Calado RobisomDamasceno D

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Robisom Damasceno Calado

Método de Diagnóstico de Empresa: uma


abordagem segundo os princípios Lean

Tese apresentada ao Curso de Doutorado da


Faculdade de Engenharia Mecânica da
Universidade Estadual de Campinas, como
requisito para a obtenção do título de Doutor
em Engenharia Mecânica.

Área de Concentração: Materiais e Processos


de Fabricação

Orientador: Prof. Dr. Antonio Batocchio

Campinas
2011

i
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA
BIBLIOTECA DA ÁREA DE ENGENHARIA E ARQUITETURA - BAE - UNICAMP

Calado, Robisom Damasceno


C125m Método de diagnóstico de empresa: uma abordagem
segundo os princípios Lean / Robisom Damasceno
Calado. --Campinas, SP: [s.n.], 2011.

Orientador: Antonio Batocchio.


Tese de Doutorado - Universidade Estadual de
Campinas, Faculdade de Engenharia Mecânica.

1. Produção Enxuta. 2. Benchmarking. 3.


Planejamento estrágico. 5. Lean Production. I.
Batocchio, Antonio. II. Universidade Estadual de
Campinas. Faculdade de Engenharia Mecânica. III.
Título.

Título em Inglês: Business diagnostic method: an approach according to lean principles


Palavras-chave em Inglês: Benchmarking, Strategic planning
Área de concentração: Materiais e Processos de Fabricação
Titulação: Doutor em Engenharia Mecânica
Banca examinadora: Iris Bento da Silva, João Carlos Espíndola Ferreira, Miguel
Antonio Bueno da Costa, Oswaldo Luiz Agostinho
Data da defesa: 12/07/2011
Programa de Pós Graduação: Engenharia Mecânica

ii
iii
Dedico este trabalho à minha querida esposa Selma Copiano Calado, aos meus filhos
Juliane Copiano Calado e Guilherme Copiano Calado pelo apoio ao meu projeto de tese e a
constante paciência e amor.

iv
Agradecimentos

Presto minhas sinceras homenagens às pessoas e às instituições sem as quais este


trabalho não poderia ter sido concretizado.

A meus pais Francisco de Souza Calado e Erotides Damasceno Calado (em memória)
pela educação e exemplos que contribuíram na formação de minha vida e valores.

Ao Professor Antonio Batocchio, pela oportunidade de estudo e pesquisa, motivação e


orientação.

Ao Professor Felipe Araujo Calarge pela valiosa contribuição, discutindo o trabalho,


devo-lhe gratidão desde a minha graduação em Engenharia de Produção na UNIMEP.

Aos Professores Iris, Agostinho e demais professores do DEF/FEM/UNICAMP, pelas


aulas que enriqueceram o meu conhecimento. Não posso deixar de citar a amiga Vera, Denise
e demais funcionários do departamento de fabricação e pós graduação.

Aos professores e amigos Moretti, Douglas, Oscar, Lobão, Celso, Edvaldo, Dimas e
demais colegas do CEA / PUC Campinas, Professor Olívio da FATEC Americana, as
consultorias EGA Automação e Tato pela cooperação e envolvimento no projeto de minha
Tese.

Aos Professores e também grandes amigos Adalberto Lima, Marcius Fabius e Paulo
Lima pelas orientações na vida acadêmica.

E finalmente, aos colegas de empresas, Emerson, Contezini, Cirillo, Carlito e


Alexandre Mezaros assim como todos os outros amigos e parentes, que nestes quatros anos
participaram direta ou indiretamente para a conclusão deste trabalho acadêmico.

v
“Nascer, morrer, renascer ainda e
progredir sem cessar, tal é a lei”.
(Denizard Rivail, H. L.)

vi
Resumo

O objetivo do trabalho é diagnosticar e identificar pontos fortes e fracos da gestão da


produção em empresas de diferentes segmentos, visando fornecer subsídios de auxílio nas
decisões de investimento, informações estratégicas e oportunidades de melhoria nos processos
através da abordagem Lean. A condução do Método de Diagnóstico de Empresa (MDE) deu-
se através de questionários, entrevistas e Mapeamento do Fluxo de Valor (MFV) no chão de
fábrica, permitindo planejar ações para melhor gerenciamento da capacidade dos
equipamentos, bem como orientar o Planejamento Hoshin e o Gerenciamento Estratégico de
forma mais integrada e sustentável. O estudo resultou em uma avaliação quantitativa do grau
de maturidade organizacional da empresa, sendo considerados os conceitos relacionados a
Mapeamento de Fluxo de Valor, Produção Enxuta, Gerenciamento da Capacidade, Sistema
Grey e Benchmarking Industrial. O estudo visa criar condições para auxiliar as decisões de
médio e longo prazo através das definições de processos, projetos e ações alinhadas ao
Gerenciamento Estratégico da organização e a abordagem Lean.

Palavras Chave: Produção Enxuta, Sistema Grey, Diagnóstico de Empresa, Benchmarking,


Desdobramento pelas diretrizes, Indicadores de Desempenho.

vii
Abstract

The objective of this work is to diagnose and identify strong and weak points on
production management of companies from different segments, to provide help on investment
decisions, strategic information and opportunities for processes improvement by the Lean
approach. The conduct of the Business Diagnostic Method (BDM) was done by the use
questionnaires, interviews and the Value Stream Mapping (VSM) on the factory floor,
allowing both the planning of actions to better manage the capacity of the equipment and the
guiding of the plan of policy deployment (Hoshin Kanri) in a more integrated and sustainable
way. The study resulted in a quantitative assessment of the organizational maturity degree of
the company, being considered concepts related to the Value Stream Mapping, the Lean
Production, the Management Capacity, the Industrial Benchmarking and the Grey Systems.
The study aims to create conditions to support decisions of medium and long term by the
definitions of processes, projects and actions allied to with the organization's Policy
Deployment and the Lean approach.

Key Words: Lean Production; Grey System; Business Diagnostic; Benchmarking; Hoshin
Kanri; Performance Indicator;

viii
Lista de Figuras

Figura 1 Metodologia científica (adaptado de MARTINS, 1998; YIN, 2010) ......................... 7


Figura 2 A cadeia de valor (PORTER,1985 apud CHRISTOPHER, 2007) ........................... 20
Figura 3 Analogia da produção empurrada (SLACK et al., 2009)......................................... 21
Figura 4 Analogia da produção puxada (SLACK et al., 2009) .............................................. 21
Figura 5 Estrutura do modelo Toyota (GHINATO,1995) ..................................................... 23
Figura 6 Princípios básicos do sistema de operações e logísticas .......................................... 26
Figura 7 Sincronização enxuta (adaptado de SLACK et al., 2008)........................................ 27
Figura 8 Princípios e ferramentas do modelo Lean nas etapas de um projeto de melhoria
(MIYAKE, 2008) ................................................................................................................. 28
Figura 9 Princípios do modelo Lean e ferramentas associadas (adaptado de MIYAKE, 2008)
............................................................................................................................................ 29
Figura 10 Métodos e técnicas empregados em um sistema de Produção Enxuta (Adaptado de
SATOLO et al., 2006).......................................................................................................... 30
Figura 11 Ferramentas para sistema puxado em manufatura ................................................. 31
Figura 12 Analogia do sistema puxado e empurrado (SLACK et al., 2009) .......................... 32
Figura 13 Carro motorizado para milk run interno ................................................................ 36
Figura 14 Ferramentas para o takt time em manufatura......................................................... 39
Figura 15 Mapeamento do fluxo de valor e PDCA (adaptado de ROTHER; SHOOK, 1998) 41
Figura 16 Ilustração fluxo total de valor (adaptado de ROTHER; SHOOK, 1998) ................ 42
Figura 17 A rede de suprimentos (CHRISTOPHER, 2007) .................................................. 44
Figura 18 Representação de rede da cadeia de suprimentos com interconexão e atividades.
(adaptado de Slack et al., 2002 e 2009) ................................................................................ 45
Figura 19 Ferramentas para o gerenciamento de suprimentos em manufatura ....................... 46
Figura 20 Ferramentas e métodos do produto robusto em manufatura .................................. 49
Figura 21 Ferramentas e métodos para motivar os colaboradores ......................................... 53
Figura 22 Ferramentas e métodos para evitar defeitos .......................................................... 57
Figura 23 Boxplot para um único conjunto de dados (BRAZ, 2008) ..................................... 64
Figura 24 Gestão de operações (SLACK et al., 2009) .......................................................... 66

ix
Figura 25 Ferramentas e métodos para evitar desperdícios ................................................... 67
Figura 26 Estados do OEE (adaptado de NAKASHIMA, 1988) .......................................... 72
Figura 27 Esquema de cálculo do OEE (adaptado de NAKASHIMA, 1988 ) ....................... 74
Figura 28 Processo de melhoria contínua (adaptado de CAMPOS, 2004b) ........................... 76
Figura 29 Representação da cadeia de suprimento da fábrica de refrigeradores .................... 79
Figura 30 Representação da cadeia de suprimentos do parque industrial............................... 80
Figura 31 MFV esboço da fábrica de refrigeradores – estado atual ....................................... 81
Figura 32 MFV esboço da fábrica de refrigeradores com oportunidades na distribuição física
............................................................................................................................................ 81
Figura 33 MFV esboço da fábrica de refrigeradores pós parque industrial ............................ 82
Figura 34 O modelo de pesquisa benchmarking (VOSS et al., 1997) .................................... 84
Figura 35 Analogia com o boxe (Seibel, 2001)..................................................................... 88
Figura 36 Áreas de avaliação do benchmarking industrial (adaptado de IEL/SC, 2006) ........ 91
Figura 37 Áreas de avaliação do benchmarking industrial (IEL/SC, 2011) ........................... 94
Figura 38 Estratégia de melhoria (Adaptado de CUDNEY, 2009) ...................................... 102
Figura 39 Sistema de Estratégia de Negócio (CUDNEY, 2009).......................................... 103
Figura 40 Ilustração do catchball (DENNIS, 2006) ........................................................... 106
Figura 41 Níveis de necessidade da organização (CUDNEY, 2009) ................................... 107
Figura 42 Planejar com hoshin – PDCA (JACKSON, 2006) .............................................. 111
Figura 43 Fazer, verficar e padonizar com hoshin – PDCA (JACKSON, 2006) .................. 112
Figura 44 Times e estágios de mudança (JACKSON, 2006) ............................................... 114
Figura 45 Esboço de relatório A3 (adaptado de SABEK II; SMALLEY, 2010) .................. 117
Figura 46 Detalhes do Modelo de Gerenciamento Estratégico Integrado ao MDE e Hoshin
Kanri ................................................................................................................................. 121
Figura 47 Método de Diagnóstico de Empresa - MDE........................................................ 122
Figura 48 Estrutura do Método de Diagnóstico de Empresa ............................................... 125
Figura 49 Modelo de gerenciamento estratégico integrado ao MDE e Hoshin Kanri .......... 140
Figura 50 PDCA nas organizações Lean (DENNIS, 2006) ................................................. 146
Figura 51 Esboço de Árvore de Desdobramento de Metas para Área Industrial .................. 147
Figura 52 Matriz de Priorização de Medidas e Execução de Projetos: Projetos e Indicadores
.......................................................................................................................................... 147
Figura 53 Matriz de Priorização de Medidas e Execução de Projetos: Projetos e Indicadores
(continuação da figura 52).................................................................................................. 148
Figura 54 Telas de software PcHoshin (TQE, 2011)........................................................... 149
x
Figura 55 Mapeamento do fluxo de valor atual da empresa de Usinagem ........................... 161
Figura 56 Áreas do modelo manufatura classe mundial (adaptado de VOSS, 1997)............ 162
Figura 57 Classificação da empresa Usinagem ................................................................... 177
Figura 58 Classificação de 3 diferentes segmentos e a empresa Usinagem (adaptado de
IEL/CTI, 2010) .................................................................................................................. 178
Figura 59 Classificação das quatro empresas pesquisadas .................................................. 191
Figura 60 Classificação de tres diferentes segmentos e as quatro empresas pesquisadas
(adaptado de IEL / CTI, 2010) ........................................................................................... 192
Figura 61 Proposta de evolução do gerenciamento da capacidade ...................................... 206

xi
Lista de Tabelas

Tabela 1 Roteiro básico de aplicações da pesquisa-ação ....................................................... 10


Tabela 2 Fases de busca na base Compendex........................................................................ 15
Tabela 3 Áreas de conhecimento da pesquisa-ação ............................................................... 17
Tabela 4 Indicadores e processos ( adaptado de IEL/SC, 2006) ............................................ 91
Tabela 5 Índice técnico de economia para avaliar as melhorias de projeto (TIE-JUN; SHA,
2009) ................................................................................................................................... 98
Tabela 6 Quantidade de índice de avaliação ......................................................................... 98
Tabela 7 Relação da necessidade da organização, planejamento e método hoshin (CUDNEY,
2009) ................................................................................................................................. 108
Tabela 8 Os quadro times e os sete passos hoshin ( JACKSON, 2006) ............................... 115
Tabela 9 Etapas e descrição do Método de Diagnóstico de Empresa ................................... 126
Tabela 10 Princípios Lean, métodos e ferramentas básicos ................................................. 145
Tabela 11 Avaliação dos indicadores – Produção Enxuta da empresa de Usinagem ............ 164
Tabela 12 Correlação dos indicadores - Produção Enxuta da empresa de Usinagem ........... 169
Tabela 13 Avaliação dos indicadores - Qualidade Total da empresa de Usinagem .............. 171
Tabela 14 Os principais pontos fortes da empresa de Usinagem (3º Quartil)....................... 181
Tabela 15 Os principais pontos fracos da empresa de Usinagem (1º Quartil) ..................... 183
Tabela 16 Resultado dos indicadores do MDE nas empresas pesquisadas........................... 189

xii
Lista de Quadros

Quadro 1 Prazo para o salto para o pensamento enxuto (WOMACK; JONES, 1998)............ 24
Quadro 2 Histórico de aplicação de práticas Lean e melhoria contínua ................................. 77
Quadro 3 Esboço da programação diária do Bechmarking industrial .................................... 87
Quadro 4 Indicadores gerais segmento de transformação mecânica (ANUÁRIO
ESTATÍSTICO, 2010) ....................................................................................................... 154
Quadro 5 Resultado dos indicadores do MDE na empresa de Usinagem por área ............... 163

xiii
Lista de Gráficos

Gráfico 1 Evolução da pesquisa-ação em periódicos ............................................................ 13


Gráfico 2 Artigos sobre OEE – periódicos de 1994 a 2009 ................................................... 71
Gráfico 3 Mapeamento da aplicação do sistema grey (base Compendex, 2011) .................... 96
Gráfico 4 Plano de ação e controle mensal do OEE ............................................................ 150
Gráfico 5 Avaliação da Produção Enxuta da empresa de Usinagem.................................... 168
Gráfico 6 Avaliação da Qualidade Total da empresa de Usinagem ..................................... 171
Gráfico 7 Avaliação da Organização e Cultura da empresa de Usinagem ........................... 173
Gráfico 8 Avaliação do Meio ambiente, Saúde e Segurança da empresa de Usinagem ........ 173
Gráfico 9 Avaliação da Logística da empresa de Usinagem ................................................ 174
Gráfico 10 Avaliação da Gestão de Inovação da empresa de Usinagem .............................. 174
Gráfico 11 Desenvolvimento de Novos Produtos da empresa de Usinagem ........................ 175
Gráfico 12 Indicadores do MDE da empresa de Usinagem ................................................. 176
Gráfico 13 Boxplot da correlação (ri) dos indicadores de empresa de Usinagem ................. 179
Gráfico 14 Histograma correlação (ri) dos indicadores de empresa de Usinagem ............... 180
Gráfico 15 Resumo correlação (ri) dos indicadores de empresa de Usinagem ..................... 180
Gráfico 16 Comparação dos quatro casos pesquisados ....................................................... 190
Gráfico 17 Boxplot do 1º Quartil dos 4 casos pesquisados .................................................. 198
Gráfico 18 Histograma do valor do sistema grey para os 4 casos pesquisados .................... 199
Gráfico 19 Intervalo de confiança dos 4 casos pesquisados ................................................ 201

xiv
SUMÁRIO

Lista de Figuras ................................................................................................................. ix


Lista de Tabelas ............................................................................................................... xii
Lista de Quadros ............................................................................................................. xiii
Lista de Gráficos ............................................................................................................. xiv
SUMÁRIO ....................................................................................................................... xv
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 1
1.1 Motivação ................................................................................................................ 1
1.2 Definição do problema ............................................................................................. 2
1.3 Objetivos do trabalho ............................................................................................... 3
1.4 Metodologia de pesquisa .......................................................................................... 4
1.4.1 Aspectos da metodologia científica .......................................................................... 5
1.4.2 Conceitos básicos sobre a pesquisa-ação .................................................................. 8
1.4.3 A pesquisa-ação em diferentes áreas de conhecimento ........................................... 14
1.5 Conteúdo do trabalho ............................................................................................. 16
2 CONCEITOS E TERMINOLOGIAS DOS PRINCÍPIOS LEAN .................................. 19
2.1 Vantagem competitiva ........................................................................................... 19
2.2 Estrutura do modelo Toyota ................................................................................... 22
2.3 Princípios e abordagem Lean ................................................................................. 24
2.4 Produzir somente conforme a demanda .................................................................. 31
2.4.1 Sistema puxado ...................................................................................................... 32
2.4.2 Takt do cliente ....................................................................................................... 37
2.4.3 Gerenciamento de suprimentos .............................................................................. 42
2.5 Produtos robustos .................................................................................................. 48
2.5.1 Gerenciamento de variantes e modificações ........................................................... 50
2.5.2 Gerenciamento de phase-in e phase-out ................................................................. 50
2.5.3 Introdução ao gerenciamento de projetos ............................................................... 51
2.5.4 Processos de desenvolvimento de produtos ............................................................ 52
2.6 Desafiar e incentivar colaboradores: gestão de pessoas .......................................... 53

xv
2.6.1 Trabalho em equipe ............................................................................................... 54
2.6.2 Qualificar e desenvolver os colaboradores ............................................................. 55
2.6.3 Orientação para o desempenho............................................................................... 56
2.7 Evitar desperdícios: gerenciamento da rotina do dia-a-dia ...................................... 56
2.7.1 Prevenção de defeitos ............................................................................................ 56
2.7.2 Detecção de defeitos / planejamento de testes ........................................................ 59
2.7.3 Análise / correção de defeitos ................................................................................ 61
2.7.4 6 Sigma – gráfico boxplot ...................................................................................... 63
2.8 Evitar desperdícios: gestão de operações e serviços................................................ 65
2.8.1 Trabalho padronizado e introdução do conceito OEE ............................................. 68
2.8.2 Gestão visual ......................................................................................................... 74
2.8.3 Processo de melhoria contínua ............................................................................... 75
2.9 Evolução da aplicação de métodos e ferramentas Lean........................................... 76
3 FUNDAMENTOS TEÓRICOS SOBRE BENCHMARKING E HOSHIN KANRI ........ 83
3.1 Benchmarking industrial ........................................................................................ 83
3.1.1 Metodologia do benchmarking e passos para o time ............................................... 84
3.1.2 Estrutura de benchmarking .................................................................................... 87
3.1.3 Método de classificação das empresas: analogia com o boxe .................................. 89
3.2 Teoria do Sistema Grey: método para seleção e avaliação ...................................... 95
3.2.1 Aplicação do sistema grey ..................................................................................... 97
3.3 Introdução do planejamento hoshin ...................................................................... 100
3.3.1 Níveis de necessidade da organização .................................................................. 107
3.3.2 Processo de planejamento hoshin ......................................................................... 108
3.3.3 Os sete passos de planejamento hoshin de Jackson............................................... 113
3.4 Relatório A3 e o modelo de gestão hoshin ........................................................... 116
4 PROPOSTA DE MÉTODO DE DIAGNÓSTICO DE EMPRESA ............................. 120
4.1 Introdução do Método de Diagnóstico de Empresa............................................... 120
4.2 Definição e estrutura do MDE.............................................................................. 123
4.2.1 A importância do Diagnóstico .............................................................................. 124
4.3 Etapas do MDE.................................................................................................... 126
4.3.1 Etapas de planejamento do MDE ( Plan – PDCA) ............................................... 128
4.3.2 Etapas de execução do MDE ( Do – PDCA) ........................................................ 130
4.3.3 Etapas de verificação do MDE ( Check – PDCA) ................................................. 135
4.3.4 Etapas de padronização do MDE ( Action – PDCA) ............................................. 138
xvi
4.4 Princípios básicos do Método de Diagnóstico de Empresa ................................... 139
4.5 MDE integrado ao gerenciamento estratégico ...................................................... 139
4.5.1 Planejamento hoshin – fase de planejamento........................................................ 142
4.5.1 Gerenciamento estratégico integrado – fase de implementação e avaliação .......... 148
5 APLICAÇÃO DO MÉTODO DE DIAGNÓSTICO DE EMPRESA .......................... 152
5.1 MDE aplicado no segmento industrial de Usinagem ............................................ 152
5.1.1 Cenário Industrial de transformação Metal Mecânico........................................... 153
5.2 Planejamento da aplicação do MDE na empresa de Usinagem- Plan do PDCA .... 155
5.3 Aplicação do MDE na empresa de Usinagem - Do do PDCA ............................... 156
5.3.1 Pesquisa de gerenciamento da capacidade ............................................................ 158
5.3.2 Aplicação do mapeamento do fluxo de valor ........................................................ 159
5.4 Verificação do MDE na empresa de Usinagem – Check do PDCA ....................... 160
5.4.1 Método de seleção e avaliação dos indicadres para a área de produção................. 163
5.4.2 Pontos fortes e fracos da avaliação da área de produção ....................................... 168
5.4.3 Pontos fortes e fracos da avaliação da área de qualidade ...................................... 170
5.4.4 Avaliação das outras dimensões do diagnóstico da empresa de Usinagem ............ 172
5.4.5 Indicadores do MDE para a empresa de Usinagem ............................................... 175
5.4.6 Classificação da empresa de Usinagem ................................................................ 176
5.4.7 Principais pontos fortes da empresa de Usinagem ................................................ 179
5.4.8 Principais pontos fracos da empresa de Usinagem ................................................ 182
5.5 Padronização do MDE na empresa de Usinagem - Action do PDCA .................... 182
5.5.1 Recomendações para a empresa de Usinagem ...................................................... 184
6 ANÁLISE DE RESULTADOS .................................................................................. 188
6.1 Análise dos indicadores MDE dos casos .............................................................. 188
6.2 Análise dos resultados segundo ferramenta estatística .......................................... 195
7 CONCLUSÕES FINAIS ............................................................................................ 203
7.1 Atendimento dos objetivos propostos ................................................................... 203
7.2 Recomendações para trabalhos futuros................................................................. 205
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ............................................................................ 207

xvii
1 INTRODUÇÃO

As pessoas empregadas nas empresas públicas ou privadas realizam a transformação


de produtos ou serviços, sendo essa função/produção temporalmente atingida pelos efeitos da
competição global. Dentro da estratégica do negócio se desdobra a estratégia gerencial e
operacional para suportar a sobrevivência, aumentar a rentabilidade e atingir um crescimento
de mercado, pois na visão estratégica competitiva, faz-se cada vez mais necessário que a
função/produção tenha um alinhamento com as demais funções centrais e de apoio.

As prioridades e os objetivos da estratégia de operações e logística devem acompanhar


as diretrizes superiores de forma alinhada e sustentável ao negócio. Na gestão de operações,
tomam-se várias ações de melhorias continuamente, busca-se a minimização de setups e
mudanças nas máquinas, redução dos estoques e a padronização do produto, por exemplo.

Com habitual turbulência dos dias de hoje se aceita a necessidade de entender e


satisfazer as exigências do cliente através da obtenção da vantagem de custo e valor, mas nem
sempre se encontram nas empresas um Sistema de Controle de Qualidade Total (CAMPOS,
2004a) e nem tão pouco um Sistema de Gerenciamento de Qualidade Total (AKAO, 1997), e
/ou sistema de produção de forma mais sustentável.

1.1 Motivação

No sistema de produção existe uma exigência crescente para que as decisões


gerenciais e o gerenciamento da rotina do dia-a-dia sejam tomados de acordo com a estratégia
global da empresa, portanto, é interessante estudar as implicações do Gerenciamento da
Capacidade dos equipamentos com a atual ferramenta OEE – Overall Equipment
Effectiveness (HANSEN, 2006), traduzida como eficiência global de equipamento, pois as
menores decisões tomadas, por exemplo, durante a fase de implantação e lançamento ou
transformação de um sistema de produção têm impacto por toda a Cadeia de Suprimentos de
forma direta ou indireta.
1
Pretende-se desenvolver e testar o Método de Diagnóstico de Empresa (MDE) nas
empresas a partir das definições e perspectiva top down (traduzido como de cima para baixo),
com metodologia cientifica, onde ao final de cada pesquisa se apresentará aos diretores e
patrocinadores um relatório técnico para condução do planejamento estratégico e
gerenciamento.

Os avaliadores, integrantes da empresa que participam do projeto serão beneficiados


pelo aporte de conhecimento a ser recebido e /ou desenvolvido em tópicos relevantes e atuais
como Lean Enterprise, Teoria do Sistema Grey, Planejamento Hoshin, Gerenciamento
Estratégico, Benchmarking e Gerenciamento da Capacidade. Tais conhecimentos são
fundamentais para o aumento dos ativos nas empresas e se atingir de maneira integrada os
objetivos econômicos do negócio.

Tal conhecimento desenvolvido de forma participativa entre representantes dos níveis


hierárquico da empresa pesquisada, contribui para o desenvolvimento do Método de
Diagnóstico de Empresa (MDE), também se podem maximizar investimentos através da
transformação de gestão de produção convencional em gestão focada na aplicação da
abordagem da Empresa Enxuta, como base pode-se orientar nos trabalhos publicados sobre
Lean Enterprise (Empresa Enxuta) dos professores e pesquisadores Earll Murman e Hugh
McManus (MURMAN et al., 2002), James Womack (WOMACK; JONES, 1998), Deborah
Nightingale (NIGHTINGALE; RHODES, 2004) do MIT entre outros citados ao longo do
texto.

1.2 Definição do problema

É importante que ocorra um alinhamento estratégico entre a mudança do sistema de


produção enxuta e o desdobramento de metas da empresa. Para que isso ocorra deve-se
responder a questões de como:

• mudar o sistema de manufatura de convencional para enxuta e estar de acordo com


os objetivos estratégicos da empresa; e

2
• identificar as oportunidades de projetos de melhorias contínuas de forma alinhada
com os níveis hierárquicos da empresa.

As empresas encontram-se em diferentes níveis de maturidade. A aplicação dos


métodos e ferramentas enxutas é estruturada de acordo com os princípios e adequação da
realidade de cada empresa. Existem ações e programas pouco sustentáveis por serem
desalinhados das decisões estratégicas, portanto, com um diagnóstico e alinhamento das metas
e diretrizes e a escolha adequada da aplicação das ferramentas e métodos Lean, pode-se
atingir uma transformação do sistema de produção com consideráveis melhorias e mudança
cultural.

1.3 Objetivos do trabalho

O objetivo geral do presente trabalho consiste em formular, desenvolver e analisar um


método de diagnóstico do desempenho de empresas, para enxergar e alavancar propostas de
projetos e ações integradas com alinhamento ao Hoshin Kanri e Lean Enterprise.

Propõem-se um roteiro para elaboração do Método de Diagnóstico de Empresa, a


partir da aplicação da pesquisa-ação e resultados obtidos nos casos pesquisados. Deseja-se
desenvolver e sugerir um sistema de gerenciamento e medição de desempenho integrado,
partindo da estratégia do negócio top down e desdobrar até a estratégia de operações de forma
vertical na estrutura hierárquica, baseando-se em uma realidade organizacional específica de
empresas de segmentos diferentes para análise do método proposto.

Este trabalho tem como objetivos específicos:

Pesquisar a aplicação do Hoshin Kanri para desenvolver um método de administração


estratégica de planejamento de maneira a sustentar a implantação e ou transformação de um
sistema de produção convencional em enxuta.

Analisar os motivos pelos quais o melhor desempenho do sistema de manufatura e


serviços depende das decisões “de cima para baixo” (top-down) e de seu gerenciamento
estratégico.
3
Investigar como o Gerenciamento da Capacidade interage com o gerenciamento da
rotina do dia-a-dia e como a eficiência global dos equipamentos (OEE) para suportar o
sistema de produção.

Investigar como conceitos do Lean Enterprise podem ser integrados ao método de


diagnóstico proposto e ajudar na solução dos problemas e implantação das melhorias de forma
sustentável.

Sugerir um sistema de gerenciamento estratégico integrado e orientado pelo Método


de Diagnóstico de Empresa.

A contribuição do método é propor um sistema de identificação de oportunidades de


melhoria dos resultados da empresa. Para contextualizar a proposta, realizam-se pesquisas,
entrevistas e mapeamentos do fluxo de valor em diferentes empresas, estando sempre
presentes o pesquisador e os participantes, posteriormente avalia-se o grau de maturidade das
empresas.

1.4 Metodologia de pesquisa

O pesquisador deste trabalho, envolve-se na pesquisa e se embasa nas pesquisas


bibliográficas especificas ao tema pré-estabelecido, na pesquisa de campo onde executa as
entrevistas e mapeamento do fluxo de valor. Esse objeto pesquisado trata de casos nos quais
se elabora um diagnóstico através das respostas dos questionários padronizados, entrevistas e
envolvimento no chão de fábrica e ou campo de pesquisa. Utiliza-se metodologia científica.

Quanto ao método de procedimento adotou-se no trabalho a estratégia de pesquisa


denominada de pesquisa-ação, tendo a participação das pessoas de forma comprometida com
os objetos de estudo. Os participantes são gestores, engenheiros, técnicos, operadores
experientes e usuários do próprio processo do negócio.

Segundo a definição de Thiollent (2003) - “a pesquisa-ação é um tipo de pesquisa


social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou
4
com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes
representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou
participativo”.

O pesquisador controla e planeja a ação no processo do negócio, definindo o trabalho


a ser realizado em equipe, no qual há a necessidade do repasse do aporte de conhecimento
específico do pesquisador para os participantes durante todas as fases do estudo. A
cooperação dos participantes e a experiência no processo e ambiente contribuem diretamente
no resultado do objeto de estudo.

A existência da intervenção ou ação orientada em função da resolução de problemas


efetivamente detectados nas coletividades consideradas pode facilitar a busca de soluções
reais para as quais os procedimentos convencionais têm pouco contribuído (THIOLLENT,
2003). Ressaltam-se neste trabalho que as duas especificidades da pesquisa-ação, objetivo
prático e objetivo de conhecimento, foram fatores motivadores, pois se faz o uso, por
exemplo, de ferramenta de resolução de problema (PDCA – Plan, Do, Check, Action) assim
como, o uso da criatividade e do intelecto dos participantes (CHAVES, 2005; CHAVES,
2006; AGUIAR, 2006).

A pesquisa-ação pode ser composta das seguintes fases: a pesquisa exploratória; o


tema da pesquisa; a colocação dos problemas; o lugar da teoria; hipóteses; seminário; campo
de observação; amostragem e representatividade qualitativa; coleta de dados; aprendizagem;
saber formal/saber informal; plano de ação e divulgação externa. Embora nem sempre se faça
necessário seguir todas as fases nessa exata ordem, essas fases direcionam a pesquisa
(THIOLLENT, 2003).

1.4.1 Aspectos da metodologia científica

O método científico pode ser definido como o conjunto de procedimentos intelectuais


e técnicos adotados para se atingir o conhecimento (GIL, 2008), e explana-se em primeiro
lugar os três níveis de pesquisas: a pesquisa descritiva na qual a descrição dos fatos é feita de
maneira específica; a pesquisa explicativa em que são verificados os fatores que interferem
nos fatos; e as pesquisas exploratórias, utilizadas neste trabalho, que buscam explicitar o
5
problema ou construir hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores. O pesquisador se
embasa na revisão de literatura, discussão com especialistas e investigação mediante
procedimentos sistêmicos ao tema pré-estabelecido.

É importante distinguir a estratégia de pesquisa, abordagem e método de coleta de


dados. As estratégias de pesquisa podem ser: por estudo de caso que investiga um fenômeno;
por levantamento (survey) que estuda a causa e o efeito sobre as variáveis; por experimento
que estuda a causa e o efeito de variáveis independentes; por análise de arquivos; por pesquisa
histórica; ou por pesquisa-ação (YIN, 2010). A pesquisa-ação interage junto aos membros da
situação investigada em que a diferença entre as estratégias de pesquisa é a ênfase dada à
perspectiva dos indivíduos participantes da situação – abordagem qualitativa – e à
enumeração e quantificação de variáveis – abordagem quantitativa (MOREIRA, 2004).

No caso desta tese, conforme figura 1, adota-se pesquisa-ação como estratégia de


pesquisa, a abordagem da pesquisa é quantitativa na sua maioria e quanto à coleta de dados,
os critérios e metodologia de pesquisa utilizados são os mesmos apesar das empresas
pesquisadas serem de diferentes segmentos. Os procedimentos de coleta de dados são:

- a observação, aplicada no momento de realizar o mapeamento do fluxo de valor no


chão de fábrica ou em campo;

- os questionários, referentes ao gerenciamento da capacidade e um segundo


questionário para avaliar o desempenho empresarial, que são organizados com perguntas
fechadas, nas quais os participantes atribuem uma nota de um até cinco, e para cada questão
os participantes são motivados a responder o motivo pelo qual se atribuiu a nota. Os
questionários são respondidos pelos participantes, representantes dos vários setores das
empresas, nos níveis gerencial e operacional.

As entrevistas estruturadas garantem a interatividade e permitem o tratamento de


temas complexos com profundidade, pois o pesquisador esclarece as dúvidas quanto às
perguntas e exemplifica o critério de cada nota de um até cinco para todas as perguntas, além
de explicar os conceitos e terminologia desconhecidos pelos participantes.

6
Figura 1 Metodologia científica (adaptado de MARTINS, 1998; YIN, 2010)

Na fase exploratória descrita por Thiollent (2003), diagnostica-se a realidade do


campo de pesquisa. Estabelece-se a partir dela, um primeiro levantamento da situação, dos
problemas de primeira ordem e de eventuais ações. O diagnóstico, portanto, vai localizar o
que falta no contexto investigado: conhecimentos, recursos, entre outras coisas. Então, após o
levantamento das informações iniciais, pesquisadores e participantes se dedicam a estabelecer
os principais objetivos da pesquisa. Objetivos que estão interligados aos problemas
prioritários, ao campo de observação, aos atores e ao tipo de ação que se pretende focalizar no
processo investigativo. Essa pesquisa é exploratória e com abordagem semi-quantitativa
(sentimento dos avaliadores e atribuição de notas), na qual se define ao final do diagnóstico,
uma nota para identificar o nível de maturidade das empresas pesquisadas.

Os participantes atribuem notas de acordo com o sentimento, assim, a pesquisa deve


ser um diferencial deste trabalho, pois a coleta de dados de entrevista compartilhada com os
7
questionários e mapeamento de fluxo de valor, onde há o devido esclarecimento a respeito do
saber formal por parte do pesquisador e do saber informal por parte dos participantes, ressalta
o uso de dois tipos de observação: as observações diretas e intensivas, por meio das
entrevistas, ou seja, uma forma de conversação face a face, de maneira metódica,
proporcionando ao entrevistador, verbalmente, as informações necessárias; e as observações
diretas e extensivas através de questionários constituídos por uma série de perguntas que são
respondidas por escrito e na presença do pesquisador e que trazem um aprendizado conjunto
(MARCONI; LAKATOS, 2010).

1.4.2 Conceitos básicos sobre a pesquisa-ação

Nesta seção busca-se o entendimento básico sobre algumas etapas da metodologia


científica até os tipos de coleta de dados, descrevem-se os conceitos da pesquisa-ação assim
como a sua relevância, através de um gráfico com o índice de crescimento de uso nos últimos
anos, também se apresentam três roteiros de aplicação de diferentes autores e por fim
identificam-se quais as áreas da engenharia que utilizam a pesquisa-ação. A amostragem da
aplicação da pesquisa-ação começa com três mil e setecentos periódicos e se consolida depois
de algumas fases em 36 periódicos, citados neste trabalho e que significam 0,9% do total
pesquisado na base de dados Compendex em Janeiro de 2010.

Pesquisa-ação é um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e


realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e
no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do problema estão
envolvidos de modo cooperativo ou participativo (THIOLLENT, 2003). O pesquisador
controla e planeja as ações nos processos de manufatura, definindo os trabalhos a serem
realizados, sempre que possível, em equipe. Nesse trabalho há a necessidade do repasse do
aporte de conhecimento específico do pesquisador para os participantes durante todas as fases
do estudo. A cooperação dos participantes, a experiência no processo e o ambiente vieram a
contribuir diretamente no resultado deste estudo.

Quanto à estruturação, a pesquisa-ação pode ser composta por etapas de planejamento,


coleta de dados, análise e interpretação e redação do relatório, dessa forma, alguns autores
8
descrevem as fases utilizadas durante as pesquisas, mas não há uma teoria suficientemente
abrangente para tal, o que faz com que os diversos autores procedam à determinação e ao
encadeamento das fases da pesquisa de acordo com a necessidade da mesma e sua
consciência. Dessa maneira, em seguida mostram-se três diferentes casos de roteiros para
aplicação da pesquisa-ação, já experimentadas em outros trabalhos acadêmicos.

De acordo com a estruturação na tabela 1, a pesquisa-ação pode ser composta por doze
fases segundo Thiollent (2003), mas na fase de seminário é necessário um melhor
detalhamento, pois se trata de uma técnica de estudo que inclui pesquisa, discussão e debate
com a finalidade de pesquisar e ensinar a pesquisar.

No entanto Vergara (2005) apresenta vinte e quatro fases e o terceiro autor é o próprio
pesquisador (CALADO, 2006) que baseado nos estudos dos especialistas Vergara, Yin,
Thiollent e outros aplica a pesquisa-ação e relata as dezenove fases utilizadas no seu estudo
para melhorar um leiaute industrial com o objetivo de solucionar um problema de risco de
acidentes em uma manufatura de eletrodomésticos. Verifica-se que a estrutura da pesquisa-
ação na prática pode ter diferentes etapas e estar desalinhada, conforme tabela1.

A pesquisa-ação é normalmente confundida com consultoria. A diferença está em


buscar a elaboração e o desenvolvimento do conhecimento teórico e, simultaneamente, buscar
a resolução do problema de maneira prática, discutindo o tema com todos os participantes,
fazendo-os participar de todas as fases da pesquisa. Desse modo, a pesquisa-ação tem sido
conhecida como pesquisa participante. Surgiu no meio acadêmico desde os anos 40.

Nos anos 80, têm-se evidências da difusão e utilização desse tipo de pesquisa em
experiência de consultoria, com aplicação em diversas áreas de conhecimento como educação,
comunicação, serviço social, administração e outras, Thiollent (2003).

Vergara (2005) relata vários exemplos de aplicações bem sucedidas: Museu


Canadense, ONGs , indústria de cerâmica e até em instituição religiosa. Todas as pesquisas
atingiram seus objetivos e são experiências que continuam contribuindo para os estudos
acadêmicos. O gráfico 1 mostra uma linha de tendência exponencial crescente do uso da
pesquisa-ação em periódicos por todo o mundo em diferentes aplicações e segmentos.

9
Tabela 1 Roteiro básico de aplicações da pesquisa-ação
THIOLLENT (2003) VERGARA (2005) CALADO (2006)
1 A fase exploratória: estabelecer o primeiro Define-se o tema e a proposta preliminar de pesquisa. Problemática: reduzir o risco de acidente na área
levantamento da situação, dos problemas e ações de tampografia de peças plásticas
2 O tema da pesquisa: designação de um problema Constitui-se a equipe de pesquisadores (se for o caso) O pesquisador é o coordenador e responsável pela
prático resolução do problema
3 A colocação dos problemas: o que se pretende resolver Procede-se a uma revisão de literatura pertinente ao O pesquisador se baseia em literaturas sobre
no campo teórico e prático tema de pesquisa. Produção Enxuta e pesquisa-ação
4 Lugar da teoria: alinhamento das teorias com a Procede-se ao contato inicial com o grupo ou a Consenso com a gerência para a realização do
realidade dos participantes. organização selecionada. trabalho em grupo
5 Hipóteses: suposição do pesquisador a respeito de Identificam os participantes da pesquisa. Forma-se o time de trabalho com técnicos,
possíveis soluções de um problema colocado na operadores e lideranças para melhoria do leiaute
pesquisa. atual
6 Seminário: examinar, discutir e tomar decisões Estuda-se a viabilidade de aplicação do método de Discute-se objetivo e plano
baseados no conjunto de informações processadas pesquisa-ação no meio considerado.
7 6.1 –definir o tema e equacionar os problemas para os Reúnem-se os participantes para a discussão acerca dos Reuniões constantes com o grupo para trabalhar
quais a pesquisa foi solicitada. problemas do grupo ou da organização sob na melhoria do leiaute
investigação e das possibilidades de ação.
8 6.2 – elaborar a problemática na qual serão tratados os Com base em uma suposição diagnóstica, coletam-se Coletam-se dados e análise do sistema atual, gera-
problemas e as correspondentes hipóteses da pesquisa dados para a elaboração do diagnóstico, por meio de se o leiaute atual e mapeamento do fluxo de valor
entrevistas, observações, seminários ou outros
procedimentos.
9 6.3 – constituir os grupos de estudos e equipes de Formula-se o problema de pesquisa, baseado na O time conclui que o leiaute deve ser modificado
pesquisa. Coordenar suas atividades integração com os participantes e, se for o caso, com a para redução do risco de acidentes
colaboração de especialistas.

10
10 6.4 – centralizar as informações provenientes das Escolhe(m)-se a(s) orientação(ões) teórica(s) que Escolhem-se os conceitos de Produção Enxuta
diversas fontes e grupos dará(ao) suporte à investigação, considerando-se o para a resolução do problema e aumento da
problema formulado. produtividade
11 6.5 – elaborar as interpretações Elabora-se diagnóstico. Elabora-se o mapeamento de fluxo de valor futuro
e estudos de viabilidade técnica e econômica
12 6.6 – buscar soluções e definir diretrizes de ação Intensifica-se a coleta de dados para o planejamento e a Elabora-se o leiaute futuro – célula de manufatura
implementação de ações. com melhorias no fluxo e eliminação dos
desperdícios
13 6.7 - acompanhar e avaliar as ações Selecionam-se as ações para implementação imediata. Selecionam-se as ações para implementação
imediata
14 6.8 – divulgar os resultados pelos canais apropriados Selecionam-se as ações para implementação futura. Selecionam-se as ações para implementação
futura (prazo 90 dias)
15 Campo de observação, amostragem e Elabora-se um plano de ações, considerando as ações a Apresentação e aprovação por parte dos gerentes
representatividade qualitativa serem implementados, os responsáveis pela
implementação e os prazos.
16 Coleta de dados: entrevista, questionários e outros Implementam-se as ações. Implementam-se as ações
meios com o devido esclarecimento.
17 Aprendizagem: estrutura de aprendizagem conjunta Avalia-se o resultado de cada uma das ações Avalia-se o resultado de cada uma das ações
reunindo analistas e usuários implementadas, em termos práticos e de implementadas, em termos práticos e de
desenvolvimento de conhecimentos teóricos. desenvolvimento de conhecimentos teóricos
18 Saber formal e saber informal: estrutura de Redirecionam-se as ações, se isso for considerado Não aplicável
comunicação entre os dois universos culturais com pertinente.
simplicidade
19 Plano de ação: ações planejadas, objeto de análise, Planeja-se a implementação de ações futuras. Revisão e planejamento de ações
deliberação e avaliação (o que? ; quê?; como?)
20 Divulgação externa: informação para todos os Resgata-se o problema que suscitou a investigação. Resgata-se o problema, se faz a confirmação do

11
participantes e interessados. processo de melhoria
21 Confrontam-se os resultados obtidos com a(s) teoria(s) Confrontam os resultados obtidos com as teorias
que deu(ram) suporte à investigação. que deram suporte à investigação
22 Formula-se a conclusão. Executa-se a confirmação do processo de
mudança, direciona pequenas atividades de
melhoria
23 Elabora-se um relatório de pesquisa. Elabora-se o relatório de pesquisa e faz o
fechamento do projeto com a homologação do
projeto (entrega aos responsáveis)
24 Divulgam-se os resultados da pesquisa aos Não aplicável, os participantes são co-
participantes. responsáveis pelas melhorias

12
Gráfico 1 Evolução da pesquisa-ação em periódicos

O conhecimento e a ação estão no centro da problemática da pesquisa-ação voltada


para a ação coletiva e solução de problemas, pois a relação do conhecimento e ação existe
tanto no campo do agir e do fazer (THIOLLENT, 2003), portanto, o conhecimento pode
proporcionar:

- Coleta de dados confiáveis e originais pelo grupo e ou pesquisador.

