Administarcao e Gestao Autarquias

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 10

Fórum 1

Eficiência na Administração pública: como melhorar a eficiência dos serviços


públicos e reduzir os desperdícios de recursos?

A eficiência da administração pública - a necessidade de reduzir custos e aumentar a


qualidade dos serviços, tendo o cidadão como beneficiário - torna-se então essencial. A
reforma do aparelho do Estado passa a ser orientada predominantemente pelos valores
da eficiência e qualidade na prestação de serviços públicos e pelo desenvolvimento de
uma cultura gerencial nas organizações.

Eficiência é a capacidade de obter um determinado efeito, designa aquilo que produz o


efeito desejado. Já na Administração pública, esta relacionado com a disciplina
organizacional para o alcance de melhores resultados na gestão pública de modo que o
bem comum seja alcançado da forma mais adequada (Coelho, 2011)

A eficiência na Administração pública é um princípio que busca a optimização dos


serviços prestados à sociedade, garantindo que os recursos sejam utilizados da melhor
maneira possível, evitando desperdícios e promovendo a qualidade no atendimento às
necessidades colectivas. Para melhorar a eficiência dos serviços públicos e reduzir o
desperdício de recursos, é essencial adoptar uma série de medidas estratégicas e práticas
de gestão.

cidadã contribui para a identificação de falhas e sugestões de melhorias.

Capacitação e Valorização do Servidor Público: investir na formação e no


desenvolvimento dos servidores públicos é fundamental para a prestação de serviços de
qualidade. Servidores capacitados e motivados tendem a ser mais produtivos e
comprometidos com a eficiência administrativa (Melo, 2013).

Modernização e Inovação Tecnológica: A adopção de novas tecnologias pode


simplificar processos, reduzir burocracias e agilizar o atendimento ao público. A
informatização dos serviços públicos também contribui para a redução de custos e para
a melhoria da qualidade dos serviços prestados (Di pietro, 2005).

Descentralização e Autonomia: A descentralização administrativa permite uma gestão


mais próxima das realidades locais, o que pode resultar em serviços mais adequados às
necessidades da população. A autonomia dos entes descentralizados favorece a tomada
de decisões ágeis e eficientes.

Gestão Orientada para Resultados: A administração pública deve focar em resultados,


estabelecendo metas claras e mensuráveis. Isso implica em uma mudança de cultura
organizacional, onde o desempenho é avaliado pelo alcance de objectivos predefinidos,
e não apenas pela execução de tarefas (Melo, 2013).

Transparência e Controle Social: A transparência na gestão pública permite que os


cidadãos acompanhem e fiscalizem a utilização dos recursos. O controle social é um
mecanismo que fortalece a eficiência, pois a participação

Legislativo, judicial e social nos órgãos da Administração Pública ganha importância,


“em virtude dessa esfera não dispor de mecanismos naturais de correcção de desvios,
processo que ocorre nas actividades privadas, onde a ‘competição’ e o ‘lucro’
funcionam como potentes instrumentos para reduzir desperdícios, melhorar o
desempenho e alocar recursos de forma mais eficiente”.

Desta forma, Peter e Machado (2014, p. 339-352) enumeram as principais atribuições


que social e profissionalmente se espera de um auditor governamental:

a) auditar metas e programas de governo, balanços e demonstrativos contábeis,


a receita pública, as disponibilidades financeiras, a dívida pública activa, os
incentivos fiscais, a despesa pública], as licitações, dispensas e
inexigibilidades, os contractos, convénios e instrumentos congéneres de
qualquer tipo de despesa, principalmente de contractos de obras e serviços de
engenharia;
b) auditar a qualidade de obras rodoviárias, de pavimentação urbana, de
limpeza urbana e de edificações públicas, o estoque de bens públicos em
almoxarifado e o activo permanente, a folha de pagamento e a gestão da
previdência pública própria;
c) avaliar a aplicação de recursos na função educação e saúde, os gastos com
pessoal, os resultados de políticas públicas e o cumprimento dos limites de
gastos dos Poderes; e
d) analisar as peças de planejamento orçamentário, as declarações de bens de
autoridades públicas, os concursos públicos, processos selectivos
simplificados e processos de selecção pública, os actos de admissão de
pessoal e de concessão de benefícios previdenciários, dentre outras possíveis
actividades ligadas à gestão de recursos públicos.

