeiros pontos fortes das práticas e performance, de acordo
com a ordenação da correlação (ri) do sistema grey e classificação do conceito boxplot,
levando em consideração todos os indicadores avaliados, estão descritos na tabela
comentários parciais de cada indicador. Entende-se que com essa lista seja possível preparar
planos de manutenção (SDCA) e / ou projetos de melhorias, assim estruturar melhor a
manutenção do plano estratégico da empresa e manter os bons resultados do negócio.
181
Utiliza-se os critérios de conceito de boxplot, princípio de 3º quartil, a medida
separatriz estatística score que significa 75% dos itens que atendem aos valores maiores ou
iguais e estabelece um ponto de score de corte é ao valor de correlação (ri) igual a 0.53143,
segundo cálculos que são feitos com auxílio do software Minitab 14, assim define-se acima os
melhores indicadores para a empresa de usinagem (tabela 14).
A tabela 15, os pontos fracos das práticas e performance de acordo com a correlação
(ri), do sistema grey e classificação do conceito boxplot, levando em consideração todos os
indicadores avaliados. Para melhor compreensão sobre os indicadores foram descritos na
tabela comentários parciais de cada indicador. Entende-se que, com essa lista, seja possível
preparar planos de ação (PDCA) e ou projetos de melhorias, assim estruturar melhor as
implementações do plano estratégico da empresa para ser mais competitivo e atingir melhor
performance operacional, visando a uma empresa classe mundial.
183
Antes da apresentação final foi feita uma prévia dos resultados com o diretor
responsável, não havendo, nesse caso, a necessidade de redirecionar o trabalho e já se
consider que o MDE é um produto que alavanca melhores tomadas de decisão e a agregação
valor para a empresa.
Na última etapa do MDE, aconteceu com uma reunião formal com a direção e seus
convidados, nesse caso, todos os avaliadores participaram da reunião de fechamento. A
direção recebeu um relatório técnico (relatório final) elaborado pelo pesquisador e
responsável. Os nomes por avaliação ficam em arquivo do pesquisador, não sendo fornecido e
os demais documentos para possível acuracidade sistêmica são fornecidos por meio
eletrônico. Discute-se uma prévia do planejamento estratégico com a direção.
• Existe uma estratégia de capacidade não formal de longo prazo, mas carece de
melhor planejamento e controle da capacidade, pois as flutuações da demanda podem
comprometer os objetivos como custos, capital de giro, velocidade, qualidade, confiabilidade
e flexibilidade.
184
• O nível de padronização dos métodos e processo no fábrica carecem de um
trabalho forte de engenharia industrial e qualidade assegurada.
185
Implementar a manutenção autônoma, alavancar o TPM, para reduzir tempos
de paradas e envolver o pessoal operacional.
Desenvolver plano de capacitação dos gestores e funcionários para
implementação do Lean Enterprise.
186
A equipe mostra capacidade de adquirir conhecimento e habilidade, pois tem a
maturidade e atitude de explanar de forma crítica sobre seus problemas, o ambiente é
favorável para transformação dos problemas em oportunidades com ganhos financeiros.
187
6 ANÁLISE DE RESULTADOS
As quatro empresas estão distantes de serem consideradas nível Classe Mundial, que
corresponde a valores acima de 80%, as empresas quando comparada a outros segmentos
também não apresentam uma boa performance (figura 59).
190
De acordo com as pesquisas realizadas ao longo deste trabalho pode-se recomendar a
utilização da estratégia de redução de custos aliada à estratégia de crescimento, identificação e
formalização dos princípios da empresa, e a implementação de planejamento estratégico e o
gerenciamento estratégico são recomendados.
191
Figura 60 Classificação de tres diferentes segmentos e as quatro empresas pesquisadas (adaptado de IEL / CTI, 2010)
192
Diante da possibilidade de melhorar o score das empresas diagnosticadas, na busca de
resultados através da redução dos desperdícios e agregando valor aos clientes, pode-se utilizar
os princípios, métodos e ferramentas de Lean Enterprise, o uso será uma conseqüência dos
objetivos e estratégias do negócio sustentável a serem definidos no planejamento estratégico,
portanto, os projetos de investimentos para a melhoria e obtenção de resultados devem ser
puxados de acordo com a estratégia do negócio e não empurrados de forma empírica.
Da décima quinta até décima sétima etapas do MDE, já é possível elaborar planos de
ação a serem implementadas, com a identificação dos responsáveis pela implementação e os
prazos. O pesquisador, assim como profissionais treinados têm condições de moderar e
auxiliar na criação de planos de ação para explorar as oportunidades de melhoria identificadas
na comparação com empresas líderes. Nessa pesquisa não foram realizados planos de ação,
pois segundo modelo de gerenciamento estratégico esta é uma atividade que pertence ao
planejamento estratégico pós aplicação do MDE.
193
Desenvolver o mapeamento do fluxo de valor atual e futuro para nortear as
melhorias.
194
6.2 Análise dos resultados segundo ferramenta estatística
Com a análise de correlação Grey (r), pode-se enxergar qual indicador tem o maior
valor, ou seja, é a melhor performance segundo avaliação das pessoas e o menor valor por
indicador, pois correlacionam-se as notas atribuídas. Posteriormente sabendo quais os
indicadores de baixa performance, pode-se analisar a causa raiz dos problemas e então
elaborar um plano de recomendações para os mesmos. A análise e recomendações de
melhorias são realizadas de acordo com os comentários e registro (em planilha eletrônica) dos
próprios avaliadores.