- Formulação de solução baseada na investigação.

- Aproveita o conhecimento formal e informal, pois nem tudo está escrito ou já foi
investigado.

- Estabelecimento das regras práticas para a solução dos problemas e planejamento das
ações.

- Ensinamentos e aprendizado quanto à conduta da ação e suas condições de êxito.

Na prática, quando se aplica a pesquisa-ação, coloca-se o problema para os


pesquisadores e participantes na expectativa de obter explicações ou soluções, definem-se os
13
meios para se atingir os objetivos e sempre se avaliam os resultados da pesquisa e da ação
correspondente (THIOLLENT, 2003).

Thiollent (2003) sugere um roteiro para organizar a pesquisa-ação, sendo que esse é
apenas um ponto de partida para o pesquisador nortear seu trabalho, no qual é incluso: a fase
exploratória; o tema da pesquisa; a colocação dos problemas; o lugar da teoria; hipóteses;
seminários; campo de observação, amostragem e representatividade qualitativa; coleta de
dados; aprendizagem; saber formal e informal; plano de ação; divulgação externa.

1.4.3 A pesquisa-ação em diferentes áreas de conhecimento

Considera-se a pesquisa-ação adequada para este trabalho por se adotar uma


flexibilidade considerável e por se interagir junto aos membros da situação investigada, pois
em um sistema de manufatura convencional, no qual se enquadra boa parte do parque
industrial, aplicam-se melhorias baseadas nos conhecimentos adquiridos em outras
experiências ou treinamentos específicos que nem sempre rompem as barreiras necessárias
para fazerem acontecer e atingir os resultados.

Pela motivação de saber o quanto tem crescido a utilização da pesquisa-ação entre os


pesquisadores e grupos-sociais nos dias atuais, desenvolve-se uma análise sobre o uso da
metodologia da pesquisa-ação na pesquisa científica em um sistema de informação
internacional, denominado base Compendex, em Janeiro de 2010, em que se avalia o estado
da arte da área a partir do exame final de 132 artigos publicados em revistas científicas em
vários países entre os anos de 2007 e 2010 (tabela 2).

O método de busca escolhido pelo pesquisador tem seis fases, cada fase requer uma
avaliação e decisão para se atingir o objetivo que é saber sobre a aplicação da pesquisa-ação
na linha de estudo do pesquisador. Descrevem-se na tabela 2 as fases e limitações básicas de
uma busca na base Compendex e mostram-se os resultados quantitativos, ou seja, de um
horizonte geral da porcentagem de artigos pesquisados em cada fase. Na fase de
Levantamento inicial da busca, encontram-se mais de 13 mil artigos que abordam o termo

14
Pesquisa-ação (Action Research em inglês), em seus títulos, palavras-chave ou mesmo nos
resumos dos artigos.

Nessa primeira fase definiu-se o período de tempo desde 1970 até a primeira semana
de janeiro de 2010 para se ter uma ideia da evolução do tema durante alguns anos, o
levantamento inicial já fornece uma primeira fase onde se faz o delineamento inicial
definindo alguns parâmetros para a pesquisa, sendo o de maior importância o título e o
período de publicação que se pretende obter.

Tabela 2 Fases de busca na base Compendex


Limitações da pesquisa e resultados
1ª fase Parâmetros da pesquisa: pesquisa por “action research“ (pesquisa-ação), nos títulos,
palavras-chave e resumo, em todos os idiomas, todos os tipos de documentos referentes
ao período de 1970 até 2010.
Resultado da pesquisa = 13.455 artigos
2ª fase Selecionar a busca somente para os últimos três anos, de 2007 até 2010.
Resultado da pesquisa = 3.706 artigos (100%)
3ª fase Selecionar por classificação das grandes áreas (5) de interesse do estudo.
Resultado da pesquisa = 1.348 artigos (36%)
4ª fase Selecionar por vocabulário controlado (11) de interesse do estudo.
Resultado da pesquisa = 455 artigos (12%)
5ª fase Selecionar (2ª vez) por classificação das grandes áreas (6) de interesse do estudo.
Resultado da pesquisa = 132 artigos (3,5%)
6ª fase Referenciar no estudo: analisar e selecionar os artigos.
Resultado da pesquisa = 36 artigos referenciados (0,9%)

A utilização da pesquisa-ação deixa de ser somente vista como uma forma de


engajamento sócio-político, a proposta de uso da pesquisa-ação do tipo participativo na
investigação e resolução de problemas já está muito presente nas melhorias dos problemas
técnico-organizacionais na academia, indústria e serviços de transformação de informação,
materiais e pessoas.

Thiollent (2003) descreve que a pesquisa-ação opera nas áreas prediletas que são
educação, comunicação social, serviço social, organização, tecnologia e nas práticas políticas
e sindicais. Na pesquisa realizada no período de 2007 a 2010, já no último refinamento onde

15
são considerados apenas 132 periódicos acadêmicos, e baseados no código de identificação da
base Compendex, são identificadas as seguintes áreas de aplicação: matemática, inteligência
artificial, aplicações em informática, ciência de sistemas, técnica de otimização, teoria da
probabilidade, estatística matemática, engenharia profissional, telecomunicações, ergonomia e
engenharia humana, engenharia de segurança.

No vocabulário controlado da base Compendex descrevem-se várias aplicações da


pesquisa-ação (tabela 3), tais como na: pesquisa industrial, tomada de decisão, garantia de
qualidade, tecnologia, engenharia industrial, gerenciamento de projetos, planejamento, gestão
da qualidade total, satisfação de clientes, custos, controle de qualidade, teoria de jogos,
análise e gestão de risco, automação, logística, modelo matemático, inteligência artificial,
vendas, saúde, sensores, sociedades e instituições, desdobramento da função de qualidade,
engenharia de segurança, identificação de rádio frequência, programação dinâmica, indústria
de construção, engenharia humana, rede de computadores, engenharia de produção,
desenvolvimento sustentável, indústria, desenvolvimento de produtos, políticas públicas,
controle de produção, gerenciamento de rede, processamento de dados, pesquisa em
engenharia e outros.

1.5 Conteúdo do trabalho

O presente trabalho está estruturado em seis capítulos.

Capítulo 1: neste capítulo de Introdução faz-se uma apresentação do trabalho, a


motivação que levou a realização do trabalho e a definição do problema proposto. São
apresentados os objetivos principais deste trabalho, bem como, sua contribuição. Por fim, é
apresentado o conteúdo do trabalho e a descrição da metodologia da pesquisa-ação.

Capítulo 2: apresenta-se uma revisão de literaturas sobre a abordagem, métodos e


ferramentas Lean, onde se fornece a compreensão para as melhorias contínua e alavanca o
melhor gerenciamento da capacidade dos equipamentos.

16
Tabela 3 Áreas de conhecimento da pesquisa-ação
Área de pesquisa Autores e ano
Pesquisa Industrial Chakravorty e Hales (2008), Errasti et al. (2009), Gales (2008),
Burgelman e Grove (2007), Papavramides (2007).
Tomada de decisão Craig e Lemon (2008), Yongbo et al. (2008), Sevkli et al. (2007),
Kaplan et al. (2007), Choy et al. (2008).
Pesquisa Ilie-Zudor e Monostori (2009), Cantista e Tylecote (2008), Straude et
al. (2007).
Qualidade assegurada Jiang et al. (2007), El-Saboni et al. (2009), Oh et al. (2008), Koura e
Talwar (2008), Lee (2007), Habraken et al. (2009)
Tecnologia Straude et al. (2007), Lee (2007), Choy et al. (2008).
Engenharia Industrial Charness e Tuffiash (2008), Agarwal et al. (2007), Li et al. (2008).
Gestão de projeto Koplin e Seuring (2007), Verner (2008).
Planejamento Hadaya e Cassivi (2007), Tsamboulas et al. (2007), Pillet e Maire
(2008), Lü et al. (2009), Wu et al. (2007).
Controle de Qualidade Total Rooke e Kagioglou (2007), Craig e Lemon (2008), Koura e Talwar
(2008).
Satisfação do cliente Ge et al.(2009), Cantista e Tylecote (2008), Kaplan et al. (2007), Yin et
al.(2009).
Custos Yu et al. (2009).
Controle de qualidade Yuecheng et al. (2009), Pillet (2008), Gonçalves (2009).

Logística Errasti et al. (2009), Lin e Gu (2008), Fritz e Hausen (2009), Lee e
Chan (2009).
Vendas Bruzzone e Tremori (2008).

QFD – Desdobramento da função Jiang et al. (2007), Yuecheng et al. (2009).


qualidade

Engenharia de produção Cheng et al. (2007)


Indústria Chen e Han (2009), Holmberg e Cummings (2009)
Desenvolvimento de produtos Erat e Kavadias (2008), Umez-Eronini e Sahin (2007)

Controle de produção McCabe (2007)

Processamento de dados El-Saboni et al. (2009)


administrativos
Sistema de controle otimizado Simpkinsy e Todorovz (2009)

Operadores Pettersson-Strömbäck et al. (2008)

17
Capítulo 3: Descrevem-se alguns conceitos relevantes para a fundamentação da
pesquisa. Aborda-se alguns tópicos relevantes como Benchmarking, o gerenciamento
estratégico segundo a abordagem Hoshin Kanri e o Sistema Grey como método de seleção e
avaliação de indicadores.

Capítulo 4: apresenta-se uma proposta do método de diagnosticar o potencial e


oportunidades de melhorias de forma a se integrar com o Planejamento Hoshin e
gerenciamento estratégico para transformar e aplicar o Lean no sistema de operações,
logística e serviços.

Capítulo 5: com o objetivo de contribuir e validar a proposta do MDE, neste capítulo


mostra-se a aplicação do Método de Diagnóstico de Empresa em uma empresa do segmento
de usinagem.

Capítulo 6: apresenta-se uma discussão sobre os resultados obtidos na aplicação do


Método de Diagnóstico de Empresa em quatro diferentes empresas.

Capítulo 7: no último capítulo são apresentadas as principais conclusões,


considerações e recomendações para futuros trabalhos, baseados nos estudos realizados nas
empresas.

18
2 CONCEITOS E TERMINOLOGIAS DOS PRINCÍPIOS LEAN

A Produção Enxuta desafia as práticas de produção, revisa e vitaliza os conceitos de


produção e qualidade na cadeia de suprimentos. Segundo os pesquisadores Womack, Jones e
Roos em sua publicação original de 1990 “ The machine that change the Word” a indústria
automotiva japonesa mostra ao mundo sua superioridade em fabricação (Womack et al.,
2004). A Toyota com seu sistema de produção consegue ser mais competitiva através do seu
desempenho e força os concorrentes a reaprenderem, desde os acionistas até os mais modestos
operadores. Holweg (2007), pesquisa e descreve um histórico resumido desde 1930 até a
origem o conceito de produção enxuta em 1990, terminando com a citação de algumas
aplicações e relevantes literaturas até o ano de 2006. Nas literaturas e artigos recentes de
operações e logística é comum ter capítulos dedicados ou citando abordagens e conceitos da
produção enxuta (SLACK et al., 2009; KRAJEWSKI, et al., 2009; CORRÊA, CORRÊA,
2007; MOREIRA, 2008; ANTUNES et al., 2008; PAIVA, 2009; DENNIS, 2008; LIKER,
2007).

2.1 Vantagem competitiva

Christopher (2007) com sua visão de marketing e logística acredita que o sucesso de
mercado está relacionado à vantagem competitiva e aos três Cs: companhia, concorrentes e
clientes. Deve-se obter a vantagem para o cliente ao custo que ele deseja pagar, ou seja, uma
vantagem de custo e de valor, nos quais a vantagem de valor é ser responsivo confiável e com
serviços personalizados. A vantagem de custo é conseguir ter fornecimento sincronizado, giro
dos ativos e gerenciar a capacidade, utilizando a capacidade de maneira adequada. Segundo
Christopher (2007) as atividades de apoio e primárias devem se organizar de forma matricial e
seqüencial para atingir a margem de lucro desejada para a continuidade do negócio (figura 2).

A logística e o gerenciamento da cadeia de suprimentos podem fornecer uma


vantagem competitiva em relação aos concorrentes, em termos de preferência dos clientes

19
através do melhor gerenciamento da logística e da cadeia de suprimentos. (CHRISTOPHER,
2007).

Figura 2 A cadeia de valor (PORTER,1985 apud CHRISTOPHER, 2007)

A vantagem competitiva hoje está na gestão eficaz de tempo, segundo Daugherty e


Pittman (1995) devem-se utilizar estratégias baseadas no tempo durante toda a distribuição,
desde a produção ao ponto-de-venda, pois quando a entrega não atende às necessidades dos
clientes perdem-se oportunidades e, sem um processo de manufatura rápida, as vantagens
diminuem mais ainda ao ponto de deixarem um espaço que pode ser preenchido pelos velhos
ou novos concorrentes. A empresa precisa atingir bons níveis de responsividade à montante e
à jusante, em toda a cadeia de suprimentos com maior flexibilidade e agilidade
(REICHHART; HOLWEG, 2007).

No sistema de produção empurrada (figura 3), que classifica-se como tradicional, os


materiais são movidos para a etapa seguinte logo que são processados, geralmente em grandes
lotes com lead times longos. Diante de tanto material em processamento, a administração não
é nada fácil. O gerenciamento é induzido a atuar de maneira corretiva. Buscando a utilização
da capacidade fabril e o maior volume de produção, estoca-se o excedente produtivo quando
se consegue cumprir suas metas. Geralmente tem dificuldade em cumprir o mix, ou seja,
atender ao cliente. Os problemas não são visíveis e não são fáceis de resolver. As interrupções
do fluxo são mais constantes e a qualidade final, assim como os custos, não são tão
competitivos em nível global.
20
No sistema de produção puxada, que classifica como enxuta, os materiais são movidos
somente quando a próxima etapa os solicita, geralmente em pequenos lotes com lead times
menores do que no sistema tradicional, facilitando o gerenciamento do fluxo de valor da
cadeia produtiva. O gerente do fluxo faz o mapeamento da cadeia e busca a perfeição,
procurando atuar preventivamente. Sua maior preocupação está em produzir somente a
necessidade do cliente, com qualidade assegurada, evitando as interrupções do processo
produtivo, como mostram as figuras 3 e 4 (SLACK et al., 2009).

Figura 3 Analogia da produção empurrada (SLACK et al., 2009)

Figura 4 Analogia da produção puxada (SLACK et al., 2009)


21
Entende-se que uma manufatura nasce de um projeto, com necessidades funcionais
para atender aos clientes com base em parâmetros, e que sua estrutura não é rígida, mas evolui
de maneira contínua, é importante explanar a seguir sobre cinco princípios para o pensamento
enxuto do Sistema Toyota de Produção: valor; cadeia de valor; fluxo; produção puxada e
perfeição.

2.2 Estrutura do modelo Toyota

Ghinato (1995) na figura 5, mostra de acordo com sua pesquisas, o uso e alinhamento
de ferramentas e métodos com o modelo para o Sistema Toyota de Produção e Womack et al.
(1998), não coloca nenhuma estrutura para atingir o pensamento enxuto, mas sugere o
Planejamento Hoshin, que é uma ferramenta para a tomada de decisões estratégicas para a
equipe de executivos de uma empresa. Essa ferramenta focaliza recursos nas iniciativas
críticas necessárias para concretizar os objetivos de negócios da empresa. Usando diagramas
matriciais semelhantes aos empregados no desdobramento da função qualidade (QFD),
selecionam-se de três a cinco objetivos-chave e desconsideram-se todos os outros. Os
objetivos selecionados são traduzidos em projetos específicos e desdobrados até o nível de
implementação na empresa.

O desdobramento estratégico unifica e alinha os recursos, estabelece alvos claramente


mensuráveis em relação aos objetivos-chave que são medidos regulamente. No livro “A
mentalidade enxuta nas empresas”, Womack e Jones (1998) afirmam que o pensamento
enxuto traz melhores resultados. Um compromisso de cinco anos divide-se em quatro fases,
especificam etapas, dentro do período certo de cinco anos (quadro 1), para se atingir o
pensamento enxuto da estrutura do Sistema Toyota de Produção bem como se sugere prazos
necessários à implementação das fases principais para o sistema de produção enxuta.

22
Figura 5 Estrutura do modelo Toyota (GHINATO,1995)

23
Quadro 1 Prazo para o salto para o pensamento enxuto (WOMACK; JONES, 1998)
Fase Etapas específicas Prazo
Inicie o processo Encontre um agente de mudança Seis meses
Conheça as técnicas do pensamento enxuto
Encontre uma alavancagem
Mapei as cadeias de valor
Inicie o kaizen do fluxo
Expanda seu escopo
Crie uma nova Reorganize-se por família de produtos Seis meses até
organização Crie uma função enxuta dois anos
Desenvolva uma política para o excesso de pessoal
Desenvolva uma estratégia de crescimento
Elimine os obstáculos
Instale a mentalidade da perfeição
Instale sistemas de Introduza a contabilidade enxuta Anos três até
negócios Implemente a transparência quatro anos
Inicie o desdobramento da política
Introduza o aprendizado do pensamento enxuto
Encontre ferramentas do tamanho certo
Termine a Aplique essas etapas a seus fornecedores/clientes Final de cinco
transformação Desenvolva uma estratégia global anos
Transição da melhoria de cima para baixo para melhoria de baixo
para cima

2.3 Princípios e abordagem Lean

Em engenharia e gestão entende-se que uma manufatura nasce de um projeto com


necessidades funcionais para atender aos clientes com base em parâmetros de projeto e que
sua estrutura não é rígida, portanto podem-se identificar os cinco princípios do pensamento
enxuto das organizações e do Sistema Toyota de Produção. Segundo Womack e Jones (1998),
os cinco princípios considerados como base para a produção enxuta no Sistema Toyota de
Produção são:

VALOR: capacidade oferecida a um cliente no momento certo a um preço adequado,


conforme definido pelo cliente.

24
CADEIA DE VALOR: atividades específicas necessárias para projetar, pedir e oferecer
um produto específico, da concepção ao lançamento do pedido à entrega, e da matéria-prima
às mãos do cliente.

FLUXO: realização progressiva de tarefas ao longo da cadeia de valor para que um


produto passe da concepção ao lançamento, do pedido à entrega e da matéria-prima às mãos
do cliente sem interrupções, refugos ou retro fluxos.

PRODUÇÃO PUXADA: sistema de produção com instruções de entrega das atividades


a jusante para as atividades a montante no qual nada é produzido pelo fornecedor a montante
sem que o cliente a jusante sinalize uma necessidade.

PERFEIÇÃO: eliminação total de qualquer atividade que consome recursos, mas não
cria valor para que todas as atividades ao longo do tempo de uma cadeia de valor criem valor.

Nas últimas décadas, os altos executivos das empresas têm adotado programas de
melhorias no esforço de transformar as companhias para competirem com sucesso no futuro,
como exemplo das iniciativas de melhoria tem-se: Gestão da qualidade total; Produção e
sistemas de distribuição (just-in-time); Competição baseada no tempo; produção enxuta /
empresa enxuta; Criação de organizações focalizadas no cliente; Gestão de custos baseada em
atividades; Empowerment dos funcionários e Reengenharia.

As melhorias exigem grandes mudanças e as metas desses programas não são as


melhorias incrementais ou da sobrevivência, mas um desempenho que permita o sucesso na
era da informação e do conhecimento (KAPLAN; NORTON, 1997).

Para se atingir uma excelência em manufatura, os princípios para a produção enxuta


podem ser implementados e significam os objetivos ou o que se quer alcançar. Os métodos e
ferramentas, segundo a abordagem da produção enxuta, são derivados dos princípios, para se
alcançar os objetivos. Tais métodos descrevem os processos a serem implementados é o meio
como se deseja alcançar os objetivos e são representados pelas ferramentas. Na figura 6,
descrevem-se os cinco princípios básicos do sistema de operações e logísticas, adaptado da
empresa de refrigeradores pesquisada, citada no item 2.9 (Evolução da aplicação de métodos e
ferramentas Lean), que são sustentados com uma base na padronização e sustentabilidade. Tal
25
figura também se baseia na definição dos cinco princípios do pensamento enxuto das
organizações e do Sistema Toyota de Produção (WOMACK; JONES, 1998).

Figura 6 Princípios básicos do sistema de operações e logísticas

As capacidades ao longo de processos de fabricação são amplamente sincronizadas e


alinhadas com os métodos e ferramentas. Na figura 7, baseada na abordagem de Slack et al.
(2008) descrevem-se o objetivo (sincronismo enxuto), a abordagem para vencer as barreiras a
fim de implementar a sincronização enxuta, os métodos para eliminar as perdas e as várias
técnicas que podem ser usadas para ajudar a eliminar as perdas.

Miyake (2008) apresenta um modelo com as ferramentas básicas alinhadas aos


princípios Lean (figura 8), porém Slack et al. (2008), na figura 7, trata os princípios como
abordagens. Os princípios são diferentes entre as empresas multinacionais pesquisadas tais
como: Bosch, BSH, Eaton, Alcoa. O pesquisador tem acompanhado a evolução da
implementação do Lean nos últimos anos nestas empresas e constata que cada empresa define
seus princípios de acordo com sua realidade e necessidade, tal diferença relacionada aos
princípios se dá pela necessidade, discussão e definição que se alinham aos objetivos
estratégicos de forma personalizada. Na figura 8 apresenta-se o modelo de Miyake (2008),

26
que tem uma proposta de etapas de implantação do Lean de forma alinhada com os princípios
e ferramentas.

Figura 7 Sincronização enxuta (adaptado de SLACK et al., 2008)

Na figura 9 descreve-se o objetivo para um processo de implantação de um sistema de


produção enxuta ou de transformação de um sistema de produção convencional para uma
configuração mais enxuta, a abordagem é denominada como princípios Lean e também é
usada para transpor adversidades e obstáculos, facilitando a implantação do Lean. As
ferramentas apresentadas são descritas por Slack, em alguns casos, como métodos, embora
ambos os autores tenham a finalidade de ajudar na eliminação das perdas e agregação de
maior valor para os clientes, segundo (MIYAKE, 2008).

Segundo Feld (2000) e Satolo et al. (2000) os métodos e técnicas que em geral são
utilizados na implementação da produção enxuta (figura 10), objetivando o combate às fontes
de desperdício e melhorias no processo, podem ser agrupadas em cinco grandes grupos que
são:

Fluxo de produção – abrangem métodos e técnicas relacionadas com trocas físicas,


procedimentos de desenvolvimento de produtos e definição de padrões necessários.

27
Organização e cultura – refere-se a questões relacionadas ao indivíduo, aprendizado,
comunicação e valores partilhados na organização.

Figura 8 Princípios e ferramentas do modelo Lean nas etapas de um projeto de melhoria


(MIYAKE, 2008)

Controle de Processos – abordam métodos e técnicas relacionadas ao monitoramento,


controle, estabilização e melhoria do processo de produção.
28
Métricas – englobam métodos e técnicas que medem o desempenho, metas de
melhorias e recompensa na atuação de times de trabalho e colaboradores da organização.

Logística – relaciona regras de funcionamento, técnicas e métodos de planificação e


controle de fluxos de materiais internos e externos à organização.

Figura 9 Princípios do modelo Lean e ferramentas associadas (adaptado de MIYAKE, 2008)

A exposição de forma alinhada dos princípios ou abordagem, assim como os métodos


e ferramentas Lean citado por Slack et al. (2008), Miyake (2008) e Satolo et al. (2006) de
acordo com as figuras 7, 9 e 10 pode-se fornecer uma melhor visualização das diferenças e
relevância das ferramentas básicas na visão de cada autor. Tais exemplos indicam que não
existe um único padrão para a aplicação dos métodos e ferramentas Lean.

Os tópicos a seguir trazem as definições, embora em alguns casos se tenha


divergências, das ferramentas e métodos básicos que são utilizados nas implementações do
29
Lean nas empresas e serviços (MURMAN et al., 2002), mas será adotada a estrutura dos
princípios básicos do sistema de operações e logísticas (figura 6), por fazer parte da pesquisa
e desenvolvimento do pesquisador em uma empresa multinacional fabricante de
refrigeradores nos últimos cinco anos.

Figura 10 Métodos e técnicas empregados em um sistema de Produção Enxuta (Adaptado de


SATOLO et al., 2006)

A partir da seção 2.4, faz-se uma revisão de literatura sobre os conceitos dos princípios
básicos do sistema de operações e logísticas (figura 6) e seus prováveis métodos e
ferramentas, na qual se indica várias referências bibliográficas.

30
2.4 Produzir somente conforme a demanda

O princípio produzir somente conforme a demanda, significa a contínua otimização ao


longo da cadeia de agregação de valor e orientação à demanda do cliente. Produzir somente
conforme a demanda significa produzir a demanda dos clientes e entregar no tempo certo com
o menor tempo de ciclo e inventários. Esse esforço visando aos clientes pode aumentar a
satisfação dos mesmos; evita-se o desperdício de estoque entre outros e geram-se processos
simples e transparentes. Dessa forma, o desafio das empresas está em colocar à disposição o
produto certo, no momento, no local, na quantidade e qualidade desejada pelo cliente ao custo
mínimo.

Para produzir somente quando houver demanda do cliente requer a aplicação de


conhecimentos e métodos como: sistema puxado, takt time e gerenciamento de suprimentos
(figura 11). Vale ressaltar que os princípios apresentados são definidos de acordo com a
estratégia e necessidade de cada negócio, neste trabalho a referência é uma empresa de
manufatura pesquisada e citada no capítulo três.

Figura 11 Ferramentas para sistema puxado em manufatura

31
Considera-se, por exemplo, em uma cadeia de suprimentos de bens de consumo como
clientes externos, os atacadistas, os varejistas e as subsidiárias e como clientes internos pode-
se ter os centros de distribuição e armazéns que pertencem ou que estão sob controle e gestão
da empresa.

2.4.1 Sistema puxado

O sistema puxado (figura 12) é um sistema para controlar os processos, as ordens de


produção são puxadas pela fabricação, ao contrário do que ocorre segundo o princípio de
empurrar. O impulso para a execução de ordens de fabricação começa pelo fim da cadeia
logística (o cliente). Isso significa que a ordem concreta e/ou o consumo do cliente comanda
as áreas (DAILEY, 2003; SLACK et al., 2008; SLACK et al., 2009; LIKER; MEIER, 2007;
IYER et al., 2009; MURMAN et al., 2002; CALADO, 2006).

Entrada Bestand in der


Inventário Fertigung
da produção Saída

Sistema empurrado - convencional

Entrada Inventário da produção Saída

Circuito fechado

Sistema puxado na produção

Figura 12 Analogia do sistema puxado e empurrado (SLACK et al., 2009)

O objetivo do sistema puxado é somente produzir uma peça, sempre que possível,
quando o seu consumidor a necessita, em um curto espaço tempo, que dispensa um estoque

32
entre duas etapas do processo. As ações resultam na redução de estoques, redução de tempo
de percurso, aumento do desempenho na entrega e melhorias no processo de planejamento,
controle, programação e controle da produção.

O sistema puxado traz uma vantagem para a cadeia de processos (cliente – produção –
fornecedor), uma vez que todas as etapas do processo são conectadas entre si através do
sistema puxado, pois as ordens de cliente acionam a produção em um ponto definido do fluxo
de processo total. Os responsáveis pelo controle de produção que se baseiam em um plano são
completamente substituídos por processos auto-controlados. Outra vantagem é que as
previsões de vendas são utilizadas para planejamento de capacidades e demandas a médio e
longo prazo.

A análise ABC/XYZ é a combinação entre a análise de valor / quantidade (ABC) e a


previsão / comportamento do consumo (XYZ) do mix de peças / mix de produtos. Assim, são
a base para a classificação de materiais / produtos em classes de suprimento / classes de
serviço (SLACK et al., 2009; CORRÊA, 2010; NOVAES, 2007; KRAJEWSKI et al., 2009;
MARTINS, 2005; JACOBS, 2009; STEVENSON, 2001; BALLOU, 2006; GAITHER;
FRAIZER, 2007; CORRÊA; CORRÊA, 2007; BOWERSOX, et al., 2007; SHINGO, 2009).

Classes de suprimento são entendidas como processos padronizados de suprimento de


materiais, matéria prima e peças de aquisição dos fornecedores para a produção. Classes de
serviço são entendidas como processos padronizados de suprimento, produtos acabados, da
produção para os clientes. A análise ABC/XYZ serve como base para a seleção e classificação
de classes de suprimento e classes de serviço. Para cada classe, entre outros são definidos os
seguintes pontos: ponto de entrega e tipos de estoque (exemplos: armazém, supermercado, na
linha de produção etc.), procedimentos de abastecimento (exemplo, sistema milk run) e
métodos de controle como kanban e ordens.

Materiais e produtos são periodicamente controlados, no mínimo trimestralmente,


conforme análises ABC/XYZ e classificados em classes apropriadas de suprimento, os
mesmos materiais e produtos são controlados conforme método determinado, eventualmente
armazenados e colocados à disposição caso seus pré-requisitos forem cumpridos. Os
parâmetros são continuamente revistos e eventualmente ajustados quando se possui um
sistema de planejamento de recursos corporativos (ERP – Enterprise Resource Planning).
33
Análises ABC/XYZ são executadas automaticamente através de uma ferramenta e são
utilizadas na totalidade de produtos, produtos semi-acabados e peças e matéria-prima.

Just in Time (JIT), termo inglês significando exatamente no prazo. É um conceito para
a provisão de material para um determinado ponto de fornecimento. JIT significa que o
material certo, no momento certo, na quantidade certa é fornecido ao local certo. Isso ocorre
com base em uma demanda concreta de um cliente. Considerando esses requisitos, é
executado o gerenciamento de um fornecedor (DAILEY, 2003; OHNO, 1997; MIYAKE,
2008; SLACK et al., 2009; CORRÊA, 2010; SLACK et al., 2008; SANTOS et al., 2009;
SIMCHI-LEVI et al., 2010; ANTUNES et al., 2008; KRAJEWSKI et al., 2009; MARTINS,
2005).

Já o Just in Sequence (JIS), termo inglês significando na sequência certa. É um


desenvolvimento suplementar de JIT, que adicionalmente aos requisitos de JIT, o fornecedor
deve assegurar que a sequência de fornecimentos é cumprida conforme a solicitação do
cliente. Essa ferramenta ajuda na redução de lead times, redução de estoques e espaços,
minimização de movimentos de materiais e de esforços de manuseio e aumento da
transparência de processos.

O fornecedor e/ou provedor de logística e serviços executam JIT/JIS para os grupos de


materiais adequados. A capacidade do fornecedor para JIT/JIS são verificadas ou
desenvolvidas, sempre com a preocupação em definir o ponto de entrega, como exemplo a
frequência de entrega de fornecedor JIT/JIS é de no mínimo uma vez por turno, ou seja,
estoque máximo para um turno. Todos os parâmetros, como por exemplo, superfície,
organização, técnica, contratos JIT/JIS, parcerias, são esclarecidos, documentados e
disponíveis e não são executadas inspeções de qualidade na entrada de mercadorias na
empresa. Uma boa condição é quando o fornecedor em condições consensadas e normais
assegurar a qualidade exigida (JACOBS, 2009; STEVENSON, 2001; MOREIRA, 2008;
BALLOU, 2006; GAITHER; FRAIZER, 2007; CORRÊA; CORRÊA, 2007; BOWERSOX et
al., 2007; SHINGO, 2000; SHINGO, 1996a; LIKER; MEIER, 2007; CHRISTOPHER, 2007;
MURMAN et al., 2002).

Kanban, definido como cartão em japonês, é uma ferramenta que controla e gerencia
visualmente o fluxo de informações e regula o suprimento de materiais entre processos.
34
Sinaliza que o cliente interno ou externo, consome um material ou um produto. O fornecedor
interno ou externo é ativado para re-fornecer ou re-produzir esse produto. Quando o cliente e
o fornecedor se comunicam e agem através desse procedimento, intervenções externas não
são mais utilizadas. Trata-se então de um círculo de regulagem auto-controlado (CALADO et
al., 2005).

Ferramenta para aplicação do Princípio de puxar e controle para simplificar o fluxo de


materiais, através da visualização tornar transparente a disponibilidade de materiais e os
estoques. Evita-se excesso de produção e peças defeituosas, controlam-se visualmente
relações entre fornecedor e cliente e detectam-se distúrbios de processos, utilizando-os para
implementar melhoramento contínuo. O controle kanban é aplicado e visualizado
correspondentemente para grupos de materiais adequados. Círculos de controle de Fornecedor
/ Cliente são definidos e pontos de fornecimento (locais de consumo) são estabelecidos.
Informações-padrão são contidas no cartão kanban: Designação de artigo, número de
material, quantidade por carregador, Fonte, imagem (opcional), código de barras (opcional),
Cliente, número kanban, tempo de reposição, observação, número total kanban (DAILEY,
2003; OHNO, 1997; MIYAKE, 2008; SLACK et al., 2008; CORRÊA, 2010; SLACK et al.,
2009; SANTOS et al., 2009; ANTUNES et al., 2008; KRAJEWSKI et al., 2009; MARTINS,
2005; JACOBS, 2009; BALLOU, 2006; GAITHER; FRAIZER, 2007; CORRÊA; CORRÊA,
2007; SHINGO, 2000; SHINGO, 1996; SHINGO, 1996a; LIKER; MEIER, 2007;
CHRISTOPHER, 2007; MURMAN et al., 2002).

O sistema milk run é uma derivação do fornecimento direto, similar ao antigo carro de
entrega de leite, um leiteiro que executa entregas em um tempo pré-definido em uma rota
específica, onde substitui garrafas vazias por garrafas cheias. No processo de produção,
através de milk runs o fornecimento de materiais é executado em uma rota definida em
tempos pré-determinados e em quantidades e composições fixas.

O milk run reduz viagens individuais e minimização de custos para fornecimento de


pequenos grupos de peças ou materiais. Traz a vantagem de poder implementar um eficiente
fornecimento com kanban. Evitam-se complexos sistemas de controle de transporte e sistemas
especializados, como exemplo de sistema de controle de empilhadeiras (CHOPRA; MEINDL,
2003; WOMACK; JONES, 2006).

35
Esse sistema proporciona a padronização do suprimento de materiais, por exemplo, se
pode pré definir um ciclo de percurso circular interno menor que duas horas, onde o trem milk
run (figura 13) faz diversas paradas; as paradas são visualizadas pelo cliente; existe entrega
direta no local de consumo; as embalagens são padronizadas; gerenciam-se de maneira
integrada as embalagens vazias.

Supermercados representam buffers (entende-se como um pequeno estoque) de


material entre estações de trabalho, nas áreas em que se tem dificuldade de manter um fluxo
contínuo de material. Em supermercados são mantidas quantidades mínimas e máximas de
matéria prima, peças e grupos de construção para o seu respectivo processo, se a quantidade
mínima não for alcançada, são produzidas novas peças do processo anterior até que o estoque
normal e pré-definido seja alcançado (OHNO, 1997; MIYAKE, 2008; LIKER; MEIER, 2007;
WOMACK; JONES, 2006).

Figura 13 Carro motorizado para milk run interno

Tal como em um supermercado o cliente ou o processo seguinte retiram as peças


necessárias das prateleiras e acionam a reposição de peças através do vendedor, isto é, o
processo antecedente. O supermercado é operado segundo o princípio FIFO (First In, First

36
Out, que em portugues significa primeiro a entrar, primeiro a sair). Trata-se somente de um
meio auxiliar para implementar kanban e deve ser visto como solução intermediária no
caminho para a produção em fluxo contínuo orientada pelo cliente.

Os processos de fornecedores são desacoplados da demanda de cliente, por exemplo,


conectar processos de tamanhos de lotes com produção em fluxo contínuo. Assegurar a
disponibilidade de produtos acabados e semi-acabados, mas evitar superprodução. Elimina-se
a fabricação baseada em prognósticos a qual é substituída por controle de consumo, buscando
o princípio de puxar.

Estoque gerenciado pelo fornecedor (VMI - Vendor Managed Inventory) é quando o


fornecedor assume a responsabilidade pelo inventário vendido referente a seus produtos
existentes junto ao cliente. Obedecendo a certas regras, o planejador do cliente transfere ao
fornecedor de materiais e peças o gerenciamento de seus estoques. Além disso, o fornecedor
terá acesso aos dados de estoque dos materiais envolvidos existentes no cliente, portanto, ele
passa a executar fornecimentos com independência e auto-responsabilidade (SLACK, 2009;
CORRÊA, 2010; CHRISTOPHER, 2007; SIMCHI-LEVI et al., 2010).

Essa ferramenta em que o fornecedor é 100% responsável pela disponibilidade de


materiais, tem sido muito recomendada pelos autores como uma maneira de melhorar a
cooperação entre as empresas e traz vantagens como: assegura-se a disponibilidade de
componentes; aumenta-se a velocidade de respostas; reduz custos e interfaces do processo de
execução de pedidos; aumenta-se a transparência das relações de fornecimentos; constrói um
relacionamento baseado em participação com o fornecedor e facilita-se o planejamento e a
disposição para a completa cadeia de fornecimentos, por meio de dados confiáveis de estoque,
consumo e demanda.

2.4.2 Takt do cliente

A definição do takt do cliente ou também conhecido pelas empresas como takt time é
o período médio de tempo dentro do qual o cliente necessita de uma peça, dependendo do
tempo de produção disponível.
37
Takt Tempo de produção disponível por unidade de tempo [seg]
=
do cliente Demanda média de cliente por unidade de tempo [peça]

O takt do cliente, segundo Dailey (2003); Bass and Lawton (2009); Santos (2009);
Antunes (2008); Shingo (2009); Liker e Meier (2007) Calado e Calarge (2009b) e Murman et
al. (2002) pode ser submetido a oscilações e precisa ser periodicamente controlado, sua
finalidade é sincronizar a produção com a demanda do cliente; evitar interrupção de
fornecimentos, utilizando estoques mínimos; reduzir ativamente tipos de desperdício, como
excesso de produção, transporte e estoques; cumprir expectativa do cliente, fornecendo a
quantidade certa no tempo certo. Dessa forma pode-se planejar as capacidades de fabricação
de forma transparente e minimizar o efeito chicote da cadeia de suprimentos e, para tanto, as
manufaturas têm aprendido o nivelamento da produção e praticado o sistema de fluxo
unitário, a troca rápida e o mapeamento do fluxo de valor (figura 14).

Produz-se em uma estação de trabalho e assim que estiver pronta é encaminhada ao


próximo passo do processo, sempre é encaminhada somente uma peça de cada vez, os postos
de trabalho são projetados de forma que tenham de preferência o mesmo tempo e o lote de
transferência tem o tamanho igual a um. Esse instrumento denomina-se One-piece-flow
(DAILEY, 2003; MIYAKE, 2008; SHINGO, 2009; LIKER; MEIER, 2007; MURMAN et al.,
2002), que representa um fluxo contínuo em sua forma mais pura (produção em fluxo
contínuo), ou seja, se produz uma peça de cada vez e se encaminha uma peça por vez.

A conexão direta com a demanda do cliente pode provocar grandes oscilações na


produção, dessa forma a ferramenta de nivelamento da produção será obtida se as ordens de
produção forem programadas conforme um planejamento tanto quanto possível padronizado e
recorrente e se esse planejamento for respeitado consistentemente, além disso, a produção
deve respeitar o conceito do takt do cliente durante certo período de tempo, portanto pequenos
lotes e mínimos horizontes fixos são requeridos para a produção.

Utiliza-se no nivelamento de produção pequenos estoques previamente definidos, a


produção é desacoplada da demanda do cliente. Assim é possível reduzir o impacto de
oscilações de demanda, efeito chicote já descrito. Entre as vantagens podem-se evitar
oscilações excessivas das quantidades de produção, reduzir lead times e tempos de resposta
38
para clientes, reduzir estoques de peças em produção e estoque de produtos acabados e
aumentar a produtividade, evitando alterações não planejadas no plano de produção
(DAILEY, 2003; OHNO, 1997; MIYAKE, 2008; SLACK et al., 2008; SLACK et al., 2009;
SLACK et al., 2008; SANTOS et al., 2009; KRAJEWSKI et al., 2009; JACOBS, 2009;
STEVENSON, 2001; MOREIRA, 2008; CORRÊA; CORRÊA, 2007; SHINGO, 2000;
SHINGO, 1996; LIKER; MEIER, 2007; MURMAN et al., 2002).

Figura 14 Ferramentas para o takt time em manufatura

Somente o processo puxador é controlado por meio de um plano de produção, o


cumprimento do plano de produção é medido pela quantidade e sequência produzidas e o
índice EPEI, Every part every interval que é traduzido como: cada peça em cada intervalo é
medido no processo puxador (DENNIS, 2008). Com o processo puxador definido, produz-se
dentro de um determinado período de nivelamento, conforme um determinado e constante
plano de produção. O lead time de reposição tende a ser otimizado através de setups
minimizados e tamanhos de lotes otimizados, ressaltando que existem diferenças entre
produtos padrão e que se deve levar em consideração os produtos exóticos (ROTHER;
SHOOK, 2003).

39
Troca rápida, também conhecida como SMED (Single Minute Exchange of Die,
traduzido como troca rápida de ferramentas em menos de dez minutos) é um procedimento
padronizado para redução do tempo de setup por atividade. É um pré-requisito para a
realização de menores tamanhos de lotes. A produção e a cadeia de suprimentos se favorece
da ferramenta para a padronização de procedimento de troca, redução de tempos de troca,
aumento de frequência de troca, redução de tamanhos de lotes, redução de lead times de
reposição e redução de estoques de pequenos estoques e de armazéns (DAILEY, 2003;
MIYAKE, 2008; SLACK et al., 2008; SLACK et al., 2009; SLACK et al., 2008; SANTOS et
al., 2009; ANTUNES et al., 2008; KRAJEWSKI et al., 2009; MARTINS, 2005; JACOBS,
2009; STEVENSON, 2001; MOREIRA, 2008; CORRÊA; CORRÊA, 2007; SHINGO, 2009;
SHINGO, 2000; SHINGO, 1996, SHINGO, 1996a; MURMAN et al., 2002; CALADO;
CALARGE, 2001; Alves et al., 2007, CALADO; BIONDI, 2007).

