Trabalho de Geografica

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INSTITUTO DE CIENCIAS DE SAÚDE TENHA ESPERANÇA

Curso: Antropologia Sociológia

Cadeira: Farmácia

Tema:

Enquadramento Geográfico de Moçambique: Económica, histórico, Politico, Social na


formação das áreas culturas e religiosas em Moçambique.

Discente:
Teresa da Conceição José Rúpia

Beira, Abril de 2024


Teresa da Conceição José Rúpia

Curso: Antropologia Sociológia

Cadeira: Farmácia

Tema:

Enquadramento Geográfico de Moçambique: Económica, histórico, Politico, Social na


formação das áreas culturas e religiosas em Moçambique.

Docente, Dr:
Leonildo Benoit Carlos Jaime

INSTITUTO DE CIENCIAS DE SAÚDE TENHA ESPERANÇA

Beira, Abril de 2024

Índice
1. Introdução............................................................................................................................2
1.1 Objetivo Geral.......................................................................................................................2
Objetivos Específicos..................................................................................................................2
1.2 Metodologia..........................................................................................................................2
2. Enquadramento Geográfico de Moçambique......................................................................3
2.1 Localização Geográfica........................................................................................................3
2.2 Condições Hipsométricas......................................................................................................4
2.3. Condições Climáticas...........................................................................................................6
2.4 Condições Hidrográficas.......................................................................................................7
3. Economia de Moçambique..................................................................................................7
3.1 Comércio exterior.................................................................................................................8
3.2 Agricultura............................................................................................................................8
3.3 Principais produtos agrícolas (dados de 2016).....................................................................8
3.4 Recursos geológicos..............................................................................................................9
3.5 Alumínio...............................................................................................................................9
3.6 Ouro......................................................................................................................................9
3.7 Cimento...............................................................................................................................10
3.8 Carvão.................................................................................................................................10
3.9 Gás natural..........................................................................................................................10
3.10 Petróleo.............................................................................................................................10
3.11 Indústria............................................................................................................................11
3.12 Turismo.............................................................................................................................11
4. História de Moçambique...................................................................................................11
4.1 História Pré-Colonial..........................................................................................................12
4.1.1 Primeiros habitantes de Moçambique..............................................................................12
4.1.2 O Primeiro Estado do Zimbabwe.....................................................................................13
4.1.3 O Império dos Mwenemutapas........................................................................................13
4.1.4 História Colonial..............................................................................................................13
4.1.5 A Guerra de Libertação....................................................................................................14
4.1.6 História Pós-Independência.............................................................................................15
6.1.7 As nacionalizações...........................................................................................................15
5. Política de Moçambique....................................................................................................16
5.1 Principais partidos políticos e seus posicionamentos.........................................................16
5.1.1 FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique):.......................................................17
5.1.2 RENAMO (Resistência Nacional Moçambicana)...........................................................17
5.1.3 MDM (Movimento Democrático de Moçambique).........................................................17
6. O enquadramento social de Moçambique.........................................................................17
6.1 Estrutura Social e Demográfica..........................................................................................18
6.2 Questões Sociais.................................................................................................................18
6.3 Educação e Saúde...............................................................................................................18
6.4 Cultura e Tradições.............................................................................................................19
6.5 Religião...............................................................................................................................19
7. Formação das áreas culturas e religiosas em Moçambique...............................................19
7.1 Influências Históricas..........................................................................................................19
7.2 Influências Geográficas......................................................................................................20
7.3 Influências Econômicas......................................................................................................20
7.4 Influências Políticas e Sociais.............................................................................................20
7.5 Diversidade Cultural e Religiosa........................................................................................20
7.6 Desafios e Oportunidades...................................................................................................20
8. Conclusão..........................................................................................................................21
9. Referência Bibliográfica....................................................................................................22
1. Introdução

Neste persente trabalho de pesquisa com tema moçambique, Enquadramentos, geográfico,


económico, histórico, politico, social na formação das áreas culturas e religiosas em
Moçambique, falando de Moçambique é situado na costa sudeste da África, é um país
caracterizado por uma rica diversidade cultural e religiosa, moldada por influências históricas,
geográficas, econômicas, políticas e sociais ao longo dos séculos. A compreensão da
formação das áreas culturais e religiosas em Moçambique requer uma análise abrangente
desses diversos fatores que contribuíram para a configuração da identidade nacional do país.

1.1 Objetivo Geral

 Conhecer o enquadramento geográfico de moçambique.

Objetivos Específicos
 Falar de enquadramento económico de Moçambique;
 Descrever o enquadramento histórico de Moçambique;
 Descrever sobre a política em Moçambique, social na formação das áreas culturas e
religiosas em Moçambique
1.2 Metodologia

Para o presente trabalho recorreu-se a pesquisa documental e bibliográfica para acedera


informação para a realização do mesmo, neste sentido, apresentam citando as fontes de cada
consulta feita, distanciando se de plagio ou mal entendido sobre a origem material do
conteúdo e o autor, quanto a natureza do problema recorreu-se a uma metodologia qualitativa.

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2. Enquadramento Geográfico de Moçambique

2.1 Localização Geográfica

Moçambique fica situado no sudeste de África estando limitado a leste pelo Oceano Índico, e
fazendo fronteira a norte com a Tanzânia, a noroeste com o Malawi e Zâmbia, a oeste com o
Zimbabwe, África do Sul e Swazilândia, e a sul com a África do Sul.