Todos as pessoas avaliadoras atribuíram primeiro uma nota de um a cinco para cada
indicador, e conforme a teoria do sistema grey atribui-se o peso para todos os avaliadores,
parte-se do princípio no MDE que todas as pessoas tem o mesmo grau de importância com
respeito ao seu parecer, assume-se neste trabalho que cada pessoa é um parecerista de igual
importância no processo do negócio.
195
Acima de 80% é classe mundial segundo a analogia de boxe do benchmarking. O
benchmarking preve que os dados alcance 80%. Quando se olha a empresa têxtil verifica-se
um melhor resultado quando se fala em porcentagem, ela alcançou 66% de performance e
67% de prática, a empresa têxtil quando se olha em porcentagem verifica-se que ela está
melhor do que as outras três empresas, ou seja está mais proxima de ser uma empresa de
classe mundial (ver figura 60 - Classificação das quatro empresas pesquisadas)
O valor maior é uma variável, é a maior nota que o avaliador atruibuiu (CALADO;
BATOCCHIO; CALARGE, 2011a). No caso do percentual é uma parte pelo todo e no caso
da matriz x do sistema grey não é percentual. Para a definição da porcentagem de
performance e prática considera-se a nota 5 como valor máximo, portanto esta nota equivale
ao 100%.
O sistema grey é um quociente, onde a relação não é o quanto cada avaliador fornece
de nota em comparação no máximo atribuído pelo mesmo avaliador. O sistema grey é uma
relação com o maximo de cada avaliador e não uma relação com o máximo geral.
Como no sistema grey não se tem um denominador constante, no sistema grey é parte
pelo máximo e o máximo não necessariamente é o todo, não dividido por um valor constante
e único como é o caso do cálculo de porcentagem para informar a performance e a prática.
Assim o sistema grey é chamado de correlação, na qual se calcula-se o indice r que varia de 0
a 1, sendo ele diferente do cálculo de porcentagem. Na matriz x do cálculo do Grey, quando a
nota máxima dos avaliadores for atribuída igual a 4 (maior nota atribuída), este valor vai
196
corresponder ao valor máximo que é igual a 1 e não tem a ver com porcentagem e são
diferentes dos percentuais do benchmarking.
No caso dos pesos do sistema grey foram atribuídos pesos iguais considerando a
mesma importância para todos os avaliadores, mas pode-se atribuir pesos diferentes de acordo
com o avaliador ou projeto em questão (CALADO; BATOCCHIO; CALARGE, 2011a).
197
valores menores sejam os problemas, encontra-se os maiores problemas na empresa de
plástico enquanto a empresa de usinagem tem menos problemas em termos de nível.
0% #+ 2!
Nota-se no gráfico de histograma (gráfico 18) que todos os dados de valores (r) das
empresa de plástico, saneamento básico, têxtil e usinagem, mostram um tipo de assimetria.
198
" !
199
Por exemplo quanto menor é o nível da locação dos dados mais se mostra simétrica a
distribuição dos dados, ou seja, a sua distribuição tem em média as medianas muito próximas.
O que importa que agora tem-se uma média amostral estimada, e pelo intervalo pode-
se ter garantias com margem de confiança. O erro que a média possui com a confiabilidade de
95% está dentro da faixa, podendo-se notar que a faixa na empresa de usinagem é muito
maior do que a faixa da empresa de plástico. Os dados da empresa de plástico são mais
homogênios e menores também.
200
"
, -/ . 3
0% #+ 2!
Para mostrar a diferença entre empresa pode-se usar o gráfico de boxplot para
enxergar a distribuição dos dados e o gráfico de intervalo de confiança para ver a distribuição
das médias dos dados.
201
diferentes, mesmo tendo diferença entre médias, as médias estão inclusas no mesmo intervalo,
os intervalos das duas empresas abrangem as médias das mesmas.
202
7 CONCLUSÕES FINAIS
As empresas pesquisadas neste trabalho estão longe de serem classe mundial, faz-se
necessário melhor performances e prática, avalia-se e compara-se a correlação dos
indicadores de desempenho das empresas é se confirma que todas as quatro empresas desta
amostra são de baixa maturidade. Em todas as empresas pesquisadas existem ações pontuais,
isoladas que em via de regra não são sustentáveis.
203
As pesquisas e os conhecimentos das ferramentas e métodos Lean foram fundamentais
para a realização do workshop de MDE nas empresas pesquisadas. Alerta-se que o resultado
da aplicação de Método de Diagnóstico de Empresas nas empresas dependem em parte do
conhecimento, habilidade e atitute do pesquisador e direção e o uso adequado da metodologia
da pesquisa ação.
O MDE cria as condições e auxilia nas decisões de médio e longo prazo, permitindo
planejar ações na direção do planejamento hoshin e o gerenciamento estratégico de forma
mais integrada e sustentável para a transformação de um sistema de produção convencional
em enxuto.
A identificação dos pontos fortes e fracos para definição de projetos quanto realizado
com a participação de todos os níveis pode fornecer subsídios de auxílio nas decisões de
investimento, informações estratégicas e oportunidades de melhoria nos processos através da
transformação da abordagem Lean.
204
7.2 Recomendações para trabalhos futuros
Depois de escrever este trabalho de tese, coloca-se algumas indicações (três) para
posteriores estudos, tais como:
206
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ANEXO A – MODELO DE GESTÃO HOSHIN (Jackson, 2006)
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