Segundo Rother e Shook (1998), a importância da ferramenta de mapeamento do fluxo


de valor está na possibilidade de enxergar o fluxo, auxiliar na identificação dos desperdícios
ou oportunidades, é muito simples de ver e tratar os processos, a visibilidade facilita as
decisões, alavanca os conceitos da produção enxuta, serve como mapa para as
implementações e impulsões, deixa visível o fluxo de materiais e de informações, ferramenta
qualitativa, mas que traz medidas antes e depois para se alcançar o objetivo desejado.

A ferramenta de Mapeamento do Fluxo de Valor (MFV), traduzido do inglês Value


Stream Mapping (VSM), segundo estudo de caso de Wee e Wu (2009) tem auxiliado muitas
empresas de manufatura na identificação dos desperdícios, na implementação da Produção
Enxuta e melhorias contínuas de longo prazo no caso da Cadeia de Suprimentos Enxuta
(CSE), por exemplo, a Ford Motor Company na cidade de Chungli em Taiwan. A Ford já
implementa a produção enxuta desde 1990, baseado no Sistema de Produção Ford (FPS -
Ford Production System) e no estudo de caso de Wee e Wu se mostra a aplicação do MFV
compartilhado ao método de resolução de problema ciclo PDCA (figura 15) para dar uma
visão industrial e de desenvolvimento, utilizam-se os quatro passos do PDCA para a melhoria
contínua da Cadeia de Suprimentos Enxuta.

A abordagem da Produção Enxuta segundo Abdulmalek e Rajgopal (2007) foi


aplicada com mais frequência em manufatura discreta do que nos setores de processo
contínuo. Slack (2009) descreve que os processos para a produção de bens são discretos ou

40
contínuos, como exemplo, de processos discretos por projeto são navios, projetos
arquitetônicos ou carros de corrida; por jobbing são roupas por encomendas, restauradores de
móveis ou aviões; por lote ou batelada são máquinas, peças para carro ou roupas; produção
em massa são carros, pizzas, congelados ou produção de CDs (Centros de Distribuição). As
empresas como CPFL, Petrobras, de processos contínuos que produzem, por exemplo, energia
elétrica, refino de petróleo, processos químicos e até cerveja, já utilizam muitas práticas
modernas de produção e qualidade no gerenciamento da cadeia de Suprimentos.

Figura 15 Mapeamento do fluxo de valor e PDCA (adaptado de ROTHER; SHOOK, 1998)

Entende-se o fluxo de valores quando se analisam todas as atividades criadoras de


valores que são necessárias para fabricar um produto, desde a matéria prima até a conclusão
do seu fornecimento a um cliente. O MFV estado atual representa a existente cadeia de
valores de um produto, da entrada de mercadorias até sua entrega final (situação real). O MFV
estado futuro permite projetar uma situação futura com inclusão das melhorias necessárias nos
processos. O MFV pode ser utilizado já na fase de planejamento de novas instalações de
produção.
41
Visualização de um completo fluxo de valores e desenvolvimento de um fluxo de
valores ideal. Relações entre fluxos de informações e de materiais são representadas e
entendidas com facilidade. Identificação e redução de desperdícios existentes em um fluxo de
valores. Definir e implementar medidas de otimização direcionadas (por exemplo: lead time,
inventário, sincronização de processos à montante e à jusante em um fluxo de valores). A
análise e o desenho de todas as cadeias de valores são executados em intervalos regulares com
melhoramentos do fluxo da fábrica. As cadeias de valores para todas as famílias de produtos
são avaliadas com o mapeamento do fluxo de valores e otimizadas com o desenho do fluxo de
valores (DAILEY, 2003; SLACK et al., 2009; CORRÊA, 2010; BASS; LAWTON, 2009;
KRAJEWSKI et al., 2009; JACOBS, 2009; LIKER; MEIER, 2007; WOMACK; JONES,
2006; MURMAN et al., 2002; ROTHER; SHOOK, 2003; CALADO et al., 2003).

2.4.3 Gerenciamento de suprimentos

O fluxo de valor é toda ação com ou sem agregação de valor que é necessária para a
transformação de cada produto, onde é importante o fluxo de produção da matéria prima até o
consumidor e o fluxo de projeto da concepção até seu lançamento. O fluxo total de valor
atravessa toda a cadeia, na direção do consumidor e inicia na última camada de fornecedor e
transpassando pela manufatura, figura 16.

Figura 16 Ilustração fluxo total de valor (adaptado de ROTHER; SHOOK, 1998)

42
Já existe uma consciência das empresas de manufatura que o gerenciamento da cadeia
de suprimentos tem forte implicação estratégica e, através dela, é possível aumentar a
competitividade, mas tem surgido a preocupação com a valorização do fluxo de produtos e
/ou serviços e fluxo de informações que nas últimas duas décadas as empresas passaram de
maneira gradativa a aplicar a ferramenta de mapeamento da cadeia de valor.

Cadeia de valor ou cadeia de suprimentos é a rede de serviços, materiais e fluxos de


informações que ligam os processos de relacionamentos com clientes, de atendimento de
pedidos e de relacionamento com fornecedores da empresa e de seus fornecedores e clientes
(KRAJEWSKI et al., 2009).

Logística é o processo de gerenciamento estratégico da compra, do transporte e da


armazenagem de matérias-primas, partes e produtos acabados (além dos fluxos de informação
relacionados) por parte da organização e de seus canais de marketing, de tal modo que a
lucratividade atual e futura sejam maximizadas mediante a entrega de encomendas com o
menor custo associado (CHRISTOPHER, 2007).

De acordo com Ballou (2001), a logística é o processo de planejamento,


implementação e controle de fluxo eficiente e economicamente eficaz de matéria-prima,
estoque em processo, produtos acabados e informações relativas desde o ponto de origem até
o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes.

Gestão Colaborativa é reduzir ou eliminar os estoques de segurança que existem entre


as organizações em uma cadeia por meio do compartilhamento de informações sobre a
demanda e dos níveis atuais de estoques. O foco do gerenciamento da cadeia de suprimentos
está na cooperação e na confiança e no reconhecimento, “o todo pode ser maior que a soma
das partes”, gerenciar as relações, atingir um resultado mais lucrativo para todas as partes da
cadeia (CHRISTOPHER, 2007).

Segundo o mesmo autor, gerenciamento da cadeia de suprimentos é a gestão das


relações à montante (desde o início) e à jusante (até o fim) com fornecedores e clientes para
entregar mais valor ao cliente, a um custo menor para a cadeia de suprimentos como um todo.
Constitui ainda uma Rede de organizações conectadas e interdependentes (figura 17),

43
trabalhando conjuntamente, em regime de cooperação mútua, para controlar, gerenciar e
aperfeiçoar o fluxo de matérias-primas e informação dos fornecedores para os clientes finais.

Autores como Slack et al. (2009), Krajewski, et al. (2009), Pires (2004), Taylor
(2005), Corrêa (2010) apresentam ilustrações da representação de cadeia de suprimentos, de
forma sistêmica, mostrando a interconexão. Como exemplo mostra-se na figura 18, os
principais termos e as interconexões de relacionamento entre as operações da cadeia de
suprimentos (SLACK et al., 2002; 2009).

Figura 17 A rede de suprimentos (CHRISTOPHER, 2007)

No centro da rede de suprimentos encontra-se a empresa A (empresa focal), e as


empresas B e C (nível focal) representam empresas coligadas ou até mesmo empresas
concorrentes. À direita da ilustração o output, os clientes por camadas ou também chamadas
de clientes por linha, à esquerda encontra-se o input, os fornecedores por camadas ou linhas.
Quando se trata da perspectiva que a cadeia está sendo desenhada se tem a esquerda da
empresa A, à montante, as camadas de fornecedores e à direita da empresa A, à jusante, estão
as camadas de clientes. Há na ilustração o fluxo de produtos e /ou serviços na direção de
esquerda para direita e o fluxo de informações na direção contrária, em linhas pontilhadas
sempre da direita para esquerda são os estímulos para o suprimento. A direção indica o que se
deseja conquistar ou para onde se deseja caminhar (CARVALHO; PALLADINI, 2005).

44
O gerenciamento de suprimentos descreve a efetiva utilização do mercado de compras,
para cumprir demandas na fabricação dos produtos desejados, através de referências a custos,
vantagens decorrentes de qualidade e de inovações. Sob a perspectiva comercial, é a soma de
todas as atividades para o suprimento do empreendimento com materiais, instalações, serviços
e mercadorias. Sob a perspectiva da logística, todas as atividades para cobertura da demanda
de materiais. Através do gerenciamento de suprimentos adquirem-se as peças certas dos
fornecedores certos, aproveitam-se as oportunidades do mercado global, definem-se as
responsabilidades e a interface com os fornecedores externos (SLACK et al., 2009; SLACK et
al., 2008; CHOPRA; MEINDL, 2003; LIKER, 2007; MURMAN et al., 2002; CALADO et
al., 2005).

Figura 18 Representação de rede da cadeia de suprimentos com interconexão e atividades.


(adaptado de Slack et al., 2002 e 2009)

45
O setor de compras opera abrangendo áreas e funções (desenvolvimento, qualidade,
disponibilidade) em conjunto, para assegurar a melhor combinação entre função, qualidade,
fornecimento e custos. As decisões de compras são tomadas exclusivamente mediante os
critérios e objetivos. O objetivo é a consideração do benefício total (custo total) arcado por
todos os participantes, isto é, entre outros também são considerados custos de transações e
custos variáveis.

A rede global de compras assegura um mercado internacional de suprimentos, o nível


de custos do mercado global, considerando os custos totais, é a grandeza de orientação
determinante para todos os locais envolvidos com compras e contratação de serviços. O
gerenciamento de suprimentos na figura 19, é caracterizado por uma contratação de serviços
diferenciado por tipos de demanda, que se orientam pelas necessidades dos consumidores das
empresas (fabricação, montagem etc.).

Figura 19 Ferramentas para o gerenciamento de suprimentos em manufatura

Todas as alavancas para contratação de serviços são utilizadas, isto é, abordagens


comerciais orientadas por concorrência, bem como, alavancas técnicas, relacionadas com a
integração de fornecedores e melhoramentos de processos. Otimização de custos e benefícios
para produtos e serviços são executados, abrangendo áreas e funções. Uma maneira de
46
conseguir um bom desempenho na área de gerenciamento de suprimentos é: selecionar os
fornecedores, procurar uma maneira de se comunicar e se integrar com seus fornecedores e se
ajudar no gerenciamento (SLACK et al., 2009; SLACK et al., 2008; CHOPRA; MEINDL,
2003; LIKER; MEIER, 2007; MURMAN et al., 2002).

Marketing de suprimentos é quando se tem um desenvolvimento do mercado de


suprimentos, descrevendo um processo estruturado para identificar o melhor fornecedor para
determinada peça ou material.

A seleção de fornecedores é entendida como uma seleção sistemática e reproduzível


de fornecedores existentes ou novos. Isso ocorre dentro do contexto de objetivos pré-
definidos, isto é, a estratégia de grupos de materiais e a estratégia de fornecedores, nos seus
respectivos campos de materiais. Consideram-se os custos totais e a otimização da relação
custos-benefícios (material, logística, qualidade e custos de processos internos) no
relacionamento com suprimentos. Busca-se minimização de riscos de compras e suprimento
(SLACK et al., 2009; SIMCHI-LEVI et al., 2010; NOVAES, 2007; CHRISTOPHER, 2007).

A integração de fornecedores descreve a conexão de processos de fornecedor com


processos da empresa. Interfaces, responsabilidades e procedimentos entre a empresa e o
fornecedor são definidos e padronizados pela Integração de Fornecedores. Sempre que
necessário e possível parcialmente, as atividades são transferidas ao fornecedor, tais como
VMI - Vendor Managed Inventory. Assim, o know-how do fornecedor é incorporado ao
contínuo melhoramento da relação de suprimento.

Quando se trata da integração de fornecedores se conciliam os processos de fornecedor


com as exigências da empresa e definem-se os conceitos de fornecimento combinados como:
condições para fornecimento, conceito de armazém e propriedade, método de controle e fluxo
de informações de fornecedor são melhorados, por fim se utilizarão da otimização de recursos
da empresa. Um recurso que se utiliza, entre outros, na integração no fluxo de informações é o
EDI – Electronic Data Interchange, traduzido como intercâmbio eletrônico de dados
(SLACK et al., 2009; SIMCHI-LEVI et al., 2010; NOVAES, 2007; MARTINS, 2005;
JACOBS, 2009; MOREIRA, 2008; CHOPRA; MEINDL, 2003; BOWERSOX et al., 2007;
CALADO et al., 2005).

47
O gerenciamento de fornecedores (SIMCHI-LEVI et al., 2010; NOVAES, 2007;
STEVENSON, 2001; BOWERSOX et al., 2007; LIKER; MEIER, 2007) descreve as
diretrizes para o sistemático gerenciamento das relações com fornecedores. Elementos
importantes nesses processos são a avaliação, a classificação e o desenvolvimento de
fornecedores, pois o gerenciamento de fornecedores define as relações das empresas com seus
fornecedores com base em fundamentos sólidos nos quais as estratégias individuais podem ser
definidas no contexto da estratégia de grupos de materiais.

Avaliação consistente de todos os fornecedores fica disponível e é comunicada a


todos. Acordos de fornecimentos são registrados por escrito e encontram-se disponíveis.
Todas as tarefas relevantes (competência / responsabilidade) são transferidas aos
fornecedores.

Quanto à classificação de fornecedores externos é factível que se desenvolvam os


fornecedores / provedores de serviços, com provedores de serviços registrados por escrito e
com acordos disponíveis referentes aos níveis de serviços. Os fornecedores são sempre
auditados conforme plano, já sendo inseridos nos procedimentos da empresas, onde no caso
por exemplo, de se ter implementado a ISO 9001, se torna mais transparente a negociação.

2.5 Produtos robustos

O desenvolvimento de produtos robustos exige a garantia dos phase-in e phase-out


eficientes com processos capazes e produtos que satisfaçam os requisitos de fabricação. Isso
permite iniciar a produção dentro do prazo estabelecido e sem falhas. Fatores de influências
externas perturbadoras, por exemplo, modificações após a aplicação do projeto, devem ser
evitados ou no mínimo devem ser trabalhados através de um gerenciamento de riscos e
escalonamento e leva-se em conta a tomada de decisão.

Isso também vale para o início de produção devido às modificações e deslocamentos,


bem como, para o gerenciamento do phase-out e a conversão para a produção de peças de
reposição. O objetivo desse método é assegurar a qualidade, prazos e controlar custos e a
maneira simples de executar é colocar rapidamente no mercado produtos novos e alterações
48
de produtos a custos mínimos. Lembrando que isso é um pré-requisito para crescimento
adicional da competitividade internacional.

É atingível um bom desempenho quando se cumpre os procedimentos para lançar um


produto ou mesmo para modificá-lo, portanto, sugere-se a seguir o PEP (também traduzido
como processo de desenvolvimento de produto) de forma consistente, o que significa
especialmente: manter de forma consequente um projeto do produto, finalizar o desenho do
produto no prazo, completar os testes e liberações das peças, completar o planejamento de
logística e de qualidade.

Entretanto, assegurar um grau de maturidade de produto e processos no começo da


fase de início da produção, requer a seleção e qualificação de colaboradores adequados;
padronização dos locais de trabalho, já na fase de planejamento; da integração e qualificação
de fornecedores de equipamentos, componentes e peças, de uso de processos técnicos
eficientes conforme descrito na figura 20.

Figura 20 Ferramentas e métodos do produto robusto em manufatura

49
2.5.1 Gerenciamento de variantes e modificações

O gerenciamento de variantes e modificações descreve os processos para a segura


introdução de mudanças dos produtos; orienta também o sistemático padrão de controle de
variantes (MORGAN; LIKER, 2008). Alavanca o domínio da complexidade dos tipos de
produtos e controle de variantes e modificações, através de um consistente e transparente
processo de mudança. Estas mudanças são sistematicamente monitoradas quanto a prazos,
qualidade e custos. Existe um processo sistemático para o controle regular da necessidade de
todas as variantes atuais, por exemplo: EBIT (que significa ganhos antes de juros e impostos)
e Quantidades.

Por outro lado a liberação de ordem de produção, que é a liberação inicial do produto
para sua fabricação em série, assegura que foram cumpridos todos os pré-requisitos para uma
ordenada fabricação em série de um produto seguindo os procedimentos da empresa, por
exemplo: instruções, planos de trabalho, desenhos, planos de execução de testes, além da
validação das peças, contabilização dos custos e a disponibilidade de peças (MORGAN;
LIKER, 2008).

2.5.2 Gerenciamento de phase-in e phase-out

O gerenciamento de phase-in e phase-out é um processo para planejamento de novas


variantes e de modificações de séries de variantes existentes. O controle da entrada de novos
modelos (phase-in) e da saída de modelos antigos (phase-out), sem efeitos negativos na
habilidade de fornecimentos, assegura o planejado início de série na fábrica, evita sobras de
produtos, matéria prima e material semi-acabado, define um plano de atividades e prazos para
assegurar o suprimento de peças de reposição.

Para tanto, colaboradores responsáveis das áreas de marketing, vendas,


desenvolvimento, planejamento de produtos, planejamento de fabricação, gerenciamento de
materiais, planejamento do gerenciamento de materiais (através de ERP – Enterprise
Resource Planning), qualidade, precisam conhecer e dominar o processo e operar de acordo
50
com o mesmo para melhor ciclo de vida dos produtos incluindo reciclagem e descarte
(MORGAN; LIKER, 2008).

2.5.3 Introdução ao gerenciamento de projetos

Gerenciamento de projeto é entendido como sendo a totalidade de tarefas de lideranças


e métodos organizatórios que são necessários para o desenvolvimento de um projeto com
sucesso. Slack et al. (2009), Corrêa e Corrêa (2007) e Murman et al. (2002), destacam que o
gerenciamento de projeto deve abranger atividades para definição de objetivos, organização,
planejamento, execução, controle e monitoração de todas as tarefas e recursos necessários
para alcançar os objetivos definidos para um projeto.

Um projeto é um empreendimento, no qual durante um determinado período de tempo


deve ser alcançado um objetivo definido e que se caracteriza por ser essencialmente um
empreendimento único. As ferramentas do método gerenciamento de projetos são descritas e
utilizadas nas diretrizes: Diretriz de planejamento, Planejamento de recursos e tempo e
Gerenciamento de riscos e escalonamento. É aplicável com frequência nas áreas de
desenvolvimento, fabricação e gerenciamento de qualidade (PRADO, 2004a; PRADO, 2004b,
CARVALHO; RABECHINI JR, 2008; XAVIER, 2009).

O planejamento de recursos e tempo designa os recursos disponíveis para os


necessários pacotes de trabalho, para alcançar de forma eficiente os objetivos e marcos
definidos. Eventualmente objetivos, marcos, pacotes de trabalho ou recursos precisam ser
ajustados para alcançar uma ótima situação geral, portanto, passa a ser relevante a
manutenção dos objetivos e prazos de projeto, evita-se planejamento múltiplo de capacidades,
controla-se a conexão lógica entre pacotes de trabalho, comunicam-se responsabilidades e
acompanha-se o progresso de trabalhos durante o projeto para evitar desvios nos custos,
tempo e qualidade.

O gerenciamento de riscos e escalonamento é uma ferramenta para controle de riscos e


medidas para proteção dos objetivos de um projeto contra efeitos indesejados. Esse
gerenciamento serve para identificar e avaliar riscos, bem como, executar medidas, ação em
51
lugar de reação, o mais cedo possível. Essa ferramenta é utilizada em intervalos regulares
pelo time do projeto, sob moderação do gerente do projeto.

Nem todos os problemas, dificuldades e despesas adicionais que surgem durante os


processos de planejamento de um projeto podem ser previstos e prevenidos. O gerenciamento
de riscos e escalonamento serve para auxiliar no cumprimento de requisitos de prazos e
volumes, no cumprimento da manutenção de custos de planejamento do projeto, custos de
investimentos e no cumprimento de objetivos de qualidade definidos na proposta do projeto
(CORRÊA, 2010; CORRÊA; CORRÊA, 2007; PRADO, 2004a; PRADO, 2004b;
CARVALHO; RABECHINI JR, 2008; XAVIER, 2009).

Todas as atividades são desenvolvidas e controladas por um gerente de projeto que


deve ser treinado em gerenciamento de riscos e escalonamento e deve aplicar os
conhecimentos continuamente nos projetos correspondentes, juntamente com o time
completo. Estão definidos níveis de escalonamento que conforme as classes de riscos resultam
em um processo padronizado de escalonamento. Os riscos são classificados para cada projeto
em uma lista de riscos e os procedimentos são observados conforme classe de riscos e as
medidas são acompanhadas consequentemente até sua implementação.

2.5.4 Processos de desenvolvimento de produtos

O Processo de desenvolvimento de produtos é a diretriz para projetos de


desenvolvimento de produtos e fornece as ferramentas para o processamento do projeto e
assegura preventivamente a qualidade do produto. Com este processo se definem as
atividades, métodos, objetivos das fases e analisam-se as decisões com foco nos prazos,
custos e qualidade. Essa é uma forma de orientar o projeto para as melhores práticas,
transferir conhecimento de maneira uniforme para os colaboradores da empresa (SLACK et
al., 2009; LIKER; MEIER, 2007; MURMAN et al., 2002; MORGAN; LIKER, 2008).

52
2.6 Desafiar e incentivar colaboradores: gestão de pessoas

As empresas precisam que seus colaboradores atuem com pensamentos e atitudes


empreendedoras, motivados para o trabalho e com alto grau de responsabilidade, mas é
dependente da cultura da empresa e do clima de trabalho (figura 21). Cada colaborador em
seu local de trabalho participa com uma responsabilidade claramente definida, para alcançar
os objetivos da empresa. Tarefa, responsabilidade e competência para decisão encontram-se
nitidamente definidas de acordo com os cargos e salários, mas depende dos gerentes que
devem, com os funcionários, assegurar que todos os colaboradores estão qualificados
adequadamente para suas tarefas. Desafiar e incentivar colaboradores começa com a seleção,
acompanhamento e apoio para o contínuo desenvolvimento dos colaboradores. É muito bom
quando os colaboradores e gerentes estão em constante diálogo e lidam lealmente entre eles
(LIKER; MEIER, 2008; LIKER; HOSEUS, 2009).

Figura 21 Ferramentas e métodos para motivar os colaboradores

O trabalho em time é a base para a cooperação e espera-se prontidão para o trabalho de


todos os nossos colaboradores. Sistemas de incentivo orientados para desempenho apóiam o

53
alcance de nossos objetivos, assim, citam-se métodos que os especialistas de recursos
humanos podem selecionar as ferramentas de forma personalizada.

2.6.1 Trabalho em equipe

Trabalho em equipe é uma forma de organização em que pessoas trabalham juntas,


para executarem de forma ótima tarefas complexas, com a finalidade de alcançar juntas os
objetivos da empresa. Na empresa, o trabalho em equipe auxilia para a concentração de cada
participante em objetivos comuns e reforça assim o sentimento de responsabilidade de todos.
Ajuda também no desenvolvimento adicional de todos os colaboradores e aumenta a
responsabilidade comum, trabalho em time auxilia o sucesso da empresa para assegurar o
aumento da identificação dos colaboradores com a mesma e aumento da satisfação dos
colaboradores, envolvendo a todos no processo de otimização (LIKER; MEIER, 2007;
MURMAN et al., 2002; LIKER; MEIER, 2008; LIKER; HOSEUS, 2009).

Constitui-se maior eficiência do trabalho através de colaboradores engajados e


cooperantes entre si. As tarefas complexas são mais bem dominadas e coordenadas quando se
utiliza os conhecimentos especializados de membros individuais da equipe. Para tanto deve-se
informar e comunicar de forma padronizada, os grupos devem discutir os problemas e
soluções sempre que possível (CHAVES, 2005; CHAVES, 2006).

A pesquisa de clima é um instrumento para a avaliação do comportamento de


liderança de um gerente e para a elaboração de soluções compartilhadas para o melhoramento
do clima de trabalho e melhorar a colaboração dentro de uma unidade da organização. O
diálogo entre a gerência e seus colaboradores subordinados é moderado por uma pessoa
treinada, com ajuda de um processo sistemático e padronizado. A pesquisa de clima deve
prover auxílio para a auto-ajuda. Antes ou durante cada turno os colaboradores conversam e
esse diálogo com a equipe é um breve intercâmbio de informações. Se faz necessário no chão
de fábrica o intercâmbio de informações para o trabalho diário, distribuição de postos de
trabalho, cumprimento de objetivos, erros graves, atual situação da qualidade, novas
variantes, refugo, retrabalho, número de trabalhadores (trabalhadores em férias, doentes).
Como sugestão pode-se ter um dialogo com a equipe uma vez por dia durante cinco minutos
54
(LIKER; MEIER, 2007; LIKER; MEIER, 2008; LIKER; HOSEUS, 2009; CHAVES, 2005;
CHAVES, 2006).

Na matriz de responsabilidades, tarefas e atividades recorrentes são claramente


documentadas, distribuídas aos grupos de pessoas responsáveis, o tipo de responsabilidade é
definido e, caso seja requerida, a frequência de execução de tarefas é registrada e
documentada. Quem faz o quê, como e quando. Visualizam-se as responsabilidades, controla-
se a execução de tarefas. A matriz de responsabilidades é criada para todas as atividades e
tarefas recorrentes. A documentação é disponível para cada grupo e é apresentada
publicamente. Cada colaborador conhece suas tarefas e obedece à sua designação pela matriz
de responsabilidades (SANTOS et al., 2009; ANTUNES et al., 2008; CORRÊA; CORRÊA,
2007; SHINGO, 1996; LIKER; MEIER, 2007).

2.6.2 Qualificar e desenvolver os colaboradores

Por desenvolvimento de colaboradores (CORRÊA; CORRÊA, 2007; LIKER; MEIER,


2007; MURMAN et al., 2002; LIKER; MEIER, 2008), são entendidas todas as medidas que
servem para o desenvolvimento pessoal e profissional e medidas que os incentivam a
empreende, da melhor forma possível, suas tarefas atuais e futuras. Qualificação é um
elemento essencial para o desenvolvimento de colaboradores, pois entende-se por
qualificação, o processo de alcançar e desenvolver capacidades para cumprir uma
determinada tarefa ou requisito. Essa é uma forma de assegurar a competitividade,
especialmente com o melhoramento da eficiência, segurança de processos e qualidade,
mantendo a capacidade de inovação do pessoal, bem como, assegurando a sua
empregabilidade.

A empresa tem como vantagem a garantia da disponibilidade de colaboradores,


gerentes e especialistas suficientemente qualificados, amplia-se a manutenção de
conhecimento considerado como valor da empresa, utiliza-se de incentivo, desenvolvem-se as
pessoas e aumenta a cooperação dentro da empresa. A empresa reduz os riscos técnicos e
econômicos, desenvolve os colaboradores e cria um ambiente de auto-realização e satisfação
profissional (CHAVES, 2005; CHAVES, 2006).
55
2.6.3 Orientação para o desempenho

A empresa deseja aumentar seu nível ou estar presente como líder de desempenho em
produtos, processos, qualidade e custos, mas depende de uma cultura de excelência.
Orientação para o desempenho identifica a ambição da empresa e de seus colaboradores em se
concentrarem sistematicamente para alcançarem os objetivos da empresa e obterem
excelentes resultados de trabalho. Esse método também é personalizado e busca assegurar a
máxima contribuição de cada colaborador individual para alcançar os objetivos da empresa e
contribuir para aumentar a eficiência do trabalho e evitar desperdícios. Os conteúdos de
atividades e tarefas podem ser definidos de forma adequada e serem conhecidos pelos
colaboradores. Os sistemas de remuneração orientados para o desempenho e / ou sucesso é
um projeto já experimentado e pode ser implementado de acordo com a necessidade e
maturidade da empresa (CORRÊA; CORRÊA, 2007; LIKER; MEIER, 2007; MURMAN et
al., 2002; LIKER; MEIER, 2008).

2.7 Evitar desperdícios: gerenciamento da rotina do dia-a-dia

De acordo com a qualidade total podem-se usar vários métodos e ferramentas para
alcançar uma qualidade de produtos que corresponda às expectativas dos clientes, criarem
confiança e consolidar as relações com clientes e fornecedores através de processos
padronizados e enxutos, para maior satisfação dos clientes, evitar não-conformidades e atingir
os objetivos da empresa, tais como redução de erros, refugos, retrabalho e custos de garantia.
Neste trabalho citam-se alguns métodos usados em empresas pesquisadas, ilustrados, na
figura 22 e descritos a seguir.

2.7.1 Prevenção de defeitos

Prevenção de defeitos significa identificação de fontes de defeitos no desenvolvimento


de produtos e processos, antes da produção em série e evitar sua ocorrência através da
implementação de medidas adequadas.
56
Figura 22 Ferramentas e métodos para evitar defeitos

A prevenção de defeitos também pode ser ativada pela constante análise de defeitos
detectados, lições aprendidas. Quanto mais tarde for detectado e corrigido um defeito, mais
dispendioso ele fica, pois todo defeito custa tempo e dinheiro. Na prevenção de defeitos no
processo de desenvolvimento de produtos e processos pode envolver os fornecedores,
principalmente na fase de desenvolvimento, os colaboradores conhecem defeitos do passado,
é viável que os defeitos fiquem documentados sistematicamente e sejam tratados de forma
preventiva. As ferramentas de CCQ (circulo de controle de qualidade) tem sido uma boa
alternativa, mas não se pode abrir mão do conhecimento e aplicação da FMEA, poka yoke e
CEP explicados na sequência (GHINATO, 1995).

Failure Mode and Effects Analysis – FMEA (analise de efeito e modo de falha) é um
método analítico formalizado, para identificar potenciais pontos fracos, reconhecer seu
significado e os evitar com antecedência. Na prática têm-se os FMEA de sistema (para novos
produtos, processos e interfaces); FMEA de projeto (para novos componentes e peças);
FMEA de processo (para novos processos de fabricação e montagem). A finalidade de aplicar
o FMEA é aumentar a segurança funcional, melhorar os produtos, reduzir custos de defeitos,
de refugo e retrabalho, analisar a avaliação de efeitos de defeitos, prevenir repetição de
defeitos e duplicação do trabalho, otimizar o sistema / construção / processos, criar uma base
57
de conhecimentos e documentar as experiências. Equipes FMEA são constituídas por
representantes de todas as áreas de competência, após conclusão de FMEA a partir de um
valor RPN (limite a definir pela fábrica) são planejadas medidas nas quais são implementadas
consistentemente dentro dos prazos definidos. Utiliza-se com maior frequência na introdução
de novas tecnologias, materiais ou processos e sistemas, peças ou processos relevantes para a
segurança (BRAZ, 2008; SLACK, 2009; BASS; LAWTON, 2009; SLACK et al., 2008;
SANTOS et al., 2009; MARTINS, 2005; CORRÊA; CORRÊA, 2007).

Poka yoke é um método para prevenir e/ou evitar falhas (erros / defeitos) causados
involuntariamente por pessoas. A tradução do japonês corresponde a “poka” = erro
involuntário “Yoke” = evitar), a integração de poka yoke em processos, produtos e meios de
operação exclui a possibilidade de operação ou montagem defeituosa. Poka yoke é uma
técnica que facilita o processo de trabalho e aumenta a segurança no local de trabalho e evita
danos às máquinas, em alguns casos se aplica em processos de montagem nos quais existe
risco de confusão entre componentes ou possibilidades de utilização incorreta (DAILEY,
2003; OHNO, 1997; MIYAKE, 2008; SLACK et al., 2009; SANTOS et al., 2009;
ANTUNES et al., 2008; KRAJEWSKI et al., 2009; MARTINS, 2005; CORRÊA; CORRÊA,
2007; SHINGO, 2009; SHINGO, 1996a, SHINGO, 1996b; LIKER; MEIER, 2007;
MURMAN et al., 2002; GHINATO, 1995).

O controle estatístico de processos (CEP) é um meio preventivo de garantia da


qualidade, para controle e/ou orientação de processos de fabricação críticos, baseados em
métodos estatísticos. Tem como pré-requisitos a estabilidade do processo, pois o
comportamento do processo de avaliação de capacidades de máquinas (CP) deve ser
conhecido, assim como, o comportamento do processo de avaliação de capacidades de
processos (CPK). O CEP tem ajudado na melhoria contínua de capacidades de máquinas e
processos, redução de despesas para monitoramento da qualidade e tem contribuído para a
certificação de qualidade documentado conforme ISO 9000. Todos os processos críticos e
importantes (por ex, mapa de processo) estão identificados por meio de CP e CPK e
assegurados com CEP. Em CP (Cmk > 1,67), em CPK (Cpk > 1,33), os responsáveis por
processos encontram-se definidos, os instrumentos de medição são controlados em intervalos
regulares (SLACK et al., 2008; BASS; LAWTON, 2009; SANTOS et al., 2009;
KRAJEWSKI et al., 2009; MARTINS, 2005; JACOBS, 2009; STEVENSON, 2001;

58
MOREIRA, 2008; GAITHER; FRAIZER, 2007; CORRÊA; CORRÊA, 2007; SHINGO,
1996a, SHINGO, 1996b; GHINATO, 1995; SAMOHYL, 2005; JURAN, 2009).

2.7.2 Detecção de defeitos / planejamento de testes

Detecção de defeitos significa que um desvio é detectado em relação à especificação


definida. A detecção de defeitos é pré-requisito essencial para a correção de defeitos
(GHINATO, 1995). Cada colaborador deve informar e identificar (marcar) defeitos
descobertos em seu trabalho, pois os clientes precisam receber um produto sem defeito.
Gestão visual é utilizada para tornar rapidamente visíveis os defeitos detectados. Para todos os
processos devem existir uma especificação e um plano, bem como, uma instrução e as
condições gerais para testes encontram-se definidas e são mantidas (por ex. meios de testes e
sua capacidade, iluminação e nível de ruído).

Outro conceito importante é o de parada de linha, é a parada de acordo com um


procedimento definido, quando ocorre um problema (por exemplo, de desempenho,
qualidade, peças faltantes etc.) e são implementadas medidas que impedem uma nova
ocorrência do problema. Cada colaborador sabe como provocar uma parada de linha e o que
deve ser feito para isto. As responsabilidades pela parada de linha e pela permanente solução
do problema estão claramente definidas. Medidas de médio e longo prazo para eliminação
permanente de problemas são documentadas. A gerência de Auditoria de produto deve ter
autoridade correspondente (por exemplo, interdição de produto, liberação) e todos os defeitos
encontrados são documentados e corrigidos via método de solução de problemas PDCA ou
similar (MIYAKE, 2008; ANTUNES et al., 2008; DAILEY, 2003; STEVENSON, 2001;
SHINGO, 2009; SHINGO, 1996a; SHINGO, 1996b).

Conceito de Testes, entende-se testes como comparação nominal real referente a


especificações, por exemplo, das áreas de desenvolvimento e de gerenciamento de qualidade.
Para identificar erros, evitar custos de não conformidade, riscos de responsabilidades de
produtos e evitar danos à imagem da empresa (por ex. testes de produtos). Somente produtos
sem defeitos e fabricados conforme requisitos dos clientes e de normas saem da fábrica. Os
conteúdos de testes são descritos e documentados detalhadamente, esses conteúdos são objeto
59
de acordo com departamentos relevantes (por exemplo, de desenvolvimento, fabricação,
gerenciamento de qualidade).

Somente pessoas autorizadas podem executar retrabalho e conceder liberações


especiais, e ocorrendo desvios, estes devem ser claramente documentados. Os resultados de
testes são analisados rotineiramente e encaminhados a um PDCA (inclusive mecanismo de
escalonamento). Instalações para testes são mantidas e calibradas com regularidade
(monitoramento de meios de testes). O pessoal encarregado de testes é qualificado e participa
rotineiramente de treinamentos (MORGAN; LIKER, 2008; JURAN, 2009).

O colaborador controla seu trabalho, auto-controle, com referência à correta execução


de passos críticos de montagem, conforme descrito em folha de trabalho padrão. Somente
produtos isentos de defeitos são passados para frente no processo de trabalho. Maior
consciência de qualidade por parte do colaborador, e maior envolvimento de colaboradores na
responsabilidade por defeitos ajuda a corrigir os defeitos (MIYAKE, 2008; CORRÊA;
CORRÊA, 2007; SHINGO, 2009).

Os testes de confiabilidade de produtos de longo prazo acompanham o processo de


manufatura e as amostras são representativas. Os produtos acabados podem ser provenientes
de fabricação própria ou de terceiros. Os testes devem, por exemplo, simular tempos de
garantia ou de durabilidade, e assegurar a qualidade do produto além do período de garantia e
da durabilidade durante a vida do produto. Identificar falhas do sistema, principais causas de
defeitos e tendências de qualidade a longo prazo, bem como para implementar medidas de
otimização de produtos.

O conceito de testes implementa os requisitos de clientes, prescrições legais, de


autoridades e internas para os testes de confiabilidade. Conteúdos, meios e métodos de testes
estão definidos e documentados conforme o conceito de testes. A avaliação de defeitos é
executada conforme norma da empresa – Taxa ponderada de defeitos em Auditoria de
Produto. As prioridades das classificações de defeitos (A, B, C) encontram-se claramente
definidas. Resultados de testes são registrados e são avaliados em representações de gráfico
de pareto, pelo menos uma vez por mês e informados à gerência da fábrica. As opiniões dos
responsáveis são apresentadas no devido tempo (MORGAN; LIKER, 2008).

60
A análise de pareto é um conceito descoberto pelo economista italiano Vilfredo
Pareto, que constatou que cerca de 80% da riqueza mundial estava nas mãos de 20% da
população. Este princípio de 80/20 é bastante utilizado na análise de várias situações
cotidianas de operações. Na década de 1960, Juran propos a análise de Pareto como uma
forma de “separar os poucos elementos vitais” em uma análise. Entende-se que classificando
em ordem decrescente os problemas que produzem maiores efeitos e se atacá-los tem-se
maior capacidade de solução e maximiza-se dos resultados (CORRÊA; CORRÊA, 2007;
BRAZ, 2008).

2.7.3 Análise / correção de defeitos

Correção de defeitos significa que desvios da especificação são corrigidos no menor


intervalo de tempo possível. Uma rápida e duradoura correção de defeitos exige um
processamento estruturado, responsabilidades claramente definidas e consequente
acompanhamento e medição do sucesso de medidas implementadas (SHINGO, 1996a).
Quanto mais tarde for identificado um defeito, mais dispendiosa será sua correção. A correção
de defeitos é executada sistematicamente por meio da ferramenta PDCA através do
envolvimento de áreas relevantes. A sustentabilidade das medidas implementadas é
assegurada por meio de planos de medidas de correção, acompanhamento de status e
grandezas de medição e as responsabilidades pela correção de defeitos encontram-se definidas
e comunicadas (JURAN, 2009).

Registro de erros de produção é um registro objetivo completo de defeitos no processo


de produção de empresas multinacionais como BSH, Bosch, Siemens, Eaton e muitas outras.
O indicador FPY – First Pass Yield é em função do número de produtos e/ou montagens que
sofreram retrabalho devido a defeitos, dessa forma, fornecem-se informações sobre a parcela
de produtos que percorreram o processo de produção sem correção ou retrabalho. Esse tipo de
registro é usado para otimização do fluxo de trabalho, identificar os desvios e prevenir os
custos provocados por defeitos e riscos de responsabilidade de produtos, sendo uma maneira
de controlar os desvios identificados. Vale ressaltar que o processamento ocorre de forma
rotineira e padronizada mediante a utilização de apropriadas técnicas de soluções de
problemas (JURAN, 2009).
61
Análise de defeitos em campo, problemas ocorridos com um produto de cliente
(consumidor final) durante o seu completo ciclo de vida é importante. Pede-se identificação
de deficiências que não foram detectadas antes da expedição pela empresa manufatureira.
Assim, previnem-se os custos provocados por deficiências, custos de garantia, além de danos
à imagem da empresa, identifica-se o potencial de melhorias (SLACK et al., 2008). Os pontos
principais de defeitos são filtrados sistematicamente e detalhados precisamente através de
análise de documentos individuais referentes às reparações. Os resultados são documentados e
podem ser apresentados mensalmente através de gráficos. Notificações rápidas de defeitos
recebidas do serviço ao cliente recebem resposta detalhada e a tempo, pois os defeitos
encontrados são documentados e corrigidos via PDCA.

Os problemas são descritos e analisados exatamente conforme o processo de PDCA -


Plan, Do, Check e Action (planeja, executa, verifica e padroniza). Com medidas de contenção,
os efeitos decorrentes de defeitos são delimitados e/ou eliminados. Adicionalmente é
assegurada a eliminação das causas de defeitos a longo prazo. PDCA´s asseguram que, apesar
de possíveis desvios, os objetivos de qualidade sejam alcançados através de medidas e
processos.

Envolve-se o nível imediatamente superior em caso de possíveis problemas ou desvios


que não possam ser solucionados no nível presente e as informações dos produtos e processos
são comunicadas as áreas responsáveis, para determinar eventuais alterações em processo de
fabricação ou em produto. Diante da praticidade e resultados nas empresas o método de
solução de problemas PDCA começou nas áreas de qualidade, mas já é utilizado nas áreas de
processos e de serviços das empresas de qualquer segmento (KRAJEWSKI et al., 2009;
CORRÊA; CORRÊA, 2007; SHINGO, 1996; LIKER; MEIER, 2007; SHOOK, 2008;
SOBEK II, 2010; WOMACK; JONES, 2006; MURMAN et al., 2002; CHAVES, 2005;
CHAVES, 2006; AGUIAR, 2006).

A análise de devolução das peças, componentes ou produtos disponíveis que falharam


dentro da fábrica, no cliente é uma maneira das empresas contribuírem para a melhoria da
qualidade, pois se identificam os defeitos correntes em peças, para eventualmente poder reagir
ainda antes da expedição dos produtos, bloqueio de expedição ou poder utilizar estoques
existentes, retrabalho e retorno.

62
Faz-se a correta designação de causas de defeitos (fornecedor, montagem, logística
etc.) para justa avaliação de fornecedor e determinação de medidas de correção /
melhoramento. Determina-se a parcela de responsabilidade do fornecedor por um defeito,
como base para o cálculo do respectivo custo de reclamações de garantia. Há identificação de
mecanismos de defeitos no campo, a serem utilizados como base para melhoramentos em
novos desenvolvimentos.

As peças defeituosas por culpa do fornecedor são devolvidas ao mesmo, juntamente


com o relatório 8-D e o processamento de medidas de melhoramentos são controladas, as
peças defeituosas por culpa do fornecedor (somente internas) são inseridas no ERP ou sistema
de produção similar. Todas as peças que falham dentro da fábrica são avaliadas em intervalos
adequados, os resultados são imediatamente comunicados a todos os departamentos
envolvidos e ações correspondentes (controle de estoques, bloqueio de expedição de produtos
acabados) são imediatamente implementadas.

2.7.4 6 Sigma – gráfico boxplot

Seis Sigma é um processo metódico ao melhoramento sistemático ou re-projeto de


processos, para aumentar a sua qualidade e eficiência. As empresas utilizam o seis sigma para
a garantia de melhorias sustentáveis dos processos, cumprimento de requisitos comerciais /
econômicos de clientes, buscar aumento da satisfação de clientes e lealdade / retenção de
clientes a longo prazo com um incentivo de pensamentos orientados para variantes. Seis
Sigma encontra-se ancorado na organização, portanto, todos os projetos seis sigma são
documentados por relatórios continuamente acompanhados e são mensalmente informados à
gerência da fábrica (BRAZ, 2008; BASS and LAWTON, 2009). As teorias e práticas do 6
Sigma são abrangentes, portanto vale ressaltar que neste trabalho explora-se a ferramenta
boxplot do software Minitab.