Exemplos de Moçambique

Em Moçambique, a reforma administrativa de 2001 buscou modernizar a gestão e a


governança no sector público, com foco na efectividade, interacção e participação
pública na elaboração e implementação de políticas públicas. No entanto, ainda existem
desafios relacionados à centralização administrativa, à indução da descentralização
pelos governos central e local e às fraquezas estruturais e organizacionais que limitam
os processos de reforma.

Outro exemplo é a transferência de serviços públicos da gestão do Estado para uma


gestão autónoma dos municípios, visando a co-produção dos serviços públicos ao nível
local e a construção de uma outra imagem do Estado, incluindo suas incapacidades.

Melhorar a eficiência na administração pública é um processo contínuo que requer


comprometimento e adaptação às mudanças sociais e tecnológicas. As experiências de
Moçambique demonstram a importância de reformas estruturais e de uma gestão
participativa para alcançar uma administração pública mais eficiente e responsiva às
necessidades da população.

Referências Bibliográficas:

Melo, C. A. B de. (2013). Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros


Editores.

Di pietro, M. S. Z. (2005). Direito Administrativo. São Paulo: Atlas.

Simione, A. A. (2014). A modernização da gestão e a governança no setor público em


Moçambique. Revista de Administração Pública.
Fórum 2

Participação do cidadão e empoderamento local: qual é papel dos cidadãos na


governança local e como as autarquias podem promover uma participação mais
significativa e inclusiva da comunidade nas decisões e processos administrativos?

A participação dos cidadãos nas autarquias desempenha um papel fundamental na


promoção de uma governança local transparente, inclusiva e eficaz. Em Moçambique,
as autarquias desempenham um papel essencial na prestação de serviços públicos, no
planeamento urbano, no desenvolvimento local e na melhoria da qualidade de vida das
comunidades. Neste contexto, é crucial compreender os desafios enfrentados pelas
autarquias moçambicanas, as perspetivas de reformas e melhorias e o impacto da
participação cívica na governança municipal.

A participação dos cidadãos nas autarquias é um elemento essencial para fortalecer a


democracia local, promover a transparência e a accountability, e garantir que as
políticas municipais atendam às necessidades reais da população. A compreensão dos
desafios enfrentados pelas autarquias, a identificação de possíveis reformas e melhorias
e o estímulo à participação cívica são fundamentais para promover um desenvolvimento
local sustentável, inclusivo e participativo em Moçambique...

Papel dos Cidadãos na Governança Local:

É de participar e contribuir na construção de políticas públicas que buscam solucionar


demandas e problemas que emergem ao nível local, é através desta participação que o
cidadão ajuda o governo local a conseguir fortalecer-se identificando e analisando as
dificuldades e as deversidades que preocupam e até mesmo impetem plenamente,
promovendo as políticas públicas que se caudunem com as necessidades e anseios de
todos. O cidadão acompanhar demonstra o seu conhecimento necessário e reivindica se
necessário as políticas públicas inadequada ao governo local (Oliveira, 2005);
Engajamento Cívico: Os cidadãos têm o direito e o dever de participar activamente na
vida política e na gestão dos seus territórios, expressando suas opiniões, apresentando
demandas e contribuindo para a formulação de políticas públicas.

O papel dos cidadãos na governança local é fundamental para a construção de uma


sociedade mais justa e democrática. Segundo Arretche (2012), a participação dos
cidadãos é essencial para a construção de políticas públicas mais efetivas e para a
promoção de uma gestão mais transparente e responsável.

Controle Social: A participação dos cidadãos na governança local funciona como um


mecanismo de controle social, permitindo que a comunidade acompanhe e fiscalize as
acções do poder público, garantindo a transparência e a prestação de contas.

Cooperação e Parceria: A colaboração entre os cidadãos e as autarquias promove uma


governança mais eficaz e sustentável, pois combina o conhecimento e as habilidades
dos moradores com os recursos e a estrutura institucional do governo local.