Em termos de coordenadas geográficas, Moçambique situa-se no Hemisfério Sul entre os


paralelos com latitude 10º 27' e 26º 52' Sul e entre os meridianos com longitude de 30º 12' e
40º 51' Este.

Localização geográfica de Moçambique

O território Moçambicano enquadra-se no fuso horário 2 (dois), conferindo-o duas horas de


avanço em relação ao Tempo Médio Universal, assim como uma parte dos países da Europa
Setentrional e Oriental (Muchangos, 1999).

A superfície continental de Moçambique é de aproximadamente 800.000 km2. Uma área que


corresponde a cerca de 2,6% da superfície do continente africano que é de aproximadamente
30 milhões de km2. A plataforma continental, cujo limite se fixa a 200 milhas da linha da
costa possui uma extensão de 120.000 km2, ou seja, 0,24% aproximadamente, dos 30 milhões
de km2 superfícies do Oceano Índico (Muchangos, 1999).

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2.2 Condições Hipsométricas

Segundo Lächelt (2004), o território Moçambicano pode ser dividido em: Planícies até 200
metros acima do nível do mar; Terras altas até 600 metros e montanhas moderadamente altas;
Planaltos de terras altas com cristas elevadas e inselbergs3 atingindo alturas de 1000 m de
altitude; Inselbergs e cumes de montanha com alturas acima de 1000 metros

Mapa hipsométrico e hidrográfico de Moçambique (modificado de MINED, 1986, p.14)

Quanto a zona de planícies, quase todo Sul do rio Save, apenas encontramos terras de
altitudes muito moderadas. A faixa litoral, desta zona, é curta ao norte de Moçambique, mas
no paralelo de 21˚ Sul abrange quase toda a linha Este-Oeste, mantendo-se em todo Sul do
Save com exceção dos Grandes e Pequenos Libombos. A maior parte de todos estes terrenos é
Quaternário, Terciário e Cretácico, de constituição arenosa, com alta percentagem de húmus
perto dos rios ou nos pântanos. Em cálculo aproximado, cerca de 44% do território
Moçambicano se confinam entre 0 e 200 metros de altitude, que se desenvolve ao longo da
costa entre a foz do rio Rovuma e o delta do rio Zambeze, constituindo a Grande Planície
Moçambicana (Muchangos, 1999).

No que diz respeito a planalto, em Moçambique distinguem-se duas superfícies. A primeira,


cujas altitudes variam entre 200 e 600 metros e é designada por planaltos médios representada
ao Norte do paralelo 17° Sul. A segunda, designada por alti-planáltica, de altitudes superiores

4
a 600 metros, com maior dispersão nas zonas Norte e Centro do País, sobretudo nas
Províncias de Niassa, Nampula, Zambézia, Tete e Manica (Muchangos, 1999).

No Norte o altiplano forma um planalto inclinado, cuja altura aumenta em direção ao Lago
Niassa. Ao longo da costa é caracterizada por cumes encadeados. Toda a Província de Tete
consiste neste planalto e na zona de cadeias montanhosas (Lächelt, 2004). No Sul do Save
pertencem-lhe uns ligeiríssimos retalhos nos pontos mais altos dos Libombos que culminam a
norte de Namaacha.

A zona montanhosa, isto é, áreas de cota superior a 1000 metros, não estão representadas por
largas extensões, atingindo cerca de 13% do território de Moçambique, com maior ocorrência
nas províncias de Zambézia, Tete e Manica (Boléo, 1950). Os processos tectónicos e a
litologia dos estratos geológicos estão em boa correspondência com a geomorfologia.

Para Lächelt (2004), As montanhas mais importantes são as seguintes:

a) As montanhas de Manica, das quais os maciços Chimanemani, Manica e Choa são as mais
importantes, localizam-se ao longo da fronteira com o Zimbabué. Apenas alguns “inselbergs”
são conhecidos da Província de Sofala. O monte Binga do Maciço de Chimanemani, de 2436
m de altura, está situado ao longo da fronteira com o Zimbabué e é um dos pontos mais altos
de Moçambique. Outras montanhas de importância são o Monte Miranga na Serra da
Gorongosa (1856 m) e as Montanhas Chimanemani de aproximadamente 2000 m, o Monte
Vumba do Maciço Manica a 1684 m e o Monte Choa do Maciço Choa a 1790 m.

b) Nas terras altas de Maravia e Angónia, posicionadas ao longo da fronteira com a


Zâmbia e o Malawi, as montanhas mais altas são o Monte Domue a 2096 metros e o Monte
Chirobue a 2021 m.

c) As Montanhas Chiure-Namuli consistem numa cadeia de montanhas, e nas Províncias


de Nampula e Zambézia os inselbergs são responsáveis pelo relevo característico. Os maiores
inselbergs são Monte Namúli com 2453 m, Monte Chiperone com 2054 m, situados na
Província de Zambézia; Monte Nacaroa de 1850 m e Monte Inago em 1850 m situados na
Província de Nampula.

d) As montanhas Maniamba-Amaramba escarpam a costa oriental do Lago Niassa onde


os picos mais altos são a Serra Jeci a 1836 m e a Serra Mitucue a 1803 m.