Entre as ferramentas básicas da qualidade que podem ser utilizadas para análise
preliminar do processo e que busca-se iniciar a análise das causas de variação óbvias e
potenciais, segundo a abordagem 6 Sigma está o Boxplot, tal ferramenta está disponível no
software Minitab e em outros programas computacionais (TRIOLA, 2008). O diagrama de
63
caixa (em inglês boxplot) é uma representação gráfica da distribuição de dados de variáveis
que apresenta a variabilidade e simétria de dados, o boxplot sintetiza o que de melhor se pode
ter com as medidas de dispersão envolvendo dados ordenados. Os valores são dispostos em
ordem crescente contendo 100% das observações, trata-se em percentil de ordem 25, 50 e 75
sendo chamados de quartil e representados por Q1, Q2 e Q3. O boxplot consiste em uma caixa
(um retângulo), conforme a figura 23, com o nível superior definido pelo terceiro quartil (Q3
= 75%) e o nível inferior definido pelo primeiro quartil (Q1 = 25%).

A mediana é representada por um traço no interior da caixa (Q2 = 50%) e o ponto


máximo e mínimo são unidos à caixa por seguimentos de reta (MONTGOMERY, 2009;
TRIOLA, 2008). Também pode-se visualizar o outlier, um valor discrepante e muito afastado
de todos os dados, portanto é um valor extremo, que se situa bem fora do padrão geral de
quase todos os demais dados. As formas de distribuições amostrais mais comuns são:
distribuição simétrica (ver figura 23); distribuição assimétrica à esquerda; distribuição
assimétrica à direita e distribuição uniforme (BRAZ, 2008).

Figura 23 Boxplot para um único conjunto de dados (BRAZ, 2008)

64
Para Triola (2008) os diagramas de caixa são particularmente úteis para a comparação
de conjunto de dados, especialmente quando são desenhados na mesma escala. Uma vez
visualizando simultaneamente vários aspectos importantes dos dados, tais como tendência
central ou posição, dispersão ou variabilidade, afastamento da simetria e identificação de
observações muito afastadas da maior parte dos dados (essas observações são muitas vezes
chamadas de discrepantes ou outlier) pode-se comparar o conjunto dos mesmos dados em
tempos diferentes e enxergar o quanto cada boxplot está melhor ou pior sob os aspectos
citados (MONTGOMERY, 2009).

2.8 Evitar desperdícios: gestão de operações e serviços

A função operações é o conjunto de atividades da organização que produz bens e


serviços. Cada organização tem uma função de operações porque cada organização produz
algum mix de produto e serviços. Os processos são as componentes das operações. A falta de
gerenciamento de operações, processos e serviços podem melhorar ou quebrar um negócio e
segundo Slack et al. (2008), quando são bem gerenciados podem contribuir para o impacto
estratégico do negócio de quatro formas: custo, receita, investimento e capacidade. A função
operações deve manter e controlar seus custos, fornecer produtos e serviço e qualidade,
gerenciar a capacidade e gerar receita, sempre com o menor investimento possível dentro de
um contexto sustentável e competitivo.

Slack et al. (2009) sugerem um modelo na figura 24 na qual mostra a relação da gestão
de operações com a estratégia de operações. A estratégia de operações é norteada pelos
objetivos da estratégia de operações, estes são oriundos do desdobramento das metas e
diretrizes da empresa.

A gestão de operações deve cooperar e estar alinhada com os projetos, com os


trabalhos relacionados e voltados para atingir resultados importantes, que geralmente são
únicos e tem um tempo pré-estabelecido, pois estes buscam reduzir os custos dos produtos e
serviços, aumentar a receita com qualidade, serviço e inovação que atinjam a perspectiva do
cliente, procura também obter retorno sobre os investimentos e construir uma competência

65
responsiva baseada em conhecimento e habilidades inovadoras (SLACK et al., 2008;
JACOBS, 2009).

Figura 24 Gestão de operações (SLACK et al., 2009)

Dentre as várias responsabilidades da gestão de operações o gerenciamento da rotina


do dia-a-dia busca garantir a qualidade e suportar a melhoria contínua. Também se gerencia a
capacidade dos equipamentos, para melhor executar o planejamento e o controle dos recursos
das operações com o objetivo de transformar e atender a demanda de produtos e /ou serviços e
com o melhor desempenho atingível junto às dimensões de volume, variedade, variação na
demanda e visibilidade.

Dentro do conceito atual de gestão de negócio, sustentável e competitivo se faz


necessário em operações a busca contínua pela agregação de valor para o cliente e evitar
desperdícios. Neste contexto é favorável a aplicação dos métodos e ferramentas Lean para
maximizar o valor adicionado por cada uma das atividades de uma empresa por meio da
eliminação de recursos desnecessários e demoras excessivas (KRAJEWSKI et al., 2009)

Descreve-se o pensamento de evitar desperdícios, valor que o cliente não quer pagar
como a melhoria contínua através da orientação por resultados e dos processos sustentáveis,
que significa garantir o melhor uso dos recursos (figura 25). Criam-se processos orientados
para a agregação de valor já no desenvolvimento e planejamento, e eliminam-se, por conta

66
própria, desperdícios não somente na produção, mas em todas as áreas ao longo da cadeia de
agregação de valor.

O objetivo é o aumento da produtividade total, através de maior produtividade direta


de colaboradores, aumento do OEE, redução de custos fixos etc.. O procedimento é melhorar
os processos padronizando continuamente, os recursos, processos, equipamentos e meios de
operação, assim os desvios ficam visíveis e através dos mesmos eliminam-se os desperdícios.

Alcança-se a sustentabilidade operacional porque após cada melhoria define-se um


padrão, mantém e mede-se o seu grau de desempenho. Existem oito tipos de desperdícios:
transporte, tempos de espera, movimentação, excesso de produção, retrabalho / defeitos,
processamento desnecessário, estoques e, por último, a falta de utilização do intelecto e
criatividade das pessoas (OHNO, 1997; LIKER; MEIER, 2007; MURMAN et al., 2002).

Figura 25 Ferramentas e métodos para evitar desperdícios

67
2.8.1 Trabalho padronizado e introdução do conceito OEE

O trabalho padronizado define, explicitamente, como um processo de trabalho deve


ser executado. O trabalho deve ser executado sempre da mesma forma, independentemente de
pessoa, local ou tempo e cada padrão individual representa um determinado tempo, o melhor
e mais seguro caminho para a execução de uma tarefa, lembrando que o trabalho padronizado
se torna transparente através da gestão visual.

A vantagem do trabalho padronizado está em manter a conformidade dos padrões para


assegurar eficiência e transparência sustentadas de processos de trabalho, tornando visíveis os
desvios existentes. Melhorar continuamente aumenta segurança e estabilidade de processos e
promove a qualificação de colaboradores. Esse método precisa do envolvimento dos
colaboradores e iniciativas às melhorias (DAILEY, 2003; LIKER; MEIER, 2007; MURMAN
et al., 2002; CALADO, 2006).

A organização do local de trabalho (do japonês: 5S) cria um local de trabalho conciso,
ergonômico, continuamente limpo e seguro e aumenta a motivação de colaboradores e a
eficiência do mesmo. Atinge-se a transparência, reduzem-se tempos de procura e longos
caminhos, melhora-se a utilização do espaço, disponibilidade de máquinas e a motivação dos
colaboradores sem contar que minimiza os riscos de má qualidade. Ordem e limpeza são
visíveis em todas as áreas, meios de trabalho e suas localizações são claramente identificados
e dispostos com base em seu efeito de criação de valores. Sistema de auditoria com
responsabilidades são definidas através de planos de limpeza e checklists (DAILEY, 2003;
MIYAKE, 2008; SLACK et al., 2009; SANTOS et al., 2009; ANTUNES et al., 2008;
KRAJEWSKI et al., 2009; MARTINS, 2005; CORRÊA; CORRÊA, 2007; SHINGO, 2009;
LIKER; MEIER, 2007; WOMACK; JONES, 2006; MURMAN et al., 2002; ALVES;
CALADO, 2005).

Folha de trabalho padronizado documenta uniformemente os processos de produção


definidos, é simultaneamente a base para a identificação de desvios e melhoramento dos
fluxos de trabalho, sendo assim, um meio de controle visual. As folhas de trabalho
padronizado obedecem ao takt do cliente (takt time) e estão baseadas em um gráfico de
balanceamento de operações, também chamado de gráfico de ocupação da mão-de-obra. A
68
razão de se ter esse procedimento é para documentar fluxos de trabalho padrão, assegurar a
execução uniforme do trabalho e os padrões de qualidade, melhorar continuamente os
processos, com base em fluxos de trabalhos padronizados, acelerar a instrução e treinamento
de colaboradores e introduzir rotina otimizada, criar base para identificação de desvios,
visualizar conteúdos de trabalho que agregam valor ou não e ainda cria base para
comunicação entre colaboradores e gerentes (MIYAKE, 2008; SLACK et al., 2009;
KRAJEWSKI et al., 2009; MOREIRA, 2008; LIKER; MEIER, 2007; IYER, 2009;
MURMAN et al., 2002; ALVES et al., 2007; CALADO et al., 2005).

Manutenção Produtiva Total (TPM) descreve um conceito de manutenção holístico


orientado para a produção, destinado a aumentar a eficiência global de equipamentos, Overall
Equipment Eficiency (OEE) e a reduzir os custos de manutenção através de medidas ativas de
manutenção preventiva, com o envolvimento de todos os participantes. Somente com
máquinas e instalações confiáveis é possível realizar uma fabricação eficiente em fluxo
contínuo, portanto, busca-se maximização contínua da eficiência dos equipamentos, aumento
da confiabilidade e simplificação da manutenção como a redução dos custos de manutenção,
pois entende-se que os equipamentos em bom estado podem fabricar produtos com alta
qualidade. Indicadores de desempenho estão integrados nos processos operacionais, OEE e
fontes de perdas são registradas, acompanhadas e visualizadas e a auditoria de medidas TPM
é executada em intervalos regulares. A aplicação ocorre com frequência nas áreas de
produção, com máquinas, equipamentos e processos operacionais (DAILEY, 2003; SLACK
et al., 2009; SLACK et al., 2008; SANTOS et al., 2009; ANTUNES et al., 2008;
KRAJEWSKI et al., 2009; MARTINS, 2005; JACOBS, 2009; MOREIRA, 2008; CORRÊA;
CORRÊA, 2007; MURMAN et al., 2002; BASS; LAWTON, 2009; CALADO; BIONDI,
2007).

Máquinas e seres humanos são passíveis de falhas que podem conduzir a erros e
defeitos, que afetam sistemas, instalações, pessoal, fornecedores e clientes. Com a
implementação de medidas adequadas pode-se reduzir as falhas e com a previsão de defeitos
consegue-se identificar as causas raiz. Buscam-se, dessa forma, condições que garantam
processos padronizados, confiáveis e eficientes, com objetivo de proporcionar uma qualidade
de produtos que atendam não só às expectativas dos clientes, mas que também evitem
interrupções do processo devido às paradas dos equipamentos. Os defeitos geram
instabilidade no processo OEE baixo e acabam comprometendo os prazos e custos.
69
Pode-se assim gerenciar um sistema produtivo através do OEE e conhecer em tempo
real a incidência de problemas e/ou focos de perdas e desperdícios nos fluxos de produto,
processos e informações. Tendo o indicativo assim do OEE em tempo real, pode-se então
desenvolver um plano de ação baseado na utilização de métodos focados no combate às fontes
de desperdícios nos processos produtivos (CALADO; CALARGE, 2009b; CALADO; LIMA,
2005; CALADO et al., 2010).

Para confirmar a atual relevância do OEE, pesquisou-se na base de dados internacional


Emerald, no período de janeiro de 1994 a setembro de 2009 artigos dos últimos 15 anos que
citam o OEE. Foram selecionados 84 artigos internacionais, nos quais 83% destes foram
publicados em 12 periódicos (revistas e jornais). Nessa pesquisa merecem destaque os três
periódicos que mais contribuem com publicações sobre o tema OEE e fazem parte da lista de
periódicos com bom fator de impacto pela JRC (Journal Reasearch CCC), ou seja, revistas
que mantêm publicações e são citadas em outras fontes, são eles:

1º - Journal of Quality in Maintenance Engineering (contém artigos de AHMED et al.,


2004; AHRÉN; PARIDA, 2009; AHUJA; KHAMBA, 2007; AHUJA; KHAMBA, 2008a;
AHUJA; KHAMBA, 2008b; AHUJA; KUMAR, 2009; AL-NAJJAR, 1996; ALSYOUF,
2006; BAMBER et al., 1999; BAMBER et al., 2003; BEN-DAYA; DUFFUAA, 1995;
BLANCHARD, 1997; BOHORIS et al., 1995; CHOLASUKE et al., 2004; DE GROOTE,
1995; DE SMET et al., 1997; GARG; DESHMUKH, 2006; IRELAND; DALE, 2001;
KODALI, et al., 2009; KWON; LEE, 2004; LIU; YU, 2004; MOSTAFA, 2004; PARIDA,
2007; PARIDA; CHATTOPADHYAY, 2006; PRAMOD et al., 2006; PUN et al., 2002;
SHARMA et al., 2005; SILVA et al., 2008; SÖDERHOLM et al., 2007; THOMAS et al.,
2008; TSAROUHAS, 2007); 2º - International Journal of Operations & Production
Management (contém artigos de BITICI et al., 2006; CHAKRAVORTY; ATWATER, 1996;
DAL et al., 2000; HINES et al., 2004; JEONG; PHILIPS, 2001; JONSSON;
LESSHAMMAR, 1999; KUTUCUOGLU et al., 2001; LAUGEN et al., 2005; LJUNGBERG,
1998); 3º - Journal of Manufacturing Technology Management (contém artigos de AHUJA;
KHAMBA, 2008c; BRAGLIA et al., 2009; INGEMANSSON et al., 2005; KOH; TAN, 2006;
MATT, 2008; NACHIAPPAN; ANANTHARARMAN, 2006; THOMAS et al., 2009),
resulta-se em 49 publicações com texto completo, que representam 56% do total artigos
referentes ao OEE.

70
Como resultado da pesquisa mostra-se um crescimento da importância do OEE para o
meio acadêmico e industrial nas duas últimas décadas (gráfico 2). De 1994 até 2003 atingiu-
se uma média de 2,8 artigos por ano e visualiza-se a estatística mais recente de 2004 até 2009,
os últimos seis anos, já é possível enxergar três vezes mais artigos completos publicados, ou
seja, de 2,8 artigos se atingiu a média de 9,3 artigos internacionais por ano que tratam do OEE
e demais temas que são relacionados.

OEE (Overall Equipment Effectiveness), tratado como Eficiência Global de


Equipamentos, pode ser entendida como um sistema ou programa, mas trata-se de uma
importante métrica utilizada em diferentes segmentos industriais, tendo já se tornado um
indicador de desempenho global das organizações para medir a produtividade de operações
industriais (HANSEN, 2006).

Gráfico 2 Artigos sobre OEE – periódicos de 1994 a 2009

Segundo Dennis (2008), no OEE as principais perdas relacionadas aos equipamentos


de manufatura são os seguintes estados: 1.sem programa, 2. fora do programa, 3. parada
programada, 4. melhorias, 5. auxiliar e 6. produtivo, conforme figura 26.

71
Parada 1. Sem programa
prevista (ex: greve de 30 min.)
2. Fora do programa
(ex: quebra de máquina)
Parada C la
3. Parada programada
não to
(ex: manutenção preventiva) t
prevista 4. Melhorias D op
(ex: alteração no processo) m
eT
5. Auxiliar B
Sem (ex: falta de material) A
Parada 6. Produtivo
(ex: produz no tempo ciclo)
A = Tempo de produção; B = Utilização de equipamento;
C = Equipamento parado; D = Tempo operacional

Figura 26 Estados do OEE (adaptado de NAKASHIMA, 1988)

Estado sem programa: significa falta de programação, considera-se como uma parada
prevista, ou seja, quando o equipamento para de ser utilizado em produção de forma
programada. Exemplos: parada nos fins de semana, feriados, trocas de ferramentas indevidas
e paralisações da empresa (reuniões sindicais).

Estado fora do programa: classificado como uma parada não prevista, é quando o
equipamento não está em condições de executar sua função planejada devido a eventos não
planejados. Exemplos: parada por manutenção, ou seja, a máquina está esperando por pessoal
ou peças, aguarda consertos ou parada para trocar o material de consumo.

Estado parada programada: aponta-se como parada não prevista, é quando o


equipamento não está disponível para executar sua função planejada, devido aos contratempos
de manutenção. Exemplos: esse estado inclui as atividades como teste de produção,
manutenção preventiva e organização.

Estado de melhorias: classificado como uma parada não prevista, é quando o


equipamento está em condição para executar sua função planejada, mas é operado para

72
administrar experiências de melhorias. Exemplo: esse estado inclui atividades de engenharia
de processo e manutenção para melhorar e modificar os equipamentos.

Estado auxiliar; considerado como sem parada, ou seja, quando o equipamento está em
uma condição de executar sua função planejada, mas não é operado, Exemplos: quando não
há operador disponível (absenteísmo, os almoços e reuniões), não há material disponível ou
não há ferramenta de apoio. Estado produtivo, também é considerado sem parada, ou seja,
quando o equipamento está executando sua função planejada, podendo ser classificado nos
seguintes estados: produção regular (inclui a carga e descarga de peças), trabalho para
terceiros, retrabalho ou melhorias feitas junto com a produção. Os seis estados fundamentais
do OEE são exemplificados na figura 26.

Definido os estados do OEE, passa-se a discutir quatro tipos de perdas (HANSEN,


2006). O primeiro tipo é a perda planejada (ex: máquina parada nos dias de feriado), o
segundo tipo é a perda operacional que são as paradas que afetam a disponibilidade do
equipamento, sendo que isso ocorre quando acontecem quebras do equipamento ou esperas
que interrompem a transformação do processo, como no caso das trocas do ferramental, o
terceiro tipo é a perda de velocidade, pois quando se altera a velocidade do equipamento por
qualquer que seja o motivo, afeta seu desempenho e produtividade, modificando o resultado
desejado, podendo-se citar como exemplos desse tipo de perda pequenas paradas e redução de
velocidade do equipamento.

O quarto tipo de perda diz respeito à perda de qualidade, pois os defeitos e falhas no
produto geram refugo no início da produção e retrabalho. Segundo Nakajima (1988) que na
década de setenta implementa o conceito em centenas de empresas japonesas e recentes
autores (HANSEN, 2006; SLACK et al., 2008; DENNIS, 2008) o OEE é calculado
multiplicando uma taxa de disponibilidade pela taxa de performance, pela taxa de qualidade,
conforme ilustração da figura 27.

Como melhorias no sistema de gestão, pode-se considerar a coleta de dados on-line do


processo produtivo e disponibilidade de informações em tempo real, gerando indicadores de
desempenho importantes, tais como: Tempo Médio de Reparo – MTTR (Mean Time to
Repair); Tempo Médio entre Falhas – MTBF (Mean Time Between Failure) e a Produtividade
Efetiva Total do Equipamento – TEEP (Total Effective Equipement Productivity).
73
Tempo Total de Produção

A Tempo Disponível s/Programa


Quebras
B Tempo Trabalhado Esperados

C Produção Teórica
Performance
Pequenas paradas
D Produção Atual Redução de velocidade

E Produção Atual
Qualidade
Refugo
F Produtos Bons Retrabalho
OEE = B/A x D/C x F/E = Taxa de disponibilidade x Taxa de performance x Taxa de qualidade

Figura 27 Esquema de cálculo do OEE (adaptado de NAKASHIMA, 1988 )

2.8.2 Gestão visual

Gestão visual significa visualização de processos, fluxos de trabalho e resultados para


os colaboradores, os instrumentos de visualização são coordenados para seu grupo-alvo e
conteúdos, como exemplo citam-se possíveis meios de informação: posters, quadros de
informações, cadernos, filmes etc. O objetivo é tornar os processos e conteúdos transparentes
e de fácil entendimento para conseguir identificar claramente padrões e desvios, acelerar a
identificação de solução dos problemas, apoiar e motivar colaboradores no cumprimento de
suas tarefas e no alcance de seus objetivos, informar os colaboradores sobre: história, situação
atual, objetivos da empresa e aumentar a identificação dos colaboradores com a empresa, a
área de trabalho, sua tarefa e o produto (DAILEY, 2003; OHNO, 1997; SLACK et al., 2009;
SANTOS et al., 2009; KRAJEWSKI et al., 2009; MARTINS, 2005; STEVENSON, 2001;
SHINGO, 1996a; LIKER; MEIER, 2007; IYER, 2009; MURMAN et al., 2002). As
ferramentas de gerenciamento de indicadores de performance (KPI Management) e
identificação e marcações, são viáveis e aplicáveis em toda a empresa quando se tem maior
consciência dos benefícios.

Sistemas de indicadores de performance, também denominado como indicadores de


desempenho, fragmentam os objetivos da empresa em áreas, permitindo aos seus
colaboradores e gerentes a identificação de como podem contribuir para alcançar os objetivos
74
da empresa. Principais indicadores de performance (KPI - em inglês Key Performance
Indicator) são instrumentos para medir os resultados alcançados. O gerenciamento de
indicadores descreve a seleção, determinação e visualização de principais indicadores de
performance, bem como, o controle. Utilizam-se os indicadores para ajudar a apresentar e
monitorar objetivos, visualizar tendências, avaliar e otimizar processos, identificar problemas
rapidamente e incentivar a comunicação e a informação na empresa. Essa ação ajuda, pois em
caso de desvios das metas onde são introduzidas medidas e seu efeito é monitorado com base
em indicadores de performance (SLACK et al., 2008; CORRÊA; CORRÊA, 2007).

Identificações e demarcações constituem suportes para a execução eficiente de


procedimentos de trabalho na produção. Esses itens classificam, identificam e sinalizam
objetos e áreas para identificação clara de desvios de padrões, aumento da transparência de
procedimentos de trabalho, fluxos de materiais e estoques. Orientação rápida e fácil do local
de trabalho, com treinamento para os colaboradores com objetivo deles entenderem as
indicações e demarcações.

2.8.3 Processo de melhoria contínua

O processo de melhoria contínua (do inglês continuous improvement process: CIP)


serve para o contínuo e consequente melhoramento executado em pequenos passos em toda
empresa, com envolvimento de todos os colaboradores, figura 28. As melhorias alcançadas
são registradas como padrão, para assegurar sua incorporação no processo e eventualmente
sua transferência a outras áreas de aplicação. Assim como no kaizen o que se deseja é
aumento da produtividade e qualidade, redução de desperdícios, rápida implementação de
medidas de melhorias, melhoria de fluxos de trabalho e re-projetar os postos de trabalho, para
atingir menores lead times com a motivação dos colaboradores através da implementação de
suas ideias e sua integração na empresa (DAILEY, 2003; MIYAKE, 2008; SLACK et al.,
2009; KRAJEWSKI et al., 2009; MARTINS, 2005; JACOBS, 2009; STEVENSON, 2001;
MOREIRA, 2008; GAITHER; FRAIZER, 2007; CORRÊA; CORRÊA, 2007; SHINGO,
1996; LIKER; MEIER, 2007; MURMAN et al., 2002; MORGAN; LIKER, 2008, CAMPOS,
2004b, CALADO; LIMA, 2003). O processo de melhoria contínua (CIP) possibilita uma
melhoria adicional entre os saltos representados por inovações:
75
Figura 28 Processo de melhoria contínua (adaptado de CAMPOS, 2004b)

Técnicas de solução de problemas são procedimentos sistemáticos padrão, utilizados


para identificar as causas básicas de problemas, a fim de eliminá-los completamente. Dessa
maneira, analisam-se as causas e consequentes soluções de problemas, redução do tempo
entre a identificação e a eliminação ou correção de problemas. A solução de problemas é
efetuada em todos os níveis, com ferramentas adequadas para cada situação (ANTUNES et
al., 2008; STEVENSON, 2001; LIKER; MEIER, 2007; MURMAN et al., 2002).

Aplicar as ferramentas para melhoria contínua de processos e fluxos de trabalho, no


âmbito de moderação de workshops com envolvimento de colaboradores é uma alternativa
para melhor envolvimento dos colaboradores no processo de melhoria contínua, gera-se um
aumento da vontade de implementar melhorias e incentiva os colaboradores participantes.
Workshops são executados conforme plano e de acordo com a necessidade de melhoria
contínua, tem-se a oportunidade dos participantes apresentarem os resultados para os gestores
e facilita a implementação com visualização no local e monitoramento dos resultados.

2.9 Evolução da aplicação de métodos e ferramentas Lean

A empresa de refrigeradores pesquisada, segundo Schwerdtner (2005), comercializa


mais de 70 modelos diferentes, mas que podem ser classificados em cinco famílias de
76
produtos. Nesse cenário de empresa globalizada o pesquisador deste trabalho, praticante da
pesquisa-ação e atuante no departamento de engenharia industrial, teve a oportunidade de
aplicar outras ferramentas e métodos em diferentes abordagens e circunstâncias empresariais,
desde o período de graduação em engenharia de produção mecânica pela UNIMEP, mestrado
e doutorando no departamento de fabricação na engenharia mecânica pela UNICAMP.

São listados no quadro 2, de forma cronológica das boas práticas mais relevantes que
foram pesquisadas e implementadas nessa empresa no período de 1998 a 2009, nos últimos 11
anos pelo pesquisador junto com diversas equipes multifuncionais de melhoria contínua.
Muitos dos trabalhos de pesquisa e implementações se tornaram artigos publicados em anais
de congressos (CALADO et al., 2005; CALADO, 2006; CALADO et al., 2010; CALADO;
BIONDI, 2007; CALADO; CALARGE, 2009a; CALADO; CALARGE, 2009b; CALADO;
LIMA, 2005; CALADO; LIMA, 2003; CALADO et al., 2003; CALARGE; CALADO,
2001).

A descrição da aplicação de boas práticas (quadro 2), segundo a experiência da


pesquisa em uma empresa multinacional, deixa entendido que se não houver uma diretriz top
dow a mudança de cultura e ou transformação de uma empresa tradicional em uma empresa
enxuta pode-se levar muitos anos, portanto vale repensar na estratégia de introduções de
novas ferramentas, métodos e abordagens (como Lean, 6 Sigma, TQC, TQM, WCM, TPM)
para conseguir atingir bons resultados ao longo dos 5 anos estimados no quadro 1 – Prazo
para o salto para o pensamento enxuto (WOMACK et al., 1998).

Quadro 2 Histórico de aplicação de práticas Lean e melhoria contínua


Ano Principais Projetos e ações de melhoria na engenharia industrial e produção

1997 Inauguração da fábrica de refrigeradores em São Paulo

1998 Aumento da produção através da implantação dos novos processos

1999 Programa SOL – Segurança, Organização e Limpeza

Balanceamento de linha de montagem e carga máquina


Novos produtos e implementação de ações para a qualidade

2001 Aplicação do mapeamento do fluxo da cadeia de valor, kanban e SMED

2002 Célula de manufatura para tampografia de peças plásticas

Implantação de folha de trabalho padrão na célula

2003 Aplicação de conceitos de manufatura enxuta no processo de injeção e tampografia de peças

77
plásticas

Gerenciamento da capacidade – OEE manual na fábrica

2004 Programa TPM e 5S

Implantação de operadores multifuncional na área de injetora

Eliminação da área de tampografia de peças plásticas

Gerenciamento da capacidade – OEE on-line na área de injetoras

5W1H para melhoria do OEE dos equipamentos


Centro de distribuição em Jundiaí (locação para a empresa)

2005 Implementação e projeto de um sistema de fluxo de material na área de pintura e estamparia.

Auditoria do sistema de produção (OEE, WIP, CEP, TPM, MTM/Ergonomia, Gestão Visual,
Trabalho padrão, Arrisque e SMED)
Elaboração de proposta de plano diretor para a fábrica

Aplicação de estudo de tempos com o uso de MTM para o balanceamento de linha de


montagem.

Levantamento do nível de automação dos equipamentos

Terceirização de atividades de preparação de subconjunto para as linhas

2006 Analise da capacidade dos equipamentos

Aplicação do software AVIX no balanceamento de linha de montagem


2006 Aplicação do Benchmarking Industrial

Utilização do plano A3 para a fábrica (mapeamento futuro)


Desdobramento de metas da gestão industrial (projetos de melhoria)
Controle do absenteísmo da fabrica
Mapeamento de fluxo de valor futuro para a fabrica
Desenvolvimento de célula de manufatura para pré-montar refrigerador
Aperfeiçoamento sobre técnicas de moderação
Gerenciamento da capacidade – OEE on-line na estamparia
Projeto milk run interno para abastecer peças na linha
Implantação do sistema WMS/ERP na fabrica

2007 Manual de Gestão visual

Revitalização do kanban e 5S
Aplicação do SMED e DMAIC na estamparia
Desdobramento de metas para os departamentos da industrial
Gerenciamento da rotina do dia-a-dia
Estruturação do Comitê Lean da Empresa Brasileira

2008 Parque industrial da empresa (fabrica de fogões + fábrica de refrigeradores + Centro de


Distribuição)

78
Desdobramento de metas coorporativo

Gráficos e plano de ação unificado

Controle das despesas operacionais de forma integrada (ERP)

2009 Aquisição da empresa brasileira por outra empresa multinacional do mesmo segmento

O mapeamento da cadeia de suprimentos antes do parque industrial da empresa

Os últimos resultados são através da sinergia e de uma visão gerencial, com utilização
evolução de melhores planejamentos estratégicos e formas diferentes de gerenciar a empresa.
Baseado na figura 29, ilustrações da representação de cadeia de suprimentos na qual se mostra
de forma sistêmica a interconexão, elaborou-se a figura 30 para o entendimento quanto à
cadeia de suprimentos da empresa pesquisada e o relacionamento entre as operações da cadeia
de suprimentos, antes da sua melhoria, ou seja, a implantação do parque industrial.

Figura 29 Representação da cadeia de suprimento da fábrica de refrigeradores

79
Em seguida com a figura 31, mostra como se pode ter uma visão e ideia da agregação
de valor através do mapeamento do fluxo de valor (MFV) estado atual comparando com o
MFV estado futuro (figura 33).

Em 2008 com o Centro de Distribuição e os serviços pós-vendas se incorporam ao


Parque Industrial da empresa. Para se ter uma ideia clara e melhor compreensão das melhorias
na cadeia dessa empresa, descreve-se o mapa da situação antes com demarcações de
atividades e áreas otimizadas e /ou eliminadas depois da implantação do parque industrial
(figura 32).

Preservando os dados da empresa nesse exemplo de mapa são descrito valores


diferentes dos reais, mas será possível compreender os conceitos fundamentais com a devida
explanação do pesquisador. É importante ressaltar que os valores são meramente ilustrativos
para resguardar a confidencialidade da empresa pesquisa na qual o pesquisador teve a
oportunidade de atuar como especialista em Lean manufacturing.

Figura 30 Representação da cadeia de suprimentos do parque industrial

80
Figura 31 MFV esboço da fábrica de refrigeradores – estado atual

Figura 32 MFV esboço da fábrica de refrigeradores com oportunidades na distribuição física

O sucesso da reestruturação desta empresa citada, conforme é mostrado no estado


antes e estado depois (figura 31 e figura 33) do parque industrial da empresa, só foi possível
no ano de 2008 quando a alta direção passou a entender a necessidade da sinergia e mudança
para a sobrevivência do negócio no Brasil, como exemplo vale recordar que nesta época já
havia a maturidade de desdobramento de metas e diretrizes formalmente, o controle de
despesas e investimentos era integrado e sistêmico e até foi estruturado um comitê para
implantação da abordagem Lean na empresa como o todo.

81
Figura 33 MFV esboço da fábrica de refrigeradores pós parque industrial

Ao que parece Slack (2009) tem razão quando afirma que a perspectiva “de cima para
baixo” considera as decisões estratégicas de acordo com um número de níveis. A estratégia
coorporativa estabelece os objetivos para as diferentes empresas do grupo. As estratégias
funcionais estabelecem os objetivos de cada função à estratégia da empresa. Portanto as
decisões estratégicas funcionais na qual aloca os recursos de modo a atingir os objetivos
funcionais são orientados e subordinadas das decisões estratégicas do negócio que
estabelecem os objetivos competitivos e desdobram metas e na qual estão subordinadas as
decisões estratégicas coorporativas de primeiro nível onde são responsáveis pela definição do
tipo de negócio e alocação dos investimentos.

Diante das perspectivas de estratégias de operações, entre outros fatores identificado


ao longo dos anos de pesquisa, nota-se uma relevante contribuição do planejamento hoshin
para tomada de decisão e condução das empresas na utilização de abordagens que promovem
as mudanças culturais e gerenciais no sistema de produção e na empresa como um todo.

Uma vez já realizada no capítulo 2 uma revisão bibliográfica sobre abordagem Lean
entre outros tópicos relevantes e relacionados, será feita a seguir uma revisão bibliográfica de
fundamentos relacionados ao planejamento hoshin para alinhamento e integração das
ferramentas, métodos e princípios da organização empresarial.

82
3 FUNDAMENTOS TEÓRICOS SOBRE BENCHMARKING E
HOSHIN KANRI

3.1 Benchmarking industrial

Benchmarking pode ser definido como a busca por melhores práticas da empresa que
conduzem ao desempenho superior (CAMP, 1989). Lançado pela Xerox, o benchmarking tem
sido amplamente adotado desde a década de 1990 por empresas como iniciativa de melhoria
(PORT; SMITH, 1992). Segundo Voss et al. (1997), o Benchmarking é vital para a
companhia aprenderem a melhorar o desempenho e a organização, a melhoria pode ser
alcançada através da identificação das boas práticas e estabelecimento de metas de
desempenho. Esse modelo (figura 34) busca aumentar a compreensão dos pontos fortes e
fraquezas em relação aos concorrentes e podem-se obter benefícios reais quanto se focam nas
necessidades da organização.

A orientação de aprendizagem tem sido associada ao benchmarking e suporta


transformação do sistema de produção. Assim Voss propõem uma relação entre a
aprendizagem, benchmarking, compreensão e desempenho, resumidos no modelo de pesquisa
(figura 34).

O Benchmarking Industrial desenvolvido pela London Business School, em parceria


com a IBM, que juntamente com a CBI (Confederation of British Industry) mantém um
programa internacional de benchmarking, sendo responsável por um banco de dados com
mais de 1000 empresas de 34 países (HANSON; VOSS, 1995).

O Instituto Euvaldo Lodi de Santa Catarina – IEL/SC é credenciado pela Comparison


International Ltd. para aplicar o benchmarking industrial no Brasil e, com o apoio da FINEP,
está credenciando uma rede de instituições multiplicadoras por meio do Programa Melhores
Práticas para Excelência Industrial – PMPEI, o IEL tem parceria de aplicação com o Centro
de Tecnologia de Informação - CTI em Campinas, São Paulo. Assim, torna-se possível

83
oferecer à indústria nacional uma ferramenta ímpar de avaliação e comparação de suas
práticas e seus resultados em relação às líderes mundiais.

Figura 34 O modelo de pesquisa benchmarking (VOSS et al., 1997)

Como benefícios para as empresas pode-se destacar a possibilidade de identificar os


pontos fortes e fracos de sua gestão, subsidiando as decisões de investimento e fornecendo
informações estratégicas sobre o setor onde atuam. Ressalta-se que todas as informações
sobre a empresa que contrata uma aplicação do benchmarking industrial são mantidas sob
absoluto sigilo. Os dados individuais somente serão divulgados com autorização expressa da
empresa. Participando desse programa, a empresa dará mais um passo no processo de busca
pela excelência industrial.

3.1.1 Metodologia do benchmarking e passos para o time

O objetivo é ajudar na maximização da empresa quando estiver utilizando o


benchmarking industrial. Antes, conheça os três elos-chave que estarão envolvidos na
aplicação do Benchmarking industrial:

84
Facilitador do benchmarking industrial, que é o consultor credenciado pelo IEL/SC
para aplicar o benchmarking industrial; Líder do time de benchmarking, que é a pessoa
responsável pela coordenação da aplicação do benchmarking industrial por parte da empresa;
Time de benchmarking, que é o time formado por pessoas de vários níveis e vários setores da
empresa e seguem passos descritos a seguir:

1º passo – Responder o questionário, recebe-se o questionário e responde às questões


que se pode, dando nota individual de 1 a 5. Pode-se discutir com os integrantes do time o
porquê o gestor acha que sua nota é o reflexo de sua área e se é possível buscar exemplos ou
evidências disso.

O benchmarking industrial utiliza um questionário para indagar questões de várias


áreas da sua empresa. Os indicadores finais serão analisados de acordo com os padrões de
melhores práticas e performances de outras empresas que já tenham completado o mesmo
processo de benchmarking. O benchmarking industrial não deve ser encarado como uma
auditoria, mas sim, como um processo que auxilia a empresa a verificar sua posição perante
líderes mundiais do seu setor de atuação, identificando suas potenciais oportunidades de
melhorias e seus pontos fortes. Se as notas de cada um dos indicadores realmente refletirem a
situação atual da empresa, serão encontradas oportunidades de melhoria reais. Uma nota alta
em um indicador que não condiz com a realidade poderá impedir a empresa de trabalhar nesse
indicador para melhorá-lo.

2º passo – Reúne-se o time de benchmarking da empresa, durante meio período do dia


para obter um consenso dos indicadores, quando possível, que são o reflexo das áreas da
empresa contempladas pelo questionário.

O objetivo dessa reunião é discutir em equipe as notas do questionário e definir uma


nota única para cada indicador do questionário de acordo com a realidade atual da empresa. O
líder do time deve ajudar o debate e, quando possível, possibilitar o consenso da nota do
indicador. É importante observar, dada a natureza de um time multinivelado e multifuncional,
que deve haver uma diferença de opiniões. Isso não quer dizer que alguém está certo ou
errado. Qualquer diferença nos indicadores é uma parte muito importante do processo,
podendo destacar áreas individuais para discussão.

85
Vale salientar que o arquivo respostas do questionário de benchmarking industrial
deverá ser enviado pelo líder para o facilitador do benchmarking via e-mail, antes da visita do
mesmo à empresa (antes do 3º passo). Em se tratando de uma aplicação multiplantas (várias
unidades operacionais de uma mesma empresa), a resposta do questionário deve refletir a
unidade operacional na qual o gestor e seu time trabalham, ou seja, pense numa fotografia da
unidade na qual trabalha.

3º passo – Visita do facilitador do benchmarking; Dentro de uma ou duas semanas, o


facilitador do benchmarking passará dois dias na empresa com o time de benchmarking para
trazer uma perspectiva independente e externa. Tem-se o questionário em mãos para o debate
com o facilitador (consenso das notas). Os dados da empresa são comparados com o banco de
dados mundial e o facilitador elaborará um relatório para a empresa, contendo os resultados
alcançados.

Nessa reunião entre o facilitador e o time de benchmarking discutem-se cada um dos


indicadores com o objetivo de consensar e ajustar a pontuação definida no questionário. As
notas finais devem refletir a situação atual da empresa nas diversas áreas avaliadas. É
recomendado, quando possível, que o dia da visita à empresa aconteça dentro de 1 ou 2
semanas após a reunião do time de benchmarking.

No primeiro dia de atividades na empresa, deve ser realizada uma visita do facilitador
do benchmarking industrial à unidade produtiva que será avaliada. Posteriormente, deve
ocorrer uma reunião entre o facilitador e o time de benchmarking da empresa para discussão
das questões apresentadas no questionário. É necessário para a realização do trabalho, que
estejam disponíveis um computador e um projetor multimídia. Na programação no período da
manhã (quadro 3), ou seja, durante o processamento dos dados, não é necessário que o time
ou o líder acompanhe o facilitador.

4º passo – Plano de Ação (opcional), caso a empresa se interesse, o facilitador do


benchmarking poderá auxiliar na elaboração de um plano de ação das oportunidades de
melhoria levantadas pelos resultados do benchmarking industrial.

A partir dos resultados do benchmarking, é recomendável preparar um Plano de Ação,


no qual as oportunidades de melhorias levantadas podem ser analisadas com mais
86
profundidade. O terceiro dia de aplicação do benchmarking industrial, corresponde ao dia de
Plano de Ação, que consiste na realização de um workshop de priorização e elaboração do
plano de ação para as oportunidades de melhoria verificadas pelo benchmarking. São
indicados os responsáveis pelas ações e definidos seus prazos.

Quadro 3 Esboço da programação diária do Bechmarking industrial


A programação do 1º dia
8h30 – 9h00 Reunião com o líder do time do benchmarking.
9h00 – 10h30 Visita à unidade fabril da empresa que estiver sendo avaliada pelo benchmarking e que foi
pontuada no questionário, acompanhada do líder do time de benchmarking ou gestor da
empresa.
10h30 – 12h30 Reunião entre o facilitador do benchmarking industrial e o time de benchmarking da
empresa para consenso e ajuste da pontuação definida no questionário. O local da reunião
deve ter uma mesa de reuniões de tamanho compatível com o número de pessoas
envolvidas na atividade
12h30 – 13h30 Almoço
13h30 – 18h00 Continuação da Reunião entre o facilitador do benchmarking industrial e o time de
benchmarking da empresa para consenso e ajuste da pontuação definida no questionário.

Para esse dia é necessário flipchart, microcomputador e projetor multimídia, além de


uma sala de tamanho suficiente para 10 pessoas, com mesa grande e cadeiras móveis. No dia
do Plano de Ação devem participar todas as pessoas que acompanharam a aplicação do
benchmarking industrial nos dois primeiros dias.

Os passos três (após a visita à unidade fabril) e quatro poderão ser realizados fora da
empresa, em locais como hotéis, centros de convenção etc., desde que as evidências dos
indicadores sejam apresentadas e sejam providenciadas instalações que possam garantir o
bom andamento do trabalho.

3.1.2 Estrutura de benchmarking

Esse item mostra a estrutura de apresentação dos resultados da aplicação do modelo de


benchmarking, detalhando os gráficos e tabelas do modelo e as categorias da análise

87
comparativa. As categorias são utilizadas tanto para o relatório individual de uma empresa,
quanto para uma amostra estudada, sendo também utilizadas para a identificação de
oportunidades de melhorias. Portanto, é importante expor a lógica em que se baseia a análise.

O posicionamento da empresa em relação às práticas e performances.

Os gráficos de práticas e performances facilitam um estudo entre as empresas


internacionais de seu setor, em função dos índices gerais de práticas e performances obtidos
pela aplicação do modelo de benchmarking desenvolvido. Na figura 35 a seguir, Seibel (2001)
descreve o eixo das abscissas representa o índice geral de práticas de classe mundial
instaladas na empresa e o eixo das ordenadas representa o índice de performance obtido.

Figura 35 Analogia com o boxe (Seibel, 2001)

A escala varia de 0% a 100%. A posição de uma empresa é definida pelas respostas às


questões dos indicadores do questionário, a partir das quais são calculados os índices gerais de
práticas e performances. Prática é um conjunto de ferramentas gerenciais e tecnológicas

88
implementadas na empresa. Ex.: participação dos empregados, automação e sistema da
qualidade. Performance são os resultados mensuráveis obtidos pela empresa. Ex.: rotatividade
dos estoques, satisfação dos clientes e índice de defeitos

3.1.3 Método de classificação das empresas: analogia com o boxe

Para análise do posicionamento da empresa em estudo segundo os índices de práticas e


performances e de sua correspondente capacidade de responder aos desafios competitivos, foi
desenvolvida uma analogia com a habilidade e a performance dos lutadores de boxe, esporte
muito popular na Inglaterra, é baseado em estudos de benchmarking no sistema produtivo
classe mundial desenvolvido na Europa pela London Business School (LBS), em cooperação
com o grupo de consultores da empresa IBM da Inglaterra (SEIBEL, 2004). A empresa recebe
uma denominação conforme sua posição no diagrama práticas e performances: Classe
Mundial, Desafiadores, Promissores, Vulneráveis, Contrapesos e Saco de Pancadas (SEIBEL,
2001). As posições e suas denominações são mostradas na figura 35.