Estratégia Autárquicas para Promover a Participação Cidadã:

Canais de Comunicação: As autarquias devem criar canais de comunicação acessíveis e


transparentes, como audiências públicas, consultas populares, fóruns de discussão e
plataformas online, para envolver os cidadãos nos processos de tomada de decisão
(Barber, 2004).

Conselhos e Comissões: Criar conselhos municipais e comissões temáticas compostos


por representantes da sociedade civil, que possam actuar como espaços de diálogo e
consulta entre o governo e a comunidade.

Educação Cívica: Promover a educação cívica e a conscientização da população sobre


seus direitos e responsabilidades na governança local, por meio de campanhas de
informação e programas de capacitação cidadã.

Incentivos à Participação: Oferecer incentivos, como reconhecimento público e apoio


financeiro, para estimular a participação dos cidadãos em iniciativas de interesse
público e voluntariado.
Orçamento Participativo: Implementar o orçamento participativo, permitindo que os
cidadãos contribuam para a definição das prioridades de investimento e alocação de
recursos públicos em suas comunidades.

A participação do cidadão e o empoderamento local são pilares fundamentais para uma


governança democrática e eficaz. As autarquias desempenham um papel crucial na
promoção de uma participação mais significativa e inclusiva da comunidade, por meio
da criação de espaços de diálogo, canais de comunicação acessíveis e programas de
participação cidadã. Ao fortalecer a colaboração entre o governo e a sociedade civil, é
possível construir comunidades mais justas, democráticas e sustentáveis.

Referências Bibliográficas:

ARRETCHE, M. (2012). Estado federativo e políticas sociais: determinantes da


descentralização. Rio de Janeiro: Revan.

Avritzer, L. (2007). A participação em São Paulo: possibilidades e limites. Lua Nova:


Revista de Cultura e Política, 70, 115-149.

Barber, B. R. (2004). Democracia forte: Política participativa para uma nova era.
University of California Press.

Fung, A., & Wright, E. O. (2003). Aprofundando a democracia: Inovações


institucionais na governança participativa capacitada. Verso Books.
Fórum 3

Planeamento urbano e desenvolvimento sustentável: ordenamento territorial,


políticas de habitação e saneamento básico, preservação ambiental.

Planeamento urbano

Conceito básicos

Planeamento, segundo o Dicionário da Língua Portuguesa (Costa et al, 1999), é definido


como “acto ou efeito de planear; determinação dos objectivos e dos meios para os
atingir; melhor previsão possível de futuras necessidades; função ou serviço de
preparação de trabalho”. Para Felisberto Reigado (2000), o planeamento é “um processo
de análise (do passado e do presente) de antecipação ao futuro, de programação, de
acção/execução, de controlo, de controlo, de correcção e de avaliação dos resultados”.

O planeamento urbano e o desenvolvimento sustentável são conceitos intrinsecamente


ligados que visam criar ambientes urbanos eficientes, equitativos e ecologicamente
responsáveis.

Ordenamento Territorial

O Dicionário da Língua Portuguesa On-line diz que ordenamento é o “acto de ordenar;


ordenação; de um território: estudo profundo e detalhado de um território (país, região,
etc.) para conhecer todas as suas características e que constituirá a base para a
elaboração de um plano cuja finalidade é a utilização racional desse território, ou seja, o
aproveitamento das potencialidades, a maximização da produção a par com a protecção
do ambiente, visando o desenvolvimento sócio-económico e a melhoria da qualidade de
vida”. O Dicionário de Geografia (Baud et al, 1999) diz que o ordenamento do território
“corresponde, na maior parte dos casos à vontade de corrigir os desequilíbrios de um
espaço nacional ou regional e constitui um dos principais campos da Geografia
aplicada. Pressupõe por um lado, uma percepção e uma concepção de conjunto de um
território e, por outro lado, uma análise prospectiva”.

O ordenamento territorial é um processo de planeamento estratégico que visa a


utilização otimizada do espaço urbano e rural, considerando as necessidades sociais,
econômicas e ambientais. Segundo Jane Jacobs em "Morte e Vida de Grandes Cidades"
(1961), o ordenamento territorial deve promover a diversidade e a complexidade
urbanas, elementos essenciais para a vitalidade das cidades.