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Em relação as depressões, em Moçambique destacam-se os vales dos rios e as formas de
relevo negativas onde se instalaram os lagos e pântanos. A depressão de maior significado
geomorfológico é o Vale do rio Zambeze, as outras depressões territorialmente importantes
são as de Chire-Urema e Espungabera (Muchangos, 1999).

2.3. Condições Climáticas

Segundo Lächelt (2004), O clima de Moçambique é influenciado por corrente costeira do


Oceano Índico, a distância até a costa e o relevo, especialmente a altitude. Tomando como
base a interação dessas influências, três tipos de clima (Fig. 3) são distinguidos:

 Clima tropical chuvoso;


 Clima seco de mata nativa e savana;
 Altiplano tropical e clima de montanha.

De uma forma geral, Moçambique pode ser subdividido em duas grandes zonas climáticas:

 A zona norte do rio Zambeze;


 A zona sul do rio Zambeze.

Durante o período de Novembro a Março é quente e a precipitação é regular. Na estação seca,


que vai de Maio a Setembro, o clima é fresco e agradável. Abril e Outubro são meses de
transição. As altas temperaturas, medindo cerca de 40° C, ocorrem na estação das chuvas no
Vale do Zambeze e as baixas temperaturas são encontradas nas regiões montanhosas e
também em parte na região entre os rios Save e Limpopo, onde podem cair para 1 a 2 °C; em
áreas montanhosas, pode até cair abaixo de zero.

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1: Clima de chuvas tropical;

2: Clima seco de mata nativa e savana 3: clima tropical altiplano;

4: Clima de montanha.

2.4 Condições Hidrográficas

O sistema hidrográfico de Moçambique é complexo e abundante. A sua complexidade tem a


ver com o elevado número de linhas de água assinaladas nos mapas. Por outro lado, a
abundância explica-se pelo facto do território Moçambicano se erguer em anfiteatro do
oceano para o interior, constituindo área da drenagem de águas provindas do extenso alti-
planalto central africano.

Numerosos rios e lagos são característicos da geomorfologia de Moçambique. As principais


direções dos cursos do rio são NW-SE e W-E. Muitos rios são perenes e o escoamento
superficial é considerável durante a estação chuvosa.

Segundo Muchangos (1999), as principais bacias hidrográficas que drenam o país de norte
para o sul que merecem destaque são: Rovuma, Messalo, Montepuez, Lúrio, Monapo,
Ligonha, Licungo, Zambeze, Pùngué, Búzi, Save, Govuro, Inharrime, Limpopo, Incomáti,
Umbelúzi, Tembe e Maputo.

3. Economia de Moçambique
A economia de Moçambique desenvolveu-se desde o fim da Guerra Civil Moçambicana
(1977–1992). Em 1987, o governo embarcou em uma série de reformas macroeconómicas
destinadas a estabilizar a economia. Essas medidas, combinadas com a assistência dos
doadores e com a estabilidade política desde as eleições multipartidárias em 1994, levaram a
melhorias dramáticas na taxa de crescimento do país. A inflação foi reduzida para um dígito
durante o final dos anos 1990, embora tenha voltado para dois dígitos em 2000-02. As
reformas fiscais, incluindo a introdução de um imposto sobre o valor acrescentado e a reforma
do serviço alfandegário, melhoraram a capacidade do governo de arrecadar receitas. Apesar
destes ganhos, Moçambique continua dependente da assistência externa para grande parte do
seu orçamento anual. A agricultura de subsistência continua a empregar a grande maioria da

7
força de trabalho do país. Um desequilíbrio comercial substancial persiste, embora a abertura
da fundição da Mozal alumínio, o maior projeto de investimento estrangeiro do país até hoje,
tenha aumentado as receitas de exportação.

3.1 Comércio exterior

Em 2020, o país foi o 110º maior exportador do mundo (US $ 5,9 milhões em mercadorias e
serviços). Já nas importações, em 2019, foi o 114º maior importador do mundo: US $ 6,4
bilhões. O país é plenamente integrado a economia globalizada com altos níveis de
crescimento capitalistas apesar disto ter gerado corrupção.

3.2 Agricultura

Em Moçambique, a agricultura é o esteio da economia e o país tem um grande potencial de


crescimento no setor. A agricultura emprega mais de 80% da força de trabalho e fornece
meios de subsistência para a vasta maioria de mais de 23 milhões de habitantes. A agricultura
contribuiu com 31,5% do PIB em 2009, enquanto o comércio e os serviços responderam com
44,9%. Em contraste, 20 por cento do valor total das exportações em 2009 teve origem no
setor agrícola, principalmente por meio da exportação de peixes (principalmente camarões e
camarões), madeira, copra, caju nozes e citrus, algodão, cocos, chá e tabaco.

O potencial agrícola é alto, principalmente nas férteis regiões do norte, que respondem pela
maior parte do excedente agrícola do país. As principais culturas de rendimento são açúcar,
copra, castanha de caju, chá e tabaco. Esperava-se que a produção total de açúcar aumentasse
160% na década de 2000, o que tornaria o país um grande exportador líquido pela primeira
vez desde a independência. Todas as plantações e refinarias foram privatizadas. Os produtos
marinhos, particularmente os camarões, são o maior produto de exportação de Moçambique.
Há uma abundância de recursos marinhos que não são totalmente explorados.