Empresa Classe Mundial é definida no modelo como aquela que alcançou um nível de
práticas e performances igual ou superior a 80% do padrão descrito como classe mundial. São
caracterizadas por ter implantado grande parte das melhores práticas disponíveis na indústria
e por serem competitivas no mercado internacional.

Na categoria “Desafiadora” estão as empresas que obtiveram entre 60% e 80% nos
índices de práticas e performances, porém não atingiram o nível Classe Mundial. Empresas
classificadas como Promissoras apresentam níveis de práticas superiores a 60% e níveis de
performances ainda inferiores a 60%. São empresas que têm investido na modernização e
adoção de melhores práticas, porém ainda não obtiveram o retorno devido. O desafio dessas
empresas é melhorar suas performances por meio da utilização efetiva dos recursos
instalados. Duas situações são possíveis: as práticas foram implantadas recentemente e se está
em período de aprendizado; as práticas foram implantadas e persistem dificuldades
operacionais, causadas por treinamento deficiente dos colaboradores ou por adaptação
incorreta à realidade do processo específico.

89
Existem empresas que, embora estejam obtendo resultados satisfatórios, têm um índice
de práticas muito baixo. Foram classificadas como Vulneráveis, pois os resultados não são
consistentes e sua posição é muito instável e difícil de ser sustentada a longo prazo se as
condições de competição vierem a se acirrarem. Algumas empresas com processos muito
simples podem alcançar resultados bem superiores, com a implementação de melhores
práticas. Em todos os casos, é necessário analisar se o alto desempenho está sendo obtido pela
simplicidade do processo ou se a empresa está gerando custos para compensar ineficiências
operacionais, o que reduz a produtividade.

Um exemplo típico é o de empresas que, para cumprir o prazo de entrega dado ao


cliente, despacham os pedidos por via aérea, para compensar atrasos no lead time do pedido;
outro exemplo são empresas que operam com altos níveis de defeitos internos, mas utilizam a
inspeção rigorosa no final do processo para evitar que produtos defeituosos cheguem ao
mercado. Nos dois casos, a empresa paga pelos custos da ineficiência operacional.

Na categoria Contrapesos encontram-se empresas com índices de práticas e


performances entre 50% e 60%. Essas empresas estão muito aquém da excelência industrial.
O grupo de mais baixa pontuação foi denominado “Saco de Pancadas”. As empresas desse
grupo têm pontuação inferior a 50% em práticas e performances. A situação delas é grave, e
sua sobrevivência está ameaçada na economia de mercado aberto.

Classificações dos processos são: Avaliação de Desempenho – AD; Desenvolvimento


de Produtos – DP; Fábrica e Equipamento – FE; Investimento – IV; Inovação – IN;
Operações de Engenharia – OE; Meio Ambiente, Saúde e Segurança – MS; Qualidade – Q;
Organização e Cultura – OC; Tempos de Ciclos de Produção – TC (figura 36 e tabela 4)

Na aplicação do benchmarking industrial, nas empresas brasileiras, por facilitadores


do IEL/SC (2011) passou a adotar apenas 52 questões em seu questionário padrão baseadas
nos três pilares avaliados que são: Produção, Stakeholders e Produtos (figura 37). Para o
IEL/SC, a estratégia da empresa deve ter uma relação com a velocidade do aprendizado,
buscar de forma sistêmica a informação de qualidade sobre o mercado e estabelecer um
sistema de indicadores de desempenho para comparar com outras empresas em processos de
benchmarking.

90
Figura 36 Áreas de avaliação do benchmarking industrial (adaptado de IEL/SC, 2006)

Tabela 4 Indicadores e processos ( adaptado de IEL/SC, 2006)


INDICADORES PROCESSOS

AD um Nível de satisfação do cliente Qualidade Total

AD dois Participação no mercado (market share) Indicadores Gerais de Performance

AD 3 Nível de satisfação dos empregados Organização e Cultura

AD 4 Rotatividade de estoques Produção Enxuta

AD 5 Fluxo de caixa Indicadores Gerais de Performance

AD 6 Produtividade Qualidade / produção

AD 7 Custo dos produtos Produção Enxuta

AD 8 Medidas de desempenho Qualidade / produção

DP 1 Feedback de campo Desenvolvimento de Novos Produtos

DP 2 Projeto para produção, uso e descarte Desenvolvimento de Novos Produtos

DP 3 Tempo do conceito até liberação produção Desenvolvimento de Novos Produtos

DP 4 Tempo da liberação produção até o mercado Desenvolvimento de Novos Produtos

DP 5 Performance funcional do produto Desenvolvimento de Novos Produtos

FE 1 Leiaute do equipamento Produção Enxuta

FE 2 Automação Produção Enxuta

FE 3 Produção puxada Produção /Logística

FE 4 Tamanho dos lotes Produção Enxuta

91
FE 5 Armazenamento e movimentação Produção Enxuta

FE 6 Emissão de ordens de produção Logística

FE 7 Sistemas de informação Logística

FE 8 Manutenção Produção Enxuta

FE 9 Mudança de prioridade das ordens de produção Logística

FE 10 Housekeeping/ 5 S Produção Enxuta

IV 1 Idade média da fábrica e equipamento Produção Enxuta

IV 2 Investimento em capacidade Produção Enxuta

IV 3 Tempo de retorno do investimento Produção Enxuta

IV 4 Investimento em modernização tecnológica Produção Enxuta

IN 1 Geração de conceitos de produtos inovadores Desenvolvimento de Novos Produtos

IN 2 Planejamento do ciclo de vida do produto Desenvolvimento de Novos Produtos

IN 3 Estratégia de tecnologia dos produtos Gestão da Inovação

IN 4 Capacidade de inovação Gestão da Inovação

IN 5 Introdução de novos produtos (últimos dois anos) Desenvolvimento de Novos Produtos /


Gestão Inovação

IN 6 Relac. universidades e centros pesquisa Gestão da Inovação

IN 7 Infraestrutura de P&D Gestão da Inovação

IN 8 Estratégia de obtenção novas tecnologias Gestão da Inovação

OE 1 Simultaneidade no processo de engenharia Desenvolvimento de Novos Produtos

OE 2 Envolvimento multifuncional (interno) Desenvolvimento de Novos Produtos

OE 3 Envolvimento externo Desenvolvimento de Novos Produtos

OE 4 Controle de mudanças Desenvolvimento de Novos Produtos

OE 5 Ferramentas apoio introdução novos produtos Desenvolvimento de Novos Produtos

OE 6 Desenvolvimento automatizado de projeto Desenvolvimento de Novos Produtos

MS 1 Política MSS Meio Ambiente, Saúde e Segurança

MS 2 Sistemas de gerenciamento Meio Ambiente, Saúde e Segurança

MS 3 Avaliação dos riscos Meio Ambiente, Saúde e Segurança

MS 4 Comunicação externa Meio Ambiente, Saúde e Segurança

MS 5 Controle de poluição Meio Ambiente, Saúde e Segurança

MS 6 Freqüência de incidentes ambientais denunciáveis Meio Ambiente, Saúde e Segurança

MS 7 Resíduos Meio Ambiente, Saúde e Segurança

MS 8 Redução total de resíduos Meio Ambiente, Saúde e Segurança

MS 9 Investigação de acidentes Meio Ambiente, Saúde e Segurança

92
MS 10 Danos sofridos por colaboradores Meio Ambiente, Saúde e Segurança

MS 11 Problemas de saúde ocupacional Meio Ambiente, Saúde e Segurança

MS 12 Faltas por doença (dias/funcionários no ano) Meio Ambiente, Saúde e Segurança

Q1 Visão da qualidade Qualidade Total

Q2 Modelos e procedimentos da qualidade Qualidade Total

Q3 Capabilidade do processo Qualidade Total

Q4 Confiabilidade do produto em serviço Qualidade Total

Q5 Custos de garantia Qualidade Total

Q6 Defeitos (internos) Qualidade Total

Q7 Percentual de entregas no prazo Logística

Q8 Relacionamento com Fornecedores Qualidade Total / Produção Enxuta /


Logística

Q9 Qualidade produção inicial de um novo produto Qualidade Total / Desenvolvimento de


Novos Produtos

Q 10 Custos de refugo, retrabalho, reciclagem Qualidade Total

OC 1 Visão de futuro Organização e Cultura

OC 2 Compartilhamento da visão, missão metas Organização e Cultura

OC 3 Estratégia de produção Organização e Cultura

OC 4 Estilo de liderança Organização e Cultura

OC 5 Envolvimento dos empregados Organização e Cultura / Qualidade Total

OC 6 Flexibilidade no trabalho Produção Enxuta / Organização e


Cultura

OC 7 Uso sistemático de diagnóstico Organização e Cultura / Qualidade Total

OC 8 Desenvolvimento de pessoal Organização e Cultura / Gestão da


Inovação

OC 9 Orientação para o cliente Qualidade Total / Organização e Cultura

OC 10 Ferramentas para resolução de problemas Qualidade Total

OC 11 Ambiente inovativo Organização e Cultura / Gestão da


Inovação

TC 1 Tempo de ciclo total da empresa Logística / Produção Enxuta

TC 2 Tempo de ciclo de processamento de material Produção Enxuta

TC 3 Tempo de processamento do pedido do cliente Logística

TC 4 Desempenho na entrega dos fornecedores Logística

TC 5 Tempo introdução de novo produto/processo Desenvolvimento de Novos Produtos /

93
Logística

TC 6 Tempo de preparação dos equipamentos Produção Enxuta

Em um estudo realizado com o banco de dados do benchmarking industrial


internacional, com 905 indústrias avaliadas em 35 países (como EUA, Índia, Austrália e
países da União Européia), Segundo Schuch e Castro (2011), a adoção de práticas
relacionadas à produção enxuta, a estruturação de um processo de desenvolvimento de
produtos e a promoção da aprendizagem organizacional, são apontadas como as principais
estratégias para ganho de competitividade das melhores empresas do mundo, como exemplo,
tem-se a Volvo do Brasil, vencedora do Prêmio Nacional de Qualidade em 2009, e
considerada uma das melhores empresas para se trabalhar, a empresa implementou diversas
melhorias que passaram pela adoção de um modelo de gestão, uso de benchmarking para
obter o referencial externo dos principais indicadores, maior alinhamento de indicadores com
a estratégia da empresa, e adoção de um modelo de aprendizado e gestão de capital
intelectual.

Figura 37 Áreas de avaliação do benchmarking industrial (IEL/SC, 2011)

94
3.2 Teoria do Sistema Grey: método para seleção e avaliação

Ao pesquisar novas formas de selecionar e avaliar os indicadores do Método de


Diagnóstico de Empresa (MDE) resultou no conhecimento da teoria Grey. A definição do
Sistema Grey (Grey System), está de acordo com o conceito da caixa preta, um conhecimento
contido no sistema, desconhecido e que são chamados de um Sistema Grey. Uma matriz Grey
com algumas de suas propriedades (por exemplo, um número de linhas e de colunas)
conhecidas, mas alguns elementos desconhecidos são chamados de uma sistema grey (DENG,
1982).

O professor Deng Ju-Long (1982) descreve o termo Grey System que também se
encontra a denominação como: Grey Relational Analysis - GRA (Liu, 2009) e Gray
Correlation Analysis (TIE-JUN; SHA, 2009). Existem muitos artigos que utilizam a
denominação Gray e não a denominação inicial, Grey System do professor Deng (1982).
Neste trabalho de pesquisa e aplicação, adota-se o termo Grey System que também pode ser
descrito e traduzido para método de análise de correlação Grey ou Sistema Grey.

Autores como Liu (2009), Gan e Zhang (2009), Li e Zhao (2009) e SU et al. (2009),
aderiram a um método híbrido de duas técnicas atraentes, ou seja, a fusão efetiva do processo
hierárquico-analítico (AHP - Analytical Hierarchy Process) e o sistema grey para melhor
tomada de decisão de processos.

AHP obtém os critérios de pesos e o sistema grey seleciona os scores. O AHP


desenvolvido por Saaty (1980) é uma aproximação útil para resolver problemas complexos,
enquanto que o sistema grey desenvolvido por Deng (1982) é usado para explorar as relações
qualitativas e quantitativas entre abstrato e sucessões complexas e captura as características
dinâmicas durante o processo de desenvolvimento.

A investigação realizada em 20 de março de 2011, na base de dados Compendex, no


qual foram pesquisados cerca de 290 artigos, no período de 2007 a 2011 (últimos cinco anos),
relacionados à aplicação do termo Grey, se constata após a aplicação do princípio de pareto
80 / 20 (gráfico 3) que tais métodos, segundo as palavras-chave, são conhecimentos aplicados
com mais frequência em: Teoria de sistemas; Sistemas inteligentes; Previsão de
95
Gráfico 3 Mapeamento da aplicação do sistema grey (base Compendex, 2011)

96
demanda; Modelos matemáticos; Rede Neural; Tomada de Decisão; Otimização;
Controle de qualidade; Competitividade; Sistemas hierárquicos; Cibernéticas; Cadeias de
Suprimentos; Teoria de decisão; Desenvolvimento de produto; Gerenciamento de Projeto;
Engenharia de Produção; Indústria; Projeto de Produto; Satisfação do Cliente; Simulação em
computador; Engenharia industrial; Economia; Comércio eletrônico; Gerenciamento da
Cadeia de Suprimentos; Solução de Problema; Tecnologia; Sistemas Fuzzy; Garantia de
qualidade; Projeto; Vendas; Produtos agrícolas; Análise de Cluster; Processo de Hierarquia
Analítico; Materiais Granulado; Algoritmos; Sistemas de Imagem, entre outras várias
aplicações.

De acordo com o mesmo critério de corte, segundo o princípio de pareto 80 / 20,


classificaram-se as áreas que são aplicadas aos conhecimentos desses dois métodos com mais
frequência: Ciência de Sistemas, Matemática, Sistema de controle, Estatística matemática,
Administração, Engenharia industrial e gestão, Tecnologia da informação, Teoria de
probabilidade, Economia industrial, Engenharia biomédica, inteligência artificial entre outras
várias aplicações.

3.2.1 Aplicação do sistema grey

Segundo publicação Tie-jun e Sha (2008), análise de correlação Grey é uma análise
estatística de multi-fator. De acordo com os dados da amostra de todos os fatores, o grau de
correlação Grey é usado para descrever a força e a fraqueza, o tamanho e a forma da relação
entre fatores. Se os dados da amostra refletem a mesma situação mutativa de dois fatores, o
seu grau de correlação é maior, ao contrário é menor. Como exemplo a combinação dos
referidos três projetos (A1; A2; A3) em conjunto com o método de corte proporciona a
situação e projeto original (A4), um total de quatro projetos são analisados na tabela 5. De
acordo com Tie-Jun e Sha (2008) são dados que através das décadas de experiência na
implementação de diversos projetos, geraram os índices técnicos de economia de vários
projetos e estão na tabela 5.

97
Tabela 5 Índice técnico de economia para avaliar as melhorias de projeto (TIE-JUN; SHA,
2009)
Projeto
Índice A1 A2 A3 A4
X1: O grau de precisão (%) 90 95 99 99
X2: Investimento em estrutura 1 5 100 0,1
(x $ 10.000)
X3: Custo da Mão de Obra (x $ 10.000) 30 9 9 100
X4: Taxa de contagem (número por hora) 2000 1200 60000 500
X5: O tamanho da área a cobrir maior grande maior O maior
X6: O grau dificuldade e facilidade para Comum Difícil Mais Mais facíl
reconstriur difícil

Os índices na tabela 5 são uma sequência semi-quantitativa. Então, adotam-se uns


números de forma estimada para quantificar X5 e X6 onde se expressa e reorganiza na tabela
6 todos os índices de forma quantitativa.

Tabela 6 Quantidade de índice de avaliação


Indicadores
Projeto X1 X2 X3 X4 X5 X6
A1 90 1 30 2000 3,75 5
A2 95 5 9 1200 2,5 1,25
A3 99 100 9 60000 6,25 3,75
A4 99 0,1 100 500 1,25 8,75

Tabela 6 é disposta como uma forma não-dimensional pelo método padronizado


linear, ao mesmo tempo todos os índices são unificados e positivos:

98
Nesse momento, a maior parte ideal das amostras é X0 = (1, 1, 1, 1, 1, 1), devido à
fórmula (1) calcula a diferença absoluta da amostra X0 e Xi, constitui a diferença absoluta da
matriz △.

Uma vez calculado o △ (máx.) e △ (min.), é necessária a definição do peso. Nesse


caso Tie-jun e Sha (2009) descrevem os pesos diferentes para os índices (ver tabela 8 os
indicadores x1; x2; x3; x4; x5 e x6). Atribuem-se pesos diferentes devido ao julgamento da
importância. O peso representa o grau de importância da informação e define-se entre o valor
zero e um, como uma variável que pertence aos números reais dentro do intervalo (0; 1), de
modo que a soma dos pesos equivalem a 1 (100%).

Aqui △ (máx.) = 0.999, △ (min.) = 0, conhecido o peso dos diversos índices (Wj): 0,2,
0,2, 0,2, 0,1, 0,15, 0,15. Calculam-se o coeficiente de correlação; fazer a seguinte
transformação de dados da diferença absoluta na matriz.

O coeficiente distingue-se e adota-se o valor entre 0,1 e 0,5, atribui-se para  o valor
igual a 0,3, para se calcular o coeficiente de correlação da matriz:

99
Outros autores atribuem para o  valor igual a 0,1 (Chan e Tong, 2007) e Chan (apud
Deng, 1989) afirma que o valor de 0,5 é normalmente aplicado.

Para calcular o grau de correlação aplica-se a equação (3).

Calculado r1 = 0,4048, r2 = 0,5315, r3 = 0,6941, r4 = 0,6624, a sequência de conjunto


da avaliação do projeto é: A3> A4> A2> A1. Isso mostra que o A3 do projeto é o melhor
plano. Segundo a associação grey, na avaliação dos seis indicadores, pode-se saber que "o
uso da unificação e da caixa de material de mesma capacidade" é a melhor opção.

3.3 Introdução do planejamento hoshin

O termo Hoshin Kanri (em japonês), segundo Akao (1997), têm alguns significados e
os termos mais frequentes são: Gerenciamento pelas Diretrizes, Planejamento Hoshin e
Desdobramento das Diretrizes. King (1989) usa o termo planejamento hoshin, Akao (1997)
utiliza o termo Desdobramento das Diretrizes, Campos (2004c) utiliza o termo Gerenciamento
pelas Diretrizes, James Womack no prefácio à edição em inglês do livro “getting the right

100
things done” de Dennis (2006), traduz o termo Policy Deployment (hoshin kanri) como
Desdobramento da Política. Nas publicações em inglês, Akao (1991), Cudney (2009) e
Jackson (2006) utilizam o termo hoshin kanri, embora descrevam a tradução para o inglês
como policy deployment. Neste trabalho adota-se o termo planejamento hoshin ou hoshin
kanri baseado em king (1989).

A palavra policy é utilizada como tradução para o hoshin e significa meio que aponta a
direção (ho – direção, shin – agulha), deployment é utilizada como tradução para o Kanri e é a
administração de meios ou controle ( kan – controle, ri – lógica / razão), ou seja, pode-se
entender a expressão hoshin kanri como o norte verdadeiro, estabelecido dentro da
organização e serve de bússola ou guia para as ações estratégicas da empresa ( CUDNEY,
2009; LOPEZ, 2010).

Hoshin Kanri é uma ferramenta de tomada de decisão estratégica que está voltada para
cumprir os objetivos organizacionais de forma alinhada aos planos específicos em todos os
níveis da estrutura organizacional. Jackson (2006) sugere a não usar o hoshin simplesmente
para desdobrar as estratégia, e sim usar o hoshin para gerenciar o negócio e construir uma
cadeia de valor de acordo com a abordagem Lean.

Cudney (2009) acredita na aboragem Lean como uma solução para as empresas. Para
ele as metas devem estar integradas de forma estratégica, portanto, apresenta o hoshin kanri
como um método para a implementação do desdobramento das metas. Os princípios Lean são
importantes não somente para as melhorias contínuas, mas também, para a elaboração e
manutenção da estratégia competitiva da empresa (CUDNEY, 2009).

A visão estratégica da empresa considera as iniciativas Lean como um meio para se


atingir os objetivos estratégicos de todas as áreas e da empresa, portanto, para se obterem
bons resultados é fundamental a aplicação dos métodos e ferramentas de forma integrada ao
Hoshin Kanri. Cudney acrescenta ao seu modelo de implementação do planejamento hoshin a
aplicação integrada do mapeamento do fluxo de valor (figura 38).

101
Figura 38 Estratégia de melhoria (Adaptado de CUDNEY, 2009)

O Lean Enterprise, traduzido como empresa enxuta, integra todos os níveis da


organização, pois se foca no processo de melhoria e na perspectiva global (MURMAN et al.,
2010). A companhia precisa implementar as melhorias contínuas com visão holística e
integradas para atingir suas metas.

Hoshin Kanri começou no Japão nos anos 1960, assim como, o controle estatístico de
processo (CEP) se tornou conhecido e aplicável junto ao controle de qualidade total (TQC).
O TQC empregado pelo Dr. Armand Feigenbaum é um modelo administrativo montado pelo
grupo de pesquisa de controle de qualidade da JUSE (Union of Japanese Scientists and
Engineers). No Brasil o TQC tem sido implementado com sucesso e contribuiu na mudança
de cultura e no sucesso de inúmeras empresas como Petrobras, Multibrás, Embraco e
Usiminas (CAMPOS, 2004b).

102
O sistema de estratégia de negócio

Dessa forma, representa-se na figura 39, um sistema de estratégia de negócio, levando-


se em conta as quatro dimensões básicas da qualidade total (Segurança, qualidade, entrega e
custo). Para satisfazer as necessidades dos clientes, escuta-se a voz dos mesmos e para
garantir maior e melhor satisfação, implementam-se os métodos e ferramentas, mas sempre
alinhados ao planejamento hoshin. A aplicação das ferramentas e métodos Lean passam a ser
o meio de se atingir os objetivos, focados na melhoria contínua, eliminação de desperdícios e
valorização do cliente.

Figura 39 Sistema de Estratégia de Negócio (CUDNEY, 2009)

A segurança diz respeito ao bem estar dos empregados e a segurança dos usuários dos
produtos e/ ou serviços. A qualidade está diretamente ligada à satisfação dos clientes internos,
externos e depende do gerenciamento da rotina do dia-a-dia dos processos. A entrega se
preocupa em atender aos clientes no prazo certo, local certo e na quantidade certa e sob essa
dimensão da qualidade total, medem-se as condições de entrega de produtos ou serviços finais
e intermediários da empresa e não menos importante que os custos é preocupar-se com o
atendimento a um valor final e intermediário compatível com as expectativas do negócio
(CAMPOS, 2004b). O sistema de estratégia de negócio está relacionado à necessidade da
sinergia das pessoas e dos processos para se atingir um modelo de negócio mais sustentável,
globalizado e competitivo.
103
O Hoshin Kanri é um sistema de administrar da mudança dos processos de negócio
críticos. Trata-se de um método para melhorar o desempenho de processos e atingir objetivos
estratégicos. Com o hoshin kanri é possível integrar-se com o foco, responsabilidade,
envolvimento e participação de todos os níveis hierárquicos da empresa. Essa sinergia
promove a inovação e organização interna e o foco passa a ser os projetos de melhorias que
agregam valor e não a execução de tarefas. Deve-se escutar a voz do cliente e se esforçar para
melhorar as dimensões de qualidade, entrega, segurança e custo continuamente.

Catchball e o hoshin kanri

O catchball se refere ao toma lá dá cá necessário entre os vários níveis de gerência


durante o processo de planejamento. Através de catchball, estratégias (plano longo prazo)
estáticas (plano de curto prazo) proliferam na organização (KONDO, 1998).

O catchball procura ligar a visão da direção com as atividades diárias dos membros de
equipe do chão de fábrica, Dennis (2008) descreve os seguintes passos:

- A direção da empresa desenvolve uma visão daquilo que a organização precisa fazer
e das competências que precisam ser desenvolvidas. “Joga-se” essa visão aos gerentes
seniores.

- Os gerentes seniores “pegam” a visão da direção e a transformam em hoshins.


Depois, “jogam-na” de volta para a direção e perguntam, na prática, “É disso que vocês
falavam? Essas atividades tornarão nossa visão realidade?”

- A direção fornece feedback e orientação aos gerentes seniores. Os hoshins podem


passar de lá para cá várias vezes.

- Com o tempo, chega-se a um consenso. A direção e os gerentes seniores concordam


que “esses são os hoshins que a nossa empresa usará para chegar à nossa visão”.

104
- Os gerentes seniores jogam seus hoshins para os gerentes de nível médio, que os
pegam e os transformam em atividades. Esses, por sua vez, são jogados de volta aos gerentes
seniores que fornecem feedback e orientação. Com o tempo, chega-se a um consenso. Os
gerentes seniores e de nível médio concordam que “essas são as atividades que se usa para
cumprir com os hoshins da gerência sênior e que, por sua vez, chegará a nossa visão”.

- Os gerentes de nível médio, por sua vez, jogarão seus hoshins a seus subordinados. O
processo culmina com os objetivos desempenhados por membros de equipes individuais.

O Catchball exige um tipo diferente de liderança e uma base de respeito mútuo. O


líder confia nos conhecimentos dos membros da equipe e em sua capacidade para atingirem o
resultado desejado. O membro da equipe confia no julgamento do líder para selecionar a área
de foco, mas é encorajado a responder com fatos. O catchball é um processo de refinamento
que ajuda a gerência e os funcionários a entenderem o que é real. O catchball é um processo
político no melhor sentido do termo, mas a política está ancorada em dados.

O sistema catchball implica em discussões francas, baseadas na realidade, entre os


diversos níveis de gerência e também dentro dos mesmos. Dennis (2006) descreve que se
utiliza o catchball para melhor desdobramento estratégico na empresa Atlas para atingir seus
objetivos na manufatura e desenvolvimento de produtos.

O resultado do planejamento hoshin é mostrado em uma árvore de atividades


alinhadas às metas estratégica e filosófica do negócio (figura 40). De cima para baixo, na
figura, têm-se as metas do negócio mais concretas, geralmente com medidas financeiras e
expressas de forma mais ampla em frase curta que expresse a visão, direção e valores como
exemplo: receita de 252 milhões neste ano e um lucro operacional de 5% comparado ao ano
passado.

No segundo nível da árvore podem-se atribuir os objetivos de desempenho como, por


exemplo, a rentabilidade e entrega e recomenda-se segundo a filosofia da produção enxuta
que se adote o uso da ferramenta de melhorias e gestão do relatório A3.

Já no terceiro nível da árvore são gerados os planos de ações em nível departamental


onde também se recomenda o uso da ferramenta A3. Esses planos podem carecer de workshop
105
kaizen ou até mesmo projetos específicos com uso de ferramentas específicas de seis Sigma,
produção enxuta, gestão de projetos, ferramentas da qualidade etc. (DENNIS, 2006;
TENNANT; ROBERTS, 2001a).

Figura 40 Ilustração do catchball (DENNIS, 2006)

O catchball deve estar alinhado ao método Nemawashi, que significa “preparar a


árvore para ser transplantada” e conota o processo de construção de consenso que cria um
alinhamento. Nemawashi implica a revisão de um hoshin com todos os clientes afetados antes
de sua implementação. Portanto, o planejamento geralmente leva mais tempo, mas sua
implementação é mais eficaz. Os clientes do hoshin são os que irão usar o plano, os que serão
afetados pelo plano, os que aprovam o plano e os que serão capazes de melhorar o plano.
Quanto mais revisões baseadas no feedback de clientes, menos surpresas terão ao apresentar o
plano à gerência sênior, conforme Witcher (2002) e Dennis (2008).

Os objetivos de desempenho das empresas como a produtividade, qualidade, custo e


segurança em geral requerem metas multifuncionais, trabalho em grupo onde há
representantes de departamentos como engenharia, produção, manutenção, qualidade,
controle da produção, portanto, a coordenação pode ser executada por um departamento de
controle para liderar o processo de planejamento hoshin para a qualidade, liderar o

106
estabelecimento de metas e meios através do nemawashi e catchball, aplicar o PDCA no nível
micro e anual para confirmar o sucesso. Essa coordenação torna os problemas visíveis e dá
suporte às atividades de contramedida (DENNIS, 2008).

3.3.1 Níveis de necessidade da organização

O conceito de necessidades básicas do homem já é de conheciemnto, dessa forma, as


organizações também têm hierarquias e necessidades, para tal Cudney (2009), descreve os
cinco níveis de necessidade hierárquica para uma organização, que está diretamente
relacionada aos seis passos para implementação do planejamento hoshin que são: A visão da
empresa, o alinhamento, o auto-diagnóstico, o gerenciamento do processo e o foco nas metas
(figura 41).

Figura 41 Níveis de necessidade da organização (CUDNEY, 2009)

107
Um plano empresarial de hoshin kanri para transformar uma empresa em classe
mundial, inicia-se com a visão da organização e segundo Womack (1998) leva-se cinco anos,
já Cudney (2009) prevê que se desenvolva de 3 a 5 anos. Na tabela 7, descrevem-se os cinco
níveis da hierarquia e a sua relação com as necessidades da organização, assim como, os
métodos hoshin. Para se ter, como exemplo, os formulários referentes a cada um dos métodos
citados na tabela estão expostos por Cudney (2009).

Tabela 7 Relação da necessidade da organização, planejamento e método hoshin (CUDNEY,


2009)
Necessidade da organização Passos para o planejamento Método hoshin
hoshin
Visão da empresa Visão de 5 anos Quadro de plano estratégico hoshin
Plano de 1 ano
Alinhamento Desenvolvimento Quadro de plano hoshin
Auto diagnóstico Implementação Plano de ação hoshin
Gerenciamento do processo Revisão mensal Plano de implementação hoshin
Foco na meta Revisão anual Revisão da implementação hoshin

3.3.2 Processo de planejamento hoshin

Cudney (2009) propõe seis passos para implementar o planejamento hoshin. O


primeiro passo para a implementação do planejamento hoshin é quando o primeiro escalão da
empresa desenvolve a visão para os próximos cinco anos, definindo os objetivos estratégicos,
baseados no ambiente interno, externo e nas mudanças desejadas. Nesse contexto, definem-se
as metas, capacidades e cultura para o futuro do negócio. Essa visão é uma ferramenta de
comunicação que, como uma bússola, orienta as decisões rumo ao futuro, sendo revisada a
cada cinco anos. Detalhes podem ser esclarecidos ao ver o formulário, Quadro de plano
estratégico hoshin, de Cudney (2009).

O segundo passo, agora com a visão de cinco anos já definida, desenvolve-se o plano
anual para a empresa com as atividades e projetos de melhoria contínua. A estratégia é de
longo prazo, dessa forma, definem-se as metas vinculadas aos próximos cinco anos. Avaliam-
se os fatores externos, os concorrentes, os fatores econômicos, políticos, sociais na busca da
108
competitividade e sustentabilidade do negócio. Analisam-se os problemas da organização. A
direção prioriza os objetivos baseados nas dimensões básicas da qualidade total (Segurança,
qualidade, entrega e custo). Definem-se, sempre que houver desdobramento, as metas e
medidas para o planejamento hoshin.

No terceiro passo do planejamento hoshin desdobra-se o plano anual do 1º ano, para


todos os departamentos da empresa com as atividades e projetos de melhoria contínua.
Estabelecem-se as metas factíveis para cada um dos departamentos, de acordo com as
oportunidades e necessidades de melhoria para a empresa. Nesse momento, em nível
gerencial e táctico, definem-se as estratégias departamentais. Detalhes podem ser esclarecidos
ao ver o formulário, Quadro de plano Hoshin, de Cudney (2009).

No próximo passo, cada departamento deve implementar as atividades e projetos de


melhoria contínua, desde que esteja alinhado ao plano anual e as diretrizes estratégicas de
cinco anos. Nesse estágio, consequentemente, se puxa a implementação de ações com o
auxílio de métodos e ferramentas Lean, também envolve a alinhamento com plano-mestre e se
definem metas e medidas para gerenciamento da estratégia em nível tático. Detalhes de auto
diagnóstico podem ser esclarecidos ao ver o formulário - Plano de ação hoshin (CUDNEY,
2009).

Para o quinto passo e o gerenciamento das atividades, mensalmente, deve-se ter uma
forma de comunicar a direção da empresa sobre os resultados quantitativos obtidos, para que
se possa acompanhar as atividades de melhoria contínua previstas versus as realizadas e seus
efeitos. Sempre que uma meta não for atingida é necessário criar novas ações de correções
para recuperar a diferença quantitativa e atingir os resultados esperados. É responsabilidade
de cada gerente de departamento atingir as metas estabelecidas, assim como, aplicar os
métodos de solução de problemas para analisar e resolver os já existentes. O gerenciamento
dos processos mensais pode ser exemplificado no formulário, Plano de implementação
hoshin.

O último dos seis passos para o planejamento hoshin é a condução da revisão anual
das estratégias, monitora-se a evolução anual dos resultados da empresa. A revisão anual cria
novas oportunidades para o negócio e garante o alinhamento com o plano de cinco anos assim
como a visão de futuro para o negócio. Revisão da implementação hoshin. O foco nas metas e
109
diretrizes, através dos indicadores podem ser esclarecidos ao ver o formulário - Revisão da
implementação hoshin, (CUDNEY, 2009).

O processo de planejamento estratégico, assim como, o gerenciamento estratégico são


fundamentais para o sucesso das empresas. Os seis passos para o planejamento hoshin de
Cudney (2009) são apenas uma forma simples na qual merece destaque na execução do
planejamento, a utilização do mapeamento do fluxo de valor, o qual orienta a aplicação dos
métodos e ferramentas Lean como uma estratégia da empresa para alcançar resultados
sustentáveis de acordo com a visão previamente definida.

O ciclo PDCA e o processo de planejamento hoshin

Outro caso de aplicação do hoshin kanri, conhecido e descrito por Jackson (2006), no
qual o ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Act), juntamente com a progressão, passo-a-passo do
processo de planejamento hoshin na visão de Jackson são apresentados na figura 42 e 43. Esse
planejamento inclui a concepção de uma estratégia de negócios ou experiência, e atribui
responsabilidades para os planejadores das quatro equipes de implementação. O roteiro de
planejamento do hoshin kanri descreve a estratégia em sete passos.

A primeira equipe é normalmente uma equipe de gestão, com cargos estratégicos nas
unidades de negócio e se preocupa com toda a empresa, o crescimento, a marca, a linha de
produto, serviço, o arranjo físico e o fluxo de valor.

Uma equipe de gerenciamento hoshin busca a agregação do fluxo de valor na cadeia


de suprimentos que aumenta o valor da empresa. Podem participar da equipe hoshin os sócios
da empresa, embora, uma equipe multifuncional normalmente gera melhores resultados e
visões.

Depois de ter realizado o diagnóstico, a equipe hoshin define uma estratégia para que a
empresa possa se transformar. Sugere-se uma estratégia empresarial como projeto
experimental, composto pelos sete passos, para resolver o problema ou desafio.

110
Figura 42 Planejar com hoshin – PDCA (JACKSON, 2006)

111
Figura 43 Fazer, verficar e padonizar com hoshin – PDCA (JACKSON, 2006)

112
Na concepção de uma estratégia, a equipe hoshin irá definir os elementos de intenção
estratégica, que incluem a identificação do primeiro dos sete passos apresentados a seguir.

3.3.3 Os sete passos de planejamento hoshin de Jackson

Segundo Jackson (2006), estratégia é como uma hipótese científica porque ninguém
pode saber o resultado de uma estratégia previamente, especialmente uma estratégia dinâmica
que envolve a melhoria da maneira de fazer negócios e cabe aos gestores se esforçarem para
descobrir o que vai acontecer. Dessa forma, estabelecem-se sete passos, nos quais, sob
condições controladas de trabalho padronizado, o processo hoshin envolve todos os gerentes e
emprega um teste de hipóteses que através de dados e fatos a empresa estabelece a sua
estratégia de negócio, de operações, marketing, produtos e demais áreas.

Os passos de planejamento hoshin são realizados por times (equipes de trabalho) que,
eventualmente, inclui a gestão de primeiro escalão, e demais níveis hierárquicos a
participarem do estágio do processo de hoshin. Cada passo do PDCA no sistema hoshin tem
uma finalidade diferente, dependendo de sua duração e sua relação com os objetivos globais
da organização. Em geral, o ciclo mais longo, maior o nível de responsabilidade na hierarquia
de gestão. Além disso, nunca termina o processo hoshin kanri. O ciclo de melhoria estratégica
repete-se uma vez por ano. As empresas que estão começando suas transformações Lean ou
seis Sigma podem levar até 18 meses para concluírem o primeiro ciclo (JACKSON, 2006),
mas pode-se realizar o ciclo duas vezes por ano para acelerar o aprendizado da organização
quanto ao planejamento koshin.

Os sete passos de planejamento hoshin representam o trabalho real que os times


precisam fazer a fim de implementar o projeto experimental da estratégia de negócio para
resolver os desafios emergentes ou problema (veja a Figura 44).

A tabela 8 define os quatro tipos de times hoshin (equipes) e os sete tipos de ciclos
PDCA ou passos, que são sinérgicos e todos alinhados. Os quatro times têm as seguintes
responsabilidades básicas:

113
O time hoshin tem a responsabilidade global para o planejamento estratégico e o
processo de implementação e denominações e orienta os primeiros três passos: (1) estratégia
de longo prazo, (2) estratégia de médio prazo, e (3) hoshin anual. Esses três passos
normalmente têm foco na melhoria dos processos de negócio, na qual toda a empresa exigente
precisa de uma coordenação interfuncional ou coordenação e integração entre a empresa e
seus fornecedores e clientes.

Figura 44 Times e estágios de mudança (JACKSON, 2006)

Os times táticos projetam e orientam os quatro passos do hoshin: iniciativas táticas


para desenvolver capacidades competitivas particulares. Iniciativas táticas normalmente têm
foco na melhoria funcional dos processos de negócio, ou seja, o processo de marketing,
engenharia, fabricação, qualidade etc., mas também, abordar todos os elementos importantes
de coordenação interfuncionais necessários para a implementação bem sucedida e mudança de
cultura.

Os times operacionais projetam e orientam o 5º passo de planejamento hoshin,


definem os projetos operacionais para melhorar determinados produtos e processos. Projetos
operacionais também focam a melhoria de processos de negócios e são direcionados a uma
114
função de coordenação. Os times operacionais são interfuncionais, e são necessários para a
implementação bem sucedida do planejamento hoshin.

Tabela 8 Os quadro times e os sete passos hoshin ( JACKSON, 2006)


Quatro times Sete passos hoshin

1 Time hoshin 1 Estratégia Um plano geral de ação que visa ao período de longo prazo,
longo prazo planejamento de 5 a 10 anos para fazer as grandes mudanças
ou adaptações na missão e / ou visão do negócio.

2 Estratégia Um plano de ação parcialmente concluído inclui metas


médio prazo financeiras e medidas de melhoria de processo que visa acima
de três a cinco anos para desenvolver as capacidades e alinhar
a trajetória das operações com a estratégia de negócios de
longo prazo.

3 Hoshin anual Um plano de ação muito concreto que visa um longo prazo,
próximo de 6 a 18 meses para desenvolver capacidades
competitivas e alinhar a trajetória das operações comerciais,
com a estratégia de negócios de médio prazo.

2 Time Tático 4 Tática Iniciativas concretas de 6 a 18 meses, definido pela hoshin


anual, compromete-se a desenvolver novas capacidades
específicas, aplicando novas tecnologias e metodologias de
processos de negócios em geral.

3 Time 5 Operacional Os projetos concretos levam de três a seis meses, definido


Operacional pelo hoshin anual, compromete-se a aplicar novas tecnologias
e metodologias Lean de processos padronizados nas funções
específicas de negócio.

4 Time de 6 Kaikaku Os projetos concretos levam de 1 semana a 3 meses,


trabalho geralmente definidos após a implantação do hoshin anual,
comprometendo-se a aplicar os métodos e ferramentas Lean.

7 Kaizen Ferramentas da qualidade e solução de problemas em curto


prazo para eliminar defeitos, erros e anomalias que possam
surgir no decorrer do cotidiano de trabalho padronizado, bem
como, melhorias resultantes oriundas das sugestões dos
funcionários.

115
Os times de trabalho realizam o sexto e sétimo passos hoshin. O sexto passo, é
implementar melhorias periódicas de grande magnitude relativamente chamadas kaikaku e o
sétimo passo é implementar melhorias contínuas incrementais, chamado de kaizen.

3.4 Relatório A3 e o modelo de gestão hoshin

O relatório A3 é uma ferramenta de comunicação eficaz. O uso do A3 é recomendado


para o planejamento hoshin que integrar os hoshins de setores e da empresa, o A3 também é
usado para solução de problemas para resumir problemas e contramedidas. O A3 é bastante
usado, também, para descrever e mostrar a situação atual, onde posteriormente podem-se
propor novas ideias e ou melhorias através do A3 proposto. Não existe um único formulário
para o A3, mas pode-se ter uma estrutura lógica, contendo basicamente: a geração hoshin,
disposição hoshin, implementação de hoshin e avaliação final (JACKSON, 2006).

Sobek II e Smalley (2010) descrevem um exemplo de relatório A3 de proposta para se


implementar um cartão de crédito corporativo. No exemplo de relatório A3 (ver figura 45) a
estrutura lógica segue um fluxo, nele se identificam e preenchem os campos de histórico,
condição atual, proposta, análise de tempos e custos, detalhes da implementação e linha de
tempo (cronograma de implementação). Tal estruturação adere o desenvolvimento intelectual
e profissional para responder às necessidades de gestão das empresas. Dessa forma, o sistema
de relatório A3 se propõe a ser um método simples de solução de problemas e gestão visual e
baseia-se em sete elementos: Processo de raciocínio lógico; objetividade; resultados e
processos; síntese, destilação e visualização; alinhamento; coerência externa; e ponto de vista
sistêmico.

Não é só o A3 altamente visual, é altamente portátil, por isso, facilita a gestão andando
por aí, uma prática que incentiva os gestores para discutirem os progressos na consecução dos
objetivos da empresa com frequência, face a face com os seus subordinados diretos, bem
como, com sua superiora. Alguns gestores têm muito a ver, usando ambos os lados do
formulário A3. O A3 nunca será tão bom quanto "gerenciamento na prática, ver e agir", mas
deve ser a próxima melhor opção.

116
Profissionais, muitas vezes, discutem o formato A3 como um processo científico. É,
no entanto, puramente um formato para incentivar a escrita de bons técnicos sobre a
investigação científica e a gestão do projeto. Na redação de relatórios sobre A3 hoshin projeta
o Problema, no entanto, uma empresa pode utilizar qualquer processo de classe mundial de
resolução de problemas como um quadro para a investigação científica.

Figura 45 Esboço de relatório A3 (adaptado de SABEK II; SMALLEY, 2010)

Se sua empresa já aprovou um desses processos de resolução de problemas como um


padrão, não há necessidade de mudar para outro processo para usar o formato A3. É
extremamente flexível e, como ela se espalha para outros tipos de empresas e indústrias, como
a saúde, pode ser facilmente adaptada a qualquer necessidade.