O ordenamento do território constitui uma ferramenta administrativa que tem como


principal linha orientadora a estruturação, o arranjo e a gestão territorial, quer ao nível
urbano e habitacional, quer ao nível natural. Associado ao conceito de ordenamento,
existe um outro que o complementa: o conceito de planeamento. Embora as suas origens
tenham sido separadas e distintas (o ordenamento foi desenvolvido em França, ao passo
que o planeamento foi explorado no Reino Unido.

Políticas de Habitação e Saneamento Básico

As políticas de habitação são fundamentais para garantir o direito à moradia digna,


conforme estabelecido no Artigo 25 da Declaração Universal dos Direitos Humanos
(ONU, 1948). O saneamento básico, por sua vez, é essencial para a saúde pública e o
bem-estar da população. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o
acesso a serviços de saneamento adequados é um determinante chave para a saúde e
para a prevenção de doenças (OMS, 2019).

As políticas de habitação são essenciais para garantir o acesso adequado à moradia para
todos os cidadãos. Isso envolve a promoção de programas de habitação de interesse
social, a regularização fundiária, a melhoria das condições de moradia em áreas
informais e o combate ao déficit habitacional. Além disso, é importante promover a
inclusão social, considerando a diversidade de necessidades habitacionais da população.
O saneamento básico abrange o fornecimento de água potável, o tratamento de esgoto e
a gestão adequada dos resíduos sólidos. Políticas eficazes nessa área são cruciais para
garantir a saúde pública, a qualidade da água e a preservação do meio ambiente.

Preservação Ambiental

A preservação ambiental no contexto urbano envolve a protecção de ecossistemas, a


promoção da biodiversidade e a mitigação dos impactos das mudanças climáticas. O
Relatório Brundtland "Nosso Futuro Comum" (1987) destaca a importância da
sustentabilidade ambiental como parte integrante do desenvolvimento sustentável,
enfatizando a necessidade de um equilíbrio entre o crescimento económico, a equidade
social e a protecção ambiental.

A preservação do meio ambiente refere-se ao conjunto de práticas que visam proteger a


natureza das ações que provocam danos ao meio ambiente, como a poluição, a
degradação das florestas, a extinção de animais e o aquecimento global. O atual modelo
econômico, baseado em elevados níveis de consumo, tem causado inúmeros prejuízos
para a flora e fauna no planeta. O consumo não sustentável ocasiona desequilíbrios
ambientais irreversíveis

Excesso de produção de lixo, contaminação das águas dos oceanos e rios, poluição do
ar, efeito estufa e mudanças climáticas são apenas alguns exemplos das consequências
da degradação ambiental em curso. Em decorrência desses desequilíbrios, diversas
espécies de animais estão em extinção ou correm o risco de extinção. Dessa forma a
biodiversidade do planeta é alterada, colocando em risco o futuro das próximas
gerações.

Diante desse cenário, ações de preservação da natureza tornam-se indispensáveis. Tais


iniciativas devem ser tomadas tanto por parte dos governantes, que devem estabelecer
regras e limites para a utilização dos recursos naturais, como de cada um dos indivíduos
no seu cotidiano

Referências bibliográficas

Carvalho, L. (2017). Políticas de Habitação e Desenvolvimento Urbano: O Caso


Português. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra.
Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. (1987). Nosso Futuro
Comum. Recuperado de [site da Comissão].

Dias, E. C. (2016). Saneamento Ambiental: Planeamento, Projecto e Operação. São


Paulo: Oficina de Textos.

Jacobs, J. (1961). Morte e Vida de Grandes Cidades. Nova Iorque: Random House.

Menezes, M. P., & Massena, M. (2018). Planeamento Urbano: Fundamentos e Práticas.


Lisboa: Lidel.

OMS. (2019). Relatório Mundial da Saúde. Recuperado de [site da OMS].

ONU. (1948). Declaração Universal dos Direitos Humanos. Recuperado de [site da


ONU].

Silva, A. R., & Lima, J. A. (2019). Desenvolvimento Sustentável e Ordenamento


Territorial: Desafios para as Cidades Brasileiras. Revista Brasileira de Geografia
Física,

Você também pode gostar