3.3 Principais produtos agrícolas (dados de 2016)

 Algodão
 Cana-de-açúcar
 Castanha de caju
 Copra (polpa do coco)
 Mandioca.
8
 Pecuária (dados de 2006)
 Bovinos (2,7 milhões)
 Suínos (400 mil)
 Ovinos (345 mil)

3.4 Recursos geológicos

Nas energias não-renováveis, em 2015, o país era o 49º maior produtor mundial de gás
natural, (5,6 bilhões de m3 ao ano). Na produção de carvão, o país foi o 29º maior produtor
do mundo em 2015: 7,2 milhões de toneladas.

Na mineração, em 2019, o país era o 5º maior produtor mundial de titânio[24] Na produção de


ouro, em 2016 houve um grande aumento da produção, que era mínima (perto de 0,2
tonelada): neste ano o país produziu 2,6 toneladas.

A maioria das operações de mineração e processamento mineral de Moçambique são


propriedade privada, incluindo as fábricas de cimento, a fundição de alumínio da Mozal e a
fábrica de processamento de gás de Temane. Os mineiros artesanais produzem ouro e água-
marinha, turmalina e outras pedras preciosas. A Carbomoc EE, que era o único produtor de
carvão do país, era estatal.

3.5 Alumínio

Moçambique é o segundo produtor de alumínio da África depois da África do Sul. A fundição


de alumínio da Mozal, que usava alumina importada da Austrália Ocidental como matéria-
prima, aumentou a produção para 564.000 toneladas métricas (t) em 2006 em comparação
com 555.000 t em 2005. A capacidade nominal da Mozal era de 506.000 toneladas métricas
por ano (t / ano); A BHP Billiton Ltd. planeava aumentar a capacidade em 250.000 t / ano até
2009. A expansão da Mozal dependia da negociação de contratos de energia de longo prazo.

3.6 Ouro

Pequenas quantidades de ouro eram produzidas por mineradores artesanais. Em 2006, a Pan
African Resources plc do Reino Unido estava considerando o desenvolvimento de uma mina
no depósito de Fair Bride em seu projeto de ouro em Manica. A mina produziria uma média
de 2.600 kg / ano durante uma vida esperada da mina de entre 8 e 9 anos. Pan African
planejava começar a perfurar no primeiro trimestre de 2007.
9
3.7 Cimento

A Cimentos de Moçambique SARL (Cimentos de Portugal, SGPS, SA (Cimpor), 65,4%)


produz cimento nas fábricas do Dondo, Matola e Nacala. O Grupo ARJ abriu uma fábrica de
cimento em Nacala em meados de 2005. Em 2005 e 2006, a produção da Cimpor foi reduzida
por problemas operacionais na fábrica da Matola; o forno foi desligado por dois meses em
2006 para instalar e reparar equipamentos de proteção ambiental.

3.8 Carvão

Sob o domínio português, poucos levantamentos geológicos foram feitos, mas após a
independência, enormes novos campos de carvão foram descobertos no noroeste Província de
Tete, descrito por uma fonte como "... uma das maiores minas de carvão do globo."

3.9 Gás natural

Em 2010–2011, Anadarko Petroleum e Eni descobriram o campo de gás Mamba sul, reservas
recuperáveis de 4.200 bilhões de metros cúbicos (150 trilhões de pés cúbicos) de gás natural
no Rovuma Bacia, ao largo da costa norte Província de Cabo Delgado. Uma vez
desenvolvido, isso poderia tornar Moçambique um dos maiores produtores de gás natural
liquefeito do mundo. A produção está programada para começar em 2018.

Em 2004, a empresa sul-africana Sasol começou a produzir gás natural no campo de gás de
Temane no sul de Moçambique e em 2011 produziu cerca de 3,8 bilhões de metros cúbicos de
gás natural nos campos de gás de Temane e Pande próximos. A Sasol exportou o gás através
de um gasoduto de 865 km para abastecer suas fábricas de produtos químicos na África do
Sul. Os campos de gás de Temane e Pande nas proximidades têm reservas comprovadas de
100 bilhões de metros cúbicos (3,5 trilhões de metros cúbicos pés) em 2013.

3.10 Petróleo

Moçambique não produzia petróleo bruto nem produtos petrolíferos refinados e dependia de
importações. No início de 2006, a Área Onshore na Bacia do Rovuma foi atribuída à Artumas
Group Inc. do Canadá; Área 1, para Anadarko Petroleum; Áreas 2 e 5, para Norsk Hydro
ASA da Noruega; Áreas 3 e 6, para Petronas Carigali Overseas Shd. Bhd. Da Malásia; e Área
4, para ENI S.p.A. da Itália.

10
3.11 Indústria

O Banco Mundial lista os principais países produtores a cada ano, com base no valor total da
produção. Pela lista de 2019, Moçambique tinha a 127ª indústria mais valiosa do mundo (US
$ 1,3 bilhões).