Os seis A3s apresentados por Jackson (2006) foram concebidos como um conjunto
integrado de promoção da escrita e boa técnica, mais importante, para apoiar a aprendizagem
organizacional sobre os processos de hoshin Kanri problema e resolver toda a empresa.
Abaixo está uma breve descrição de cada A3, aproximadamente na ordem em que são usados
para gerenciar o processo de hoshin, juntamente com os valores referenciais para fins
didáticos. O conjunto de A3 para implementar o hoshin kanri são:

117
- Relatório inteligente (A3-i) e destinado a construir um consenso sobre as mudanças
nas condições da oferta e procura antes do A3-X. Utilizado na fase de implementação do
processo de hoshin.

- Matriz-X (A3-X), concebido para unir vários A3-Ts juntos, explora-se a


interdependência e relacionam-se todos para os resultados gerais. Utiliza-se na fase de “P –
Planejar” do processo de planejamento hoshin.

- Plano do time (A3-T), propõe a realização de um experimento hoshin estratégico,


tático ou operacional, A3-Ts aparecem como "táticas" no A3-X. Utiliza-se na fase de “P –
Planejar” do processo de planejamento hoshin.

- Relatório de Status (A3-SR), aplicado mensalmente gera um relatório de avaliação


quantitativa de uma investigação PDCA e está ligado ao A3-Ts e A3-Os. Utiliza-se na fase de
“C – Verificar” do processo de planejamento hoshin.

- Relatório de Problemas (A3-P), é uma proposta de como um time poderá resolver um problema imediato e não
contemplado pelo hoshin anual. Utiliza-se na fase de “C – Verificar” do processo de planejamento hoshin.

- Resumo do Relatório de status (A3-SSR) e um relatório periódico de resumo (com


base no A3-Rs) de resultados do A3-Ts e agrupados em um A3-X. Utiliza-se na fase de “C –
Verificar” do processo de planejamento hoshin.

Hoshin Kanri para a empresa enxuta

Para implementar os três primeiros passos e começar a adotar como hoshin sistema da
empresa, as empresas que operam em seguida, a equipe hoshin terá de dedicar um mínimo de
seis a oito semanas para essas atividades:

• Análise do ambiente: Essa é uma pesquisa que a equipe deve concluir antes de tudo.
É também uma atividade da equipe que deve ser feita durante todo o ano.

118
• Criar uma estratégia de médio prazo. O time hoshin deve passar uma semana inteira
construindo a estratégia de médio prazo e discutir os meandros do processo de medidas e
resultados financeiros.

• Projetar o hoshin anual. Isso requer uma semana para preencher o A3-X e, como a
maioria dos membros da equipe hoshin são líderes de equipe tática, fica fácil a constituição
dessas equipes. Implantando o hoshin, as outras equipes terão aproximadamente uma semana
por nível de implantação, além de mais uma semana para manter a equipe hoshin; final
reunião mais quatro semanas no total. O processo pode levar mais tempo quando a
organização têm muitos plantas em diferentes estados ou países e o envolvimento de
fornecedores vai exigir ainda mais tempo.

O Hoshin Kanri para a empresa enxuta desenvolvido por Jackson (2006), procura
explorar o método A3 do Lean para realizar o planejamento hoshin, conforme modelo de
gestão hoshin (ver anexo A).

119
4 PROPOSTA DE MÉTODO DE DIAGNÓSTICO DE EMPRESA

Apresenta-se neste capítulo o Método de Diagnóstico de Empresa para ser um


instrumento de melhoria contínua, ajudando os gestores nas tomadas de decisões, nas
implementações de projetos em sinergia com os colaboradores e no planejamento hoshin mais
sustentável.

Para se ter uma rápida percepção da amplitude da proposta deste trabalho, na qual se
aplica o MDE no contexto empresarial, demonstram-se na figura 46 os detalhes relevantes do
modelo de gerenciamento estratégico integrado ao método de diagnóstico de empresa e
hoshin kanri. Esta figura contém a inter-relação e o alinhamento do método de diagnóstico de
empresa com a estratégia de operações e logística à montante e ao planejamento hoshin e o
gerenciamento estratégico à jusante.

4.1 Introdução do Método de Diagnóstico de Empresa

Este projeto de pesquisa está estruturado e alinhado com a aplicação de três


ferramentas gerenciais: a primeira é a Pesquisa de Diagnóstico, baseada na comprovada
experiência da aplicação do benchmarking industrial (VOSS, 1997), que informa sobre a
posição competitiva da empresa, nas diversas áreas de gestão, dentro do setor industrial de sua
atuação e interesse; o segundo é o MFV - Mapeamento do Fluxo de Valor (VSM, Value
Stream Mapping, tradução de Rother e Shook, 2003), que é uma linguagem universalmente
aceita e utilizada na qual, de forma simples, mapeia-se o fluxo de valor para agregar valor e
eliminar os desperdícios, ou seja, é uma nova alternativa para se aprender a enxergar as
oportunidades; o terceiro é a Pesquisa de Gerenciamento da Capacidade, no qual segundo
Slack et al. (2009) e Hansen (2006) percebem-se a adoção e utilização do OEE como forma
de medir a eficiência operacional e se pressupõe uma ação integrada de gerenciamento no
chão de fábrica com foco na manutenção, qualidade, processo, grupos de melhorias de troca
rápida de ferramentas, logística interna e os resultados.

120
Figura 46 Detalhes do Modelo de Gerenciamento Estratégico Integrado ao MDE e Hoshin Kanri

121
A melhoria do gerenciamento estratégico e dos processos administrativos, dentro da
cada empresa, começa com a elaboração de um diagnóstico que permita, com base nos seus
resultados, desenhar um plano de melhoria que oriente as mudanças necessárias para
aperfeiçoar os processos de gestão e atingir os objetivos.

Do ponto de vista da proposta do MDE, figura 47, o diagnóstico da empresa consta de


três grandes eixos: A aplicação do Mapeamento do Fluxo de Valor, a Pesquisa de
Gerenciamento da Capacidade e a pesquisa de diagnóstico da empresa; ressaltando-se que a
auto-avaliação e o levantamento de evidências, geram a identificação dos pontos fortes e
pontos fracos que se traduzem em possíveis melhorias a serem realizadas e estão no contexto
das entrevistas com respostas ao formulário pesquisa de diagnóstico da empresa e ao
formulário de pesquisa de gerenciamento da capacidade que são respondidos no workshop e
com a participação do pesquisador. Estes exemplos de formulários estão disponíveis em
relatório técnico (CALADO; BATOCCHIO; CALARGE, 2011a; 2011b; 2011c; 2011d;
2010).

Figura 47 Método de Diagnóstico de Empresa - MDE

122
4.2 Definição e estrutura do MDE

Segundo dicionário de Ferreira (2009), a metodologia é o estudo científico dos


métodos, onde se entende também que é a arte de guiar o espírito na investigação da verdade.
O método é a maneira ordenada de fazer as coisas, procede-se de forma estratégica e define-se
um processo técnico de cálculo ou de experimentação com esforço para se atingir um fim. A
empresa é um empreendimento, cometimento, negócio, ou seja, uma sociedade organizada
para a exploração de uma indústria ou serviço. O diagnóstico é a qualificação dada por um
especialista a uma situação ou estado atual, com base nas avaliações que se observa na
empresa, quanto à empresa entende-se que é uma sociedade organizada para a exploração de
uma indústria ou comércio.

De acordo com tais definições compreende-se que o Método de Diagnóstico de


Empresa (MDE) literalmente refere-se a um método de estudo e qualificação do nível da
maturidade da empresa a ser internalizada pela organização, onde observa-se, e se avalia os
resultados com método matemático, de forma participativa, através da aplicação de um
conjunto de métodos e ferramentas da ciência segundo a abordagem Lean.

O material está orientado especialmente para gestores, direção e equipes técnicas das
empresas que desejam fazer um melhor planejamento hoshin, gerenciamento estratégico,
buscar formas de sustentabilidade e contribuírem para atingir alto nível de maturidade e/ou
transformar sua empresa em uma empresa classe mundial com alta performance através da
aplicação de boas práticas e Lean Enterprise. A aplicação do diagnóstico favorece e ajuda o
modelo de gestão da empresa na busca de resultados e da melhoria contínua.

O MDE proporciona um ciclo de melhoria contínua na empresa, pois é um sistema de


análise e tomada de decisões estratégicas que envolvem a totalidade dos âmbitos, níveis e
dimensões da empresa, visando melhorar a sua maneira de gerenciar. É coordenado pela
direção da empresa e realizado com a participação dos colaboradores e gestores, consolidando
o conhecimento geral dos processos da empresa para atingir os resultados desejados pelos
dirigentes.

123
Esse trabalho estruturado na figura 48 e com etapas descritas a seguir, estimula a
comunicação e integração do grupo de profissionais e desenvolve um senso crítico e proativo
quanto às necessidades e maturidade da empresa, também se faz uma auto-avaliação quanto
às melhores práticas e performance com o pensamento livre, aberto e de maneira prática e
interdepartamental, desenvolve-se uma co-responsabilidade entre os participantes do
diagnóstico da empresa.

O MDE promove um desenvolvimento e gera um conhecimento mais amplo quanto


aos processos de materiais, processos administrativos e de informações, práticas e
performances da empresa, geram-se críticas, sugestões e participação no processo de
planejamento estratégico de forma direta ou indireta através da exposição das ideias,
comentários e ou justificativas a cada discussão de avaliação das questões do diagnóstico.

Em outras palavras, com este método de diagnóstico de empresa de forma


participativa e interativa, os avaliadores participantes exercitam o aprender ouvir, refletem
sobre as diferentes opiniões, com o suporte de um pesquisador que auxilia na construção das
ideias ou mesmo com o esclarecimento das questões. Discutem-se termos técnicos
desconhecidos e a medida que se compreende e se auto-critica, ajuda na construção inicial da
transformação cultural da empresa rumo a uma organização classe mundial e ou competitiva e
sustentável.

4.2.1 A importância do Diagnóstico

O primeiro passo para o melhor gerenciamento estratégico na empresa consiste em


levantar e reunir informações relevantes para compreender a situação atual da empresa. É
importante considerar que, embora os responsáveis pela liderança do processo de melhoria
contínua participem cotidianamente da empresa, eles não dispõem necessariamente de
informações oportunas e confiáveis sobre a realidade da organização.

O processo do MDE implica reunir e sistematizar informações relacionadas com


diversos aspectos da gestão empresarial que nem sempre são conhecidas por todos e
normalmente muitas informações não são expressas e utilizadas nas tomadas de decisões.
124
Figura 48 Estrutura do Método de Diagnóstico de Empresa

125
Num segundo momento, o planejamento contínuo considera o desenho, avaliação e
aplicação de um planejamento estratégico, baseado nos resultados do processo de diagnóstico
da empresa, num período anual ou compatível com a necessidade da empresa a ser definido.
A formulação do plano estratégico implica tomar decisões em relação às possibilidades de
desenvolvimento da empresa, visando a um negócio sustentável e principalmente lucrativo.

A melhoria contínua da tomada de decisão, planejamento hoshin e gerenciamento


estratégico considera a realização de uma avaliação por parte de um órgão externo, esse
profissional e ou pesquisador tem o papel de moderação, conciliação, integração e alavanca
um trabalho de equipe, baseado em workshops e com a abordagem da pesquisa-ação. Embora
se trate de uma atividade estritamente voluntária por parte do pesquisador, é importante
considerar que uma avaliação de caráter externo permite garantir, a partir da aplicação de
padrões e métodos desenvolvidos e experimentados pelo pesquisador.

4.3 Etapas do MDE

De acordo com a estruturação o MDE é composto por vinte e quatro fases, a


elaboração e o desenvolvimento do conhecimento teórico e, simultaneamente, a busca por
uma forma participativa de tomada de decisão e suporte ao planejamento hoshin e
gerenciamento estratégico, faz-se uso da abordagem de pesquisa-ação para se desenvolver as
vinte e quatro etapas do MDE (tabela 9).

Tabela 9 Etapas e descrição do Método de Diagnóstico de Empresa


Etapa PDCA Descrição das principais atividades do MDE

1 P – Plan Define-se o tema e a proposta preliminar de pesquisa: Aplicar o Método de


Diagnóstico de Empresa.

2 Define-se a equipe de pesquisadores.

3 Procede-se a uma revisão de literatura pertinente.

4 Contato inicial com a empresa interessada no Diagnóstico da Empresa.

5 Identifica-se os participantes da pesquisa.

6 Estuda-se a viabilidade de aplicação do método de pesquisa-ação.

7 D – Do Reúnem-se os participantes para a discussão acerca dos problemas do grupo

126
ou da organização sob investigação e das possibilidades de ação.

8 Com base em uma suposição diagnóstica, coletam-se dados para a elaboração


do diagnóstico, por meio de questionários, entrevistas, observações,
workshops (reuniões participativas) e outros procedimentos.

9 O pesquisador promove o debate sobre a nota atribuída de cada questão,


baseado na integração e colaboração dos participantes.

10 O pesquisador promove as discussões baseado nos conceitos modernos de


produção, Lean Enterprise e Planejamento Hoshin (Hoshin Kanri).

11 Intensifica-se a coleta de dados, mapeando o fluxo de valor e avalia-se o


gerenciamento da capacidade.

12 C - Check Elaboram-se os cálculos após análise do diagnóstico com o método análise de


correlação Grey – seleção e avaliação dos indicadores.

13 Selecionam-se as questões, recomendadas com alto desempenho de acordo


com o método análise de correlação Grey.

14 Selecionam-se as questões, recomendadas com baixo desempenho de acordo


com o método análise de correlação Grey.

15 Elabora-se o plano de ações, considerando as ações a serem implementadas,


os responsáveis pela implementação e os prazos.

16 Implementam-se as ações de elaboração do relatório com recomendações das


melhores práticas.

17 Avalia-se o resultado de cada uma das questões pesquisadas, em termos


práticos e de desenvolvimento de conhecimentos teóricos.

18 A - Action Redirecionam-se as ações, se isso for considerado pertinente.

19 Planeja-se a apresentação dos resultados da pesquisa.

20 Resgata-se o problema que suscitou a investigação.

21 Confrontam-se os resultados obtidos com a(s) teoria(s) que deram suporte à


investigação.

22 Executa-se a lista de recomendações.

23 Elabora-se o relatório de pesquisa e faz a apresentação do projeto de pesquisa


do diagnóstico.

24 Divulgam-se os resultados da pesquisa.

127
4.3.1 Etapas de planejamento do MDE ( Plan – PDCA)

Considerando o método de solução de problema PDCA, o planejamento do MDE


acontece durante as seis primeiras etapas, não sendo necessariamente nessa ordem descrita em
detalhes:

1ª etapa - Define-se o tema e a proposta preliminar de pesquisa: Aplica-se o Método


de Diagnóstico de Empresa, em empresas da rede de contato do pesquisador, em um primeiro
momento não se trata de uma consultoria e sim de pesquisas para o desenvolvimento da
administração estratégica das empresas.

Esse trabalho é o resultado das necessidades e das pesquisas empíricas realizadas nos
últimos anos, pois é fato o desgaste de energia dos profissionais e desperdício de dinheiro na
implantação de técnicas e métodos modernos de produção, que é o resultado se não houver
uma integração e alinhamento com os objetivos do negócio.

A ideia principal está em identificar as melhores práticas e oportunidades de melhorias


para tomada de decisão, de acordo com a necessidade de cada empresa, portanto, tomou-se
como premissa utilizar o Benchmarking, o Gerenciamento da Capacidade e mapeamento do
fluxo de valor para identificar e interagir com as empresas pesquisadas.

2ª etapa - Define-se a equipe de pesquisadores: O pesquisador é o facilitador e


moderador responsável pelo desenvolvimento e coordenação da aplicação do MDE. Aplica-se
a uma equipe interdepartamental, ou seja, os participantes do workshop são profissionais da
empresa pesquisada com total domínio, dos conhecimentos dos processos operacionais e
administrativos do negócio e serão indicados pelos diretores e ou gestores.

3ª etapa - Procede-se a uma revisão de literatura pertinente: O pesquisador se baseia


inicialmente em literaturas sobre benchmarking, mapeamento do fluxo de valor e OEE, e
amplia os estudos, alinhando-os à pesquisa sobre Planejamento Hoshin e Lean Enterprise. A
figura 47 retrata os principais temas de pesquisa. Na ausência de um pesquisador segure-se
que um gestor de projeto da empresa, após ser treinado, conduza o MDE.

128
4ª etapa - Contato inicial com a empresa interessada no Diagnóstico da Empresa:
Ocorre uma explanação da proposta de pesquisa à direção da empresa. É esclarecido, nessa
primeira reunião, onde se oferece o projeto de pesquisa, que o diagnóstico de empresa
fornecerá subsídios de auxílio nas decisões de investimentos, informações estratégicas e
oportunidades de melhorias nos processos, negócio, pessoas e com a participação das próprias
pessoas da empresa. Fornece argumentos das vantagens de identificação das melhores práticas
para gerar projetos de melhoria contínua na qual é possível melhorar o desempenho do
negócio se houver o planejamento hoshin.

A desvantagem identificada e discutida é o risco quanto ao sigilo das informações da


empresa, mas se estabelece verbalmente um acordo de sigilo informal ou formal, sendo
também acertada a submissão do relatório final em primeira instância ao diretor responsável
da empresa.

O pesquisador atuará como um moderador e pessoalmente conduzirá os workshops


(reuniões de pesquisa e melhoria contínua), sendo que em alguns momentos será um agente
que esclarece as dúvidas dos participantes quanto aos conceitos e, sempre que possível,
utilizará o Brainstorming e outros meios de moderação na condução da alavancagem da
melhoria contínua e da criatividade por parte dos participantes. Um gestor de projeto da
empresa pode conduzir os workshop se treinado no MDE.

Com o objetivo de maior abertura e confiança por parte da direção quanto ao projeto
de pesquisa proposto, apresenta-se um resumo do histórico profissional do pesquisador,
mostrando a sua experiência nas empresas, pesquisa e acadêmica. Há casos que o diretor da
empresa delega a um gestor de confiança a coordenação dos workshops, este estará
responsável pela organização interna dos workshops, preparando agenda interna, convoca os
participantes, reserva sala e projetor na empresa e dá o devido suporte ao pesquisador.

5ª etapa - Identificam os participantes da pesquisa: Forma-se o time por orientação do


diretor ou gestor responsável, também chamado de facilitador ou coordenador da pesquisa de
diagnóstico de empresa, o time de trabalho com técnicos, operadores, lideranças, gestores
com amplo conhecimento das áreas de atuação e da empresa. Sempre que possível
recomenda-se a participação de no mínimo representantes de sete áreas pesquisadas:

129
Qualidade, Produção, Logística, Organização e Cultura, Desenvolvimento de Novos Produtos,
Gestão da Inovação e Meio Ambiente, Saúde e Segurança.

Nesse momento, o pesquisador faz a indagação da alternativa de incluir operadores no


projeto para ter uma voz do chão de fábrica junto ao diagnóstico e, futuramente, participando
do planejamento estratégico da empresa. Tal ação por si só gera uma mudança
comportamental dos gestores convencionais e centralizadores além de já mostrar a todos a
necessidade de participação de todos os níveis hierárquicos no planejamento participativo.

Esse time tende a ser parte do comitê que prepara o planejamento hoshin visando a
sinergia e a sustentabilidade do negócio e colabora diretamente com o gerenciamento
estratégico e resultados do negócio.

6ª etapa - Estuda-se a viabilidade de aplicação do método de pesquisa-ação: Diante da


experiência da aplicação da pesquisa-ação na implantação de técnicas e métodos da produção
enxuta em ambientes com sistema de produção convencional, o pesquisador opta pelas
técnicas de moderação, questionários, entrevistas e a pesquisa-ação.

4.3.2 Etapas de execução do MDE ( Do – PDCA)

Na continuação da comparação com o PDCA, da etapa sete até a etapa onze executam-
se os workshops de diagnósticos e são detalhados a seguir:

7ª etapa - Reúnem-se os participantes para a discussão acerca dos problemas do grupo,


da organização sob investigação e das possibilidades de ação. Nesse primeiro contato do
pesquisador com os participantes em reunião abordam-se os seguintes assuntos:

- O representante da direção apresenta o pesquisador a todos os participantes


selecionados e representantes das áreas da empresa. Na abertura, o diretor manifesta apoio ao
projeto de pesquisa pela necessidade de se ter informações consistentes para tomadas de
decisões, atingir as metas e resultados da empresa de forma integrada, alinhada, participativa
e sustentável.
130
- Segue-se uma dinâmica de apresentação na qual o pesquisador passa a conhecer os
participantes, sua experiência na empresa e sua área de responsabilidade e trabalho, entre
outras informações.

- O pesquisador com a intenção de nivelamento da informação entre os diferentes


níveis de participantes selecionados, faz uma breve explanação sob forma de palestra sobre a
competitividade das empresas, a diferença entre uma empresa convencional e uma empresa
moderna, explana sobre o histórico do Sistema Toyota de Produção e até o Lean Enterprise, a
necessidade de agregar valor ao cliente e reduzir os desperdícios para aumentar os ativos da
empresa de maneira integrada, participativa e sustentável.

- O pesquisador explica aos participantes o objetivo do workshop do MDE, já


consensado com a direção da empresa, conforme explicado na figura 47.

- É explicado aos participantes que este trabalho tem a finalidade de apoiar as tomadas
de decisões e será fundamental para o planejamento hoshin, também se explana que tal
identificação dos pontos fracos, julgado pelos próprios participantes, serão utilizados para
alavancar e criar uma lista de recomendações de projetos de melhorias ou manutenção.

- Explica-se que o método inicia com a participação dos colaboradores com cargos
diretos e indiretos da estratégia de operações e logística, isso inclui representantes da
administração e áreas de serviço, se for o caso (1), com a participação dos patrocinadores, no
caso colaboradores da gestão e direção responsável pelas decisões e os ativos (2), aplica-se o
diagnóstico como um processo de auto-avaliação (3), o pesquisador prepara um relatório final
com análise e lista de recomendações (possíveis projetos) e identificação do nível de
maturidade da empresa de acordo com a abordagem de empresa classe mundial (4), propõe-se
a execução de um planejamento estratégico anual e se necessário com revisão semestral (5),
por último, explana-se sobre o monitoramento e controle dos resultados através do
gerenciamento estratégico (6)

- Explica-se que os resultados reais são atingidos com a implantação das seis etapas
citadas e se implementando de forma sistêmica, aliados às metodologias de solução de
problemas como PDCA e relatório A3, se fizer parte da rotina da empresa, pois se aplica o
131
Diagnóstico, elabora-se o planejamento estratégico com sinergia e se gerencia o negócio
focado nos resultados financeiros com a visão de negócio sustentável. Espera-se que a partir
dos primeiros encontros de diagnóstico a cultura dos integrantes comece a mudar, sofrer
algumas alterações, pois as avaliações discutidas nas reuniões, com a participação, aumenta o
grau de conhecimento quanto aos conceitos Lean e a auto-crítica dos participantes,
promovendo incômodo e desconforto quanto às condições de desperdícios e a tendência é que
todos comecem a enxergar perdas de oportunidades de agregar mais valor ao cliente.

- Esclarece que esse projeto de pesquisa contempla as quatro primeiras etapas de


forma gratuita e voluntária e as duas outras etapas de planejamento hoshin e gerenciamento
estratégico são sugeridas e orientadas se houver interesse da empresa pesquisada.

- O pesquisador explana casos de sucessos do uso do hoshin kanri e a possibilidade de


se ter um controle de todas as ações e projetos de forma integrada na 6ª etapa para melhor
gerenciamento, visibilidade e gestão com acompanhamento dos resultados financeiros.

- Após apresentações e esclarecimentos quanto ao MDE, o pesquisador apresenta uma


agenda orientativa já consensada com a direção da empresa que contém os seguintes tópicos:

1 – apresentação da proposta e aprovação do projeto MDE pela direção.

2 – primeiro dia de workshop, reunião com os participantes e direção para entender o


escopo do projeto.

3 – segundo dia de workshop, responde e discute-se as questões para diagnóstico da


empresa sobre: Organização e cultura (11 questões); Tempo de ciclo de produção (6
questões).

4 – terceiro dia de workshop, trabalha-se nos temas sobre: Qualidade (10 questões);
Fábrica e equipamentos (10 questões).

5 – quarto dia de workshop, trabalha-se nos temas sobre: Práticas e operações de


engenharia (6 questões); Inovação (8 questões); Processo e desenvolvimento de produtos (5
questões).
132
6 – quinto dia de workshop, trabalha-se nos temas sobre: Avaliação e desempenho na
empresa (8 questões); Investimentos (4 questões); Meio ambiente, saúde e segurança (12
questões).
7 – sexto encontro planeja-se a pesquisa do gerenciamento da capacidade (21
questões).

8 – sétimo encontro planeja-se a execução do mapeamento do fluxo de valor junto


com os participantes. Procura-se enxergar as oportunidades no chão de fábrica ou campo.

9 – oitavo encontro reserva-se para apresentação do MDE aos participantes e


convidados da direção. Neste último encontro se entrega a direção um relatório final do MDE
elaborado pelo pesquisador.

Os workshops em média têm a duração de três horas com um intervalo de 15 minutos,


com a duração total de 25 a 30 horas de trabalho na empresa para cada participante. Se
considera o envolvimento de sete colaboradores, tem-se em média 210 horas e se adiciona
mais 40 horas de trabalho do pesquisador, estima-se o total geral de 250 horas para cada
projeto de pesquisa e cada empresa. Essa informação varia a cada realidade da empresa e
consenso com a direção.

O período de pesquisa em média é de dois a três meses, porque as reuniões costumam


ser agendadas semanalmente e de acordo com a disponibilidade da agenda dos colaboradores,
pois essa agenda tende a favorecer a integração do pesquisador ao grupo de participantes,
deixando-os à vontade e confiantes para a construção e opiniões críticas sobre as questões que
serão discutidas a respeito da empresa.

A equipe é sempre a mesma e todos participam das reuniões, pois é uma oportunidade
de conhecer as particularidades de outras áreas, opinar sobre as oportunidades de melhorias e
colocar seu ponto de vista sobre cada questão avaliada pertinente às diferentes áreas.

A cada término de encontro o moderador busca o feedback aberto e verbal dos


participantes quanto à metodologia de pesquisa e assuntos em geral. Através da moderação do
pesquisador os participantes se interagem quanto à realidade entre os departamentos e como
133
os workshops que acontecem a cada encontro, os participantes têm abertura para discutir com
os colegas os seus problemas e já podem tomar ações pró-ativas para a melhoria do
gerenciamento da rotina do dia-a-dia.

8ª etapa - Com base em uma suposição diagnóstica, coletam-se dados para a


elaboração do relatório final do diagnóstico, por meio de respostas aos questionários,
entrevistas, observações, workshops (reuniões participativas) ou seminários e outros
procedimentos:

Primeiro o pesquisador explana a questão e o significado para os participantes


atribuírem notas de 1 até 5. Nessa etapa, os participantes podem ouvir e acompanhar a
explanação pelo projetor de slides, a cada questão do questionário.

Segundo os participantes fazem perguntas ao pesquisador sobre a questão e os termos


que surgem dúvida e ou desconhecem. Quando se trata de uma empresa com cultura e sistema
de produção convencional é comum o pesquisador explanar sobre os conceitos relacionados
às questões. Se um dos participantes tem dúvida a explicação da questão e seus principais
conceitos são explanados pelo pesquisador, favorecendo o processo de aprendizagem e de
conhecimento de todos sobre cada questão.

Terceiro os participantes atribuem uma única nota por questão e descrevem no


formulário padronizado.

Quarto, uma vez discutida a questão, os participantes descrevem no formulário a sua


justificativa referente à nota, dessa forma, os participantes têm a oportunidade de sugerir
melhorias e ou fazer críticas quanto às questões discutidas. Todas as notas atribuídas são
seguidas de justificativas.

9ª etapa - O pesquisador promove o debate sobre a nota atribuída de cada questão,


baseado na integração e colaboração dos participantes: Os participantes discutem a nota e
expõem seu ponto de vista sobre a questão, também acontece de haver uma reflexão mais
detalhada sobre a questão na empresa, não havendo discussão o moderador promove a visão
de melhoria contínua. Esse tipo de debate conduz o grupo para uma auto-análise sobre onde

134
se esta e como pode-se melhorar, todos passam a saber o quanto estamos bem ou mal em cada
questão.

10ª etapa - O pesquisador promove as discussões baseado nos conceitos modernos de


operações e logística, Lean enterprise e planejamento hoshin. Os participantes também
colaboram com seus conhecimentos específicos. Promove-se o entendimento quanto a
necessidade de implementar métodos de resolução de problemas e gerenciamento estratégico
para o aumento dos ativos da empresa.

11ª etapa - Intensifica-se a coleta de dados, mapeando o fluxo de valor e avalia-se o


gerenciamento da capacidade. Elabora-se o mapeamento de fluxo de valor futuro junto com
os participantes de acordo com a metodologia MFV. Faz o mapeamento atual com o objetivo
de confirmar os desperdícios já comentados durante as reuniões de diagnóstico. Também se
realiza a resposta do questionário de gerenciamento da capacidade com dinâmica de entrevista
e moderação e promoção da discussão sobre cada questão e sua resposta. O pesquisador
elabora uma lista de recomendações de acordo com as justificativas e notas atribuídas para
melhorar o desempenho da empresa, sendo que as informações são incluídas no relatório
final.

4.3.3 Etapas de verificação do MDE ( Check – PDCA)

Nessa penúltima fase da comparação com o PDCA, da etapa doze até a etapa
dezessete, o pesquisador transforma os dados em informação e são descritas a seguir:

12ª etapa - Elaboram-se os cálculos após análise do diagnóstico com o método análise
de correlação Grey para seleção e avaliação dos indicadores. O método de análise, seleção e
avaliação dos indicadores serve para compreensão, planejamento e a elaboração do relatório
final para toma de decisão.

- Executa-se a classificação das empresas segundo a analogia à luta de boxe de acordo


com o benchmarking para saber o nível de maturidade da empresa.

135
- Avalia-se a situação atual para atingir melhor desempenho segundo as notas
atribuídas às práticas e desempenho (Performance).

Pode-se obter as informações históricas no banco de dados do benchmarking industrial


no IEL/SC e realizar a comparação entre a empresa pesquisada e a média dos líderes mundiais
do setor. Analisa-se a posição da empresa em relação aos quartiis de Prática e Performance no
setor. O quartil é um valor da variável em questão que reparte ou dividi a quantidade de
elementos em porcentagem acima ou abaixo.

Adota-se neste método a ferramenta boxplot, onde define-se uma medida separatriz
estatística denominada primeiro quartil (Q1), ou seja, estabelece uma linha de corte para o
conjunto de dados. O primeiro quartil (Q1) separa os 25% inferiores dos valores ordenados
dos 75% superiores, mais precisamente, no mínimo 25% dos valores ordenados são menores
do que ou iguais a Q1, e no mínimo 75% dos valores são maiores do que ou iguais a Q1. O
cálculo é feito com auxílio do software Minitab, portanto se define para cada empresa os
piores indicadores de acordo com o primeiro quartil.

O segundo quartil (Q2) é o mesmo que a mediana, na qual separa os 50% inferiores
dos valores ordenados dos 50% superiores. No terceiro quartil (Q3) separa os 75% inferiores
dos valores ordenados dos 25% superiores. Portanto com o resultado do terceiro quartil é
possível calcular com o software Minitab e identificar a linha de corte para 75%, ou seja,
identifica-se os melhores indicadores deste conjunto de dados, pós seleção e avaliação do
método análise de correlação Grey. Assim é possível conhecer nível de maturidade da
empresa através da aplicação do boxplot em um conjunto de indicadores empresariais.
Posteriormente pode-se avaliar e enxergar o novo nível de maturidade através de um
diagnóstico da empresa e com uso do boxplot.

Embora possa usar a comparação entre empresas do mesmo segmento, no caso do


MDE não se tem o foco de comparar empresas, mas sim a identificação da classificação
(ranking), a seleção e avaliação dos indicadores, ou seja, uma linha de corte que identificação
dos pontos fortes e fracos com uso do primeiro quartil e do terceiro quartil da ferramenta
boxplot.

136
- Através da visualização do gráfico de tendências verifica-se a posição da empresa em
relação aos índices de prática e performance.

- Em seguida se faz a comparação com a média dos líderes mundiais do setor.

- identificam-se os Indicadores Fortes e Fracos – Práticas. Utiliza-se o sistema grey.

- identificam-se os Indicadores Fortes e Fracos – Performances. Utiliza-se o sistema


grey.

13ª etapa - Selecionam-se as questões, recomendações com alto desempenho. Elabora-


se diagnóstico após análise dos dados para informação e manutenção da organização, de
acordo com o método análise de correlação Grey.

14ª etapa - Selecionam-se as questões, recomendações com baixo desempenho de


acordo com o método análise de correlação Grey. Elabora-se diagnóstico após análise dos
dados, oportunidades de melhorias, para informação e planejamento de melhoria contínua da
organização.

15ª etapa - Elabora-se o plano de ação, considerando as ações a serem implementadas,


os responsáveis pela implementação e os prazos. Essa é uma etapa do método de aplicação do
benchmarking industrial na qual seus facilitadores coordenam uma sessão de planejamento
com a equipe de benchmarking da empresa, auxiliando esta na criação de planos de ação para
explorar as oportunidades de melhoria identificadas na comparação com empresas líderes.

Nessa pesquisa não foi realizado o plano de ação, pois entende-se que isso é uma
atividade que pertence ao planejamento estratégico.

16ª etapa - Implementam-se as ações de elaboração do relatório com recomendações


das melhores práticas, com base nas duas pesquisas e MFV.

17ª etapa - Avalia-se o resultado de cada uma das questões pesquisadas, em termos
práticos e de desenvolvimento de conhecimentos teóricos.

137
4.3.4 Etapas de padronização do MDE ( Action – PDCA)

Nessa última fase da comparação com o PDCA, da etapa dezoito até a etapa vinte e
quatro apresentam-se os resultados e prepara-se o ambiente para o planejamento estratégico,
conforme detalhes a seguir:
18ª etapa - Redirecionam-se as ações, se isso for considerado pertinente.

19ª etapa - Planeja-se a apresentação dos resultados da pesquisa

20ª etapa - Resgata-se o problema que suscitou a investigação.

21ª etapa - Confrontam-se os resultados obtidos com a(s) teoria(s) que deu(ram)
suporte à investigação.

22ª etapa - Executa-se a lista de recomendações, direciona para a aplicação das


melhores práticas de maneira personalizada por necessidade da empresa.

23ª etapa - Elabora-se o relatório final de pesquisa e faz a apresentação do projeto de


pesquisa do diagnóstico. Discute-se uma prévia com a direção.

24ª etapa - Divulgam-se os resultados da pesquisa

Durante as entrevistas podem ocorrer palpites e adivinhações, sendo possível um


envolvimento de natureza emocional ou política. Como a comparação com outras empresas
não é o foco principal do diagnóstico, a pesquisa de diagnóstico da empresa não segue a
mesma metodologia do benchmarking industrial. Como o questionário é respondido durante
as entrevistas, é possível obter esclarecimento sobre as respostas. Vale ressaltar que não há
por parte dos entrevistados a inibição, críticas, resistências às respostas, gera-se bom nível de
interpretação das perguntas por se tratar de uma condição especial de forma participativa
pelos colaboradores, diretores das empresas e o pesquisador.

138
4.4 Princípios básicos do Método de Diagnóstico de Empresa

Existem diferenças quanto ao conhecimento, habilidade e atitude entre os


colaboradores de todos os níveis, em particular, é enfatizada a preocupação pelo
conhecimento, a participação e a satisfação dos colaboradores para realizarem melhorias que
aumentem sua qualidade de vida e tragam resultados para a empresa, assim, adotam-se alguns
princípios básicos:

a) O gerenciamento está fundamentado no conhecimento profundo das necessidades e


expectativas dos colaboradores e direção da empresa.

b) A visão e a estratégia gerencial consolidam a contribuição e a forma como a


sinergia vai perpetuar a sustentabilidade na empresa e atender às necessidades e expectativas
dos stakeholders.
.
c) Os integrantes da empresa têm a intenção de contribuir para a melhoria dos
processos produtivos e administrativos.

d) Os processos de melhoria contínua e aprendizagem na empresa baseiam-se em


padrões Lean de performance e práticas e devem ser monitorados através dos indicadores no
contexto de planejamento hoshin.

e) Os resultados são conhecidos pós-diagnóstico, analisados externamente e


informados para a direção e assume-se a responsabilidade por eles.

4.5 MDE integrado ao gerenciamento estratégico

De acordo com a proposta do modelo processual da empresa de implementação


integrado ao diagnóstico e planejamento (ver figuras 46 e 49) é possível distinguir seis áreas
na gestão da empresa. Essas áreas irão nortear o processo de construção do gerenciamento
estratégico a partir do MDE. Inicia-se com a orientação dos colaboradores diretos e indiretos
139
atuantes em operações e logística (1), orientação à gestão e direção responsável pelas decisões
e os ativos (2), um processo de auto-avaliação (3), formulação de lista de recomendações e
nível de maturidade da empresa de acordo com a abordagem do Método de Diagnóstico de
Empresa (4), execução de um Planejamento Hoshin anual (5), monitoramento e controle dos
resultados através do gerenciamento estratégico (6).

Orientação dos colaboradores em operações e logística – Output: esta área faz


referência à forma como a empresa gerencia a rotina do dia-a-dia, gerencia a capacidade dos
equipamentos, seus colaboradores, suas expectativas e os seus níveis de satisfação. Analisa a
forma como a empresa promove e se organiza para atender aos mercados com os seus
princípios Lean, com abordagem Just-in-time e Jidoka, agregando valor ao cliente e
reduzindo continuamente os desperdícios.

Figura 49 Modelo de gerenciamento estratégico integrado ao MDE e Hoshin Kanri

As empresas buscam fazer pleno uso das capacidades dos trabalhadores, dos materiais
e das informações, o JIT e Jidoka são adotados porque qualquer problema no processo ou na
cadeia de suprimentos pode afetar a produção. O resultado da abordagem JIT está na redução
dos lotes, estoque e do lead time e a abordagem Jidoka muda a cultura dos operadores, pois
eles estão sempre atentos e buscando a eliminação de desperdícios, fazendo somente o
necessário e com qualidade.

140
Orientação à gestão e direção responsável pelas decisões e os ativos – Diagnóstico:
essa área aborda a forma como a direção orienta e conduz através de sistemas e
procedimentos de informação à gestão do planejamento hoshin e os resultados, integrados às
metas coorporativas. Ao mesmo tempo, aborda-se a forma como a direção realiza o
gerenciamento das estratégias, tendo em vista a satisfação dos colaboradores e clientes, a
resolução dos problemas e como atinge as metas e evolui rumo à empresa classe mundial e
sustentável.

Processo de auto-avaliação – Diagnóstico: essa área considera a existência de perfis de


competências dos profissionais para a realização do diagnóstico. Também considera a
existência e funcionamento de sistemas organizacionais existentes e o nível de capacitação do
comitê e ou time de trabalho de melhoria, que são profissionais, gestores ou não, escolhidos
pela direção e representam as áreas da empresa.

O método de pesquisa de diagnóstico estuda as capacidades e competitividades das


empresas baseado em sete áreas críticas da empresa: Qualidade Total, Produção Enxuta,
Logística, Organização e Cultura, Desenvolvimento de Novos Produtos, Gestão da Inovação e
Meio Ambiente, Saúde e Segurança. A área de Desenvolvimento de Novos Produtos e Gestão
da Inovação na pesquisa é avaliada somente nas empresas que realizam o desenvolvimento de
produtos na unidade operacional avaliada, mas para efeito do MDE se optou por utilização na
íntegra e avaliar todas as áreas citadas.

Relatório final com recomendações e nível de maturidade – Diagnóstico: refere-se à


elaboração de um relatório técnico que é entregue à direção da empresa (CALADO;
BATOCCHIO; CALARGE, 2011a; 2011b; 2011c; 2011d; 2010). Esse documento detalha a
aplicação e é estruturado em sete tópicos com o conteúdo: o primeiro capítulo traz os
objetivos do MDE e um breve relato do cenário da empresa, segundo informações do Anuário
Estatístico da Secretaria do Desenvolvimento da Produção. No segundo tópico, descrevem-se
as etapas do MDE, no terceiro tópico descreve-se a aplicação da pesquisa de gerenciamento
da capacidade e a performance da eficiência global dos equipamentos (OEE), a aplicação do
mapeamento do fluxo de valor no processo atual e a pesquisa sobre diagnóstico da empresa.

141
No quarto tópico é mostrado o ranking da empresa segundo a metodologia de
benchmarking, assim como, de forma mais detalhada a avaliação dos pontos fortes e fracos da
empresa ordenados segundo a correlação do sistema grey de análise de correlação.

O quinto tópico contempla uma lista de ações de melhorias baseadas nas justificativas
das avaliações dos participantes e uma conclusão do pesquisador e facilitador Lean para
direcionar os projetos de melhorias, as definições de metas, as ações de gestão dos recursos
humanos de maneira sustentável que considera os objetivos estratégicos.

No tópico seis o pesquisador apresenta uma breve referência bibliográfica sobre os


assuntos relevantes e, ao final, no tópico sete encontram-se anexos como formulários
utilizados e informações do processo operacional e ou administrativo (CALADO;
BATOCCHIO; CALARGE, 2011a; 2011b; 2011c; 2011d; 2010).

4.5.1 Planejamento hoshin – fase de planejamento

Nessa área considera-se o desenvolvimento sistemático dos processos da empresa


pesquisada. Não será detalhado no trabalho o planejamento hoshin, mas se tratando de
planejamento estratégico, segundo Certo e Peter (2010), é importante explanar sobre a
administração estratégica coorporativa e empresarial:

- Administração estratégica evoluiu do planejamento financeiro, materializado no


orçamento, para o planejamento de longo prazo, passando desse para o planejamento
estratégico.

- A partir do modelo de tomada de decisões estratégicas, o planejamento estratégico


evoluiu para um modelo mais amplo, o qual é baseado em uma série de passos inter-
relacionados, de forma que uma mudança em algum estágio do processo pode afetar os
demais.

- De maneira semelhante à administração estratégica é vista como uma abordagem


sistemática à gestão de mudanças, que compreende: posicionamento da empresa por meio da
142
estratégia e do planejamento de potencialidades; resposta estratégica em tempo real por meio
da administração de questões; e gestão sistemática da resistência durante a implementação da
estratégia. E após a formulação da missão, dos princípios Lean e dos objetivos, deve-se
formular a estratégia da organização, que ocorre em três níveis: corporativo ou empresarial,
de unidade de negócios e funcional.

- A estratégia corporativa, dependendo das condições da empresa (porte, setor,


estrutura etc.), pode ser considerada como a mais importante no âmbito empresarial, em razão
da abrangência das decisões estratégicas que a compõem, entre as quais determina o rumo e
os objetivos da organização, com impactos em todas as suas unidades de negócios e áreas
funcionais.

- A estratégia corporativa apresenta-se, como conteúdo, decisões abrangentes, como a


definição das fronteiras da corporação (decisões sobre o escopo), o direcionamento das
decisões da corporação para os relacionamentos entre as unidades de negócio e a
determinação dos métodos que definem o grau e a forma de diversificação da corporação.

- A estratégia empresarial, apesar de ter sua elaboração concentrada na alta


administração, deve ser conhecida por todos os funcionários da organização, os quais devem
atuar de forma participativa na sua implantação.