3.12 Turismo

O país tem um grande potencial turístico, destacando-se as zonas propícias ao mergulho nos
seus mais de 2 mil km de litoral, e os parques e reservas de animais no interior do país. Para
atrair investimentos estrangeiros, criou o Corredor de Desenvolvimento do Norte (CDN),
junto ao porto daquela cidade, com acesso rodoviário, suprimento de energia elétrica, e com
ligação por ferrovia até o vizinho Malaui.

4. História de Moçambique

Moçambique é um país da África Austral, situado na costa do Oceano Índico, com cerca de
20 milhões de habitantes (2004). Foi uma colónia portuguesa, que se tornou independente em
25 de Junho de 1975. A história de Moçambique encontra-se documentada pelo menos a
partir do século X, quando um estudioso viajante árabe, Almaçudi descreveu uma importante
actividade comercial entre as nações da região do Golfo Pérsico e os "Zanjes" (os negros) da
"Bilade as Sofala", que incluía grande parte da costa norte e centro do actual Moçambique.

No entanto, vários achados arqueológicos permitem caracterizar a "pré-história" de


Moçambique (antes da escrita) por muitos séculos antes. Provavelmente o evento mais
importante dessa pré-história terá sido a fixação nesta região dos povos bantu que, não só
eram agricultores, mas introduziram aqui a metalurgia do ferro, entre os séculos I a IV.

A penetração portuguesa em Moçambique, iniciada no início do século XVI, só em 1885 -


com a partilha de África pelas potências europeias durante a Conferência de Berlim - se
transformou numa ocupação militar, ou seja, na submissão total dos estados ali existentes, que
levou, nos inícios do século XX a uma verdadeira administração colonial.

11
4.1 História Pré-Colonial
4.1.1 Primeiros habitantes de Moçambique

Os primeiros habitantes de Moçambique foram provavelmente os Khoisan, que eram


caçadores-recolectores. Há cerca de 10.000 anos a costa de Moçambique já tinha o perfil
aproximado do que apresenta hoje em dia: uma costa baixa, cortada por planícies de aluvião e
parcialmente separada do Oceano Índico por um cordão de dunas. Esta configuração confere à
região uma grande fertilidade, ostentando ainda hoje grandes extensões de savana onde
pululam muitos animais indígenas. Havia portanto condições para a fixação de povos
caçadores-recolectores e até de agricultores.

Nos séculos I a IV, a região começou a ser invadida pelos Bantu (ver expansão bantu), que
eram agricultores e já conheciam a metalurgia do ferro. A base da economia dos Bantu era a
agricultura, principalmente de cereais locais, como a mapira (sorgo) e a mexoeira; a olaria,
tecelagem e metalurgia encontravam-se também desenvolvidas, mas naquela época a
manufactura destinava-se a suprir as necessidades familiares e o comércio era efectuado por
troca directa. Por essa razão, a estrutura social era bastante simples - baseada na "família
alargada" (ou linhagem) à qual era reconhecido um chefe. Os nomes destas linhagens nas
línguas locais são, entre outros: em eMakua, o Nlocko, em ciYao, Liwele, em ciChewa, Pfuko
e em chiTsonga, Ndangu.

Entre os séculos IX e XIII começaram a fixar-se na costa oriental de África populações


oriundas da região do Golfo Pérsico, que era naquele tempo um importante centro comercial.
Estes povos fundaram entrepostos na costa africana e muitos geógrafos daquela época
referiram-se a um activo comércio com as "terras de Sofala", incluindo a troca de tecidos da
Índia por ferro, ouro e outros metais.

De facto, o ferro era tão importante que se pensa que as "aspas" de ferro - em forma de X,
com cerca de 30 cm de comprimento, que formam abundantes achados arqueológicos nesta
região - eram utilizadas como moeda. Mais tarde, aparentemente esta "moeda" foi substituída

12
por outra: tubos de penas de aves cheias de ouro em pó - os meticais cujo nome deu origem à
actual moeda de Moçambique.

Com o crescimento demográfico, novas invasões e principalmente com a chegada dos


mercadores, a estrutura política tornou-se mais complexa, com linhagens dominando outras e
finalmente, formando-se verdadeiros estados na região. Um dos mais importantes foi o
primeiro estado do Zimbabwe.

4.1.2 O Primeiro Estado do Zimbabwe

Embora os povos que falavam a língua chiShona - ainda hoje a principal língua do Zimbabwe,
com cerca de sete milhões de falantes, em vários dialectos - se tenham instalado na região
cerca do ano 500, o primeiro estado do Zimbabwe existiu aproximadamente entre 1250 e
1450 aproximadamente na região da actual República do Zimbabwe. O seu nome deriva dos
amuralhados de pedra que a aristocracia fazia construir à volta das suas habitações e que se
chamavam madzimbabwe.

4.1.3 O Império dos Mwenemutapas

A invasão e conquista do norte do planalto zimbabweano pelas tropas de Nyantsimba Mutota,


em 1440-1450, deu origem a um novo estado dominado pela dinastia dos Mwenemutapas.
Estes invasores, que também falavam a língua chiShona estabeleceram a sua capital num local
próximo do rio Zambeze, no norte da actual província moçambicana de Manica.

No século XVI, o Império dos Mwenemutapas tinha estendido o seu domínio a uma região
limitada pelo rio Zambeze, a norte, o Oceano Índico, a leste, o rio Limpopo a sul e chegando a
sua influência quase ao deserto do Kalahari a sudoeste. Porém, esta última região poderia
estar sobre a alçada de outros estados, como os reinos de Butua e Venda, que terão
estabelecido com os Mwenemutapas relações de boa vizinhança.

4.1.4 História Colonial

Quando Vasco da Gama chegou pela primeira vez a Moçambique, em 1497, já existiam
entrepostos comerciais árabes e uma grande parte da população tinha aderido ao Islão.

Os mercadores portugueses, apoiados por exércitos privados, foram-se infiltrando no império


dos Mwenemutapas, umas vezes firmando acordos, noutras forçando-os. Em 1530 foi fundada

13
a povoação portuguesa de Sena, em 1537, de Tete, no rio Zambeze, e em 1544 de Quelimane,
na costa do Oceano Índico, assenhorando-se da rota entre as minas e o oceano. Em 1607
obtiveram do rei a concessão de todas as minas de ouro do seu território. Em 1627, o
Mwenemutapa Capranzina, hostil aos portugueses, foi deposto e substituído pelo seu tio
Mavura; os portugueses baptizaram-no e este declarou-se vassalo de Portugal.

4.1.5 A Guerra de Libertação

Para além das várias acções de resistência ao domínio colonial, a última das quais culminou
com a prisão e deportação do imperador Gungunhana, a fase final da luta de libertação de
Moçambique começou com a independência das colónias francesas e inglesas de África. Em
1959-1960, formaram-se três movimentos formais de resistência à dominação portuguesa de
Moçambique:

 UDENAMO - União Democrática Nacional de Moçambique;


 MANU - Mozambique African National Union (à maneira da KANU do Quénia); e
 UNAMI - União Nacional Africana para Moçambique Independente.
Estes três movimentos tinham sede em países diferentes e uma base social e étnica também
diferentes mas, em 1962, sob os auspícios de Julius Nyerere, primeiro presidente da Tanzânia,
estes movimentos uniram-se para darem origem à FRELIMO - Frente de Libertação de
Moçambique - oficialmente fundada em 25 de Junho de 1962.

O primeiro presidente da FRELIMO foi o Dr. Eduardo Chivambo Mondlane, um antropólogo


que trabalhava na ONU e que já tinha tido contactos com um governante português, Adriano
Moreira. Nesta altura, ainda se pensava que seria possível conseguir a independência das
colónias portuguesas sem recorrer à luta armada.

No entanto, os contactos diplomáticos estabelecidos não resultaram e a FRELIMO decidiu


entrar pela via da guerra de guerrilha para tentar forçar o governo português a aceitar a
independência das suas colónias. A Luta Armada de Libertação Nacional foi lançada
oficialmente em 25 de Setembro de 1964, com um ataque ao posto administrativo de Chai no
atual distrito de Macomia, província de Cabo Delgado.

A guerra de libertação, uma luta de guerrilha, expandiu-se para as províncias de Niassa e Tete
e durou cerca de 10 anos. Durante esse período, foram organizadas várias áreas onde a
administração colonial já não tinha controlo - as Zonas Libertadas - e onde a FRELIMO

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instituiu um sistema de governo baseado na sua necessidade em ter bases seguras,
abastecimento em víveres e vias de comunicação com as suas bases recuadas na Tanzânia e
com as frentes de combate.

Finalmente, a guerra terminou com os Acordos de Lusaka, assinados a 7 de Setembro de 1974


entre o governo português e a FRELIMO, na sequência da Revolução dos Cravos. Ao abrigo
desse acordo, foi formado um Governo de Transição, chefiado por Joaquim Chissano, que
incluía ministros nomeados pelo governo português e outros nomeados pela FRELIMO. A
soberania portuguesa era representada por um Alto Comissário, Vítor Crespo.

4.1.6 História Pós-Independência

Moçambique tornou-se independente de Portugal em 25 de Junho de 1975. O primeiro


governo, dirigido por Samora Machel, foi formado pela FRELIMO, a organização política
que tinha negociado a independência com Portugal.

6.1.7 As nacionalizações

O mandato deste primeiro governo de Moçambique independente era o de restituir ao povo


moçambicano os direitos que lhe tinham sido negados pelas autoridades coloniais.

Com esse fim, em 24 de Julho de 1975, o governo declarou a nacionalização da Saúde, da


Educação e da Justiça e, em 1976, das casas de rendimento, ou seja, qualquer moçambicano
ou estrangeiro residente passou a ter direito a ser proprietário duma casa para habitação
permanente e de uma de férias, mas perdeu o direito a arrendar casas de habitação a outrem. O
governo assumiu a gestão das casas que estavam arrendadas nessa altura, formando para isso
uma empresa denominada Administração do Parque Imobiliário do Estado ou APIE.

Em relação à Saúde, o governo transferiu para as unidades estatais (Ministério e hospitais), o


equipamento e pessoal dos consultórios e clínicas privadas e das empresas de funerais. Na
Educação, o estado nomeou administradores para as escolas privadas, cujo pessoal passava à
responsabilidade do Estado. Muitas das unidades privadas de saúde e educação pertenciam a
igrejas cristãs, principalmente à Igreja Católica, e estas nacionalizações, associadas à
propaganda oficial socialista e fortemente laica, também considerada como "anti-religiosa",
criaram um clima de animosidade entre algumas destas igrejas e seus crentes e o estado (ou a
FRELIMO, que era de facto a força política que comandava o estado).