- O conjunto de decisões que estão sob sua chancela influencia os princípios, os


objetivos, missão e rumos da organização, além de impactar na sustentabilidade do negócio, e
significativamente na sua rentabilidade, grau de competitividade e na satisfação dos seus
diversos stakeholders.

Como exemplo e para se ter uma ideia do conjunto de etapas das atividades que são
desenvolvidos durante o planejamento estratégico nos níveis, ver as figuras 41 e 42.

Para implementar o planejamento estratégico no estilo hoshin, segundo Jackson


(2006), organizam-se equipes nos três níveis e se desdobram as metas de cima para baixo,
sempre organizado em equipes hoshin:

143
• Análise do ambiente diagnosticado. Essa é uma avaliação posterior ao MDE e
sugere-se que essa atividade da equipe deve ser feita durante todo o ano.

• Criar uma estratégia de médio prazo. A equipe hoshin deve passar uma semana
inteira, construindo a estratégia de médio prazo e discutindo os métodos do processo de
medidas e resultados financeiros.

• Projetar o hoshin anual. Isso requer uma semana para preencher o modelo A3 e,
como a maioria dos membros da equipe hoshin são líderes de equipe tática, a constituição de
equipes deve ser impulsionadora. O processo pode levar mais tempo, se a organização tiver
muitas plantas e lugares diferentes e se envolverá seus fornecedores.

No planejar as estratégias têm-se como base os princípios do negócio, princípios para


todas as áreas da empresa. A tabela 10, ilustra-se algumas ferramentas e métodos básicos
utilizados na implementação de um sistema produtivo com abordagem na Produção Enxuta,
sendo as mesmas apresentadas em detalhes e com indicação de referências no capítulo dois.

Quando se trata de empresas de transformação, tais como as pesquisadas neste


trabalho, o objetivo de aumentar seus ativos (ganhar dinheiro) se transforma em um objetivo
global de Velocidade, Custo e Inovação. A meta de receita, lucro operacional e fluxo de caixa
serão alcançados com as diretrizes de desempenho competitivo norteadas para a Companhia e
acionistas, para os clientes e para os funcionários. Para a companhia e seus acionistas
interessa: receita, retorno sobre as vendas; participação no mercado e margens. Para os
clientes interessa: qualidade na fabricação e em uso; custos de garantia; prêmio de qualidade.
Para os funcionários: segurança, ergonomia; boas condições de trabalho; oportunidade de
treinamento e desenvolvimento; estabilidade de emprego. Para a comunidade interessa
liderança nas questões ambientais; envolvimento nas comunidades e emprego estável
(DENNIS, 2006).

Dennis (2006) exemplifica e descreve que os objetivos de desempenho se alcançam


com o desdobramento estratégico e alinhado até o chão de fábrica com a padronização do
trabalho (figura 50).

144
Tabela 10 Princípios Lean, métodos e ferramentas básicos
Princípios Lean Métodos Ferramentas / técnicas
(categorias)

Produzir a Sistema Puxado Análise ABC / XYZ; JIT – JIS; kanban; milk run;
demanda Supermercado; VMI

Takt time One piece flow; Nivelamento da produção; Troca


rápida; MFV

Gerenciamento de suprimentos Marketing de suprimentos e seleção de


fornecedores; Integração com os fornecedores;
gerenciamento de fornecedores

Produto robusto Gerenciamento de variantes do Liberação de ordem de produto


produto;

Gerenciamento do phase-in e
phase-out

Gerenciamento de projetos Roteiro de planejamento; Planejamento de recursos


e tempo; Gerenciamento de riscos

Processo de desenvolvimento de Manual de processo de desenvolvimento de


produtos produtos

Motivação dos Trabalho em times Pesquisa de clima; Diálogo com a equipe; matriz de
colaboradores responsabilidades

Qualificar e desenvolver os Ferramentas específicas e personalizadas


colaboradores

Orientação para o desempenho Ferramentas específicas e personalizadas

Evitar defeitos Prevenção de defeitos FEMEA; poka-yoke; CEP

Detecção de defeitos e Conceito de parada de linha; Auditoria de produto;


planejamento de testes Auto-controle; Teste de confiabilidade

Análise e correção de defeitos Registro dos erros de produção; Análise de defeito


de campo; PDCA; Análise de devoluções

6 Sigma Boxplot; Histograma

Evitar Trabalho padronizado Organização do posto – 5S; Padrão de trabalho,


desperdícios TPM; OEE

Gestão visual Gerenciamento dos indicadores; Identificações e


demarcações

Processo de melhoria contínua Técnicas de solução de problemas; Workshops de


melhorias

145
Dennis também sugere o uso do relatório A3 para o planejamento das atividades, mas
Campos (2004c) descreve que o desdobramento de metas também pode ser feito utilizando o
Diagrama de árvore e Diagrama de matriz, uma forma de exemplificar o desdobramento na
área industrial é através da figura 51, na qual de maneira simples e com mais detalhes se
apresenta um exemplo de matriz de priorização de medidas e execução de projetos (figura 52
e 53).

Figura 50 PDCA nas organizações Lean (DENNIS, 2006)

A Árvore de Desdobramento de Metas para Área Industrial na figura 51, foi uma
maneira de gerenciar as metas a partir do 2º nível da empresa (direção industrial), onde todos
os departamentos (gerentes) e seções (supervisores) aderiram ao modelo de gestão visual,
todos seguiram o mesmo modelo de formulário de Matriz de Priorização de Medidas e
Execução de Projetos. O uso desta ferramenta trouxe aos funcionários e gestores a
visibilidade de metas e diretrizes, na qual fortaleceu o feedback semanal nas reuniões de
gestores e supervisores e o feedback nas reuniões mensais com o diretor industrial

146
.

Figura 51 Esboço de Árvore de Desdobramento de Metas para Área Industrial

Figura 52 Matriz de Priorização de Medidas e Execução de Projetos: Projetos e Indicadores

147
Figura 53 Matriz de Priorização de Medidas e Execução de Projetos: Projetos e Indicadores
(continuação da figura 52)

4.5.1 Gerenciamento estratégico integrado – fase de implementação e avaliação

O gerenciamento estratégico significa a operação de um sistema e procedimentos de


medição e avaliação do desempenho da organização. Não detalhada neste trabalho de
descrição do MDE. Ocorre em todos os seus níveis e âmbitos, no curto, médio ou longo
prazo, em função da missão, dos princípios Lean da empresa, os Objetivos Estratégicos e as
Metas da empresa.

O gerenciamento estratégico resume-se no acompanhamento sistêmico, a análise dos


resultados de gestão periodicamente, avaliação de desempenho administrativo e financeiro, na
qual se orientam todas as macro decisões nos níveis corporativo ou empresarial, unidade de
negócio e funcional, de forma integrada e transparente para atingir o melhor desempenho
organizacional e passo a passo, estando mais próximo da excelência operacional planejada.

Uma das formas atuais de gerenciamento estratégico passa pela elaboração de um


planejamento hoshin, que requer um desenvolvimento e preenchimento de modelos de
relatório A3 com equipes formalizadas nos níveis corporativos, unidades de negócio e
148
funcional, previamente definidas pelos superiores hierárquicos. Os membros de equipe hoshin
geralmente são líderes e gestores de equipes e têm um perfil de implementação e atitudes
impulsionadoras. O planejamento estratégico acontece com algumas semanas de dedicação,
em que o processo pode levar mais tempo de acordo com a localização das plantas e
envolvimento das equipes e fornecedores quando necessário.

O papel do gerenciamento estratégico é ser processo contínuo de controle, no qual


alavancam as estratégias que devem ser constantemente revistas, pois nem sempre se
alcançam os objetivos pretendidos. O planejamento hoshin deve ser gerenciado, pois trata-se
de um processo contínuo e retro-alimentável. Como exemplo e para se ter uma ideia de forma
de gerenciar as estratégias estabelecidas nos níveis corporativos, gerenciais e funcionais de
maneira integrada e on-line ver as figuras 46 e 54.

Figura 54 Telas de software PcHoshin (TQE, 2011)

Uma vez definidos os projetos, se faz necessário o controle e as manutenções. As


melhorias devem ser controladas com freqüência especificada. Os gráficos de Plano de ação e
controle mensal passam a serem importantes e estão inseridos no gerenciamento da rotina do
149
dia-a-dia. Como exemplo pode-se definir nestes gráficos qual(is) será(ão) o(s) conceito de
demonstração dos resultados – prognósticos, histórico e tendência, mostra-se um exemplo de
plano de ação feito em programa Microsoft Office Excel (gráfico 4). Este tipo de gráfico
passa a ser interessante por conter uma interface visual para controle e já conter o plano de
ação com a descrição das ações, quem é o responsável, o impacto planejado e realizado, prazo
de início e fim e o status utilizando a nomenclatura do método de solução de problemas –
PDCA, que é fácil disseminar a todos os funcionários. Segundo vários autores, entre eles
Dennis (2006), as soluções de problemas podem ser atingidas com o uso de kaizen.

Gráfico 4 Plano de ação e controle mensal do OEE

Como já explanado também pode-se ter um software de gerenciamento e controle


como o software PcHoshin para integrar todos os planos de ações, monitoramento e controle
das ações e projetos de maneira integrada, todos enxergando os resultados que levam ao
gerenciamento estratégico eficaz (figura 54). O PcHoshin, como opção de melhor
150
gerenciamento integrado, incluí-se no exemplo de um Esboço do Modelo do Método de
Diagnóstico de Empresa Integrado proposto neste trabalho (figura 46), na qual suas
ferramentas, métodos, estratégias e requisitos de sucesso mais relevantes e básicos são
comentados ao longo do conteúdo dos capítulos deste trabalho.

151
5 APLICAÇÃO DO MÉTODO DE DIAGNÓSTICO DE
EMPRESA

O objetivo da pesquisa de campo está no diagnosticar e identificar os pontos fortes e


fracos da gestão nas empresas, subsidiando as decisões de investimento e fornecendo
informações estratégicas e oportunidades de melhoria nos processos. O diagnóstico permitirá
planejar ações para melhorar o gerenciamento da capacidade dos equipamentos e do pessoal
envolvido no sistema de produção, bem como realizar uma avaliação preliminar da gestão
estratégica de operações e logísticas da empresa.

Houve uma pesquisa em quatro segmentos diferentes, três empresas privadas e um


serviço público, são os segmentos de indústria de peças usinadas; indústria de peças injetadas;
indústria têxtil e serviços de saneamento básico, embora neste capítulo, descreve-se somente o
teste da aplicação do MDE em um dos quatro, por questão de sigilo não serão divulgados os
nomes das empresas.

5.1 MDE aplicado no segmento industrial de Usinagem

O objetivo do trabalho foi diagnosticar e identificar os pontos fortes e fracos da gestão


de operações e serviços de uma indústria de usinagem, empresa privada, localizada no estado
de São Paulo, e doravante será chamada de empresa de usinagem, por uma questão de sigilo
empresarial. Uma empresa de médio porte no segmento de transformação metal mecânico,
que atende aos vários clientes do mercado de usinagem de precisão, estamparia e montagem
de conjuntos mecânicos em série. O trabalho subsidia as decisões de investimento e fornece
informações estratégicas e oportunidades de melhorias nos processos, negócio, pessoas e com
a participação das mesmas.

O MDE, nas quatro empresas pesquisadas, está sendo utilizado de forma pontual e não
serão instrumento de comparação com outras empresas do mesmo segmento, facilitando o uso

152
parcial dos conceitos de benchmarking industrial. Ressalta-se que todas as informações
confidenciais obtidas junto à empresa Usinagem para realizar o MDE serão mantidas sob
absoluto sigilo e somente poderão ser divulgadas com autorização expressa e documentada da
empresa.

5.1.1 Cenário Industrial de transformação Metal Mecânico

Os dados coletados no Anuário Estatístico da Secretaria do Desenvolvimento da


Produção é uma coletânea de informações que visa fornecer indicadores atualizados do setor
industrial, apresentados de acordo com a Classificação Nacional de Atividades Econômicas
(CNAE) do IBGE. Esses dados mostram a consequência da crise para o setor de
transformação metal mecânica no ano de 2009. Observa-se a evolução do segmento industrial
e seu respectivo desempenho. O número de empregos cresceu, em contrapartida, os demais
indicadores como produção, utilização da capacidade e desempenho industrial caíram. A
produtividade subiu, mas ainda carece de significativas melhorias (quadro 4).

Diante desses indicadores, é realidade nas indústrias de transformação, a redução da


utilização da capacidade industrial. O cenário de queda de volume, exemplo de 2008, leva a
consequências diversas, como baixo OEE - Eficiência Global de Equipamentos (Overall
Equipment Effectiveness) e até aumento da taxa de desemprego e prejuízos para as empresas
de transformação em geral.

Tal cenário em 2010 encontrava-se em recuperação gradativa, por exemplo,


fabricantes de peças usinadas e estampadas que têm como principais clientes as empresas do
segmento automotivo, caso da empresa de Usinagem, são dependentes da governança e do
crescimento do segmento automotivo, principal cliente, ou seja, é necessário se ter um bom
aumento do consumo interno de veículos automotores e, se possível, até retomar as
exportações, mas para isso, deseja-se que toda a cadeia do segmento atinja o patamar de
classe mundial, globalizada e sustentável.

153
Quadro 4 Indicadores gerais segmento de transformação mecânica (ANUÁRIO ESTATÍSTICO, 2010)
INDICADORES 2005 2006 2007 2008 2009 MÉDIA
2005-2009
Produção Física da Indústria, por Classe e Gênero Base: igual período 7,1 1,4 15,0 8,1 -12,4 3,84
do ano anterior=100) - Com Ajuste Sazonal Taxas Reais de
Crescimento (%) - Veículos automotores
Desempenho Industrial Regional - Taxas Reais de Crescimento (Base: 3,7 3,2 6,2 5,2 -8,4 1,98
Igual Período do Ano Anterior=100) - Sem Ajuste Sazonal - São Paulo
Utilização Média da Capacidade Instalada da Indústria de 85,4 80,4 85,0 86,6 73,5 82,18
Transformação (%) – Indústria Mecânica
4. Estoque Anual de Emprego, Segundo Setores de Atividade 33.238.617 35.155.249 37.607.430 39.441.566 40.436.676 37.175.907
Econômica (Mercado Formal) - Posição no Final do Período
5. Números de Empregos por Gêneros da Indústria (Mercado Formal) - 6.008.341 6.253.684 6.710.807 6.905.074 6.908.725 6.557.326
Indústria de Transformação
6. Números de Empregos por Gêneros da Indústria (Mercado Formal) - 378.865 410.868 452.830 484.123 478.148 440.966
Fab. de Prods. de Metal, Exceto Máquinas e Equipamentos

7. Pessoal Ocupado Segundo as Atividades na Indústria - Peças e 288.919 310.284 349.458 316.220
Acessórios para Veículos Automotores
8. Variação Anual da Produtividade do Trabalho, por Atividades na -2,6 -6,4 0,4 - 2,86
Indústria (%) - Peças e Acessórios para Veículos Automotores
Nota - Variação Anual da Produtividade do Trabalho foi estimada como a razão entre a variação do valor adicionado, a preços do ano
anterior e a variação do pessoal ocupado.

154
Na condição competitiva de fato das quatro empresas pesquisadas, é importante para a
estratégia de operações e logística que se tenha um gerenciamento estratégico integrado
(modelo proposto no capítulo quatro) e uma utilização da capacidade industrial de
transformação com qualidade superior e custos competitivos. Diante do cenário competitivo e
global atual do segmento de transformação em constante ameaça, é conveniente implementar
o MDE para aprender a melhor enxergar e eliminar os desperdícios, assim como buscar novas
maneiras de agregar valor aos clientes.

5.2 Planejamento da aplicação do MDE na empresa de Usinagem- Plan do PDCA

A primeira fase do MDE, considera-se o método de solução de problema PDCA,


portanto, orienta-se a iniciar pelo planejamento do MDE. Acontece, então, um grupo de ações
que foram estruturadas e que utilizam a abordagem da pesquisa-ação como espinha dorsal, e
se segue na ordem descrita no método deste trabalho, descreve-se as etapas relevantes para a
compreensão. O planejamento contém as seis primeiras etapas descritas: proposta preliminar
de pesquisa do MDE; estrutura de pesquisadores; revisão de literatura; contato com a direção
da empresa; identificação dos participantes/avaliadores do MDE; aplicação da pesquisa-ação.

O contato com a direção da empresa de Usinagem, 4ª etapa do MDE, aconteceu


através de outra empresa, fornecedora de tecnologia de informação, com esse relacionamento
conseguiu-se agendar a primeira reunião do MDE com a direção. Nessa reunião pré-agendada
na empresa de Usinagem, o pesquisador tem a oportunidade de apresentar-se, assim como o
objetivo de sua pesquisa e proposta de parceria nesse projeto de aplicação do MDE.
Uma vez tendo entendidas as vantagens, a direção autoriza para início do MDE, que
aconteceu in company e que pode levar de 5 a 10 encontros, por meio período. Em seguida, a
direção, equipe de avaliadores, pessoas de confiança, geralmente gestores de departamentos
chaves são os que são convidados pela direção a participarem. Os avaliadores recebem via
direção um convite para o primeiro dia do Workshop do MDE.

As três primeiras etapas já foram estruturadas pelo pesquisador, pois a intenção do


pesquisador é avaliar as empresas de diferentes segmentos na região de Campinas para

155
analisar, aperfeiçoar o MDE e estudar hipóteses que agreguem valor, assim já está
previamente definido o objetivo nas aplicações do MDE.

Há um pesquisador e responsável, porque segundo a metodologia de pesquisa nos


vários encontros acontece praticamente um workshop no qual é necessário o conhecimento
dos assuntos pertinentes ao MDE e preferencialmente experiência sobre Lean Enterprise,
Benchmarking, Planejamento Hoshin, Gerenciamento Estratégico entre outros conhecimentos.

Esses conhecimentos do pesquisador acrescidos dos conhecimentos dos processos da


empresa pelos especialistas avaliadores acabam gerando longas discussões sobre as questões
dos questionários durantes as entrevistas. Vale ressaltar a importância do pesquisador e
moderador dos workshops para garantir o conforto, criatividade, cooperação e motivação aos
avaliadores, todos têm a oportunidade de se expressar e questionar em cada etapa do MDE,
reforçando a aplicação do método de pesquisa-ação. Todas as etapas de planejamento foram
executadas e conforme já descrito na 6ª etapa do MDE, o pesquisador opta pelas técnicas de
moderação, questionários, entrevistas e a pesquisa-ação.

5.3 Aplicação do MDE na empresa de Usinagem - Do do PDCA

Na continuação da analogia com o método de solução de problema PDCA, da etapa


sete até a etapa onze executam-se os workshops de diagnósticos e, portanto, orienta-se a
iniciar pela execução do MDE e são comentados a seguir.

Nessa 7ª etapa acontece o primeiro contato do pesquisador com os participantes, uma


reunião importante, é nessa reunião que se consenso o projeto com a equipe, portanto,
abordam-se os seguintes aspectos.

O diretor industrial apresenta o pesquisador a todos os participantes e manifesta apoio


formal ao projeto, pois há a necessidade de se ter informações consistentes para tomadas de
decisões, atingir as metas e resultados da empresa de forma integrada, alinhada, participativa
e sustentável. O diretor e patrocinador deixam claro o objetivo do workshop do MDE.

156
O pesquisador faz uma dinâmica de apresentação para conhecer os avaliadores, suas
experiências na empresa e sua área de responsabilidade. Em seguida, o pesquisador faz a
explanação sob forma de palestra sobre a competitividade das empresas, a diferença entre
uma empresa convencional e uma empresa moderna, explana sobre o histórico do Sistema
Toyota de Produção e até o Lean Enterprise, a necessidade de agregar valor ao cliente e
reduzir os desperdícios para aumentar os ativos da empresa de maneira integrada,
participativa e sustentável.

Explicou-se aos participantes que este trabalho tem a finalidade de apoiar as tomadas
de decisões e será fundamental para o planejamento hoshin, também se explana que a
identificação dos pontos fracos, julgada pelos próprios participantes, serão utilizados para
alavancar e criar uma lista de recomendações de projetos de melhorias ou manutenção.

Deixa-se claro que o MDE é participativa e colaborativa. Trata-se de um processo de


auto-avaliação que resultará no relatório final e este relatório que será fruto do trabalho de
todos servirá para execução de um planejamento estratégico e alavancar no final um novo
modelo de controle dos resultados através do gerenciamento estratégico. Com o MDE
pretende-se elaborar um planejamento estratégico com sinergia, com a participação dos
representantes de área e focado nos resultados financeiros com a visão de negócio sustentável.

Na 8ª etapa todos os participantes recebem os questionários que são devolvidos ao


pesquisador a cada término de dia de workshop do MDE. A resposta ao questionário
aconteceu com o pesquisador explanando a questão e os conceitos para os participantes
atribuírem notas. No caso da empresa de Usinagem, trata-se de uma empresa com cultura e
sistema de produção convencional, portanto, como previsto, houve explanação sobre os
conceitos relacionados às questões para favorecer o processo de aprendizagem e de
conhecimento de todos sobre cada questão. Em seguida todos os participantes atribuíram uma
única nota por questão (de 1 a 5). Os participantes descreveram no formulário a sua
justificativa, pois no MDE todas as notas atribuídas são seguidas de justificativas.

Na próxima etapa, em muitos momentos se debateu sobre a nota atribuída de algumas


questões, houve uma reflexão mais detalhada sobre a questão crítica da empresa, mas a
intenção de promover a visão de melhoria contínua facilitou a condução do grupo para uma
auto-análise sobre onde se esta e como pode-se melhorar. Por exemplo, as discussões
157
baseadas nos conceitos modernos de operações e logística, Lean Enterprise e Planejamento
Hoshin foram inevitáveis e enriquecedoras, segundo a opinião do gerente de logística da
empresa Usinagem.

5.3.1 Pesquisa de gerenciamento da capacidade

Nos mesmos moldes do questionário de diagnóstico da empresa Usinagem também se


realizou a execução do questionário de gerenciamento da capacidade, se debateu sobre as
questões e real situação da empresa Usinagem. Para mais informações sobre o gerenciamento
da capacidade dos equipamentos pode-se consultar artigo “Gerenciamento da produção
através do OEE: caso de uma empresa de eletromecânica”, publicado por Calado e Calarge
(2009).

Na pesquisa de gerenciamento da capacidade (OEE – Eficiência Global dos


Equipamentos ((%qualidade x % performance x %disponibilidade) / 10.000), formulário
anexo no relatório técnico (CALADO; BATOCCHIO; CALARGE, 2011a), mostra um OEE
médio e estimado de 68% (99,5% x 95% x 72% = 68%). Com um OEE baixo é oportuna a
implementação de ferramentas como SMED ou TPM para reduzir as perdas por conta do
tempo de troca de ferramentas nas máquinas de usinagem.

A pesquisa de gerenciamento da capacidade questiona quanto ao uso e quanto ao


tempo, já se aplicam as ferramentas e métodos Lean no chão de fábrica tais como: 5S; PDCA;
CEP; trabalho padronizado; SMED – troca rápida de ferramentas; manutenção autônoma;
gráficos de controle; plano de ideias e o próprio OEE e, se os avaliadores possuem esses
conhecimentos ou aplicam-se parcialmente. Há alguns anos empresas globalizados já fazem o
uso das abordagens TQC, TPM, 6 Sigma e Lean.

A empresa dispõe de um software PCPMaster da empresa EGA para gerenciamento da


capacidade, que disponibiliza os dados on-line, processo de melhoria do fluxo de informações
que já existe há alguns anos. A produção utiliza a metodologia de OEE, também é
responsável pela gestão da OEE e, durante os diagnósticos, foi constatado que o gestor da
produção utiliza o software quando precisa de informações operacionais. Vale deixar
158
registrado o acompanhamento e controle da capacidade de produção, pela direção industrial,
também de forma on-line como se fosse uma auditoria nos processos gargalos em qualquer
momento. A manutenção utiliza a OEE todos os dias.

Nem todos os gestores aderiram à OEE e a exploram como modelo de gerenciamento


integrado, sendo que, ainda existem áreas que não utilizam as informações disponíveis no
sistema, embora muitas pessoas tiveram as informações básicas quanto ao sistema disponível.
Não se tem um reconhecimento formal para as melhorias da OEE, embora as melhorias de
processo continuem acontecendo.

A meta anual da OEE em 2010, segundo a direção industrial estimou-se aumento da


melhoria em torno de 10% a 20%, e em 2009 não houve uma meta explícita. Acredita-se que
os principais resultados obtidos com a OEE em 2009 estão relacionados à redução de custos e
aumento da produção na ordem de melhoria de 5% a 10%.

Os avaliadores descrevem que os pontos positivos do gerenciamento da capacidade e a


OEE on-line estão na possibilidade de saber a disponibilidade real do seu recurso (máquina) e
ajuda a visualizar os ganhos. Dessa forma, enxergam-se os desperdícios e a priorização das
ações. Como ponto negativo, existe retrabalho de elaboração de gráficos para atender a
solicitações da direção, mudança no software a ser solicitada.

Existe a oportunidade de aplicação das técnicas e métodos de qualidade total e


produção enxuta, vale avaliar a priorização da implementação do SMED e TPM entre outras
ferramentas de melhoria de qualidade e produtividade.

5.3.2 Aplicação do mapeamento do fluxo de valor

No último dia de workshop todo o grupo construiu no chão de fábrica o mapeamento


do fluxo de valor (MFV) e, com acompanhamento do fluxo de materiais, o resultado foi
apresentado e também para maior familiaridade, pode-se consultar o livro aprendendo a
enxergar de Rother e Shook (2003). Na próxima etapa, elabora-se uma lista de recomendações

159
de acordo com as justificativas e notas atribuídas para melhorar o desempenho da empresa de
Usinagem, as informações são incluídas no relatório final.

O MFV atual, realizado junto com os avaliadores no chão de fábrica, conforme


recomendações da metodologia, é mostrado na figura 55, na qual se concluiu que o lead time
de produção de 34 dias úteis é extremamente longo; também se identificou o tempo de
processamento de produção que atingiu pouco mais de 5 minutos, 313 segundos para ser
exato. Neste caso não se considera os 4 dias do tempo do processo de tratamento térmico, na
qual é realizado em outra planta e pertence a empresa de usinagem pesquisada. Foi de
consenso dos avaliadores que o fluxo de produção é convencional e contempla muitas
atividades que não agregam valor ao cliente.

Diante dos desperdícios identificados na empresa de usinagem, durante o MFV estado


atual (figura 55), e levando em conta que os avaliadores já são mais sensíveis à identificação
dos desperdícios, por conta das várias reuniões de diagnóstico, nas quais se explanou sobre os
métodos e ferramentas do Lean Enterprise e discutiram-se vários requisitos para a melhoria
da performance operacional, identificaram-se algumas oportunidades de melhoria
(desperdícios) a serem consideradas em um MFV futuro e que podem se transformar em
ações ou projeto: estoque em processo; padrão de lote de produção; demanda desnivelada;
trabalho padronizado; kaizen para aumentar a disponibilidade; auto-controle; SMED troca
rápida de ferramentas; 5 S; TPM; melhorar o sistema de informação. O MFV estado atual
permite projetar um estado futuro com inclusão das melhorias necessárias nos processos. O
MFV futuro pode ser utilizado já na fase de planejamento estratégico.

5.4 Verificação do MDE na empresa de Usinagem – Check do PDCA

O MDE se utiliza de indicadores que avaliam a gestão da empresa quanto a sete


diferentes áreas, como se faz no benchmarking industrial (figura 56). Avalia-se a situação
atual para atingir melhor desempenho segundo as notas atribuídas às práticas e ao
desempenho (Performance). A diferença está no aprofundamento dos questionários e o fato
de estar focada na área operacional como função central. Sendo as demais áreas tratadas como
áreas de apoio.
160
Figura 55 Mapeamento do fluxo de valor atual da empresa de Usinagem

161
Figura 56 Áreas do modelo manufatura classe mundial (adaptado de VOSS, 1997)

Analisam-se através de indicadores as práticas (PR) e performance (PF) das seguintes


áreas da empresa (dimensões): Qualidade Total; Produção Enxuta; Logística; Organização e
Cultura; Desenvolvimento de Novos Produtos; Gestão da Inovação; Meio Ambiente, Saúde e
Segurança. Os cálculos para se obter o resultado dos indicadores do MDE na empresa de
Usinagem por área (quadro 5), estão em detalhes no relatório técnico.

Essa penúltima fase da descrição do MDE na empresa Usinagem se aborda as etapas


de doze até a etapa dezessete, portanto, primeiro se elaboram os cálculos, após análise do
diagnóstico, com o método de análise de correlação Grey para a seleção e avaliação dos
indicadores. O método facilita a análise, seleção e avaliação dos indicadores e serve para
facilitar a compreensão, planejamento e a elaboração do relatório final.

Para se descrever a aplicação do sistema grey no MDE, foi escolhida uma das áreas da
manufatura de classe mundial, área de produção enxuta. Sistema grey de análise de correlação
é uma análise estatística de multifator. Os dados da amostra dos fatores, o grau de correlação
grey é usado para descrever os pontos fortes e pontos fracos, o tamanho e a forma da relação
entre os fatores. Se os dados da amostra refletem a mesma situação mutativa de dois fatores, o
seu grau de correlação é maior, ao contrário, é menor. A combinação de um conjunto de 20
indicadores avaliados por cinco gestores durante o MDE são mostrados na tabela 11. Após
serem analisados pelo sistema grey, identificam-se que os três primeiros pontos fortes da área
de Produção Enxuta são os indicadores AD6 = Produtividade; IV1 = Idade média da fábrica e
equipamento e TC1 = Tempo de ciclo total da empresa.

162
Quadro 5 Resultado dos indicadores do MDE na empresa de Usinagem por área

5.4.1 Método de seleção e avaliação dos indicadres para a área de produção

Durante anos descrevem as características do Lean Production, ou de Produção


Enxuta e ambos os autores, entre muitos outros, valorizam o planejamento hoshin, o
planejamento estratégico e as formas de diagnosticar o nível de maturidade das empresas.

Através da experiência na implementação do MDE, dos diversos indicadores no


processo de Produção Enxuta (AD = Avaliação de desempenho na Empresa; IV =
Investimento; TC = Tempo dos ciclos de produção; FE = Fábrica e equipamento; OC =
Organização e Cultura; Q = Qualidade), são avaliadas pelos gestores das áreas, onde
descreve-se nas tabelas a seguir com a letra W, neste caso são cinco avaliadores (W1, W4,
W5, W6 e W7), representantes da produção e qualidade, processo, recursos humanos,
logística e representante da direção da empresa pesquisada, os vinte indicadores são semi-
163
quantitativos e estão mostrados na tabela 11. Os gestores de W2 e W3, não participaram dessa
etapa de diagnóstico, portanto, não foram considerados.

Tabela 11 Avaliação dos indicadores – Produção Enxuta da empresa de Usinagem


Indicadores / Avaliadores W1 W4 W5 W6 W7
AD 4 Rotatividade de estoques 3 3 3 3 3
AD 6 Produtividade 4 4 4 4 4
AD 7 Custo dos produtos 3 3 2 3 3
AD 8 Medidas de desempenho 3 2 2 3 3
FE 1 Leiaute do equipamento (leiaute chão de fábrica) 4 3 3 3 2
FE 10 Housekeeping/ 5 S 2 3 3 3 3
FE 2 Automação 2 2 2 2 2
FE 3 Produção puxada 2 3 2 3 3
FE 4 Tamanho dos lotes 2 3 4 4 4
FE 5 Armazenamento e movimentação 2 2 1 2 2
FE 8 Manutenção 2 2 2 3 2
IV 1 Idade média da fábrica e equipamento 4 4 3 4 4
IV 2 Investimento em capacidade 2 1 1 1 1
IV 3 Tempo de retorno do investimento 4 2 2 3 2
IV 4 Investimento em modernização tecnológica 3 3 3 3 2
OC 6 Flexibilidade no trabalho 3 3 3 3 3
TC 1 Tempo de ciclo total da empresa 3 4 3 4 4
TC 2 Tempo de ciclo de processamento de material 2 1 3 1 2
TC 6 Tempo de preparação dos equipamentos 3 2 4 3 3
Q8 Relacionamento com os Fornecedores 3 2 2 2 2

Tabela 11 é mostrada como uma forma não-dimensional pelo método padronizado


linear, ao mesmo tempo, todos os índices são unificados em índice positivo em uma matriz x:

164
Nesse momento a maior parte das amostras ideal é X0 = (1, 1, 1, 1, 1, 1, 1, 1, 1, 1, 1,
1,1, 1, 1, 1, 1, 1, 1), devido à fórmula (1), calcula-se a diferença absoluta da amostra X0 e Xi,
e constitui-se a diferença absoluta matriz △.

(1)

Uma vez calculado o △ (máx.) e △ (min.), foi atribuído pesos iguais para todos os
avaliadores, onde parte-se do pressuposto que as informações dos avaliadores têm idêntica
importância. Não se aplica o uso da hierarquia organizacional para se definir o grau de
importância dos avaliadores sobre os indicadores (índices). Pode existir hierarquia
profissional, mas não hierarquia de informações.

165
Houve um nivelamento das condições para os avaliadores, durante os workshops de
avaliação para garantir os critérios estabelecidos no MDE. O peso neste caso representa o
grau de importância da informação que é fornecida pelos avaliadores previamente
selecionados pela direção na qual patrocina a aplicação do MDE.

Por fim se atribui pesos e define-se entre o valor zero e um, como uma variável que
pertence aos números reais dentro do intervalo (0;1), de modo que a soma dos pesos
equivalem a um, sendo que o valor igual a um equivale a 100%. Esta condição é aplicada em
todos os estudos de caso e fazem parte do MDE.

Nesse caso o  (máx.) = 0.750,  (min.) = 0. Na estratégia de avaliação adota-se pesos


iguais para os avaliadores, uma vez nivelado é conhecido o peso dos diversos índices (Wj):
0.2, 0.2, 0.2, 0.2, 0.2. Calcula-se o coeficiente de correlação, para fazer a seguinte
transformação de dados da diferença absoluta na matriz  (2).

166
O coeficiente para distinguir se o valor entre 0.1 e 0.5,  leva 0.3, receberá o
coeficiente de correlação da matriz :

Para calcular o grau de correlação (r) utiliza-se a equação (3):

Calculando-se então o r: r1 = 0,4737; r2 = 1,0000; r3 = 0,4410; r4 = 0,4083; r5 =


0,5463; r6 = 0,4410; r7 = 0,3103; r8 = 0,4083; r9 = 0,7568; r10 = 0,2944; r11 = 0,3430; r12 =
0,8947; r13 = 0,2467; r14 = 0,4809; r15 = 0,4410; r16 = 0,4737; r17 = 0,7895; r18 = 0,3112;
r19 = 0,5463; r20 = 0,3430, conforme tabela 11. A sequência de conjunto da avaliação dos
indicadores é: AD6 > IV1 > TC1 > FE4 > (FE1 = TC6) > IV3 > (AD4 = OC6) > (AD7 =
FE10 = IV4) > (AD8 = FE3) > (FE8 = Q8) > TC2 > FE2 > FE5 > IV2.

167
Após os cálculos e matrizes sobre as avaliações do MDE, onde se detalhou a aplicação
do sistema grey, na área da Produção Enxuta, por exemplo, foi possível a análise quanto aos
pontos fortes e pontos fracos, assim como a análise e o entendimento sobre a avaliação e
devidas justificativas dos indicadores da área.

5.4.2 Pontos fortes e fracos da avaliação da área de produção

De acordo com o gráfico 5, onde se mostra o resultado médio da avaliação segundo o


julgamento dos avaliadores, portanto quantitativamente atribuiu-se notas de 1 a 5 para os
indicadores de práticas e performance da produção enxuta. O gráfico de avaliação, assim
como todos os cálculos do sistema grey foram gerados através de uma planilha eletrônica da
Microsoft Office Excel para evitar erros e manter uma padronização na aplicação do MDE.

Uma vez avaliadas e definidas as notas, aplica-se a análise de correlação Grey, onde
na tabela 12 descreve-se a correlação (r) e mostra-se que os indicadores AD6; IV1; TC1 são
os que apresentam os três melhores resultados na dimensão da produção.

Gráfico 5 Avaliação da Produção Enxuta da empresa de Usinagem


168
Segundo o grau de correlação com a avaliação dos vinte indicadores para a produção
enxuta do MDE, pode-se saber que “Produtividade; Idade média da fábrica e equipamento;
Tempo de ciclo total da empresa” são os pontos fortes para os gestores responsáveis por cinco
áreas relevantes da empresa.

Por outro lado, o indicador “IV2 - Investimento em capacidade” seguido pelos


indicadores “FE5 - Armazenamento e movimentação; FE2 – Automação; TC2 - Tempo de
ciclo de processamento de material; Q8 - Relacionamento com Fornecedores” são pontos
fracos e merecem prioridade quanto à necessidade de elaboração de um plano de melhoria.
Baseados em registros e discussões durante o processo do MDE, podem-se descrever algumas
considerações sobre os pontos fracos: Investe-se na capacidade (indicador IV2), mas requer
maior utilização dos softwares existentes: PCPMaster e LOGIX. A armazenagem e
movimentação (indicador FE5) não são eficientes, mais de 20% da área da fábrica é ocupada
por estoques em processo, matéria-prima e produtos acabados.

Tabela 12 Correlação dos indicadores - Produção Enxuta da empresa de Usinagem


W1 W4 W5 W6 W7 ri
AD 4 0.095 0.095 0.095 0.095 0.095 0.4737
AD 6 0.200 0.200 0.200 0.200 0.200 1.0000
AD 7 0.095 0.095 0.062 0.095 0.095 0.4410
AD 8 0.095 0.062 0.062 0.095 0.095 0.4083
FE 1 0.200 0.095 0.095 0.095 0.062 0.5463
FE 10 0.062 0.095 0.095 0.095 0.095 0.4410
FE 2 0.062 0.062 0.062 0.062 0.062 0.3103
FE 3 0.062 0.095 0.062 0.095 0.095 0.4083
FE 4 0.062 0.095 0.200 0.200 0.200 0.7568
FE 5 0.062 0.062 0.046 0.062 0.062 0.2944
FE 8 0.062 0.062 0.062 0.095 0.062 0.3430
IV 1 0.200 0.200 0.095 0.200 0.200 0.8947
IV 2 0.062 0.046 0.046 0.046 0.046 0.2467
IV 3 0.200 0.062 0.062 0.095 0.062 0.4809
IV 4 0.095 0.095 0.095 0.095 0.062 0.4410
OC 6 0.095 0.095 0.095 0.095 0.095 0.4737
TC 1 0.095 0.200 0.095 0.200 0.200 0.7895
TC 2 0.062 0.046 0.095 0.046 0.062 0.3112
TC 6 0.095 0.062 0.200 0.095 0.095 0.5463
Q8 0.095 0.062 0.062 0.062 0.062 0.3430

169
Automação (indicador FE2) tem um baixo nível e a produção é empurrada e não
puxada, procura-se produzir conforme a programação. O tempo de ciclo de processamento de
material (indicador TC2) é grande devido aos problemas de beneficiamento externo,
problemas com o lead time e transporte dos fornecedores.

Quanto ao relacionamento com Fornecedores (indicador Q8), os sistemas para


identificar falhas dependem de ações corretivas que não são usadas na totalidade. Existem
métodos e ferramentas para melhoria desses indicadores, mas não são utilizadas
preventivamente nesse sistema convencional de produção e serviços, apagam-se incêndios e
tem-se prioridade à manutenção dos processos técnicos e administrativos.

Como um segundo exemplo, após os cálculos e matrizes sobre as avaliações do MDE,


nas quais se detalhou o mesmo método de aplicação do sistema grey, utilizando planilha
eletrônica da Microsoft Office Excel, na área da Qualidade Total, foi possível a análise dos
pontos fortes e pontos fracos, assim como, a analise e o entendimento sobre a avaliação e
devidas justificativas dos indicadores da área.

5.4.3 Pontos fortes e fracos da avaliação da área de qualidade

Assim como a produção enxuta mostra-se no gráfico 6, o resultado médio da avaliação


segundo o julgamento dos avaliadores, pois quantitativamente atribuiu-se também notas de 1
a 5 para os indicadores de práticas e performance da qualidade total.

Referente aos resultados da análise de correlação Grey (tabela 13), se mostra que os
indicadores Q5; Q9; Q10 são os que apresentam os três melhores resultados na dimensão
qualidade total. Segundo o grau de correlação com a avaliação dos dezesseis indicadores para
a qualidade total do MDE, pode-se saber que "Custos de garantia; Qualidade produção inicial
de um novo produto; Custos de refugo, retrabalho e reciclagem" são os pontos fortes para os
gestores e funcionários avaliadores e responsáveis por áreas relevantes da empresa. Por outro
lado, o indicador OC9 - Orientação para o cliente” seguido pelos indicadores de “OC7 - Uso
sistemático de diagnóstico, OC10 - Ferramentas para resolução de problemas e Q6 - Defeitos

170
(internos)” são pontos fracos e merecem prioridade quanto à necessidade de elaboração de um
plano de melhoria.

Gráfico 6 Avaliação da Qualidade Total da empresa de Usinagem

Tabela 13 Avaliação dos indicadores - Qualidade Total da empresa de Usinagem


W1 W4 W5 W6 W7 ri
AD 1 0.109 0.109 0.109 0.109 0.109 0.5455
AD 6 0.109 0.109 0.109 0.109 0.109 0.5455
AD 8 0.075 0.057 0.057 0.075 0.075 0.3393
OC 10 0.057 0.057 0.046 0.057 0.075 0.2926
Q3 0.109 0.109 0.109 0.109 0.109 0.5455
Q4 0.109 0.109 0.109 0.109 0.109 0.5455
Q5 0.200 0.200 0.200 0.200 0.200 1.0000
Q6 0.057 0.057 0.057 0.057 0.075 0.3036
OC 5 0.057 0.075 0.075 0.075 0.075 0.3571
Q9 0.200 0.200 0.200 0.200 0.200 1.0000
Q 10 0.200 0.200 0.200 0.200 0.200 1.0000
OC 7 0.046 0.046 0.057 0.057 0.057 0.2637
OC 9 0.057 0.046 0.057 0.046 0.046 0.2527
Q1 0.109 0.075 0.057 0.057 0.057 0.3555
Q2 0.075 0.075 0.057 0.057 0.057 0.3214
Q8 0.075 0.109 0.075 0.075 0.075 0.4091

171
Baseados em registros e discussões durante o processo do MDE, podem-se descrever
algumas considerações sobre os pontos fracos:

A orientação para o cliente (indicador OC9), falta um programa de incentivo à


criatividade, maior participação e feedback, mas já se inicia a formação de equipes de
melhoria; uso sistemático de diagnóstico (indicador OC7) não é uma prática. A missão e visão
da empresa são apenas de conhecimento da direção; As ferramentas para resolução de
problemas (indicador OC 10) são pouco utilizadas e divulgadas na empresa; os defeitos
internos (Q 6) estão em torno de 2160 PPM e acontecem internamente (+ / - 2%), mas não
chegam ao cliente; quanto aos procedimentos da qualidade (Q 2) já são reconhecidos pelo
time que sabe da necessidade de melhor aplicar a ISO 9001 na fábrica e também se estendem
na produção os benefícios da busca da TS 9000.