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Estas nacionalizações foram a causa próxima para uma vaga de abandono do país de muitos
indivíduos que eram proprietários daqueles serviços sociais ou simplesmente se encontravam
habituados aos serviços de determinados especialistas ou ao atendimento exclusivo; como
esses indivíduos, na maioria portugueses, eram muitas vezes igualmente proprietários de
fábricas, barcos de pesca ou outros meios de produção, o governo viu-se obrigado a assumir a
gestão dessas unidades de produção.

5. Política de Moçambique

A Frelimo, Frente de Libertação de Moçambique, foi o movimento que dirigiu a luta de


libertação nacional que culminou com a independência nacional em 25 de Junho de 1975.
Desde então que esse movimento político ou os seus sucessores dirigem a política nacional.
Em 1978, a Frente tornou-se num partido político marxista-leninista, denominado Partido
Frelimo, e Samora Machel ocupou a presidência do país, num regime de partido único, desde
a independência até à sua morte em 1986.

Em 1990, foi aprovada uma nova constituição que transformou o estado numa democracia
multi-partidária. O Partido Frelimo permaneceu no poder, tendo ganho por cinco vezes as
eleições legislativas e presidenciais realizadas em 1994, 1999, 2004, 2009 e 2014. A Renamo
é o principal partido da oposição.

De acordo com a constituição em vigor, o regime político em Moçambique é presidencialista:


o chefe de Estado é igualmente chefe do governo. No entanto, existe desde 1985 o cargo de
Primeiro Ministro, que tem o papel de coordenador e pode dirigir as sessões do Conselho de
Ministros na ausência do presidente.

O parlamento tem a designação de Assembleia da República e é constituído por 250 assentos.

Para além do Presidente da República e dos membros do parlamento, os presidentes e os


membros das assembleias dos municípios e das províncias (desde 2009) são igualmente
eleitos democraticamente, para mandatos de cinco anos.

5.1 Principais partidos políticos e seus posicionamentos

Em Moçambique, diversos partidos políticos atuam no cenário político do país, cada um com
suas ideologias, agendas e posicionamentos. Dos principais partidos políticos de Moçambique
e seus posicionamentos políticos:

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5.1.1 FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique):

Ideologia: Socialismo democrático, nacionalismo africano.

Histórico: Fundado em 1962, liderou a luta pela independência de Moçambique e governou o


país desde a independência em 1975 até o presente.

Posicionamento: O FRELIMO defende políticas de redistribuição de riqueza, inclusão social,


desenvolvimento econômico sustentável e soberania nacional. Também promove a unidade
nacional e a reconciliação após o período de guerra civil.

5.1.2 RENAMO (Resistência Nacional Moçambicana)

Ideologia: Antes da reintegração, era considerado um movimento de resistência anticomunista


e antigovernamental. Atualmente, é descrito como um partido de centro-direita.

Histórico: Fundado em 1975 como um movimento de resistência à FRELIMO durante a


guerra civil. Em 1992, tornou-se um partido político e esteve envolvido em acordos de paz
com o governo.

Posicionamento: A RENAMO defende políticas de descentralização, democracia


multipartidária, economia de mercado e respeito aos direitos individuais. Também tem lutado
por uma maior representação e participação das regiões do interior do país no governo central.

5.1.3 MDM (Movimento Democrático de Moçambique)

Ideologia: Democracia, pluralismo político, liberalismo econômico.

Histórico: Fundado em 2009 por dissidentes da RENAMO e membros da sociedade civil.

Posicionamento: O MDM busca oferecer uma alternativa aos partidos tradicionais


(FRELIMO e RENAMO), defendendo a democracia multipartidária, direitos humanos, boa
governação e políticas econômicas que promovam o crescimento e o desenvolvimento
sustentável.

6. O enquadramento social de Moçambique

O enquadramento social de Moçambique abrange uma variedade de aspectos, incluindo


estrutura demográfica, questões sociais, educação, saúde, cultura, tradições e religião.

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6.1 Estrutura Social e Demográfica

População: Moçambique possui uma população diversificada, composta por várias etnias,
línguas e grupos culturais. De acordo com estimativas recentes, a população de Moçambique
é de aproximadamente 32 milhões de habitantes.

Taxa de Crescimento Populacional: A taxa de crescimento populacional de Moçambique é


relativamente alta, o que influencia diversos aspectos sociais e econômicos do país.

Distribuição Demográfica: A maioria da população moçambicana reside em áreas rurais, com


uma significativa parcela vivendo em áreas urbanas, especialmente nas cidades de Maputo,
Beira e Nampula.

Estrutura Etária: Moçambique possui uma estrutura demográfica jovem, com uma grande
proporção da população composta por jovens menores de 25 anos.

6.2 Questões Sociais

Pobreza: Moçambique é um dos países mais pobres do mundo, com uma alta incidência de
pobreza, especialmente nas áreas rurais. A pobreza está frequentemente associada à falta de
acesso a serviços básicos, como água potável, saneamento, educação e saúde.