O grupo acredita que a qualidade dos fornecedores ainda não satisfaz, são muitos os
fornecedores, embora com bom relacionamento, entende-se que um caminho está em
melhorar as parcerias com os mesmos. Existem métodos e ferramentas da qualidade e até
programas de gestão como Gerenciamento Total da Qualidade (TQM, Total Quality
Management), Lean, Seis Sigma, Controle da Qualidade Total (TQC, Total Quality Control)
que podem ser utilizados para a melhoria desses indicadores, mas não são utilizados
preventivamente nesse sistema convencional de qualidade de produtos e serviços, sendo que a
prioridade está na manutenção dos processos técnicos e administrativos, embora existam
várias ações e projetos de melhorias pontuais.

5.4.4 Avaliação das outras dimensões do diagnóstico da empresa de Usinagem

Agora que já são sabidos os resultados dos indicadores do diagnóstico na empresa por
área, das áreas da empresa (dimensões) de Produção Enxuta e Qualidade Total e com
detalhes, foi apresentado o método correlação Grey para a seleção da avaliação da dimensão
Produção. Apresentam-se os gráficos (gráficos 7, 8, 9, 10 e 11) nos quais se mostra a
avaliação segundo a maioria, avaliam-se quantitativamente de 1 a 5 os indicadores de práticas
e performance das dimensões de Logística; Organização e Cultura; Desenvolvimento de
Novos Produtos; Gestão da Inovação e Meio Ambiente, Saúde e Segurança.

172
Gráfico 7 Avaliação da Organização e Cultura da empresa de Usinagem

Gráfico 8 Avaliação do Meio ambiente, Saúde e Segurança da empresa de Usinagem

173
Gráfico 9 Avaliação da Logística da empresa de Usinagem

Gráfico 10 Avaliação da Gestão de Inovação da empresa de Usinagem

174
Gráfico 11 Desenvolvimento de Novos Produtos da empresa de Usinagem

5.4.5 Indicadores do MDE para a empresa de Usinagem

Através da visualização do gráfico de tendências verifica-se a posição da empresa em


relação aos índices de prática (PR) e performance (PF). O gráfico-radar posiciona a empresa
em relação a cada uma das áreas avaliadas no diagnóstico, em termos de práticas e
performances. O gráfico 12 possui 14 eixos, que representam os índices de práticas e
performances em cada uma das sete áreas. Cada eixo tem uma escala de 0% a 100%, e a
posição da empresa é definida nessa escala por um ponto, totalizando 14 pontos dispostos em
círculo, que são unidos por linhas, formando um polígono fechado de 14 lados e 14 vértices.

Observando o gráfico-radar, pode-se comparar o desempenho da empresa de


Usinagem em estudo em cada umas das áreas avaliadas no diagnóstico. As áreas onde a
pontuação da empresa mais se aproxima, alcança ou mesmo ultrapassa a pontuação dos
líderes, são considerados os pontos fortes da empresa. Os pontos nos quais a distância é maior
são os pontos fracos da empresa. Já que os recursos são limitados, recomenda-se centrar os

175
esforços em tirar proveito dos pontos fortes, sem necessariamente priorizar investimentos em
aspectos em que a empresa já atingiu um padrão de excelência.

Gráfico 12 Indicadores do MDE da empresa de Usinagem

5.4.6 Classificação da empresa de Usinagem

Executa-se a classificação da empresa segundo a analogia à luta de boxe de acordo


com o benchmarking para saber o nível de maturidade da empresa. Verifica-se que a
oportunidade real de melhoria está nos pontos fracos, ou seja, onde a empresa se encontra
mais distante da excelência. A área formada entre as linhas do gráfico é chamada espaço para
melhoria. Utilizando essa informação, a empresa pode voltar seu foco para os aspectos nos
quais a ação de melhoria será mais efetiva, ou seja, produzirá avanços reais na posição
competitiva da mesma. A empresa Usinagem encontra-se na categoria Vulneráveis (figura
57), pois obteve no indicador geral de Prática 52% e no indicador geral de Performance 69%.

176
Se for considerada a metodologia na íntegra, a empresa pesquisada terá como desafio,
atingir a classificação na categoria desafiadora, assim terá que obter no indicador geral de
Prática uma melhoria de 8% na avaliação, para passar de 52% para 60% nos indicadores
gerais de Prática. De qualquer forma a empresa, segundo a metodologia, está distante do nível
Classe Mundial que é acima de 80%. A empresa pesquisada, quando comparada a outros
segmentos, também não apresenta um bom desempenho (figura 58), mas se encontra em uma
posição privilegiada perante seus concorrentes e possui clientes expressivos e fiéis. A
estratégia de redução de custos aliada à estratégia de crescimento, identificação dos princípios
do negócio, a implementação de planejamento hoshin e o gerenciamento estratégico são
recomendados.

Obtendo as informações históricas no banco de dados do benchmarking industrial do


IEL, e mostradas na figura 58, realiza-se a comparação entre a empresa e a média dos líderes
mundiais do setor. Embora possa-se usar a comparação entre empresas do mesmo segmento,
no caso do MDE não se tem o foco principal de comparar empresas, mas sim a identificação
da classificação (ranking), a seleção e avaliação dos indicadores, ou seja, a identificação dos
pontos fortes e fracos.

Figura 57 Classificação da empresa Usinagem

177
Figura 58 Classificação de 3 diferentes segmentos e a empresa Usinagem (adaptado de IEL/CTI, 2010)

178
5.4.7 Principais pontos fortes da empresa de Usinagem

Selecionam-se as questões na décima terceira etapa do MDE, avaliadas com alto


desempenho. Elabora-se diagnóstico após análise dos dados para informação e manutenção da
organização, de acordo com o método análise de correlação Grey. Os valores de correlação
Grey com a utilização do software estatístico Minitab oferecem informações quantitativas nos
gráfico Boxplot (13). Os demais gráficos Histograma (14) e Intervalo de confiança (15),
auxiliam na melhor compreensão e interpretação dos dados.

  




















Gráfico 13 Boxplot da correlação (ri) dos indicadores de empresa de Usinagem

O MDE propõem a linha de corte do primeiro quartil (Q1) e terceiro quartil. Na


amostra da empresa de Usinagem resulta-se o primeiro quartil (Q1) com valor igual a 0,352,
separa-se os 25% inferiores dos valores ordenados dos 75% superiores, ou seja, estabelece
uma linha de corte para o conjunto de dados, assim identifica-se os piores indicadores de
acordo com o primeiro quartil.

179
O segundo quartil (Q2) equivale a 0,409 sendo o mesmo que a mediana. No terceiro
quartil (Q3) com valor igual a 0,531, separa-se os 75% inferiores dos valores ordenados dos
25% superiores, portanto identifica-se os melhores indicadores deste conjunto de dados e
resulta-se na definição da linha de corte superior.

     



  
      
  

 
 







       


Gráfico 14 Histograma correlação (ri) dos indicadores de empresa de Usinagem

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Gráfico 15 Resumo correlação (ri) dos indicadores de empresa de Usinagem

180
A tabela 14, contém os primeiros pontos fortes das práticas e performance, de acordo
com a ordenação da correlação (ri) do sistema grey e classificação do conceito boxplot,
levando em consideração todos os indicadores avaliados, estão descritos na tabela
comentários parciais de cada indicador. Entende-se que com essa lista seja possível preparar
planos de manutenção (SDCA) e / ou projetos de melhorias, assim estruturar melhor a
manutenção do plano estratégico da empresa e manter os bons resultados do negócio.

Tabela 14 Os principais pontos fortes da empresa de Usinagem (3º Quartil)


Id ri n Descrição do índice
Q9 1,00000 r15 Qualidade produção inicial de um novo produto
Q7 1,00000 r32 Percentual de entregas no prazo
MS 6 1,00000 r46 Freqüência de incidentes ambientais denunciáveis
Q 10 1,00000 r89 Custos de refugo, retrabalho, reciclagem
Q5 1,00000 r93 Custos de garantia
Q9 1,00000 r96 Qualidade produção inicial de um novo produto
TC 3 0,84000 r35 Tempo de processamento do pedido do cliente
IN 5 0,76000 r8 Introdução de novos produtos (últimos 2 anos)
DP 1 0,68615 r1 Feedback de campo
AD 5 0,64571 r26 Fluxo de caixa
DP 2 0,60615 r2 Projeto para produção, uso e descarte
DP 5 0,60615 r5 Performance funcional do produto
FE 9 0,60000 r31 Mudança de prioridade das ordens de produção
MS 10 0,60000 r39 Danos sofridos por colaboradores
MS 12 0,60000 r41 Faltas por doença (dias/funcionários no ano)
AD 6 0,60000 r62 Produtividade
AD 1 0,60000 r81 Nível de satisfação do cliente
AD 6 0,60000 r82 Produtividade
Q3 0,60000 r91 Capabilidade do processo
Q4 0,60000 r92 Confiabilidade do produto em serviço
IV 1 0,56571 r72 Idade média da fábrica e equipamento
AD 2 0,56571 r25 Participação no mercado (market share)
TC 1 0,53143 r77 Tempo de ciclo total da empresa

181
Utiliza-se os critérios de conceito de boxplot, princípio de 3º quartil, a medida
separatriz estatística score que significa 75% dos itens que atendem aos valores maiores ou
iguais e estabelece um ponto de score de corte é ao valor de correlação (ri) igual a 0.53143,
segundo cálculos que são feitos com auxílio do software Minitab 14, assim define-se acima os
melhores indicadores para a empresa de usinagem (tabela 14).

5.4.8 Principais pontos fracos da empresa de Usinagem

Selecionam-se as questões na décima quarta etapa do MDE, avaliadas com baixo


desempenho de acordo com o método análise de correlação Grey. Elabora-se diagnóstico após
análise dos dados. Oportunidades de melhorias, para informação e planejamento de melhoria
contínua da organização.

A tabela 15, os pontos fracos das práticas e performance de acordo com a correlação
(ri), do sistema grey e classificação do conceito boxplot, levando em consideração todos os
indicadores avaliados. Para melhor compreensão sobre os indicadores foram descritos na
tabela comentários parciais de cada indicador. Entende-se que, com essa lista, seja possível
preparar planos de ação (PDCA) e ou projetos de melhorias, assim estruturar melhor as
implementações do plano estratégico da empresa para ser mais competitivo e atingir melhor
performance operacional, visando a uma empresa classe mundial.

Utiliza-se os critérios de conceito de boxplot, princípio de 1º quartil, a medida


separatriz estatística score que significa 25% dos itens que atendem aos valores menores ou
iguais e estabelece um ponto de score de corte é ao valor de correlação (ri) igual a 0.35238,
segundo cálculos que são feitos com auxílio do software Minitab 14, assim define-se acima os
piores indicadores para a empresa de usinagem (tabela 15).

5.5 Padronização do MDE na empresa de Usinagem - Action do PDCA

Nessa primeira etapa de padronização e ou fechamento da pesquisa, da etapa dezoito


até a etapa vinte e quatro, apresentam-se os resultados e alavanca-se o ambiente interno para o
planejamento estratégico anual baseado no MDE, detalhes a seguir:
182
Tabela 15 Os principais pontos fracos da empresa de Usinagem (1º Quartil)
Id ri nº Descrição do índice
FE 7 0,35238 r30 Sistemas de informação
OC 8 0,35238 r58 Desenvolvimento de pessoal
FE 8 0,35238 r71 Manutenção
Q8 0,35238 r80 Relacionamento com Fornecedores
Q6 0,35238 r94 Defeitos (internos)
OC 11 0,34719 r23 Ambiente inovativo
OC 7 0,34026 r57 Uso sistemático de diagnóstico
OC 10 0,34026 r84 Ferramentas para resolução de problemas
OE 3 0,34026 r11 Envolvimento externo
OE 4 0,34026 r12 Controle de mudanças
OC 8 0,33506 r24 Desenvolvimento de pessoal
FE 3 0,33333 r28 Produção puxada
TC 4 0,33333 r36 Desempenho na entrega dos fornecedores
AD 3 0,33333 r50 Nível de satisfação dos empregados
FE 2 0,33333 r67 Automação
OC 11 0,32814 r52 Ambiente inovativo
TC 2 0,32814 r78 Tempo de ciclo de processamento de material
FE 5 0,32121 r70 Armazenamento e movimentação
OC 7 0,30909 r86 Uso sistemático de diagnóstico
MS 5 0,30070 r45 Controle de poluição
TC 5 0,29697 r16 Tempo introdução de novo produto/processo
TC 5 0,29697 r37 Tempo introdução de novo produto/processo
OC 9 0,29697 r59 Orientação para o cliente
OC 9 0,29697 r87 Orientação para o cliente
IN 8 0,28485 r22 Estratégia de obtenção novas tecnologias
MS 8 0,28485 r48 Redução total de resíduos
IV 2 0,28485 r73 Investimento em capacidade
IN 6 0,27273 r20 Relac. universidades e centros pesquisa

183
Antes da apresentação final foi feita uma prévia dos resultados com o diretor
responsável, não havendo, nesse caso, a necessidade de redirecionar o trabalho e já se
consider que o MDE é um produto que alavanca melhores tomadas de decisão e a agregação
valor para a empresa.

O pesquisador tem o cuidado de forma sistêmica de planejar a apresentação de acordo


com o resultado da pesquisa, portanto, resgata-se o problema que suscitou a investigação e
confrontam-se os resultados obtidos com a(s) teoria(s) que deu(ram) suporte à investigação.

Na última etapa do MDE, aconteceu com uma reunião formal com a direção e seus
convidados, nesse caso, todos os avaliadores participaram da reunião de fechamento. A
direção recebeu um relatório técnico (relatório final) elaborado pelo pesquisador e
responsável. Os nomes por avaliação ficam em arquivo do pesquisador, não sendo fornecido e
os demais documentos para possível acuracidade sistêmica são fornecidos por meio
eletrônico. Discute-se uma prévia do planejamento estratégico com a direção.

5.5.1 Recomendações para a empresa de Usinagem

Recomendações referem-se à pesquisa de gerenciamento da capacidade e mapeamento


do fluxo de valor, plenamente aplicáveis na empresa de usinagem, onde se pode comentar e
ou recomendar as seguintes análises de melhorias:

• média empresa, sem programas de melhoria contínua para aumentar a


competitividade e ganhar mais pedidos;

• Existe uma estratégia de capacidade não formal de longo prazo, mas carece de
melhor planejamento e controle da capacidade, pois as flutuações da demanda podem
comprometer os objetivos como custos, capital de giro, velocidade, qualidade, confiabilidade
e flexibilidade.

• A gestão de informações no processo é manual e eletrônica no chão de fábrica.

184
• O nível de padronização dos métodos e processo no fábrica carecem de um
trabalho forte de engenharia industrial e qualidade assegurada.

• Existe possibilidade de melhoria de performance se houver ações sistêmicas


para a melhoria da OEE, foco nos gargalos e no indicador de disponibilidade.

O gerenciamento da capacidade pode ser melhorado e trará um resultado para a


organização. Recomendam-se melhorias nos controles industriais para tomada de decisões.

Oportunidade: Expandir o OEE on-line para reduzir os desperdícios no processo


através do gerenciamento da capacidade produtiva das principais máquinas. Melhorar o
sistema de produção e serviços, adotando as técnicas e métodos de Serviços e Manufatura
Enxuta (Lean Enterprise) para explorar a capacidade e criatividade dos recursos humanos e as
lideranças.

Recomendações referem-se à pesquisa de Diagnóstico Empresarial também


plenamente aplicável na empresa de usinagem, onde se pode comentar e ou recomendar as
seguintes análises de melhorias:

 Implementar estratégia de redução de custos aliada à estratégia de crescimento


através de workshops com equipe gerencial.

 Implementar o desdobramento estratégico, definir metas e objetivos para todas


as áreas de forma integrada e transparente, se possível, com apoio de software
a ser definido.

 Implementar o gerenciamento da rotina do dia-a-dia, iniciando pelo padrão de


trabalho das atividades críticas e tratamento dos gargalos.

 Implementar projeto 5 S e gestão visual nos processos.

 Desenvolver o mapeamento do fluxo de valor atual e futuro para nortear as


melhorias.

185
 Implementar a manutenção autônoma, alavancar o TPM, para reduzir tempos
de paradas e envolver o pessoal operacional.
 Desenvolver plano de capacitação dos gestores e funcionários para
implementação do Lean Enterprise.

 Alavancar redução de custos e parcerias no gerenciamento de suprimentos e


logística.

 Dar continuidade ao diagnóstico empresarial anualmente.

 Implementar o gerenciamento das ordens de produção e sequenciamento de


produção através de software e hardware apropriado.

 Implementar o gerenciamento estratégico e capacidade através da


implementação de software personalizado a ser definido.

Conforme já selecionado, os 20 pontos fracos das práticas e performance de acordo


com a correlação (ri), levando em consideração todos os indicadores avaliados, entende-se
que com essa lista de indicadores seja possível preparar planos de ação (PDCA) e ou projetos
de melhorias e assim estruturar melhor as implementações do plano estratégico da empresa
para melhorar 8% na avaliação dos indicadores gerais de Prática para promover-se a
classificação na categoria desafiadora.

Conclui-se com o MDE que se trata de um sistema de produção empurrada conforme


programação têm-se desconfortos quanto aos problemas com os fornecedores, resultando nas
ações diárias de apagar incêndio e longos lead times.

Os desperdícios de estoque em processo são perceptíveis e são oportunidades de


melhorias, segundo as avaliações dos gestores. Os investimentos em máquinas acontecem,
mas é necessário utilizar os recursos existentes, exemplo de software. Sugere-se a
continuidade dos investimentos em capacitação do pessoal de forma a agregar valor ao cliente
e alinhado aos objetivos estratégicos para obtenção de maiores resultados financeiros.

186
A equipe mostra capacidade de adquirir conhecimento e habilidade, pois tem a
maturidade e atitude de explanar de forma crítica sobre seus problemas, o ambiente é
favorável para transformação dos problemas em oportunidades com ganhos financeiros.

A empresa tem a oportunidade de obter maiores resultados com o gerenciamento da


rotina do dia-a-dia e o gerenciamento da capacidade dos equipamentos, mas é necessário um
planejamento hoshin que oriente todos os níveis de forma integrada, participativa e motivados
pela mudança de cultura, voltando-se para a contínua valorização das pessoas, delegação de
responsabilidades (Jidoka), quanto às melhorias da qualidade e produtividade e geração de
resultados sustentáveis para o negócio.

187
6 ANÁLISE DE RESULTADOS

A abordagem do Lean Enterprise foi estruturada neste trabalho através de cinco


princípios básicos que podem atender a muitos segmentos empresariais. São eles: produzir
somente conforme a demanda; produto robusto; desafiar e incentivar os colaboradores; evitar
defeitos e evitar desperdícios. Tais princípios foram gerados pelas pesqusias e aplicações ao
longo de anos por parte do pesquisador e baseada nas diretrizes de uma empresa líder no
mercado europeu de eletrodomésticos.

É de consenso nas empresas pesquisadas que a tranformação Lean baseada nas


ferramentas, métodos e princípios apresentados podem e devem estar alinhadas em todos os
níveis da organização e de maneira integrada e estratégica para facilitar o alcance da
excelência empresarial. Foi entendido que passa-se por um processo de melhoria técnico
social que envolve todas as pessoas e leva-se anos para a tranformação Lean. As pesquisas e
os conhecimentos das ferramentas e métodos Lean foram fundamentais para a realização do
workshop do MDE nas empresas pesquisadas.

Em todos as quatro empresas, após a pesquisa, passou-se a existir uma intenção de se


implementar um sistema de gerenciamento estratégico e passar a aplicar o MDE anualmente
para melhor medir o desempenho de forma integrada e alinhada com o planejamento hoshin e
gerenciamento dos indicadores de maneira frequente.

6.1 Análise dos indicadores MDE dos casos

Constatou-se na classificação da empresa segundo a analogia à luta de boxe do


benchmarking que a oportunidade real está em melhorar os pontos fracos, ou seja, onde a
empresa se encontra mais distante da excelência. Cada empresa tem o seu desempenho
operacional e se avalia as áreas de diagnóstico, nota-se que há diferenças por empresa e
também por área. Ao analisar a tabela 16 e gráfico 16 se pode enxergar onde se têm
necessidades de realizar projetos e gestão de melhorias.
188
Tabela 16 Resultado dos indicadores do MDE nas empresas pesquisadas
Áreas de Diagnóstico industrial (%) Usinagem Plástico Têxtil Saneamento
Qualidade Total PR 45% 43% 53% 45%
Qualidade Total PF 83% 43% 68% 55%
Produção Enxuta PR 53% 36% 58% 42%
Produção Enxuta PF 60% 42% 56% 69%
Logística PR 45% 40% 65% 60%
Logística PF 69% 40% 63% 74%
Organização e Cultura PR 52% 32% 70% 48%
Organização e Cultura PF 40% 40% 80% 40%
Desenv. Novos Produtos PR 62% 62% 70% 40%
Desenv. Novos Produtos PF 67% 30% 77% 43%
Gestão da Inovação PR 33% 40% 70% 47%
Gestão da Inovação PF 70% 50% 70% 20%
Meio ambiente, Saúde e Seg PR 65% 15% 78% 53%
Meio ambiente, Saúde e Seg PF 70% 25% 75% 55%
Indicadores Geral de Performance 80% 60% 80% 80%

Índice Geral de Prática PR 52% 39% 66% 46%


Índice Geral de Performance PF 69% 39% 67% 59%

A empresa de Usinagem encontra-se na categoria “Vulneráveis”, pois obteve no


indicador geral de Prática 52% e no indicador geral de Performance 69%. A empresa
pesquisada terá como desafio, atingir a classificação na categoria desafiadora, assim terá que
obter no indicador geral de Prática uma melhoria de 8% na avaliação, para passar de 52% para
60% nos indicadores gerais de Prática.

A empresa de injeção de peças plásticas encontra-se na categoria “Saco de pancada”,


obteve-se no indicador geral de Prática 39% e no indicador geral de performance 39%. A
empresa pesquisada terá como desafio atingir a classificação na categoria “Desafiadores”,
assim terá que obter no indicador geral de Prática e de performance, uma melhoria de 21% na
avaliação, para passar de 39% para 60% nos indicadores geral de Prática e performance.

A empresa têxtil encontra-se na categoria “Desafiadora”, obteve-se no indicador geral


de Prática 66% e no indicador geral de performance 67%. A empresa pesquisada terá como
desafio atingir a classificação na categoria de manufatura de classe mundial, assim terá que
obter nos indicadores geral de Prática e performance uma melhoria em torno de 14% na
189
avaliação, para passar de 66% em média para 80% nos indicadores geral de Prática e
Performance.

Gráfico 16 Comparação dos quatro casos pesquisados

A empresa de Saneamento Básico encontra-se na categoria “Contrapesos”, obteve-se


no indicador geral de Prática 46% e no indicador geral de performance 59% A empresa
pesquisada terá como desafio atingir a classificação na categoria “Desafiadores”, assim terá
que obter no indicador geral de prática uma melhoria de 14% na avaliação, passando de 46%
para 60% nos indicadores gerais de prática.

As quatro empresas estão distantes de serem consideradas nível Classe Mundial, que
corresponde a valores acima de 80%, as empresas quando comparada a outros segmentos
também não apresentam uma boa performance (figura 59).

190
De acordo com as pesquisas realizadas ao longo deste trabalho pode-se recomendar a
utilização da estratégia de redução de custos aliada à estratégia de crescimento, identificação e
formalização dos princípios da empresa, e a implementação de planejamento estratégico e o
gerenciamento estratégico são recomendados.

Figura 59 Classificação das quatro empresas pesquisadas

Obtiveram-se as informações históricas no banco de dados do benchmarking industrial


(IEL), e realiza-se a comparação entre as quatro empresas pesquisadas e a média dos líderes
mundiais do setor e três segmentos semelhantes (empresas de eletroeletrônico, plástico e
têxtil). Embora possa-se usar a comparação entre empresas do mesmo segmento, no caso do
MDE não se tem o foco principal em comparar empresas, mas sim a identificação da
classificação (ranking), a seleção e avaliação dos indicadores, ou seja, a identificação dos
pontos fortes e fracos para identificar as necessidades de projetos e posteriormente
implementar um bom planejamento hoshin, ver figura 60.

191
Figura 60 Classificação de tres diferentes segmentos e as quatro empresas pesquisadas (adaptado de IEL / CTI, 2010)

192
Diante da possibilidade de melhorar o score das empresas diagnosticadas, na busca de
resultados através da redução dos desperdícios e agregando valor aos clientes, pode-se utilizar
os princípios, métodos e ferramentas de Lean Enterprise, o uso será uma conseqüência dos
objetivos e estratégias do negócio sustentável a serem definidos no planejamento estratégico,
portanto, os projetos de investimentos para a melhoria e obtenção de resultados devem ser
puxados de acordo com a estratégia do negócio e não empurrados de forma empírica.

Da décima quinta até décima sétima etapas do MDE, já é possível elaborar planos de
ação a serem implementadas, com a identificação dos responsáveis pela implementação e os
prazos. O pesquisador, assim como profissionais treinados têm condições de moderar e
auxiliar na criação de planos de ação para explorar as oportunidades de melhoria identificadas
na comparação com empresas líderes. Nessa pesquisa não foram realizados planos de ação,
pois segundo modelo de gerenciamento estratégico esta é uma atividade que pertence ao
planejamento estratégico pós aplicação do MDE.

Embora possa haver a necessidade de adequar o MDE para empresas de serviços,


recomenda-se para as empresas pesquisadas, com condições de práticas e performances e
culturas similares, a inclusão de um conjunto de ações básicas para aumento dos ativos e no
planejamento estratégico. As ações são:

 Implementar estratégia de redução de custos aliada à estratégia de crescimento


através de workshops com equipe gerencial.

 Implementar o planejamento hoshin e o gerenciamento estratégico, definir


metas e objetivos para todas as áreas de forma integradas e transparentes, se
possível com apoio de software.

 Implementar o gerenciamento da rotina do dia-a-dia, iniciando pelo padrão de


trabalho das atividades críticas e tratamento dos gargalos.

 Sistematizar um método de solução de problemas da empresa.

 Implementar projeto 5 S e gestão visual nos processos.

193
 Desenvolver o mapeamento do fluxo de valor atual e futuro para nortear as
melhorias.

 Implementar a manutenção autônoma, alavancar o TPM, para reduzir tempos


de paradas e envolver o pessoal operacional.

 Desenvolver a matriz de multifuncionalidade.

 Alavancar um plano de ideias com premiação direta e alavancar o plano de


carreira.

 Desenvolver plano de capacitação dos gestores e funcionários para


implementação do Lean Enterprise.

 Alavancar redução de custos e parcerias no gerenciamento de suprimentos e


logística.

 Dar continuidade ao diagnóstico empresarial anualmente com revisão


semestral.

 Implementar o gerenciamento das ordens de produção e seqüenciamento de


produção através de software e hardware apropriado.

 Implementar o gerenciamento estratégico e capacidade através da


implementação de software personalizado.

Nas quatro empresas pesquisadas tem-se a oportunidade e a recomendação de melhor


gerenciar a capacidade para obter melhores resultados para a organização. Considera-se
segundo esta pesquisa que o MDE é perfeitamente aplicável nas empresas e pode contribuir
para a sustentabilidade dos negócios.

194
6.2 Análise dos resultados segundo ferramenta estatística

Para as empresa neste trabalho foram realizadas a classificação segundo analogia de


boxes para se identificar o quanto as quatro empresas pesquisadas estão distantes de serem
classe mundial, a tratativa dos dados são em porcentagem e considera-se uma avaliação semi-
qualitativa. Com a proposta de se ter um parâmetro de decisão mais próximo do resultado
quantitativo optou-se por usar a ferramenta do boxplot entre outros meios.

Apresenta-se os resultados sob a ótica estatístisca com o uso do software Minitab,


muito utilizado na abordagem seis sigma e nas áreas de engenharia, explora-se os resultados
através de três diferentes gráficos: histograma, boxplot e intervalo de confiança, sempre
comparando as quatro empresas pesquisadas. Vale ressaltar que pode-se analisar também as
áreas de cada empresa e compará-las de acordo com os gráficos apresentados.

Comentários sobre o cálculo do Grey

Com a análise de correlação Grey (r), pode-se enxergar qual indicador tem o maior
valor, ou seja, é a melhor performance segundo avaliação das pessoas e o menor valor por
indicador, pois correlacionam-se as notas atribuídas. Posteriormente sabendo quais os
indicadores de baixa performance, pode-se analisar a causa raiz dos problemas e então
elaborar um plano de recomendações para os mesmos. A análise e recomendações de
melhorias são realizadas de acordo com os comentários e registro (em planilha eletrônica) dos
próprios avaliadores.

Todos as pessoas avaliadoras atribuíram primeiro uma nota de um a cinco para cada
indicador, e conforme a teoria do sistema grey atribui-se o peso para todos os avaliadores,
parte-se do princípio no MDE que todas as pessoas tem o mesmo grau de importância com
respeito ao seu parecer, assume-se neste trabalho que cada pessoa é um parecerista de igual
importância no processo do negócio.

195
Acima de 80% é classe mundial segundo a analogia de boxe do benchmarking. O
benchmarking preve que os dados alcance 80%. Quando se olha a empresa têxtil verifica-se
um melhor resultado quando se fala em porcentagem, ela alcançou 66% de performance e
67% de prática, a empresa têxtil quando se olha em porcentagem verifica-se que ela está
melhor do que as outras três empresas, ou seja está mais proxima de ser uma empresa de
classe mundial (ver figura 60 - Classificação das quatro empresas pesquisadas)

A base de cálculo para a definição das porcentagens de performances e práticas está


em planilha eletrônica. No caso da empresa têxtil na figura de classificação das quatro
empresas pesquisadas mostram o resultado das notas em valores percentuais de 66% em
performance e 67% em prática. Este percentual é o resultado das notas de 1 a 5, atribuídas
pelos avaliadores, sendo a nota uma expectativa, avaliação semi-quantitativa.

Posteriormente executa-se o cálculo da análise da correlação Grey com as mesmas


notas, na qual o exemplo de aplicação consta exemplo no relatorio técnico (Calado,
Batocchio, Calarge, 2011a) e o passo a passo já foram descritos no capítulo 3, baseados no
artigo de Tie-jun e Sha (2008).

O valor maior é uma variável, é a maior nota que o avaliador atruibuiu (CALADO;
BATOCCHIO; CALARGE, 2011a). No caso do percentual é uma parte pelo todo e no caso
da matriz x do sistema grey não é percentual. Para a definição da porcentagem de
performance e prática considera-se a nota 5 como valor máximo, portanto esta nota equivale
ao 100%.

O sistema grey é um quociente, onde a relação não é o quanto cada avaliador fornece
de nota em comparação no máximo atribuído pelo mesmo avaliador. O sistema grey é uma
relação com o maximo de cada avaliador e não uma relação com o máximo geral.

Como no sistema grey não se tem um denominador constante, no sistema grey é parte
pelo máximo e o máximo não necessariamente é o todo, não dividido por um valor constante
e único como é o caso do cálculo de porcentagem para informar a performance e a prática.
Assim o sistema grey é chamado de correlação, na qual se calcula-se o indice r que varia de 0
a 1, sendo ele diferente do cálculo de porcentagem. Na matriz x do cálculo do Grey, quando a
nota máxima dos avaliadores for atribuída igual a 4 (maior nota atribuída), este valor vai
196
corresponder ao valor máximo que é igual a 1 e não tem a ver com porcentagem e são
diferentes dos percentuais do benchmarking.

A matriz x nivela todos os indicadores de 0 a 1, fazendo uma relação entre o valor


observado pelo valor maior do mesmo avaliador. Quando se observa o conjunto das notas do
avaliador a maior nota será equivalente ao indice r = 1.

No caso dos pesos do sistema grey foram atribuídos pesos iguais considerando a
mesma importância para todos os avaliadores, mas pode-se atribuir pesos diferentes de acordo
com o avaliador ou projeto em questão (CALADO; BATOCCHIO; CALARGE, 2011a).

Na continuidade dos cálculos, assume-se  contante e igual a 0,3, conforme Tie-jun e


Sha (2008), que mencionam que se atribui de 0,1 a 0,5, como os autores pesquisados atribuem
um valor para , denominado como coeficiente de distinção por Deng (1982), Tendo realizado
neste trabalho simulações com diferentes valores de  ( = 0,1 e  = 0,5), mas não trazendo
grande diferença para os resultados conforme de valor  assumido.

Comentários sobre aplicação do boxplot

Considerando-se os boxplot, os traços de mínimo e máximo são cada vez mais


discrepantes, mais assimétricos, quanto mais aumenta-se a média. Pelo boxplot (gráfico 17)
consegue-se comparar as 4 empresas, através do quartil um que é o traço de baixo da caixa,
quartil dois que é a mediana, quartil três que é o traço de cima da caixa, valor mínimo e valor
máximo. O outlier é um ponto máximo que supera o limite superior para os dados assumidos
segundo a teoria do Boxplot.

Observa-se que no boxplot os quartis, medianas, médias são maiores quando


comparados um com o outro e isso traz algum tipo de evidência, no nível de análise
exploratória para apontar sugere-se que os valores da empresa de usinagem, neste caso,
tendem a serem maiores do que os da empresa de plástico, saneamento e têxtil. Se for
apontado por exemplo, onde nos quatro casos encontram-se os maiores problemas, caso os

197
valores menores sejam os problemas, encontra-se os maiores problemas na empresa de
plástico enquanto a empresa de usinagem tem menos problemas em termos de nível.

Em compensação existem a questão de variabilidade, quer dizer que alguns valores


aqui atingiram o nível de melhor performance, mas são raros, ou poucos valores. No caso da
empresa de plástico nem os outliers atingem um valor próximo de boa performance. Somente
a empresa têxtil e de usinagem alcançam valores de melhor performance, mas mesmo assim
só alcançam pela discrepância, poucos valores, ou seja, é uma coisa ou outra que está
causando isso.

  















    
     
       

0%  #+ 2!


Gráfico 17 Boxplot do 1º Quartil dos 4 casos pesquisados

Comentários sobre aplicação do Histograma

Nota-se no gráfico de histograma (gráfico 18) que todos os dados de valores (r) das
empresa de plástico, saneamento básico, têxtil e usinagem, mostram um tipo de assimetria.

198
     "       ! 
 
      
              

     
      
   











 
                 
 

     #       


 
  
               
       
      

   









 

 
               
 

Gráfico 18 Histograma do valor do sistema grey para os 4 casos pesquisados

199
Por exemplo quanto menor é o nível da locação dos dados mais se mostra simétrica a
distribuição dos dados, ou seja, a sua distribuição tem em média as medianas muito próximas.

A locação da empresa de plástico está com valor da mediana Q2 = 0,3144 e a sua


média correspondente a 0,3235 que significa pouca distância entre mediana e média. Quando
se tem pouca distância significa que os dados não tem tanta assimetria nesta circuntância em
comparação a outros casos, por exemplo a empresa de saneamento tem uma distância maior
entre média e mediana.

Comentários sobre aplicação do Intervalo de confiança

No gráfico de intervalo (gráfico 19) mostra que conforme aumenta a locação,


conforme a curva normal vai se direcionando para valores maiores em média, ao mesmo
tempo também acaba tendo um aumento da variabilidade, ou seja o plástico e o saneamento
tem um comportamento parecido.

Prova-se através do intervalo de confiança que a diferença existe, é significativa e não


é por acaso, no gráfico tem-se uma estimativa de média por cada empresa representadas pelos
pontos.

O Boxplot é diferente do intervalo de confiança, ambos têm pareceres diferentes, cada


ferramenta remete a um outro lado da estatística, agora pode-se dizer que não é por acaso que
as médias estão diferentes. Pela amostra é possível saber quais das empresas estão melhores e
com evidências.

O que importa que agora tem-se uma média amostral estimada, e pelo intervalo pode-
se ter garantias com margem de confiança. O erro que a média possui com a confiabilidade de
95% está dentro da faixa, podendo-se notar que a faixa na empresa de usinagem é muito
maior do que a faixa da empresa de plástico. Os dados da empresa de plástico são mais
homogênios e menores também.

200
  "  
, -/ . 3 



  

 

 

 
0%  #+ 2!


Gráfico 19 Intervalo de confiança dos 4 casos pesquisados

Agora com a utilização do gráfico de intervalo de confiança, enxerga-se que todas as


empresas estão ruins, ou seja um nível baixo de performances e práticas, e tem-se a garantia
de 95% de chance que a média verdadeira está na faixa, tem-se 5% de margem de erro de
significância (inferência estatística), com 2,5% acima e 2,5% abaixo.

Observa-se também que entre a empresa de plástico e de saneamento há um empate


técnico, as tendências são similares, pois estão na mesma altura, por isso as caixas ficam na
mesma altura.

Para mostrar a diferença entre empresa pode-se usar o gráfico de boxplot para
enxergar a distribuição dos dados e o gráfico de intervalo de confiança para ver a distribuição
das médias dos dados.

Pode-se ter certeza da diferença entre as empresas porque em média a empresa de


usinagem é superior significativamente que a empresa têxtil, e por sua vez é
significativamente a empresa de saneamento e que por sua vez tem um empate técnico com a
empresa de plástico, ou seja as empresas de saneamento e plástico não são significativamente

201
diferentes, mesmo tendo diferença entre médias, as médias estão inclusas no mesmo intervalo,
os intervalos das duas empresas abrangem as médias das mesmas.

Os gráficos ficam distantes por conta da assimetria. O Boxplot e o intervalo de


confiança ajuda a enxergar o melhor desempenho. O único problema do intervalo de
confiança para os dados, quando se usa esta ferramenta para tomada de decisão é que a média
se desloca para cima por causa dos outliers.

202
7 CONCLUSÕES FINAIS

As empresas pesquisadas neste trabalho estão longe de serem classe mundial, faz-se
necessário melhor performances e prática, avalia-se e compara-se a correlação dos
indicadores de desempenho das empresas é se confirma que todas as quatro empresas desta
amostra são de baixa maturidade. Em todas as empresas pesquisadas existem ações pontuais,
isoladas que em via de regra não são sustentáveis.

Um dos principais resultados deste trabalho está no desenvolvimento e aplicação do


Método de Diagnóstico de Empresa, na qual se apresenta um roteiro detalhado para melhor
entendimento e aplicação. O MDE cria as condições e auxilia nas decisões de médio e longo
prazo, permitindo planejar ações na direção do planejamento hoshin e o gerenciamento
estratégico de forma mais integrada e sustentável.

7.1 Atendimento dos objetivos propostos

De forma resumida apresenta-se a seguir as princípais conclusões do trabalho que


atendem aos objetivos propostos:

Apresentou-se neste trabalho de pesquisa um Método de Diagnóstico de Empresas, um


roteiro estruturado de acordo com o PDCA, e através do uso de um conjunto de conceitos
relevantes para o gerenciamento e sustentabilidade dos negócios, tais como: Lean,
Benchmarking, sistema de correlação e análise Grey; planejamento hoshin (Honshin Kanri),
gerenciamento estratégico e outros.

A abordagem do Lean Enterprise foi estrtuturado neste trabalho através de cinco


principios básicos que podem atender a muitos segmentos empresariais. Foi entendido que
passa-se por um processo de melhoria técnico social sob a perpectiva “de cima para baixo”
(top-down), que envolve todas as pessoas e leva-se anos para a tranformação Lean.

203
As pesquisas e os conhecimentos das ferramentas e métodos Lean foram fundamentais
para a realização do workshop de MDE nas empresas pesquisadas. Alerta-se que o resultado
da aplicação de Método de Diagnóstico de Empresas nas empresas dependem em parte do
conhecimento, habilidade e atitute do pesquisador e direção e o uso adequado da metodologia
da pesquisa ação.

O MDE cria as condições e auxilia nas decisões de médio e longo prazo, permitindo
planejar ações na direção do planejamento hoshin e o gerenciamento estratégico de forma
mais integrada e sustentável para a transformação de um sistema de produção convencional
em enxuto.

Vale ressaltar que a aplicação da pesquisa-ação com a estratégia junto com os


workshops durante várias semanas para os diferentes grupos de gestores e especialistas nas
empresas pesquisadas trouxeram resultados que vão desde vários conhecimento descritos no
trabalho até a gradual mudança de comportamento e cultura.

Nesta amostra de empresas, após a pesquisa, passou a existir uma intensão de se


implementar um sistema de gerenciamento estratégico e passar a aplicar o MDE anualmente
para melhor medir o desempenho de forma integrada e alinhada com o planejamento
estratégico e gerenciamento dos indicadores de maneira frequente.

A identificação dos pontos fortes e fracos para definição de projetos quanto realizado
com a participação de todos os níveis pode fornecer subsídios de auxílio nas decisões de
investimento, informações estratégicas e oportunidades de melhoria nos processos através da
transformação da abordagem Lean.

O MDE muda o modelo mental convencional e se tornou um meio de avaliação semi-


quantitativa do grau de maturidade organizacional das empresas, devido ao uso de um
conjunto de conhecimentos interrelacionados e sugere uma forma customizada de
implementar o Benchmarking e desdobrar metas e diretrizes nas empresas.

204
7.2 Recomendações para trabalhos futuros

Depois de escrever este trabalho de tese, coloca-se algumas indicações (três) para
posteriores estudos, tais como:

 Como as empresas com anos de implementação da cultura Lean e ou outras


abordagens de gestão executam seu planejamento Hoshin?

Embora as empresas convencionais tenham seu plano de longo prazo e anuais o


alinhamento em todos os níveis da estrutura organizacional ainda e pouco explorado o
planejamento hoshin nas empresas em transformação. Segundo autores citados neste trabalho
a Toyota realiza planos hoshin anuais e de longo prazo e baseia-se na abordagem de
organização de aprendizagem e utilizando os princípios, métodos e ferramentas do Sistema
Toyota de Produção.

 Utilizando os princípios, métodos e ferramentas do Sistema Toyota de


Produção como a importante indústria aeroespacial entre outras em diferentes
segmentos podem formar parcerias com os fornecedores e compartilhar riscos
no lançamento de seus novos projetos?

Segundo o Sistema Toyota de Produção deve-se eliminar os desperdícios, isto tem


acontecido com maior freqüência na gestão de operações e serviços, ainda carece de pesquisas
a montante e a jusante de transformação, no caso do segmento aeroespacial vale pesquisar o
resultado das implementações em gestão de distribuição e principalmente na gestão de
suprimentos, pois entende-se que o melhor nivelamento em todo a cadeia de suprimentos traz
benefícios financeiros. Tem se oportunidade de aprender e tornar-se uma empresa de
desenvolvimento de melhores produtos e se tornarem uma empresa classe mundial.

 Propõem-se a pesquisa, desenvolvimento e aplicação de um software que


possibilite o planejamento hoshin e o gerenciamento estratégico, em todos os
níveis da empresa, de acordo com o a proposta do modelo processual da
empresa de implementação integrado ao diagnóstico e planejamento,
205
denominado e apresentado no trabalho como Modelo de Gerenciamento
Estratégico Integrado ao MDE e Hoshin Kanri (ver figura 46 e 49). Pretende-
se atingir excelentes resultados esboçados na figura 61 com o
compartilhamento das informações direto do chão de fábrica através do
gerenciamento do OEE on-line.

Figura 61 Proposta de evolução do gerenciamento da capacidade

Esta proposta busca a melhoria do gerenciamento da capacidade, simplificação dos


processos, gestão visual do fluxo de informações e redução do lead time para tomada de
decisão na empresa. Com a abordagem de transformação Lean pretende-se aumentar os
ativos das empresas pesquisadas de forma que reduza os desperdícios e agregue mais valor
através das competências operacionais e gerenciais e consequentemente melhorar o
gerenciamento da rotina do dia-a-dia e da capacidade dos equipamentos. Portanto sugere-se o
desenvolvimento de um software para o alinhamento e integração do gerenciamento da
capacidade com o gerenciamento estratégico da empresa.

206
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