Desigualdade: Existe uma grande disparidade de renda e oportunidades entre as áreas urbanas
e rurais, bem como entre os diferentes estratos sociais. A desigualdade socioeconômica é um
desafio significativo para o desenvolvimento do país.

Acesso a Serviços Básicos: O acesso a serviços básicos, como água potável, saneamento,
educação e saúde, é limitado em muitas partes do país, especialmente em áreas rurais e
remotas.

6.3 Educação e Saúde

Educação: Moçambique enfrenta desafios significativos no setor educacional, incluindo baixa


taxa de escolarização, falta de infraestrutura adequada e qualidade de ensino irregular. No
entanto, o governo tem feito esforços para expandir o acesso à educação primária e secundária
em todo o país.

Saúde: O sistema de saúde de Moçambique enfrenta desafios, incluindo falta de


infraestrutura, escassez de profissionais de saúde qualificados e acesso limitado a serviços de
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saúde básicos. Doenças como malária, HIV/AIDS e tuberculose representam grandes desafios
para a saúde pública.

6.4 Cultura e Tradições

Línguas: Moçambique é um país multilíngue, com várias línguas sendo faladas em todo o
país. O português é a língua oficial, mas várias línguas bantas são amplamente faladas,
incluindo o macua, tsonga, shona e outras.

Artes: A cultura moçambicana é rica em arte, música, dança e literatura. A música tradicional
moçambicana, incluindo estilos como marrabenta e makwaya, desempenha um papel
importante na identidade cultural do país.

Costumes: Moçambique possui uma rica variedade de costumes e tradições, muitos dos quais
estão enraizados em práticas culturais ancestrais. Isso inclui cerimônias de casamento,
festivais, rituais de passagem e celebrações religiosas.

6.5 Religião

Religiões Praticadas: Moçambique é um país religiosamente diverso, com uma variedade de


crenças e práticas religiosas. As principais religiões incluem o cristianismo, o islamismo e
crenças tradicionais africanas.

Papel na Sociedade: A religião desempenha um papel importante na vida cotidiana e nas


práticas culturais de muitos moçambicanos. Ela influencia aspectos como valores morais,
rituais de vida e morte, e organização social.

7. Formação das áreas culturas e religiosas em Moçambique

A formação das diferentes áreas culturais e religiosas em Moçambique é resultado de uma


interação complexa de influências históricas, geográficas, econômicas, políticas e sociais.

7.1 Influências Históricas

Colonização Portuguesa: A colonização portuguesa teve um impacto significativo na cultura e


religião de Moçambique. Os missionários católicos desempenharam um papel importante na
disseminação do cristianismo, especialmente nas regiões costeiras. Além disso, a escravidão e

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o tráfico de escravos resultaram na introdução de crenças e práticas religiosas africanas em
algumas áreas do país.

7.2 Influências Geográficas

Diversidade Geográfica: Moçambique possui uma variedade de ambientes geográficos,


incluindo planícies costeiras, planaltos, montanhas e vales fluviais. Essa diversidade
geográfica influenciou a distribuição de grupos étnicos e suas práticas culturais e religiosas.

7.3 Influências Econômicas

Interação Comercial: As rotas comerciais antigas que passavam por Moçambique facilitaram
o intercâmbio cultural e religioso com outras regiões da África e do mundo. O comércio de
produtos como ouro, marfim e escravos trouxe influências culturais e religiosas de diferentes
partes do continente africano.

7.4 Influências Políticas e Sociais

Guerra Civil: O período de guerra civil em Moçambique teve um impacto profundo na


sociedade e na cultura do país. A guerra dividiu comunidades e grupos étnicos, muitas vezes
exacerbando diferenças culturais e religiosas existentes.

7.5 Diversidade Cultural e Religiosa

Grupos Étnicos: Moçambique é lar de uma variedade de grupos étnicos, cada um com suas
próprias tradições culturais e práticas religiosas. Alguns dos principais grupos étnicos incluem
os macuas, tsongas, shonas, senas e macondes.

Religiões: Moçambique é religiosamente diverso, com uma mistura de crenças tradicionais


africanas, cristianismo, islamismo e outras religiões. Muitos moçambicanos praticam uma
combinação de crenças tradicionais e religiões importadas.

7.6 Desafios e Oportunidades

Desafios na Promoção da Diversidade: Os desafios incluem a discriminação étnica e religiosa,


conflitos interétnicos e inter-religiosos, bem como a marginalização de certos grupos étnicos e
religiosos.

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8. Conclusão

Neste presente trabalho de pesquisa concluí que a formação das áreas culturais e religiosas
em Moçambique é um fenômeno complexo e multifacetado, moldado por uma interação
dinâmica de influências históricas, geográficas, econômicas, políticas e sociais ao longo do
tempo. Ao longo da história, Moçambique tem sido um caldeirão de culturas e tradições, onde
diversas etnias, línguas e práticas religiosas coexistem e interagem. As influências históricas
da colonização portuguesa, juntamente com o legado das culturas e religiões africanas
indígenas, deixaram uma marca duradoura na identidade cultural e religiosa de Moçambique.
A geografia diversificada do país, que abrange desde as planícies costeiras até as montanhas
do interior, também contribuiu para a formação de diferentes áreas culturais e religiosas, cada
uma com suas próprias características distintas.

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9. Referência Bibliográfica
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Mondlane, 2000.
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